Covid-19
A Pfizer e a BioNTech revelaram esta sexta-feira que a vacina Covid-19 que têm vindo a desenvolver em conjunto está prestes a...

De acordo com a informação avançada, as duas empresas apontam que a vacina foi bem tolerada, com menos de 20% dos participantes a sentir febre leve a moderada. A Pfizer e a BioNTech continuam a “analisar os dados dos testes de fase 1 nos Estados Unidos e na Alemanha”, como referiram as parceiras de investigação em comunicado.

Se for a revisão for positiva, a vacina tornar-se-á uma das mais rápidas do mundo a passar por este processo. Alguns analistas esperam que uma vacina seja aprovada para uso em novembro nos Estados Unidos, uma medida que pode dar ao presidente Donald Trump uma nova posição nas eleições. No mês de julho, a Pfizer e a BioNTech fecharam um acordo de 1,69 mil milhões de euros para fornecer 100 milhões de doses iniciais da vacina aos Estados Unidos.

A agência americana Food and Drug Administration (FDA) está a planear provisoriamente um painel consultivo para se reunir em 22 de outubro com o objetivo de discutir uma vacina Covid-19, embora não tenha especificado quais vacinas, ou quantas, serão examinadas. O reflexo do esforço que tem sido movido para a criação de uma vacina contra o novo coronavírus, algo em que os diferentes países têm investido.

 

Recursos anuais do planeta já se esgotaram
A humanidade passa a partir de sábado a consumir recursos de 2021, visto que já esgotou os que a Terra tinha disponíveis para...

O calendário da organização dedicada à sustentabilidade, divulgado hoje pela associação ambientalista portuguesa Zero, salienta que este ano se começa “a usar o cartão de crédito ambiental” três semanas mais tarde do que no ano passado, mas sublinha que tal se deve apenas à pandemia de covid-19 e não a planeamento e mudanças estruturais.

A Zero lembra, em comunicado, que a resposta mundial à covid-19 levou à redução da pegada ecológica da humanidade em quase 10% e ao adiamento do Dia da Sobrecarga do Planeta, mas que ainda assim se esgotaram agora os recursos existentes para o ano inteiro, pelo que vão ser usados em 2020 os recursos naturais equivalentes a 1,6 planetas Terra.

Devido à pandemia, a redução da pegada ecológica permitiu ver “o mundo que podemos ter se agirmos no sentido de criar um futuro sustentável”, mas é preciso agora construir “um futuro onde todos possam prosperar dentro dos limites do planeta”, refere a Zero.

E esse futuro constrói-se, adianta a organização, com mudanças na forma como se produzem e consomem alimentos, na quantidade de bens que se consome, na forma de mobilidade ou nas fontes de energia utilizada.

De acordo com o comunicado, a redução da pegada de carbono para metade iria fazer com que o “cartão de crédito ambiental” só começasse a ser usado no fim de novembro (93 dias mais tarde).

E reduzir para metade a pegada ligada à mobilidade, com mais quilómetros andados a pé ou de bicicleta, faria com que o cartão só fosse acionado em setembro. O mesmo acontecendo com uma redução para metade do consumo de carne, ou a redução também para metade do desperdício alimentar.

“O défice ecológico global começou no início da década de 1970. Agora, a dívida ecológica acumulada resultante é equivalente a 18 anos terrestres. Por outras palavras, o planeta necessitaria de 18 anos de regeneração para inverter os danos decorrentes do uso excessivo dos recursos naturais, assumindo que o uso excessivo seria totalmente reversível”, salienta a Zero, acrescentando que seria possível antes de 2050 consumir os recursos do ano sem ir buscar recursos futuros se em cada ano se reduzisse o défice em cinco dias.

No comunicado a associação alerta ainda para as emergências que a humanidade vive, que combinam alterações climáticas, perda de biodiversidade e pandemias de saúde humana e diz que ciência é clara quando alerta que clima, biodiversidade e saúde humana “estão totalmente integrados e interdependentes”.

E a propósito lembra que o Clube de Roma, que alerta para a gestão sustentável do sistema terrestre, apresentou no ano passado um Plano de Emergência para o Planeta, que esta semana reformulou face à pandemia de covid-19, vista como uma manifestação de a ação humana ter colocado em “rota de colisão” os sistemas humanos e os sistemas naturais.

O novo plano do Clube de Roma identifica 10 ações que os países devem tomar na escala de uma década, como sejam, até 2030, a declaração dos ecossistemas críticos e das áreas protegidas como bens comuns mundiais e até 2050 a aprovação de uma moratória que pare a desflorestação.

E apresenta ainda outras 10 ações para os próximos 12 meses, que incluem por exemplo uma nova forma de tributação, taxando fortemente o que não é favorável para o planeta e reduzindo tributação ou não taxando o que é favorável.

Investigação
A equipa de investigadores internacional, liderada pelo i3S, analisou detalhadamente o percurso de 35 mil ninhadas de ratinhos...

O primeiro estudo de larga escala sobre a mortalidade precoce em ratinhos de laboratório, foi publicado recentemente na revista PlosOne e revelou que condições sociais e familiares determinam a elevada mortalidade pré-desmame. A equipa de investigadores internacional, liderada pelo i3S, analisou detalhadamente o percurso de 35 mil ninhadas de ratinhos de dois dos maiores biotérios europeus, cobrindo cerca de 10 anos de atividade. O artigo escrutina as práticas de criação em instalações com condições e regras de elevada qualidade para determinar os fatores de risco associados à mortalidade.

Na União Europeia são utilizados, a cada ano, cerca de 5,7 milhões de ratinhos de laboratório em trabalhos de investigação, nomeadamente na investigação biomédica para estudos de doenças, medicamentos e vacinas, entre outros. Estes números são bem conhecidos e registados, não só por existirem regras rigorosas e restritivas na utilização de animais em experimentação, como também pela vigilância apertada do seu bem-estar em todo o processo. Contudo, o número de animais que nascem para estes fins é bastante superior porque a taxa de mortalidade na fase pré-desmame dos ratinhos é muito alta. Os veterinários e investigadores estão cientes deste problema, mas não existem muitos estudos que permitam perceber a sua magnitude nem quais os fatores que condicionam esta perda precoce que acarreta custos elevadíssimos.

Investigação acompanhou o percurso de 220 mil ratinhos

Com base nestes dados, num projeto financiado pela FCT,  a equipa internacional liderada por Anna Olsson, coordenadora do grupo «Ciência de Animais de Laboratório» do i3S, pôs mãos à obra e analisou dados referentes a 35 mil ninhadas produzidas por duas instalações do Reino Unido, líderes em investigação biomédica. Isto significa que “a equipa seguiu o registo e percurso de cerca de 220 mil ratinhos, assim como todas as circunstâncias que os rodeavam, desde o nascimento até ao desmame. Os registos cobrem quase 10 anos de atividade de uma das instalações e quatro anos da outra”, explica Anna Olsson.  “O objetivo foi determinar a taxa de mortalidade pré-desmame e identificar fatores que aumentam a probabilidade de mortalidade de cada ratinho nascido”, acrescenta.

Estudo pode ajudar a reduzir a mortalidade

Os investigadores verificaram que as taxas médias de mortalidade em pré-desmame variavam entre as instalações (14% e 39%) para a mesma estirpe de ratinho em reprodução, muito superior à taxa de mortalidade de referência estabelecida (8%). Ou seja, explica Gabriela Morello, primeira autora do artigo, “o número teórico de referência é muito subestimado e muitas instalações de animais não estão cientes de que enfrentam um problema de sobrevivência dos animais mais agravado mesmo em animais saudáveis e em instalações bem cuidadas”.

“Foi necessário analisar outras condicionantes”, explica Gabriela Morello. Os ratinhos são animais sociais, vivem em pequenas colónias (em cada gaiola) constituídas por um macho, uma ou duas fêmeas e por vezes ninhadas nascidas em datas mais ou menos próximas. Por isso, a estrutura de cada colónia foi um dos pontos chave no estudo. “A sobreposição de ninhadas, ou seja, a presença de irmãos mais velhos na gaiola quando nascem novos filhotes, parece condicionar a sobrevivência dos recém-nascidos. A este fator de risco acresce ainda a idade avançada da mãe, o tamanho da ninhada, e um alto número e idade de irmãos mais velhos na gaiola”, acrescenta a investigadora.

“Sem dúvida que, para um ratinho, nascer numa gaiola onde já existe uma ninhada mais velha é perigoso. No entanto, quão mais velha é a outra ninhada também é crucial. Se as idades são próximas, no nosso estudo até uma semana de diferença, não há aumento do risco. Tudo piora quando existem outras condições de risco, como ser de uma mãe mais velha, ou fazer parte de uma ninhada mais pequena”, adianta ainda Anna Olsson.

A equipa chegou a estas conclusões através da compilação e análise cruzada de muitos dados, incluindo informações sobre o número de ratinhos nascidos e desmamados por ninhada, idade e identificação dos pais, datas de nascimento, entre outros. Estes resultados, sublinham as duas investigadoras, “apresentam um conjunto de dados que poderão ajudar a reduzir a mortalidade de ratinhos de laboratório na fase pré-desmame”.

Tecnologia mais rápida e mais barata
Uma equipa de investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) está a desenvolver o protótipo de um...

As principais unidades de investigação envolvidas no estudo, para além da UTAD com alguns elementos do seu Centro de Testagem Covid, são ainda a REQUIMTE, o ISEP e o ICBAS, em estreita colaboração com o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e o Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira.

Este projeto está a ser liderado pelas Investigadoras Paula Martins-Lopes (UTAD) e Helena M. R. Gonçalves (ex-investigadora da UTAD, atualmente da REQUIMTE) e que este biossensor para a deteção do SARS-CoV-2 está baseado numa patente internacional do grupo da UTAD, recentemente aprovada. O sistema é mais rápido do que a tecnologia atualmente disponível para deteção de SARS-CoV-2 (aproximadamente 20 minutos desde recolha da amostra à deteção), mais barata do que os testes PCR (Polymerase Chain Reaction) e não requer pessoal especializado. Tal sistema pode ainda ser replicado e implementado em diversas instituições, garantindo o monitoramento em tempo real da população numa situação real e em futuros “out-breaks”.

Com este projeto e o empenhado envolvimento dos seus investigadores, a UTAD vê cumprir-se a sua missão de responsabilidade social, colocando a investigação científica ao serviço da sociedade para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Covid-19
De acordo com um inquérito realizado a cerca de 40% do total dos dentistas a exercer em Portugal, 99,5% destes profissionais...

Segundo o inquérito, realizado em agosto pela Ordem dos Médicos Dentistas a 4.136 médicos dentistas de um total de 10.653 membros com inscrição ativa, este dado “demonstra que as medidas aplicadas são adequadas e que os médicos dentistas sabem o que estão a fazer no que concerne à infeção cruzada”.

Esta análise revela ainda que 40% dos médicos dentistas consideram que os doentes não têm receio de contágio nas consultas, 30% admite que existe algum medo e 25% diz que talvez tenham algum receio de contágio.

Por outro lado, 48% dos inquiridos revela uma menor disponibilidade financeira dos doentes para prosseguir tratamentos planeados.

As clínicas e consultórios dentários retomaram a sua atividade em 04 de maio com as consultas a serem marcadas previamente por telefone ou correio eletrónico e os utentes a usarem máscara antes de serem atendidos pelo médico.

Em declarações à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas disse que os dados do inquérito revelam que o retomar da atividade correu de forma favorável uma vez que em ambiente clínico é quase nula a taxa de infeção, dando uma garantia de confiança para os médicos e para os doentes.

Miguel Pavão defende, no entanto, que em caso de uma segunda vaga da pandemia é necessário o acesso facilitado à testagem a estes profissionais, uma vez que atualmente o fizeram por iniciativa própria, além de ser necessária a sua classificação como prioritários na vacina da gripe.

 

Centro médico de consulta telefónica na área da toxicologia
O Centro de Informação Antivenenos (CIAV), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou, no passado mês de junho,...

De acordo com o INEM, este número encontra-se em linha com a média mensal registada ao longo dos últimos anos. Em 2019, o CIAV realizou um total de 29.472 consultas telefónicas, a que corresponde uma média mensal de 2.456 chamadas relacionadas com intoxicações.

O CIAV é um centro médico de consulta telefónica na área da toxicologia, responsável pela prestação, em tempo útil, das informações necessárias e adequadas a profissionais de saúde ou ao público em geral, visando uma abordagem correta e eficaz a vítimas de intoxicação.

O CIAV presta informações referentes ao diagnóstico, quadro clínico, toxicidade, terapêutica e prognóstico da exposição a tóxicos em intoxicações agudas ou crónicas sobre todos os produtos existentes, desde medicamentos a produtos de utilização doméstica ou industrial, produtos naturais, plantas ou animais.

Funciona ao longo das 24 horas do dia, 7 dias por semana, sendo o serviço assegurado por pessoal médico especializado, disponível através de uma linha telefónica exclusiva – 800 250 250. A chamada é gratuita. 

 

Os tratamentos de PMA e o estado de emergência
Ainda não é conhecido o real impacto da pandemia sobre os tratamentos de infertilidade, no entanto,

Embora a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR) ter recomendado a suspensão dos tratamentos de infertilidade para evitar gravidezes durante o período da pandemia da COVID-19, a Associação Portuguesa de Fertilidade veio sustentar que os procedimentos em curso deveriam continuar considerando, no entanto, essencial procurar respostas nas equipas médicas que estariam a acompanhar estes casos. Neste sentido, após estado de emergência, em que pé está a Medicina de Reprodução?

É importante recordarmos que a Sociedade de Medicina da Reprodução (SPMR), a 24 de Abril de 2020, emitiu um comunicado dirigido a todos os Centros que realizam tratamentos de Procriação Medicamente Assistida (PMA), recomendando que, uma vez revogado o estado de emergência nacional decretado a 18 de Março e face à evolução da pandemia em Portugal, estes podiam retomar de forma progressiva a sua atividade, incluindo os tratamentos de PMA. Embora alguns Centros, na realidade, nunca tenham interrompido o seu trabalho, a retoma da atividade na maioria deles começou a verificar-se gradualmente durante os meses de maio e junho de 2020, estando atualmente a situação normalizada.

No caso dos tratamentos que foram suspensos, como é possível voltar a tranquilizar os pacientes sobre este processo?

É possível tranquilizar os pacientes informando-os que, por um lado, todos os Centros de PMA para estarem a funcionar têm que dispor de todos os requisitos e condições de segurança, exigidos pela Direção Geral de Saúde (DGS), nomeadamente terem um plano de contingência bem estruturado que possa ser  aplicado em todos os momentos da sua atividade e não apenas  durante as  consultas ou tratamentos, de modo a diminuir o risco de exposição da sua equipa de profissionais e dos seus pacientes ao vírus da COVID-19.

Nestas condições é possível efetuar com confiança os procedimentos e as consultas presenciais, relembrando que estas últimas também podem ser realizadas via telefone, Skype, Zoom, Google meets, etc. Por outro lado, outro componente importante na tranquilização dos pacientes é dar-lhes informação atualizada, sobre as evidências científicas disponíveis a respeito da infeção, sua prevenção e possíveis riscos que se apliquem a todas as etapas do processo reprodutivo, incluindo a gravidez. Assim atualmente, embora haja poucos estudos conclusivos sobre a doença, pode-se afirmar que:

a) Não há ainda indicadores categóricos que digam que as mulheres grávidas sejam mais vulneráveis à infeção por este vírus (SARS-CoV-2) e às suas complicações do que a população em geral e que estudos publicados (a grande maioria em mulheres infetadas no 2º e 3º trimestre) apontam para uma evolução mais ou menos favorável da gestação. Contudo há peritos e entidades de saúde, como por exemplo, a CDC (“Centers for Disease Control and Prevention”), que afirmam que no caso das grávidas, poderá haver um risco maior de infeção devido a alterações fisiológicas e imunológicas induzidas pela gravidez, e que por esta razão devem merecer um cuidado especial;

b) Vários estudos têm apontado para um ligeiro aumento do risco de parto pré-termo em grávidas infetadas e para uma taxa de aborto entre 8% e 10%, dados que parecem apontar para uma evolução relativamente favorável da gravidez na COVID-19;

c)  Considerada pouco provável, foi descrita recentemente a transmissão vertical do vírus entre a grávida e o feto. No entanto a experiência na maioria dos casos em todo o mundo, é a de que os recém-nascidos de grávidas infetadas têm um bom prognóstico e seu estado de saúde não difere muito dos nascidos de grávidas não infetadas;

d) Por não ter sido identificado, até agora, o recetor específico que permite a este novo coronavírus entrar nas células, parece muito pouco provável que este vírus seja capaz de infetar os gâmetas (óvulos e espermatozoides) de pacientes com a doença, ou de contaminar estas células em Laboratórios de PMA e que atendendo ao rigor das regras de vigilância e atuação nestes laboratórios, relativamente a outros agentes infeciosos, é de pressupor que a contaminação laboratorial por este vírus seja muito difícil de acontecer.

Faz ideia de quantos tratamentos entraram em modo “suspensão” durante o período de pandemia?

Esse estudo está a ser atualmente realizado pelo CNPMA e nos próximos tempos saberemos com exatidão o número de tratamentos que foram suspensos durante este período. No entanto é possível efetuar uma hipotética extrapolação baseada no último relatório, publicado pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), relativo á atividade desenvolvida pelos Centros de PMA, que refere que foram realizados em Portugal, um total de cerca de 12 mil tratamentos, nas suas diferentes modalidades. Assim se pensarmos que a maioria dos Centros teve encerrada entre 2 a 3 meses, é provável que durante este período tenham sido suspensos, em Portugal, entre 2 mil a 3 mil tratamentos.

Agora que todos tentamos voltar a um novo normal, que tratamentos podem ser realizados? Que cuidados devem ser seguidos?

Podem ser realizados todos os tipos de tratamentos. Contudo, no sentido de garantir uma maior segurança, passou existir para todos os profissionais e pacientes intervenientes um código de conduta, que tem que ser cumprido escrupulosamente, no sentido de evitar exposições desnecessárias ao novo coronavírus, tanto no trabalho como na sua vida particular. Foram também introduzidas alterações aos protocolos utilizados, como por exemplo todos os pacientes, antes e durante os ciclos de tratamento, terem que responder, a questionários de autoavaliação sobre sintomas e sinais relacionados com a infeção pela COVID-19, ou terem que realizar o teste de diagnóstico do vírus antes de determinados procedimentos, como a realização da colheita de gâmetas ou da transferência de embriões, teste que sendo positivo obriga ao cancelamento do tratamento.

Tendo em conta a sua experiência, quais as principais dúvidas dos pacientes?

As principais dúvidas e preocupações dos pacientes dizem respeito ao desconhecimento das repercussões da infeção pelo SARS-CoV-2 sobre os embriões e gâmetas, bem como sobre a grávida e o feto.

Quais as principais recomendações para quem pensa em realizar um tratamento de PMA?

No meu ponto de vista, as principais recomendações para quem pensa realizar tratamentos nesta área da Medicina são:

O cumprimento responsável do distanciamento social e o cumprimento rigoroso de todas as regras exigidas pelos Centros de PMA, para a concretização em segurança do tratamento, como a utilização de material de proteção individual, a desinfeção frequente das mãos e sempre que seja solicitada, o cumprimento da etiqueta respiratória, a realização de testes de rastreio da infeção sempre que necessário, entre outras.

Embora a decisão de tentar conceber seja inteiramente pessoal, ela precisa ser tomada com base no estado de saúde de cada pessoa, nas condições locais, isto é, no estado da pandemia em determinada região e deve ser sempre alicerçada numa cuidadosa análise da relação custo-benefício de cada caso concreto.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para ajudar a desmistificar o cancro
As máscaras da coleção ‘Cancro com Humor’ estão à venda na plataforma online mascarasunicas.pt, e uma parte do valor das vendas...

Este projeto, Cancro com Humor, é para a sua autora Marine Antunes, uma forma diferente de encarar o cancro. Cansada de falar de cancro a sussurrar e com palavras medidas, Marine, através do blogue, das palestras, dos livros e dos posts que publica diariamente, partilha o seu ponto de vista sobre o mundo do cancro, propondo que se fale e se viva com humor. Inspirada diariamente pelas histórias corajosas dos seus carequinhas, quebra barreiras e encara o cancro de frente. Sobreviventes, cuidadores, doentes oncológicos e todos os que vivem a vida com um sorriso, encontram neste projeto uma casa onde toda a gente é bem-vinda e nenhuma palavra é proibida. Esta ideia de criar uma coleção de máscaras deriva da necessidade de desmistificação de ideias pré-concebidas acerca da doença, e o facto de a parceria com a MascarasUnicas.pt fazer reverter parte do valor das vendas a favor do projeto ajuda a mantê-lo vivo.

Esta edição especial foi pensada por Marine Antunes (sobrevivente de cancro) e pelo seu noivo Tiago Castro (ator que interpretou a personagem ‘Crómio’ na série da TVI Morangos com Açúcar), materializada pela equipa criativa MU, e o foco só podia estar nos doentes oncológicos e cuidadores, que utilizam máscara diariamente desde há muito. Rapidamente se desenvolveram designs contemporâneos usando cores primárias, vibrantes, para transmitir um estado de espírito que encaixa perfeitamente na missão de desmistificação, alegria e felicidade dentro do caos. 

“Sabemos que não podemos decidir tudo o que nos acontece, mas podemos decidir COMO reagir ao que nos acontece - e as nossas máscaras significam isso mesmo, a nossa resposta POSITIVA à vida! Através do humor, de frases empoderadoras e carismáticas provamos que o cancro não nos domina. Partilhamos aquilo que é mais importante para nós - a amizade, a compreensão, o amor, a família - e dizemos ao mundo, «ei, não me julgues, aceita-me como sou!» Este é mais do que um projeto, é a representação da voz dos doentes oncológicos”, afirma Marine Antunes, autora do Projeto ‘Cancro com Humor’.

A edição especial já está à venda aqui.

Plano de resposta para o Outono e Inverno
Os bastonários da Ordens Profissionais da Saúde participaram esta quinta-feira, numa reunião com o Ministério da Saúde, com...

O encontro de trabalho, que teve lugar no Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, contou com a presença do Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, da Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, do Subdiretor-Geral da Saúde, Rui Portugal, e dos Bastonários da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, da Ordem dos Médicos, José Miguel Guimarães, da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão, da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, da Ordem dos Biólogos, José Matos e da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Manuel de Salter Cid Gonçalves.

“Estamos conscientes desde a primeira hora de que a resposta à pandemia é um desafio nacional, apenas superável com o contributo de todos em geral e dos profissionais de saúde, de forma particular”, defendeu António Lacerda Sales.

“Atendendo ao elevado grau de desconhecimento que ainda existe em relação a esta doença, o poder de antecipação continua a ser a melhor ferramenta de que dispomos. É a nossa vacina”, prosseguiu, definindo as linhas mestras da estratégia em elaboração: Preservar vidas humanas; proteger os mais vulneráveis; garantir respostas no Serviço Nacional de Saúde além da Covid-19; e preparar uma possível segunda vaga da pandemia, assegurando a quebra, a contenção e mitigação de cadeias de transmissão.

 

Soluções de desinfeção para seres humanos, roupa, calçado e vias urbanas
A Inokem, startup portuguesa de biotecnologia especializada em soluções químicas e biológicas, em plena transformação, adaptou...

A Inokem recorre a técnicas recentes de engenharia para o desenvolvimento de soluções mais eficientes, que sejam compatíveis com o meio ambiente. Como tal, 96% das suas soluções são feitas com matérias-primas 100% biodegradáveis, que permitem caminhar para um impacto ambiental zero. Procura, também, através do seu departamento de inovação, fórmulas que utilizem a biologia como base para as soluções de futuro.

A empresa é 100% portuguesa e oferece soluções setorizadas, certificando, desde 2012, as suas soluções no laboratório independente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, garantindo a sua transparência e qualidade.

Recentemente, a Inokem levou a cabo uma transformação intensiva, focando-se ainda mais na biotecnologia, no ambiente e nas pessoas. A partir do know-how existente, desenvolveu novas fórmulas para soluções específicas na contenção pandémica da Covid-19, nomeadamente para desinfeção de seres humanos em cabines de descontaminação, todo o tipo de tecidos e calçado, assim como desinfeção de espaços públicos sem qualquer tipo de contraindicações.

“Desde a nossa fundação temos desenvolvido, em colaboração com diversos departamentos de virologia internacionais, uma gama de desinfetantes específicos de combate a diversas epidemias e pandemias, com notoriedade de mercado e com comprovação científica, entre elas: influenza (Gripe A - H1N1), Gripe Suína, SARS e MERS. Por isso, não podíamos ficar indiferentes ao que se está a passar no mundo com a Sars-COV-2 e a transformação que fizemos levou-nos a colocar ainda mais em primeiro plano a biotecnologia e a sustentabilidade. Queremos, por isso, ajudar a economia, a sociedade portuguesa e europeia a levantar-se, sempre, pois é este o nosso ADN”, afirma Pedro Santos Martins, CEO da Inokem.


O Vircov_tex é uma solução para desinfecção de têxteis. 

Os desinfetantes desenvolvidos para dar resposta a esta pandemia têm, cada um, as suas especificidades. O sistema de desinfeção em humanos passa pela aplicação em túneis, em sistemas individuais de descontaminação para contenção pandémica.  Já o desinfetante têxtil permite, nas lojas de roupa, operar uma desinfeção em menos de 12 segundos das roupas expostas para que os clientes possam experimentá-las em segurança. Por seu turno, o desinfetante urbano pode ser usado em espaços exteriores e interiores, potenciando uma maior desinfeção de espaços públicos e não só. O mesmo pode também ser aplicado a mercadorias.

Todos os produtos são 100% biodegradáveis e sem impacto ambiental, reforçando o compromisso da startup portuguesa com o meio ambiente.

Último relatório divulgado
Segundo o relatório divulgado, esta quinta-feira, pela Direção Geral da Saúde, Portugal conta hoje com mais 291 casos de...

Quanto aos casos ativos da doença, foram contabilizados 12.940 casos infecção, mais 154 do que ontem. Quanto ao total de doentes recuperados, contam-se 40.264, mais 135 face ao relatório anterior. Há ainda 34.422 contactos em vigilância pelas autoridades (menos 350).

Nos hospitais portugueses, encontram-se 334 doentes internados devido ao novo coronavírus (mais cinco). Destes, 39 estão em unidades de cuidados intensivos (mais 4). A caracterização demográfica mostra que a maioria das pessoas infectadas em território nacional é do sexo feminino (30.289).

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que apresenta mais novos casos: nas últimas 24 horas, foram registados 170 novos casos de infecção e uma morte. O Norte aparece logo a seguir com mais 93 casos e também um óbito a assinalar.

No Centro, registam-se mais seis casos desde ontem. O relatório da DGS revela também mais 12 casos no Alentejo, nove no Algarve e um nos Açores. Madeira é a única região sem novos casos confirmados.

 

 

Aquisição conjunta na UE
António Costa divulgou hoje que o Governo autorizou a encomenda do primeiro lote de 6,9 milhões de vacinas contra a Covid-19,...

“A União Europeia coordenou a aquisição conjunta. Hoje autorizámos o primeiro lote de 6,9 milhões de vacinas para Portugal. A UE selecionou seis vacinas que estão em desenvolvimento, as seis em que valia a pena investir. Mobilizámos os recursos financeiros para garantir estas vacinas”, afirmou o primeiro ministro aos jornalistas, à margem de uma visita ao Hospital de Gaia.

Com esta autorização, António Costa realçou que cabe agora à Direção-Geral de Saúde que “defina os critérios que devem obedecer à vacinação progressiva, universal e gratuita da população portuguesa para assegurar esta imunização”.

“O Estado Português associa-se assim à aquisição de vacinas contra a doença COVID-19 no âmbito do procedimento europeu centralizado, sendo que a Resolução do Conselho de Ministros hoje aprovada corresponde à primeira fase dos procedimentos aquisitivos, a realizar em 2020, assegurando a aquisição de 6,9 milhões de doses e assumindo como referência a estratégia nacional e correspondentes populações-alvo a definir pela Direção-Geral da Saúde”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros divulgado esta quinta-feira.

As negociações entre a Johnson e Johnson, a AstraZeneca, o laboratório francês Sanofi-GSK e a Comissão Europeia poderão assegurar 27 centenas de milhões de doses de uma possível vacina para a Covid-19.

Segundo a notícia avançada ontem pela “TSF”, Portugal deverá receber o suficiente para vacinar dois terços da população residente em território nacional, ainda este ano e durante o próximo ano. De acordo com o  Infarmed, a primeira remessa, um total de 690 mil vacinas, pode chegar já em dezembro.

A aquisição das vacinas será financiada pelo Instrumento de Apoio de Emergência que a Comissão Europeia criou durante a pandemia, sendo que ainda não se conhecem os preços.

A Comissão Europeia anunciou, no início da semana, um primeiro acordo com a farmacêutica AstraZeneca para a compra de 300 milhões de doses de uma potencial vacina contra a covid-19, com uma opção de mais 100 milhões em nome dos Estados-membros. Também em negociações está a Johnson e Johnson que poderá assegurar uma aquisição inicial de 200 milhões de doses e, posteriormente, mais 200 milhões.

 

Garantia do Ministério da Saúde
A Ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou hoje, dia 20 de agosto, que o plano dedicado à infraestruturação do setor de...

À margem de uma visita ao Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, que também contou com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, Marta Temido salientou que o programa vertical de aquisição de ventiladores, de 60 milhões de euros, vai ser completado “com um programa de 26 milhões de euros para a reinfraestruturação dos hospitais para a garantia de rentabilização destes equipamentos”, assegurando o maior proveito possível.

Esta verba foi aprovada ontem, dia 19 de agosto, e alvo de um despacho assinado pelas áreas das Finanças e da Saúde, que “permite a concretização deste tipo de investimentos em vários hospitais do país”.

Além disso, “foi aprovada a materialização da remodelação infraestrutural de um conjunto de serviços de Medicina Intensiva até ao final de 2020 e que depois terá um complemento em 2021”, acrescentou a Ministra da Saúde.

Marta Temido Saúde salientou ainda que uma eventual nova vaga da pandemia não pode provocar novo confinamento generalizado. “Tem de ser diferente da anterior porque não podemos perder mais tempo nas áreas assistenciais não covid e tem de ser diferente porque provavelmente não podemos, em termos sociais, voltar a usar soluções tão extremas como um confinamento generalizado”, sublinhou.

As obras do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho estão integradas no Plano de Reabilitação Integrado e têm um valor associado de 86 milhões de euros divididos em três fases de intervenção. Neste momento está em conclusão a fase B, que representa um investimento de 13 milhões de euros em infraestruturas e dois milhões de euros em equipamentos.

 

 

Mais camas e mais especialistas
Foi aprovado, a 18 de agosto, pela Ministra da Saúde, Marta Temido, o documento de Atualização da Rede Nacional de...

De acordo com o documento, que esteve em consulta pública até dia 28 de julho, a atual pandemia de Covid-19 originou uma maior procura dos recursos de Medicina Intensiva, que só puderam ser acomodadas através de medidas extraordinárias de aumento de recursos, não sustentáveis no tempo.

Por este motivo, foi necessária uma reflexão estratégica da Medicina Intensiva, qualificando-a para responder a um desafio prolongado no tempo e consolidando para o futuro uma carteira de serviços alinhada com as melhores práticas.

O documento agora aprovado aponta um caminho para esta concretização, envolvendo os Conselhos de Administração das instituições hospitalares e os Serviços de Medicina Intensiva, no incremento imediato da capacidade de internamento, tendo como referência, a dois anos, um objetivo global de cerca de 11,5 camas por 100.000 habitantes e preservando uma organização em rede com base em eixos de referenciação.

São apresentadas, no documento, propostas de capacitação para as cinco Administrações Regionais de Saúde, sendo que, no global, se espera um incremento de 45% da capacidade instalada de Medicina Intensiva até 2021, que se traduz em mais 914 camas (de nível 2 e nível 3), 95 médicos, 626 enfermeiros e 198 assistentes operacionais.

Assim, esta capacitação exige, entre outros, aquisições de equipamentos, aumento dos recursos médicos, aumento significativo do número de enfermeiros nos quadros dos Serviços de Medicina Intensiva e inclusão de fisioterapeutas nas equipas.

É também fundamental o compromisso dos hospitais e Serviços de Medicina Intensiva na definição de modelos de missão institucional de âmbito alargado e coerente com o investimento efetuado, bem como a melhoria das condições de trabalho e segurança nesses serviços e a implementação de um sistema de informação que permita a gestão da rede de referenciação de forma eficaz e atempada.

 

Desenvolvimento das crianças
O problema não é novo, mas a pandemia da Covid-19 confinou ainda mais as brincadeiras ao ar livre.

As ruas devem ser espaços para as crianças brincarem

Seja por falta de tempo dos pais, pelo atual modelo de ensino nas escolas ou pela sociedade em si, parece que o brincar ao ar livre ficou esquecido. O problema não é de agora, mas ganhou uma nova intensidade com o confinamento imposto pela Covid-19, algo que Mário Rui, diretor de programas da Ajuda em Ação em Portugal, revelou como uma grande preocupação da ONG no discurso de abertura da conversa moderada pela jornalista Isabel Moiçó. Preocupação da qual o investigador Carlos Neto também partilha ao afirmar logo na sua primeira intervenção que “é importante decretar o estado de emergência do brincar ao ar livre” e ao reconhecer o brincar como essencial para os “seres humanos se estruturarem de um ponto de vista motor, social, cognitivo e emocional”. Além de que o não brincar tem implicações na saúde: “75% a 80% das crianças que acompanho tiveram um grande agravamento da obesidade pré-existente”, avançou em seguida a pediatra Sara Martins.

Apesar da dura realidade, existem profissões como a de Frederico Lopes que têm como missão recuperar o brincar ao ar livre. Como brinconauta na Associação 123 Macaquinho do Xinês e membro do consórcio Brincapé, Frederico afirmou que uma das formas de o fazer, sobretudo num contexto urbano, é através do conceito de “cidades mais amigas das crianças”, isto é, cidades que incluem as crianças e adotam políticas para que estas possam brincar mais, e de forma segura, nas ruas. Portugal “ainda está longe de ter cidades amigas das crianças, mas está próximo de começar a ter vizinhanças amigas das crianças”, disse Frederico Lopes, dando o exemplo de medidas que foram tomadas em cidades como Lisboa, como o aumento do espaço público e a redução da circulação automóvel, e que embora não tenham sido motivadas pelo brincar, ajudaram-no. “Enquanto adultos é preciso desformatar a ideia de que as crianças só brincam no espaço de jogo, de recreio ou no parque infantil”, reforçou.

Uma ideia com a qual o formador e educador não formal Jo Claeys se identificou, ao partilhar a sua experiência de quem vive e trabalha numa zona rural. Mesmo morando na vila da Marmeleira, onde há maior liberdade para as crianças brincarem ao ar livre, inconscientemente dá por si a dizer ao filho “atenção ao carro!” quando deveria era dizer à pessoa que conduz “atenção à criança!”.

Estará na altura de repensar o atual modelo de ensino das escolas?

O público da segunda sessão das Conversas Online da Ajuda em Ação já comentava com interesse as reflexões dos quatro convidados, mas foi no momento em que a moderadora Isabel Moiçó introduziu o tópico do regresso às aulas em tempos de Covid-19 que a participação aumentou consideravelmente. Especialmente quando o investigador e professor da Faculdade de Motricidade Humana Carlos Neto referiu que esta é a altura certa para se repensar o atual modelo de ensino das escolas, sobretudo da creche ao 2º ciclo, para que “as crianças deixem de ser pequenos prisioneiros dentro da sala de aula, para poderem ser pequenos pesquisadores ao ar livre”. O novo modelo de que Carlos Neto falou durante a sua reflexão implica que a escola vá além da sala de aula, recorrendo mais ao espaço exterior, até porque isso potencia a atividade e a aprendizagem. Um espaço exterior que tem obrigatoriamente de mudar para se tornar “um espaço interessante”.

A pediatra Sara Martins concordou com a abordagem de se levar as crianças mais para o espaço exterior neste regresso às aulas e destacou a importância de se voltar à escola. A convidada defendeu que “não é de todo exequível impedir as crianças de terem contacto”, alertando que seguir por esse caminho “teria demasiadas consequências a nível psicológico e do desenvolvimento” e que o uso de máscara em crianças pequenas pode ter efeitos emocionais indesejados. E continuar a confinar as crianças também não é a melhor solução, porque durante este período “apresentaram mais quadros de ansiedade”, lembrou Frederico Lopes. Para já, é mais sensato tomar precauções como “não mandar as crianças para escola quando estão doentes” e ter a perceção de que “as crianças representam 1% dos casos mundiais e a grande maioria são assintomáticas ou são muito pouco sintomáticas”, ressalvou Sara Martins.

“O risco é essencial ao brincar”, diz a pediatra Sara Martins

Ao longo da conversa ficou bastante claro que todos os convidados concordavam num mesmo ponto: as crianças brincam cada vez menos e, sobretudo, brincam cada vez menos ao ar livre. Isto também está a acontecer porque, como disse Jo Claeys na sua última intervenção, “como adultos, muitas vezes, temos medo de deixar as crianças brincarem, com receio que se magoem. E acabamos por cortar as asas às crianças".

Talvez porque ainda se confunde a ideia de perigo com a de risco. “Perigo é diferente de risco. O risco é essencial ao brincar e à aprendizagem porque dá às crianças a capacidade de adaptação que elas vão aproveitar ao longo da vida toda”, fez questão de desmistificar a pediatra Sara Martins. “Uma criança saudável é aquela que tem os joelhos esfolados. Uma criança saudável é aquela que se confronta com o risco. Só quem se confronta com o risco é que tem segurança”, lembrou ainda Carlos Neto.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19
O reforço das equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 na Área Metropolitana de Lisboa já foi...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença.

De salientar que a 4 de agosto iniciaram atividade três equipas no concelho de Almada, o mesmo tendo acontecido a 18 de agosto com duas equipas no concelho do Seixal.

Entre 30 de junho e 18 de agosto, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde de Almada-Seixal, Amadora, Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas e Sintra realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 9.801 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid –, estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizados ações de sensibilização à população.

 

Gripe
Segundo afirmou a diretora-geral da DGS, Graça Freitas, esta quarta-feira, a campanha de vacinação “será um bocadinho diferente...

Nos últimos anos, as vacinas para a gripe têm começado a ser administradas a partir de 15 de outubro.

Quanto às doses e à sua distribuição, acrescentou que vão distribuídas “o mais rapidamente que conseguirmos por todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde”. Aliás, nesta campanha, o objetivo da DGS é reencaminhar para os serviços de saúde as vacinas assim que estas cheguem, fazendo que a vacinação dependa mais da entrega das doses do que da distribuição nacional.

De acordo com Graça Freitas, a entrega das vacinas contra a gripe está nas mãos de duas empresas, sendo que as vacinas “não chegam todas no mesmo dia”. Vão chegar em lotes, sendo que “a primeira tranche será de mais de 300 mil doses que chegarão nos primeiros dias de outubro”, garantiu a responsável, acrescentando que depois “têm que ser desalfandegadas e há toda a tramitação que nós vamos tentar acelerar com as firmas e com o Infarmed”.

Ainda sobre a administração da vacina e em matéria de prioridade, explicou que dentro dos grupos considerados de risco, avançam primeiro os utentes e funcionários de lares e os profissionais de saúde. “Depois, à medida que vão chegando as outras tranches, vamos fazendo vacinação intensiva”, rematou.

Graça Freitas anunciou ainda que está a ser estudada a possibilidade de elaborar uma campanha de sensibilização para “escoar todas as vacinas rapidamente”, nomeadamente, a criação de novos pontos de toma das vacinas, como pavilhões municipais. “Fá-lo-emos, se for necessário”, garantiu a responsável.

 

Infeção por Covid-19
Um estudo do Hospital Pediátrico e do Hospital Geral de Massachusetts, Estados Unidos, veio concluir que as crianças têm um...

Este estudo é o mais abrangente com crianças com covid-19 feito até agora, tendo envolvido 192 crianças e jovens dos zero aos 22 anos. 49 das crianças avaliadas testaram positivo à covid-19 e mais 18 tiveram uma doença relacionada com o novo coronavírus.

Os resultados da investigação vieram mostrar que as crianças infetadas têm um nível significativamente mais elevado de vírus nas vias respiratórias do que os adultos hospitalizados nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) para tratamento de covid-19.

“Fiquei surpreendido com os elevados níveis de vírus que encontramos em crianças de todas as idades, especialmente nos dois primeiros dias de infeção", afirmou Lael Yonker, autor principal do estudo.

"Não estava à espera de que a carga viral fosse tão elevada. Pensa-se num hospital, e em todas as precauções tomadas para tratar adultos gravemente doentes, mas as cargas virais destes doentes hospitalizados são significativamente inferiores às de uma 'criança saudável' que anda por aí com uma elevada carga viral SARS-CoV-2", acrescentou.

O investigador lembrou que a transmissibilidade ou risco de contágio é maior quando há uma elevada carga viral, e que mesmo quando as crianças apresentam sintomas típicos de covid-19, como febre, tosse ou corrimento nasal, nem sempre é fácil um diagnóstico preciso porque são sintomas comuns das doenças infantis.

A investigação examinou também a resposta à doença de crianças infetadas, tendo-se concluído que as crianças não estão imunes à infeção.

"Durante esta pandemia da covid-19 examinámos principalmente pessoas sintomáticas, pelo que chegámos à conclusão errada de que a grande maioria das pessoas infetadas são adultos. No entanto, os nossos resultados mostram que as crianças não estão protegidas contra este vírus. Não devemos descurar as crianças como potenciais propagadores do vírus", advertiu Alessio Fasano, outro dos autores do estudo.

Os investigadores notam que, embora as crianças com covid-19 não sejam tão suscetíveis de ficar gravemente doentes como os adultos, como portadores assintomáticos, ou portadores com poucos sintomas, ao frequentarem a escola podem espalhar a infeção e levar o vírus para as suas casas. Algo que é especialmente preocupante em famílias com idosos em casa.

O estudo analisou ainda questão de as crianças terem um menor número de recetores imunitários, o que as tornaria mais suscetíveis à infeção ou gravemente doentes e defendem que as crianças podem transportar uma carga viral elevada, o que as torna mais contagiosas, independentemente da sua suscetibilidade ao desenvolvimento da covid-19.

 

Doença autoimune
A Psoríase é uma doença que afeta cerca de 250.000 portugueses, dos quais um terço se encontra subdi

“A Psoríase é uma doença imunomediada, predominantemente autoimune, crónica. Há uma inflamação generalizada em todo o organismo que se repercute mais na pele, nas articulações e na componente cardiometabólica”, palavras de Paulo Ferreira, dermatologista, que responde a todas as perguntas reais de doentes na série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, uma iniciativa da PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase.

A doença evolui a uma velocidade que varia em função da suscetibilidade individual em se ter a doença, tal como, no maior controlo/descontrolo da resposta inflamatória dada pelo organismo. Tendo em conta as áreas da pele que podem ser atingidas, a doença pode caracterizar-se como ligeira, moderada ou grave.

Em altura de pandemia, os doentes com Psoríase, ao terem uma doença autoimune, devem ter mais cuidado com o distanciamento social. O fundamental em altura de covid-19 é “manter a doença controlada e tratada”, diz o médico.

Muito Mais do que Pele

Um doente pode ter manifestações da doença em várias partes do corpo e simultaneamente, pois a doença afeta sobretudo o “couro cabeludo, cotovelos, joelhos e o fundo das costas” como refere o dermatologista Paulo Ferreira. No entanto, pode-se manifestar nas mãos, genitais, nas unhas, nos olhos/pálpebras, nas articulações… Por vezes, o doente começa por sofrer de artrite, descobrindo-se posteriormente, que se trata de artrite psoriática. Isto, porque a Psoríase está associada a várias comorbilidades, como artrite e problemas reumáticos, depressão...

A Psoríase afeta e inicia-se em muitas pessoas na idade jovem, sendo por vezes desencadeada por fatores como o stress de exames escolares ou entrada na vida profissional, diabetes, obesidade, excessos alimentares, fumar, entre outros. As lesões aparecem normalmente na forma de placas, nas zonas corporais de maior atrito, provocando uma reação instintiva de coçar, o que por si só, piora as lesões e pode inclusivamente levar ao aparecimento de novas. Esse prurido, por sua vez, traz mais desconforto, dificuldade em dormir, mais angústia e má qualidade de vida.

Na gravidez, 70% das doentes melhoram, pois “há hormonas produzidas pela placenta que têm uma ação de controlo da inflamação”, afirma Paulo Ferreira.

Conhecer e aceitar esta parte de si

“Como doença autoimune que é, a Psoríase não tem cura, mas dispomos de muitas terapêuticas que permitem manter o doente fora de lesões, e prevenindo, espera-se, as próprias comorbilidades”, sugere o especialista.

Antes de conhecer e aceitar a doença, é preciso diagnosticar. Quando se começa a ter evidências de placas de psoríase, o diagnóstico é clínico, e pode ser feito pelo médico de medicina geral e familiar, sendo a “referenciação e o diagnóstico do doente fundamentais”, segundo o médico. A maioria das formas ligeiras a moderadas da psoríase podem ser tratadas pelo médico familiar com terapêuticas tópicas. Se forem mais graves, convém o doente ser dirigido a um dermatologista.

Relativamente à aceitação, muitos doentes “ou andam escondidos, ou têm vergonha…alguns nem se sentem confortáveis em ir à praia” diz Paulo Ferreira. Um problema, acrescenta o médico, pelo estigma associado à doença e, ainda, porque a praia e o sol aparentam estar associados a melhoria dos sintomas da doença, “ajudando a prevenir os eventos cardiometabólicos desencadeantes da psoríase”. É por isso que a doença deve ser desmistificada e tem de deixar de haver o estigma e a falta de conhecimento que ainda há, pois, “a psoríase não é contagiosa, contagioso é o preconceito”. É precisamente para ultrapassar este estigma que a PSOPortugal decidiu lançar esta série, “uma iniciativa que todos os psoriáticos merecem, pois como diz o nome, todos temos o direito a ser felizes”, acrescenta Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal.

Assista aos episódios da série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, da PSOPortugal aqui: 

Episódio 1: https://www.youtube.com/watch?v=R6IwSvf9QqI&t=40s

Episódio 2: https://www.youtube.com/watch?v=z6cN5dptqsc

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19
À semelhança do que se verifica em diversos países, a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta quarta-feira que a...

“Esta é uma daquelas estratégias que está em contínua avaliação e adaptação à evidência e à realidade. Estamos completamente abertos a essa discussão”, disse, em declarações aos jornalistas, na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19. 

Esta avaliação, adiantou, é feita em coordenação com o Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções. “Há um grupo de peritos que nos aconselha nesta matéria, além da literatura internacional que vai surgindo”, explicou. 

Sobre este tema, a Ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que “as nossas recomendações têm sido sempre evolutivas, adaptativas e com base naquilo que são as recomendações internacionais”. 

Neste momento, sublinhou, “há vários países que estão a fazer essa ponderação e nós naturalmente estamos atentos”. “Se a evidência e as condições o aconselharem, nós, Ministério da Saúde, recolheremos da Direção-Geral da Saúde a melhor informação técnica para podermos tomar decisões”, acrescentou. 

Questionada sobre o alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) que diz que a população dos 20 aos 40 anos é a grande ameaça na transmissão da COVID-19, Graça Freitas explicou que “esta é a faixa etária em que as pessoas apresentam maior autonomia, mobilidade e capacidade de se movimentarem sem limitações”. 

Como “esta é uma doença contagiosa, quanto mais as pessoas se movimentam por motivos laborais ou lúdicos, mais contactos têm umas com as outras e mais transmitirão a doença”. Por outro lado, existe uma política de proteção dos mais vulneráveis, pelo que tanto nos lares como nos domicílios “tendemos a ver algum resguardo das pessoas mais idosas”. Esta é, segundo da Diretora-Geral da Saúde, uma “possível explicação para esta dinâmica da doença”. 

 

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