Estudo
Segundo um estudo da UK Sepsis Trust, um em cada cinco sobreviventes da covid-19, que necessitaram de tratamento hospitalar ou...

Esta associação prevê que morram cerca de 20 mil pessoas recuperadas da covid-19 apenas no Reino Unido no próximo ano devido a sépsis. Disso mesmo deu conta ao governo do Reino Unido, apelando que o Executivo lance uma campanha para educar para este problema.

A imprensa inglesa recorda o caso de Cristopher Lazar, de 44 anos, um homem inglês, pai de seis filhos, que sobreviveu ao coronavírus e logo depois desenvolveu um caso de sépsis grave que quase se revelou fatal. Cristopher tinha vários órgãos em falência (coração, rins, pulmões) e foi-lhe dada uma hipótese de sobrevivência de 5%, mas contra todas as probabilidades, acabou por recuperar.

Refira-se que a sépsis ocorre quando as bactérias ou outros organismos que causam uma infeção originam uma resposta exagerada do organismo na sua defesa, provocando uma inflamação sistémica que pode afetar vários órgãos e fazer com que entrem em falência.

Quanto aos sintomas, a sépsis provoca, inicialmente, febre acima dos 38º, respiração ofegante, ritmo cardíaco acelerado e calafrios, manifestando-se posteriormente através de náuseas e vómitos, diminuição da quantidade de urina e frequência da micção, estado de confusão mental, pequenas pintas ou manchas vermelhas na pele e tensão arterial mais baixa do que os valores normais.

 

Covid-19
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou, entre 3 e 9 de agosto, 1.984 transportes de utentes com suspeita de...

Entre 3 e 9 de agosto, o INEM transportou 1.984 utentes com sintomas compatíveis de infeção por SARS-CoV-2, mais 130 transportes que na semana anterior. Os meios afetos à área da Delegação Regional do Norte efetuaram 791 transportes, os da Delegação Regional do Sul 688. Na Delegação Regional do Centro foram transportados 414 utentes e na Delegação Regional do Sul – Algarve 91.

Desde o dia 1 de março foram transportados 34.717 utentes com suspeita de infeção com o novo coronavírus. A definição de caso suspeito de Covid-19 é, entre outros e de acordo com as normas em vigor¸ qualquer situação de falta de ar triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

As equipas de recolha de colheitas de material biológico para análise à Covid-19 do INEM realizaram, entre 3 e 9 de agosto, 147 colheitas. Houve uma diminuição de 94 colheitas efetuadas por estas equipas neste período, em comparação com a semana anterior.

Estas equipas são constituídas por dois enfermeiros que efetuam a recolha de material biológico no local onde se encontram os utentes, reduzindo as deslocações e a possibilidade de novos contágios. Trabalham em colaboração com as autoridades de saúde e são ativadas através da Sala de Situação Nacional do INEM, que se encontra a trabalhar desde o início de março e a acompanhar e a coordenar a atividade do INEM na resposta à Covid-19.

No dia 9 de agosto não havia registo de qualquer trabalhador ou colaborador diagnosticado com Covid-19. A 9 de agosto havia seis profissionais em isolamento profilático e 14 sob vigilância da Comissão de Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos do INEM.

Balanço oficial
Portugal tem registado uma evolução positiva relativamente a casos de Covid-19 em Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI),...

Na conferência de imprensa de atualização dos dados epidemiológicos, Marta Temido adiantou que existem, atualmente, 69 casos de Covid-19 em ERPI. Em abril, eram 360 os casos de doença por Covid-19 nas ERPI.

“As estruturas residenciais para idosos são em Portugal uma das maiores preocupações face a sua vulnerabilidade especial. Desde o primeiro momento estabelecemos um conjunto de regras de articulação de diversos atores porque se tratam de estruturas com tutela própria e com enquadramento privado ou social”, afirmo.

Existem em Portugal 2.526 lares para idosos nos quais estão institucionalizadas 99.234 pessoas e onde trabalham 60 mil profissionais.

 

 

Apelo
Em período de férias, e apesar da contingência devido à pandemia, o Serviço de Sangue do Centro Hospitalar Universitário do...

“O verão é particularmente exigente do ponto de vista da mobilização das reservas de sangue, fazendo baixar os stocks disponíveis, ao mesmo tempo em que o período de férias, e agora a pandemia, têm levado a que alguns dos dadores frequentes protelem a sua dádiva para mais tarde” explica José Marquez, Diretor do Serviço de Imuno-Hemoterapia.

Esta situação pode, eventualmente, comprometer a capacidade de resposta dos serviços de saúde, pelo que a instituição apela à dádiva, recordando todos os potenciais dadores, residentes ou visitantes, que podem realizar a sua dádiva com toda a segurança, quer nos dias úteis, quer nas colheitas extraordinárias que se realizam ao fim de semana.

A dádiva de sangue é essencial para a atividade dos hospitais.

 

Recolha voluntária
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde alertou, através de circular informativa, para a suspensão...

De acordo com o documento, o titular da Autorização de Introdução no Mercado, o laboratório Sandoz GmbH, irá proceder à recolha voluntária do lote 2003020058 do medicamento Binocrit, epoetina alfa, 30000 U.I./0.75 ml, solução injetável (6 seringas pré-cheias), com o número de registo 5374228, por terem sido detetados resultados fora da especificação para um parâmetro de impureza.

Por esse motivo, o Infarmed determina a suspensão imediata da distribuição desse lote e informa que as entidades que possuam este lote em stock não o podem vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

O Infarmed informa ainda que os doentes que estejam a utilizar medicamentos pertencentes a este lote não devem interromper o tratamento, sugerindo que seja contactado o médico para substituir por outro lote ou um medicamento alternativo.

 

Tudo o que precisa saber
Sabia que o stress, a dieta desequilibrada, o sedentarismo, bem como algumas doenças e seus tratamen

O que são probióticos?

De acordo com a Organização Mundial de Gastrenterologia, “os probióticos são micróbios vivos que podem ser incluídos na preparação de uma ampla gama de produtos, incluindo alimentos, medicamentos, e suplementos dietéticos. As espécies de Lactobacillus e Bifidobactérias são as mais comumente usadas como probióticos, mas o fermento Saccharomyces cerevisiae, e algumas espécies de E. coli e Bacillus, também são utilizadas como probióticos. As bactérias ácido-lácticas, entre as quais se encontra a espécie Lactobacillus que fora utilizada para a conservação de alimentos por fermentação durante milhares de anos, podem exercer uma função dupla, atuar como agentes fermentadores dos alimentos e também gerar efeitos benéficos à saúde. Em termos estritos, no entanto, o termo “probiótico” deveria ser reservado para os micróbios vivos que, em estudos humanos controlados, demonstraram produzir benefícios à saúde”.

Onde os podemos encontrar?

Os probióticos podem-se encontrar em vários tipos de alimentos fermentados, como é o caso dos leites fermentados, o iogurte e outras bebidas lácteas acidificadas e o kefir. Estes são por excelência a fonte de probióticos. No entanto, também os queijos de pasta dura (que apresentam maior grau de fermentação) e preparações culinárias onde a fermentação natural é utilizada, são boas fontes de probiótico. É o caso dos pickles fermentados em água e sal marinho, chucrute fermentada não pasteurizada ou soja fermentada que se encontra na sopa de miso ou no tempeh.

Quais os principais benefícios?

A sua presença contribui para a modulação da microbiota intestinal, através do desenvolvimento das bactérias benéficas, que atuam impedindo a proliferação das bactérias patogénicas (prejudiciais). Este processo promove a natural barreira defensiva intestinal.

  • Contribuem para o reequilíbrio intestinal após a toma de alguns medicamentos, tais como antibióticos;
  • Contribuem para o controlo da diarreia causada por vírus e bactérias;
  • Contribuem para a diminuição da atividade da Helicobacter pilori (bactéria responsável por doenças gástricas, tais como gastrite, úlceras e cancro);
  • Diminuem a ação das bactérias prejudiciais através da produção de substâncias protetoras, de que são exemplo as infeções urogenitais femininas;
  • Melhoram a digestão da lactose e promovem a absorção nutricional;
  • Aumentam a imunidade, podendo estar associados a diminuição de reações alérgicas;
  • Previnem/controlam a obstipação.

Quais os cuidados a ter?

Os probióticos, naturalmente presentes nos alimentos devem fazer parte da alimentação equilibrada de crianças e adultos, no entanto o aumento da sua ingestão ou suplementação, podem temporariamente provocar sinais de desconforto abdominal associado à produção de gás, distensão abdominal e flatulência. Em algumas situações, antes de se identificarem os seus benefícios, podem ser identificados os seus efeitos secundários.

Estes efeitos secundários têm maior expressão quanto menor for a imunidade do organismo hospedeiro. Assim crianças pequenas e idosos, bem como doentes oncológicos sob tratamentos agressivos, doentes com infeções graves ou doenças terminais, só devem utilizar probióticos sob a forma de suplementos, quando recomendados ou prescritos.

O que são prebióticos?

Os prebióticos são substâncias alimentares (consistem fundamentalmente em polissacarídeos não-amido e oligossacarídeos mal digeridos pelas enzimas humanas) que nutrem um grupo seleto de microorganismos que povoam o intestino. Favorecem mais a multiplicação das bactérias benéficas do que das prejudiciais.

Os prebióticos mais conhecidos são:

  • Oligofrutose
  • Inulina
  • Galactooligossacarídeos
  • Lactulose
  • Oligossacarídeos do leite de peito

Quais os principais benefícios?

Os prebióticos devem fazer parte da alimentação diária, por terem efeitos benéficos locais (no cólon e também no intestino delgado) e sistémicos (no organismo de forma geral). Entre os benefícios destacam-se o alívio dos sintomas de obstipação, a diminuição do risco de doenças do cólon, o aumento da imunidade do organismo, contribuindo ainda para a absorção de cálcio e para a regulação da produção e absorção de triglicerídeos.

Onde se encontram?

Os prebióticos podem ser encontrados em cereais, tais como centeio, cevada, trigo e em legumes e frutas, entre os quais alcachofra, alho, alho-francês, banana, cebola, chicória, espargo, tomate. Também podem ser encontrados isoladamente sob a forma de suplementos alimentares.

Quais os cuidados a ter?

Antes de serem fermentados, mobilizam água para o intestino, podendo causar diarreia, tal como podem ser causadores de flatulência e distensão abdominal pela produção de gás na zona do intestino onde exercem o seu efeito prebiótico. Assim aconselha-se que sejam integrados na alimentação de forma gradual. Adverte-se ainda que estes podem não ser bem tolerados por pessoas com síndrome de intestino irritável.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo recentemente realizado por especialistas em Reumatologia do Hospital Ortopédico de Sant'Ana e do Centro...

Apenas 14% dos doentes suspendeu ou alterou a dose ou a frequência da medicação imunossupressora para a AR durante o período de confinamento. Destes, apenas 18% reduziram ou suspenderam por iniciativa própria devido ao receio de contrair infeção ao SARS-CoV-2 (correspondendo a 2,5% da população total do estudo), e outros 18% fizeram-no por não terem receitas suficientes, por não se quererem deslocar à farmácia ou por não terem possibilidade de pagar a medicação. 

 Dos doentes com AR que se encontravam empregados antes do confinamento, 16,2% foram colocados em regime de lay-off e 3% perderam o emprego no seguimento do confinamento. A maioria dos doentes que se manteve empregado durante o confinamento praticou regime de teletrabalho (55,4%). 

 De acordo com Filipe Araújo, médico da Unidade de Reumatologia e Osteoporose do Hospital de Sant’Ana – SCML e principal autor do estudo: “A pandemia a SARS-CoV-2 levou à declaração do Estado de Emergência em Portugal entre 18 de março e 3 de maio de 2020, período no qual vigorou o confinamento obrigatório. Desde o início da pandemia que se verificou uma priorização da alocação dos recursos de saúde ao combate à COVID-19, o que limitou significativamente o acesso aos cuidados de saúde programados e prejudicou a qualidade assistencial aos doentes crónicos, incluindo doentes reumáticos”. 

Segundo os resultados apurados, 41% dos doentes com AR refere agravamento dos sintomas da doença (sobretudo da dor) durante o confinamento devido à pandemia a SARS-CoV-2, embora metade destes refira que o agravamento foi ligeiro. As principais causas apontadas pelos inquiridos para este agravamento foram a menor mobilidade e o aumento do stress, ansiedade e depressão. 

De referir ainda que, durante o confinamento, a maioria dos doentes com AR (56,8%) não praticou qualquer exercício físico e 23,7% reduziram a prática face àquilo que faziam antes do confinamento. 

Cerca de 67,3% dos doentes com AR desenvolveu ou agravou sintomas de ansiedade durante o confinamento, 29,9% dos quais moderados ou intensos. Mais de metade dos doentes inquiridos (51,9%) desenvolveu ou agravou sintomas de depressão durante o confinamento, 21,6% dos quais moderados ou intensos. 

“Esta avaliação do impacto do confinamento destes doentes, que por terem uma doença autoimune são de maior risco em caso de contaminação com o novo coronavírus, é fundamental para delinear uma abordagem adequada aos mesmos no período pós-confinamento e preparar uma eventual segunda vaga”, conclui Filipe Araújo. 

O estudo teve como co-autores Ana Filipa Mourão e Nuno Pina Gonçalves da Unidade de Reumatologia e Osteoporose do Hospital de Sant’Ana – SCML e do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental EPE – Hospital de Egas Moniz. 

O questionário foi disponibilizado aos doentes com AR através das redes sociais e mailing lists da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR) e Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas. O questionário foi ainda preenchido presencialmente em dois serviços de Reumatologia da área de Lisboa: Unidade de Reumatologia e Osteoporose, Hospital de Sant’Ana – SCML e Serviço de Reumatologia, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental EPE – Hospital de Egas Moniz). 

A AR é a mais frequente doença articular inflamatória crónica, afetando 0,7% da população portuguesa. Trata-se de uma doença imunomediada (ou autoimune), cujos sintomas geralmente melhoram com o movimento e com a atividade física e pioram com a imobilização. O tratamento é feito com fármacos que modulam certos alvos e/ou reduzem a atividade do sistema imunitário, conhecidos como imunossupressores. 

Os doentes com AR, pela natureza da doença autoimune e do tratamento imunossupressor, apresentam potencial maior risco de contrair a infeção SARS-CoV-2 e de ter complicações dela decorrentes. 

Balanço IHMT
O ciclo de Webinares “O que sabemos sobre a COVID-19 e como reorganizar os sistemas de saúde”, com especial enfoque nos PALOP,...

O Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA) e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio do Centro de Ciência LP e da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP), lançaram em maio a primeira série “O que sabemos sobre a COVID-19”, a que se seguiu a série “Como reorganizar os sistemas de saúde na era COVID-19”. No total foram 11 Webinares, a que se juntaram mais duas sessões especiais dedicadas à Diplomacia em Saúde.

Consulte o dossier com a síntese e vídeos de todos os Webinares da série #1 e #2: O que sabemos sobre a Covid-19 e como reorganizar os sistemas de saúde.

Aceda também ao resumo dos Webinares especiais: Diplomacia em Saúde em tempo de pandemia.
 

 

Vídeo consciencializa para hábitos saudáveis durante o verão
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover uma campanha nacional de consciencialização para a...

A iniciativa, divulgada em formato vídeo, avança com os 10 conselhos principais para prevenir a doença coronária. “É importante que as pessoas estejam conscientes de que não devem ignorar os sintomas de alarme para o enfarte agudo do miocárdio. Mesmo em tempo de férias, é preciso manter os cuidados regulares com o coração”, afirma João Brum Silveira, presidente da APIC.

A doença coronária carateriza-se pela acumulação de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração. Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco.

A adoção de um estilo de vida saudável optando por uma alimentação equilibrada, evitando os alimentos ricos em sal e em gorduras, praticando exercício físico, e evitando situações de stress e o consumo excessivo de álcool e de tabaco, são cuidados essenciais na prevenção da doença coronária.

“Nunca é demais lembrar que é primordial tomar sempre a medicação prescrita pelo médico e não faltar às consultas agendadas; vigiar a pressão arterial e os níveis de colesterol; e caso tenha sintomas como dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade, não os ignore, ligue o 112 e siga a instruções que lhe forem dadas. Mantenha-se sempre informado sobre a saúde cardiovascular”, conclui João Brum Silveira.

Veja o vídeo da campanha: 

Dependências
Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) avaliou o impacto...

O objetivo deste estudo, coordenado por Ana Magalhães, investigadora no grupo Addiction Biology do i3S, passava por “perceber o impacto da combinação de fatores genéticos e ambientais na vulnerabilidade para o desenvolvimento de problemas de adição”. Isto porque “o desenvolvimento de problemas aditivos ocorre devido à combinação de diversos fatores de risco, nomeadamente a depressão e o stress em idades precoces, mas pouco se sabe sobre o efeito/impacto da combinação destes dois fatores na vulnerabilidade às substâncias psicoativas na adolescência”, acrescenta a investigadora.

Para desenvolver o estudo, “utilizámos duas estirpes de ratos com diferentes vulnerabilidades para a depressão, que foram separados das suas mães três horas por dia, durante as duas primeiras semanas de vida. Ou seja, comparámos os efeitos da separação precoce em ratos adolescentes cujas mães tinham maior predisposição para a ansiedade e depressão, com ratos adolescentes filhos de mães sem esse histórico”, explica Renata Alves, primeira autora do artigo.

Quando os animais em estudo atingiram a adolescência, a equipa de investigadores fez a avaliação do seu estado emocional e do efeito de recompensa de drogas psicoativas.

“Os resultados mostraram que o stress durante o início de vida alterou o estado emocional dos adolescentes, tornando os animais depressivos mais ansiosos e os não depressivos mais exploratórios, tendo revelado, para ambas as estirpes (depressiva e não depressiva), um risco aumentado para a dependência”, acrescenta a investigadora.

O stress em idades precoces, conclui Ana Magalhães, “parece afetar a vulnerabilidade face ao uso de drogas na adolescência, independentemente de um histórico de depressão, indicando as alterações do estado emocional como um fator de maior risco. Ou seja, a separação maternal parece ter mais influência na experimentação e eventual dependência de drogas na adolescência do que o perfil depressivo do indivíduo”.

Unidades hospitalares da região Centro
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros concluiu um ciclo de visitas aos serviços responsáveis pelo...

Neste início do mês de agosto, a SRCentro realizou um périplo pelas unidades hospitalares da região Centro com o intuito de avaliar as condições de resposta no âmbito da pandemia. Para Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Diretivo Regional, estas visitas tiveram como objetivo “conhecer in loco as respostas atuais e as programadas para a segunda vaga de Covid-19, para que consigamos, todos juntos, proporcionar a melhor segurança e a melhor qualidade nos cuidados que prestamos. A vida das pessoas é prioritária. Sempre!”

No dia 3 de agosto, Ricardo Correia de Matos, Pedro Lopes, Presidente do Conselho de Enfermagem; e Valter Amorim, Presidente do Conselho Jurisdicional, visitaram o Centro Hospitalar Tondela-Viseu, onde se reuniram com o novo Conselho de Administração (CA).

No dia 4 de agosto, a comitiva da SRCentro, acompanhada por Maria Helena Rodrigues, Secretária do Conselho Diretivo Regional, deslocou-se ao Centro Hospitalar do Baixo Vouga (Aveiro) e ao Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga (Santa Maria da Feira), reunindo-se também com os respetivos CA de cada centro hospitalar.

No passado dia 7 (sexta-feira), os representantes da SRCentro foram recebidos pelo CA do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. No dia de ontem, a equipa da SRCentro visitou o Centro Hospitalar de Leiria, depois de, na segunda-feira, dia 10, ter visitado a Unidade Local de Saúde de Castelo Branco, acompanhada por Rui Macedo, vogal do Conselho de Enfermagem Regional.

Como balanço destas visitas, o Presidente do Conselho Diretivo Regional afirma que “neste momento, o maior desafio é definir uma estratégia integrada com os vários stakeholders da saúde, de modo a permitir uma rápida resposta à segunda vaga da Covid-19, sem interferir na capacidade de resposta às patologias frequentes. Pensar que os hospitais, de forma isolada, conseguirão enfrentar o inverso, com segurança e qualidade, é um erro que custará milhares de vidas humanas. É urgente a definição de uma estratégia concertada entre hospitais, ACES, sector privado e o sector social. Nesta cooperação, as câmaras municipais poderão ser a chave do sucesso”.

Acrescenta que “esta é a altura para converter a reação em prevenção. Utilizar o conhecimento e a experiência dos últimos meses, para construirmos um Sistema de Saúde que proteja todas as pessoas. Mais uma vez, os profissionais de saúde lideraram a resposta e conseguiram um excelente resultado. Mas, neste Inverno, o argumento da surpresa não justificará a má preparação e o mau planeamento dos recursos humanos. A capacidade de responder às necessidades das pessoas estará sempre dependente da qualidade e quantidade dos recursos humanos. Portugal apresenta o maior desequilíbrio das equipas multidisciplinares”. E conclui deixando um forte apelo: “precisamos urgentemente de contratar e valorizar os projetos profissionais dos Enfermeiros”.

Durante estas visitas institucionais, os representantes da SRCentro tiveram oportunidade de avaliar os procedimentos e medidas (extraordinárias) implementadas no âmbito da pandemia por SARS-CoV-2 em seis unidades hospitalares da região Centro.

Investigação
A hipótese da colonização bacteriana intrauterina é fortalecida por um novo estudo coordenado por Conceição Calhau, do CINTESIS...

“Acreditamos que, durante a gestação, o feto seja exposto a bactérias e metabolitos provenientes do intestino e da vagina da grávida, influenciando a microbiota do mecónio do recém-nascido”, afirmam os autores do trabalho, publicado no jornal científico Gut Microbes.

Os investigadores realizaram um estudo observacional e longitudinal com o objetivo de “determinar a relação entre a microbiota intestinal da mãe e o mecónio de bebés prematuros”. O mecónio, que á a primeira matéria fecal eliminada após o nascimento, constitui “uma fonte de informação muito útil, pois reflete o ambiente microbiano dentro do útero”.

Para a realização deste trabalho, foram extraídas e analisadas amostras de ADN de bactérias do mecónio de cerca de uma centena de recém-nascidos, quer prematuros extremos (nascidos antes das 28 semanas de gestação), quer muito prematuros (nascidos entre as 28 e as 32 semanas de gestação).

Os resultados indicam que “o mecónio dos recém-nascidos muito prematuros tem uma maior correlação com a microbiota materna”. Contudo, a microbiota do mecónio dos prematuros extremos tem mais Lactobacillus, o principal género encontrado na microbiota vaginal, independentemente do tipo de parto”.

De modo geral, “estes dados permitem sustentar que as bactérias maternas, quer do intestino, quer da vagina, têm um papel na modulação da microbiota dos bebés e que a transmissão materno-fetal de bactérias é um processo controlado e específico no tempo”.

Conforme os cientistas sublinham, o tipo de bactérias presentes no trato gastrointestinal dos recém-nascidos pode influenciar significativamente o desenvolvimento do sistema imune e, portanto, ter consequências importantes em termos de saúde. Nos prematuros, esta questão é particularmente relevante, tendo em conta a sua imaturidade e vulnerabilidade.

Embora se saiba que a microbiota da mãe pode influenciar a composição das bactérias que vivem no intestino dos recém-nascidos, os mecanismos fisiológicos e moleculares dessa transmissão vertical (de mãe para filho) não são ainda completamente conhecidos, sendo necessário aprofundar os estudos nesta área.

“É importante perceber como este fenómeno acontece para otimizar a saúde das grávidas. Compreender o papel do ambiente intrauterino na microbiota fetal é essencial para o estabelecimento de intervenções clínicas, tais como a alimentação materna, a exposição a antibióticos, probióticos e pré-bióticos ou mesmo o transplante fecal”, avisam.

Coordenada por Conceição Calhau, a equipa integra investigadores do CINTESIS/NOVA Medical School, nomeadamente Juliana Morais e Cláudia Marques, e ainda outros investigadores da NOVA Medical School, como Diana Teixeira, Catarina Durão e Ana Faria, às quais se juntam Manuela Cardoso, Sara Brito, Israel Macedo e Teresa Tomé, do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central/Maternidade Dr. Alfredo da Costa.

A realização do estudo decorre de uma bolsa da MILUPA atribuída pela Sociedade Portuguesa Neonatologia em 2017 e financiada pelo Programa Operacional Competitividade e Internacionalização – COMPETE 2020 e Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito do CINTESIS.

Inteligência Artificial
Uma equipa de investigadores da Universidade do Porto, ligados ao INESC TEC, está envolvida no projeto CADPath.AI – Computer...

Na especialidade médica de Anatomia Patológica, a doença oncológica e o seu diagnóstico são, cada vez mais, uma preocupação central. Ainda para mais, sabendo-se que o diagnóstico atempado e rigoroso é um instrumento essencial para o combate ao cancro.

Até 2022, o consórcio, liderado pelo IMP Diagnostics, numa parceria tecnológica com o INESC TEC e com a empresa Leica Biosystems, propõe-se então a desenvolver algoritmos para apoiar o trabalho dos anatomopatologistas na identificação de anomalias.

A solução é inovadora e vai permitir dar um salto considerável na forma como o diagnóstico anátomo-patológico de amostras histológicas é realizado, avançou a Universidade do Porto.

Uma segunda opinião baseada em algoritmos inteligentes

Segundo a notícia avançada, a elevada complexidade que a realização do diagnóstico oncológico apresenta, recomenda muitas vezes a necessidade de se obter uma segunda opinião, e é aqui, dizem, “que a tecnologia se torna num aliado imprescindível dos médicos, tendo-se assistido nos últimos anos à proliferação de scanners para digitalização de lâminas histológicas, um novo instrumento ao serviço da chamada patologia digital”.

Além de possibilitar a realização de um diagnóstico em rede, auxiliada por outras ferramentas tecnológicas, a patologia digital vai permitir diminuir o tempo que o patologista despende na observação microscópica.

“Tarefas como, por exemplo, a identificação das células tumorais, a contagem de células mitóticas, ou a identificação de crescimento invasivo, assim como a sua medição, podem agora ser realizados através da utilização da inteligência artificial”, explica Jaime Cardoso, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e investigador do INESC TEC.

A patologia digital vai permitir ainda diminuir o tempo que o patologista despende na observação microscópica, agilizando assim o diagnóstico.

Com a possibilidade de digitalização das lâminas histológicas, surgiu um grande interesse científico no desenvolvimento de algoritmos de análise de imagem, que possam complementar e tornar mais eficiente a função dos médicos patologistas, em particular no diagnóstico dos cancros colorretal e cervical.

“Continuamos focados na melhoria contínua do diagnóstico, mas pretendemos ir mais longe e disponibilizar ao mercado uma ferramenta de diagnóstico automático de patologias oncológicas; uma base de dados, contemplando as lâminas digitalizadas e respetivas anotações, história clínica e diagnóstico; e uma plataforma para geração de conhecimento científico”, salienta Ana Monteiro, gestora de projetos no IMP Diagnostics.

O projeto CADPath.AI conta com um financiamento de cerca de 70% através do programa COMPETE2020, num investimento total de 1 milhão de euros.

Transferência de serviço
O Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) regressou à Unidade Hospitalar de Abrantes, no dia 3 de agosto...

Depois de quatro meses a funcionar na Unidade Hospitalar de Tomar, o Serviço de Ortopedia volta à Unidade Hospitalar de Abrantes em todas as suas valências: urgência, internamento e cirurgia. Um regresso efetuado cumprindo as normas de segurança definidas pela Direção-Geral de Saúde, garantindo as condições de segurança para doentes e profissionais de saúde.

O retorno do Serviço de Ortopedia à Unidade Hospitalar de Abrantes faz-se perspetivando, a médio prazo, um aumento do número de camas para cirurgia ortopédica programada, o que permitirá diminuir a pressão sobre as situações de ortotrauma. Este futuro aumento do número de camas permitirá, também, retomar com maior expressão a atividade cirúrgica e reduzir, desta forma, os tempos de espera para a realização de cirurgia ortopédica.

 

 

Investigação
A Nova Zelândia tem investigado a misteriosa causa do surto de Covid-19 que voltou a invadir o país, depois de 102 dias sem...

A hipótese de que o foco de transmissão tenha tido origem em produtos congelados importados, nomeadamente carnes, foi agora colocada em cima da mesa, segundo o ‘El Confidencial’. “Estamos a trabalhar arduamente para juntar as peças deste quebra-cabeças e descobrir a origem das infeções”, disse a Diretora Geral de Saúde da Nova Zelândia, Ashley Bloomfield, na quarta-feira.

O governo da Nova Zelândia, elogiado a nível global por conseguir travar a propagação do novo coronavírus e restaurar praticamente a normalidade no dia 9 de junho, anunciou na terça-feira que quatro membros de uma família tinham contraído a Covid-19.

Sem saberem a origem do contágio e sendo os primeiros casos moradores locais em mais de três meses, as autoridades ficaram intrigadas com o sucedido, já que nenhum deles tinha viajado recentemente para o exterior ou tido contacto com viajantes (que ao chegarem à Nova Zelândia são colocados em quarentena).

Em países como Espanha, Estados Unidos, Reino Unido ou Alemanha, as indústrias globais de carnes e congelados tornaram-se focos de especial atenção ao contágio por Covid-19. Desta forma, para perceber a origem da infeção, o governo da Nova Zelândia vai realizar testes de genoma e reforçar os esforços de rastreio na cidade de Rotorua, a 192 quilómetros a sul de Auckland, já que dois membros da família infetada, incluindo um menor, viajaram para lá na semana passada.

Para além disso as autoridades também vão analisar as superfícies de uma instalação de refrigeração de alimentos em Auckland, onde trabalha uma das pessoas infetadas, para determinar se a origem dos novos casos é de uma carga importada. “Há muito tempo que não temos transmissão local”, sublinhou Bloomfield, afirmando que “sabemos que o vírus pode sobreviver durante muito tempo em ambientes refrigerados”.

As suspeitas de que o foco possa ter surgido de produtos congelados importados agravaram-se depois de a China ter descoberto o vírus da Covid-19 em frutos do mar congelados importados, que chegaram da cidade portuária de Dalian, que recentemente registou um surto de infeções da doença, avança o ‘Independent’.

O vírus foi descoberto nas embalagens dos produtos adquiridos por três empresas em Yantai, uma cidade portuária na província oriental de Shandong.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, atualmente não existem casos confirmados de coronavírus, cuja transmissão aconteça através de alimentos ou embalagens, contudo há estudos que mostraram que o vírus pode sobreviver numa superfície de plástico por um período de até 72 horas.

Doença Neuromuscular
A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença rara, genética, progressiva e muitas vezes fatal, que afeta

De acordo com a neuropediatra Eulália Calado, “a Atrofia Muscular Espinhal (AME) inclui um grupo de doenças neuromusculares que se caracterizam por degenerescência progressiva dos neurónios motores, localizados no corno anterior da medula e tronco cerebral, com atrofia muscular progressiva, diminuição da força muscular e paralisia”, embora a capacidade cognitiva seja preservada.

Estima-se que afete 1 em cada 10 mil pessoas, o que faz dela uma patologia mais frequente do que o desejável e altamente mortal.

A forma mais frequente de AME é devida a uma mutação ou deleção do gene “survival motor neuron” tipo 1 (SMN1), localizado no cromossoma 5, com fabrico duma proteína anómala em vez da proteína normal SMN. Segundo a explicação da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, é uma doença de transmissão autossómica recessiva, ou seja, os pais são saudáveis, mas portadores da doença, com uma probabilidade de transmitir a doença a 25% dos seus filhos.

No entanto, no “nosso organismo existe ainda outro gene (SMN2) que produz apenas cerca de 25 % de proteína normal. O número de cópias (aleatório) que um doente possui desse segundo gene, determina a gravidade do quadro clínico”, revela a SPN.

Como se manifesta a doença?

Os neurónios que partem da espinal medula e que transmitem informação aos músculos, vão progressivamente morrendo. Isto significa que o doente vai perdendo força e desenvolvendo atrofia muscular, o que, inevitavelmente, resultará numa paralisia progressiva e perda de capacidades motoras. “Além da fraqueza dos músculos membros, os músculos respiratórios são afetados condicionando insuficiência respiratória progressiva e geralmente numa fase mais avançada, dificuldades na deglutição”, descreve a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria.

Existem quatro tipos de Atrofia Muscular Espinhal, sendo a AME1 a forma mais grave da doença e aquela que cujos sintomas surgem nos primeiros três meses de vida.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, a doença é assim classificada:

  • AME Tipo 1 (anteriormente conhecido como doença de Werdnig-Hoffman), que se manifesta antes dos 6 meses de vida, na qual as crianças nunca adquirem a posição de sentado independente e falecem (ou ficam dependentes de ventilação 24h) antes dos 2 anos de vida. Caracteriza-se por uma hipotonia grave, dificuldade no controle cefálico, dificuldades com o controlo da deglutição e insuficiência respiratória precoce.
  • AME Tipo 2 - de início no 1º ano de vida, adquirem a posição sentada, mas nunca a marcha independente. Geralmente existe um atraso nas etapas motoras iniciais, pouco ganho ponderal, evoluindo com contracturas articulares e escoliose. A disfunção bulbar com dificuldades na deglutição e mastigação e dismotilidade gastro intestinal são frequentes com a evolução da doença. Sobrevivem atualmente além da 3ª década, se existirem cuidados respiratórios atentos, como a utilização BIPAP noturno, tosse assistida e uma boa reabilitação respiratória, nutricional e ortopédica.
  • AME Tipo 3- de início muito variável, já após a aquisição da marcha, levando à perda da mesma durante a evolução, e condicionando na maioria dos doentes uma sobrevida normal.
  • AME Tipo 4 – com início já em vida adulta e sem interferência com a sobrevida.

Qual o tratamento?

Até recentemente não existia nenhuma medicação especifica que influenciasse a causa da doença. No entanto, desde 2017 que existe em Portugal uma terapêutica (Nusinersen) que inibe a produção da proteína anormal, causada pelo erro genético e responsável pela neurodegenerescência e permitir o fabrico de alguma proteína normal SMN, com aquisição de funções motoras e melhoria da capacidade respiratória. É recomendado que o seu tratamento se inicie o mais precocemente possível, no entanto, nem todos os doentes cumprem os critérios para a utilização deste fármaco. Este tratamento é feito com administração intra-tecal (que obriga a internamento e punção lumbar) nos dias 1, 15, 30 e 60 e depois doses de manutenção de 4 em 4 meses, no entanto, os seus custos são elevados.

Mais recentemente, foi aprovado um novo medicamento, mas cuja utilização depende de autorização do Infarmed. O Zolgensma, considerado o fármaco mais caro do mundo já foi administrado em oito bebé portugueses e, segundo os especialistas, é aquele que está mais perto de oferecer uma cura para a doença.

Em todo o caso, na maioria dos casos segue-se o tratamento conservador “que ajuda a minorar as dificuldades respiratórias, a evitar deformações esqueléticas e a manter o estado nutricional, mas não evitam a deterioração motora e a falência respiratória”, explica Eulália Calado, especialista em Neuropediatria no centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas.

Estes doentes devem ser seguidos por uma equipa multidisciplinar, onde se inclui um “neuropediatra, pneumologista pediátrico, reabilitação, nutricionista e quando solicitados gastroenterologista e ortopedista, assistente social, psicólogo”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dados provisórios
Os dados, provisórios, constam do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional de 2019 e foram divulgados pelo...

Segundo o documento, em 2018, a despesa (pública e privada) em I&D tinha aumentado 184 milhões de euros, para 2.769 milhões de euros, representando 1,36 % do PIB.

O Governo estabeleceu para Portugal a meta de chegar em 2030 aos 3% do PIB em gastos com investigação e desenvolvimento, para aproximar o país da Europa.

Pelo segundo ano consecutivo, a despesa privada (que inclui a das empresas) superou, em 2019, a pública (Estado e instituições de ensino superior), representado 53% do investimento total em I&D, assinala uma nota informativa da tutela.

No ano passado, a despesa das empresas em I&D cresceu cerca de 145 milhões, para 1.569 milhões de euros, face a 2018, ao passo que a das instituições de ensino superior (universidades e institutos politécnicos) aumentou 56,23 milhões, para 1.209 milhões de euros.

De acordo com os dados apurados por este inquérito, o ano passado as empresas tinham 19.283 investigadores a tempo integral, o equivalente a 38% do universo total em Portugal (a maioria dos cientistas, 29.027, continuava ainda no ensino superior e 1.591 no setor do Estado).

Segundo o ministério, o número de investigadores nas empresas aumentou mais de 60% nos últimos quatro anos, com a subida da despesa privada em I&D a refletir "o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do setor privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal".

Apesar destes indicadores, a comissão de avaliação da execução do emprego científico, nomeada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, defendeu, num relatório divulgado em julho, que a integração de doutorados nas empresas "não tem sido bem-sucedida", salvo "algumas exceções", propondo o lançamento de um programa que incentive essa integração, com os doutorados a passarem por um "período de aprendizagem" dividido entre empresas e instituições científicas antes de ingressarem nas empresas.

Em termos globais, de acordo com a tutela, o número de cientistas (abrangendo os que trabalham em empresas, laboratórios do Estado e universidades) aumentou em 2019 para 9,6 por cada mil habitantes ativos (em 2018 eram 9,1).

Ao todo, a tempo integral, foram registados no ano passado 50.431 investigadores, mais 2.779 do que em 2018 e mais 11.759 do que em 2015.

O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional, da responsabilidade da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, é a base de informação oficial sobre os recursos humanos e financeiros afetos a atividades de investigação e desenvolvimento.

 

Mais perto de uma cura
Ao todo são já oito os bebés em Portugal, até aos dois anos, que tiveram autorização para serem medicados com o remédio mais...

Esta quarta-feira, 12 de agosto, é a vez de Pedro, de seis meses, que está internado no Centro Universitário Hospitalar de Coimbra, receber o medicamento. Para já, este bebé é o último candidato para a toma do fármaco. 

A doença degenerativa neuromuscular rara, de origem genética, começou por ser tratada na maioria dos casos com Spinraza, um medicamento que ajuda a controlar os sintomas, sendo uma injeção na coluna que tem que ser administrada nos primeiros dois meses, quatro vezes, e depois de quatro em quatro meses, para o resto da vida.

No entanto, o medicamento inovador Zolgensma, aplicado na bebé Matilde e suportado pelo Serviço Nacional de Saúde português, é visto como "o mais perto de uma cura".

A questão da autorização de utilização excecional do medicamento foi suscitada com o caso da bebé Matilde, na altura com dois meses e meio, a quem foi diagnosticada aquela doença, numa altura em que o medicamento inovador só estava autorizado nos Estados Unidos da América e com um custo de dois milhões de euros.

O Infarmed autorizou o pedido do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, para utilização do medicamento inovador no tratamento da atrofia muscular espinhal de duas crianças.

O Zolgensma, é uma injeção de dose única, apresentada como uma terapia genética dirigida "à raiz" da doença, que tem de ser administrado até aos dois anos de idade. Trata-se do medicamento mais caro do mundo em 2019.

A Atrofia Muscular Espinhal afeta cerca de 10 mil pessoas anualmente, e se não for tratada até aos dois anos, pode ser mortal.

 

Decreto
A Direção-Geral da Saúde (DGS) é a entidade responsável pela gestão e tratamento de dados da aplicação de rastreio de contactos...

O STAYAWAY COVID é um sistema digital para dispositivos móveis pessoais que notifica os utilizadores da exposição individual a fatores de contágio por SARS-CoV-2, funcionando como um instrumento complementar e voluntário de resposta à situação epidemiológica pelo reforço da identificação de contactos.

Segundo o diploma, a DGS fica como entidade responsável pelo tratamento de dados do sistema STAYAWAY COVID, para efeitos da legislação europeia e nacional aplicável à proteção de dados pessoais, e a quem cabe também definir o funcionamento do sistema, a geração, comunicação, armazenamento e processamento de dados, bem como a articulação entre todos os intervenientes no sistema.

A aplicação deve, de acordo com o despacho agora publicado, respeitar a legislação europeia e nacional aplicável à proteção de dados pessoais, bem como as iniciativas europeias adotadas no âmbito do combate à Covid-19 através do recurso a soluções baseadas em dados pessoais.

O diploma refere ainda que o tratamento de dados para funcionamento do sistema STAYAWAY COVID é excecional e transitório, mantendo-se apenas enquanto a situação epidemiológica provocada pela Covid-19 o justificar.

 

Relatório
O Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, entidade que supervisiona os produtos cosméticos, divulgou...

A análise do laboratório do Infarmed incidiu sobre 20 formulações de protetores solares, correspondentes a 140 ensaios realizados. Os produtos analisados foram colhidos em fevereiro de 2020, em diversos pontos da cadeia de distribuição, nomeadamente, distribuidores e locais de venda ao público como farmácias e supermercados.

Foram analisados produtos com diferentes fatores de proteção solar: 13 produtos 50+ , seis produtos com SPF 30 e um produto SPF 50.

O relatório conclui que, do ponto de vista laboratorial, os 20 produtos analisados apresentaram um Fator de Proteção Solar correspondente à categoria declarada no rótulo.

Relativamente à qualidade microbiológica, todos os produtos analisados cumpriram os limites estabelecidos no referencial normativo aplicável para os parâmetros avaliados.

Do ponto de vista da rotulagem, o Infarmed refere que todos os produtos apresentam-se conformes perante a lista de verificação considerada. Na apreciação, houve um especial enfoque na lista de ingredientes, de forma a responder às preocupações de segurança a respeito de determinadas substâncias que se destinam a ser usadas em produtos cosméticos, tais como filtros para radiações ultravioletas.

A análise do Infarmed conclui que os 20 protetores solares em análise encontram-se em conformidade, no que respeita aos parâmetros analíticos e regulamentares avaliados.

 

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