Entrevista – Dia Mundial do Cancro do Ovário
No dia em que se assinala o Dia Mundial do Ovário o Atlas da Saúde esteve à conversa com o especiali

Atlas da Saúde (AdS) - É possível saber qual a incidência e a prevalência do cancro do ovário em Portugal?

Daniel Pereira da Silva (DPS) - Em Portugal temos cerca de 600 novos casos por ano e cerca de 350 óbitos por essa causa. É um tumor que aparece em 80% dos casos após o 40 anos de idade, mas há formas mais raras que aparecem em mulheres mais jovens.

AdS - Habitualmente e de uma forma geral qual o prognóstico da doença. A mortalidade é elevada?

DPS - O cancro do ovário apresenta-se sob várias formas. Há tumores menos agressivos em que o prognóstico é muito bom. Há tumores de agressividade elevada onde o prognóstico é muito desfavorável, porque o diagnóstico faz-se em fases avançadas da doença. Quando temos a felicidade de chegar ao diagnóstico em fases iniciais, tudo se modifica, a cirurgia radical é mais fácil de realizar e menos invasiva, e o tumor é irradiado. A quimioterapia consolida o tratamento e a cura é possível.

AdS - Quais os principais factores de risco para o cancro do ovário?

DPS - O mais pesado de todos é o familiar. Hoje conhecem-se alguns genes que predispõem ao aparecimento do cancro do ovário e da mama. Este aspecto tem sido muito focado na comunicação social pelo caso da Angelina Jolie. Esta situação está perfeitamente tipicada e teste genético está indicado, quando a mulher o quer fazer e tem as seguintes condições:

  1. Tem um familiar do 1º grau com cancro da mama na pré-menopausa,
  2. Tem 2 familiares do 1º grau, ou 1 do 1º e outro do 2º grau, que tiveram cancro do ovário. Quando tem cancro da mama bilateral
  3. Família com cancro hereditário não-polióide do cólon (síndrome de Lynch). Estas são as situações que podem justificar a realização do teste genético numa mulher sem doença.

As mulheres que não têm filhos, que nunca usaram pílula, que fizeram terapêutica hormonal na pós-menopausa, que têm endometriose e que usam talco na sua higiene genital, têm risco acrescido. As mulheres de raça branca têm risco acrescido, particularmente as mais obesas, em contraponto ás mulheres de raça negra e com índice de massa corporal equilibrado. Em contraponto os factores protetores são o uso da pílula, que é o de maior impacto, mas também a multiparidade e a intervenção cirúrgica sobre as trompas: laqueação ou amputação parcial ou total.

AdS - O diagnóstico precoce é importante em todas as doenças e no cancro do ovário também. O diagnóstico é fácil? A que sintomas deve a mulher estar atenta?

DPS - Claro, a precocidade no diagnóstico é determinante para a eficácia das terapêuticas e para a evolução da doença, mas esse objectivo é muito difícil. As fases iniciais da doença são completamente assintomáticas e mesmo em fases avançadas os sintomas confundem-se com queixas intestinais banais e habituais. Hoje uma mulher pode estar bem, com o exame ginecológico perfeitamente normal e passados uns meses ter uma situação de grande gravidade, porque a doença pode apresentar-se numa forma galopante.

AdS - A visita regular ao ginecologista é determinante?

DPS - É importante que a mulher faça a sua avaliação ginecológica com regularidade, pelo menos uma vez por ano. As que têm factores de risco devem ter cuidados redobrados, principalmente quando há história familiar. Pode também ter algumas atitudes preventivas - o uso da pílula diminui o risco de aparecimento do cancro do ovário!

AdS - Muitas mulheres entendem que após entrar na fase da menopausa já não precisam ser consultadas pelo médico ginecologista.... Como entende esta “postura”?

DPS - É verdade, relaxam. É algo estranho, pois a maior parte dos tumores aumenta a incidência com a idade. Todos, da mama, ovários e útero todos têm relação com a idade e são mais frequentes nas mulheres mais idosas. Além disso, há uma série de questões relacionadas com a menopausa e o envelhecimento que convém ser prevenidos ou minimizados. A atrofia genital é muito comum, com repercussões no funcionamento da bexiga e na sexualidade, a osteoporose é silenciosa e só dá sinais quando aparece a fractura que é uma causa muito importante de incapacidade e dependência, e mesmo de mortalidade.

AdS - O que significa em termos de risco de cancro do ovário a existência de quistos nos ovários?

DPS – Esclarecer que não há miomas nos ovários, os miomas são no útero. Quanto aos quistos a maior parte são benignos, mas não é fácil ter a certeza absoluta que assim é. A ecografia é determinante e permite ter uma ideia sobre a natureza do quisto. Podemos realizar o doseamento de alguns marcadores tumorais no sangue que nos ajudam, mas em alguns casos só a cirurgia e a análise histológica do quisto permite chegar ao diagnóstico. Por outro lado, não é possível ter a certeza pela ecografia ou outros métodos de imagem quando estamos perante um quisto com potencial evolutivo para fases mais graves. Salvo os quistos funcionais que são inerentes ao funcionamento dos ovários da mulher que não toma a pílula, todos os outros têm indicação para cirurgia.

AdS - Os tratamentos que actualmente existem representam uma boa resposta para o cancro? Qual a qualidade de vida de uma mulher pós-cancro do ovário?

DPS - Em minha opinião não oferecem a resposta desejável, que seria permitir a cura ou transformar a situação numa doença crónica controlável. Oferecem uma boa resposta durante meses ou mesmo anos, em situações muito complicadas que implicam sofrimento e perda de qualidade de vida para essas mulheres. Existem novas opções terapêuticas, que em casos devidamente selecionados melhoram significativamente a expectativa e qualidade de vida dessas doentes.

AdS - Existem actualmente alguns constrangimentos no diagnóstico, tratamento e/ou acompanhamento destes mulheres?

DPS - No diagnóstico não há qualquer constrangimento. O acompanhamento de mulheres com menos recursos pode ser dificultado pelos custos das deslocações e outras despesas a que têm de fazer face. A Liga Portuguesa Contra o Cancro apoia as doentes com esse tipo de dificuldades e tem recebidos muito mais pedidos do que há anos atrás. No tratamento considero que há constrangimentos por vezes importantes, pois há opções terapêuticas que estão disponíveis noutros países e tem restrições em Portugal.

AdS - Enquanto especialista como vê a retirada dos ovários como forma de evitar o cancro?

DPS - É uma decisão muto complexa. Hoje conhecemos e podemos identificar a mutação em alguns genes que predispõem ao aparecimento do cancro do ovário, refiro-me aos genes BRCA1 e 2, que são os mais conhecidos. Sabemos que quando esses genes estão multados o risco de aparecer cancro do ovário ou mama pode atingir 80%, o que é marcante. Quando a mulher pertence a famílias com associação de casos  como referi anteriormente, têm o direito a ser informada que existe a possibilidade de saber se ela tem essa predisposição ou não. Deverá ser também informada do que a possibilidade de reduzir o risco é fazer a extração dos seios e dos ovários, o que é muito violento. É de facto um dilema muito difícil. Se na extração dos seios ela pode fazer uma cirurgia reconstrutiva que lhe permite ter um resultado estético aceitável, a extração dos ovários significa a menopausa precoce, sem possibilidades de fazer reposição hormonal. Podemos tentar minimizar as consequências o que não é fácil, até porque sabemos que a mortalidade por doenças cardiovasculares é maior na mulher com menopausa precoce. É uma opção da mulher.

AdS - A existência de um dia mundial é importante porquê?

DPS - É importante porque significa um alerta de consciências todos os níveis: da mulher para que não desvalorize os cuidados que deve ter com a sua saúde, dos profissionais para que não desvalorizem a doença, dos poderes públicos para chamar a atenção dos doentes, das suas carências e dificuldades.

AdS - Que actividades estão programas para assinalar este dia?

DPS - Está previsto o lançamento de um livro sobre cancro do ovário da iniciativa do Grupo Português de Estudos do Cancro do Ovário e a participação em iniciativas públicas de esclarecimento.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
DGS
O director-geral da Saúde esclareceu que a vacina Prevenar, que previne doenças como a meningite e a pneumonia, vai ser...

Hoje, o Ministério da Saúde tinha revelado que a inclusão da vacina Prevenar no Plano Nacional de Vacinação (PNV) só teria aplicação prática nas crianças nascidas a partir de 1 de Junho deste ano.

No entanto, o ministro Paulo Macedo corrigiu esta informação no Parlamento, onde decorre um debate sobre o estado da Saúde, afirmando que a gratuitidade da vacina Prevenar abrange todas as crianças nascidas a partir e 1 de Janeiro de 2015.

Em declarações, o director-geral da Saúde, Francisco George, esclareceu que está em causa as coortes da população abrangidas pelo PNV e que, neste caso, remete a aplicação da vacina para todos os nascidos após 1 de Janeiro deste ano.

Segundo Francisco George, o programa será operacionalizado a partir de 1 de Junho, uma data escolhida pelo simbolismo de ser o Dia Mundial da Saúde.

A Prevenar previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo, como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras.

Além das crianças, a Prevenar 13 será igualmente gratuita para “os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco, nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão”.

Para a restante população, nomeadamente os adultos e as crianças nascidas antes de 1 de Janeiro deste ano, o Estado vai comparticipar 15% do custo da vacina.

17 -20 de Setembro - Centro Cultural de Belém, Lisboa
É possível comunicar com doentes em coma? Qual a experiência de ser um médico em cenário de guerra? Qual o testemunho de um...

iMed – Innovating Medicine Conference® 2015, o melhor congresso para estudantes de medicina e de ciências da vida da Europa, volta a surpreender com um programa composto por oradores de topo a nível internacional, entre os quais um prémio Nobel da Medicina. Para além da componente científica, existe uma componente informal e criativa com sessões de partilha de experiências únicas que dão várias perspectivas da Medicina e Ciência.

“Num panorama nacional e internacional marcado pela crise e pela incerteza, o iMed toma uma posição inspiradora para a geração de estudantes que irá liderar o rumo do nosso mundo nas próximas décadas. O iMed é um congresso de referência a nível nacional e, já também, internacional para a inovação científica, que enriquece o conhecimento dos estudantes motivando os futuros cientistas e médicos do nosso país, numa altura em que a investigação científica e clínica parecem ter futuros cada vez mais cinzentos em Portugal”, refere Diogo Luz Presidente da comissão organizadora do iMed Conference 7.0.

Outra das características distintivas deste congresso é a realização de iMed sessions, onde “alguns dos segredos mais bem guardados dos nossos tempos são desvendados e debatidos por oradores de excelência num ambiente informal, mais intimista e criativo que pretende inspirar os estudantes na forma como encaram a Ciência e a Medicina no dia-a-dia”, explica Diogo Luz.

Entre 17 e 20 de Setembro decorre no Centro Cultural de Belém o iMed Conference® 7.0 – Lisbon 2015, encontro dirigido a estudantes de Medicina e Ciências da Vida que prima pela na partilha de conhecimentos e por contar com um programa com oradores de excelência da ciência. Entre os convidados destaca-se a palestra de Sir Richard Timothy Hunt, que foi distinguido em 2001 com o Nobel da Medicina pela descoberta de umas proteínas reguladoras do ciclo celular.

Salientam-se ainda as participações de Joseph Loscalzo sobre o seu percurso e experiência enquanto editor de um dos mais conceituados livros da Medicina e de Charles Brunicardi, Best Doctor in America® 2011-2012 que será responsável por uma palestra inspiradora sobre a liderança na profissão médica.

A comunicação com doentes em coma; a prática clínica num cenário de guerra; a inovação na cirurgia robótica; o papel da optogenética na neuroregeneração; a doença bipolar da perspectiva de um médico que também é doente; como a Big Data poderá vir a influenciar o tratamento médico no futuro, são exemplo de temas abordados ao longo dos 4 dias do Encontro.

“Neste espaço será possível perceber como a flora microbiana intestinal pode influenciar as nossas emoções, como é que a doença bipolar afecta o quotidiano das pessoas que têm a patologia, como é a prática clínica num cenário de guerra e a forma como as quantidades de dados e estatísticas que recolhemos no dia-a-dia podem influenciar os outcomes clínicos de doentes crónicos” continua o Presidente da comissão organizadora.

Uma destas sessões será liderada por Ahmed Hankir médico e doente bipolar que abordará o conceito “The Wounded Healer”. Este especialista utiliza as suas experiências pessoais com a doença bipolar para ensinar e elucidar sobre como a profissão médica pode ter um impacto na saúde mental de cada individuo. Christian Vogl médico da Nato partilhará no iMed a sua experiência enquanto director médico de uma ambulância aérea na missão do Afeganistão.

As sessões científicas trazem palestrantes de renome internacional e focam-se em quatro áreas de inovação em rápido crescimento: NeuroIogia, Metabolismo, Cirurgia e Medicina Regenerativa. Na área de Neurologia destacam-se as apresentações das últimas investigações na doença epiléptica, na optogenética e na comunicação com doentes em coma.

O presidente da International Society for the Developmental Origins of Health and Disease partilhará os mais recentes projectos de investigação sobre o impacto do desenvolvimento do ser humano na origem de doenças não contagiosas, como a obesidade. No rol de palestras sobre o Metabolismo será ainda revelado um projecto de investigação na neurobiologia sobre o efeito placebo e nocebo nas funções neuroendócrinas e na resposta imune.

No painel dedicado à Medicina Regenerativa são abordadas as últimas novidades nos biomateriais e nas tecnologias de regeneração tecidular. O autor do aclamado caso clínico de sucesso em que atingiu regeneração da medula espinhal pós trauma apresentará o primeiro caso documentado de recuperação das funções de propriocepção, movimento e regulação autonómica pós paralisia.

O director e co-fundador do Hamlyn Centre for Robotic Surgery e representante do Instituto Global de Inovação na Saúde apresentará um novo robô para cirurgias minimamente invasivas. O futuro da medicina e os últimos desenvolvimentos no campo da cirurgia são também alguns dos temas abordados nas sessões dedicadas à Cirurgia.

O iMed Conference® 7.0 – Lisbon 2015 é um congresso para estudantes das Ciências da Vida organizado pela Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas em colaboração com a NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas que tem o alto patrocínio de sua Excelência o Presidente da República Portuguesa e do Governo de Portugal.

Para inscrições no iMed Conference® 7.0: http://www.imedconference.org/

Sociedade Portuguesa de Pneumologia congratula-se
Depois de anos de sensibilização e recomendações, e a par da sua inclusão no Programa Nacional de Vacinação, Prevenar13® passa...

Perante um cenário económico desafiante, a comparticipação desta vacina vem alargar o acesso dos adultos, faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta sobretudo sob a forma de pneumonia, à mais eficaz forma de prevenção da doença. Um importante contributo para a melhoria da Saúde Pública no nosso País onde a pneumonia mata diariamente uma média de 23 pessoas nos nossos Hospitais.

A infecção por Streptococcus pneumoniae (pneumococo) é uma causa comum de morbilidade e mortalidade, sendo responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Potencialmente fatal, a pneumonia é uma doença com consequências graves para o doente e uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. As crianças e os adultos a partir dos 50 anos, são os mais afectados pela doença pneumocócica, bem como grupos de risco, que incluem pessoas com doenças crónicas associadas como a diabetes, doenças respiratórias ou cardíacas, e que tenham hábitos como o alcoolismo e ou o tabagismo. Prevenar13® está indicado para todas as faixas etárias e, para além da pneumonia (forma mais comum na idade adulta), previne doenças graves como a meningite ou a septicemia.

“Foi com enorme satisfação que recebemos a notícia da comparticipação de Prevenar13®”, afirma Carlos Robalo Cordeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. “Ao longo dos últimos anos, foram inúmeros os esforços para alertar as autoridades e a população para a importância da vacinação na prevenção de doenças potencialmente fatais como a Pneumonia. A comparticipação da vacina reconhece o seu valor e revelar-se-á fundamental na maior adesão terapêutica e consequente redução do número de casos de doença pneumocócica, nomeadamente dos de maior gravidade. Sem dúvida, um passo em frente na promoção da qualidade da Saúde Pública em Portugal”.

Fundação Portuguesa de Cardiologia
A Fundação Portuguesa de Cardiologia apresentou no dia 28 de Abril o estudo “Os Portugueses e o Sedentarismo”, na sessão solene...

Os resultados mostram que cerca de 64% das pessoas entrevistadas confessam que praticam menos de 1 hora e 30 minutos de exercício físico por semana. As mulheres mostram ser mais sedentárias que os homens, com 56% nos homens contra 44% nas mulheres.

Com o avançar da idade, esta tendência de hábitos sedentários aumenta, e ainda mais quando associada ao tempo que cada individuo passa sentado por dia. 54% dos inquiridos passa menos de 5 horas sentado por dia, cerca de 30% passa entre 5 a 10 horas sentado.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia pretende no decorrer do mês de Maio incentivar os Portugueses a praticar actividade física de intensidade moderada meia hora por dia, pelo menos 5 dias por semana, para reduzir o risco de doença cardíaca. 36% dos inquiridos mostram vontade de praticar mais exercício físico, mas o dia-a-dia acaba por falar mais alto.

O Dr. Luís Negrão, assessor médico da Fundação Portuguesa a de Cardiologia, revela que “o mais preocupante neste estudo é o facto de 43% dos inquiridos que se assumem como sedentários, dizerem que fazer exercício físico não é muito importante nem interessante. Quase metade das pessoas pouco ou nada fazem por considerarem que a actividade física não é importante.”

Para 64% dos Portugueses que são sedentários, a actividade física que mais os agradaria é a marcha, mesmo que não a pratiquem de forma regular. É com esta indicação que a Fundação pretende incentivar os Portugueses a praticar marcha ou caminhada, sendo esta uma forma de começar a adquirir hábitos de vida saudável.

Este estudo foi aplicado a 1220 indivíduos, com base num questionário com a duração de 10 minutos. As entrevistas foram directas, pessoais e realizadas na residência dos inquiridos.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia é uma instituição de utilidade pública que tem como objectivo geral a prevenção das doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de doenças e morte da população portuguesa.

Em quase todo o país
Os pólenes vão estar em níveis muito elevados todo o território de Portugal Continental, com excepção da região do Porto, entre...

No Porto - região de Entre o Douro e Minho - os pólenes deverão estar em níveis elevados, mas em todas as outras regiões há previsão de níveis muito elevados.

Já nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores os níveis de pólenes irão estar baixos.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica divulga, todas as quintas-feiras, o boletim polínico, durante a primavera, estação propícia a alergias.

Investigador indica
O investigador português Dinis Calado, do Francis Crick Institute, no Reino Unido, disse no Porto que as células estaminais,...

“Vários tipos de cancro têm origem nestas células, que por si só não têm uma capacidade proliferativa muito grande, mas que, devido a mutações que poderão ocorrer, perdem essa restrição e acabam por proliferar muito. O tumor é constituído por vários tipos de células e dentro desses grupos de células existirão algumas que têm uma capacidade percussora do tumor”, explicou o investigador.

Dinis Calado falava no âmbito do Porto Cancer Meeting, a decorrer até sexta-feira, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), sobre o tema “Células Estaminais e o Cancro”.

“Tentar perceber como é que células estaminais normais funcionam talvez ajude a perceber como é que essas células cancerígenas que poderão ter características de células estaminais nos tumores poderão ser eliminadas. E, assim, fazer com que os tratamentos sejam mais eficazes”, sublinhou.

Dinis Calado desenvolve investigação na área da genética em ratinhos, no The Francis Crick Institute.

“Tentamos modelar doenças cancerosas do foro sanguíneo, tais como leucemia e linfomas. Fazemos uma comparação de tumores entre espécies para tentar encontrar mutações que são conservadas de forma evolutiva. Apesar de sermos muito diferentes dos ratinhos, como é óbvio, a formação de cancros tem mutações que são idênticas. Às vezes, o que acontece em tumores humanos é que há muitas mutações e não sabemos quais as que devemos estudar. Então, uma comparação entre espécies diferentes poderá ajudar-nos a priorizar quais as mutações a estudar”, explicou.

Com o tema “Células Estaminais e o Cancro”, a XXIII edição do Porto Cancer Meeting reúne especialistas portugueses na área a trabalhar em centros de investigação nacionais, investigadores portugueses que estão no estrangeiro em centros de referência nesta matéria e ainda especialistas estrangeiros vindos de todo o mundo.

O principal objectivo é “conseguir juntar, num ambiente informal, vivo e cientificamente dinâmico, investigadores, estudantes e todos os que trabalham em cancro na discussão à volta de um tema chave do cancro. Aliás, tem sido hábito do Porto Cancer Meeting promover, durante e após a reunião, a interação entre grupos, criando as condições para novas colaborações, ou seja, aumentar as parcerias de investigação e a mobilidade de estudantes”, salienta a organização.

Este ano, as comunicações centram-se na relevância das células e das características estaminais no cancro para a progressão tumoral, nomeadamente a sua agressividade, heterogeneidade e resistência à terapia.

Até sexta-feira, estarão reunidos no Auditório do Ipatimup, mais de 150 profissionais da área do cancro.

No final de 2014
Quase metade dos 844 utentes que aguardavam vaga na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, no final de 2014, eram...

Dados da monitorização da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) referentes ao ano passado, e disponibilizado no site da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), referem que nesse período aguardavam vaga na rede 354 utentes da região de Lisboa e Vale do Tejo e 224 da região do Norte.

Oriundos da região Centro estavam 143 utentes em espera, 105 do Alentejo e 18 do Algarve.

O documento refere que “os lugares de internamento cresceram 7,8%”, existindo no final de 2014 um total de 7.160 camas.

Os lugares em Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM) representam 77,6% do total de novas camas, representando actualmente esta tipologia 57,2% dos lugares de internamento disponíveis.

De acordo com este relatório, o número de Equipas de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) aumentou 3% em relação a 2013.

No final do ano passado existiam 274 ECCI.

Existiam ainda 26 Equipas Intra-hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) e 11 Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP).

O documento indica que a população da RNCCI com idade superior a 65 anos representa 83,4% do total.

“A população com idade superior a 80 anos representa 45%do total. Dos utentes com mais de 65 anos, 55% tem mais de 80 anos”, lê-se no relatório.

Na Rede existem mais mulheres do que homens, com 55,6% dos utentes a serem do sexo feminino.

Em 2014, o número de utentes referenciados para a Rede foi de 41.657. Em 2013 tinham sido referenciados 39.896 utentes.

Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho
A coordenadora do Ponto Focal da Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho, Emília Telo, afirmou que o investimento...

“Sabemos que investindo um euro na Segurança e Saúde no Trabalho (SST) podemos ter um retorno que vai de 2,5 euros a 4,8 euros”, afirmou a responsável no seminário “Sono, saúde e Bem-estar no Trabalho e sua influência nos riscos psicossociais”, que se realiza na Maia, distrito do Porto.

Segundo a responsável, é muito importante fazer uma avaliação dos riscos psicossociais no trabalho e depois implementar medidas para a prevenção de situações geradoras de stresse e promoção de ambientes de trabalho saudáveis.

“Quatro em cada dez pessoas [inquiridas em 2013 no âmbito de um estudo realizado na União Europeia] consideram que o stresse não é gerido corretamente no seu local de trabalho”, alertou Emília Telo.

Dirigido à população da Maia, designadamente os funcionários da autarquia, este seminário visa “consciencializar empregadores e trabalhadores para a gestão destes riscos psicossociais”.

Emília Telo destacou que o “stresse contínuo [no trabalho] vai levar a um esgotamento”, sendo que o trabalhador perde as suas capacidades para desenvolver o seu trabalho.

“A gestão destes riscos deve ser integrada na gestão de todos os outros”, frisou, acrescentando que só assim será possível combater o absentismo.

A vereadora dos Recursos Humanos da Câmara da Maia, Marta Peneda, afirmou que os riscos piscossociais e o stresse estão relacionados com o trabalho, sendo o seu impacto “significativo”.

“Na Câmara, constatamos que 80% do absentismo está relacionado com a doença e apenas os restantes 20% devem-se a acidentes de trabalho”, disse a vereadora, adiantando ser necessário “implementar práticas preventivas” junto dos 1.200 funcionários da autarquia.

Este seminário surge no âmbito da campanha europeia de consciencialização para a importância desta temática, promovida pela Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e pela Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA).

Esta campanha teve início em 2014 e prolongar-se-á até ao final do ano.

Substâncias cancerígenas utilizadas ilegalmente para branqueamentos dentários
A decisão da Comissão Europeia proíbe a utilização de produtos cosméticos com substâncias de perborato de sódio e de ácido...

Estas substâncias do grupo de boratos são utilizadas frequentemente em salões de beleza com o objectivo de induzirem o branqueamento dentário.

A Ordem dos Médicos Dentistas tem alertado para os riscos de utilização de produtos contendo borato, devido aos perigos para a saúde destas substâncias, classificadas pela União Europeia na categoria de substâncias cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução.

A utilização de perborato de sódio e de ácido perbórico está estritamente proibida, pelo que, como medida de salvaguarda da saúde pública, a OMD apela às autoridades portuguesas para tomarem todas as iniciativas necessárias para garantir que nenhum destes produtos cancerígenos esteja disponível, e assegurar que não são utilizados em branqueamentos dentários.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, considera que “é obrigatório tomar medidas de controlo e fiscalização e punir de forma exemplar os infractores que persistam na utilização destes produtos. Existem ainda outras substâncias químicas que branqueiam os dentes e que o seu uso está autorizado, mas quando mal aplicadas têm efeitos prejudiciais na saúde. Para branquear os dentes são utilizadas substâncias em concentrações que apenas os profissionais de saúde oral estão autorizados a aplicar”.

Para Orlando Monteiro da Silva “é essencial consultar um médico dentista, até porque existem vários produtos para branqueamentos dentários em diferentes concentrações e é necessária uma avaliação prévia para garantir a melhor solução para a saúde oral de cada paciente”.

Voluntários desenvolvem
Azer Jaafoura e alguns dos seus colegas pensaram numa forma de ajudar o dia-a-dia de doentes com Alzheimer. Num projecto, que...

“O nosso objectivo é tornar a vida dos doentes com Alzheimer ainda mais fácil, bem como das pessoas que os ajudam”, referiu Azer Jaafoura, Director de Marketing Mobile na SETN. “Muito embora o Alzheimer não tenha cura, os estudos mais recentes mostram que os estímulos mentais sob a forma de lembretes regulares de eventos do passado podem potencialmente abrandar a progressão da doença. Foi precisamente aqui que vimos uma oportunidade”.

Com a ajuda da Associação Tunisina de Alzheimer, a SETN trabalhou com a 3SG BBDO no desenvolvimento de uma aplicação para smartphone. A Backup Memory funciona como um estimulador de memória para utilizadores que revelam os primeiros sinais da doença. A app ajuda a perceberem o que está à sua volta identificando membros da família e amigos, ao mesmo tempo que relembra as suas relações com cada um e as memórias partilhadas no passado, recorrendo a fotografias e vídeos.

Através de ligação Bluetooth, a solução Backup Memory procura outros equipamentos que estejam a utilizar a app, interligando-os e partilhando informação sobre os utilizadores sempre que se encontram num raio de 10 metros. Previamente, os dados relevantes e o conteúdo multimédia têm que ser introduzidos manualmente ou mediante o upload para a aplicação.

A integrar o trabalho da SETN e da 3SG BBDO, a Associação de Alzheimer Tunisina testou a aplicação durante o seu desenvolvimento, certificando-se da sua aplicabilidade no dia-a-dia dos doentes de Alzheimer.

“Experimentámos a Backup Memory em alguns dos nossos doentes com Alzheimer com resultados muito positivos”, afirmou o Dr. Meriam Labidi, médico geriatra e membro da Associação. “Com o Alzheimer, o que se perde fica perdido para sempre. Através de estimulação cognitiva, os doentes podem tentar manter as suas memórias e, assim, atrasar o seu efeito devastador”.

A equipa de Azer Jaafoura continuará a trabalhar para otimizar a aplicação, incluindo novas funcionalidades, nomeadamente, sinal GPS no equipamento de forma a permitir à família a localização constante, e melhorando a interface de utilizador.

“A app Backup Memory não visa ser uma revolução tecnológica, mas dar uma utilização prática à tecnologia actual,” salientou Azer Jaafoura. “Estamos satisfeitos com o progresso feito até à data e não queremos parar por aqui. A evolução tecnológica pode ajudar a fazer a diferença e gosto de pensar que isto é só o começo”.A app Backup Memory encontra-se disponível gratuitamente no Google Play, em inglês e francês.

Médicos católicos assinalam
A Associação de Médicos Católicos Portugueses, criada em plena Primeira República, cumpre este ano um século, um percurso que...

"É uma associação leiga. Naturalmente, somos católicos e fiéis à doutrina da Igreja. As diversas problemáticas que afectam o exercício das medicina, discutimo-las francamente entre nós, mas procuramos que a resultante seja de fidelidade à Igreja", explicou o presidente da associação Carlos Martins da Rocha.

Ginecologista-obstetra do Hospital de São João, no Porto, Carlos Martins da Rocha afirma-se "um homem de ciência e profundamente crente" e garante que não tem "qualquer problema em compatibilizar a fé com os conhecimentos científicos".

Há um ano em funções, a actual direcção diz ter como modelo para o seu mandato a figura de "Cristo Médico".

"Como médicos católicos temos a enorme responsabilidade de procurarmos, em primeiro lugar, ser competentes no exercício da nossa profissão e, em segundo lugar, ter uma relação com o doente o mais parecida com aquela que teria Cristo", considerou Carlos Martins da Rocha.

A relação médico-doente será, de resto, o tema da reunião nacional de médicos católicos, agendada para sábado no Porto, no âmbito de um programa de actividades que decorre desde Janeiro para assinalar o centenário da associação.

Lembrou que há aspectos desta relação que se têm deteriorado e que o relacionamento é dificultado por várias questões, entre as quais a imposição de tempos limite para as consultas ou a organização dos serviços de saúde são alguns exemplos.

Ainda assim, sublinhou que a capacidade de relacionamento com o doente depende essencialmente do médico.

"O médico existe para tratar competentemente o doente, sabendo tratar a doença, mas não pode esquecer-se do doente, aquele que o procura", disse.

Carlos Martins da Rocha destacou os debates e acções de formação promovidos pela associação sobre questões sensíveis para a Igreja Católica como o testamento vital, a ideologia de género ou a homosexualidade.

A posição em relação ao aborto, por exemplo, é um dos temas em que os médicos católicos manifestam "inteira solidariedade" com a posição da Igreja Católica, sendo "contrários ao aborto como solução para as gravidezes indesejadas".

Porém, a associação ainda não tomou qualquer posição oficial sobre a petição para rever a lei do aborto, apoiada pela Igreja Católica, e que reuniu 5 mil assinaturas.

"A lei que temos em Portugal é uma lei de despenalização, mas na prática dá a possibilidade de a mulher abortar sempre que estiver de acordo com a lei", considerou.

Fundada em 1915 pelo bispo do Porto, António Barroso, a associação é uma das mais antigas associações de médicos católicos em todo o mundo.

Com 600 associados está organizada em núcleos nas dioceses portuguesas e responde perante a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

A associação publica há mais de 75 anos a revista "Acção Médica", que promove a discussão de temas que afectam o exercício da medicina numa perspectiva cristã.

Os médicos da associação dão também apoio médico, aos fins de semana e durante as grandes peregrinações, aos peregrinos que se deslocam a Fátima.

Crianças nascidas a partir de 1 de Junho e alguns adultos doentes
A vacina Prevenar 13, que previne doenças como a meningite e a pneumonia, vai ser gratuita para as crianças nascidas a partir...

A inclusão foi possível após “negociações com a indústria farmacêutica”, conforme revelou fonte do Ministério da Saúde, adiantando que a medida custará ao Estado 2,5 milhões de euros, só em 2015.

Esta vacina previne doenças provocadas pela bactéria pneumococo, como a pneumonia, meningite, otite e septicemia, entre outras.

Uma vez que a vacina passará a integrar o Plano Nacional de Vacinação (PNV) a partir de 1 de Junho, e como as crianças só podem começar a recebê-la aos dois meses de idade, a vacinação será gratuita a partir de Agosto deste ano.

Além das crianças, a Prevenar 13 será igualmente gratuita para “os adultos com doenças crónicas e considerados de alto risco, nomeadamente os portadores do vírus VIH e de certas doenças pulmonares obstrutivas, além do cancro do pulmão”.

Para a restante população, nomeadamente os adultos e as crianças nascidas antes de 1 de Junho deste ano, o Estado vai comparticipar 15% do custo da vacina.

O acordo entre a Direcção-Geral da Saúde (DGS), o Infarmed e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a indústria farmacêutica será firmado quinta-feira.

Em Junho
O director do programa nacional para a saúde mental revelou que o projecto de cuidados continuados para estes doentes arranca...

O anúncio foi feito na Comissão Parlamentar de Saúde durante a audição de Álvaro de Carvalho, que afirmou ainda ter conhecimento destes factos “oficiosamente”, porque viu o protocolo assinado entre o Ministério da Saúde e as Misericórdias.

“Grande parte da actividade deveria ser apoiada por equipas comunitárias, que são menos onerosas e mais eficazes. [Neste caso] terá havido a opção política de construir unidades em sítios periféricos, o que obviamente discuto e não subscrevo”, afirmou o responsável.

No final da audição, Álvaro de Carvalho especificou aos jornalistas que “as primeiras experiências de cuidados continuados vão arrancar no âmbito das misericórdias com duzentas e tal camas”.

No entanto, as camas só são necessárias para casos mais complicados, explicou, considerando que “o cerne da questão deveria ser a reabilitação por equipas de cuidados comunitários”.

“É para isto que aponta a evidência e prática internacional”, sublinhou, referindo que até para crianças e adolescentes esta é a melhor solução.

Álvaro de Carvalho acrescentou que está para breve a abertura dessas unidades, algumas das quais situadas em Pinhel, Almeida e Soure.

“Portugal tem a atracção de financiar em função das camas, mas convém que a reabilitação seja feita o mais possível com as pessoas integradas no seu meio e isso não é feito com camas”, criticou, lembrando que pode haver situações em que seja recomendada a institucionalização de um doente, “mas a maioria não exige essa retirada do meio familiar”.

Para Álvaro de Carvalho, as unidades físicas de cuidados continuados são “sítios em que as pessoas vão estar desalojadas do meio de origem. Será uma transinstitucionalização, em vez de ser uma desinstitucionalização com requalificação”.

Universidade de Coimbra
A Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que está a investigar o funcionamento do cérebro em doentes afectados por...

Os testes, a cargo do Laboratório de Neurociências da Visão do IBILI (Instituto de Imagem Biomédica e Ciências da Vida) em colaboração com Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), ambos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), são considerados fundamentais pelos promotores "para os cientistas encontrarem respostas para tantas perguntas", lê-se num documento a que a agência Lusa teve acesso.

A investigação tem como objectivo "conhecer as causas e os mecanismos cerebrais que podem estar alterados" na neurofibromatose de tipo 1 (NF1), uma patologia genética, geralmente benigna - em que a formação de pequenos tumores externos devido ao crescimento anormal do tecido nervoso ocorre pela redução de uma proteína utilizada pelo corpo humano precisamente para evitar o surgimento de tumores - mas que pode provocar perdas de visão.

Os especialistas explicam que a investigação passa por "um estudo observacional", sem alteração das rotinas diárias ou tratamentos habituais dos doentes, "aprovado pela Comissão de Ética Independente da FMUC de modo a garantir a protecção dos direitos, segurança e bem-estar de todos os participantes", homens e mulheres maiores de 18 anos.

Inclui a realização de uma ressonância magnética, um electroencefalograma e uma estimulação magnética transcraniana - através de um aparelho posicionado no couro cabeludo, que gera um campo magnético e suscita respostas motoras - técnica que os investigadores garantem ser indolor e não evasiva.

"Os dados que serão recolhidos irão contribuir para uma melhor informação dos investigadores e dos médicos de forma a melhorar a compreensão existente sobre a NF1 e possibilitar o desenvolvimento de novas terapêuticas", sustenta.

Ordem dos Psicólogos
A Ordem dos Psicólogos avançou esta semana com uma acção judicial contra a Direcção-Geral de Serviços Prisionais, a quem acusa...

A informação foi divulgada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), que “entendeu recorrer aos tribunais para que a legalidade seja assegurada”.

A OPP acusa a Direcção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) de “ilegalidade”, ao “solicitar a realização de actos psicológicos a Técnicos de Reinserção Social não inscritos na OPP (parte dos quais nem sequer licenciados em Psicologia) ”.

Segundo a Ordem, a DGRSP defende “expressamente” que esses atos “não têm que ser praticados por psicólogos devidamente inscritos na OPP”.

“Com efeito, de acordo com o estipulado na Lei, a prática da Psicologia é da competência exclusiva dos psicólogos inscritos na OPP e não de técnicos com formação em Psicologia, sem competência e não obrigados ao cumprimento do Código Deontológico da OPP”, afirma em comunicado.

A OPP afirma, como exemplo, que a DGRSP solicita a realização de “Perícias de Personalidade” a Técnicos de Reinserção Social do seu serviço que não estão inscritos na OPP.

De acordo com a Ordem, a realização destas perícias - utilizadas em Tribunal como meio de prova e para análise de casos como a adopção, regulação parental ou abusos sexuais - por não psicólogos “é uma prática gravosa, desrespeitadora e ilegal”.

Neste contexto, a OPP fez diversos pedidos de audiência e apelos para intervenção urgente junto do Ministério da Justiça (MJ), que, ”lamentavelmente, nunca foram aceites e respondidos”.

A OPP salienta ainda que para 14 mil reclusos distribuídos por 49 estabelecimentos prisionais existem apenas 30 psicólogos, o que significa que há cadeias sem psicólogos, os “principais agentes responsáveis pela alteração de comportamentos”.

“Desta forma, a pergunta que se coloca é a seguinte: De que forma é que o MJ e a DGRSP pretendem reduzir a taxa de reincidência – que ronda os 50% - se não garantem a contratação e continuidade dos serviços de psicologia nos estabelecimentos prisionais”, questiona.

A OPP garante que continuará a lutar e que, caso considere necessário, irá “utilizar todos os meios que tiver à sua disposição”.

Prevenção do cancro digestivo
O grupo hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil organiza na sexta-feira, no Porto, Coimbra e Lisboa,...

Em declarações, o director do Serviço de Gastrenterologia do IPO/Porto, que promove a iniciativa, afirmou que o objectivo é “tornar mais personalizados e alargados os canais de comunicação para a referenciação de doentes” nos três centros.

“Achamos que, se do outro lado houver rostos, se encurtam distâncias, se facilita a comunicação e se proporciona uma melhor referenciação”, sublinhou Mário Dinis Ribeiro, referindo que esta é a primeira vez que os três IPO se juntam para uma iniciativa nesta área.

Sendo o cancro digestivo dos “principais problemas de saúde pública” esta é “uma acção fundamental que a longo prazo terá com certeza efeitos positivos na prevenção e diagnóstico nesta área junto da comunidade”, explicou.

“Significa investir um bocadinho no futuro porque grande parte do público são jovens médicos e, portanto, a ideia é que eles conheçam os rostos do outro lado e possam contactá-los sempre que necessário através de um telefonema ou através de um e-mail e vice-versa”, frisou.

A meta é trabalhar melhor a prevenção e diagnóstico precoce no âmbito do cancro digestivo em particular do estômago e do intestino.

“Como cidadãos gostaríamos de encontrar a cura para todos doentes com cancro mas, não sendo possível, podemos ter um objectivo mais terreno que é aumentar a sobrevivência das pessoas que padecem. Uma das formas de aumentar a sobrevivência é diagnosticar precocemente e uma das formas de diagnosticar precocemente é estar a atento a coisas que são simples, como a idade, factores de risco ou história familiar. E ninguém melhor do que a medicina familiar para ter esses dados antes mesmo de se hospitalizar”, salientou.

Portanto, frisou o especialista, “em algumas circunstâncias, perante alguns factores de risco, que pode ser por exemplo a idade, se as pessoas forem submetidas a esquemas de rastreio a tendência é para que as lesões sejam detectadas precocemente e que de cancro digestivo aquele indivíduo não faleça”.

Actualmente, existe a indicação da Direcção Geral da Saúde para que indivíduos com mais de 50 anos façam o rastreio através da pesquisa de sangue oculto nas fezes, seguido do exame de diagnóstico se for positivo, mas “não há uma organização deste processo, nem uma centralização dos dados”, lamentou Mário Dinis Ribeiro.

“Existem indicações, recomendações, mas continua a ser algo muito individual, muito na dependência do médico assistente”, frisou.

Durante o curso serão exploradas as temáticas da prevenção e diagnóstico precoce e respondidas todas as questões relativamente a casos clínicos concretos que os médicos e enfermeiros irão apresentar.

Centro Hospitalar de Lisboa Central
Os médicos do Centro Hospitalar de Lisboa Central decidiram começar a usar os descansos compensatórios por trabalho nocturno,...

Esta tomada de posição dos médicos foi sugerida pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que tem vindo a alertar para os riscos que correm os médicos e os doentes sempre que os clínicos não podem usufruir do descanso compensatório.

Este descanso, previsto na lei, tem de ser gozado pelos médicos sempre que estes trabalhem em período noturno, domingos e dias de feriado.

No entanto, uma circular da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) refere que “não terão aplicação concreta” as circulares da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) que determinam o cumprimento da lei dos descansos compensatórios.

No seguimento desta atitude do CHLC, o SIM reuniu-se com a administração da instituição, no passado dia 23 de Abril, tendo esta avançado que iria apresentar várias hipóteses de solução para o problema.

De acordo com o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, a situação no CHLC é de “calamidade anunciada” por causa da falta de pessoal.

Sobre esta situação, o dirigente sindical lamentou que o conselho de administração do CHLC tenha “assistido impávido e sereno à saída de médicos para a pré-reforma e para o privado”.

“Foi a época dos Contratos Individuais de Trabalho (CIT) milionários, numa altura em que não existiam concursos”, lembrou.

Jorge Roque da Cunha critica, contudo, que a administração do CHLC tente resolver o problema da falta de pessoal violando a lei e impedindo os médicos de usufruírem do descanso compensatório, o que “põe em risco os médicos e os doentes”.

“A atitude [da administração] tem sido de muita incompreensão em relação às necessidades dos médicos, nomeadamente em relação ao descanso compensatório”.

Segundo Jorge Roque da Cunha, o SIM ainda não recebeu as propostas de resolução do problema por parte do CHLC.

A proposta que o SIM apresentou aos médicos foi para que, a partir da próxima semana, estes comuniquem que vão usufruir dos descansos compensatórios, para que as direcções não os escalem no período normal de trabalho semanal.

Além de exigir “responsabilidade” da parte do conselho de administração do CHLC, o SIM apelou “vivamente aos directores de serviço para que exerçam os seus poderes”.

“É fundamental que os directores de serviço exerçam as suas competências de direcção e as questões éticas e deontológicas, ao invés de aparentarem subserviência que pode pôr em causa a segurança dos doentes e dos médicos”, disse.

Despertar consciências
Data comemorativa, celebrada mundialmente a 6 de Maio, visa divulgar a doença, esclarecer mitos e despertar consciências.

O Dia Internacional da Osteogénese Imperfeita (OI), celebrado anualmente no dia 6 de Maio, tem como objectivos divulgar, esclarecer mitos acerca de como viver com a doença e despertar consciências para melhorar a vida daqueles que vivem com a patologia.

Neste dia, comunidades em todo o mundo juntam-se para divulgar a Osteogénese Imperfeita, uma doença rara de origem genética que provoca grande fragilidade óssea, sendo por isso também conhecida pela “doença dos ossos de vidro”.

Em Portugal, a Associação Portuguesa de Osteogénese Imperfeita (APOI) celebra o dia e apela à participação de todos com diversas sugestões:

  • Veste de amarelo no dia 6 de Maio
  • Usa uma flor amarela no cabelo ou uma gravata amarela
  • Desafia as tuas capacidades, e celebra o facto de SERES CAPAZ!
  • Apoia e participa nas iniciativas da tua Associação
  • Promove o Dia da OI através da tua escola ou das redes sociais
  • Faz uma festa da OI em tua casa
  • Envolve a tua família e os teus amigos na festa
  • Tira fotos e partilha-as com outras pessoas através do site oficial do Dia Internacional da Osteogénese Imperfeita
  • Visita o site do Dia Internacional da Osteogénese Imperfeita, faz um like na página do facebook ou põe à prova a tua criatividade e faz a tua própria página para celebrar a OI
Congresso da Ordem dos Enfermeiros
A Ordem dos Enfermeiros vai propor uma alteração ao modelo de financiamento dos hospitais portugueses, considerando que as...

Este é um dos assuntos centrais que estará em debate no Congresso da Ordem dos Enfermeiros (OE), que começa no domingo em Lisboa, segundo disse à agência Lusa o bastonário Germano Couto.

Para a Ordem, o actual modelo de financiamento é arcaico e está ultrapassado, focando-se apenas na medição da produção dos cuidados de saúde, através do número de doentes entrados, dos procedimentos realizados, dos recursos consumidos e dos tempos médios de resposta.

Germano Couto pretende que os resultados dos hospitais sejam medidos em termos dos doentes tratados e das melhorias alcançadas na vida do doente.

“Actualmente, Portugal tem um modelo de financiamento das instituições de saúde que as financia tendo por base aspectos processuais, como número de consultas ou cirurgias. E não aspectos de resultados em saúde, ou seja, que melhorias é que a intervenção teve para um cidadão em particular”, explica o bastonário dos Enfermeiros, em declarações à Lusa.

Tomando como exemplo um doente com um AVC (acidente vascular cerebral), o hospital recebe exactamente o mesmo dinheiro independentemente da forma como o doente sairá do hospital, se mais ou menos independente.

“Nós não premiamos a intervenção com eficiência, mas sim o diagnóstico. O que a OE pretende é que este modelo de financiamento mude, porque não premeia o investimento na saúde do cidadão”, defendeu Germano Couto.

“Na saúde existe um conjunto de profissões que contribuem para a melhoria do utente. Termos um modelo de financiamento baseado unicamente numa profissão, na médica, é um erro. É o diagnóstico médico que continua a ser prevalente para a medição de resultados, mas todos os profissionais contribuem para a melhoria do doente”, frisou.

Durante o Congresso, a Ordem convidou todas as administrações de hospitais públicos e privados para um debate sobre este tema, pretendendo que as unidades de saúde se candidatem, voluntariamente, a integrar uma experiência piloto de medição de resultados alcançados.

Esta experiência será acompanhada pelo Consórcio Internacional para a Medição de Resultados em Saúde, da qual a OE é parceira, que pretende verificar os ganhos em saúde obtidos nos cidadãos atendidos, bem como os ganhos económicos de cada unidade.

Durante o Congresso dos Enfermeiros, a Ordem deverá ainda anunciar a criação de um prémio de jornalismo, no valor de 10 mil euros, que visa incentivar “um jornalismo de qualidade que sensibilize os cidadãos para o trabalho na área da enfermagem”. O prémio será anual, com início já este ano.

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