Nutricionistas contestam
Cerca de meia centena de nutricionistas e alunos de Ciências da Nutrição manifestaram-se no Porto, contra a convergência das...

“Não à convergência porque é uma indecência”, “queremos uma ordem, não uma desordem” ou “profissões diferentes não são convergentes”, gritavam os profissionais à porta da sede da Ordem dos Nutricionistas.

A Ordem dos Nutricionistas, que actualmente regula as profissões de nutricionista e dietista, iniciou o processo de convergência das profissões, fazendo com que desapareça a de dietista, após ter sido intimada pela Assembleia da República.

Nutricionista desde 2012, Maria Maia está contra a “fusão” das duas profissões, porque são diferentes.

“Nós, nutricionistas, somos técnicos superiores de saúde e eles, dietistas, técnicos de diagnóstico. São profissões que se complementam, por isso, ambas necessárias”, disse.

Maria Maia explicou que, na prática, os nutricionistas avaliam os doentes, prescrevem planos alimentares e a terapêutica nutricional, já os dietistas exercem funções ao nível da dietética.

“Esta proposta de convergência de profissões tem sido feita sem qualquer transparência e sentimos que a ordem não nos defende”, frisou.

Na opinião de Bárbara Nogueira, recém-licenciada em nutrição, a convergência das duas profissões vem reduzir as ofertas no mercado de trabalho.

O que a ordem pretende é que um dietista passe a ser nutricionista, através de uma “passagem administrativa e não académica”, prejudicando quem andou anos a estudar numa universidade.

Dizer que os dietistas podem ser iguais aos nutricionistas, equivale a dizer que os técnicos de farmácia podem ser farmacêuticos, exemplificou.

Considerando o descontentamento legítimo, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas afirmou que a fusão das duas profissões é a “melhor solução”.

Na opinião de Alexandra Bento, a convergência das profissões garantirá a estes profissionais uma “maior representatividade” no mercado de trabalho e nos órgãos do governo, conferindo-lhes uma maior força reivindicativa na resolução dos problemas que afectam a classe.

A responsável lembrou que a proposta de extinguir a profissão de dietista, mantendo-se apenas a de nutricionista, foi feita pela Assembleia da República, pelo Governo e pelo provedor de Justiça.

Este processo de junção que, segundo a bastonária, engrandecerá a ordem, será feito através de uma “harmonização” da formação.

Alexandra Bento mostrou-se disponível para receber os manifestantes, mas estes recusaram.

Especialista afirma
A médica internista Lèlita Santos disse em Coimbra que as doenças autoimunes ainda não são diagnosticadas precocemente, sendo...

A maior parte do diagnóstico "ainda não é precoce", disse Lèlita Santos, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, frisando que o tratamento e o diagnóstico são os dois grandes desafios nas doenças autoimunes, para além da necessidade de se conhecer as suas causas.

Hoje, "fazem-se mais diagnósticos" destas doenças que há dez ou doze anos, mas ainda não é um diagnóstico precoce, sendo necessária uma "ligação da medicina interna com os médicos de medicina geral e familiar", visto estas doenças não serem "frequentes", frisou a também presidente da comissão organizadora do 4º Congresso Nacional de Autoimunidade, que vai decorrer em Coimbra, entre quinta-feira e sábado.

"O diagnóstico precoce vai-nos permitir tratar cedo o doente e evitar as complicações nos órgãos", sublinhou Lèlita Santos, sendo depois necessária uma equipa "multidisciplinar para tratar estas doenças" e não apenas médicos de uma ou outra especialidade.

Segundo a médica internista, as pessoas que sofrem destas doenças "enfrentam alguns problemas".

Sendo pessoas jovens, "acabam por ter uma ou outra incapacidade, podendo ter problemas de relacionamento familiar ou social ou problemas económicos", referiu, sublinhando ainda que nem todas as doenças têm isenção de taxas moderadoras.

"Algumas têm parcelarmente, outras não têm e algumas têm descontos ou a possibilidade de medicamentos mais baratos", sendo necessária a isenção de taxas moderadoras para pessoas com doenças autoimunes, defendeu.

O 4º Congresso Nacional de Autoimunidade vai abordar, ao longo de três dias, temas como o transplante hematopoiético nas doenças autoimunes, doenças indiferenciadas do tecido conjuntivo, gravidez e doenças autoimunes, ou competência e formação em doenças autoimunes.

Prémio João Cordeiro
O Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácia está de volta em 2015, com o objectivo de apoiar projectos originais no âmbito da...

Promovida pela Associação Nacional das Farmácias (ANF), a iniciativa procura ideias com impacto prático e mais-valias reais para as farmácias e os seus utentes. Por isso, está aberto a qualquer sector profissional e a pessoas ou instituições de Portugal ou do estrangeiro. Um conjunto de características que o tornam único no nosso país.

Em 2015, o Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácia apresenta duas novas categorias. Além do prémio principal, atribuído ao melhor projecto de Inovação em Farmácia, estão abertos a concurso projectos que se enquadrem nas categorias Responsabilidade Social e Comunicação Social em Farmácia.

Mais do que um reconhecimento, o Prémio João Cordeiro – Inovação em Farmácia, prevê o acompanhamento dos projectos vencedores até à sua concretização. Na primeira edição, em 2014, o prémio principal foi conquistador por um grupo de professores da Faculdade de Ciências e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que desenharam uma aplicação móvel que permite conectar os utentes às farmácias através de smartphone.

O melhor projecto de Inovação em Farmácia terá o prémio de 20.000€. Para cada uma das outras duas categorias estão destinados 7.500€.

Os trabalhos seleccionados serão avaliados por um júri independente presidido por Diogo de Lucena e composto por um conjunto de personalidades de relevo em várias áreas, sobretudo atentas às questões do empreendedorismo e da inovação. Ao atribuir ao Prémio o nome de João Cordeiro, a ANF presta também homenagem à visão empreendedora do líder histórico das farmácias, para que o seu exemplo seja um estímulo ao desenvolvimento do sector. A sessão pública de entrega do Prémio da edição de 2015 terá lugar em Outubro.

Fique a conhecer mais sobre o prémio, categorias, júri e regulamento, em: www.premiojoaocordeiro.pt

Europa e África
A Europa, as suas regiões ultraperiféricas e Cabo Verde estão a desenvolver um projecto com o objectivo de coordenar todos os...

Segundo avançou na Cidade da Praia, José Manuel Vega, coordenador do projecto Rede Euro Africana de Emergência Sanitária (REACT), o objectivo é coordenar e colocar todos os meios de emergência sanitária que os países têm ao seu alcance para providenciar maior e melhor segurança às populações.

O projecto, que deveria terminar em Outubro de 2014, mas devido ao seu sucesso foi alargado até Outubro próximo, tem também como objectivo a promoção da saúde e ter impacto na economia, através do turismo, e fazer com que os turistas que visitem esses países se sintam seguros.

"Para isso, estamos realizando actividades que reforcem a protecção civil e os serviços de emergência, coordenando hospitais, protecção civil, bombeiros, militares, e a realizar cursos de primeiros socorros para funcionários de hotéis, da cruz vermelha, voluntários", disse o responsável, durante um seminário realizado na Cidade da Praia.

"A segurança sanitária é o lema fundamental. Tem que ser importante, tanto para os cabo-verdianos residentes, como para os turistas", prosseguiu José Manuel Vega, para quem é preciso oferecer segurança nos hospitais, nas evacuações, na atenção primária, nos primeiros socorros e nas águas de banho nas praias.

Além do turismo, o coordenador do REACT disse que se pretende incidir no meio ambiente, pelo que apelou ao esforço de toda a sociedade no compromisso de colaborar na segurança sanitária.

O projecto é financiado pela União Europeia no valor de 373 mil euros, no âmbito do programa de cooperação transaccional Madeira-Canárias-Açores.

Centros de saúde
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar lamentou a falta de braçadeiras nos centros de saúde que permitam fazer um...

“Não temos braçadeiras em número suficiente para fazermos a monitorização ambulatória da tensão arterial (MAPA). Depois de termos o ‘softwarwe’ faltam-nos as braçadeiras”, disse o presidente da Associação durante a apresentação de um estudo sobre hipertensão.

A monitorização da tensão regista durante 24 horas a pressão arterial durante a actividade diária normal do doente, o que é feito aplicando no paciente uma braçadeira que se liga a um aparelho de registo transportado à cintura.

“Precisávamos de ter aparelhos destes em cada unidade de saúde familiar e em cada centro de saúde. Já termos aparelhos e não termos braçadeiras suficientes é ridículo”, comentou Rui Nogueira.

Em resposta a esta situação, o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde admitiu que o Ministério “não tem uma estatística de braçadeiras em falta” que permita perceber qual a dimensão do problema.

Contudo, Leal da Costa considerou que as administrações dos centros de saúde e as administrações regionais de saúde devem ter atenção a esta questão.

“Há pequenas coisas de baixa tecnologia que acabam por ter um impacto na saúde pública acima de outras, como medicamentos de alto custo ou outras tecnologias muito mediatizadas”, afirmou o secretário de Estado, também presente na sessão de apresentação do estudo sobre hipertensão em Portugal, que analisou os utentes inscritos nos centros de saúde e com médico de família.

Associação propõe
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar propôs que os hipertensos e diabéticos tenham prioridade no acesso ao...

Durante a apresentação de um estudo sobre hipertensão em Portugal, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) considerou que há que resolver o problema do acesso dos doentes ao médico de família, havendo desigualdades regionais significativas.

Por exemplo, no Norte são 94% os utentes com médico de família, enquanto no Algarve não chegam aos 70%.

“O acesso é assimétrico. Seria razoável dar prioridade aos doentes hipertensos e diabéticos no acesso ao médico de família”, defendeu Rui Nogueira, admitindo que o mesmo poderia fazer-se para as crianças.

O médico lembrou que os doentes hipertensos, além do problema da tensão arterial, têm geralmente de controlar outros factores de risco, havendo necessidade de uma abordagem mais abrangente.

Aliás, no estudo mostrou-se que metade dos doentes com hipertensão tem também colesterol elevado.

O estudo aponta ainda para um mau controlo da hipertensão, sobretudo na população idosa, a mais afectada pelo problema.

Para o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar, é necessário prestar mais atenção aos doentes hipertensos, havendo ainda “um longo caminho a percorrer” no controlo e prevenção do problema.

Ministério da Saúde
Cerca de três milhões de utentes inscritos nos centros de saúde não foram uma única vez ao médico de família durante o último...

O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde revelou, durante a apresentação de um estudo sobre hipertensão, que o levantamento dos utentes que não frequentaram os centros de saúde no último ano foi feito há cerca de duas semanas.

“Temos de aumentar a captação de doentes. Temos de transformar os nossos centros em centros de saúde e não apenas em sítios de doença”, afirmou Leal da Costa, referindo que muitas pessoas não vão ao médico por se sentirem saudáveis.

Em declarações aos jornalistas no final da apresentação do estudo sobre hipertensão, o governante sublinhou a importância de ir ao médico de medicina geral e familiar pelo menos uma vez por ano.

Leal da Costa manifestou-se preocupado com o facto de haver “uma franja de doente não diagnosticados” para alguns problemas, como a hipertensão.

O secretário de Estado defendeu que tem de se apostar na prevenção dos problemas de saúde, levando as pessoas a fazer mais exercício físico, a consumir menos sal e açúcar e a reduzir o tabagismo.

É também na lógica da prevenção, defendeu, que é importante que os centros de saúde chamem os doentes que não visitam o médico por longos períodos de tempo.

Actualmente, os utentes com médico de família que não frequentam o centro de saúde durante três anos são contactados e caso não manifestem interesse em continuar com médico atribuído perdem o seu médico de família.

Leal da Costa manifestou ainda a intenção de alterar a forma de cálculo da lista de utentes por médico de família, introduzindo factores como a idade dos doentes ou o tipo de patologias, até porque os factores de ponderação para a lista de utentes não são actualizados desde 2007.

Estão neste momento a decorrer as negociações com os sindicatos médicos sobre a lista de utentes por médico de família, que actualmente tem o limite máximo de 1900 doentes.

Empresa de Coimbra
Uma nanopartícula desenvolvida por uma empresa de Coimbra poderá resultar num medicamento indicado para o cancro da mama triplo...

Em declarações, a investigadora Vera Dantas Moura, responsável da empresa Treat U, do grupo Bluepharma, afirmou que a Pegasemp - uma nanopartícula inteligente, 80 vezes menor que uma célula, que reconhece os tumores actuando directamente nos alvos cancerígenos - "está a trazer esperança" aos doentes com cancro da mama triplo negativo.

"É um tipo de cancro que não tem nenhum tratamento específico indicado, pelo que é muito mais difícil e muito mais doloroso tratá-lo", explicou, adiantando que a nanopartícula - que quando administrada na corrente sanguínea do doente reconhece tumores e liberta o tratamento de quimioterapia como se de uma granada se tratasse - "permite um tratamento mais eficaz e menos doloroso".

A investigação concluiu no início do ano os testes laboratoriais em animais saudáveis, concretamente sobre o perfil toxicológico, um estudo que pretende demonstrar a segurança da utilização do medicamento e que está pronta para iniciar em 2015 ensaios clínicos em humanos.

De acordo com Vera Dantas Moura, os resultados dos testes laboratoriais demonstraram que a Pegasemp promete ser segura: "Para haver níveis toxicamente visíveis, a dose teria de ser aumentada duas a quatro vezes", indicou.

Os ensaios clínicos decorrem em três fases, as duas primeiras possíveis de realizar em Portugal, através de uma empresa do grupo farmacêutico Bluepharma e à qual estão associados mais de uma dezena de centros de saúde e hospitais.

A primeira fase dos ensaios clínicos, explicou a investigadora, "pretende explorar a dose que o paciente consegue tolerar" e deverá decorrer durante cerca de seis meses. Na segunda fase dos ensaios, que decorrerão ao longo de um ano, a dose identificada na primeira fase é administrada aos doentes para aferir da eficácia do medicamento.

A terceira fase implica o envolvimento de unidades de saúde diferenciadas "em países diferentes" por parte de grandes empresas farmacêuticas, antes do medicamento poder ser aprovado pelas entidades competentes e entrar em comercialização.

Vera Dantas Moura disse ainda que a Pegasemp possui já três patentes registadas nos EUA e está "pronta para ser produzida" à escala industrial.

"É um medicamento inteiramente português, pronto para ser utilizado", referiu, dizendo esperar que, após os ensaios clínicos, o medicamento possa chegar ao mercado dentro de três anos.

Estudo
Mais de 70% dos dois milhões de idosos registados nos centros de saúde em Portugal têm hipertensão, um problema que afecta 2,6...

De acordo com o estudo apresentado pela Direcção-Geral da Saúde, a prevalência da hipertensão nos homens com mais de 65 anos é de 71,3% e nas mulheres idosas está acima dos 75%.

O coordenador nacional das doenças cardiovasculares admite que a hipertensão entre os mais velhos é muito elevada, além de o estudo apontar para um mau controlo do problema neste grupo etário.

Apenas cerca de 35% dos hipertensos com mais de 65 anos tem a sua hipertensão arterial controlada.

Neste estudo, que analisou utentes inscritos nos centros de saúde e com médico de família, a taxa de prevalência da hipertensão global em Portugal situa-se nos 26,9%, sendo mais elevada no sexo feminino (29,5%) do que no sexo masculino (23,9%).

Ao todo, são mais de 2,6 milhões de utentes dos centros de saúde com hipertensão, 1,4 milhões deles têm mais de 65 anos.

O coordenador nacional para as doenças cardiovasculares, Rui Cruz Ferreira, sublinha que este estudo é um ponto de partida importante, uma vez que se trata de uma análise de larga escala que permite ter elementos estatísticos a nível nacional que possibilitem uma intervenção mais dirigida.

O estudo deixou ainda perceber diferenças regionais consideradas significativas quanto à prevalência e controlo da hipertensão.

Em termos de prevalência, a administração regional de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista menor taxa de doentes, enquanto o Alentejo é a que tem maior prevalência, muito próxima dos valores do Algarve.

No que respeita ao controlo da hipertensão por regiões, são verificadas também “diferenças significativas”, principalmente entre a região norte (cerca de 40% de controlo da doença) e a região do Algarve (cerca de 20%).

O cardiologista Espiga de Macedo, que apresentou o estudo, considerou “muito, muito baixa” a percentagem de hipertensos controlados na região do Algarve, admitindo que este indicador possa estar relacionado com o facto de ser a zona do país com maior taxa de doentes sem médico de família.

Aliás, no barlavento algarvio, onde metade da população não tem médico de família, regista-se nos centros de saúde uma prevalência de 46% de hipertensão.

Para Espiga de Macedo, os resultados positivos de controlo da hipertensão na zona Norte mostram que Portugal “tem a obrigação de atingir os mesmos valores noutras regiões”.

O estudo concluiu ainda que metade dos doentes hipertensos em Portugal tem um valor de colesterol elevado.

Benéfico ou prejudicial
As guidelines sugerem que o exercício ideal deverá realizar-se 5 a 7 vezes por semana, ter a duração

Se se fizer uma pesquisa no Google sobre este tema, encontrar-se-ão alguns artigos recentes que parecem emitir um parecer unânime: “Training very hard 'as bad as no exercise at all".

Uma das principais fontes deste parecer é o artigo do Journal of American College of Cardiology intitulado “Dose of Jogging and Long-Term Mortality The Copenhagen City Heart Study”.

Num estudo comparativo, os seus autores avaliaram 1.098 joggers saudáveis (com idades compreendidas entre os 29 e os 86 anos) e 3950 non joggers também saudáveis, que foram acompanhados prospetivamente desde 2001.

A análise dos respetivos resultados baseava-se na premissa de que, as pessoas que são fisicamente ativas têm uma diminuição do risco de mortalidade global de 30%, em comparação com aquelas que estão inativas. Apesar desta asserção, a dose ideal de exercício para melhorar o estado de saúde e a longevidade nunca chegou a ser estabelecida em estudos científicos.

As guidelines sugerem que o exercício ideal deverá realizar-se 5 a 7 vezes por semana, ter a duração de 30 minutos e intensidade moderada, embora nos indivíduos treinados se possa também recomendar a combinação de exercícios de intensidade moderada com exercícios de maior intensidade.

Os resultados deste estudo apontam para o seguinte:

- a duração total ideal do exercício deveria ser de 1 a 2.5 horas por semana;

- a frequência ideal deveria ser 2 a 3 vezes por semana;

- a velocidade deveria ser moderada, cerca de 8 km/ hora (equivalente a 6 METS).

Um dos aspetos mais interessantes foi o aparecimento de uma curva em U de mortalidade global, a expressar um comportamento bimodal dos resultados. Assim:

- o grupo que praticou obsessivamente, usando uma elevada intensidade, apresentou uma taxa maior de mortalidade em comparação com o grupo de intensidade moderada;

- o grupo que praticou jogging, com intensidade ligeira e moderada, obteve maior benefício, tendo mostrado uma mortalidade global significativamente menor que a dos sedentários.

Poder-se-á então concluir que:

1- Os benefícios da prática do exercício de intensidade moderada deverão encorajar cada vez maior número de indivíduos a aderir ao jogging.

2- Por outro lado, parece também muito importante salientar a este respeito que “mais não é melhor” quando nos referimos aos efeitos da mortalidade global dos joggers.

3- Pode não ser possível a extrapolação destas conclusões para outras modalidades desportivas, uma vez que não existem ainda estudos suficientes.

Recordo as palavras de um médico australiano que, há alguns anos atrás, no final da sua conferência fazia uma pergunta acerca dos efeitos benéficos do exercício físico intenso e prolongado “ Será possível tomar uma dose muito elevada de uma coisa boa sem que faça mal à saúde?” A sua resposta, já nessa altura, era um NÃO.

 

Prof. Ovídio Costa. Cardiologista. Diretor do Serviço de Cardiologia da Clínica do Dragão – FIFA Medical Centre of Excellence.

 

Este texto foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Brochura explica
Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução vai lançar uma brochura para médicos e doentes com essa informação.

O cancro está a aumentar e atinge cada vez mais pessoas em idade fértil. A quimio e a radioterapia afectam a fertilidade, mas ter um filho depois de um cancro não é impossível.

A falta de informação é um aliado da infertilidade, diz a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução. Por isso, este organismo elaborou uma brochura para médicos e doentes com essa informação.

Os doentes têm de ser alertados para este efeito secundário dos tratamentos e encaminhados para a prevenção. “Quando planeiam a terapêutica e falam dos seus efeitos, os oncologistas devem incluir este efeito secundário da infertilidade e tentar quantificá-lo tanto quanto possível porque a incidência deste efeito secundário é diferente consoante a idade do doente e o tratamento a que vai ser sujeito”, explicou à Renascença Teresa Almeida Santos.

Para esta especialista, o primeiro passo é informar sobre o risco da infertilidade, e a brochura ajuda nesse sentido. “Depois, caso o doente necessite ou esteja interessando em esclarecer melhor o assunto, ou precisar mesmo de preservar os seus gâmetas (células sexuais) deverá referenciar para um centro onde isso pode ser feito”.

O mais frequente na mulher é o cancro da mama e nos homens são os tumores do testículo e os linfomas.

A presidente da Associação de Reprodução reconhece que a situação tende a agravar-se, porque estando a incidência do cancro a aumentar, também está a subir o número de casais que adiam a idade da primeira gravidez. “Temos todas as condições para um aumento do número de pessoas que ainda não tiveram filhos, ou ainda não tiveram todos os filhos que desejam, e que são atingidos por um cancro com a possibilidade de afectar a sua fertilidade”.

A brochura sobre a preservação da fertilidade em doentes oncológicos vai ser lançada nas Jornadas Internacionais de Estudos da reprodução, que têm lugar hoje, em Óbidos.

 

Na ESEnfC
Duas professoras do Instituto Regional de Formação Sanitária e Social de Rhône-Alpes da Cruz Vermelha Fancesa, Evelyne Estelle...

O encontro com a comunidade educativa da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), inserido no programa de mobilidade “Erasmus +”, está marcado para amanhã às11h00, nas instalações do Polo B - Auditório Novo.

O Instituto Regional de Formação Sanitária e Social da Cruz Vermelha Francesa é o primeiro formador no seu domínio em Rhône-Alpes, com cursos oferecidos em quatro cidades da região: Lyon, Saint-Etienne, Valence e Grenoble.

O Instituto Regional de Formação Sanitária e Social (IRFSS) de Rhône-Alpes é um dos 20 institutos regionais de Saúde e Formação Social da Cruz Vermelha em França.

A ESEnfC tem parcerias com 77 instituições de ensino superior da Europa, com 14 universidades do Brasil e com outras da América Latina, dos Estados Unidos, de países africanos de expressão portuguesa e com o Instituto Politécnico de Macau.

Uniformização nos Estados-membros
Governo criou grupo de trabalho para uniformizar critérios e dar resposta a pedido da União Europeia.

O número de feridos graves na sequência de acidentes de viação pode estar subdimensionado. Os dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária relativos ao ano passado apontam para mais de 2 mil vítimas nestas circunstâncias, mas o Governo decidiu criar um grupo de trabalho que vai analisar os valores e perceber se os critérios actuais são os melhores, escreve o jornal Público.

O grupo contará com seis pessoas e foi oficializado através de um despacho conjunto do Ministério da Saúde e do Ministério da Administração Interna. O documento publicado na passada sexta-feira em Diário da República especifica que o objectivo da equipa passa por “definir a metodologia mais adequada para a obtenção do número de feridos graves registado em 2014”. “A implementação de políticas no domínio da segurança rodoviária implica, cada vez mais, uma visão abrangente da sinistralidade rodoviária, orientada por metas visando uma melhoria, não só em termos de vítimas mortais, como de feridos”, lê-se no despacho.

Além da ANSR, o grupo conta com um elemento de cada um dos seguintes organismos: PSP, GNR, Instituto Nacional de Estatística, Instituto Nacional de Emergência Médica e Direcção-Geral da Saúde. Os seis elementos vão procurar actualizar os “requisitos necessários ao registo e determinação de feridos graves”, num trabalho que tem de estar terminado até ao final de Maio para que os dados sejam enviados para a União Europeia já com base na escala de avaliação recomendada.

Um dos motivos da mudança está relacionado com o facto de a própria União Europeia ter como objectivo a uniformização deste conceito nos Estados-membros para que o número de feridos graves passe a contar para as metas estabelecidas no âmbito do Programa de Acção de Segurança Rodoviária 2011-2020. O plano pretende, paralelamente, “reduzir para metade o número de vítimas mortais até 2020” no espaço europeu.

João Cottim Oliveira alerta
A Área Metropolitana do Porto pode ficar sem provedor do Cidadão Deficiente, alertou João Cottim Oliveira, que ocupa o cargo...

“Não vou assinar o contrato [de prestação de serviço enquanto provedor metropolitano], não faz sentido assinar o contrato ou assinar qualquer coisa cujo único objectivo seja receber um salário ao fim do mês”, afirmou João Cottim Oliveira, para quem “nunca houve condições políticas e contratuais para assinar o contrato e continuar na Área Metropolitana do Porto (AMP)”.

João Oliveira, que em 2002 foi nomeado provedor municipal do cidadão com deficiência pela Câmara do Porto e em 2007 escolhido para provedor metropolitano da AMP, viu em 2014 terminar o segundo mandato previsto nos estatutos, após o que se viu confrontado com um concurso público para o cargo que agora, diz, não quer voltar a assumir pelas condições e “cláusulas leoninas” impostas.

Perante o contrato de 35 meses e sem lugar a renovação, João Oliveira “podia ter que indemnizar a AMP por fazer algo ou por não fazer”, para além de ficar sujeito a uma cláusula que o impediria de cessar a prestação de serviços sem uma autorização prévia.

“Só eu tinha obrigações e a AMP não tinha. Não foi isso que combinámos e além disso não há condições políticas para desenvolver um trabalho nesta área”, criticou o responsável, que pretendia desenvolver a nível local, e num trabalho conjunto com as várias autarquias, “acções para defesa dos direitos dos trabalhadores com deficiência e incapacidades” que passavam pela criação de metodologias comuns ao território.

O antigo provedor recordou que até ao final de 2013 houve “grande colaboração entre todas as partes” e que os problemas surgiram apenas no ano passado em que “não houve nada de relevante que tenha sido feito”, com as diversas iniciativas que estavam a ser desenvolvidas a ficarem paradas.

“Houve um projecto de acessibilidade ao património nacional que está parado”, criticou, lembrando “outro projecto importante, de um guia de boas práticas, que estava a ser preparado com a Ordem dos Engenheiros, Ordem dos Arquitectos, FEUP e Universidade Portucalense que foi parado”.

Lamentando que este contrato seja uma forma de acabar com a provedoria, num processo que diz ter sido levado a cabo sem o conhecimento dos autarcas, e sendo da inteira responsabilidade da Comissão Executiva da AMP, João Oliveira garante que irá “continuar a trabalhar”, independentemente do cargo.

“Acho que perdemos a Norte a capacidade de fazer uma coisa diferente de todo o país e que podia ser seguido com bons resultados”, salientou o ex-provedor, que, após uma última reunião no passado dia 8 com um dos membros da comissão executiva da AMP, na qual se escusou a assinar o contrato, aguarda agora por rectificações ou por uma notificação oficial.

 

Caso não haja alterações ao documento, João Oliveira garante que não irá aceitar o cargo mas apela a que “não deixem acabar uma coisa que começou no Porto e que pode ter bons resultados” e lamenta que “por causa de questões menores” não se crie um movimento de afirmação de políticas para os deficientes.

"Made in" Portugal
Um boné faz electroencefalogramas e pode ser usado nos condutores de longa duração para prevenir o cansaço ou um dispositivo...

Trata-se do resultado do projecto Do IT - Desenvolvimento e Operacionalização da Investigação de Trasladação, financiado pelo Programa Operacional Factores de Competitividade (COMPETE), e que tem como objectivo colocar a tecnologia ao dispor da Saúde.

Depois do desafio lançado pelo Health Cluster Portugal, e mediante um investimento de 6,8 milhões de euros, 21 instituições, como hospitais, universidades e empresas, trabalharam em projectos ao longo dos últimos três anos, cujos resultados serão agora conhecidos.

Os vários projectos de diagnóstico e prognóstico foram desenvolvidos por investigadores, empresários e profissionais de saúde portugueses nas áreas do cancro, doenças neurodegenerativas e diabetes.

Nuno Sousa, docente da Universidade do Minho, explicou que os projectos – alguns ainda em fase de melhoramento – poderão vir a ser comercializados e que têm como objectivo principal melhorar a vida das pessoas.

Como exemplo, Nuno Sousa disse que a sua universidade desenvolveu um boné que contém um dispositivo que permite realizar electroencefalogramas sem fios, recorrendo ao sistema wireless.

A possibilidade do exame ser feito “em qualquer lado” e “com grande rigor científico” levou os investigadores a ponderarem a sua utilização para outros fins.

Nesse sentido, este boné poderá vir a ser usado por condutores de longa distância, a quem emitirão sinais sempre que o cérebro destes revelar cansaço.

Segundo Nuno Sousa, este protótipo já mereceu a atenção de algumas empresas, embora ainda não esteja em fase de comercialização.

Outros projectos que serão apresentados na quinta-feira são uma cinta que permite fazer um electrocardiograma fetal ou um dispositivo que permite ao médico que consulta um exame endoscópico ir para a parte que lhe interessa através de uma palavra.

Estudo
Metade dos doentes hipertensos em Portugal tem um valor de colesterol elevado, com a hipertensão a registar elevada prevalência...

A taxa de prevalência da hipertensão arterial neste estudo, que analisou utentes inscritos nos centros de saúde e com médico de família, situa-se nos 26,9%, sendo mais elevada no sexo feminino (29,5%) do que no sexo masculino (23,9%).

O coordenador nacional para as doenças cardiovasculares, Rui Cruz Ferreira, explicou que este estudo é um ponto de partida importante, uma vez que se trata de uma análise de larga escala que permite ter elementos estatísticos a nível nacional que possibilitem uma intervenção mais dirigida.

Sobre os 50% de doentes hipertensos que têm colesterol total elevado, Cruz Ferreira lembrou que se trata de um dado relevante e que pode ter implicações na terapêutica a aplicar, já que estes doentes estão “em particular risco de eventos cardiovasculares”.

O estudo que é apresentado em Lisboa aponta ainda para uma “elevadíssima prevalência” da hipertensão nas pessoas acima dos 65 anos e para um número grande de situações não controladas.

“Isto pode significar a necessidade de haver programas específicos que se dirijam a populações alvo, como os idosos ou doentes com múltiplos factores de risco”, disse Cruz Ferreira.

Segundo o cardiologista, outro dado relevante do estudo são as diferenças regionais encontradas, “não havendo ainda uma explicação cabal” que as justifique.

Em termos de prevalência da hipertensão, a administração regional de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista menor taxa de doentes, enquanto o Alentejo é a que tem maior prevalência, muito próxima dos valores do Algarve.

No que respeita ao controlo da hipertensão por regiões, são verificadas também “diferenças significativas”, principalmente entre a região norte (cerca de 40% de controlo da doença) e a região do Algarve (cerca de 20%).

O estudo apontou para uma prevalência total da hipertensão arterial em Portugal de 26,9%, abaixo de outros estudos que têm indicado prevalências próximas dos 40%, mas o coordenador das doenças cardiovasculares considera que a diferença não é significativa porque o âmbito das análises é diferente e o estudo actual faz uma análise populacional de larga escala.

O estudo analisou os dados registados em todas as pessoas maiores de 18 anos inscritas nas unidades de saúde, a quem estava atribuído um médico de família e que no ano de 2013 tinham tido pelo menos duas consultas médicas onde foram registados os valores da pressão arterial.

Hospital de Coimbra alerta
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, José Martins Nunes, alertou para os...

A inovação está "aprisionada pelos custos dos novos medicamentos", disse José Martins Nunes, durante a sessão de abertura da cerimónia comemorativa dos 50 anos do Programa Nacional de Vacinação (PNV), no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra.

A grande questão que se coloca para o futuro é saber "se os países conseguem ter desenvolvimento" que consiga "acompanhar os preços cada vez mais exigentes que surgem no mercado", sublinhou o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), referindo que o PNV "é uma responsabilidade da cidadania e do Estado".

A consultora da Direcção-Geral da Saúde (DGS), Ana Leça, que também discursou durante a cerimónia, frisou que, ao longo dos 50 anos de existência deste programa, este mostrou ser "efectivo, eficiente e transparente", tendo sido "determinante para a diminuição da taxa de mortalidade infantil".

Ana Leça, que é também membro da Comissão Técnica de Vacinação (CTV), apresentou como um dos desafios a resistência que agora surge "à utilização das vacinas".

"O desconhecimento e desvalorização" das vacinas dão "lugar a mitos", em que se substitui o medo da doença pelo "medo da vacina".

A membro da CTV realçou ainda que, entre 1956 e 1965 (anterior à implementação do programa) e a década de 2003 a 2012 registaram-se menos cinco mil óbitos e menos 40 mil casos de tétano, tosse convulsa, poliomielite e difteria.

Ana Leça referiu também que se devia estar a fazer de momento um "inquérito serológico" (avaliação do PNV), mas que "por questões financeiras ainda não foi feito".

Especialista defende
Uma especialista em hepatite C defendeu que a introdução de novos medicamentos para tratamento do vírus que provoca a doença...

Alice Santana é uma das médicas que vai participar no Encontro Renal 2015, que se realiza entre quarta-feira e sábado, em Vilamoura, no Algarve, e disse que sua intervenção irá focar-se nos tratamentos disponíveis até aqui e nos que se perspectivam para o futuro dos doentes em diálise ou transplantados e que tenham simultaneamente o vírus da hepatite C.

Entre esses novos tratamentos para a hepatite C estão alguns medicamentos novos e já aprovados, como o Sofosbuvir, que “muita tinta fez correr na imprensa” devido aos preços elevados, ou outros que ainda estão em ensaios clínicos e ainda em negociação de preços com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde - Infarmed, precisou.

Alice Santana disse que os dados mais recentes disponíveis são relativos a 2013 e dão conta “de cerca de 450 doentes em diálise e portadores do vírus da hepatite C”, considerou que estes novos tratamentos “podem vir a ajudar” estes pacientes, mas advertiu que ainda há “muito trabalho” a fazer para perceber como melhor podem ser utilizados nestes casos concretos.

“Mesmo em relação ao Sofosbuvir, que já existe e já está em utilização aqui em Portugal, ainda não existem dados muito concretos sobre a sua aplicação nos doentes em diálise e nos doentes transplantados. E isto por quê? Porque estas subpopulações depois têm que ser estudadas com as suas particularidades”, justificou.

A especialista precisou que é necessário “ver não só a eficácia dos fármacos nesta população com outras características, como também as doses necessárias e a interacção com outros fármacos que estes doentes fazem”.

“E isso aí é ainda mais importante em relação aos doentes transplantados, que têm que fazer medicamentos imunossupressores para não rejeitarem o rim ou outros órgãos, e temos que ver qual é a interferência destes novos fármacos com os imunossupressores para procedermos depois aos ajustes em toda a medicação”, argumentou ainda Alice Santana.

A especialista observou que, apesar de já existirem “alguns dados disponíveis dos novos fármacos em relação a posologia e a interacções medicamentosas”, ainda “há muito trabalho pela frente” e “não existem ainda grandes estudos com muitos casos quer na população de doentes em diálise, quer na população de doentes transplantados”.

Na comunicação que irá fazer no encontro, organizado pela Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Alice Santana vai também debruçar-se sobre as terapêuticas que estes doentes tinham até agora e que, com “indiciações mais ou menos definidas” e “algumas controversas”, acabavam por ser “sempre muito restritivas”, devido “à toxicidade dos fármacos que existiam para tratar o vírus da hepatite C”.

Inter-relação entre os diferentes profissionais envolvidos
Nas equipas multidisciplinares existe uma inter-relação entre os diferentes profissionais envolvidos

A expansão histórica das necessidades sociais do ser humano e a contínua evolução científico-tecnológica no campo da saúde, têm exigido uma crescente especialização dos profissionais que exercem a sua atividade nesta área. Este processo tem contribuído para aprofundar o conhecimento e as intervenções do saber específico de cada profissão.

Na construção de caminhos que visam abarcar a eficácia e a qualidade na área da saúde, vários estudos têm demonstrado significativas limitações na abordagem unidirecional e fragmentada de qualquer vertente, ressaltando a importância dos múltiplos fatores envolvidos e de uma visão global e integral, seja na prevenção, no diagnóstico, na intervenção/tratamento, seja na reabilitação dos doentes.

Impõe-se, assim, a crescente formação de equipas multidisciplinares que sistematizem os conhecimentos das diferentes áreas para melhorar a efetividade das intervenções e aprimorar os serviços a serem prestados.

Nas equipas multidisciplinares existe uma inter-relação entre os diferentes profissionais envolvidos, os quais devem considerar o doente como um todo, numa atitude humanizada e uma abordagem mais ampla e resolutiva do cuidado.

Palavras- chave: Equipa Multidisciplinar, Trabalho em Equipa, Equipa de Saúde.

O avanço das ciências e a expansão histórica das necessidades sociais proporcionaram um crescimento exponencial do conhecimento e criaram novas necessidades no mundo do trabalho.

Na Antiguidade, os sábios eram, ao mesmo tempo, filósofos, matemáticos, astrónomos, engenheiros, artistas, escritores, etc. Na área da saúde, até à primeira metade do século passado, cerca de quatro profissionais formalmente habilitados dominavam todo o conhecimento e exerciam todas as ações do setor. Nos tempos atuais é totalmente impossível que apenas alguns profissionais exerçam, com a eficiência neces­sária, o conjunto amplo e complexo das ações na área da saúde (Veloso, 2005).

Desta forma, emergem novos rumos nas formas de organização do trabalho, que apontam para a tendência de formar equipas multidisciplinares, tanto a nível epistemológico como interventivo.

O presente artigo visa compreender o fundamento, a importância, as principais dificuldades e limitações das equipas multidisciplinares, assim como, algumas soluções integradoras essenciais ao funcionamento destas equipas na área da saúde.

A ampliação do conceito de saúde ao longo dos tempos exigiu uma nova postura na produção do conhecimento e na práxis em saúde (Costa, 2007). As múltiplas situações complexas e inesperadas, que fazem parte da realidade dos doentes dos serviços de saúde, têm refletido que uma única especificidade profissional não consegue dar resposta a uma multiplicidade de fatores intrínsecos associados a situações de doença e hospitalização.

Vasconcelos, Gillo e Soares (2009) defendem que, não basta que especialistas em saúde tenham domínio e apliquem isoladamente os seus saberes profissionais específicos, é preciso somar saberes para dar respostas efetivas e eficazes aos problemas complexos que envolvem a perspetiva de qualidade, incluindo o ambiente de trabalho.

Assim, no sentido de encontrar caminhos criativos e construtivos para equacionar as necessidades em saúde identificadas, surgem as equipas multidisciplinares, que englobam a especificidade dos vários profissionais e as áreas comuns sustentadas em práticas e saberes do domínio de todos (Veloso, 2005).

Em termos concetuais, estas equipas definem-se como um conjunto de profissionais com formações e/ou atribuições distintas, que visualizam o problema/objeto de estudo ou intervenção sob ângulos diferentes, explorando-o e enriquecendo-o (Santos et al, 2007). Incluem diferentes profissionais que trabalham juntos, mantendo as suas atuações específicas, com troca de informações dentro de áreas de interseção (Nogueira, 2004), articulando-se tendo como base a consciência social e política que emerge no confronto com as práticas (Costa, 2007).

Segundo Pinho (2006), a incorporação deste novo modelo no atendimento em saúde capacita o profissional a ter uma perceção mais abrangente, dinâmica, complementar, integrada e humanizada, tornando-o numa realidade insofismável e necessária em todos os espaços onde se praticam ações que visam melhorar a qualidade de saúde e de vida das populações.

As equipas devem envolver múltiplos saberes e fazeres que dizem respeito aos conhecimentos e práticas de diversos profissionais: enfermeiros, médicos, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, bem como outros profissionais de saúde, de acordo com as necessidades de determinada população e a complexidade dos serviços prestados.

Importância das equipas multidisciplinares

No exercício do trabalho, os profissionais destas equipas têm como ponto fulcral de intervenção - o ser humano, cujo processo de vida envolve diversas dimensões complementares (biológica, psicológica, social, cultural, ética e política) (Matos, Pires e Campos, 2009). A abordagem integral dos doentes/família é, desta forma, facilitada pelos olhares dos distintos profissionais que compõem as equipas multiprofissionais que atuam na dinâmica do trabalho em saúde (Paula, 2009).

Neste contexto, o doente, alvo e centro da atenção dos profissionais, passou igualmente a necessitar da intervenção destas equipas, em permanente interação entre diferentes áreas do saber como: a Neurologia, Cirurgia Vascular, Cirurgia Cardíaca, Medicina Interna, Nefrologia, Oncologia, Medicina Geral e Familiar, entre outras.

Esta tendência coexistiu de forma similar, com a crescente diferenciação tecnológica e sub-especialização de áreas como a Cardiologia de Intervenção e a Electrofisiologia, a par da incorporação de novas disciplinas como a Genética, a Imunologia ou a Biologia Molecular.

Cardoso (2008) refere a este propósito que é impossível fazer investigação clínica ou tratar doentes sem recorrer ao trabalho integrado de equipas multidisciplinares.

A importância deste tipo de abordagem tem sido documentada cientificamente, evidenciando geralmente melhor serviço aos doentes, beneficiando estes mais quando os profissionais de saúde trabalham em conjunto. Os estudos mostram, também, que a introdução de equipas multidisciplinares se associa a menor tempo de internamento quando dos doentes são admitidos em unidades hospitalares, e a um maior índice de satisfação com os serviços de saúde (Nogueira, 2004).

Cabe salientar que a equipa multidisciplinar tem a sua formação centrada nas necessidades da pessoa, portanto, ela não é pré-organizada. De facto, são as necessidades identificadas e diagnosticadas que fazem com que os profissionais da saúde se integrem, com o propósito de as satisfazer e proporcionar a recuperação da saúde e o bem-estar da pessoa alvo de cuidados (Fossi e Guareschi, 2004).

Garcia (2007) defende que uma equipa, verdadeiramente multidisciplinar, auto-constrói-se progressivamente, e cresce como um conjunto harmonioso e verdadeiramente interessado não só na recuperação do doente, mas também no crescimento, em todos os sentidos, dos colegas que “juntos” constituem esse grupo de trabalho.

Neste contexto, é imperativo que se atue profissionalmente segundo uma visão integral das informações e acontecimentos, adoptando a totalidade do conhecimento, o diálogo, o intercâmbio de informações e a comunicação aberta; como forma de criar novos conhecimentos e possibilidades a favor dos objetivos comuns traçados no quotidiano de trabalho (Gueudeville, 2007).

Caraterização das equipas multidisciplinares

Para que as equipas multidisciplinares efetivem o trabalho de modo democrático, agregador, cooperativo, com qualidade e eficiência, devem ser considerados três fatores: capacitação profissional, a interface do trabalho dos profissionais e a autonomia dos profissionais (Veloso, 2005):

  • A capacitação profissional está diretamente relacionada com a formação académica, com a qualidade das instituições de ensino, com os projetos pedagógicos dos cursos e com o controle social que deve ser exercido sobre os profis­sionais.
  • A interface do trabalho dos profissionais, que diz respeito às áre­as de competências de cada profis­sional, que são claras na grande maioria dos procedimentos e não geram dúvidas ou sobreposições. Há, entretanto, áreas de competências que são comuns a várias profissões, algumas que são complementares, algumas que são interdependentes e algumas que são de difícil especificação. A este propósito, Nogueira (2004) salienta que é essencial que todos os profissionais reconheçam o papel e a importância dos outros, para que seja possível trabalhar no seio destas equipas. No entanto, por vezes há um entendimento incompleto das capacidades dos outros membros da equipa, assim como dos limites de atuação de cada um.
  • Já no que diz respeito à autonomia dos profissionais, cada elemento da equipa deve ter absoluta autonomia de trabalho naquilo que é claramente a sua área de competência.

Para além do exposto, cada equipa multidisciplinar pode possuir caraterísticas próprias e o seu próprio fluxo de trabalho, porém a troca de experiências, o diálogo, o comprometimento e participação ativa são elementos fundamentais para o aprimoramento individual e coletivo de todos os membros da equipa.

Preisler, Borba, Battirola (2001) descrevem as competências necessárias para um bom desempenho:

  • Cooperar: participar voluntariamente, apoiar as decisões da equipa, fazer a sua parte do trabalho;
  • Compartilhar informações: manter as pessoas informadas e atualizadas sobre o processo do grupo;
  • Expressar expetativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos outros membros do grupo, falando dos membros da equipa para os outros com aprovação. Apelar para a racionalidade em situações de conflito e não assumir posição polémica nesses casos;
  • Estar disposto a aprender com os restantes profissionais: valorizar a experiência dos outros, solicitar dados e interagir pedindo e valorizando ideias;
  • Encorajar e motivar os outros profissionais: dar crédito aos colegas que tiveram bom desempenho tanto dentro como fora da equipa;
  • Construir um espírito de equipa: tomar atitudes que promovam um clima amigável e cooperação entre os membros da equipa; com cumplicidade partilhada de responsabilidades;
  • Resolver conflitos: encorajar ou facilitar soluções construtivas para a equipa. Não esconder ou evitar o problema, mas tentar resolvê-lo da forma proveitosa.

Todas estas competências precisam ser estimuladas e trabalhadas, pois, apesar de estudos evidenciarem que o trabalho nestas equipas é determinante para a melhor qualidade do cuidado, o ensino das atividades para o trabalho em equipa não existe na Enfermagem e na Medicina, focando-se o treino exclusivamente nas habilidades técnicas individuais (Sexton et al, 2000).

Para Júnior (2003) as ações multidisciplinares que visam uma atenção integral na saúde só serão efetivas se a equipa adoptar alguns valores nas relações entre os seus membros, com especial destaque para:

  • Equidade - lutar por igualdade e justiça mediante a eliminação das diferenças desnecessárias e evitáveis;
  • Excelência - chegar ao mais alto padrão de qualidade;
  • Solidariedade - promover os interesses e responsabilidades comuns e os esforços coletivos para alcançar as metas comuns;
  • Respeito - acolher a dignidade e a diversidade de indivíduos, grupos e necessidades, preservando as especificidades de cada um;
  • Integridade - garantir um desempenho compartilhado, ético e confiável.

Riscos, problemas e dificuldades

Apesar dos benefícios apontados, algumas dificuldades e problemas têm sido identificadas no seio de equipas multiprofissionais, nomeadamente:

  • Intensa divisão social e técnica do trabalho na área da saúde;
  • Processo de alta especialização e compartimentação do saber na formação académica dos profissionais;
  • A crença de que competência de cada profissional isoladamente será suficiente para a complexidade do atendimento das necessidades de saúde do doente e da comunidade;
  • Visão reducionista e fragmentada do ser humano;
  • Ausência de comunicação entre os elementos integrantes da equipa;
  • Alta rotatividade dos profissionais de saúde;
  • Falta de supervisão, acompanhamento e formação;
  • Hierarquia entre profissões e competição no mercado de trabalho.

Segundo Pinho (2006), na maioria das equipas multidisciplinares na área da saúde, não se configuram apenas trabalhos tecnicamente diferentes, mas também desiguais quanto à sua valorização social. As diferenças técnicas dizem respeito às especializações dos saberes e das intervenções, entre as variadas áreas profissionais. As desigualdades referem-se à existência de valores e normas sociais, hierarquizando e disciplinando as diferenças técnicas entre as profissões.

Araújo e Rocha (2007) referem que, no seio destas equipas, são frequentes relações de poder hierarquizado, estabelecidas entre profissionais, fortalecendo a situação de status de algumas profissões sobre outras e garantindo posições de liderança na equipa. Impera, pois, redefinir o quotidiano, assim com responsabilidades e competências dos elementos integrantes na equipa de saúde.

Por outro lado, devido à variedade de competências e backgrounds profissionais, a diversidade de pontos de vista e diferenças de opinião são também inevitáveis podendo dificultar a compreensão mútua e a possibilidade de uma tarefa uniforme, tanto em nível do conhecimento em si, como da própria tarefa.

É comum ocorrerem conflitos em equipas compostas por profissionais com distintas funções, sendo que o potencial conflito torna-se aumentado se não houver compreensão das capacidades dos membros, se o profissional visualizar a tarefa como invasão de terreno dos outros profissionais, se assumir um comportamento defensivo em prol das prerrogativas profissionais e se acreditar na falha de utilização plena das qualificações dos outros membros (Chiattone, 2004).

É importante reconhecer que o conflito é necessário e desejável, a fim de proporcionar o crescimento e desenvolvimento da equipa, desde que sejam respeitados os valores anteriormente descritos. Na verdade, um certo grau de conflito encoraja a inovação e a solução de problemas de forma criativa e o êxito obtido na confrontação e resolução das diferenças, promovendo nestes casos o aumento da confiança e compreensão entre os membros da equipa (Pinho, 2006).

Soluções integradoras nas equipas multidisciplinares

Pinho (2006) sugere algumas práticas que devem prevalecer nas equipas para minimizar os problemas e dificuldades referidas:

  • Clarificar a percepção de papéis e expetativas;
  • Estabelecimento de metas;
  • Organização da liderança;
  • Processo de grupo,
  • Comunicação;
  • Capacidade de adaptação à mudança e a situações complexas;
  • Respeito pelo sistema de valores e normas;
  • Auto-desenvolvimento;
  • Promover feedback sobre o funcionamento da equipa;
  • Exame regular do trabalho.

Além do campo da responsabilidade e do saber específico de cada profissão, há um campo de competência e responsabilidade partilhado e, como tal, é necessário desenvolver práticas que contribuam para a qualidade do trabalho quotidiano, para a troca de conhecimentos entre os membros da equipa e entre estes e os doentes, na atenção individual e coletiva (Vasconcelos, Gillo e Soares, 2009). Para que esta mudança ocorra, um dos pontos fundamentais é a comunicação clara e eficiente. Os membros da equipa devem preservar as suas funções especializadas mantendo uma linha contínua de comunicação que premeie um continnum de interações e responsabilidades.

A compreensão e a definição clara dos papéis profissionais associados à determinada tarefa são indispensáveis nas instituições de saúde. Principalmente porque a indefinição ou a ambiguidade relativa ao papel profissional pode gerar conflitos na equipa, ao acumularem-se expetativas inadequadas ou mal delimitadas entre os seus membros (Chiattone, 2004).

Para além da noção de papéis, a equipa deve funcionar de maneira uniforme e colaboradora, respeitando as normas e valores que devem prevalecer entre os vários profissionais. Neste contexto, salienta-se que algumas caraterísticas pessoais dos profissionais parecem favorecer este tipo de funcionamento. As atitudes diante do trabalho, delineadas pela disposição de partilhar o seu saber, a flexibilidade, a vontade de aprender e a disposição para aceitar as decisões em conjunto, são fundamentais. Devem estar presentes, além disso, o respeito e a confiança nos colegas, bem como qualidades pessoais de cada componente (autoconfiança, alto grau de capacidade de comunicação, competência e respeito profissional).

Neste contexto, Pinho (2006) refere que a construção de uma equipa multidisciplinar sólida requer um planeamento cuidadoso, compromisso e investimento constante, tendo como premissa os seguintes pressupostos:

  • Que os membros da equipa tenham uma compreensão partilhada de regras, normas e valores dentro da equipa;
  • Que as funções dos diferentes profissionais ocorram de maneira independente, igualitária e cooperativa;
  • Que os efeitos da tomada de decisão cooperativa constituam um benefício para o doente, em particular, e para a saúde em geral.

O mesmo autor cita as principais caraterísticas que uma equipa multidisciplinar deve integrar para ter sucesso:

  • Objetivos comuns;
  • Clara definição de papéis;
  • Respeito;
  • Comunicação;
  • Envolvimento;
  • Competências e habilidades;
  • Aptidão para funcionar como uma unidade e não como um grupo de indivíduos.

Por outro lado, uma equipa que se denomina multidisciplinar deve promover a sua formação contínua, através do estudo e da pesquisa. Seminários de cunho científico, grupos de estudo e de discussão de casos específicos devem ser realizados periodicamente, no sentido de gerar conhecimento original, disseminar ideias, discutir temas relevantes, compartilhar conhecimento, contribuir para a formação de recursos humanos em áreas prioritárias e interdisciplinares, e viabilizar a obtenção de recursos externos, aproveitando a existência de outros grupos já estruturados e as relações com organismos de pesquisa, ou mesmo da iniciativa privada (Júnior, 2003).

Em suma, pretende-se que nas práticas multidisciplinares profissionais haja uma interação participativa entre os vários elementos que constituem a equipa, de forma a promover mudanças estruturais, reciprocidade e enriquecimento mútuo (Vasconcelos, 2002). No que refere à área da saúde, o principal objetivo passa por encontrar métodos adequados que propiciem uma prática integradora, cujo enfoque abarque a totalidade dos aspetos inter-relacionados à saúde e à doença, rumo à excelência do cuidar.

Conclusão

A ação multidisciplinar vem dar resposta à crescente especialização no campo da ciência e tecnologia, em geral, e da saúde em particular, fruto da modernidade dos conhecimentos e do mundo profissional. Surge como possibilidade de integrar um conhecimento específico, enriquecendo a compreensão do objeto estudado e ampliando a eficácia interventiva.

As equipas multidisciplinares configuram um conjunto diversificado de áreas profissionais, necessárias à implementação da totalidade das ações que podem viabilizar a atenção integral na área da saúde, com o objetivo de aprimorar os serviços a serem prestados e executados.

Discutir a importância das equipas multidisciplinares no tratamento de qualidade numa área complexa como a da Saúde, significa compreender o pressuposto de que o espírito multidisciplinar, mais do que ser pensado e teorizado, deve ser vivenciado.

Artigos relacionados

Gestor de Saúde: o suporte humano do amanhã

Erro médico: «o apoio aos doentes e seus familiares deve ser a prioridade» e estender-se aos profissionais de saúde

Enfermeira na Arábia Saudita...

Bibliografia

ARAÚJO, M.; ROCHA, P. (2007) – Trabalho em equipe: um desafio para a consolidação da estratégia de saúde da família. Revista Ciência e Saúde Colectiva, (12) 2.
CARDOSO, S. (2008) – Resultados de Excelência de Trabalhos em Equipa: entrevista com Prof. Silva Cardoso. Jornal de Notícias do Congresso Português de Cardiologia.
CHIATTONE, H. (2004) – Encontro Nacional de Psicólogos da Área Hospitalar. Revista Prática Hospitalar, (6) 32.
COSTA, R. (2007) – Interdisciplinaridade e equipes de saúde: concepções. Barbacena: Revista Mental, (5) 8.
FOSSI, L.; GUARESCHI, N. (2004) - A psicologia hospitalar e as equipes multidisciplinarres. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, (7) 1.
GARCIA, V. (2007) – A Visão Interdisciplinar e Multidisciplinar dos Profissionais na Área da Saúde. Brasil: World Gate.
GUEUDEVILLE, R. (2007) - Avaliação da comunicação entre a equipe Multidisciplinar e do tempo de permanência na UTI, após a introdução do formulário de objetivos diários. Dissertação da Universidade Federal de Santa Catarina.
JÚNIOR, J. (2003) - As características das acções multidisciplinares do Programa de caminhada orientada da Universidade Federal JF na atenção Integral da saúde. Minas Gerais: Centro de Atenção à Saúde.
MATOS, E.; PIRES, D.; CAMPOS, G. (2009) – Relações de Trabalho em Equipes Interdisciplinares: contribuições para a constituição de novas formas de organização do trabalho em saúde. Brasília: Revista Brasileira de Enfermagem, 62 (6).
NOGUEIRA, J. (2004) – A gestão da doença crónica com o desafio dos custos. Revista Saúde, (2).
PAULA, R. (2009) – Relação Multiprofissional do Trabalho em Equipa na Atenção Básica de Saúde. Minas Gerais: Universidade Federal.
PEDUZZI, M. (2001) – Equipe Multiprofissional de Saúde: Conceito e Tipologia. São Paulo: Revista de Saúde Pública, (35) 1.
PINHO, M. (2006). Trabalho em Equipe de Saúde: limites e possibilidades de actuação eficaz. Revista Ciência e Cognição, (8).
PREISLER, A.; BORBA, J.; BATTIROLA, J. (2002) - Os tipos de personalidade humana e o trabalho em equipe. Curitiba: Revista Psicologia, Educação e Cultura, (2) 1.
SANTOS, S.; LUNARDI, V.; ERDMANN, A.; CALLONI, H. (2007) – Interdisciplinaridade: a pesquisa como eixo de formação/profissionalização na saúde/enfermagem. Rio Grande: Revista Didáctica Sistêmica, (5).
SEXTON, J., THOMAS, E.; HELMRECIH, R. (2000) - Error, stress, and teamwork in medicine and aviation: Cross sectional. London: British Medical Journal, (320) 7237.
VASCONCELOS, E. (2002) – Complexidade e Pesquisa Interdisciplinar: epistemologia e metodologia operativa. Petrópolis: Vozes.
VASCONCELOS, M.; GILLO, C.; SOARES, M. (2009) – Práticas Pedagógicas em Atenção Básica à Saúde. Tecnologias para abordagem do indivíduo, família e comunidade. Brasil: Universidade de Minas Gerais.
VELOSO, C. (2005) – Equipe Multiprofissional de Saúde. Minas Gerais: Confef.

Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico.

Dora Maria Ricardo Fonseca Saraiva, Enfermeira no Centro Hospitalar Cova da Beira. Especialidade em Enfermagem Médico-Cirúrgica. Mestre em Gestão de Unidades de Saúde

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
18 de Abril, Salão Petrosintra em Terrugem, Sintra - 20h00
Com o propósito de angariar fundos para a luta contra o cancro, a União Humanitária dos Doentes com Cancro, associação que...

“Vamos ajudar a ajudar” é o mote por detrás deste evento que conta a actuação de vários artistas, nomeadamente, Luis Portela, Lurdes Santana, Vivian Lima, Alex Mr. Gay, Kássio, Jéssica Portugal, Nélson Sousa, Natacha e Ana. Para além de artistas nacionais, o evento terá, também, a participação do cantor e apresentador da TV Galiza, José Costas, vindo de Espanha para o espectáculo da União Humanitária dos Doentes com Cancro (UHDC). O evento solidário será, ainda, animado com demonstrações das artes marciais Full Contact e Karaoke.

O bilhete tem o preço de cinco euros, valor que serve na sua totalidade para assegurar a continuidade dos serviços de apoio, gratuitos, que a UHDC disponibiliza a doentes oncológicos e familiares.

Cláudia Costa, porta-voz da UHDC incentiva a participação das pessoas “a UHDC sobrevive exclusivamente de donativos e o envolvimento da comunidade neste tipo de iniciativas, comparecendo e trazendo amigos, permitem-nos continuar a ajudar o número cada vez maior de doentes oncológicos que nos procuram.”

O cancro é a segunda principal causa de morte em Portugal e a primeira no grupo etário entre os 35 e os 64 anos. Prevê-se que as taxas de incidência de cancro podem aumentar cerca de 20%, até 2020.

Páginas