Um avanço promissor, mas não a solução completa
Os avanços farmacológicos revolucionaram o tratamento da obesidade, uma doença crónica que afeta milhões de pessoas no mundo...

A ciência por detrás da mudança

Em 2023, a revista Science escolheu os medicamentos anti obesidade como a descoberta do ano. Mas o desenvolvimento destes medicamentos baseia-se em décadas de investigação. Em 2024, o Prémio Princesa das Astúrias para a Investigação Técnica e Científica reconheceu o trabalho de cinco cientistas que revolucionaram a abordagem da obesidade e da diabetes ao descobrirem o papel das hormonas GLP-1 e GLP-2 no metabolismo digestivo e a sua utilização como instrumento eficaz no tratamento da obesidade.

Graças a estes avanços, dispomos agora de medicamentos que não só melhoram o controlo glicémico, como também reduzem o apetite, aumentam a saciedade, promovem a perda de peso e melhoram os parâmetros cardiovasculares.

 

Uma ferramenta útil, não uma solução única para todos

Embora o potencial destas injeções seja indiscutível, os especialistas estão de acordo: o verdadeiro desafio não é apenas perder peso, mas mantê-lo ao longo do tempo e garantir que a perda se faz à custa de gordura e não de músculo. Além disso, o desafio consiste também em integrar hábitos saudáveis e sustentáveis. É aqui que entra a abordagem holística.

A obesidade é uma doença crónica que requer um tratamento contínuo e personalizado. Por isso, a estratégia médica para a combater deve incluir uma alimentação saudável, atividade física regular e técnicas comportamentais que ajudem a melhorar a relação com a comida. Sem estes elementos, após o abandono do medicamento, o risco de recuperar o peso perdido é elevado: segundo estudos científicos, estima-se que 50% das pessoas abandonam o tratamento medicamentoso no primeiro ano, recuperam até dois terços do peso perdido.

Além disso, devido à restrição calórica, e se não for seguido um plano nutricional com a quantidade certa de proteínas, pode ocorrer uma perda de massa muscular durante a utilização do injetável. O essencial na perda de peso é que a gordura corporal seja reduzida enquanto o músculo é preservado, pois tanto a massa muscular como a função têm um impacto direto na nossa vitalidade e qualidade de vida diária.

 

Então, como podemos maximizar os resultados dos injetáveis para perda de peso?

A base do sucesso passa por conseguir incorporar hábitos alimentares saudáveis, atividade física regular e uma melhor relação com a comida. Assim a PronoKal sugere:

  • Um plano alimentar personalizado, baseado na dieta mediterrânica e com a quantidade certa de proteínas para proteger a massa muscular durante a perda de peso.
  • Programas de exercício físico específicos para preservar a massa muscular, adaptados a todos os níveis e necessidades.
  • Técnicas de motivação autoaplicáveis que facilitam a incorporação de novos hábitos para alcançar o bem-estar geral. Trabalha-se a motivação, os pensamentos, a gestão das emoções e o comportamento alimentar.
  • Alimentos proteicos de alta qualidade nutricional, concebidos para satisfazer as necessidades do paciente ao longo de todo o processo.
  • Acompanhamento médico e nutricional contínuo por uma equipa especializada e com o apoio de ferramentas digitais exclusivas.

 

Os mitos
A hipocondria, conhecida como Perturbação de Ansiedade de Doença, é uma condição que continua a ser

Estima-se que cerca de 5% da população mundial viva com essa condição, mas o estigma que a rodeia torna difícil o diagnóstico e o acesso ao apoio adequado.

No entanto, há formas de compreender melhor a condição e, mais importante, de lidar com ela de forma eficaz. Com o objetivo de esclarecer e desmistificar esta condição, a Lusíadas Saúde partilha os principais mitos sobre a hipocondria:

Mito 1: “Hipocondria é apenas uma forma de chamar a atenção”

A realidade é bem diferente: a ansiedade associada à hipocondria é real. Não se trata de procurar atenção, mas sim de uma preocupação constante com a saúde, que pode afetar profundamente a qualidade de vida.

Mito 2: “Se os exames estão normais, o paciente não tem motivos para se preocupar”

Mesmo que os exames saiam normais, a ansiedade persiste. A questão não está nos resultados clínicos, mas na interpretação que a pessoa faz dos sinais do corpo, que, muitas vezes, são amplificados pela preocupação.

Mito 3: “A pessoa hipocondríaca está sempre a inventar doenças”

Na verdade, o sofrimento é real. Quem lida com a hipocondria sente desconfortos, dores e alterações físicas que não são inventadas, mas interpretadas como sinais de doenças graves. Não se trata de uma farsa – é uma sensação genuína de medo.

Mito 4: “A internet ajuda a esclarecer dúvidas sobre sintomas”

Embora a internet seja uma ferramenta útil, a pesquisa sem orientação pode aumentar a ansiedade, gerar autodiagnósticos errados e reforçar os ciclos obsessivos. Em vez de procurar respostas online, o mais seguro é procurar um profissional de saúde, que pode ajudar a entender o que está realmente a acontecer.

Mito 5: “A hipocondria resolve-se com frases de tranquilização”

Embora quem tenta tranquilizar com frases como “não é nada” ou “estás a exagerar” tenha boas intenções, isso pode acabar por aumentar o sentimento de incompreensão. O apoio de um profissional de saúde mental é fundamental para lidar com a ansiedade de forma mais equilibrada e eficaz.

Mito 6: “A hipocondria afeta apenas adultos”

Embora seja mais comum em adultos, a hipocondria também pode afetar adolescentes. A pressão, as mudanças e as expectativas sociais podem influenciar o desenvolvimento da condição em idades mais jovens.

A hipocondria é uma condição mais comum do que se pensa, mas frequentemente mal compreendida. Desmistificar os mitos que a rodeiam e compreender as suas causas ajuda a lidar com a ansiedade de forma mais eficaz. E, se sentir que a preocupação com a saúde está a afetar o seu bem-estar, procurar ajuda especializada é o passo mais importante.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Na ESTeSC-IPC
O impacto da inteligência artificial na saúde e na investigação está no centro do Annual Meeting 2025 da Escola Superior de...

O encontro propõe um debate sobre a forma como os sistemas inteligentes estão a transformar o ensino na área da saúde, os processos de investigação científica e a prática clínica. Diagnóstico precoce, personalização terapêutica e aceleração de descobertas são algumas das dimensões já moldadas pela IA.

“Hoje, a inteligência artificial está presente em praticamente todas as áreas do conhecimento. Na saúde e na investigação, o seu impacto é cada vez mais significativo. Cabe-nos, como instituição de ensino superior especializada nesta área, promover o pensamento crítico e o diálogo informado sobre os caminhos que se abrem com estas tecnologias”, afirma Graciano Paulo, presidente da ESTeSC-IPC.

Rui Nunes, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, abre a sessão com a intervenção “O impacto da Inteligência Artificial na prestação de cuidados, nos profissionais, na investigação e no ensino: perspetivas”, centrada nas implicações éticas da integração da IA no setor.

Haverá ainda espaço para um painel de discussão que reunirá personalidades de destaque no campo técnico, científico e pedagógico. Esta mesa-redonda, com moderação de Telmo Pereira (ESTeSC/HT&RC) e Miguel Brito (ESTeSL/H&TRC), conta com a presença de Carla Coimbra - Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional Centro; Miguel Castelo Branco - Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) / Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; Filipa Pinheiro – Siemens Healthineers e Tiago Alfaro - Unidade de Inovação e Desenvolvimento da ULS Coimbra.

O programa completo e inscrições aqui.

Em Matosinhos
A iniciativa decorre esta terça-feira, dia 27 de maio, entre as 10h00 e as 15h00, no NorteShopping, sob o mote “Tiroide, a peça...

O NorteShopping associa-se à Semana Internacional da Tiroide ao acolher, esta terça-feira, 27 de maio, uma ação de rastreios gratuitos entre as 10h00 e as 15h00. Promovida pela Associação das Doenças da Tiroide (ADTI) e pela Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), com o apoio da Merck, esta iniciativa pretende sensibilizar a população para os distúrbios da tiroide — doenças silenciosas que afetam, sobretudo, as mulheres e que muitas vezes permanecem sem diagnóstico.

Neste dia, os visitantes do NorteShopping terão a oportunidade de realizar gratuitamente o teste de TSH, que permite avaliar a função da tiroide e identificar casos de hipotiroidismo. A par dos rastreios, será também distribuída informação sobre sintomas, fatores de risco e opções terapêuticas disponíveis.

Sob o mote “A peça que falta no puzzle da sua saúde”, a campanha destaca o papel essencial da tiroide na regulação do metabolismo, da energia, do humor, da fertilidade e do bem-estar geral. Sintomas como fadiga, alterações de peso ou menstruação irregular, muitas vezes desvalorizados, podem estar relacionados com um desequilíbrio hormonal.

Segundo a SPEDM, cerca de 7,4% da população portuguesa vive com um distúrbio da tiroide, sendo que muitos casos permanecem por diagnosticar. Esta ação pretende, assim, contribuir para uma maior literacia em saúde e para um diagnóstico mais atempado, e está alinhada com o compromisso do NorteShopping em promover o bem-estar da comunidade.

Junho é o Mês da Saúde Digestiva
O Mês da Saúde Digestiva é uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), assinalada anualmente durante o...

A iniciativa visa alertar para a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento destas doenças, destacando o papel da obesidade como um fator de risco relevante e ainda subestimado.

“O excesso de peso e a obesidade estão associados a várias doenças crónicas muito prevalentes nas sociedades modernas, como a hipertensão arterial, a diabetes mellitus e as doenças cardio e cerebrovasculares, entre outras. Contudo, a obesidade também pode estar na origem de várias doenças do aparelho digestivo, como o refluxo gastroesofágico, o fígado gordo e alguns tipos de cancro, incluindo os do esófago, cólon, reto e pâncreas”, alerta Marília Cravo, vice-presidente da SPG.

 A SPG sublinha ainda que, atualmente, a principal causa de cirrose hepática não é o álcool, mas sim o fígado gordo, uma doença silenciosa que pode evoluir para carcinoma hepatocelular e que está associada a hábitos de vida pouco saudáveis.

 “Devemos encarar a obesidade como uma doença crónica, grave e difícil de tratar, mas que está na origem de muitas outras doenças que podem ser prevenidas. É urgente agir: reforçar a prevenção, acelerar o diagnóstico e garantir o acesso a tratamentos adequados”, reforça a vice-presidente.

A campanha do Mês da Saúde Digestiva inclui a divulgação de conteúdos informativos sobre a relação entre a obesidade e a saúde digestiva.

Saiba mais sobre obesidade e saúde digestiva em https://saudedigestiva.pt/ .

 

SPP alerta no Dia Mundial Sem Tabaco
Este ano, o Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio) é assinalado sob o mote “Desmascarar o apelo”, focando-se nas novas formas de...

“Este apelo que urge desmascarar é algo que já vimos antes, mas agora com uma nova roupagem: a máquina de marketing altamente profissional da indústria tabaqueira, que utiliza falsas ideias de segurança e inocuidade, posicionando estes novos produtos de forma claramente dirigida às populações mais jovens (tabaco na forma de gadgets tecnológicos e coloridos), principalmente através das redes sociais”, alertam Daniel Coutinho e Inês Sucena. Os médicos pneumologistas reforçam esta ideia sublinhando “a existência de diferentes inquéritos epidemiológicos - inclusivamente um realizado entre estudantes universitários portugueses - que confirmam esta falsa noção de segurança entre os jovens consumidores das novas formas de tabaco e nicotina”. 

Apesar dos repetidos alertas da comunidade científica, nomeadamente da SPP, o consumo destes produtos continua a ser normalizado, pelo que se torna urgente “levar esta discussão para o espaço público, para os meios de comunicação e, sobretudo, para as redes sociais, onde estão os jovens”.

Cabe também aos decisores políticos um papel importante pelo que a SPP deixa o apelo: “façam a vossa parte! A sociedade científica pouco mais pode fazer do que alertar e elucidar os decisores políticos da importância do papel que lhes é atribuído a cada legislatura. A nossa esperança é que esta inércia legislativa, que se verifica em Portugal nos últimos anos, seja revertida”.

 

UMinho e INL organizam
Sessenta investigadores e estudantes de pós-graduação de vários países estão reunidos no “2nd Meeting in Cellular Membrane...

O programa aborda áreas tão diversas como micologia médica, oncobiologia, neurociências e biofísica, incluindo no dia 28 uma Spring School sobre liderança e carreira para jovens investigadores. A sessão de abertura contou esta sexta-feira com a diretora-geral do INL, Clivia Sotomayor Torres e a coordenadora geral do evento e vice-reitora para a Investigação e Inovação da UMinho, Sandra Paiva.

Os oradores do evento são Shyamal Mosalaganti (Universidade de Michigan, EUA), Christopher Burd (Universidade de Yale, EUA), Sandra Schmid (Chan Zuckerberg Biohub, EUA), Yasmin Dolak-Struss (Solution Base, Áustria), George Diallinas (Universidade de Atenas, Grécia) e Robert Arkowitz (Universidade de Cote d'Azur, França), entre outros. Na próxima terça-feira, destaca-se às 15h10 uma mesa redonda sobre a ligação academia-indústria neste âmbito, com os testemunhos de Cátia Aires (BIAL), Pedro Madureira (Immunethep), Alexander Sorkin (Universidade de Pittsburgh, EUA) e Ado Jório (INL).

A iniciativa é organizada pelo INL e pela UMinho, através do Departamento de Biologia da Escola de Ciências, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) e do projeto científico MetaFungal. Conta com o apoio de três dezenas de entidades, como a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, a Aliança Europeia Universitária Arqus e os municípios de Braga, Famalicão, Guimarães, Terras de Bouro e Viana do Castelo.

31º Congresso Nacional de Medicina Interna
O Professor Doutor Armando Carvalho foi distinguido com o Prémio Nacional de Medicina Interna 2025, um reconhecimento pelo seu...

Nascido a 9 de fevereiro de 1955, Armando Carvalho é Professor Catedrático jubilado de Medicina Interna na Universidade de Coimbra e Diretor da Clínica Universitária de Medicina Interna da Faculdade de Medicina dessa mesma universidade. Atualmente, preside a Comissão Instaladora da Subespecialidade de Doenças do Fígado da Ordem dos Médicos.

Com uma carreira marcada por uma liderança sólida, Armando Carvalho foi Presidente do Colégio de Medicina Interna da Ordem dos Médicos, cargo através do qual contribuiu significativamente para o desenvolvimento da especialidade em Portugal. Entre 2018 e 2021, desempenhou também o cargo de Diretor do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Ao ser distinguido, o Professor Doutor Armando Carvalho mostrou-se lisonjeado, mas focado em continuar o trabalho promovido até então. “Não vejo o prémio como uma distinção em final de carreira, mas um forte estímulo para prosseguir. Um forte incentivo para continuar a trabalhar pela Medicina Interna, com o espírito crítico e construtivo de sempre, se necessário, em contracorrente, como algumas vezes estou, mas sempre com esperança no futuro. A atual falta de atratividade da Medicina Interna é uma realidade, mas não impede que haja esperança no futuro, porque uma ameaça pode gerar oportunidades, desde que reconheçamos a necessidade da mudança, quer no ensino médico, quer na nossa especialidade”.

O Prémio foi entregue pelo Presidente da SPMI, após apresentação pelo Dr. Arsénio Santos, especialista em Medicina Interna, subespecialista em Doenças do Fígado e Diretor do Serviço de Medicina Interna da ULS Coimbra, que reconheceu não só a dedicação do premiado à Medicina e à patologia hepática, mas também o seu papel fundamental na formação e na promoção da Medicina Interna no país. “Além de toda a atividade extensa, o professor Armando Carvalho é um exemplo extraordinário de inteligência, trabalho e capacidade de organização e realização”.

UMinho
Investigação publicada na “Nature”, com o português Rui M. Reis (UMinho), contribui para novas estratégias de prevenção e...

A localização geográfica e a idade influenciam o contexto mutacional do cancro colorretal, um dos mais letais no mundo, conclui um estudo publicado na prestigiada revista “Nature”, com a coautoria do português Rui M. Reis, do ICVS/Escola de Medicina da Universidade do Minho. Esta pesquisa pode contribuir para desenvolver estratégias médicas de prevenção e intervenção mais eficazes e personalizadas.

O artigo juntou 63 autores de 17 países, no âmbito do consórcio científico Mutographs. A equipa analisou o genoma completo de quase um milhar de pacientes de cinco continentes. Verificou-se variações nos processos mutacionais ligados à geografia e à idade, sugerindo que a exposição precoce a bactérias intestinais como a E. coli, que produzem a colibactina (toxina que causa danos no ADN), aumenta a possibilidade do cancro colorretal precoce. Os pacientes de Argentina, Brasil, Colômbia, Rússia e Tailândia apresentaram variações significativas.

“A nossa descoberta destes fatores de risco ambientais e microbianos da doença pode vir a ter um impacto significativo ao nível dos rastreios e das estratégias terapêuticas adaptadas às populações de regiões específicas”, explica o investigador Rui M. Reis. A longo prazo, permitirá reduzir a taxa de mortalidade e melhorar a qualidade de vida de milhões de pacientes. “Este trabalho sublinha ainda o papel vital da abordagem multinacional e multidisciplinar no combate ao cancro e, por outro lado, que os estudos de ponta na genética estão a transformar a prevenção oncológica”, acrescenta Rui M. Reis.

O cancro colorretal, ou cancro do cólon e reto, é o terceiro mais diagnosticado do mundo, com 1.9 milhões de casos por ano, sobretudo em maiores de 50 anos de idade, e com tendência a agravar. Em Portugal, é o cancro mais fatal, se considerarmos ambos os sexos, com 12 mortes por dia em média. Nos últimos anos, a sua incidência precoce dobrou em muitos países. No entanto, se este cancro for detetado cedo, existem boas hipóteses de cura e muitos especialistas recomendam o rastreio aos 45 anos.

ISPUP
Um estudo pioneiro do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) analisou a ingestão de flavonoides pela...

Publicado na revista científica British Journal of Nutrition, o estudo intitulado "Estimated dietary flavonoid intake and major food contributors in the Portuguese population: results from the national food, nutrition and physical activity survey (IAN-AF 2015-2016)" baseia-se nos dados do Inquérito Nacional de Alimentação e Atividade Física 2015–2016. A análise envolveu 5005 participantes, com idades entre os 3 e os 84 anos.

De acordo com os resultados, a ingestão média de flavonoides totais na população portuguesa é de 107,3 mg por dia. Frutas (31,5%) e hortícolas (12,4%) são os principais contributos alimentares para este consumo. Os dados revelam ainda que os adolescentes têm os níveis mais baixos de ingestão, enquanto os idosos apresentam os valores mais elevados. Foram igualmente observadas diferenças significativas segundo o sexo, o nível de escolaridade e a prática de atividade física.

“Este estudo fornece dados robustos e detalhados sobre a ingestão de flavonoides em Portugal, através de uma nova metodologia que integra diversas bases de dados internacionais com o sistema FoodEx2 da EFSA. Esta abordagem permite uma estimativa mais precisa e comparável a nível internacional”, afirma Sofia Martins, investigadora do ISPUP e primeira autora do estudo.

Os flavonoides são compostos polifenólicos presentes naturalmente em muitos alimentos e bebidas. Reconhecidos pelas suas propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e anticancerígenas, têm sido associados à proteção do sistema imunitário, à saúde vascular e à modulação de processos celulares ligados à progressão de doenças crónicas.

Os autores do estudo salientam a relevância destes dados para o desenvolvimento de valores de referência dietéticos baseados em evidência científica e para a definição de estratégias de promoção de hábitos alimentares saudáveis em Portugal.

Opinião
Num mundo em que a medicina moderna se vê constantemente desafiada por doenças crónicas e degenerati

O Caso que Estremeceu os Alicerces da Endocrinologia

O protagonista desta história é um homem de 59 anos, portador de diabetes tipo 2 há um quarto de século, já anteriormente submetido a um transplante renal. A sua condição era severa, com necessidade diária de insulina e medicamentos orais para o controlo glicémico. No entanto, foi precisamente este paciente que se tornou o terreno fértil de uma experiência revolucionária, conduzida por investigadores chineses em Xangai.

Utilizando células estaminais pluripotentes induzidas (iPSCs), derivadas do próprio sangue do doente, os cientistas conseguiram criar ilhotas pancreáticas artificiais — estruturas responsáveis pela produção de insulina — e implantaram-nas no fígado do paciente. O resultado foi nada menos que extraordinário: onze semanas após o transplante, deixou de necessitar de insulina; ao fim de um ano, não mais precisou de qualquer medicação antidiabética. Três anos volvidos, mantém-se estável, livre de insulina e fármacos, com os níveis de glicose sob controlo.

 

A Ciência ao Serviço da Revolução Biológica

O que torna este avanço verdadeiramente singular é o carácter autólogo do procedimento. Por se tratar de células originárias do próprio paciente, o risco de rejeição foi praticamente eliminado. Tal nuance representa um marco incontornável na medicina regenerativa: trata-se da primeira vez que se consegue reverter clinicamente a diabetes tipo 2 através da engenharia celular personalizada.

As células estaminais iPSCs, capazes de se diferenciar em qualquer tipo celular do organismo, têm vindo a ser investigadas há mais de uma década. Contudo, o seu uso clínico concreto, com efeitos visíveis e sustentados, permanecia envolto em promessas e incertezas. Este ensaio, portanto, poderá ser a peça que faltava para transformar o potencial teórico em prática consolidada.

 

Uma Esperança Tangível ou Um Oásis no Deserto?

Apesar do entusiasmo generalizado, a comunidade científica mantém um olhar prudente. Afinal, trata-se de um único caso clínico, ainda que impressionante. Os investigadores apelam à contenção nas conclusões, reforçando a necessidade de ensaios com maiores amostras, variabilidade genética e controlo rigoroso dos efeitos a longo prazo.

Além disso, o procedimento é altamente complexo, dispendioso e requer tecnologia de ponta, ainda fora do alcance da maioria dos sistemas de saúde globais. Há também questões éticas e regulamentares a considerar, sobretudo no que toca à manipulação genética e à criação artificial de tecidos humanos.

 

Reflexão Ético-Filosófica: O Limite do Possível

Este avanço lança-nos para uma profunda reflexão sobre os limites da biotecnologia moderna. Se já conseguimos regenerar parte do pâncreas funcional de um ser humano, será descabido sonharmos com a regeneração total de órgãos? Estaremos à beira de uma nova era médica, onde as doenças crónicas serão “remodeladas” célula a célula? Ou, pelo contrário, estaremos a dar passos maiores que a própria ética permite?

Num mundo onde a esperança é muitas vezes comercializada como produto, importa distinguir entre o milagre científico e o milagre vendido. E, no entanto, este feito chinês — com todos os seus riscos e imperfeições — não deixa de ser uma semente de revolução plantada no terreno árido da diabetes.

 

O Futuro que Nos Espera

Caso este método venha a ser replicado com sucesso em novos pacientes e contextos, poderemos estar perante a antecipação de um novo paradigma terapêutico. A medicina personalizada, sustentada em células estaminais e na inteligência biomolecular, poderá oferecer não apenas alívio, mas cura — palavra tantas vezes evitada em medicina, por razões éticas e prudenciais.

Mas será também o início de uma nova responsabilidade: preparar o sistema de saúde para integrar tratamentos complexos, formar médicos em biotecnologia celular e garantir acesso equitativo às inovações. O progresso sem justiça é apenas privilégio disfarçado.

 

Conclusão: Entre o Cepticismo e a Fé Científica

A história do homem de 59 anos, curado de uma condição considerada irreversível, não deve ser tomada como uma promessa leviana, mas como um chamado à investigação séria e responsável. É, acima de tudo, uma janela que se abre para um horizonte até aqui obscuro. Um ponto de luz no fim de um túnel que, para milhões de diabéticos, parecia não ter saída.

Se a ciência chinesa conseguir consolidar esta abordagem, estaremos, talvez, a assistir ao alvorecer de um novo capítulo na história da medicina — não escrito com bisturis ou comprimidos, mas com as próprias engrenagens da vida: as células.

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No Dia Mundial da Esclerose Múltipla
No ano em que celebra 40 anos, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) organiza a 30 de maio, pelas 10h30, o...

Este colóquio contará com a primeira apresentação pública dos dados portugueses do estudo europeu “IMSS – Impact of Multiple Sclerosis Symptoms”, promovido pela Plataforma Europeia de Esclerose Múltipla (EMSP). Em Portugal, o estudo contou com a participação de 785 pessoas, maioritariamente com Esclerose Múltipla, e oferece uma perspetiva inédita sobre o impacto real — físico, emocional e social — dos sintomas da EM no dia a dia.

A iniciativa insere-se na campanha internacional “O Meu Diagnóstico de EM” (My MS Diagnosis), promovida pela Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF), que este ano foca a urgência de um diagnóstico mais atempado e equitativo, chamando a atenção para as barreiras que persistem no acesso ao diagnóstico e aos cuidados adequados.

Mais do que um evento científico, o colóquio pretende colocar as experiências pessoais no centro da discussão, sublinhando a urgência de uma abordagem mais humana, empática e integrada no diagnóstico e acompanhamento da doença. A mesa-redonda “O meu diagnóstico de EM” reunirá pessoas com EM e profissionais da área clínica para discutir os desafios no acesso ao diagnóstico e o impacto da EM na qualidade de vida.

O Colóquio pretende ser um espaço único de escuta, partilha e reflexão, reunindo pessoas com EM, cuidadores, profissionais de saúde, decisores políticos e sociedade em geral. A entrada é livre, mas a inscrição é obrigatória através do site da SPEM: https://spem.pt/blog/2025/04/30/impactos-diarios-viver-com-os-sintomas-da-esclerose-multipla-coloquio-vai-dar-voz-a-comunidade-da-em/

 

29 de maio | Dia Mundial da Saúde Digestiva
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), a Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) e a Associação...

“A Semana Digestiva é o principal e o maior congresso científico nacional dedicado à área da Gastrenterologia, ou seja, da patologia digestiva. Este ano temos como lema «Refletir para Evoluir – a Gastrenterologia em Movimento», e, como tal, construímos um programa científico abrangente, pragmático e objetivo, englobando não apenas o estado da arte, mas igualmente procurando dar respostas concretas a vários desafios com que nos deparamos na nossa atividade clínica diária”, explica Fernando Castro Poças, Presidente da Semana Digestiva 2025 e Vice-Presidente da SPG.

A Cerimónia de Abertura terá lugar no dia 29 de maio, dia mundial da saúde digestiva, às 12h30, no Multiusos de Gondomar, e “contaremos com a presença do Prof. Doutor Pedro Narra Figueiredo, Presidente da SPG; da Prof.ª Dr.ª Susana Lopes, Presidente da SPED, da Dr.ª Paula Peixe, Presidente da (APEF), do Enf. Rafael Oliveira, Presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Endoscopia e Gastrenterologia (APEEGAST), do Prof. Dr. António Luz Pereira, Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), do Prof. Doutor Eurico Castro Alves, Presidente da Secção Norte da Ordem dos Médicos, e da Prof.ª Dr.ª Ana Povo, Secretária de Estado da Saúde”, avança Fernando Castro Poças.

O presidente acrescenta ainda que esta será uma “oportunidade única para aprender com profissionais de múltiplas áreas do saber, cujas experiências certamente permitirão enriquecer a nossa vida profissional e pessoal”.

A Semana Digestiva 2025 reunirá, ao longo de três dias, vários especialistas nacionais e internacionais para debater os mais recentes avanços na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças do aparelho digestivo, promovendo a partilha de conhecimento e o desenvolvimento científico. Para mais informações consulte: www.semanadigestiva.pt

Estudo
Segundo o estudo, a maioria das pessoas (50,5%) gasta, em média, até 10 euros por mês na sua prática de exercício físico,...

A prática de exercício físico é uma realidade para 65,1% dos portugueses inquiridos, sendo que a maioria opta por praticar ao final da tarde (50,7%), dando prioridade a espaços ao ar livre (58,4%), embora ginásios (32,9%) e treinos em casa (32,4%) também tenham grande expressão, com uma frequência de duas vezes a três vezes por semana (19,7% e 18,7%, respetivamente).

Os principais motivos para a prática são a promoção da saúde física (30,3%), o controlo do peso corporal (19,3%) e a gestão do stress (16,6%). Além dos benefícios físicos, os portugueses reconhecem de forma clara os impactos do desporto na saúde mental. Uma perceção esmagadora de 85,3% considera que a prática desportiva contribui de forma importante ou muito importante para o seu bem-estar psicológico. Estes dados confirmam o papel essencial do exercício na qualidade de vida, não apenas ao nível físico, mas também emocional e mental.

A maioria (56,6%) referiu ainda praticar desporto sozinho e expressou muito interesse ou interesse em aumentar a sua prática desportiva (43% e 30%, respetivamente).

O ginásio foi apontado como sendo o tipo de desporto mais praticado pelos inquiridos, contando com 31,2% do seu total, seguido de corrida e yoga/pilates.

Os inquiridos não-praticantes revelaram que a falta de tempo e de energia são os principais obstáculos (27,3% e 28,6%, respetivamente), seguidos pela falta de interesse (25,7%) e pela falta de companhia (15,3%).

Os homens, em comparação com as mulheres, praticam desporto como lazer/diversão e em busca do sentimento de superação como motivações principais (61,9% vs. 38,1%; 60% vs. 40%, respetivamente). As mulheres, em comparação com os homens, referem como barreiras para a prática do desporto razões financeiras (72,4% vs. 27,6%), a falta de energia (69,40% vs. 30,60%) e o desconforto (67,6% vs. 32,4%).

O estudo revela ainda uma lacuna no apoio das empresas à prática desportiva: 94,3% dos inquiridos não recebem qualquer apoio da entidade patronal para atividades desportivas, embora 61,2% considerem essencial que isso mude.

 

Impacto da tecnologia na prática de exercício físico

A tecnologia tem um papel cada vez mais relevante na prática de exercício físico. Mais de metade dos inquiridos (54,6%) utiliza dispositivos eletrónicos, sendo os mais comuns o telemóvel (62,3%), wearables como smartwatches (57,5%) e auscultadores (41%). A sua utilização centra-se, sobretudo, na monitorização do desempenho (70,4%), consumo de música ou podcasts (56,8%) e acompanhamento de métricas como distância percorrida, frequência cardíaca e calorias queimadas. A tecnologia é também vista como um fator de motivação (72,2%) e personalização do treino (51%).

Entre os participantes que utilizam dispositivos eletrónicos, 47,7% referem sentir-se mais seguros a praticar desporto com o auxílio da tecnologia. Entre estes, a principal razão apontada para essa sensação de segurança é a monitorização da saúde em tempo real (73,3%), seguida pelo uso de aplicações de treino inteligente (39,6%) e pela geolocalização (29,1%).

 

Prática desportiva nas gerações mais novas

No que diz respeito à prática desportiva entre os mais jovens, o estudo mostra que 73,9% dos filhos dos inquiridos praticam desporto regularmente. As modalidades mais comuns são natação (42,5%), futebol (33,8%), musculação (14,5%) e artes marciais (13%). A maioria das crianças pratica desporto com frequência: 32,9% pratica desporto pelo menos duas vezes por semana. Os locais mais utilizados são clubes (62,8%) e ginásios (29%).

O estudo confirma a importância crescente do exercício físico na vida dos portugueses, tanto a nível individual como familiar. Os baixos custos praticados pela maioria revelam o valor atribuído a soluções acessíveis, mas também uma oportunidade para políticas públicas e privadas que incentivem ainda mais o desporto, sobretudo com o apoio de entidades patronais.

A amostra final do estudo contou com 1103 participantes, uma amostra representativa da população portuguesa ao nível de idade, género e localização geográfica, de acordo com os Censos 2021. Os participantes dividem-se entre 51% mulheres e 47,9% homens, com idades maioritariamente entre os 20 e os 69 anos. Em termos de escolaridade, 69,6% têm ensino superior, e a maior parte dos agregados familiares situa-se nos escalões de rendimento entre os 2000€ e os 3000€ mensais líquidos. As regiões mais representadas foram o Norte (34,1%), Lisboa (29,4%) e o Centro (20,7%).

O principal objetivo do estudo foi auscultar a população ativa portuguesa acerca da prática de exercício físico perante um mundo tecnológico. Este estudo foi dividido em duas fases. Numa primeira fase, procurou-se compreender como e quando os portugueses praticam desporto, a frequência dessas práticas e os seus padrões preferenciais. Além disso, analisou-se igualmente o impacto da tecnologia na prática desportiva, assim como os hábitos e padrões de exercício físico entre as gerações mais jovens. Numa segunda fase, analisou-se as diferenças significativas entre idade, género e região geográfica de Portugal relativamente às temáticas abordadas na primeira fase do estudo.

As conclusões do estudo foram apresentadas oficialmente no 4º encontro do ciclo Challenging the Future, com a presença e contributos da atleta olímpica Patrícia Mamona, o diretor da Academia do Champs, Pedro Carvalho e da psicóloga Ana Bispo Ramires.

Opinião
O ciclo menstrual é muito mais do que apenas a menstruação.

Muitas mulheres habituam-se a conviver com sintomas intensos durante o ciclo como cólicas fortes, tensão pré-menstrual, inchaço, alterações de humor e até ciclos irregulares. O que nem todas sabem é que a alimentação pode ser uma grande aliada na prevenção e no alívio desses desconfortos. 

Muitos desequilíbrios menstruais estão ligados muitas vezes a inflamação crónica de baixo grau, um processo contínuo e silencioso que pode ser alimentado por dietas ricas em açúcar, álcool, gorduras trans e alimentos ultraprocessados. Essa inflamação interfere no funcionamento dos ovários, agravando sintomas como cólicas e irritabilidade e está envolvida em condições como endometriose e Síndrome dos ovários poliquísticos, ambas com impacto no ciclo menstrual. 

Alimentos anti-inflamatórios como frutas vermelhas, curcuma, chá verde, gengibre, peixes e vegetais verdes, ajudam a modular essa inflamação e contribuem para um ciclo mais regular e com menos sintomas. 

O ciclo menstrual pode ser dividido em três fases principais: a folicular, onde incluímos a menstruação, depois existe a fase ovulatória e a fase lútea. Cada uma dessas etapas é marcada por variações hormonais que afetam o apetite, o humor, a disposição e o metabolismo. E aqui a nutrição tem uma palavra a dizer, uma vez que a regulação hormonal é influenciada por muitos fatores, sendo um deles a alimentação. 

Um artigo de revisão publicado em 2024 na revista científica Nutrients, enumerou vários nutrientes essenciais durante o ciclo menstrual como o ferro, o zinco, o cálcio, o selénio, o iodo e o magnésio. Durante a menstruação, por exemplo, há perda de ferro, o que pode causar cansaço e fraqueza. Alimentos ricos em ferro (como carne magra, leguminosas e vegetais verdes escuros) aliados à vitamina C (laranja, kiwi, tomate) ajudam na reposição. Para que a ovulação aconteça é necessário cálcio e zinco (carne, lacticínios sementes e frutos secos), e ainda vitaminas do complexo B. Já na fase lútea, quando ocorrem os sintomas da TPM, alimentos ricos em magnésio (como banana, aveia e amêndoas) e triptofano (como cacau e ovos) podem ajudar a regular o humor e reduzir a irritabilidade. 

Estudos mostram que padrões alimentares anti-inflamatórios, com destaque para a dieta mediterrânica onde inclui vegetais, frutas, peixes, frutos oleaginosos e azeite, estão associados a menor intensidade de sintomas menstruais. Também o funcionamento intestinal tem uma palavra a dizer na regulação hormonal. Ele não serve apenas para digerir alimentos, mas também influencia a saúde hormonal. As bactérias que formam a microbiota intestinal, são responsáveis por produzir neurotransmissores, regular a inflamação e auxiliar na metabolização de hormonas como o estrogénio. 

Cuidar da alimentação não significa seguir dietas restritivas, antes pelo contrário. Dietas com valor calórico muito reduzido podem ter impacto negativo no ciclo menstrual e em situações mais graves, a mulher pode deixar de menstruar (amenorreia). Respeitar o corpo inclui fornecer os nutrientes certos para que ele funcione com equilíbrio. A nutrição pode ser uma ferramenta poderosa de autocuidado, ajudando a mulher a equilibrar o seu ciclo de forma mais leve e saudável. 

No mês em que se celebra o Dia da Saúde Feminina, fica o lembrete: O ciclo menstrual é um marcador de saúde. E a nutrição pode ser uma das formas mais impactantes de o proteger. 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade – 24 maio
Assinalar o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade é muito importante para nos consciencializar sob

O seu tratamento evoluiu muito nos últimos anos, e a cirurgia bariátrica mudou o curso da doença. Permite não só uma redução ponderal significativa e sustentada, mas também a remissão das comorbilidades associadas com a obesidade.  Apesar do seu êxito, não podemos esquecer que a cirurgia não tem a mesma eficácia em todos os doentes, que não é isenta de complicações e só está indicada em alguns doentes. Mas foi através dos seus efeitos clínicos, que os mecanismos da regulação do peso foram melhor compreendidos. O conhecimento do papel das incretinas, e do eixo cérebro-intestino, permitiu o desenvolvimento de novos medicamentos e uma nova esperança no tratamento desta doença.

A elevada prevalência da obesidade, em Portugal e no mundo, exige que os tratamentos se complementem para uma eficácia a longo prazo e deve orientar a sociedade e os profissionais de saúde para a sua prevenção.

A obesidade tem para além, de um impacto clínico com perda de anos de vida saudáveis, um impacto económico significativo.

O Plano Nacional de Saúde 2020-2030, tem entre as suas prioridades para 2030, a redução do excesso de peso em todas as idades, e aumentar a prática do exercício físico.

Para atingir estas metas, a Direção Geral da Saúde no dia 4 de março deste ano, Dia Mundial da Obesidade, lançou o Roteiro de Ação para Acelerar a Prevenção e Controlo da Obesidade em Portugal 2025-2027, que revela o desafio que esta doença representa.

Quando a obesidade começa na infância, o risco de persistir na idade adulta é elevado e por isso a sua prevenção torna-se vital.

Assinalar o Dia Nacional de Luta contra a Obesidade, é dar ao doente obeso o acesso a um conjunto de cuidados que incluem, plano nutricional, programa de exercício físico, apoio psicológico, tratamento farmacológico ou tratamento cirúrgico, acompanhando o seu percurso desde os cuidados de saúde primários até ao hospital.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Uma Visão Abrangente do Diagnóstico ao Tratamento
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) está a organizar um Seminário sobre mieloma múltiplo (MM), um evento para...

Este seminário é uma oportunidade única para aprofundar o conhecimento sobre o Mieloma Múltiplo, através da apresentação dos avanços mais recentes, desde o diagnóstico e as opções terapêuticas mais inovadoras, até às estratégias para otimizar a qualidade de vida dos doentes. 

O evento terá início com as boas-vindas da APCL, seguindo-se a apresentação de Fernando Leal da Costa, hematologista do IPO Lisboa, que abordará o estado da arte no tratamento do MM. João Lacerda, hematologista da ULS Santa Maria, desmistificará a autotransplantação, explicando o que é e quando se aplica. 

Cátia Reis, Investigadora do Sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, explorará a importância do sono no percurso do doente oncológico. Marisa Salgado, Enfermeira da Fundação Champalimaud, e Ana Paula Coelho, doente com MM, partilharão as suas perspetivas sobre "Viver com MM", abordando a experiência da doença do ponto de vista da enfermagem e do doente, respetivamente. 

Depois de uma pausa para o almoço, Paulo Bernardo, Hematologista do IPO Lisboa, apresentará as perspetivas futuras para o MM, dando lugar ao debate 'Voltei ao trabalho e agora?', moderado pela paciente Ana Paula Rocha. Mais tarde, Inês Lopes, cuidadora de pessoa com MM, partilhará a sua experiência em 'Viver com MM: a perspetiva do cuidador'. 

O evento encerrará com a apresentação dos projetos do Grupo de Trabalho MM, por Filipa Lopes, paciente de MM, voluntária do GTMM da APCL e porta-voz do grupo. 

Este programa, cuidadosamente elaborado, visa proporcionar uma visão abrangente e atualizada sobre o Mieloma Múltiplo, promovendo a partilha de conhecimentos e experiências entre especialistas, doentes e cuidadores.  

As inscrições para seminário são obrigatórias e podem ser efetuadas através do preenchimento deste formulário online

STUDENTWELL-Be
Iniciativa que procura potenciar equilíbrio emocional foi alargada a docentes e não docentes da Escola Superior de Hotelaria e...

“Professores em Portugal são os que revelam maior stress na Europa”. “Estudo: metade dos professores sentem-se tristes e com mal-estar psicológico”. “Professores deprimidos, ansiosos e à beira de um burnout. A saúde mental na sala de aula”. “Ansiedade, stress, depressão. Época de exames é uma fábrica de futuros adultos ansiosos”. Em Portugal, como na maior parte do mundo, os estudos especializados e as estatísticas oficiais rareiam e são inversamente proporcionais à proliferação de notícias que evidenciam uma verdade óbvia: se quem ensina não o faz nas melhores condições todo o ecossistema educativo sofre, nem que seja por tabela.

Há, no entanto, quem esteja a tomar em mãos os próprios destinos, como é o caso da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE). Em parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e financiado pela DGES - Direção-Geral de Ensino Superior, a ESHTE tem a decorrer o programa STUDENTWELL-Be para promover a saúde mental dos seus estudantes, oferecendo apoio psicológico, workshops e atividades, tais como caminhadas e literacia em saúde mental. Além disso, criou o Gabinete de Apoio à Inserção Profissional, que apoia estudantes e alumni na gestão da ansiedade e na preparação para o mercado de trabalho, e avança agora com uma expansão da promoção da saúde mental a docentes e outros funcionários não docentes da instituição.

O Serviço de Apoio Psicológico disponibiliza atendimento individual e confidencial, com o intuito de promover o equilíbrio emocional e providenciar fórmulas e estratégias adaptativas para toda a comunidade académica, de modo que consiga lidar com desafios profissionais e pessoais, sejam eles ocasionados (ou não) por picos de trabalho e/ou estudo.

Coordenado por Ana Berrincha, psicóloga clínica e psicoterapeuta, este programa “reafirma o compromisso da ESHTE com a saúde mental e o bem-estar de toda a sua comunidade académica, promovendo um ambiente mais acolhedor e propício ao sucesso académico e profissional dos seus membros”, sublinha João Reis, vice-presidente da instituição.

As consultas para estudantes são agendadas através do portal Gov.pt (https://www.gov.pt/servicos/pedir-cheque-psicologo), enquanto as de docentes e não docentes devem ser marcadas no Serviço de Apoio Psicológico da ESHTE ([email protected]).

Garantir uma comunidade académica saudável exige a atenção de todos. E a expansão dos serviços de apoio psicológico surge como uma medida essencial para manter o equilíbrio. Atenuando, assim, os indicadores que, em 2024, dava conta que 52% dos alunos estariam exaustos e apresentavam sintomas de “burnout”, num inquérito desenvolvido pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, apresentado no Congresso Nacional de Psicologia da Saúde.

Um ano antes, um estudo emanado da Fundação José Neves sobre o estado da educação, emprego e competências evidenciava que 87% dos professores em Portugal afirmavam sentir um nível elevado de stress no trabalho, o índice mais elevado entre os países da OCDE (com uma média de 49%). Uma estatística que o Observatório da Saúde Psicológica e do Bem-Estar acentuou um ano depois, notando que cerca de metade dos docentes continuavam a sentir algum tipo de sofrimento psicológico e de mal-estar (tristeza ou depressão).

A generalizada (má) condição mental dos docentes portugueses arrasta-se há anos, aliás. Já em 2018, um trabalho conduzido pela Universidade Nova de Lisboa concluía que mais de 60% dos professores nacionais sofriam de exaustão emocional.

A Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril quer, por isso, contribuir com a sua quota-parte para mudar o atual statu quo sobre bem-estar e saúde mental.

25 a 31 de maio l Semana Internacional da Tiroide
Um em cada 13 portugueses pode ter um distúrbio da tiroide sem o saber. Apesar de afetar milhares de pessoas — sobretudo...

Na Semana Internacional da Tiroide, que decorre de 25 a 31 de maio, Associação das Doenças da Tiroide (ADTI), Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) , com o apoio da Merck, promovem rastreios gratuitos à população para alertar para a importância do diagnóstico precoce.

A iniciativa decorre no dia 27 de maio, no Norte Shopping, entre as 10h00 e as 15h00, e inclui a realização do teste de TSH – exame que permite avaliar a função da tiroide e identificar casos de hipotiroidismo. Durante a ação, será também disponibilizada informação sobre sintomas, fatores de risco e opções terapêuticas.

A campanha deste ano tem como mote “A peça que falta no puzzle da sua saúde”, sublinhando a importância de considerar a tiroide como possível origem de sintomas persistentes, mesmo quando exames sumários de rotina não apontam alterações. Esta glândula, embora de pequenas dimensões, desempenha um papel central na regulação do metabolismo, energia, humor, fertilidade e bem-estar geral.

Apesar da sua importância, a tiroide continua a ser um órgão pouco conhecido e muitas vezes ignorado. Segundo dados da SPEDM e do Grupo de Estudos da Tiroide, estima-se que cerca de 7,4% da população portuguesa tenha um distúrbio da tiroide, e que mais de 5% viva com sintomas sem diagnóstico. A nível mundial, a American Thyroid Association aponta que 60% dos casos permanecem por diagnosticar, o que significa que centenas de milhões de pessoas vivem com sintomas cuja origem pode estar na tiroide.

“Apesar de muito prevalentes, os distúrbios da tiroide continuam muitas vezes sem diagnóstico devido à natureza inespecífica dos seus sintomas. Sintomas como fadiga, alterações menstruais ou ganho de peso são facilmente atribuídos a outras causas, o que adia o diagnóstico e o início do tratamento. A Semana Internacional da Tiroide é uma oportunidade para sensibilizar a população para o impacto destas doenças e para a importância de uma avaliação médica sempre que existam sinais persistentes”, alerta a Paula Freitas, presidente da SPEDM.

Entre os distúrbios mais comuns destaca-se o hipotiroidismo, uma condição que, quando corretamente diagnosticada, é tratável e permite uma melhoria significativa da qualidade de vida. Problemas da tiroide podem também estar associados a dificuldades em engravidar, sendo essencial o controlo adequado dos níveis hormonais.

A Semana Internacional da Tiroide reforça o compromisso SPEDM, ADTI e da Merck, com a promoção da literacia em saúde e com o acesso a iniciativas de prevenção que ajudem os portugueses a cuidar da sua saúde endócrina.

Para quem não puder participar no rastreio, está disponível uma ferramenta, o Symptoms Checker, um teste simples, gratuito e online que ajuda a identificar sintomas associados à disfunção da tiroide: www.thyroidaware.com/pt. Em caso de dúvida consulte o seu médico.

 

 

3ª edição da P-Race – Corrida da Próstata
No dia 21 de junho de 2025, às 10h00, o Parque Desportivo do Jamor vai ser palco da P-Race – Corrida da Próstata Recordati 2025...

O cancro da próstata é o tipo de cancro mais comum entre os homens nos países desenvolvidos, incluindo Portugal. O Instituto da Próstata estima que em Portugal são diagnosticados entre 5000 a 6000 novos casos, por ano, com uma mortalidade aproximada de 1800 homens por ano. A probabilidade de se sofrer de um tumor da próstata aumenta com a idade. Aos 80 anos, mais de 80% dos homens sofrem deste tumor maligno1. Além do cancro, outras doenças benignas da próstata, que afetam significativamente o bem-estar e a qualidade de vida dos homens e das suas famílias, são muitas vezes desvalorizadas e não tratadas adequadamente. Para isso, é urgente sensibilizar a população masculina para a deteção precoce destes problemas. A luta contra esta doença pode ser vencida se o tumor for detetado em fases iniciais, sendo fundamental que os homens acima dos 45 anos realizem avaliações regulares.

Mais do que uma simples corrida, a P-Race – Corrida da Próstata Recordati 2025 é um movimento de consciencialização e apoio a esta causa. A Recordati, empresa comprometida com a saúde masculina, orgulha-se de ser o patrocinador principal desta iniciativa, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida dos homens afetados.

"A Recordati tem estado na linha da frente no desenvolvimento de soluções que melhoram a qualidade de vida dos homens, ajudando-os a desfrutar de uma vida mais longa, saudável e produtiva. Foi com este compromisso em mente que decidimos apoiar esta iniciativa, dando um passo importante na luta contra uma doença que afeta milhares de homens em Portugal" refere Rui Rijo Ferreira, diretor de Marketing da Jaba Recordati.

A 3ª edição da P-Race é organizada pelo Instituto da Próstata, Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDP) e Associação de Atletismo de Lisboa, contando ainda com a Recordati como patrocinador principal e o apoio da Câmara Municipal de Oeiras. As verbas obtidas com as inscrições na corrida reverterão para a APDP, apoiando os doentes e promovendo a investigação sobre o cancro da próstata.

"Vencer o cancro da próstata começa pela consciencialização e pelo diagnóstico precoce. Como sobrevivente, sei o quão importante é não ignorar os sinais e procurar ajuda a tempo. A P-Race não é apenas uma corrida, é uma mensagem de esperança para milhares de homens e suas famílias. Juntos, podemos fazer a diferença na luta contra esta doença", destaca José Graça, Vice-Presidente da Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDP).

A P-Race é uma oportunidade para todos participarem ativamente na consciencialização para este problema de saúde e ajudar na promoção da sua investigação. Seja a correr ou a caminhar, o importante é marcar presença, sensibilizar e contribuir para um futuro com mais diagnósticos precoces e melhores tratamentos.

Inscreva-se já! Passe uma manhã saudável, alegre e inesquecível. Por uma boa causa! Mais Informações e Inscrições AQUI.

Vamos juntos combater o cancro da próstata. Juntos, podemos fazer a diferença!

1Instituto da Próstata (www.institutodaprostata.com).

 

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