Boletim Epidemiológico
De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 2899 novos diagnósticos positivos de Covid-19, nas últimas 24 horas...

O mais recente boletim epidemiológico dá ainda conta de mais 31 vítimas mortais, elevando o número de óbitos associados a esta infeção para 2276.

O Norte é, neste momento, a região mais preocupante, contabilizando 1516 novos casos e 14 mortes. Lisboa e Vale do Tejo surge logo depois com 918 pessoas infetadas desde ontem e 9 óbitos. O relatório desta sexta-feira aponta também para mais 365 casos no Centro, onde se registam 5 mortes.

Há mais 53 casos e 2 vítimas mortais no Alentejo, ao passo que o Algarve apresenta mais 38 pessoas infetadas e 1 morte. Quanto às regiões autónomas, não se verificam óbitos, mas os Açores contam com mais 2 pessoas infetadas e a Madeira com mais 8.

 

Prevenção nas escolas
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, anunciou um investimento adicional de cerca de sete milhões de euros para...

Para o primeiro período, o Governo já tinha feito um investimento semelhante, assegurando na altura que para os períodos seguintes seriam dadas dotações adicionais, mas sem avançar valores.

“Já seguiu para as escolas a informação para haver um reforço do orçamento das escolas em cerca de sete milhões de euros para assegurar as aquisições para o segundo período de tudo aquilo que as escolas precisam verdadeiramente, nomeadamente as máscaras, o álcool gel e todos os outros materiais de que necessitam atempadamente”, revelou Tiago Brandão Rodrigues.

 

Implicações na saúde infantil
Segundo a Ordem dos Nutricionistas e a Confederação de Treinadores de Portugal, a pandemia e as regras sanitárias estão a...

José Pereira, da Confederação de Treinadores de Portugal​​​​​​, explica em entrevista à TSF que, sem equipas a treinar e sem campeonatos a decorrer, os jovens acabam por ter a prática de desporto dificultada.

"As equipas distritais e nacionais juvenis, neste momento, não têm competição organizada, de uma forma geral, portanto, os jovens não têm desporto", afirma José Pereira.

"Neste momento, eles têm um movimento, que é conhecido pelo exercício dos polegares, que é mandar mensagens dos telemóveis. O músculo que eles mais exercitam é os polegares", ironiza.

José Pereira nota que "não se prevê que, a curto prazo", esta situação "venha a modificar-se" e frisa que a mesma "tem sido extremamente prejudicial para os nossos jovens".

Por seu lado, a Ordem dos Nutricionistas alerta que se, à falta de desporto, estiver aliada a uma alimentação menos cuidada, as consequências para os mais novos podem ser severas.

Alexandra Bento, revela aliás que esta é "uma mistura verdadeiramente explosiva”. Citando um estudo da Direção-Geral de Saúde, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas revela que, durante o período de confinamento, "quase metade da populaça alterou os hábitos alimentares", sendo que "42% alterou para pior".

"Claramente, nesse período, comeu-se pior", afirma a bastonária, temendo que a quebra dos rendimentos das famílias, devido à crise pandémica, possa estar a ter consequência na alimentação dos mais novos.

"Se os agregados familiares diminuíram o seu rendimento, se estão a viver momentos de mais stress, se têm novos modelos de compra - porque as famílias têm novos horários e vivem novas realidades em termos laborais - então poderemos estar a ter muitas famílias portuguesas com dificuldade em alimentar-se de forma correta", afirma na entrevista.

Mas não é só em casa que se passou a comer pior. Alexandra Bento recorda que também a forma de comer nas escolas mudou devido à pandemia.

"O acesso aos alimentos nas escolas está mais dificultado, porque há uma série de alterações que tiveram de ser operacionalizadas, quer nas cantinas, quer nos bares das escolas, quer nas máquinas de venda automática", conclui.

Reivindicação
A Plataforma Saúde em Diálogo escreveu ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solicitando a participação nas...

A Plataforma lembra que as decisões tomadas no que respeita à Covid-19 têm especial impacto na vida de doentes crónicos, a grande maioria dos beneficiários das 55 associações que representa. Por este motivo, reivindica uma participação mais ativa, além do envio de propostas de medidas ao Ministério da Saúde, ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social e à comunicação social.

Como a Presidente da Direção da Plataforma afirma na carta, "a nossa participação será certamente muito mais rica e produtiva se participarmos efetivamente nos processos de decisão, sendo connosco partilhada a informação em que se baseiam as vossas decisões, ouvindo os vossos argumentos e a vossa razão de ciência». É convicção de Maria do Rosário Zincke que o saber e experiência da Plataforma «são o que permitirá decisões mais adequadas aos seus destinatários".

A insistência da Plataforma Saúde em Diálogo surge depois de não ter sido convidada a participar nas audiências do Presidente da República aos vários agentes de Saúde Pública, nos termos da Lei nº 108/2019, de 9 de setembro, que consagra a Carta para a Participação Pública em Saúde, de que a Plataforma é signatária.

Sobre a Plataforma Saúde em Diálogo

Fundada em 1998, a Plataforma Saúde em Diálogo - Associação para a Promoção da Saúde e Proteção da Doença, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem por missão fazer ouvir a voz dos doentes e utentes de saúde, contribuindo para a evolução de um sistema de saúde cada vez mais centrado nas pessoas. Conta atualmente com 55 associadas, entre as quais associações de doentes, promotores de saúde, profissionais de saúde e consumidores. 

 

Doenças raras
A baixa estatura é a característica física mais evidente de um grupo de doenças designado de Displas

De origem genética, podendo “ser herdadas de forma autossómica recessiva, autossómica dominante, recessiva ligada ao X, dominante ligada ao cromossoma X, e ligada ao cromossoma Y”, as Displasias Ósseas correspondem a um conjunto muito heterogéneo de doenças raras que afetam, maioritariamente, o desenvolvimento, a estrutura e constituição dos ossos, da cartilagem e da dentina, refletindo-se em baixa estatura e, em alguns casos, incapacidade motora.

Segundo Inês Alves, “estão atualmente identificadas 461 displasias ósseas, não letais e letais, divididas em 42 grupos de acordo com 4 critérios: fenotípicos ou aspeto físico, radiológicos, bioquímicos e genéticos. E, embora, sejam individualmente raras, têm uma prevalência global de 1 caso a cada 5000 nascimentos”.

A maioria das displasias ósseas, explica a presidente da ANDO Portugal – Associação Nacional de Displasias Ósseas, “ocorre devido a mutações no DNA, que podem surgir de forma espontânea, conhecidas por “mutação de novo”, ou herdadas de pais para filhos”.

Embora o seu diagnóstico possa ocorrer ainda no segundo trimestre de gravidez, “em muitos casos, só é reconhecido em período pós-natal”. Não raras as vezes, a identificação exata destas doenças pode levar anos a acontecer.

“Este atraso pode ter vários motivos entre os quais o reduzido conhecimento e reconhecimento de displasias ósseas por muitos profissionais de saúde, a muito limitada referenciação de casos com suspeita de displasia óssea, as características diversas de cada displasia e a perda parcial de seguimento clínico da criança/adulto com displasia óssea”, explica Inês.

Para o seu reconhecimento, para além da realização de um exame físico completo “para observação de características distintivas ou dismórficas”, apoiado em testes laboratoriais e radiográfico, deve ser tida em conta a história familiar. “A genética médica é a especialidade por excelência para o diagnóstico de displasias, havendo contributos da pediatria, endocrinologia, ortopedia e fisiatria/reumatologia, principalmente”, esclarece a representante da Ando.

Como já foi referido, embora a baixa estatura seja o traço mais frequente nestas patologias, existem outras, nomeadamente de origem hormonal ou metabólica, que podem apresentar o mesmo tipo de manifestação. Nas displasias ósseas, as complicações associadas podem ainda ser muito distintas e afetar diferentes sistemas orgânicos, como “o esqueleto, as articulações, o sistema neurológico e o respiratório”.

Embora não exista tratamento farmacológico para todas as 461 displasias ósseas conhecidas – apenas 1% destas patologias podem recorrer a terapêutica farmacológica -, “estão atualmente em investigação ou ensaio clínicos tratamento farmacológico para outras 7 displasias”. Inês Alves, ressalva, no entanto, que estes tratamentos não curam a doença, limitando-se a melhorar a qualidade de vida da pessoa com displasia.

Tendo em conta todos estes aspetos, e sendo que podem surgir múltiplas complicações associadas à doença, ao longo da vida, estes doentes devem ser acompanhados por uma equipa multidisciplinar, “idealmente com seguimento num centro hospitalar de referência, e acompanhamento de proximidade com uma equipa de profissionais de saúde na área de residência”.

As displasias não letais mais frequentemente observadas são a acondroplasia, a discondrosteose de Léri-Weill, as colagenopatias tipo II como a displasia espondiloepifisária congénita e a osteogénese imperfeita.

«Há uma elevada complexidade multifatorial relacionada com o impacto da displasia em cada pessoa»

Dada a sua complexidade, a Displasia Óssea atinge cada doente de forma única, sendo o seu impacto dependente de diversos fatores, no entanto, Inês Alves chama atenção para o impacto que a baixa estatura tem na vida destes doentes. “As questões relacionadas com as acessibilidades de forma a assegurar independência, são muito relevantes. Por outro lado, a gestão dos cuidados médicos ao longo da vida consome muitos recursos como a energia pessoal, financeiros e de tempo e lidar com os desafios sociais face à diferença física pode ser muito impactante para as pessoas com displasia óssea e para as famílias, podendo ter uma carga existencial enorme”, revela.

“É necessário que a sociedade entenda que a diferença física é comum, seja ou porque se tem baixa estatura, ou uma cabeça desproporcionadamente grande, ou excesso de peso, ou magreza, ou cabelo ruivo, ou um membro amputado, etc e que a sociedade assuma a diferença com naturalidade. Também é muito importante que as pessoas sejam conscientes que são parte integrantes da sociedade e que cada uma se identifica individualmente pelo seu nome próprio. E este é um dos grandes trabalhos a ser feito: que as pessoas com displasia sejam conhecidas e chamadas pelo seu nome próprio e não por termos depreciativos”, acrescenta, relembrando que “é frequente as crianças começarem a questionar como são, e porque são assim, entre os 4 e os 6 anos”. Neste sentido, o papel dos pais na aceitação da doença é essencial, embora, nem sempre fácil. “Quando os pais têm conhecimento que o filho/a tem uma displasia óssea, é um período emocionalmente muito complexo, que pode demorar meses ou vários anos a superar, e que pode também estar relacionado com o tempo do diagnóstico. Aceitar que o filho/a tem uma displasia e recuperar emocionalmente é um passo muito importante para puder ajudá-lo/a”, reforça a presidente da ANDO Portugal, esclarecendo que a Associação presta aconselhamento e apoio às famílias. “A ANDO Portugal - Associação Nacional de Displasias Ósseas tem, desde 2015, apoiado pessoas com displasia ósseas e famílias, na superação de múltiplas questões, na obtenção de informação sobre a sua displasia, na ajuda a nível psicossocial, educativo, profissional assim como na orientação para acompanhamento clínico e terapêutico diferenciado”, afirma.

No entanto, admite que há ainda todo um “caminho pela frente para o diagnóstico precoce de muitas das displasias ósseas menos frequentes, na normalização da diferença física na sociedade, no acesso medicamentos inovadores e  terapias, na produção de mais investigação científica centrada na pessoa, na melhoria da qualidade de vida, na integração na sociedade e em alargar o conhecimento sobre as displasias ósseas entre profissionais de saúde, famílias e sociedade em geral”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Orientações
O Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI), O Núcleo de Nutrição Clínica (NENC) e o Núcleo de Estudos de Medicina Paliativa ...

“A demência é uma síndrome neurológica de agravamento progressivo, sem cura, cuja prevalência tem vindo a aumentar devido ao envelhecimento da população. Existe um grande desconhecimento entre profissionais de saúde e cuidadores relativamente à melhor abordagem da alimentação nos doentes com demência avançada.” explica Ana Pessoa, Internista no Centro Hospitalar do Médio Ave.

Continua: “Na demência avançada, condição terminal em que deve ser privilegiado o conforto do doente, este está habitualmente acamado, necessita de ajuda para a higiene e para a alimentação, e muitas vezes não é capaz de falar. É nesta altura que surgem as maiores dificuldades com a alimentação. Desta forma, alimentar um doente com demência avançada é um desafio para o cuidador. O doente pode perder o apetite, recusar-se a comer ou mesmo engasgar-se com os alimentos. A alimentação por sonda parece ser uma opção óbvia, mas acarreta vários riscos. Como alternativa, recomenda-se a alimentação por via oral de acordo com a tolerância e vontade do doente, denominada por alimentação de conforto. A alimentação de conforto, não sendo a opção ideal, é a menos agressiva e que mais respeita a vontade do doente.

Existem várias estratégias que se podem utilizar para otimizar a alimentação via oral nestes doentes. Do ponto de vista ético e legal é legitimo não alimentar por sonda na fase terminal da demência, caso este procedimento seja contrário aos valores da pessoa e não se objetivem benefícios. Esta decisão deve ser tomada após discussão multidisciplinar incluindo o doente (se possível), representante legal, cuidadores, família e equipa de profissionais de saúde envolvidos, elaborando um plano individual de cuidados que permita a tomada de decisões no melhor interesse do doente. “Assim, o conhecimento acerca desta patologia e das opções de alimentação disponíveis é fundamental para podermos melhorar os cuidados prestados a esta cada vez maior e mais vulnerável população de doente”, conclui a internista.

30 de outubro a 3 de novembro
A circulação entre concelhos do continente está proibida entre os dias 30 de outubro e 03 de novembro, ou seja, durante o fim...

“Cada cidadão não pode circular entre concelhos, como aconteceu no passado”, revelou a Ministra, explicando que a medida entra em vigor entre as 00:00 de 30 de outubro até ao dia 3 de novembro.

A decisão de voltar a limitar a circulação surge pouco mais de uma semana após o Conselho de Ministros ter anunciado o regresso do estado de calamidade.

“O Governo tem consciência de que este é um fim-de-semana muito relevante para muitos portugueses, mais no Norte e no Centro do que no Sul, mas é-o para muitas famílias”, reconheceu a Ministra da Presidência.

No entanto, o Governo decidiu avançar com a limitação de circulação para reduzir o ajuntamento de pessoas num momento de homenagem aos falecidos, que é “carregado de emoção e que propiciaria um dos principais focos de transmissão da doença, que são as atividades em família”.

Por sua vez, os concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, onde os casos de Covid-19 têm estado a aumentar nos últimos dias, vão ter em vigor o dever de permanência no domicílio a partir das 00:00 de sexta-feira, dia 23 de outubro, decretou o Governo.

A Ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, explicou que as populações dos três concelhos, no distrito do Porto, têm o “dever de permanência domiciliária, com exceção de um conjunto de atividades, à semelhança do que tinha acontecido no passado no conjunto de 19 freguesias [na Grande] Lisboa”.

Nos três concelhos ficam também em vigor a proibição de quaisquer celebrações e eventos com mais de cinco pessoas (salvo se pertencerem ao mesmo agregado familiar), bem como a obrigatoriedade de os estabelecimentos encerrarem às 22 horas, com algumas exceções.

Ficou ainda definido o teletrabalho obrigatório para todas as funções que o permitam, independentemente do vínculo laboral.

De acordo com a informação divulgada pelo Conselho de Ministros, os cidadãos destes três concelhos devem “abster-se de circular em espaços e vias públicas, bem como em espaços e vias privadas equiparadas a vias públicas, exceto para um conjunto de deslocações que estão autorizadas, designadamente para aquisição de bens e serviços, para desempenho de atividades profissionais”.

Podem ainda deslocar-se “por motivos de saúde, para assistência de pessoas vulneráveis, para frequência de estabelecimentos escolares, para deslocação a estabelecimentos e serviços não encerrados, para fruição de momentos ao ar livre, para deslocações para eventos e acesso a equipamentos culturais, para a prática de atividade física ao ar livre, para passeio dos animais de companhia”.

O encerramento às 22 horas aplica-se a todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, bem como aos que se encontrem em conjuntos comerciais. Deste horário ficaram de fora as farmácias e os locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, os consultórios e clínicas, os centros de atendimento médico veterinário com urgências, e as atividades funerárias e conexas.

De acordo com Mariana Vieira da Silva, as medidas anunciadas para estes três concelhos serão reavaliadas na próxima semana.

“Não é confinamento obrigatório, é dito para as pessoas estarem em casa, com exceção de algumas atividades”, disse a Ministra de Estado e da Presidência, frisando que, embora as medidas não sejam iguais para todo o país, a lógica de dever de recolhimento deveria ser adotada por todos.

Mariana Vieira da Silva salientou ainda não existir uma cerca sanitária, lembrando que as populações dos três concelhos podem circular entre eles.

Saiba como agir
Com a melhoria dos cuidados de saúde e das condições socioeconómicas, as pessoas vivem cada vez mais

Então, como podemos alimentar estes doentes?

A resposta mais simples seria utilizando uma sonda, que leva diretamente a comida ao estômago. Esta opção permite dar maior quantidade de alimentos e facilita a administração de medicamentos. No entanto, causa desconforto e agitação, aumentado a necessidade de medidas para imobilizar e tranquilizar o doente. Aumenta também o risco de infeção e de aspiração de alimentos, pois estamos a dar maior quantidade de comida e a ultrapassar as barreiras naturais de defesa do doente.

A opção recomendada internacionalmente é a alimentação de conforto. Damos de comer e beber, lentamente, quando e quanto o doente quiser e tolerar. Esta é a opção menos agressiva, ao permitir que o doente saboreie os alimentos e tenha uma relação mais próxima com a família. No entanto, traz também muita angústia. “Não o vamos alimentar? Vai morrer à fome? Como lhe dou os medicamentos?”, são questões muitas vezes colocadas pelos cuidadores. De facto, a alimentação de conforto pode estar associada à perda de peso. No entanto, por outro lado, a alimentação por sonda não melhora o bem-estar ou sobrevida destes doentes. Sendo a demência uma doença terminal, sem cura, a prioridade é respeitar as preferências e conforto do doente. Existem várias estratégias que permitem otimizar a alimentação por via oral e administrar os medicamentos necessários.

O que fazer então?

Saber é poder, pelo que é fundamental estar informado acerca desta doença para poder fazer as melhores escolhas possíveis. Para auxiliar nesta decisão, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e a Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica criaram o folheto “Alimentação na Demência Avançada”, com informação sobre a demência, a sua evolução, os problemas alimentares que podem surgir, as alternativas disponíveis para alimentação e as possíveis soluções/estratégias que os cuidadores podem seguir para permitir o máximo de conforto e qualidade de vida destes doentes.

Muitas vezes a vida foge ao nosso controlo, e cabe a nós fazer o melhor possível com o que nos é dado. Neste caso, pode controlar o seu futuro. Fale atempadamente com a sua equipa de saúde e com a sua família. Fale sobre a doença, sobre o que poderá acontecer e sobre as opções existentes relativamente à alimentação e outros cuidados. Fale sobre o que quer que seja feito na eventualidade de perder a capacidade de comer. Decida o seu próprio plano antecipado e integrado de cuidados. Ganhe controlo sobre o seu futuro e o futuro dos seus entes queridos.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Medicamentos
A Direção-Geral da Saúde vai adquirir, entre este mês e março de 2021, mais de 100 mil frascos do medicamento antiviral...

A decisão foi tomada hoje, em reunião do Conselho de Ministros, e anunciada pela Ministra da Saúde, Marta Temido, que explicou que “a aquisição de mais de cem mil frascos” terá um custo de cerca de 35 milhões de euros, uma vez que cada um custa 345 euros.

A compra visa “cobrir as necessidades assistenciais dos nossos doentes» entre outubro de 2020 a março de 2021”, revelou a governante. 

O remdesivir é indicado para o tratamento de doentes adultos e adolescentes com pneumonia que necessitem de oxigénio suplementar e foi autorizado na União Europeia para a Covid-19, lembrou Marta Temido.

A aquisição será feita através de contrato específico a celebrar ao abrigo do contrato-quadro de aquisições conjuntas celebrado entre a Comissão Europeia e a empresa farmacêutica Gilead Sciences. 

“Assim, garante-se a manutenção do stock nacional deste medicamento, sem prejuízo da ponderação dos fatores da evolução da pandemia e dos eventuais progressos na abordagem terapêutica da Covid-19”, destaca o Governo, em comunicado do Conselho de Ministros.

 

Último balanço
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), Portugal registou, nas últimas 24 horas,...

O dia com o maior número de casos confirmados de sempre em Portugal fica marcado também pela escalada de infeções a Norte: mais 1954 pessoas infetadas nesta região nas últimas 24 horas, além de sete vítimas mortais.

Lisboa e Vale do Tejo responde por 936 dos novos casos e por seis óbitos, ao passo que o Centro regista mais 281 infetados e duas mortes. No Alentejo foram registados 56 novos casos e uma morte. Segundo a DGS, há mais 28 casos confirmados no Algarve, mais 12 na Madeira e mais três nos Açores.

Esta quinta-feira fica marcada também pelo aumento de 93 doentes internados nos hospitais portugueses, num total de 1356. Destes, 200 encontram-se em unidades de cuidados intensivos, ou seja, mais 13 do que ontem.

 

Exames de diagnóstico e terapêutica fora do SNS
A Ministra da Saúde, Marta Temido, relevou hoje que foi aprovado, em Conselho de Ministros, um decreto-lei que prevê uma nova...

A medida produz efeitos a partir de 1 de janeiro de 2021, relativamente aos exames complementares de diagnóstico e terapêutica prescritos no âmbito da rede de prestação de cuidados de saúde primários e realizados fora do SNS.

Com esta introdução, o Governo dá continuidade ao processo de dispensa de taxas moderadoras no SNS, após ter concretizado, ao longo do presente ano, a dispensa nas consultas dos cuidados de saúde primários e também nos exames complementares de diagnóstico e terapêutica prescritos no âmbito da rede de prestação de cuidados de saúde primários e realizados no mesmo âmbito.

De acordo com o comunicado divulgado no Portal do Governo, trata-se de "um importante passo no sentido de alcançar um SNS cada vez mais justo e inclusivo, que responda melhor às necessidades da população e garanta a cobertura universal em saúde".

Evento online
A 18.ª Reunião Anual da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) realiza-se no próximo dia 23 de outubro,...

“Numa primeira parte vamos falar do futuro do tratamento do AVC”, avançou Vítor Tedim Cruz, da Direção da SPAVC. “Como não podemos falar de tudo”, continuou, “optámos por abordar o papel da inteligência artificial na estruturação dos cuidados e processos de decisão no AVC e o futuro das estratégias para a recuperação do tecido cerebral lesado”.

Esta primeira sessão contará com a participação de um convidado internacional, o Professor Kim Mouridsen, especialista dinamarquês da Universidade de Aharus, dedicado à aplicação prática de soluções de inteligência artificial a processos de neuroimagem e decisão no AVC. “Com ele vamos poder perceber melhor como será o futuro mais próximo e quais as áreas por onde se iniciará esta transformação”, salientou o médico.

“Depois, vamos rever o diagnóstico, a classificação etiológica e a prevenção precoce do AVC. Na sessão final, vamos rever os diferentes tratamentos do AVC hemorrágico e o que pode ser determinante para melhorar o resultado final de um doente”.

A vice-presidente da SPAVC, Patrícia Canhão, acrescentou que “também haverá a habitual mesa de apresentação de casos clínicos “problema” para discussão e partilha de decisões, um simpósio (promovido pela Bayer) e uma sessão da iniciativa Angels em Portugal”.

Na opinião da médica neurologista “o modelo virtual permite maior número de participantes, pela facilidade do acesso à reunião e pelo desaparecimento de barreiras geográficas. É uma forma de levar a Reunião da SPAVC a outras audiências que não a conheciam ou não frequentavam, e de captar o seu interesse por esta Sociedade científica e suas atividades”. A formação dos participantes no diagnóstico, tratamento e prevenção do AVC é apontada pela especialista como a principal meta do evento, para além de “manter uma ligação regular entre todos os profissionais que lidam com doentes com AVC e que há muito se habituaram a frequentar estas reuniões da SPAVC”.

Todos os profissionais de saúde interessados em assistir à sessão poderão ainda proceder à sua inscrição, de forma gratuita, através do e-mail [email protected]. Nas palavras do Vítor Tedim Cruz, trata-se de “uma oportunidade de ouro, que vale todos os minutos que lhe são dedicados”.

Todos os detalhes podem ser consultados na página web do evento

Resposta à pandemia
O Agrupamento de Centros de Saúde do Douro Sul (ACES Douro Sul) foi o grande vencedor do Prémio Healthcare Excellence pela...

O Prémio Healthcare Excellence – Edição Especial Covid-19 foi atribuído ao Agrupamento de Centros de Saúde do Douro Sul (ACES Douro Sul) pela criação da “APLar”, uma equipa multidisciplinar de atuação preventiva em estruturas residenciais para idosos (ERPI). Este ano, a iniciativa desenvolvida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), em parceria com a biofarmacêutica AbbVie, distinguiu projetos desenvolvidos no âmbito da resposta à pandemia de Covid-19.

A equipa multidisciplinar formada pelo ACES Douro Sul foi criada para acompanhar os lares no contexto de pandemia, realizando visitas às estruturas, identificando as não conformidades, avaliando as necessidades e apresentando recomendações, com o intuito de reduzir o impacto da Covid-19 nos utentes e profissionais de saúde. Desta equipa fazem parte médicos especializados em Saúde Pública, enfermeiros especializados em saúde comunitária, técnicos de saúde ambiental, entre outros profissionais.

No total, a “APLar” interveio em 36 lares de oito concelhos do distrito de Viseu, envolvendo 1.169 profissionais, que prestam cuidados a cerca de 1.600 utentes. Nas muitas visitas realizadas, a equipa do ACES Douro Sul realizou ainda formações teóricas e práticas em áreas tão diversas como: procedimentos básicos de organização das estruturas, utilização de equipamentos de proteção individual, cumprimento da etiqueta respiratória e higienização dos espaços e equipamentos.

A primeira menção honrosa foi atribuída ao Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), que desenvolveu uma plataforma de monitorização, em tempo real, das infeções por Covid-19 com caracterização pelas diferentes áreas e previsão para sete dias de novas infeções, doentes internados e óbitos. Este modelo preditivo tem permitido ao centro hospitalar ajustar os planos de contingência em resposta direta à pandemia e traçar cenários sobre a necessidade de recursos a alocar.

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SMPS) foram distinguidos com a segunda menção honrosa pelo projeto “Autoreport & Trace Covid-19”. O projeto consiste em duas soluções integradas de um serviço totalmente digital, que por um lado permite o registo dos sintomas por parte dos cidadãos e, por outro, a vigilância e monitorização dos utentes diagnosticados ou suspeitos de Covid-19. Esta ferramenta inteligente tem servido de apoio à intervenção por parte do corpo clínico e das autoridades de saúde. Desde abril, já se registaram no sistema mais de 1,5 milhões de utentes, que foram monitorizados por cerca de 75 mil profissionais de saúde, que recolheram mais de 2,8 milhões de vigilâncias por telefone.

“Esta é uma edição muito especial, num contexto muito diferente, mas que não se poderia deixar de se realizar. Tal como nos anos anteriores, não poderíamos deixar de premiar o que de melhor se faz em Portugal”, afirmou Alexandre Lourenço, presidente da APAH, na reunião final do Prémio Healthcare Excellence.

“Os oito projetos finalistas apresentados mostram como na adversidade surgem as melhores ideias. Ideias que nasceram de uma situação de emergência, para dar resposta à pandemia, mas que nos fazem também pensar, a médio e longo prazo, no futuro da Saúde”, declarou Antonio Della Croce, diretor-geral da AbbVie em Portugal.

A 7ª edição do Prémio Healthcare Excellence recebeu um total de 70 candidaturas. Entre os finalistas estiveram também projetos de outras organizações de saúde: Hospital Garcia de Orta, Centro Hospitalar e Psiquiátrico de Lisboa, Health Cluster Portugal, Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla e Hospital da Senhora da Oliveira.

Além da qualidade da apresentação final, a inovação e a replicabilidade em outras instituições de saúde foram também critérios de avaliação. A decisão ficou a cargo do júri presidido por Delfim Rodrigues, vice-presidente da APAH, e que integrou Dulce Salzedas, jornalista da SIC, Ricardo Mestre, vogal do da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP).

Na última semana
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) realizou, entre 11 e 18 de outubro, 2.566 transportes de utentes com suspeita...

Segundo o INEM, a atividade de transporte de doentes com suspeita de infeção com o novo coronavírus continua a aumentar pela terceira semana consecutiva.

Os meios da Delegação Regional do Norte transportaram 1.068 utentes e os meios da Delegação Regional do Sul efetuaram 955 transportes às urgências hospitalares. Na região Centro foram efetuados 448 transportes e no Algarve foram transportados 95 utentes com suspeita de Covid-19.

A definição de caso suspeito de Covid-19 é, entre outros e de acordo com as normas em vigor¸ qualquer situação de falta de ar (dispneia) triada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes.

Por seu lado, o trabalho das equipas de enfermagem, responsáveis pela colheita de amostras biológicas para análise à Covid-19, teve um ligeiro decréscimo relativamente à semana anterior. Entre 11 e 18 de outubro foram recolhidas 398 amostras, menos 57 do que na semana anterior.

 

3ª idade é mais propensa a desenvolver este estado
Uma em cada cinco pessoas desenvolverá um quadro depressivo no decorrer da sua vida e a terceira idade é uma altura propensa a...

Os especialistas insistem que a ausência de ânimo e sentido de humor não faz parte do envelhecimento normal e que a depressão diminui significativamente a qualidade de vida do sénior e pode levar à incapacidade, tornando-se num grave problema de saúde. Nesse sentido, é imprescindível um diagnóstico e tratamento eficazes, bem como ações de prevenção dessa síndrome geriátrica.

Sentimentos de inutilidade, culpa, tristeza (embora possam não ser evidentes), ansiedade, perda de prazer, irritabilidade fácil, baixa tolerância à frustração, fadiga, choro fácil, falta de concentração, dificuldade em recordar detalhes e tomar decisões, perda de apetite, perda de peso e distúrbios do sono (insónias ou hipersonia) são alguns dos sintomas mais proeminentes que podem alertar que a pessoa está a sofrer de depressão. Estar atento a estes sinais é fundamental para consultar o médico, para que a depressão possa ser diagnosticada a tempo. O diagnóstico e o tratamento precoces evitam complicações cognitivas e funcionais, e revertem mais facilmente os distúrbios que surgiram em consequência desse estado de espírito.

O que pode causar depressão nos seniores?
As causas da depressão podem ter origem em diversos fatores. Um dos mais importantes é sofrer de uma ou mais doenças crónicas (diabetes, doenças cardiovasculares, doenças isquémicas do coração, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), cancro, etc.). Estima-se que cerca de 25% dos pacientes com duas ou mais patologias apresentam depressão. Existem também medicamentos associados a uma maior predisposição à depressão. Por sua vez, a mudança de papéis, a redução das atividades sociais e de lazer, a limitação funcional, a dor, o isolamento e a perda de autoestima podem influenciar e favorecer este transtorno reativamente.

Atividades que previnem a depressão em pessoas mais velhas
Para prevenir a depressão nos seniores, os centros organizam atividades recreativas e espetáculos variados que visam facilitar a vida em comunidade, promover a diversão e boa disposição e despertar diferentes interesses criativos e culturais. Este objetivo também é alcançado com workshops, conferências, teatro, canto, costura e dança, especificam os terapeutas.

As atividades fisioterapêuticas das residências também proporcionam benefícios importantes relacionados com a melhoria e a manutenção da mobilidade, com o tratamento não farmacológico da dor, e com a reabilitação em relação ao especto físico e funcional o que permite melhorar a autoperceção e a autoestima.
Da mesma forma, a terapia ocupacional oferece uma intervenção reabilitadora em todos os sentidos, funcionais, cognitivos e emocionais, através de oficinas de grupo como jardinagem terapêutica, musicoterapia, terapia animal, arte terapia, culinária terapêutica e oficinas de memória.

A importância da terapia da fala
Uma das características da fala, desta nossa capacidade de nos exprimirmos oralmente usando sons em

A fluência da fala é um conceito difícil de precisar. Varia de pessoa para pessoa (há pessoas que falam com mais velocidade do que outras), e frequentemente ao falar todos já sentimos que a nossa fala não fluiu como de costume, ou porque fizemos mais pausas, ou repetimos alguma palavra, som ou expressão. Conforme o nosso estado de espírito e as nossas emoções, a fala soa também mais insegura ou presa ou antes confiante e solta. O nosso conhecimento, cultura e aprendizagens, evoluindo ao longo da vida, influenciam também a fluência da fala.

Mas estas interrupções na fala, no normal “correr” da nossa fala, chamadas disfluências[1], são para a maioria das pessoas, transitórias e breves e não constituem um problema nas suas vidas. Para muitas pessoas, contudo, estas disfluências podem impedir a comunicação quando ocorrem com maior frequência e de forma mais intensa.

Chama-se gaguez portanto à perturbação da fluência da fala. A gaguez e outras disfluências caracterizam-se muitas vezes pela presença de repetições de palavras ou partes de palavras, de sílabas ou sons, ou pelo prolongamento de sons da fala (por exemplo: “A meeeeeenina comeu uuuuum bolo…). Algumas pessoas que gaguejam falam com esforço ou tensão e a sua voz soa dessa forma, tensa e com pouco ar. Por vezes a fala pode mesmo ficar parada ou bloqueada, com a boca (os lábios ou a língua) na posição para dizer esse som, sem que a pessoa consiga produzir nada por alguns segundos, e é com esforço que a palavra ou expressão é dita. Outros usam interjeições ou prolongam sons (“huuumm” ou “eee eee”) como forma de evitar ou adiar aquelas palavras que têm sons mais “difíceis” no início e que lhes causam mais problemas, e nas quais os falantes acham que vão “encalhar”. Outras pessoas ainda podem apresentar movimentos da face ou do tronco associados à fala, alguns podem "piscar" rapidamente os olhos, apresentar tremor nos lábios ou tiques na face.

Muitas pessoas que gaguejam sentem-se stressadas em falar, em especial em determinadas situações do dia-a-dia como falar ao telefone ou para grupos maiores de pessoas. Há pessoas que gaguejam mais quando estão cansadas ou tensas ou pressionadas. Esta tensão, desconforto físico e receio de gaguejar levam muitas pessoas a evitar situações em que tenham de falar. Tantas situações, portanto! A gaguez origina assim para muitos problemas na comunicação com os outros na escola, no trabalho e na interação social.

A gaguez afeta a fluência da fala, inicia-se na infância e nalguns casos prolonga-se na vida adulta, e é mais frequente nos rapazes do que nas raparigas. A causa é ainda desconhecida mas sabe-se que há vários fatores combinados que podem estar na origem da gaguez, nomeadamente diferenças no controle motor da fala e aspetos genéticos, já que é frequente haver vários membros de uma família que gaguejam.

Entre os 2 e os 5 anos de idade são muitas as crianças que vão apresentar disfluências na sua fala, sem que essas disfluências se possam ou devam considerar patológicas. Antes pelo contrário, elas decorrem do desenvolvimento normal da linguagem e da socialização, numa fase em que as crianças aprendem as regras gramaticais da sua língua, adquirem muito vocabulário, formam frases cada vez mais extensas e passam nesse período a dominar os sons da fala, mesmo em palavras mais complexas e longas. A sua integração alarga-se em contextos sociais em que cada vez interagem com mais pessoas, outras crianças mas também adultos para além da família. Estas exigências linguísticas, cognitivas e motoras são para muitas crianças um desafio complicado nomeadamente no controle e coordenação motora da fala.

Pensemos como os movimentos que nós fazemos para falar, e que requerem a coordenação à fração de segundo, da respiração, com as cordas vocais na laringe, e com os lábios e língua, são os movimentos mais rápidos, mais finos e mais precisos que o corpo humano consegue realizar. Há outras crianças, em menor número, que começam a gaguejar no início da escolaridade e nestas idades as crianças ganham mais consciência das suas dificuldades em falar, ao contrário das crianças em idade pré-escolar.

De todas as crianças que gaguejam temporariamente no seu desenvolvimento, cerca de 75% vai deixar de o fazer mais cedo ou mais tarde.

Como em todas as dificuldades que podem surgir no desenvolvimento, o diagnóstico e a intervenção precoces na gaguez podem prevenir outros problemas para além dos da fala. Logo os meninos em que a gaguez persiste por mais de 6 meses ou está associada a outros problemas de linguagem ou de fala, que se torna mais frequente ou mais grave e com mais tensão muscular e esforço, necessitam de terapia da fala e a referenciação para este tratamento deve ser feita o quanto antes pelo médico de família ou pediatra.

Na adolescência e na idade adulta as pessoas que gaguejam podem beneficiar também de terapia da fala, com o objetivo de melhorar a fluência, desenvolver uma comunicação mais efetiva de forma a participar mais ativa e completamente  na sua vida escolar, familiar, de trabalho e social.

Mais informação sobre a gaguez pode ser obtida em:

Associação Portuguesa de Gagos
http://www.gaguez-apg.com/

Associação Portuguesa de Terapeutas da Fala
http://www.aptf.org/home

The Stuttering Foundation
https://www.stutteringhelp.org/




[1] O prefixo “dis-“ exprime a noção de uma perturbação ou dificuldade, neste caso uma perturbação da fluência. 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa tinha sido suspenso no início do ano
Parado desde janeiro de 2020, o rastreio volta a convocar as mulheres com idades entre os 50 e os 69 anos.

O Programa de rastreio do cancro da mama desenvolvido pelo Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, em parceria com a Administração Regional de Saúde do Norte há mais de 20 anos, foi suspenso em janeiro de 2020 por falta de um protocolo entre as duas instituições. Mais de 100 mil mulheres estiveram desde março sem realizar o rastreio e 70 funcionários nas 22 unidades móveis e fixas estiveram parados sem poderem trabalhar.

Nove meses depois,  o rastreio do cancro da mama foi retomado e as mulheres estão a ser convocadas através de carta ou telefone, para comparecerem nas na data e hora agendadas na unidade de rastreio móvel ou fixa mais próxima da sua área de residência.
A Liga Portuguesa contra o Cancro espera conseguir fazer em média 50 rastreios por dia cumprindo todas as condições de segurança e de contingência impostas pela Direção Geral da Saúde, e tentando recuperar o atraso.

O Governo publicou no dia 24 de setembro, em Diário da República, a resolução que permitiu retomar o rastreio do cancro da mama na região Norte. De acordo com a resolução, a Administração Regional de Saúde do Norte está autorizada “a realizar a despesa e proceder à repartição dos encargos decorrentes do rastreio oncológico do cancro da mama, para aos anos de 2020 a 2023, até ao montante máximo de 19.377.207,06 euros, no âmbito da implementação do Programa de Rastreio do Cancro da Mama”. Os encargos não podem exceder, em cada ano económico, os 4.844.301,76 euros.

 

 

 

Outubro Rosa
De 26 a 30 de outubro, o des.LIGA – Departamento de Educação para a Saúde no Ensino Superior assinala, na Escola Superior de...

Por todo o mundo, durante o mês de outubro, a cor rosa é utilizada para homenagear as mulheres com cancro da mama, sensibilizar para a prevenção e diagnóstico precoce, bem como apoiar a investigação nesta área. A iniciativa, conhecida por “Outubro Rosa”, nasceu na década de 1990 com o intuito de mobilizar a sociedade para a luta contra o cancro da mama. O projeto des.LIGA junta-se, uma vez mais, a este movimento, para informar, sensibilizar e, sobretudo, para inspirar a mudança. 

Os voluntários do projeto des.LIGA, estudantes da Licenciatura em Enfermagem, durante a “semana rosa”, irão decorar dois espaços (no polo A e no polo B da Escola) e em momentos específicos, nomeadamente nos intervalos, irão dinamizar pequenas intervenções educativas. Paralelamente, o circuito interno de televisão da ESEnfC emitirá vídeos e mensagens alusivos ao tema.  
O des.LIGA marca, assim, o inicio do seu 6º ano consecutivo na ESEnfC, um ano que se espera cheio de criatividade e muita literacia para a saúde.

Recorde-se que o cancro de mama é um problema de saúde pública, apesar de não ser dos mais letais, tem uma incidência elevada, sobretudo na mulher (apenas 1 em cada 100 cancros se desenvolvem no homem). De acordo com os últimos dados do projeto GLOBOCAN, da responsabilidade da International Agency for Research on Cancer, o cancro de mama é o tipo de tumor mais comum na mulher e o segundo mais frequente em todo o mundo. Atualmente em Portugal, com uma população feminina de 5 milhões, surgem mais de 6000 novos casos de cancro da mama por ano, ou seja, 11 novos casos por dia, morrendo por dia 4 mulheres com esta doença.

Apoiar as sobreviventes de cancro de mama, lembrar as mulheres que morreram, e apoiar o progresso e a luta contra o cancro de mama é um imperativo.
 

 

Dia Mundial da Luta Contra a Poliomielite
Conferências, caminhadas, aulas de crossfit e limpeza das margens do Rio Ave são algumas das atividades que estão a ser...

“Os Rotários de todo o mundo estão unidos na luta contra a pólio, cujo combate se assinala numa efeméride global, no próximo dia 24. O Distrito 1970 de Rotary International está a dinamizar várias iniciativas de angariação de verbas para este combate, sendo que também está a decorrer uma campanha em comum dos dois Distritos de Portugal: um telefonema equivale a uma vacina”, explica Sérgio Almeida, Governador do Distrito 1970 de Rotary International.

Quem quiser contribuir para esta causa só tem que ligar o 760 30 20 213, o valor da chamada (0,70 €+IVA) é equiparado a uma vacina. As verbas angariadas revertem na totalidade para o fundo internacional de combate à doença.

O vírus da pólio, geralmente contraído pela ingestão de água contaminada, ataca o sistema nervoso e pode levar à paralisia. Recentemente, a 25 de agosto, a Organização Mundial de Saúde declarou a região africana livre do vírus selvagem da pólio. Este foi mais um passo histórico na erradicação da doença, mas a luta não terminou, pois ainda há registos no Paquistão e no Afeganistão. Não há uma cura, mas há meio de prevenir a doença, pela vacinação, método usado pelo Rotary e os seus parceiros para imunizar mais de 2,5 mil milhões de crianças no mundo inteiro.

A luta para eliminar a pólio é liderada pela Iniciativa Global de Erradicação da Pólio (GPEI), integrada pelo Rotary International, Unicef, Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundação Bill e Melinda Gates, governos mundiais e diversos parceiros.

Veja a agenda completa das atividades aqui: https://www.endpolio.org/world-polio-day#findEvent.

 

HIV Stand Alone Scientific Symposium
“Individualizig Care for PLWH: Preparing for the Next Decade” é o mote do HIV Stand Alone Scientific Symposium, que se realiza...

O avanço na investigação clínica e inovação que existiu ao longo da última década permitiu que, hoje em dia, as opções terapêuticas disponíveis sejam eficazes, seguras e bem toleradas, tornando, acima de tudo, possível a escolha de uma panóplia de opções de tratamento ajustada às diferentes necessidades das pessoas que vivem com VIH.  Mas, depois de tudo o que foi conquistado até agora, como é que se pode continuar a contribuir para uma melhoria na qualidade de vida destes doentes?

Para dar resposta a esta questão, este evento propõe pensar e a olhar para o futuro da individualização da terapêutica antirretrovírica ao longo da próxima década, proporcionando um debate atual, que aborda o impacto na qualidade de vida das pessoas que vivem com VIH. Assim, os profissionais de saúde interessados podem registar-se e juntar-se ao webcast através da plataforma do evento.

O HIV Stand Alone Scientific Symposium contará com a participação dos chairmen Marta Boffito, especialista em Investigação Clínica no Clinical Research Facility e especialista em VIH no Hospital Chelsea and Westminster​, no Reino Unido; Jürgen Rockstroh, professor de medicina responsável pelo HIV Outpatient Clinic na University of Bonn​, na Alemanha​ e Laura Waters, especialista em saúde sexual e VIH, no The Mortimer Market Centre –​ Central and North West London​ NHS Foundation Trust e Presidente da British HIV Association (BHIVA), no Reino Unido.

Outros profissionais de saúde de diversos países vão estar presentes para abordar os desafios futuros no tratamento destes doentes e tópicos prementes, como: “O que deve ser considerado como prioritário na gestão do doente que vive com VIH?”; “Que populações devem ser tidas em atenção aquando do tratamento desta infeção?”;  “Qual será o futuro do tratamento e da prevenção?”; “Que impacto têm as comorbilidades nos dias de hoje e qual a sua evolução ao longo dos próximos anos?”; e “Qual o impacto da Covid-19 no tratamento da infeção?”

 

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