Material de proteção
Neste Mês Internacional de Sensibilização para o Cancro Pediátrico, a Zurich Portugal, a “Z Zurich Foundation”, fundação...

Devido à fragilidade dos seus sistemas imunológicos, as crianças e jovens doentes pediátricos são particularmente vulneráveis à Covid-19 e, por este motivo, a ACREDITAR está, desde fevereiro, a adaptar todas as suas ações a esta realidade. O donativo vai ser aplicado em materiais de proteção para crianças, jovens e suas famílias, na continuação da adaptação necessária ao contexto epidémico dos espaços das Casas Acreditar em Lisboa, Coimbra e Porto, no transporte de doentes e famílias, no apoio financeiro às famílias de doentes em situações socioeconómicas críticas e na criação de testemunhos em vídeo de sobreviventes de cancro para partilha com as crianças e jovens internados.

“No meio do contexto pandémico que vivemos e com a possibilidade de um agravamento a partir do outono, não podemos deixar que o cancro pediátrico caia no esquecimento. Continua a ser fundamental realçar a importância do diagnóstico atempado do cancro pediátrico e garantir que a qualidade dos tratamentos se mantém na agenda pública. Neste momento em que as famílias estão ainda mais carenciadas social e financeiramente e em que sentimos uma quebra dos nossos fundos, é renovador contarmos com o empenho de parceiros como a Zurich no reforço da proteção das nossas Casas e também das crianças e jovens hospitalizados”, salienta Margarida Cruz, diretora geral da ACREDITAR.

“A Zurich é parceira da ACREDITAR há mais de 10 anos e considerando que os impactos da Covid-19 são particularmente sentidos nas crianças e jovens com cancro pediátrico e que as necessidades de adaptação da ACREDITAR aumentaram, faz-nos todo o sentido reforçar o nosso apoio, contribuindo assim para a qualidade de vida destes doentes, sobreviventes e suas famílias que tanto precisam da nossa atenção, do nosso apoio e da nossa dedicação”, afirma António Bico, CEO da Zurich Portugal.

Em resposta aos desafios que as instituições de beneficência enfrentam devido à crise provocada pela Covid-19 e para manter o apoio às instituições selecionadas através de um contínuo compromisso local com o voluntariado, a Zurich Portugal, a “Z Zurich Foundation” e a Missão Azul também estão a apoiar a ADIL – Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo, Casa da Criança de Tires, Centro de Apoio ao Sem-Abrigo de Setúbal, CEPAC – Centro Padre Alves Correia, Comunidade Vida e Paz, Coração Amarelo, Cruz Vermelha Portuguesa, EPIS - Empresários Pela Inclusão Social e vários centros hospitalares com alimentação, equipamento informático, material didático, mobiliário ou viseiras de proteção individual.

A ACREDITAR existe desde 1994. Presente em quatro núcleos regionais: Lisboa, Coimbra, Porto e Funchal, dá apoio em todos os ciclos da doença e desdobra-se nos planos emocional, logístico, social, entre outros. Em cada necessidade sentida, dá voz na defesa dos direitos das crianças e jovens com cancro e suas famílias. A promoção de mais investigação em oncologia pediátrica é uma das preocupações a que mais recentemente se dedica. O que a ACREDITAR  faz há 25 anos - minimizar o impacto da doença oncológica na criança e na sua família - é ainda mais premente agora em tempos de crise pandémica.

 

Discriminação pela idade
O Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (NEGERMI), com o apoio de 42 outras organizações...

No dia 25 de maio, o mundo inteiro ficou chocado com a morte por asfixia de George Floyd, um afro-americano, durante a sua prisão pela polícia em Minneapolis. Imediatamente o mundo mobilizou-se para criar um movimento para combater o racismo anti-negro, por meio do slogan “#BlackLivesMatter "

Quatro meses mais tarde, com a pandemia de COVID-19 a afetar todas as nações, sem distinção, foram as pessoas com 65 ou mais anos que pagaram o preço mais alto (92% de mortalidade em França, 90% na Suécia, 89% no Reino Unido).

Quando se comemora o 20º aniversário do artigo 25º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, que reconhece oficialmente "o direito das pessoas idosas a uma existência condigna e independente e a participar na vida social e cultural”, o Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (NEGERMI), com o apoio de 42 outras organizações de 29 países lançaram o slogan "#OldLivesMatter" para lutar contra a discriminação pela idade (idadismo; velhicismo) e sensibilizar os cidadãos, os meios de comunicação social e as instituições para o respeito pelos mais velhos.

#AllLivesMatter: dos negros, dos jovens, dos velhos

Esta campanha, criada pela Sociedade Francesa de Geriatria e Gerontologia (SFGG), com o apoio da European Geriatric Medicine Society (EuGMS), é composta por três vídeos “#OldLivesMatter”, criados por Jean-Paul Lilienfeld. Os vídeos representam três casos de racismo comum e universal, num tom humorístico e incomum, e pretendem mostrar como o preconceito de idade é uma discriminação tão frequente que nem sequer a vemos.

Em 2050, as pessoas com 60 anos ou mais serão 2 mil milhões no mundo: “a sociedade poderá tirar vantagens desse envelhecimento da população se todos envelhecermos com melhor saúde. Mas, para isso, devemos eliminar os preconceitos relacionados com a idade”, diz Olivier Guérin, Presidente da Société Française de Gériatrie et Gérontologie (SFGG).

Idadismo é a discriminação mais comum e banal

O preconceito de idade é a discriminação mais difundida, comum e universal (e é a única discriminação que não é punida por lei). A maioria das pessoas não tem conhecimento dos estereótipos que eles próprios inconscientemente têm sobre os idosos e, no entanto, isso exerce um efeito destrutivo sobre esses mesmos idosos - um estudo mostrou que pessoas expostas ao comportamento negativo do idadismo vivem em média 7,5 anos menos que os outros.

A discriminação insidiosa que mina as nossas sociedades: a exclusão da maioria dos idosos da vida ativa da sociedade é uma tragédia inaceitável e contrária à dignidade humana.

29 e 31 de outubro
A Sociedade Portuguesa da Coluna Vertebral (SPPCV) está a promover o seu IX Congresso, que irá decorrer pela primeira vez num...

“Com este congresso pretendemos promover a partilha de conhecimento entre os profissionais de saúde de forma interdisciplinar e fomentar o interesse no tratamento de patologias da coluna vertebral. Neste espaço online estarão presentes oradores que articularão palestras, debates e workshops com diferentes objetivos e subtemas.”, explica Carla Reizinho, Presidente da Comissão Organizadora do IX Congresso da SPPCV.

Acrescenta ainda, “Face à situação que o mundo está a ultrapassar, organizar o congresso num formato virtual é sem dúvida a solução mais segura para todos. Consideramos que a continuidade formativa dos cirurgiões da coluna e restantes profissionais que de alguma forma abordam o doente com patologia da coluna é vital para a melhoria dos cuidados aos nossos doentes."

A iniciativa virtual contará com a presença de palestrantes internacionais, como Thomas Blattert e Marco Teli em representação da Eurospine no simpósio com o tema “Desafios no tratamento da patologia da coluna no idoso” e com o Professor Michael Fehlings, que introduzirá a palestra “Degenerative cervical myelopathy: What is new? What is hot?”, entre outros palestrantes nacionais e internacionais reconhecidos. Contaremos com a participação de Sociedades Científicas Internacionais, nomeadamente a AO Spine, a Sociedade Espanhola de Coluna (GEER) e Sociedade Iberolatinoamericana de coluna (SILACO).

O Congresso da SPPCV é um evento que vai já na sua nona edição e tem como missão promover a discussão, divulgação científica e aprendizagem de temas relacionados com a coluna vertebral, sendo que as inscrições para a submissão dos resumos estão abertas até ao próximo dia 13 de setembro.

Para mais informações e inscrições: https://norahsevents.eventkey.pt/geral/paginas.aspx?cod=336

 

Curso
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar...

“Conhecemos hoje, melhor do que nunca, a população microbiológica associada aos doentes com infeção que tratamos na Medicina Interna e isto deve-se à maior capacidade laboratorial para a sua identificação e pela consciência da necessidade do conhecimento – para cada realidade epidemiológica – do seu padrão de sensibilidade e resistências aos antibióticos. Esse mesmo conhecimento coloca-nos hoje em alerta para a emergência de microrganismos cada vez mais resistentes aos antibióticos disponíveis, colocando novos desafios na prevenção e tratamento da infeção.” afirmam Sara Marques e Carlos Capela, Médicos de Medicina Interna do Hospital de Braga.

“Um dos fatores mais relevantes para a emergência dessas resistências é a utilização excessiva de antibióticos, seja a nível do uso humano, seja a nível da indústria de produção animal. A Medicina Interna é a especialidade que lida frequentemente com doentes e doenças complexas, e por isso é-nos exigida a adequação terapêutica individual otimizada nestes contextos, para daí retirarmos o benefício para o doente contribuindo ao mesmo tempo para o melhor controlo global das resistências aos antibióticos.” acrescentam Sara Marques e Carlos Capela.

O curso destina-se a Médicos de Medicina Interna com necessidade de formação ou recertificação e nele serão abordados vários temas, como Princípios gerais de antibioterapia racional; Mecanismos de ação e princípios farmacocinéticos/ farmacodinâmicos; Fundamentos da bacteriologia – agentes comuns das infeções comuns; e Fundamentos da bacteriologia – agentes multirresistentes. Para além de Workshops práticos tipo case-based learning, sobre Infeção do Sistema Nervoso Central; Endocardite; Infeções da pele; Infeções no doente imunodeprimido; Infeções respiratórias; Doenças Sexualmente Transmissíveis; Infeções do trato urinário; e Reações adversas e interações medicamentosas.

Mais informações em: https://www.spmi.pt/bases-de-antibioterapia-para-internistas-2020/

Sistema imunitário debilitado aumenta o risco
A sépsis é uma inflamação sistémica que surge como uma resposta aguda do sistema imunitário a uma infeção grave generalizada,...

A sépsis pode desenvolver-se em qualquer indivíduo que contraia uma infeção, contudo, em indivíduos com o sistema imunitário mais debilitado o risco torna-se mais acrescido, como é o caso dos doentes com COVID-19 que, devido à fragilidade do seu sistema imunitário, apresentam maior probabilidade de desenvolver sépsis.

“É fundamental conhecer os primeiros sinais de sépsis para iniciar o tratamento o mais atempadamente possível e evitar um agravamento das lesões. A eficácia do tratamento depende muito da rapidez do diagnóstico”, lembra Eleonora Bunsow, especialista na área de Microbiologia Clínica e Doenças Infeciosas e Medical Advisor da bioMérieux Portugal e Espanha.

Grande parte dos indivíduos apresenta sintomas como febre, podendo ter calafrios e fraqueza. À medida que a infeção se agrava, podem verificar-se o aumento da frequência respiratória e/ou cardíaca, pele manchada ou sem cor devido ao fluxo sanguíneo reduzido, menor frequência nas idas à casa-de-banho e urina em quantidades menores, fala arrastada ou confusão e tremor extremo ou dor muscular. O fluxo sanguíneo reduzido pode levar à morte dos tecidos, incluindo órgãos vitais, como rins, pulmões, coração e cérebro.

A especialista acrescenta ainda que “A taxa de mortalidade aumenta nos casos em que o diagnóstico é mais demorado e, sobretudo, nos casos em que o doente tem o sistema imunitário debilitado ou uma doença crónica”.

Este ano, para assinalar o Dia Mundial da Sépsis, a bioMérieux, empresa líder em soluções de diagnóstico in vitro, convida sobreviventes, familiares, amigos e profissionais de saúde a partilharem testemunhos relacionados com a Sépsis. Procuram-se histórias de superação ou de perda, testemunhos pessoais ou experiências com pessoas próximas que relatem vivências com esta condição. A iniciativa “Juntos Vamos Dar Rosto à Sépsis” pretende reunir testemunhos reais e envolver a sociedade, ao contribuir para aumentar o conhecimento sobre esta infeção potencialmente fatal. As histórias podem ser submetidas através da Internet, no seguinte formulário https://biomerieux.wufoo.com/forms/z107n6kz0wzxbxw/

A sépsis afeta milhões de pessoas todos os anos, estimando-se que seja responsável por 20 por cento das mortes por ano em todo o mundo. De acordo com um estudo publicado na revista Lancet, em 2017, morreram 11 milhões de pessoas com sépsis. Em Portugal, segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), 22% dos internamentos em unidade de cuidados intensivos são devidos à sépsis e 40% destes doentes acabam por morrer. Apesar de ser uma infeção ainda desconhecida para grande parte dos portugueses, causa mais mortes a nível hospitalar do que o acidente vascular cerebral (AVC). Os efeitos a longo prazo para os sobreviventes da sépsis incluem danos permanentes nos órgãos, assim como incapacidade física e cognitiva.

Patologia causada pelo Papilomavírus Humano
O calor, o excesso de transpiração e a afluência a praias, piscinas e balneários leva a que os pés e

Muitas vezes confundidas com calos, as verrugas plantares são infeções localizadas na planta do pé, que apresentam um aspeto com uma tonalidade esbranquiçada e um formato redondo. A sua textura carateriza-se por ser dura e áspera, resultante do acumular de pele naquele local. Já o seu período de incubação é longo, o que significa que as lesões podem surgir 6 meses após o contágio.

Esta patologia é causada pelo Papilomavírus Humano (do inglês, HPV), tratando-se de uma doença altamente contagiosa. O vírus faz com que algumas células da pele se desenvolvam de forma mais rápida do que o habitual, levando ao excesso de pele.

Com a transpiração e a existência de cortes, fissuras, feridas ou maceração (pele branca, fragilizada) nos pés, passa a existir uma porta de entrada para o HPV. Razão pela qual, os frequentadores de piscinas e balneários estão mais propensos a serem infetados.

Para evitar as verrugas plantares devem ser utilizados chinelos nos locais públicos como nas piscinas, nos balneários e nas saunas, uma vez que estes locais são quentes e húmidos, ideais para a proliferação de fungos e de bactérias, logo possíveis fontes de contágio. Também é importante que não sejam partilhadas toalhas, meias ou qualquer tipo de calçado.

Para evitar que o vírus se propague, é ainda recomendável que os pés sejam lavados diariamente, com um sabonete de PH neutro, e que no final fiquem bem secos. Se existir uma suspeita de ter estado em contacto com uma área infetada, deverá optar por um sabonete desinfetante.

Por outro lado, se existirem sintomas como dor ou alteração na cor e/ou textura do pé, deve ser marcada uma consulta no podologista, o quanto antes, uma vez que este tipo de patologia pode tornar-se incapacitante dada a sua localização.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Webinar
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) vai realizar uma sessão online subordinada ao tema "Cirurgia do...

Nesta iniciativa, que celebra também os 22 anos da APCA, em Portugal, cada unidade de cirurgia de ambulatório (UCA) vai apresentar a sua experiência sobre o que foi a realidade nestes últimos 3 meses: alterações nos circuitos, adaptações, protocolos anestésicos e cirúrgicos, gestão da atividade cirúrgica, recursos humanos, rastreios, entre outros.

De acordo com Carlos Magalhães, presidente da APCA, “a partilha de conhecimento e experiências entre os profissionais das várias UCA poderá ser um contributo para ultrapassar os desafios que nos são colocados atualmente, sem nunca descurar os elevados padrões de qualidade da Cirurgia Ambulatória portuguesa”, afirma.

E acrescenta “este webinar marca também aquilo que são os 22 anos de existência da Cirurgia de Ambulatório em Portugal, e todos os esforços que têm vindo a ser feitos nesse sentido. Nos últimos anos, no nosso país, a cirurgia em contexto de ambulatório obteve um desenvolvimento positivo, sendo que o principal fator de sucesso e desenvolvimento tem sido a sua característica multidisciplinar, envolvendo diferentes grupos profissionais, assim como a garantia de segurança e de elevados índices de qualidade no tratamento dos nossos doentes.”.

O webinar vai contar com a moderação da APCA e com a participação dos médicos que representam as unidades de cirurgia ambulatória por todo o país, nomeadamente Lúcia Marinho, da UCA de Lamego, Francisco Matos, da UCA de Coimbra, Jelena Neves, da UCA de Centro Hospitalar Lisboa Norte, Luís Gabriel, da UCA de Beja, e Ana Lares, da UCA de Faro.

A inscrição no evento é gratuita, mas obrigatória.

Para mais informações e inscrições, consultar: https://diventos.eventkey.pt/geral/detalheeventos.aspx?cod=279

Semana Europeia de Consciencialização para a Doença Valvular Cardíaca
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai assinalar, em Portugal, a Semana Europeia de...

“Acreditamos que ao aumentar a consciencialização sobre as doenças valvulares cardíacas estaremos a garantir que os doentes estão mais informados e capacitados para identificar sintomas (cansaço, dor no peito e desmaios) e recorrer ao profissional de saúde (médico de família ou cardiologista), o que irá permitir o diagnóstico e tratamento atempado”, explica Rui Campante Teles, Coordenador da campanha Corações de Amanhã.

No âmbito da Semana Europeia de Consciencialização para a Doença Valvular Cardíaca, a APIC vai promover uma coleção de vídeos de consciencialização para a estenose aórtica e insuficiência mitral, as principais doenças valvulares cardíacas, junto das universidades seniores e unidades de cuidados de saúde primários.

Os vídeos podem ser visualizados no canal de Youtube da APIC em: http://www.youtube.com/c/AssociaçãoPortuguesadeIntervençãoCardiovascular

“Esta iniciativa enquadra-se também nos objetivos institucionais da APIC que pretende estar cada vez mais próxima da comunidade, numa perspetiva de consciencialização para a prevenção e diagnóstico precoce das doenças cardíacas. Desta forma, vai poder, também, assegurar que os doentes estão a beneficiar de todas as formas de tratamento modernas e inovadoras disponíveis no SNS português, independentemente da sua condição social ou do local onde habitem” diz João Brum Silveira, presidente da APIC.

A campanha “Corações de Amanhã” pretende aumentar o conhecimento e compreensão sobre a doença valvular cardíaca, promovendo o seu diagnóstico e tratamento atempado. A estenose aórtica e a insuficiência mitral são as principais doenças valvulares cardíacas.

A estenose aórtica é uma doença que afeta cerca de 32 mil portugueses, maioritariamente pessoas acima dos 70 anos, limitando as suas capacidades e qualidade de vida. A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso impede o fluxo sanguíneo para fora do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode ter um desfecho letal.

A insuficiência mitral é a segunda doença valvular mais comum, em todo o mundo, e antecipa-se que a sua prevalência aumente nos próximos anos, com o envelhecimento da população. É mais comum em homens e aumenta com a idade. Caracteriza-se por um refluxo de sangue pela válvula mitral. À medida que o ventrículo esquerdo bombeia o sangue para a aorta, um pouco de sangue retorna para trás em direção à aurícula esquerda, aumentando o volume de sangue e pressão nesse local. Este aumento da pressão arterial na aurícula esquerda aumenta a pressão do sangue nas veias dos pulmões. Será bombeado menos sangue para a circulação e os pulmões ficam como que encharcados em sangue e isto gera a falta de ar e o cansaço.

Campanha
Relembrar aos doentes a importância de identificar sinais de outras doenças e reforçar a necessidade de comparência às...

“Infelizmente, mesmo em tempo de pandemia as doenças continuam. É muito importante alertar para a identificação de outros sinais, para outras patologias que não a Covid-19. Numa altura em que o medo de ser infetado pesa na decisão de ir ao hospital, queremos reforçar que estamos prontos para cuidar de todas as pessoas com a máxima segurança e que connosco estão em boas mãos”, sublinha Nuno Corte Real, diretor clínico do Hospital de Cascais.

 Uma campanha que aposta na proximidade e pedagogia, e que conta com a afixação de cartazes no Hospital de Cascais, colocação de outdoors e mupis pela cidade e a disponibilização de informação relevante sobre o tema nas redes sociais e site das duas entidades promotoras.

 

Estudo
Estima-se que a Dermatite Atópica custe todos os anos cerca de mil milhões de Euros aos doentes e ao Serviço Nacional de Saúde ...

O impacto desta doença inflamatória crónica da pele na sociedade portuguesa inclui ainda custos indiretos relacionados com absentismo laboral e perda de produtividade num valor estimado de 1.477 milhões de euros.

No dia em que se assinala o Dia Mundial da Dermatite Atópica são libertadas as principais conclusões do primeiro estudo sobre o impacto social e económico da DA em Portugal. Este estudo foi realizado pela NOVA Information Management School (NOVA IMS) da Universidade Nova de Lisboa, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) e com Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP), com apoio da Sanofi. O estudo analisa o impacto desta doença nas diferentes dimensões da qualidade de vida, o impacto económico da doença e o impacto das variáveis mediadoras como absentismo, presenteísmo e produtividade.

A Dermatite Atópica mostrou ter um elevado impacto para as pessoas com DA. Estas gastam, em média, 1.818 Euros por ano na gestão da sua doença. No que diz respeito apenas aos custos com medicamentos, um doente com DA ligeira gasta em média 530 Euros e um doente com a forma mais grave quase que quadruplica os seus gastos para 2.054 Euros.

Relativamente aos efeitos do absentismo ou perda de produtividade, por parte de doentes e cuidadores, a DA representa uma perda de 1.477 mil milhões de Euros, todos os anos.

“Os resultados do estudo hoje apresentado demonstraram a existência de um impacto muito significativo nos vários níveis da qualidade de vida do doente com DA, mas também na economia nacional. Por outro lado, torna-se evidente que o investimento nesta doença inflamatória crónica por parte do estado e dos doentes, tem um significativo retorno positivo para a sociedade, que se traduz em qualidade de vida do doente, e numa importante mitigação do seu impacto económico” avança Pedro Simões Coelho, coordenador do estudo da NOVA IMS.

Para além do impacto económico, o estudo revelou um enorme impacto social e na qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores.

O estudo mostrou que as pessoas que vivem com DA demoram, em média, 44 minutos por dia a tratar da sua doença. Este tempo dedicado ao tratamento e alívio dos sintomas cresce na DA moderada para 63 minutos e na DA grave para 81 minutos por dia, o que significa que nos casos mais graves os doentes dedicam sempre mais de uma hora à gestão da DA.

Metade das pessoas com DA grave refere que passa mais de 14 noites mal dormidas por mês. No geral, 34% de todos os inquiridos refere ter dificuldades em dormir, o que ilustra o impacto que a doença tem na vida de quem sofre de DA. Os doentes com DA estariam dispostos a abdicar de 21% do seu rendimento anual para conseguirem eliminar a doença e todos os sintomas associados.

O diagnóstico desta doença é um processo muitas vezes lento, podendo demorar até 6 anos. Em média, o tempo entre os primeiros sintomas e a confirmação do diagnóstico é de dois anos.

Joana Camilo, presidente da ADERMAP comenta que “a Dermatite Atópica é uma doença crónica comum, com um impacto físico e psicológico contínuo e que pode ser violento na vida social, familiar, profissional e económica das pessoas. Falamos de, por exemplo, comichão e dor permanente e globalizada no corpo, que nos impede de dormir e tem repercussões a todos os níveis da nossa vida. Na maioria das pessoas, acresce ainda outras comorbilidades que fazem piorar ainda mais o nosso estado de saúde e agravar a qualidade de vida que nalguns casos é inexistente. É uma doença que tem de ser valorizada, pelos doentes, pelas famílias e pelo Estado. Este estudo demonstra que investir na melhoria da saúde das pessoas com DA pode representar ganhos para a economia do país e poupança para o SNS.”

No ano anterior ao estudo, 16% dos inquiridos recorreram ao serviço de urgência do SNS devido à DA, o que demonstra que estas pessoas não tinham a sua doença controlada.

Outra das conclusões do estudo foi a assimetria verificada entre os cuidados de saúde a nível público e privado. Cerca de 70% dos inquiridos recorreram ao sistema de saúde privado devido à DA. Para 86% dos doentes esta escolha foi justificada pelo menor tempo de espera para uma consulta, que para a especialidade de dermatologia, é oito vezes superior no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Os dados deste estudo evidenciam que estes doentes têm muito do seu acompanhamento no sector privado, o que revela uma fragilidade assistencial no apoio a estes doentes. A relevância do sistema de saúde privado para estes doentes, mostra que existem questões de equidade que necessitam de ser garantidas para um acesso à saúde justo para todos” reitera o presidente da SPDV, Miguel Peres Correia

Estudo
Os resultados da primeira fase de um ensaio clínico realizado à escala mundial revelam que o fármaco “Teriflunomida”,...

Este estudo, que avalia a eficácia e segurança do fármaco na fase inicial da doença, começou em 2016 e envolve 166 crianças, recrutadas em 59 instituições de saúde de 23 países - Bélgica, Bulgária, Canadá, China, Eslovénia, Espanha, Estónia, EUA, França, Grécia, Israel, Líbano, Lituânia, Macedónia do Norte, Marrocos, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Rússia, Sérvia, Tunísia, Turquia e Ucrânia.

Em Portugal, o ensaio clínico denominado “TERIKIDS” decorre no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e é liderado por Filipe Palavra, neurologista pediátrico e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Os resultados obtidos até agora revelam «uma redução de aproximadamente 34% do risco de surto clínico nos doentes tratados com teriflunomida, em comparação com o placebo [substância sem efeitos farmacológicos, usada em ensaios clínicos para efeito de controlo], assim como uma redução significativa (43%) do tempo até se diagnosticar um surto clínico ou se modificar a atitude terapêutica devido ao aumento do número de lesões identificadas por ressonância magnética (RM)», relata Filipe Palavra.

Verificou-se, também, que o fármaco reduziu o número de lesões novas ou de tamanho aumentado, detetadas por RM, em cerca de 55% e o número de lesões com realce após administração de gadolínio (lesões ativas) em cerca de 75%. Além disso, a teriflunomida foi bem tolerada pelas crianças e adolescentes que participam no estudo.

Entretanto, o ensaio clínico continua a decorrer, por forma a permitir a acumulação de dados que possam «conduzir à aprovação formal da utilização da teriflunomida no tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de esclerose múltipla, no futuro. E este aspeto tem um impacto na prática clínica, dado que as opções terapêuticas existentes para esta faixa etária são escassas», adianta o especialista da FMUC.

Filipe Palavra reconhece ainda que «a investigação clínica em doenças complexas como a esclerose múltipla é um desafio muito grande, apenas exequível porque existem doentes e famílias disponíveis para participar em programas exigentes, de acompanhamento clínico muito assíduo, e também equipas de profissionais motivados que, para além das suas funções assistenciais, dedicam parte do seu tempo à investigação científica. Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, técnicos de laboratório e de radiologia, secretários clínicos e assistentes operacionais, todos são imprescindíveis para que se possa fazer ciência no nosso hospital.»

A esclerose múltipla é a mais conhecida das doenças desmielinizantes do sistema nervoso central, caracterizando-se pela destruição da bainha de mielina que envolve os neurónios do cérebro, cerebelo, tronco cerebral, da medula espinhal e do nervo óptico.

Descreve-se como uma patologia de natureza imunomediada, porque na base do processo de destruição da mielina estão mecanismos autoimunes, o que significa que, «por motivos desconhecidos, as células do sistema imunitário, isto é, das nossas defesas, se “enganam” e “atacam” a bainha de mielina, levando à sua destruição», explica o docente da FMUC.

Estima-se que 5 a 10% dos casos de esclerose múltipla surjam em idade pediátrica, ou seja, antes de completados os 18 anos de idade.

12 de setembro | Dia Europeu de Ação contra a Enxaqueca
Associação de doentes e sociedades médicas juntam-se para sensibilizar a população para o impacto da enxaqueca, uma doença...

A MiGRA Portugal – Associação de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC) e a Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), com o apoio da Lilly Portugal, por altura do Dia Europeu de Ação na Enxaqueca, lançam a campanha “Temporariamente Fora de Serviço – Por Motivo de Enxaqueca”. Esta campanha tem como principal objetivo sensibilizar a população para uma doença neurológica e incapacitante que deixa, frequentemente os doentes que dela sofrem “fora de serviço”.

“Atualmente a enxaqueca é uma doença subvalorizada, subdiagnosticada e subtratada, pelo que é importante consciencializar a população de que a enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça! Mais de 1 milhão e meio de portugueses sofrem de enxaqueca e diariamente são confrontados com o impacto que esta doença tem na sua vida pessoal, familiar e profissional. Os doentes têm necessidade de se isolar num local escuro e silencioso para controlar uma crise!”, explica Madalena Plácido, presidente da MiGRA Portugal.

Apesar de ser uma doença invisível, a enxaqueca afeta cerca de 12% da população mundial sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde como a segunda doença mais incapacitante em termos de anos vividos com incapacidade. Se considerarmos a população abaixo dos 50 anos de idade é a primeira causa de incapacidade. “Apesar destes dados, continua a ser uma doença que leva muito tempo a ser diagnosticada e é subvalorizada e incompreendida por familiares, colegas e mesmo alguns profissionais de saúde”, continua Madalena Plácido.

“É sabido que momentos de stress ou alterações nas rotinas diárias ou de sono, podem desencadear uma crise nestes doentes, o que dificulta o controlo da doença! Os principais sintomas associados à crise de Enxaqueca são a dor de cabeça latejante de intensidade moderada a grave, muitas vezes atingindo apenas um lado da cabeça, acompanhada de sensibilidade à luz, aos ruídos e aos movimentos. Podem também surgir alterações visuais, náuseas e vómitos”, alerta a médica Elsa Parreira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias.

“Alertar a população e sensibilizá-la para esta doença é muito importante e é um dos próximos passos necessários, para que se comece a olhar para esta patologia de uma forma mais séria. Temos de ter em atenção que continua a ser uma doença sem cura, apesar de existir recente inovação na área que pode vir a revolucionar e melhorar a qualidade de vida destes doentes”, explica a médica Isabel Luzeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia.

A enxaqueca tem impacto em diversas esferas da vida dos doentes, seja ela a pessoal, familiar e profissional. É no sentido de alertar para estas questões, em especial para o impacto na vida profissional, que será organizado o webinar “Enxaqueca e o Impacto na Produtividade: O que saber e o que fazer”, no dia 11 de setembro pelas 16h00 e que será transmitido no site da campanha. Este webinar junta as três entidades organizadoras da campanha, mas também o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho e ainda uma empresa conhecida pela adoção de estratégias que visam melhorar a vida dos trabalhadores que vivem com enxaqueca.

No dia em que a Associação MIGRA Portugal assinala o seu primeiro aniversário (12 de Setembro) e inserido nas atividades da campanha de sensibilização decorre ainda pelas 19h00 um evento em direto da página de Facebook da Associação sob o mote “Estratégias para viver com enxaqueca e cefaleias – de doentes para doentes”, evento que contará com a intervenção de representantes da Associação e doentes que irão partilhar o seu  testemunho e debater estratégias para melhor viver e conviver com a doença, bem como participação dos padrinhos da Associação, o apresentador Carlos Ribeiro e da atriz Rita Cruz. Neste evento decorrerá ainda uma atuação da Rita Redshoes, onde será possível, entre outras, ouvir a música “Migraine (What Can't You See?)”.

A campanha contará ainda com um webinar, dia 14 de Setembro às 21h, em colaboração com a Ordem dos Farmacêuticos, no qual se irá discutir o valor dos cuidados de saúde prestados na enxaqueca e cefaleias, focando não só as necessidades dos doentes com enxaqueca e cefaleias, como também a terapêutica disponível para estes doentes.

“Os doentes com enxaqueca veem muitas vezes a sua vida comprometida, pela imprevisibilidade com que aparece uma crise! Aproveitar momentos de lazer, festas de família ou mesmo acompanhar os filhos nos momentos mais importantes, pode ficar comprometido devido ao aparecimento súbito de uma crise”, alerta a presidente da MiGRA Portugal.

Para saber mais sobre esta patologia, a associação e as sociedades médicas convidam ainda os interessados a dirigirem-se ao Centro Comercial Colombo nos dias 10 e 11 de setembro ou no dia 12 de setembro ao Arrábida Shopping, onde a campanha estará a ser divulgada e onde podem encontrar mais materiais informativos. Também no website da MiGRA Portugal encontram mais informação e podem colocar questões ou dúvidas que tenham sobre enxaqueca.

“Convidamos todos os doentes, familiares amigos que se juntem a nós nesta campanha e a partilhem! Visite a nossa página de Facebook e descubram como pode juntar-se a esta campanha e ajudar a mudar a perceção que existe sobre a enxaqueca e a melhorar a vida de tantos doentes”, conclui Madalena Plácido.

 

Vila Nova de Gaia
“Esta é uma atitude discriminatória e de desresponsabilização que revela a falta de regulamentação do sector privado na área da...

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) manifesta o seu descontentamento perante a decisão do Colégio do Sardão, em Vila Nova de Gaia, por negar, em véspera do arranque do novo ano letivo, o acesso à educação de uma criança de seis anos com diabetes tipo 1 por falta de condições no acompanhamento da patologia. A associação apela à capacitação de soluções de integração por parte do Ministério da Educação e da Saúde.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, insurge-se perante esta decisão e esclarece que “a obrigação da escola, pública ou privada, é, juntamente com os pais, pedir o apoio da Saúde Escolar, que se articulará com o centro especialista onde a criança é seguida, para formação dos profissionais das escolas. As escolas não devem poder negar-se a receber crianças com diabetes.” Entre o centro de saúde e o hospital, a escola e os pais, têm de encontrar soluções de integração e não de estigma das crianças.”

A associação defende que esta foi uma recusa injustificada visto que a instituição já conhecia a condição da criança desde março e que a própria mãe já tinha começado a dar formação à escola sobre como acompanhar a filha. A APDP relembra ainda que, no ano passado, o colégio Americano teve a mesma atitude, sem qualquer consequência ou intervenção por parte do Ministério da Educação.

“A recusa notificada esta manhã pelo Jornal Público apenas demonstra uma atitude irresponsável e discriminatória e alerta para a falta de regulamentação e desconhecimento do Ministério da Educação e Saúde nesta área. Além disso, a APDP já demonstrou, por inúmeras vezes, a disponibilidade e a importância do papel da sociedade civil para apoiar o Estado na educação e formação nestas situações.” menciona José Manuel Boavida.

Em Portugal, a diabetes tipo 1 já atinge mais de três mil jovens com idades até aos 18 anos e a APDP já disponibilizou um conjunto de materiais educativos, em formato online, para apoiar na gestão da doença.

José Manuel Boavida alerta ainda que “além deste episódio inadmissível, os destaques das capas dos jornais de hoje dão conta de que há hospitais que estão a recusar grávidas com COVID-19. Onde está a regulação? Não basta ao Estado cumprir o seu papel, tem que obrigar as instituições privadas a serem responsáveis e a não tratarem as pessoas como descartáveis. É uma irresponsabilidade!”, conclui o presidente da APDP.

 

Saúde Mental
Os pensamentos de suicídio podem afetar qualquer pessoa, de qualquer idade ou género e em qualquer m

«Ninguém me compreende. Já não vale a pena o esforço de tentar conversar. Nunca irão entender. Os meus pais soltam logo as suas críticas e julgamentos e exemplos de como era “No meu tempo”. E é nesse preciso momento que eu aciono a ligação wifi oculta e reservada dentro da minha cabeça e desligo o bluetooth do mundo externo. Como faço nas aulas e nos intervalos.»

«Quem me dera nunca ter nascido. Sou estranho. Ninguém gosta de mim assim como eu sou. Eu sei que não. Não sou como as outras pessoas da minha idade e eu sei que os outros notam isso, já para não falar quando fazem questão de atirar isso à cara. Um dia quando eu já não estiver aqui, vão-se arrepender. Estão sempre a olhar para mim e a pensar coisas acerca de mim. Sei bem que falam de mim nas costas e se riem.»

«Na verdade, nem eu gosto de mim, de ser eu, de viver neste meu corpo esquisito, viver com estes meus pensamentos na cabeça e este aperto no peito. Estar em permanente sobressalto, inseguro e com dúvidas infinitas acerca de um universo de assuntos. Não consigo mais suportar viver assim. Não há nada a fazer.»

«Tenho pensado cada vez mais: o que é que ando aqui a fazer? Qual o sentido de acordar de manhã e continuar a fazer sempre as mesmas coisas só porque sim…?»

«É tudo tão difícil. Vestir. Caminhar. Os olhares dos outros. Falar com eles. Ter de responder. Escutar. Comer. Fingir. Viver. Seria um alívio para todos se eu não existisse. Adormecer e não acordar, continuar tudo escuro.»

«Sinto um vazio enorme dentro de mim e só queria que isto tudo acabasse.»

Estas são as confissões dos jovens que chegam ao consultório em crise de angústia. A tentativa de suicídio é o ato de desespero para obter a libertação emocional dessa angústia. Porque afinal, esta é a interrogação que mais inquieta os pais e impressiona os demais: o que é que se passa no mundo psicológico de um jovem que pensa em se matar? Como é que foi capaz? Parece existir uma quase condenável contradição entre aqueles que são considerados os anos gloriosos da flor da idade e o sorumbático e taciturno que carateriza os anos de vida mais pesados.

O dia 10 de setembro foi instituído pela Organização Mundial de Saúde como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio por se tratar de um sério problema de saúde pública. Todos os anos, o suicídio está entre as 20 principais causas de morte no mundo. É responsável por mais de 800.000 mortes, o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos. Trata-se de uma causa de morte sobre a qual todos podemos fazer a diferença, particularmente quando falamos dos jovens. O suicídio é raro em crianças antes da puberdade e é um problema que ocorre geralmente na adolescência, sobretudo entre os 15 e os 19 anos de idade. Contudo, crianças pré-adolescentes cometem suicídio e esse problema potencial não deve ser ignorado.

Os pensamentos de suicídio podem afetar qualquer pessoa, de qualquer idade ou género e em qualquer momento. Começa com uma dor silenciosa que culmina num estado de angústia, conduzindo o jovem à crença de que viver é um peso insuportável e essa condição passa a comandar a sua mente. A única forma de silenciar essa dor extrema é acabar com a própria vida.

A investigação indica que o número de jovens que tenta o suicídio é muito maior do que aqueles que realmente o concretizam. O suicídio pode ser classificado como consumado, quando o comportamento leva à morte, tentado, quando o jovem age nesse sentido, mas não obtém a finalidade que pretendia, ou em ideação ou comportamentos auto-lesivos, quando o jovem está numa condição de premeditação. Os comportamentos suicidários e outras formas de comportamentos de risco, constituem adversidades reiais e dolorosas do percurso de vida de muitas crianças e jovens.

Quando um jovem tem ideias de suicídio sente desesperança e inutilidade há algum tempo e pode não saber o que provocou estas ideias, inclusivamente as pessoas mais próximas a si. Na verdade, habitualmente trata-se de uma combinação de fatores e pode não haver uma causa evidente. Os fatores de risco devem ser do conhecimento dos educadores para agir preventivamente e relacionam-se com razões genéticas, relacionadas com a história familiar ou pessoal. Existem jovens que têm uma predisposição depressiva ou uma maior vulnerabilidade emocional perante as adversidades. A perda de um ente querido, as mudanças e separações, imitação de suicídio de celebridades ou pares, o bullying, o cyberbullying, o insucesso, zangas e agressividade, o peso e a imagem, a negligência familiar, a doença incapacitante, o abuso físico, são apontadas como causas que tornam as experiências de vida extremamente intensas e incapacitantes. Crianças ou adolescentes em perturbação mental têm sentimentos de desesperança e desamparo que limitam a sua capacidade de considerar soluções alternativas para problemas imediatos. Adolescentes, sobretudo aqueles com um transtorno comportamental disruptivo, como um transtorno de conduta, podem agir sem pensar.

Quando um adolescente sente que tem espaço e tempo para desabafar, tem oportunidade para se descentrar do bloqueio mental onde residem as suas dificuldades e recentrar-se noutras alternativas e caminhos de resposta. Os jovens devem ser educados no sentido de adquirirem competências de gestão dos fatores de stress, gerir a frustração, as falhas e os erros, os abandonos e as rejeições, a tristeza, a culpa, a tensão emocional. Nesse sentido, existem fatores protetores que estruturam uma saúde mental mais resiliente, como uma família nuclear sólida, ter liberdade de expressão e oportunidade de comunicação, pertencer a grupos sociais, ter um percurso cultural, desportivo, académico valorizado, ter convicções religiosas, entre outros.

Uma intervenção precoce na prevenção do suicídio abrange toda a comunidade: pais, professores, treinadores, amigos, devem conhecer os sinais de alarme, logo à partida desmistificar o tema, saber reconhecer certas evidências, saber a quem recorrer, e saber mesmo como ajudar alguém que mostra sinais de mágoa, angústia, solidão e desespero. É importante não fazer juízos de valor, não manifestar preconceitos, não pressionar, ser empático e não crítico, valorizar o sofrimento e respeitar a dor, e sobretudo, saber escutar. Mantenha o contacto visual, utilize a linguagem corporal movimentando-se para perto do jovem ou segure a sua mão, faça perguntas diretas, ofereça confiança, explique que uma decisão permanente para um problema temporário não é a solução, e que as coisas irão melhorar. Se necessário, contacte o 112, por isso, não prometa confidencialidade porque poderá ter necessidade de falar com amigos, familiares ou técnicos de saúde.

Nesse sentido, a forma mais viável de prevenir o suicídio é ser um agente facilitador do apoio e da mudança positiva, conhecendo bem os sinais de alerta: falar em querer morrer, falar em sentir-se desesperado, falar em sentir-se preso ou com dores insuportáveis, falar em ser um incómodo e um problema para os outros, aumentar o consumo de álcool ou drogas, agir de forma agitada ou demonstrando ansiedade, comportar-se de forma imprudente, isolar-se constantemente, mostrar raiva e/ou ter mudanças de humor extremas. Leve a sério conversas e ameaças de suicídio. É indispensável que as pessoas que fazem parte da vida diária do jovem permaneçam atentas para comportamentos de risco, mudanças repentinas de atitude, de rotinas ou mudanças no estado psicológico da criança e do adolescente.  

Apesar de a adolescência ser caracterizada por ações impulsivas e irrefletidas já que ainda não se possui uma identidade coesa e consistente, uma larga maioria dos jovens com ideias ou gestos suicidários tem dúvidas quanto à decisão de terminar a sua vida e, de alguma forma, anseia por ajuda para poder escolher não morrer. Existem linhas gratuitas e anónimas de apoio telefónico que confirmam as boas medidas existentes no âmbito do apoio psicológico, caso da SOS Voz Amiga, no sentido de atenuar significativamente os sentimentos de isolamento e angústia, e reduzir o risco imediato de tentativa de suicídio. Por vezes, existe vergonha em conversar deste tema e esta partilha não presencial alivia essa pressão. Procurar ajuda para a resolução dos problemas, de forma célere, é o melhor conselho, para pais e para filhos. Quem já tentou o suicídio corre o risco de o voltar a tentar, pelo que é importante o tratamento de feridas antigas, com a ajuda de profissionais especializados, antes que a crise se agudize ou até que haja mais uma tentativa real de suicídio. A dor da morte pode ser vencida e ultrapassada, sendo a psicoterapia clínica e o tratamento psicológico uma ferramenta essencial na dissociação emocional de quem sofre e, sobretudo, de quem está numa condição de risco de vida.

Porque a minha missão é salvar vidas, este é o meu contributo, na data que hoje se assinala.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Prevent it like a Gentleman”
O MAR Shopping Algarve volta a contribuir para o diagnóstico precoce do cancro da próstata com a terceira edição da campanha ...

A campanha de sensibilização para o cancro da próstata e saúde mental masculina conta ainda com duas exposições temporárias. Estas terão lugar no MAR Shopping Algarve em parceria com a Triumph Portugal, que abriu recentemente uma loja na região. De 12 a 27 de setembro será possível visitar uma exposição de motos e uma exposição fotográfica da Triumph Portugal, com o tema: “A história da Triumph”.

O rastreio ao cancro da próstata, que é aberto a toda a população masculina e que se realiza através de análises ao sangue, tem de ser marcado previamente na Clínica HPA do MAR Shopping Algarve ou através do contacto 707 28 28 28. Nas duas edições anteriores, a campanha “Prevent it like a Gentleman” contribuiu para a realização de cerca de 300 exames de rastreio ao cancro da próstata, permitindo identificar alguns casos em fase inicial.

Herman Gewert, diretor geral do MAR Shopping Algarve, sublinha que «a adesão da população masculina às campanhas de rastreio, realizadas nos últimos dois anos no MAR Shopping Algarve, é uma motivação para continuarmos a promover esta iniciativa e contribuirmos para a saúde e o bem-estar da comunidade algarvia».

Em anos anteriores, a campanha “Prevent it like a Gentleman” associou-se à Distinguished Gentleman's Ride Algarve, um desfile temático que anualmente reúne centenas de cavalheiros (e senhoras), em motos clássicas ou vintage, para aumentar a consciencialização sobre o cancro da próstata e saúde mental masculina. Este ano, a organização internacional da iniciativa Distinguished Gentleman’s Ride optou por desafiar os participantes a fazer um passeio individual e seguro, sem aglomerados, a 27 de setembro.

 

10 de outubro
No dia 10 de outubro, pelo 4.º ano consecutivo, a MSD Portugal vai organizar o Workshop “O doente no centro da imunoterapia”,...

Num formato 100% digital, a 4.ª edição do Workshop “O doente no centro da imunoterapia” vai manter a componente interativa entre oradores e convidados, como tem sido habitual até aqui, mas fará uso da tecnologia para tornar a partilha de conhecimentos e experiências mais inovadora e envolvente.

O evento, que reúne especialistas nacionais e internacionais, conta com um Comité Científico composto por especialistas de renome, nomeadamente a Dr.ª Encarnação Teixeira, Pneumologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte e Hospital CUF Descobertas, o Dr. Fernando Barata, Pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Prof. Doutor Venceslau Hespanhol, Pneumologista do Hospital de São João, e com a participação especial do Prof. Maximilian Hochmair, Médico Oncologista em Viena, que irá transmitir a sua experiência clínica num Centro de Referência Europeu, onde têm sido abordadas terapêuticas inovadoras em doentes com Cancro do Pulmão.

O programa junta ainda especialistas de diferentes áreas para liderar workshops interativos com incursões técnicas e de cariz científico, que avaliam o valor da imunoterapia para o doente e aprofundam os importantes avanços que se têm feito no tratamento do Cancro do Pulmão, nomeadamente: “A Gestão do Doente com CPNPC metastático: o tratamento certo para o doente certo”; “Imunoterapia em populações especiais: como e quando?”, “Sustentabilidade da Inovação no SNS”, “Os novos desafios no acompanhamento do doente com Cancro do Pulmão”; “O diagnóstico anatomopatológico no Cancro do Pulmão: uma visão sobre o presente”, “O que falta discutir sobre Imunoterapia no Cancro do Pulmão?”; “O diagnóstico anatomopatológico no Cancro do Pulmão: Uma visão sobre o futuro” e “Os Ensaios Clínicos em Portugal: onde estamos e para onde queremos ir?”.

O propósito do evento é levar a mais recente evidência dos ensaios clínicos de imunoterapia aos profissionais de saúde para otimizar a prática clínica diária, explorando também os desafios e oportunidades desta inovação terapêutica.

Todos os profissionais de saúde interessados podem inscrever-se e conhecer o programa em detalhe, através da plataforma do evento.

Ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Pneumologista, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de...

É, para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), uma grande honra e um grande orgulho anunciar a vitória de Carlos Robalo Cordeiro nas eleições para a presidência da ERS num mandato de quatro anos em que, de 2020 a 2021 assumirá o cargo de vice-presidente, em 2021-2022 o de presidente-eleito, entre 2022 e 2023, presidente da sociedade e entre 2023 e 2024 o de past-president. O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra já tinha exercido o cargo de secretário-geral da ERS e, no início de 2019, foi distinguido como membro honorário da European Respiratory, sendo o primeiro português galardoado com esta distinção, que é atribuída em reconhecimento pelos méritos clínicos, académicos e investigacionais e pelo contributo para a evolução desta sociedade científica.

“É com enorme satisfação e orgulho que a SPP recebe a notícia da eleição de um dos seus ex-Presidentes para o alto cargo de Presidente da ERS. É no fundo, o corolário de um percurso notável e ímpar do Professor Carlos Robalo Cordeiro a quem expressamos as maiores felicitações e uma vez mais lhe manifestamos todo o nosso apoio neste elevado desafio que agora se inicia”, afirma António Morais, presidente da SPP.

Para Carlos Robalo Cordeiro, a honra desta eleição surge associada a uma enorme responsabilidade. “E é simultaneamente uma sensação de preenchimento pessoal e profissional e de compromisso e gratidão para com os meus mestres, os meus colegas, os meus discípulos, os doentes respiratórios, e a minha família, a quem tudo devo e tudo é devido”, afirma Carlos Robalo Cordeiro. Esta eleição “é também um reconhecimento do trabalho que a Pneumologia portuguesa vem desenvolvendo, a quem estou muito grato por me ter permitido chegar até aqui e muito grato particularmente à Sociedade Portuguesa de Pneumologia por todo o apoio que me concedeu, nomeadamente neste processo eleitoral”.

A ERS é, atualmente, a maior sociedade respiratória global e toda a sua vasta agenda nas áreas científica, educacional e de advocacy assumem um impacto universal.  É neste contexto abrangente que a ERS vem contribuindo decisivamente para o avanço do conhecimento na área respiratória e para a sua correta, eficiente e consistente divulgação.

O tabagismo, as alterações climáticas e a poluição atmosférica têm sido as grandes preocupações da ERS, tendo em conta que são estes os três principais fatores causadores de doença respiratória. Igualmente preocupante, a capacidade de resposta a uma pandemia como a que estamos a viver. “Ninguém estava preparado para uma situação como a que estamos a viver, independentemente da maior ou menor credibilidade com que os diferentes países reagiram, e eu diria que é desejável, embora difícil, que a evolução do conhecimento possa eventualmente permitir prever estes eventos com alguma segurança, mas que é fundamental também aprender com a crise que atravessamos e saber assim antecipar e programar as medidas obrigatórias para minimizar as respetivas consequências. E a ciência deve liderar estes processos”, sublinha.

Entre os vários projetos e ambições que tem para este período de liderança da ERS, Carlos Robalo Cordeiro não esconde o desejo de trazer a Lisboa um congresso anual da ERS.

Saúde materna
A principal causa de morte materna nos países ocidentais é a doença cardiovascular.

A associação entre doença cardíaca e gravidez é cada vez mais frequente.  De acordo com os dados mais recentes até 4% de todas as gravidezes nos países ocidentais industrializados complicam-se pela existência de doença cardiovascular materna.

A doença cardíaca materna é a causa mais importante de mortalidade na grávida e não tem havido sinais de redução dos números de mortes por esta causa.

A correta estratificação do risco da gravidez, tendo em conta a doença cardíaca materna, e o seguimento por equipas médicas multidisciplinares especializadas tem um papel central e crucial neste grupo de doentes, de forma a reduzir a morbilidade e mortalidade materna.

Número crescente de grávidas com doença cardíaca

A doença cardiovascular é sem duvida um problema cada vez mais frequente na mulher grávida ou que pretende engravidar, e isso deve-se a vários fatores: ocorrência da gravidez em idade mais tardia, a uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular em mulheres na idade fértil (hábitos tabágicos, diabetes mellitus, obesidade, hipertensão arterial) e ao número crescente de mulheres com cardiopatias congénitas (CC) corrigidas que atingem a idade adulta.

A HTA na gravidez é a doença cardiovascular mais frequente (cerca de 10% das gravidas). Nos países ocidentais a cardiopatia congénita assume cada vez mais um papel de destaque (75-80%), enquanto que nos países não ocidentais, a doença valvular reumática é a que predomina (56-89%).

Como devem ser orientadas durante a gravidez

Importantes adaptações do aparelho cardiovascular ocorrem em resposta à gravidez (aumento do volume circulante, frequência cardíaca, débito cardíaco) para suprir as necessidades metabólicas crescentes da mãe e do feto. Alterações hemodinâmicas não adaptativas podem levar a morbilidade materna e fetal. A incapacidade de adaptação da grávida pode causar descompensação da doença cardíaca prévia, ser responsável pelo início dos sintomas ou levar à primeira manifestação de uma doença até então desconhecida, motivo pelo qual a gravidez é considerada por muitos como o "teste de stress natural".

Grávidas com doença cardíaca têm também maior risco de complicações obstétricas (parto pré-termo, pré-eclampsia, hemorragia pós-parto).

O seguimento e aconselhamento destas mulheres deve ser sempre individualizado, tendo em conta não só a doença cardíaca materna como também o contexto social e emocional, tal como os desafios éticos que tal implica; deve ser sempre feito por uma equipa multidisciplinar (“Pregnancy Heart Team”), incluindo não só os médicos assistentes, como também cardiologistas, internistas, obstetras e anestesistas dedicados a esta população de alto risco. A estratificação de risco (risco baixo vs contra-indicação para gravidez) é fundamental para a tomada de decisões e estabelecimento do plano de seguimento.

Idealmente todas as mulheres com doença cardíaca conhecida devem ser avaliadas antes da gravidez, de forma a que se possa aconselhar corretamente a mulher dos seus riscos e da probabilidade de sucesso para um feto viável,  além de que uma vez decidido prosseguir para gravidez devem ser feitas alterações farmacológicas para fármacos que não estejam contraindicados durante a gravidez, pelo risco de malformações fetais

Contudo, muitas mulheres com doença cardíaca aparecem-nos grávidas, o que impõe mais riscos para a futura mãe e feto; nestas o tempo de gravidez será central para a tomada de algumas decisões, além de que possivelmente teremos que lidar com a malformações fetais consequentes de fármacos que deveriam ter sido suspensos antes da gravidez

Temos também os casos em que a doença cardíaca se manifesta pela primeira vez durante a gravidez, o que é ainda mais desafiante porque alguns exames complementares de diagnóstico não devem ser usados durante a gravidez pelo risco de malformações, alem de que novamente a introdução de vários fármacos considerados centrais para a mulher, poderão estar contraindicados

E, por fim, temos as doenças que são típicas da gravidez, como a pré-eclamsia, uma forma de HTA especifica da gravidez e a miocardiopatia periparto, uma forma de doença do musculo cardíaco que surge entre o final da gravidez e os primeiros meses pós parto, que requerem seguimento apertado durante a gravidez mas também no pós-parto porque podem deixar sequelas.

Mulheres que não devem DE TODO engravidar

Não devem engravidar as mulheres com doença cardíaca cujo o risco de morbilidade e mortalidade durante a gravidez seja considerado muito alto (40-100%), tais como: a hipertensão arterial pulmonar, a má função do coração (disfunção ventricular esquerda e/ou direita grave), as estenoses valvulares graves não corrigidas e a dilatação grave da aorta.

Qual a via de parto recomendada

O parto vaginal deve ser sempre privilegiado (menor risco de infeção, hemorragia, tromboembolismo); a cesariana fica reservada para as indicações obstétricas e casos especiais: mulheres sob anticoagulação oral, doença da aorta, insuficiência cardíaca descompensada e hipertensão pulmonar.

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Nota: 
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Opinião
Durante a gestação é bastante comum as mulheres sentirem dores e sofrerem de inchaço nos pés, tornoz

Este tipo de problemas afeta diretamente a rotina diária das grávidas, pela dor e desconforto que causa, podendo reduzir a sua capacidade de realizar simples tarefas como limpar a casa e passar a ferro.

Existem mulheres mais predispostas para inchar, por exemplo, as que tiveram problemas de má circulação, dificuldade na drenagem linfática, diabetes, ou outras doenças, bem como a toma de alguns tipos de medicamentos. Numa situação regular, uma mulher grávida acaba por inchar, à medida que o feto cresce e o próprio útero começa a pressionar a veia cava, levando a um menor fluxo sanguíneo. A acumulação de sangue que daqui resulta faz com que seja enviada água para a zona dos pés e tornozelos através das veias capilares, levando então ao inchaço.

No entanto, o inchaço deve ser semelhante em ambos os pés, e não deve surgir rapidamente. Caso ocorra aceleradamente pode ser um sinal de problemas mais severos, por exemplo, pré-eclâmpsia, deverá consultar urgentemente um podologista.

Uma das formas mais comuns para prevenir o inchaço, consiste em contrariar a gravidade, ou seja, elevar os pés quando se está sentado, evitando assim a acumulação de água nos membros inferiores. Para além disso, pode favorecer dormir sobre o lado esquerdo do corpo, no sentido de amenizar a pressão do útero sobre a veia cava.

É recomendável o uso de calçado confortável, adequado e que não aperte, tendo em conta que o pé pode inchar. Prefira sapatos com sola de borracha para prevenir quedas, de salto médio para ajudar no inchaço e não totalmente planos visto que, fazem com que o peso do corpo recaia sobre os calcanhares.

Para evitar este problema pode também usar meias-calças ou collants de compressão para auxiliar a circulação sanguínea, evitar permanecer em pé e quando estiver sentada não cruzar as pernas.

O acompanhamento por parte de um podologista durante a gravidez é essencial, no sentido de elucidar os conselhos atrás referidos de forma mais personalizada e se necessário adotar medidas diferentes, de modo a proporcionar o maior conforto possível à mulher grávida.

 

Nota: 
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COVID-19
A “STAYAWAY COVID” é uma aplicação para telemóveis que tem como objetivo auxiliar o país no rastreio

A aplicação permite, de forma simples e segura, que cada um de nós seja informado sobre exposições de risco à doença, através da monitorização de contactos recentes. A aplicação é de utilização voluntária e gratuita e, em momento algum, tem acesso à sua identidade ou dados pessoais.

Uma vez instalada a aplicação, o telemóvel anuncia a sua presença a todos os dispositivos próximos usando identificadores aleatórios que não revelam identidades pessoais. A informação partilhada entre dispositivos permite à STAYAWAY COVID saber de que telemóveis esteve perto, quão perto e por quanto tempo. A Organização Mundial de Saúde sugere que, contactos a menos de 2 metros e por mais de 15 minutos com alguém portador de COVID-19 sejam considerados com elevado risco de contágio.

1. Ausência de registo de elevado risco de contágio:

- Não registando contactos de proximidade com elevado risco de contágio com alguém a quem foi diagnosticada COVID-19, a aplicação informa-nos exatamente disso com a data da última avaliação;

2. Alerta de elevado risco de contágio:

- Se alguém de quem estivemos perigosamente próximo nos últimos 14 dias for diagnosticado com COVID-19 e informar o sistema STAYAWAY COVID, a aplicação alerta-nos de imediato do risco sugerindo que nos isolemos e contactemos a Linha SNS 24 (808 24 24 24);

3. Após diagnóstico de COVID-19:

- No caso de contrairmos COVID-19, com o diagnóstico receberemos um código numérico que nos permitirá, anonimamente e através da aplicação, informar o sistema STAYAWAY COVID. É este ato que permite ao sistema alertar segura e atempadamente todos aqueles que podemos ter contagiado, mesmo antes de terem tido qualquer sintoma. Não é nunca revelada a ninguém a identidade de ninguém.A aplicação STAYAWAY COVID foi desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, um laboratório associado do sistema público que a ofereceu à Direção-Geral da Saúde (DGS)/Ministério da Saúde sem qualquer custo. A DGS é a entidade responsável por gerir o sistema e garantir que o tratamento de dados respeita a legislação europeia e nacional.

Todos os requisitos, recomendações e orientações da Comissão Nacional de Proteção de Dados foram consideradas e acolhidas. Só são partilhados os códigos das pessoas infetadas, que não permitem identificá-las, que queiram avisar aquelas com quem estiveram em contacto.

A App “STAYAWAY COVID” será brevemente integrável com as de outros países europeus que funcionem segundo o mesmo modelo no quadro do grupo técnico eHealth Network e pode ser descarregada a partir da App Store em  https://apps.apple.com/pt/app/id1519479652 e da Google Play em https://play.google.com/store/apps/details?id=fct.inesctec.stayaway.

Poderá encontrar as respostas às perguntas mais frequentes (FAQ´s) sobre esta App em https://stayawaycovid.pt/perguntas-frequentes/

Caso não encontre esclarecida a sua questão neste conjunto de perguntas, poderá colocar a sua dúvida através do email: stayaway@inesctec.pt.

Toda a informação disponível em https://stayawaycovid.pt/

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