Até 2022
O Grupo Soja de Portugal pretende investir dez milhões de euros, até 2022, na produção de carne de aves e na capacidade de...

“Está previsto um pacote de investimentos na ordem dos dez milhões de euros, no âmbito do aumento da produção própria de carnes de aves e da capacidade de abate e desmancha dos matadouros. A meta [para a concretização do investimento] é, no máximo, 2022”, disse o presidente executivo do grupo Soja de Portugal, António Isidoro.

Na sequência destes investimentos, o grupo, que atualmente emprega 650 colaboradores diretos, não descarta a possibilidade de aumentar o número de funcionários, em função da atividade gerada.

O grupo opera em cinco áreas de negócio: alimentos compostos para avicultura e pecuária; alimentos compostos para aquacultura; alimentos secos para cães e gatos; produção, abate, desmancha e comercialização de carne de aves; e recolha, tratamento e valorização de subprodutos de origem animal.

No decorrer de 2019, a dona da Avicasal pretende continuar a crescer “fora de portas”, mantendo também subidas setoriais em Portugal.

“Pretendemos continuar a expansão em países africanos e no Médio Oriente. A Turquia, o Qatar, o Irão e o Omã começam também a tornar-se mercados interessantes para nós”, indicou.

De acordo com António Isidoro, para isso, o grupo agroindustrial pretende continuar a destacar-se pelo “serviço e atenção”, adequando os produtos à necessidade dos clientes.

Adicionalmente, a estratégia de internacionalização do grupo passa pela auscultação do mercado, através de feiras internacionais e visitas exploratórias.

“Somos uma empresa que, em Portugal, tem alguma dimensão, mas, quando falamos em termos mundiais, somos muito pequenos”, ressalvou.

De acordo com os dados disponibilizados, em 2018, o volume de negócios do Grupo Soja de Portugal atingiu 162 milhões de euros, o que traduz um aumento de quatro milhões de euros face ao período homólogo.

Por sua vez, as exportações avançaram 15%, ultrapassando os 30 milhões de euros.

No ano de referência, o principal mercado de exportação foi Espanha, representando cerca de 30% do valor total, seguido pela Grécia e pela Itália.

“O ano correu positivamente. Conquistámos mais mercados e estamos a crescer em exportações. Foi um ano positivo, mas não podemos dizer que foi extraordinariamente positivo”, concluiu.

Criado em 1943, o grupo que conta atualmente com mais de três mil clientes, detém também empresas como a Sorgal (alimentação animal), a Savinor (transformação de carne de aves) e a Aquasoja (alimentação para peixes de aquacultura).

A Soja de Portugal possui fábricas e instalações em vários pontos do país, entre os quais se destacam a Trofa, Ovar, Pinheiro de Lafões, São Pedro do Sul, Vouzela, Pinhel e Torres Novas, segundo a informação disponível na página do grupo na internet.

Quimioterapia
O projeto “Cabelos Mágicos”, na Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, oferece desde há um ano cabeleiras inspiradas em personagens da...

“O objetivo é tentarmos diminuir um bocadinho o sofrimento das crianças, que não deviam estar a passar por isto, e tentar fazê-las sentirem-se crianças, que é o que deviam sentir sempre”, diz a responsável do projeto, Maria Miguel.

A voluntária decidiu dar início ao projeto depois de, em dezembro de 2017, ter tido conhecimento de outro do género nos Estados Unidos da América.

“Vi o projeto ‘The Magic Yarn Project’ do Alasca, no Facebook. Telefonei a mais quatro pessoas e decidimos, em janeiro [de 2018], arrancar com o projeto ‘Cabelos Mágicos’”, conta.

As cabeleiras, feitas por voluntárias, destinam-se não só a crianças que se encontrem a fazer tratamentos de quimioterapia, mas também às que tenham nascido sem cabelo devido a doenças. Chegam a vários pontos do país e a várias unidades hospitalares.

“Entregamos na casa da Acreditar de Coimbra, na Casa da Acreditar do Porto, no IPO do Porto, no Hospital de São João, no Porto, no Hospital Pediátrico de Coimbra e na Make A Wish de Lisboa”, refere a responsável.

As cabeleiras, que são feitas com “materiais hipoalergénicos, algodão e materiais próprios para bebé”, são inspiradas em personagens da Disney à escolha da criança.

“Quando temos alguma encomenda, perguntamos qual é a personagem de que a criança gosta mais. Quando estamos com menos trabalho, fazemos as personagens que normalmente nos pedem mais”, explica Maria Miguel.

Quando ao ‘feedback’ dado pelas crianças e pelas famílias, a responsável explica que “alguns pais mandam fotografias para se ver a alegria dos miúdos com as cabeleiras”.

As peças com tranças maiores são as que fazem mais sucesso.

“Eles gostam muito de brincar com elas”, refere.

Também o número de pessoas a voluntariar-se à iniciativa tem aumentado. Na terra natal do projeto, a Gafanha da Nazaré (distrito de Aveiro), há “senhoras que ajudam imenso”.

“As pessoas que pertencem ao projeto ‘Cabelos Mágicos’ são cinco. Somos cinco. Depois há muita gente a voluntariar-se para fazer cabeleiras”, esclarece Maria.

O centro Palmaz Com Vida e o Centro de Dia do Rossio, da Associação Humanitária Solidariedade Albufeira (Asha de Albufeira) são duas das instituições que têm contribuído para o projeto, com pessoas a voluntariar-se e a enviar materiais.

Este novo ano é de expectativas positivas e de novos planos, nomeadamente a formalização de uma associação sem fins lucrativos que facilite o processo de ajudas voluntárias ao projeto.

“O próximo passo é criar a associação”, diz a fundadora, acrescentando que a ideia é “começar a receber donativos e ser mais fácil para as pessoas que estão sempre a perguntar como é que podem ajudar”.

O balanço do projeto até agora é positivo, sobretudo tendo em conta a grande ajuda disponibilizada.

“Sem tantas mãos a trabalhar não conseguíamos fazer tantas cabeleiras”, afirma a voluntária.

Protesto
Auxiliares de ação médica que trabalham no Serviço Nacional de Saúde há 10 ou 20 anos recebem salários entre os 585 e os 609...

Na passada sexta-feira, dezenas destes trabalhadores concentraram-se junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa, numa ação de luta por uma carreira específica de técnico auxiliar de saúde, uma vez que estão atualmente remetidos a uma carreira geral.

Fernanda Ferreira é auxiliar de ação médica há 26 anos num hospital público do Norte do país e até este mês recebia 609 euros brutos.

“Gostava de ver ministros da Saúde num hospital para perceberem quem os ajudaria e auxiliaria, quem lhes daria um copo de água ou os ajudava no banho”, desabafou Fernanda Ferreira, enquanto participava na concentração frente ao Ministério da Saúde.

Também presente no protesto, Sandra Freitas trabalha há 10 anos como auxiliar no Serviço Nacional de Saúde e tem um vencimento de 585 euros até este mês, antes da concretização do aumento do salário mínimo, cumprindo turnos e fazendo fins-de-semana.

“Não há respeito pelos auxiliares. Nem da parte do Ministério nem da parte dos outros colegas e profissionais de saúde”, comentou.

Ana Silva, auxiliar que também recebe o salário mínimo, queixa-se igualmente da falta de união dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde e lamenta que não se compreenda que os auxiliares de ação médica têm funções específicas e, como tal, deviam ter uma carreira própria.

Dezenas de auxiliares de ação médica estiveram sexta-feira concentrados frente ao Ministério da Saúde em Lisboa a protestar pela “gritante injustiça” de não terem uma carreira própria.

Os profissionais, que na sexta-feira cumpriram um dia de greve nacional, entregaram um abaixo-assinado a exigir a criação de uma carreira de técnico auxiliar de saúde, documento que conta com cerca de sete mil assinaturas, segundo Sebastião Santana, coordenador para a saúde da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.

Estudo
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto concluíram que 20,2% das pessoas que residem em “zonas...

“Queríamos perceber qual a relação entre o grau de caminhabilidade e as pessoas que optavam por se deslocar a pé em detrimento de outros meios de transporte”, contou Ana Isabel Ribeiro, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), responsável pelo estudo.

O estudo, recentemente publicado na revista Journal Environmental Research and Public Health, surgiu no âmbito de uma linha de investigação desenvolvida pelo ISPUP referente ao “impacto do desenho urbano na prática de atividades físicas”.

De acordo com Ana Isabel Ribeiro, os investigadores recorreram a informação contida nos Censos de 2011, referente ao meio de deslocação usado no dia-a-dia pelos 1,1 milhões de residentes dos municípios de Vila Nova de Gaia, Maia, Porto, Gondomar, Matosinhos e Valongo e cruzaram-na com os dados recolhidos por um indicador, designado de "índice de pedonalidade".

“O indicador, construído com base nos nossos sistemas de localização geográfica, permitiu-nos fazer um levantamento de todos os equipamentos existentes nas áreas dos municípios, como lojas, mercados e serviços”, explicou.

Assim, através do cruzamento das duas variáveis - grau de caminhabilidade e a proporção de pessoas que se deslocavam a pé - os investigadores concluíram que “existe uma diferença de quase o dobro” na deslocação dos que residem em “zonas mais amigas” dos seis municípios da Área Metropolitana do Porto.

“Concluímos que as pessoas que residiam em lugares mais amigos da deslocação terrestre se deslocavam, de facto, mais a pé, correspondendo a 20,2%. Contrariamente, dos que residiam em zonas menos caminháveis, com ruas menos interligadas e poucos equipamentos, só 10,7% é que se deslocava a pé no percurso do dia-a-dia”, frisou.

Segundo a investigadora, o estudo passa assim “a mensagem” de que o “transporte ativo [andar a pé] é uma forma fácil, barata e segura de as pessoas incorporarem atividade física no seu dia-a-dia”.

“Se conseguirmos que as pessoas, pelo menos nestas atividades que são quase que obrigatórias, se desloquem a pé, estamos, automaticamente, a melhorar o valor da atividade física”, salientou.

Ana Isabel Ribeiro acredita também que os resultados obtidos com este estudo podem ajudar “quem está na área de planeamento urbano”, uma vez que sustentam a ideia de que é “importante melhorar a estrutura da rede urbana e tornar as ruas mais interligadas”.

“Isto para além de ter um impacto significativo na prática de atividade física, pode também ter impacto na melhoria da sustentabilidade urbana ou até na economia, pois há quem diga que aumentar a caminhabilidade urbana dinamiza os negócios locais”, acrescentou.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde anunciou hoje a constituição de um grupo de trabalho para estudar a mortalidade infantil como uma das...

“Com o intuito de melhor estudar a mortalidade infantil e as suas componentes, foi constituído um grupo de trabalho que junta peritos internos e externos”, afirma a Direção-Geral da Saúde (DGS) em comunicado.

Uma fonte da Direção-geral da Saúde adiantou à Lusa que o grupo de trabalho irá analisar mais profundamente os dados da mortalidade infantil dos últimos anos.

Os resultados deste estudo irão ser apreciados por um segundo grupo de especialistas, antes da sua divulgação, refere a DGS, que gere o Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO), que permite fazer a vigilância epidemiológica da mortalidade em Portugal.

“Esta vigilância é complementada, periodicamente, por estudos mais abrangentes e aprofundados no sentido de clarificar o fenómeno e seus determinantes”, explica, adiantando que esta missão se insere na sua missão de “informar, com rigor e transparência, a bem da saúde dos portugueses.

Apesar de ainda não ter todas as causas apuradas nem dados definitivos, os dados provisórios da DGS apontam para uma taxa de mortalidade infantil (até ao primeiro ano de vida) de 3,28 óbitos por cada mil nados-vivos em 2018, valores considerados dentro da normalidade pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, apesar de estar acima do verificado em 2017.

Em declarações recentes, Graça Freitas adiantou que 194 dos 289 óbitos infantis registados em 2018 ocorreram na fase neonatal, ou seja, até aos 28 dias de vida.

Dessas 194 mortes neonatais, 100 tinham sido bebés prematuros de gestações com menos de 28 semanas, que são considerados os “grandes prematuros” e apresentam maior risco de mortalidade e de complicações associadas.

Os dados relativos à taxa da mortalidade infantil de 2018 são ainda provisórios, porque a autoridade de saúde aguarda o número de nascimentos apurado pelo Instituto Nacional de Estatística.

Contudo, Graça Freitas indica que não se deve fazer uma comparação dos dados de 2018 apenas com o ano anterior, até porque 2017 foi um ano com mortalidade infantil “anormalmente baixa”.

“O número de mortes está dentro do que é expectável para o nosso país, de acordo com a nossa linha de base. [Em 2018] é uma taxa dentro da variação habitual da mortalidade infantil, estando dentro do que é esperado”, afirmou.

Para ilustrar esta análise, a diretora-geral da Saúde comparou número brutos de mortalidade entre 2016 e 2018. Em 2016 morreram em Portugal 283 crianças até ao primeiro ano de vida e em 2018 morreram 289.

Assim, comparando o ano de 2016 com 2018, no ano passado terá havido um acréscimo de seis mortes em crianças até ao um ano, num universo estimado de 88 mil nascimentos.

Parlamento
A proposta de lei do Governo e os projetos do PSD, CDS-PP e PCP de Lei de Bases da Saúde baixaram hoje, sem votação, à...

Estes diplomas juntam-se à iniciativa do BE que já tinha descido à especialidade na anterior sessão legislativa, também sem votação na generalidade.

A atual Lei de Bases de Saúde é de 1990, tendo sido aprovada durante o primeiro Governo de maioria absoluta do PSD, liderado por Cavaco Silva.

Em junho do ano passado, por nomeação do Governo, a antiga ministra socialista Maria de Belém apresentou aos jornalistas uma anteproposta de Lei de Bases, mas que nunca chegou a ser apreciada em Conselho de Ministros.

Com a remodelação governamental de outubro, a nova ministra da Saúde Marta Temido indicou que pretendia “aperfeiçoar” o documento e incorporar a sua visão na proposta final do Governo.

O papel do Estado e dos privados ou a cobrança de taxas moderadoras são pontos centrais nas várias propostas que vão a debate e dividem as bancadas à esquerda e à direita.

A proposta do Governo para a nova Lei de Bases da Saúde elimina o apoio do Estado ao desenvolvimento do setor privado da saúde em concorrência com o público e estabelece que a contratação de entidades privadas e sociais fica condicionada à avaliação de necessidade.

O Governo estabelece na sua proposta uma "primazia dos serviços próprios do Estado" e abre a porta à exclusividade dos profissionais de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Apifarma
A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica congratulou-se hoje com o “impulso do Governo” no final do ano passado para a...

Numa resposta escrita, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes, manifestou também agrado com a intenção anunciada pelo Ministério da Saúde de “eliminar a dívida até ao final deste ano”.

Segundo disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, o objetivo é, ao longo deste ano, “tentar eliminar, ou quase eliminar, os pagamentos em atraso”.

Para a Apifarma, a eliminação da dívida aos fornecedores do SNS “é um importante sinal para os agentes económicos”, reforçando a competitividade e a confiança na economia portuguesa, ao mesmo tempo que considera que desta forma o Governo “reconhece o contributo essencial dos fornecedores do Estado para a sustentabilidade do SNS” e para prestar cuidados aos portugueses.

João Almeida Lopes frisa que uma política de pagamento a tempo e horas cria um ambiente de negociação favorável a todas as partes, Estado e fornecedores.

Os pagamentos em atraso dos hospitais públicos aos fornecedores ficaram no ano passado abaixo dos 500 milhões de euros, após reforços de financiamento, o que corresponde a uma redução de 42% face a 2017, segundo dados oficiais do Governo.

Os números divulgados hoje pelo Ministério da Saúde indicam que a dívida vencida dos hospitais ficou em 2018 nos 486 milhões de euros, um pouco acima das estimativas que o secretário de Estado Adjunto e da Saúde já tinha apontado em novembro do ano passado, quando calculou um valor entre os 400 milhões e 450 milhões de euros.

Em relação a 2017, o pagamento em atraso aos fornecedores reduziu-se 42,4%, segundo a nota do Ministério, que lembra que a diminuição das dívidas acumuladas foi possível pelo reforço de capital estatutário em mil milhões de euros, acrescido do reforço de financiamento de 400 milhões de euros aos hospitais EPE (entidades públicas empresariais).

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, disse à Lusa que o objetivo "é tentar eliminar, ou quase eliminar, os pagamentos em atraso ao longo de 2019", através do aumento do financiamento dos hospitais em cerca de 500 milhões de euros, consignado nas dotações iniciais do Orçamento do Estado.

Francisco Ramos admitiu, sem quantificar, "mais alguns reforços" de verbas ao longo do ano, como o do capital estatutário, para a "regularização de algumas dívidas".

Estudo
Um tipo de cancro do sangue raro, que afeta sobretudo crianças, pode surgir devido ao prolongamento de determinadas células no...

O cancro em causa chama-se leucemia linfoblástica aguda das células T, que aparece a partir das células precursoras (células indiferenciadas) que produzem as células T (também chamadas linfócitos T, um tipo de glóbulos brancos que protege o organismo).

Segundo um comunicado do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), o estudo revelou que este tipo de leucemia "pode emergir como consequência de prolongar a permanência das células precursoras" no timo, uma glândula situada sobre o coração que é responsável pelo desenvolvimento e a seleção de linfócitos T.

Os resultados da investigação, conduzida pela cientista do IGC Vera Martins, foram publicados na revista da especialidade The Journal of Immunology.

O IGC explica que, durante o processo de desenvolvimento dos linfócitos T, essenciais para combater infeções e prevenir o cancro, "há células precursoras que vêm da medula óssea e entram no timo para se desenvolver e aprender a proteger o organismo".

"Neste processo, o timo tem uma 'linha de montagem' onde muitas destas células iniciam a sua formação, mas são descartadas se não funcionarem bem", adianta o comunicado.

O trabalho liderado por Vera Martins concluiu que se "houver um problema" com as células precursoras, o timo "consegue manter sozinho a sua 'linha de montagem' durante algum tempo" e que esta função "está associada a um risco elevado de desenvolvimento de leucemia linfoblástica aguda das células T".

A equipa do IGC testou em ratinhos diversos "fatores genéticos" associados à formação dos linfócitos T.

"Em todas as condições [genéticas] testadas havia uma incidência de cerca de 80%" de leucemia linfoblástica aguda das células T, assinala o Instituto Gulbenkian de Ciência.

Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia
No dia 26 de janeiro, realiza-se, em Lisboa, a Reunião Monotemática da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia com vista à...

Ao longo desta reunião científica, dirigida a especialistas de Gastrenterologia mas também outras especialidades que integrem as equipas multidisciplinares, vão ser analisadas as diversas abordagens terapêuticas para o tratamento dos 5 tipos de cancros do aparelho Digestivo.

A urgência desta reunião e atualização de conhecimentos entre especialistas decorre da grandeza dos números. Mais de um terço das mortes por cancro são provocadas por cancros digestivos, sendo que morre um português por hora vítima de cancro digestivo.

Segundo os Profs. Rui Tato Marinho e Marília Cravo “Os números são muito relevantes e é necessário criar medidas para os travar. A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) assume o compromisso de estar ao lado dos profissionais de saúde, facultando conhecimentos e ferramentas necessárias para que possam exercer, todos os dias, as suas funções de diagnóstico e tratamento de uma forma eficaz. Mas também, ao lado da população em geral, transmitindo informação útil à prevenção.”

Em Portugal, três das doenças que mais matam são do Aparelho Digestivo. O cancro do Cólon e Reto é a 2ª causa de morte por cancro no nosso país, registando cerca de 4200 mortes anuais, mas provavelmente é aquele que será mais fácil de evitar com medidas adequadas de prevenção.

Por sua vez, a mortalidade do Cancro do Pâncreas tem vindo a aumentar, havendo agora mais de 1500 novos casos por ano. Em 2013 foram 1372. É habitualmente uma doença silenciosa pelo que um estilo de vida saudável pode ter um papel importante na prevenção. Nalguns países já ultrapassou o cancro da mama.

Por último, o Cancro do Fígado/Cirrose hepática é a 5ª causa de morte em Portugal em idades inferiores aos 70 anos. As principais causas são o Álcool, Hepatites C e B e a obesidade.

Em França
Testes realizados em França encontraram glifosato e outros químicos em fraldas infantis.

A agência francesa para a alimentação, saúde, ambiente e segurança, Anses, confirma que foram encontradas substâncias potencialmente tóxicas em fraldas para bebés, como por exemplo o herbicida glifosato. Alguns dos produtos químicos encontrados ultrapassam os níveis autorizados pela lei.

"Encontrámos uma dúzia de substâncias que ultrapassaram o limite permitido. Essas substâncias estão relacionadas com perfume que a indústria adiciona às fraldas principalmente por razões de marketing, ou são substâncias que surgem durante o processo de fabricação das fraldas", explicou o diretor da Anses, Gerard Lasfargues.

A Anses afirma que foi a primeira vez que estes testes foram feitos em fraldas, escreve o Diário de Notícias. Foram analisadas várias marcas, mas a agência não revela quais serão as mais perigosas. Porém, é provável que essas fraldas estejam à venda em vários países.

O governo francês reagiu prontamente e deu 15 dias aos fabricantes para apresentarem um plano de ação para a remoção das substâncias tóxicas. "Quero tranquilizar os pais. Segundo a ANSES, neste momento, não há riscos imediatos para a saúde das crianças - caso contrário saberíamos, porque todas as crianças do mundo usam fraldas - então não há risco imediato", afirmou a ministra da saúde francesa, Agnes Buzyn. "Claro que devemos continuar a pôr fraldas nos nossos bebés, já o fazemos há 50 anos", disse à AFP.

O glifosato é um herbicida que foi considerado cancerígeno pela Organização Mundial de Saúde mas que, apesar disso, continua a ser bastante usado. A União Europeia ainda permite o seu uso mas a França comprometeu-se a eliminar o uso de glifosato até 2021.

Semana Europeia de Prevenção do Cancro do Colo do Útero assinala-se de 21 a 27 de janeiro
O Cancro do Colo do Útero (CCU) é o 2º cancro ginecológico mais frequente na mulher com menos de 50

Nos anos 90, a epidemiologia e a biologia molecular estabeleceram uma relação causal entre a infeção persistente pelo papiloma vírus humano (HPV) de alto risco e o CCU, tornando-se no 1º cancro que tem sempre como causa necessária um agente infecioso. A infeção persistente pelo HPV é condição necessária para o desenvolvimento da doença.

Os genótipos 16 e 18 respondem por 70 a 75% dos casos na Europa e os tipos 31, 33, 45, 52 e 58 por mais 20%, o que significa que, no seu conjunto, estão envolvidos 90 a 95% dos casos de CCU, 95% do cancro do ânus, 90% do cancro da vulva, 85% do cancro da vagina, para além do cancro do pénis e muitos casos da orofaringe.

A identificação de um agente etiológico de origem viral levou ao desenvolvimento de uma vacina profilática, dirigida contra a infeção pelos HPV’s de alto risco 16,18, 31, 33, 45, 52 e 58. Os resultados de eficácia obtidos por esta vacina nos ensaios clínicos são próximos dos 100%. Os resultados na vida real confirmam que a vacina é altamente eficaz e sustentam a afirmação de que a prevenção primária do CCU causado por esses 7 tipos de HPV é possível.

O rastreio continua a ser fundamental. Permite a prevenção secundária, porque, por essa via, identificamos as lesões pré-cancerosas e evitamos o aparecimento do cancro. Tradicionalmente, o rastreio foi feito com a realização regular da citologia do colo do útero. Hoje sabe-se que não é a metodologia mais eficaz, daí a substituição da citologia pelo teste que identifica a presença do HPV de alto risco. Este teste permite a pesquisa do agente causal e é mais eficaz que a citologia. É o que está a acontecer no nosso país – as sociedades científicas e a Direção Geral da Saúde recomendam a realização do teste ao HPV de alto risco como método preferencial de rastreio, nas mulheres dos 25 aos 60 anos.

A estratégia de prevenção do CCU deve assumir duas perspetivas complementares: saúde pública e individual.

A primeira da responsabilidade das autoridades de saúde que devem planear e articular alguns programas:

Vacinação contra as doenças provocadas pelo HPV, no âmbito do Plano Nacional de Vacinação - para raparigas, como está a ser feito, mas também para rapazes, como se impõe.

Implementação de programas de rastreio com o teste ao HPV, em todo o país, com base nos médicos de família, devidamente organizados, com convite personalizado e controlo de qualidade.

Articulação dos cuidados de saúde em rede de referenciação, com vista ao diagnóstico precoce, tratamento e seguimento das doentes, com controlo de qualidade.

Não podemos esquecer a perspetiva individual, que é da responsabilidade da mulher e do seu médico assistente. Apenas 4% das mulheres com mais de 25 anos foram vacinadas!

Na semana passada recebi no consultório uma mulher com 32 anos com uma lesão pré-cancerosa do colo do útero. Vi na ficha clínica que lhe tinha recomendado que fizesse a vacina em 2008, quando ela tinha 22 anos e questionei-a se o tinha feito. “Não fiz, Senhor Doutor, fui a um colega seu que me disse que não ia ser eficaz, porque eu já tinha tido relações”. Ela estava arrependida de não ter seguido a minha orientação e eu penalizado porque não tinha sido suficientemente convincente. Estou certo que se fosse vacinada teria evitado a sua situação atual. Em princípio, todas as mulheres devem ser vacinadas, mesmo aquelas que têm lesões, como o demonstra a evidência científica publicada.

Em suma, a prevenção do CCU passa pela vacinação e rastreio. É um cancro evitável – a decisão cabe a todos nós.

Dr. Daniel Pereira da Silva
Ginecologista - Instituto Médico de Coimbra

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito
Pouco mais de metade dos inquiridos pela revista Teste Saúde usam as plataformas na Internet para marcar consultas, exames...

Num inquérito divulgado hoje pela revista editada pela associação de consumidores DECO Proteste, só 54% das pessoas que responderam ao inquérito afirmaram já ter usado uma destas plataformas, com o Portal do SNS a ser apontado por 85%.

A marcação de consultas, o acesso a registos médicos e o pedido de receitas de medicamentos e exames são as funções mais utilizadas.

Na avaliação dos utilizadores, ter acesso às plataformas 'online' não aumentou o acesso aos serviços de saúde.

Para a maioria dos que não utilizam, trata-se de uma opção, justificada pela vontade de manter fora da Internet dados de saúde pessoais.

Essa é uma preocupação expressa por 85% dos utilizadores de plataformas, que receiam que as suas informações possam ser vistas por piratas informáticos, empresas privadas, seguradoras ou pela indústria farmacêutica.

"Apesar de legítima, esta ambição será difícil de concretizar, dada a intenção de “desmaterializar” os processos no Serviço Nacional de Saúde: atualmente, já não se entregam, por exemplo, receitas em papel, nem novos boletins de vacinas", regista a Teste Saúde, que considera "preocupante que 23% dos inquiridos nunca tenham ouvido falar em plataformas digitais de saúde".

A segunda plataforma mais utilizada, a privada MyCuf, foi apontada por 23% dos utilizadores de plataformas como a preferida.

Em termos de satisfação global dos utilizadores, ganha mais pontos do que o Portal do SNS.

Face aos resultados, a DECO Proteste defende que tem que ser o Ministério da Saúde a divulgar o portal e acautelar a acessibilidade dos dados pessoais.

"O consumidor deve ter o direito de decidir quando, como e com quem partilha os seus dados", refere a DECO, que considera que "a supervisão da Comissão de Proteção de Dados é fulcral", atuando sempre rápida e eficazmente em caso de "problemas de segurança ou de violação de privacidade".

A Teste Saúde dá alguns conselhos sobre como procurar informação fiável sobre saúde, apontando como fontes credíveis "hospitais, agências de saúde ou ministérios" ou endereços terminados em ".edu" ou ".gov".

Por outro lado, é preciso "especial cuidado com os blogues" e atenção a sinais de alerta como "linguagem emotiva, com excesso de exclamações e promessas".

No caso de informação veiculada por empresas privadas, recomenda que se "ative o sentido crítico", porque pode estar a mostrar-se só "uma face da moeda, para incentivar a compra de produtos ou serviços".

O inquérito foi realizado entre maio e junho de 2018 através do envio de questionários a pessoas com idades entre os 25 e os 69 anos, com 415 respostas válidas, e feito por congéneres da Teste Saúde na Bélgica, Espanha e Itália.

Ministério da Saúde
Os pagamentos em atraso dos hospitais públicos aos fornecedores ficaram no ano passado abaixo dos 500 milhões de euros, após...

Os números divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que a dívida vencida dos hospitais ficou em 2018 nos 486 milhões de euros, um pouco acima das estimativas que o secretário de Estado Adjunto e da Saúde já tinha apontado em novembro do ano passado, quando calculou um valor entre os 400 milhões e 450 milhões de euros.

Em relação a 2017, o pagamento em atraso aos fornecedores reduziu-se 42,4%, segundo a nota do Ministério, que lembra que a diminuição das dívidas acumuladas foi possível pelo reforço de capital estatutário em mil milhões de euros, acrescido do reforço de financiamento de 400 milhões de euros aos hospitais EPE (entidades públicas empresariais).

Questionado sobre a tendência estimada da dívida para este ano, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, disse que o objetivo "é tentar eliminar, ou quase eliminar, os pagamentos em atraso ao longo de 2019", através do aumento do financiamento dos hospitais em cerca de 500 milhões de euros, consignado nas dotações iniciais do Orçamento do Estado.

Francisco Ramos admitiu, sem quantificar, "mais alguns reforços" de verbas ao longo do ano, como o do capital estatutário, para a "regularização de algumas dívidas".

Numa nota, o Ministério salienta que a redução dos pagamentos em atraso foi possível “apesar de a despesa efetiva do SNS ter aumentado”, atingindo no ano passado cerca de 10 mil milhões de euros pela primeira vez desde 2010.

A despesa do SNS teve, assim, um crescimento de 5% face a 2017 e um aumento de 12% comparando com 2015, sobretudo devido ao reforço com gastos com pessoal, com medicamentos e materiais de consumo.

O Ministério estima que a "sustentabilidade das contas" dos hospitais continue este ano, com o avanço do projeto de dar autonomia aos hospitais do SNS, começando num grupo de 11 unidades, que já foram definidas pelo Governo.

As 11 unidades hospitalares e de saúde do país selecionadas para integrarem um modelo de gestão autónoma são: Hospital Garcia da Orta, Hospital Fernando Fonseca, Hospital Magalhães de Lemos, IPO do Porto, Hospital Santa Maria Maior, Hospital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, Centro Hospitalar de Leiria, Centro Hospitalar de São João, Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos e ULS Alto Minho.

Sindicato
Os enfermeiros terminam hoje uma greve de quatro dias convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que decorre desde...

A greve geral decorre nos turnos da manhã e da tarde nas instituições de saúde do setor público e desenvolveu-se por regiões de saúde, sendo hoje abrangidas pela paralisação as regiões do Algarve, Alentejo e Açores.

O primeiro dia de greve, 22 de janeiro, na região de Lisboa, foi até agora o mais participado, com uma adesão de quase 70% dos enfermeiros.

“É uma greve de todos os enfermeiros para todos os enfermeiros”, cujos “objetivos centrais” se prendem com “duas grandes questões”: a correta contabilização dos pontos para efeitos de descongelamento das progressões e o encerramento da negociação da carreira por parte do Ministério da Saúde, explicou José Carlos Martins, presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Apesar de estar marcada uma reunião de negociação suplementar para o dia 30 de janeiro, o SEP decidiu manter a greve por considerar que as propostas apresentadas pelo Ministério da Saúde “estão muito longe daquilo que são as justas reivindicações dos enfermeiros”, sublinhou.

O primeiro dia de greve abrangeu os hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, o segundo a ARS do Centro, no dia seguinte a ARS do Norte e na hoje abrange as regiões do Algarve, Alentejo e Açores.

‘Xylella fastidiosa’
Um inseto conhecido como cigarrinha é o responsável pela propagação da bactéria ‘Xylella fastidiosa’, mas é também a solução...

Desde a década de 1980 que a bactéria está identificada e tem provocado quebras avultadas nas videiras dos Estados Unidos da América, nos pomares de laranja da Baía do Brasil e nos olivais de Itália. Chegou à Europa em 2013 e, desde então, já foi detetada também em França, Holanda, Alemanha, Espanha e, no início de janeiro, em Portugal, em plantas de lavanda num jardim de um ‘zoo’ de Vila Nova de Gaia.

Em 2016, surgiu um projeto europeu com 39 parceiros, entre os quais o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), que representa Portugal e que está a estudar os vetores, aqueles que propagam a bactéria que causa destruição em mais de 350 variedades de plantas agrícolas e ornamentais, como disse José Alberto Pereira, o coordenador nacional.

No laboratório de bioagrotecnologia do IPB há uma equipa de três bolseiros e outros investigadores a estudarem a espécie de cigarrinha que mais preocupa nesta problemática e que é a cigarrinha das espumas.

Os sinais da presença deste inseto, como explicou o coordenador, são visíveis na primavera, sobretudo nas plantas rasteiras, nas quais se observa com frequência a presença de uma espuma entre as folhas.

Trata-se de um produto segregado pelas cigarrinhas, que se alimentam de vegetais.

Nem a espuma, nem as cigarrinhas são uma ameaça, a não ser que a planta de que o inseto se alimenta esteja infetada com a bactéria Xylella fastidiosa. Nesse caso, depois de ingerir a planta, se o inseto for alimentar-se de outra vai contaminá-la, num processo de contágio idêntico à transmissão de doenças humanas como a malária, propagada pela picada de um mosquito.

José Alberto Pereira explicou que a bactéria passa para a planta e aloja-se no xilema (os vasos condutores da seiva), provocando a obstrução dos mesmos e matando a planta.

O ramo afetado seca e destruir a planta contaminada é atualmente a única solução.

“É impossível destruirmos as plantas todas, pelo que os investigadores procuram arranjar forma de atacar o mal por aquele que o propaga: o vetor”, indicou.

Destruir o inseto, a cigarrinha, ou diminuir a população, provocando uma quebra no ciclo de reprodução, são algumas das possibilidades em estudo e que podem passar pela colocação de armadilhas idênticas às utilizadas para as moscas.

A luta biológica é a linha orientadora da investigação que ainda não aponta prazos para chegar à solução.

Os diferentes parceiros continuam a estudar os vetores no terreno, que no caso de Portugal abrange olival, vinha e amendoal de Trás-os-Montes até à região de Setúbal e irá avançar, este ano, para o estudo nas zonas de citrinos.

Até existir uma proposta de combate por parte da comunidade científica, a contenção da ameaça passa por procedimentos de cautela por parte de agricultores e comércio na aquisição de plantas e atenção à suspeita de possível contaminação, que deve ser comunicada às autoridades.

Além da importação de plantas contaminadas, a bactéria pode ser transportada por outras vias de mais difícil controlo, como explicou, nomeadamente nos contentores que chegam aos portos marítimos.

Na luta contra esta bactéria, o politécnico de Bragança está também a trabalhar com o INIAVE, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

Faz também parte de uma rede Ibero-americana criada recentemente para estudar esta ameaça internacional que pode colocar em risco extensas manchas de culturas com elevado valor económico.

Nova campanha alerta para os sinais da doença
Sob o mote "Sinais do coração. Não deixe a viagem acabar cedo demais”, a nova campanha da Sociedade Portuguesa de...

Não fosse a insuficiência cardíaca (IC) uma patologia que afeta cerca de meio milhão de portugueses, e cerca de 26 milhões de pessoas em todo o mundo, com uma taxa de mortalidade superior à de alguns tipos de cancro como leucemia, cancro da mama, próstata e cólon, não fosse estimado que 1 em cada 5 portugueses irá desenvolver IC em algum momento ao longo da vida, números estes que, de acordo com o estudo The current and future burden of heart failure in Portugal, realizado por um grupo de investigadores nacionais, estimam que a mortalidade por IC sofra um incremento de 73% nos próximos 20 anos (com 8.112 mortes por IC em 2036) e que os anos de vida perdidos aumentem em 47,3% (atingindo 16.788 em 2036), e não se justificaria a urgência de lançar uma campanha sobre esta síndrome, já considerada uma epidemia à escala mundial, a que se associa o envelhecimento da população e sua longevidade. Em Portugal, o Ministério da Saúde reconheceu o impacto da insuficiência cardíaca e decidiu, recentemente, criar um grupo de trabalho dedicado a implementar uma gestão integrada da doença no país.

Acresce o facto de, em Portugal, a IC representar a principal causa de internamento hospitalar de pessoas com mais de 65 anos de idade, é uma doença subdiagnosticada e cujos sintomas se confundem com sinais do envelhecimento, pelo que são frequentemente negligenciados. Daí a campanha ter como assinatura "sinais do coração, não deixe a viagem acabar cedo de mais." O que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia pretende com esta campanha é, assim, colmatar duas das grandes fragilidades associadas ao diagnóstico e tratamento desta doença: O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas, e a importância de se diagnosticar atempadamente, prevenindo os internamentos e reduzindo assim a mortalidade associada à IC.

Para que cada português com Insuficiência Cardíaca possa seguir viagem mais tempo, com o devido acompanhamento e segurança, para que cada português possa aprender os sinais e prevenir esta doença, a SPC lança uma campanha multimeios, online e offline, e que conta com uma ação de ativação.

Numa parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com o Metropolitano de Lisboa, será instalado um coração na sua forma anatómica e gigante na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, nos dias 25 e 26 de janeiro, e no dia 28 do mesmo mês na estação de metro de São Sebastião, em Lisboa.  A apadrinhar esta ação de sensibilização estará o cantor Salvador Sobral que enquanto embaixador da campanha, marcará presença na abertura do evento no dia 25 de janeiro do 12h às 14h, junto ao coração, na Alameda D. Afonso Henriques, ao lado do Presidente da SPC, João Morais. De recordar que o vencedor do Festival Eurovisão da Canção 2017 foi submetido a um transplante cardíaco há cerca de um ano em resultado de uma IC muito grave e apadrinha a ação por acreditar o quão importante é reconhecer a doença, os seus sintomas e poder assim tratá-la atempadamente.

Sindicato
A greve dos auxiliares de ação médica, que decorre hoje, está a ter uma adesão "acima dos 90% no país, atingindo os 100%...

O coordenador para a área da Saúde da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Sebastião Santana, disse que em Lisboa os hospitais de São José, de Santa Maria e Fernando Fonseca (Amadora/Sintra) têm uma adesão de 100%, bem como o de São João, no Porto.

Ainda em Lisboa, o hospital pediátrico Dona Estefânia registava neste primeiro turno de greve 85% de adesão e em Coimbra os hospitais universitários estavam "acima dos 80%".

Sebastião Santana afirmou que esta "é uma excelente adesão".

Estes trabalhadores estão numa greve de 24 horas para exigir a reposição da carreira de técnico auxiliar de saúde, extinta em 2009, e vão entregar um abaixo-assinado no Ministério da Saúde.

"Uma excelente adesão ainda por cima com o ataque que houve aos serviços mínimos nesta greve, que foram conciliados por um tribunal arbitral e são serviços mínimos muito superiores às greves normais da saúde para estes trabalhadores. Está a ser uma grande greve", declarou esta noite à Lusa.

Para apresentação destes dados foi convocada uma conferência de imprensa no Hospital de São José, em Lisboa, a que assistiram a coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, e o secretário-geral da CGTP-In, Arménio Carlos.

Numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, Sebastião Santana explicou que há um “descontentamento enorme” entre estes trabalhadores, desde que viram a carreira extinta há 10 anos, durante o governo do primeiro-ministro José Sócrates.

O coordenador nacional do setor da saúde da federação sindical disse que se trata de uma greve exclusiva dos cerca de 30 mil assistentes operacionais com funções de auxiliar de ação médica, porque o atual Governo, bem como os anteriores, “insiste na não valorização das funções dos auxiliares de ação médica”.

De acordo com o responsável, o atual Governo não está disponível para corrigir esta situação, lembrando que numa reunião, em 28 de dezembro, com a ministra da Saúde, Marta Temido, foi “dito claramente que não havia vontade do executivo de este ano proceder à criação da carreira de técnico auxiliar de saúde”.

Paralelamente com a greve, os trabalhadores vão deixar um abaixo-assinado com “milhares de assinaturas recolhidas em todo o país” a exigir a criação desta carreira, sendo essa a “reivindicação única”.

Sebastião Santana apontou que dez anos depois da extinção da carreira, era expectável a valorização dos conteúdos funcionais, formação contínua e valorização salarial.

O sindicalista aproveitou ainda para denunciar algo de “absolutamente inaceitável”, que aconteceu na sequência do pré-aviso de greve e que teve a ver com o facto de a conciliação dos serviços mínimos ter sido feita por iniciativa da Direção-geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

“Quando se convoca uma greve, quem convoca define os serviços mínimos adequados e caso alguma entidade empregadora não esteja de acordo, recorre à DGERT para chegar a acordo. Desta vez, por indicação da DGERT, ou do próprio ministério [da Saúde], foram convocados todos os centros hospitalares para um processo de conciliação quando muitos não tinham identificado problemas no aviso prévio”, acrescentou.

Estudo
A crise socioeconómica que afeta a Venezuela e o aumento da incidência de doenças infecciosas e parasitárias terão desfeito...

“Lamentavelmente, o país está a mostrar uma deterioração da sobrevivência infantil pela primeira vez. A Venezuela é o único país da América do Sul que voltou a níveis da mortalidade infantil dos anos 1990”, afirma Jenny Garcia, do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da Universidade de Paris Panthéon-Sorbonne, uma das entidades que conduziu o estudo, publicado ontem no jornal The Lancet Global Health.

A investigação, que também foi conduzida por especialistas de institutos e universidades venezuelanos, apresenta-se como “o primeiro estudo” que tenta preencher a ausência de dados oficiais sobre esta matéria, uma vez que o governo venezuelano deixou de divulgar estatísticas de mortalidade em 2013.

“Este é o primeiro estudo que tenta preencher esta lacuna e tenta traçar um cenário da mortalidade infantil na Venezuela com base em dados hospitalares e censos da população posteriores a 2013”, referem os especialistas, recordando que, em 2016, a Assembleia Nacional da Venezuela (parlamento) declarou uma crise humanitária no país.

O estudo indica que as taxas de mortalidade infantil na Venezuela podem ter parado de regredir e começado a aumentar em 2009, ano em que o financiamento do sistema de saúde venezuelano começou a ser substancialmente reduzido. Na altura, a Venezuela era governada por Hugo Chávez, que liderou o país entre 1999 e 2013.

Os investidores estimam que, em 2016, a taxa de mortalidade infantil na Venezuela foi de 21,1 mortes por cada mil nados vivos, o que significa 1,4 vezes mais do que a taxa registada em 2008 (15,0 mortes por cada mil nados vivos).

Em Portugal, em 2016, a taxa de mortalidade infantil foi de 3,24 mortes por cada mil nados vivos (no ano passado foi de 3,28 mortes por cada mil nados vivos).

A análise publicada ontem reforça que o valor estimado para 2016 é equivalente à taxa de mortalidade infantil registada em finais da década de 1990 na Venezuela, com os especialistas a concluírem que os progressos alcançados pelo país ao longo dos últimos 18 anos nesta área podem estar perdidos.

“Na ausência de dados oficiais, as estimativas de mortalidade infantil da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Comissão Económica das Nações Unidas para a América Latina e Caraíbas (CEPAL) assumiram que a tendência histórica de queda tinha continuado nos últimos anos. No entanto, é improvável que tais estimativas representem com precisão os efeitos da recente deterioração nos padrões de vida e na prestação de cuidados de saúde”, salienta o documento.

No estudo, os investigadores recordam que, entre as décadas de 1950 e 2000, a Venezuela registou um declínio significativo nos níveis de mortalidade infantil, ao ter criado “políticas destinadas a proteger a população mais vulnerável”.

“Durante a segunda metade do século XX, a Venezuela sofreu um dos maiores declínios na mortalidade infantil na América Latina, de 108 por cada mil nados vivos em 1950 para 18,2 por cada mil nados vivos em 2000. Esse declínio na mortalidade infantil foi impulsionado pelo progresso económico, pelo aumento dos padrões de vida, pelo melhor saneamento, pelas campanhas de vacinação em massa, pela distribuição de antibióticos e pela eliminação de vetores transmissores de doenças”, menciona o documento.

Mas, “desde a crise, o estado nutricional (das pessoas) deteriorou-se, com 89,4% dos lares a declararem não ter dinheiro suficiente para comprar alimentos em 2017”, realçam os investigadores.

A investigação acrescenta que, desde 2007, os gastos governamentais com a saúde diminuíram, opção que resultou na diminuição de consultas médicas, no recuo da taxa de ocupação das camas hospitalares e em campanhas de vacinação inadequadas.

O estudo avança ainda que, em 2014, as despesas com serviços de saúde representavam 64% do total das despesas do orçamento das famílias, uma das maiores percentagens na América Latina.

Enquanto isso, frisam também os investigadores, “a escassez de medicamentos básicos, de utensílios cirúrgicos e das fórmulas de leite em pó para lactantes desencadearam aumentos de preços, tornando os serviços de saúde inacessíveis para a maioria dos venezuelanos”.

Ainda no documento, é referido que, desde 2016, a OMS tem relatado um aumento da incidência de doenças infecciosas e parasitárias “que tinham sido controladas ou erradicadas em décadas anteriores” no território venezuelano.

“Durante crises significativas, as causas mais comuns de morte são as mesmas daquelas relatadas nos países com as maiores taxas de mortalidade infantil: doenças diarreicas, infeções respiratórias agudas, sarampo, malária e desnutrição severa. Todos esses elementos estão presentes na Venezuela e certamente afetarão negativamente a mortalidade infantil futura”, sustenta Jenny Garcia.

Os investigadores deste estudo acautelam ainda que “correm o risco de produzir estimativas conservadoras”, ao presumirem que o registo de nascimentos e de mortes permaneceu no mesmo nível observado antes da crise, apesar da degradação dos serviços públicos.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política, económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
A gripe em Portugal manteve-se na semana de 14 a 20 de janeiro numa fase de atividade epidémica, mas com intensidade moderada e...

De acordo com o boletim divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), na terceira semana do ano “a taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 85,5 por 100.000 habitantes”, tendo sido “predominantemente detetados em circulação os vírus da gripe dos subtipos A(H1) pdm09 e A(H3)”.

Na semana anterior a taxa de incidência tinha sido de 48,8 por 100 mil habitantes, com uma descida acentuada em relação à primeira semana, na qual se registou uma taxa de incidência da gripe de 80,9 casos por 100 mil habitantes, com dois subtipos de vírus em circulação.

O boletim ontem divulgado pelo INSA adianta ainda que foi verificado “um aumento do número de amostras positivas para o vírus da gripe nas últimas quatro semanas”.

Ainda segundo o documento, foram reportados 22 casos de gripe pelas 28 unidades de cuidados intensivos que enviaram informação, “tendo sido identificado o vírus Influenza A em 19”, três do subtipo A (H3N2); dois do subtipo A (H1N1) e 14 não subtipados.

“Foram ainda reportados seis casos de gripe pela Enfermaria Pediátrica que colabora na vigilância, tendo sido identificado o vírus A (H1N1) em três e o A (H3N2) nos outros três”, refere o boletim.

O INSA adianta ainda que a mortalidade registou valores “acima do esperado” numa semana em que o valor médio da temperatura mínima do ar esteve mais de um grau abaixo dos valores normais para o mês de janeiro.

Em 2018
Os médicos de família avaliaram os níveis de atividade física e comportamentos sedentários de mais de 58 mil utentes em 2018,...

A medida faz parte da promoção da atividade física nos cuidados de saúde primários com recurso a ferramentas digitais, um dos “eixos prioritários” do programa, disse Marlene Silva, da direção do Programa Nacional de Promoção da Atividade Física (PNPAF), cujo relatório anual foi apresentado ontem em Lisboa.

O objetivo foi promover um sistema de vigilância da atividade física dos utentes, abrindo a porta não só à monitorização continuada como ao aconselhamento breve neste âmbito.

Para isso, foram criadas ferramentas digitais de avaliação e aconselhamento breve de atividade física, que atualmente estão disponibilizadas em todo o país.

Mesmo sem ter existido uma divulgação concertada e generalizada ao nível dos cuidados de saúde, observou-se uma crescente utilização destas ferramentas pelos profissionais de saúde.

“Os profissionais desde há um ano que as podem utilizar e muitos têm utilizado, temos mais de 58.000 utentes avaliados por este sistema no ano passado”, tendo já sido emitidos cerca de 14 mil guias de atividade física pelos cuidados de saúde primários, disse Marlene Silva.

Para a investigadora da Faculdade de Motricidade Humana, membro da direção do PNPAF, o número de utentes avaliados é “expressivo, porque não foi feita uma disseminação alargada destas ferramentas que estavam em fase piloto”.

Este ano, as ferramentas vão ser disseminadas e vão ser realizadas ações de formação aos profissionais de saúde para o projeto “ganhar escala”.

A ferramenta de avaliação está incluída no sistema de apoio à consulta nos cuidados de saúde primários e o profissional de saúde, tal como regista o peso, a altura, a pressão arterial e outros dados, coloca questões para avaliar quantas vezes por semana e durante quanto tempo o utente fez atividade física moderada a vigorosa e teve comportamentos sedentários.

“Esta avaliação vai-nos permitir ter um instrumento de monitorização da atividade física no sistema de saúde”, que vai permitir “perceber melhor os dados nacionais e internacionais” relativos à atividade física, explicou Marlene Silva.

Vai ser também criada este ano uma consulta de atividade física destinada a doentes com diabetes tipo 2 e depressão, “duas condições muito prevalentes”, para as quais “a atividade física tem demonstrado efeitos benéficos muito marcantes”.

“Vamos testar o custo-efetividade desta consulta específica” e “vamos fazê-lo em 14 centros de saúde do país”, uma avaliação que durará um ano e vai permitir perceber “se esta é uma via a disseminar a todo o SNS”.

No âmbito do PNPAF, será também lançada este ano uma campanha nacional de promoção da atividade física.

“Portugal ainda não teve uma campanha realmente nacional para aumentar os níveis de literacia física, de prontidão e de motivação para a prática de atividade física”, disse Marlene Silva, adiantando que a campanha deverá ser lançada em maio e decorrerá em vários meios de comunicação social.

O programa traça como metas para 2020 aumentar para 32% a percentagem de adultos que faz exercício ou pratica desporto com regularidade e aumentar para 70% a percentagem de adolescentes que pratica atividade física três ou mais vezes por semana.

Outra das metas é aumentar para 25% a percentagem de adultos com menos de sete horas e meia por dia em atividade sedentária.

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