Próximas sessões a 20 e 27 de setembro
Desde a muda da fralda ao alívio das cólicas, os recém-nascidos necessitam de cuidados constantes nos seus primeiros dias de...

No dia 20, o pediatra Manuel Magalhães, da Mustela, vai falar sobre os primeiros dias do recém-nascido em casa, que podem ser muito desafiantes, visto que o bebé ainda se está a adaptar a um mundo novo e os pais a uma dinâmica familiar completamente diferente da que existia antes do bebé.

Nestes primeiros dias em casa com o bebé, saber como acalmar e aliviar as cólicas é essencial. Assim, a psicóloga pediátrica da ForBabiesBrain Clementina Almeida vai partilhar diversos cuidados que podem ajudar a evitar estes episódios, como pegar o bebé ao colo, fazer massagens circulares na barriga ou dar um banho morno.

Ainda a pensar nas grávidas que estão na reta final da gravidez, prestes a conhecer o seu bebé, a personal trainer Sandra Sousa vai dar uma aula de exercícios que devem fazer parte da rotina no terceiro trimestre.

Já no dia 27, vão ser abordadas as questões mais frequentes na hora da muda da fralda: Que produtos devemos utilizar? Como devemos colocar a fralda? Qual o tamanho mais adequado para o bebé? As enfermeiras especialistas em Saúde Infantil e Pediatria Ana Gaspar e Diana Calaia, da Aventura do Cuidar, vão explicar tudo sobre este processo, que deve acontecer com frequência sempre que a fralda estiver suja ou molhada, nomeadamente como podem proteger a pele do rabinho e como podem colocar a fralda de forma a não incomodar o bebé.

E porque existem algumas particularidades na anatomia do aparelho respiratório do bebé, existindo um maior risco de desenvolvimento de patologias, a enfermeira Luciana Rodrigues, especialista em reabilitação respiratória da Alívio em Respirar, vai ajudar os pais a identificar os principais sintomas de infeção.

Neste dia as grávidas também vão ter direito a um momento dedicado à sua saúde oral, com a médica dentista e autora do blog Dente a Dente Inês Guerra Pereira, que vai explicar como evitar complicações dentárias na gravidez.

Em ambos os eventos, serão abordados os benefícios e características das células estaminais do cordão umbilical do bebé, assim como as atuais aplicações clínicas e futuros desenvolvimentos, com as conselheiras em células estaminais da Crioestaminal Sofia Figueiredo e Joana Gomes.

Por fim, e porque setembro é o mês da grávida, uma das participantes destes eventos vai ter a oportunidade de receber uma mala de maternidade. As inscrições estão disponíveis nas plataformas.

Programa inclui sessões de trabalho e atividades desportivas e culturais
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) organiza a 2.ª edição do ‘Programa de Liderança em Diabetes’ entre os...

“É importante fomentar a vontade que estes jovens possam ter de se tornarem líderes e referências, principalmente na área da saúde.”, refere José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “E quem melhor para defender os direitos das pessoas com diabetes do que os seus pares? Daí a importância de empoderar estes jovens com diabetes”. 

Desde comunicação em saúde e relações com a indústria farmacêutica a desenvolvimento pessoal e angariação de fundos, entre muitas outras temáticas, o programa da APDP possibilita o desenvolvimento de capacidades de liderança. O objetivo passa por incentivar os jovens a colocar em prática os novos conhecimentos, especialmente, nas associações de pessoas com diabetes e em atividades para a defesa dos seus interesses e direitos. Este ano os participantes vão ainda ser desafiados a planear e desenhar um projeto de intervenção. 

As sessões de trabalho serão dinâmicas e contam com apoio de formadores, profissionais de diversas áreas e também pessoas com diabetes que frequentaram os programas de liderança europeus e mundiais da Federação Internacional de Diabetes. 

Além da parte mais pedagógica, o programa inclui uma componente mais lúdica e cultural, com passeios e atividades enquadradas no mesmo local. Guarda ainda espaço para momentos de atividade física essenciais para a promoção de estilos de vida saudável. 

Para consulta do programa completo ou mais informações, visite a página oficial da APDP, https://apdp.pt/2-programa-de-lideranca-em-diabetes/.  

Sinais de alerta
A Fibrose Pulmonar é uma patologia subdiagnosticada, devido ao pouco conhecimento que ainda existe a

Numa fase precoce da doença, os doentes têm uma diminuição ligeira da capacidade de esforço, o que ainda lhes permite autonomia e qualidade de vida. Mas com a progressão da mesma, associada a uma diminuição daquela mesma capacidade e a uma sensação de asfixia, a limitação e a dependência serão cada vez mais acentuadas. Isabel Saraiva, Presidente da Associação Respira, refere que viver com Fibrose Pulmonar “é muito desafiante, tanto para os doentes, como para os seus familiares e cuidadores, uma vez que tarefas básicas do dia-a-dia, como caminhar pequenas distâncias, carregar pesos ou realizar tarefas domésticas apresentam grandes dificuldades para estes doentes”. 

Dispneia de esforço (intolerância crescente a esforços) e/ou tosse seca são sinais de alerta que carecem de atenção no que diz respeito à Fibrose Pulmonar. Porém, são sintomas que podem ocorrer em doenças cardíacas ou outras doenças respiratórias mais prevalentes, “o que é uma das maiores causas do reconhecimento tardio das doenças pulmonares fibróticas”, refere o António Morais, presidente da SPP. “A literacia em saúde em Portugal tem de ter um impulso significativo e a informação sobre as doenças raras, nomeadamente os sintomas de alerta devem ter um particular enfoque. Relativamente aos profissionais de saúde, é importante manter a sensibilização que numa dispneia de esforço a fibrose deve estar na equação do diagnóstico diferencial”, acrescenta.

Assim, “a terapêutica permite, pelo menos, diminuir a dinâmica da evolução, atrasando-a de forma significativa. A importância de realizar um diagnóstico atempado prende-se com a necessidade de colocar a terapêutica o mais precocemente possível, visto que, quando falamos de doenças progressivas, a progressão/agravamento da doença não é recuperável”, afirma António Morais. 

Apesar de haverem já progressos nesta área, ainda há um longo caminho a percorrer. José Alves, refere que “o número de doentes é crescente e isso tem um impacto significativo quer em recursos de diagnóstico quer no tratamento. Este crescimento está ligado ao facto de que um crescente número de Hospitais terem profissionais dedicados a esta área da Pneumologia”. Por outro lado, António Morais admite que a população deverá ser cada vez mais “sensibilizada para não desvalorizar os sintomas de apresentação, nomeadamente a intolerância ao esforço. Já os médicos, deverão ter este grupo de doenças como hipótese quando abordam o doente com queixas de dispneia de esforço e/ou tosse seca”.

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Fibrose Pulmonar Idiopática: saiba identificar uma doença grave e irreversível

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
E o que deve ser reivindicado, classificado como Deficiência Auditiva Incapacitante?
Qual a surdez que deverá ser classificada como incapacitante? Surdez moderada, severa?

Panorama global sobre o impacto da surdez no Mundo:

Cinco por cento da população mundial apresenta algum tipo de surdez, diz um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentado em março de 2019. Pode-se pensar que é uma percentagem baixa. No entanto, esses cinco por cento representam 466 milhões de pessoas. Para se ter uma ideia: é como se toda a população dos Estados Unidos e México, juntas, sofressem de surdez. E, em 2050, a ONU calcula que, haverá no mundo cerca de 900 milhões de pessoas com perda auditiva.

A surdez é classificada em diferentes graus, que variam de leve a profundo. A gravidade da perda auditiva é determinada pela capacidade da pessoa de ouvir sons suaves. A surdez pode ser considerada incapacitante quando interfere significativamente na comunicação e na qualidade de vida da pessoa.

A surdez é frequentemente classificada em percentagem de perda auditiva, que varia de acordo com o nível de dificuldade em ouvir sons. Por exemplo, uma perda auditiva de 20-40% é considerada leve, enquanto uma perda de 41-55% é moderada. A perda auditiva de 56-70% é classificada como severa, e acima de 70% é considerada profunda.

A classificação mais simples e comumente usada, classifica a audição em 5 níveis:

  • Audição Normal: Limiares auditivos baixo de 25 dB
  • Perda Auditiva Leve: Limiares acima de 25 abaixo de 40dB
  • Perda Auditiva Moderada: Limiares acima de 40 abaixo de 70dB
  • Perda Auditiva Severa: Limiares acima de 70 abaixo de 90dB
  • Perda Auditiva Profunda: Limiares acima de 90dB

(Para melhores, informação e compreensão, sugere-se a leitura do "Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica" brasileiro e escrito em português, no link: http://fonoaudiologia.org.br/comunicacao/manual-de-audiologia/).

NOTA: É importante dizer que basta que, embora a audiometria teste o limiar auditivo em diversas frequências (entre os agudos e os graves), basta que uma dessas frequências esteja alterada para que a pessoa seja classificada como portadora de uma perda auditiva.

A perda auditiva unilateral, ou surdez unilateral (SSD), é definida como a perda auditiva profunda de um ouvido com audição praticamente normal do outro lado. As principais causas relacionadas com a surdez unilateral (e também bilateral) são ototoxicidade (toxicidade ao ouvido interno), doença de Ménière, trauma, infeção da orelha interna (secundários a uma labirintite, otite média, meningite), otosclerose, tumores (schawnomas, neurinomas e outros), doenças circulatórias (como o AVC – acidente vascular cerebral), doenças metabólicas, surdez súbita, fatores genéticos dentre outros.

Estima-se que um em cada 500 recém-nascidos e 1 a 3% das crianças tenham perdas auditivas assimétricas. Essa prevalência aumenta com o envelhecimento da população. Em adultos, estima-se que ocorra 200 casos novos de surdez unilateral por cada milhão de pessoas no mundo a cada ano, representando cerca de 50 a 60 mil casos novos nos Estados Unidos e 9 mil no Reino Unido.

Portugal é um dos países que inclui a surdez unilateral como uma incapacidade e, portanto, se dispõe de auxílios e da possibilidade de tratamento no Sistema Nacional de Saúde (SNS). A surdez unilateral pode ser incapacitante e ter grande impacto na vida das pessoas, uma vez que algumas das principais habilidades do sistema auditivo fica comprometida.

Praticamente todo o nosso dia a dia decorre em ambientes onde há ruído competidor, oriundo de máquinas, conversas, músicas, automóveis, e, portanto, a capacidade de compreensão auditiva diminui drasticamente em pessoas com surdez unilateral. Normalmente, as pessoas com surdez unilateral conseguem, de maneira limitada, se adaptarem às mais diversas situações. Em reuniões, tendem a se posicionar da forma que o melhor ouvido fique direcionado para onde acontece a conversa, ou até utilizam a leitura labial como auxílio.

De acordo com a OMS (a Organização Mundial de Saúde):

Mais de 5% da população mundial – ou 430 milhões de pessoas – necessitam de reabilitação para resolver a sua perda auditiva incapacitante (432 milhões de adultos e 34 milhões de crianças). Estima-se que até 2050 mais de 700 milhões de pessoas – ou 1 em cada 10 pessoas – terão perda auditiva incapacitante.

A perda auditiva ‘incapacitante’ refere-se à perda auditiva superior a 35 decibéis (dB) no ouvido com melhor audição. Quase 80% das pessoas com perda auditiva incapacitante vivem em países com um nível de vida bastante condicionado e inferior. A prevalência da perda auditiva aumenta com a idade, entre aqueles com mais de 60 anos, mais de 25% são afetados por perda auditiva incapacitante.

Atendendo a legislação em vigor atual, considera-se "Indivíduo com Deficiência", aquele que apresenta um grau de invalidez permanente, devidamente comprovado pela entidade competente, igual ou superior a 60%. Através do Atestado de Incapacidade Multiusos, que pode ser avaliado por Junta Médica no Centro de Saúde, na apresentação de relatórios e exames médicos que comprovem invalidez permanente ou deficiência(s).

Para se atingir a incapacidade IGUAL a 60%, o indivíduo terá de portar uma surdez de severa a profunda, bilateral, em que a taxa de incapacidade está determinada por 30% para a surdez total em cada um dos ouvidos. Isto quer dizer, que não abrange e tão injustamente, os outros casos de surdez que possam ser incapacitantes e relevantes.

A incapacidade igual (ou acima) de 60% dá acesso a vários benefícios, entre os quais:

  • Isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS)
  • Transporte não urgente de doentes
  • Atendimento prioritário
  • Benefícios fiscais (IRS, entre outros)
  • Isenção do Imposto Automóvel
  • Proteção e apoios sociais.

(Consultar o "Guia Prático: Os Direitos das Pessoas com Deficiência em Portugal", para mais detalhes em https://www.portugal.gov.pt/download-ficheiros/ficheiro.aspx?v=%3D%3DBAAAAB%2BLCAAAAAAABACzMDW0AAAFlyTYBAAAAA%3D%3D).

Uma das maiores discussões é saber com critério e rigor quando a surdez pode ser definida como incapacitante. Esta definição ajudaria a conhecer e a classificar, assim como a atribuição dos benefícios e dos direitos às pessoas com deficiência auditiva, perante determinado cenário. Um dos benefícios deveria ser o direito global e universal à comparticipação total na aquisição de próteses e implantes auditivos, e posterior manutenção, troca/substituição (em caso de avarias), através do SNS. Depois, poderá haver acesso à comparticipação na compra de outros acessórios e serviços complementares de apoio à escuta. Outros benefícios poderiam ser considerados, em conformidade com uma legislação mais abrangente, que não se propusesse, e não fosse tão somente condicionada ou resumida ao limiar de grau de incapacidade igual ou superior a 60%. Deveremos ou faz sentido discutir, a possibilidade de existir o apoio quanto ao que é determinado no limiar quando é abaixo dos 60%, por exemplo, progressivo, tal como na tabela das incapacidades está definido para a surdez?

Propõe-se que seja feita esta análise com alguma sensibilidade pelas entidades competentes, discutido pelas entidades governamentais, e que possa ser estudada a sua viabilidade. Um estudo que deveria ser apoiado nas várias vertentes, e não apenas na económica. E como conciliar com o novo panorama europeu e internacional, na sua uniformização, sendo que se pretende lançar atualmente um Cartão Europeu de Deficiência, comum aos parceiros e membros europeus (quais os itens a considerar, ou a expor? - tipo e grau de incapacidade, ou de surdez, se abranger só a deficiência auditiva).

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XLI Reunião Anual da Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE) e XVIII Congresso da Associação Portuguesa de Epidemiologia (APE)
Num mundo em mudança, sob o desafio das alterações climáticas e da degradação ambiental, a epidemiologia desempenha um papel...

O aquecimento global, a gentrificação, as desigualdades, bem como fenómenos sociopolíticos e de saúde pública imprevistos são algumas das ameaças que, neste momento, colocam em risco a saúde da população. Longe de serem inofensivos, têm consequências importantes, como o aumento da mortalidade relacionada com o calor, a deterioração da saúde mental ou os efeitos nocivos da pobreza urbana e da gentrificação.

Perante esta situação e segundo os especialistas, a epidemiologia de campo adquire grande relevância por estar na linha de frente da resposta aos alertas e emergências sanitárias. No entanto, para cumprir esta missão, a epidemiologia deve desenvolver todo o seu potencial e aproveitar as oportunidades oferecidas pela inovação, pelas novas tecnologias e pela multidisciplinaridade. Ou seja, deve adaptar-se para poder enfrentar o futuro.

“O futuro da epidemiologia de campo requer uma revisão crítica do presente, resolvendo os problemas que temos pendentes e aplicando uma abordagem mais integradora e colaborativa com outras disciplinas e atores”, afirma Pello Latasa, chefe de vigilância em saúde pública da Direção de Serviços Públicos, Saúde e Dependências do Governo Basco. Latasa participou na mesa de abertura juntamente com Ana Isabel Ribeiro, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; Iván Martínez-Baz, Miguel Servet investigador de pós-doutoramento no Instituto de Saúde Pública e Ocupacional de Navarra – IdiSNA, CIBER de Epidemiologia e Saúde Pública e Isabel Aguilar Palacio, do Grupo de Pesquisa em Serviços de Saúde de Aragão. A mesa foi moderada por Maria João Forjaz, vice-presidente da Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE) e Elisabete Ramos, atual presidente da Associação Portuguesa de Epidemiologia.

O futuro prepara-se no presente

Embora o papel dos epidemiologistas tenha sido reforçado durante a pandemia da COVID-19, ganhando visibilidade, o seu trabalho será ainda mais importante nas próximas décadas. Será então que a humanidade enfrentará desafios como as sindemias, em que vários desafios convergem simultaneamente: movimentos massivos de pessoas, escassez de água potável, desertificação, migrações devido a desastres naturais, alterações no ecossistema, maior presença de mosquitos que podem espalhar doenças ...

“A globalização e a digitalização aproximaram os países, tornando-os mais semelhantes e interdependentes. Portanto, os padrões das doenças e a distribuição dos fatores de risco também são mais semelhantes entre os países”, explica Ana Isabel Ribeiro, que lembra que nos últimos anos o planeta tem vivido vários eventos conhecidos como ‘cisnes negros’, ou seja, eventos raros, mas com profundos impactos sociais. “A imprevisibilidade destes acontecimentos refletiu-se na falta de preparação a nível global para enfrentar estes problemas e as suas consequências”, acrescenta.

Segundo os especialistas, a epidemiologia do futuro deve aprofundar-se nos determinantes ambientais e sociais da saúde, melhorar a comunicação dos riscos, desenvolver a capacidade de colaborar e liderar projetos com outros setores, bem como incorporar novos métodos estatísticos e desenhos de estudos de investigação.

Segundo Ana Isabel Ribeiro, a epidemiologia deve ser multiescalar, adaptável, inclusiva e sustentável. Multiescalar para poder focar-se na realidade planetária, mas também local; adaptável para lidar com mudanças constantes; inclusivo para ter em conta as desigualdades existentes e que as decisões tomadas possam beneficiar toda a população, independentemente do seu nível socioeconómico, género, idade, grau de deficiência ou nacionalidade; e sustentável para enfatizar o estudo das interações entre o homem, os animais e o meio ambiente.

Uma procura crescente por profissionais de epidemiologia em Espanha

Apesar dos muitos desafios que temos pela frente, Latasa acredita que a epidemiologia de campo pode ser uma disciplina altamente atrativa e gratificante para os jovens. No entanto, aqueles que trabalham nesta área encontram-se com salários mais baixos do que outros profissionais de saúde, dificuldades no acesso à profissão porque o seu acesso à formação é mal regulamentado e condições de trabalho e salariais que variam muito entre as diferentes instituições públicas.

Embora não existam dados oficiais sobre quantas pessoas se dedicam à epidemiologia em Espanha, o número de profissionais dedicados à vigilância da saúde é de 1,2 por 100.000 habitantes; embora durante a pandemia esse número tenha crescido para 3,8/100 mil habitantes. Neste sentido, Pello Latasa assegura que “é provável que exista uma procura crescente de profissionais de epidemiologia em Espanha devido à crescente complexidade das ameaças e riscos para a saúde pública”. Para satisfazê-lo, defende o aumento do número de pessoas formadas em epidemiologia e o aumento do número de empregos em epidemiologia, tanto no sector público como no privado.

Considera ainda que é importante “melhorar a formação do pessoal” que já trabalha nesta área para que se possa manter atualizado e enfrentar os desafios de saúde pública do século XXI”, apontando aspetos como as novas tecnologias de informação e análise, inteligência artificial, 'big data' ou comunicação de risco.

Nesse sentido, Ribeiro reconhece o grande esforço que os epidemiologistas e epidemiologistas e as instituições que os acolhem têm feito para comunicar o conhecimento. A investigadora realça que a população confia na ciência e nos cientistas, embora algumas idiossincrasias do trabalho científico ainda não sejam compreendidas, como a incerteza, a complexidade metodológica ou a linguagem excessivamente técnica. “Ainda há trabalho a fazer para que o papel dos cientistas seja compreendido pela população em geral, embora a cultura científica seja muito superior à de há duas ou três décadas”, conclui.

Próximas mesas e encerramento

Quinta-feira, 7 de setembro, às 11h00, está prevista uma mesa plenária para falar sobre a má conduta científica, como detetá-la e o papel que as revistas e instituições científicas desempenham. À tarde, às 15h, está marcada a outra mesa plenária: ‘Registo eletrónico: ferramenta para a investigação clínica epidemiológica’. Discutirá o papel dos biobancos no estudo longitudinal de doenças crônicas não transmissíveis e a eficácia da vacina COVID-19 com base em registos eletrónicos.

Na sexta-feira, 8 de setembro, às 12h. Um painel sobre como a epidemiologia tem contribuído para as opções de política de saúde dará o toque final a este encontro científico que começou terça-feira na cidade portuguesa.

Retoma das negociações
O Sindicato dos Enfermeiros – SE e o Ministério da Saúde retomam sexta-feira, dia 08 de setembro, pelas 11h30, as reuniões com...

Em causa está a proposta do Governo de reforma dos Cuidados de Saúde Primários. “Temos sérias reservas sobre esta medida, uma vez que reformar os cuidados primários não se faz apenas com a atribuição de mais médicos de família”, alerta Pedro Costa. O dirigente do Sindicato recorda que, atualmente, “há cerca de 1,6 milhões de portugueses sem equipa de saúde atribuída, isto é, sem médico nem enfermeiro de família e, claro, sem secretários clínicos”.

“As pessoas esquecem-se que não basta atribuir médico de família, isso nada resolve se o utente não tiver também atribuído um enfermeiro de família e se estes dois profissionais não tiverem o apoio de um secretário clínico”, explica Pedro Costa.

O presidente do SE recorda que “não está só em causa a melhoria das condições salariais, é também preciso melhorar as condições de trabalho”. “Se uma equipa de saúde não estiver completa, e os enfermeiros, por exemplo, têm cada vez mais tarefas burocráticas atribuídas, dificilmente vão conseguir prestar cuidados de saúde de qualidade a tempo e horas a todos os portugueses”, adianta.

Adicionalmente, para o Sindicato dos Enfermeiros, é igualmente importante trabalhar a conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). “Somos a única profissão da área da Saúde que não tem em vigor um ACT e desde 2017 que aguardamos que sejam retomadas e concluídas as negociações”, frisa Pedro Costa.

Depois, salienta, “há todo um outro conjunto de temas que tem de ser resolvido e que deve ser calendarizado, se não vamos andar aqui apenas a cumprir calendário e a dizer aos portugueses que estamos a negociar, o que não corresponde à realidade”. Em causa a atribuição de um dia de férias adicional por cada 10 anos de vínculo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) por parte dos contratos individuais de trabalho, tal como acontece com os colegas com contrato de trabalho em funções públicas. “É inadmissível este tipo de barreiras entre enfermeiros que trabalham lado a lado”, sustenta Pedro Costa.

“Pretendemos também que seja revista a aplicação restritiva do Decreto-lei n.º 80-B/2022, que define os termos das avaliações do desempenho dos enfermeiros, e que seja encontrada uma norma que uniformize a aplicação desta legislação, para que todos os enfermeiros progridam na carreira de forma igual, sejam mais novos, mais velhos ou mais diferenciados”, ficou o Ministério de Saúde conjuntamente com a ACSS de agendar as reuniões técnicas, que visam resolver este problemas mas até hoje desde a reunião de 18 de agosto não temos novidades, justifica Pedro Costa.

O presidente do SE adianta, ainda, que também a progressão na carreira tem de ser revista, uma vez que “temos cada vez mais enfermeiros acabados de entrar na profissão a ganhar exatamente o mesmo que aqueles colegas que estão na Enfermagem há 20 ou 30 anos”.

No entender do dirigente, “questões como a carreira, a especialização, o reconhecimento do risco e penosidade, desgaste rápido e a dedicação ao SNS têm de ser valorizadas e recompensadas, também monetariamente”. “O próprio ministro da Saúde já reconheceu, na comunicação social, que não é admissível ter enfermeiros mais novos a ganhar o mesmo, ou mais, do que aqueles que têm já uma carreira longa ou que investiram numa especialização para colmatar as necessidades em saúde dos portugueses”, frisa Pedro Costa.

“Mais uma vez e quando temos à porta o arranque da campanha de vacinação sazonal, a DGS anuncia que vamos ter vacinas para todos os portugueses, acreditamos que contará mais uma vez com os Enfermeiros, a trave-mestra em todos os sistemas de saúde do mundo a nível vacinal, sabemos que vamos contar com o agradecimento de todos os portugueses, mas não vivemos de palmas à janela”, afirma o dirigente.

Consulta do pé diabético
A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) acaba de anunciara a abertura de Bolsa de Contratação de Podologistas...

O Ministério da Saúde aposta na Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético com integração da podologia nos cuidados primários de saúde de forma a reduzir as taxas de amputação do pé diabético. A presença do podologista na consulta do pé diabético especializada na avaliação, orientação e prevenção de patologias do pé, assim como o seu tratamento, vai permitir reduzir inequivocamente esta catástrofe.

Para além dos 15 hospitais públicos com consulta de podologia o SNS reforça os cuidados de saúde primária na atenção ao Pé Diabético.

“O pé diabético é visto como a principal causa de amputação da extremidade inferior, mais do que uma complicação da diabetes, deve ser considerado como uma condição clínica complexa, que pode acometer os pés e, ou tornozelos de indivíduos diabéticos. Assim, pode reunir perda da sensibilidade dos pés, a presença de feridas complexas, deformidades, limitação de movimento articular, infeções, amputações, entre outras” afirma Manuel Portela, Presidente da Associação Portuguesa de Podologia (APP). 

A abordagem deve ser especializada e deve contemplar um modelo de atenção integral (consciencialização e educação, qualificação do risco, investigação adequada, tratamento apropriado das feridas, cirurgia especializada, aparelhamento customizado e reabilitação integral), objetivando a prevenção e a restauração funcional da extremidade. Dados epidemiológicos demonstram que o pé diabético é responsável pela principal causa de internamento do portador de diabetes. 

A previsão para o ano de 2025 é de mais de 450 milhões de portadores de diabetes, destes, pelo menos 25% vão ter algum tipo de comprometimento significativo nos seus pés. Atualmente, estima-se que, mundialmente, ocorram duas amputações por minuto à custa do pé diabético sendo que 85% destas são precedidas por úlceras.

Estima-se que 15% dos doentes diabéticos desenvolvem uma úlcera nos membros inferiores durante os anos de doença e que 85% das amputações têm um historial de úlceras diabéticas. As complicações que ocorrem nos pés destes doentes vão proporcionar uma diminuição da qualidade de vida destes indivíduos e um grande custo aos serviços de saúde.

A taxa média de amputação do pé diabético em Portugal é de 5,4 por 100 mil habitantes. A zona Norte do país tem uma taxa de 3,4 /100 mil habitantes, de acordo com o Observatório Nacional da Diabetes.

Uma amputação no pé implica custos que podem atingir os 25 mil euros, estimando-se que os custos com as amputações em Portugal podem chegar aos 25 milhões de euros por ano. Despesas diretas com a cirurgia, reabilitação do pé e do doente, abstinência laboral e os transportes são os fatores que mais pesam no orçamento da Saúde e da Segurança Social com as amputações dos doentes diabéticos. 

“Esta medida é um forte investimento na melhoria da saúde da população, especialmente dos doentes diabéticos, permitindo melhor mobilidade, menos incapacidade e certamente com menos amputações” conclui Manuel Portela.

 

Dia 22 de setembro
Pelo quarto ano consecutivo, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) organiza uma nova edição das Jornadas Nacionais...

Para refletir sobre as doenças hemato-oncológicas a nível nacional, esta edição irá abranger vários painéis de debate para abordar temas como o estado de arte da hematologia em Portugal, os direitos dos doentes e o estudo Patient Voice, que vai ser apresentado na sessão.

O evento vai incluir intervenções de representantes de entidades de referência do panorama nacional da área das doenças hemato-oncológicas, como a European Hematology Association e o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. Terá ainda a contribuição de doentes, que vão dar o seu testemunho, e especialistas de outras áreas, como dermatologia, direito e psicologia, para expor outras vertentes relevantes associadas às doenças hemato-oncológicas. A apresentação e moderação da sessão ficará a cargo do jornalista Paulo Farinha. 

A participação é gratuita, mas requer inscrição prévia, que deve ser feita online, aqui: https://apcl.eventkey.pt/geral/inseririnscricao.aspx?evento=5&formulario=10&redirect=true.

A quarta edição das Jornadas Nacionais Virtuais da APCL conta com o apoio da Abbvie, Amgen, AstraZeneca, Gilead, Kite, Janssen, Kyowa Kirin, Novartis, Roche, Sebia e Takeda.

Aumento reflete o peso ‘insignificante’ dos seguros de saúde e subsistemas de saúde
Os pagamentos diretos das famílias portuguesas em produtos e serviços de saúde disponibilizados nas farmácias (que representa...

Se no início do século as despesas de saúde em farmácia eram asseguradas em 46% pelo SNS e 39% pelas famílias portuguesas, vinte anos depois, o peso de ambas aproxima-se e o crescimento de 3% (para o SNS) é acompanhado pelo dobro do crescimento para as famílias portuguesas (6%). O peso de 49% e 45% (SNS e famílias, respetivamente) atingido em 2020 reflete não só o peso ‘insignificante’ dos seguros de saúde e subsistemas no pagamento da despesa em medicamentos dispensados nas farmácias comunitárias – que caiu de 16% em 2000 para apenas 5% em 2020 (correspondendo a valores absolutos de 372M€ e 163M€, respetivamente) – mas sobretudo evidenciam uma potencial desproteção financeira crescente da população face a este tipo de despesa. É uma evolução que ocorre mesmo na presença de uma tendência de menores preços de medicamentos dispensados em farmácias comunitárias (notória nos anos seguintes a 2011).

O aumento das despesas de saúde em farmácias comunitárias, e do peso relativo dos pagamentos diretos das famílias e das comparticipações do SNS, resulta da conjugação de vários fatores:

Aumento do consumo: entre 2003 e 2022, o número de embalagens de medicamentos dispensadas em farmácias comunitárias aumentou 40%

Efeito preço: dependente não só da quota de genéricos, que tem vindo a estabilizar nos últimos anos, mas também do estabelecimento de preços resultante de perca de patentes, introdução de novos genéricos ou de novos medicamentos de marca no mercado

Comparticipações: a comparticipação de medicamentos do SNS atingiu o seu máximo em 2010 (71,9%) tendo decrescido para 62,5% em 2014.  Desde então, a taxa média de comparticipação nunca regressou ao valor histórico mencionado e desde 2015 tem se verificado um aumento gradual da taxa média de comparticipação de medicamentos.

‘Ao longo do período analisado, verifica-se que o aumento do consumo contribuiu para aumentar os encargos com medicamentos em 37%. Em sentido inverso, a redução dos preços verificada neste período contribuiu para uma redução dos encargos em 16%. Assim, a conjugação destes dois efeitos resultou num aumento dos encargos em 21%’ referem os investigadores que concluem ‘o crescimento do consumo de medicamentos surge como o principal determinante do aumento da despesa com medicamentos – quer os encargos cobertos pelo SNS, quer os encargos dos utentes. Em termos quantitativos, este efeito é substancialmente superior a efeitos que decorram de variações de preços ou de taxas de comparticipação.’

 

Dia Internacional da Consciencialização para a CBP assinala-se a 10 de setembro
A Colangite Biliar Primária (CBP) é uma doença crónica cuja causa ainda está por identificar.

A CBP é silenciosa e na maioria dos doentes demora um longo período, por vezes de vários anos, até apresentar sinais, podendo, contudo, começar a ganhar “voz” através de um conjunto vasto de sintomas, onde se destaca a comichão na pele (prurido), que é muitas vezes desvalorizada, mas que afeta tremendamente a qualidade de vida do doente.

Pode, ainda, manifestar-se por cansaço excessivo, secura dos olhos e da boca; dor na região abdominal direita, nos ossos, nas articulações e nos músculos; náuseas ou diarreia; mais tardiamente, podem também surgir olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura, inchaço do baço ou acumulação de líquido no abdómen (ascite).

Ainda assim, a sua deteção pode ser feita precocemente, através de análises ao sangue, ao detetar alteração das análises hepáticas, principalmente da fosfatase alcalina.

É de notar que a CBP tem uma maior expressão em mulheres em idade ativa, entre os 40 e 60 anos de idade, daí dever ser sempre considerada esta hipótese diagnóstica em mulheres desta faixa etária que apresentem sintomas suspeitos ou alterações das análises hepáticas. Foram identificados outros fatores de risco como a predisposição genética (é mais frequente em pessoas que tenham familiares com esta doença), sofrer de outra doença autoimune e a presença de certas infeções, como é o caso de infeções repetidas das vias urinárias.

Existe tratamento para a CBP, que não consegue ainda a cura da doença, mas evita, na maioria das vezes, a sua complicação mais temível, que é a evolução para cirrose hepática. A cirrose é a quarta maior causa de morte precoce em Portugal e, em muitos casos, só é solucionada através do transplante de fígado.

Neste Dia Internacional da Consciencialização para a Colangite Biliar Primária, o trabalho de casa é simples: se tem cansaço inexplicado ou prurido, ou se está nalguma das situações de risco, fale com o seu médico. Não espere até outros sintomas aparecerem, porque nessa altura já pode ser tarde para o seu fígado.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Quebrando Barreiras"
A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN), junta-se ao movimento global proposto pela World Duchenne Organization (WDO),...

“As pessoas que vivem com Distrofia Muscular de Duchenne e Becker (DMD/BMD) enfrentam barreiras físicas, de saúde e sociais. Isso limita severamente a sua capacidade de participar plenamente na vida e nas atividades comunitárias. Desta forma, é importante consciencializar a população para a existência desta doença, pedindo que também assumam a responsabilidade e que nos ajudem a quebrar barreiras para as pessoas que vivem com DMD/BMD. Somente juntos, podemos criar uma sociedade inclusiva e construir um futuro melhor”, realça Joaquim Brites, presidente da APN.

E acrescenta: “Alguns exemplos de tópicos destinados a quebrar barreiras na DMD incluem o acesso aos cuidados médicos, nomeadamente à reabilitação, tornando-os abrangentes e acessíveis para estas pessoas possam gerir melhor sua condição física e melhorarem a sua qualidade de vida; aos espaços públicos, como escolas, locais de trabalho e centros comunitários, garantindo a acessibilidade para todos; à informação sobre os desafios enfrentados pelos indivíduos portadores de DMD/BMD; ao envolvimento da comunidade, incentivando os indivíduos com DMD/BMD a participarem em atividades comunitárias e a fornecerem recursos e apoio para os ajudar a fazê-lo; às oportunidades que permitem encontrar e manter os seus empregos, à educação e formação inclusivas que permitam que estas pessoas frequentem escolas regulares e participem plenamente na experiência educativa e académica”

O dia 7 de setembro foi instituído em 2014 como o Dia Mundial para a Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne. Em Portugal, e em todos os lugares do mundo, a data assinala-se com eventos variados, conferências científicas e outros acontecimentos que pretendem chamar à atenção para a existência da doença e para a sua identificação, de forma cada vez mais precoce. 

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética, ligada ao cromossoma X, que afeta 1 em cada 3.500 crianças do sexo masculino. No entanto, na edição de 2022, dedicada ao tema “As mulheres e a Duchenne”, pretendeu-se alertar a sociedade para o facto de, muito raramente, afetar também as mulheres. Estas, com dois cromossomas X, são, normalmente, assintomáticas e apenas portadoras e transmissoras da doença. Mas podem ser portadoras, sintomáticas, afetadas por algumas alterações capazes de condicionar o seu quotidiano.

Se a sua criança apresentar dificuldades em levantar-se do chão, de subir escadas, cansaço fácil, problemas respiratórios, insuficiência cardíaca ou cai facilmente, consulte o seu médico e peça um diagnóstico genético.

“Diretrizes para a promoção de cidades saudáveis”
Na próxima quinta-feira (7), pelas 14h30, vai decorrer, no Colégio da Trindade da Universidade de Coimbra (UC), a apresentação...

O estudo foi desenvolvido no âmbito do Instituto Virtual para a Saúde e Bem-Estar da EC2U – Campus Europeu de Cidades Universitárias, que junta a UC, a Universidade de Poitiers (França), a Universidade Friedrich Schiller de Jena (Alemanha), a Universidade Alexandru Ioan Cuza de Iasi (Roménia), a Universidade de Salamanca (Espanha), a Universidade de Pavia (Itália) e a Universidade de Turku (Finlândia). Foi coordenado pela docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC, Paula Santana.

Durante a sessão, vão ser apresentados os constrangimentos associados à governança local na área da saúde e as diretrizes e recomendações para os governos locais na criação de cidades saudáveis. O encontro pretende ainda discutir o papel dos municípios e da articulação intersectorial na promoção da saúde, contribuindo, deste modo, para o reforço da colaboração entre as instituições, em torno de objetivos e projetos comuns que promovam a saúde urbana e o envelhecimento saudável. Pretende-se ainda que a sessão sirva para refletir sobre os desafios e problemas que afetam a saúde da população e os domínios de intervenção prioritários para promover o envelhecimento ativo e saudável.

A abertura da sessão vai ser conduzida pelo Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, e pelo Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva.

Segue-se a conferência “A Cidade Saudável: do referencial à ação política”, proferida por Paula Santana. Logo a seguir, vai decorrer a apresentação dos resultados do estudo, conduzida pela investigadora do CEGOT da UC, Ângela Freitas, que vai contar com os comentários do diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego e médico de família, José Luís Biscaia.

O encerramento da sessão vai ser feito pelo Vice-Reitor da UC para as Relações Externas e Alumni, João Nuno Calvão da Silva.

Vão marcar presença na sessão vários atores locais, nomeadamente representantes de vários municípios.

Biossensor determina a gravidade do traumatismo
Uma equipa de 13 estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa | NOVA FCT é a vencedora do...

O TCE afeta 1,5 milhões de pessoas anualmente na Europa. Apesar da maioria destes traumatismos serem ligeiros (por norma, 90% dos casos), os doentes que dão entrada nas urgências têm que fazer um procedimento dispendioso como um TAC. A solução da equipa da NOVA FCT, desenvolvida em laboratório, é um biossensor para determinar a gravidade do traumatismo com apenas uma gota de sangue – os biossensores são pequenos instrumentos para uma medição rápida de moléculas em fluidos corporais para fins de diagnóstico ou monitorização. Além de diminuir custos do paciente, o biossensor rápido permite reduzir a intervenção de pessoal médico e trazer mais conforto à grande maioria dos doentes de TCE.

O prémio “Desempenho Analítico” foi entregue na Universidade Técnica de Eindhoven, nos Países Baixos. A competição internacional SensUs2023 reuniu estudantes de todo mundo e o júri foi composto por representantes da academia, da indústria e da saúde, que analisaram a criatividade e o potencial de industrialização das soluções apresentadas – o resultado em detalhe.

Os vencedores da competição internacional são liderados por Ricardo Mafra e Diogo Martins, dois estudantes do Mestrado em Engenharia de Micro e Nanotecnologias da NOVA FCT. A equipa de 13 elementos conta ainda com estudantes dos mestrados de Biotecnologia, de Biomateriais e Nanomedicina e de Engenharia Biomédica. A lista completa de vencedores: André Luís, Beatriz Nobre, Chiara La Guidara, Diogo Martins, David Alves, Lara Gonçalves, Matilde Abreu, Mariana Resende, Nuno Ferreira, Ricardo Mafra, Simão Caracho, Sofia Ribeiro e Tomás Mingates.

Os professores Ricardo Franco e Rui Igreja, do UCBIO|i4HB e CENIMAT|i3N, centros de investigação da NOVA FCT, foram os mentores da equipa vencedora. O Departamento de Química e o Departamento de Ciências dos Materiais, financiaram a inscrição no concurso e a empresa LaborSpirit doou consumíveis e reagentes essenciais para o estabelecimento do protótipo.

Candidaturas até dia 29 de setembro de 2023
O processo de candidaturas para a Bolsa CUF D. Manuel de Mello - o maior prémio nacional de incentivo a jovens médicos...

A Bolsa CUF D. Manuel de Mello, promovida pela CUF, através da CUF Academic Center, e pela Fundação Amélia de Mello, destina-se a jovens médicos doutorados no âmbito das Unidades de investigação e Desenvolvimento das Faculdades de Medicina portuguesas.  

O investimento no ensino e na cooperação com as instituições universitárias permite não só aumentar o conhecimento médico, como incentivar a investigação clínica que procura diariamente encontrar avanços em diferentes campos da saúde, sempre com o intuito de desenvolver e aplicar melhores práticas clínicas ao serviço dos doentes. Iniciativas como a Bolsa CUF D. Manuel de Mello tornam-se, por isso, fundamentais para garantir à comunidade científica as condições necessárias ao bom desenvolvimento da sua atividade e, em simultâneo, para valorizar e distinguir o mérito dos investigadores portugueses, e dos seus trabalhos, onde todos têm o mesmo propósito: contribuir para a melhoria contínua dos cuidados de saúde. 

As candidaturas da Bolsa CUF D. Manuel de Mello decorrem até 29 de setembro e a decisão do júri será anunciada até 22 de dezembro de 2023.

A Bolsa CUF D. Manuel de Mello conta já com 16 anos de história, tendo distinguido projetos de investigação de doenças como Lúpus, Alzheimer, esquizofrenia, tuberculose, entre outras áreas médicas.

Consulte o regulamento em: www.cuf.pt e www.fundacaoameliademello.org.pt

 

 

Dia Internacional das lesões da coluna assinala-se a 5 de setembro
Estima-se que, diariamente, em Portugal, uma ou duas pessoas fiquem impossibilitadas de andar devido

De um modo simples, uma lesão medular é uma lesão grave em que as células que transmitem sinais do cérebro para o corpo, e vice-versa, são danificadas. As restrições de mobilidade podem ser significativas, com necessidade de utilização de cadeiras de rodas ou outros auxiliares de locomoção e em alguns casos levar a dependência parcial ou total de um cuidador. Contudo, as consequências destas lesões não se limitam à mobilidade abrangem as áreas mentais, sociais, sexuais e profissionais, além de terem impactos económicos significativos.

Tendo em consideração o risco de lesões graves e permanentes, a prevenção é crucial. Sobretudo porque a maioria das causas são evitáveis. Os acidentes rodoviários são a principal causa de lesões medulares em todo o mundo. As quedas em casa ou ao ar livre, mergulhos em água de pouca profundidade, acidentes desportivos e agressões estão na origem da maioria dos restantes casos de lesões medulares.

Para evitar uma lesão que pode ser catastrófica, é importante seguir algumas regras:

  • Utilize sempre cintos de segurança e capacetes em veículos e atividades de risco, incluindo bicicletas e trotinetes;
  • Respeite os limites de velocidade;
  • Evite o uso de telemóvel enquanto conduz;
  • Não conduza sob a influência de álcool ou substâncias intoxicantes;
  • Certifique qual a profundidade antes de mergulhar, e preferencialmente entre de pés.

Em casa, tome medidas preventivas como remover objetos em que possa tropeçar, assegurar iluminação adequada e corrimãos nas escadas, utilizar tapetes antiderrapantes em áreas molhadas como casas de banho e cozinhas; se praticar desportos ou atividades de risco, certifique-se de seguir as medidas de segurança necessárias.

Apesar do empenho da comunidade científica em encontrar soluções para o tratamento destas lesões, a prevenção continua a ser a chave para reduzir o número de lesões medulares e garantir a segurança e o bem-estar de todos.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
E estabelece três compromissos no evento do Dia Nacional do Psicólogo
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou esta segunda-feira que a generalização das Unidades Locais de Saúde (ULS) vai...

“A generalização das Unidades Locais de Saúde vai facilitar os mecanismos de concurso e contratação, sem os quais também é difícil que as evoluções decorram”, explicou o ministro. Manuel Pizarro recordou que “foram em 2023 colocados os 40 psicólogos que resultaram do concurso aberto em 2018. “Acho que não é preciso dizer mais sobre a necessidade de uma mudança profunda no sistema de organização”, acrescentou.

Reconhecendo a “situação caricata” da contratação de psicólogos que demorou quase cinco anos, o Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Francisco Miranda Rodrigues, diz ter “elevadas expectativas” para que com a facilitação das contratações venham a ser reforçado o número de psicólogos no SNS, sobretudo nos cuidados de Saúde Primários. “São atualmente cerca de 300 e estão muito aquém das necessidades dos cidadãos”, reforçou.

Também o ministro reconheceu haver “menos psicólogos do que os que seriam necessários no Serviço Nacional de Saúde para fazermos o trabalho que se impõe fazer na proteção da saúde mental dos portugueses”, mas garantiu que “esse é um caminho que tem de se ir fazendo”, referindo uma “agenda de trabalho que tem vindo a ser feita com a Ordem dos Psicólogos.

Manuel Pizarro diz que é uma “agenda de trabalho” que tem vindo a ser feita com a Ordem dos Psicólogos Portugueses e que “tem de ser acentuada”.

“Não apenas a incorporação de mais psicólogos no SNS. Temos de dar públicos e rápidos sinais de evolução. Um deles é o reconhecimento das especialidades que a Ordem dos Psicólogos concede também para efeitos do Serviço Nacional de Saúde. E também a possibilidade de conceder estágios no SNS”, enumerou.

O ministro garantiu ainda que “as próximas semanas vão ser semanas muito desafiantes para que estes objetivos possam ser alcançados”.

Projeto europeu ‘Comer Melhor, Viver Melhor’ promove maior consumo de alimentos de origem vegetal
A alimentação saudável tem o poder de melhorar a qualidade de vida de todos, principalmente de quem tem diabetes. Para ajudar...

A iniciativa, que procura contribuir para o desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis, resulta da parceria entre a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), a Federação Francesa de Diabetes e a Federação Internacional da Diabetes – Europa e tem o patrocínio do movimento internacional ‘Healthy Food Healthy Planet’. 

“Para quem tem diabetes, a alimentação é crucial para a boa gestão da doença, devendo ser considerada como parte do plano terapêutico. Introduzir mais produtos de origem vegetal na alimentação é fundamental, até como medida que pode levar a uma menor necessidade de medicamentos.”, explica Rogério Ribeiro, investigador biomédico da APDP e coordenador da iniciativa ‘Comer Melhor, Viver Melhor’. 

Os hábitos alimentares têm mudado ao longo dos anos e as opções nutricionais da população incluem hoje preocupações com a saúde, mas também com o meio ambiente. “O nosso consumo alimentar interfere com o ambiente e a biodiversidade e é nesse contexto que surge a alimentação sustentável, como solução para um maior equilíbrio entre a produção alimentar, a saúde e a proteção ambiental.” explica o investigador. 

Para José Manuel Boavida, presidente da APDP, “este projeto europeu reflete a preocupação da associação em encontrar soluções inovadoras para a difícil tarefa das mudanças reais nos hábitos alimentares das pessoas com diabetes, com o suporte e acompanhamento necessários. A necessidade do alinhamento dos profissionais de saúde para a intervenção na atual realidade e as dificuldades nesse percurso, mostram bem a importância deste projeto”. 

Bastien Roux, coordenador da Federação Francesa de Diabetes, acrescenta que “estamos a iniciar um movimento na diabetes em direção a um programa de alimentação com maior inclusão de vegetais. Com esta partilha de conhecimento, podemos criar algo com impacto e que ajude as pessoas com diabetes no seu dia a dia”. 

A educação alimentar é fundamental no plano de tratamento de todas as pessoas com diabetes, sendo que esta não precisa de ser restritiva e monótona. Experimentar outras formas de preparar e cozinhar os alimentos, utilizar mais alimentos de origem vegetal, com maior variedade de nutrientes e menos sal, são algumas das mudanças que podem ser feitas.  

O projeto acaba de lançar um questionário sobre os hábitos alimentares e atitudes de pessoas com diabetes tipo 2 em relação a dietas baseadas em alimentos de origem vegetal. O questionário, dirigido a todas as pessoas adultas com diabetes tipo 2 que vivem em Portugal, pode ser respondido em https://healthy-food.sanoia.com/pt/  

 

Dados do relatório ´Headway - A new roadmap in Brain Health: Focus Epilepsy’
A Angelini Pharma, empresa farmacêutica que integra o grupo privado Angelini Industries, e a European House – Ambrosetti, um...

O relatório reflete uma atualização e análises adicionais de conclusões anteriores, fornecendo dados pan-europeus e de determinados países com o objetivo de identificar desafios e recomendar potenciais soluções para reduzir o fardo da epilepsia nos cuidados de saúde e na sociedade no seu conjunto. O relatório demonstrou a existência de uma lacuna no tratamento desta patologia na Europa, incluindo diferenças significativas no acesso ao tratamento entre países. Apesar de aproximadamente 70% das pessoas com epilepsia reagirem ao tratamento, cerca de 40% em toda a Europa – e até 90% em algumas zonas – não beneficiam dos melhores cuidados.

Verificou-se também que a diminuição da capacidade dos sistemas de saúde, a distribuição desigual dos recursos e a menor prioridade dada aos cuidados com a epilepsia, resultam em custos diretos e mais elevados para os sistemas de saúde, levando à diminuição da qualidade de vida destes doentes. Parte da iniciativa Headway em curso, em particular o projeto ‘Headway: A new roadmap for Brain Health: Focus Epilepsy’ da Angelini Pharma e da European House – Ambrosetti, compreendeu uma análise multissetorial e multidimensional de vários setores, tais como os cuidados de saúde, indústria privada, sistema académico e governo, ao mesmo tempo que reuniu perspetivas pessoais de associações de doentes, clínicos, responsáveis políticos, entre outros.

"O relatório Headway agora apresentado não só demonstra o quanto ainda há a fazer para melhorar o estado dos cuidados com a epilepsia na Europa, mas é também essencial a colaboração entre a indústria, as associações clínicas e os doentes, o meio académico e o governo para colocar a epilepsia no topo da agenda de saúde pública", afirmou Jacopo Andreose, Diretor Executivo da Angelini Pharma. "Embora seja uma das doenças neurológicas crónicas mais comuns na Europa, apenas alguns países implementaram planos nacionais para gerir esta condição e menos ainda são os que a reconhecem como uma doença cerebral. Estamos empenhados em continuar a esclarecer o verdadeiro fardo desta doença para os doentes e os sistemas de saúde na Europa."

"A epilepsia tem um impacto profundo nas pessoas que vivem com esta doença e a investigação mostra que a qualidade de vida vai muito além do controlo das crises, estendendo-se a quase todos os aspetos da vida quotidiana, incluindo o estigma nas interações sociais, a autoestima, a independência, a memória, o sono e a saúde mental", afirmou Elisa Milani, Coordenadora de Projetos e Consultora da Área da Saúde na The European House - Ambrosetti. "Estamos orgulhosos do nosso trabalho com a Angelini Pharma para partilhar a plataforma Headway, e esperamos que isto incentive mais investigação e diálogo sobre os diversos impactos da epilepsia e sobre a forma como podemos dar a estes doentes uma melhor oportunidade de viver uma vida à sua medida."

Os resultados do relatório indicam que o foco no reforço das capacidades – incluindo mais investigação clínica e económica sobre o fardo da epilepsia, o desenvolvimento de instrumentos de investigação e de métodos de recolha de dados e a criação de oportunidades de formação e orientação para as partes interessadas –, ajudaria a incentivar uma maior capacidade de resposta às necessidades de saúde e socioeconómicas das pessoas que vivem com epilepsia. Além disso, a harmonização da perspetiva das políticas e diretrizes entre países ajudaria a garantir uma abordagem europeia holística e a racionalizar a implementação do Plano de Ação Global Intersectorial para a Epilepsia e outras Doenças Neurológicas (IGAP) nesses países. A educação e a sensibilização contínuas do público em geral e dos meios de comunicação social continuam a ser um pilar fundamental para promover ambientes de trabalho, educativos e sociais mais inclusivos e sensíveis.

"Muitas das pessoas que vivem com epilepsia na Europa não estão a receber os melhores cuidados de saúde e, por conseguinte, correm um maior risco de sofrer convulsões não controladas e as inúmeras consequências associadas, incluindo a incapacidade de realizar atividades quotidianas, aparecimento de lesões e até mesmo a morte prematura em alguns casos", afirmou a Dra. Francesca Sofia, Presidente do Gabinete Internacional de Epilepsia. "O relatório Headway, que acaba de ser divulgado, reafirma a necessidade urgente que a comunidade mais alargada da área da epilepsia colabore no sentido de um apelo comum à ação, com o objetivo de garantir que todas as pessoas que vivem com epilepsia na Europa disponham de acesso e obtenham os melhores cuidados possíveis."

As conclusões foram partilhadas num evento realizado no Spazio Europa, em Roma, espaço público gerido pelo Gabinete do Parlamento Europeu em Itália e pela Representação da Comissão Europeia em Itália, com o objetivo de promover a partilha de conhecimentos e o debate sobre questões europeias. O evento contou com um painel multidisciplinar de peritos na área da epilepsia, dos setores académico, da defesa e dos cuidados de saúde globais.

O donativo resulta da venda dos sacos de compras Primark nas lojas em Portugal em 2022
A Primark reforçou o apoio à Liga Portuguesa Contra o Cancro com mais um donativo de 374.000€. A Primark está empenhada em...

A Liga Portuguesa Contra o Cancro é uma instituição sem fins lucrativos em Portugal que apoia doentes oncológicos e as suas famílias, disponibilizando serviços importantes e necessários para o seu bem-estar, como o transporte de doentes para consultas hospitalares e o fornecimento de refeições para os pacientes e as suas famílias. Além disso, a Liga Portuguesa Contra o Cancro também faz campanhas de sensibilização junto da população com o objetivo de promover a saúde na prevenção do cancro. O donativo da Primark será utilizado para financiar estes serviços vitais em Portugal e promover o trabalho da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Somando o donativo do ano passado no valor de 216.000 mil Euros, a Primark doou já um total de 590.000 mil Euros para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Nelson Ribeiro, Head of Sales da Primark Portugal, disse que “dado que a legislação exige a cobrança dos sacos de compras, a Primark tomou a decisão de doar todas as receitas da venda dos nossos sacos para ajudar quem mais precisa. Escolhemos apoiar a Liga Portuguesa Contra o Cancro porque, tal como a Primark, estão empenhados em fazer uma diferença positiva junto da população em Portugal e o trabalho que fazem para apoiar os doentes com cancro e as suas famílias é muito importante. Estamos orgulhosos de apoiá-los na luta contra o cancro. Esta contribuição não teria sido possível sem os nossos estimados clientes. Em nome da Primark e dos nossos clientes, é com grande satisfação que entregamos este donativo à Liga Portuguesa Contra o Cancro.”

Francisco Cavaleiro de Ferreira, Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, reforça que “a Liga Portuguesa Contra o Cancro é uma instituição de referência nacional no apoio ao doente oncológico e família, na promoção da saúde, na prevenção do cancro e no estímulo à formação e investigação em Oncologia. É muito importante para a Liga que voluntários, profissionais e empresas como a Primark estejam sensibilizadas para esta causa e que, de braço dado, possamos gerar mais compromisso e diferença junto dos doentes oncológicos e respetivas famílias. Através do donativo da Primark é possível continuar o trabalho de excelência levado a cabo desde 1941.”

Nos últimos dois anos, a Primark apoiou várias instituições na luta contra o cancro na Europa e nos Estados Unidos no mês de sensibilização para o cancro da mama, com o compromisso de apoiar e capacitar as mulheres, independentemente do que a vida lhes proporcione. Através do lançamento de campanhas de sensibilização e coleções de produtos nas suas lojas, a Primark destacou o impacto do cancro na vida das mulheres e apresentou os soutiens pós-operatórios, tornando estes produtos especializados acessíveis ao maior número possível de mulheres. A Primark doou ainda mais de 1 milhão de Euros para apoiar o trabalho de instituições selecionadas na luta contra o cancro para ajudar a financiar serviços de sensibilização, pesquisa e apoio para pessoas afetadas pelo cancro.

Projeto PCaGoal demonstra benefícios físicos e psicológicos em doentes com cancro da próstata
O projeto PCaGoal, criado pela Associação Portuguesa de Urologia (APU) a associação médica mais antiga de Portugal, com o apoio...

Esta é uma iniciativa dirigida a doentes com cancro da próstata e visa melhorar a sua saúde, bem-estar e aptidão física, quebrando tabus e desmitificando o facto de doentes com cancro não poderem realizar prática de desporto.

De acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a investigação estabelece um papel clinicamente relevante do exercício físico ao longo da jornada do cancro e mostra que os doentes, que se exercitam com frequência, experienciam uma diminuição dos sintomas de depressão e de ansiedade, melhoram a resposta aos tratamentos, melhoram a sua autoestima e energia, e sentem-se mais ativos no combate à doença ou na prevenção da sua recorrência.

Apesar de existirem evidências sobre a importância do exercício físico para a minimização dos efeitos adversos dos tratamentos, continua a ser um desafio incentivar os doentes com cancro da próstata a serem mais ativos. Miguel Ramos, médico urologista e presidente da APU, sublinha que “os profissionais de saúde são responsáveis por ajudar a motivar estes homens a praticar atividade física regularmente, começando por informá-los e orientá-los neste caminho.”

De modo geral, os doentes com cancro são menos ativos do que os indivíduos que nunca atravessaram um processo de doença oncológica, sendo que a prática de exercício diminui substancialmente após o diagnóstico. Para mudar esta realidade, a APU desenvolveu o programa PCaGoal que, segundo Susana Póvoas, um dos membros impulsionadores deste projeto, “reúne dois fatores determinantes para instigar os doentes a serem mais ativos: um desporto que realmente gostam (futebol) e colegas de equipa que vivem realidades semelhantes.”

O PCaGoal utiliza o futebol de recreação para assegurar uma maior adesão à atividade física a longo prazo e contribuir para a redução do impacto do cancro da próstata. É um desporto com características adaptadas aos doentes e requer a orientação por um treinador profissional, assim como o acompanhamento e monitorização por profissionais das Ciências da Saúde e do Desporto.

“O acompanhamento realizado pela equipa multidisciplinar do projeto permitiu-nos avaliar a viabilidade e o impacto de um programa de exercício físico supervisionado e aconselhamento nutricional concomitante, no perfil metabólico, risco de doença cardiovascular e saúde mental. E os resultados preliminares foram muito positivos. A taxa média de participação nos treinos foi acima dos 70% e, em quatro meses, verificámos logo um decréscimo significativo da média da pressão arterial sistólica (baixou de 133 mmHg para 122 mmHg) e diastólica (passou de 77 mmHg para 72 mmHg)”, destaca Miguel Ramos.  

O exercício físico demonstrou ser eficaz na redução dos sintomas, na melhoria da saúde mental, na melhoria da agilidade na execução dos movimentos (o tempo médio diminuiu de 5,8 segundos para 4,9 segundos), na redução da pressão arterial e na melhoria da resistência (inicialmente, os participantes percorriam 536 metros em seis minutos e passaram a percorrer 592 metros no mesmo espaço de tempo), o que representa um forte potencial na redução dos fatores de risco cardiovasculares.

Tendo em conta o sucesso da primeira edição do PCaGoal, a APU pretende dar continuidade ao projeto e está a trabalhar para a implementação do mesmo noutras zonas do país.

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