Associação Nacional de Centros de Diálise

Clínicas de Diálise reclamam inclusão na lista de serviços de interesse público

Durante o “apagão” que deixou Portugal sem eletricidade e comunicações durante várias horas, na segunda-feira, de norte a sul do país, todos os doentes com necessidade de hemodiálise foram tratados normalmente nas clínicas privadas associadas da Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL). Estas clínicas, recorde-se, tratam mais de 90 por cento dos portugueses que padecem de Doença Renal Crónica e que fazem hemodiálise, em complementaridade com o Serviço Nacional de Saúde.

“As clínicas privadas de diálise operaram normalmente, tratando todos os doentes programados, em todo o país, em mais de 120 localizações. Todas as clínicas têm geradores e teriam capacidade de fazer tratamento por mais algumas horas”, afirma Paulo Dinis, novo presidente da ANADIAL para o biénio 2024-2026. “No entanto, não nos foi prestado qualquer apoio nem tivemos qualquer tipo de contacto das entidades centrais neste tipo de cenário. Apesar de prestarmos um serviço que garante a vida a milhares de portugueses não temos ainda o apoio da Rede de Emergência Nacional, algo que a par dos hospitais, devemos ter”, continua.

“Aguardamos até hoje pela devolução do contacto feito à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. É urgente sermos olhados como um conjunto de clínicas que devem ter o apoio proativo da Proteção Civil tendo em conta a nossa missão. Esse contacto proativo, ou outro qualquer das autoridades, não só não aconteceu, como fomos ignorados, contando apenas com os nossos associados”, conclui Paulo Dinis.

A ANADIAL teme que uma repetição desta situação ou de outra que possa durar mais tempo faça perigar a capacidade dos seus associados de operarem com normalidade, tratando milhares de pessoas e pondo em  efetivo risco de vida estas pessoas. A Associação apela a que o mais rapidamente possível possa contar com a integração da Rede de Emergência Nacional, que, na prática, se traduziria na obtenção de formas complementares de comunicação, além do acesso a bens de primeira necessidade para o seu funcionamento normal, como combustível para os geradores e transportes, abastecimento de água e apoio na gestão de transportes de doentes. 

A Associação Nacional de Centros de Diálise lembra ainda que também numa situação de crise mais prolongada, como na Pandemia do Covid-19, nunca deixou de prestar a assistência devida a todos os que precisavam de diálise para viver e no que depender de si, todos os portugueses podem contar com os seus associados.

Fonte: 
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Nota: 
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