Últimos 10 dias de Setembro
A Sociedade Portuguesa da Contracepção e a Associação Para o Planeamento da Família assinalam o Dia Mundial da Contracepção,...

A Campanha internacional centra-se na mensagem que no mundo todas as gravidezes devem ser desejadas. No mundo, mais de 41% das 208 milhões de gravidezes que ocorrem anualmente não são planeadas e estima-se que metade das quais terminam em aborto. Estima-se que 33 milhões das gravidezes não planeadas ocorrem por falha ou uso incorrecto de contracepção, é assim urgente a promoção do uso e do correcto uso de contracepção.

A comemoração iniciou-se em 2007 e o objectivo é promover o conhecimento sobre contracepção para que o acesso aos métodos ocorra em condições igualitárias e corresponda a uma escolha livre e informada.

O Dia Mundial da Contracepção comemora-se em 70 países e é apoiado por Entidades e Sociedades Cientificas (www. Your-Life.com)

Em Portugal, a Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC) e a Associação Para o Planeamento da Família (APF) colaboram na comemoração do dia com iniciativas que vão decorrer ao longo dos últimos dez dias de Setembro.

 

Plano Nacional de Actividades:

 

Actividades gerais

  1. Campanha no Facebook “Conversas de Almofada”. Esta campanha vai ser lançada no dia 26 de Setembro e vai prolongar-se ao longo do ano e visa promover de forma simples a informação sobre contracepção e sexualidade segura.
  2. Vídeo Contracepção. Em parceria com a APF a SPDC vai colaborar na divulgação do Vídeo Contracepção na internet (canal APF no Youtube, posts no Facebook APF) Serviços de Saúde.
  3. Declaração conjunta SPDC/APF Dia Mundial da Contracepção 2014. O estado da arte da contracepção em Portugal, factos e dados estatísticos, serviços, direitos e acesso à contracepção, principais dificuldades e desafios para o futuro. A declaração será divulgada no dia 22 de Setembro na imprensa e nos sites da APF e SPDC.
  4. Os folhetos SPDC - Métodos de Contracepção foram actualizados, e serão divulgados a partir do dia 26 de Setembro.
  5. O folheto da APF com revisão científica da SPDC sobre Contracepção de Emergência foi actualizado e será divulgado a partir do dia 26 de Setembro.

 

Actividades regionais

Coimbra

A SPDC e a APF com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra vão organizar uma campanha na cidade. A campanha “Não corra riscos”, vai decorrer de 23 a 29 de Setembro e tem como objectivo a promoção e divulgação de informação sobre contracepção e sexualidade segura.

 

Faro

A SPDC e a APF vão organizar na cidade a “Feira de Contracepção” que vai decorrer no dia 26 de Setembro. Esta acção tem como objectivo a divulgação de informação sobre contracepção e sexualidade segura.

 

Em estadios iniciais
Investigadores deram um passo importante para o desenvolvimento de um exame de sangue capaz de diagnosticar a psicose em...

A psicose envolve alucinações ou delírios, e define o desenvolvimento de transtornos mentais graves como a esquizofrenia, que afecta uma em cada 100 pessoas e tem um enorme impacto na vida do doente e dos seus familiares, escreve o portal Diário Digital.

O exame de sangue, desenvolvido por uma equipa da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, inclui uma selecção de 15 medidas de desequilíbrio do sistema imunológico e hormonal, além de indícios de stresse oxidativo.

Esses padrões foram obtidos a partir da análise, com métodos de bioinformática, dos pacientes de um enorme estudo longitudinal feito na América, chamado de NAPLs, um esforço internacional voltado para mecanismos e factores de risco para desenvolvimento de transtornos psicóticos.

Uma das autoras do estudo, a professora de psiquiatria Diana Perkins, afirma que mais pesquisas são necessárias para tornar o teste disponível. Mas, segundo ela, os resultados mostram que, no futuro, será possível agir de forma preventiva nas crises psicóticas, o que representará um enorme avanço no tratamento da esquizofrenia.

 

Organização Mundial de Saúde alerta:
As infecções pelo vírus do Ébola podem triplicar para 20 mil até Novembro, aumentando aos milhares todas as semanas, caso os...

“Se não travarmos a epidemia muito em breve, isto vai passar de um desastre para uma catástrofe”, defende Christopher Dye, o responsável de estratégia da Organização Mundial de Saúde (OMS) e co-autor de um estudo divulgado hoje.

Caso não seja controlado, o surto pode arrastar-se por anos e possivelmente tornar-se endémico na África Ocidental, onde já matou mais de 2.800 pessoas.

“Sem melhorias drásticas nas medidas de controlo, o número de casos do vírus e de mortes devido ao Ébola deverá continuar a aumentar de centenas para milhares por semana nos próximos meses”, refere o estudo.

“Preferimos apontar as projecções até dia 02 de Novembro, mas se avançarmos para 02 de Janeiro, [o número de vítimas] pode ser de centenas de milhares”, disse Dye aos jornalistas em Genebra, onde fica a sede da organização.

O responsável admitiu que o receio é que o Ébola se torne numa característica “mais ou menos permanente” da população humana.

Na região afectada pelo surto, o país que enfrenta os maiores desafios é a Libéria, onde mais de 3 mil pessoas foram infectadas e mais de metade morreram, numa altura em que as autoridades de saúde se vêem forçadas a rejeitar apoio a pessoas devido à falta crónica de camas e de pessoas. No país encontram-se cerca de 150 trabalhadores de saúde estrangeiros, mas são necessários pelo menos 600.

Na Serra Leoa, onde mais de 1.800 pessoas foram infectadas e cerca de 600 morreram, há uma "inundação de corpos", depois de terem sido descobertos 200 novos casos.

O estudo da OMS, elaborado pelo Imperial College, de Londres, prevê que se não for tomada qualquer medida relevante, o número de casos confirmados e prováveis a 02 de Novembro será de 5.925 na Guiné-Conacri, 9.939 na Libéria e 5.063 na Serra Leoa.

De acordo com o estudo, a taxa de fatalidade real é superior à que tem sido estimada de uma morte em cada duas infecções, sendo na verdade de 71%.

As Nações Unidas procuram obter quase mil milhões de dólares para derrotar o pior surto de sempre do Ébola, que o Conselho de Segurança já classificou de ameaça à paz mundial.

 

Inspecção-Geral das Actividades em Saúde
A Inspecção-Geral das Actividades em Saúde arquivou o processo instaurado à forma como a Direcção-Geral da Saúde aplicou o...

O processo foi instaurado no seguimento de uma queixa de médicos contra a forma como a Direcção-Geral da Saúde (DGS) aplicou o plano num ano em que o número de mortos devido ao calor no verão aumentou 30% face ao ano anterior.

Quando estes números foram revelados, no ano passado, um grupo de médicos apresentou uma queixa na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a DGS.

Fonte da PGR confirmou à Lusa que deu entrada neste organismo uma exposição sobre esta temática, que foi “objecto de análise e remetida à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS)”.

A IGAS abriu um processo de averiguações, entretanto arquivado, disse à Lusa fonte deste organismo do Ministério da Saúde.

Fonte da DGS adiantou que esta direcção-geral já foi notificada da decisão, tendo referido que a mesma foi acompanhada de uma recomendação no sentido das medidas do plano serem melhor comunicadas, nomeadamente junto da população mais idosa, que é também uma das mais afectadas pelos efeitos adversos das altas temperaturas.

 

Em doentes com cancro da próstata metastático resistente à castração
A Astellas Pharma e a Medivation anunciaram que a Food and Drug Administration (FDA) aprovou uma nova indicação para o uso de...

A aprovação desta nova indicação resulta da revisão prioritária do suplemento New Drug Application (sNDA) da FDA que se baseou nos resultados do ensaio clínico de fase III PREVAIL. A aprovação baseou-se na melhoria da sobrevivência global, no atraso na progressão radiográfica e no balanço do perfil benefício-risco positivo.

A FDA aprovou inicialmente XTANDI, apresentado em cápsulas, inibidor da via de sinalização do receptor androgénico, de toma única diária, em Agosto de 2012 para o uso em doentes com cancro da próstata metastático resistente à castração, previamente submetidos a quimioterapia com docetaxel. A nova indicação aprova XTANDI para uso em homens com cancro da próstata metastático resistente à castração que não receberam quimioterapia. O cancro da próstata metastático resistente à castração define-se como um cancro que não se limita à glândula prostática e progride apesar da terapêutica de privação androgénica.

“A revisão prioritária e a aprovação da FDA desta nova indicação de XTANDI, permite agora o uso de uma importante terapêutica por parte dos doentes com cancro da próstata metastático resistente à castração em todos os estadios da sua doença”, afirma Sef Kurstjens, M.D., Ph.D., director do Departamento Médico da Astellas Pharma, e presidente da Astellas Pharma Global Development. “Estamos muito satisfeitos com o facto de estes doentes terem agora XTANDI disponível como opção de tratamento”, diz o responsável.

No ensaio clínico de fase III PREVAIL, os homens que receberam XTANDI e terapêutica com análogo da GnRH exibiram uma superioridade estatisticamente significativa na sobrevivência global e atrasaram o tempo de progressão radiográfica ou morte quando comparado com placebo e terapêutica com análogo da GnRH.

XTANDI reduziu significativamente o risco de progressão radiográfica ou morte em 83% quando comparado com placebo (HR=0,17;  p < 0.0001).

XTANDI reduziu significativamente o risco de morte em 29% quando comparado com placebo (HR=0,71; p < 0,0001).

Em comparação com placebo, o tratamento com XTANDI também atrasou o tempo de início de quimioterapia e o tempo até ocorrência de acontecimentos músculo-esqueléticos.

O perfil de segurança de XTANDI foi actualizado para reflectir informação de ambos os ensaios clínicos de fase III, AFFIRM e PREVAIL.

“A Enzalutamida foi estudada e aprovada para doentes com cancro da próstata metastático que é resistente à terapia hormonal primária, um estadio da doença a que chamamos cancro da próstata metastático resistente à castração. Neste cenário, a enzatulamida demonstrou prolongar a sobrevivência global e atrasar significativamente a progressão do cancro da próstata”, afirmou Tomasz M. Beer, M.D., F.A.C.P., investigador co-principal do estudo PREVAIL, director do Knight Cancer Institute e professor de medicina na Oregon Health & Science University. “Além disso, no ensaio clínico PREVAIL, o tempo mediano para início de quimioterapia foi atrasado em 17 meses com enzatulamida em comparação com placebo, pelo que o resultado é um período de tempo bastante significativo durante o qual os homens têm a sua doença controlada sem necessidade de quimioterapia.”

 

Mecanismo de Ação da Enzalutamida

Enzalutamida é um inibidor do sinal do receptor androgénico que actua em três fases diferentes a via de sinalização do receptor androgénico.

 

Sobre XTANDI (enzalutamida) cápsulas

XTANDI (enzalutamida) foi aprovado pela FDA a 10 de Setembro de 2014 para o tratamento de doentes com cancro da próstata metastático resistente à castração.

 

Sobre a Astellas Pharma

A Astellas Pharma é uma empresa farmacêutica dedicada a melhorar a vida das pessoas em todo o mundo através de soluções inovadoras e produtos farmacêuticos de confiança. É uma das 20 maiores empresas farmacêuticas, que emprega cerca de 15 mil pessoas em todo o mundo. 

A Astellas está em Portugal desde 1967, conta com cerca de 60 pessoas e focaliza-se nas seguintes áreas terapêuticas: Oncologia, Urologia, Dermatologia, Transplantação, Anti-infecciosos e Dor.

Para mais informações sobre a Astellas visite http://www.astellas.com.pt/pt/.

 

 

Investigadora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Estudo revelou eficácia na prevenção de inflamações da membrana interna das veias em pessoas com cateteres venosos periféricos....

Um projecto de investigação-acção desenvolvido, durante três anos, por uma professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) contribuiu para um decréscimo de 26,5% na taxa de incidência de flebites (inflamações da membrana interna das veias) em pessoas portadoras de cateteres venosos periféricos.

O estudo da professora Anabela de Sousa Salgueiro Oliveira, feito com a colaboração de uma equipa de 30 enfermeiros de um serviço de Medicina de um hospital central – onde se desenrolou o projecto – pretendeu compreender as práticas dos profissionais de Enfermagem e contribuir para a redução das flebites, que facilitam a colonização bacteriana e a ocorrência de infecções.

Os bons resultados alcançados surgiram após a realização de oficinas de trabalho com a equipa de Enfermagem daquele serviço, com uma vertente de formação e de reflexão sobre as práticas até então seguidas e tendo por base as guidelines (regras ou instruções sobre como algo deve ser feito) e a evidência científica.

“Os resultados evidenciaram maior mobilização do conhecimento científico, com um decréscimo de 26,5% na taxa de incidência de flebites”, que anteriormente era de 68,9%, revela a investigadora da ESEnfC, ao notar que para estas “alterações positivas” contribuíram não só as práticas dos enfermeiros, mas também mudanças organizacionais, na liderança, na formação dos profissionais e na (menor) sobrecarga de trabalho.

Por outro lado, o perfil complexo dos doentes - no caso em apreço, tinham uma média etária acima dos 76 anos – pode ser outro factor de risco para a ocorrência de flebites.

Como exemplos de algumas das medidas implementadas, a professora Anabela Salgueiro refere o uso de material mais adequado na fixação e protecção do orifício dos cateteres, a utilização de cateteres de menor calibre e o facto de os garrotes para a punção passarem a ser de uso único e lavados diariamente.

Para o sucesso deste projecto, a investigadora da ESEnfC explica que muito contribuiu a estratégia adoptada, de envolvimento da equipa de Enfermagem: “Nós quisemos compreender como faziam e trabalhar com eles, mobilizando a evidência científica para a reflexão. Os enfermeiros foram implicados em todas as fases do processo, no sentido de melhor adequarmos o que está nas guidelines à realidade prática”.

O projecto da professora Anabela Salgueiro, intitulado “Intervenção nas práticas dos enfermeiros para prevenção de flebites em pessoas com cateteres venosos periféricos”, foi recentemente seleccionado como um dos nove nomeados para o Prémio de Boas Práticas em Saúde, da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar (APDH).

Este é mais um estudo que realça “a importância que as práticas dos enfermeiros têm para os ganhos em saúde” e que resultam da “intersecção das dinâmicas da organização, dos enfermeiros, da profissão e também do perfil dos doentes”, conclui Anabela Salgueiro.

 

11 e 12 de Outubro 2014 no Porto
Inserido na oferta educativa do Centro de Formação do Hospital Veterinário Montenegro para 2014, nos próximos dias 11 e 12 de...

Luís Montenegro, director clínico do Hospital Veterinário Montenegro (HVM) refere que “este curso é um momento de aprendizagem útil e prático que incita o aumento da qualidade do serviço veterinário exercido em Portugal”.

A instrução está a cargo de José Graça, Rui Pereira e Marina Coelho, explorando os princípios da ecografia, as técnicas de intervenção ecoguiada e debatendo diversos casos clínicos.

As inscrições estão abertas a estudantes de medicina veterinária, profissionais e especialistas da área, que procuram desenvolver os seus conhecimentos e capacidades na área.

Para mais informações sobre o curso ou para inscrições, contactar Marta Pinto através do correio electrónico [email protected] ou telefone 938589458.

 

Para reduzir infecções
A Ordem dos Médicos alertou para a necessidade de uma auditoria à forma como é feita a limpeza nos hospitais, para que a...

“Reduz-se a grave problemática das infecções hospitalares apenas à lavagem das mãos e ao uso de antibióticos, mas é muito mais que isso. Que seja do nosso conhecimento, nunca houve uma auditoria à forma como é feita a limpeza dos hospitais e às distâncias entre camas, entre doentes. Não havendo uma análise global não será possível ter êxito nessa cruzada”, frisou José Manuel Silva.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, todas as medidas que forem tomadas no combate às causas múltiplas da diabetes e das infecções hospitalares “irão reduzir a despesa do Serviço Nacional de Saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas" são medidas "bem-vindas”, mas sublinhou a necessidade de existir um “plano integrado” nesse sentido.

“Quando se reduz a prática de exercício físico no [ensino] secundário está-se a tomar uma medida contrária àquela que devia ser tomada. É preciso que o discurso dos governantes seja igual à prática”, frisou.

José Manuel Silva reagia assim, depois de Nigel Crisp, antigo responsável pelo serviço de saúde inglês, alertar para uma aposta em medidas como a redução das infecções hospitalares e da diabetes para melhorar a vida das pessoas e também a saúde financeira do sector em Portugal.

A ideia é defendida no relatório “Um futuro para a saúde - todos temos um papel a desempenhar”, elaborado a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian por um grupo de peritos, presidido por Nigel Crisp, que se encontra em Portugal para apresentar hoje o documento.

Numa conversa informal com os jornalistas, Nigel Crisp disse não acreditar na possibilidade do orçamento para a saúde ser reforçado, mas defendeu a ideia de ir buscar mais financiamento na prevenção de doenças e respectiva despesa.

A este propósito, deu o exemplo das infecções hospitalares que, segundo dados oficiais, representam uma despesa de 280 milhões de euros por ano. Se esse valor for reduzido, além da saúde dos portugueses, serão as finanças da saúde a melhorar, pois esse valor poderá ser encaminhado para outras áreas, disse.

Para José Manuel Silva, é necessário modelar o comportamento da população, além de instituir uma verdadeira educação para a saúde, que podia passar, na sua opinião, por uma “política fiscal” sobre todo o tipo de alimentos que se sabe serem prejudiciais à saúde, como os refrigerantes e as batatas fritas.

 

Dentro de três anos
O Bastonário da Ordem dos Médicos avançou que dentro de três anos, no máximo, todos os portugueses vão ter médico de família,...

José Manuel Silva avançou que estão a entrar “mais de 400 jovens por ano na especialidade de medicina geral e familiar”, o que fará com que “dentro de três anos, provavelmente, no máximo, todos os cidadãos portugueses terão médicos de família”.

Uma comissão de peritos em saúde concluiu que Portugal tem cuidados primários pouco desenvolvidos, uma utilização exagerada dos serviços hospitalares de emergência e trauma e menor capacidade em cuidados de longa duração.

Segundo o relatório “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”, elaborado por peritos nacionais e internacionais, em resposta ao convite da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável para construir uma nova visão do Sistema Nacional de Saúde (SNS), “o envelhecimento da população e o aumento das patologias crónicas de longa duração exigem que novos serviços sejam criados”.

No entanto, o bastonário disse que esta análise não está correcta, considerando que os cuidados de saúde primários no país “estão desenvolvidos”, sublinhando que, neste momento, “não existem médicos de família para todos os cidadãos portugueses e isso tem consequências no número de adultos que ocorre às urgências hospitalares”.

José Manuel Silva adiantou que a Ordem dos Médicos tem vindo a alertar os responsáveis para a resolução do problema da falta dos médicos de família, insistindo em que sejam contratados as “centenas de médicos de família que se reformaram antecipadamente nos últimos anos por força da crise económica do país”.

“Esses médicos podem ser recuperados para o sistema, porque neste momento temos médicos de família suficientes para dar um a todos os cidadãos portugueses. Das zonas mais carenciadas, nem sequer são as zonas mais desfavorecidas do país, como é a região da grande Lisboa, é uma questão do Ministério da Saúde querer contratar esses médicos, e o problema é que não quer”, sublinhou.

O bastonário sublinhou que há soluções que podiam ser tomadas e não o são, referindo que “há uma diferença entre o discurso político e a prática, que tem consequências dramáticas para a população e para o país”.

 

“Prevenir e Combater as Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde”
Mais de 400 especialistas debatem o impacto das infecções hospitalares, na próxima quinta-feira, no Centro de Congressos dos...

A taxa das infecções hospitalares em Portugal é superior à média europeia, situando-se nos 10,6%, o que demonstra que um em cada dez doentes é infectado nos hospitais nacionais. Para debater este problema e analisar o impacto socioeconómico que o mesmo representa no nosso país, cerca de 400 especialistas nacionais e internacionais estarão reunidos nos dias 25 e 26 de Setembro, no Congresso “Prevenir e Combater as Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS)”, com a sessão de abertura agendada para as 11h.

Estas e outras temáticas, nomeadamente as formas de prevenção, recomendações e políticas da Direção Geral de Saúde no controlo das infecções hospitalares serão abordadas no congresso, organizado pela Associação Portuguesa de Infecção Hospitalar, instituição que integra a EUNETPIS - European Network to Promote Infection Prevention for Patient Safety - patrocinador científico do evento, que decorrerá no Centro de Congressos Hospitalar da Universidade de Coimbra.

 

Ordem dos Enfermeiros diz:
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros considera que a criação de um director-geral de enfermagem, proposto por uma comissão de...

Germano Couto reagia, desta forma, a uma das propostas da comissão da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável, composta por especialistas e presidida por Nigel Crisp, que liderou o serviço nacional de saúde britânico (NHS), que elaborou um relatório em que defende a promoção do “estatuto dos enfermeiros” através da nomeação de um director-geral de enfermagem.

“A criação de um Director-Geral de Enfermagem não nos parece que resolva qualquer problema, sendo que irá colidir com a figura do Chief Nursing Officer, que já existe em Portugal e é assumida pelo Enfermeiro Sérgio Gomes, sediado na Direcção-Geral da Saúde”.

“O que é necessário é uma política que assuma a intenção de aproveitar os recursos humanos especializados existentes em Portugal, dar-lhes enquadramento e instrumentos necessários para que criem valor para o cidadão”, afirmou.

A nomeação de um director-geral de enfermagem que vise o reforço do papel destes profissionais é uma das recomendações do grupo de peritos, que identificou um “subaproveitamento das capacidades da enfermagem” em Portugal.

Segundo a proposta da comissão, a medida deverá reforçar o papel destes profissionais, tendo em conta que em Portugal “a enfermagem está relativamente subaproveitada nas suas capacidades relativamente ao que ocorre noutros países europeus, pelo que os profissionais de enfermagem poderão desempenhar funções mais amplas e mais proeminentes no futuro”.

No relatório, que será apresentado terça-feira em Lisboa, os peritos defendem o aumento do número de enfermeiros, “tanto quanto o orçamento permita”.

“No seguimento da introdução da nova figura de 'enfermeiro de família', deverá também haver uma reflexão sobre o alargamento do papel dos enfermeiros e de outros profissionais em outras áreas”, prossegue o documento.

A Ordem dos Enfermeiros manifesta-se “sempre disponível para ajudar a construir alternativas de sucesso nesta área” e apresenta-se como “um canal privilegiado nas definições políticas em saúde", considerando que, infelizmente, os últimos Governos e os últimos ministérios da Saúde não têm a sabido aproveitar em todo o seu potencial.

 

Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável
Uma comissão, presidida por Nigel Crisp, que liderou o Serviço Nacional de Saúde britânico, respondeu ao desafio da Plataforma...

Uma comissão de peritos propõe um novo pacto que redireccione o sistema de saúde para a pessoa e não apenas o doente, tutelado por um organismo em que os cidadãos participem e com um “fundo” que financie a mudança.

A comissão contou com o contributo de 35 especialistas portugueses de diferentes áreas até chegar ao relatório final, que será apresentado hoje [23 de Setembro] em Lisboa.

O documento aponta no sentido de uma “mudança radical para melhorar a saúde e criar um sistema de saúde que seja sustentável no futuro” e propõe um novo pacto na saúde, em que todos terão um papel a desempenhar – os cidadãos, os profissionais da saúde, os professores, os empresários, as autarquias e o Governo”.

“A saúde não pode ficar entregue exclusivamente aos profissionais do sector ou aos políticos, nem pode ser encarada simplesmente como uma área de negócio ou um serviço do Estado”, justificam os autores do documento.

Os peritos defendem “uma transição do sistema actual, centrado no hospital e na doença, em que todas as acções têm como objecto e alvo o doente, para um sistema centrado nas pessoas e baseado na saúde, em que os cidadãos são parceiros na promoção da saúde e na organização dos cuidados”.

Para tutelar este “pacto para a saúde”, a Comissão defende a criação de um Conselho Nacional de Saúde, “representativo dos cidadãos e de todos os sectores da sociedade” e que deverá ser “politicamente independente e responsável perante a Assembleia da República, o ministro da Saúde e a população em geral”.

Outra recomendação passa pela criação de um novo organismo – o SNS Evidência –para “conjugar o programa existente de normas de orientação clínica com novos processos para avaliação das novas tecnologias e terapias, assegurando que o sistema faculta, de forma sempre actualizada e crítica, o melhor conhecimento científico disponível (as evidências científicas)”.

Para “ajudar a suportar os custos de 'redundância' e outros custos provisórios do desenvolvimento de um sistema de saúde, em que haja melhor gestão das doenças crónicas, mais serviços domiciliários nas comunidades locais e redes de especialidades cobrindo todas as regiões do país”, a comissão defende a criação de “um fundo de transição”.

A comissão deixa um repto aos cidadãos e à sociedade em geral: “Os cidadãos terão de estar na posse dos seus registos de saúde, de dispor de informações sobre a qualidade e os custos dos serviços e de participar nos processos de decisão”.

Uma das áreas em que os especialistas elegeram vantagens nas contribuições dos cidadãos é nas doenças crónicas, exemplificando com a dimensão da diabetes em Portugal, onde a doença tem um especial impacto.

Para essa nova participação dos cidadãos na saúde, os especialistas recomendam uma série de medidas, como “um novo programa intersectorial do governo para a educação e literacia da saúde que prepare, em termos práticos, os cidadãos para se manterem saudáveis e para, quando doentes, participarem na tomada de decisões”.

“Este programa deverá ter grande visibilidade e ser liderado por um grupo de embaixadores, incluindo personalidades dos meios de comunicação, em coordenação com os ministérios da Saúde e da Educação”.

Os especialistas sugerem que seja “dada elevada prioridade à plena implementação de um registo de saúde electrónico, como base essencial para um serviço integrado de alta qualidade e que faculte aos cidadãos, em formato electrónico ou outro, toda a informação sobre a sua saúde” e “uma fonte única de informação acreditada acessível a todos os cidadãos, eventualmente integrada no Portal da Saúde”.

“O Ministério da Saúde deverá nomear não-profissionais para representar a perspectiva dos cidadãos e dos doentes perante os órgãos de gestão das instituições de saúde”.

 

Exagero na utilização de urgências e poucos cuidados de longa duração

A comissão conclui ainda que Portugal tem cuidados primários pouco desenvolvidos, uma utilização exagerada dos serviços hospitalares de emergência e trauma e menor capacidade em cuidados de longa duração.

Segundo o relatório “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar”, elaborado por peritos nacionais e internacionais, em resposta ao convite da Plataforma Gulbenkian para um Sistema de Saúde Sustentável para construir uma nova visão do Sistema Nacional de Saúde (SNS), “o envelhecimento da população e o aumento das patologias crónicas de longa duração exigem que novos serviços sejam criados”.

Os especialistas defendem “serviços domiciliários e de proximidade mais disponíveis, com a participação das instituições de solidariedade e voluntariado, para melhorar a oferta de cuidados de longa duração, de cuidados paliativos e de saúde mental, tirando vantagem dos avanços da medicina e da tecnologia para novas formas de monitorizar parâmetros de saúde, novas formas de diagnóstico e tratamento”.

Outra recomendação vai no sentido da melhoria das “condições para a gestão das doenças crónicas, tendo como alvo 5,5 milhões de pessoas que padecem de uma ou mais patologias crónicas”.

“Este objectivo deve incluir cerca de 4% da população que sofre de cinco ou mais doenças crónicas, reconhecendo que 5% dos doentes com períodos de internamento hospitalar mais longos usam cerca de 31% das camas”.

“A criação de uma rede de referenciação de especialidades, por exemplo nas áreas do cancro e dos acidentes vasculares, para facilitar a articulação de cuidados em grandes centros e regiões, melhorando os seus níveis de prestação e libertando financiamento que pode ser investido em outros serviços” é ideia igualmente defendida pela comissão, presidida por Nigel Crisp, que liderou o SNS britânico (NHS).

 

Redução de infecções hospitalares e doenças crónicas pode financiar SNS

Nigel Crisp, aposta em medidas como a redução das infecções hospitalares e da diabetes para melhorar a vida das pessoas e também a saúde financeira do sector em Portugal.

Numa conversa informal com os jornalistas, Nigel Crisp disse não acreditar na possibilidade do orçamento para a saúde ser reforçado, mas defende a ideia de ir buscar mais financiamento na prevenção de doenças e respectiva despesa.

A este propósito, deu o exemplo das infecções hospitalares que, segundo dados oficiais, representam uma despesa de 280 milhões de euros por ano. Se esse valor for reduzido, além da saúde dos portugueses, serão as finanças da saúde a melhorar, pois esse valor poderá ser encaminhado para outras áreas, disse.

O antigo responsável pelo serviço nacional de saúde inglês, que enalteceu o SNS português, considerando que esta foi a maior das conquistas de Abril, reconheceu que ao estudar o sistema português ficou surpreendido com alguns dados, nomeadamente o número de anos de vida saudável depois dos 65 anos.

De acordo com o relatório, “os homens e as mulheres portugueses têm em média seis e 6,6 anos de vida saudável depois dos 65 anos, respectivamente, enquanto os noruegueses têm, respectivamente, 15,9 e 15,4 anos”.

“A taxa elevada de morbilidade na população idosa é o maior desafio financeiro com que o país se defronta na saúde. A sustentabilidade futura do sistema de saúde dependerá da sua redução”, prossegue o documento.

O especialista abordou ainda a despesa que cada português tem com a saúde, afirmando que, em 2013, esta totalizou cerca de 27% da despesa total em saúde, enquanto o valor equivalente em França foi de 7%, e em Espanha 20%.

Por outro lado, “Portugal gasta em cuidados de longa duração aproximadamente 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), valor muito inferior ao de outros países da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE), em que esses cuidados representam cinco, dez ou vinte vezes mais da despesa pública”.

Para mostrar como é possível passar da teoria à prática, a Fundação Calouste Gulbenkian anunciou um desafio a que a organização se propõe; reduzir a incidência das infecções hospitalares, baixando as taxas actuais para metade, em três anos, em 10 hospitais, que ainda não foram escolhidos.

Suster o crescimento da incidência da diabetes, em cinco anos, evitando que 50 mil pessoas desenvolvam a doença e ajudar o país a tornar-se um exemplo na saúde e no desenvolvimento dos primeiros anos de infância, com melhorias quantificáveis nos indicadores de saúde e bem-estar das crianças, são os outros desafios.

Com estas medidas, que serão financiadas, embora ainda não seja conhecido o montante do investimento da Fundação, o SNS deverá poupar entre 1 a 3% da despesa anual, segundo consta do relatório.

 

Fundo de Estabilização do SNS para avaliar custo-benefício

O relatório dos peritos defende a criação de um Fundo de Estabilização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para funcionar cinco anos na avaliação da relação benefício-custo de serviços. Segundo o relatório, esse fundo deverá responder perante o Parlamento e o Conselho Nacional de Saúde, este último por criar.

Os peritos consideram que a estratégia de sustentabilidade do SNS deve passar por “melhorar a qualidade e reduzir os custos”.

Para tal, deverão ser eleitas como áreas principais de mudança a redução da morbilidade (prevenção das doenças e diminuição do tempo de enfermidade), uma “aplicação eficaz das evidências científicas e a adopção da melhoria contínua da qualidade, com o objectivo de diminuir o desperdício em saúde, bem como uma mudança da infra-estrutura do sistema de saúde”.

Os peritos defendem o “desenvolvimento do processo de contratualização e de contratação, centrando as medidas nos resultados, analisando continuamente a experiência internacional associada à introdução da concorrência e assegurando uma flexibilidade suficiente desses mecanismos para fazer face às exigências da evolução dos cuidados de saúde, através de novos métodos e formas de prestação”.

Para este grupo de peritos, “só se alcançará a sustentabilidade financeira através da redução da incidência de doenças crónicas de longa duração e da morbilidade que lhes está associada, desenvolvendo para elas novos modelos de cuidados, assegurando que as evidências científicas são aplicadas de uma forma sistemática em toda a parte e que o desperdício é reduzido ao mínimo”.

“A introdução de novos mecanismos de financiamento e de incentivos baseados nos resultados em saúde, se bem geridos, poderá ajudar à sustentabilidade”, garantem os autores do documento.

Os peritos alertam que “a viabilidade financeira do sistema irá depender da vontade para incluir a saúde em todas as políticas, da promoção eficaz da saúde e da intervenção concertada dos cidadãos, da sociedade em geral e dos profissionais de saúde”.

Após analisarem a despesa e as receitas do sector, os autores do documento concluíram que “haverá pouca margem para aumentar a receita sem ser através do aumento de impostos sobre produtos e serviços não saudáveis”.

 

Director-geral de enfermagem para reforçar papel destes profissionais

A nomeação de um director-geral de enfermagem que vise o reforço do papel destes profissionais é uma das recomendações dos especialistas, que identificou um “subaproveitamento das capacidades da enfermagem” em Portugal.

A medida deverá reforçar o papel destes profissionais, tendo em conta que em Portugal “a enfermagem está relativamente subaproveitada nas suas capacidades relativamente ao que ocorre noutros países europeus, pelo que os profissionais de enfermagem poderão desempenhar funções mais amplas e mais proeminentes no futuro”.

No relatório, os peritos defendem o aumento do número de enfermeiros “tanto quanto o orçamento permita”. “No seguimento da introdução da nova figura do 'enfermeiro de família', deverá também haver uma reflexão sobre o alargamento do papel dos enfermeiros e de outros profissionais em outras áreas”, prossegue o documento.

 

Greve mantém-se
O Ministério da Saúde lamentou “a ausência de acordo” entre a tutela e o Sindicato dos Enfermeiros, que mantém a convocação de...

A reunião de ontem [22 de Setembro] destinou-se a discutir assuntos como os dias de trabalho em dívida, os turnos extraordinários e as folgas não gozadas. “Concluída a reunião, o Ministério lamenta a ausência de acordo entre as partes, apesar dos seus compromissos apresentados e que ainda assim pretende dar sequência”, lê-se num comunicado emitido pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), no qual se refere a contratação de mil novos enfermeiros para resolver as questões levantadas pelo sindicato.

O Ministério da Saúde diz pretender dar continuidade à “abertura de vagas para enfermeiros distribuídas por cuidados de saúde hospitalares e cuidados de saúde primários”, abrir negociações “tendo em vista a celebração de dois acordos colectivos de trabalho no âmbito da carreira de enfermagem” com o objectivo de “harmonizar o regime remuneratório”, assim como dar início à progressão na carreira para a categoria de enfermeiro principal.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) considerou insuficiente a contratação de mil enfermeiros, anunciada pelo Ministério da Saúde, para resolver o problema dos dias de trabalho em dívida, dos turnos extraordinários e das folgas não gozadas.

A ACSS divulgou em comunicado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai contratar mais de mil enfermeiros até final do ano, precisando que já foi autorizada a contratação de 585 enfermeiros, e já está “em fase final de autorização” a contratação de outros 344, totalizando 929 processos de contratação.

Reagindo a este anúncio, o SEP afirma que o número avançado é insuficiente, uma vez que já estão autorizados em pendentes 929 contratações, o que significa que “o Ministério da Saúde só vai contratar mais 71 enfermeiros, até ao final do ano”.

O SEP sublinha que até 17 de Setembro, data da última reunião entre a tutela e o sindicato, já tinham sido autorizadas 585 contratações – para as quais será necessário abrir bolsas de recrutamento – e estavam pendentes 344 autorizações de contratação no Ministério das Finanças, o que totaliza 929 enfermeiros.

“Os milhares de dias de trabalho em dívida aos enfermeiros, os milhares de turnos extraordinários que os enfermeiros são obrigados a fazer, as centenas de dias de folga não gozados não se resolvem com aquelas 929 contratações e a possibilidade de contratar mais 71 (diferença entre os 1000 anunciados e os 929)”, afirma.

O SEP exige, assim, que Ministério da Saúde anuncie quantos enfermeiros vai contratar, ainda em 2014, “que permita minimizar os problemas de funcionamento das instituições” e que “apresente um plano de contratação de médio e longo prazo”.

No início do mês, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, reconheceu a existência de “insatisfação” entre os profissionais do sector, mas considerou “anormais” e em “risco de banalização” as greves que afectam apenas o SNS. Nos últimos meses têm decorrido greves sectoriais da classe.

 

Em 14 países africanos
A Organização Mundial das Alfândegas anunciou a apreensão de 113 milhões de medicamentos falsificados, “maioritariamente...

A operação, denominada de "Biyela 2" (“cerco” em zulu, uma das línguas da África do Sul), foi levada a cabo em parceria com as autoridades aduaneiras de Angola, Moçambique, Benim, Camarões, República Democrática do Congo, Costa de Marfim, Gabão, Gana, Quénia Namíbia, Senegal, África do Sul, Tanzânia e Togo.

De acordo com um comunicado divulgado por aquela agência da ONU, parte dos medicamentos apreendidos nas fronteiras africanas estão relacionados aos cuidados primários (32% de analgésicos, 17% de anti-inflamatórios, 5% de antibióticos), além de medicamentos para a cura da tuberculose.

A nota indica que mais de 1 milhão destes medicamentos, usados por via intravenosa, foram apreendidos no Benim, e mais de um milhão de comprimidos e frascos em Moçambique, e outros mais de 100 mil drogas intravenosas foram encontrados no Togo.

“O número de interceptações feitas durante esta operação demonstra a extensão do flagelo de produtos farmacêuticos ilegais e falsificados em África. A resposta resume-se no reforço da cooperação, baseado principalmente na troca de informações a nível nacional, e por parte das autoridades aduaneiras, outras agências reguladoras e autoridades de saúde pública”, disse o secretário-geral da OMA, Kunio Mikuriya, citado na nota.

A Organização Mundial das Alfândegas assinala que, desde 2012, realizou três operações no continente africano, de que resultaram na apreensão de 756 milhões de produtos farmacêuticos falsificados, avaliados em mais de 370 milhões de dólares.

Segundo a organização, as três acções impediram que esses produtos chegassem aos consumidores.

“Estamos a lidar com bandidos, mafiosos, traficantes sem escrúpulos. É imperativo que todas as autoridades nacionais e internacionais, finalmente, percebam e se mobilizem para proteger a vida dos pacientes”, exortou o director do Instituto de Pesquisa contra Medicamentos Contrafeitos, Bernard Leroy, citado na mesma nota.

 

Estudo Reumacensus
Mais de seis em cada 10 mulheres em Portugal são afectadas por uma doença reumática, grupo de patologias que atinge globalmente...

O “primeiro estudo nacional de larga escala sobre as doenças reumáticas” mostra que as mulheres são mais afectadas do que os homens. Enquanto a prevalência no sexo feminino se situa nos 64,1%, nos homens é de 47,1%, referem os resultados do estudo, que avaliou mais de 10 mil portugueses.

A lombalgia é a doença reumática mais frequente, tanto nos homens como nas mulheres, com uma prevalência de 26,4%, seguindo-se a patologia periarticular (15,8% de prevalência) e a osteoartrose do joelho.

A osteoporose surge em quarto lugar em termos de prevalência, com 10,2%. Nas mulheres a prevalência desta doença é de 17% e nos homens de apenas 2,6%.

O estudo aponta ainda para o facto de as doenças reumáticas estarem sub-diagnosticadas em Portugal, havendo distritos em que as estimativas apontam para mais de 50% de casos por diagnosticar.

Os doentes reumáticos são apontados como os doentes crónicos que indicam ter pior qualidade de vida, sendo os que têm artrite reumatóide os que referem ter piores indicadores de qualidade.

Segundo o estudo, a prevalência de artrite reumatóide na população portuguesa é inferior a 1%.

Também ao nível dos internamentos hospitalares, diz o estudo que os doentes reumáticos “têm mais internamentos”. No último ano avaliado no estudo, 11% dos doentes reumáticos indicaram ter sido internados.

Já no grupo dos que dizem não ter doenças reumáticas, apenas 5,5% tiveram episódios de internamento nos últimos 12 meses.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia aponta ainda para que os custos com perda de produtividade por faltas ao trabalho em doentes reumáticos rondem os 204 milhões de euros.

De acordo com uma nota de imprensa divulgada com os principais resultados desta análise, o estudo Reumacensus é um projecto avaliado em mais de um milhão de euros, sendo constituído como um consórcio entre parceiros públicos e privados.

Entre Setembro de 2011 e Dezembro de 2013, foram inquiridos 10.661 portugueses em 366 localidades do país, incluindo as regiões autónomas.

As pessoas com queixas reumáticas foram depois convidadas para uma consulta médica com um reumatologista, estando em avaliação 12 doenças: osteoporose, lombalgia, fibromialgia, patologia periarticular, osteoartrose das mãos, dos joelhos e da anca, gota, artrite reumatóide, espondilartrires, lúpus eritematoso e polimialgia reumática.

 

SNP
O Sindicato Nacional dos Psicólogos afirmou hoje que estes profissionais não foram colocados nas escolas no início do ano...

“Na sequência da admissão de culpa do senhor ministro nas questões associadas à Bolsa de Contratação de Escola, todos os concursos de oferta de escola (…) foram retirados da plataforma”, afirma o sindicato, em comunicado, afirmando que centenas de psicólogos que concorriam às escolas nesta fase estão impossibilitados de o fazer.

Contactado pela Lusa, o Ministério da educação afirmou que "entre hoje e amanhã de manhã as escolas vão poder iniciar os procedimentos estabelecidos na lei para a selecção e recrutamento dos candidatos, tanto psicólogos como outros técnicos especializados", garantindo que "os psicólogos não têm de se candidatar novamente".

Em comunicado, o sindicato defende um concurso nacional e o fim da precariedade.

“Os concursos que já estavam a decorrer desapareceram da plataforma” informática, afirma a estrutura sindical, que critica o processo de concurso.

O concurso de oferta de escola é feito “um a um” e os critérios “são sempre diferentes”, explica.

O Sindicato Nacional dos Psicólogos (SNP) considera tratar-se de um “processo desumano” porque exige uma candidatura nominal, “perdida na arbitrariedade de critérios muito opacos” e em que cada escola “define o que lhe apete e exclui candidatos”.

“Uma vergonha” e “uma afronta aos profissionais” que colmatam “permanentemente necessidades temporárias” há décadas, é como o sindicato vê a situação.

O ministro da Educação, Nuno Crato, disse hoje que os serviços da administração escolar estão a “trabalhar intensamente” para resolver esta semana o problema da colocação de professores resultante de um erro que levou o governante a pedir desculpa, no parlamento.

FAO alerta
A Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura alertou hoje para a existência de uma nova estirpe do vírus da gripe...

O vírus H5N6 "é particularmente alarmante, porque foi detectado em várias zonas muito distantes umas das outras e é altamente patogénico, o que significa que as aves infectadas ficam rapidamente doentes e morrem muitas vezes num período de 72 horas”, declarou Juan Lubroth, veterinário diretor da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em comunicado.

A grande capacidade de contágio do vírus nas galinhas e nos gansos e a sua potencial propagação numa vasta parte do sudeste asiático representam uma verdadeira ameaça para os meios ligados à avicultura, que contribui para os rendimentos de centenas de milhões de habitantes da sub-região, sublinha a agência especializada das Nações Unidas cuja sede é em Roma.

A Organização Mundial para a Saúde Animal (OIE), que trabalha com a FAO e a Organização Mundial de Saúde (OMS) para ajudar os países a intervir perante os riscos de doenças animais e humanas, está a acompanhar de perto a situação.

“Uma vigilância eficaz e uma deteção precoce das doenças animais na sua origem são os dois principais meios de reduzir o risco de propagação e de garantir a segurança das trocas comerciais”, explicou o director-geral da OIE, Bernard Vallat.

Após a identificação do vírus na China, foi registado apenas um caso de morte de um doente apresentando antecedentes de exposição a aves.

A comunidade científica está ainda a esforçar-se por compreender a dinâmica desta nova estirpe, mas é pouco provável que o H5N6 represente uma ameaça imediata e significativa para a saúde humana.

A FAO e a OMS sublinham que é fundamental que os países do sudeste e do leste da Ásia e, em particular, aqueles que estão ligados à produção e ao comércio avícolas, intensifiquem os seus esforços de detecção e notificação dos vírus influenza em aves e de acompanhar qualquer infecção em seres humanos.

Um foco de H5N6 poderia ter elevados custos nos sistemas de saúde animal no sudeste da Ásia. A estirpe H5N1 do vírus já teve graves repercussões nos meios de subsistência de milhões de pessoas e causou milhares de milhões de dólares de prejuízos.

Combate ao Ébola
Uma equipa do Instituto Ricardo Jorge encontra-se em São Tomé e Príncipe, no contexto da epidemia do Ébola, para avaliar as...

Trata-se de uma missão “única e exclusivamente a título preventivo devido ao número de casos nos países vizinhos”, disse à Lusa o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida.

A iniciativa partiu de São Tomé e Príncipe, que fez a Portugal um pedido para colaboração na área do diagnóstico laboratorial, disse, acrescentando que é uma “preparação para se for preciso”.

Duas técnicas do INSA, uma delas especialista em biossegurança, vão avaliar as condições existentes, as estruturas técnicas e de recursos humanos, o tipo de equipamentos requeridos para diagnóstico e para formação de profissionais, explicou.

Primeiro será feito um levantamento das necessidades e proposto um conjunto de acções: o tipo de segurança que se deve ter, o tipo de equipamento laboratorial que deve existir.

Depois, se necessário, haverá uma mudança da estrutura laboratorial, ao nível de equipamentos que sejam necessários comprar, acrescentou o responsável.

A epidemia do vírus do Ébola apresenta um elevado risco de disseminação a países vizinhos, sendo crucial a definição de mecanismos e estratégias de prevenção e resposta a uma eventual notificação de casos naquele país, considera o INSA.

Enquanto Laboratório Nacional de Referência para o vírus Ébola, através da Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação, compete ao INSA o desenvolvimento de actividades com vista ao reforço da capacidade global de acção no domínio da saúde pública.

Esta missão foi definida em articulação com a Direcção-Geral da Saúde e o Ministério dos Negócios Estrangeiros e está inserida nas actividades de cooperação internacional desenvolvidas pelo INSA.

A equipa partiu no sábado, dia 14, e regressa a dia 24.

Cavaco Silva recebe
O Presidente da República recebeu hoje das mãos da administração da Fundação Gulbenkian um relatório elaborado por peritos...

"É um desafio novo que se faz ao Sistema Nacional de Saúde, que nós consideramos que tem prestar relevantíssimos serviços ao país e melhorado muito a qualidade de vida das pessoas e pensamos que estamos na altura de conhecer um novo 'elán', transferindo sobretudo muito do que tem sido o foco nos doentes e nos hospitais para as pessoas, a comunidade, as autarquias, a sociedade em geral", afirmou o presidente da Fundação Gulbenkian, Artur Santos Silva, em declarações à Lusa à saída da audiência com o chefe de Estado Aníbal Cavaco Silva.

Sem adiantar pormenores sobre o relatório, elaborado por uma comissão de peritos internacionais e nacionais, coordenada por Lord Nigel Crisp, e que só será apresentado publicamente na terça-feira, Artur Santos Silva disse que o estudo apresenta "muitas propostas".

"Mobilizar a melhor ciência, a melhor tecnologia para o bom funcionamento do sistema de saúde, mas ao mesmo tempo fazer com que as pessoas sejam mais actores, conheçam melhor os seus problemas, conheçam melhor como prevenir doenças, havendo tanta solidariedade em Portugal como é que a família e as organizações locais podem ter um papel maior e melhor", defendeu o presidente da Fundação Gulbenkian, que promoveu a plataforma "Saúde em Portugal", para abordar uma nova visão para a saúde e os cuidados de saúde no país.

A administração da Gulbenkian irá apresentar ainda hoje o relatório ao ministro da Saúde e, na terça-feira, à Assembleia da República.

Reforçar cuidados de saúde no concelho
A contratação de mais uma médica cubana para Alcácer do Sal, no litoral alentejano, "não resolve todos os problemas",...

"A vinda de mais uma médica não resolve todos os problemas, porque ainda há défice de médicos, mas é já um reforço. Precisávamos de, pelo menos, mais dois médicos", disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença (CDU).

Uma nova médica cubana chegou, na semana passada, para trabalhar no concelho de Alcácer do Sal, juntando-se a outros dois médicos da mesma nacionalidade que estão a prestar serviço no centro de saúde da cidade.

Vítor Proença explicou que a contratação de mais uma médica cubana surge na sequência de uma reunião de vários autarcas da região com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, realizada em fevereiro, sobre a carência de especialistas de medicina geral e familiar.

Considerando que "era preferível que fossem médicos portugueses, que são excelentes e do melhor que há no mundo", o autarca reconheceu, contudo, "o trabalho dos clínicos cubanos na melhoria da prestação de cuidados primários de saúde no Alentejo Litoral".

"Se tudo correr bem, vão ficar cá, pelo menos, durante os próximos dois anos", indicou.

O presidente da câmara referiu que o município "está a pagar o alojamento dos médicos cubanos" que já se encontravam no concelho e que vai "arrendar mais um apartamento" para a nova médica cubana.

Além disso, continuou, a autarquia também "disponibiliza, de forma gratuita, todos os transportes dos médicos cubanos no interior do concelho", que "é o segundo maior do país em área geográfica".

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