Em ano de centenário
As pilhas e os equipamentos elétricos usados que forem entregues para reciclagem nos mais de nove mil pontos da rede Electrão ...

Regressa assim mais uma edição da iniciativa “Todos pelo IPO”, no ano em que o IPO Lisboa completa 100 anos. O Electrão volta a associar-se à instituição na dinamização desta campanha que acabou de arrancar e decorrerá até ao dia 31 de dezembro, e que se quer com grande dinamismo, em data tão especial de centenário.

Os grandes eletrodomésticos recolhidos pelo Electrão porta-a-porta, na Área Metropolitana de Lisboa, também serão contabilizados para os resultados da campanha durante o período em que decorre a iniciativa. Os pedidos podem ser feitos através do número de telefone gratuito: 800 262 333.

Poderão associar-se, igualmente, a esta campanha empresas de todo o país, com a dinamização de ações internas para reunir pilhas, baterias e equipamentos elétricos usados. A recolha poderá ser solicitada ao Electrão.

Em 2022, a campanha permitiu reunir um apoio global de 37 mil euros, que o IPO Lisboa canalizou para a aquisição de material cirúrgico de instrumentação, essencial à atividade assistencial. O valor a atribuir em 2023 dependerá das quantidades recolhidas e será também utilizado para a aquisição de equipamento médico de forma a reforçar a qualidade de prestação de cuidados de saúde.

No ano passado, a colaboração de 265 empresas, que dinamizaram várias ações no âmbito das suas políticas de responsabilidade social e ambiental, foi fundamental para os resultados da campanha que permitiu recolher um total de 156 toneladas de pilhas, baterias e equipamentos elétricos usados. Mais informações sobre a campanha podem ser consultadas na página oficial do Electrão ou no site do IPO Lisboa.

As pilhas, baterias e os equipamentos elétricos usados que não são corretamente encaminhados para reciclagem constituem um problema grave para o ambiente e para a saúde humana, já que, à medida que se degradam, vão poluindo o ar, o solo e a água pela libertação de componentes tóxicos nocivos. É, por isso, fundamental que estes aparelhos sejam encaminhados para reciclagem em unidades especializadas para o efeito.

“Ao voltar a dar as mãos ao IPO Lisboa, no âmbito desta campanha, o Electrão reforça a sua missão que é também a de proteger a saúde de todos. Paralelamente, continuamos a defender o ambiente e a incentivar o correto encaminhamento de pilhas, baterias e equipamentos elétricos para reciclagem”, sublinha o CEO do Electrão, Pedro Nazareth.

“Para o IPO Lisboa, esta campanha representa uma combinação de valores essenciais, não só pela importância de uma correta reciclagem destes materiais, para a saúde e o ambiente, mas também pelo benefício que esta recolha traduzirá para os doentes”, resume Eva Falcão, presidente do IPO Lisboa.

Investigação realizada no International Iberian Nanotechnology Laboratory
Um estudo inovador, que contou com a colaboração do Karolinska Institutet (Suécia), da Hasselt University (Bélgica) e do...

Com o objetivo de demonstrar a relação entre a poluição e a fertilidade feminina, uma equipa de investigadores - entre eles, Ernesto Alfaro-Moreno -, explorou a presença de partículas de poluição do ar em tecidos de ovários humanos e em ovócitos em vários estágios de maturação, tendo conseguido, «com recurso a tecnologia de laser (femtosecond pulsed laser illumination), visualizar as partículas de carbono negro em amostras de tecidos humanos, estando presentes em todo o fluido folicular examinado».

Segundo o INL, esta investigação «levanta preocupações quanto ao perigo de as partículas poluentes comprometerem a fertilidade feminina».

«Com um número finito de oócitos à nascença, cada mulher possui células sexuais em estado imaturo potencialmente encerradas em folículos durante décadas. Ao longo dos anos reprodutivos, a maturação dos ovócitos culmina na libertação de uma única célula a cada mês (ovulação). O estudo foi conduzido em tecido com folículos em diferentes fases de crescimento e no fluido que envolve os oócitos antes da ovulação. Em todos os estados de maturação, foram encontradas partículas de poluição do ar, comprovando a capacidade de alcançar as células sexuais femininas», esclarece em comunicado.

Estudo anteriores destacaram a ligação entre a qualidade do ar e a perda de fertilidade em mulheres. «No entanto, as orientações atuais da Organização Mundial de Saúde para a qualidade do ar baseiam-se na saúde respiratória, desconsiderando os impactos na saúde reprodutiva», alerta o grupo de investigação.

Segundo Eva Bongaerts, responsável pela condução do estudo, estes resultados «sugerem que a matéria poluente não permanece nos pulmões, alcançando outros órgãos, onde se incluem, necessariamente, os ovários».

Deste modo, e de acordo com os investigadores, urge recolocar a saúde feminina no centro da atenção da ciência e da agenda pública.

O estudo “Ambient black carbon particles in human ovaries and follicular fluid”, foi publicado na revista Environment International e pode ser consultado aqui: https://doi.org/10.1016/j.envint.2023.10814.

Candidaturas podem ser submetidas até dia 15 de dezembro
A associação Portugal AVC – União de Sobreviventes, Familiares e Amigos acaba de anunciar o lançamento da segunda edição do...

Existem três categorias de trabalhos jornalísticos elegíveis à participação no prémio: televisão, rádio e imprensa (papel e/ ou digital) com um valor de 1.250€ atribuído a cada uma delas. Existirá ainda a possibilidade de ser atribuído um prémio adicional no valor de 750€ ao trabalho mais bem avaliado pelo júri, de acordo com os critérios definidos para avaliação, qualquer que seja o meio de difusão.  

Para os critérios de avaliação serão tidos em conta a coerência com os objetivos do prémio (40%), objetividade da peça (20%), qualidade (20%) e relevância do meio de difusão (20%). Os elementos valorizados pelos membros do júri nas peças jornalísticas serão a abordagem à reabilitação do doente com AVC (qualidade e celeridade); a reintegração, em especial na vida social e profissional; o recomeço de uma “nova” vida após um AVC; as dificuldades encontradas no ambiente familiar e/ ou social, profissional e a qualidade de vida dos sobreviventes.

“É com grande entusiasmo que lançamos uma nova edição do Prémio de Jornalismo, pois consideramos que esta é uma forma de promover e destacar os bons trabalhos nacionais que se fazem sobre temáticas de saúde tão relevantes, como é o caso do Acidente Vascular Cerebral. Na primeira edição, ocorrida em abril de 2022, tivemos dois trabalhos vencedores de televisão e imprensa com muita qualidade. Esperamos que na edição deste ano existam igualmente trabalhos relevantes nas diversas categorias elegíveis ao prémio”, afirma António Conceição, Presidente da Portugal AVC.

O júri é composto por António Conceição – sobrevivente de AVC e Presidente da Portugal AVC; Isabel Nery – sobrevivente de AVC, jornalista em representação do Sindicato dos Jornalistas; Jorge Jacinto – especialista em Medicina Física de Reabilitação, Diretor de Serviço no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e Diana Wong Ramos – sobrevivente de AVC, ex-jornalista e editora.

As candidaturas devem ser entregues à Portugal AVC através do email: info@portugalavc.pt. Os vencedores serão anunciados até janeiro de 2024.

Para saber mais sobre a Portugal AVC, consulte: https://www.portugalavc.pt/ e sobre o Regulamento do Prémio aqui.

Saiba o que muda
O novo diploma, resultante de uma proposta elaborada por uma comissão de especialistas e apresentada pelo Governo à Assembleia...

De acordo com a comunicado do Governo, “A Lei de Saúde Mental dispõe sobre a definição, os fundamentos e os objetivos da política de saúde mental, consagra os direitos e deveres das pessoas com necessidade de cuidados de saúde mental, regula as restrições dos seus direitos e estabelece as garantias de proteção da liberdade e da autonomia destas pessoas. O diploma reflete o quadro valorativo à luz do qual devem ser entendidas todas as abordagens terapêuticas neste domínio, baseadas na dignidade da pessoa humana”.

O que muda

Com vista a assegurar a efetividade dos direitos de que é titular, prevê-se que a pessoa com necessidade de cuidados de saúde mental seja apoiada ou representada, no exercício dos mesmos, consoante os casos, pelo acompanhante (ao abrigo do regime do maior acompanhado), pelo procurador de cuidados de saúde, pelo mandatário, pela pessoa que exerça as responsabilidades parentais, a tutela ou a quem tenha sido confiada.

Nesse contexto, prevê-se na nova lei a figura, intencionalmente informal, da pessoa da confiança — pessoa escolhida por quem tem necessidade de cuidados de saúde mental e por si expressamente indicada para, com a sua concordância, lhe prestar apoio no exercício dos seus direitos. Adicionalmente, o respeito pelas pessoas com necessidade de cuidados de saúde mental implica ver respeitadas a sua vontade e preferências, que podem ser expressas antecipadamente sob a forma de diretivas antecipadas de vontade.

Outra mudança prende-se com os requisitos e condições para o tratamento involuntário, o qual substitui o internamento compulsivo. Nos termos da nova Lei de Saúde Mental, a sujeição de cidadãos com doença mental a tratamento involuntário pode ser determinada em caso de recusa do tratamento medicamente prescrito, necessário para prevenir ou eliminar um perigo para bens jurídicos do próprio ou de terceiros.

O tratamento involuntário só pode ter lugar se for a única forma de garantir o tratamento medicamente prescrito, devendo ser adequado a prevenir ou eliminar uma das situações de perigo referidas e ser proporcional à gravidade da doença mental, ao grau do perigo e à relevância do bem jurídico.

O tratamento tem finalidade terapêutica, sendo orientado para a recuperação integral da pessoa, mediante intervenção terapêutica e psicossocial, visando a (re)capacitação, o (re)empoderamento, a reposição da autonomia da pessoa que recusa o tratamento que lhe está medicamente indicado, como forma de evitar consequências irreversíveis para a sua saúde mental, bem como a de prevenir a prática de crimes. Em coerência com a finalidade que lhe é apontada, a pessoa em tratamento involuntário participa, na medida da sua capacidade, na elaboração e execução do respetivo plano de cuidados e é ativamente envolvida nas decisões sobre o desenvolvimento do processo terapêutico.

A lei estabelece uma preferência pelo tratamento involuntário em ambulatório, assegurado pelos serviços locais de saúde mental e/ou equipas comunitárias de saúde mental, exceto se o internamento for a única forma de garantir o tratamento medicamente prescrito, cessando logo que o tratamento possa ser retomado em ambulatório.

A decisão de determinar o tratamento involuntário é uma decisão judicial, necessariamente fundamentada e baseada em avaliação clínico-psiquiátrica.

Impacto no sistema de saúde forense

A nova Lei de Saúde Mental procede também à revogação do n.º 3 do artigo 92.º do Código Penal, que, até agora, permitia, em certos casos, a prorrogação sucessiva das medidas de segurança de internamento de cidadãos inimputáveis. A subsistência de tal regime era há muito questionada, por permitir que as medidas de internamento pudessem ter, na prática, duração ilimitada ou mesmo perpétua.

Assim, com a entrada em vigor da nova lei, cessarão as medidas de segurança de internamento que, à data, já tenham ultrapassado a duração máxima da pena prevista para o tipo de crime. De acordo com o levantamento elaborado pelos serviços de internamento, estima-se que 46 pessoas estejam nessa situação na data da entrada em vigor do diploma. A cessação da medida depende, contudo, de determinação judicial.

Com vista a preparar a entrada em vigor do novo regime, o Governo estabeleceu uma articulação estreita entre as áreas governativas da Justiça, da Segurança Social e da Saúde, definindo uma metodologia através da qual foi feito o levantamento de todos os casos em relação aos quais era previsível a cessação da medida, caracterizando-se a situação clínica e social de cada um desses cidadãos através de uma abordagem multidisciplinar, congregando as informações da área da Reinserção Social, da Saúde Mental e da Segurança Social

Com base nessa caracterização, procurou-se definir a resposta mais adequada às capacidades e necessidades de cada um dos cidadãos. As respostas podem passar pela reinserção em meio familiar, pela instalação em estruturas residenciais, seja para pessoas idosas, seja para pessoas com deficiência, diferentes tipologias de respostas habitacionais, pela colocação em instituições de saúde ou em unidades da rede de cuidados continuados integrados de saúde mental.

No caso das pessoas que necessitem de manter acompanhamento de saúde mental, este será sempre assegurado pelos serviços locais de saúde mental da área da residência. Nos casos em que, devido à doença mental e à recusa de tratamento, a pessoa possa representar um perigo para bens jurídicos, próprios ou alheios, poderá ser decretado por um tribunal uma medida de tratamento involuntário, incluindo internamento involuntário, ao abrigo da Lei de Saúde Mental, nos termos acima descritos.

No caso de pessoas que, por razões de idade, saúde, deficiência ou pelo seu comportamento se encontrem impossibilitadas de exercer pessoal, plena e conscientemente os seus direitos, podem beneficiar do Regime do Maior Acompanhado, aprovado pela Lei nº 49/2018 de 14 de agosto, que permite aos tribunais decretar as necessárias medidas de acompanhamento, nomeadamente designar pessoa ou pessoas encarregadas do acompanhamento, ou seja, incumbidas de as ajudar ou representar na tomada de decisões de natureza pessoal ou patrimonial.

 

Atividade física
A chegada do bom tempo traz consigo a vontade de fazer caminhadas e passeios ao ar livre na companhi

As dores musculares estão presentes na vida de todas as pessoas, sejam leves ou fortes, sejam pontuais ou constantes, e surgem devido a um esforço muscular extremo, quer pela intensidade, quer pela duração do exercício, ou por questões de tensão e stress em alguns casos. Podem afetar uma pequena área ou o corpo todo e podem causar algum desconforto no nosso dia-a-dia, pelo que é essencial saber como lidar com elas.

Existem várias formas de tratar e prevenir as dores musculares, sobretudo, se a sua origem for esforço por praticar uma atividade física com mais intensidade. Relembramos seis dicas essenciais 1 para que as dores musculares não lhe estraguem os planos:

  1. Alongar e descansar: Alongar é fundamental para ampliar os espaços internos, diminuindo a pressão intra-articular, bem como a resistência interna aos movimentos. E por isso, exercícios de alongamentos têm um papel vital para uma recuperação eficaz. Também o repouso é fundamental para aliviar a tensão que o peso do corpo, ou de outros movimentos, podem criar micro lesões do tecido muscular, pois ajuda a reparar o mesmo. Descansar o corpo e dormir bem são importantes para que os nossos músculos se restabeleçam.
  2. Água e alimentação cuidada: Beber água antes, durante e após o exercício ou esforço físico, ajuda na oxigenação dos músculos e evita o aparecimento de lesões e dores musculares. Já uma boa alimentação é a base para recompor as energias do corpo e dos músculos e mantê-los saudáveis. É crucial estarmos atentos à qualidade dos alimentos que escolhemos para as refeições.
  3. Praticar exercício físico regularmente: Incluir atividade física regular na sua rotina, como caminhar, andar de bicicleta ou nadar, vai ajudá-lo a manter-se em movimento e a cuidar dos seus músculos. Assim, além de ter um estilo de vida mais saudável, fica menos propenso a sofrer com dores musculares depois de esforços físicos mais intensos.
  4. Frio e calor: Em caso de lesões, o frio pode ser útil na redução da dor aguda e da inflamação nos primeiros dias. A aplicação de gelo deve ser feita no dia, assim que possível, até seis horas depois de a dor se instalar. É importante recordar que o gelo não deve ser aplicado diretamente sobre a lesão, mas sim na zona circundante. Por outro lado, água quente também pode ser um bom aliado no alívio da dor, uma vez que estimula a circulação e ajuda a relaxar o músculo. Caso seja possível, pode alternar entre compressas frias e quentes no local da dor, enquanto a temperatura quente ajuda na circulação, a temperatura fria foca-se na diminuição dos efeitos inflamatórios.
  5. Compressão e elevação: Se fizer alguma lesão, a compressão pode ajudar a reduzir o inchaço. Para tal, basta envolver cuidadosamente o músculo lesionado com uma ligadura elástica. A elevação também contribuir para o mesmo efeito. Experimente elevar o músculo dorido, enquanto descansa.
  6. Massajar: As massagens podem ser úteis para libertar os músculos e ajudá-los a relaxar. Massajar a zona dorida ajuda a diminuir as toxinas associadas à degradação das fibras musculares e a libertar as enzimas inflamatórias naturalmente. Simultaneamente, a massagem vai permitir que o músculo seja mais rapidamente oxigenado.

 

Referências:

1 Dores musculares e articulares. Disponível em: https://www.aspirina.pt/dores/dores-musculares. [Consultado em julho de 2023].

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mayo Clinic
Utilizando modelos humanos de "mini-cérebros" conhecidos como organoides, cientistas da Mayo Clinic e da Universidade...

Descobertas

A equipa descobriu um desequilíbrio anormal de neurónios excitatórios no prosencéfalo das pessoas com a doença, em função do tamanho da cabeça.

"Esta tecnologia de organoides permitiu-nos recriar o desenvolvimento cerebral alterado que ocorreu nos doentes quando estavam no útero. Acredita-se que é aí que se origina a perturbação do espetro do autismo", explica Alexej Abyzov, investigador genómico do Departamento de Ciências de Cuidados Quantitativos do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic.

O que é a perturbação do espetro do autismo?

A perturbação do espetro do autismo é uma doença neurológica que afeta a forma como as pessoas percecionam e interagem com os outros. Cria desafios à comunicação e ao comportamento social. O termo "espetro" realça uma grande variedade de sintomas e graus de gravidade. Inclui o autismo, a síndrome de Asperger, a perturbação desintegrativa da infância e uma forma não específica de perturbação pervasiva do desenvolvimento.

A Organização Mundial de Saúde estima que 1 em cada 100 crianças em todo o mundo tem autismo.

Mais informações sobre os "mini-cérebros

Para o estudo, os cientistas começaram por criar modelos tridimensionais em miniatura semelhantes ao cérebro, denominados organoides. Os aglomerados de células do tamanho de uma ervilha começaram por ser células da pele de pessoas com perturbações do espetro do autismo. As células da pele foram colocadas numa placa de Petri e "reprogramadas" para regressarem a um estado semelhante ao das células estaminais, as chamadas células estaminais pluripotentes induzidas. Estas chamadas células-mestras podem ser induzidas a desenvolver-se em qualquer célula do corpo, incluindo células cerebrais. 

Os cientistas utilizaram então uma tecnologia especial chamada sequenciação do ácido ribonucleico (ARN) de uma única célula para estudar os padrões de expressão genética das células cerebrais individuais. No total, examinaram 664.272 células cerebrais em três fases diferentes do desenvolvimento do cérebro.

Os cientistas descobriram também que o desequilíbrio nos neurónios resultava de alterações na atividade de certos genes conhecidos como "fatores de transcrição", que desempenham um papel essencial na orientação do desenvolvimento das células durante as fases iniciais da formação do cérebro.

Construir a evidência

Este estudo baseia-se em 13 anos de estudos publicados sobre a perturbação do espetro do autismo por Abyzov e seus colaboradores, incluindo Flora Vaccarino, neurocientista da Universidade de Yale. Num estudo pioneiro, demonstraram as diferenças moleculares em organoides entre pessoas com e sem autismo e implicaram a desregulação de um fator de transcrição específico chamado FOXG1 como a causa subjacente da perturbação.

"O autismo é, acima de tudo, uma doença genética. O nosso objetivo é ter a capacidade de determinar o risco de perturbação do espetro do autismo e, eventualmente, de o prevenir num nascituro através de testes genéticos durante os cuidados pré-natais. No entanto, isso exigiria um conhecimento pormenorizado da forma como a regulação cerebral é afetada durante o desenvolvimento. Há muitos aspetos em que os organoides podem ajudar nesta direção", explica Abyzov.

22 de agosto
O webinar “Primeiros passos para codificar na Saúde” é uma iniciativa da GS1 Portugal, organização neutra, sem fins lucrativos,...

O principal objetivo desta ação formativa, a decorrer amanhã, 22 de agosto, com início às 10h00, e a duração prevista de uma hora, é dar a conhecer as principais características do sistema de Standards GS1 aplicado ao setor da saúde. Nesse sentido, contará com os seguintes conteúdos programáticos:

  • Introdução ao sistema de Standards GS1;
  • Codificação de produtos na saúde;
  • Identificação Única em Medicamentos e Dispositivos Médicos.

Este webinar visa promover a partilha de informação para uma gestão mais eficiente no setor da saúde e é, assim, um estímulo à codificação e rastreabilidade dos produtos.

Para informação adicional e inscrições nesta formação, por favor, aceder ao formulário.

 

Descubra como o evitar
Sem sabermos, podemos estar a contribuir para uma maior contaminação das nossas refeições através de

Se ainda não ouviu falar de acrilamida, está na altura de ficar a saber tudo sobre a substância química formada quando confeciona mal alimentos ou quando deixa queimar as torradas. Segundo os peritos da EFSA, a exposição à acrilamida oferece possíveis efeitos nocivos no sistema nervoso, no desenvolvimento pré e pós-natal e na reprodução masculina. Contudo, estes efeitos não são considerados preocupantes, com base nos atuais níveis de exposição alimentar.

A acrilamida é uma substância química que se forma naturalmente em produtos alimentares amiláceos quando são cozinhados a altas temperaturas (acima de 120°C) e em condições de baixa humidade, nomeadamente, alimentos feitos de cereais, tais como cereais de pequeno-almoço, bolachas, torradas e café. Também produtos de batata e/ou batata-doce como batatas fritas, são exemplos de alimentos com níveis mais elevados de acrilamida.

Para evitar os seus efeitos nefastos, é importante reduzir a sua quantidade nos alimentos através de uma confeção mais cuidadosa, e é por isso que a campanha #EUChooseSafeFood, realizada pela EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos) em parceria com a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica), traz as três principais ações a ter para evitar esta substância:

  • Cozinhe os alimentos a temperaturas mais baixas. Evite fritar, grelhar ou assar alimentos a altas temperaturas e evite deixar a superfície dos alimentos demasiado tostada ou queimada. Se o alimento que está a cozinhar é rico em amido tenha especial atenção e cozinhe-o por um período mais longo com uma temperatura reduzida.
  • Opte por métodos de cozedura mais saudáveis. Ao preparar alimentos dê preferência a métodos de cozedura mais saudáveis, como cozinhar a vapor, ferver, cozinhar no forno ou grelhar em vez de fritar. Estes métodos reduzem a formação de acrilamida.
  • Varie a sua dieta. Ter uma dieta variada e equilibrada é sempre recomendado. Além de ajudar a reduzir a exposição à acrilamida, garante uma ingestão variada de nutrientes essenciais.

Filipa Melo de Vasconcelos, Subinspetora-Geral da ASAE reforça que “a acrilamida é formada a partir de açúcares e aminoácidos, principalmente um chamado asparagina, que estão naturalmente presentes em muitos alimentos. E, embora seja praticamente impossível eliminar a acrilamida dos alimentos amiláceos cozinhados, é possível reduzir a sua quantidade seguindo os conselhos que a campanha transmite”.

A campanha #EUChooseSafeFood alerta a população sobre os perigos associados e a importância de evitar a exposição a esta substância prejudicial.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DGS deixa recomendações
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera as temperaturas vão subir nos próximos dias, podendo as máximas atingir...

Em dias de temperaturas elevadas, a Direção-Geral da Saúde recomenda a adoção de medidas de proteção adicionais:

  • Procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados, pelo menos 2 a 3 horas por dia;
  • Aumentar o consumo de água, pelo menos 1,5lts, ou de sumos de fruta natural sem açúcar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  • Evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas. Utilizar protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de 2 em 2 horas e após os banhos na praia ou piscina;
  • Utilizar roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta;
  • Evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente desportivas e de lazer no exterior;
  • Escolher as horas de menor calor para viajar de carro. Não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol;
  • Dar atenção especial a grupos mais vulneráveis ao calor, tais como crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas;
  • Os doentes crónicos ou sujeitos a medicação e/ou dietas especificas devem seguir as recomendações do médico assistente ou do centro de contacto SNS 24: 808 24 24 24;
  • Assegurar que as crianças consomem frequentemente água ou sumos de fruta natural e que permanecem em ambiente fresco e arejado. As crianças com menos de 6 meses não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta;
  • Contactar e acompanhar as pessoas idosas e outras pessoas que vivam isoladas. Assegurar a sua correta hidratação e permanência em ambiente fresco e arejado.

Para se proteger dos efeitos negativos do calor intenso mantenha-se informado, hidratado e fresco.

Trabalho do Núcleo de Coordenação Hospitalar de Doação (NCHD)
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) tornou-se pioneiro em Portugal no reconhecimento da qualidade das suas...

Segundo a unidade Hospitalar, “este importante passo de certificação e gestão da qualidade coloca o HFF na linha da frente como o único hospital nacional detentor de reconhecimento dos mais exigentes parâmetros internacionais de qualidade. Este processo constituiu um desafio estratégico que afirma a excelência clínica e organizacional do HFF e o seu compromisso de melhoria contínua dos processos, trazendo benefícios para a segurança dos doentes transplantados e repercussões diretas nos cuidados de saúde prestados aos utentes que beneficiam dos órgãos e tecidos colhidos no HFF”.

E explica: “Esta certificação da qualidade foi alcançada para os processos de doação e colheita de órgãos em dadores em morte cerebral e para a doação e colheita de córneas em dadores de coração parado. Resultou do trabalho meticuloso empreendido pelo Núcleo de Coordenação Hospitalar de Doação (NCHD) do HFF, uma equipa multidisciplinar formada por seis médicos, dois enfermeiros e um técnico operacional, todos com formação específica e continuada nesta área”.

Esta é mais uma inovação levada a cabo pelo NCHD, que tem impulsionado desde a sua constituição, em 2009, um espírito empreendedor, para promover as dádivas de órgãos na instituição. No âmbito desse dinamismo, destaca-se o desenvolvimento da ferramenta informática “DonorNow”, em parceria com o Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação, para sinalização automática de “catástrofes neurológicas” através dos exames de Tomografia Computorizada realizados no HFF; o sistema de sinalização de óbitos no serviço de Anatomia Patológica; a participação na elaboração do Registo Português de Transplantação, em parceria com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), para além da apresentação de diversos trabalhos em reuniões científicas, cursos e ações de divulgação junto de escolas secundárias.

O desenvolvimento e consolidação dos processos de doação e colheita, permitiram implementar programas de transplante de córneas pelo Serviço de Oftalmologia do HFF, bem como de aplicação de tecido osteotendinoso pelo Serviço de Ortopedia, atividades todas elas também devidamente autorizadas pelo IPST e certificadas pelo programa da qualidade da Direção Geral da Saúde (DGS).

O processo de identificação de potenciais dadores de órgãos e tecidos envolve um alargado número de profissionais de saúde e exige uma sensibilização permanente de todos os prestadores de cuidados de saúde dos diferentes serviços do HFF. Esta é, também, uma preocupação do NCHD que, ao longo dos anos, tem mantido permanente disponibilidade e empenho na realização de ações de formação e sensibilização em múltiplos serviços e unidades do hospital.

Desde a constituição desta equipa, em 2009, o HFF totalizou a colheita de 218 órgãos, provenientes de 103 dadores em morte cerebral.

Adicionalmente, foram colhidas, nos últimos 14 anos, 450 córneas. Foram transplantadas 98 córneas pelo Serviço de Oftalmologia do HFF e outras tantas fornecidas para o Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, ao abrigo de um protocolo de colaboração entre as duas instituições.

Ao nível dos tecidos não oculares, o HFF tem a registar um total de 43 peças de tecido colhidas (entre osso, tendões e válvulas cardíacas) e enviados para o banco de tecidos de Lisboa.

O HFF contribui assim para que Portugal ocupe o segundo lugar europeu, abaixo de Espanha, no número de transplantes por milhão de habitantes. À escala mundial, o nosso país está em quarto lugar em taxas de colheitas e transplantação de órgãos, por milhão de habitante, logo após os EUA, Espanha e a Islândia.

Campanha de Vacinação Sazonal de Outono-Inverno 2023
As farmácias comunitárias vão poder administrar a vacina de COVID-19 em simultâneo com a da gripe, durante a Campanha de...

A campanha de vacinação terá início na segunda quinzena de setembro. Até lá será disponibilizada informação sobre o processo de agendamento da vacina e farmácias aderentes, que segundo a Ordem dos Farmacêuticos poderão ser cerca de 2600.

A experiência de vacinação para a gripe em farmácias comunitárias contribuiu para acelerar o processo de proteção da população. Aproveitando o conhecimento adquirido durante a pandemia na vacinação contra a COVID-19 nos centros de vacinação, o Ministério da Saúde decidiu internalizar este processo nas suas estruturas, nomeadamente em centros de saúde, e alargá-lo agora às farmácias comunitárias, desde que reúnam os requisitos e as condições previstas na Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro, alterada pela Portaria n.º 97/2018, de 9 de abril.

A DGS, através do Núcleo de Vacinação, vai emitir as orientações técnicas para o processo de vacinação – como por exemplo, definindo os critérios de vacinação e dos utentes elegíveis –, fornecendo assim a base para a implementação das estratégias aprovadas.

Apesar de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter declarado o fim da pandemia COVID-19, no dia 5 de maio de 2023, o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) mantém a indicação para a vacinação sazonal contra a COVID-19, com vacinas adaptadas às estirpes do vírus SARS-CoV-2 em circulação.

 

Em agenda esteva o novo projeto-lei para as Unidades de Saúde Familiar
“Uma mão cheia de nada”. Foi este o sentimento geral com que o Sindicato dos Enfermeiros ficou depois da reunião da última...

Uma “oportunidade perdida” – “mais uma” - que, no contexto da retoma das negociações que sucedeu a um largo período de falta de diálogo por parte dos responsáveis ministeriais, “não augura nada de bom”.

“Uma certeza temos, não obstante a tutela dizer andar muito preocupada em assegurar médico de família para todos os portugueses, só existem Unidades de Saúde Familiar se existirem enfermeiros, e estamos a falar de enfermeiros motivados…”, atira Pedro Costa, deixando perceber nas entrelinhas a recolocação no horizonte de novas formas de luta, caso a situação não evolua a “muito breve trecho”.

“O diploma em análise sobre Unidades de Saúde Familiar transporta um conjunto de entropias que tem de ser corrigido. E carece de uma tipificação clara nos critérios que elenca. Não pode haver unidades de saúde de primeira, com incentivos, e unidades de saúde de segunda, sem esses mesmos incentivos, onde os profissionais de saúde (a contratar) não quererão trabalhar ou onde, aqueles que já lá estão, exercerão a sua profissão de uma forma desmotivada”, sublinha o presidente do SE.

Para o representante dos enfermeiros lusos, o novo projeto-lei gizado para as Unidades de Saúde Familiar transporta “várias ideias que a realidade pragmática, no terreno, mostra não fazerem sentido”. E concretiza: “Não podemos, seriamente, estar a planear aliviar as urgências hospitalares de casos eventualmente desnecessários com horários de atendimento rígidos na rede de cuidados primários, pois uma coisa não joga com a outra”.

No entendimento da estrutura sindical, o ministério da tutela continua a reagir e não a agir, num momento que urge reestruturar estratégica, global e integradamente o Serviço Nacional de Saúde.

Profundamente preocupados pelo adiamento - uma vez mais – de uma reforma importante para todo o sistema de cuidados de saúde, particularmente os primários, o SE vinca que o verdadeiro motor da saúde portuguesa deve passar pela prevenção e promoção da saúde.

“Demos várias sugestões para que este projeto-lei pareça menos um remendo do que nos está a parecer, pois queremos que, mesmo assim, represente um momento de crescimento da qualidade nos serviços que os profissionais de saúde prestam à população”, enfatiza Pedro Costa.

O presidente do SE tem a expectativa de que a próxima reunião de trabalho com o Ministério da Saúde possa acontecer já em setembro. Até porque questões como a valorização da carreira, a especialização, o reconhecimento do risco e da penosidade da profissão, de desgaste rápido, e a dedicação ao SNS são questões que o SE quer ver debatidas com a máxima urgência, sob pena de não restar outra alternativa que não endurecer a luta dos enfermeiros, enfraquecendo ainda mais a débil resposta do SNS aos problemas de saúde dos portugueses.

Opinião
Na sequência de um pacto tripartido assinado entre o Governo e os setores da produção e da distribui

Cereais e derivados, tubérculos: Pão, Batata, Massas, Arroz

Laticínios: Leite de Vaca, Iogurtes ou leites fermentados, Queijos

Frutas: Maçã, Banana, Laranja, Pera, Melão.

Leguminosas: Feijão vermelho, Feijão Frade, Grão-de-bico

Legumes e Hortícolas: Cebola, Tomate, Couve-flor, Alface, Brócolos, Cenoura, Courgette, Alho Francês, Abóbora, Grelos, Couve Portuguesa, Espinafres, Nabo, Ervilhas

Carne e Pescado: Porco, Frango, Peru, Vaca, Bacalhau, Sardinha, Pescada, Carapau, Dourada, Cavala

Gorduras e óleos: Azeite, Óleos vegetais, Manteiga

Outros produtos: Atum em conserva, Ovos de galinha, Bebidas e Iogurtes de base vegetal, e produtos sem glúten para doentes celíacos.

Os produtos foram escolhidos tendo em conta o cabaz de alimentação saudável do Ministério da Saúde e os dados das empresas de distribuição sobre os produtos mais consumidos pelos portugueses.

De forma a apoiar os cidadãos em opções alimentares saudáveis, foi publicado um guia sobre os grupos alimentares e uma alimentação saudável, responsabilidade da Secretaria de Estado da Promoção da Saúde e do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável da Direção Geral da Saúde. O guia “Eu escolho comer bem com os alimentos do cabaz IVA 0%” é publicado no dia em que entra em vigor a Lei nº 17/2023, que procede à aplicação transitória de isenção de IVA a certos produtos alimentares lançada em março de 2023.

Ao consultar este guia pode encontrar os alimentos selecionados com apoio do Ministério da Saúde para a isenção de IVA, recomendações para uma alimentação equilibrada em função da idade e propostas de ementas e receitas.

O guia mostra ainda que, de acordo com a Roda dos Alimentos, cada um dos grupos alimentares apresenta funções e características nutricionais específicas, pelo que todos eles devem estar presentes na alimentação diária, não devendo ser substituídos entre si. Dentro de cada grupo estão reunidos alimentos nutricionalmente semelhantes, podendo e devendo ser regularmente substituídos uns pelos outros, de modo a assegurar a necessária variedade.

A ementa deve ser completa, variada e equilibrada. As refeições devem começar sempre com uma sopa de legumes. Depois, o prato da refeição deve dividir-se em T, metade do prato para os hortícolas e a outra metade repartida entre a carne (ou pescado ou ovos) e os alimentos dos grupos dos cereais e tubérculos (batata, arroz ou massa). A refeição deve terminar com fruta à sobremesa e a água é a bebida que nos deve acompanhar sempre. As leguminosas (feijão, grão ou ervilha) também podem e devem estar presentes, na sopa ou no prato. Variar ao longo das diferentes refeições é muito importante. Variar entre carne, peixe e ovos e idealmente ter um número de refeições de peixe igual ou superior ao número de refeições de carne. Variar nos alimentos do grupo dos cereais (arroz, massa ou batata), variar os hortícolas e escolher fruta de diferentes cores ao longo da semana. Dar preferência a métodos de confeção mais saudáveis. Deve dar-se preferência a “pratos de panela”, cheios de cor e sabor, métodos de confeção que protejam o valor nutricional dos alimentos, como por exemplo, as jardineiras, estufados, cozidos, arrozes e limitar os fritos uma vez que acrescentam gordura aos alimentos.

A alimentação saudável e a prática regular de atividade física são os fatores mais determinantes na prevenção das doenças crónicas, nomeadamente na diabetes. “Faça da Alimentação Saudável um Direito, não um privilégio”.


In Nutrimento, Alimentação saudável com o cabaz IVA 0%. 18 abril, 2023.
In Nutrimento, poster Faça da Alimentação Saudável um Direito, não um privilégio, DMD 2015.


Rita Roldão - Técnica Superior Departamento de saúde pública; Mestrado em Dietética e Nutrição pela Faculdade de Medicina de Lisboa; membro efetivo Ordem dos Nutricionistas 1439N; sócia da www.girohc.pt/

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A pensar no regresso às aulas
Em Portugal, cerca de 15% dos adolescentes sofrem de dores lombares e estima-se que 60% das crianças e jovens já tenham sofrido...

O transporte de mochilas demasiado grandes e pesadas, a má postura em frente aos dispositivos eletrónicos e as posições desaconselhadas ao estudar são alguns hábitos comuns, que prejudicam a saúde das costas de crianças e jovens. A propósito do regresso às aulas, a campanha “Olhe pelas Suas Costas”, compromete-se a ajudar os pais e encarregados de educação a adotarem melhores cuidados para a saúde dos mais novos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de metade das crianças em idade escolar (dos 6 aos 18 anos) transportam mochilas com excesso de peso. Isto verifica-se, pois levam consigo diariamente livros, cadernos, material escolar e, por vezes, até  vestuário e calçado para as aulas de educação física.

Assim sendo, a OMS recomenda que as crianças e jovens em idade escolar transportem mochilas com menos de 10% do peso do seu corpo. Ou seja, se uma criança pesar 30 quilos, a sua mochila não deve ultrapassar os 3 quilos.

Porém, o problema não reside apenas no peso das mochilas, mas também no seu formato e no uso incorreto como por exemplo, utilizar a mochila apenas num ombro.

Para inverter esta situação e salvaguardar a saúde das costas das crianças e jovens, é essencial que pais e encarregados de educação tenham uma atitude preventiva no que diz respeito à escolha da mochila dos mais novos, tendo em consideração os seguintes fatores:

  • Optar por uma mochila que tenha duas alças e almofadas, de modo a não provocar contraturas musculares, ou por uma mochila de rodinhas;
  • A mochila deve ter vários compartimentos, uma vez que os materiais devem ser distribuídos por forma a não causar pressão sobre os ombros;
  • O tamanho da mochila não deve ultrapassar o nível superior dos ombros e deve ser colocada ao centro da coluna da criança;
  • Recomendar o uso de um dossiê em substituição aos cadernos.

Além da escolha correta da mochila, as famílias portuguesas também devem estar alerta para a importância da prática de exercício físico, uma vez que a obesidade e o sedentarismo são também prejudiciais para a saúde das costas. Assim sendo, a prática de exercício físico é fundamental para as crianças, uma vez que é nesta altura que podem surgir os primeiros sinais de doenças na coluna.

“Neste regresso às aulas é fundamental, que as crianças e os jovens comecem/recomecem a adotar hábitos saudáveis e benéficos para a saúde das suas costas, tais como a prática de exercício físico, evitando problemas futuros”, afirma o Prof. Doutor Rui Duarte, coordenador nacional da campanha “Olhe pelas Suas Costas”. “Grande parte das dores de costas sentidas pela população diz respeito ao sedentarismo, sendo que a melhor forma de prevenir o seu aparecimento é adotar um estilo de vida ativo”, acrescenta.

Opinião
Após os 40, a diminuição do colagénio e a perda de sustentação do rosto fazem evidenciar as rugas, f

Assim é a altura de adotar uma rotina que permita minimizar os efeitos do envelhecimento e voltar a ter a pele dos 30´s, um protocolo anti-aging completo.

Beber muita água ajuda a manter a pele hidratada. Usar diariamente fator de proteção solar 50+ é essencial uma vez que o sol e o tabaco são os fatores extrínsecos mais importante para o envelhecimento.

A utilização diária de cremes antioxidantes à base de vitamina C e ácido hialurónico (dia) e de cremes com retinol e/ou ácido glicólico (à noite) permite ter uma pele mais hidratada, brilhante e uniforme, prevenindo o envelhecimento e o aparecimento de manchas.

A realização de tratamentos de bioestimulação 1-2x ano, permite aumentar a produção do colagénio, contrariando assim os sinais de envelhecimento.

Dentro das técnicas mais eficazes no aumento da síntese do colagénio estão o laser endolift que através de fibra ótica atravessa a pele e estimula a derme diretamente desde o interior. Combate desta forma a flacidez e as rugas através de um processo conhecido por skin-tightening.

Outros tratamentos eficazes no tratamento da flacidez são a injeção de substâncias bioestimuladoras (ácido polilático, policaprolactona, hidroxapatite de cálcio) e a radiofrequência microfracionada. Estes tratamentos permitem o espessamento da pele, a diminuição das rugas e flacidez com melhoria global da qualidade da pele e um efeito rejuvenescedor global.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
22 a 25 de agosto
O Serviço de Endocrinologia e Nutrição do Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDES,) em parceria com o Serviço...

A Semana Educativa para Jovens com Diabetes tipo 1 vai contar com 15 jovens, com idades entre os 14 e os 25 anos, de várias ilhas dos Açores, que irão participar em atividades educativas, desportivas e lúdicas que se irão realizar em vários pontos da ilha do Faial, nomeadamente na cidade da Horta, no vulcão dos Capelinhos e na Caldeira.

A estes jovens irão juntar-se monitores, médicos, enfermeiros e nutricionistas do Centro de Perfusão Subcutânea continua de Insulina do Serviço de Endocrinologia e Nutrição do HDES que irão apoiar as atividades que se prendem com a terapêutica da DM1 (diabetes mellitus tipo 1). Durante esta semana os jovens podem esperar um contacto, uma interação e uma partilha de experiências com outros jovens com a mesma doença.

Sobre esta edição da Semana Educativa para Jovens com Diabetes tipo 1, a Dra. Isabel Sousa, Diretora do Serviço de Endocrinologia do Hospital do Divino Espirito Santo, refere que a sua realização se deve a “ uma necessidade de moldes de uma educação  terapêutica,  fora do espaço hospitalar, e a uma disponibilidade total de vários monitores das várias áreas do tratamento da diabetes mellitus, numa semana desenhada com todos os componentes que possibilitem um bom controlo da diabetes a jovens com esta patologia , nomeadamente medicação e dispositivos médicos, uma alimentação adaptada às suas necessidades e uma atividade física constante ao longo dos dias.”

Serão realizados workshops dedicados aos temas “Exercício físico e a diabetes”, “Tecnologia e a diabetes”, “Diabetes no futuro”, “Desafios na diabetes”, entre outros. Mas esta semana irá contar igualmente com muita animação nas atividades lúdicas, nas quais os jovens irão visitar o Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos seguido de trilho, piquenique no Parque do Cabouco e um trilho no perímetro da Caldeira.

Investigação publicada na revista Behavioural Processe
O ratinho-ruivo (Mus spretus) aprende a identificar que novos alimentos é seguro incluir na sua alimentação através do cheiro...

Para o estudo, as investigadoras usaram duas rações com sabores que os animais não encontrariam na natureza. A ração normalmente usada para alimentar os ratinhos em laboratório foi polvilhada com canela ou com cacau. Um grupo de ratinhos, os “demonstradores”, foi alimentado com ração com sabor a canela. Estes ratinhos foram depois colocados junto de outro grupo de ratinhos, os “observadores”, de modo a poderem contactar uns com os outros. Após um período de 30 minutos, foi oferecido aos ratinhos “observadores” ração com sabor a canela e ração com sabor a cacau e avaliada qual a sua ração preferida. A maioria dos ratinhos “observadores” preferiu a mesma ração que os ratinhos “demonstradores” tinham comido, a ração com sabor a canela.

“Aprender o que comer por tentativa e erro demora tempo e pode ser arriscado, uma vez que pode levar a indisposições ou até mesmo à morte” diz a investigadora Susana A. M. Varela do Instituto Gulbenkian Ciência. “Poder aprender com outros ratinhos que alimentos são seguros ou mais nutritivos de ingerir é por isso muito vantajoso”, conclui a cientista.

Ao fim de um mês a preferência dos ratinhos foi novamente avaliada e verificou-se que a maioria dos animais mantinha a preferência pela ração com sabor a canela mesmo não tendo voltado a comer esta ração. “Um mês pode não parecer muito tempo para um ser humano, mas estes ratinhos vivem apenas cerca de um ano e meio. Um mês nas suas vidas representa muito tempo, o equivalente a cerca de quatro anos na vida de uma pessoa”, diz Rita S. Andrade, primeira autora do estudo e atualmente estudante de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa).

No entanto nem todos os ratinhos adquiriram esta nova preferência alimentar. As investigadoras observaram que quando os ratinhos “demonstradores” e “observadores” contactavam durante períodos muito curtos (menos de dois minutos) os “observadores” tinham tendência a evitar a ração com sabor a canela ingerida pelos “demonstradores” e a preferir a ração alternativa, com sabor a cacau.

A razão pela qual alguns dos ratinhos evitaram ração com sabor a canela não é conhecida, sendo muitos os fatores que podem ter influenciado a duração da interação dos dois indivíduos. Um desses fatores é a diferença em termos de estatuto social dos animais. Quando dois ratinhos se encontram conseguem facilmente perceber, através do cheiro e do comportamento, qual deles é o mais dominante. “De modo a prevenir conflitos, os animais tendem a evitar o contacto prolongado com indivíduos mais dominantes e com um estatuto social muito superior ao seu. Isso pode facilmente ter acontecido durante o nosso estudo”, diz Ana M. Cerveira, investigadora na Universidade de Aveiro.

Outro fator é o estado de saúde dos animais. As investigadoras sugerem que se um dos animais tiver mais parasitas ou estiverem mais debilitados (os ratinhos conseguem avaliar o estado de saúde de outros animais apenas pelo olfato), isso pode fazer com que os outros evitem estar tanto tempo na sua proximidade de modo a evitar ficarem doentes.

A familiaridade entre os animais também poderá ser um fator, uma vez que em algumas espécies os animais preferem passar mais tempo em contacto com indivíduos conhecidos. Embora não se saiba se isso também acontece no ratinho-ruivo, diferenças de familiaridade entre os indivíduos podem ter influenciado a duração da interação, condicionando assim a transmissão da informação entre os indivíduos.

Este mecanismo de aprendizagem social já era conhecido em ratinhos de laboratório, mas nunca tinha sido demonstrado nesta espécie, sendo muito pouco estudado em espécies selvagens. “Estudar estes fenómenos em animais selvagens é importante para percebermos como e com que eficácia é que a transmissão social de informação ocorre na natureza” diz Maria da Luz Matias, professora na Ciências ULisboa.

O ratinho-ruivo é uma espécie comum em Portugal e nos países mediterrânicos. Ocorre em zonas naturais, mas também em zonas agrícolas, estufas, jardins e parques urbanos, mas ao contrário do seu parente próximo, o ratinho-caseiro, nunca no interior de habitações. Tem uma dieta variada, alimentando-se maioritariamente de matéria vegetal, e mais ocasionalmente de insetos e outros pequenos invertebrados.

Este trabalho foi financiado pelo Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, no âmbito mestrado de Rita S. Andrade, realizado na Ciências ULisboa e que teve como orientadoras Susana A. M. Varela e Ana M. Cerveira.

Investigação Fundação Champalimaud
Num feito notável de engenharia e criatividade científica, investigadores da Fundação Champalimaud c

Porque é que a plasticidade nos adultos é importante

Tal como acontece com as crianças pequenas, que conseguem aprender línguas muito rapidamente nos primeiros anos de vida, o nosso sistema visual também tem um "período crítico" durante os primeiros anos de vida em que ocorre um desenvolvimento rápido. Após esse período, as mudanças tornam-se mais difíceis, seguindo o ditado antigo: "Burro velho, não aprende línguas". De facto, muitos tratamentos destinados a restaurar a visão, como os que são usados para as cataratas congénitas ou o "olho preguiçoso", só são eficazes até aos 7 anos de idade. Com o aparecimento de várias técnicas, já estabelecidas ou emergentes, para restaurar a visão em adultos, incluindo a terapia genética, os olhos biónicos e as cirurgias, é vital compreender se o cérebro adulto consegue processar novos sinais visuais.

"Se o cérebro adulto não tiver essa plasticidade ou adaptabilidade", observa Noam Shemesh, o autor sénior do estudo, "os tratamentos dirigidos aos olhos podem revelar-se inúteis se o cérebro não for capaz de interpretar a informação recebida. Curiosamente, existem vários exemplos na natureza, como pássaros que periodicamente estabelecem novas ligações no seu cérebro, ou os próprios humanos que observam uma breve janela de plasticidade após um AVC, que mostram que a adaptação em adultos é possível em determinadas circunstâncias". A questão central do estudo, portanto, era explorar se o cérebro adulto dos mamíferos ainda possui a capacidade de se reorganizar, e mudar, mesmo depois de passado o período crítico de desenvolvimento.

Uma novidade científica e técnica

 Com a ajuda de um avanço tecnológico, os investigadores descobriram que, quando roedores mantidos no escuro desde o seu nascimento foram expostos à luz pela primeira vez na idade adulta - muito depois de ter decorrido o período crítico - os seus cérebros sofreram uma reorganização e adaptação significativas, revelando um grau de plasticidade notável. Estas descobertas não só fornecem provas de que o cérebro adulto continua a ser altamente plástico, desafiando as crenças anteriores sobre a rigidez do cérebro adulto, como também abrem novas perspetivas para o desenvolvimento de tratamentos de reabilitação visual.

Como refere Noam Shemesh, o caminho para estas revelações foi repleto de obstáculos técnicos. "Joana Carvalho, a nossa investigadora principal, enfrentou inúmeros desafios e até dúvidas por parte de alguns dos principais laboratórios do mundo, que consideravam o seu projeto impossível. Mas a perseverança da Joana valeu a pena. Sem a sua determinação e criatividade, nunca teríamos chegado a este ponto. É a Joana que merece todo o crédito". Joana Carvalho teve de ultrapassar a dificuldade sem precedentes de colocar um ecrã dentro do espaço confinado de um scanner de ressonância magnética para roedores, para conseguir projetar imagens no mesmo. "Devido às limitações de espaço e de material, associado ao campo magnético ultraelevado", observa Carvalho, "os estudos anteriores em roedores apenas mostravam flashes de luz. O nosso método permite-nos extrair informação mais detalhada do que os simples estímulos visuais intermitentes".

A experiência

Com a sua nova configuração de ressonância magnética funcional (fMRI), a equipa apresentou aos animais estímulos complexos e padronizados e mapeou de forma não invasiva as propriedades cerebrais anteriormente apenas acessíveis através de técnicas invasivas. "Inicialmente", explica Carvalho, "o desafio consistia em projetar imagens num espaço circunscrito e cheio de obstruções, assegurando que o rato as pudesse ver sem obstáculos. O campo magnético extremamente elevado da ressonância magnética, capaz de levantar um comboio, constituiu outro obstáculo substancial. Tivemos de contornar estes constrangimentos, utilizando espelhos e hardware especializado, para levar as imagens até onde era necessário. Ajudou o facto de os ratos estarem sedados, o que reduziu ao mínimo os movimentos, nomeadamente os movimentos espontâneos dos olhos".

Depois de ultrapassados estes desafios, os investigadores propuseram-se explorar a adaptabilidade do cérebro adulto aos sinais visuais. Utilizaram para isso um modelo em que os roedores foram criados no escuro, desde o nascimento até à idade adulta, muito depois do período crítico de plasticidade, assegurando desta forma que o cérebro destes animais ainda não tivesse passado pelos processos-chave necessários para a especialização visual. Os animais foram então expostos à luz pela primeira vez dentro do aparelho de ressonância magnética. Este facto permitiu aos investigadores não só observar a resposta do cérebro ao seu primeiro contacto com estímulos visuais, mas também estudar a forma como este se poderia adaptar a esta exposição tardia, o que permitiu obter dois conhecimentos fundamentais.

Em primeiro lugar, quando os animais foram expostos à luz pela primeira vez durante o exame de ressonância magnética inicial, os seus cérebros não apresentaram uma resposta organizada à informação visual. Em vez disso, as suas células nervosas, em diferentes áreas, reagiram a uma vasta gama de estímulos, desde os mais aos menos detalhados. Além disso, o tamanho do campo recetivo dos neurónios - a área específica do campo visual a que respondem - era também maior nos ratos privados de visão, em comparação com o grupo de controlo. Em conjunto, estes resultados sugerem que as células nervosas visuais dos ratos privados de luz careciam de especialização.

Em segundo lugar, após a exposição à luz, o cérebro dos animais começou a mudar. Mesmo no espaço de uma semana, as respostas visuais tornaram-se mais organizadas, de tal forma que os neurónios vizinhos começaram a responder a posições próximas no campo visual e as células começaram a mostrar uma maior especificidade. Os campos recetivos dos neurónios tornaram-se também mais pequenos e mais seletivos em termos de espaço. Ao fim de um mês, os cérebros dos animais eram muito parecidos com os do grupo de controlo saudável.

"Surpreendentemente", diz Shemesh, "em menos de um mês, a estrutura e a função do sistema visual dos animais privados de visão tornaram-se semelhantes às dos controlos. Embora a plasticidade tenha sido observada nos seres humanos, a sua interpretação continua a ser muito difícil. O que estamos a ver aqui em roedores, que oferece uma visão dos mecanismos cerebrais que não é possível obter em estudos humanos, é um fenómeno que não foi observado antes: plasticidade em grande escala no cérebro adulto em toda a via visual, e não apenas localizada numa área cerebral específica, como demonstrado em trabalhos anteriores".

Estudos anteriores recorreram a técnicas como a eletrofisiologia e à imagiologia do cálcio, que se focam em regiões cerebrais isoladas e não permitem uma visão global do sistema visual. Estes métodos invasivos - embora forneçam leituras diretas da atividade neural - podem levar à deteção de alterações não relacionadas com a plasticidade real, pelo facto de potencialmente introduzirem fatores de confusão, e devido à dificuldade de monitorizar as mesmas células em momentos diferentes.

Embora não tenha a especificidade de uma célula única e reflita indiretamente a atividade neuronal, a IMR funcional facilita a medição longitudinal e não invasiva de áreas visuais na sua totalidade, com uma resolução muito elevada. "Como resultado, uma das coisas intrigantes que pudemos observar", revela Carvalho, "foi que uma parte da via visual chamada colículo superior parece demorar mais tempo a adaptar-se em animais com privação visual, em comparação com outras áreas, como o córtex. É algo que gostaríamos de explorar mais. Isto também realça a importância de uma visão integrada de todo o sistema, no mesmo animal, ao longo de vários períodos de tempo".

Potenciais implicações clínicas e perspetivas futuras

"Estamos agora em posição de começar a explorar se é possível prever quais os animais que podem ter uma visão melhorada ou deteriorada com base nas respostas de IRM do seu sistema visual", observa Shemesh. "Em animais com problemas de visão, gostaríamos de determinar quais os que mais beneficiarão de determinadas intervenções terapêuticas. Atualmente, é difícil para os médicos determinar, a partir de um exame de ressonância magnética, se o cérebro de um doente responderá a um determinado tratamento, o que leva a sofrimento e perdas de tempo desnecessários. Através da imagiologia pré-clínica, podemos começar a traçar as respostas ao tratamento em ratos, o que poderá não só aprofundar a nossa compreensão dos efeitos do tratamento, mas também acelerar o ritmo de desenvolvimento do tratamento em seres humanos, bem como orientar os médicos sobre os exames necessários para os seus doentes".

Além disso, as técnicas deste estudo são extensíveis a outros modelos de doenças animais, incluindo, por exemplo, a doença de Parkinson, que também está a ser estudada no Laboratório de IRM Pré-Clínica. Uma vez que se conhecem problemas visuais subtis e precoces na doença de Parkinson, o método poderia ser aplicado para acompanhar as diferenças nas respostas do sistema visual ao longo do tempo, possivelmente revelando novos conhecimentos sobre a progressão da doença e as opções de tratamento em modelos animais. Acrescenta Shemesh, "no contexto pré-clínico, esta técnica pode ajudar a identificar o momento ideal para os procedimentos de restauração e reabilitação visual, aumentando a eficácia de tratamentos como o transplante de células estaminais da retina".

Entretanto, o trabalho da equipa continua a avançar. Carvalho está empenhada em explorar os mecanismos neuronais que conduzem à adaptação do sistema visual em ratos privados de luz, concentrando-se em particular nos (des)equilíbrios excitatórios-inibitórios e no papel das ligações de longo alcance. Shemesh pretende basear-se nas inovações da investigadora para realizar experiências em ratos acordados e não sedados, o que exigirá a superação de outros desafios, tais como o treino prolongado para ambientar os animais aos ruídos do scanner e para manter os seu olhar fixo evitando assim distorções induzidas pelo movimento dos olhos. A aquisição, pela Fundação Champalimaud, de um scanner de RM de 18 Tesla, o scanner horizontal mais potente do mundo, facilitará sem dúvida os seus esforços para compreender e melhorar a plasticidade em humanos adultos e, talvez um dia, também em burros velhos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Pedro Nuno Costa parte de Caminha a 22 de agosto
Da minhota Caminha até à algarvia Vila Real de Santo António, ao longo de 1.054 quilómetros da costa continental portuguesa, em...

Lesões sucessivas em 13 anos de prática diária de remo e um triunvirato de cirurgias obrigaram Pedro Nuno Costa a redefinir objetivos pessoais e desportivos. E se os ombros já viram melhores dias, agora são as pernas que estão aí para as curvas desta etapa de “redescobrimento pessoal” e de “reencontro físico-desportivo” – como o próprio a define –, cujos contornos têm um website dedicado, em runningourcoast.com.

Além de poderem ser feitas via transferência bancária (para o IBAN n.º PT50 0193 0000 1050 3676 3391 5), por MBWay (para o número 966 935 312) e através da plataforma GoFundMe, as contribuições para a causa que fará correr Pedro Nuno Costa podem ainda conhecer a forma de uma t-shirt.

Licenciado em Educação Física e Desporto e a frequentar um MBA em Gestão Desportiva, Pedro Nuno Costa trabalha como consultor no departamento de marketing de um conhecido grupo vínico português. Utilizará o período de férias para desenvolver a iniciativa solidária em benefício do IPO-Porto, que tem o término previsto para acontecer a 3 de setembro.

O atleta português fará grande parte dos 1.054 quilómetros sozinho, mas alguns amigos estarão a seu lado em trechos mais complicados da rota, inclusive para providenciar apoio em matérias logísticas.

Pelo meio estarão etapas – e paragens - em Vila do Conde, Furadouro, S. Pedro de Moel, Peniche, Ericeira, Trafaria, Setúbal, Porto Côvo, Aljezur, Alvor e Quinta do Lago. A etapa mais curta ligará S. Pedro de Moel a Peniche, com um total de 67 quilómetros, e o trajeto mais longo será feito entre Setúbal e Porto Côvo, com mais de 95 quilómetros.

Pedro Nuno Costa inspirou-se no exemplo de um australiano que percorreu 800 quilómetros em oito dias para angariar dinheiro para as vítimas do tsunami de 2004. E o projeto, de cariz solidário, já captou a atenção de várias entidades, instituições e câmaras municipais, que se associaram através de apoios (de diferentes índoles) e patrocínios.

 

 

Desempenho mental e cognitivo
O cérebro é a estrutura mais complexa do nosso corpo e contém cerca de 100 000 milhões de neurónios

Tendo em conta que o cérebro consome perto de 20% das calorias que o corpo absorve, é fundamental ter atenção à qualidade da nossa alimentação. Então, para além de procurar levar um estilo de vida saudável, devemos ter em consideração as vitaminas e minerais que consumimos para nos ajudar a melhorar o desempenho mental e cognitivo.

Saiba quais são as vitaminas e minerais que ajudam a promover a saúde do cérebro a longo prazo:

  • Vitaminas do Complexo B (B12, B6, B9): estas desempenham um papel central no funcionamento geral do cérebro, tendo em conta que intervêm na comunicação dos mais de 100 biliões de neurónios do mesmo. Para além disso ajudam a regular os níveis de homocisteína (substância presente no sangue), dado que se os níveis estiverem muito altos esta pode tornar-se tóxica e provocar danos nos vasos sanguíneos do cérebro. Para evitar perdas de memória, danos nos nervos e até distúrbios de humor lembre-se de incluir peixes, carnes, ovos, laticínios e vegetais de folhas verdes na sua dieta.
  • Vitamina C: o pimento vermelho e verde, o kiwi, os brócolos e o morango vão ajudá-lo a manter-se concentrado e com a memória hábil, visto que, sendo ricos em vitamina C, ajudam na produção de certos neurotransmissores que controlam as ações de atenção e de resposta.
  • Vitamina D: banhos de sol e peixes gordos têm em comum a vitamina D que é fulcral para o funcionamento saudável do sistema nervoso. O que ajuda na manutenção de um cérebro saudável.
  • Vitamina E: é um importante antioxidante que ajuda no desacelerar do declínio cognitivo e melhora a memória durante o processo de envelhecimento cerebral. Nozes, tofu e abacate são alguns dos alimentos que vão ajudar a manter o cérebro jovem e atrasar o seu desgaste.
  • Magnésio: protege o cérebro das neurotoxinas e pode reverter a deterioração neuronal. Ele também ajuda na memória de longo prazo e protege o cérebro de neurotoxinas. Alguns alimentos ricos neste mineral são o chocolate preto, feijão e nozes.
  • Zinco: é um mineral especialmente abundante no cérebro e é essencial para o funcionamento cognitivo, para uma boa concentração e memória, e suporta o metabolismo cerebral. Para que não lhe falte zinco junte as ostras, o caranguejo, a carne, as sementes de abóbora à sua rotina alimentar.
Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas