23 de junho
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), com o apoio da APORMED, promove a 1ª Edição do Fórum de...

O Fórum de Inovação e Tecnologia em Saúde terá lugar amanhã, dia 23 de junho, pelas 14h00, na sede da Microsoft, no Parque das Nações, em Lisboa e contará com convidados especialistas nacionais e internacionais.

A primeira parte do Programa será dedicada ao tema “Dispositivos Médicos inovadores: que modelos para a sua adoção no SNS?” e incluirá também a apresentação da 1ª Edição do Index Nacional dos Dispositivos Médicos, em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL) e parceria técnica da IQVIA que procurará caracterizar a situação atual e discutir propostas de melhoria no âmbito da gestão dos equipamentos e dispositivos médicos em Portugal.

A segunda parte do Programa, terá como tópico “Compras baseadas em Valor: entre a necessidade e a utopia” e contará com a participação de Rossana Alessandrello, em representação da Agència de Qualitat i Avaluació Sanitàries de Catalunya (AQuAS), e responsável pelas compras de equipamentos e dispositivos médicos baseados em valor na Catalunha, que irá apresentar uma abordagem centrada em novas soluções.

Os temas serão debatidos por dois painéis de comentadores, que contarão com a presença dos principais stakeholders desta área: Ordens Profissionais, Administradores Hospitalares, INFARMED, Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Agência Nacional da Inovação, Associações de doentes e representantes da indústria.

Conheça o Programa do Fórum de Inovação e Tecnologia em Saúde aqui.

Conselhos para uma alimentação mais saudável
A alimentação deve ser completa, equilibrada e variada.

Dicas e alternativas mais saudáveis:

  • Substitua os molhos mais calóricos (maionese, natas...) por menos calóricos, como os preparados com iogurte magro, queijo quark ou molho de tomate natural. Além disso, como aperitivos, pode optar por guacamole e húmus (simples ou de beterraba).
  • Prefira confeções como grelhados, cozidos, estufados ou assados simples com pouca adição de gordura. Evite os fritos. Por exemplo, não misture batata frita com arroz. Retirar a batata frita de qualquer prato, torna-o significativamente menos calórico.
  • Não adicione gordura desnecessariamente às confeções. Por exemplo, no caso do arroz não o frite, coloque-o diretamente na água de cozedura e, no caso da massa, não adicione manteiga ou outra fonte de gordura no final da confeção.
  • Não opte por alimentos prontos a consumir, como lasanhas, pizzas, panados ou barrinhas de peixe ou de carne. Para refeições mais rápidas e ao mesmo tempo saborosas, opte por enlatados em água e por ovos (cozidos, escalfados ou mexidos sem adição de gordura numa frigideira antiaderente).
  • Para reduzir a utilização de sal, utilize também ervas aromáticas como coentros, cebolinho e hortelã.
  • Evite a ingestão de refrigerantes e bebidas alcoólicas. Prefira limonada caseira, águas aromatizadas ou infusões de ervas sem adição de açúcar.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
O que dizem os especialistas
Os linfomas cutâneos primários são um grupo heterogéneo e raro de neoplasias linfóides, que se manif

Os linfomas cutâneos primários de células T são os mais frequentes, correspondendo a cerca de 75% dos casos, sendo a micose fungóide o subtipo mais comum. Os linfomas cutâneos primários de células B constituem aproximadamente 25% dos linfomas cutâneos.

Apresentam grande variabilidade clínica, podendo observar-se eritrodermia (“vermelhidão” atingindo mais de 90% da superfície corporal), manchas, pápulas, placas, nódulos e/ou tumores, que podem ulcerar ao longo do tempo.

A escolha do tratamento depende essencialmente do tipo de linfoma cutâneo e do seu estadio.

De acordo com as recomendações terapêuticas propostas pelos grupos especializados internacionais, nos estadios iniciais de alguns tipos de linfomas cutâneos primários devem ser privilegiadas as terapêuticas dirigidas à pele, nomeadamente a fototerapia. Por definição, a fototerapia baseia-se na utilização da radiação ultravioleta (UV), com ou sem a adição de agentes fotossensibilizantes exógenos, para o tratamento de uma grande variedade de dermatoses. Atualmente existem várias modalidades de fototerapia, de acordo com os diferentes comprimentos de onda utilizados. Destacam-se, pela sua maior frequência na prática clínica, a fototerapia com UVB de banda estreita e a PUVAterapia.

Sabe-se que durante muitos séculos, o tratamento com recurso à luz solar (radiação UV), conhecido como helioterapia, foi usado no tratamento de diversas doenças cutâneas.

Consequentemente, é prática médica comum a recomendação de exposição solar a estes doentes, dependendo do tipo e do estadio do linfoma cutâneo. Geralmente aconselha-se a realização de helioterapia a doentes com o diagnóstico de micose fungóide (linfoma cutâneo de células T) em estadios iniciais (estadios IA-IIA) tendo em conta que, nestes doentes, a fototerapia é considerada uma terapêutica de 1ª linha. De uma forma global, os doentes com micose fungóide em estadio inicial toleram muito bem a helioterapia, obtendo benefício clínico significativo.

A fototerapia em combinação com terapêuticas sistémicas é uma modalidade recomendada também para doentes com eritrodermia (síndrome de Sézary ou micose fungóide eritrodérmica) como terapêutica adjuvante. No entanto, é muito importante referir que, nestes doentes, a exposição à radiação UV deve ser feita com muita prudência, em virtude da presença da eritrodermia associada à sensação de calor e de prurido, que podem dificultar a perceção da ocorrência de queimaduras. Na maioria dos casos, o doente não tolera a exposição à radiação UV, quer sob a forma de helioterapia ou de fototerapia, referindo agravamento da “vermelhidão”, do prurido e da sensação de calor.

Em conclusão, apesar da helioterapia ser uma potencial arma terapêutica para estas patologias, deve ser recomendada apenas a determinados doentes, dependendo do tipo e do estadio da doença.

Além disso, a exposição solar deve obedecer às regras básicas aplicadas à população em geral, devendo ser cuidadosa, evitando sempre as horas de maior intensidade da radiação UV (entre as 11h e as 17h).

Autoria:

Iolanda C. Fernandes1,3,4, Rita Peixeiro2,3, Renata Cabral2,3,4

1Serviço de Dermatologia

2Serviço de Hematologia

3Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos e Mastocitoses

3Centro Hospitalar Universitário de Santo António

4Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica

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Projetos europeus
A Universidade de Coimbra (UC) integra três projetos europeus que pretendem avançar com soluções inovadoras, usando tecnologia...

As investigações querem avançar com novas abordagens terapêuticas para doenças prevalentes (como as cardiovasculares), para patologias ainda sem opções terapêuticas (o caso de várias doenças raras) ou com tratamentos limitados (como sucede com a lesão na espinal medula), com o objetivo de melhorar a investigação translacional, potenciando a replicação da ciência na prática clínica e, assim, melhorar a qualidade de vida de doentes, com tratamentos mais céleres e eficazes para as suas condições de saúde. 

Os três projetos – intitulados “DREAMs”, “REBORN” e “Piezo4Spine” – são financiados pela Comissão Europeia, através do programa Horizonte Europa, tendo conquistado um valor global de financiamento de mais de 16 milhões de euros (mais de 7,7 milhões para o projeto “DREAMs”, cerca de 5 milhões para o “REBORN” e mais de 3,5 milhões para o “Piezo4Spine”). Na Universidade de Coimbra, os projetos estão a ser desenvolvidos pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC), através do grupo de investigação de Terapias Avançadas.

O projeto “DREAMS”, coordenado pelo Center for Stem Cell Studies (CECS, França) e que envolve 9 parceiros, vai decorrer ao longo de 5 anos e pretende trazer novas respostas para os desafios científicos, financeiros e de regulação que afetam o campo da produção de medicamentos para doenças raras, muitas delas ainda sem opções de tratamento. O investigador da Faculdade de Medicina da UC (FMUC) e líder do grupo de investigação de Terapias Avançadas do CNC-UC, Lino Ferreira, explica que esta investigação pretende «usar tecnologia de ponta para identificar formas de enfrentar os desafios científicos, de regulação e de financiamento que impactam a descoberta de medicamentos para doenças raras; e, ao fazê-lo, descobrir de forma mais rápida e económica tratamentos medicamentosos que possam ser reutilizados em várias doenças raras».

Na área das doenças cardiovasculares, a Universidade de Coimbra integra também o projeto “REBORN – Remodelling of the infarcted heart: piezoelectric multifunctional patch enabling the sequential release of therapeutic factors”, coordenado pelo Politécnico de Turim (Itália) e que envolve 10 parceiros europeus. Sendo as doenças cardiovasculares responsáveis por 3,9 milhões de mortes na Europa por ano, e face à limitada capacidade regenerativa do coração quando afetado negativamente por alterações estruturais e funcionais cardíacas, a equipa de investigação pretende, ao longo de 4 anos, «desenvolver um patch cardíaco inteligente e multifuncional, formado por materiais e moléculas capazes de estimularem o tecido cardíaco,  que, quando aplicado na parte clínica, possa ajudar a prevenir significativamente a insuficiência cardíaca em pacientes que sobreviveram a enfartes agudos do miocárdio, reduzindo, assim, a mortalidade e melhorando a sua qualidade de vida», contextualiza Lino Ferreira.

Denominado “Piezo4Spine – Piezo-driven theramesh: A revolutionary multifaceted actuator to repair the injured spinal cord”, o projeto coordenado pela agência estatal espanhola Conselho Superior de Investigações Científicas junta 7 parceiros da Europa e pretende desenvolver uma nova terapia para a lesão na espinal medula. Até ao momento, as opções terapêuticas para pacientes com esta lesão estão limitadas a tratamento sintomático. Para dar resposta à necessidade de um tratamento que promova a recuperação e não apenas o aligeiramento de sintomas resultantes da condição clínica, ao longo de 4 anos, a equipa de investigação pretende «fazer uso dos últimos avanços nas áreas da nanotecnologia, biologia molecular e engenharia de tecidos para criar uma malha 3D bio impressa (3D-theramesh), que possa ser capaz de fornecer à lesão diversos agentes de terapia génica e, assim, promover a recuperação funcional», adianta o investigador da Universidade de Coimbra.

«A participação do grupo de investigação de Terapias Avançadas em 3 projetos internacionais, todos com início em 2023, é de uma grande responsabilidade, mas também uma excelente oportunidade para dar visibilidade à ciência básica e translacional que se faz no CNC-UC e FMUC», remata Lino Ferreira. Os três projetos de investigação vão contratar 10 cientistas ao longo dos próximos 5 anos.

Iniciativa gratuita e sem fins lucrativos dirigida à comunidade local
Viana do Castelo recebe nos dias 30 de junho, 1 e 2 de julho, a 5ª edição da Festa da Saúde. Esta iniciativa da SPMI, com a...

Viana do Castelo recebe a edição de 2023 da Festa da Saúde de 30 de junho a 2 de julho. Esta é uma iniciativa promovida pela SPMI - Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, com o apoio do Serviço de Medicina da Unidade Local de Saúde do Alto Minho e da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

“A zona Ribeirinha de Viana do Castelo terá a honra de receber a 5ª edição do único evento gratuito e sem fins lucrativos em Portugal que junta o espetáculo da música, cultura, desporto e alimentação à prevenção da doença e promoção da saúde” afirma Diana Guerra, internista e responsável pela organização do evento.

“Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde, diversas doenças crónicas podem ser prevenidas, nomeadamente 80 por cento dos casos de doença coronária, de acidentes vasculares cerebrais e de diabetes no adulto, e 40 por cento dos casos de cancro. A sua prevenção passa pela adoção de uma alimentação equilibrada, pela prática de exercício físico regular e pela abstinência tabágica”, frisa Dr. Aníbal Marinho, Diretor do Serviço de Cuidados Intensivos do CHUdSA e coordenador do Núcleo de Nutrição Clínica da SPMI.

“Esta é uma oportunidade única para os visitantes, com três dias com diversos rastreios efetuados pelos Núcleos de Estudo da SPMI, experiências desportivas, culturais, gastronómicas e de bem-estar, desde concertos, aulas de ginásio e desportos aquáticos, showcookings e workshops, através dos quais a população pode ter um contacto próximo com os profissionais de saúde que lhes prestam cuidados todos os dias, bem como artistas, desportistas e chefs de renome, que prometem fazer da saúde um bem fundamental mais próximo, acessível e inclusivo” conclui Diana Guerra.

Esta é também uma oportunidade única perceberem o impacto que a malnutrição tem na sua qualidade de vida. Falamos particularmente dos doentes idosos e dos seus cuidadores. Durante o envelhecimento ocorrem alterações psicológicas, fisiológicas, bem como o aumento da suscetibilidade a patologias crónicas e da polimedicação, fatores que levam a um aumento do risco da malnutrição nos idosos. Por ser um processo lento e a quem os médicos não dão muitas vezes a importância devida esta patologia é frequentemente subdiagnosticada, ocorrendo muitas vezes uma intervenção terapêutica tardia, com impactos muito importantes para a qualidade de vida do cidadão.

Depois de Lisboa, Porto, Viseu e Aveiro, a Festa da Saúde em 2023 chega a Viana do Castelo, com dois dias de muita animação. O objetivo da SPMI é motivar a população para hábitos de vida saudável e partilhar informação para prevenir a doença e promover a literacia em saúde. Viver mais, com qualidade de vida – o repto que a Festa da Saúde vai fazer a todos que aceitem o convite de ir a Viana do Castelo nesses dias!

Em causa está a escassez de água potável
A escassez de água vai continuar a agravar-se no futuro e a dessalinização tem sido uma das formas apresentadas para responder...

Neste âmbito, o ISQ trouxe a Portugal investigadores do “Centro de Dessalinização e Reutilização da Água” (WDRC) desta Universidade para debater tendências e desafios neste sector tendo também estado presentes várias entidades públicas e privadas que estão atentas a esta matéria como a EDP, a GALP, as Camaras Municipais de Albufeira, Mafra, Loulé, Sintra, Setúbal e ainda a AHETA - Associação de Hotéis do Algarve e as Águas de Santo André.

As alterações climáticas indicam que, no futuro, o tema da seca prevalecerá na ordem do dia. E, em todo o mundo, a dessalinização é vista cada vez mais como uma resposta possível aos problemas da qualidade e da quantidade da água já que com o crescimento da população, o calor extremo e as secas prolongadas, associadas às mudanças climáticas, será uma questão que se irá colocar cada vez mais. “Este é, portanto, o momento certo para se tomarem medidas concretas e consubstanciadas no conhecimento e lições aprendidas adquiridas por países que já têm larga experiência na implementação destas fábricas. O ISQ, como maior infraestrutura tecnológica portuguesa de apoio à indústria, não pode deixar de dar o seu contributo. Promovemos recentemente uma missão empresarial à Arabia Saudita para visitar tudo o que tem a ver com dessanilização e agora trouxemos a Portugal peritos nesta matéria”, acrescenta Pedro Matias.

O Algarve, por exemplo, consome mais de 230 milhões de m3 de água por ano e com uma central dessalinizadora cerca de 1/3 dessa água poderia ser “produzida” a partir de água do mar. “Sendo o Turismo a principal fonte de receitas do Algarve, assim como a diversificação económica que se pretende na Região com a aposta na Agricultura, sem as commodities necessárias, neste caso a água, não se poderá dar uma resposta de qualidade à procura que existe e à produção de emprego e riqueza na Região. Por isso mesmo está em debate desde 2022 a construção de uma central de dessalinização no Algarve possivelmente em Albufeira. Atualmente a tecnologia está muito mais madura e há um caminho crítico que é possível fazer mais rapidamente aprendendo com países como a Arabia Saudita, Israel ou mesmo Espanha que estão muito adiantados nesta matéria”, conclui Pedro Matias.

No caso da Arábia Saudita, atualmente, metade do abastecimento de água doce - um país com 33 milhões de habitantes e dos mais secos do planeta - é feito com água dessalinizada. O abastecimento da própria Universidade de KAUST é feita com esta água. Nos processos de dessalinização modernos são conjugadas também fontes de energia renovável para obviar o consumo necessário de energia.

Doença neurodegenerativa progressiva
Sem causa conhecida, a Esclerose Lateral Amiotrófica “constitui a forma mais comum de doença adquiri

Estimando-se uma prevalência, “na Europa e América do Norte, entre 2.7 e 7.4 por 100.000 habitantes, discretamente mais elevada no género masculino”, a Esclerose Lateral Amiotrófica é, como explica Bárbara Ramos, especialista em pneumologia e responsável pela consulta de Ventilação Não Invasiva da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), “uma doença neurodegenerativa progressiva, que causa fraqueza muscular, incapacidade e insuficiência respiratória grave levando, eventualmente, à morte”.

De acordo com a especialista, “a manifestação clínica inicial da ELA pode ocorrer em qualquer segmento do corpo”, sendo a fadiga e a fraqueza assimétrica dos membros a apresentação mais comum, atingindo entre 80 a 90% dos casos. “Uma percentagem menor pode apresentar perturbação na fala (disartria) ou na deglutição (disfagia), sendo menos comum a fraqueza dos músculos respiratórios, como forma de apresentação da doença”, adianta.

“O sistema respiratório é constituído pelos músculos inspiratórios, que são os que mais contribuem para a ventilação, pelos músculos expiratórios, que contribuem para a expiração forçada e para os esforços/reflexos expulsivos, como a tosse e, por último, pelo sistema bulbar, que protege a via aérea”, começa por explicar a médica sobre o impacto da doença na função pulmonar.

Segundo Bárbara Ramos, a fraqueza dos músculos implicados na respiração levam a uma “falta de ar (dispneia) progressiva ou a uma respiração superficial rápida (taquipneia), podendo resultar na incapacidade em permanecer deitado (ortopneia) e contribuir para distúrbios respiratórios do sono”. “Ao exame objetivo podemos constatar a utilização da musculatura respiratória acessória e a presença de respiração paradoxal (movimento para dentro do abdómen durante a inspiração)”, acrescenta revelando que entre os sintomas hipoventilação noturna estão “as cefaleias matinais, a sonolência diurna excessiva, a fadiga, as alterações de memória, entre outras”, que resultam da obstrução das vias aéreas superiores e da diminuição da atividade muscular inspiratória.

“Quando há acumulação de dióxido de carbono (hipercapnia), podemos constatar alterações do comportamento, como confusão mental ou letargia”, alerta.

Por outro lado, explica a médica, também a tosse pode estar comprometida por fraqueza das vias aéreas superiores e dos músculos inspiratórios/expiratórios. “A afetação da capacidade de tossir e a disfagia, para líquidos, sólidos ou mesmo com as secreções, aumentam o risco de infeções respiratórias por aspiração e contribuem para a desnutrição/desidratação do doente”, revela afirmando ainda que “a disfunção bulbar pode ainda manifestar-se por hipersalivação, disartria, fraqueza facial, entre outras”.

Deste modo, avança ser essencial a avaliação da capacidade vital, com recurso a provas de função pulmonar. “Sabemos que uma diminuição na capacidade vital está frequentemente associada a sintomas respiratórios e que valores abaixo do previsto estão relacionados com risco de insuficiência respiratória”, justifica.

Embora, a progressão da doença seja variável e o atingimento dos músculos respiratórios possa ocorrer meses ou anos após a fraqueza progressiva dos membros e/ou dos músculos bulbares, “mesmo na ausência de sintomatologia respiratória, este tópico deve ser alvo de discussão na consulta, com vista a alertar para os sintomas associados e permitir que o doente se familiarize com os exames complementares incluídos na vigilância”. Para Bárbara Ramos, é crucial que este conheça as opções de tratamento disponíveis, “como o suporte ventilatório ou, em fases mais avançadas, a traqueostomia, por forma a tomar decisões conscientes”.

O tratamento para a insuficiência respiratória no doente com ELA

Segundo a pneumologista, “a VNI constitui o tratamento de eleição na insuficiência respiratória no doente com ELA, com recurso a ventiladores em modo binível, complementada por outras terapias como os mecanismos de tosse assistida e a cinesioterapia respiratória”.

“Os modos ventilatórios disponíveis são vários, incluindo os controlados por pressão, controlados por volume ou volume assegurado, sendo que não existe evidência de benefício de um modo em detrimento do outro. O doente é ajustado a uma interface, normalmente facial para minimizar as fugas e garantir a ventilação adequada, que é conectada a um ventilador por meio de um tubo. São definidos os parâmetros para cada doente, avaliando a resposta clínica e em exames complementares às medidas instituídas. A ventilação pode ser ajustada ao longo do tempo, mediante resposta e necessidades”, explica.

Por outro lado, a traqueostomia pode ser considerada e proposta ao doente (se exequível), “sempre que existe dificuldade no manuseamento de secreções apesar das terapias adjuvantes, nos que requerem VNI contínua, mas tem alguma contraindicação como a disfunção bulbar grave, não toleram a terapia ou a mesma já não é suficiente ou, naqueles cujo desmame da ventilação mecânica invasiva não é possível”. “Importa destacar que, dependendo do suporte em ambulatório, o doente traqueostomizado pode ter alta para o seu domicílio, progredindo os cuidados no seu ambiente”, acrescenta.

“A avaliação da força da tosse é feita como parte da avaliação diagnóstica da fraqueza muscular respiratória, e monitorizada ao longo do tempo. A insuflação-exsuflação pode ser realizada com recurso a um dispositivo mecânico (dispositivo de tosse assistida). Durante a insuflação, é aplicada uma pressão positiva, que resulta num volume corrente inspirado. A pressão torna-se negativa e é suficiente para gerar um fluxo, com o objetivo de insuflar e esvaziar o pulmão, contribuindo para uma adequada limpeza das secreções”, acrescenta quanto às técnicas terapêuticas que a doença exige.

Neste sentido, e tratando-se de uma patologia que requer inúmeros cuidados diário é essencial o apoio de uma equipa especializada para acompanhar o doente e o seu cuidador.

“Os cuidados respiratórios domiciliários (CRD) surgem a partir do momento em que se identifica, na consulta de Pneumologia, a necessidade de implementar alguma das terapêuticas acima descritas. Desde o início do tratamento, seja com mecanismos de tosse assistida ou com ventilação, a equipa de CRD constitui um elemento fulcral no ajuste ao tratamento, monitorização da adesão e da resposta clínica, assim como na resolução de problemas”, revela a médica.

“A assistência é diária, mediante contacto efetuado pelo doente/cuidador ou de forma regular por parte dos profissionais de saúde que integram os CRD, com a periodicidade necessária. Esta pode diferir mediante a patologia, a fase da doença e as necessidades identificadas no doente ou seu cuidador. Toda a informação vital é transmitida ao Pneumologista assistente, como parte da vigilância em consulta ou com vista à resolução de problemas identificados”, comenta explicando que a equipa é constituída por “Enfermeiro, Técnico de Cardiopneumologia ou Fisioterapeuta”, que se encontra em total articulação com o Médico prescritor.

«Sempre que necessário, estas equipas dizem o que fazer, esclarecem dúvidas e agilizam consultas e exames»

Isabel, atualmente com 37 anos, sobrevive graças ao suporte ventilatório, contando com o apoio de uma equipa de cuidados respiratórios domiciliários “há cerca de três anos e meio”.

“Estes cuidados são fundamentais, porque sem o equipamento já não conseguia respirar sozinha. Além de eu ajudar com as máquinas, as equipas especializadas, compostas nomeadamente por enfermeiros, fazem visitas de dois em dois dias. Estes profissionais fazem a ponte com médicos e cuidados paliativos, garantindo um apoio fundamental na gestão da doença”, revela Angelina Fernandes, mãe e cuidadora informal de uma doente com Esclerose Lateral Amiotrófica.

Isabel tinha 31 anos quando foi diagnosticada com a doença. Na altura, recorda a mãe, “a primeira manifestação da doença foi essencialmente a falta de força num dos pés durante alguns meses”. Ao fim de um ano foi internada, dando-se início ao processo de diagnóstico. Um processo que revela, Angelina, não foi fácil: “só após um ano ter tido as primeiras manifestações, ser internada e fazer vários exames, é que se chegou ao diagnóstico”.

“Receber uma notícia destas é complicado. No início, a Isabel consultou uma psicóloga, para ter apoio na aceitação da doença. Foram poucas consultas, porque muito rapidamente deixou de se conseguir deslocar ao consultório e não podiam vir a casa”, recorda admitindo que sabendo pouco sobre a doença, recorreram à internet para saber mais. “Mais tarde, o médico dos cuidados paliativos explicou melhor a doença”, conta.

Angelina recorda que a progressão da doença tem sido rápida no caso da filha. “Numa fase inicial, as pernas começaram a falhar, tinha pouca força nas pernas e caía. Durante cerca de um ano (primeiro ano com a doença diagnosticada), a Isabel continuou a trabalhar e usava bengala. Depois, teve de começar a usar cadeira de rodas, uma vez que deixou de ter força para usar bengala. Nessa altura deixou de trabalhar e eu, enquanto cuidadora informal, deixei também o meu trabalho para poder estar e dar apoio à Isabel”, explica revelando que desde aí que tem vivido completamente dependente. “Desde essa altura está ligada a máquinas e recebe cuidados respiratórios domiciliários. Antes de ser eu a cuidar dela, era o companheiro na altura”, afirma admitindo que “sobreviver” e conviver com a ELA é muito “complicado”. “Tanto para a Isabel como para mim, enquanto mãe e cuidadora. É viver um dia de cada vez”.

Angelina lamenta que os apoios estatais a estes doentes e seus cuidadores sejam parcos. “A Isabel está reformada e recebe o valor da reforma. Eu, enquanto cuidadora informal, recebo um apoio de valor muito reduzido. É muito complicado, pois com o pouco que recebemos não é possível fazer frente às diversas despesas do dia a dia nem às despesas inerentes à doença, como por exemplo fraldas”, exemplifica.

Segundo esta mãe e cuidadora informal é preciso muita força, muita coragem e “principalmente, muito amor” para lidar com tudo o que esta doença implica e representa. “Não é fácil, mas enquanto cuidadores fazemos tudo o que está ao nosso alcance para apoiar e melhorar a qualidade de vida da pessoa que vive com a doença e pela qual temos um grande afeto”, diz.

Segundo Bárbara Ramos, “recorrer a uma associação de doentes com a mesma condição, onde são partilhadas experiências idênticas, pode constituir uma mais-valia. Importa reforçar a importância do apoio familiar ou de amigos próximos”.

Além disso, reforça que é essencial que o doente e familiares se aconselhem “acerca das fontes mais adequadas para obter informação adicional acerca da doença, evitando a ansiedade que a “desinformação” pode causar”.

“Ao conhecer os receios do doente e seus cuidadores, ao esclarecer as principais dúvidas e ao compreender os objetivos, o Médico pode ajudar nas decisões de tratamento que forem surgindo. Importa destacar que, em todas as fases da doença, o doente tem direito a recusar um tratamento, que tinha sido previamente aceite”, sublinha a especialista.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
28 de junho
A GS1 Portugal, organização neutra, sem fins lucrativos, responsável pelo desenvolvimento de standards para a saúde, promove no...

Esta iniciativa junta diferentes agentes da área da saúde - públicos e privados – e traz a debate os desafios que hoje se colocam ao setor, com vista à implementação de medidas integradas conducentes à garantia da segurança do paciente e de todas as cadeias de valor.

Com a participação de especialistas da Escola Nacional de Saúde Pública, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, da APIFARMA, da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Hospitalar, da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, da NOVA School of Business & Economics, da GS1 Irlanda e da GS1 Portugal, o principal foco da sessão incidirá sobre a importância do esforço persistente de todas as partes envolvidas no processo de diagnóstico e tratamento, em contexto hospitalar, de modo prioritário, e em ambulatório. O objetivo é promover os benefícios da adoção de uma política coordenada que acrescente valor a todas as partes interessadas. Nesse sentido, o Seminário vai equacionar o imperativo de uma abordagem sistémica e promotora da segurança, assente numa lógica de melhoria contínua.

Este evento, em formato híbrido, é aberto a todos os profissionais de saúde e a outros profissionais com interesse no tema.

A GS1 Portugal trabalha em conjunto com laboratórios, hospitais, farmácias, associações e reguladores, de forma a promover a adoção, utilização e expansão dos Standards GS1 na saúde, para que as organizações garantam a rastreabilidade e colaborem de forma mais eficiente, sempre com foco na redução de custos, na automatização dos processos e, principalmente, na segurança do paciente.

 

Estudo
Investigadores da Mayo Clinic identificaram uma grande variedade de químicos ambientais na bílis humana em doentes com...

A maioria das pessoas com colangite esclerosante primária também tem algum tipo de doença inflamatória intestinal, como a colite ulcerosa ou a doença de Crohn, que frequentemente conduz a uma doença hepática terminal e ao cancro. O transplante hepático é o único tratamento baseado em evidências para esta doença avançada, e não há terapia medicamentosa que melhore a sobrevivência sem o transplante.

"Sabemos que os pacientes com esta doença complexa das vias biliares têm um metaboloma alterado (o conjunto completo de pequenas moléculas químicas encontradas numa amostra biológica), que pode ser influenciado por substâncias químicas no ambiente", afirma o investigador da Mayo Clinic, Konstantinos N. Lazaridis. "Dispomos agora de uma caraterização expossómica abrangente da bílis, o que é fundamental porque a bílis entra em contacto direto com os canais biliares doentes."

Lazaridis observa que isto pode contribuir para uma maior absorção de químicos no ambiente por parte de doentes com colangite esclerosante primária que também têm doença inflamatória intestinal.

Esta doença hepática desenvolve-se provavelmente devido a fatores genéticos e ambientais. Compreender a contribuição das exposições ambientais para esta doença pode levar a uma melhor compreensão das suas causas e fatores de risco.

Para o estudo, os investigadores analisaram amostras de bílis de pacientes com a doença utilizando espetrometria de massa de alta resolução e encontraram vários produtos químicos presentes no ambiente. Esta nova tecnologia permitiu aos investigadores medir e analisar as exposições químicas externas e as suas respostas biológicas, com uma cobertura suficiente para estudar as relações entre os potenciais causadores da doença e os seus efeitos.

Os investigadores avaliaram estas semelhanças e diferenças na bílis de doentes dos Estados Unidos e da Noruega.

Detetaram 83 substâncias químicas presentes no ambiente em doentes dos EUA e da Noruega em concentrações estatisticamente semelhantes.

Os doentes dos EUA revelaram uma maior presença de químicos ambientais na bílis e maiores associações entre os químicos e as vias metabólicas da bílis do que os da Noruega.

Os investigadores identificaram os compostos químicos bifenilo policlorado (PCB)-118 e PCB-101 de interesse para um estudo mais aprofundado, dadas as amplas ligações destas substâncias com as vias metabólicas nos pacientes dos EUA e da Noruega. Trata-se de substâncias orgânicas altamente estáveis que foram amplamente utilizadas em plastificantes, tintas e equipamento elétrico até serem proibidas pela Convenção de Estocolmo sobre poluentes orgânicos persistentes.

As vias de degradação dos glicanos foram associadas a um ou mais produtos químicos presentes no ambiente em ambas as amostras de doentes. Os glicanos são cruciais para a regulação do intestino e podem estar associados à causa da doença.

"As descobertas de ligações químicas e metabolómicas derivadas da bílis servem como ponto de partida", afirma Lazaridis. "São essenciais para compreender as alterações bioquímicas que ocorrem com a exposição a químicos no ambiente, uma vez que podem refletir a causa e a progressão da colangite esclerosante primária e podem também conduzir a novos tratamentos."

Nenhum scanner remoto pode substituir o olhar treinado de um profissional
Ser capaz de rir alegremente e ter um sorriso bonito em simultâneo é o desejo que muitos adultos gostariam de concretizar,...

Quem vive com os dentes desalinhados tem a possibilidade de corrigir as maloclusões em praticamente todas as faixas etárias, através dos aligners transparentes, por exemplo, que são praticamente impercetíveis. Contudo, é essencial fazê-lo com supervisão médica. Qualquer intervenção que modifique o posicionamento dos dentes corresponde a um procedimento médico que move os dentes através do osso. Posto isto, é necessário que a saúde oral do paciente, incluindo a condição da boca, gengivas, dentes, raízes e estruturas subjacentes da mandíbula, seja cuidadosamente avaliada por um médico dentista ou ortodontista, antes do início da terapia e seja continuamente monitorizado durante o tratamento.

O paciente deve sempre informar-se com o seu médico dentista sobre todas as opções de tratamento disponíveis. O médico dentista ou ortodontista deve determinar de forma independente qual a melhor opção de tratamento para o seu paciente, além disso, a examinação feita pelo profissional deve corresponder ao início de qualquer correção dos dentes, e deve ser mantida ao longo de todo o tratamento.

A saúde oral não é um dado adquirido

Atualmente, através da internet o consumidor tem acesso a muita informação, sendo que em alguns casos pode adquirir um tratamento com aligners diretamente online. Também são disponibilizadas informações sobre questões de saúde e permite comparações entre a oferta de mercado. No entanto, a saúde oral não é um dado adquirido. Nenhum scanner remoto pode substituir o olhar treinado de um médico dentista. A mordida uniforme, a posição do maxilar, o estado de cada dente e gengiva, quaisquer pré-condições existentes que possam afetar o tratamento dentário - são fatores que têm de ser examinados por um médico dentista numa consulta inicial presencial.

O alinhamento dos dentes com aligners transparentes não é apenas um procedimento estético, é um procedimento médico em que os dentes do paciente são deslocados no maxilar. O processo requer check-ups regulares com um médico dentista ou ortodontista, desde o diagnóstico inicial até à conclusão do tratamento.

A Ordem dos Médicos Dentistas, inclusive, lançou uma campanha para alertar os pacientes para as consequências destes procedimentos realizados sem consulta, por terem resultados de qualidade inferior, poder existir necessidade de tratamentos adicionais ou, nos casos mais graves, danos para a saúde oral. Referem que qualquer tratamento ortodôntico deve ser precedido de um exame clínico completo do paciente realizado por um médico dentista e que os resultados dos exames devem ser avaliados para permitir um enquadramento adequado do tratamento, identificando contraindicações ou riscos do tratamento.1

O diálogo entre o paciente e o médico dentista sobre os resultados que o paciente pode esperar da terapia, o que pode ser alcançado, com que método e a que custo é, obrigatoriamente, o primeiro passo e deve ser abordado na primeira consulta.

Os pacientes nem sempre estão cientes se são ou não bons candidatos para o tratamento ortodôntico, incluindo a terapia com aligners transparentes. Podem ter cáries ou doenças subjacentes, como a doença periodontal, que devem ser avaliadas e resolvidas antes do tratamento poder ser efetuado com segurança. Apenas um exame presencial realizado por um médico dentista ou ortodontista pode fazer esta avaliação.

Um processo que necessita de orientação

Empresas estabelecidas, como a Align Technology, que já tratou mais de 15 milhões de pacientes ao longo de 25 anos, com o seu sistema de aligners transparentes, disponibilizam scanners intraorais para os médicos dentistas registarem com precisão a situação inicial do sorriso do paciente. A Align utiliza dados de quase 15 milhões de casos de aligners transparentes para ajudar os médicos dentistas certificados a planear os resultados do tratamento previsíveis para os seus pacientes.

São produzidas séries de aligners transparentes ajustados individualmente, que o paciente deve usar por etapas, durante uma ou duas semanas, de acordo com a prescrição do seu médico dentista. Cada novo dispositivo aproxima um pouco mais os dentes da posição final desejada. Os aligners são prescritos pelo médico dentista e são feitos especialmente de acordo com as necessidades individuais de tratamento de cada paciente, com base na prescrição do médico dentista.

O médico dentista ou ortodontista supervisiona todo o tratamento, monitoriza o decurso da terapia e assegura, assim, que o resultado desejado é alcançado. Regra geral, em média, o paciente faz um check-up aproximadamente a cada seis semanas, permitindo ao médico dentista realizar o acompanhamento do processo, e explicar qualquer questão. Em simultâneo, os pacientes que optem pelo sistema de aligners transparentes da Align dispõem também de uma aplicação para telemóvel, com a qual podem acompanhar o progresso do tratamento, juntamente com o seu médico dentista.

Em formato online
“Desenvolvimento de calçado terapêutico inovador para prevenção das úlceras do pé diabético” é o título da conferência final do...

Sobre “O papel da indústria, da tecnologia e da Academia” falarão, amanhã, Cátia Sampaio (ICC/Lavoro), Sandra Carvalho (Universidade do Minho/Universidade de Coimbra), Júlio Viana, André Whitman e Fernando Duarte (todos da Universidade do Minho) e, ainda, Pedro Parreira e Liliana Batista (respetivamente, docente e investigadora na ESEnfC).

Sobre “O papel da indústria, da tecnologia e da Academia” falarão, amanhã, Cátia Sampaio (ICC/Lavoro), Sandra Carvalho (Universidade do Minho/Universidade de Coimbra), Júlio Viana, André Whitman e Fernando Duarte (todos da Universidade do Minho) e, ainda, Pedro Parreira e Liliana Batista (respetivamente, docente e investigadora na ESEnfC).

A nova tipologia de calçado terapêutico carateriza-se pelos «seguintes fatores distintivos: novos materiais ao nível da palmilha e da sola que permitam maior absorção de impactos, capacidade de adaptação da forma e uma maior recuperação após carregamento e menor abrasão, mas também capacidade de reduzir o risco de aparecimento de infeções associadas às úlceras», lê-se no documento-síntese do projeto.

Cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente de copromoção, com um incentivo aprovado de 700.047,24 euros, para um investimento de despesas elegíveis totais de 1 milhão de euros (€ 1.003.152,74), o projeto Science DiabetICC Footwear: Desenvolvimento de calçado terapêutico inovador para pé diabético está a ser construído pela ICC - Indústrias e Comércio de Calçado S.A., em colaboração com a ESEnfC, que identificou esta necessidade terapêutica, e a Universidade do Minho (através do IPC - Instituto de Polímeros e Compósitos, do 2C2T - Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e do CF-UM-UP - Centro de Física das Universidades do Minho e do Porto).

 

Dia Internacional do Ioga assinala-se a 21 de junho
Escolher o exercício físico perfeito para nós torna-se difícil quando existe uma panóplia de opções

Do ponto de vista ortopédico, podemos verificar que os movimentos desta prática permitem o fortalecimento dos ossos, músculos e ligamentos, auxiliando o quadro clínico de doentes que vivem com dor crónica esquelética, por exemplo, aqueles que vivem com problemas na coluna vertebral.

Por outro lado, potenciam a coordenação motora, a resistência e a flexibilidade musculares, permitindo uma maior mobilidade do corpo, que vai ter repercussões na forma como se exercem as atividades do quotidiano, devido ao aumento de resistência, flexibilidade e tonificação do corpo. Os exercícios do ioga, que envolvem o equilíbrio, agilidade, coordenação e marcha, com treino propriocetivo e atividades multifacetadas, estão recomendados para pessoas de maior idade, para melhorar e manter a forma física, e assim diminuir o risco de quedas.

O ioga é ainda associado à melhoria da saúde mental, visto que as suas técnicas potenciam a libertação de endorfinas, as hormonas responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar, concedendo uma sensação de relaxamento do sistema nervoso.

Deste modo, este exercício irá contribuir para uma mente mais ativa, com menos problemas de memória e maior concentração. Além disso, as propriedades deste treino estão associadas à melhoria do sono, que irá ter repercussões positivas no fluxo de energia ao longo do dia.

Esta atividade física tem ainda efeitos em outras questões de saúde, como é o caso da redução dos riscos cardiovasculares, nomeadamente através da diminuição da pressão arterial, da frequência cardíaca e da melhoria do perfil lipídico.

No Dia Internacional do Ioga, celebrado a 21 de junho, tome a iniciativa de experimentar esta atividade fortemente recomendada em várias especialidades médicas, como a Ortopedia e Traumatologia. No entanto, não se esqueça de envolver profissionais de saúde neste processo, já que nem todos os exercícios são sempre adequados a todas as condições clínicas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ação formativa Day at the Cath Lab vai realizar-se no Centro Hospitalar de Setúbal
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) está a promover a iniciativa formativa Day at the Cath Lab (D@CL),...

De acordo com Ricardo Santos, Cardiologista de Intervenção no Hospital e responsável pela iniciativa D@CL, a doença coronária tem, atualmente, um grande impacto em termos de morbilidade e mortalidade, nas sociedades atuais, e Portugal não é uma exceção. “A calcificação ao nível das artérias coronárias é um problema cada vez mais prevalente e que limita de forma muito significativa as opções terapêuticas, complicando de forma importante os procedimentos de angioplastia coronária e impactando negativamente os seus resultados imediatos, bem como a médio e longo prazo”.

E acrescenta: “Têm sido desenvolvidos ao longo dos anos equipamentos especificamente desenhados para lidar com este problema, continuando-se a obter frequentemente resultados sub-ótimos. A litotripsia intravascular é uma tecnologia que visa otimizar a angioplastia em lesões calcificadas e consiste na utilização de um balão específico munido de uns emissores que produzem ondas de choque, as quais têm a capacidade de quebrar os tecidos calcificados sem causar dano aos demais tecidos, permitindo uma correta expansão do balão e/ou do stent utilizado(s) na angioplastia coronária subsequente, com a consequente otimização do resultado”.

Rita Calé Theotónio, Cardiologista de Intervenção e Presidente da APIC, explica: “Com este D@CL pretendemos chamar a atenção para a importância da utilização de métodos que permitam otimizar a angioplastia em lesões calcificadas em pessoas com doença coronária com calcificação significativa, de acordo com as indicações e a devida segurança. O objetivo é promover a atividade formativa para os cardiologistas de intervenção com interesse na área da Litotripsia Intravascular”.

O D@CL é uma iniciativa que também permite aos cardiologistas de intervenção conhecerem o dia a dia de uma Unidade de Cardiologia do país, num ambiente informal, hands on e de proximidade.

Deteção precoce da doença é fundamental
Para assinalar o Dia Internacional de Sensibilização para a Escoliose, que este ano se celebra no dia 24 de junho, a campanha...

A escoliose caracteriza-se por ser a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes, sendo mais comum a partir dos 10 anos e mais frequente no sexo feminino, já que oito em cada 10 casos dizem respeito a raparigas.

A escoliose é uma doença que pode ter várias causas, no entanto, mais de 70% dos casos diagnosticados não apresentam nenhuma razão conhecida. Ainda assim, é fundamental que os pais e os educadores estejam atentos aos primeiros sinais de alerta, procurando ajuda junto do médico de família ou do pediatra, como forma de chegar a um diagnóstico precoce.

A existência de uma diferença de altura entre os ombros, o descair de um dos lados da cintura ou a identificação de uma proeminência da caixa torácica são alguns dos sinais a ter em conta.

O diagnóstico atempado, o tratamento adequado - que pode passar pela utilização de um colete de correção ou, em casos mais complexos, a realização de uma cirurgia à coluna - e a partilha de informação sobre os riscos desta patologia são instrumentos fundamentais para minimizar o impacto da escoliose na vida de uma criança e/ou jovem. Formas mais leves de escoliose podem causar um leve desconforto. Nas formas intermédias, provoca uma deformidade em forma de “S”, claramente visível aos olhos e, nas formas mais graves, os doentes apresentam dores crónicas, órgãos internos afetados pela diminuição de espaço, que podem levar a uma diminuição da esperança média de vida.

Há ainda outra consequência - o impacto na autoestima - que muitas vezes não é abordada e parece secundária, mas que, aos dias de hoje, com o exponencial crescimento e alcance das redes sociais, ganha outra dimensão. Nove em cada 10 jovens afirma já ter tido contacto com conteúdos de beleza tóxicos, que geram consequências na sua autoestima1. Sendo a escoliose uma doença que afeta a imagem corporal, fazendo com que esta não corresponda aos padrões de beleza generalizados e que são ainda potencializados nas redes sociais, pode gerar-se uma perceção negativa do corpo. Por vezes, este problema junta-se a outros complexos já normais destas idades de mudança e que pode ter um forte impacto negativo na autoestima e na saúde mental das crianças e jovens.

Segundo João Lameiras Campagnolo, médico ortopedista no Hospital Dona Estefânia e coordenador da campanha Josephine explica a Escoliose, “As crianças e jovens que não recebem o tratamento adequado e atempado, vão sentir as consequências ao longo da sua vida. É, por isso, fundamental a união de esforços de pais, encarregados de educação e corpo docente, para que se consiga identificar os sinais, contribuindo para o diagnóstico precoce.”

Cerimónia de atribuição acontece a 28 de junho, na Universidade de Coimbra
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) vai atribuir o doutoramento Honoris Causa ao diretor-geral da...

O diretor da FMUC, Carlos Robalo Cordeiro, de quem partiu o convite, explica que a distinção a Tedros Adhanom Ghebreyesus é “o reconhecimento a um homem e a uma autoridade da área científica que se destacou pelo papel importante de liderança que assumiu durante a pandemia covid-19.” E acrescenta: “Este título é um momento marcante para a Faculdade de Medicina, uma das mais antigas do mundo, também para a Universidade de Coimbra e seguramente, para a pneumologia académica nacional.”

Para o diretor da FMUC, a atribuição do Doutoramento Honoris Causa ao diretor-geral da OMS “será também a homenagem de um país que conseguiu uma enorme cobertura vacinal e que superou um enorme desafio de saúde pública, com resultados muito satisfatórios.”

Na cerimónia de dia 28, Tedros Adhanom Ghebreyesus terá como apresentante o Professor Carlos Robalo Cordeiro e o respetivo discurso de elogio será realizado pelo Professor António Jorge Ferreira. Ao Professor Filipe Froes caberá o discurso de elogio do homenageado.

Tedros Adhanom Ghebreyesus é biólogo e académico. Licenciado em Biologia pela Universidade de Asmara, na Eritreia, tem Mestrado em Imunologia de Doenças Infeciosas pela Universidade de Londres e Doutoramento em Saúde Pública pela Universidade de Nottingham.

Assumiu a Direção-Geral da Organização Mundial da Saúde em 2017. No seu país, Etiópia, foi ministro da Saúde, entre 2005 e 2012, e Ministro de Relações Exteriores, entre 2012 e 2016.

 

Opinião
Sabia que o ar interior dos espaços pode conter substâncias prejudiciais tais como partículas ultraf

É, por isso, essencial as pessoas estarem cientes do seu impacto na saúde e bem-estar, além de saberem como ultrapassá-los. Ora, considerando que as pessoas passam cerca de 90% do seu tempo em ambientes fechados - casas, escritórios, escolas e outros edifícios - a qualidade do ar interior é fundamental para a sua saúde. Sabia que, e segundo a OMS, os espaços interiores podem estar 5 a 10 vezes mais poluídos do que o ar exterior? Não será por isso uma novidade afirmar que, quando o ar interior contém substâncias prejudiciais, podem ocorrer diversos impactos negativos na saúde. Partilho alguns exemplos:

Problemas respiratórios

A inalação de partículas ultrafinas e substâncias poluentes do ar interior, presentes em espaços pouco ventilados, pode levar a problemas respiratórios, como asma, bronquite, alergias e irritação das vias respiratórias.

Doenças infeciosas

Espaços fechados com ventilação inadequada podem facilitar a propagação de agentes patogénicos - bactérias e vírus - podendo aumentar o risco de infeções respiratórias e doenças contagiosas, como gripe, constipação comum e infeções respiratórias agudas.

Problemas cardiovasculares

Alguns poluentes do ar interior, como o ozono e partículas finas, estão associados a problemas cardiovasculares, incluindo doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e pressão arterial elevada. A exposição crónica a essas substâncias pode aumentar o risco de desenvolver tais condições entre outras.

Agravamento de condições pré-existentes

A exposição a substâncias prejudiciais no ar interior pode agravar os sintomas e piorar o estado de saúde geral em pessoas com condições de saúde pré-existentes, tais como doenças pulmonares crónicas, alergias ou com o sistema imunológico fragilizado.

Fadiga e diminuição do desempenho cognitivo

A exposição a poluentes do ar, em espaços fechados com défice de purificação do ar, como CO2 em níveis elevados, pode levar à fadiga, sonolência e diminuição do desempenho cognitivo, afetando negativamente a concentração, a tomada de decisões e a sua produtividade.

Irritação das mucosas

O ar interior contaminado pode irritar as mucosas do nariz, garganta e olhos, o que pode causar sintomas incomodativos – comichão, ardor, irritação, espirros e lacrimejamento ocular e nasal - afetando o conforto e a qualidade de vida.

Problemas dermatológicos

A exposição a substâncias químicas presentes no ar interior, como produtos de limpeza, formaldeído e compostos orgânicos voláteis (COVs), pode contribuir para o desenvolvimento de problemas dermatológicos, como irritação da pele, erupções cutâneas e dermatite de contato.

Vale a pena mencionar ainda que a exposição a substâncias prejudiciais, no ar interior, pode variar dependendo da fonte e grau da poluição, do nível de ventilação e da sensibilidade individual, e ressalvar que a qualidade do ar interior é influenciada por uma combinação de fatores, incluindo a ventilação adequada, a escolha de materiais de construção e móveis de baixa emissão.

Tendo em conta que uma pessoa saudável respira mais de 6.000 litros de ar de ambientes interiores todos os dias, ser capaz de criar espaços livres de agentes poluentes é por isso essencial para evitar contágios e outros problemas de saúde bem como para melhorar os níveis de concentração e bem-estar. Estratégias eficazes passam por utilizar sistemas de ventilação adequados, capazes de reduzir (também) a humidade interior, sendo crucial a manutenção regular dos sistemas de ar condicionado, a redução de fontes de poluição interna e a promoção de boas práticas de higiene, como a lavagem das mãos e a limpeza regular dos espaços.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com componente prática em laboratório
A SGS Academy, unidade de formação técnica, da SGS Portugal anuncia o lançamento de um novo curso, desta feita, em...

“O mercado de produtos sustentáveis tem crescido exponencialmente nos últimos anos em resposta às preferências do consumidor. E, nesse sentido, a indústria cosmética tem prosseguido o seu caminho rumo à sustentabilidade, incorporando ingredientes mais ecológicos, processos e embalagens mais verdes, enquanto garante a funcionalidade dos produtos”, afirma Rita Costa, responsável pela área de Cosmética e Higiene da SGS Portugal. Acrescenta ainda, “esta formação pretende dar a conhecer estratégias que a indústria cosmética e os próprios consumidores podem optar para obter cosméticos mais sustentáveis, desde a escolha dos ingredientes, processo de fabrico, embalagens e novas formas de apresentação”.

Embalagens feitas de material reciclado, matérias-primas consideradas sustentáveis, fórmulas mais amigas do ambiente, a par do investimento em unidades fabris neutras em carbono, são algumas das apostas dos gigantes mundiais na área da cosmética. Assim, a formação “Sustentabilidade na Indústria Cosmética”, agendada para 26 de outubro e com uma duração de 8 horas, pretende dar a conhecer tendências de formulação mais sustentáveis, seleção de ingredientes e embalagens sustentáveis, bem como o significado de certificações sustentáveis.

Compreender a importância da poupança de água e redução da utilização de plástico na indústria cosmética; conhecer as estratégias que algumas marcas estão a implementar para se tornarem mais sustentáveis; compreender a aplicação de estratégias sustentáveis a diferentes tipos de produtos cosméticos, e ainda adquirir noções práticas sobre o fabrico de cosméticos sólidos, são apenas alguns dos objetivos desta formação.

"O futuro dos cosméticos depende de abordagens mais sustentáveis e, embora uma revolução não aconteça da noite para o dia, cada esforço em direção à sustentabilidade é um grande passo para um futuro melhor".

“Cuidar de quem Cuida” é o mote
No próximo dia 21 de junho comemora-se o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica. A exemplo de anos anteriores, a...

Este ano, a associação vai dedicar a comemoração da efeméride a todos aqueles que investem tantas horas do seu tempo a cuidar de quem amam e a melhorar a sua qualidade de vida. Sob o mote “Cuidar de quem Cuida”, serão proporcionados momentos de partilha entre doentes, cuidadores e profissionais de saúde

Teresa Moreira, diretora executiva da APELA, realça o papel que os cuidadores têm, pois são eles que acompanham os doentes em todas as tarefas no dia-a-dia, dando-lhes não só o apoio físico necessário, como emocional.

“É um trabalho essencial que é prestado. São estes cuidadores que garantem que a pessoa com ELA se mantém estável, com qualidade de vida e com um projeto que dê sentido a cada um dos seus dias, que deverão ser vividos com autonomia e dignidade”, acrescenta.

A ELA é a doença que vitimou o conhecido cientista britânico Stephen Hawking e o cantor português Zeca Afonso.

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurológica degenerativa, rara, de progressão rápida, sem cura e com um prognóstico de vida muito reservado, de 3 a 5 anos, sendo a forma mais frequente de Doença do Neurónio Motor (DNM).

É caraterizada pela degeneração (morte precoce) dos neurónios motores (células do sistema nervoso central que controlam os movimentos voluntários dos músculos) do cérebro, da medula espinal e do tronco cerebral, levando a fraqueza muscular global.

Como resultado, esses músculos, que são os que nos fazem mexer (músculos estriados esqueléticos), ficam mais fracos, levando o doente a uma imobilidade total, afetando a fala, a deglutição e a respiração, que os doentes deixam de conseguir fazer de forma autónoma.

As funções sensitivas e cognitivas são preservadas durante todo o curso da doença.

Esta progressão leva a uma dependência total de terceiros para todas as atividades, causando um impacto forte no doente e em toda a família.

Evento organizado em Coimbra
Sysmex, uma empresa especializada em tecnologia de saúde e líder mundial em diagnósticos e serviços de hematologia, realizou a...

Embora a filial portuguesa tenha sido instituída em dezembro de 2020, a tecnologia e as soluções da Sysmex estão presentes em Portugal há mais de 50 anos, através de um distribuidor, e, agora, em plena fase de crescimento e expansão da organização, arrancou a primeira reunião científica no país, destinada a clientes e a outros profissionais do setor.

A conferência centrou-se nas soluções da Sysmex no âmbito da Hematologia e da Urianálise, abrangendo tanto os novos desenvolvimentos como a experiência do utilizador, por parte dos profissionais médicos. Com isto, o encontro converteu-se num espaço aberto à discussão, entre oradores e participantes, entre os quais se destacam alguns especialistas pertencentes a hospitais de referência, como é o caso do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, e membros da Sysmex Europa. 

Além disso, os participantes tiveram oportunidade de ver, em primeira mão e de forma exclusiva, uma cadeia de hematologia da nova série XR da Sysmex.

A tecnologia que permite ver mais além: soluções para o diagnóstico em hematologia e urianálise

A conferência teve início com as palavras de Peter Georgi, Business Unit Manager da Sysmex Iberia, que se encarregou de dar as boas-vindas e, oficializar o início do evento, passando para o painel sobre Urianálises.

“Fluorescence Flow Cytometry: Technology that allows you to see more” e “Urianálise: CKD detection and monitoring with UN-SERIES”, apresentadas por Jarob Saker, diretor assistente do departamento médico-científico e de Investigação e Desenvolvimento Clínico da Sysmex e María Salinas, diretora do Serviço de Análises Clínicas do Hospital Universitário San Juan de Alicante (Espanha), foram as primeiras duas intervenções a que os presentes puderam assistir.

Após o coffee break, Catarina Chaves, responsável do laboratório de bacteriologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, tomou a palavra e partilhou os seus conhecimentos sobre “Urianálise: Screening de ITU e processamento de amostras urgentes com UF-5000”, destacando que “O diagnóstico rápido é crítico para a melhoria dos processos nos vários fluxos do laboratório de bacteriologia (nomeadamente infeções do trato urinário, sepsis, infeções respiratórias, etc) e a implementação de novas metodologias é um desafio, mas um desafio possível, que contribuirá para a melhoraria do “outcome” dos nossos doentes”. O painel da Urianálise terminou com um breve debate entre estes especialistas.

Seguiu-se a área da Hematologia, que teve início com a intervenção de Margarida Peixinho, Interna do 4º ano de Patologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com uma apresentação sobre “Hematologia: Aplicações do Extended-IPU na rotina laboratorial”. “A implementação do E-IPU e a utilização dos seus canais e aplicações na rotina do nosso serviço levou a uma otimização e maior celeridade na disponibilização dos resultados aos nossos pacientes”, sublinhou a doutora.Por fim, Marc Avilés, Business Sector Manager da unidade de Hematologia da Sysmex Iberia, apresentou “Hematology: New XR series and automation solutions” e encerrou o painel de apresentações com uma discussão sobre Hematologia.

A nova geração de analisadores hematológicos: a série XR da Sysmex

O evento organizado em Coimbra foi o local escolhido pela empresa para apresentar ao mercado português a nova série XR de analisadores hematológicos, que estará disponível para ser comercializada, provavelmente, até ao final do ano.

Para além de melhorar o rendimento até 10%, a série XR pode ser integrada com módulos automatizados para a preparação de amostras de sangue, análises digitais da morfologia celular, classificação de tubos para outros exames de diagnóstico e arquivo final das amostras.

Em combinação com a série XR, serão lançados três novos módulos de automatização, um deles equipado com uma função para automatizar o arranque do sistema e a medição do controlo de qualidade interno.

Debate expõe estas conclusões
A “Saúde Mental” foi o mote da conferência “Vet Mental Summit” que reuniu a comunidade veterinária em Lisboa, no dia 14 de...

O debate sobre um tema considerado urgente para a profissão da Medicina Veterinária reuniu especialistas de várias áreas, com o propósito de promover a saúde mental e promover a partilha de conhecimento de forma a contribuir para a prevenção de problemas, tais como burnout, depressão e ansiedade. Recorde-se que em Portugal a profissão apresenta níveis de stress e burnout dos mais elevados, quando comparada com outras profissões e países da Europa.

Na parte da manhã, Manuela Peixoto, Psicóloga, apresentou o estudo sobre a saúde mental nos Médicos Veterinários. Realizado no âmbito da sua apresentação “Burnout e Fadiga por Compaixão na área da veterinária” e “Bem-estar psicológico na comunidade veterinária”, o estudo, realizado entre o final de 2022 e março de 2023, junto de 833 profissionais da comunidade veterinária, incluiu Médicos Veterinários, enfermeiros veterinários e auxiliares. Entre as principais conclusões destaque para os elevados níveis de burnout e estados vulneráveis depressivos. Numa profissão com a maior taxa de suicídio, os resultados revelaram que 29 dos inquiridos tentaram pelo menos uma vez o suicídio, 13 desejavam morrer, 124 ameaçaram pelo menos, uma vez, que se iriam suicidar. Entre os principais fatores de risco destacam-se o excesso de horas de trabalho semanais (superiores às 40 horas/semana), problemas anteriores de saúde mental, ou discordância em relação à eutanásia.

A privação de sono da comunidade médico veterinária foi também um dos temas em destaque durante a conferência. Hugo Lopes, Médico Veterinário, salientou na sua apresentação que “os veterinários não andam a dormir, mas deviam!”, e que os problemas e as doenças associadas à privação de sono contribuem para diminuir a produtividade, e elevar os custos associados e de turnover. Apresentou ainda estratégias para minimizar o impacto dos turnos noturnos na saúde dos profissionais de saúde e melhorar o bem-estar dos Médicos Veterinários, relacionadas, por exemplo, com a alimentação e pausas no trabalho e chamou a atenção para o funcionamento dos hospitais veterinários frequentemente em incumprimento com a legislação laboral.

A tarde foi marcada pelo debate sobre o tema “Saúde Mental em Medicina Veterinária em Portugal” que contou com a participação de Sónia Miranda, Vice-presidente do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV).

O debate contou ainda com as presenças de Hugo Lopes, do Sindicato Nacional dos Médicos Veterinários (SNMV) e Mafalda Gonçalves, da Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC) que apresentaram as estratégias que estão a ser criadas pelas respetivas instituições para ajudar os profissionais de saúde animal.

Sónia Miranda, Vice-presidente do Conselho Diretivo da OMV, destacou a criação do gabinete de apoio individual aos Médicos Veterinários, um programa estruturado para promover o bem-estar e prevenir situações de stress, ansiedade e burnout, comuns na atividade da Medicina Veterinária, “ajudando a criar estratégias de gestão do tempo da vida profissional e pessoal”.

O tema da empregabilidade, um dos fatores diretamente associados à saúde mental, esteve igualmente em debate. “Aumentar a retaguarda que todos os profissionais devem ter no seu dia-a-dia, para um trabalho de mais qualidade e reconhecido pela sociedade, com uma legislação adequada à realidade e articulação com a Academia, fazem parte da solução”, referiu Sónia Miranda.

Concluiu-se ainda que, apesar do elevado número de Médicos Veterinários que estão a ser formados nas Universidades, o mercado depara-se com uma enorme falta de Médicos Veterinários, especialmente no interior do país e em pequenas clínicas, o que leva a aumentar o número de horas de trabalho dos profissionais em exercício, com impacto na sua saúde mental.

 

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