Ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Pneumologista, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de...

É, para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), uma grande honra e um grande orgulho anunciar a vitória de Carlos Robalo Cordeiro nas eleições para a presidência da ERS num mandato de quatro anos em que, de 2020 a 2021 assumirá o cargo de vice-presidente, em 2021-2022 o de presidente-eleito, entre 2022 e 2023, presidente da sociedade e entre 2023 e 2024 o de past-president. O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra já tinha exercido o cargo de secretário-geral da ERS e, no início de 2019, foi distinguido como membro honorário da European Respiratory, sendo o primeiro português galardoado com esta distinção, que é atribuída em reconhecimento pelos méritos clínicos, académicos e investigacionais e pelo contributo para a evolução desta sociedade científica.

“É com enorme satisfação e orgulho que a SPP recebe a notícia da eleição de um dos seus ex-Presidentes para o alto cargo de Presidente da ERS. É no fundo, o corolário de um percurso notável e ímpar do Professor Carlos Robalo Cordeiro a quem expressamos as maiores felicitações e uma vez mais lhe manifestamos todo o nosso apoio neste elevado desafio que agora se inicia”, afirma António Morais, presidente da SPP.

Para Carlos Robalo Cordeiro, a honra desta eleição surge associada a uma enorme responsabilidade. “E é simultaneamente uma sensação de preenchimento pessoal e profissional e de compromisso e gratidão para com os meus mestres, os meus colegas, os meus discípulos, os doentes respiratórios, e a minha família, a quem tudo devo e tudo é devido”, afirma Carlos Robalo Cordeiro. Esta eleição “é também um reconhecimento do trabalho que a Pneumologia portuguesa vem desenvolvendo, a quem estou muito grato por me ter permitido chegar até aqui e muito grato particularmente à Sociedade Portuguesa de Pneumologia por todo o apoio que me concedeu, nomeadamente neste processo eleitoral”.

A ERS é, atualmente, a maior sociedade respiratória global e toda a sua vasta agenda nas áreas científica, educacional e de advocacy assumem um impacto universal.  É neste contexto abrangente que a ERS vem contribuindo decisivamente para o avanço do conhecimento na área respiratória e para a sua correta, eficiente e consistente divulgação.

O tabagismo, as alterações climáticas e a poluição atmosférica têm sido as grandes preocupações da ERS, tendo em conta que são estes os três principais fatores causadores de doença respiratória. Igualmente preocupante, a capacidade de resposta a uma pandemia como a que estamos a viver. “Ninguém estava preparado para uma situação como a que estamos a viver, independentemente da maior ou menor credibilidade com que os diferentes países reagiram, e eu diria que é desejável, embora difícil, que a evolução do conhecimento possa eventualmente permitir prever estes eventos com alguma segurança, mas que é fundamental também aprender com a crise que atravessamos e saber assim antecipar e programar as medidas obrigatórias para minimizar as respetivas consequências. E a ciência deve liderar estes processos”, sublinha.

Entre os vários projetos e ambições que tem para este período de liderança da ERS, Carlos Robalo Cordeiro não esconde o desejo de trazer a Lisboa um congresso anual da ERS.

Saúde materna
A principal causa de morte materna nos países ocidentais é a doença cardiovascular.

A associação entre doença cardíaca e gravidez é cada vez mais frequente.  De acordo com os dados mais recentes até 4% de todas as gravidezes nos países ocidentais industrializados complicam-se pela existência de doença cardiovascular materna.

A doença cardíaca materna é a causa mais importante de mortalidade na grávida e não tem havido sinais de redução dos números de mortes por esta causa.

A correta estratificação do risco da gravidez, tendo em conta a doença cardíaca materna, e o seguimento por equipas médicas multidisciplinares especializadas tem um papel central e crucial neste grupo de doentes, de forma a reduzir a morbilidade e mortalidade materna.

Número crescente de grávidas com doença cardíaca

A doença cardiovascular é sem duvida um problema cada vez mais frequente na mulher grávida ou que pretende engravidar, e isso deve-se a vários fatores: ocorrência da gravidez em idade mais tardia, a uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular em mulheres na idade fértil (hábitos tabágicos, diabetes mellitus, obesidade, hipertensão arterial) e ao número crescente de mulheres com cardiopatias congénitas (CC) corrigidas que atingem a idade adulta.

A HTA na gravidez é a doença cardiovascular mais frequente (cerca de 10% das gravidas). Nos países ocidentais a cardiopatia congénita assume cada vez mais um papel de destaque (75-80%), enquanto que nos países não ocidentais, a doença valvular reumática é a que predomina (56-89%).

Como devem ser orientadas durante a gravidez

Importantes adaptações do aparelho cardiovascular ocorrem em resposta à gravidez (aumento do volume circulante, frequência cardíaca, débito cardíaco) para suprir as necessidades metabólicas crescentes da mãe e do feto. Alterações hemodinâmicas não adaptativas podem levar a morbilidade materna e fetal. A incapacidade de adaptação da grávida pode causar descompensação da doença cardíaca prévia, ser responsável pelo início dos sintomas ou levar à primeira manifestação de uma doença até então desconhecida, motivo pelo qual a gravidez é considerada por muitos como o "teste de stress natural".

Grávidas com doença cardíaca têm também maior risco de complicações obstétricas (parto pré-termo, pré-eclampsia, hemorragia pós-parto).

O seguimento e aconselhamento destas mulheres deve ser sempre individualizado, tendo em conta não só a doença cardíaca materna como também o contexto social e emocional, tal como os desafios éticos que tal implica; deve ser sempre feito por uma equipa multidisciplinar (“Pregnancy Heart Team”), incluindo não só os médicos assistentes, como também cardiologistas, internistas, obstetras e anestesistas dedicados a esta população de alto risco. A estratificação de risco (risco baixo vs contra-indicação para gravidez) é fundamental para a tomada de decisões e estabelecimento do plano de seguimento.

Idealmente todas as mulheres com doença cardíaca conhecida devem ser avaliadas antes da gravidez, de forma a que se possa aconselhar corretamente a mulher dos seus riscos e da probabilidade de sucesso para um feto viável,  além de que uma vez decidido prosseguir para gravidez devem ser feitas alterações farmacológicas para fármacos que não estejam contraindicados durante a gravidez, pelo risco de malformações fetais

Contudo, muitas mulheres com doença cardíaca aparecem-nos grávidas, o que impõe mais riscos para a futura mãe e feto; nestas o tempo de gravidez será central para a tomada de algumas decisões, além de que possivelmente teremos que lidar com a malformações fetais consequentes de fármacos que deveriam ter sido suspensos antes da gravidez

Temos também os casos em que a doença cardíaca se manifesta pela primeira vez durante a gravidez, o que é ainda mais desafiante porque alguns exames complementares de diagnóstico não devem ser usados durante a gravidez pelo risco de malformações, alem de que novamente a introdução de vários fármacos considerados centrais para a mulher, poderão estar contraindicados

E, por fim, temos as doenças que são típicas da gravidez, como a pré-eclamsia, uma forma de HTA especifica da gravidez e a miocardiopatia periparto, uma forma de doença do musculo cardíaco que surge entre o final da gravidez e os primeiros meses pós parto, que requerem seguimento apertado durante a gravidez mas também no pós-parto porque podem deixar sequelas.

Mulheres que não devem DE TODO engravidar

Não devem engravidar as mulheres com doença cardíaca cujo o risco de morbilidade e mortalidade durante a gravidez seja considerado muito alto (40-100%), tais como: a hipertensão arterial pulmonar, a má função do coração (disfunção ventricular esquerda e/ou direita grave), as estenoses valvulares graves não corrigidas e a dilatação grave da aorta.

Qual a via de parto recomendada

O parto vaginal deve ser sempre privilegiado (menor risco de infeção, hemorragia, tromboembolismo); a cesariana fica reservada para as indicações obstétricas e casos especiais: mulheres sob anticoagulação oral, doença da aorta, insuficiência cardíaca descompensada e hipertensão pulmonar.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Durante a gestação é bastante comum as mulheres sentirem dores e sofrerem de inchaço nos pés, tornoz

Este tipo de problemas afeta diretamente a rotina diária das grávidas, pela dor e desconforto que causa, podendo reduzir a sua capacidade de realizar simples tarefas como limpar a casa e passar a ferro.

Existem mulheres mais predispostas para inchar, por exemplo, as que tiveram problemas de má circulação, dificuldade na drenagem linfática, diabetes, ou outras doenças, bem como a toma de alguns tipos de medicamentos. Numa situação regular, uma mulher grávida acaba por inchar, à medida que o feto cresce e o próprio útero começa a pressionar a veia cava, levando a um menor fluxo sanguíneo. A acumulação de sangue que daqui resulta faz com que seja enviada água para a zona dos pés e tornozelos através das veias capilares, levando então ao inchaço.

No entanto, o inchaço deve ser semelhante em ambos os pés, e não deve surgir rapidamente. Caso ocorra aceleradamente pode ser um sinal de problemas mais severos, por exemplo, pré-eclâmpsia, deverá consultar urgentemente um podologista.

Uma das formas mais comuns para prevenir o inchaço, consiste em contrariar a gravidade, ou seja, elevar os pés quando se está sentado, evitando assim a acumulação de água nos membros inferiores. Para além disso, pode favorecer dormir sobre o lado esquerdo do corpo, no sentido de amenizar a pressão do útero sobre a veia cava.

É recomendável o uso de calçado confortável, adequado e que não aperte, tendo em conta que o pé pode inchar. Prefira sapatos com sola de borracha para prevenir quedas, de salto médio para ajudar no inchaço e não totalmente planos visto que, fazem com que o peso do corpo recaia sobre os calcanhares.

Para evitar este problema pode também usar meias-calças ou collants de compressão para auxiliar a circulação sanguínea, evitar permanecer em pé e quando estiver sentada não cruzar as pernas.

O acompanhamento por parte de um podologista durante a gravidez é essencial, no sentido de elucidar os conselhos atrás referidos de forma mais personalizada e se necessário adotar medidas diferentes, de modo a proporcionar o maior conforto possível à mulher grávida.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
COVID-19
A “STAYAWAY COVID” é uma aplicação para telemóveis que tem como objetivo auxiliar o país no rastreio

A aplicação permite, de forma simples e segura, que cada um de nós seja informado sobre exposições de risco à doença, através da monitorização de contactos recentes. A aplicação é de utilização voluntária e gratuita e, em momento algum, tem acesso à sua identidade ou dados pessoais.

Uma vez instalada a aplicação, o telemóvel anuncia a sua presença a todos os dispositivos próximos usando identificadores aleatórios que não revelam identidades pessoais. A informação partilhada entre dispositivos permite à STAYAWAY COVID saber de que telemóveis esteve perto, quão perto e por quanto tempo. A Organização Mundial de Saúde sugere que, contactos a menos de 2 metros e por mais de 15 minutos com alguém portador de COVID-19 sejam considerados com elevado risco de contágio.

1. Ausência de registo de elevado risco de contágio:

- Não registando contactos de proximidade com elevado risco de contágio com alguém a quem foi diagnosticada COVID-19, a aplicação informa-nos exatamente disso com a data da última avaliação;

2. Alerta de elevado risco de contágio:

- Se alguém de quem estivemos perigosamente próximo nos últimos 14 dias for diagnosticado com COVID-19 e informar o sistema STAYAWAY COVID, a aplicação alerta-nos de imediato do risco sugerindo que nos isolemos e contactemos a Linha SNS 24 (808 24 24 24);

3. Após diagnóstico de COVID-19:

- No caso de contrairmos COVID-19, com o diagnóstico receberemos um código numérico que nos permitirá, anonimamente e através da aplicação, informar o sistema STAYAWAY COVID. É este ato que permite ao sistema alertar segura e atempadamente todos aqueles que podemos ter contagiado, mesmo antes de terem tido qualquer sintoma. Não é nunca revelada a ninguém a identidade de ninguém.A aplicação STAYAWAY COVID foi desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, um laboratório associado do sistema público que a ofereceu à Direção-Geral da Saúde (DGS)/Ministério da Saúde sem qualquer custo. A DGS é a entidade responsável por gerir o sistema e garantir que o tratamento de dados respeita a legislação europeia e nacional.

Todos os requisitos, recomendações e orientações da Comissão Nacional de Proteção de Dados foram consideradas e acolhidas. Só são partilhados os códigos das pessoas infetadas, que não permitem identificá-las, que queiram avisar aquelas com quem estiveram em contacto.

A App “STAYAWAY COVID” será brevemente integrável com as de outros países europeus que funcionem segundo o mesmo modelo no quadro do grupo técnico eHealth Network e pode ser descarregada a partir da App Store em  https://apps.apple.com/pt/app/id1519479652 e da Google Play em https://play.google.com/store/apps/details?id=fct.inesctec.stayaway.

Poderá encontrar as respostas às perguntas mais frequentes (FAQ´s) sobre esta App em https://stayawaycovid.pt/perguntas-frequentes/

Caso não encontre esclarecida a sua questão neste conjunto de perguntas, poderá colocar a sua dúvida através do email: [email protected].

Toda a informação disponível em https://stayawaycovid.pt/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
21 de setembro às 16h00
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia realiza no próximo dia 21 de setembro, às 16h00, um webinar que será dedicado aos...

A associação assinala assim setembro enquanto o mês de consciencialização para as doenças hemato-oncológicas. Manuel Abecasis, Presidente da APCL, afirma que “É muito importante para a APCL a promoção e realização destas iniciativas que procurem esclarecer os doentes. Com este webinar vamos dedicar-nos aos doentes com um tipo de leucemia especificamente e tentar aprofundar as principais questões associadas à LLC”.

Este webinar será totalmente dedicado aos doentes e seus cuidadores, a participação será gratuita, e estará disponível mediante inscrição aqui. Para além da participação de Manuel Abecasis, contará com a participação de Maria Gomes da Silva, diretora do Serviço de Hematologia Clínica do Instituto Português de Oncologia, João Raposo, diretor do Serviço de Hematologia e de Transplantação de Medula do Centro Hospitalar de Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, e, ainda, com a presença de Ana Carina Resina, psicóloga clínica no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

O objetivo deste webinar é abordar questões relacionados com o diagnóstico; o tratamento e os fatores a ter em conta na escolha da terapêutica mais adequada; a vigilância de um doente com LLC e, por fim, as questões emocionais relacionadas com o lidar com o diagnóstico. Durante o webinar haverá ainda espaço para uma sessão de perguntas e respostas, em que os doentes poderão esclarecer as suas dúvidas associadas à leucemia linfocítica crónica com os oradores convidados.

A realização deste webinar para assinalar o mês de consciencialização para as doenças hemato-oncológicas, em setembro, conta com o apoio da AbbVie.

APAH e Ordem dos Médicos preocupadas com agravar da situação
No primeiro semestre deste ano realizaram-se menos 3,8 milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários do que...

Estes dados, apresentados hoje, no auditório da Ordem dos Médicos, entre as 11h00 e as 12h30, no âmbito do lançamento do Movimento Saúde em Dia, promovido pela Ordem dos Médicos e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), mostram uma quebra de 36% de consultas presenciais nos centros de saúde nos primeiros seis meses deste ano.

A redução de  902 mil consultas hospitalares representou uma quebra de 225 nas primeiras consultas hospitalares e de 11% nas consultas subsequentes.Nas urgências hospitalares assistiu-se a uma redução de 27% de episódios no primeiro semestre, o que significa menos 839.436 episódios do que em 2019. Também as cirurgias tiveram uma quebra significativa, com a realização de menos 27% de intervenções. As cirurgias programadas tiveram uma redução de 30% e as urgentes diminuíram 10%.

A Ordem dos Médicos e a APAH manifestam preocupação com os dados relativos ao número acumulado de doentes que não têm acesso a consultas, cirurgias, exames, internamento ou mesmo urgências. Uma situação, explica Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, “que se pode agravar nos próximos meses, uma vez que existem doentes sem acesso a consultas desde março, que ainda não começaram a ser tratados e não há um verdadeiro plano de retoma”.

Segundo os dados oficiais, o número de teleconsultas aumentou 40%, no 1.º semestre de2020. Contudo, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, explica que há que olhar com atenção para as consultas presenciais que não foram realizadas: “os números da telemedicina até podem ser positivos, mas este recurso será sempre  complementar , e ainda não está consolidado de forma uniforme em Portugal, e pode  mascarar uma realidade que se pode tornar ainda mais grave num futuro próximo. Não é apenas com uma chamada telefónica que podemos realizar rastreios, diagnósticos,conhecer o doente e referenciá-lo adequadamente para os cuidados especializados”.

Miguel Guimarães subscreve esta ideia e acrescenta que “os centros de saúde continuam com atividade limitada pela Covid-19” e que os contactos diretos com o doente têm sido muito baseados numa suposta telemedicina e por contactos breves, o que não permite ter acesso à imagem completa do utente.

“É preciso começar a tratar os doentes que ficaram pendentes desde março, é preciso que os doentes não tenham medo de ir ao SNS e que o SNS lhes dê todos os acessos possíveis. Os doentes não podem achar que uma consulta em telemedicina é o mesmo que uma consulta presencial”, refere Miguel Guimarães.

É com base nestes números, e nesta preocupação, que estas entidades, com o apoio da Roche, lançam hoje o vídeo “Saúde em Dia – Não mascare a sua saúde”, que pretende sensibilizar a população para a importância de se manterem alerta em relação à sua saúde, não mascarar sintomas e não adiar visitas ao médico perante sinais de alerta de qualquer doença.

Fique a conhecer a campanha e saiba mais em: http://www.saudeemdia.pt/

8 de setembro | Dia Mundial da Fisioterapia
APFISIO assinala Dia Mundial da Fisioterapia com alerta para a necessidade de reforçar número de profissionais a colaborar no...

Em Portugal, cerca de 30% dos Agrupamentos de Centros de Saúde não tem fisioterapeutas, sendo a Região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Norte as que apresentam os valores mais baixos do país, com a Região Norte a não atingir o valor médio de um fisioterapeuta para cada cem mil habitantes.

Estes dados são avançados pela Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APFisio), que assinala o Dia Mundial da Fisioterapia, hoje, 8 de setembro, com um alerta para a necessidade urgente de um forte investimento em recursos humanos de fisioterapia nos Cuidados de Saúde Primários.

O presidente da APFisio, Adérito Seixas, sublinha que a insuficiência do número de profissionais afetos ao serviço público não se verifica exclusivamente nos Cuidados de Saúde Primários.

“De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, existem apenas 906 fisioterapeutas nos hospitais públicos. No global, considerando os hospitais públicos e os Cuidados de Saúde Primários, o número de fisioterapeutas no sistema de saúde público é pouco superior a mil. Vemos estes números com muita apreensão. É uma situação muito grave e que requer correção urgente”, reforça Adérito Seixas.

Segundo o mesmo responsável, outro problema que carece de atenção imediata prende-se com a acessibilidade do cidadão aos cuidados de fisioterapia.

“O Estado investe na formação de elevada qualidade dos fisioterapeutas, mas ao mesmo tempo apresenta grande inércia na criação de condições que garantam o acesso do cidadão aos cuidados destes profissionais. Estamos a falar de profissionais autónomos, com autonomia consagrada na Lei, habilitados para serem profissionais de primeiro contacto, mas o Estado, através de várias disposições normativas, força o contribuinte a pagar consultas médicas adicionais antes de poder aceder aos cuidados de fisioterapia”, alerta Adérito Seixas, sublinhando que “esta é a realidade, tanto nos Cuidados de Saúde Primários como nos Cuidados Hospitalares”.

A APFisio recorda que apesar de em Portugal a esperança média de vida ter aumentado para um valor ligeiramente acima dos 81 anos, dados do EUROSTAT indicam que o número de anos vividos sem problemas de saúde moderados ou severos é de apenas 58,6 anos.

“Sabemos também que os problemas músculo-esqueléticos, de saúde mental, neurológicos, a diabetes, doenças respiratórias crónicas e doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 65% dos anos vividos com incapacidade na população portuguesa”, complementa Adérito Seixas. 

Para a APFisio, esta realidade é demonstrativa da necessidade de promover uma adequada utilização dos recursos de fisioterapia, o que permitiria obter ganhos em saúde nas pessoas com aquelas condições e ganhos de eficiência no SNS – redução de consultas médicas, redução de exames de diagnóstico, redução de procedimentos cirúrgicos, redução do absentismo laboral, retorno mais rápido à atividade e melhoria da participação social.

“Num país em que, de acordo com a PORDATA, 21,7% da população tem mais de 65 anos e com 157,4 pessoas idosas por cada 100 jovens, será fácil de antecipar a elevada carga de doença atribuída às condições referidas previamente nesta população”, considera Adérito Seixas.

Atendendo a que as condições crónicas de saúde e de multimorbilidade assumem cada vez maior relevância e impacto na vida das pessoas, das suas famílias e no sistema de saúde, e são responsáveis pelos anos de vida com incapacidade, o presidente da APFisio defende tratar-se de um indicador de saúde que “Portugal e os portugueses devem exigir ver melhorado, uma vez que essa melhoria depende das políticas de saúde assumidas pelos governantes”.

“Neste momento, o acesso aos cuidados de fisioterapia no SNS não é eficiente, nem sustentável, por manifesta carência de fisioterapeutas no SNS, mas também porque o acesso aos seus cuidados sofre barreiras normativas, com evidente prejuízo para o SNS e para o utente”, conclui Adérito Seixas, recordando que “nos últimos anos, e de forma recorrente, a APFisio tem manifestado a sua preocupação e estratégias ao Ministério da Saúde, mas não temos observado uma alteração nas políticas de contratação de recursos humanos de fisioterapia”.

Tendo por base relatórios internacionais, a APFisio acredita que os gastos de saúde poderiam ser entre 40 a 60% mais baixos se a tendência do aumento de esperança de vida fosse acompanhada pelo mesmo valor de melhoria da capacidade funcional. 

Dia Mundial da Grávida assinala-se a 9 de setembro
Na gravidez, o corpo da mulher passa por muitas alterações físicas e, consequentemente, podem ocorrer dores localizadas ou...

No verão, com temperaturas altas e excesso de luminosidade e humidade, as crises e dores de cabeça são mais comuns. Durante a exposição ao sol, o centro modulador de dor é ativado e há uma maior dilatação das artérias das meninges e do córtex cerebral, o que leva ao surgimento de uma crise.

• Dores de cabeça:

As dores de cabeça ou cefaleias são comuns durante a gravidez, sobretudo no primeiro trimestre. Ocorrem como consequência de um aumento da produção das hormonas sexuais, da pressão arterial alta ou do aumento da tensão nervosa. Por vezes, pode ocorrer uma diminuição temporária da pressão arterial, causando hipotensão que, associada a uma hipoglicemia, é responsável por dores de cabeça associadas a enjoos.

• Dor na parte inferior do abdómen ou virilhas:

Estas dores são mais frequentes a partir do segundo trimestre e ocorrem quando os ligamentos e os músculos que envolvem o útero são esticados e ganham expressão à medida que a gravidez avança. Caracterizam-se por serem dores curtas, fortes e lancinantes, mas também dores contínuas que sentidas na parte inferior do abdómen ou das virilhas. A melhor forma de aliviar esta dor consiste em a grávida mover-se lentamente e ir alternando a sua posição.

• Dor nas costas:

Surgem na sequência do aumento da tensão nas costas. Para aliviar as dores nas costas, é aconselhável usar calçado confortável, evitar longos períodos em pé, corrigir a postura ao dormir ou ao sentar-se, não fazer esforços ou transportar/ levantar objetos pesados. Por vezes, a partir da segunda metade da gravidez, podem ocorrer contrações ocasionais do útero, as chamadas contrações de Braxton-Hicks. Embora sejam pouco frequentes, irregulares e não provoquem dor, estas contrações podem estar associadas a dor na zona inferior das costas.

• Dor nas pernas e pés:

As dores e os incómodos nos pés surgem em consequência do aumento de peso que ocorre ao longo da gravidez. Além disso, as hormonas que surgem durante a gravidez relaxam os ligamentos da zona inferior das costas e os dos joelhos, tornando-os mais vulneráveis a lesões. Em consequência do aumento do tamanho do útero, este pode exercer pressão sobre alguns nervos, o que causa endurecimento e sensação de formigueiro tanto nos pés como nas mãos. Esta sensação é bastante frequente, mas desaparece após o parto.

• Dor mamária e dor uterina:

O útero é um órgão muito elástico, um músculo que dilata com a evolução da gravidez, podendo provocar desconforto. Também os seios da mulher aumentam de tamanho, tornando-os mais pesados e sensíveis.

Segundo Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), “neste Dia Mundial da Grávida é importante lembrar que as dores associadas à própria gravidez e que muitas vezes geram ansiedade e receio por parte das futuras mães, devem ser igualmente acompanhadas pelo médico para que não se prolonguem além deste período. Muitas vezes, resultante de esforços ou má postura durante a gravidez, surgem outros problemas mais complexos no futuro”.

A maioria das dores sentidas durante a gravidez são fisiológicas e surgem na sequência da própria gravidez, mas outras dores podem ser patológicas e desencadeadas por infeções ou doenças. A maioria das perturbações que causam dor durante a gravidez têm resolução, mas devem ser acompanhadas clinicamente. A grávida deve alterar alguns hábitos, atividades e posições para aliviar ou evitar agravar a dor. Noutros casos, caminhar pode aliviar a dor, bem como fazer exercícios de relaxamento e alongamentos.

 

Infeção bacteriana
O impetigo é uma infeção bacteriana cutânea contagiosa muito comum, estimando-se que cerca de 140 milhões de pessoas em todo o...

Apesar de poder também surgir na idade adulta, o impetigo afeta principalmente crianças entre os 2 e os 5 anos. Pode ser classificado como infeção primária, quando ocorre na pele intacta, ou como infeção secundária, sempre que ocorre devido a uma lesão cutânea pré-existente, como picadas de mosquitos.

Segundo a Dr.ª Cristina Claro, especialista em Dermatologia Pediátrica do CHLO – Hospital Egas Moniz “no verão, as temperaturas são mais elevadas e o clima está mais húmido, o que favorece a propagação natural da infeção. Para além disso, a população de mosquitos cresce consideravelmente nesta altura do ano, e consequentemente, aumentam os casos de impetigo”.

O impetigo pode ser causado por dois tipos de bactérias, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. “Quando o indivíduo ou a criança são portadores da bactéria, o ato de coçar as lesões causadas pelas picadas de insetos conduz a feridas na pele que podem ser uma porta de entrada para a infeção”, acrescenta a especialista.

Desta forma, é fundamental apostar na prevenção e, em caso de infeção, procurar um médico especialista para garantir um diagnóstico atempado, por forma a prevenir a propagação da infeção, o contágio e a sua evolução para casos mais graves da doença. No caso de picadas ou mordeduras de mosquito, evitar coçar a zona afetada também ajuda a prevenir a propagação da infeção.

7 de setembro | Dia Mundial para a Sensibilização e Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne
Disfunção respiratória é uma das consequências da doença, com impacto na qualidade de vida dos doent

A distrofia muscular de Duchenne é uma doença neuromuscular, rara, que resulta da incapacidade de o organismo produzir uma proteína fundamental para o funcionamento do músculo e que deve o seu nome ao neurologista francês, Guillaume de Duchenne que, na década de 1860, a descreveu com algum detalhe. Progressiva e altamente incapacitante, os seus sintomas costumam surgir logo nos primeiros anos de vida, destacando-se, entre eles, atrasos na aquisição da marcha, marcha instável, quedas frequentes, incapacidade em correr ou subir escadas e, em alguns casos, atraso na linguagem e dificuldades de aprendizagem. A perda da marcha pode ocorrer entre os 8 e os 12 anos ou, até, no início da idade adulta, em função da sua mutação genética. Com uma prevalência de 1 caso para cada 3500 nascimentos do sexo masculino, pode ser diagnosticada de forma cada vez mais precoce, o que permite que a sua evolução possa ser criteriosamente monitorizada, em todas as suas fases, desde a infância até à idade adulta.

E se, até muito recentemente, esta se apresentava como uma sentença de incapacidade total, face à degradação de todos os músculos, hoje, as coisas mudaram. Ainda sem cura, são várias as medidas que devem ser tomadas para permitir melhorar a qualidade de vida destes doentes e a sua sobrevida. No entanto, para que isso aconteça, é preciso que se fale sobre Duchenne, que se partilhe informação, que se dê a conhecer aquela que é a causa mais comum de distrofia muscular e as muitas formas de melhorar a vida destas pessoas. A correta, e completa, avaliação da função respiratória é um dos cuidados essenciais.

No Dia Mundial para a Sensibilização e Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne, que se assinala a 7 de setembro, o alerta vai para a necessidade de melhorar ainda mais os cuidados. Apesar de todos avanços, e do muito conhecimento adquirido e partilhado, os desafios ainda são muitos. À medida que a doença progride, os músculos respiratórios enfraquecem, o que reduz a capacidade do doente em respirar, permitindo que se instale uma grave disfunção respiratória, que pode levar gradualmente à hipoventilação noturna, e todas as suas consequências, tais como esgotamento, dores de cabeça, dificuldades de concentração, oxigenação deficitária, entre muitas outras. Coisas simples como ver televisão ou videojogos podem tornar-se tarefas difíceis para o cérebro.

Apesar de um consenso alargado entre os especialistas, que recomendam a realização de avaliações completas da função respiratória de seis em seis meses para os doentes com Duchenne em todas as fases, isso ainda não acontece. De facto, um estudo publicado em 2016 confirma que 71% dos doentes que já tinham perdido a capacidade da marcha não faziam avaliações regulares da função respiratória, com consequências para a sua qualidade de vida.

Miguel Félix, Pediatra, coordenador da Unidade de Pneumologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra e Presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia Pediátrica e Sono, comenta acerca do envolvimento respiratório na Distrofia de Duchenne: “Além da avaliação da função respiratória, é fundamental intervir nestes doentes em termos de suporte respiratório, de acordo com os standards internacionais de cuidados, através da instituição de ventilação não-invasiva durante o sono, recrutamento de volume e medidas de apoio à desobstrução brônquica incluindo tosse assistida. Em contraste com o estudo referido acima, realizado em vários outros países europeus em 2016, os doentes com Duchenne seguidos em Portugal nas Unidades de Pneumologia Pediátrica têm, na sua maioria, avaliação atempada em termos de função respiratória e disponibilidade dos meios de tratamento recomendados. Devem ainda assim ser mantidos todos os esforços para a conseguir que estes cuidados sejam cada vez mais universais e atuais.”

Joaquim Brites, Presidente da APN - Associação Portuguesa de Neuromusculares, reforça a importância destas avaliações. “Há muito tempo que não existem dúvidas de que a qualidade de vida destas pessoas, em qualquer fase da doença e independentemente da sua idade, pode melhorar drasticamente se for acompanhada de cuidados de saúde considerados essenciais e, internacionalmente reconhecidos como “standard”. Falamos de todas as terapias de reabilitação respiratória, funcional e cardíaca, aplicadas de forma regular. A importância das recomendações dos cuidados, a nível internacional, não pode ser subestimada pelo Serviço Nacional de Saúde, sobretudo quando se trata de prevenir, na infância, uma consequência já conhecida na idade adulta, através de atos médicos simples e não dispendiosos, como a avaliação da função respiratória”, refere.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Lesão rara
Um estudo internacional realizado com um indivíduo que sofre de uma lesão cerebral extremamente rara, em que vê caras a ...

O estudo, já publicado na revista científica Current Biology, foi conduzido por investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e com as instituições americanas Dartmouth College e Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A equipa estudou um homem destro de 59 anos, identificado como A.D., que apresenta uma condição neurológica designada hemi-prosopometamorfopsia, uma lesão extremamente rara, sendo conhecidos cerca de 25 casos em todo o mundo, que leva a que a perceção de faces, apesar de ser algo que temos de fazer continuamente, seja geradora de grande desconforto.

Esta condição, explica Jorge Almeida, investigador principal do estudo e diretor do Proaction Lab da UC, «caracteriza-se geralmente pela perceção de uma distorção nos olhos, nariz e/ou boca apenas num dos lados da face – estas partes da face parecem estar a descair, quase como se estivessem a derreter. Nada mais além de imagens de faces causa estas distorções».

Tal como outros pacientes com hemi-prosopometamorfopsia, as distorções vivenciadas pelo paciente A.D. foram causadas por uma lesão nos feixes de matéria branca que ligam as áreas neuronais dedicadas às faces que estão no hemisfério esquerdo com as que estão no hemisfério direito.

As várias experiências realizadas com este paciente permitiram concluir que, «para vermos e reconhecermos faces, o nosso cérebro usa um processo semelhante aos sistemas de reconhecimento digital de faces usados pelas plataformas Facebook e Google», demonstrando pela primeira vez a existência de uma etapa no processamento de faces em que estas são rodadas e redimensionadas para corresponder a um padrão: «no processo de reconhecermos uma face que estamos a ver, comparamos esta face com as que temos na nossa memória. Assim, todas as vezes que vemos uma face, o nosso cérebro cria uma representação dessa face e alinha-a com um modelo que temos em memória», esclarece Jorge Almeida.

Foi, também, possível mostrar que estas representações de faces estão presentes nos dois hemisférios do cérebro e que as representações das metades direita e esquerda das faces são dissociáveis. Assim, esta investigação «veio não só aumentar o conhecimento sobre o funcionamento do cérebro, bem como apoiar com evidência científica uma das metodologias de reconhecimento facial mais usadas atualmente», acrescenta.

Uma das experiências realizadas prendia-se com a apresentação de imagens em diferentes perspetivas (de perfil esquerdo, de frente e de perfil direito). O paciente indicou que os olhos, boca e/ou nariz das faces apresentadas pareciam estar descaídas - zonas a vermelho na imagem 1. Nenhuma outra deformação foi reportada quando foram apresentadas imagens que não fossem faces (automóveis, casas, etc.).

Numa outra experiência, os investigadores expuseram imagens de faces em formas muito distintas: as metades esquerda e direita das faces em separado, em ambos os lados do campo visual (direito e esquerdo) e rodadas a 90, 180 e 270 graus.

Independentemente de como as faces eram apresentadas, A.D. continuou a reportar que as distorções afetavam as mesmas partes da face, representadas a vermelho na imagem 2. Mesmo quando a face era invertida (boca em cima e olhos em baixo), o paciente via as distorções agora no lado esquerdo. Continuava a ser o olho direito que parecia estar a “derreter”, mesmo que na face invertida este esteja localizado no lado esquerdo da face.

«Ao apresentar faces em vários ângulos de rotação, verificámos que apenas as características direitas da face estavam distorcidas, mesmo quando a face foi apresentada invertida a 180 graus e essas partes da face se encontravam no lado esquerdo. A única forma de explicar este resultado é que ao processarmos faces, rodamo-las e criamos um modelo centrado na face e não no observador. Desta forma, o olho direito neste modelo centrado na face é representado sempre como o olho direito, mesmo que este esteja no nosso campo visual esquerdo como quando vemos uma face invertida. Este modelo centrado na face é depois comparado com um modelo já existente», conclui Jorge Almeida.

O artigo científico, intitulado “Face-Specific Perceptual Distortions Reveal A View- and Orientation-Independent Face Template”, pode ser consultado em: https://doi.org/10.1016/j.cub.2020.07.067.

Saiba como
A Psoríase é uma doença autoimune, crónica, “que ainda não tem cura, mas tem tratamento”, afirma Pau

“A psoríase de placas, nomeadamente na zona dos cotovelos, é a mais comum explica Paulo Ferreira.” Daí a imagem vulgar de placas, uma lesão com relevo, vermelha e com escamas brancas, como se fosse cera”, descreve o médico. É muitas vezes essa apresentação que leva ao diagnóstico da doença e é também a mais fácil de tratar”. Se for confinada aos cotovelos até pode ser tratada com terapêuticas tópicas”, indica o médico.

Isto, porque a terapêutica para a psoríase varia de acordo com a localização e extensão das lesões. “Os tratamentos podem variar tendo em conta a zona do corpo. Se a Psoríase estiver nas mãos, podem-se usar pomadas ou cremes, mas se for no couro cabeludo, por exemplo, deve-se usar uma loção” refere o dermatologista. A forma de apresentação dos princípios ativos do medicamento é fundamental, para definir os melhores tratamentos tópicos para as formas ligeiras da doença. Nas formas mais graves, utilizam-se tratamentos sistémicos “que atuam no organismo como um todo”, através injetáveis ou fototerapia, conclui.

Quando as lesões são disseminadas ou são feitas terapias desadequadas, a Psoríase pode mesmo atingir a zona dos olhos e pálpebras. Nesses casos, “há produtos tópicos muito eficientes, mas implicam uma escolha criteriosa pelo dermatologista”, refere o médico. Apesar de não serem as formas mais comuns, implicam uma consulta urgente para tratar precocemente. 

Associada à psoríase, surge muitas vezes a artrite psoriásica, que deve ser detetada e tratada o mais cedo possível, porque “a longo prazo pode ser particularmente incapacitante”, refere o médico. Doentes que apresentem sinais iniciais de rigidez e dor nas articulações, devem ser tratados preferencialmente pela reumatologia, em consulta multidisciplinar com a dermatologia, ou seja, “devem ser guiados por profissionais que se complementam no tratamento da doença, daí ser importante informar sobre a mesma e sobre todas estas questões junto da sociedade em geral”, acrescenta Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal.

Tanto o dermatologista como o presidente da PSOPortugal assinalam a importância de detetar, diagnosticar e tratar precocemente e adequadamente a psoríase e todas as suas co morbilidades. E da importância de o tratamento ser prescrito e seguido pelo médico. Isto, porque qualquer medicamento, quer seja tópico ou sistémico pode ter efeitos secundários. “Há que pesar os prós e os contras, adaptando o tratamento à saúde de base do doente e seus comportamentos”, afirma Paulo Ferreira.

É necessário estudar o doente, fazer a história clínica, ver se há uma carga hereditária vincada: “se o doente tem outros casos de Psoríase na família, ou mesmo tiroide, artrite, diabetes, fígado gordo, outras doenças autoimunes…” e analisar o estado da doença, se está muito espalhada ou não.

A viragem no tratamento

Um momento de viragem no tratamento da psoríase foi o lançamento dos medicamentos biotecnológicos. “São a revolução total, nomeadamente no tratamento das formas ligeiras a moderadas da Psoríase. São anticorpos, pequenas proteínas, que vão neutralizar ou bloquear mediadores da inflamação que estão muito descontrolados na Psoríase”, indica Paulo Ferreira, adiantando que as opções disponíveis demonstraram eficácia e segurança.

O médico ressalva, no entanto, que por vezes o contexto clínico do doente obriga a interromper o tratamento com o medicamento biotecnológico, como aconteceu com alguns doentes na altura expressiva da pandemia de covid-19, por precaução. Importante que “essa decisão deve ser refletida e orientada pelo médico. O doente não deve por si só, interromper sem falar ou ser aconselhado pelo seu médico. Pois existem casos em que pode haver uma perda brusca da eficácia e ser difícil depois recuperar os níveis de eficácia que se tinham conseguido num estado inicial”.

Para saber mais, assista aos episódios da série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, da PSOPortugal aqui:

 

 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Quatro milhões de euros
Paulo Rocha e Bárbara Gomes, cientistas da Universidade de Coimbra (UC), acabam de ser contemplados com bolsas “Starting Grant”...

Paulo Rocha, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), recebe 2,2 milhões de euros para concretizar o projeto “Green – Generating Energy from Electroactive Algae”, que visa a geração de energia limpa e sustentável através da comunicação entre algas.

Para o investigador, este projeto, com a duração de cinco anos, «alinha-se no desenvolvimento de uma nova fonte de energia limpa, de baixo custo, com vista a minimizar significativamente os custos de eletricidade, o uso de combustíveis fósseis e emissões de dióxido de carbono».

Paulo Rocha, que expressa um «orgulho imenso de ter sido selecionado num dos programas mais competitivos do mundo da ciência. E, também, um orgulho por poder desenvolver este projeto em Portugal, na Universidade de Coimbra», revela que a atribuição desta bolsa europeia vai permitir a criação de um laboratório de renome mundial em Bioenergia e Bioeletrónica.

Por seu turno, Bárbara Gomes, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), obtém 1,8 milhões de euros para realizar um estudo inovador sobre as experiências dos cidadãos em relação ao local onde preferem morrer e onde realmente morrem, intitulado “EOLinPLACE – Choice of where we die”. A investigação será desenvolvida em quatro países com realidades contrastantes - Portugal, Holanda, Uganda e Estados Unidos.

Este projeto, que irá contribuir para aumentar a humanização e qualidade na prestação dos cuidados de saúde em fim de vida, «ambiciona transformar a forma como classificamos e entendemos os locais onde as pessoas são cuidadas no final da sua vida e onde acabam por morrer. Vamos refinar as classificações atuais, que são incompletas e inconsistentes entre países, como, por exemplo, a classificação de local de morte que é utilizada nos certificados de óbito. Vamos também deslocar o foco da nossa atenção do derradeiro local de morte para a trajetória individual de fim de vida que o antecede, o que acreditamos ajudará a perceber melhor o que leva as pessoas a morrer onde morrem», afirma Bárbara Gomes, investigadora do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB) da Universidade de Coimbra.

Com o financiamento do Conselho Europeu de Investigação agora obtido, a equipa liderada por Bárbara Gomes, que reúne investigadores de várias áreas – medicina, enfermagem, estatística e psicometria, psicologia, sociologia, antropologia, economia e investigação em serviços de saúde –, vai desenvolver estudos qualitativos e quantitativos nos próximos cinco anos, trabalhando lado a lado com «representantes de doentes e das suas famílias, e seguindo pessoas com doenças potencialmente fatais ao longo do tempo, com o objetivo de criar uma base científica sólida para uma classificação internacional contemporânea e pioneira que permitirá mapear os locais onde as pessoas preferem ser cuidadas e onde são realmente cuidadas. Assim, conseguiremos capturar a diversidade de trajetórias individuais de fim de vida e possibilitar escolhas».

Sobre o impacto que esta investigação poderá ter nos cuidados de saúde em fim de vida, a também investigadora do King's College London acredita que, «num mundo em transformação, com cada vez mais necessidade de bons cuidados de fim de vida e paliativos, ampliadas no presente contexto pandémico, e com recursos limitados, este projeto abrirá novos rumos para cuidarmos melhor dos que estão prestes a deixar-nos, por motivo de doença progressiva e incurável, sejam eles adultos, adolescentes ou crianças. Com novo conhecimento sobre trajetórias individuais de fim de vida e com uma classificação internacional que poderá ser utilizada para planear os cuidados e monitorizar resultados em saúde, ajudaremos as pessoas a ser cuidadas, a viver e a morrer onde preferem estar».  

Para a Vice-Reitora da UC responsável pelo pelouro da investigação, Cláudia Cavadas, estas duas prestigiadas bolsas europeias «vão reforçar e potenciar a investigação de excelência na UC. Ao longo dos anos, o financiamento do ERC tornou-se numa referência internacional no apoio aos cientistas que desenvolvam investigação de excelência e que cruza fronteiras e diferentes áreas do conhecimento. A investigação ERC é também essencial para superar os desafios societais presentes e futuros. Assim, dada a relevância deste tipo de projetos de investigação, a Reitoria da UC elegeu como uma prioridade e reforçamos o apoio às candidaturas ao ERC com a iniciativa ERC@UC, em que damos treino e acompanhamento aos investigadores para terem uma candidatura de sucesso e criamos condições de acolhimento muito interessantes». 

O Conselho Europeu de Investigação foi criado em 2007 pela União Europeia (UE) para financiar cientistas de excelência. As bolsas “ERC Starting Grants” são destinadas a cientistas em início de carreira, possibilitando-lhes formar grupos de trabalho e desenvolver projetos em diferentes áreas científicas.

Setembro | Mês de Sensibilização para o Cancro Infantil
O mês de setembro é o escolhido para promover, no mundo inteiro, a sensibilização para o cancro infantil. Em Portugal surgem,...

Este ano organiza uma edição especial do “Conversas Sobre”, direcionado à população em geral e onde os seus convidados vão apresentar a realidade da oncologia pediátrica em Portugal. Em formato de webinar, este momento vai ter lugar no próximo dia 17 de setembro, pelas 15h00, no Zoom, e partilhado na página de Facebook da Fundação. Para se inscrever no webinar consulte o site da FROC.

“Potenciando estas novas plataformas a que todos nos habituamos nos últimos meses queremos chegar a mais portugueses e sensibilizá-los para o que é o dia a dia das crianças, jovens, famílias, profissionais e voluntários que lutam diariamente contra o cancro”, afirma Cristina Potier, diretora-geral da FROC, que reforça ainda: “não podemos ficar indiferentes a esta realidade e é importante alertar o muito que ainda falta fazer nesta área.”

O webinar conta com a participação de Nuno Farinha, presidente da Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica, Maria Filomena Pereira, diretora de Serviço de Pediatria do IPOFG de Lisboa e membro do Conselho de Curadores da FROC, Maria de Jesus Moura, diretora de Serviço de Psicologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOFG), e de Margarida Cruz, diretora-geral da Acreditar. A moderação está a cargo da jornalista Fernanda Freitas.

O “Conversas Sobre” foi um projeto lançado nos últimos meses pela Fundação Rui Osório de Castro que consiste em sessões temáticas direcionadas para as famílias, doentes ou sobreviventes, orientadas por profissionais da área e que tendo em conta as circunstâncias impostas pelo COVID 19 adotaram um formato online.

A Fundação Rui Osório de Castro convida ainda a população em geral a juntar-se a este movimento usando a pulseira #NÃOFICOINDIFERENTE e a partilhar fotografias com estas pulseiras nas redes sociais. Esta pulseira é oferecida a todos os que durante o mês de setembro fizerem um donativo mínimo de 1€ à Fundação Rui Osório de Castro. O valor angariado reverterá na sua totalidade para os projetos de informação e de apoio à investigação a que a FROC se dedica.

Disinfection Monitored – Cleaning Checked
A certificação foi atribuída após uma auditoria da SGS, a líder mundial em inspeções de higiene e segurança. “O Iscte está...

O Iscte – Instituto Universitário de Lisboa tornou-se a primeira instituição de ensino superior portuguesa a receber o selo Disinfection Monitored – Cleaning Checked, que avalia as condições de higiene e segurança contra o novo coronavírus. A marca de performance foi atribuída pelo EHS – o departamento de Environment, Health and Safety da SGS, a empresa líder mundial em inspeção e certificação de normas sanitárias, como confirmação do cumprimento das orientações e regulamentações aplicáveis.

“Com o arranque do novo ano letivo, pretendemos mostrar à nossa comunidade académica que o Iscte está preparado e empenhado em oferecer as melhores condições para o normal exercício da sua atividade”, afirma Jorge Costa, vice-reitor do Iscte para os Sistemas de Informação e da Qualidade. “A obtenção deste selo permite validar que os procedimentos que implementamos como medidas preventivas ao vírus SARS-CoV-2 (Covid-19) fornecem as condições necessárias para o regresso ao nosso normal funcionamento desta instituição”.

O Iscte introduziu caixotes de lixo sem tampa ou de pedal, com mecanismos que evitem o toque: abertura parcial a 45º com um calço no caso dos contentores de resíduos indiferenciados (localizados no exterior) e contentores de colocação de máscara (localizados no interior). A esta medida juntam-se a priorização da ventilação natural, com a abertura de janelas e portas; a limpeza constante de todos os espaços; o distanciamento social nas salas de aula e auditórios, através de lugares alternados, e a distribuição de dezenas de dispensadores de álcool-gel por toda a instituição.

“Num momento em que as diversas instituições preparam o regresso dos alunos aos seus estabelecimentos de ensino é de extrema importância assegurar a higiene e a segurança dos mesmos”, afirma Rui Dinis, business manager do EHS – Environment, Health and Safety da SGS Portugal. “O Iscte garante, assim, a retoma do seu normal funcionamento, com todas as condições de segurança necessárias para os seus alunos, parceiros e funcionários”.

O Desinfection Monitored – Cleaning Checked é uma solução que consiste na verificação dos índices de limpeza das organizações, através da recolha de amostras e

análises no local, que atestam e garantem e a eficiência dos processos de limpeza e de higienização desenvolvidos pelas instituições. A segurança dos trabalhadores, a limpeza e desinfeção dos espaços e infraestruturas, assim como o funcionamento da organização e controlo dos locais de trabalho são alguns dos aspetos avaliados pelo programa de certificação.

Entre 2018 e 2020
Entre outubro de 2018 e maio de 2020, a Fundação ”la Caixa atendeu 5936 utentes com doenças avançadas e 7611 familiares, no...

Alinhado com as respetivas iniciativas do Ministério da Saúde e das Secretarias da Saúde das regiões autónomas da Madeira e Açores para a área dos cuidados paliativos, o programa complementa a ação dos serviços públicos de saúde centrando-se no apoio integral prestado a pessoas com doenças avançadas e às suas famílias.

Um marco deste programa consiste na implementação de um modelo de intervenção por equipas de apoio psicossocial (EAPS), executado com grande sucesso há dez anos em Espanha e agora alargado e adaptado a Portugal.

Estas equipas são constituídas por profissionais com formação e experiência para prestar apoio psicossocial e espiritual em situações de doença avançada, com vista a melhorar os aspectos emocionais (ansiedade, tristeza, mal-estar emocional, adaptação ao estado de doença), favorecendo o bem-estar dos doentes e seus familiares.

O programa vem assim reforçar o cuidado integral realizado pelas equipas de cuidados paliativos tendo em conta tanto o apoio psicológico e emocional, social e espiritual ao doente e aos seus familiares, como o apoio no luto e a profissionais de cuidados paliativos, além do acompanhamento por parte de voluntários.

Em Portugal foram selecionadas 10 equipas de apoio psicossocial, integradas em equipas de cuidados paliativos e distribuídas por diferentes regiões do país.

O programa contempla também o apoio à qualificação profissional de médicos em cuidados paliativos e apoio a associações para implementação de projetos de sensibilização pública e promoção de apoio no processo de doença e de luto.

A Fundação ”la Caixa” iniciou em 2018 a sua implantação em Portugal, consequência da entrada do BPI no CaixaBank. Em 2019, destinou 20 milhões de euros a projetos sociais, de investigação, educativos e de divulgação cultural e científica. A Fundação ”la Caixa” mantém o seu compromisso de alcançar um investimento em Portugal de até 50 milhões de euros anuais nos próximos anos, quando todos os seus programas estiverem implementados e a funcionar em pleno.

Primeiro curso “Infeção e Doença VIH”
O Núcleo de Estudos da Doença VIH (NEDVIH), da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), vai realizar o 1º curso...

“A capacidade de olhar e gerir não só a infeção, mas a doença VIH como um todo, é o desafio a vencer nos dias de hoje. A adoção de protocolos de atuação que promovam a redução de fatores de risco, a profilaxia, o diagnóstico precoce e o tratamento atempado das co-morbilidades, são tarefas que a equipa de saúde deve dar resposta, tendo como objetivo a melhoria da qualidade assistencial e consequente redução da morbimortalidade e aumento da qualidade de vida” afirma José Vera, coordenador do NEDVIH.

“A infeção VIH não é apenas uma infeção viral do sistema imunológico. É uma doença sistémica, complexa, que desafia o nosso conhecimento e as nossas capacidades. A investigação desenvolvida desde o início da pandemia, tanto no campo do conhecimento da infeção, como na pesquisa de terapêuticas mais eficazes, permitiu que em apenas três dezenas de anos, a infeção VIH passasse de doença mortal a doença crónica. O conhecimento dos mecanismos de infeção, do ciclo de vida do VIH e a identificação de alvos terapêuticos que possibilitassem inibir a replicação viral foram passos essenciais deste processo” acrescenta José Vera.

O curso destina-se a médicos prestadores de cuidados diferenciados aos doentes com infeção VIH, médicos em formação específica e jovens especialista com interesse nesta patologia, médicos dos Cuidados de Saúde Primários e médicos de Organizações de Base Comunitária operando no âmbito da infeção VIH e é constituído pelos módulos de virologia, imunidade e inflamação, abordagem inicial do doente, terapêutica antirretroviral, infeções oportunistas e co-infeções virais, patologia pulmonar, patologia cardiovascular, patologia renal, patologia metabólica e patologia psiquiátrica.

Este mês
A MSD Portugal vai promover uma sessão de discussão sobre Biomarcadores no Carcinoma Urotelial, dedicada a profissionais de...

O objetivo deste encontro virtual é fomentar a troca de experiências e a atualização de conhecimentos sobre Biomarcadores e o tratamento personalizado no Carcinoma Urotelial, tendo a agenda sido desenhada para abordar os principais tópicos de interesse nesta área.

De forma a assegurar o maior rigor científico e relevância dos conteúdos abordados, foi formado um Comité Científico independente, composto por António Beltran, da Fundação Champalimaud, Rui Henrique, do Instituto Português de Oncologia do Porto, Vítor Sousa, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Adicionalmente, Pedro Madeira, do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, e Ricardo Leão, da CUF Coimbra / Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra / Hospital de Braga, também vão marcar presença como speakers convidados.

O encontro está marcado para as 18h00 e terá uma duração aproximada de 90 minutos. Os participantes têm a possibilidade de interagir e expor as suas questões, tanto ao painel de oradores como aos restantes membros da assistência. Para participar, os profissionais de saúde interessados devem fazer o seu registo nesta plataforma da MSD.

O carcinoma urotelial é o 5º tipo de cancro mais frequente no mundo ocidental.

Às vezes, o que parece uma despedida, pode ser um recomeço
Estima-se que em Portugal existam cerca de 200 000 Pessoas com Demência e que esse número irá triplicar até 2050, chegando a...

No mês em que se assinala o Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer, a 21 de setembro, a Alzheimer Portugal lança uma campanha solidária onde pretende apresentar-se como um “recomeço” com que as pessoas podem contar, após conhecerem o seu diagnóstico, ou do seu familiar e dar a conhecer os seus serviços, ao mesmo tempo que chama a atenção para os sinais de alerta e importância do diagnóstico precoce, tendo sempre presente o objetivo de conseguir uma sociedade mais amiga das Pessoas com Demência.

Contando já com quase 4000 Amigos na Demência registados no site, a Alzheimer Portugal volta a convidar os portugueses para aprender mais sobre demência. Sabe quais são os sinais de alerta? Em que é que a Associação pode ajudar?

A demência é causada por doenças do cérebro, sendo a Doença de Alzheimer a forma mais comum de demência, constituindo cerca de 60% a 70% de todos os casos.

A palavra demência é utilizada para descrever um grupo alargado de sintomas, que podem incluir a perda de memória, dificuldades de raciocínio e de resolução de problemas, assim como alterações da linguagem, do humor ou do comportamento. Estas mudanças são pequenas ao início, mas com o tempo tornam-se suficientemente graves para afetar o dia-a-dia da pessoa com demência.

Constituída especificamente para promover a qualidade de vida das Pessoas com Demência, dos seus familiares e cuidadores, a Associação conta já mais de 30 anos e um leque de serviços que, em 2019, chegou a quase 7 000 beneficiários diretos.

Ana Bola, Ivo Canelas, Mariama Barbosa, Rita Brutt, Sandra Santos, Sara Norte e Vitor Norte, são as caras desta campanha que irá ser lançada em setembro, onde surgem imagens que parecem ser de despedida, mas que acabam por se transformar em recomeços, indicando que a Alzheimer Portugal está disponível para ajudar no recomeço após o diagnóstico.

Quanto mais cedo forem detetados sinais, mas cedo se pode obter o diagnóstico e mais facilmente se pode contribuir para retardar os seus sintomas. Pessoas mais novas também podem desenvolver demência e podem continuar a viver bem durante vários anos, quando a demência é detetada em fases iniciais.

A Alzheimer Portugal tem um papel muito importante, mesmo antes do diagnóstico. Um dos objetivos da Associação é informar e consciencializar para a temática, chamando a atenção para os sinais de alerta e diagnóstico precoce. Já depois do diagnóstico, a Associação tem também um papel muito importante, quer com a própria pessoa, quer com a família, desde aconselhamento psicológico, estimulação cognitiva, grupos de suporte, entre outras…

A campanha surge da ideia de um grupo de amigos, Graça Sacramento e Isaac de Oliveira, Produtores, e Gonçalo Carvoeiras, realizador, que se mostraram disponíveis para desenvolver uma campanha para a Alzheimer Portugal - um vídeo principal e outros com testemunhos de pessoas reais.

Ana Bola será a “madrinha” da campanha e, juntamente com os outros atores, participará no spot publicitário da campanha.

Portugueses integram investigação mundial
Uma investigação mundial, que conta com a participação de uma equipa da Escola de Medicina da Universidade do Minho, descobriu...

“Com esta descoberta vamos conseguir compreender melhor como é que as doenças se estabelecem e como evoluem para podermos encontrar novas formas de as tratar. Até ao momento o que fazemos é tentar reduzir os sintomas de doenças completamente estabelecidas do ponto de vista cerebral, isto é, já vamos tarde para reparar as alterações cerebrais que começaram muito cedo e muito precocemente a acontecer”, explica Pedro Morgado, coordenador da equipa de investigação portuguesa, do ICVS da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

E acrescenta: “Se for possível conhecer as alterações cerebrais é possível intervir mais cedo porque sabemos quem são as pessoas que têm potencial de adoecer. O nosso objetivo é um dia conseguirmos prevenir o aparecimento das principais doenças psiquiátricas porque identificamos as pessoas que têm essas alterações cerebrais e implementámos técnicas que as possam reverter ou que possam mitigar a sua expressão patológica, ou seja, que a doença se expresse”. 

O trabalho publicado, esta semana, no JAMA Psychiatry analisou o funcionamento de 34 regiões cérebro tendo encontrado diferenças a nível da densidade cortical – as pessoas que sofrem das doenças psiquiátricas estudadas apresentam um córtex com menor densidade celular do que as pessoas sem doença. A diferença deve-se a um número mais reduzido de neurónios piramidais, células que são fundamentais para a comunicação entre diferentes regiões cerebrais e que estão envolvidas no processamento das informações dos sentidos, no controlo dos movimentos, na geração de emoções e nos processos de tomada de decisão.

Este estudo permitiu mapear cerebralmente as doenças, não só ao nível da região cerebral como um todo, mas também ao nível das caraterísticas das células de diferentes regiões cerebrais, e identificar interações entre os genes e as células. Através dessa análise complexa foi possível verificar que algumas das alterações cerebrais surgem muito precocemente enquanto outras acabam por se estabelecer ao longo do desenvolvimento por ação de fatores psicossociais. Pedro Morgado explica que isto significa que “embora a estrutura cerebral seja amplamente influenciada por fatores genéticos, a verdade é que essa estrutura não é rígida podendo ser modulada pelas experiências de vida”.

Esta investigação está integrada num consórcio mundial que envolve seis redes de investigação dedicada ao estudo do cérebro (ENIGMA). O artigo tem 299 autores de mais de 20 países. A equipa nacional conta com a participação de Pedro Morgado e Maria Pico-Perez, da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

O artigo pode ser consultado em: https://jamanetwork.com/journals/jamapsychiatry/article-abstract/2769908

 

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