Vila Nova de Gaia

APDP apela à intervenção do Estado perante caso de discriminação de criança com diabetes tipo 1

“Esta é uma atitude discriminatória e de desresponsabilização que revela a falta de regulamentação do sector privado na área da educação e saúde”

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) manifesta o seu descontentamento perante a decisão do Colégio do Sardão, em Vila Nova de Gaia, por negar, em véspera do arranque do novo ano letivo, o acesso à educação de uma criança de seis anos com diabetes tipo 1 por falta de condições no acompanhamento da patologia. A associação apela à capacitação de soluções de integração por parte do Ministério da Educação e da Saúde.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, insurge-se perante esta decisão e esclarece que “a obrigação da escola, pública ou privada, é, juntamente com os pais, pedir o apoio da Saúde Escolar, que se articulará com o centro especialista onde a criança é seguida, para formação dos profissionais das escolas. As escolas não devem poder negar-se a receber crianças com diabetes.” Entre o centro de saúde e o hospital, a escola e os pais, têm de encontrar soluções de integração e não de estigma das crianças.”

A associação defende que esta foi uma recusa injustificada visto que a instituição já conhecia a condição da criança desde março e que a própria mãe já tinha começado a dar formação à escola sobre como acompanhar a filha. A APDP relembra ainda que, no ano passado, o colégio Americano teve a mesma atitude, sem qualquer consequência ou intervenção por parte do Ministério da Educação.

“A recusa notificada esta manhã pelo Jornal Público apenas demonstra uma atitude irresponsável e discriminatória e alerta para a falta de regulamentação e desconhecimento do Ministério da Educação e Saúde nesta área. Além disso, a APDP já demonstrou, por inúmeras vezes, a disponibilidade e a importância do papel da sociedade civil para apoiar o Estado na educação e formação nestas situações.” menciona José Manuel Boavida.

Em Portugal, a diabetes tipo 1 já atinge mais de três mil jovens com idades até aos 18 anos e a APDP já disponibilizou um conjunto de materiais educativos, em formato online, para apoiar na gestão da doença.

José Manuel Boavida alerta ainda que “além deste episódio inadmissível, os destaques das capas dos jornais de hoje dão conta de que há hospitais que estão a recusar grávidas com COVID-19. Onde está a regulação? Não basta ao Estado cumprir o seu papel, tem que obrigar as instituições privadas a serem responsáveis e a não tratarem as pessoas como descartáveis. É uma irresponsabilidade!”, conclui o presidente da APDP.

 

Fonte: 
Hill+Knowlton Strategies Portugal
Nota: 
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