Estudo
Os resultados da primeira fase de um ensaio clínico realizado à escala mundial revelam que o fármaco “Teriflunomida”,...

Este estudo, que avalia a eficácia e segurança do fármaco na fase inicial da doença, começou em 2016 e envolve 166 crianças, recrutadas em 59 instituições de saúde de 23 países - Bélgica, Bulgária, Canadá, China, Eslovénia, Espanha, Estónia, EUA, França, Grécia, Israel, Líbano, Lituânia, Macedónia do Norte, Marrocos, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, Rússia, Sérvia, Tunísia, Turquia e Ucrânia.

Em Portugal, o ensaio clínico denominado “TERIKIDS” decorre no Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e é liderado por Filipe Palavra, neurologista pediátrico e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).

Os resultados obtidos até agora revelam «uma redução de aproximadamente 34% do risco de surto clínico nos doentes tratados com teriflunomida, em comparação com o placebo [substância sem efeitos farmacológicos, usada em ensaios clínicos para efeito de controlo], assim como uma redução significativa (43%) do tempo até se diagnosticar um surto clínico ou se modificar a atitude terapêutica devido ao aumento do número de lesões identificadas por ressonância magnética (RM)», relata Filipe Palavra.

Verificou-se, também, que o fármaco reduziu o número de lesões novas ou de tamanho aumentado, detetadas por RM, em cerca de 55% e o número de lesões com realce após administração de gadolínio (lesões ativas) em cerca de 75%. Além disso, a teriflunomida foi bem tolerada pelas crianças e adolescentes que participam no estudo.

Entretanto, o ensaio clínico continua a decorrer, por forma a permitir a acumulação de dados que possam «conduzir à aprovação formal da utilização da teriflunomida no tratamento de crianças e adolescentes com diagnóstico de esclerose múltipla, no futuro. E este aspeto tem um impacto na prática clínica, dado que as opções terapêuticas existentes para esta faixa etária são escassas», adianta o especialista da FMUC.

Filipe Palavra reconhece ainda que «a investigação clínica em doenças complexas como a esclerose múltipla é um desafio muito grande, apenas exequível porque existem doentes e famílias disponíveis para participar em programas exigentes, de acompanhamento clínico muito assíduo, e também equipas de profissionais motivados que, para além das suas funções assistenciais, dedicam parte do seu tempo à investigação científica. Médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, técnicos de laboratório e de radiologia, secretários clínicos e assistentes operacionais, todos são imprescindíveis para que se possa fazer ciência no nosso hospital.»

A esclerose múltipla é a mais conhecida das doenças desmielinizantes do sistema nervoso central, caracterizando-se pela destruição da bainha de mielina que envolve os neurónios do cérebro, cerebelo, tronco cerebral, da medula espinhal e do nervo óptico.

Descreve-se como uma patologia de natureza imunomediada, porque na base do processo de destruição da mielina estão mecanismos autoimunes, o que significa que, «por motivos desconhecidos, as células do sistema imunitário, isto é, das nossas defesas, se “enganam” e “atacam” a bainha de mielina, levando à sua destruição», explica o docente da FMUC.

Estima-se que 5 a 10% dos casos de esclerose múltipla surjam em idade pediátrica, ou seja, antes de completados os 18 anos de idade.

12 de setembro | Dia Europeu de Ação contra a Enxaqueca
Associação de doentes e sociedades médicas juntam-se para sensibilizar a população para o impacto da enxaqueca, uma doença...

A MiGRA Portugal – Associação de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias (SPC) e a Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN), com o apoio da Lilly Portugal, por altura do Dia Europeu de Ação na Enxaqueca, lançam a campanha “Temporariamente Fora de Serviço – Por Motivo de Enxaqueca”. Esta campanha tem como principal objetivo sensibilizar a população para uma doença neurológica e incapacitante que deixa, frequentemente os doentes que dela sofrem “fora de serviço”.

“Atualmente a enxaqueca é uma doença subvalorizada, subdiagnosticada e subtratada, pelo que é importante consciencializar a população de que a enxaqueca não é apenas uma dor de cabeça! Mais de 1 milhão e meio de portugueses sofrem de enxaqueca e diariamente são confrontados com o impacto que esta doença tem na sua vida pessoal, familiar e profissional. Os doentes têm necessidade de se isolar num local escuro e silencioso para controlar uma crise!”, explica Madalena Plácido, presidente da MiGRA Portugal.

Apesar de ser uma doença invisível, a enxaqueca afeta cerca de 12% da população mundial sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde como a segunda doença mais incapacitante em termos de anos vividos com incapacidade. Se considerarmos a população abaixo dos 50 anos de idade é a primeira causa de incapacidade. “Apesar destes dados, continua a ser uma doença que leva muito tempo a ser diagnosticada e é subvalorizada e incompreendida por familiares, colegas e mesmo alguns profissionais de saúde”, continua Madalena Plácido.

“É sabido que momentos de stress ou alterações nas rotinas diárias ou de sono, podem desencadear uma crise nestes doentes, o que dificulta o controlo da doença! Os principais sintomas associados à crise de Enxaqueca são a dor de cabeça latejante de intensidade moderada a grave, muitas vezes atingindo apenas um lado da cabeça, acompanhada de sensibilidade à luz, aos ruídos e aos movimentos. Podem também surgir alterações visuais, náuseas e vómitos”, alerta a médica Elsa Parreira, presidente da Sociedade Portuguesa de Cefaleias.

“Alertar a população e sensibilizá-la para esta doença é muito importante e é um dos próximos passos necessários, para que se comece a olhar para esta patologia de uma forma mais séria. Temos de ter em atenção que continua a ser uma doença sem cura, apesar de existir recente inovação na área que pode vir a revolucionar e melhorar a qualidade de vida destes doentes”, explica a médica Isabel Luzeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia.

A enxaqueca tem impacto em diversas esferas da vida dos doentes, seja ela a pessoal, familiar e profissional. É no sentido de alertar para estas questões, em especial para o impacto na vida profissional, que será organizado o webinar “Enxaqueca e o Impacto na Produtividade: O que saber e o que fazer”, no dia 11 de setembro pelas 16h00 e que será transmitido no site da campanha. Este webinar junta as três entidades organizadoras da campanha, mas também o presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina no Trabalho e ainda uma empresa conhecida pela adoção de estratégias que visam melhorar a vida dos trabalhadores que vivem com enxaqueca.

No dia em que a Associação MIGRA Portugal assinala o seu primeiro aniversário (12 de Setembro) e inserido nas atividades da campanha de sensibilização decorre ainda pelas 19h00 um evento em direto da página de Facebook da Associação sob o mote “Estratégias para viver com enxaqueca e cefaleias – de doentes para doentes”, evento que contará com a intervenção de representantes da Associação e doentes que irão partilhar o seu  testemunho e debater estratégias para melhor viver e conviver com a doença, bem como participação dos padrinhos da Associação, o apresentador Carlos Ribeiro e da atriz Rita Cruz. Neste evento decorrerá ainda uma atuação da Rita Redshoes, onde será possível, entre outras, ouvir a música “Migraine (What Can't You See?)”.

A campanha contará ainda com um webinar, dia 14 de Setembro às 21h, em colaboração com a Ordem dos Farmacêuticos, no qual se irá discutir o valor dos cuidados de saúde prestados na enxaqueca e cefaleias, focando não só as necessidades dos doentes com enxaqueca e cefaleias, como também a terapêutica disponível para estes doentes.

“Os doentes com enxaqueca veem muitas vezes a sua vida comprometida, pela imprevisibilidade com que aparece uma crise! Aproveitar momentos de lazer, festas de família ou mesmo acompanhar os filhos nos momentos mais importantes, pode ficar comprometido devido ao aparecimento súbito de uma crise”, alerta a presidente da MiGRA Portugal.

Para saber mais sobre esta patologia, a associação e as sociedades médicas convidam ainda os interessados a dirigirem-se ao Centro Comercial Colombo nos dias 10 e 11 de setembro ou no dia 12 de setembro ao Arrábida Shopping, onde a campanha estará a ser divulgada e onde podem encontrar mais materiais informativos. Também no website da MiGRA Portugal encontram mais informação e podem colocar questões ou dúvidas que tenham sobre enxaqueca.

“Convidamos todos os doentes, familiares amigos que se juntem a nós nesta campanha e a partilhem! Visite a nossa página de Facebook e descubram como pode juntar-se a esta campanha e ajudar a mudar a perceção que existe sobre a enxaqueca e a melhorar a vida de tantos doentes”, conclui Madalena Plácido.

 

Vila Nova de Gaia
“Esta é uma atitude discriminatória e de desresponsabilização que revela a falta de regulamentação do sector privado na área da...

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) manifesta o seu descontentamento perante a decisão do Colégio do Sardão, em Vila Nova de Gaia, por negar, em véspera do arranque do novo ano letivo, o acesso à educação de uma criança de seis anos com diabetes tipo 1 por falta de condições no acompanhamento da patologia. A associação apela à capacitação de soluções de integração por parte do Ministério da Educação e da Saúde.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, insurge-se perante esta decisão e esclarece que “a obrigação da escola, pública ou privada, é, juntamente com os pais, pedir o apoio da Saúde Escolar, que se articulará com o centro especialista onde a criança é seguida, para formação dos profissionais das escolas. As escolas não devem poder negar-se a receber crianças com diabetes.” Entre o centro de saúde e o hospital, a escola e os pais, têm de encontrar soluções de integração e não de estigma das crianças.”

A associação defende que esta foi uma recusa injustificada visto que a instituição já conhecia a condição da criança desde março e que a própria mãe já tinha começado a dar formação à escola sobre como acompanhar a filha. A APDP relembra ainda que, no ano passado, o colégio Americano teve a mesma atitude, sem qualquer consequência ou intervenção por parte do Ministério da Educação.

“A recusa notificada esta manhã pelo Jornal Público apenas demonstra uma atitude irresponsável e discriminatória e alerta para a falta de regulamentação e desconhecimento do Ministério da Educação e Saúde nesta área. Além disso, a APDP já demonstrou, por inúmeras vezes, a disponibilidade e a importância do papel da sociedade civil para apoiar o Estado na educação e formação nestas situações.” menciona José Manuel Boavida.

Em Portugal, a diabetes tipo 1 já atinge mais de três mil jovens com idades até aos 18 anos e a APDP já disponibilizou um conjunto de materiais educativos, em formato online, para apoiar na gestão da doença.

José Manuel Boavida alerta ainda que “além deste episódio inadmissível, os destaques das capas dos jornais de hoje dão conta de que há hospitais que estão a recusar grávidas com COVID-19. Onde está a regulação? Não basta ao Estado cumprir o seu papel, tem que obrigar as instituições privadas a serem responsáveis e a não tratarem as pessoas como descartáveis. É uma irresponsabilidade!”, conclui o presidente da APDP.

 

Saúde Mental
Os pensamentos de suicídio podem afetar qualquer pessoa, de qualquer idade ou género e em qualquer m

«Ninguém me compreende. Já não vale a pena o esforço de tentar conversar. Nunca irão entender. Os meus pais soltam logo as suas críticas e julgamentos e exemplos de como era “No meu tempo”. E é nesse preciso momento que eu aciono a ligação wifi oculta e reservada dentro da minha cabeça e desligo o bluetooth do mundo externo. Como faço nas aulas e nos intervalos.»

«Quem me dera nunca ter nascido. Sou estranho. Ninguém gosta de mim assim como eu sou. Eu sei que não. Não sou como as outras pessoas da minha idade e eu sei que os outros notam isso, já para não falar quando fazem questão de atirar isso à cara. Um dia quando eu já não estiver aqui, vão-se arrepender. Estão sempre a olhar para mim e a pensar coisas acerca de mim. Sei bem que falam de mim nas costas e se riem.»

«Na verdade, nem eu gosto de mim, de ser eu, de viver neste meu corpo esquisito, viver com estes meus pensamentos na cabeça e este aperto no peito. Estar em permanente sobressalto, inseguro e com dúvidas infinitas acerca de um universo de assuntos. Não consigo mais suportar viver assim. Não há nada a fazer.»

«Tenho pensado cada vez mais: o que é que ando aqui a fazer? Qual o sentido de acordar de manhã e continuar a fazer sempre as mesmas coisas só porque sim…?»

«É tudo tão difícil. Vestir. Caminhar. Os olhares dos outros. Falar com eles. Ter de responder. Escutar. Comer. Fingir. Viver. Seria um alívio para todos se eu não existisse. Adormecer e não acordar, continuar tudo escuro.»

«Sinto um vazio enorme dentro de mim e só queria que isto tudo acabasse.»

Estas são as confissões dos jovens que chegam ao consultório em crise de angústia. A tentativa de suicídio é o ato de desespero para obter a libertação emocional dessa angústia. Porque afinal, esta é a interrogação que mais inquieta os pais e impressiona os demais: o que é que se passa no mundo psicológico de um jovem que pensa em se matar? Como é que foi capaz? Parece existir uma quase condenável contradição entre aqueles que são considerados os anos gloriosos da flor da idade e o sorumbático e taciturno que carateriza os anos de vida mais pesados.

O dia 10 de setembro foi instituído pela Organização Mundial de Saúde como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio por se tratar de um sério problema de saúde pública. Todos os anos, o suicídio está entre as 20 principais causas de morte no mundo. É responsável por mais de 800.000 mortes, o que equivale a um suicídio a cada 40 segundos. Trata-se de uma causa de morte sobre a qual todos podemos fazer a diferença, particularmente quando falamos dos jovens. O suicídio é raro em crianças antes da puberdade e é um problema que ocorre geralmente na adolescência, sobretudo entre os 15 e os 19 anos de idade. Contudo, crianças pré-adolescentes cometem suicídio e esse problema potencial não deve ser ignorado.

Os pensamentos de suicídio podem afetar qualquer pessoa, de qualquer idade ou género e em qualquer momento. Começa com uma dor silenciosa que culmina num estado de angústia, conduzindo o jovem à crença de que viver é um peso insuportável e essa condição passa a comandar a sua mente. A única forma de silenciar essa dor extrema é acabar com a própria vida.

A investigação indica que o número de jovens que tenta o suicídio é muito maior do que aqueles que realmente o concretizam. O suicídio pode ser classificado como consumado, quando o comportamento leva à morte, tentado, quando o jovem age nesse sentido, mas não obtém a finalidade que pretendia, ou em ideação ou comportamentos auto-lesivos, quando o jovem está numa condição de premeditação. Os comportamentos suicidários e outras formas de comportamentos de risco, constituem adversidades reiais e dolorosas do percurso de vida de muitas crianças e jovens.

Quando um jovem tem ideias de suicídio sente desesperança e inutilidade há algum tempo e pode não saber o que provocou estas ideias, inclusivamente as pessoas mais próximas a si. Na verdade, habitualmente trata-se de uma combinação de fatores e pode não haver uma causa evidente. Os fatores de risco devem ser do conhecimento dos educadores para agir preventivamente e relacionam-se com razões genéticas, relacionadas com a história familiar ou pessoal. Existem jovens que têm uma predisposição depressiva ou uma maior vulnerabilidade emocional perante as adversidades. A perda de um ente querido, as mudanças e separações, imitação de suicídio de celebridades ou pares, o bullying, o cyberbullying, o insucesso, zangas e agressividade, o peso e a imagem, a negligência familiar, a doença incapacitante, o abuso físico, são apontadas como causas que tornam as experiências de vida extremamente intensas e incapacitantes. Crianças ou adolescentes em perturbação mental têm sentimentos de desesperança e desamparo que limitam a sua capacidade de considerar soluções alternativas para problemas imediatos. Adolescentes, sobretudo aqueles com um transtorno comportamental disruptivo, como um transtorno de conduta, podem agir sem pensar.

Quando um adolescente sente que tem espaço e tempo para desabafar, tem oportunidade para se descentrar do bloqueio mental onde residem as suas dificuldades e recentrar-se noutras alternativas e caminhos de resposta. Os jovens devem ser educados no sentido de adquirirem competências de gestão dos fatores de stress, gerir a frustração, as falhas e os erros, os abandonos e as rejeições, a tristeza, a culpa, a tensão emocional. Nesse sentido, existem fatores protetores que estruturam uma saúde mental mais resiliente, como uma família nuclear sólida, ter liberdade de expressão e oportunidade de comunicação, pertencer a grupos sociais, ter um percurso cultural, desportivo, académico valorizado, ter convicções religiosas, entre outros.

Uma intervenção precoce na prevenção do suicídio abrange toda a comunidade: pais, professores, treinadores, amigos, devem conhecer os sinais de alarme, logo à partida desmistificar o tema, saber reconhecer certas evidências, saber a quem recorrer, e saber mesmo como ajudar alguém que mostra sinais de mágoa, angústia, solidão e desespero. É importante não fazer juízos de valor, não manifestar preconceitos, não pressionar, ser empático e não crítico, valorizar o sofrimento e respeitar a dor, e sobretudo, saber escutar. Mantenha o contacto visual, utilize a linguagem corporal movimentando-se para perto do jovem ou segure a sua mão, faça perguntas diretas, ofereça confiança, explique que uma decisão permanente para um problema temporário não é a solução, e que as coisas irão melhorar. Se necessário, contacte o 112, por isso, não prometa confidencialidade porque poderá ter necessidade de falar com amigos, familiares ou técnicos de saúde.

Nesse sentido, a forma mais viável de prevenir o suicídio é ser um agente facilitador do apoio e da mudança positiva, conhecendo bem os sinais de alerta: falar em querer morrer, falar em sentir-se desesperado, falar em sentir-se preso ou com dores insuportáveis, falar em ser um incómodo e um problema para os outros, aumentar o consumo de álcool ou drogas, agir de forma agitada ou demonstrando ansiedade, comportar-se de forma imprudente, isolar-se constantemente, mostrar raiva e/ou ter mudanças de humor extremas. Leve a sério conversas e ameaças de suicídio. É indispensável que as pessoas que fazem parte da vida diária do jovem permaneçam atentas para comportamentos de risco, mudanças repentinas de atitude, de rotinas ou mudanças no estado psicológico da criança e do adolescente.  

Apesar de a adolescência ser caracterizada por ações impulsivas e irrefletidas já que ainda não se possui uma identidade coesa e consistente, uma larga maioria dos jovens com ideias ou gestos suicidários tem dúvidas quanto à decisão de terminar a sua vida e, de alguma forma, anseia por ajuda para poder escolher não morrer. Existem linhas gratuitas e anónimas de apoio telefónico que confirmam as boas medidas existentes no âmbito do apoio psicológico, caso da SOS Voz Amiga, no sentido de atenuar significativamente os sentimentos de isolamento e angústia, e reduzir o risco imediato de tentativa de suicídio. Por vezes, existe vergonha em conversar deste tema e esta partilha não presencial alivia essa pressão. Procurar ajuda para a resolução dos problemas, de forma célere, é o melhor conselho, para pais e para filhos. Quem já tentou o suicídio corre o risco de o voltar a tentar, pelo que é importante o tratamento de feridas antigas, com a ajuda de profissionais especializados, antes que a crise se agudize ou até que haja mais uma tentativa real de suicídio. A dor da morte pode ser vencida e ultrapassada, sendo a psicoterapia clínica e o tratamento psicológico uma ferramenta essencial na dissociação emocional de quem sofre e, sobretudo, de quem está numa condição de risco de vida.

Porque a minha missão é salvar vidas, este é o meu contributo, na data que hoje se assinala.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Prevent it like a Gentleman”
O MAR Shopping Algarve volta a contribuir para o diagnóstico precoce do cancro da próstata com a terceira edição da campanha ...

A campanha de sensibilização para o cancro da próstata e saúde mental masculina conta ainda com duas exposições temporárias. Estas terão lugar no MAR Shopping Algarve em parceria com a Triumph Portugal, que abriu recentemente uma loja na região. De 12 a 27 de setembro será possível visitar uma exposição de motos e uma exposição fotográfica da Triumph Portugal, com o tema: “A história da Triumph”.

O rastreio ao cancro da próstata, que é aberto a toda a população masculina e que se realiza através de análises ao sangue, tem de ser marcado previamente na Clínica HPA do MAR Shopping Algarve ou através do contacto 707 28 28 28. Nas duas edições anteriores, a campanha “Prevent it like a Gentleman” contribuiu para a realização de cerca de 300 exames de rastreio ao cancro da próstata, permitindo identificar alguns casos em fase inicial.

Herman Gewert, diretor geral do MAR Shopping Algarve, sublinha que «a adesão da população masculina às campanhas de rastreio, realizadas nos últimos dois anos no MAR Shopping Algarve, é uma motivação para continuarmos a promover esta iniciativa e contribuirmos para a saúde e o bem-estar da comunidade algarvia».

Em anos anteriores, a campanha “Prevent it like a Gentleman” associou-se à Distinguished Gentleman's Ride Algarve, um desfile temático que anualmente reúne centenas de cavalheiros (e senhoras), em motos clássicas ou vintage, para aumentar a consciencialização sobre o cancro da próstata e saúde mental masculina. Este ano, a organização internacional da iniciativa Distinguished Gentleman’s Ride optou por desafiar os participantes a fazer um passeio individual e seguro, sem aglomerados, a 27 de setembro.

 

10 de outubro
No dia 10 de outubro, pelo 4.º ano consecutivo, a MSD Portugal vai organizar o Workshop “O doente no centro da imunoterapia”,...

Num formato 100% digital, a 4.ª edição do Workshop “O doente no centro da imunoterapia” vai manter a componente interativa entre oradores e convidados, como tem sido habitual até aqui, mas fará uso da tecnologia para tornar a partilha de conhecimentos e experiências mais inovadora e envolvente.

O evento, que reúne especialistas nacionais e internacionais, conta com um Comité Científico composto por especialistas de renome, nomeadamente a Dr.ª Encarnação Teixeira, Pneumologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte e Hospital CUF Descobertas, o Dr. Fernando Barata, Pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Prof. Doutor Venceslau Hespanhol, Pneumologista do Hospital de São João, e com a participação especial do Prof. Maximilian Hochmair, Médico Oncologista em Viena, que irá transmitir a sua experiência clínica num Centro de Referência Europeu, onde têm sido abordadas terapêuticas inovadoras em doentes com Cancro do Pulmão.

O programa junta ainda especialistas de diferentes áreas para liderar workshops interativos com incursões técnicas e de cariz científico, que avaliam o valor da imunoterapia para o doente e aprofundam os importantes avanços que se têm feito no tratamento do Cancro do Pulmão, nomeadamente: “A Gestão do Doente com CPNPC metastático: o tratamento certo para o doente certo”; “Imunoterapia em populações especiais: como e quando?”, “Sustentabilidade da Inovação no SNS”, “Os novos desafios no acompanhamento do doente com Cancro do Pulmão”; “O diagnóstico anatomopatológico no Cancro do Pulmão: uma visão sobre o presente”, “O que falta discutir sobre Imunoterapia no Cancro do Pulmão?”; “O diagnóstico anatomopatológico no Cancro do Pulmão: Uma visão sobre o futuro” e “Os Ensaios Clínicos em Portugal: onde estamos e para onde queremos ir?”.

O propósito do evento é levar a mais recente evidência dos ensaios clínicos de imunoterapia aos profissionais de saúde para otimizar a prática clínica diária, explorando também os desafios e oportunidades desta inovação terapêutica.

Todos os profissionais de saúde interessados podem inscrever-se e conhecer o programa em detalhe, através da plataforma do evento.

Ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Pneumologista, ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de...

É, para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), uma grande honra e um grande orgulho anunciar a vitória de Carlos Robalo Cordeiro nas eleições para a presidência da ERS num mandato de quatro anos em que, de 2020 a 2021 assumirá o cargo de vice-presidente, em 2021-2022 o de presidente-eleito, entre 2022 e 2023, presidente da sociedade e entre 2023 e 2024 o de past-president. O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra já tinha exercido o cargo de secretário-geral da ERS e, no início de 2019, foi distinguido como membro honorário da European Respiratory, sendo o primeiro português galardoado com esta distinção, que é atribuída em reconhecimento pelos méritos clínicos, académicos e investigacionais e pelo contributo para a evolução desta sociedade científica.

“É com enorme satisfação e orgulho que a SPP recebe a notícia da eleição de um dos seus ex-Presidentes para o alto cargo de Presidente da ERS. É no fundo, o corolário de um percurso notável e ímpar do Professor Carlos Robalo Cordeiro a quem expressamos as maiores felicitações e uma vez mais lhe manifestamos todo o nosso apoio neste elevado desafio que agora se inicia”, afirma António Morais, presidente da SPP.

Para Carlos Robalo Cordeiro, a honra desta eleição surge associada a uma enorme responsabilidade. “E é simultaneamente uma sensação de preenchimento pessoal e profissional e de compromisso e gratidão para com os meus mestres, os meus colegas, os meus discípulos, os doentes respiratórios, e a minha família, a quem tudo devo e tudo é devido”, afirma Carlos Robalo Cordeiro. Esta eleição “é também um reconhecimento do trabalho que a Pneumologia portuguesa vem desenvolvendo, a quem estou muito grato por me ter permitido chegar até aqui e muito grato particularmente à Sociedade Portuguesa de Pneumologia por todo o apoio que me concedeu, nomeadamente neste processo eleitoral”.

A ERS é, atualmente, a maior sociedade respiratória global e toda a sua vasta agenda nas áreas científica, educacional e de advocacy assumem um impacto universal.  É neste contexto abrangente que a ERS vem contribuindo decisivamente para o avanço do conhecimento na área respiratória e para a sua correta, eficiente e consistente divulgação.

O tabagismo, as alterações climáticas e a poluição atmosférica têm sido as grandes preocupações da ERS, tendo em conta que são estes os três principais fatores causadores de doença respiratória. Igualmente preocupante, a capacidade de resposta a uma pandemia como a que estamos a viver. “Ninguém estava preparado para uma situação como a que estamos a viver, independentemente da maior ou menor credibilidade com que os diferentes países reagiram, e eu diria que é desejável, embora difícil, que a evolução do conhecimento possa eventualmente permitir prever estes eventos com alguma segurança, mas que é fundamental também aprender com a crise que atravessamos e saber assim antecipar e programar as medidas obrigatórias para minimizar as respetivas consequências. E a ciência deve liderar estes processos”, sublinha.

Entre os vários projetos e ambições que tem para este período de liderança da ERS, Carlos Robalo Cordeiro não esconde o desejo de trazer a Lisboa um congresso anual da ERS.

Saúde materna
A principal causa de morte materna nos países ocidentais é a doença cardiovascular.

A associação entre doença cardíaca e gravidez é cada vez mais frequente.  De acordo com os dados mais recentes até 4% de todas as gravidezes nos países ocidentais industrializados complicam-se pela existência de doença cardiovascular materna.

A doença cardíaca materna é a causa mais importante de mortalidade na grávida e não tem havido sinais de redução dos números de mortes por esta causa.

A correta estratificação do risco da gravidez, tendo em conta a doença cardíaca materna, e o seguimento por equipas médicas multidisciplinares especializadas tem um papel central e crucial neste grupo de doentes, de forma a reduzir a morbilidade e mortalidade materna.

Número crescente de grávidas com doença cardíaca

A doença cardiovascular é sem duvida um problema cada vez mais frequente na mulher grávida ou que pretende engravidar, e isso deve-se a vários fatores: ocorrência da gravidez em idade mais tardia, a uma maior prevalência de fatores de risco cardiovascular em mulheres na idade fértil (hábitos tabágicos, diabetes mellitus, obesidade, hipertensão arterial) e ao número crescente de mulheres com cardiopatias congénitas (CC) corrigidas que atingem a idade adulta.

A HTA na gravidez é a doença cardiovascular mais frequente (cerca de 10% das gravidas). Nos países ocidentais a cardiopatia congénita assume cada vez mais um papel de destaque (75-80%), enquanto que nos países não ocidentais, a doença valvular reumática é a que predomina (56-89%).

Como devem ser orientadas durante a gravidez

Importantes adaptações do aparelho cardiovascular ocorrem em resposta à gravidez (aumento do volume circulante, frequência cardíaca, débito cardíaco) para suprir as necessidades metabólicas crescentes da mãe e do feto. Alterações hemodinâmicas não adaptativas podem levar a morbilidade materna e fetal. A incapacidade de adaptação da grávida pode causar descompensação da doença cardíaca prévia, ser responsável pelo início dos sintomas ou levar à primeira manifestação de uma doença até então desconhecida, motivo pelo qual a gravidez é considerada por muitos como o "teste de stress natural".

Grávidas com doença cardíaca têm também maior risco de complicações obstétricas (parto pré-termo, pré-eclampsia, hemorragia pós-parto).

O seguimento e aconselhamento destas mulheres deve ser sempre individualizado, tendo em conta não só a doença cardíaca materna como também o contexto social e emocional, tal como os desafios éticos que tal implica; deve ser sempre feito por uma equipa multidisciplinar (“Pregnancy Heart Team”), incluindo não só os médicos assistentes, como também cardiologistas, internistas, obstetras e anestesistas dedicados a esta população de alto risco. A estratificação de risco (risco baixo vs contra-indicação para gravidez) é fundamental para a tomada de decisões e estabelecimento do plano de seguimento.

Idealmente todas as mulheres com doença cardíaca conhecida devem ser avaliadas antes da gravidez, de forma a que se possa aconselhar corretamente a mulher dos seus riscos e da probabilidade de sucesso para um feto viável,  além de que uma vez decidido prosseguir para gravidez devem ser feitas alterações farmacológicas para fármacos que não estejam contraindicados durante a gravidez, pelo risco de malformações fetais

Contudo, muitas mulheres com doença cardíaca aparecem-nos grávidas, o que impõe mais riscos para a futura mãe e feto; nestas o tempo de gravidez será central para a tomada de algumas decisões, além de que possivelmente teremos que lidar com a malformações fetais consequentes de fármacos que deveriam ter sido suspensos antes da gravidez

Temos também os casos em que a doença cardíaca se manifesta pela primeira vez durante a gravidez, o que é ainda mais desafiante porque alguns exames complementares de diagnóstico não devem ser usados durante a gravidez pelo risco de malformações, alem de que novamente a introdução de vários fármacos considerados centrais para a mulher, poderão estar contraindicados

E, por fim, temos as doenças que são típicas da gravidez, como a pré-eclamsia, uma forma de HTA especifica da gravidez e a miocardiopatia periparto, uma forma de doença do musculo cardíaco que surge entre o final da gravidez e os primeiros meses pós parto, que requerem seguimento apertado durante a gravidez mas também no pós-parto porque podem deixar sequelas.

Mulheres que não devem DE TODO engravidar

Não devem engravidar as mulheres com doença cardíaca cujo o risco de morbilidade e mortalidade durante a gravidez seja considerado muito alto (40-100%), tais como: a hipertensão arterial pulmonar, a má função do coração (disfunção ventricular esquerda e/ou direita grave), as estenoses valvulares graves não corrigidas e a dilatação grave da aorta.

Qual a via de parto recomendada

O parto vaginal deve ser sempre privilegiado (menor risco de infeção, hemorragia, tromboembolismo); a cesariana fica reservada para as indicações obstétricas e casos especiais: mulheres sob anticoagulação oral, doença da aorta, insuficiência cardíaca descompensada e hipertensão pulmonar.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Durante a gestação é bastante comum as mulheres sentirem dores e sofrerem de inchaço nos pés, tornoz

Este tipo de problemas afeta diretamente a rotina diária das grávidas, pela dor e desconforto que causa, podendo reduzir a sua capacidade de realizar simples tarefas como limpar a casa e passar a ferro.

Existem mulheres mais predispostas para inchar, por exemplo, as que tiveram problemas de má circulação, dificuldade na drenagem linfática, diabetes, ou outras doenças, bem como a toma de alguns tipos de medicamentos. Numa situação regular, uma mulher grávida acaba por inchar, à medida que o feto cresce e o próprio útero começa a pressionar a veia cava, levando a um menor fluxo sanguíneo. A acumulação de sangue que daqui resulta faz com que seja enviada água para a zona dos pés e tornozelos através das veias capilares, levando então ao inchaço.

No entanto, o inchaço deve ser semelhante em ambos os pés, e não deve surgir rapidamente. Caso ocorra aceleradamente pode ser um sinal de problemas mais severos, por exemplo, pré-eclâmpsia, deverá consultar urgentemente um podologista.

Uma das formas mais comuns para prevenir o inchaço, consiste em contrariar a gravidade, ou seja, elevar os pés quando se está sentado, evitando assim a acumulação de água nos membros inferiores. Para além disso, pode favorecer dormir sobre o lado esquerdo do corpo, no sentido de amenizar a pressão do útero sobre a veia cava.

É recomendável o uso de calçado confortável, adequado e que não aperte, tendo em conta que o pé pode inchar. Prefira sapatos com sola de borracha para prevenir quedas, de salto médio para ajudar no inchaço e não totalmente planos visto que, fazem com que o peso do corpo recaia sobre os calcanhares.

Para evitar este problema pode também usar meias-calças ou collants de compressão para auxiliar a circulação sanguínea, evitar permanecer em pé e quando estiver sentada não cruzar as pernas.

O acompanhamento por parte de um podologista durante a gravidez é essencial, no sentido de elucidar os conselhos atrás referidos de forma mais personalizada e se necessário adotar medidas diferentes, de modo a proporcionar o maior conforto possível à mulher grávida.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
COVID-19
A “STAYAWAY COVID” é uma aplicação para telemóveis que tem como objetivo auxiliar o país no rastreio

A aplicação permite, de forma simples e segura, que cada um de nós seja informado sobre exposições de risco à doença, através da monitorização de contactos recentes. A aplicação é de utilização voluntária e gratuita e, em momento algum, tem acesso à sua identidade ou dados pessoais.

Uma vez instalada a aplicação, o telemóvel anuncia a sua presença a todos os dispositivos próximos usando identificadores aleatórios que não revelam identidades pessoais. A informação partilhada entre dispositivos permite à STAYAWAY COVID saber de que telemóveis esteve perto, quão perto e por quanto tempo. A Organização Mundial de Saúde sugere que, contactos a menos de 2 metros e por mais de 15 minutos com alguém portador de COVID-19 sejam considerados com elevado risco de contágio.

1. Ausência de registo de elevado risco de contágio:

- Não registando contactos de proximidade com elevado risco de contágio com alguém a quem foi diagnosticada COVID-19, a aplicação informa-nos exatamente disso com a data da última avaliação;

2. Alerta de elevado risco de contágio:

- Se alguém de quem estivemos perigosamente próximo nos últimos 14 dias for diagnosticado com COVID-19 e informar o sistema STAYAWAY COVID, a aplicação alerta-nos de imediato do risco sugerindo que nos isolemos e contactemos a Linha SNS 24 (808 24 24 24);

3. Após diagnóstico de COVID-19:

- No caso de contrairmos COVID-19, com o diagnóstico receberemos um código numérico que nos permitirá, anonimamente e através da aplicação, informar o sistema STAYAWAY COVID. É este ato que permite ao sistema alertar segura e atempadamente todos aqueles que podemos ter contagiado, mesmo antes de terem tido qualquer sintoma. Não é nunca revelada a ninguém a identidade de ninguém.A aplicação STAYAWAY COVID foi desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, um laboratório associado do sistema público que a ofereceu à Direção-Geral da Saúde (DGS)/Ministério da Saúde sem qualquer custo. A DGS é a entidade responsável por gerir o sistema e garantir que o tratamento de dados respeita a legislação europeia e nacional.

Todos os requisitos, recomendações e orientações da Comissão Nacional de Proteção de Dados foram consideradas e acolhidas. Só são partilhados os códigos das pessoas infetadas, que não permitem identificá-las, que queiram avisar aquelas com quem estiveram em contacto.

A App “STAYAWAY COVID” será brevemente integrável com as de outros países europeus que funcionem segundo o mesmo modelo no quadro do grupo técnico eHealth Network e pode ser descarregada a partir da App Store em  https://apps.apple.com/pt/app/id1519479652 e da Google Play em https://play.google.com/store/apps/details?id=fct.inesctec.stayaway.

Poderá encontrar as respostas às perguntas mais frequentes (FAQ´s) sobre esta App em https://stayawaycovid.pt/perguntas-frequentes/

Caso não encontre esclarecida a sua questão neste conjunto de perguntas, poderá colocar a sua dúvida através do email: [email protected].

Toda a informação disponível em https://stayawaycovid.pt/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
21 de setembro às 16h00
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia realiza no próximo dia 21 de setembro, às 16h00, um webinar que será dedicado aos...

A associação assinala assim setembro enquanto o mês de consciencialização para as doenças hemato-oncológicas. Manuel Abecasis, Presidente da APCL, afirma que “É muito importante para a APCL a promoção e realização destas iniciativas que procurem esclarecer os doentes. Com este webinar vamos dedicar-nos aos doentes com um tipo de leucemia especificamente e tentar aprofundar as principais questões associadas à LLC”.

Este webinar será totalmente dedicado aos doentes e seus cuidadores, a participação será gratuita, e estará disponível mediante inscrição aqui. Para além da participação de Manuel Abecasis, contará com a participação de Maria Gomes da Silva, diretora do Serviço de Hematologia Clínica do Instituto Português de Oncologia, João Raposo, diretor do Serviço de Hematologia e de Transplantação de Medula do Centro Hospitalar de Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, e, ainda, com a presença de Ana Carina Resina, psicóloga clínica no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

O objetivo deste webinar é abordar questões relacionados com o diagnóstico; o tratamento e os fatores a ter em conta na escolha da terapêutica mais adequada; a vigilância de um doente com LLC e, por fim, as questões emocionais relacionadas com o lidar com o diagnóstico. Durante o webinar haverá ainda espaço para uma sessão de perguntas e respostas, em que os doentes poderão esclarecer as suas dúvidas associadas à leucemia linfocítica crónica com os oradores convidados.

A realização deste webinar para assinalar o mês de consciencialização para as doenças hemato-oncológicas, em setembro, conta com o apoio da AbbVie.

APAH e Ordem dos Médicos preocupadas com agravar da situação
No primeiro semestre deste ano realizaram-se menos 3,8 milhões de consultas presenciais nos cuidados de saúde primários do que...

Estes dados, apresentados hoje, no auditório da Ordem dos Médicos, entre as 11h00 e as 12h30, no âmbito do lançamento do Movimento Saúde em Dia, promovido pela Ordem dos Médicos e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), mostram uma quebra de 36% de consultas presenciais nos centros de saúde nos primeiros seis meses deste ano.

A redução de  902 mil consultas hospitalares representou uma quebra de 225 nas primeiras consultas hospitalares e de 11% nas consultas subsequentes.Nas urgências hospitalares assistiu-se a uma redução de 27% de episódios no primeiro semestre, o que significa menos 839.436 episódios do que em 2019. Também as cirurgias tiveram uma quebra significativa, com a realização de menos 27% de intervenções. As cirurgias programadas tiveram uma redução de 30% e as urgentes diminuíram 10%.

A Ordem dos Médicos e a APAH manifestam preocupação com os dados relativos ao número acumulado de doentes que não têm acesso a consultas, cirurgias, exames, internamento ou mesmo urgências. Uma situação, explica Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, “que se pode agravar nos próximos meses, uma vez que existem doentes sem acesso a consultas desde março, que ainda não começaram a ser tratados e não há um verdadeiro plano de retoma”.

Segundo os dados oficiais, o número de teleconsultas aumentou 40%, no 1.º semestre de2020. Contudo, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, explica que há que olhar com atenção para as consultas presenciais que não foram realizadas: “os números da telemedicina até podem ser positivos, mas este recurso será sempre  complementar , e ainda não está consolidado de forma uniforme em Portugal, e pode  mascarar uma realidade que se pode tornar ainda mais grave num futuro próximo. Não é apenas com uma chamada telefónica que podemos realizar rastreios, diagnósticos,conhecer o doente e referenciá-lo adequadamente para os cuidados especializados”.

Miguel Guimarães subscreve esta ideia e acrescenta que “os centros de saúde continuam com atividade limitada pela Covid-19” e que os contactos diretos com o doente têm sido muito baseados numa suposta telemedicina e por contactos breves, o que não permite ter acesso à imagem completa do utente.

“É preciso começar a tratar os doentes que ficaram pendentes desde março, é preciso que os doentes não tenham medo de ir ao SNS e que o SNS lhes dê todos os acessos possíveis. Os doentes não podem achar que uma consulta em telemedicina é o mesmo que uma consulta presencial”, refere Miguel Guimarães.

É com base nestes números, e nesta preocupação, que estas entidades, com o apoio da Roche, lançam hoje o vídeo “Saúde em Dia – Não mascare a sua saúde”, que pretende sensibilizar a população para a importância de se manterem alerta em relação à sua saúde, não mascarar sintomas e não adiar visitas ao médico perante sinais de alerta de qualquer doença.

Fique a conhecer a campanha e saiba mais em: http://www.saudeemdia.pt/

8 de setembro | Dia Mundial da Fisioterapia
APFISIO assinala Dia Mundial da Fisioterapia com alerta para a necessidade de reforçar número de profissionais a colaborar no...

Em Portugal, cerca de 30% dos Agrupamentos de Centros de Saúde não tem fisioterapeutas, sendo a Região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Norte as que apresentam os valores mais baixos do país, com a Região Norte a não atingir o valor médio de um fisioterapeuta para cada cem mil habitantes.

Estes dados são avançados pela Associação Portuguesa de Fisioterapeutas (APFisio), que assinala o Dia Mundial da Fisioterapia, hoje, 8 de setembro, com um alerta para a necessidade urgente de um forte investimento em recursos humanos de fisioterapia nos Cuidados de Saúde Primários.

O presidente da APFisio, Adérito Seixas, sublinha que a insuficiência do número de profissionais afetos ao serviço público não se verifica exclusivamente nos Cuidados de Saúde Primários.

“De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, existem apenas 906 fisioterapeutas nos hospitais públicos. No global, considerando os hospitais públicos e os Cuidados de Saúde Primários, o número de fisioterapeutas no sistema de saúde público é pouco superior a mil. Vemos estes números com muita apreensão. É uma situação muito grave e que requer correção urgente”, reforça Adérito Seixas.

Segundo o mesmo responsável, outro problema que carece de atenção imediata prende-se com a acessibilidade do cidadão aos cuidados de fisioterapia.

“O Estado investe na formação de elevada qualidade dos fisioterapeutas, mas ao mesmo tempo apresenta grande inércia na criação de condições que garantam o acesso do cidadão aos cuidados destes profissionais. Estamos a falar de profissionais autónomos, com autonomia consagrada na Lei, habilitados para serem profissionais de primeiro contacto, mas o Estado, através de várias disposições normativas, força o contribuinte a pagar consultas médicas adicionais antes de poder aceder aos cuidados de fisioterapia”, alerta Adérito Seixas, sublinhando que “esta é a realidade, tanto nos Cuidados de Saúde Primários como nos Cuidados Hospitalares”.

A APFisio recorda que apesar de em Portugal a esperança média de vida ter aumentado para um valor ligeiramente acima dos 81 anos, dados do EUROSTAT indicam que o número de anos vividos sem problemas de saúde moderados ou severos é de apenas 58,6 anos.

“Sabemos também que os problemas músculo-esqueléticos, de saúde mental, neurológicos, a diabetes, doenças respiratórias crónicas e doenças cardiovasculares são responsáveis por mais de 65% dos anos vividos com incapacidade na população portuguesa”, complementa Adérito Seixas. 

Para a APFisio, esta realidade é demonstrativa da necessidade de promover uma adequada utilização dos recursos de fisioterapia, o que permitiria obter ganhos em saúde nas pessoas com aquelas condições e ganhos de eficiência no SNS – redução de consultas médicas, redução de exames de diagnóstico, redução de procedimentos cirúrgicos, redução do absentismo laboral, retorno mais rápido à atividade e melhoria da participação social.

“Num país em que, de acordo com a PORDATA, 21,7% da população tem mais de 65 anos e com 157,4 pessoas idosas por cada 100 jovens, será fácil de antecipar a elevada carga de doença atribuída às condições referidas previamente nesta população”, considera Adérito Seixas.

Atendendo a que as condições crónicas de saúde e de multimorbilidade assumem cada vez maior relevância e impacto na vida das pessoas, das suas famílias e no sistema de saúde, e são responsáveis pelos anos de vida com incapacidade, o presidente da APFisio defende tratar-se de um indicador de saúde que “Portugal e os portugueses devem exigir ver melhorado, uma vez que essa melhoria depende das políticas de saúde assumidas pelos governantes”.

“Neste momento, o acesso aos cuidados de fisioterapia no SNS não é eficiente, nem sustentável, por manifesta carência de fisioterapeutas no SNS, mas também porque o acesso aos seus cuidados sofre barreiras normativas, com evidente prejuízo para o SNS e para o utente”, conclui Adérito Seixas, recordando que “nos últimos anos, e de forma recorrente, a APFisio tem manifestado a sua preocupação e estratégias ao Ministério da Saúde, mas não temos observado uma alteração nas políticas de contratação de recursos humanos de fisioterapia”.

Tendo por base relatórios internacionais, a APFisio acredita que os gastos de saúde poderiam ser entre 40 a 60% mais baixos se a tendência do aumento de esperança de vida fosse acompanhada pelo mesmo valor de melhoria da capacidade funcional. 

Dia Mundial da Grávida assinala-se a 9 de setembro
Na gravidez, o corpo da mulher passa por muitas alterações físicas e, consequentemente, podem ocorrer dores localizadas ou...

No verão, com temperaturas altas e excesso de luminosidade e humidade, as crises e dores de cabeça são mais comuns. Durante a exposição ao sol, o centro modulador de dor é ativado e há uma maior dilatação das artérias das meninges e do córtex cerebral, o que leva ao surgimento de uma crise.

• Dores de cabeça:

As dores de cabeça ou cefaleias são comuns durante a gravidez, sobretudo no primeiro trimestre. Ocorrem como consequência de um aumento da produção das hormonas sexuais, da pressão arterial alta ou do aumento da tensão nervosa. Por vezes, pode ocorrer uma diminuição temporária da pressão arterial, causando hipotensão que, associada a uma hipoglicemia, é responsável por dores de cabeça associadas a enjoos.

• Dor na parte inferior do abdómen ou virilhas:

Estas dores são mais frequentes a partir do segundo trimestre e ocorrem quando os ligamentos e os músculos que envolvem o útero são esticados e ganham expressão à medida que a gravidez avança. Caracterizam-se por serem dores curtas, fortes e lancinantes, mas também dores contínuas que sentidas na parte inferior do abdómen ou das virilhas. A melhor forma de aliviar esta dor consiste em a grávida mover-se lentamente e ir alternando a sua posição.

• Dor nas costas:

Surgem na sequência do aumento da tensão nas costas. Para aliviar as dores nas costas, é aconselhável usar calçado confortável, evitar longos períodos em pé, corrigir a postura ao dormir ou ao sentar-se, não fazer esforços ou transportar/ levantar objetos pesados. Por vezes, a partir da segunda metade da gravidez, podem ocorrer contrações ocasionais do útero, as chamadas contrações de Braxton-Hicks. Embora sejam pouco frequentes, irregulares e não provoquem dor, estas contrações podem estar associadas a dor na zona inferior das costas.

• Dor nas pernas e pés:

As dores e os incómodos nos pés surgem em consequência do aumento de peso que ocorre ao longo da gravidez. Além disso, as hormonas que surgem durante a gravidez relaxam os ligamentos da zona inferior das costas e os dos joelhos, tornando-os mais vulneráveis a lesões. Em consequência do aumento do tamanho do útero, este pode exercer pressão sobre alguns nervos, o que causa endurecimento e sensação de formigueiro tanto nos pés como nas mãos. Esta sensação é bastante frequente, mas desaparece após o parto.

• Dor mamária e dor uterina:

O útero é um órgão muito elástico, um músculo que dilata com a evolução da gravidez, podendo provocar desconforto. Também os seios da mulher aumentam de tamanho, tornando-os mais pesados e sensíveis.

Segundo Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), “neste Dia Mundial da Grávida é importante lembrar que as dores associadas à própria gravidez e que muitas vezes geram ansiedade e receio por parte das futuras mães, devem ser igualmente acompanhadas pelo médico para que não se prolonguem além deste período. Muitas vezes, resultante de esforços ou má postura durante a gravidez, surgem outros problemas mais complexos no futuro”.

A maioria das dores sentidas durante a gravidez são fisiológicas e surgem na sequência da própria gravidez, mas outras dores podem ser patológicas e desencadeadas por infeções ou doenças. A maioria das perturbações que causam dor durante a gravidez têm resolução, mas devem ser acompanhadas clinicamente. A grávida deve alterar alguns hábitos, atividades e posições para aliviar ou evitar agravar a dor. Noutros casos, caminhar pode aliviar a dor, bem como fazer exercícios de relaxamento e alongamentos.

 

Infeção bacteriana
O impetigo é uma infeção bacteriana cutânea contagiosa muito comum, estimando-se que cerca de 140 milhões de pessoas em todo o...

Apesar de poder também surgir na idade adulta, o impetigo afeta principalmente crianças entre os 2 e os 5 anos. Pode ser classificado como infeção primária, quando ocorre na pele intacta, ou como infeção secundária, sempre que ocorre devido a uma lesão cutânea pré-existente, como picadas de mosquitos.

Segundo a Dr.ª Cristina Claro, especialista em Dermatologia Pediátrica do CHLO – Hospital Egas Moniz “no verão, as temperaturas são mais elevadas e o clima está mais húmido, o que favorece a propagação natural da infeção. Para além disso, a população de mosquitos cresce consideravelmente nesta altura do ano, e consequentemente, aumentam os casos de impetigo”.

O impetigo pode ser causado por dois tipos de bactérias, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes. “Quando o indivíduo ou a criança são portadores da bactéria, o ato de coçar as lesões causadas pelas picadas de insetos conduz a feridas na pele que podem ser uma porta de entrada para a infeção”, acrescenta a especialista.

Desta forma, é fundamental apostar na prevenção e, em caso de infeção, procurar um médico especialista para garantir um diagnóstico atempado, por forma a prevenir a propagação da infeção, o contágio e a sua evolução para casos mais graves da doença. No caso de picadas ou mordeduras de mosquito, evitar coçar a zona afetada também ajuda a prevenir a propagação da infeção.

7 de setembro | Dia Mundial para a Sensibilização e Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne
Disfunção respiratória é uma das consequências da doença, com impacto na qualidade de vida dos doent

A distrofia muscular de Duchenne é uma doença neuromuscular, rara, que resulta da incapacidade de o organismo produzir uma proteína fundamental para o funcionamento do músculo e que deve o seu nome ao neurologista francês, Guillaume de Duchenne que, na década de 1860, a descreveu com algum detalhe. Progressiva e altamente incapacitante, os seus sintomas costumam surgir logo nos primeiros anos de vida, destacando-se, entre eles, atrasos na aquisição da marcha, marcha instável, quedas frequentes, incapacidade em correr ou subir escadas e, em alguns casos, atraso na linguagem e dificuldades de aprendizagem. A perda da marcha pode ocorrer entre os 8 e os 12 anos ou, até, no início da idade adulta, em função da sua mutação genética. Com uma prevalência de 1 caso para cada 3500 nascimentos do sexo masculino, pode ser diagnosticada de forma cada vez mais precoce, o que permite que a sua evolução possa ser criteriosamente monitorizada, em todas as suas fases, desde a infância até à idade adulta.

E se, até muito recentemente, esta se apresentava como uma sentença de incapacidade total, face à degradação de todos os músculos, hoje, as coisas mudaram. Ainda sem cura, são várias as medidas que devem ser tomadas para permitir melhorar a qualidade de vida destes doentes e a sua sobrevida. No entanto, para que isso aconteça, é preciso que se fale sobre Duchenne, que se partilhe informação, que se dê a conhecer aquela que é a causa mais comum de distrofia muscular e as muitas formas de melhorar a vida destas pessoas. A correta, e completa, avaliação da função respiratória é um dos cuidados essenciais.

No Dia Mundial para a Sensibilização e Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne, que se assinala a 7 de setembro, o alerta vai para a necessidade de melhorar ainda mais os cuidados. Apesar de todos avanços, e do muito conhecimento adquirido e partilhado, os desafios ainda são muitos. À medida que a doença progride, os músculos respiratórios enfraquecem, o que reduz a capacidade do doente em respirar, permitindo que se instale uma grave disfunção respiratória, que pode levar gradualmente à hipoventilação noturna, e todas as suas consequências, tais como esgotamento, dores de cabeça, dificuldades de concentração, oxigenação deficitária, entre muitas outras. Coisas simples como ver televisão ou videojogos podem tornar-se tarefas difíceis para o cérebro.

Apesar de um consenso alargado entre os especialistas, que recomendam a realização de avaliações completas da função respiratória de seis em seis meses para os doentes com Duchenne em todas as fases, isso ainda não acontece. De facto, um estudo publicado em 2016 confirma que 71% dos doentes que já tinham perdido a capacidade da marcha não faziam avaliações regulares da função respiratória, com consequências para a sua qualidade de vida.

Miguel Félix, Pediatra, coordenador da Unidade de Pneumologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra e Presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia Pediátrica e Sono, comenta acerca do envolvimento respiratório na Distrofia de Duchenne: “Além da avaliação da função respiratória, é fundamental intervir nestes doentes em termos de suporte respiratório, de acordo com os standards internacionais de cuidados, através da instituição de ventilação não-invasiva durante o sono, recrutamento de volume e medidas de apoio à desobstrução brônquica incluindo tosse assistida. Em contraste com o estudo referido acima, realizado em vários outros países europeus em 2016, os doentes com Duchenne seguidos em Portugal nas Unidades de Pneumologia Pediátrica têm, na sua maioria, avaliação atempada em termos de função respiratória e disponibilidade dos meios de tratamento recomendados. Devem ainda assim ser mantidos todos os esforços para a conseguir que estes cuidados sejam cada vez mais universais e atuais.”

Joaquim Brites, Presidente da APN - Associação Portuguesa de Neuromusculares, reforça a importância destas avaliações. “Há muito tempo que não existem dúvidas de que a qualidade de vida destas pessoas, em qualquer fase da doença e independentemente da sua idade, pode melhorar drasticamente se for acompanhada de cuidados de saúde considerados essenciais e, internacionalmente reconhecidos como “standard”. Falamos de todas as terapias de reabilitação respiratória, funcional e cardíaca, aplicadas de forma regular. A importância das recomendações dos cuidados, a nível internacional, não pode ser subestimada pelo Serviço Nacional de Saúde, sobretudo quando se trata de prevenir, na infância, uma consequência já conhecida na idade adulta, através de atos médicos simples e não dispendiosos, como a avaliação da função respiratória”, refere.

Fonte: 
Nota: 
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Lesão rara
Um estudo internacional realizado com um indivíduo que sofre de uma lesão cerebral extremamente rara, em que vê caras a ...

O estudo, já publicado na revista científica Current Biology, foi conduzido por investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), em colaboração com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e com as instituições americanas Dartmouth College e Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A equipa estudou um homem destro de 59 anos, identificado como A.D., que apresenta uma condição neurológica designada hemi-prosopometamorfopsia, uma lesão extremamente rara, sendo conhecidos cerca de 25 casos em todo o mundo, que leva a que a perceção de faces, apesar de ser algo que temos de fazer continuamente, seja geradora de grande desconforto.

Esta condição, explica Jorge Almeida, investigador principal do estudo e diretor do Proaction Lab da UC, «caracteriza-se geralmente pela perceção de uma distorção nos olhos, nariz e/ou boca apenas num dos lados da face – estas partes da face parecem estar a descair, quase como se estivessem a derreter. Nada mais além de imagens de faces causa estas distorções».

Tal como outros pacientes com hemi-prosopometamorfopsia, as distorções vivenciadas pelo paciente A.D. foram causadas por uma lesão nos feixes de matéria branca que ligam as áreas neuronais dedicadas às faces que estão no hemisfério esquerdo com as que estão no hemisfério direito.

As várias experiências realizadas com este paciente permitiram concluir que, «para vermos e reconhecermos faces, o nosso cérebro usa um processo semelhante aos sistemas de reconhecimento digital de faces usados pelas plataformas Facebook e Google», demonstrando pela primeira vez a existência de uma etapa no processamento de faces em que estas são rodadas e redimensionadas para corresponder a um padrão: «no processo de reconhecermos uma face que estamos a ver, comparamos esta face com as que temos na nossa memória. Assim, todas as vezes que vemos uma face, o nosso cérebro cria uma representação dessa face e alinha-a com um modelo que temos em memória», esclarece Jorge Almeida.

Foi, também, possível mostrar que estas representações de faces estão presentes nos dois hemisférios do cérebro e que as representações das metades direita e esquerda das faces são dissociáveis. Assim, esta investigação «veio não só aumentar o conhecimento sobre o funcionamento do cérebro, bem como apoiar com evidência científica uma das metodologias de reconhecimento facial mais usadas atualmente», acrescenta.

Uma das experiências realizadas prendia-se com a apresentação de imagens em diferentes perspetivas (de perfil esquerdo, de frente e de perfil direito). O paciente indicou que os olhos, boca e/ou nariz das faces apresentadas pareciam estar descaídas - zonas a vermelho na imagem 1. Nenhuma outra deformação foi reportada quando foram apresentadas imagens que não fossem faces (automóveis, casas, etc.).

Numa outra experiência, os investigadores expuseram imagens de faces em formas muito distintas: as metades esquerda e direita das faces em separado, em ambos os lados do campo visual (direito e esquerdo) e rodadas a 90, 180 e 270 graus.

Independentemente de como as faces eram apresentadas, A.D. continuou a reportar que as distorções afetavam as mesmas partes da face, representadas a vermelho na imagem 2. Mesmo quando a face era invertida (boca em cima e olhos em baixo), o paciente via as distorções agora no lado esquerdo. Continuava a ser o olho direito que parecia estar a “derreter”, mesmo que na face invertida este esteja localizado no lado esquerdo da face.

«Ao apresentar faces em vários ângulos de rotação, verificámos que apenas as características direitas da face estavam distorcidas, mesmo quando a face foi apresentada invertida a 180 graus e essas partes da face se encontravam no lado esquerdo. A única forma de explicar este resultado é que ao processarmos faces, rodamo-las e criamos um modelo centrado na face e não no observador. Desta forma, o olho direito neste modelo centrado na face é representado sempre como o olho direito, mesmo que este esteja no nosso campo visual esquerdo como quando vemos uma face invertida. Este modelo centrado na face é depois comparado com um modelo já existente», conclui Jorge Almeida.

O artigo científico, intitulado “Face-Specific Perceptual Distortions Reveal A View- and Orientation-Independent Face Template”, pode ser consultado em: https://doi.org/10.1016/j.cub.2020.07.067.

Saiba como
A Psoríase é uma doença autoimune, crónica, “que ainda não tem cura, mas tem tratamento”, afirma Pau

“A psoríase de placas, nomeadamente na zona dos cotovelos, é a mais comum explica Paulo Ferreira.” Daí a imagem vulgar de placas, uma lesão com relevo, vermelha e com escamas brancas, como se fosse cera”, descreve o médico. É muitas vezes essa apresentação que leva ao diagnóstico da doença e é também a mais fácil de tratar”. Se for confinada aos cotovelos até pode ser tratada com terapêuticas tópicas”, indica o médico.

Isto, porque a terapêutica para a psoríase varia de acordo com a localização e extensão das lesões. “Os tratamentos podem variar tendo em conta a zona do corpo. Se a Psoríase estiver nas mãos, podem-se usar pomadas ou cremes, mas se for no couro cabeludo, por exemplo, deve-se usar uma loção” refere o dermatologista. A forma de apresentação dos princípios ativos do medicamento é fundamental, para definir os melhores tratamentos tópicos para as formas ligeiras da doença. Nas formas mais graves, utilizam-se tratamentos sistémicos “que atuam no organismo como um todo”, através injetáveis ou fototerapia, conclui.

Quando as lesões são disseminadas ou são feitas terapias desadequadas, a Psoríase pode mesmo atingir a zona dos olhos e pálpebras. Nesses casos, “há produtos tópicos muito eficientes, mas implicam uma escolha criteriosa pelo dermatologista”, refere o médico. Apesar de não serem as formas mais comuns, implicam uma consulta urgente para tratar precocemente. 

Associada à psoríase, surge muitas vezes a artrite psoriásica, que deve ser detetada e tratada o mais cedo possível, porque “a longo prazo pode ser particularmente incapacitante”, refere o médico. Doentes que apresentem sinais iniciais de rigidez e dor nas articulações, devem ser tratados preferencialmente pela reumatologia, em consulta multidisciplinar com a dermatologia, ou seja, “devem ser guiados por profissionais que se complementam no tratamento da doença, daí ser importante informar sobre a mesma e sobre todas estas questões junto da sociedade em geral”, acrescenta Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal.

Tanto o dermatologista como o presidente da PSOPortugal assinalam a importância de detetar, diagnosticar e tratar precocemente e adequadamente a psoríase e todas as suas co morbilidades. E da importância de o tratamento ser prescrito e seguido pelo médico. Isto, porque qualquer medicamento, quer seja tópico ou sistémico pode ter efeitos secundários. “Há que pesar os prós e os contras, adaptando o tratamento à saúde de base do doente e seus comportamentos”, afirma Paulo Ferreira.

É necessário estudar o doente, fazer a história clínica, ver se há uma carga hereditária vincada: “se o doente tem outros casos de Psoríase na família, ou mesmo tiroide, artrite, diabetes, fígado gordo, outras doenças autoimunes…” e analisar o estado da doença, se está muito espalhada ou não.

A viragem no tratamento

Um momento de viragem no tratamento da psoríase foi o lançamento dos medicamentos biotecnológicos. “São a revolução total, nomeadamente no tratamento das formas ligeiras a moderadas da Psoríase. São anticorpos, pequenas proteínas, que vão neutralizar ou bloquear mediadores da inflamação que estão muito descontrolados na Psoríase”, indica Paulo Ferreira, adiantando que as opções disponíveis demonstraram eficácia e segurança.

O médico ressalva, no entanto, que por vezes o contexto clínico do doente obriga a interromper o tratamento com o medicamento biotecnológico, como aconteceu com alguns doentes na altura expressiva da pandemia de covid-19, por precaução. Importante que “essa decisão deve ser refletida e orientada pelo médico. O doente não deve por si só, interromper sem falar ou ser aconselhado pelo seu médico. Pois existem casos em que pode haver uma perda brusca da eficácia e ser difícil depois recuperar os níveis de eficácia que se tinham conseguido num estado inicial”.

Para saber mais, assista aos episódios da série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, da PSOPortugal aqui:

 

 

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Quatro milhões de euros
Paulo Rocha e Bárbara Gomes, cientistas da Universidade de Coimbra (UC), acabam de ser contemplados com bolsas “Starting Grant”...

Paulo Rocha, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), recebe 2,2 milhões de euros para concretizar o projeto “Green – Generating Energy from Electroactive Algae”, que visa a geração de energia limpa e sustentável através da comunicação entre algas.

Para o investigador, este projeto, com a duração de cinco anos, «alinha-se no desenvolvimento de uma nova fonte de energia limpa, de baixo custo, com vista a minimizar significativamente os custos de eletricidade, o uso de combustíveis fósseis e emissões de dióxido de carbono».

Paulo Rocha, que expressa um «orgulho imenso de ter sido selecionado num dos programas mais competitivos do mundo da ciência. E, também, um orgulho por poder desenvolver este projeto em Portugal, na Universidade de Coimbra», revela que a atribuição desta bolsa europeia vai permitir a criação de um laboratório de renome mundial em Bioenergia e Bioeletrónica.

Por seu turno, Bárbara Gomes, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), obtém 1,8 milhões de euros para realizar um estudo inovador sobre as experiências dos cidadãos em relação ao local onde preferem morrer e onde realmente morrem, intitulado “EOLinPLACE – Choice of where we die”. A investigação será desenvolvida em quatro países com realidades contrastantes - Portugal, Holanda, Uganda e Estados Unidos.

Este projeto, que irá contribuir para aumentar a humanização e qualidade na prestação dos cuidados de saúde em fim de vida, «ambiciona transformar a forma como classificamos e entendemos os locais onde as pessoas são cuidadas no final da sua vida e onde acabam por morrer. Vamos refinar as classificações atuais, que são incompletas e inconsistentes entre países, como, por exemplo, a classificação de local de morte que é utilizada nos certificados de óbito. Vamos também deslocar o foco da nossa atenção do derradeiro local de morte para a trajetória individual de fim de vida que o antecede, o que acreditamos ajudará a perceber melhor o que leva as pessoas a morrer onde morrem», afirma Bárbara Gomes, investigadora do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB) da Universidade de Coimbra.

Com o financiamento do Conselho Europeu de Investigação agora obtido, a equipa liderada por Bárbara Gomes, que reúne investigadores de várias áreas – medicina, enfermagem, estatística e psicometria, psicologia, sociologia, antropologia, economia e investigação em serviços de saúde –, vai desenvolver estudos qualitativos e quantitativos nos próximos cinco anos, trabalhando lado a lado com «representantes de doentes e das suas famílias, e seguindo pessoas com doenças potencialmente fatais ao longo do tempo, com o objetivo de criar uma base científica sólida para uma classificação internacional contemporânea e pioneira que permitirá mapear os locais onde as pessoas preferem ser cuidadas e onde são realmente cuidadas. Assim, conseguiremos capturar a diversidade de trajetórias individuais de fim de vida e possibilitar escolhas».

Sobre o impacto que esta investigação poderá ter nos cuidados de saúde em fim de vida, a também investigadora do King's College London acredita que, «num mundo em transformação, com cada vez mais necessidade de bons cuidados de fim de vida e paliativos, ampliadas no presente contexto pandémico, e com recursos limitados, este projeto abrirá novos rumos para cuidarmos melhor dos que estão prestes a deixar-nos, por motivo de doença progressiva e incurável, sejam eles adultos, adolescentes ou crianças. Com novo conhecimento sobre trajetórias individuais de fim de vida e com uma classificação internacional que poderá ser utilizada para planear os cuidados e monitorizar resultados em saúde, ajudaremos as pessoas a ser cuidadas, a viver e a morrer onde preferem estar».  

Para a Vice-Reitora da UC responsável pelo pelouro da investigação, Cláudia Cavadas, estas duas prestigiadas bolsas europeias «vão reforçar e potenciar a investigação de excelência na UC. Ao longo dos anos, o financiamento do ERC tornou-se numa referência internacional no apoio aos cientistas que desenvolvam investigação de excelência e que cruza fronteiras e diferentes áreas do conhecimento. A investigação ERC é também essencial para superar os desafios societais presentes e futuros. Assim, dada a relevância deste tipo de projetos de investigação, a Reitoria da UC elegeu como uma prioridade e reforçamos o apoio às candidaturas ao ERC com a iniciativa ERC@UC, em que damos treino e acompanhamento aos investigadores para terem uma candidatura de sucesso e criamos condições de acolhimento muito interessantes». 

O Conselho Europeu de Investigação foi criado em 2007 pela União Europeia (UE) para financiar cientistas de excelência. As bolsas “ERC Starting Grants” são destinadas a cientistas em início de carreira, possibilitando-lhes formar grupos de trabalho e desenvolver projetos em diferentes áreas científicas.

Setembro | Mês de Sensibilização para o Cancro Infantil
O mês de setembro é o escolhido para promover, no mundo inteiro, a sensibilização para o cancro infantil. Em Portugal surgem,...

Este ano organiza uma edição especial do “Conversas Sobre”, direcionado à população em geral e onde os seus convidados vão apresentar a realidade da oncologia pediátrica em Portugal. Em formato de webinar, este momento vai ter lugar no próximo dia 17 de setembro, pelas 15h00, no Zoom, e partilhado na página de Facebook da Fundação. Para se inscrever no webinar consulte o site da FROC.

“Potenciando estas novas plataformas a que todos nos habituamos nos últimos meses queremos chegar a mais portugueses e sensibilizá-los para o que é o dia a dia das crianças, jovens, famílias, profissionais e voluntários que lutam diariamente contra o cancro”, afirma Cristina Potier, diretora-geral da FROC, que reforça ainda: “não podemos ficar indiferentes a esta realidade e é importante alertar o muito que ainda falta fazer nesta área.”

O webinar conta com a participação de Nuno Farinha, presidente da Sociedade de Hematologia e Oncologia Pediátrica, Maria Filomena Pereira, diretora de Serviço de Pediatria do IPOFG de Lisboa e membro do Conselho de Curadores da FROC, Maria de Jesus Moura, diretora de Serviço de Psicologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPOFG), e de Margarida Cruz, diretora-geral da Acreditar. A moderação está a cargo da jornalista Fernanda Freitas.

O “Conversas Sobre” foi um projeto lançado nos últimos meses pela Fundação Rui Osório de Castro que consiste em sessões temáticas direcionadas para as famílias, doentes ou sobreviventes, orientadas por profissionais da área e que tendo em conta as circunstâncias impostas pelo COVID 19 adotaram um formato online.

A Fundação Rui Osório de Castro convida ainda a população em geral a juntar-se a este movimento usando a pulseira #NÃOFICOINDIFERENTE e a partilhar fotografias com estas pulseiras nas redes sociais. Esta pulseira é oferecida a todos os que durante o mês de setembro fizerem um donativo mínimo de 1€ à Fundação Rui Osório de Castro. O valor angariado reverterá na sua totalidade para os projetos de informação e de apoio à investigação a que a FROC se dedica.

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