Patient Innovation e Conferências do Estoril
Os Patient Innovation (PI) Awards estão de volta. Já na quinta edição, a cerimónia de entrega dos prémios que distinguem os...

Criados em 2015, os PI Awards têm como objetivo homenagear doentes, cuidadores e colaboradores que desenvolveram soluções para lidar com desafios impostos pela sua condição de saúde, para ajudar pessoas da sua família ou, em alguns casos, pessoas que nem conheciam.

Os cinco vencedores foram escolhidos entre as 1.800 soluções disponíveis na plataforma do Patient Innovation e dividem-se em três categorias: Doente Inovador, Cuidador Inovador e Colaborador Inovador.

Na categoria ‘Doente Inovador’ são premiados:

Adriana Mallozzi, Puffin Innovations: Adriana Mallozzi nasceu com paralisia cerebral e, aos 9 anos recebeu uma cadeira de rodas elétrica, com tecnologias únicas que lhe deu alguma independência. A Puffin Innovations nasceu da necessidade de Adriana ser cada vez mais autónoma, pelo que desenvolveu um dispositivo, conectado por Bluetooth a um smartphone, para que pessoas com deficiência possam controlar com a boca, permitindo maior acesso, por exemplo, a computadores e a outros aparelhos tecnológicos.

Konrad Zielinski, Uhura Bionics: Há alguns anos Konrad perdeu a laringe e não conseguiu encontrar uma solução conveniente para recuperar sua voz natural. Depois de tirar um Mestrado em Ciência Cognitiva, criou a equipa Uhura Bionics, para o ajudar a criar tecnologia capaz de restaurar a comunicação natural de laringectomizados com o uso de interfaces inteligentes. Criaram, então, a Uhura Bionics Voice Amplifier capaz de restaurar a qualidade e a liberdade da conversa, e transformar o som robótico das laringes artificiais atuais numa voz com som natural.

Na categoria ‘Cuidador Inovador’ são premiados:

Jaume Puig e Constanza Lucero, Biel Glasses: Constanza Lucero, médica, e Jaume Puig, engenheiro eletrónico, são pais de Biel, uma criança que nasceu com acuidade visual reduzida. Depois de tentar, sem sucesso, todas as soluções existentes no mercado para ajudar Biel a navegar pela vida quotidiana sem quedas e lesões, os pais de Biel juntaram os seus conhecimentos em diferentes áreas e fundaram a Biel Glasses com a ideia de criar uma solução para adaptar o mundo aos olhos de pessoas com deficiência visual. Estes óculos captam o campo visual do utilizador e, através de um algoritmo, devolve sinais ao módulo de exibição. Assim, os óculos adaptam a imagem à visão residual do doente, indicando obstáculos e outros elementos por meio de vários sinais gráficos de que o utilizador pode perceber.

Francisco Nogueira e Frederico Stock, Glooma: A história de Glooma começou quando a prima de Francisco detetou um caroço na mama. Quatro meses depois, quando foi ao médico, o tumor foi diagnosticado como maligno e foi necessário realizar uma mastectomia. Com o amigo Frederico Stock criaram a SenseGlove, um dispositivo de triagem médica doméstico e portátil que auxilia as mulheres no autoexame mamário. O dispositivo consiste numa luva que, com a ajuda de sensores, deteta e controla anomalias no tecido mamário contribuindo para a deteção precoce do cancro da mama.

Na categoria ‘Colaborador Inovador’ é premiado:

Akshita Sachdeva e Bonny Dave, Trestle Labs: Akshita Sachdeva e Bonny Dave desenvolveram o ‘Kibo’ para ajudar comunidades de deficientes visuais a aceder a conteúdo escrito. O Kibo torna tudo o que está impresso acessível ao áudio ao digitalizá-lo, permitindo que pessoas com deficiência visual ouçam qualquer livro. Este dispositivo também tem a opção de traduzir os textos digitalizados para outros idiomas, tornando-o acessível a ainda mais pessoas.

Entender as Disfunções Sexuais
A ideia que a sexualidade é fundamental na vida humana e que o orgasmo é considerado o ápice do praz

Despertei-lhe o interesse com este tema? Então, deixe-me aguçar ainda mais a sua curiosidade!

Não estou a falar da incapacidade do homem em ejacular, mas sim de ter orgasmo! Ou seja, embora muitas pessoas acreditem que o facto de um homem ejacular significa que teve orgasmo (ou se não ejaculou não teve orgasmo), isso não corresponde à verdade, pois ejaculação e orgasmo são dois fenómenos distintos, embora tendencialmente ocorram em simultâneo. Por outras palavras, ejaculação é um processo físico que envolve a contração dos músculos ejaculatórios e a libertação de sémen pela uretra, enquanto orgasmo é uma resposta neurológica que envolve a libertação de neurotransmissores responsáveis por provocar uma intensa sensação de prazer que ocorre com a libertação da tensão sexual. Portanto, é possível um homem ejacular sem orgasmo, assim como experimentar orgasmo sem ejacular!

Ou seja, se tiver uma relação sexual com um homem que não ejaculou, mas lhe diz que teve orgasmo, é muito provável que sofra de anejaculação. Esta disfunção sexual é caracterizada pela incapacidade persistente ou recorrente de ejacular, mesmo que ocorra orgasmo. Nestas situações, o prazer e a sensação de orgasmo estão presentes, mas não existe emissão de esperma. Em muitos casos, esta condição não é motivo de grande preocupação para a generalidade dos homens, visto que o seu maior medo é precisamente que aconteça o oposto, ou seja ejacular mais rapidamente que o desejado. No entanto, torna-se um problema quando existe o desejo de parentalidade ou perante a insistência de um parceiro.

Já a incapacidade de ter orgasmo, também conhecida como anorgasmia, é uma condição onde existe dificuldade persistente ou recorrente em atingir o orgasmo, podendo ocorrer com a presença ou ausência de ejaculação. Além disso, não devemos confundir anorgasmia com disfunção erétil, visto que homens com esta disfunção sexual podem apresentar ereções normais e uma excitação sexual adequada.

Compreender o que pode impedir ou dificultar a capacidade do homem atingir o orgasmo e/ou ejacular, é essencial para tratar estas disfunções sexuais, e não há uma única resposta, visto que existem fatores psicológicos, orgânicos, iatrogénicos, relacionais e/ou mistos. Relativamente aos fatores psicológicos, destaca-se a ansiedade de desempenho, traumas do passado, acontecimentos de vida recentes, ou stress. Quanto aos principais fatores orgânicos, surgem as cirurgias (tais como a prostectomia) e outras condições médicas como a diabetes mellitus, doenças neurológicas ou alterações hormonais. Os efeitos secundários de alguma medicação (tais como alguns antidepressivos) são apresentados como os principais fatores iatrogénicos. Finalmente, mas não menos importantes, são os fatores associados à qualidade das relações amorosas, tais como a falta de intimidade emocional ou conflitos não resolvidos.

Fica assim evidente que a anorgasmia e a anejaculação podem ter causas multifatoriais e, como tal, o seu tratamento deve ser ajustado. Nestes casos, a intervenção de vários profissionais de saúde com especialização em sexualidade humana é fundamental. A terapia sexual ou de casal pode ajudar a identificar os fatores predisponentes, precipitantes e de manutenção. No decorrer do processo terapêutico, procura-se que o homem (ou o casal, caso exista) aprenda a explorar novas formas de prazer, através de exercícios de psicoeducação, que visam aumentar a consciência sensorial e diminuir a ansiedade.

É fundamental entender que estas disfunções sexuais são mais frequentes do que se pensa e que podem afetar homens de todas as idades. Infelizmente, na nossa sociedade, ainda existe muito preconceito relativamente às dificuldades sexuais, principalmente quando estão ligados a causas psicológicas, levando a que muitos homens se sintam constrangidos ou envergonhados em procurar ajuda, e acabem por sofrer isoladamente.

É evidente que as repercussões destas situações não afetam apenas o próprio individuo. Em muitos casos, são também fonte de sofrimento para a pareceria que acaba direta ou indiretamente por ser afetada. Muitas vezes, são os parceiros que motivam e impulsionam o homem a procurar ajuda para estas disfunções sexuais.

No fundo, não devemos esquecer que sexualidade humana é um aspeto natural e saudável da vida e, como tal, é importante ultrapassar a culpa ou vergonha, perante qualquer tipo de dificuldade na sexualidade e quebrar o tabu de procurar ajuda especializada.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Técnica de implante de elétrodos cerebrais pode ajudar no tratamento de outras doenças neurodegenerativas
Cientistas americanos divulgaram esta quinta-feira, 24, na revista científica Nature os impressionantes resultados de uma...

O que é Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?

De acordo com o neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, a ELA causa degeneração cerebral, o que pode gerar paralisia, tremores e falta de sensibilidade.

“A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva que gera a degeneração dos neurónios motores causando perda gradual do controlo muscular, levando a fraqueza, atrofia e eventual paralisia dos músculos voluntários”.

“A degeneração ocorre na medula espinhal e no córtex motor, afetando funções motoras vitais como fala, deglutição e respiração. A ELA não tem cura, os tratamentos para a condição procuram melhorar a qualidade de vida e controlar sintomas dos pacientes”, explica Fabiano.

Como as pacientes voltaram a falar?

Os pesquisadores implantaram elétrodos nas regiões cerebrais responsáveis pela comunicação das pacientes e através deles conseguiram decodificar os sinais relacionados à fala em palavras na tela, em um dos casos um avatar foi usado para reproduzir também expressões faciais.

A técnica foi capaz de decodificar 62 palavras por minuto, um pouco atrás do ritmo natural de fala, que pode chegar a 160, ritmo que os pesquisadores procuram atingir com a tecnologia.

O tratamento para outras doenças

“Esse tipo de tecnologia está a ganhar proporções cada vez maiores, já existiram estudos que decodificaram sinais cerebrais em imagens por exemplo, há técnicas que utilizam elétrodos cerebrais para reduzir tremores, como no Parkinson, ou estimular determinadas regiões cerebrais, melhorando suas funções”.

“As possibilidades e perspetivas para o desenvolvimento desta tecnologia são bastante promissoras e podem ajudar a melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças neurodegenerativas”, afirma Fabiano de Abreu.

 

7 e 8 de setembro
Nos próximos dias 7 e 8 de setembro realiza-se, no Centro de Congressos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC),...

No dia 7 de setembro, pelas 16:30h, terá lugar a apresentação do “Manual de Literacia em Saúde” numa sessão que conta com a presença de Cristina Vaz de Almeida, Presidente da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), Carlos Santos, Presidente do Conselho de Administração do CHUC e Áurea Andrade, Enfermeira Diretora. Pelas 18h, haverá um momento cultural seguida de sessão de autógrafos com os autores.

No dia 8 de setembro, a sessão de abertura terá início pelas 09:30h e contará com a presença de diversas personalidades.

O evento, em formato híbrido, presencial e online, (através da plataforma Microsoft Teams), seguirá com abordagens a algumas das temáticas mais prementes na área da literacia em saúde. Adalberto Campos Fernandes abordará, pelas 10:30h, o tema “Investir na literacia em saúde é investir no bem-estar dos cidadãos” seguindo-se Manuela Grazina que falará sobre “ Futurómica: integrar a ciência na prática clínica para decisão em saúde - da nutrição às dependências”.

Pelas 14:30h, terá lugar uma mesa dedicada à área da comunicação, intitulada “Comunicação: fator-chave na promoção da literacia em saúde”, moderada por Emília Torres, Enf. Adjunta da Enf. Diretora para a Gestão da Qualidade e Segurança CHUC.

Pelas 16:45h, Sérgio Abrunheiro, Enfermeiro do Grupo Literacia para a Segurança dos Cuidados de Saúde de Enfermagem do CHUC e Secretário da Mesa da Assembleia Geral da SPLS fará a apresentação do e-book, “Literacia em saúde, um desafio emergente - a exigência de um compromisso global”.

A sessão de encerramento do evento terá lugar pelas 17:15h e conta com a presença de Cristina Vaz de Almeida, Presidente da SPLS e Áurea Andrade, Enfermeira Diretora do CHUC. Seguir-se-á um momento cultural.

Recorde-se que o Dia Internacional da Literacia, que se celebra a 8 de setembro, foi proclamado pela UNESCO em 1966, com o objetivo de destacar a importância da literacia para todos os indivíduos, comunidades e sociedades.

A literacia tem uma importância basilar e contribui para a consecução dos direitos humanos e para o estabelecimento de uma sociedade mais sustentável e igualitária. Cientes disso, e no intuito de contribuir para melhorar os níveis de literacia em saúde dos cidadãos, o CHUC tem promovido, através do Grupo Literacia para a Segurança dos Cuidados de Saúde de Enfermagem, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, vários eventos dirigidos aos cidadãos, prestadores e utilizadores dos cuidados de saúde, sob o mote da literacia em saúde, dos quais têm resultado, inclusive, a publicação de várias coletâneas que se encontram disponíveis no site do CHUC. http://www.chuc.min-saude.pt/paginas/media/edicoes/publicacoes.php

Tratamento da insuficiência renal crónica
A Clínica DaVita Alcobaça, situada Rua Padre Inácio Lourenço n.º 2 na freguesia de Maiorga, entrou em funcionamento na passada...

As pessoas com doença renal crónica que pretendam realizar os seus tratamentos de diálise, nesta nova clínica, já podem obter mais informações sobre os horários disponíveis e conhecer a equipa de profissionais de saúde que os irá acompanhar.

Esta nova unidade de diálise, equipada com tecnologia inovadora, pretende prestar um tratamento de excelência a cerca de 120 doentes por semana, respondendo e adequando-se a todas as suas necessidades.

“Esta nova clínica vai permitir a realização de um tratamento de excelência a centenas de pessoas com doença renal crónica, que residem na região de Alcobaça. Por isso, estamos entusiasmados por continuarmos a inovar em prol dos doentes portugueses”, afirma Paulo Dinis, Diretor-Geral da DaVita Portugal.

 

Opinião
Existem várias razões pelas quais mais jovens estão a usar mais aparelhos auditivos, e particularmen

Os Aparelhos Auditivos são dispositivos eletrónicos usados para corrigir problemas de audição. Eles amplificam e/ou processam o som e ajudam as pessoas a ouvirem melhor. Próteses auditivas são dispositivos personalizados que se encaixam no ouvido para melhorar a audição. Já os implantes auditivos são dispositivos cirurgicamente implantados no ouvido para proporcionar uma audição mais clara. Cada opção tem suas próprias vantagens e é importante consultar um especialista para determinar qual é a melhor para cada caso.

A surdez pode ser pré-lingual ou pós-lingual. A surdez pré-lingual ocorre quando a pessoa nasce com a perda auditiva ou a desenvolve antes de adquirir a linguagem verbal. Já a surdez pós-lingual acontece quando a pessoa adquire a linguagem oral antes de perder a audição.

A exposição frequente a níveis altos de ruído pode causar danos permanentes à audição. É importante proteger os ouvidos usando fones de ouvido com volume adequado e evitando ambientes barulhentos por longos períodos de tempo. Cuidar da audição é essencial para preservar a capacidade auditiva ao longo da vida. Pressupõe-se que nestes casos, a surdez seja do tipo pós-lingual, quando adquiriu o gosto por determinado género musical (em shows ou concertos) ou que exerça uma atividade profissional de grande exposição a ruído.

Mais de um bilião de pessoas EM TODO O MUNDO correm o risco de sofrer danos auditivos devido a práticas auditivas recreativas inseguras. Para combater esses riscos, a OMS criou a iniciativa 'Make Listening Safe' em 2015. “Tornar a audição segura” visa criar um mundo onde pessoas de todas as idades possam desfrutar da audição recreativa sem riscos para a audição. A abordagem desta iniciativa é mudar as práticas e comportamentos de escuta. A OMS pretende alcançar este objetivo através de:

  • aumento da conscientização sobre a necessidade e os meios de ouvir com segurança, e
  • implementação de padrões baseados em evidências que possam facilitar a mudança de comportamento em grupos da população-alvo.

A missão da 'Make Listening Safe' é executada através de três pilares principais, desenvolvidos e executados em colaboração com todas as partes interessadas na área.

Criação de padrões baseados em evidências: A OMS cria padrões que descrevem características de escuta segura para uma variedade de situações em que práticas inseguras são comuns.

Aumentando a conscientização: A OMS desenvolve e divulga materiais de sensibilização baseados em evidências para uma escuta segura.

Investindo em pesquisa: A investigação sobre a escuta segura é realizada em colaboração com os nossos parceiros globais para compreender melhor a situação atual, para garantir que a OMS aproveita as melhores práticas atuais em todo o mundo e para descobrir a necessidade futura de intervenções de escuta segura. Para mais informações, pode visitar: https://www.who.int/activities/making-listening-safe.

Em Portugal, é importante que sejam implementadas medidas legislativas para combater e prevenir as consequências da exposição ao ruído alto. Isso pode incluir a definição de limites de ruído em diferentes ambientes, como locais de trabalho, espaços públicos e residenciais. Além disso, é necessário promover a conscientização sobre os riscos do ruído excessivo e educar a população sobre a importância de proteger a audição. Também é crucial garantir que existam mecanismos de fiscalização e aplicação da legislação para garantir o cumprimento dessas medidas. Dessa forma, será possível reduzir os efeitos negativos do ruído alto na saúde auditiva das pessoas.

Acredito que uma maior conscientização sobre o uso de protetores e tampões auditivos é essencial para prevenir danos causados pela exposição ao ruído alto. Para promover essa conscientização, seria importante realizar campanhas de educação pública, informando sobre os riscos do ruído excessivo e destacando a importância de proteger a audição. Além disso, seria benéfico incentivar o uso de protetores e tampões auditivos em ambientes barulhentos, como festivais, shows e locais de trabalho ruidosos. Essas medidas podem ajudar a reduzir os danos causados pelo ruído e preservar a saúde auditiva das pessoas.

Os convencionais aparelhos auditivos, as próteses auditivas, não são apenas a solução auditiva para as pessoas mais velhas. Existem cada vez mais jovens que enfrentam a surdez. Novos estudos sugerem, que pelo menos, mais de dois terços dos adultos acima dos 70 anos, têm algum tipo de surdez (muitos deles por envelhecimento, ou presbiacusia), no entanto, somente 30% deles usam próteses auditivas, e uma pequena percentagem com surdez severa a profunda seria aconselhado a implantação de dispositivos. Contudo, pessoas mais novas, como jovens estão em risco de perda auditiva, em que uma taxa significativa dessas pessoas (abaixo dos 30 anos) têm surdez afetada pela exposição a ruído alto, que contempla a exposição a música alta, a níveis não recomendados.

Uma vez perdidas as células do ouvido interno, as células ciliadas, que transmitem o som para o nervo auditivo, não será possível substitui-las. A única forma que se pode efetuar para compensar essa perda auditiva, é através da sua reabilitação, com aparelhos auditivos.

Cada vez existem mais aparelhos auditivos de tecnologia mais avançada, e, portanto, mais robustos ou potentes. Atualmente, a tecnologia permite que estes possam ter características como o Bluetooth, ajuste por software através de telemóvel, assim como funcionalidades para ajuste da música ou som que captam.

Enquanto aumenta a oferta dos aparelhos auditivos, porque existe uma gama maior e alguns mais avançados tecnologicamente, podem tornar-se mais caros e uma barreira para algumas pessoas do ponto de vista económico. Os seguros de saúde são poucos que comportam e comparticipam este tipo de equipamentos. O facto de se usarem aparelhos auditivos com baterias, também implica que muitas vezes, após longo uso, deixem de funcionar, ou então haver o recurso de baterias para substituição (ou alguns casos, o uso de porta-pilhas auxiliares).

Estudos comprovam a ligação entre perda auditiva e demência, sugerindo que o uso de aparelhos auditivos podem reduzir esse risco, mais tarde na vida.

Em Portugal, os aparelhos auditivos podem ser adquiridos tanto através do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como por meio de investimento privado. No SNS, é necessário passar por uma consulta de especialidade e cumprir os critérios definidos para ter acesso aos aparelhos auditivos gratuitamente, por comparticipação do Estado. Caso não se enquadre nos critérios do SNS ou prefira uma opção mais personalizada, é possível adquirir aparelhos auditivos através de investimento privado em centros auditivos ou clínicas especializadas. Cada opção tem suas particularidades, e é recomendado consultar um especialista para obter mais informações sobre o processo e as opções disponíveis.

Finalizando, deixo uma pergunta pertinente e curiosa ao mesmo tempo, porque de facto é aquilo que se passa nos dias que correm, relativamente ao estigma de usar aparelhos auditivos para correção da audição: Porque é moda e dá estilo usar fones/auscultadores de ouvido, que se forem utilizados indevidamente podem prejudicar a audição, e pelo contrário quando é recomendado por um especialista (leia-se, médico otorrinolaringologista e/ou audiologista devidamente qualificado) o uso de aparelhos auditivos, existe o problema de estética e de adaptação ao usá-los? (Esta pergunta poderia ser feita a qualquer pessoa, de qualquer idade, e não somente a jovens).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dermatologia
Vulgarmente conhecidos como “manchas da idade” ou “manchas solares”, os lentigos solares corresponde

“O Lentigo solar é uma mancha castanha que surge com mais frequência na face e no dorso das mãos. Antigamente, surgiam em pessoas de idade mais avançada, atualmente com o aumento das atividades de lazer e maior exposição solar começaram a surgir em pessoas cada vez mais jovens”, começa por explica Luís Uva, Diretor Clínico da Personal Derma.

Embora a causa principal seja a exposição “direta e prolongada dos raios UV”, os lentigos podem ser desencadeados pelo “stresse e por alterações no metabolismo da pele e dos melanócitos”.

Segundo o especialista, existem três tipos de lentigo: o simples, o solar e o maligno. “O Lentigo Simples é observado em qualquer parte do corpo, pode surgir na infância, mas também pode aparecer em qualquer idade. Já o Lentigo Solar é representado por lesões isoladas ou múltiplas, desencadeadas pela exposição de fontes naturais ou artificiais como raios ultravioletas”, explica. Quanto ao lentigo maligno, este caracteriza-se por uma mácula “larga, desordenadamente pigmentada”, que surge na pele danificada pelo sol. Habitualmente, este tipo de lesão surge em pessoas mais idosas, no entanto, há que alertar para os perigos da exposição solar prolongada em todas as idades!

Entre as zonas do corpo mais atingidas por estas lesões encontram-se “a face, o dorso das mãos e dos braços, colo e os ombros”, ou seja, aquelas que estão mais expostas à radiação solar.

No que diz respeito ao seu tratamento, Luís Uva salienta que “não existe um tratamento único para tratar o Lentigo Solar”. Existem, sim, “várias opções sendo selecionadas de acordo com a opção recomendada para cada tipo de paciente”.

“Existem tratamentos como o Laser, a Luz Pulsada, Peeling Químico e crioterapia. O tratamento laser tem um resultado ótimo, tendo como desvantagens o seu período cicatricial em média de 10 a 12 dias. Na luz pulsada terá um resultado a médio prazo e progressivo com os tratamentos. A crioterapia é um método terapêutico não invasivo, que consiste na ablação de lesões cutâneas através da congelação celular, a desvantagem é um resultado a longo prazo e risco de lesão acrómica e hipercrómica”, explica.

Quando se tratam de lesões malignas, explica o médico especialista, “o tratamento normalmente recomendado é a realização de uma Cirurgia para remoção da lesão”.

Em matéria de prevenção – por que estas são lesões que podem ser prevenidas! – o especialista recomenda que não facilite: “A principal ideia chave que devemos ter sobre este tema é a de prevenção para o uso de protetor solar pois estes são fundamentais para precaver manchas, rugas e cancro. O excesso de uma exposição solar, radiação (UV) acaba por provocar o fotoenvelhecimento da pele que por sua vez fica uma pele seca, com rugas e manchas e que pode mais facilmente acabar por evoluir para cancro de pele”. 

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Medida anunciada na Conferência Luso-Brasileira de Gestão em Diálise
A partir do dia de hoje, o Dia Nacional da Diálise será assinalado, anualmente, no Brasil, na última quinta-feira do mês de...

A medida foi anunciada na Conferência Luso-Brasileira de Gestão em Diálise, uma iniciativa que conta com a parceria da ANADIAL, e que está a decorrer, nos dias 24 e 25 de agosto, na cidade de São Paulo.

“Foi com entusiasmo que recebemos esta notícia que vai permitir aumentar a consciencialização, no Brasil, para a doença renal crónica, para a sua prevenção e diagnóstico precoce, e para a diálise, enquanto tratamento que salva a vida dos doentes. Infelizmente, em Portugal, ainda não temos instituído um Dia Nacional que celebre o contributo fundamental que a diálise tem na vida de todos os doentes renais crónicos”, comenta Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

O Dia Nacional da Diálise foi uma iniciativa promovida pela Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), uma entidade sem fins lucrativos, e que contou com o apoio de diversas instituições, como a Sociedade Brasileira de Nefrologia.

Atualmente, de acordo com os dados da ABCDT, há cerca de 800 centros de diálise no Brasil que, juntos, atendem quase 150 mil doentes renais crónicos.

 

DaVita Portugal abre clínica no centro histórico
A DaVita Portugal vai abrir uma nova clínica de hemodiálise situada na Rua Baden Powell, junto ao centro histórico de Mafra, já...

Sob a gestão da médica Ana Vila Lobos como Diretora Clínica e da enfermeira Ana Paula Pinho como Enfermeira-Chefe, a DaVita Portugal pretende, com esta nova clínica em Mafra, dar aos doentes renais do município a oportunidade de fazerem um tratamento de excelência perto das suas casas, evitando deslocações para instalações fora do concelho.

A clínica, que começou a ser construída em 2020, encontra-se equipada com tecnologia inovadora, e terá capacidade para dar assistência a um total de 160 doentes por semana. Estará disponível, para os doentes que preferirem, a possibilidade de realizar o tratamento durante o período da noite. Numa fase inicial, a DaVita Mafra vai empregar cerca de 20 profissionais de saúde.

“Esta nova clínica vai permitir a realização de um tratamento de excelência a centenas de pessoas com doença renal crónica, que residem na região de Mafra, respondendo e adequando-se a todas as suas necessidades. Por isso, estamos entusiasmados por continuarmos a inovar em prol dos doentes portugueses”, afirma Paulo Dinis, Diretor-Geral da DaVita Portugal.

 

Especialistas do INSA alertam para a prevalência da dor neste grupo de pessoas
Para já os dados são estes: 34% dos adolescentes com paralisia cerebral têm dor, sendo a anca a principal localização desta...

Este trabalho foi realizado tendo por base uma amostra de conveniência de adolescentes registados no PVNPC aos 5-8 anos de idade, nas duas regiões de Portugal com maior cobertura regional (Grande Lisboa e Alto Minho).

Segundo os dados agora divulgados, da amostra de 164 adolescentes incluídos neste estudo preliminar, apenas se obteve informação sobre a dor em 107.

Destes, 34% referiram ter dor, sendo que mais de metade destes identificaram a anca como a localização da dor, 47% (ou seja, 17 jovens) os membros inferiores, 19% a coluna e 9% os membros superiores. De acordo com os resultados obtidos, os autores deste trabalho alertam para a elevada prevalência de dor em adolescentes com PC residentes no país.

“Este estudo alerta para o impacto multidimensional da dor nos adolescentes com PC e evidencia a sua relação com múltiplos aspetos funcionais, níveis de gravidade e de complexidade do quadro clínico, bem como com morbilidade associada. Sugere-se que a gestão da dor seja vista como uma prioridade clínica estratégica na paralisia cerebral, com a implementação de modelos individualizados de avaliação e gestão da dor”, sublinham ainda os autores nas suas conclusões.

A PC é a deficiência motora mais comum na infância e engloba um conjunto amplo de condições clínicas permanentes, mas não inalteráveis, com afetação do tónus, movimento e/ou postura, devidas a interferência/lesão/anomalia não progressiva do desenvolvimento do cérebro imaturo. Apesar de existirem poucos estudos específicos sobre dor crónica na PC, esta é a comorbilidade mais consistentemente relatada em diferentes estudos envolvendo pessoas com PC, nas diferentes idades. Alguns trabalhos referem a presença de dor em 30% a 80% dos adultos com PC, e em 32% das crianças e 74% dos adolescentes.

“A dor nos adolescentes com paralisia cerebral: dados preliminares do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral” foi publicado no Boletim Epidemiológico Observações, publicação científica periódica editada pelo INSA em acesso aberto.

 

O complemento perfeito para a rotina de beleza habitual
O nosso rosto é constituído por 57 músculos diferentes que se movem constantemente, mas nem sempre s

O yoga facial combina diferentes exercícios de relaxamento, compressão e massagem e, com a sua prática diária, o rosto ficará mais brilhante, saudável, elástico e firme.

“Estes exercícios tonificam os músculos, relaxam a tensão e aumentam o fluxo sanguíneo,” explica Reme Navarro, farmacêutica e Business Strategy Director da Atida para o Sul da Europa. “Podemos começar a praticar um minuto por dia e ir aumentando gradualmente até 10 minutos. A mudança não será visível do dia para a noite, mas com a prática diária começamos a ver resultados após 6 a 10 semanas.”

Para começar, tudo o que precisamos são as nossas mãos e um espelho. Os exercícios devem ser realizados devagar e idealmente à noite, após remover a maquilhagem e antes de aplicar outros cosméticos. Este ritual ajudará a relaxar a tensão acumulada durante o dia e permitir que os cosméticos sejam mais bem absorvidos. Destacamos alguns exercícios fáceis de integrar na rotina:

1. Exercícios para a testa

Coloque os dedos no centro e deslize-os para os lados e repita três vezes. Com este exercício, irá melhorar a circulação, aumentar a elastina e o colagénio e ainda libertar tensões que podem causar rugas profundas. De seguida, coloque os dedos indicadores na ponta exterior das sobrancelhas e abra os olhos, esticando as sobrancelhas. Mantenha durante cerca de 10 segundos e repita mais algumas vezes. Por fim, belisque suavemente as sobrancelhas de dentro para fora.

2. Exercícios para a zona dos olhos

Faça a forma dos óculos com os dedos polegares e indicadores. Coloque-os no contorno e pressione a pele. Mantenha esta tensão e pestaneje 10-20 vezes. Relaxe e repita mais duas vezes. Para eliminar os pés de galinha, coloque os dedos nas suas têmporas, tentando alcançar o topo das suas orelhas. Em seguida, abra a boca e mova o maxilar da frente para trás. Mantenha a tensão durante 10 segundos e relaxe. Outro dos exercícios muito utilizados para o contorno dos olhos é o “V”. Faça esta forma com dois dedos e coloque-os de ambos os lados dos olhos enquanto exerce uma leve pressão. Olhe para cima e force o estrabismo. Relaxe e repita mais cinco vezes. Quando terminar, feche bem os olhos e aguarde 10 segundos.

3. Exercício para as maçãs do rosto e bochechas

Para realçar as suas maçãs do rosto, inspire e sopre lentamente, dando toques suaves com as pontas dos dedos nas bochechas. Relaxe e repita mais nove vezes. Depois rode os lábios para a direita para que puxem o osso do rosto esquerdo e faça a mesma operação ao contrário. Pode intensificar este exercício abrindo a sua boca o mais possível e forçando todos os músculos à volta dos lábios. Ao mesmo tempo, serre os dentes e faça caretas com os lábios.

4. Exercícios para o pescoço

Olhe em frente. Vire a cabeça para a direita, paralelamente ao seu ombro direito. Agora incline-a para trás e mantenha a posição durante seis a oito segundos. Volte à sua posição inicial e repita para o outro lado. Faça três séries de cada. De seguida, olhe em frente, coloque a ponta dos dedos na parte superior do pescoço e deslize-os para baixo enquanto inclina a cabeça para trás. Finalmente, puxe o lábio inferior para fora o mais possível enquanto coloca os dedos na clavícula. Mantenha a posição durante quatro respirações profundas.

5. Exercícios para a zona do decote

Incline a cabeça para trás, aperte os lábios e coloque o lábio inferior sobre o lábio superior. Note como os músculos do pescoço ficam tensos e traga a cabeça até ao peito. Respire fundo. Faça este exercício três vezes.

Estes exercícios são o complemento perfeito para a rotina de beleza noturna habitual, que deve incluir cremes ricos em colagénio e que ajudem a corrigir todo o tipo de rugas, conseguindo uma espécie de lifting natural e podendo ajudar a rejuvenescer até três anos.

Reme Navarro relembra ainda que “os resultados do yoga facial melhorarão se forem aliados a uma boa hidratação, à utilização de protetor solar durante todo o ano e a uma rotina de sono longa e estável”.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Parque da Bela Vista, de 31 de agosto a 2 de setembro
A Lusíadas Saúde assegura, pela primeira vez, o serviço médico oficial do Meo Kalorama, que estará de regresso ao Parque da...

Os serviços médicos de apoio serão garantidos por cerca de 30 profissionais por dia, distribuídos por uma equipa no Centro Médico e equipas no terreno, que irão auxiliar o público, nos três dias do Meo Kalorama, entre as 14H00 e a 1H00.

No terreno, a operação irá contar com duas equipas de suporte avançado de vida e seis equipas de suporte básico de vida. Existirão, também, infraestruturas fixas, constituídas por um Centro Médico e três ambulâncias, que estarão posicionadas estrategicamente para suportar a ação das Equipas no recinto.

O Centro Médico será constituído por uma zona de observação para situações de maior complexidade, sala de reanimação e sala de imagiologia. A equipa será coordenada por Sofia Lourenço, médica coordenadora da Unidade de Atendimento Urgente de adultos do Hospital Lusíadas Lisboa, Rui Dias, enfermeiro coordenador do Internamento Médico-Cirúrgico e Cirurgia de Ambulatório do Hospital Lusíadas Lisboa, e Bruno Matos, enfermeiro diretor do Hospital Lusíadas Lisboa.

A Lusíadas Saúde, que é uma das patrocinadoras do festival, estará, ainda, no recinto com uma ativação de marca que, entre outras coisas, pretende ajudar a promover hábitos de vida saudáveis.

Sofia Lourenço, médica coordenadora da Unidade de Atendimento Urgente de adultos, afirma que “a Lusíadas Saúde trabalha diariamente para honrar o seu compromisso para com o bem-estar dos portugueses, pelo que não poderíamos estar mais orgulhosos de termos sido escolhidos para dar continuidade à nossa missão no Meo Kalorama, enquanto serviço médico oficial do festival. Temos uma experiência ampla que nos permite ter um vasto conhecimento das dinâmicas habituais neste tipo de festivais e estamos preparados para dar resposta a estas com o serviço de qualidade que caracteriza a Lusíadas Saúde”.

Publicada na revista Science
Uma investigação publicada na revista Science mostra que uma bactéria natural (Delftia tsuruhatensis Tres Cantos 1 - TC1),...

A investigação inclui, também, dados de estudos preliminares de semi-campo realizados com o Institut de Recherche en Sciences de la Santé (IRSS) numa instalação ‘MosquitoSphere’ no Burkina Faso, o que sugere a possibilidade de os resultados laboratoriais serem transpostos com êxito para o terreno, com vista ao controlo da malária.

“Esta recente descoberta, que se junta à primeira vacina contra a malária e à primeira cura radical da malária P. Vivax, é o resultado do compromisso contínuo da GSK com a inovação no domínio da malária. Uma ferramenta adicional, a Delftia tsuruhatensis Tres Cantos 1 (TC1), com uma abordagem inteiramente nova para o controlo da malária, tem potencial para reduzir ainda mais o enorme impacto da malária nos países endémicos e é mais uma prova de que, através da aplicação de uma série de abordagens de prevenção, poderemos finalmente ser capazes de erradicar esta doença terrível”, considera Thomas Breuer, Chief Global Health Officer da GSK.

A descoberta da bactéria TC1 foi feita por cientistas da unidade de I&D de Saúde Global da GSK em Tres Cantos, Espanha, que trabalham na próxima geração de medicamentos contra a malária. Os cientistas observaram que os mosquitos de uma colónia de An. stephensi no seu insectário já não eram capazes de manter a infeção por P. falciparum - o tipo de malária mais prevalente e fatal em África, bem como noutras partes do mundo. As experiências confirmaram que uma estirpe específica de Delftia tsuruhatensis, denominada TC1, era responsável pela perda de capacidade infeciosa.

Os investigadores da GSK, do Johns Hopkins Malaria Research Institute e da Fundación MEDINA descobriram que a TC1 segrega quantidades muito pequenas de uma molécula, harmane, que inibe as fases iniciais do desenvolvimento do P. falciparum no intestino médio do mosquito. É importante destacar que os mosquitos expostos à bactéria TC1 ou a concentrações muito baixas de harmane apresentaram uma redução significativa na forma do parasita Plasmodium, que é transmitido aos seres humanos pela picada de um mosquito. Uma vez no intestino médio, a bactéria povoa de forma estável o intestino do mosquito e a inibição do P. falciparum dura mais de 16 dias e, possivelmente, durante todo o tempo de vida útil do mosquito.

Delftia tsuruhatensis é uma bactéria de origem natural, que já se encontra amplamente distribuída em diferentes ecossistemas (água doce e marinha, solo e plantas), o que sugere um potencial de disseminação segura no ambiente. Os mosquitos não libertam a bactéria com a sua saliva quando se alimentam, o que sugere que não é transmitida aos seres humanos.

O TC1 foi eficaz contra os mosquitos An. stephensi An. gambiae que são os principais vetores da malária na região indo-iraniana e em África. O TC1 também demonstrou inibir dois tipos de parasitas da malária - o P. falciparum, o tipo de malária mais prevalente em África, e o parasita da malária dos roedores, o P. berghei. Estes resultados sugerem um potencial de inibição do desenvolvimento de todos os parasitas da malária que afetam os seres humanos (P. vivax, P. ovale e P. malariae, para além do P. falciparum).

Existem várias características do TC1 que sugerem um baixo potencial de desenvolvimento de resistência por parte dos mosquitos ou do parasita da malária. Não tem repercussões na aptidão ou na capacidade reprodutiva do mosquito, evitando a seleção de mosquitos resistentes. Ao visar o parasita no mosquito e não nos seres humanos, o número de parasitas é muito menor, pelo que as hipóteses de o parasita desenvolver resistência são muito reduzidas.

Os dados apresentados recentemente demonstram o potencial do TC1 para ser utilizado no terreno através de tecnologias de baixo custo, o que indica que os produtos baseados no TC1 podem ser utilizados como uma abordagem totalmente nova para o controlo da malária, complementando o conjunto de ferramentas necessárias para combater a doença. Está atualmente em curso um extenso estudo de semi-campo conduzido pela GSK com parceiros do IRSS no Burkina Faso e estão em curso estudos clínicos complementares sobre eficácia, capacidade de fabrico e segurança.

"A malária é uma enorme ameaça para a saúde pública que mata milhões de crianças e restringe profundamente o desenvolvimento socioeconómico em África. Descobertas como a da bactéria TC1 têm um enorme potencial para África. Pretendemos fornecer uma solução viável que possa ser prontamente aplicada no terreno para controlar e prevenir a transmissão da malária, o que poderá ter um impacto profundo na saúde pública, de modo a ajudar a salvar a vida de milhões de crianças e a promover o desenvolvimento sustentável nas regiões onde a malária é endémica", defende o Dr. Abdoulaye Diabaté, Director of Medical Entomology and Parasitology, IRSS.

Mais comum na primavera e verão
A doença de Lyme é uma doença infeciosa crónica, que pode afetar múltiplos órgãos e sistemas.

A doença é causada pela infeção por bactérias do complexo Borrelia burgdorferi s.l., que se transmite aos humanos através da mordedura de carraças infetadas, principalmente do género Ixodes.

Os sintomas associados dependem do estadio da doença e podem ser muitos variados.

A manifestação clínica mais precoce é na pele, designa-se eritema migrans e surge três a 30 dias após a mordedura de carraça, consistindo numa mancha avermelhada no local da mordedura da carraça, muitas vezes com uma zona clara central. Mais tarde, podem surgir manchas semelhantes, embora de menores dimensões, em outras partes do corpo.

Alguns dias ou semanas depois da infeção, podem surgir outros sintomas como mal-estar geral, cansaço, febre, calafrios, dores de cabeça, rigidez da nuca, dores musculares e articulares.

A progressão da doença, ao longo de meses ou anos, pode afetar outros órgãos, como o sistema nervoso central (podendo causar meningite assética, nevrite craniana, encefalomielite...), as articulações (artrite), o coração (arritmia, miocardite, pericardite) e os olhos (conjuntivite, uveíte).

O risco da doença de Lyme é a progressão para órgãos importantes, como o sistema nervoso central e o coração, onde pode causar complicações graves como meningite assética e insuficiência cardíaca.

Nem todas as manifestações clínicas são graves, embora possam ser incomodativas (como cansaço, distúrbios do sono, memória e humor).

As manifestações da doença de Lyme podem diferir de pessoa para pessoa e de acordo com o estadio da infeção.

Se a infeção inicial não for tratada, podem surgir outras complicações meses ou anos mais tarde.

O risco de contrair a doença de Lyme é maior nas pessoas que frequentam zonas com elevado grau de humidade, como florestas e matas e em regiões do mundo onde a doença é endémica (no nordeste dos Estados Unidos da América, Europa central e oriental e Ásia oriental).

Alguns contextos ocupacionais ou recreativos (como guardas florestais, agricultores ou praticantes de campismo e passeios pedestres) favorecem esta exposição, aumentando o risco de infeção.

Existe uma distribuição etária bimodal, com um pico entre os 5 e 19 anos e outro entre os 55 e 69 anos de idade.

A melhor forma de prevenir a doença é evitando a mordedura de carraça, em particular ao frequentar matas, florestas e ambientes semelhantes em zonas endémicas.

Para isso, deve cobrir-se o máximo de superfície corporal (não esquecendo o couro cabeludo e os pés) com roupa clara (o que ajuda a localizar eventuais carraças) e calçado protetor, e deve ser aplicado repelente de carraças na pele, roupa e calçado.

Ao final do dia, em zonas endémicas, deve ser analisada toda a superfície corporal, para tentar localizar qualquer carraça e removê-la.

Se a terapêutica antibiótica for iniciada perante os primeiros sintomas, é muito eficaz e muito pouco provável a progressão para as formas mais graves da doença.

A doença de Lyme é mais comum na primavera e verão, ocorrendo a maioria dos casos entre maio e setembro. É uma doença comum, característica das zonas de clima temperado. É frequente em Portugal, onde a presença da carraça responsável pela transmissão da doença é endémica.

Bella Hadid, Justin Bieber e Shania Twain são alguns exemplos de famosos com a doença. O fator em comum que pode estar implicado é a residência em zonas onde a doença é endémica, bem como as viagens frequentes, muitas vezes também para zonas com elevada incidência de doença de Lyme.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Para ajudar a alcançar o objetivo da OMS de eliminar as hepatites virais até 2030
A Gilead anunciou o lançamento da iniciativa ALL4LIVER 2023, um programa de bolsas com o tema "Testar. Ligar. Priorizar&...

ALL4LIVER apoiará iniciativas em todo o mundo (exceto nos Estados Unidos) na área da hepatite C, da hepatite B ou da hepatite D. As organizações da sociedade civil elegíveis podem apresentar os seus pedidos de financiamento online através do portal de bolsas da Gilead até às 16h59 do dia 30 de setembro de 2023. As candidaturas serão analisadas por um painel de avaliação externo independente composto por especialistas mundiais em hepatites virais (excluindo os Estados Unidos) reconhecidos pela sua experiência em investigação sobre hepatites virais, saúde pública ou pelo trabalho desenvolvido em prol do bem-estar e saúde dos doentes.

Em Portugal, o valor das Bolsas Gilead ALL4LIVER 2023, destinado a apoiar projetos nacionais, é de100 mil dólares.

Em 2016, a Organização Mundial de Saúde estabeleceu o objetivo de eliminar as hepatites virais enquanto ameaça à saúde pública até 2030. Com apenas sete anos para atingir este objetivo, é urgente definir uma abordagem global que possa envolver os diferentes stakeholders. Durante mais de duas décadas, a Gilead tem trabalhado para melhorar a vida das pessoas que vivem com hepatites virais e continua focada em ajudar a alcançar a eliminação através de parcerias colaborativas para apoiar programas inovadores que abordam as necessidades não satisfeitas das pessoas afetadas pelas hepatites virais em todo o mundo.

“As perturbações causadas pela pandemia de COVID-19 foram profundas,” enfatizou Danjuma Kamlen Adda, Presidente da World Hepatitis Alliance. “Agora, mais do que nunca, o apoio de iniciativas como a Bolsa Gilead ALL4LIVER é vital para garantir que as hepatites virais continuam a receber a devida atenção e que continuamos a utilizar abordagens e estratégias inovadoras na luta para eliminar as hepatites virais.”

"A expansão da Bolsa Gilead ALL4LIVER 2023 reflete o nosso compromisso para enfrentar o desafio global urgente das hepatites virais e criar um futuro mais saudável para todos os que vivem com doença hepática. Ao capacitar as organizações de base comunitária, o nosso objetivo é promover a saúde do fígado e ajudar a tornar a eliminação das hepatites virais até 2030 uma realidade," disse Alex Kalomparis, Senior Vice President de Public Affairs, da Gilead Sciences.

As Bolsas ALL4LIVER foram lançadas inicialmente em 2021 para a região da Ásia-Pacífico e concedeu financiamento de mais de 1 milhão de dólares para apoiar iniciativas que melhorem a educação sobre hepatites viras, com foco na infeção pelo vírus da hepatite B nessa região. A Gilead expande agora a Bolsa ALL4Liver globalmente, fornecendo financiamento para iniciativas a implementar em África, América do Sul, Ásia e Oceania, Europa, América Central e América do Norte (excluindo os Estados Unidos).

Estudos concluem
As causas da pré-eclâmpsia, um aumento súbito da tensão arterial que coloca as mulheres em risco, continua a ser um enigma....

Embora o parto seja a única terapia disponível, não significa a cura desta condição. É que como explica a especialista, "mesmo depois de dar à luz, as mulheres podem ter uma tensão arterial perigosamente elevada durante vários dias ou semanas". "E continuam a correr um risco elevado de doenças cardiovasculares e renais décadas mais tarde”, acrescenta.

Através de uma combinação de experiências laboratoriais e estudos epidemiológicos, Garovic demonstrou que as mulheres com pré-eclâmpsia sofrem um estado de envelhecimento acelerado. Isto leva-as a desenvolver doenças relacionadas com a idade, como ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e insuficiência renal.

A investigação desta especialista está a revelar um potencial mecanismo subjacente à pré-eclâmpsia que poderá resultar na primeira terapêutica concebida para tratar a causa subjacente da doença. O trabalho também realça a importância de um maior rastreio e tratamento das mulheres com antecedentes de pré-eclâmpsia.

A maior parte da investigação sobre a pré-eclampsia baseia-se na premissa de que a doença surge na placenta, o órgão que se materializa em cada gravidez para proteger e nutrir o bebé em desenvolvimento. Os investigadores acreditam que, na pré-eclâmpsia, a placenta segrega moléculas para o sistema circulatório da mãe. Estas moléculas causam inflamação e interferem com a formação de novos vasos sanguíneos, um processo conhecido como angiogénese. Os investigadores acreditam que estas moléculas nocivas causam uma doença sistémica na mulher grávida.

O objetivo é identificar a molécula ou moléculas responsáveis, explica a nefrologista responsável pela investigação.

Durante décadas, os investigadores notaram que as placentas de gravidezes pré-eclâmpticas apresentavam frequentemente sinais de envelhecimento mais rápido do que as placentas de gravidezes normais. "No entanto, era contraintuitivo dizer que a pré-eclâmpsia era uma doença do envelhecimento se olhássemos para o caso de alguém com 25 anos", explica Garovic.

De facto, muitas das moléculas elevadas nas gravidezes pré-eclâmpticas eram marcadores bem conhecidos da senescência, um estado celular que significa literalmente "o processo de envelhecer". Garovic teorizou que a senescência pode ser a via pela qual algumas mulheres desenvolvem pré-eclâmpsia. As células senescentes deixam de se dividir, mas não morrem e nem sempre são eliminadas do organismo. Em vez disso, por vezes acumulam-se nos tecidos e segregam moléculas nocivas.

Utilizando amostras e dados do Projeto Epidemiológico de Rochester, Garovic seguiu vários sinais de envelhecimento e senescência em mulheres com e sem gravidezes pré-eclâmpticas. Juntamente com as ginecologistas obstetras da Mayo Clinic, Wendy White e Yvonne Butler Tobah, descobriu que as mulheres que tiveram pré-eclâmpsia têm um maior número de doenças crónicas mais tarde na vida e desenvolvem estas doenças numa idade muito mais jovem do que as que não têm antecedentes de pré-eclâmpsia.

Também se associou aos especialistas em senescência celular da Mayo Clinic, James Kirkland e Tamara Tchkonia, para demonstrar que as mulheres com pré-eclâmpsia sofrem um envelhecimento acelerado durante a gravidez, tal como demonstrado pelo "relógio epigenético". Estes relógios epigenéticos permitem aos investigadores calcular o envelhecimento biológico do sangue e de outros tecidos, medindo a acumulação de marcadores de metilo (que se alteram ao longo do tempo em qualquer organismo) em centenas de locais do genoma.

Os investigadores descobriram que, durante a gravidez e na altura do parto, as mulheres com pré-eclâmpsia envelheceram, em média, 2,4 anos mais depressa do que as mulheres que não tiveram problemas durante a gravidez.

Garovic está confiante de que os novos medicamentos que estão a ser desenvolvidos na área da senescência irão um dia revelar-se seguros para utilização durante a gravidez e oferecer mais opções às mulheres em risco.

Embora, atualmente, não existam tratamentos específicos disponíveis para tratar as células senescentes em mulheres com antecedentes de pré-eclâmpsia, Garovic acredita que a investigação sobre as associações entre esta complicação da gravidez e problemas de saúde futuros terá um grande impacto.

Os estudos realizados pela médica e por outros profissionais já estão a conduzir à adoção de novas orientações para o rastreio e tratamento de mulheres em risco, com o objetivo final de melhorar os resultados e salvar vidas. Por exemplo, Garovic fez parte de um grupo de trabalho da American Heart Association que analisou a hipertensão na gravidez. Redigiu a declaração científica da associação que defendia mais trabalho para proteger as mulheres das complicações da gravidez hipertensiva e das possíveis consequências pós-gravidez.

"Para as mulheres que tiveram pré-eclâmpsia, é necessário controlar a tensão arterial, verificar o colesterol e acompanhar a função renal", explica. "Temos de acompanhar o IMC e o peso, bem como tentar controlar as alterações do estilo de vida e a saúde da mulher a longo prazo."

Em ano de centenário
As pilhas e os equipamentos elétricos usados que forem entregues para reciclagem nos mais de nove mil pontos da rede Electrão ...

Regressa assim mais uma edição da iniciativa “Todos pelo IPO”, no ano em que o IPO Lisboa completa 100 anos. O Electrão volta a associar-se à instituição na dinamização desta campanha que acabou de arrancar e decorrerá até ao dia 31 de dezembro, e que se quer com grande dinamismo, em data tão especial de centenário.

Os grandes eletrodomésticos recolhidos pelo Electrão porta-a-porta, na Área Metropolitana de Lisboa, também serão contabilizados para os resultados da campanha durante o período em que decorre a iniciativa. Os pedidos podem ser feitos através do número de telefone gratuito: 800 262 333.

Poderão associar-se, igualmente, a esta campanha empresas de todo o país, com a dinamização de ações internas para reunir pilhas, baterias e equipamentos elétricos usados. A recolha poderá ser solicitada ao Electrão.

Em 2022, a campanha permitiu reunir um apoio global de 37 mil euros, que o IPO Lisboa canalizou para a aquisição de material cirúrgico de instrumentação, essencial à atividade assistencial. O valor a atribuir em 2023 dependerá das quantidades recolhidas e será também utilizado para a aquisição de equipamento médico de forma a reforçar a qualidade de prestação de cuidados de saúde.

No ano passado, a colaboração de 265 empresas, que dinamizaram várias ações no âmbito das suas políticas de responsabilidade social e ambiental, foi fundamental para os resultados da campanha que permitiu recolher um total de 156 toneladas de pilhas, baterias e equipamentos elétricos usados. Mais informações sobre a campanha podem ser consultadas na página oficial do Electrão ou no site do IPO Lisboa.

As pilhas, baterias e os equipamentos elétricos usados que não são corretamente encaminhados para reciclagem constituem um problema grave para o ambiente e para a saúde humana, já que, à medida que se degradam, vão poluindo o ar, o solo e a água pela libertação de componentes tóxicos nocivos. É, por isso, fundamental que estes aparelhos sejam encaminhados para reciclagem em unidades especializadas para o efeito.

“Ao voltar a dar as mãos ao IPO Lisboa, no âmbito desta campanha, o Electrão reforça a sua missão que é também a de proteger a saúde de todos. Paralelamente, continuamos a defender o ambiente e a incentivar o correto encaminhamento de pilhas, baterias e equipamentos elétricos para reciclagem”, sublinha o CEO do Electrão, Pedro Nazareth.

“Para o IPO Lisboa, esta campanha representa uma combinação de valores essenciais, não só pela importância de uma correta reciclagem destes materiais, para a saúde e o ambiente, mas também pelo benefício que esta recolha traduzirá para os doentes”, resume Eva Falcão, presidente do IPO Lisboa.

Investigação realizada no International Iberian Nanotechnology Laboratory
Um estudo inovador, que contou com a colaboração do Karolinska Institutet (Suécia), da Hasselt University (Bélgica) e do...

Com o objetivo de demonstrar a relação entre a poluição e a fertilidade feminina, uma equipa de investigadores - entre eles, Ernesto Alfaro-Moreno -, explorou a presença de partículas de poluição do ar em tecidos de ovários humanos e em ovócitos em vários estágios de maturação, tendo conseguido, «com recurso a tecnologia de laser (femtosecond pulsed laser illumination), visualizar as partículas de carbono negro em amostras de tecidos humanos, estando presentes em todo o fluido folicular examinado».

Segundo o INL, esta investigação «levanta preocupações quanto ao perigo de as partículas poluentes comprometerem a fertilidade feminina».

«Com um número finito de oócitos à nascença, cada mulher possui células sexuais em estado imaturo potencialmente encerradas em folículos durante décadas. Ao longo dos anos reprodutivos, a maturação dos ovócitos culmina na libertação de uma única célula a cada mês (ovulação). O estudo foi conduzido em tecido com folículos em diferentes fases de crescimento e no fluido que envolve os oócitos antes da ovulação. Em todos os estados de maturação, foram encontradas partículas de poluição do ar, comprovando a capacidade de alcançar as células sexuais femininas», esclarece em comunicado.

Estudo anteriores destacaram a ligação entre a qualidade do ar e a perda de fertilidade em mulheres. «No entanto, as orientações atuais da Organização Mundial de Saúde para a qualidade do ar baseiam-se na saúde respiratória, desconsiderando os impactos na saúde reprodutiva», alerta o grupo de investigação.

Segundo Eva Bongaerts, responsável pela condução do estudo, estes resultados «sugerem que a matéria poluente não permanece nos pulmões, alcançando outros órgãos, onde se incluem, necessariamente, os ovários».

Deste modo, e de acordo com os investigadores, urge recolocar a saúde feminina no centro da atenção da ciência e da agenda pública.

O estudo “Ambient black carbon particles in human ovaries and follicular fluid”, foi publicado na revista Environment International e pode ser consultado aqui: https://doi.org/10.1016/j.envint.2023.10814.

Candidaturas podem ser submetidas até dia 15 de dezembro
A associação Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos acaba de anunciar o lançamento da segunda edição do...

Existem três categorias de trabalhos jornalísticos elegíveis à participação no prémio: televisão, rádio e imprensa (papel e/ ou digital) com um valor de 1.250€ atribuído a cada uma delas. Existirá ainda a possibilidade de ser atribuído um prémio adicional no valor de 750€ ao trabalho mais bem avaliado pelo júri, de acordo com os critérios definidos para avaliação, qualquer que seja o meio de difusão.  

Para os critérios de avaliação serão tidos em conta a coerência com os objetivos do prémio (40%), objetividade da peça (20%), qualidade (20%) e relevância do meio de difusão (20%). Os elementos valorizados pelos membros do júri nas peças jornalísticas serão a abordagem à reabilitação do doente com AVC (qualidade e celeridade); a reintegração, em especial na vida social e profissional; o recomeço de uma “nova” vida após um AVC; as dificuldades encontradas no ambiente familiar e/ ou social, profissional e a qualidade de vida dos sobreviventes.

“É com grande entusiasmo que lançamos uma nova edição do Prémio de Jornalismo, pois consideramos que esta é uma forma de promover e destacar os bons trabalhos nacionais que se fazem sobre temáticas de saúde tão relevantes, como é o caso do Acidente Vascular Cerebral. Na primeira edição, ocorrida em abril de 2022, tivemos dois trabalhos vencedores de televisão e imprensa com muita qualidade. Esperamos que na edição deste ano existam igualmente trabalhos relevantes nas diversas categorias elegíveis ao prémio”, afirma António Conceição, Presidente da Portugal AVC.

O júri é composto por António Conceição – sobrevivente de AVC e Presidente da Portugal AVC; Isabel Nery – sobrevivente de AVC, jornalista em representação do Sindicato dos Jornalistas; Jorge Jacinto – especialista em Medicina Física de Reabilitação, Diretor de Serviço no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e Diana Wong Ramos – sobrevivente de AVC, ex-jornalista e editora.

As candidaturas devem ser entregues à Portugal AVC através do email: [email protected]. Os vencedores serão anunciados até janeiro de 2024.

Para saber mais sobre a Portugal AVC, consulte: https://www.portugalavc.pt/ e sobre o Regulamento do Prémio aqui.

Saiba o que muda
O novo diploma, resultante de uma proposta elaborada por uma comissão de especialistas e apresentada pelo Governo à Assembleia...

De acordo com a comunicado do Governo, “A Lei de Saúde Mental dispõe sobre a definição, os fundamentos e os objetivos da política de saúde mental, consagra os direitos e deveres das pessoas com necessidade de cuidados de saúde mental, regula as restrições dos seus direitos e estabelece as garantias de proteção da liberdade e da autonomia destas pessoas. O diploma reflete o quadro valorativo à luz do qual devem ser entendidas todas as abordagens terapêuticas neste domínio, baseadas na dignidade da pessoa humana”.

O que muda

Com vista a assegurar a efetividade dos direitos de que é titular, prevê-se que a pessoa com necessidade de cuidados de saúde mental seja apoiada ou representada, no exercício dos mesmos, consoante os casos, pelo acompanhante (ao abrigo do regime do maior acompanhado), pelo procurador de cuidados de saúde, pelo mandatário, pela pessoa que exerça as responsabilidades parentais, a tutela ou a quem tenha sido confiada.

Nesse contexto, prevê-se na nova lei a figura, intencionalmente informal, da pessoa da confiança — pessoa escolhida por quem tem necessidade de cuidados de saúde mental e por si expressamente indicada para, com a sua concordância, lhe prestar apoio no exercício dos seus direitos. Adicionalmente, o respeito pelas pessoas com necessidade de cuidados de saúde mental implica ver respeitadas a sua vontade e preferências, que podem ser expressas antecipadamente sob a forma de diretivas antecipadas de vontade.

Outra mudança prende-se com os requisitos e condições para o tratamento involuntário, o qual substitui o internamento compulsivo. Nos termos da nova Lei de Saúde Mental, a sujeição de cidadãos com doença mental a tratamento involuntário pode ser determinada em caso de recusa do tratamento medicamente prescrito, necessário para prevenir ou eliminar um perigo para bens jurídicos do próprio ou de terceiros.

O tratamento involuntário só pode ter lugar se for a única forma de garantir o tratamento medicamente prescrito, devendo ser adequado a prevenir ou eliminar uma das situações de perigo referidas e ser proporcional à gravidade da doença mental, ao grau do perigo e à relevância do bem jurídico.

O tratamento tem finalidade terapêutica, sendo orientado para a recuperação integral da pessoa, mediante intervenção terapêutica e psicossocial, visando a (re)capacitação, o (re)empoderamento, a reposição da autonomia da pessoa que recusa o tratamento que lhe está medicamente indicado, como forma de evitar consequências irreversíveis para a sua saúde mental, bem como a de prevenir a prática de crimes. Em coerência com a finalidade que lhe é apontada, a pessoa em tratamento involuntário participa, na medida da sua capacidade, na elaboração e execução do respetivo plano de cuidados e é ativamente envolvida nas decisões sobre o desenvolvimento do processo terapêutico.

A lei estabelece uma preferência pelo tratamento involuntário em ambulatório, assegurado pelos serviços locais de saúde mental e/ou equipas comunitárias de saúde mental, exceto se o internamento for a única forma de garantir o tratamento medicamente prescrito, cessando logo que o tratamento possa ser retomado em ambulatório.

A decisão de determinar o tratamento involuntário é uma decisão judicial, necessariamente fundamentada e baseada em avaliação clínico-psiquiátrica.

Impacto no sistema de saúde forense

A nova Lei de Saúde Mental procede também à revogação do n.º 3 do artigo 92.º do Código Penal, que, até agora, permitia, em certos casos, a prorrogação sucessiva das medidas de segurança de internamento de cidadãos inimputáveis. A subsistência de tal regime era há muito questionada, por permitir que as medidas de internamento pudessem ter, na prática, duração ilimitada ou mesmo perpétua.

Assim, com a entrada em vigor da nova lei, cessarão as medidas de segurança de internamento que, à data, já tenham ultrapassado a duração máxima da pena prevista para o tipo de crime. De acordo com o levantamento elaborado pelos serviços de internamento, estima-se que 46 pessoas estejam nessa situação na data da entrada em vigor do diploma. A cessação da medida depende, contudo, de determinação judicial.

Com vista a preparar a entrada em vigor do novo regime, o Governo estabeleceu uma articulação estreita entre as áreas governativas da Justiça, da Segurança Social e da Saúde, definindo uma metodologia através da qual foi feito o levantamento de todos os casos em relação aos quais era previsível a cessação da medida, caracterizando-se a situação clínica e social de cada um desses cidadãos através de uma abordagem multidisciplinar, congregando as informações da área da Reinserção Social, da Saúde Mental e da Segurança Social

Com base nessa caracterização, procurou-se definir a resposta mais adequada às capacidades e necessidades de cada um dos cidadãos. As respostas podem passar pela reinserção em meio familiar, pela instalação em estruturas residenciais, seja para pessoas idosas, seja para pessoas com deficiência, diferentes tipologias de respostas habitacionais, pela colocação em instituições de saúde ou em unidades da rede de cuidados continuados integrados de saúde mental.

No caso das pessoas que necessitem de manter acompanhamento de saúde mental, este será sempre assegurado pelos serviços locais de saúde mental da área da residência. Nos casos em que, devido à doença mental e à recusa de tratamento, a pessoa possa representar um perigo para bens jurídicos, próprios ou alheios, poderá ser decretado por um tribunal uma medida de tratamento involuntário, incluindo internamento involuntário, ao abrigo da Lei de Saúde Mental, nos termos acima descritos.

No caso de pessoas que, por razões de idade, saúde, deficiência ou pelo seu comportamento se encontrem impossibilitadas de exercer pessoal, plena e conscientemente os seus direitos, podem beneficiar do Regime do Maior Acompanhado, aprovado pela Lei nº 49/2018 de 14 de agosto, que permite aos tribunais decretar as necessárias medidas de acompanhamento, nomeadamente designar pessoa ou pessoas encarregadas do acompanhamento, ou seja, incumbidas de as ajudar ou representar na tomada de decisões de natureza pessoal ou patrimonial.

 

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