Relatório “Acesso a cuidados de saúde, 2022 – As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia”
Depois de uma década em evolução o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde em Portugal revela um decréscimo. Os dados fazem...

Elaborado no âmbito da Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE o documento, da autoria dos investigadores Pedro Pita Barros e Eduardo Costa do Nova SBE Health Economics & Management Knowledge Center, carateriza as decisões dos cidadãos no primeiro contacto com o sistema de saúde analisando a incidência de episódios de doença, decisão de aceder a cuidados de saúde, barreiras de acesso (financeiras e não financeiras) e prestação de cuidados de saúde nos setores público e privado.  

Acesso a cuidados de saúde, 2022 – As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia apresenta resultados relativos aos anos de 2021 e 2022, comparando com o relatório anterior (2013-2020).

Sobre a incidência dos episódios de doença, os dados permitem aferir que a pandemia da COVID-19 acentuou a associação entre a condição socioeconómica do agregado familiar e a ocorrência de episódios de doença. As pessoas de grupos socioeconómicos de maior rendimento reportaram menos situações de doença (provavelmente devido à redução de contactos sociais resultantes da maior permanência em casa) e o grupo socioeconómico com maior dificuldade financeira, embora revele também um decréscimo no registo de ocorrências (provavelmente devido ao receio de contágio), em 2022, reporta um acréscimo grande (de, pelo menos, um episódio de doença). Verifica-se assim que os anos 2020 e 2021 contrariam a tendência crescente dos anos anteriores (2013-2020) retomando, em 2022, aos valores registados antes da pandemia.

Os investigadores concluíram que, nos anos da pandemia (2020 e 2021), apenas 27% e 30% dos inquiridos, respetivamente, reportaram terem-se sentido doentes, pelo menos uma vez, mostrando que o período pandémico foi marcado por valores anormalmente baixos neste indicador. Fatores como rendimento mais baixo (47,6%) e idade mais avançada (57,6%) encontram-se associados a uma maior probabilidade de a pessoa se ter sentido doente pelo menos uma vez.  Em 2022, porém, verifica-se uma subida expressiva, com 40% dos inquiridos a revelar ter-se sentido doente pelo menos uma vez no ano. A comparação entre anos permite verificar que o aumento da população, que reporta ter-se sentido doente em 2022, é sobretudo explicado pelo aumento dos episódios de doença nos grupos etários mais novos, abaixo dos 45 anos. Os autores adiantam que ‘isto é compatível com os padrões de evolução da pandemia’ e acrescentam que ‘por um lado, o início de 2022 foi marcado por grandes impactos da variante Ómicron da COVID-19. Por outro lado, ao longo do ano de 2022, a redução da utilização generalizada das medidas de proteção individual contribui para um aumento de circulação dos vírus’.

Ainda em 2022, cerca de 14% da população optou por não recorrer ao sistema de saúde, na sequência de um episódio de doença, o que ‘pode sinalizar a perceção por parte dos cidadãos de uma maior dificuldade de aceder a cuidados de saúde, levando a que alguns optem por não os procurar’, salientam os autores, embora também considerem que poderá estar ‘ligado a um conjunto de fatores, e não apenas a uma única justificação’.

Em alternativa ao recurso ao sistema de saúde, as pessoas procuraram outras soluções como a automedicação (43%), que pode ser explicado pela acumulação de medicamentos mais comuns por parte das famílias, ou optaram por ‘esperar’ que a sua doença melhorasse (57%). O aumento dos que não contactaram o sistema de saúde pode ser explicado pelo aumento de infeções de COVID-19, no final de 2021 e início de 2022, a par das recomendações das autoridades de saúde para não recorrer ao sistema de saúde em caso de doença ligeira. O padrão verificado em 2022, porém, inverte o histórico verificado desde 2013, quer no período da pandemia (2020 – 2021), quer no período pré-pandemia (2013 – 2019). Na larga maioria dos casos (quer naqueles que se automedicaram, quer nos que decidiram esperar) a baixa gravidade da doença foi eleita como a principal razão para não contactar o sistema de saúde (82,2% e 88,9%, respetivamente, em 2022).  Embora registando um maior número de pessoas que (doentes) não recorreram ao sistema de saúde, os dados revelam que a probabilidade de as pessoas se deslocarem aos serviços de saúde em caso de doença ainda permanece muito elevada (80%), sendo ‘o aparecimento de um problema inesperado’ a principal razão que motiva a procura (70%).

Numa perspetiva mais ampla, os investigadores avaliaram também as barreiras de acesso a cuidados de saúde e concluíram que, em 2022, existiram dificuldades em fazer face às despesas habituais do agregado familiar na classe com menores rendimentos, sobretudo na aquisição de medicamentos (50%). Ainda no campo do medicamento, verifica-se que a proporção de famílias que pede a substituição de um fármaco de marca pelo respetivo genérico aumenta com o acréscimo das dificuldades económicas (passando de 33%, em 2019 para 56% em 2022). Ainda assim, e apesar do aumento da preferência pelos medicamentos genéricos, a despesa com medicamentos representa a maior fatia da despesa associada a idas aos cuidados de saúde primários ou a urgências hospitalares.

No que diz respeito ao acesso a consultas ou urgências o presente relatório evidencia que a proporção de pessoas que reporta não ter conseguido aceder a uma consulta ou urgência por dificuldades financeiras é muito baixa, o que pode ser explicado pelo facto de ‘nos cuidados de saúde primários, as consultas com os médicos de família não estão sujeitas ao pagamento de taxas moderadoras. Nos cuidados de saúde hospitalares, essas taxas existem, por exemplo, no acesso ao serviço de urgência. Contudo, estão previstas diversas isenções’.

No que diz respeito às barreiras não financeiras, e apesar do aumento das infeções de COVID-19 associadas à variante Ómicron, o receio de contágio nos cuidados de saúde e os cancelamentos de consultas e exames continuaram em queda.

A prestação de cuidados de saúde nos setores público e privado foi igualmente alvo de análise, verificando-se um aumento no recurso ao setor público, recuperando parcialmente a queda verificada entre 2019 e 2020, motivado em grande maioria pela utilização da linha de atendimento SNS 24 (de 3%, em 2019, para 28%, em 2022). Ainda assim, apesar da ligeira subida face aos níveis de 2020 e 2021, a proporção de pessoas que procura os serviços de urgência permanece abaixo do pré-pandemia (41,1% em 2019 e 35,5% em 2022).

Os autores fizeram, também, o retrato dos cuidados centrados no doente tendo constatado que embora  em 2022 exista uma quebra na perceção de que o tratamento dos doentes foi feito com dignidade, compaixão e respeito, durante a pandemia não se verificaram quebras neste indicador o que poderá estar associado a um ajuste  níveis de exigência da população, associados a uma maior compreensão para a pressão sentida durante a pandemia, ‘evitando assim a deterioração deste indicador’,  adiantam os investigadores.

Apresentação dos relatórios “Recursos Humanos em Saúde & Acesso a Cuidados de Saúde 2022”

No mesmo dia em que se apresenta o relatório sobre Acesso a Cuidados de Saúde, também se apresenta o relatório de Recursos Humanos, que tem como objetivo caraterizar várias das dimensões que têm afetado a atração e retenção de profissionais de saúde em Portugal, perspetivando potenciais caminhos de futuro, e com o qual se concluiu que o melhor aproveitamento das competências dos profissionais de saúde, a reorganização do trabalho com recurso a novos modelos pautados por um maior trabalho de equipa entre os diferentes grupos profissionais e a utilização de mecanismos de partilha, aproveitando as potencialidades das novas tecnologias, podem traduzir-se em ganhos económicos e de eficiência global para o Serviço Nacional de Saúde.

Ambos os relatórios dão particular relevância ao momento pós-pandemia, considerando o impacto da mesma sobre os profissionais de saúde e sobre o acesso dos cidadãos ao sistema de saúde.

Relatório ‘Recursos Humanos em Saúde’, disponível na integra aqui

Relatório ‘Acesso a cuidados de saúde, 2022 – As escolhas dos cidadãos no pós-pandemia’, disponível na integra aqui

Opinião
Considerada um dos antioxidantes tópicos mais potentes para a pele, a vitamina C, quando incluída na

O que é a vitamina C?

Também conhecida como ácido ascórbico é uma molécula fundamental para o desenvolvimento do corpo humano, sendo essencial para o desenvolvimento dos ossos, tendões e pele. É considerada um antioxidante potente e é usada cada vez mais na cosmética pela sua capacidade de eliminar os radicais livres, reduzindo assim os sinais do envelhecimento. Além disso, é capaz de auxiliar na reparação dos danos já causados na pele por agressores diários, sendo capaz de melhorar o aspeto das rugas finas, devolvendo a luminosidade e melhorando a firmeza cutânea. 

O que a vitamina C faz com a nossa pele?

Esta molécula é capaz de proteger a nossa pele de diversas formas, no entanto vamos sintetizar para facilitar!

1.     É considerada como um escudo contra os radicais livres, combatendo o stress oxidativo provocado por fatores externos como a radiação solar, calor, poluição ambiental, assim como a exposição à luz diária, seja pelo uso do telemóvel ou computador ou pela iluminação existente nos espaços fechados. Desta forma evita o envelhecimento precoce da pele.

2.     Ajuda a clarear e a uniformizar o tom da pele: a vitamina C contribui para a inibição da tirosinase, que é a enzima que transforma a tirosina em melanina, diminuindo desta forma a formação de manchas.

3.     Corrige pequenas rugas e linhas de expressão: por ter uma ação na produção de colágeno vai atenuar as rugas e linhas de expressão. Além disso ajuda a reter a água na pele deixando mais hidratada e mantendo a elasticidade da mesma.

4.     Melhora a luminosidade da pele: pela sua ação antioxidante e por todos os benefícios referidos anteriormente a pele vai ficar com um aspecto mais luminoso e saudável.

Existem várias fórmulas de vitamina C?

A vitamina C pode ser encontrada em vários tipos de formulações, desde ampolas, sérum, gel ou creme. Seguramente os séruns são a formulação mais comum encontrada no mercado por fornecer uma alta concentração da molécula e também por permitir uma maior penetração e estabilidade do produto.

O ácido L-ascórbico é uma molécula instável para formulação em uso tópico, por isso derivados mais estáveis de tem sido utilizado em formulações tópicas. Derivados como ascorbil fosfato de sódio, palmitato ascórbico ou o ascorbil fosfato de magnésio têm sido utilizados também para uso tópico. Estes são derivados da vitamina C e são formulados de forma diferente, sendo alguns deles hidrossolúveis e adaptados à pele mais sensível. No entanto, não está provado que os derivados, após aplicação tópica, sejam absorvidos pela pele ou convertidos em ácido L-ascórbico após a penetração. Estudos revelam ainda que o pH da vitamina C interfere com a sua absorção, sendo que um pH mais baixo (inferior a 3,5) é ideal para que seja eficaz.

Relativamente à composição podemos ainda dividir a vitamina C em duas categorias: anidro (que significa "sem água") e à base de água. Este último normalmente vem acondicionado em frascos opacos e escuros para manter a estabilidade da vitamina, pois esta normalmente é mais instável e sensível à luz. No entanto, independentemente da composição é importante manter o frasco sempre bem fechado e guardado num local fresco e mais escuro, por forma a evitar alterações da composição.

Adequadas a todos os tipos de pele?

Antes de mais devemos saber como começar a usar vitamina C e como adaptar a cada tipo de pele. 

Uma das dicas que explico em consulta é que se é a primeira vez que vão utilizar vitamina C devem começar com uma concentração baixa e vão subindo à medida que a pele estiver adaptada. Além disso, recomendo que não usem diariamente numa fase inicial, podendo começar inicialmente por um esquema de três vezes por semana. É importante ainda adaptar o tipo de vitamina C, especialmente quando se trata de uma pele com tendência a oleosidade, sendo que as formulações com ácido L-ascórbico podem ser as mais adequadas. Por outro lado, quando falamos de uma pele seca e sensível, o ascorbil fosfato de magnésio, uma vitamina C solúvel em água, pode ser o mais indicado por ser menos irritante e mais hidratante.

Quando e como usar?

A vitamina C pode ser usada todo o ano, mas a verdade é que as vendas deste produto disparam com a chegada da primavera, pois o seu benefício na prevenção das manchas faz com que seja mais requerido nesta altura do ano. No entanto, o seu benefício antioxidante faz com que possa e deva ser usado todo o ano.

Pode ser usada de manhã e à noite, no entanto aconselho o seu uso preferencial pela manhã pelo seu efeito protetor contra os danos oxidativos, no entanto realço que a vitamina C funciona como reparadora pela noite, motivo pelo qual também se aconselha o seu uso.

Não se esqueça que após a colocação da vitamina C pela manhã, deve-se associar o uso de protetor solar. Inclusive existem estudos que referem que o uso de protetor solar associado à vitamina C permite uma proteção mais abrangente, uma vez que o protetor solar por si só não consegue bloquear todas as radiações.

Como referi anteriormente, é importante começar devagar, pelo que costumo recomendar a sua aplicação apenas algumas vezes por semana e ir aumentando gradualmente até à sua incorporação diária. Além disso, recomendo que inicialmente comece com uma concentração baixa.

Os resultados não são imediatos e são necessárias várias semanas/meses para se observarem na pele. 

O que não se pode misturar?

Antigamente, pensava-se que a vitamina C era incompatível com muitos ativos, incluindo o retinol, mas estudos mais recentes referem que não. A vitamina C pode perfeitamente ser combinada com niacinamida, peptídeos, alfa e beta hidroxiácidos, assim como com o retinol. Alguns estudos referem a sinergia entre a vitamina C e retinol, sendo benéfico o seu uso concomitante para prevenir o envelhecimento da pele.

Sabemos ainda que muitas empresas de cosméticos combinam vários antioxidantes nos seus produtos para os potenciar. Combinação de vitaminas C e E, assim como ácido ferúlico podem ter benefícios para a pele, sendo muito utilizados na cosmética atual.

Top 10 de produtos com vitamina C:

Existem vários produtos disponíveis no mercado, com várias concentrações de vitamina C e várias combinações de ativos, que podem ser adaptados aos diferentes tipos de pele e às diferentes necessidades do paciente.

Selecionei alguns dos produtos que mais recomendo e que melhor feedback me têm dado os pacientes:

  • Sérum Intensive Vitamina C² da Esthederm: sérum concentrado com 2 tipos de vitamina C - 10% Vitamina C pura + 2% Provitamina C. Programa intensivo de 28 dias de tratamento para recuperar a luminosidade da pele.
  • Sérum Silymarin CF Skinceuticals: composto por ácido L-ascórbico a 15%, e combinado com ácido salicílico e cardo mariano, que irão permitir controlar a pele mais oleosa e deixar um aspecto mais matificado da pele.
  • Sérum C E Ferulic da SkinCeuticals: com 15% de vitamina C pura, associada ao ácido ferúlico e vitamina E para potenciar a sua eficácia.
  • P-Bright Serum da Fillmed: constituído por vitamina C combinada com ácido fítico, com ação visível na uniformização cutânea e efeito antioxidante.
  • Sérum Endocare Radiance C Ferulic Edafence da Cantabria: vitamina C reforçada com as vitaminas C, E e Ácido ferúlico. Combina uma inovadora tecnologia antipoluição com uma tecnologia de regeneração cutânea para melhorar o seu efeito antioxidante.
  • Pigmentbio C-Concentrate da Bioderma: possui 2% de vitamina C pura em pó que é integrada ao sérum na primeira utilização. Além da vitamina C possui vitamina E combinada com alfa e beta hidroxiácidos, como o ácido glicólico e salicílico. Serúm adequado para uma pele pigmentada e que pretende prevenir os sinais de envelhecimento pela combinação de ativos.
  • Vitamin C Antiox Ativo Puro da Martiderm: Fórmula anidra inovadora, enriquecida com 15% de vitamina C associada ao gengibre. Um shot de vitamina C pura concentrada para um paciente que deseja uma pele mais revitalizada, uniforme e luminosa.
  • NCFE reverse sérum da Filorga: constituído por vitamina C e retinol encapsulado, associado ao complexo NCEF (um complexo poli revitalizante com 50 ingredientes). Uma excelente combinação para uma pele madura que pretende tratar os sinais do envelhecimento.
  • Pure vitamin C10 da La Roche Posay: combina vitamina C pura, ácido salicílico e ácido hialurónico. Adaptada a pele oleosa e acneica com um extra de hidratação devido ao ácido hialurónico.
  • C-light serum da Fillmed: com vitamina C e H e polifenol de Hexilressorcinal-14 que protegem a pele dos radicais livres, para uma pele mais protegida e iluminada.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Já disponível nas livrarias
Um balanço da Covid-19 do ponto de vista da realidade que se impôs aos municípios.

O livro “Municípios e Saúde – entre as lições da Covid-19 e os desafios da descentralização”, uma obra que conta com o apoio da Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM), foi apresentado no dia 30 de maio, na Feira do Livro de Lisboa. A sessão de apresentação contou com a presença dos coordenadores Luís Filipe Mota Almeida (Investigador associado no Centro de Investigação de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa), André Dias Pereira (Professor da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra), e Manuel Ferreira Ramos (Coordenador do Centro de Valorização de Eleitos Locais) e com a participação de Álvaro Beleza, Presidente da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) e Albino Almeida, Presidente da ANAM.

“Municípios e Saúde – entre as lições da Covid-19 e os desafios da descentralização”, é o terceiro volume da coleção Autarquias e Poder Local e conta com o Prefácio de Adalberto Campos Fernandes, Ex-Ministro da Saúde. Apresenta um balanço da Covid-19 do ponto de vista da realidade que se impôs aos municípios que, na verdade, foram transformados em agentes e executores de uma inevitável transferência de competências do SNS para as entidades locais.

Editado pela Almedina, este terceiro volume reúne em três capítulos - “As Lições da Covid-19 e a sua utilidade para o processo de descentralização”, “O Processo de Descentralização de Competências na Área Saúde — os desafios, o presente e o futuro” e “Outros Desafios dos Municípios na Área da Saúde” - 23 textos de 31 autores de diversos quadrantes políticos, da área da saúde, de ordens profissionais e académicos, que refletem a sua experiência, desafios e o balanço da realidade imposta aos municípios e às Assembleias Municipais pela pandemia.

A saúde tem sido uma das áreas mais problemáticas no âmbito do processo de descentralização de competências para a esfera municipal e a crise sanitária provocada pela covid-19 e os seus impactos sociais e económicos não só exigiram uma forte e estreita cooperação multinível, como também colocaram à prova a capacidade do poder local e dos seus órgãos representativos procurarem e concretizarem respostas políticas para os desafios emergentes, com proximidade às populações.

O livro já se encontra disponível nas livrarias.

Opinião
Não há propriamente um limite para o picante que devemos colocar na comida, tudo depende do gosto de

O picante deve-se à existência de uma substância chamada capsaicina. A presença desta substância no nosso corpo acelera o metabolismo, ou seja, permite-nos gastar mais calorias. Devido a isso é uma substância com efeito termogénico. Contudo, trata-se de um efeito bastante discreto, com um impacto pouco significativo no gasto calórico diário.

Quando ingerida, a capsaicina pode promover um aumento do metabolismo, levando a um gasto extra de algumas calorias por dia. No entanto, convém reforçar que se trata apenas de um ligeiro gasto extra, sem grande impacto no total de calorias gasto diariamente. Além disso, a capsaicina também tem propriedades antioxidantes.

A capsaicina tem potencial para causar irritação do sistema digestivo, podendo originar ardência, dor, ou algum tipo de desconforto. Comer comida picante todos os dias não é prejudicial para a saúde, se a pessoa gostar e não tiver nenhum tipo de sensibilidade particular ao picante.

Há grupos de risco que devem evitar a toda a força a comida picante como por exemplo as pessoas que têm um sistema digestivo mais sensível, ou que sofrem de alguma doença do sistema digestivo (gastrite, por exemplo), são mais suscetíveis a sentirem desconforto ou dor após o consumo de picante. Também quem sofre de hemorroidas, pode sentir alguma ardência na região anal, se tiverem algum tipo de fragilidade nos vasos sanguíneos dessa região.

Há quem defenda que a comida picante favorece outros momentos picantes. Mas não é verdade, trata-se de um mito. No entanto, o efeito placebo associado à ingestão de comida picante pode levar as pessoas a sentirem algum aumento no desejo sexual.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Os profissionais de saúde mental portugueses consideram que existe um potencial significativo para as Aplicações Móveis de...

A evidência é apresentada no artigo “Mental Health Professionals’ Attitudes Toward Digital Mental Health Apps and Implications for Adoption in Portugal: Mixed Methods Study”, da autoria de Diogo Nogueira-Leite do Nova SBE Health Economics & Management Knowledge Center, que revela ainda preocupações dos profissionais de saúde mental no que diz respeito à sua participação para assegurar que as aplicações ganham a adesão necessária. ‘É altura de o sistema de saúde português enfrentar este desafio, uma vez que apresenta muitas semelhanças relativamente a outras ferramentas digitais de saúde, como a necessidade de investir na literacia digital dos profissionais de saúde’ refere o investigador.

Em Portugal, numa realidade caracterizada pelo impacto considerável da doença mental, uma população cada vez mais envelhecida e limitações na prestação de cuidados de saúde, a relevância das AMSM está ainda por aferir. Explorar as atitudes e expectativas dos psiquiatras e psicólogos sobre as aplicações móveis de saúde mental no contexto português, bem como os benefícios, obstáculos e medidas de apoio à sua utilização foi o grande objetivo do presente estudo que pretende analisar as melhores políticas e esforços, públicos e privados, relativamente ao desenvolvimento e implementação destes produtos e serviços digitais para a saúde mental.

Dos resultados obtidos foi possível aferir que a maioria dos profissionais admite como válida a possibilidade de prescrever AMSM. No entanto, é necessária mais informação sobre a sua validade clínica e funcionamento em contexto de prática clínica antes de conquistarem a confiança dos prestadores de cuidados de saúde mental em Portugal. A produção de recomendações por organismos governamentais, assim como por associações profissionais e sociedades científicas, são fortemente encorajadas e existe um forte consenso relativamente aos benefícios e barreiras associados às AMSM e à necessidade de promover a literacia digital dos profissionais de saúde.

Quanto aos potenciais benefícios identificados, todas as hipóteses listadas obtiveram o acordo da maioria dos profissionais. Aquelas que diziam respeito aos pacientes incluíam vantagens como o aumento da literacia em saúde (87%), gestão adequada da doença (79%) e melhor acesso aos cuidados (75%), bem como melhor capacidade de tomar decisões informadas (65%). Por outro lado, de uma maneira geral, também concordaram, do ponto de vista dos profissionais de saúde, quanto a benefícios relativamente a ganhos de eficiência na prática clínica (70%), à disponibilização de opções terapêuticas adicionais (66%) e à melhoria dos cuidados prestados aos utentes (58%). Porém, só 39% concordou com a possibilidade das AMSM poderem contribuir para maior sucesso do tratamento.

Relativamente às barreiras para a adoção de AMSM, quase todos os participantes concordaram com a falta de informação sobre aplicações de saúde mental (96%), com a maioria a reconhecer uma curva de aprendizagem acentuada (72%) e a necessidade de ajustar a sua prática e registos clínicos (71%). Pelo menos um terço dos profissionais mostrou incerteza ou neutralidade quanto à falta de mecanismos de copagamentos por seguros e a falta de apoio pelos produtores destas ferramentas.

Adicionalmente, foram identificadas algumas medidas de apoio à adoção destas apps. A maioria das opções de resposta obteve a concordância da vasta maioria dos participantes, nomeadamente a disponibilização de mais informação sobre aplicações e a sua adequação ao contexto clínico (94%), receber mais evidência sobre o papel das AMSM como intervenções em saúde (92%) e a existência de recomendações ou diretrizes emitidas por sociedades científicas ou grupos profissionais (91%). Mais posições de desacordo e incerteza foram registadas quanto ao impacto da integração das AMSM nos pacotes de seguros de saúde.

Os dados primários analisados no presente estudo foram obtidos através de um questionário online (160 respostas completas) tendo sido os inquiridos questionados sobre as suas características demográficas, contextos de trabalho e nível de concordância (utilizando uma escala de Likert) relativamente a tópicos sobre potenciais benefícios, barreiras à utilização e medidas para apoiar a adoção de AMSM. Os dados recolhidos foram complementados com uma análise de 6 especialistas portugueses de aplicações digitais em saúde mental, que versou sobre os resultados obtidos e as suas opiniões quanto aos resultados do questionário.

As respostas obtidas no presente estudo, de participação livre e não remunerada, refletem as perceções daqueles que têm maior interesse sobre o assunto. No entanto, os especialistas auscultados consideram que as respostas desta amostra refletem globalmente as perceções da população-alvo, apesar das diferenças das características entre estes grupos. A maioria das respostas foram de profissionais do sexo feminino (84%) e de pessoas com idades inferiores ou iguais a 55 anos (94%). A maioria dos participantes trabalhavam em unidades que abrangiam uma população de mais de 20.000 habitantes (85%), representando sobretudo contextos urbanos, e trabalhando em diversos contextos laborais – sobretudo clínicas (36%) e hospitais (35%). Apenas 11% trabalhavam nos Cuidados de Saúde Primários.

Os participantes que reportaram atitudes mais positivas relativamente a AMSM e aqueles que trabalhavam em clínicas reportaram uma maior intenção de prescrever ou recomendar estas aplicações. Profissionais do sexo masculino também apresentaram maior probabilidade de apresentar atitudes positivas face à recomendação ou prescrição.

Foi encontrada uma correlação estatisticamente significativa entre a pontuação de afinidade digital e as intenções de prescrever AMSM, o que não aconteceu para a relação entre a afinidade digital e as atitudes dos profissionais. Globalmente, os resultados mostram que os profissionais de saúde mental portugueses esperam prescrever ou recomendar estas ferramentas a curto prazo (definido como os próximos 12 meses), apesar de não serem muito otimistas sobre estas aplicações, o que pode sugerir uma abertura para mudar as suas perspetivas e, neste sentido, as medidas identificadas para incentivar a adoção podem ser instrumentos importantes.

‘Como Portugal tem um sistema de dados de saúde maioritariamente centralizado, com um número único de utente de saúde para cada cidadão, pode servir como um contexto propício ao desenvolvimento de novas ferramentas de AMSM e avaliação do seu impacto. Pode, igualmente, servir de exemplo para outros países europeus na utilização destas abordagens inovadoras. Com base nos resultados obtidos, as nossas recomendações ajudarão agentes públicos e privados a identificar os principais problemas reconhecidos pelos profissionais de saúde mental e como melhor superá-los, melhorando assim a adequação ao mercado dos seus produtos e serviços e, por conseguinte, o acesso a cuidados digitais de saúde mental.’

Dr. Carlos Portinha
O Dr. Carlos Portinha, Chief Clinical Officer do Grupo Insparya, grupo de saúde capilar co-fundado por Cristiano Ronaldo,...

O tipo de cabelo de cada pessoa é classificado de acordo com a sua estrutura (cabelos lisos, ondulados e encaracolados),  textura  e espessura (fina, média e grossa) e em função da produção de gordura (cabelos secos, normais ou oleosos), particularidades a ter em conta no momento de escolher os cuidados e soluções capilares mais adequados a cada caso.

É verdade que os cabelos oleosos costumam apresentar uma maior tendência de queda, o que ocorre devido ao facto de os cabelos com menor espessura serem habitualmente mais frágeis. Nestes casos, se a olesosidade não for corretamente regulada, o folículo pode ser afetado, o que provoca a sua queda.

Para o Dr. Carlos Portinha (OM 38073), "nenhum tipo de cabelo está livre de poder vir a sofrer de alopecia, porque existem muitos fatores que podem influenciar a saúde do cabelo. Além da questão genética, existem os cuidados inadequados, stress e estilos de vida pouco saudáveis, entre outros, que podem enfraquecer ou provocar a perda de cabelo, independentemente do seu tipo".

É também muito importante não confundir densidade capilar com volume: um cabelo encaracolado e grosso tem mais volume e dará sempre uma sensação de maior densidade do que um liso e fino. O mesmo se aplica a cabelos claros que oferecem uma maior sensação de densidade do que os cabelos escuros.

"O volume do cabelo corresponde ao espaço ocupado por este, o qual pode ser aumentado com penteados, enquanto que a densidade capilar é a quantidade real de cabelo que temos e que quando perdido, a única maneira de o recuperar é com a realização de um transplante capilar", acrescenta o Dr. Carlos Portinha.

O transplante capilar deve ser adaptado às particularidades e necessidades de cada tipo de cabelo, pelo que é muito importante avaliar a sua estrutura, incluindo tanto o folículo piloso como o próprio cabelo, aspetos que serão decisivos no processo de extração e implantação.

Sobre esta questão, o Dr. Carlos Portinha recorda a importância de um bom diagnóstico, realizado por profissionais especializados que, à semelhança da equipa clínica do Grupo Insparya, sejam capazes de identificar a viabilidade do transplante capilar e, em caso afirmativo, projetá-lo da forma mais personalizada possível para obter um resultado natural.  

Apesar de cada tipo de cabelo ter as suas especificidades que devem ser consideradas na realização do transplante capilar, o procedimento acaba por ser o mesmo. "É claro que, no caso dos cabelos encaracolados, é preciso ter uma atenção especial para não danificar o cabelo na hora de o extrair, já que no seu interior também é encaracolado. No entanto este tipo de cabelo acaba por ter uma grande vantagem em relação a outros. Quando se trata de transplantar cabelos encaracolados, especialmente se forem escuros, é possivel, com um número menor de folículos, cobrir uma superfície maior, o que não se verifica em transplantes capilares com cabelos lisos", esclarece o Dr. Carlos Portinha.

Nos casos em que a solução passa pelo transplante capilar, é  essencial confiar em profissionais com experiência e dedicação que garantam resultados naturais no transplante, como é o caso do Grupo Insparya.  

Com uma forte aposta em inovação e um elevado investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico e biomédico, o Grupo Insparya desenvolveu a sua própria técnica: o Método Insparya, que faz do grupo uma referência no setor do transplante capilar. Através do do seu departamento de I&D, o Grupo desenvolveu avançadas tecnologias como o BotHair® UltraPlus, que permitem a evolução contínua do transplante capilar, com o objetivo de melhorar, a cada dia, o processo e a qualidade da execução do transplante. 

Desenvolvido no Insparya Science and Clinical Institute, esta tecnologia de extração, armazenamento e implantação de unidades foliculares, permite uma extração ainda mais precisa, diminuindo as unidades foliculares em um ano e melhorando a taxa de sobrevivência dos folículos pilosos,  o que permite obter melhores resultados, adaptando-se às necessidades de cada tipo de cabelo.

Iniciativa da ESEnfC
A iniciativa de voluntariado ambiental da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), “Mondego limpo tem mais encanto”,...

Este projeto, através do qual a ESEnfC promove, com a colaboração de alguns parceiros institucionais, a limpeza das margens do rio Mondego (entre a ponte de Santa Clara e a ponte pedonal Pedro e Inês), contribuindo, igualmente, «para fomentar uma cidadania ativa e boas práticas ambientais junto dos voluntários», figura no livro Práticas inspiradoras de responsabilidade social, produzido pelo Observatório da Responsabilidade Social e Instituições de Ensino Superior (ORSIES).

Nesse documento é referido que a iniciativa de voluntariado ambiental “Mondego limpo tem mais encanto” resulta (avaliação de impacto) numa «maior sensibilização por parte da comunidade educativa e de todos os intervenientes para as questões ambientais», assim como na «melhoria da qualidade do leito do rio e suas margens, pelo lixo recolhido em cada iniciativa (cerca de 12 sacos de 30l /iniciativa)».

Compreender a importância da água como recurso essencial à vida na Terra, sensibilizar a comunidade educativa e a sociedade civil para práticas mais sustentáveis, assim como para a importância de colocar o lixo nos contentores adequados, preservando o ecossistema, são alguns objetivos desta atividade, enunciados no documento Práticas inspiradoras de responsabilidade social, onde pode, ainda, ler-se que, «pela partilha de experiências entre os vários atores, [a iniciativa] permite também fomentar e reforçar comportamentos que influenciam a comunidade envolvente, formar cidadãos mais responsáveis e promover o desenvolvimento de soft skills».

Ação de limpeza começa com sensibilização sobre "Água, Património e Sustentabilidade"

A 6ª edição da iniciativa de voluntariado ambiental “Mondego limpo tem mais encanto”, que se realiza amanhã (a partir das 9h30), no Coimbra Stand Up Paddle/Centro Náutico, no Choupalinho (margem esquerda do Mondego), começa com uma ação de sensibilização sobre "Água, Património e Sustentabilidade", pela jornalista brasileira, mestre em Gestão e Regulação de Recursos Hídricos e doutoranda, na Universidade de Coimbra, em Território, Risco e Políticas Públicas, Rita de Almeida.

A ESEnfC é signatária da Carta de Compromisso das Instituições do Ensino Superior com o Desenvolvimento Sustentável, que representa a vontade de cumprir «um papel central na evolução para uma sociedade sustentável, livre, justa, solidária e tolerante, caraterizada pelo respeito pela natureza e pela pessoa humana». É, ainda, membro da Rede Campus Sustentável e da Rede de Voluntariado do Ensino Superior, sendo uma das escolas galardoadas com a Bandeira Verde do programa Eco-Escolas, e uma das 29 instituições de ensino superior membros do ORSIES.

Promovido pela Fórum Estudante, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o ORSIES, que existe desde 2017, é uma rede colaborativa de instituições de ensino superior com o objetivo de promover a responsabilidade social através da troca de experiências e partilha de práticas.

Opinião
Numa altura em que se debate a Educação do país, nas mais variadas vertentes, também Portugal é cons

Tratando-se de um processo de inclusão social em idade escolar, e em que a Educação assenta sobretudo no Ensino Regular, para que os alunos com deficiências possam efetuar a sua aprendizagem junto daqueles que não se exigem as necessidades educativas especiais. Isto, quando as condições de estudo ou a capacidade intelectual, não afetam o desempenho do aluno com deficiência, ou quando é favorável e possível adotar regras e métodos que permitam a inclusão destes estudantes no meio de colegas sem deficiências.

Passemos a uma breve visão histórica:

Na verdade, a opção de educação inclusiva já foi tentada anteriormente, ainda antes da revolução do 25 de abril de 1974, quando se experimentou a "integração" de pessoas com deficiência visual e auditiva nos meios educativos regulares.

Após a 'Revolução dos Cravos', passaram-se a adotar políticas de integração no ensino regular, houve uma disseminação nesse sentido, em que equipas de educação especial apoiavam este método de ensino.

Em 1991, surgiu uma lei que coordena as Necessidades Educativas Especiais (NEE). Essa norma representa um grande avanço por consagrar a possibilidade de existirem diferentes currículos em função das condições de deficiência e por indicar a escola comum como resposta adequada para a educação de todos. Em 1997, e por influência direta da 'Declaração de Salamanca' proclamada pela UNESCO, começa a ser usada na legislação a palavra “inclusão”. A essa altura, já existia um sistema de educação especial bem desenvolvido em Portugal e milhares de estudantes com diversos tipos de deficiência (nomeadamente, com deficiência intelectual) estariam a ser educados na rede regular.

Em 2006, criam-se quadros específicos nas escolas para professores de educação especial e em 2008 funda-se a "Associação Nacional de Docentes de Educação Especial (Pró-Inclusão)". No mesmo ano, é instituída a legislação que organiza os apoios educativos para a inclusão de alunos com NEE. Como fruto desse esforço continuado, Portugal se tornou um dos países com as mais elevadas percentagens de pessoas com Necessidades Educacionais Especiais em escolas comuns, com uma taxa de cerca de 98%.

Desde há meia dúzia de anos para cá (2016-17), Portugal dispõe de um sistema de educação especial que se desenvolve, como vimos, de acordo com modelos de educação inclusiva, implicando que todas crianças e adolescentes em idade escolar devem ser matriculadas na rede regular. É elaborado um acompanhamento individualizado ou individual, quando se torna mais adequado. No caso de alunos com problemas mais complexos, devem ser orientados em unidades específicas do ensino regular, mas frequentam também as aulas regulares junto dos seus colegas sem deficiências.

Sem dúvida, Portugal fez um grande caminho em termos de educação inclusiva e esse percurso coloca o país entre os primeiros do mundo em índice de alunos incluídos em escolas regulares. Mas “nem tudo são rosas”. Os relatórios da ONU sobre os progressos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência têm apontado que o país continua a apresentar déficit de recursos para responder de modo eficaz às necessidades desses estudantes. Encontramos ainda, assimetrias geográficas na distribuição de recursos, e ainda mais preocupante, é a ideia de que os alunos com deficiência são “casos especiais” e não pertencem “de corpo inteiro” à escola.

A falta de recursos continua a ser um flagelo, quando somente em alguns locais recreativo-culturais são destinadas as verbas para a melhoria da acessibilidade. E igualmente, são promovidas algumas iniciativas, por vezes privadas (ou não estatais), sem que haja reais melhorias em locais públicos.

Muitos espaços continuam a apresentar uma má acústica, por serem espaços antigos e em que se exige a remodelação, ou então têm de ser criadas outras (e novas) infraestruturas de apoio e leccionamento de aulas. Para que nestas sejam permitidas a instalação de equipamentos audiovisuais para permitirem o auxílio às pessoas com deficiência auditiva.

Em determinadas deficiências, como é o caso da auditiva, há necessidade de existir uma maior inclusão, sendo que grande parte da reabilitação auditiva, para o treinamento ou prática auditiva-verbal, requer o contacto permanente com ouvintes (ouvir e falar adequadamente), e para que o desempenho e a evolução sejam consistentes e substanciais. Não podemos esquecer do apoio especializado destes alunos com deficiência auditiva, por equipas multidisciplinares, tais como: audiologistas, terapeutas da fala, e psicólogos com formação no apoio a pessoas com surdez. Também não podemos deixar de salientar, que a presença de ruído durante o período em que se leciona as aulas, é um fator inibidor na aprendizagem das pessoas com deficiência auditiva que optam pela reabilitação auditiva, e que têm dificuldades auditivas mesmo com uso de tecnologias como próteses ou implantes auditivos.

Por haver diversidade de capacidade intelectual entre os alunos, também existem estudantes com deficiência auditiva com diferentes capacidades de aprendizagem. E, portanto, continua a ser essencial existir um acompanhamento individual, dentro e fora das aulas. Nesse sentido, salientamos a importância de todos os educadores ou professores terem uma formação de base e contínua dedicada à implementação de práticas pedagógicas inclusivas, e específicas quando é necessário um melhor acompanhamento.

Também com a deficiência auditiva, existem condições limitativas, e muitas associadas à desconfiança e presumível falta de empatia relacionada com os problemas de comunicação oral. A aprendizagem de uma outra língua, como a Língua Gestual Portuguesa, poderá beneficiar o contacto e quebrar uma barreira entre ouvinte e pessoa com deficiência auditiva mesmo sendo esta devidamente reabilitada. Ou então na promoção de jogos de interação, que permitam o desenvolvimento e a aproximação social entre alunos ouvintes e com deficiência auditiva.

Acreditamos, numa educação inclusiva de sucesso, até pelo simples facto de que cada vez mais ser possível a reabilitação auditiva das pessoas com qualquer grau de surdez, e as tecnologias vão avançando a passos largos para permitirem que a ponte entre a sociedade, maioritariamente ouvinte, e a comunidade de pessoas com deficiência auditiva possa ser feita da melhor forma possível, com mais recursos, e assim, menos barreiras.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Biénio de 2023-2024
António Leão, diretor-geral da Lilly Portugal, foi eleito primeiro vice-presidente da APIFARMA (Associação Portuguesa da...

Na APIFARMA, António Leão exerce funções nos órgãos sociais desde 2015, sendo que mantém uma participação ativa na definição estratégica para a promoção da inovação, da saúde pública e do desenvolvimento de fármacos em Portugal.

Para o Country Manager da Lilly Portugal, a eleição como primeiro vice-presidente da APIFARMA significa o reconhecimento pelo trabalhado desenvolvido ao longo dos anos em prol da associação e dos doentes: "Sinto-me honrado por ter a oportunidade de continuar em funções como vice-presidente da APIFARMA! Durante o próximo biénio continuarei a trabalhar em 2 vetores: o primeiro, para que os doentes portugueses tenham acesso à inovação em Saúde, ao mesmo tempo que os demais cidadãos europeus; o segundo, prende-se com o desenvolvimento de fármacos em Portugal!", referiu. "A indústria farmacêutica é um motor crucial da economia portuguesa e, nesse sentido, queremos realizar um trabalho eficaz e em colaboração com os principais stakeholders no sentido de melhorar a saúde e a qualidade de vida dos portugueses."

Após uma carreira internacional, António Leão iniciou o seu percurso na Lilly Portugal, em 1997. Mais tarde, em 2010, assumiu a função de Bio-Medicines National Sales Manager e depois, em 2012, o cargo de Bio-Medicines Business Unit Manager. Desde janeiro de 2012 que gere os destinos da Lilly Portugal como Country Manager.

APDP
A propósito do Dia da Criança, assinalado anualmente a 1 de junho, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP)...

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou ontem a criação de um programa para o tratamento com as bombas de insulina de última geração para as 15 mil pessoas com diabetes tipo 1 que têm indicação para a sua utilização. Segundo o despacho assinado pelo ministro da Saúde, este programa de acesso universal será aplicado até 2026.

“Esta é uma grande vitória, que não teríamos conseguido comemorar neste dia tão especial sem a ajuda de todas as famílias que têm lutado todos os dias pela melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas que vivem com diabetes tipo 1.”, assinala José Manuel Boavida, presidente da APDP.

“Esperamos agora que o processo seja simples e que a chegada de mais marcas ao mercado permita uma grande diminuição de custos, que poderá ser potenciada através do aproveitamento do sistema de distribuição das farmácias, com poupanças no armazenamento e na distribuição, que nos parece ser a melhor forma de dispensa desta importante inovação com maior rapidez e eficiência.”, remata.

No dia 14 de novembro de 2022, a propósito do Dia Mundial da Diabetes, a APDP entregou na Assembleia da República uma petição “Pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão sub-cutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que juntou cerca de 25 mil assinaturas. A APDP propôs ainda aos grupos parlamentares um aditamento ao Orçamento de Estado de 2023 para a comparticipação de 100% de mais dispositivos automáticos de insulina para pessoas com diabetes tipo 1.

No seguimento desta ação, o Governo criou um grupo de trabalho para avaliar a comparticipação e as condições de alargamento do acesso aos novos dispositivos. Esta comissão terminou o seu trabalho e apresentou as propostas de estratégia para a disseminação da utilização destes dispositivos e, até ao momento, estava apenas em falta a decisão do Ministro da Saúde.

Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com diabetes tipo 1, 5.000 das quais serão crianças e jovens. Esta é uma doença crónica causada pela destruição das células produtoras de insulina, que obriga ao tratamento com insulina desde o momento do diagnóstico e durante toda a vida.

Estes dispositivos são, atualmente, o que mais se assemelha ao funcionamento de um pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com as necessidades individuais. São comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos.

Guia ABCDE
Sinais, sardas, manchas, feridas que não cicatrizam ou imperfeições – todos podem ser um sinal de alarme para o cancro cutâneo....

O verão está à porta e nas últimas décadas a incidência de cancros da pele tem vindo a aumentar em Portugal.

Um terço dos cancros de pele diagnosticados mundialmente, é do tipo não melanoma, um tipo de cancro mais comum em peles claras, que aparecem principalmente em zonas do corpo expostas ao sol (os mais frequentes são o carcinoma espinocelular, que surge no topo da epiderme, e o carcinoma basocelular, que atinge as células mais profundas).

Já o melanoma (que se desenvolve nos melanócitos, ou seja, nas células que produzem a melanina), tem menor incidência, mas é bastante mais agressivo, podendo rapidamente afetar outros órgãos.

Em ambos os casos, a prevenção é a solução e os gestos mais simples podem salvar vidas. A DECO PROTESTE promove o “Guia ABCDE” que ensina os consumidores, de forma simples, a ler os seus próprios sinais, sardas, manchas, imperfeições que entretanto apareceram na pele ou até feridas que não cicatrizam.

Cuidados a ter com o sol

A pele tem memória da exposição solar a que foi sujeita e, por isso, a prevenção deve começar nos primeiros anos de vida. Siga os conselhos da DECO PROTESTE:

  • Usufrua da sombra: entre as 11 e as 16 horas, a fase do dia em que os raios ultravioleta são mais intensos, mantenha-se à sombra, sempre que possível;
  • Proteja-se com roupa: há tecidos que bloqueiam os raios ultravioleta. Não obstante, é sempre bom usar mangas compridas, calças, chapéu de abas largas e óculos de sol.
  • Use protetor solar: antes de sair de casa aplique um produto com, pelo menos, um fator de proteção solar de 30 - mesmo em dias nublados, e especialmente em zonas do corpo a descoberto como o rosto, a parte superior dos pés e das mãos, o pescoço e as orelhas.
  • Se praticar atividades aquáticas: renove o protetor solar a cada duas horas ou antes, se mergulhar ou transpirar muito. No rosto, um adulto deve utilizar o equivalente a uma colher de chá. No corpo, deve aplicar uma quantidade correspondente a seis colheres de chá.
  • Seja na neve, na água ou na areia: estas superfícies refletem os raios solares, pelo que deve ter especial cuidado com a pele.

Apesar das evoluções terapêuticas, o cancro cutâneo continua a ter um grande impacto pessoal e social. Por isso, a DECO PROTESTE alerta para a necessidade de adotar medidas de prevenção, incluindo o resguardo face aos raios ultravioleta e o autoexame regular, com a ajuda do ‘Guia ABCDE’.

Use e abuse de gestos simples e, perante um sinal suspeito, procure um médico.

Em Viseu
A Secção Regional Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) anuncia a realização da IV Gala dos Enfermeiros, no dia 7 de...

Pelo terceiro ano, a Gala dos Enfermeiros volta à cidade de Viseu para uma noite de encanto e de elevação da Enfermagem e dos seus profissionais.

O Expocenter vai acolher esta cerimónia que se tornou numa tradição entre os enfermeiros da SRCentro. Assim, no dia 7 de outubro, a partir das 18h, iremos assistir, num primeiro momento, à habitual Cerimónia de Vinculação à Profissão, sendo entregues as Cédulas Profissionais e lido em uníssimo o Juramento Profissional com os recém-licenciados em Enfermagem.

No decorrer deste jantar de gala, com animação incluída, serão também premiados vários membros que o Conselho Directivo da SRCentro distingue, em diversas categorias, pelo seu trabalho, empenho e dedicação à Enfermagem.

“Nesta quarta edição queremos continuar a dignificar os nossos membros e a nossa profissão, que, ao longo dos anos, têm sido tão pouco estimados, com excepção do período pandémico que há pouco tempo ultrapassámos. Tenho a certeza que será mais uma noite inolvidável e da qual todos iremos guardar boas recordações”, assinala Ricardo Correia de Matos, Presidente do Conselho Directivo da SRCentro.

Com lugares limitados, as primeiras 100 vagas já foram abertas no Balcão Único da OE para todos os membros e estudantes de Enfermagem das escolas superiores da área de abrangência da SRCentro.

PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida
Já é conhecido o vídeo vencedor do Concurso de Talentos ‘PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida’, uma iniciativa promovida...

Está encontrada a equipa vencedora do Concurso de Talentos ‘PSOFriends – Faz uma Cena mais divertida’ - a ATOM - Academia de Teatro do Orfeão da Madalena. O vídeo vencedor foi escolhido pelo público de entre os 10 vídeos selecionados preliminarmente pelo júri do concurso que incluía médicos especialistas, DGE e PSOPortugal. Os 10 vídeos finalistas estiveram disponíveis para votação nas redes sociais da PSOPortugal e o vídeo com mais ‘likes’ foi o vencedor.

O concurso de talentos ‘PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida’ desafiou alunos do 2.º Ciclo, 3.º Ciclo e Ensino Secundário de todo o país para vestir a pele de quem é psoriático e a refletir sobre as experiências e vivências destas pessoas no seu dia a dia. Falar de psoríase e conseguir a atenção das pessoas, em especial crianças e jovens, representa um desafio. Por este motivo, o objetivo desta iniciativa foi, através da expressão artística, fomentar empatia e compreensão entre um público jovem muitas vezes desconhecedor.

A participação era realizada pela da submissão de um vídeo com a representação, através da expressão artística da sua eleição – dança, música, interpretação ou outra – de uma das cenas da série digital “PSOFriends”.

‘PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida’ foi, pelo segundo ano consecutivo, até às escolas nacionais para mostrar como, através da arte e do humor, é possível combater o preconceito, ajudar a construir auto-confiança e promover a empatia. A mensagem deixada é muito simples: a Psoríase não mata, não é contagiosa, mas pode deixar marcas visíveis na pele e, por desconhecimento, levar a que outros se afastem.

Para Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal, “o balanço deste segundo ano de PSOFriends – Faz uma Cena Mais Divertida” é muito positivo. Com este projeto continuamos a apostar naquele que é um dos nossos maiores objetivos: promover o combate à exclusão social e ao preconceito contra quem é portador desta doença que em Portugal afeta mais de 400 mil pessoas, começando pelas crianças e jovens.”

Nos meses mais quentes do ano
A pele é o maior órgão do corpo humano e, por isso, mantê-la saudável é fundamental para a nossa saúde e qualidade de vida, o...

Este órgão atua como barreira protetora contra agentes do meio ambiente (bactérias ou vírus), é responsável pela regulação térmica ou por funções sensoriais (tacto, pressão, frio, calor e dor)1, porém em pessoas com pele atópica estas funções são desempenhadas de forma ineficaz.

Com o aumento da temperatura, humidade e exposição solar, a pele atópica torna-se mais vulnerável e pode manifestar o agravamento dos sintomas mais comuns, como a pele seca, comichão e lesões inflamatórias (vermelhidão, descamação, inchaço, exsudação e crostas). 2

A dermatite atópica, também conhecida por eczema atópico, é uma doença crónica, atualmente incurável, e determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, com um impacto elevado nas várias dimensões da vida dos doentes e das suas famílias1. Esta doença afeta entre 10 a 20% das crianças e entre 1 a 3% dos adultos em todo o mundo, sendo que aproximadamente 4,4% da população europeia vive com dermatite atópica.2

Se tem pele com tendência atópica, o segredo para prevenir crises está em seguir alguns cuidados especiais, tais como:

  1. Manter a pele hidratada com emolientes apropriados: A pele atópica tende a ser seca, assim, é importante utilizar um creme hidratante suave e sem fragrância com regularidade para ajudar a manter a pele macia e flexível;
  2. Utilizar produtos de limpeza suaves: Sabonetes suaves e sem fragrância devem ser a escolha de quem tem pele atópica. Além disso, os banhos longos e quentes devem ser evitados para não ressecarem ainda mais a pele. Exfoliar a pele uma vez por semana permitirá protegê-la das células mortas e preservar a sua barreira natural;
  3. Evitar a utilização de produtos irritantes: Produtos químicos fortes, como detergentes, amaciadores de roupa e perfumes, que podem irritar a pele atópica, pelo que deve evitar usá-los. Opte por usar detergentes naturais e vestir roupas largas e de algodão;
  4. Não secar a roupa ao ar livre, especialmente na altura em que os níveis de polinização das plantas estão mais elevados, a fim de evitar a exposição da nossa roupa a agentes alergénios;
  5. Manter a casa arejada e com a humidade correta, principalmente a divisão onde a pessoa com pele atópica passa mais tempo e onde dorme;
  6. Evitar coçar a pele: A comichão é um sintoma comum da pele atópica, mas coçar pode piorar a irritação e aumentar o risco de infeção. É aconselhado manter as unhas curtas e usar luvas de algodão para evitar coçar;
  7. Evitar o stresse: O stress pode ser um fator de agravamento dos sintomas de pele atópica, por isso, é recomendado encontrar formas que ajudem a reduzi-lo, como passear ao ar livre, fazer exercício físico ou outras atividades de lazer;
  8. Beber água com frequência: Ingerir água ao longo do dia vai ajudar na hidratação corporal, assim como o consumo de determinados alimentos ricos em água, por exemplo, as uvas, pêssegos, laranjas, tomates, pepinos, cebolas, pimento verde e aipo. O abacate é também uma fruta rica em vitaminas C e E, e gorduras monoinsaturadas, que ajudam no bloqueio da humidade na pele;
  9. Evitar a exposição solar: O sol pode ser um obstáculo, já que a pele seca não deve ser exposta ao sol com tanta frequência. No entanto, em caso de exposição, deve aplicar um protetor solar com ação hidratante;
  10. Consultar um dermatologista, quando existirem lesões: Se a sua pele atópica estiver muito inflamada, ou se sentir muita comichão, deve consultar um dermatologista. Nestes casos, pode ser necessário recorrer a terapêutica anti-inflamatória que deve ser prescrita por um médico especialista.

Referências

  1. Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV). A Pele. Disponível em: https://www.spdv.pt/_a_pele. [Consultado em maio de 2023].  
  2. Associação Dermatite Atópica Portugal (ADERMAP). Dermatite Atópica. Disponível em:  https://www.adermap.pt/dermatite-atopica. [Consultado em maio de 2023].  

 

Pode o desporto ajudar?
Foi no âmbito da conferência ‘Fórum RH’ que os responsáveis de recursos humanos de várias empresas partilharam a sua...

Moderada por Afonso Rodrigues, Team Lead International Growth do Urban Sports Club, a conversa sobre este tema contou com a participação de Hugo Protázio, Diretor de Recursos Humanos da JCDecaux Portugal; Patrícia Rijo, People Business Partner da Volkswagen Digital Solutions; João Álvaro, HR Business Partner (Compensation & Benefits) da Teya e Patrícia Silva, Chief Happiness Officer da BOOL.

Tendo como ponto de partida a necessidade de combater o estigma em torno da saúde mental e de enfatizar a importância de as empresas levarem a cabo planos de ação capazes de auxiliar os colaboradores, cada um dos participantes partilhou ações que já está estão a implementar, dificuldades que enfrentam no dia-a-dia e o tipo de programas e benefícios que têm trazido maior sucesso.

De forma geral, foi unânime que não há um plano de ação que funcione para todas as empresas: é fundamental conhecer o perfil dos colaboradores, em que áreas trabalham, o que lhes cause mais stress e que tipo de benefícios mais valorizam. Há, no entanto, o sentimento comum, e em alguns casos já comprovado, de que o desporto corporativo tem um impacto muito positivo nas equipas e na motivação dos colaboradores.

Patrícia Silva, Chief People Officer da Bool, trouxe para a conversa as vantagens já comprovadas que a oferta de um benefício teve na empresa: a subscrição do Urban Sports Club. A possibilidade de praticarem exercício onde e quando querem, trouxe aos colaboradores uma flexibilidade que antes não tinham e um benefício que promove o seu bem-estar, a sua saúde física, mas também o convívio entre equipas fora do ambiente de trabalho – um sucesso na Bool.

Patrícia Rijo, People Business Partner da Volkswagen Digital Solutions, partilhou que, na empresa, além da oferta de benefícios, o foco é promover uma cultura aberta entre colaboradores onde “it 's ok not to be ok”, quebrando assim o estigma à volta das conversas sobre saúde mental, ansiedade e stress.

Já Hugo Protázio, Diretor de Recursos Humanos da JCDecaux Portugal, reforçou a ideia de que é fundamental as empresas alinharem as suas iniciativas ao negócio em questão. Com igual nível de importância, referiu a necessidade de analisar métricas de sucesso de forma a perceber se as medidas e ações adotadas estão a ter um impacto positivo nos colaboradores ou se têm de ser adaptadas.

João Álvaro, HR Business Partner (Compensation & Benefits) da Teya reforçou, também, as vantagens da aposta na promoção da saúde por meio da atividade física. Segundo ele, a prática de exercício físico tem trazido inúmero benefícios para os colaboradores da Teya não só a nível físico, mas também em termos psicológicos.

É, assim, evidente que a oferta de um benefício que ajude a promover a saúde física e incentive a prática de exercício é, não só valorizado pelos colaboradores, como tem resultados comprovados na relação entre as equipa e na produtividade.

É ainda fundamental que cada empresa perceba, mediante o perfil dos seus colaboradores, qual o plano de ação mais adequado que terá maior impacto na sua dinâmica corporativa. 

Especialista esclarece
Quais são as suas recordações da infância?

São especialmente fortes as memórias relacionadas com a família (a casa onde vivemos, as férias que passámos com os pais ou avós, as brincadeiras com os irmãos, as comidas preferidas, o Natal...) e as memórias da escola (os professores, os colegas, os livros e as brincadeiras). De toda a nossa infância podemos certamente retirar momentos divertidos e alegres e outros mais tristes e sombrios.

Porque é que as recordações da infância são tão importantes?

As crianças que têm a capacidade de recordar as experiências do dia-a-dia podem usá-las, durante a adolescência e a idade adulta, para construir a sua identidade, para tomar decisões e para interagir com as outras pessoas. Por exemplo, as crianças que recordam experiências positivas durante as quais ultrapassaram dificuldades com sucesso, terão tendência a ser mais confiantes para enfrentar os desafios no futuro. Pelo contrário, experiências negativas ou fracassos serão no futuro memórias que diminuem a autoconfiança e aumentam a ansiedade. As recordações da infância ajudam a orientar o comportamento e a tomar decisões mais acertadas. Neste sentido, , as regras e limites que nos são colocados na infância (pela família, na escola, etc.) influenciam a nossa perspetiva ao longo da vida sobre o que são comportamentos “corretos” e “incorretos”. Quando interagimos com as outras pessoas recorremos às nossas vivências da infância para replicar os modelos de relação que tivemos no passado. Por exemplo, se na infância gostávamos de ir passear com os nossos pais para a praia, poderemos hoje levar os nossos filhos à praia e assim fortalecer a nossa relação com eles.

Como criar memórias boas e fortes?

Uma das principais razões para fortalecer boas memórias na infância é que isso irá ajudar a que as crianças sejam mais felizes no futuro. Olhar para o passado e poder dizer que se teve “uma infância feliz” é meio caminho andado para enfrentar o futuro com confiança e estabilidade emocional. Quanto mais oportunidades uma criança tem de viver experiências positivas e estimulantes, de as interiorizar e de as partilhar com outras pessoas e de construir relações afetivas fortes, maior será a probabilidade de ter boas recordações da sua infância. Ao contrário do que seria de esperar, não é a visualização repetida de fotografias e vídeos que fortalece a capacidade de memorização das experiências da vida. A família desempenha um papel fundamental neste processo de consolidação das memórias precoces da infância ao influenciar a forma como as crianças interpretam e assimilam as suas experiências do dia-a-dia. Encorajar uma criança a falar sobre os acontecimentos e a descrever a sua experiência pessoal, ajudando-a a olhar para essa experiência de uma forma positiva, é a melhor forma de consolidar essas recordações. Para isso, em vez de se realçar que a criança ficou com o “joelho esmurrado” pode elogiar-se a forma como ela se conseguiu levantar depois de ter caído da bicicleta. As perguntas abertas como “o que gostaste mais de fazer no fim de semana?” são preferíveis às perguntas fechadas (ex.: “gostaste do fim de semana”?) que pedem respostas do tipo “sim” ou “não”.

O que fazer quando as memórias não são boas?

Infelizmente a infância nem sempre proporciona boas memórias. Muitas crianças sofrem de carência económica, violência doméstica, maus tratos, negligência, abandono, migração forçada ou guerra. Estas experiências adversas aumentam os níveis de stress e podem produzir consequências negativas a longo prazo, como por exemplo, diminuindo a autoestima, a confiança e a capacidade de regular as emoções. Nesses casos, é importante atuar precocemente e ajudar as crianças e as suas famílias a ultrapassar essas dificuldades. O Projeto “Let´s Talk About Children”, que está a ser implementado em vários países europeus, incluindo Portugal, irá treinar profissionais nas escolas e nos serviços de saúde para reconhecer precocemente as crianças e famílias em risco. Deste modo, será possível identificar as necessidades específicas de cada família no que diz respeito à saúde (por exemplo, consultas especializadas) mas também a outros fatores que influenciam a saúde mental (por exemplo, condições de habitabilidade precárias, carência económica e dificuldades de integração social).

 Na verdade, todas as pessoas têm memórias boas e más da sua infância. Mas mesmo as famílias disfuncionais, com problemas de saúde mental ou que vivem experiências de vida adversas, podem contribuir para reforçar boas memórias nas crianças. O que cada criança irá recordar no futuro é, não apenas o que aconteceu em determinada ocasião, mas sobretudo como as pessoas em seu redor a fizeram sentir nessa ocasião: amada, protegida, corajosa e segura.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde oral
Se tem crianças na família, tenha muita atenção à sua higiene oral.

A importância de uma boa higienização oral 

Para que a criança consiga mastigar, falar e sentir-se bem durante o crescimento, é importante que crie bons hábitos de higiene oral. Por isso, as crianças com menos de três anos devem visitar, com regularidade, o médico dentista, para prevenir algum problema grave.

Cuidados a ter com a higiene oral das crianças

A higiene oral das crianças – apesar de ser um processo monótono – tem de ser uma rotina diária incutida, desde cedo, em casa. Os pais devem incentivar e ajudar na escovagem regular dos dentes, tornando-a uma tarefa diária, até que a criança seja suficientemente autónoma para a fazer.

Estes cuidados devem começar, ainda, antes da criança ter os primeiros dentes de leite. Nesta fase, fazer uma limpeza das gengivas com uma gaze humedecida em água é suficiente para manter uma higiene oral saudável.

Quando nascem os primeiros dentes deve utilizar-se, duas vezes por dia, uma escova pequena com cerdas suaves. É recomendável que se estabeleça horários específicos de higienização, para que se crie, mais facilmente, uma rotina.

A partir dos dois anos de idade, ainda é difícil para a criança fazer a escovagem, por isso, os pais devem fazê-la com ela, e tornar este processo mais divertido e menos aborrecido.

Com mais de seis anos, a criança já é suficientemente independente para fazer a própria higienização oral. A escovagem deve ser feita após as refeições e, sempre que não seja possível,

deve, pelo menos, bochechar só com água. A limpeza da noite é a mais importante e deve ter um tempo médio de três minutos.

Doenças bacterianas

Uma higienização oral desadequada potencia o desenvolvimento de doenças bacterianas prejudiciais para a sua saúde oral da criança.

Em Portugal, cerca de quarenta e nove por cento das crianças com seis anos, apresentam pelo menos um dente cariado. A cárie é o problema bacteriano mais frequente. É causada pela má remoção da placa bacteriana ou pela presença de demasiados açúcares. Consiste numa destruição progressiva da estrutura dentária, que, nos casos mais graves, pode levar à extração do dente.

Sugestões para uma boa saúde oral infantil

Ter uma boa higiene oral ajuda a prevenir fatores de risco. Por serem crianças, os pais devem ter essa muito presente essa preocupação. Comece por:

  • Limitar a ingestão de açúcares, porque vai ajudar a prevenir cáries.
  • Evitar o uso prolongado do biberão e da chucha. O ato de chuchar, morder interior das bochechas, respiração pela boca e não pelo nariz, durante um longo período são hábitos inimigos da saúde oral. Pode levar a uma má formação dentária e contribuir para o desalinhamento dos dentes. A criança deve deixar de chuchar a partir dos dois anos.
  • Ensinar a criança a ter uma boa rotina de higiene oral. Introduzir a lavagem com a escova e o uso de fio dentário de uma maneira divertida e menos monótona. Assim, será mais fácil criar uma rotina.
  • Utilizar pasta dentífrica com fluor, porque ajuda a remover a placa bacteriana e previne as cáries.

De pequenino é que se cria uma boa higiene oral e os adultos são o maior exemplo para as crianças. Manter uma rotina saudável é o primeiro passo para que, desde cedo, se consolidem hábitos benéficos para a saúde oral de qualquer pessoa principalmente dos mais novos. E, não se esqueça, de levar os seus filhos regularmente a um médico odontopediatra.

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Doença neurológica
A Epilepsia é uma das principais causas de doença crónica na infância, estimando-se que, em Portugal

“A Epilepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela existência de crises epiléticas recorrentes e não provocadas. As crises epiléticas resultam de descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, manifestando-se através de sintomas clínicos motores e não motores”, começa por explicar a neuropediatra, acrescentando que, de acordo com a Liga Internacional Contra a Epilepsia, existem 6 grandes grupos de causas associadas:·       causa estrutural (ex. tumores cerebrais, malformações do desenvolvimento cortical); causa genética (ex. síndrome do cromossoma 20 em anel);

  • causa infeciosa (ex. meningoencefalite);
  • causa metabólica (ex. epilepsia dependente de piridoxina);
  • causa imunológica (ex. síndrome de Rasmussen);
  • e de causa desconhecida.

Os sintomas da epilepsia são variáveis e dependem da região do cérebro afetada, sublinha a especialista. “Como referido anteriormente, as crises epiléticas resultam de descargas elétricas anormais numa determinada região do cérebro, causando alterações clínicas que podem incluir perda de consciência (ex. ausências), manifestações motoras (ex. clonias, automatismos) e não motoras (ex. sintomas autonómicos, sensitivos). No entanto, a epilepsia não se resume apenas às crises epiléticas. Entre as crises, também podem ocorrer alterações em várias esferas, como cognitivas, comportamentais, psicológicas e sociais”, exemplifica.

Em idade pediátrica, refere Cristina Pereira, as crises mais comuns “são as ausências infantis que se caracterizam por episódios de paragem de atividade e perda da consciência, por vezes acompanhados de automatismos”. “Também são frequentes as crises das epilepsias autolimitadas que ocorrem durante o sono e se manifestam com clonias da face e incapacidade de articular palavras, mantendo-se a consciência. No entanto, as crises mais graves são aquelas que se iniciam no primeiro ano de vida, como os espasmos epiléticos. Estes espasmos consistem em contrações súbitas e repetidas dos membros após o despertar, associadas a irritabilidade e a paragem ou regressão do desenvolvimento”, acrescenta.

O desafio do diagnóstico e tratamento da epilepsia em idade pediátrica é a possibilidade da ocorrência de comorbilidades

“As crianças com epilepsia apresentam mais frequentemente dificuldades de aprendizagem, alterações do comportamento, perturbação de hiperatividade e défice de atenção, autismo e patologia psiquiátrica”, pelo que o diagnóstico e tratamento adequados e atempados da epilepsia é extremamente relevante, uma vez que podem contribuir para a redução da incidência destas patologias associadas.

Segundo Catarina Pereira, o diagnóstico é clínico, devendo contar com o apoio de exames complementares de diagnóstico, como o electroencefalograma (EEG) e de um exame de imagem cerebral (ex. ressonância magnética) que irá permitir classificar o tipo de crises, o tipo de epilepsia e principalmente identificar a sua causa. “É essencial obter uma história clínica detalhada. É necessário verificar se há crises epiléticas recorrentes e não provocadas, descrever as suas características e fatores desencadeantes, além de identificar fatores de risco para epilepsia (intercorrências na gravidez/parto, traumatismos cranioencefálicos, infeções do sistema nervoso central, história familiar de epilepsia)”, sublinha ainda.

No que diz respeito ao tratamento, embora existam casos que podem não responder ao mesmo, existem, hoje, várias opções disponíveis. “O melhor tratamento será sempre aquele que se adequar especificamente a cada criança, tendo em conta o tipo de epilepsia, a frequência das crises epiléticas, a comorbilidade, entre outros fatores”, reforça explicando que “existem diversos medicamentos antiepiléticos com um bom perfil de segurança, e que podem ser escolhidos de acordo com o tipo de crise epilética /epilepsia”.

“É importante destacar que existem formas de epilepsia que podem ser tratadas com vitaminas como é o caso da epilepsia dependente de piridoxina”, sublinha.

A especialista destaca ainda que uma parte significativa das epilepsias e síndromes epiléticos da infância “são autolimitados e resolvem-se antes da idade adulta”. “No entanto, as epilepsias refratárias e as encefalopatias epiléticas que estão associadas a deficiência intelectual ou perturbações motoras, como a paralisia cerebral, tendem a persistir na idade adulta. Nestes casos, pode não haver cura, mas a criança pode experimentar períodos em que há uma melhoria no controlo das crises”, afirma.

Nestes casos, em que a doença não responde a um ou mais medicamentos, pode recorrer-se a outros tratamentos, como por exemplo:

a) Cirurgia da epilepsia: em alguns casos, a cirurgia pode ser uma opção. O objetivo é remover ou desconectar a área do cérebro onde as crises se originam. Isso pode ajudar a reduzir ou até mesmo eliminar as crises epiléticas.

b) Estimulação do nervo vago: é um procedimento no qual um dispositivo é implantado no corpo, geralmente no peito, e envia impulsos elétricos regulares ao nervo vago e ao cérebro. Esses impulsos ajudam a diminuir a frequência e a intensidade de alguns tipos de crises epiléticas.

c) Dieta cetogénica: é uma dieta rica em gorduras e pobre em carboidratos que tem mostrado ser eficaz no controlo das crises epiléticas. A dieta cetogénica altera o metabolismo cerebral, reduzindo a atividade epilética.

d) Canábis Medicinal/Canabidiol: o Canabidiol (CBD) é um composto encontrado na planta de cannabis e tem sido utilizado como tratamento complementar em casos de epilepsia refratária. Alguns estudos têm mostrado que o CBD pode reduzir a frequência das crises em certos tipos de epilepsia.

Segundo a especialista, existem vários desafios associados a esta área. “A investigação de uma epilepsia pediátrica é um desafio, pois existem várias etiologias que podem estar subjacentes. É necessário definir corretamente o síndroma eletroclínico para orientar a investigação e o tratamento. Também o tratamento é um desafio pois deve ser individualizado: cada criança com epilepsia é única, e o tratamento deve ser personalizado de acordo com o tipo de epilepsia, a gravidade das crises, as comorbilidades e outros fatores. Encontrar a combinação adequada de medicamentos antiepiléticos e outras terapias é um desafio importante”, explica.

Em todo o caso, reforça que o prognóstico da epilepsia pediátrica depende de diversos fatores. “Alguns dos principais elementos que influenciam o prognóstico são: o tipo de epilepsia, a idade de início, a etiologia subjacente, a resposta ao tratamento, as comorbilidades e a adesão ao tratamento”, afirma reforçando que hoje em dia já existem novas opções para o seu tratamento: “existem novos fármacos antiepiléticos, novas terapias não farmacológicas (ex. dieta cetogénica), técnicas de cirúrgia da epilepsia minimamente invasivas (ex. termo-ablação por laser) e a possibilidade de medicina de precisão, incluindo terapia génica”.

Após o diagnóstico, que cuidados a ter?

“Os aspetos mais dramáticos das crises epiléticas são a sua imprevisibilidade”, afiança a médica especialista. “Isso implica que a criança e a sua família estejam constantemente em alerta, pelo menos até se sentirem seguros com a medicação”, acrescenta.

De acordo com Cristina Pereira, os cuidados a ter vão depender do tipo de epilepsia e por consequência, do tipo de crises epiléticas. “As crises com queda brusca ao chão ou convulsões requerem uma alteração do ambiente em termos de segurança diferente daquela necessária para crianças com crises não convulsivas, em que elas podem agir de forma automática, com comprometimento total ou parcial da consciência. Nas crianças com crises durante a noite, o medo dos pais de não detetarem uma crise durante o sono leva-os a colocar a criança a dormir na cama dos pais, o que não é recomendado”, revela.

Para além da correta administração da medicação, sublinha: “é aconselhado às crianças com epilepsia evitar alguns fatores que possam facilitar a recorrência das crises, como uma higiene do sono inadequada. Se as crises não estiverem totalmente controladas, e após aconselhamento do médico assistente, é desaconselhada a prática de mergulho em profundidade, alpinismo e paraquedismo. Em outros desportos, como desportos náuticos, podem ser necessárias precauções extras, como a prática em conjunto com alguém que esteja ciente da doença”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo será debatido no Congresso Internacional da UNIPRO
O II Congresso Internacional da Unidade de Investigação UNIPRO, do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS), realiza...

Este encontro científico reúne especialistas como Saman Warnakulasuriya, que tem colaborado com a Organização Mundial da Saúde na identificação de agentes carcinogéneos responsáveis pelo cancro oral. O professor do King’s College identificou recentemente o fumo passivo como um fator que aumenta em 51% o risco de desenvolver cancro oral. Estudo, realizado por uma equipa internacional que inclui investigadores portugueses do IUCS, será um dos temas abordados durante o congresso da UNIPRO.

Victor Lloro, membro do Space Generation Advisory Council, abordará a relevância das investigações aeroespaciais para criar mecanismos que evitam a contaminação cruzada nas clínicas dentárias.

O congresso apresenta um programa vasto, que abordará também soluções técnicas para outras patologias relacionadas com a saúde oral. Uma delas é a BlueStain, uma citologia desenvolvida por Fernando Ferreira, da CESPU Diagnóstico, para identificação precisa de carcinomas orais. Os potenciais da impressão 3D, que permite dar escala ao fabrico de tecidos, serão apresentados por James Hoying, representante da Advanced Solutions Life Sciences.

A manhã do segundo dia é dedicada ao cancro oral. Esta secção do Congresso UNIPRO é promovida em conjunto com o Center on Oral Cancer, da Organização Mundial de Saúde. Contará com palestras de Juan Soane, da Universidade de Santiago de Compostela, que falará sobre como minimizar os atrasos na identificação do cancro oral e de Alexander Ross Kerra, da Universidade de Nova Iorque, sobre como pode a inteligência artificial ajudar ao diagnóstico desta patologia. 

 

Em parceria com a Direção-Geral da Educação ouviu 626 alunos do 7º ano de escolaridade
A UNICEF Portugal, em colaboração com a Direção-Geral da Educação (DGE), divulga os resultados de um inquérito sobre o impacto...

O inquérito, realizado durante os meses de março e abril de 2023, envolveu 626 crianças, com idades entre 12 e 13 anos. Do total de participantes, 309 eram raparigas (49%), 307 rapazes (49%) e 10 crianças optaram por não identificar o seu género (2%). Os resultados revelaram que 98% das crianças afirmam que o desporto as faz sentir bem, destacando emoções como alegria (68%), entusiasmo (59%) e satisfação (39%). Além disso, 90% das crianças relataram que as atividades desportivas aumentam a sua confiança, e 78% afirmaram que a prática desportiva tem um impacto positivo na redução da ansiedade.

As crianças destacaram, ainda, que o desporto lhes permite superar dificuldades e limites (97%) e melhorar as relações e o trabalho em equipa com os colegas (93%). Para promover o seu bem-estar emocional e psicológico nas aulas e outras atividades desportivas, 88% das crianças sugerem estratégias para lidar com a ansiedade e o medo através do desporto e 81% pede o uso de técnicas de relaxamento.

Beatriz Imperatori, Diretora Executiva da UNICEF Portugal, sublinha que “os efeitos negativos no bem-estar físico e mental e no equilíbrio emocional das crianças portuguesas resultados da pandemia ainda não foram totalmente recuperados. É fundamental continuar a investir de forma continua e sustentada para melhorar a saúde mental das crianças e jovens em Portugal”.

A responsável destaca “o papel fundamental da comunidade escolar – pais, professores e auxiliares – na promoção do desporto e das atividades físicas em contexto escolar pelo enorme impacto positivo no bem-estar físico, emocional e psicológico das crianças, contribuindo para o estabelecimento de relações saudáveis entre pares, superação de desafios e geração de emoções positivas e de confiança”.

De uma forma geral, o desporto e atividade física contribui para o desenvolvimento da criança a vários níveis:

  • Autoestima: quando as crianças se sentem confiantes nas suas capacidades desportivas, isso pode ajudar a aumentar a sua autoestima e a fazer com que se sintam melhores consigo próprias de uma forma geral;
  • Diminuição do stress e ansiedade: quando confiam nas suas competências, as crianças tornam-se mais capazes de enfrentar desafios e lidar com situações difíceis, o que pode ajudar a reduzir o stress e a ansiedade;
  • Melhoria do desempenho académico: quando estão confiantes, as crianças podem ficar mais motivadas e empenhadas, o que pode melhorar o seu desempenho académico;
  • Relacionamentos interpessoais: a confiança ajuda as crianças a desenvolverem relações saudáveis e significativas, o que contribuiu para o seu bem-estar emocional e psicológico.

Assinalando a importância deste tema, a UNICEF Portugal irá apresentar os resultados do inquérito e promover a atividade de mindfulness "A tua mente em movimento" nos dias 2 e 3 de junho, durante a final da Taça do Desporto Escolar UNICEF, que ocorrerá em Pombal. A atividade tem como objetivo proporcionar um espaço de promoção de saúde mental e do bem-estar, contribuindo para uma maior sensação de calma e incentivando a utilização de técnicas de relaxamento no contexto desportivo, reconhecendo o seu valor no desenvolvimento integral das crianças.

A Taça do Desporto Escolar UNICEF é uma iniciativa da Direção-Geral da Educação que visa promover a prática da atividade física e desportiva em contexto escolar, valorizando o seu papel na promoção da saúde e bem-estar mental das crianças e jovens. A competição deste ano combina quatro modalidades desportivas – Badminton, Futebol, Ginástica e Voleibol – e contará com a participação de cerca de 600 crianças.

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