Covid-19
O alerta foi feito na última conferência de imprensa da OMS, realizada em Genebra, e deixa uma mensagem clara para alguns...

“Cerca de metade dos estados membros na região europeia registaram um aumento de 50% nos casos na última semana»”, disse o diretor executivo de emergências de saúde da OMS, Mike Ryan, durante a habitual conferência de imprensa, em Genebra.

Um dos motivos para o atual aumento de casos da doença no hemisfério norte é porque, conforme as temperaturas caem, mais reuniões acontecem em ambientes fechados, onde o vírus se espalha melhor. Para além disso, junta-se também a gripe comum, o que agrava a situação.

No entanto, segundo a OMS, há também uma estratégia de combate ao vírus que está negligenciada, que, citado pela Executive Digest,  Ryan diz ser a principal razão pela qual o vírus não está a desaparecer em certos locais. Há mais uma medida, para além do uso generalizado de máscara, lavagem das mãos e distanciamento social que é essencial para combater a propagação do vírus e prevenir mais mortes: o isolamento.

“Sem isolar e manter a quarentena” não é possível combater o vírus, sublinha acrescentando que o conceito de quarentena é o “ouro”, que pode melhorar a situação.

“Como médico de saúde pública, se me pedissem algo que pudesse melhorar e que pudesse ‘virar o jogo’ aqui, é: garantir que todo e qualquer contato de um caso confirmado fique em quarentena pelo tempo adequado, para que possa quebrar as cadeias de transmissão”, afirmou.

No entanto, o especialista “não acredita que isto esteja a acontecer sistematicamente em qualquer local, especialmente em países que estão agora a registar grandes aumentos”. “Se sabe que está em contato com um caso, deve ficar em quarentena total, em casa, sem contato com outras pessoas”, apelou na conferência. "Isto significa não ir ao supermercado. Significa não socializar com os amigos. Significa não receber ninguém em sua casa", explicou Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS para a Covid-19.

Boletim Epidemiológico
O boletim epidemiológico, divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde, dá conta de mais 1.876 novos casos de covid-19 e 15...

A região Norte continua a ser aquela onde foram diagnosticados a maior parte dos novos casos das últimas 24 horas, e supera, mais uma vez, a barreira dos mil infetados, com 1.106 novos casos (60%). Em Lisboa e Vale do Tejo há mais 435 casos, no Centro mais 199, no Alentejo mais 87 e no Algarve mais 35. Açores contam com mais três casos e a Madeira com mais 11.

Dos 15 óbitos, seis ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Norte, dois no Centro e dois no Alentejo.

O número de internados continua também a aumentar, estando agora hospitalizadas 1.237 pessoas devido à covid-19, mais 63 face ao último balanço. Destas, 176 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), mais 11 do que ontem.

Por outro lado, o número diário de recuperados superou o número de novos casos. Nas últimas 24 horas, mais 1.932 pessoas foram dadas como recuperadas, aumentando para 61.898 o número de pessoas que já venceram a doença no país. Também o número de casos ativos diminuído, contrariamente ao habitual. São agora 39.625, menos 71 face ao último balanço.

As autoridades de Saúde têm 56.126 contactos em vigilância.

 

 

Investimento
O governo alemão vai investir cerca 500 milhões de euros na melhoria dos sistemas de ventilação de prédios públicos para ajudar...

Estudos sugerem os vírus, espalhados por gotículas, podem permanecer no ar de uma sala por pelo menos oito minutos. Com a chegada do clima mais frio, as pessoas tendem a passar mais tempo em ambientes fechados o que as coloca em maior risco de puderem ser infetadas.

Deste modo o governo alemão decidiu atualizar os sistemas de ar condicionado existentes, em vez de instalar novos, cujos custos são mais elevados.

Cada atualização dos sistemas de ventilação pode ter um investimento máximos de 100 mil euros. O financiamento também está disponível para sensores de CO2, que indicam quando o ar em uma sala está viciado e não é saudável. As bolsas vão atribuídas a partir de terça-feira.

O governo também quer que as escolas sem sistemas centrais de ar condicionado tenham pelo menos purificadores de ar móveis.

De acordo com a emissora BR24, os ventiladores móveis, que filtram partículas minúsculas e custam a partir de dois mil euros, e podem purificar efetivamente uma sala em minutos.

Mas os especialistas alemães afirmam que aparelhos que dependem de luz ultravioleta, ionização ou ozono podem ser ineficazes contra o coronavírus e, em alguns casos, piorar a qualidade do ar.

De acordo com os últimos dados oficiais da Alemanha, 4.325 novos casos foram confirmados nas últimas 24 horas, mas os números de segunda-feira são geralmente mais baixos, pois menos casos são registrados no fim de semana. O número de mortos alemães relatado é de 9.789.

A taxa de infeção aumentou em toda a Alemanha nas últimas semanas, mas o aumento é mais acentuado em alguns países vizinhos, notadamente na República Checa, Holanda e França.

 

Estudo
Segundo os dados de um estudo realizado pelo Instituto Elma Research em seis países europeus (França, Alemanha, Grã-Bretanha,...

“A pandemia Covid-19 colocou desafios muito exigentes à nossa sociedade: confrontámo-nos com um vírus desconhecido que colocou em causa a nossa integridade e que nos obrigou a mudar de hábitos com uma brutal rapidez. Para além das consequências diretas do vírus na nossa saúde, o que inclui sintomas neuropsiquiátricos cuja extensão permanece desconhecida, a pandemia atingiu de forma muito significativa a saúde mental de todos, em particular das populações mais vulneráveis”, explica Pedro Morgado, psiquiatra e professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

“A ansiedade, o stress e as alterações do sono dominaram as respostas iniciais, contribuindo para uma adaptação à nova realidade. Contudo, algumas pessoas evidenciaram problemas clinicamente significativos que necessitam de gestão e acompanhamento adequados”, acrescenta o especialista.

Foram mencionados vários sintomas, tais como: insónias; dificuldade em dormir ou acordar durante a noite (com uma média europeia de 19%); falta de energia ou fraqueza (16%); tristeza ou vontade de chorar (15%); excesso de preocupações e medos; falta de interesse ou prazer ao realizar atividades (14%); ataques de pânico e ansiedade (10%).

A maioria dos cidadãos europeus afirma ter tido pelo menos dois destes sintomas (61%); 46% afirmam ter tido estes sintomas pela primeira vez, enquanto que 39% dizem ter tido um agravamento de sintomas pré-existentes.

Como é que as pessoas lidaram com esta epidemia paralela de distúrbios psicológicos? Para a maioria, partilhando as suas preocupações com o parceiro, familiares e amigos próximos (a média europeia foi de 54%), sendo que apenas uma minoria recorreu à ajuda de um profissional: de clínica geral (18%), psicólogo (11%), psiquiatra (9%).  A reduzida procura de profissionais pode justificar-se pelas medidas restritivas em vigor durante o confinamento.

Um resultado inesperado do estudo está relacionado com o comportamento das pessoas no que diz respeito à informação. Apesar de os distúrbios psicológicos estarem muito difundidos, apenas uma em cada quatro pessoas procurou informação sobre a questão dos distúrbios mentais relacionados com a Covid-19 (a média europeia foi de 26%), com exceção de Itália (35%) e Espanha (38%), onde as percentagens foram mais elevadas. As pessoas procuraram informação sobretudo na Internet (65% dos que procuraram informação), na televisão (18%) e junto de um médico de clínica geral (18%). Vale a pena ressaltar que estes números se referem a uma situação de emergência durante a qual o acesso a médicos de clínica geral ou a outros profissionais de saúde estava severamente limitado.

“Estes dados confirmam que o confinamento foi uma experiência que afetou significativamente a saúde mental das pessoas, especialmente em alguns países, como a Itália”, comentou Agnese Cattaneo, Diretora Médica Global da Angelini Pharma. “As pessoas não podem ser deixadas sozinhas; as condições de acesso a profissionais, desde clínicos gerais a psicólogos e psiquiatras – condições que ainda são demasiado limitadas, e não apenas durante o confinamento – devem ser facilitadas. O Dia Mundial da Saúde Mental é precisamente uma oportunidade para facultar informações sobre este assunto e para combater a aura de preconceito que ainda rodeia estes transtornos”.

Por fim, quanto às perceções das pessoas em relação aos distúrbios psicológicos: comparativamente a outras condições, as entrevistas mostram que o cancro é a doença mais temida pela maioria das pessoas (66% na média europeia). Já no que diz respeito ao impacto, os tumores são interpretados como sendo apenas ligeiramente mais graves do que os distúrbios psicológicos (a média europeia é de 46%, na primeira condição médica, contra 37%, na segunda).

Talvez também como consequência da pandemia, as pessoas tenham desenvolvido uma elevada consciência face ao risco das doenças mentais: 76% admitem que toda a gente, incluindo eles próprios, poderia ter este tipo de distúrbio. O impacto mais temido pela maior parte dos inquiridos diz respeito à qualidade de vida (74%), em particular dos casais (71%). Consequentemente, existe uma forte exigência para que o Estado faça mais em relação ao apoio dado aos cidadãos (76%). E mais de metade dos entrevistados (média europeia de 64%) reconhece que os distúrbios mentais são uma fonte de discriminação e marginalização. O consenso sobre a afirmação de que os distúrbios psicológicos são uma causa de vergonha e constrangimento é mais diversificado ao longo da Europa: ao nível europeu, a maioria ainda concorda (51%), enquanto que na Grã-Bretanha (34%) e na Polónia (33%) essa opinião é partilhada por apenas uma em cada três pessoas. Isto é um sinal de que noutros países ainda há muito a fazer para combater o estigma que caracteriza as questões mentais.

“É por isso fundamental apostar na literacia em saúde e na capacitação das populações para o reconhecimento e valorização da saúde mental e da doença psiquiátrica; na avaliação e monitorização da saúde mental da população; e no estudo dos fatores de risco para o estabelecimento de doença psiquiátrica neste período pandémico. Só assim será possível desenvolver e implementar políticas de saúde que reduzam os impactos negativos e os elevados custos sociais da doença psiquiátrica”, aponta ainda Pedro Morgado

O estudo foi realizado em setembro numa amostra representativa da população de seis países (França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Espanha e Polónia), com entrevistas online conduzidas com recurso ao método CAWI (Computer Assisted Web Interviewing). Foi entrevistada uma amostra de 1.000 indivíduos de cada país. A amostra é representativa em termos de género, área geográfica e idade (dos 19 aos 70).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu o maior investimento e o maior acesso aos cuidados de saúde mental como as prioridades para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental este ano.  Em Portugal, o Ministério da Saúde, promoveu no dia 9 de outubro um webinar subordinado ao tema “Saúde mental para Todos. Maior Investimento, Mais Acesso”.

Cerca de um em cada cinco portugueses já sofreu algum tipo de perturbação mental, uma situação que se agravou com a pandemia, sendo por isso o investimento na saúde mental uma medida que se mostra cada vez mais necessária. A pandemia veio, consequentemente, alertar também para a necessidade de combater o estigma associado à doença, obrigando a uma reorganização de serviços, tendo sido abertos espaços de apoio em hospitais para apoiar os profissionais na linha da frente, frisou a Ministra da Saúde, Marta Temido.

Balanço oficial
De acordo com o Secretário de Estado e Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales, apesar das dificuldades e da sobrecarga “que...

Segundo o governante, já se realizaram mais de três milhões de testes à Covid-19 no país, e atualmente existem “798 camas em unidades de cuidados intensivos, das quais 250 dedicadas à Covid-19, com uma ocupação de 66%, isto é, 165 doentes”, enumerou. Quanto à reserva nacional de equipamentos de proteção individual esta é de, segundo António Lacerda Sales, “29 milhões de artigos”.

Perante o agravamento da pandemia em Portugal e na Europa, a “saúde pública está a ser reforçada com recurso à articulação com as escolas, nomeadamente alunos dos cursos de medicina e de enfermagem” segundo o governante, que vincou que estes jovens irão apoiar as respetivas unidades na realização de “inquéritos epidemiológicos e em bolsas de rastreadores”.

“Continua a ser preciso responsabilidade na nossa ação individual na minimização do risco coletivo. O cansaço de todos é legítimo, mas não pode legitimar o nosso fracasso. Continuamos a depender de todos”, acrescentou o Secretário de Estado e Adjunto da Saúde durante a última conferência de atualização de dados da Covid-19.

No decurso da sessão, António Lacerda Sales, acompanhado da Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, lembrou que está a decorrer segunda fase da campanha vacinação contra a gripe, para pessoas com mais de 65 anos e doentes crónicos.

Na primeira fase, foram administradas mais de 225 mil vacinas em lares para idosos “e outras respostas sociais”. Mais de 30% dos profissionais de saúde foram vacinados também, observou o governante, recordando ainda que este ano foram adquiridos dois milhões de vacinas, “mais 34% do que o ano passado”.

Opinião
O mês de outubro tem sido nos últimos anos dedicado aos cuidados paliativos.

É por muitos tido que a presença dos cuidados paliativos reflete o grau de civilização de uma sociedade. Essa civilidade é hoje testada globalmente. É-o particularmente neste lado ocidental do mundo, do qual fazemos parte, e que acreditamos como mais evoluído.

O que são cuidados paliativos? Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde são cuidados que "visam melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias, que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alívio do sofrimento, com a identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, nomeadamente a dor, mas também psicológicos, sociais e espirituais".

A pandemia que estamos a viver tem atingido de forma mais gravosa os mais vulneráveis. A taxa de mortalidade nos idosos está entre 14,8% a 21,9%, sendo a taxa de mortalidade global de 2% a 5%.  São estes os doentes para quem uma escalada de cuidados poderá não ter indicação, por não terem capacidade de sobreviver a um ambiente agressivo de cuidados intensivos. E são estes, maioritariamente, os doentes alvo dos cuidados paliativos.

A necessidade de aplicar os princípios dos cuidados paliativos para atender às necessidades globais do doente e apoiar a família/cuidador, é crucial em contexto de crise humanitária e é transversal a todos os níveis de cuidados, desde a enfermaria geral às unidades mais diferenciadas. É particularmente importante nos contextos epidemiológicos, em que o afastamento físico dos doentes e famílias pelo risco de contágio, leva a uma disrupção do ambiente sócio familiar. O envolvimento de psicólogos e assistentes sociais, assim como o apoio de líderes religiosos e voluntários, é de extrema importância nestas situações.

Contudo, em contexto de crise humanitária, os cuidados paliativos são muitas vezes deixados para um segundo plano. Frequentemente, e porque a prioridade é salvar vidas, as acções paliativas apenas são incluídas quando o tratamento curativo não se revela eficaz.

Mas o objectivo mandatório de salvar vidas não pode criar uma dicotomia entre cuidados curativos e cuidados paliativos. Doentes em tratamento intensivo necessitam paralelamente de uma abordagem holística em que estão inerentes os princípios paliativistas, e para os doentes para os quais é evidente que a cura não é possível, aliviar o sofrimento e/ou acompanhar o processo de morte é a prioridade.

É também muito importante que o contexto epidemiológico não deixe sem cuidados todos os outros doentes que continuam a sofrer de outras doenças que não Covid-19. A priorização do tratamento de agudos deve também ser pensada em função do tratamento das agudizações de doentes crónicos, através das equipas de proximidade já existentes.

A otimização dos cuidados ao doente em fim de vida deve incluir a preparação da morte no domicílio, desejo expresso por muitos doentes e cuidadores, ainda mais neste contexto em que o internamento leva quase sempre a uma separação total. A preparação da morte em domicílio é uma competência de excelência das Equipas de Cuidados Paliativos, que podem prevenir e tratar situações urgentes de fim de vida e diminuir o uso dos recursos hospitalares. O sofrimento numa situação terminal é uma urgência que pode muitas vezes ser tratada no domicílio.

*Este artigo foi escrito segundo a antiga ortografia

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Indicação clínica
Segundo o maior estudo já realizado com o objetivo de avaliar a eficácia e segurança de um produto biológico em doentes com...

A EAx-nr é uma patologia dolorosa e debilitante que afeta 1,7 milhões de pessoas nos cinco principais países da UE e nos EUA. Contudo, como a EAx-nr está subdiagnosticada, com um atraso médio no diagnóstico de mais de sete anos.

“A espondilartrite axial pode ter um forte impacto na qualidade de vida e na capacidade de um doente realizar as atividades diárias. O estudo PREVENT demostrou a eficácia e segurança de secucinumab na espondilartrite axial não radiográfica, apresentando um alívio rápido e sustentado dos sinais e sintomas desta doença frequentemente dolorosa", disse Jürgen Braun, MD, professor de Reumatologia na Universidade Ruhr de Bochum na Alemanha, e investigador no programa de ensaios clínicos de secucinumab.

O ensaio PREVENT alcançou o seu objetivo primário, com o secucinumab a demonstrar 40% de melhoria nos critérios da Assessment of Spondyloarthritis International Society (resposta ASAS40) em doentes naíve a tratamentos biológicos na semana 16 e na semana 52, versus placebo (41,5% vs 29,2%: P<0,05 e 35,4% vs 19,9%: P<0,05, respetivamente, considerando o braço de tratamento com dose de carga de secucinumab). Os objetivos secundários que incluíam, entre outros, melhoria na dor, na mobilidade e qualidade de vida foram também alcançados e mantidos até à semana 52. O PREVENT demonstrou um perfil de segurança do secucinumab consistente com ensaios clínicos prévios, sem novos sinais de segurança reportados.

Os dados do PREVENT foram apresentados no e-Congresso Europeu Anual de Reumatologia de 2020, organizado pela European League Against Rheumatism (EULAR).

Na perspetiva de Elsa Sousa, Assistente Graduada de Reumatologia no Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar de Lisboa Norte e investigadora principal do estudo PREVENT em Portugal, estes são resultados positivos para os doentes com espondilartrite não radiográfica: “As espondilartrites são um grupo heterogéneo de patologias com mecanismos fisiopatológicos comuns, em que cada doente individualmente apresenta um espectro variável de manifestações clínicas e de resposta à terapêutica. Os doentes com espondilartrite não radiográfica irão inquestionavelmente beneficiar com a existência de uma nova terapêutica com um mecanismo de ação abrangente”. Para a investigadora, este passo “aumenta a probabilidade de conseguirmos um adequado controlo dos sintomas a longo prazo, para cada doente, individualmente, e globalmente para a população que sofre de espondilartrite”.

"Com estes novos dados e a recente aprovação europeia de secucinumab na espondilartrite axial não radiográfica, a primeira da sua classe, continuamos a construir o nosso legado no espectro da espondilartrite axial", disse Eric Hughes, diretor da Unidade de Desenvolvimento Global, Imunologia, Hepatologia e Dermatologia na Novartis. "Esta indicação demonstra uma vez mais o nosso compromisso de reinventar o tratamento para mais doentes".

O secucinumab é o primeiro inibidor da interleucina (IL)-17A totalmente humano indicado para doentes na Europa com EAx-nr e assente em cinco anos de dados clínicos que demonstram a segurança e eficácia a longo prazo na psoríase em placas moderada/grave (PsO), artrite psoriática (PsA) e espondilite anquilosante (EA).

APDP
Os bairros Quinta do Lavrado, Alto da Eira e Horizonte, na freguesia da Penha de França, voltam a contar com o apoio da...

O projeto “Diabetes no Bairro 2.0” pretende avaliar o risco de diabetes na população adulta residente nos três bairros, garantir a melhoria da qualidade de vida da população com pré-diabetes e diabetes, e realizar o diagnóstico, acompanhamento e encaminhamento das pessoas com diabetes que apresentem também problemas sociais, no sentido de minimizar o impacto destes na sua saúde.

“Vivemos um momento de verdadeira sindemia. Depois de meses de quarentena, a pandemia trouxe consequências que vão para além da covid-19. Não só agravou outros problemas de saúde, pela falta de acompanhamento, como acentuou as desigualdades sociais e prejudicou a economia de muitas famílias. Todos estes aspetos precisam de ser considerados. São problemas que se cruzam e que requerem uma abordagem e intervenção social mais eficientes”, afirma o presidente da APDP, José Manuel Boavida, que esteve presente na cerimónia de assinatura do protocolo.

Para tal, a partir de novembro será realizado um diagnóstico social com identificação das áreas com necessidade de intervenção, tendo por base os dados que serão obtidos através da aplicação da ficha de avaliação de risco social, validada por profissionais de saúde e de serviço social. Foi ainda criada uma WebApp, que servirá para realizar os rastreios, georreferenciar e caracterizar do ponto de vista socioeconómico a população com diabetes diagnosticada.

O programa pressupõe também a realização de ações de formação nas escolas da freguesia da Penha de França, incluindo equipas escolares e alunos. “Educadores, professores, assistentes operacionais, cozinheiros e colaboradores de apoio social receberão formação e capacitação sobre cuidados na diabetes tipo 1 no âmbito da Covid-19. Já os alunos do 2.º e 3.º ciclos receberão formação sobre códigos de higiene e boas práticas relacionadas com equipamentos de proteção, desinfetantes e procedimentos de segurança para a Covid-19”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Além disso, está ainda prevista a formação de cuidadores formais e informais de pessoas idosas, em lares e centros de dia, relativamente ao Código de higiene e boas práticas, aos equipamentos de proteção, desinfetantes e procedimentos de segurança relativamente à Covid-19 e à Diabetes.

O projeto “Diabetes no Bairro 2.0” resulta de um protocolo estabelecido entre a APDP e o Departamento de Habitação e Desenvolvimento Local da Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do programa Bip Zip, e conta ainda com o apoio da Junta de Freguesia de Penha de França, Associação Ares do Pinhal, Centro Paroquial S. João Evangelista, Centro Social e Paroquial da Penha de França, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Gebalis e ACES Lisboa Central.

Cuidados a ter
Nos países desenvolvidos, a paralisia cerebral é a causa mais frequente de deficiência motora na inf

A paralisia cerebral não é uma doença. Ela é, na verdade, um conjunto de sintomas resultantes de malformações cerebrais ou danos às partes do cérebro que controlam os movimentos musculares.

Algumas crianças têm perturbações ligeiras, quase impercetíveis, que as tornam desajeitadas a andar, falar ou usar as mãos. Outras são gravemente afetadas com incapacidade motora grave, impossibilidade de andar e falar, sendo dependentes nas atividades de vida diária. Não raras as vezes, surgem problemas de mastigação ou deglutição, fazendo com que os problemas nutricionais sejam bastante frequentes nestas crianças, se não houver alguns cuidados.

Quais os problemas nutricionais mais frequentes?

  1. Baixo peso

O tipo de lesão no cérebro e a gravidade da paralisia cerebral podem influenciar o movimento e função muscular essenciais para a ingestão de alimentos. Fatores como a falta de controlo oro-motor, dificuldade ou ausência de reflexo de mastigação, dificuldades de deglutição, falta ou diminuição do reflexo de sucção, vómitos frequentes, hipertonia com postura corporal incorreta ou hipotonia são alguns dos responsáveis pelas dificuldades na alimentação.

Além disso, os elevados gastos energéticos, devido a uma anormal tonicidade muscular, estão também associados ao baixo peso.

Em casos mais graves, estes fatores podem conduzir a um estado de desnutrição. Deste modo, é essencial, por um lado, fazer mais refeições ao longo do dia, embora mais pequenas (com menos quantidade de alimentos), mas aumentando a sua densidade calórica. Deve optar-se, por isso, a alimentos nutritivos, com gordura de elevada qualidade e alta densidade energética, como o azeite, mel, leite em pó, frutos secos inteiros ou triturados, por exemplo.

Os alimentos pouco saudáveis e muito calóricos, como bolachas, chocolates, produtos de pastelaria e confeitaria, gomas ou rebuçados, estão desaconselhados.

A suplementação alimentar deve ser equacionada, sempre que estas estratégias falhem. Em casos mais graves, pode ser necessária a colocação de uma sonda nasogástrica ou gastrostomia endoscópica percutânea (GEP/PEG).

  1. Excesso de Peso

O excesso de peso na pessoa com Paralisia Cerebral surge de um desequilíbrio entre a energia ingerida e a energia gasta nas atividades realizadas no dia-a-dia, estando associado a diversos fatores, nomeadamente, a um menor gasto de energia, devido à limitada atividade física, à baixa tonicidade muscular, ao crescimento atípico e a situações de compensação com alimentos de elevada densidade energética ou ingestão alimentar compulsiva.

Os erros alimentares devem ser corrigidos, por isso a Federação das Associações portuguesas de Paralisia Cerebral, deixa alguns conselhos:

  • Não sair de casa sem tomar um pequeno-almoço saudável porque este irá fornecer-lhe a energia suficiente para iniciar o dia, ajudando a regular o apetite nas refeições seguintes;
  • Não passar mais de 3 horas sem comer, fracionando as refeições ao longo do dia;
  • Iniciar as refeições principais com uma sopa só de legumes;
  • Controlar a ingestão alimentar, optando por porções menores, podendo servir a refeição em pratos de sobremesa, e não repetir a refeição (para controlar esta situação evitar levar para a mesa o tacho ou a travessa);
  • Comer sempre fruta crua como sobremesa nas refeições principais, evitando fruta cozida e sobremesas doces. Em caso de dificuldade de mastigação, a fruta deverá ser passada, podendo ser previamente aquecida no micro-ondas, mas tendo sempre o cuidado de esta estar crua;
  • Tornar a água a bebida de eleição, evitando o consumo de refrigerantes e sumos concentrados;
  • Seguir os princípios da Roda dos Alimentos, para manter uma alimentação saudável, equilibrada e variada que assegure uma vida sã;
  • Não esquecer que é importante que a família seja um exemplo “de alimentação saudável”;
  • No momento da compra, optar sempre por alimentos saudáveis, evitando ter em casa alimentos muito calóricos (produtos processados e embalados, refrigerantes, bebidas açucaradas, bolachas açucaradas ou com chocolate, fast-food, entre outros...);
  • Sempre que possível incentivar a prática de exercício físico, adaptada às limitações, dado que este é um excelente aliado de uma alimentação saudável.
  1. Refluxo Gastroesofágico

O refluxo gastroesofágico é bastante frequente nos doentes que utilizam cadeira de rodas no entanto, este problema pode ser resolvido ou minimizado com recurso a algumas mudanças na alimentação, privilegiando alimentos de textura suave e evitando o consumo de alimentos e bebidas muito quentes ou frias e que possam contribuir para um quadro de azia, como álcool, cafeína, bebidas gaseificadas, chocolate, frutas e sumos cítricos, alimentos gordurosos e muito condimentados, menta e hortelã.

É também importante evitar o uso de roupa e cintos apertados na zona abdominal, bem como ter em atenção o posicionamento. Durante e após a refeição, o indivíduo deverá estar reclinado e, quando deitado, a cabeceira da cama deverá estar ligeiramente levantada.

  1. Obstipação

A obstipação é um problema bastante comum na PC, dada a presença de hipotonicidade, que resulta na menor motilidade intestinal. Além disso, a medicação utilizada e o baixo consumo de fibras e de água contribuem, igualmente, para o agravamento desta situação.

“Uma alimentação rica em fibras alimentares, presentes em hortícolas, fruta crua, cereais e sementes (tais como a linhaça, chia e aveia), e a elevada ingestão de água ao longo do dia são essenciais para a resolução ou minimização de problemas de obstipação. É, ainda, recomendada a ingestão de líquidos (chá, água), a uma temperatura tépida, todas as manhãs em jejum”, explicam os autores do guia sobre a matéria divulgado pela Federação das Associações portuguesas de Paralisia Cerebral.

  1. Desidratação

A desidratação é muito frequente, em caso de Paralisia Cerebral. A incapacidade de comunicar a sensação de sede, a dificuldade em controlar a saliva ou a disfagia são alguns dos fatores que condicionam esta situação.

A urina muito concentrada (escura), com odor forte e em pouca quantidade denunciam as situações de desidratação, por isso esteja atento!

Entre algumas estratégias para manter o aporte hídrico, destacam-se:

  • Aromatizar a água com limão, laranja, cevada ou algumas gotinhas de groselha;
  • Optar por chás (exceto os que contêm cafeína – chá verde e chá preto) ou infusões de ervas;
  • Preparar sumos de fruta natural com adição de água;
  • Transportar diariamente uma garrafa, de forma a criar o hábito de consumo de água ao longo do dia, sendo possível desta forma controlar as quantidades ingeridas;
  • Em situações de disfagia, espessar os líquidos usando espessantes ou recorrer a água gelificada.
  1. Disfagia

A disfagia consiste numa alteração do processo de deglutição, podendo ser orofaríngea ou esofágica, caracterizando-se pela dificuldade da ingestão de alimentos líquidos ou sólidos. No caso da Paralisia Cerebral, esta situação é consequência de uma lesão na área do cérebro que controla a função dos músculos responsáveis pelo correto processo de deglutição, sendo mais predominante a dificuldade em deglutir líquidos.

A disfagia é marcada pela falta de coordenação entre a deglutição e a respiração, ou seja, durante a deglutição, as vias respiratórias que deveriam estar fechadas, encontram-se parcial ou totalmente abertas. Desta forma, existe um grande risco de os alimentos serem aspirados para os pulmões, em vez de seguirem o seu trajeto natural até ao estômago, podendo causar infeções respiratórias e pneumonias recorrentes.

Para minimizar este problema poderemos recorrer a várias estratégias:

  • Realizar as refeições num ambiente calmo, com tempo e sem distrações;
  • Procurar colocar a pessoa sentada numa postura confortável, mantendo a cabeça ligeiramente reclinada (com apoio, se necessário);
  • Nunca dar a refeição com a pessoa na posição deitada;
  • Em casos de disfagia para líquidos, poderá recorrer-se a produtos como espessantes ou água gelificada. O espessante é uma substância em pó, sem qualquer sabor, que poderá ser adicionada a qualquer alimento líquido, quente ou frio (sopa ou água, por exemplo), e cujo objetivo é engrossar o alimento em questão, facilitando, deste modo, a sua ingestão e minimizando o risco de engasgamento. Os espessantes permitem que se obtenha a consistência mais apropriada ao grau de disfagia, ou seja, consoante a quantidade adicionada ao líquido, podemos obter a consistência de néctar, mel ou pudim, sendo esta última utilizada em casos mais graves.
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Evento online
No próximo dia 19 de novembro vão ser anunciados os trabalhos vencedores da 11.ª Edição dos AUA! - ANGELINI UNIVERSITY AWARDS...

Os AUA! são um projeto lançado há mais de uma década e que tem vindo a crescer em adesão e notoriedade, ao longo do tempo. Este ano, na 11.ª edição, foram realizadas 50 inscrições, com a submissão de 41 trabalhos, envolvendo 154 candidatos de 31 universidade e politécnicos, 32 docentes e 16 project advisors. Os vencedores desta edição terão prémios monetários até 12.000€.

Quanto ao Prémio de Jornalismo, a edição deste ano teve como objetivo colocar na agenda mediática as questões relacionadas com a dor, um problema que afeta cerca de 30% dos portugueses, distinguindo a melhor reportagem sobre o tema com um prémio de 3.000€.

No decorrer do evento vão ser apresentados os resultados de um estudo sobre a dor que contou com um total de 600 participantes, pela Dr.ª Sofia Antão do Departamento Médico da Angelini Pharma. Os principais resultados serão debatidos numa mesa redonda com a participação de Beatriz Craveiro Lopes, Fundadora do Centro Multidisciplinar da Dor do Hospital Garcia de Orta, Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos e Raquel Eusébio, Treinadora de Ginástica Aeróbica, com a moderação da jornalista Paula Rebelo.

Conceição Martins, diretora de Recursos Humanos e Comunicação da Angelini afirma “Na cerimónia de entrega de prémios deste ano, para além de ficarmos a conhecer os vencedores dos AUA! e o vencedor da 3ª edição do Prémio de Jornalismo, estamos também muito entusiasmados com a apresentação dos resultados do estudo mais recente na área da Dor e desta forma contribuir para que haja mais informação e conhecimento da opinião pública, sobre uma condição que afeta tantos portugueses”.

 

 

Geração Burnout
No trabalho, fora de casa, nos transportes ou no carro, em jantares ou no fim-de-semana: a geração millennial sofre de &quot...

E, diz a especialista, com pormenores que são motivo de preocupação: 32% trabalha mesmo quando está sentado na casa de banho; 63% mesmo quando está doente; 70% está sempre ativo mesmo nos fins-de-semana. E de acordo com uma sondagem publicada no Washington Examiner, 39% dos nativos digitais estariam dispostos a trabalhar mesmo quando estivessem de férias.

A separação entre a vida privada e o trabalho já não existe, com este último a assumir agora a primeira. E o principal culpado desta híper produtividade é a tecnologia, claro, que nos permite trabalhar onde e quando quisermos. Tudo o que precisa é de uma ligação, sem necessidade de ir sequer ao escritório. E com os smartphones, temos constantemente uma secretária à mão, correndo o risco inevitável de nunca se desligar e de viver num ciclo contínuo em que o trabalho está sempre presente. O número de horas de trabalho torna-se mais longo, separa-se e cobre todas as áreas da vida privada.

Outros fatores que geram dependência do trabalho são a exigência dos gestores, o desejo excessivo de ter sucesso, o medo de não ter uma carreira, e de não ser tão bom como os outros. As preocupações generalizadas entre uma geração, os Millennials, mostram uma grande preocupação com o futuro, em comparação com os baby boomers.

O chamado "workaholism", é um termo usado em 1971 pelo psicólogo Wayne Oates no livro Confessions of a Workaholic: Os Fatos sobre o Vício do Trabalho. O termo refere-se à compulsão ou à necessidade incontrolável de trabalhar incessantemente. Um vício que pode causar sintomas tais como ansiedade, insónia, depressão e aumento de peso. Tanto assim que a geração dos millennials é também conhecida como a "geração burnout". E as horas ilimitadas de trabalho afetam as relações sociais com amigos, parentes, esposas e maridos e taxas de divórcio muito elevadas.

Foram mesmo criados centros de terapia específicos para tratar o vício do trabalho. O mais importante está sedeado em Nova Iorque e chama-se "Workaholics Anonymous". Não só: nas livrarias é possível encontrar livros de autoajuda para se libertar do vício do trabalho, que incluem técnicas muito semelhantes às utilizadas com o alcoolismo ou o abuso de drogas. Mas, neste caso, a substância da qual se deve desintoxicar está no funcionar em excesso.

Este é um problema a ser identificado e a ser devidamente acompanhado.

 

Comunicado
Atendendo à evolução da pandemia, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) decidiu adotar um conjunto de medidas...

Em comunicado, o Centro Hospitalar explica que “a circulação destes alunos, nos diversos polos do Centro Hospitalar implica, nesta fase, um risco de contágio para os doentes e para os profissionais com quem interagem no âmbito dos estágios clínicos, podendo comprometer a capacidade operacional das equipas”.

No entanto, assegura que todas as Instituições de Ensino Superior de Coimbra têm no CHUC, “um parceiro para as soluções que se afigurem necessárias em cada momento, no âmbito das respetivas responsabilidades e, como tal, esta medida foi concertada com a Universidade de Coimbra, com a Faculdade de Medicina, com a Escola Superior de Enfermagem e com a Escola Superior de Tecnologias da Saúde”, pode ler-se no documento.

O CHUC espera que no final deste período de suspensão podem retomar os estágios e as atividades presenciais, “pelas quais todos anseiam, em condições de segurança”.

 

Sondagem APCOI
1 em cada 5 crianças com obesidade foi vítima pela primeira vez de um ataque de cyberbullying nas redes sociais relacionado com...

Segundo uma sondagem da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil, divulgada esta manhã, a maioria dos 512 encarregados de educação inquiridos revelou já ter tido que lidar com pelo menos um episódio de bullying escolar ou preconceito relacionado com o peso da criança, nos últimos dois anos letivos.

Insultos, alcunhas e comentários inapropriados foram os principais atos discriminatórios cometidos contra crianças com excesso de peso na faixa etária entre os 6 e os 14 anos.

Os episódios de bullying reportados foram na maioria realizados por colegas da mesma turma (47%), seguindo-se situações com alunos de outras turmas da escola (40%) e ainda ocorrências com professores ou pessoal não docente (13%).

A pandemia da COVID-19 parece ter agravado a situação: 1 em cada 5 crianças com obesidade foi vítima pela primeira vez de um ataque de cyberbullying nas redes sociais relacionado com o seu peso durante os meses de confinamento e ensino à distância.

Para alertar sobre os efeitos do bullying, da discriminação e do estigma associados à obesidade a APCOI junta-se à ECPO (Coligação Europeia de Associações de Pessoas com Obesidade) na campanha People First #LivingWithObesity que inclui o lançamento de um spot de vídeo, infográficos educativos e ainda um webinar ao vivo em simultâneo em todos os países agendado para amanhã, dia 21 de Outubro, às 14h. Em Portugal todos os materiais e informações desta campanha serão divulgados no site www.apcoi.pt neste dia.

“A APCOI aceitou o convite para participar nesta campanha europeia com o objetivo de pôr fim ao sofrimento não só das crianças, mas de todas as pessoas que em qualquer idade podem desenvolver esta doença crónica e não podem continuar a ser vítimas de estigma e de preconceito. A mensagem da campanha é simples: não há pessoas obesas, há pessoas que têm uma doença: obesidade”, acrescentou Mário Silva, presidente da APCOI.

 

 

Ação de sensibilização
O artista performativo, que ficou conhecido por Staticman, vai tentar “Quebrar Recordes pela Osteoporose”, numa ação de...

Staticman, o primeiro do mundo a trazer a arte da estátua-humana para a rua, em 1987, é detentor de cinco records mundiais, nove anos no Guinness Book of Records e detentor do recorde mundial de imobilidade com 20 horas, 11 minutos e 36 segundos. Vai agora, quase aos 60 anos, tentar alcançar um recorde mundial de “Mais Longa Performance de Estátua-Viva” para quebrar recordes pela prevenção da osteoporose.

“Quebrar Records pela Osteoporose” é o nome da ação que integra a campanha de consciencialização “Impeça a Osteoporose de Quebrar a Sua Rotina”, realizada pela Associação Nacional Contra a Osteoporose (APOROS), Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia (APPSReuma), a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR) e a Sociedade Portuguesa das Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM), e com o apoio da Amgen.

“Em todo o mundo estima-se que a osteoporose seja responsável por 8,9 milhões de fraturas no mundo, o que equivale à ocorrência de uma fratura osteoporótica a cada 3 segundos. São mais de 8,9 milhões de vidas que ficam comprometidas, todos os anos, com a redução de autonomia e incapacidade de realizar tarefas do dia a dia.

A osteoporose afeta os ossos de 800 mil portugueses e é responsável por cerca 40 mil fraturas ósseas anuais, incluindo aproximadamente 12 mil fraturas da anca que são responsáveis por cerca de 1500 mortes anualmente”, destaca Luís Cunha Miranda, presidente da SPR.

António Tirado, presidente da SPODOM, explica que “a osteoporose é uma doença que afeta o esqueleto tornando os ossos mais frágeis e fáceis de fraturar, o que acontece devido à redução da massa óssea, que leva a que os ossos fiquem mais porosos e quebradiços”.

Por sua vez, a presidente da APOROS, Viviana Tavares recorda “que a osteoporose reduz drasticamente a qualidade de vida dos doentes, impedindo-os de viver vidas plenas e ativas e até de realizar as atividades diárias mais simples”.

Andréa Marques, presidente da APPSReuma, destaca que “é essencial prevenir e tentar travar a evolução da osteoporose, de forma a melhor a qualidade de vida das pessoas e reduzir o impacto desta doença no Sistema de Saúde”, reforça.

A personagem de Staticman para esta ação, “Quebrar Recordes pela Osteoporose”, foi especialmente concebida para representar porcelana quebradiça, mimetizando o que acontece aos ossos quando são fragilizados pela osteoporose.

Esta tentativa de recorde mundial será acompanhada por um júri isento, incluindo o animador e estátua-viva José Pedro Alves (Mozart Living Statue), o médico de medicina geral e familiar João Ramos e representantes da Amgen, bem como por um notário que irá certificar esta ação.

Balanço DGS
Segundo último relatório divulgado pela Direção Geral da Saúde, nas últimas 24 horas, foram registados mais 1.949 novos casos...

O Norte continua a ser a região com o maior número de novos casos registados nas últimas 24 horas, com 971 novos infetados (50,6%). Em Lisboa e Vale do Tejo há mais 749 casos, no Centro mais 133, no Alentejo mais 35 e no Algarve mais 28. Quanto aos arquipélagos, os Açores somam mais sete casos e na Madeira há mais seis.

Dos 17 óbitos, 12 ocorreram no Norte, três em Lisboa e Vale do Tejo e dois no Centro.

O número de internados voltou a aumentar à semelhança de domingo, estando, agora, hospitalizadas 1.174 pessoas devido à covid-19. Mais 88 face ao último balanço. Destas, 165 estão em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), ou seja, mais 10 do que ontem.

Por outro lado, há mais 966 recuperados, aumentando para 59.966 o número de pessoas que já venceram a doença no país.

As autoridades de Saúde têm 55.425 contactos em vigilância e estão ativos 39.696 casos no país.

 

Atendimento Médico
Os pacientes podem agora agendar consultas e receber atendimento médico remoto através de uma solução de teleconsulta móvel.

A IBM e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), instituição portuguesa de utilidade pública administrativa reconhecida pelo seu trabalho junto da comunidade, nomeadamente nas áreas social, de saúde e de educação, anunciam hoje um projeto conjunto que visa desenvolver uma solução de teleconsulta na IBM Public Cloud.

Esta solução foi desenhada para ajudar a população a priorizar a sua saúde ​​durante a pandemia da COVID-19.  As equipas de IBM Garage e de IBM Services apoiaram a SCML no desenvolvimento de uma plataforma que corre na IBM Public Cloud e que permite aos pacientes agendar e aceder a serviços de teleconsulta e de atendimento médico remoto diretamente dos seus telemóveis. Além de auxiliar os pacientes com a marcação de exames médicos regulares, esta plataforma reduz também a necessidade de se deslocarem a um consultório médico, centro de saúde ou hospital, contribuindo assim, para ajudar os pacientes a reduzir a exposição à COVID-19 quando procuram atendimento médico.

A plataforma foi desenhada de forma a que os utentes possam comunicar facilmente com os prestadores de serviços médicos e de psicologia, no sentido de obterem a assistência necessária de forma rápida e segura. Após a solicitação da consulta médica, o paciente recebe uma notificação por e-mail ou SMS com a informação da data e hora e o link de acesso. Depois, apenas tem de clicar nesse link para iniciar a teleconsulta. Até à data, pacientes da SCML utilizaram esta plataforma para agendar cerca de 300 consultas médicas.

Para os prestadores de serviços médicos, esta plataforma permite que iniciem as teleconsultas através de uma chamada telefónica, videochamada ou chat. Com dados e conteúdos visíveis apenas para os participantes no decorrer da chamada, os pacientes podem estar confiantes de que os seus dados serão partilhados num ambiente gerido com a máxima segurança.  Adicionalmente, uma vez iniciada a videochamada, esta será mantida apenas entre o médico e o paciente, sem nenhum outro prestador de serviços ou entidade envolvidos.

A IBM Public Cloud é a cloud mais segura e aberta do setor, disponibilizando a tecnologia de encriptação de última geração, e a única comercialmente disponível para a cloud, - a "Keep Your Own Key."1  Tal dá às empresas a capacidade de manter o controlo das suas próprias chaves de encriptação – e os módulos de segurança de hardware que as protegem –, de modo a que os clientes sejam os únicos a controlar o acesso aos seus dados. Para organizações que operam em setores regulamentados, como é o caso da SCML, esta necessidade de proteger os dados dos seus utentes é crítica.

Num trabalho conjunto com um grupo de colaboradores de IBM Garage e de IBM Services, a SCML foi capaz de desenvolver uma solução de teleconsulta especificamente adaptada às suas necessidades. Este projeto é um exemplo do compromisso assumido pela IBM em ajudar as organizações de todo o mundo a aproveitar a capacidade dos seus serviços e aplicações como forma de manterem a produtividade em ambientes de trabalho remoto durante a COVID, bem como a emergirem mais fortes desta pandemia. Nesse sentido, a SCML teve a oportunidade de aceder aos serviços de Cloud da IBM durante três meses sem custos associados.

Uma vez que a maioria dos potenciais utentes da SCML irá aceder à plataforma a partir de um smartphone, a primeira adaptação foi passar de uma solução de teleconsulta "computer based" que necessitava de um endereço de e-mail para validação de ID, para uma solução alternativa que pudesse ser usada num telemóvel, por SMS, chamadas de áudio e /ou videochamadas.

A correr na Cloud Pública da IBM, a solução beneficia de várias funcionalidades, suportadas por uma plataforma robusta baseada em micro serviços, e escalável de acordo com a procura. Foram ainda adicionados serviços críticos fundamentais que permitem a monitorização da solução, registo de acesso e autenticação do utilizador.

Esta solução assume ainda mais relevância, numa fase em que os métodos tradicionais têm que ser adaptados à medida que o mundo luta contra a COVID-19. O facto de Portugal continuar a enfrentar centenas de novos casos confirmados por dia, principalmente na Área Metropolitana de Lisboa, vem reforçar esta importância.

Francisco Pessoa e Costa, Diretor de Estudos e Planeamento Estratégico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acrescenta, “Esperamos que este projeto tenha grande impacto na prestação de serviços de saúde durante o período da pandemia, principalmente entre os mais idosos e a população mais vulnerável e/ou desfavorecida. No meio da situação pandémica que vivemos e de toda a instabilidade e incerteza de que a mesma se reveste, estamos a tentar fazer o melhor que podemos para proteger aqueles que precisam de nós. Toda a equipa da SCML está muito orgulhosa e profundamente envolvida e comprometida com o sucesso deste projeto e com a expansão do uso desta solução entre os nossos utentes”.

“Desafios como reinventar as operações de negócio tradicionais durante a pandemia da COVID-19, dão-nos uma oportunidade de utilizar a tecnologia Cloud para fazer a diferença onde é mais necessário e relevante,” disse Gonçalo Costa Andrade, Manager de Entreprise Sales, IBM Portugal. “Esta plataforma que construímos com a SCML permitirá que os seus utentes possam aceder de forma segura e conveniente a serviços médicos, de nutrição e psicológicos fundamentais.”

Norma atualizada
Os idosos que estão nos lares podem receber mais do que uma visita por semana, avança a Direção-Geral da Saúde (DGS), que deixa...

De acordo com a informação da DGS que atualiza a norma publicada em maio, quando as visitas aos lares foram retomadas “de acordo com as condições técnicas das estruturas ou unidades, as visitas devem realizar-se pelo menos uma vez por semana”, mas alerta que cada autoridade de saúde local poder suspender ou restringir as visitas, de acordo com o evoluir da situação epidemiológica.

“Mediante a situação epidemiológica local e na estrutura ou unidade (incluindo situações de surto) pode ser determinada, pela autoridade de saúde local, a restrição ou suspensão de visitas, por tempo limitado”, informa.

A DGS faz saber ainda que as visitas às estruturas residenciais para idosos, às Unidades de Cuidados Continuados Integrados (UCCI), da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), e aos Estabelecimentos de Apoio Social para Crianças, Jovens Pessoas Idosas ou Pessoas com Deficiência devem decorrer apenas com marcação, com tempo de duração limitado e em espaço arejado, e que os visitantes não podem levar objetos pessoais nem alimentos.

Por outro lado, sublinha no documento que a instituição “deve ter um plano para operacionalização das visitas e ter identificado um profissional responsável pelo processo”, que deve decorrer sempre cumprindo as regras do distanciamento, utilização de máscaras e desinfeção de mãos.

O espaço deve ser higienizado entre visitas e as pessoas com sinais ou sintomas sugestivos de covid-19 ou com contacto com um caso suspeito ou confirmado da doença nos últimos 14 dias não devem realizar ou receber visitas.

“A instituição deve garantir que a visita decorre em espaço próprio, amplo e com condições de arejamento (idealmente, espaço exterior), não devendo ser realizadas visitas na sala de convívio dos utentes ou no próprio quarto, exceto nos casos em que o utente se encontre acamado”. Em quartos partilhados, dever ser criadas “condições de separação física”.  

Sempre que possível, devem definir-se ainda “corredores e portas de circulação apenas para as visitas, diferentes dos utilizados pelos utentes e profissionais, que deve ser respeitado o número máximo de um visitante por residente ou utente e que os visitantes não devem circular pelo espaço nem usar as instalações sanitárias dos utentes”.

Caso não seja possível, deve então ser definida uma instalação sanitária de uso exclusivo para os visitantes.

Segundo a DGS, o período de visitas não deve ultrapassar os 90 minutos.

 

Um projeto da Associação Portuguesa Contra a Leucemia
A Câmara Municipal de Lisboa emitiu o Alvará para a realização da obra da casa de acolhimento “Casa Porto Seguro”, um projeto...

“A emissão do alvará que dará início aos trabalhos coloca-nos cada vez mais perto do objetivo final: ajudar quem mais precisa. Com a Casa Porto Seguro poderemos finalmente ajudar os doentes hemato-oncológicos com menos possibilidades monetárias e que têm de se deslocar para longe da sua área de residência para realizar os tratamentos de que necessitam”, afirma Carlos Horta e Costa, vice-presidente da APCL.

A obra é o grande plano da APCL para os próximos anos, mas o projeto é já um sonho antigo. Por isso, Carlos Horta e Costa, deixa ainda um apelo: “Agradecemos a todos os que já contribuíram para a concretização deste projeto e aproveitamos para deixar o apelo a quem ainda nos queira ajudar, a realizar este grande sonho, de que poderá fazê-lo através do nosso site. Toda a ajuda conta.”

 

Opinião
No universo das ostomias intestinais e, pelas suas particularidades específicas, merecem algum desta

A ileostomia é uma ostomia de eliminação intestinal situada numa porção do intestino delgado, mais precisamente no íleon, localizando-se o estoma, normalmente, no quadrante inferior direito do abdómen.

Este tipo de ostomia intestinal exige de nós, profissionais e pessoa ostomizada, um maior cuidado pela sua localização e caraterísticas do conteúdo eliminado.

Como é do conhecimento geral, é no intestino que são absorvidos a água e os nutrientes ingeridos. Quando, por qualquer motivo, a pessoa é intervencionada cirurgicamente, da qual resulta uma ileostomia, todos os alimentos e líquidos ingeridos são expelidos precocemente pela abertura presente no íleon (ileostomia) comprometendo a principal função de absorção do intestino. Esta disfunção pode causar desequilíbrios hidro-electrolíticos, podendo provocar graves carências no organismo.

Além disso, o conteúdo presente neste segmento do intestino contém uma grande concentração de enzimas biliares, proporcionando ao efluente um pH alcalino que, associado à consistência, tipicamente líquida ou semilíquida, e ao excessivo volume eliminado diariamente (por vezes superior a 2000 ml), poderá causar grandes transtornos à vida da pessoa portadora deste tipo de ostomia intestinal, comprometendo consideravelmente a sua qualidade de vida.

Considerando todas estas particularidades, é muito importante que as pessoas portadoras de ileostomia pratiquem uma alimentação cuidada e equilibrada, quer ao nível da ingestão de líquidos quer dos alimentos. Contrariamente ao que as pessoas possam pensar, o facto de estarem a eliminar muito conteúdo pela ileostomia, não significa que devam suspender a ingestão de alimentos e líquidos, isso contribuirá para maiores desequilíbrios, agravando o quadro de desidratação e desnutrição.

É indiscutível que, na presença de uma ileostomia são importantes alguns cuidados alimentares para aumentar o tempo de absorção e não haver tantas perdas, ou seja, para reduzir as quantidades eliminadas pela ileostomia.

Felizmente, grande parte das ileostomias são construídas com caráter temporário, para resolver a fase aguda de determinadas doenças (ex.: doenças inflamatórias intestinais), para proteção de anastomoses intestinais baixas, para derivação do fluxo fecal enquanto decorre a cicatrização, ou consequentemente a situações de urgência, sendo o trânsito intestinal restabelecido num curto período de tempo, que poderá ir de 1-2 semanas a 3-6 meses. Contudo, há ileostomias que permanecem mais tempo, por vários motivos (ex.: longos períodos de tratamentos com quimioterapia), atrasando a cirurgia de reconstrução.

Independentemente do tempo de permanência da ileostomia, os seus portadores deverão aprender a viver com ela com naturalidade e com todos os cuidados que a mesma exige.

Para tal, é fundamental, que as pessoas com ileostomia sejam devidamente acompanhadas por profissionais especializados que previnam todas as complicações que possam surgir e condicionar o seu bem-estar e a sua saúde, mas também, no tratamento precoce, pontual e eficaz quando na presença de alguma situação menos agradável.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Essencial para o equilíbrio da microbiota intestinal
Em época de regresso às aulas e de pandemia, uma alimentação equilibrada, com probióticos específicos, como os lactobacillus e...

De acordo com a pediatra, as “infeções respiratórias agudas, incluindo as rinofaringites, amigdalites e a otite média aguda de etiologia viral, ou bacteriana, são muito frequentes na idade pediátrica, com uma prevalência que aumenta nos meses mais frios, ou seja, a partir do outono e até ao final do inverno, observando-se um aumento substancial do consumo de antibióticos e um elevado absentismo escolar”. E explica que este facto se deve, por um lado, “a uma a uma imaturidade imunológica própria da idade e, por outro lado, ao contacto com maior carga de vírus e bactérias nos infantários e nas escolas”. 

Como 70% das células produtoras de anticorpos residem no nosso intestino, uma das formas mais simples de prevenir as frequentes idas ao médico passa por garantir o bom funcionamento da microbiota intestinal, que desempenha um papel fundamental na defesa do organismo. “Vários trabalhos científicos têm demonstrado que a microbiota intestinal tem um papel importante no aumento dos mecanismos de defesa contra doenças infeciosas, em especial as infeções intestinais e respiratórias”, sublinha a médica. Lembra também que as infeções respiratórias são “uma importante causa de morbilidade na idade pediátrica e que, por vezes, deixam sequelas a nível do aparelho respiratório”. Podem ainda ser um fator precipitante do aparecimento ou agravamento de alergia respiratória, como é o caso da asma brônquica. 

Maria Leonor Bento salienta que, “quando existe um desequilíbrio da microbiota intestinal (disbiose) há uma perda da integridade da barreira protetora do intestino”, o que pode desencadear várias patologias, incluindo as infeções respiratórias”. Os probióticos, que são microrganismos vivos protetores que se encontram naturalmente em alguns alimentos e ou suplementos, contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal e conseguem modular a resposta do sistema imunitário.  

Porém, e no que respeita às infeções respiratórias, nem todos probióticos têm a mesma capacidade de proteção. De acordo com alguns estudos, os Lactobacillus Rhamnosus GG e Bifidobacterium lactis Bb-12 “parecem ser mais eficazes na prevenção das infeções respiratórias agudas e da otite média aguda na idade pediátrica”.

Segundo Maria Leonor Bento, são múltiplos os fatores que influenciam o tipo de flora microbiana intestinal que se desenvolve desde o período neonatal. “O tipo de parto, é um deles,  havendo  diferenças entre o parto eutócico versus parto por cesariana, no que respeita ao início da estimulação do sistema imune intestinal, a qual é mais precoce no parto eutócico em que existe um contacto direto da mucosa intestinal do recém-nascido com microrganismos da flora vaginal e intestinal materna através da deglutição das secreções e líquido amniótico”, explica.  

O tipo de alimentação desde o nascimento também influencia a microflora intestinal do recém-nascido e do pequeno lactente e consequentemente o desenvolvimento do sistema imune local. A médica frisa que “o leite materno para além das suas propriedades nutritivas essenciais ao bom desenvolvimento do lactente, constitui um verdadeiro suplemento e um estímulo imunológico natural”. Isto porque “é rico em anticorpos IgA secretores (IgAs), em células imunologicamente competentes, em probióticos naturais como lactobacillus e bifidobactérias e em prebióticos naturais, que vão favorecer um desenvolvimento adequado do sistema imune da criança desde o seu nascimento, reduzindo o risco infecioso e alérgico”. 

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