Comercialização de genéricos arrancou há 31 anos em Portugal
Nos 31 anos do início da comercialização dos medicamentos genéricos em Portugal, a APOGEN – Associação Portuguesa de...

Para a Presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves, “congratulamo-nos com a iniciativa da Assembleia da República de querer instituir o Dia Nacional do Medicamento Genérico. Esta data simboliza uma importante conquista social. Neste percurso, podemos afirmar que houve um caminho positivo, este ano, pela primeira vez, ultrapassámos a barreira dos 50% de quota de mercado: 51,2% em abril, segundo dados conhecidos esta semana. Todavia, continuam a existir ineficiências que impedem uma maior adoção”.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, há um uso racional do medicamento quando a pessoa com doença recebe os medicamentos para a sua condição clínica em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. O uso de fármacos mais custo-efetivos, onde se incluem os medicamentos genéricos, permite a libertação de recursos que são investidos no financiamento de novos cuidados de saúde, nomeadamente em novas tecnologias de saúde inovadoras, proporcionando um acesso mais equitativo – traduzido no círculo virtuoso da sustentabilidade.

Portugal enfrenta uma grave crise social, de acordo com o último Censos 46,5% da população residente com mais de 15 anos é inativa, 26,4% são reformados. O relatório de 2022 sobre a pobreza e exclusão social em Portugal identifica que 22,4% da população portuguesa está em risco de pobreza ou exclusão social e cerca de 2,5% dos trabalhadores por conta de outrem tinham um rendimento por adulto equivalente, inferior a cerca de 370€.

A APOGEN, representada pela por sua Presidente, reforça que “o nível de adoção dos medicamentos genéricos é um indicador de qualidade de um sistema de saúde; a opção pelo medicamento genérico é uma escolha inteligente que liberta recursos para as famílias e para o sistema de saúde beneficiando a sociedade” e acrescenta “países mais desenvolvidos, com populações com maior poder de compra e mais literacia em saúde apresentam maiores quotas

de mercado de medicamentos genéricos, destacamos o Reino Unido e a Alemanha com 85% e 83% de quota, respetivamente.

Ainda assim, continua-se a assistir à saída de medicamentos genéricos do mercado devido à sua inviabilidade económica. Em 2022, dos medicamentos (apresentações) descontinuados, 67% eram medicamentos genéricos. No início desta semana, do total de medicamentos (apresentações) em rutura no site do Infarmed, 79% eram medicamentos genéricos. Tal condiciona o acesso das populações à saúde e impacta negativamente os custos suportados pelos doentes e pelo SNS.

A Presidente da APOGEN conclui: “neste dia apelamos a que sejam criadas condições que assegurem a disponibilidade destas tecnologias de saúde mais acessíveis para a população. É necessário criar um consenso que permita um equilíbrio entre a sustentabilidade da despesa em saúde com a competitividade e atratividade da indústria farmacêutica que investiga, desenvolve, produz e comercializa medicamentos genéricos a bem dos Portugueses”.

Dia Internacional do Paramédico 2023 assinalou-se a 8 de julho
Este ano, o tema do Dia Internacional do Paramédico é «O que os paramédicos fazem».

Enquanto o Dia Internacional dos Paramédicos inaugural do ano passado foi sobre construir orgulho dentro da profissão e celebrar o tremendo trabalho realizado por paramédicos e socorristas durante a pandemia de Covid-19, 2023 é sobre inspirar a próxima geração de médicos, melhorar a perceção do público e mostrar o desenvoltura e diversidade da profissão em todos os ambientes onde os paramédicos trabalham.

Como profissionais altamente qualificados, os paramédicos fazem uma contribuição extraordinária para os sistemas de saúde e assistência social em todo o mundo, ajudando os pacientes quando eles mais precisam e fornecem tratamento seguro e eficaz.

Fazem isso apesar dos muitos desafios que a profissão enfrenta atualmente, não apenas no Reino Unido, mas internacionalmente. Atrasos na transferência de ambulâncias, retenção de funcionários, moral e reconhecimento de valor são apenas algumas das principais questões sentidas por todos os paramédicos que trabalham hoje. No entanto, apesar dessas dificuldades significativas, eles continuam a colocar seus pacientes em primeiro lugar, oferecendo cuidados exemplares e compassivos.

Trabalhar no serviço de ambulância é, obviamente, um papel essencial que os paramédicos experientes desempenham em todo o mundo, mas isso não é tudo o que eles fazem. Desde 2000, o papel evoluiu dramaticamente, e agora espera-se que os paramédicos gerenciem uma ampla gama de condições no ambiente fora do hospital.

Hoje, o papel cruza saúde, saúde pública, assistência social e segurança pública, o que significa que paramédicos e socorristas estão em uma posição única para trabalhar em uma variedade de configurações, incluindo cirurgias de GP, equipes de resposta a áreas perigosas (HART), offshore e militares, para citar, mais alguns. Quer se trate de um papel na prática clínica, liderança e gestão, educação ou pesquisa, as possibilidades de um paramédico desenvolver todo o seu potencial nunca foram tão grandes à medida que a profissão continua a crescer, mudar e a adaptar-se.

Chefe Executivo do Colégio de Paramédicos, Tracy Nicholls OBE disse: “O Dia Internacional dos Paramédicos do ano passado foi uma verdadeira celebração da profissão reunida de todo o mundo para revelar por que eles tinham orgulho de ser paramédicos. Mas este ano, a mensagem é clara – ser paramédico é uma profissão versátil, multifacetada e diversificada que cresceu exponencialmente na última década. É hora de as pessoas reconhecerem, entenderem e apreciarem isso. Trabalhar no serviço de ambulância é, obviamente, uma função vital que os paramédicos altamente qualificados desempenham em todo o mundo, e uma que muitas pessoas pensam primeiro, mas isso não é de forma alguma tudo o que fazemos e os paramédicos agora gerenciam uma ampla gama de condições complexas e desafiadoras em uma ampla gama de ambientes fora do hospital”.

Em Portugal juntam-se oficial e reconhecidamente:

  • Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar
  • Fénix – Associação Nacional de Bombeiros e Agentes de Proteção Civil
  • Sociedade Europeia de Emergência Médica (sede atual em Portugal)
  • Colégio Internacional dos Serviços Médicos de Emergência (sede atual em Portugal)
  • Associação Nacional dos Técnicos de Emergência
  • Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Trabalho de investigação distinguido com bolsa de 35 mil euros
Identificar o mecanismo através do qual o cancro da mama triplo negativo metastiza para os ossos, uma situação que ocorre em 40...

O projeto ‘The impact of Triple Negative Breast Cancer secreted extracellular vesicles in bone premetastatic reprogramming’ visa procurar resposta para um desafio clínico ainda não satisfeito, através da descoberta de biomarcadores capazes de prever a existência destas metástases ósseas no cancro da mama triplo negativo. E foi o escolhido pelo júri, de entre 41 trabalhos a concurso, o maior número de candidaturas de sempre, para receber uma bolsa no valor de 35 mil euros.

Para Maria do Céu Machado, Presidente da Fundação FAZ, este prémio “é o reconhecimento da investigação clínica de excelência, do valor para melhores resultados em clínica e um estímulo e oportunidade para os investigadores”.

Recorde-se que este Prémio visa distinguir os melhores projetos de investigação translacional (que englobem pesquisa empírica e trabalho de campo) em oncologia, a nível nacional, tendo as candidaturas sido avaliadas por uma Comissão composta por José Carlos Machado, professor na Faculdade de Medicina do Porto e vice-presidente do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup); Bruno Silva Santos, professor associado com agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e vice-diretor e investigador principal do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM); Cláudia Faria, Neurocirurgiã no Hospital de Santa Maria (CHULN) e investigadora no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (IMM); José Pedro Carda, hematologista e membro da Sociedade Portuguesa de Hematologia e António Araújo, Professor Catedrático Convidado do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto e diretor do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar do Porto, que presidiu.

 

Dia Mundial das Alergias assinala-se a 8 de julho
Desde 1906 que chamamos alergia às reações exageradas do sistema imunitário contra substâncias não i

As manifestações e a gravidade da alergia podem variar muito de pessoa para pessoa e ao longo da vida. Às vezes, segundo padrões bem reconhecidos, como a marcha atópica nas crianças alérgicas: a alergia de pele ou alimentar do bebé dão lugar à rinite e/ou à asma na idade escolar. Por isso, nestes casos, deve-se antecipar esta evolução e redobrar a atenção às manifestações iniciais dessas doenças, para assegurar o tratamento adequado.

A alergia pode ter manifestações tão brandas que são desvalorizadas pelo próprio, mas tem também formas graves e até potencialmente fatais. Em qualquer caso, o reconhecimento da alergia e o seu tratamento adequado permitem evitar complicações graves e melhorar francamente a qualidade de vida das pessoas alérgicas.

O tipo de alergénio, a intensidade da exposição e as características de cada pessoa determinam o tipo e a gravidade da reação alérgica. As manifestações podem limitar-se aos órgãos diretamente expostos ao agente, com praticamente nenhum outro sintoma - seja a pele (eczema), o sistema respiratório (espirros, corrimento nasal, lacrimejo, tosse, pieira) ou o tubo digestivo (enjoo, dor de barriga, diarreia).

Crises alérgicas mais intensas podem fazer estas reações de hipersensibilidade transbordar para a circulação sanguínea e despoletar manifestações gerais ou em órgãos distantes da exposição - mal-estar geral, dores musculares, comichão por todo o corpo). Quando esta reação generalizada é suficientemente grave, instala-se uma emergência médica designada crise anafilática, que pode ser rapidamente letal, se não for rapidamente tratada. Deve suspeitar-se de anafilaxia se surgir urticária (pele vermelha e empolada), falta de ar, tonturas, diarreia, inchaço de olhos, boca e língua ou mesmo a perda dos sentidos. As pessoas em maior risco de anafilaxia (como aquelas com alergia a veneno de abelha ou vespa, amendoim ou marisco) devem dispor sempre de uma caneta injetora de adrenalina, para administrarem em caso de emergência - nomeadamente quando se encontrarem em locais distantes dos serviços de emergência.

Quaisquer que sejam os sintomas, deve-se realizar testes (sanguíneos e/ou ‘epicutâneos’, ou seja, sob a camada mais exterior da pele) que demonstrem a alergia e os agentes a que a pessoa é alérgica. Sem a identificação dos alergénios específicos de cada pessoa, não é possível prevenir adequadamente a exposição - não raras vezes, o passo mais importante no controlo da alergia.

Além da prevenção, o tratamento inclui frequentemente medicamentos que controlam os sintomas (por exemplo, anti-histamínicos, inaladores antiasmáticos, descongestionantes nasais ou medicamentos tópicos da pele). Em formas graves, pode estar indicado o uso de tratamentos mais inovadores, como os medicamentos biológicos ou a imunoterapia específica (também conhecida por dessensibilização).

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, há ainda muitas alergias por identificar ou inadequadamente tratadas. Neste Dia Mundial da Alergia, é sobretudo importante contribuir para que a população reconheça este problema tão comum, os seus sintomas e a diversidade de meios que a Medicina de hoje tem ao seu dispor para cuidar das pessoas alérgicas.

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Investigação em criopreservação
Uma investigação de Bruno Guerreiro, aluno de doutoramento da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa...

Durante o seu trabalho de doutoramento, Bruno Guerreiro descobriu que o FucoPol, um polissacárido rico em fucose, não só diminui o diâmetro dos cristais de gelo formados para tamanhos não danosos para o material biológico, como também consegue controlar o estágio de nucleação do seu crescimento. Já na sua mais recente investigação, publicada como “Enhanced Control over Ice Nucleation Stochasticity Using a Carbohydrate Polymer Cryoprotectant”, demonstra que consegue controlar o processo de criopreservação ao seu nível mais fundamental, e os órgãos para transplante poderão assim suportar mais tempo em trânsito, mas também em biobancos, ajudando a mitigar o problema da escassez de órgãos em hospitais.

Mediante o potencial do trabalho desenvolvido, o investigador recebeu apoio financeiro do Programa Fulbright Portugal, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e da Companhia de Biólogos para colaborar com a Universidade da Califórnia, Berkeley.

O FucoPol é um polissacárido, um polímero composto por pequenos açúcares unidos em cadeia, produzido por uma bactéria. Além de ser crioprotetor e estruturado, produz soluções aquosas viscosas e é antioxidante, características benéficas para o processo de criopreservação.

“Podemos agora preservar tecidos e órgãos com maior qualidade, a temperaturas mais acessíveis e durante muito mais tempo”, confirma o investigador Bruno Guerreiro. “Na maioria dos casos, um paciente dador cede um órgão numa altura que não coincide com o momento em que um paciente precisa de transplante por isso temos de ter os meios para o preservar. Atualmente, a procura por transplantes excede em 10 vezes a oferta, e são

poucos os que associam esse problema à inexistência de um sistema eficiente de preservação de órgãos”, conclui o investigador.

Esta investigação científica, que foca em compreender como polímeros de carboidratos produzidos biotecnologicamente e sem qualquer toxicidade podem ser os novos crioprotetores alternativos, teve início em 2016 por um painel de investigadores composto por Bruno Guerreiro, Filomena Freitas, Maria Ascensão Reis, Jorge Silva e João Lima, numa colaboração entre as unidades de investigação UCIBIO, LAQV e CENIMAT.

A investigação representa um momento de viragem dado que até agora têm sido utilizadas moléculas capazes de controlar os cristais de gelo formados no processo de descida de temperatura (ex. DMSO, glicerol), mas existindo sempre um perigo subjacente quando a cristalização realmente acontece. Com o FucoPol, é possível reduzir significativamente este perigo.

Sintomas
A chegada do verão traz consigo o sol, as idas à praia e à piscina, os passeios pelo campo e outros

Muitas vezes, é difícil distinguir uma constipação de uma alergia por apresentarem sintomas muito semelhantes. Espirros, corrimento nasal, nariz entupido e tosse são alguns dos sintomas manifestados em ambas as condições. No contexto do Dia Mundial da Alergia, que se assinala a 8 de julho, a Bayer ajuda a identificar seis diferenças entre as alergias e as constipações, para que possa encontrar o tratamento adequado ao seu caso. 

  1. Origem e duração da patologia – Quando falamos em constipações, referimo-nos infeções virais agudas, normalmente sem febre e autolimitadas, que manifestam sintomas respiratórios superiores, como corrimento e congestão nasal, e que podem ser facilmente confundidos com os sintomas de uma alergia. No entanto, as alergias não são causadas por vírus e correspondem a uma reação exagerada do organismo ao alérgeno (substância que causa a alergia). A duração é também um fator diferencial destas condições, já que as constipações são situações pontuais e as alergias são recorrentes, repetindo-se ao longo do ano ou em alguma época do ano específica.  
  2. Frequência dos espirros – A periodicidade dos espirros pode ajudar-nos a perceber quando se trata de uma constipação ou de uma alergia, isto porque a segunda é acompanhada de espirros contínuos e muito repetidos, já uma constipação, não tanto. 
  3. Corrimento nasal – Tanto nas alergias como nas constipações, o corrimento nasal é um sintoma muito comum. É importante ter atenção à cor e à espessura do muco para perceber perante qual das duas estamos. Se for uma alergia, o muco será aguado e transparente. Já nas constipações é espesso e esverdeado.
  4. Olhos a lacrimejar – Apesar de existirem muitos sintomas comuns entre as duas patologias, ter os olhos a lacrimejar, com comichão e inchados, está apenas ligado às alergias, o que pode facilitar a distinção. 
  5. Febre ligeira e dores musculares – Estes são dois sintomas típicos das constipações, então se os sentir juntamente com espirros, corrimento nasal e tosse, já sabe que deve estar perante uma constipação. As alergias por norma não estão associadas a febre. 
  6. Aparecimento de sintomas – Quando temos alergias é normal que os sintomas se intensifiquem sempre que estamos perto ou em contacto com a substância que os provoca, como em parques, no caso do pólen, ou em quartos fechados, se estivermos a falar de pó ou ácaros. Já em caso de constipação, os sintomas são constantes, independentemente de onde estivermos. 

Em caso de dúvidas ou questões sobre alergias ou constipações, consulte o seu médico.

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No âmbito da Doença Mental
Em muitos dos países ocidentais, a desinstitucionalização dos serviços realçou a importância e, acim

Não são necessárias estatísticas para que tenhamos conhecimento que muitos dos cuidadores informais e/ou familiares das pessoas com experiência de doença mental, frequentemente, se vêm forçados a abdicar do seu trabalho para poderem prestar os devidos cuidados a essas pessoas. Nas situações em que isto não acontece, muitas são as atividades e momentos que acabam por ficar comprometidos, pois sabemos que a disponibilidade para cuidar destas pessoas ocupa a maioria do tempo livre que poderia ser utilizado pelos cuidadores para o exercício de outras tarefas e compromissos, nomeadamente, para cuidarem de si próprios e do seu bem-estar.

Embora o foco da maioria dos serviços de saúde mental (enquadrados no SNS) seja, principalmente, no utente a título individual, não nos podemos esquecer da necessidade e, até, responsabilidade de também apoiar aqueles que cuidam desse. Este facto revela-se ainda mais urgente quando as pessoas cuidadas não estão inseridas numa resposta social. Este apoio, assim como muitos outros é escasso. Portugal, para além de não responder à pluralidade das necessidades das pessoas com experiência de doença mental, também falha no apoio às suas famílias e cuidadores. Algumas mudanças estão a ser feitas, na teoria, mas estão longe de se apresentarem como suficientes na prática. Tenho plena consciência de que nada do que está escrito neste artigo é novidade, quer para o profissional na área da saúde, quer para qualquer cidadão mais atento.

Enquanto Terapeuta de Referência num Fórum Socio-Ocupacional de Adultos com Doença Mental Grave, vejo-me, diariamente, confrontada com a fadiga emocional e, muitas vezes, física daqueles que cuidam e apoiam, diariamente, a pessoa com experiência de doença mental, nomeadamente, os familiares e cuidadores. Tal como os familiares, os membros da equipa técnica - enquanto seres humanos que são - podem também acusar fadiga, pois são estes que, juntamente com os cuidadores informais, vivem e experienciam, diretamente, tudo o que acontece com o utente. Sabemos, no entanto, que um técnico possui mais estratégias para lidar com as oscilações e diferentes necessidades que o utente vai apresentando ao longo do dia, no entanto, dentro do contexto familiar são os familiares que têm de lidar - muitas vezes, sem estratégias - com essas experiências, sejam elas momentos positivos - em que os utentes se encontram motivados e colaborativos - quer sejam momentos menos bons, em que o simples levantar da cama pela manhã se revela um desafio quase impossível de ser superado. Trata-se de um trabalho invisível que, muitas vezes, não é reconhecido e que, apesar disso, estas pessoas, muitas vezes exauridas e elas próprias com necessidade de receber cuidados, se vêm obrigadas a assumir-se como abrigos de outras tão ou mais doentes.

Face a isto, há a necessidade urgente de cuidar de quem cuida, apoiar financeiramente, socialmente e emocionalmente aqueles que dão abrigo, apesar de serem eles próprios quem dele necessitam. É urgente diminuir a carga emocional destas pessoas que, dia após dia, se vêm confrontadas com situações bastante complexas com as quais têm de lidar e se veem desesperadas por respostas sem as conseguir encontrar.

A intervenção dos técnicos da instituição à qual pertenço vai muito para além do que é expectável, muito para além do que está acordado no papel. Existe, efetivamente, a preocupação e o sentimento de dever para com aqueles que cuidam dos outros porque nós próprios sabemos o quão difícil, muitas vezes, é fazê-lo. Por essa razão, são diversas as ocasiões em que tomamos iniciativa (dentro do que nos é possível, claro), de criar momentos e espaços de partilha desprovidos de preconceitos ou julgamentos, onde seja possível desabafar e partilhar informações, assim como de elaborar estratégias que permitam aos cuidadores e familiares se capacitarem (ainda mais) para o processo diário que os cuidados prestados exigem. São ainda criados momentos de lazer que, para além de permitirem ao cuidador/familiar espairecer daquela que é uma rotina pesada e sem espaço, muitas vezes, para diversão, enriquecem essa própria rotina e permitem estreitar os laços que, muitas vezes, se veem desgastados pela exigência que os cuidados prestados requerem. Trata-se, então, de organizar diversas atividades dos mais diversos âmbitos que acabam por aproximar, ainda mais, o cuidador/familiar da pessoa com experiência de doença mental fora de um contexto de prestação de cuidados, mas num ambiente de diversão conjunta.

Em suma, haja empatia e, acima de tudo, reconhecimento e investimento nestas pessoas que tantas vezes fazem trabalho, que apesar de invisível se revela imprescindível para a vida de outras tantas. Esta empatia é crucial, pois tal como afirma Soeiro, Araújo e Figueiredo (2020) «em algum momento das nossas vidas, todos precisaremos dos cuidados de outros e todos seremos, provavelmente, cuidadores de alguém».

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No âmbito da Saúde Mental
A cerimónia de assinatura do protocolo, que decorreu no CHUC, contou com a participação de Carlos Santos, Presidente do...

A cerimónia de assinatura do protocolo, que decorreu no CHUC, contou com a participação de Carlos Santos, Presidente do Conselho de Administração e dos Vogais do Conselho de Administração, Pedro Simões, Célia Cravo e Nuno Deveza, do Diretor do CRI de Psiquiatria do CHUC, Horácio Firmino, e de Jorge Alves, Presidente da Associação Integrar, para além de outros técnicos desta Associação.

A Associação Integrar é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, que tem como principal objetivo o desenvolvimento de ações de solidariedade social, na lógica da igualdade de oportunidades, da emancipação e integração das populações desfavorecidas e da justiça social e igualdade entre indivíduos.

Refira-se, ainda, que a formalização desta articulação entre o CHUC e a Associação Integrar vai permitir dinamizar formações aos Técnicos da Associação Integrar, em áreas específicas que sejam consideradas pertinentes e do seu de interesse.

 

Novo paradigma em Saúde Mental discutido em conferência
O Ispa – Instituto Universitário assina, a 12 de julho, um protocolo de cooperação com a The Clinic of Change, um acordo...

A cooperação entre o Ispa e a The Clinic of Change tem o objetivo de promover encontros científicos e/ou ações de formação conjuntas; trocar informação e comunicação de documentos; desenvolver programas de intercâmbio nas áreas técnicas, científica e cultural; realizar estudos, pesquisas ou atividades de ensino e investigação científica; e ainda efetivar o aproveitamento recíproco das respectivas potencialidades científicas, técnicas e humanas para a realização de estágios curriculares no âmbito da frequência de programas de estudo ministrados pelo Ispa.

A The Clinic of Change é a primeira clínica em Portugal, através de parceria internacional com a Awakn Life Sciences, de psicoterapia assistida por ketamina, uma forma de terapia assistida por psicadélicos; uma terapêutica inovadora em Saúde Mental com evidência sólida de eficácia e segurança no tratamento de alguns dos maiores flagelos de Saúde do século XXI: depressão, ansiedade, burnout ou esgotamento, stress pós-traumático, distúrbios alimentares e vários tipos de adição, nomeadamente o alcoolismo.

Esta proposta inovadora para o tratamento de diversas patologias, que combina sessões de psicoterapia com administração de ketamina, assume-se com um novo paradigma de Saúde Mental.

O Ispa é há 60 anos pioneiro no ensino e investigação da Psicologia em Portugal. Associa-se agora à The Clinic of Change, também ela pioneira na psicoterapia assistida por psicadélicos, num projeto que pretende promover a investigação neste domínio.

É, por isso, um privilégio para o Ispa receber a Professora Celia Morgan, da Universidade de Exeter, autora de inúmeras publicações sobre os potenciais usos terapêuticos da ketamina em Saúde Mental.

“O protocolo entre a The Clinic of Change e o Ispa – Instituto Universitário permite desenhar um caminho sólido para Portugal de aproximação entre a academia e a investigação à psicoterapia assistida por psicadélicos, em particular a ketamina”, defende o diretor geral da The Clinic of Change, Cláudio Carmona.

E acrescenta que esta parceria “representa uma oportunidade única de trazer para o país esta enorme inovação em Saúde Mental, a partir de uma metodologia internacional já documentada e com evidência científica publicada, contando com parceiros como o Imperial College e a Universidade de Exeter.”

A par da assinatura do protocolo, o Ispa – Instituto Universitário acolhe a palestra “Ketamine assisted therapy - a paradigm shift in mental health”, ministrada pela responsável da área de Psicofarmacologia na Universidade de Exeter, Celia Morgan, referência mundial da área.

A conferência decorre pelas 10h00, na Sala de Atos do Ispa.

Num mundo em que quase um mil milhão de pessoas vive com algum tipo de perturbação mental e num país, como Portugal, que é o segundo da OCDE com maior consumo de antidepressivos per capita, a psicoterapia assistida por ketamina surge como a maior revolução de Saúde Mental nos últimos 100 anos.

Cuidados com a visão essenciais
Um novo relatório divulgado pela International Agency for the Prevention of Blindness (IAPB), destaca que, em 2020, 410 mil...

É uma perda económica de dimensões consideráveis e por este motivo, a IAPB incentiva os governos a adotarem as recomendações do relatório, que sublinham a necessidade de investimento urgente na recolha de dados, planeamento estratégico, disponibilidade da força de trabalho e serviços de prevenção e intervenção precoce, sobre os cuidados para a saúde da visão. Essas ações são fundamentais para enfrentar o impacto económico da perda de visão, uma condição associada a fatores como o envelhecimento da população global e falta de mudança nos estilos de vida. 

Destaca-se ainda que estas medidas contribuem para a meta estabelecida pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que exige que os países garantam o pleno acesso aos cuidados para a saúde da visão até 2030, incluindo também a saúde da visão na prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Pela disponibilidade de soluções, e porque assim se evitam prejuízos económicos para a sociedade, no entendimento da Organização Mundial de Saúde, é imoral ainda existirem pessoas com deficiência visual e cegueira evitável. 

A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), Entidade de Utilidade Pública, insta as entidades governamentais nacionais a investirem nos cuidados para a saúde da visão, para colmatar as lacunas na produtividade global, atendendo às necessidades associadas às condições de saúde com maior prevalência nos seres humanos.  

A APLO reafirma ainda o seu compromisso em promover a sensibilização sobre a importância dos cuidados para a saúde da visão e cooperar com as autoridades governamentais e outras entidades interessadas para melhorar a saúde da visão e eliminar a deficiência visual e cegueira evitável. 

 

 

Produto é uma alternativa sustentável às opções existentes no mercado
Bolachas em forma de colher. As Spoon-eat são produzidas com a ajuda da impressão 3D, usando maioritariamente ingredientes...

É ponto assente que a nossa alimentação é cada vez mais uma preocupação para o meio ambiente. A questão central não está em comer, mas no que comemos. De acordo com a definição da “FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura” (2015), uma dieta sustentável é aquela que contribui para a segurança alimentar e nutricional da população e cujo impacto ambiental é diminuto.

As Spoon-eat podem ser consumidas de variadas formas, como por exemplo com compotas, iogurtes, gelados, café ou chá. Estas bolachas podem ser conservadas em locais frescos e secos, sendo que, cada colher, está embalada num filme composto maioritariamente por celulose, de maneira a preservar a textura do produto e a garantir questões de segurança alimentar. Já a embalagem exterior é produzida em cartão 100% reciclado.

Com enquadramento na categoria de bolachas, utensílios e snacks, as Spoon-eat têm na sua composição ingredientes como as farinhas de grão-de-bico, de arroz integral, de castanha e canela. A nível visual, tratam-se de pequenas colheres de coloração castanha, que resultam do uso de farinhas e canela e que se destacam pelo sabor e uma textura crocante.

Com um potencial de mercado interessante, o que despertou a curiosidade de algumas empresas presentes no evento, este produto tem como públicos-alvo pessoas entre os 25 e os 65 anos, que estejam à procura de novas alternativas para o consumo de bolachas e que sejam conscientes dos impactos ambientais, procurando assim alternativas sustentáveis às opções existentes no mercado. As Spoon-eat têm ainda como target adicional empresas de alimentos e serviços de catering, que procuram agregar valor à sua oferta e demonstrar preocupação com a sustentabilidade.

“As bolachas Spoon-eat, para além de serem um produto inovador ao recorrem à impressão 3D, são versáteis e sustentáveis, podendo ser consumidas de diversas formas. Trata-se, por isso, de um produto em linha com as preocupações e diretivas europeias, assentes na redução da utilização única de plásticos e na adoção de alternativas saudáveis e inovadoras, que contribuam para uma dieta com um baixo impacto ambiental”, refere António Grilo, Presidente da ANI.

O Prémio ECOTROPHELIA tem como ambição promover a inovação, empreendedorismo e competitividade no setor agroalimentar a nível nacional e europeu, reunindo e desafiando estudantes, professores, investigadores e profissionais do setor a refletir sobre os produtos eco-inovadores do futuro. Destinado a equipas multidisciplinares de dois a seis estudantes do ensino superior, o Prémio ECOTROPHELIA visa o desenvolvimento de um produto alimentar inovador e sustentável a vários níveis, desde o conceito, formulação, produção, packaging até aos planos de marketing, negócio e vendas, sem descurar as vertentes nutricional e sensorial.

Centro de Diagnóstico Integrado no Porto
"O nosso Centro de Diagnóstico Integrado no Porto, com sua IA única e diagnósticos integrados, amplia a capacidade e os...

Esta nova tecnologia apresenta uma interface inovadora e intuitiva, oferecendo qualidade de imagem excecional e maior eficiência técnica. Com níveis reduzidos de ruído, durações de exame mais curtas e um diâmetro de abertura do equipamento maior com bobinas AIR de segunda geração, o conforto do paciente é priorizado e maximizado.

"Na Unilabs, estamos a revolucionar a saúde através de tecnologia de última geração e com um forte compromisso na prestação de diagnósticos de excelência e na sustentabilidade. O investimento de 1 milhão de euros neste equipamento inovador garante diagnósticos mais precisos, experiências únicas para os pacientes e operações mais sustentáveis", assegura Luís Menezes, presidente da Unilabs para o sul da Europa e mercados emergentes. "Este investimento faz parte da parceria estabelecida com a GE HealthCare, de 45 milhões de euros, reforçando assim o nosso objetivo de prestar diagnósticos de excelência com os mais recentes serviços de imagem digital e equipamentos de radiologia nas nossas unidades. Estamos a desenhar o futuro do diagnóstico clínico em Portugal".

A nova ressonância magnética GE HealthCare Signa Victor incorpora algoritmos avançados de reconstrução de imagem, impulsionados pela tecnologia de Deep Learning (AIR Recon DL 2D, 3D e Propeller), elevando ainda mais a precisão dos diagnósticos. Esta inovação tecnológica de ponta garante o mais alto nível de precisão diagnóstica.

Além disso, também apresenta recursos notáveis de sustentabilidade: reduz o consumo de hélio em mais de 70% ao longo de seu ciclo de vida e diminui o consumo de energia em mais de 10%, resultando em maior eficiência e sustentabilidade ambiental.

"A nossa equipa da GE HealthCare está muito orgulhosa em apresentar um equipamento pioneiro, o primeiro nesta categoria, com estes recursos inovadores em Portugal. Esta tecnologia de ponta vai melhorar significativamente o fluxo de trabalho e a tomada de decisões, mas acima de tudo vai melhorar os diagnósticos com suas poderosas ferramentas de Deep Learning, garantindo uma precisão incomparável. Estamos entusiasmados em contribuir para o avanço da saúde em Portugal por meio desta parceria notável com a Unilabs", acrescentou Rui Costa, diretor-geral da GE HealthCare Portugal.

 

De 7 a 9 de julho
O Safe & Fest, campanha de sensibilização da Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) para a importância da...

“Escolhemos o AgitÁgueda, não só pelos largos anos de história do projeto e pela enorme adesão dos jovens, mas também pela excelente oportunidade que constitui de descentralizarmos esta ações de formação e sensibilização”, afirma João Cardoso, Diretor de Saúde Sexual e Reprodutiva da ANEM.

E acrescenta “a realização do Safe & Fest nos festivais de música permite-nos chegar, anualmente, a centenas de jovens que, num ambiente informal e de grande proximidade, estão muito mais recetivos às mensagens de educação sexual e, claro, à distribuição de preservativos”.

O Safe & Fest é uma iniciativa que tem como objetivo alertar os jovens – grupo da população mais afetado pelas doenças sexualmente transmissíveis – para a relevância de adotar comportamentos sexuais seguros, prevenir doenças sexualmente transmissíveis e divulgar os diferentes métodos de contraceção disponíveis, exemplificando a sua utilização.

 

Opinião
A intolerância alimentar pode provocar diversos sintomas que afetam a nossa qualidade de vida.

A eliminação dos alimentos aos quais o indivíduo apresenta hipersensibilidade proporciona uma melhoria significativa na sua sintomatologia, podendo os mesmos voltar a ser inseridos na dieta, de forma gradual, após 6 meses.

Na última década, já muito se tem falado em dietas e estilos de vidas saudáveis, como forma de prevenção de uma série de doenças. No entanto, é de salientar que estamos a viver uma transformação epidemiológica, que nos coloca novos desafios, sendo imperativo falar não apenas em alimentação adequada, mas também sustentável. Tudo isto, sem colocar de parte a importância das intolerâncias alimentares e, consequentemente, da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas, assim como da sua filosofia de vida.

Dados publicados pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas projetam que, em 2030, a população mundial aumente para 8,5 biliões e que, em 2050, seja atingido o valor de 9,7 biliões de pessoas no mundo.

Esta realidade impõe novos desafios e oportunidades, que vão no sentido de dar resposta alimentar a uma sociedade demograficamente alterada. É necessário repensar o padrão alimentar dos portugueses e da sociedade moderna, que não se reduz à ingestão de alimentos para satisfazer as necessidades fisiológicas. Pelo contrário, a alimentação tem impacto social e é influenciada pelos hábitos, que foram passados de geração em geração e, ainda, pelas novas realidades sociais, na qual o tema da sustentabilidade é realmente importante.

Dieta mediterrânea versus vegetarianismo:

De acordo com dados da Balança Alimentar Portuguesa (BAP), é percetível que a dieta mediterrânica ainda se mantém como pilar de uma alimentação saudável. Todavia, é também notória a integração de uma alimentação vegetariana no dia-a-dia dos portugueses.

Os dados da BAP mostram que, em Portugal, os produtos cárneos, o pescado e os ovos apresentam um desvio face às recomendações de consumo apresentadas na Roda dos Alimentos. Em comparação, em 2016, o consumo deste tipo de alimentos foi 11,5 por

cento superior ao que é preconizado. Entre 2012 e 2016, os portugueses tinham disponível para consumo aproximadamente 77,8kg de carne per capita/ano.

O tema da sustentabilidade e a preocupação no impacto que os alimentos que ingerimos têm no planeta Terra levou a que o número de adeptos de uma alimentação vegetariana tenha quadruplicado, nos últimos 10 anos.

São cada vez mais os portugueses que incluem uma ou mais refeições vegetarianas na sua dieta, seja ao fim-de-semana, como forma de compensar alguns excessos, ou como alternativa durante a semana, para levar na marmita para o emprego.

A realidade é que, de facto, é essencial diminuir a fração que os produtos cárneos representam na alimentação diária. Uma grande percentagem da emissão, para a atmosfera, de gases relacionados com o efeito de estufa, envolvidos no aquecimento global a que hoje se assiste, está relacionada direta ou indiretamente com a atividade humana, nomeadamente com a pecuária.

A transição de dietas ricas em proteína animal, para dietas com um maior conteúdo de proteína vegetal é essencial, tanto em termos de sustentabilidade, como nutricionais e de saúde.

Acredito que a diminuição do consumo de carne levará a um aumento da disponibilidade de alimentos, que eram utilizados para os animais e que vão passar a ser diretamente consumidos pelo ser humano. Além disso, o consumo de produtos de origem animal, particularmente de carne vermelha ou processada, parece estar associado ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cancro e obesidade.

Antes de mais é preciso perceber a definição de alimento sustentável, que significa ser produzido com recurso a métodos que respeitam o ambiente e os animais. Do ponto de vista nutricional, considero que as leguminosas, conjugadas com os grãos, serão parte da solução. As leguminosas têm proteínas, hidratos de carbono (amido), fibras, vitaminas e minerais. No entanto, não contêm aminoácidos essenciais, o que as torna um alimento de baixo valor biológico, uma vez que são pobres em metionina e triptofano.

Os cereais complementam esta situação, pois são pobres apenas em lisina, daí a sua complementaridade com as leguminosas ser uma excelente opção. Destaco os micronutrientes presentes nas leguminosas: vitaminas do complexo B, minerais como o cálcio, o ferro, o potássio, o magnésio e o zinco.

Segundo os dados da BAP, a disponibilidade alimentar de leguminosas é deficitária face às recomendações preconizadas pela Roda dos Alimentos, representando menos 3,4 por cento do que é aconselhado. Porém, já existem diversos estudos realizados com o objetivo de avaliar o impacto ambiental da produção de alimentos e, em simultâneo, definir as melhores estratégias para a criação de uma alimentação sustentável.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Pessoas com 80 ou mais anos que continuam ativas na sociedade
A 12.ª Edição do Prémio Envelhecimento Ativo Dra. Maria Raquel Ribeiro, criado pela Associação Portuguesa de Psicogerontologia,...

Este Prémio simboliza a luta pela dignificação do envelhecimento ativo (conceito da Organização Mundial da Saúde) e da longevidade, com o duplo propósito de enaltecer exemplos de vida de pessoas com 80 ou mais anos, que continuam ativas, desenvolvendo atividade profissional ou cívica relevante e influenciando de modo construtivo a sociedade portuguesa.

Podem candidatar-se ao Prémio pessoas singulares, com 80 ou mais anos, que residam em Portugal ou que sejam de nacionalidade portuguesa e que se destaquem pela atividade profissional ou cívica que realizam, nas seguintes categorias: Intervenção Social; Arte e Espetáculo; Ciência e Investigação; Política e Cidadania; Ética e Saúde; e Família e Comunidade.

O Prémio Envelhecimento Ativo Dra. Maria Raquel Ribeiro tem o apoio da Fundação Montepio e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, contando nas últimas edições com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.

Saiba mais, aqui.

 

 

Negociações vão ser retomadas
Estrutura sindical recebeu mensagem a convocar para uma reunião às 20h30 do dia 4, data que o sindicato tinha estabelecido como...

O Ministério da Saúde acedeu ao repto lançado pelo Sindicato dos Enfermeiros - SE para que fossem retomadas as negociações tendentes ao estabelecimento de um Acordo Coletivo de Trabalho, à resolução dos problemas na aplicação do Decreto-Lei 80-B/2022, do risco e penosidade e da valorização da profissão.

Na semana passada tinha sido lançada a data de 4 de julho como o término do prazo para que a Tutela desse um sinal de abertura para voltar a negociar temas que têm trazido os enfermeiros insatisfeitos e desmotivados, sob pena de uma greve prolongada a partir do final do corrente mês. Esse sinal surgiu a pouco menos de três horas de findar o prazo e Pedro Costa, presidente do SE, deixa desde já o alerta de que “o Governo vai ter de trazer um mínimo de garantias de que quer solucionar os problemas que trazem os enfermeiros muito insatisfeitos há anos”, na reunião que está aprazada para dia 19 deste mês.

Se tal não acontecer, os enfermeiros manterão a intenção de paralisar o SNS, durante todo o mês de agosto, altura em que os constrangimentos são ainda maiores e evidentes, num sistema de saúde frágil e desprovido do seu maior ativo, os seus profissionais. 

“Relembro que o SNS só vai respondendo às necessidades em saúde dos portugueses graças ao empenho dos profissionais de saúde, que fazem milhares de horas de trabalho extraordinário, para que nenhum doente fique sem acesso a cuidados de saúde. Só no caso dos enfermeiros, em 2021, fizeram um total de sete milhões de horas extraordinárias”, recorda Pedro Costa, acrescentando que os enfermeiros “aguardam desde 2017 pela conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho e temos ido até ao limite do razoável, sempre de espírito aberto para negociar, mas há limites para tudo”.

O Sindicato dos Enfermeiros exorta ainda o Governo a trabalhar desde já de forma antecipada para que, “aquando da elaboração do Orçamento de Estado para 2024, sejam contempladas verbas para a valorização da classe e uma vez por todas, o risco e penosidade da profissão não sejam só louvores e condecorações”. Caso não aconteça de forma antecipada, afiança Pedro Costa, “já sabemos que nada vai ser contemplado e que, na altura de discussão do Orçamento vão sempre surgir dificuldades de última hora, que vão adiar a tomada de decisões, prejudicando todos os portugueses, que têm no SNS a única resposta solidária e universal em saúde”.

Podcast “Como anda a nossa saúde?”
A medida permite agrupar as necessidades dos doentes e criar políticas direcionadas a certos grupos, como diabéticos ou...

O Secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, afirma que o Governo está a trabalhar na criação de instrumentos de estratificação do risco de forma a dar uma resposta mais concreta ao doente. Segundo esta medida, “a população estará organizada de acordo com as suas necessidades e, com esses instrumentos, será possível dirigir políticas muito mais efetivas aos vários contextos e às várias características da população”, explica. O anúncio foi feito no podcast “Como anda a nossa saúde?”, conduzido pela Onya Health. 

“Nós estamos, neste momento, a criar, a implementar, instrumentos de estratificação do risco”, diz Ricardo Mestre. Estes instrumentos “permitem conhecer antecipadamente, de forma estruturada, aquilo que são as características e as necessidades da nossa população, agrupando essas necessidades e podendo permitir ter políticas direcionadas a essas necessidades”. Falamos, por exemplo, de diabéticos, hipertensos, pessoas que acumulam vários problemas de saúde e que também têm problemas sociais, pessoas que apenas precisam de acompanhar o seu estado de saúde com rastreios ou com vacinação, entre outros. 

Ao microfone da Onya Health, o atual Secretário de Estado referiu ainda que a prioridade deste mandato é “valorizar os profissionais de saúde” através de um “diálogo muito próximo e colaborativo com as várias estruturas que representam os profissionais do SNS”, como as Ordens, sindicatos e grupos de trabalhadores.  

A valorização da remuneração e a criação de novas carreiras são apontadas pelo político como algumas das conquistas do executivo, assim como o reforço da dotação orçamental do SNS. “Para 2023, nós temos um reforço de receitas de impostos de 10.5% em termos da comparação com 2022. É maior orçamento de sempre que nós temos no Serviço Nacional da Saúde”, sublinha. 

Um dos maiores desafios do futuro continua a ser o envelhecimento da população. Ricardo Mestre admite que “a saúde não vai conseguir resolver a questão do envelhecimento sozinha: é preciso uma articulação com os outros setores da sociedade, nomeadamente o setor social”. Para atenuar o problema, o Secretário de Estado confirma que já há políticas em curso: ao longo deste ano estão a ser apresentados os planos para o envelhecimento ativo e saudável e para a requalificação da rede nacional de cuidados continuados e integrados.  

O episódio completo está disponível em todas as plataformas de podcast:

Anchor: shorturl.at/uGU26

Spotify: shorturl.at/sBEHO

Apple Podcasts: rb.gy/5q1o4

Via Verde AVC com Trombectomia
O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) apresentou no dia 3 de julho, a Via Verde AVC com Trombectomia, um...

Um “salto gigante”, diz o CHUA, para dar resposta a esta patologia. Ana Paula Fidalgo, coordenadora da Unidade de AVC do CHUA, refere que “é com orgulho que vê o procedimento da trombectomia ser realizado nesta unidade hospitalar”, acrescentando que ao “encurtar o tempo de tratamento, estamos à espera que os resultados aos três meses sejam muito melhores”.

A realização deste procedimento só foi possível com a aquisição do angiógrafo biplanar e da consequente contratação de dois neurorradiologistas de intervenção.

Jorge Brito, diretor do Serviço de Radiologia, saudou a equipa da Unidade de AVC por alcançar o nível A, reconhecendo que a neurorradiologia de intervenção era uma lacuna e louvou a coragem e determinação dos novos neurorradiologistas de intervenção em abraçarem este projeto.

Este procedimento tem vindo a ser desenvolvido pelos neurorradiologistas Inês Gil e Francisco Ornelas Raposo, que consideram fundamental o apoio de base da equipa da Unidade de AVC.

Otimista quanto ao futuro e consciente do enorme trabalho que tem vindo a ser desenvolvido, Horácio Guerreiro, Diretor Clínico do CHUA sublinhou que “os equipamentos e as instalações existem, existem os profissionais, pelo que esta é uma área que se vem colocar ao nível do que melhor se faz a nível internacional”.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de AVC, professor Vítor Tedim Cruz, “o AVC não se resolve com um herói singular. É uma patologia que é um desafio de organização, onde é preciso trabalhar a prevenção, o tratamento agudo, a reabilitação, prevenir as recorrências e isto é uma orquestra muito bem montada, onde o valor em saúde depende da afinação de todos os profissionais”.

Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde do Algarve, salientou a mais-valia deste procedimento inovador que permite “salvar cérebro”. “Até agora, estes doentes ao serem transferidos para Lisboa, mesmo por helitransporte chegavam lá fora da janela terapêutica. Estamos a ter um impacto decisivo na mortalidade, na morbilidade e na incapacidade que muitas vezes resulta do AVC”, explica.

Unidade de AVC nível A

No início do mês de junho, a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) comunicou a deliberação de autorização para a «Via Verde do Acidente Vascular Cerebral no Adulto» da Unidade de AVC do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) passar a ser classificada com nível A.

A deliberação da Direção Executiva do SNS refere ainda que “o CHUA dispõe de capacidade técnica e recursos humanos que lhes permite assegurar esta resposta, cumprindo com os requisitos em vigor, de acordo com uma proposta que será progressiva”.

De acordo com Paulo Neves, vogal executivo do Conselho de Administração, “é essa capacidade técnica e de recursos que irá permitir à Unidade de AVC do CHUA obter a Certificação ESO já em fevereiro de 2024, tornando-se a segunda unidade certificada do País”.

Saiba o que é
Já todos ouvimos falar em burnout, mas atualmente alguns psicólogos falam no termo Burn-on.

Quais são as principais características do burn-on comparativamente ao burnout? Burnout significa estar em exaustão física, mental e/ou emocional, estado este que incapacita a pessoa de realizar as suas atividades de vida diárias. O burn-on, por sua vez é sinónimo de estar sempre à beira do burnout, no entanto a pessoa ainda consegue ter alguma energia vital para se manter relativamente ativa. É claro que como passar do tempo a pessoa pode deprimir ou desencadear um burnout, o corpo é uma máquina que também se desgasta e que de forma insidiosa o burn-on pode levar a consequências físicas e mentais mais graves.

Paradoxalmente, o burn-on começa por ter uma curva insidiosa à qual a pessoa se vai adaptando, mas é esse o seu maior problema já que geralmente o pensamento da pessoa é o “eu consigo aguentar…”. Nada mais errado! Recordo que esta síndrome apresenta características depressivas, mas não é depressão é mais uma espécie de exaustão crónica. Habitualmente a pessoa não têm consciência deste estado de quase exaustão permanente, sobretudo porque vivemos numa sociedade voltada para a produção. Contudo, existem algumas pistas que nos alertam de que algo não está bem connosco:

  • Falta de distinção entre tempo de trabalho e tempo livre. Com as tecnologias e a internet a um click instantâneo, encontramo-nos constantemente a verificar e a gerir a caixa de e-mail e por isso claramente não há um limite saudável entre vida profissional e pessoal;
  • Falta de energia para fazer atividades fora do âmbito do trabalho: fazer desporto, passear, estar com amigos ou mesmo ler um livro;
  • Encher excessivamente a vida privada com atividades e compromissos;
  • Stresse, ansiedade, pressão alta, dores de cabeça recorrentes, tensão muscular.

Estes são alguns sinais de alerta que devem ter sido em conta, pois podemos estar na presença de um burn-on e que deve ser tratado o quanto antes. Por exemplo a hipnose clínica pode ser de grande ajuda. O uso da hipnose neste tipo de síndrome tem tudo a ganhar e nada a perder, até porque geralmente a medicação (psicofármacos) já pouco ajuda, uma vez que geralmente que está em burn-on está a tomar medicação, como referi, numa tentativa de se aguentar mais um pouco. A hipnose apresenta soluções novas para problemas antigos sendo uma abordagem natural, inócua e não-invasiva faz uso dos recursos internos da e desbloqueia o que porventura possa estar a afetar emocionalmente o paciente. Como exemplo, o uso da hipnose pode ajudar a reduzir a ansiedade e o stresse, melhorando a qualidade do sono e aumentando a energia. Também pode ajudar as pessoas a reprogramarem seus pensamentos e comportamentos negativos, para que possam lidar melhor com a ansiedade do dia a dia.

Que tipos de pessoas são mais propensas a desenvolver este tipo de problemas, como o burn-on? Por exemplo, pessoas perfecionistas e orientadas excessivamente para metas e objetivos; ou pessoas cujo único sentido de vida seja o trabalho, ou também aquelas pessoas que trazem uma história de vida feito de traumas, exigências absurdas ou necessidade de valorização pelas figuras de vinculação.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Vevo MD disponível no Serviço de Neurofisiologia
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O Vevo MD é o primeiro sistema do mundo de imagem de ecografia de ultra-alta frequência com marcação CE para uso clínico e desempenha um papel fundamental em estudos de pesquisa, permitindo a observação dos três primeiros centímetros do corpo humano na mais alta resolução disponível.

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O Vevo MD abre novas possibilidades para imagens médicas nunca antes vistas, com resolução de 30µm, o equivalente a menos de meio grão de areia. Permitindo a sua aplicação em áreas tão distintas, como: Neonatologia e Pediatria, Vascular, Partes Moles, Músculo-esquelética e Dermatologia.

 

 

 

 

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