Dia 28 de Abril
Cerimónia de Compromisso Profissional assinala o juramento da profissão dos novos membros da Ordem dos Nutricionistas.

Dezenas de novos nutricionistas e dietistas no dia 28 de Abril prestarão o Juramento da Profissão na Cerimónia de Compromisso Profissional da Ordem dos Nutricionistas, que se realiza às 17h30, no Palacete dos Viscondes de Balsemão (Praça Carlos Alberto, 71, Porto).

Esta cerimónia é um momento simbólico que representa o compromisso dos novos membros da Ordem dos Nutricionistas no respeito e cumprimento dos preceitos do Código Deontológico, no sentido da promoção da qualidade de vida da população, sem descriminação de qualquer natureza.

A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, assinalará assim a entrada dos novos membros da Ordem, numa sessão que contará com a presença de familiares e amigos dos profissionais e dos restantes órgãos da Ordem dos Nutricionistas.

Assinalando também o 3º aniversário da tomada de posse dos órgãos que constituem a estrutura da Ordem dos Nutricionistas, a Cerimónia de Compromisso Profissional integra ainda uma homenagem a Emílio Peres (1932-2003) – médico endocrinologista e professor universitário, um marco da nutrição em Portugal – cuja vida e obra será recordada por Pedro Moreira, Director da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Estudo
Opinião recolhida junto de quase 700 jovens mostra que “a frequência dos comportamentos violentos nas relações de namoro é...

23% de uma amostra constituída por 688 estudantes do ensino secundário de duas escolas da região Centro do país “percepcionaram terem sido vítimas de violência nas relações de namoro”, revela um estudo realizado por uma professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC).

De acordo com o estudo, iniciado em 2011 e agora divulgado, no contexto de uma tese de doutoramento recentemente defendida (no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto), embora sendo maior a percentagem (68,9%) dos inquiridos que discordam das “crenças legitimadoras da violência”, 11,8% de estudantes disseram aceitar algumas atitudes que justificam os actos agressivos.

“Os valores mais elevados relacionados com justificação da violência pelas causas externas como o álcool, as drogas, o desemprego e a preservação da privacidade familiar, indicam que, na opinião dos participantes, se explicam e se justificam, em alguns contextos, comportamentos violentos nas relações de intimidade”, afirma a professora Maria Clara Ventura, autora do estudo realizado junto de jovens do 11º e do 12º ano de escolaridade, com uma média de idades de 17 anos.

Para a investigadora da ESEnfC, “esta perspectiva pode sugerir, não só alguma desculpabilização do agressor, mas também a indicação de alguma culpa por parte da vítima, aspecto pouco promissor na construção de relações de intimidade que devem ser baseadas na igualdade e no respeito mútuo”.

De acordo com Maria Clara Ventura, se, por um lado, os resultados do estudo (que não podem ser generalizados ao todo nacional) “comprovam que a frequência dos comportamentos violentos nas relações de namoro é elevada”, por outro, “minimizar a pequena violência e concordar com algumas atitudes abusivas dificulta a consciencialização da gravidade deste tipo de comportamentos”.

Note-se que “os valores mais elevados de legitimação da violência são encontrados nos indivíduos do sexo masculino”, o que “pode estar associado a factores de origem sociocultural, especialmente concepções mais tradicionais decorrentes da construção social da masculinidade, onde as atitudes violentas representam caraterísticas comuns e aceitáveis como manifestação do que é ser homem”, admite a investigadora da ESEnfC.

Raparigas tão violentas como os rapazes
Outros resultados do estudo revelam que não existe relação entre a ocorrência de violência e o sexo dos inquiridos. Nesta amostra, as raparigas apresentaram comportamentos violentos nas suas relações de namoro com a mesma frequência que os rapazes, o que coloca a questão de saber “se as raparigas ficaram mais violentas, ou se esta violência surge apenas como resposta à violência masculina”, interroga-se Maria Clara Ventura.

No âmbito do trabalho de doutoramento de Maria Clara Ventura, intitulado “Violência no Namoro: crenças e autoconceito nas Relações Sociais de Género. Modelo de intervenção em Enfermagem”, foi desenhado um programa de intervenção, denominado “Não à violência. (Re)aprender competências”. Abrangeu um total de 310 estudantes (grupo experimental) e utilizou estratégias susceptíveis de “produzir mudanças nos conhecimentos, atitudes e crenças nos jovens, promoção da autoestima, assertividade e empoderamento, de forma a capacitá-los para iniciarem, desenvolverem e interromperem as suas relações, mobilizando-os pelo fim da violência no namoro e promoção de estilos de vida saudáveis”.

Para a professora Maria Clara Ventura, “o trabalho nas escolas é fundamental, no sentido da desconstrução de crenças de legitimação de violência relacionadas com as relações amorosas, em que normalização e desculpabilização de algumas condutas são apontadas de forma relevante”.

Oncologistas revelam
A maioria dos 600 oncologistas inquiridos sobre as preocupações destes profissionais considera que a qualidade do tratamento...

O inquérito sobre percepções e preocupações de profissionais ligados à oncologia foi desenvolvido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) e será apresentado durante os Encontros da Primavera de Oncologia, que se realizam em Évora.

De acordo com os resultados, 83% dos inquiridos discorda da afirmação de que, “em Portugal, é dado aos doentes que vivem com cancro o melhor tratamento médico independentemente do hospital em que são tratados”.

A maioria dos médicos sondados considera que “em Portugal existem demasiadas assimetrias regionais no que diz respeito à prevenção e tratamento do cancro”.

A maioria dos inquiridos (71%) considera que Portugal não está preparado para lidar com o crescimento da incidência do cancro.

Segundo o estudo, 55% concorda que em Portugal existem os mesmos tratamentos para o cancro que estão disponíveis em outros países da União Europeia.

No entanto, 64% considera que os doentes oncológicos não estão a receber tratamento de acordo com as recomendações internacionais.

71% dos médicos julgam que Portugal não está preparado para lidar com o crescimento desta doença.

A maioria dos oncologistas inquiridos – com pelo menos dez anos de especialidade – considera que a comunidade científica em Portugal não tem as mesmas condicionantes orçamentais para a investigação do que outros países da União Europeia.

A maior parte destes médicos (60%) considera que em Portugal não há um acompanhamento das campanhas de sensibilização europeias para a prevenção do cancro.

No que diz respeito às inquietações dos oncologistas, 53% dos inquiridos identificaram o acesso à melhor terapêutica, de acordo com o estado da arte, como a sua primeira preocupação enquanto profissionais de saúde.

Questionados sobre o que mais dificulta a luta contra o cancro, 74% elegeu, entre outros aspectos, a carência de profissionais nos cuidados de saúde primários/hospitalares e 68% escolheu a inexistência de um programa de rastreios organizados de âmbito nacional.

A falta de conhecimento da população no que diz respeito aos problemas oncológicos foi opção de 62% dos inquiridos, enquanto 54% referiu a falta de campanhas de sensibilização da população regulares e sustentadas.

Sobre as maiores necessidades na área da formação de oncologistas em Portugal, 33% identificou “a promoção do acesso a perspectivas multidisciplinares por patologia e a criação de sinergias entre cuidados de saúde diferenciados” e 26% “a definição de requisitos de competência para a prestação das diferentes modalidades de cuidados oncológicos”.

Menos de um quinto dos inquiridos (17%) escolheu a formação clínica integral no diagnóstico e a abordagem de um conjunto alargado de doenças neoplásicas como a maior necessidade ao nível da formação dos oncologistas.

Uma larga maioria (81%) dos oncologistas auscultados considera que o doente oncológico em Portugal “está medianamente informado” sobre os seus direitos e sobre a sua doença e respectivo tratamento.

Estudo
Um estudo publicado pela The Lancet revela que a primeira vacina contra a malária a chegar à fase III de ensaios, conhecida...

Segundo o estudo divulgado pela revista britânica, a eficácia da vacina contra a malária severa é maior nos bebés do que nos recém-nascidos, mas diminui ligeiramente ao fim de um tempo em ambos os grupos.

Além disso, de acordo com os resultados, graças à RTS,S/AS01 poder-se-á prevenir um elevado número de casos de paludismo, sobretudo em zonas de elevada transmissão.

“Apesar de a sua eficácia diminuir à medida que o tempo passa, os benefícios da RTS,S/AS01 são indubitáveis”, assinala Brian Greenwood, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres.

“Em 2013, cerca de 198 milhões de pessoas foram afectadas pela malária, pelo que o nível de eficácia da vacina se traduz em milhões de casos de bebés doentes, os quais poder-se-iam evitar”, explicou o mesmo responsável.

Esta nova vacina tem sido desenvolvida para ser utilizada em países da África subsariana, onde a doença mata actualmente aproximadamente 1.300 crianças por dia.

A terceira fase de ensaios clínicos da vacina foi realizada num universo de 15.459 bebés – de entre seis e doze semanas de vida e de entre cinco e dezassete meses – na sua primeira inoculação, em 11 zonas de sete países subsarianos (Burkina Faso, Gabão, Gana, Quénia, Malawi, Moçambique e Tanzânia), os quais apresentam diferentes níveis de transmissão de malária.

“A Agência Europeia do Medicamentos (EMA) vai avaliar a qualidade, segurança e eficácia da vacina e, caso aprove, a Organização Mundial de Saúde (OMS) poderá recomendar o uso da RTS,S/AS01 para o mês de Outubro deste ano”, disse o professor Greenwood.

“Caso receba ‘luz verde’ esta será a primeira vacina autorizada para combater uma doença parasitária no ser humano”, frisou.

Estima-se que aproximadamente 600 mil pessoas morram anualmente em África, na sua maioria menores de cinco anos, devido à malária, produzida pelo parasita Plasmodium falciparum, que tem como vectores diversas espécies do mosquito do género Anopheles.

OMS
A ONU alertou para as cerca de 600 mil mortes anuais que a malária ainda provoca, afirmando ser urgente tomar medidas que...

A crescente resistência do parasita da malária ao medicamento de última geração 'artemisinin' está a acentuar as fragilidades na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Richard Cibulskis, coordenador do Programa de Malária Global da OMS, salienta, no entanto, os progressos “fenomenais” feitos na luta contra a doença, referindo que entre 2000 e 2013 a incidência global da malária caiu 30% e o número de mortes desceu 40%.

Ainda assim, a luta não está ganha, avisou Cibulskis em vésperas do Dia Mundial da Luta contra a Malária, que se realiza a 25 de Abril.

A doença matou 584 mil pessoas em 2013, com as crianças abaixo dos cinco anos a representarem pelo menos três quartos dessas mortes, segundo dados divulgados pela OMS.

A OMS estima que 278 milhões de pessoas ainda não têm acesso às redes mosquiteiras com insecticida que protegem as populações da doença.

A maior preocupação da OMS é neste momento a resistência do parasita ao 'artemisinin'.

A resistência do parasita à medicação tem sido detectada no sudeste asiático e há suspeitas de que o mesmo esteja a acontecer na América do Sul.

O parasita da malária é transmitido através de picadas de mosquitos e infecta os glóbulos vermelhos.

Infarmed
O Infarmed emitiu Circular Informativa relativa à suspensão de dispositivos médicos dos fabricantes Novatex Bioengineering e...

A autoridade competente francesa decidiu, a 11 de Março de 2015, suspender a colocação no mercado, o fabrico, o acondicionamento, a distribuição, a importação, a exportação e a utilização dos dispositivos médicos dos fabricantes Novatex Bioengineering e Laboratoires Orgev, até que os produtos estejam em conformidade com a legislação aplicável em vigor.

A decisão supramencionada também obriga os fabricantes em apreço a recolher os seus dispositivos médicos de todos os locais onde eles se encontrem e a divulgar a decisão da autoridade competente francesa a todas as pessoas singulares ou colectivas susceptíveis de deterem os seus dispositivos.

Em Portugal, não foram identificados registos da comercialização dos dispositivos médicos dos fabricantes Novatex Bioengineering e Laboratoires Orgev, mas, atendendo a que existe livre circulação de produtos no espaço económico europeu, o Infarmed recomenda que os dispositivos dos fabricantes em apreço não sejam adquiridos nem utilizados.

A existência destes dispositivos em Portugal deve ser reportada à Direcção de Produtos de Saúde do Infarmed através dos contactos: tel.: +351 21 798 72 35; fax: +351 21 798 72 81; e-mail: [email protected].

Infarmed
O Infarmed emitiu Circular Informativa sobre a existência de certificados CE de conformidade falsos dos fabricantes Xinran...

Foi detectada, no mercado europeu, a existência de certificados CE de conformidade falsos relativos a dispositivos médicos dos fabricantes Xinran Medical Products Co., Limited (China) e Bora Gloves Manufacturer Co., Limited (China), ambos com o mandatário Shanghai International Holding Corporation GmbH (Europe).

Estes certificados falsos apresentam o número G2S 08 09 64733 002 e fazem referência ao Organismo Notificado TÜV SÜD Product Service GmbH Zertifizierung Medizinprodukte, com o código 0123.

O certificado falso que identifica o fabricante Xinran Medical Products Co., Limited apresenta data de emissão de 06/11/2008 e data de validade de 05/11/2015. Este certificado é relativo aos dispositivos médicos de uso único luvas de exame em latex, luvas cirúrgicas em latex, luvas em vinil, luvas em nitrilo e preservativos em latex.

O certificado falso que identifica o fabricante Bora Gloves Manufacturer Co., Limited diz respeito aos dispositivos médicos de uso único luvas em latex, luvas em vinil e luvas em nitrilo.

Em Portugal, não foi verificada a existência de registo da comercialização de dispositivos médicos de qualquer destes fabricantes mas, atendendo a que existe livre circulação de produtos no espaço económico europeu, o Infarmed recomenda que:

- Caso seja detectada a existência dos dispositivos médicos dos fabricantes Xinran Medical Products Co., Limited ou Bora Gloves Manufacturer Co., Limited, associados aos certificados supramencionados, estes não sejam adquiridos e utilizados, uma vez que não foram alvo de avaliação de conformidade e ostentam marcação CE 0123 falsa, o que põe em causa a sua segurança, qualidade e desempenho;

- A existência destes dispositivos em Portugal seja reportada à Direcção de Produtos de Saúde do Infarmed através dos contactos: tel.: +351 21 798 72 35; fax: +351 21 798 72 81; e-mail: [email protected].

 

Encontros da Primavera 2015
De 23 a 25 de Abril decorre a 11ª edição dos Encontros da Primavera, que conta com mais de 1.000 profissionais de saúde e a...

“A oncologia é, como sabemos, uma das áreas da medicina com maior desenvolvimento na actualidade, pelo que uma abordagem a partir do “standard” actual, mas virada para os temas de futuro, parece-nos ser uma estratégia adequada”, afirma Sérgio Barroso, presidente dos Encontros da Primavera.

Ao longo de todo o congresso são debatidas várias patologias oncológicas como por exemplo o cancro da mama, o melanoma e o cancro da tiróide, com a intervenção de peritos nacionais e internacionais. No dia 23 de Abril realiza-se o Curso Pré-congresso com o mote “Oncologia e cuidados de saúde primários”, dedicado em exclusivo aos Médicos de Clínica Geral.

“Este ano temos várias novidades, nomeadamente uma presença mais activa dos jovens oncologistas, através de trabalhos enviados para a apresentação oral ou poster. A individualização das terapêuticas e a Imuno-oncologia são temas de grande enfoque, enquanto novos paradigmas no tratamento do cancro, que permitem o aumento das taxas de sobrevida, com uma maior qualidade de vida”, afirma Sérgio Barroso.

Neste evento serão também apresentados os resultados de um inquérito realizado aos profissionais de saúde sob o tema “Percepções e preocupações dos profissionais ligados à Oncologia em Portugal”.

Os dados do inquérito vão ser apresentados durante a Sessão Especial I “Oncologia e Política de Saúde” moderada pela jornalista Lúcia Gonçalves. Esta sessão conta com a participação especial de membros da comissão parlamentar de saúde da Assembleia da República:

  • Maria Antónia Almeida Santos, Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde
  • Teresa Caeiro, deputada do CDS-PP
  • Paula Santos, deputada do PCP
  • Conceição Bessa Ruão, deputada do PSD

Estarão presentes no painel de discussão:

  • José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos
  • Helena Gervásio Presidente do Colégio de Oncologia da OM
  • Jorge Espírito Santo, Anterior Presidente do Colégio de Oncologia da OM
  • Gil Gonçalves, Secretário da Sociedade Portuguesa de Cirurgia
  • Tânia Teixeira, Membro da Direcção da Sociedade Portuguesa de Radioterapia Oncologia
  • Paula Borralho Presidente da Sociedade Portuguesa de Anatomia Patológica
  • Filipe Caseiro Alves Presidente da Sociedade Portuguesa de Radiologia
  • Arquiminio Eliseu Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

Sobre os Encontros da Primavera

Os Encontros da Primavera são o maior congresso científica na área da oncologia em Portugal que conta com a presença de Médicos Oncologistas, Hematologistas, Cirurgiões, Radioterapeutas, Radiologistas, Internistas, Enfermeiros, Psicólogos, Clínicos Gerais e outros profissionais de saúde ligados à área da Oncologia.

 

Maio mês do Coração
Maio é o Mês do Coração e a Fundação Portuguesa de Cardiologia organiza no decorrer do mês diversas actividades. A sessão...

“A actividade física, se é das primeiras coisas que uma criança quer fazer, é também uma das últimas coisas que cada um de nós quer deixar de fazer”, afirma o Dr. Luís Negrão, assessor médico de Fundação Portuguesa de Cardiologia.

A principal preocupação da Fundação Portuguesa de Cardiologia para este mês de Maio é incentivar a comunidade para adoptar estilos de vida saudáveis, aliando a alimentação saudável a prática de actividade física regular. Na sessão solene será apresentada a campanha do Mês do Coração, assim como o programa de actividades que irão decorrer ao longo do mês. Paralelamente, serão conhecidos os resultados do estudo realizado pela empresa GfK Metris sobre o tema “Os Portugueses e a Actividade Física”.

“Em criança é só espernear, gatinhar, mexer e não ficar parado. É esta vontade de não estar parado nestas idades que contrasta com a pouca vontade de sair de frente da consola, do monitor do computador e do telemóvel, que torna os nossos jovens cada vez mais sedentários, cada vez mais parados e por isso cada vez mais obesos”, segundo o Dr. Luís Negrão.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia é uma instituição de utilidade pública que tem como objectivo geral a prevenção das doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de doenças e morte da população portuguesa.

Galardão incentiva investigação em Portugal
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sanofi Portugal acabam de distinguir um trabalho sobre disfunção cardíaca relacionada...

O Prémio Sanofi de Cardiologia, entregue no âmbito do XXXVI Congresso Português de Cardiologia, foi criado em 1968 para galardoar os trabalhos de investigação na área clínica no domínio desta especialidade, tendo como objectivo incentivar o espírito de investigação nos cardiologistas portugueses.

O trabalho de investigação premiado pretende apurar o papel do microRNA-155 na cardiomiopatia séptica, uma das principais causas de admissão em cuidados intensivos, e neste contexto, a presença de disfunção cardiovascular, está associada a um mau prognóstico. Este trabalho comprovou que a expressão miocárdica de micro-RNA-155 está aumentada na sépsis com disfunção cardiovascular, sugerindo assim que o microRNA-155 é um promissor alvo molecular específico no tratamento da disfunção cardíaca associada à sépsis, reduzindo assim a mortalidade nesta patologia tão grave.

Os autores são Catarina Quina-Rodrigues, Francisco Vasques-Nóvoa, Rui Cerqueira, Adelino Leite-Moreira e Roberto Roncon-Albuquerque Jr., que desenvolvem a sua actividade no Departamento de Fisiologia e Cirurgia Cardiotorácica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga; Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar S. João, Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar S. João e no Serviço de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar S. João.

A Direcção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) afirma que “é com grande satisfação que atribuímos pelo 46.º ano, o Prémio Sanofi de Cardiologia, o nosso prémio mais antigo e que continua a ter um papel muito relevante no apoio dos projectos de investigação dos cardiologistas portugueses.”

Fernando Sampaio, director-geral da Sanofi Portugal, sublinha que “este é o Prémio de investigação mais antigo da Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sanofi continua a apoiá-lo porque o incentivo à investigação em Portugal é um dos pilares da nossa actividade. Acreditamos que o nosso desígnio de disponibilizarmos inovação aos doentes portugueses e de contribuirmos para a sustentabilidade da Saúde no nosso país também passa por apoiarmos os projectos dos profissionais e instituições de saúde”.

De acordo com os recentes indicadores sobre saúde apresentados pelo INE em 6 de Abril de 2015, a principal causa de morte em Portugal em 2013 foi a patologia do aparelho circulatório, que esteve na origem de 29,5% do total de óbitos, pelo que incentivar a investigação nesta área continua a ser um compromisso de futuro.

Beira Interior e Alentejo
Os pólenes vão voltar a estar, pela terceira semana consecutiva, em níveis muito elevados nas regiões da Beira do Interior e do...

Segundo informou a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, entre sexta-feira e o dia 30 de Abril, os pólenes deverão estar em níveis elevados na região de Trás os Montes, Lisboa e Setúbal e no Algarve.

Na Beira Litoral e na região de Entre o Douro e Minho os pólenes estarão em níveis moderados, enquanto nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira estarão níveis baixos.

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica divulga, todas as quintas-feiras, o boletim polínico, durante a primavera, estação propícia a alergias.

Desde que separados dos não fumadores
Os aeroportos poderão criar espaços específicos para fumadores, desde que não sejam compartilhados com os de não fumadores, a...

O Conselho de Ministros aprovou hoje uma proposta de lei que altera a actual legislação relativa ao tabaco e que prevê a proibição de fumo nos espaços públicos fechados.

No final da reunião, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, esclareceu que hoje “existe uma lei que prevê a proibição e depois há excepções que permitem a estabelecimentos com mais de cem metros quadrados terem um espaço para fumadores”.

O que fica agora previsto, e que será discutida na Assembleia da República, é que poderá ser possível a definição de um espaço para fumadores, com um conjunto de regras técnicas que terão que ser elencadas em portaria, dada a sua especificidade, explicou Leal da Costa.

O secretário de Estado referia-se especificamente aos aeroportos, onde actualmente é permitida “uma zona de fumadores aberta e compartilhada com espaços para não fumadores”.

“A partir de 2020, as áreas contíguas, de coabitação de fumadores e não fumadores, deixam de existir e os aeroportos, se assim entenderem, podem ter espaço para fumadores que não têm que ser os aquários, podendo ser outros mais agradáveis, mas isso é decisão do operador e não do Estado”, acrescentou.

Questionado sobre como será possível garantir a proibição dos cigarros electrónicos com nicotina em espaços públicos fechados, uma vez que não se distinguem dos cigarros sem nicotina, o governante reconheceu esta dificuldade, mas lembrou tratar-se da primeira vez que “se faz alguma regulamentação ao cigarro electrónico”.

No entanto, este tipo de dispositivo passará a ter obrigatoriamente um folheto informativo que incluirá os componentes do cigarro, para que a sua composição seja claramente do conhecimento das pessoas.

“Entendemos fazer a separação entre cigarros com e sem nicotina, porque não há um entendimento claro na maioria dos organismos que se têm pronunciado sobre a matéria. Para já, entendemos que o mais importante é o que tem a ver com o próprio fumador”, afirmou, mostrando-se convicto de que “a partir de agora haverá uma tendência natural para que qualquer cigarro electrónico deixe de ser consumido em espaços públicos”.

Fernando Leal da Costa fez ainda referência a um despacho, recentemente publicado, que criou um grupo de trabalho que permitirá intervenções breves nos cuidados de saúde primários, para ajudar fumadores a deixarem de fumar.

Leal da Costa afirmou ainda que há uma “intenção expressa na legislação de chamar os fumadores a terem mecanismos de desabituação tabágica: programas de base informática (úteis e que ajudam a deixar defumar), manter o acesso e aumentar consultas para casos mais problemáticos e generalizar o diagnóstico por parte dos médicos de Medicina Geral e Familiar, para fazerem intervenções breves de desabituação tabágica”.

Quanto aos estabelecimentos que fizeram obras de adaptação para poderem ser espaços de fumadores, como alguns de restauração e de bebidas, e que a diploma hoje aprovado prevê que passem a ser espaços livres de fumo, o secretário de Estado acredita que “não haverá impacto negativo sobre a indústria”.

Para Fernando Leal da Costa, uma “moratória até 2020 é muito confortável”.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, lembrou, a esse propósito, que a actual lei é de 2007, pelo que “a maior parte dos investimentos estariam amortizados em 2015 ou 2016”.

Mesmo tendo em conta aqueles que só posteriormente fizeram obras, o ministro sublinha que o prazo estipulado “teve em atenção os investimentos feitos por proprietários desses estabelecimentos”. “É [um prazo] razoável. Se tivéssemos tido em conta apenas a promoção da saúde pública, teríamos um prazo mais curto, se tivéssemos em atenção os interesses económicos, teríamos um prazo mais alargado”, afirmou.

Faculdade de Medicina do Porto
O Centro de Simulação Biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto vai receber uma ambulância “desactivada” da...

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) tem um centro de simulação biomédica e, nesse centro inaugurado em 2003, “ensina-se competências técnicas e uma das competências técnicas é fazer partos e o parto dentro de uma ambulância também tem de ser treinado, e vamos ter aqui essa ambulância”, informou Amélia Ferreira, directora da FMUP.

À margem da cerimónia de inauguração do Pomar Solidário, que decorreu nas instalações da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Amélia Ferreira explicou que um dos parceiros do Pomar Solidário é a Federação de Bombeiros do distrito do Porto e que essa entidade já se ofereceu para doar uma ambulância que fique desactivada para que os estudantes de medicina possam treinar os partos num contexto mais real.

Segundo a directora da FMUP, a ambulância desactivada deve chegar ao centro de simulação “ainda este ano”. O Pomar Solidário teve um investimento a rondar os “35 mil euros” e um apoio especial do Centro Hospitalar de São João, da Câmara Municipal do Porto e da associação Abraço.

Governo aprova
O Conselho de Ministros aprovou hoje a nova lei da álcool, proibindo o consumo de bebidas alcoólicas a todos os menores de 18...

A lei actual prevê uma diferenciação entre as bebidas espirituosas, permitidas só a partir dos 18 anos, e restantes bebidas alcoólicas, que podem ser consumidas a partir dos 16 anos.

A medida aprovada em Conselho de Ministros altera o regime de disponibilização, venda e consumo de bebidas alcoólicas em locais públicos, tal como decorreu da avaliação prevista na legislação em vigor desde 2013.

Em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, o titular da pasta da Saúde, Paulo Macedo, indicou que a revisão agora aprovada "uniformiza a proibição de venda de bebidas a menores, independentemente do tipo de álcool".

“Na sequência da revisão, esta nova legislação permitirá uma melhor fiscalização e uma mensagem mais clara nos espaços públicos e no acesso a bebidas pelos adolescentes”, sublinhou Paulo Macedo.

Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros aprovou hoje a revisão da lei do Tabaco, que prevê a proibição do cigarro electrónico com nicotina e de...

O Governo “aprovou uma proposta de lei para a protecção dos cidadãos a exposição involuntária ao fumo do tabaco e para a redução da procura relacionada com a dependência, bem como para a cessação do seu consumo e reforço da informação disponível para os consumidores”, segundo o comunicado da Presidência do Conselho de ministros (PCM).

De acordo com a proposta, que transpõe duas diretivas da União Europeia, é determinada a proibição de fumar nas áreas com serviço em todos os estabelecimentos de restauração e de bebidas, incluindo nos recintos de diversão, nos casinos, bingos, salas de jogos e outro tipo de recintos destinados a espectáculos de natureza não artística.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, lembra que esta proposta acontece passados oito anos da lei vigente do tabaco.

Os três principais objectivos são proteger os cidadãos da exposição involuntária ao fumo, proteger os próprios fumadores e promover uma proteção adicional através de maior informação.

Assim, de acordo com o ministro, os maços de cigarros deixam de ter advertências em forma de texto e passam a ter imagens dissuasoras, serão eliminados aspectos de “natureza subjectiva” como a menção a “light” ou “suave”, e os produtos de tabaco com aromas distintivos, por exemplo mentol, vão passar a ser proibidos.

Vai ser ainda reforçado o combate ao tráfico de tabaco e serão regulamentados os cigarros electrónicos, com a proibição da sua venda através da internet.

A proposta de lei tem previsto um período de moratória de 5 anos, até 2020, para se adaptarem os espaços públicos que investiram em obras para serem espaços com fumo.

Coordenador das Doenças Oncológicas
Coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas defende reforço da capacidade do SNS para tratar o cancro e alerta...

O tratamento do cancro em Portugal ainda “não está no vermelho” mas “arriscamo-nos a chegar lá”, admitiu o coordenador do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas. Nuno Miranda considera que os serviços públicos começam a ter dificuldade em responder ao aumento da procura e alerta que, no futuro, “o problema não vai ser de comprimidos, mas essencialmente um problema de recursos humanos”. Para o médico, o país precisa de se preparar para dar resposta a uma população envelhecida e de apostar em trazer de novo para o Serviço Nacional de Saúde muito do que é encaminhado para o sector privado, escreve o jornal Público.

Nuno Miranda, que foi ouvido na comissão parlamentar de Saúde na sequência de um requerimento do PSD para avaliar o que tem sido feito no sector, começou por apresentar alguns dados que apontam para o aumento da incidência de novos casos de cancro em Portugal a um ritmo de 3% ao ano, pelo que o país deverá passar dos actuais cerca de 46 mil novos casos anuais para 60 mil casos em 2030. Em 2012 tinham sido feitas 41.705 cirurgias e em 2013 esse número subiu para 44.264, exemplificou o médico. Contudo, salientou que “este aumento não foi suficiente para acomodar as nossas necessidades, porque aumentou o tempo médio de espera em um dia”. Apesar do aumento parecer pequeno, o coordenador lembrou que nesta doença isso significa uma subida de 5%.

Questionado pela deputada social-democrata Carla Rodrigues sobre se o SNS tem capacidade e recursos para responder às necessidades do país na área da oncologia, Nuno Miranda foi peremptório: “Não é para mim uma dúvida. Tem de estar. Tem de se adaptar as condições e aos doentes que tem”, disse, alertando para a dificuldade em reunir recursos humanos, mais do que problemas em acesso a medicamentos. “Quem vai preparar as refeições?”, questionou, reforçando a importância de uma abordagem multidisciplinar ao cancro, mas também social, de que são exemplo os cuidados domiciliários. E alertou que é difícil continuar a aumentar a prestação hospitalar.

“Em ambulatório acho que estamos a chegar muito perto do tecto do que é possível fazer e em termos cirúrgicos também”, acrescentou. Em concreto sobre os medicamentos inovadores, defendeu que na área do cancro há sobretudo medicamentos caros que não trazem nada de muito diferente, mas reconhece que o futuro passa pela “medicina personalizada” e que Portugal terá de procurar resolver o problema do financiamento em conjunto com outros países.

Confrontado ainda com as declarações do anterior presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Joaquim Abreu de Sousa, que defendeu que o tratamento do cancro está “no vermelho” e em “ruptura”, Nuno Miranda respondeu que o colega apresentou dados do relatório do próprio Programa Nacional para as Doenças Oncológicas e salientou apenas o tom mais “emotivo”. “Ainda não estamos no vermelho mas arriscamo-nos a chegar lá se não nos acautelarmos para o assunto”, contrapôs. O médico corroborou o caso de adiamento de cirurgias no Instituto Português de Oncologia do Porto, tanto por falta de camas como por greves dos profissionais de saúde, mas garantiu que todas foram remarcadas sem efeitos maiores para os doentes.

Para Nuno Miranda é importante reorganizar o Serviço Nacional de Saúde e voltar a trazer para os hospitais públicos as cirurgias e tratamentos de quimioterapia e radioterapia que hoje são entregues aos privados. “Acho que o SNS deve ser auto-suficiente e a dependência do sector privado deve ser pontual. É a mesma coisa que um restaurante estar a externalizar a cozinha”, ilustrou, afirmando ainda que os hospitais públicos têm estado a investir em mais aparelhos para irem neste sentido.

Ainda sobre dados nacionais, Nuno Miranda destacou bons resultados em várias áreas, como o desaparecimento do cancro do colo do útero da lista dos dez cancros mais comuns no país, que ainda é encabeçada pela mama, seguida por próstata, cólon, traqueia, brônquios e pulmões, estômago, recto e bexiga, entre outros. A este propósito, o coordenador insistiu na importância de se prevenirem cancros, alertando que em metade das situações os cancros eram evitáveis e dando como principais exemplos o pulmão e o melanoma (cancro da pele). Nuno Miranda reconheceu que é motivo de preocupação a redução na adesão aos rastreios de base populacional do cancro da mama e cancro do colo do útero e os constrangimentos no cancro colo-rectal. Mas contrapôs que foi um grande avanço o rastreio ao cancro oral que começou em 2014 com a entregue de cheques para biópsia.

As principais preocupações do programa concentram-se, porém, no cólon e recto, até pela mortalidade acima da média europeia neste tumor em particular. “O programa de rastreio é neste momento para nós uma prioridade. São mais os problemas logísticos do que os problemas financeiros”, assegurou Nuno Miranda, explicando que a recolha das amostras para procura de sangue oculto nas fezes tem muitos problemas relacionados com a temperatura e transporte. O responsável negou que em causa esteja também a dificuldade de realizar colonoscopias posteriores, avançando que seriam necessárias apenas mais 30 mil por ano, quando o Serviço Nacional de Saúde faz 120 mil.

Aprovados na generalidade amanhã no parlamento
A proposta de lei de alteração dos estatutos da Ordem dos Médicos Dentistas vai ser votada na generalidade amanhã em plenário...

A nova lei-quadro das ordens profissionais foi publicada a 10 de Janeiro de 2013, mas só agora os novos estatutos das ordens profissionais estão a ser aprovados pelos deputados.

As alterações dos estatutos das 18 ordens profissionais existentes em Portugal visam actualizar o enquadramento das regras para a criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais e para o acesso e exercício de profissões reguladas por associações públicas profissionais.

Em causa estão questões como a livre prestação de serviços, a liberdade de estabelecimento, estágios profissionais, sociedades de profissionais, regimes de incompatibilidades e impedimentos ou a publicidade, entre outras.

Amanhã, para além dos novos estatutos da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), serão aprovadas pelos deputados as propostas de lei das restantes associações públicas de profissionais do sector da saúde: enfermeiros, farmacêuticos, médicos, nutricionistas e psicólogos.

A sessão será acompanhada por Orlando Monteiro da Silva, bastonário da OMD e presidente do CNOP – Conselho Nacional das Ordens Profissionais, instituição que junta 16 Ordens Profissionais que representam mais de 300 mil profissionais qualificados.

Após a aprovação em plenário, a proposta de lei segue para aprovação pela Comissão dos Direitos, Liberdades e Garantias, Comissão de Saúde e a título transversal pela Comissão da Segurança Social e Trabalho.

Associação alerta
A associação de enfermeiros dos cuidados continuados e paliativos avisa que o número de equipas domiciliárias na região de...

Este será um dos temas em debate nas Jornadas de Cuidados Continuados e Paliativos, que decorre na sexta-feira em Lisboa.

“O nosso drama ultimamente é ver que as pessoas estão a ser colocadas em casa a precisar de cuidados e nós não temos equipas para chegar lá. Há que mudar o paradigma deste tipo de cuidados: as camas de cuidados continuados são precisas, sim, mas essencialmente são precisas equipas domiciliárias”, afirmou a presidente da Associação de Enfermagem em Cuidados Continuados e Paliativos.

Purificação Gandra reconhece que nos últimos dois anos, sobretudo, houve um crescimento de oferta de camas de internamento em unidades de cuidados continuados, mas considera que não valerá a pena “encher o país de camas quando as pessoas querem é estar nas suas casas a receber cuidados”.

Só na região de Lisboa e Vale do Tejo, entre 2011 e 2015, o número de camas de cuidados prolongados passou de 1.114 para 1.826.

Contudo, esta é precisamente a região mais deficitária em termos de equipas domiciliárias tendo em conta a população que potencialmente usufruiria.

Segundo contas desta Associação de Enfermagem, Lisboa e Vale do Tejo tem 55 equipas de cuidados continuados domiciliários e apenas duas de cuidados paliativos domiciliários, o que é considerado “manifestamente insuficiente”.

As 57 equipas, integradas por 415 profissionais de saúde, podem dar assistência a pouco mais de duas mil pessoas, quando o universo de idosos em Lisboa e Vale do Tejo é de 670 mil.

“Pelo menos devíamos triplicar o número de equipas e o número profissionais das equipas comunitárias”, estima a enfermeira Purificação Garcia, referindo que Lisboa tem um rácio de 1,87 lugares de cuidados domiciliários por mil habitantes, quando a média do país é de 3,06.

Ou seja, em Lisboa e Vale do Tejo não chega a ser possível acolher em cuidados domiciliários duas pessoas por cada mil habitantes. Já a região do Alentejo é a que regista melhor rácio em todo o país, com 5,44.

“O ideal para a nossa população seria as pessoas conseguirem ficar em suas casas, com as suas famílias, com os cuidados que necessitam. Isso não está a ser conseguido, porque os profissionais das equipas comunitários estão a ser desviadas para outras unidades dos cuidados de saúde primários”, afirma a presidente da Associação de Enfermagem em Cuidados Continuados e Paliativos.

Segundo esta enfermeira, os técnicos ou enfermeiros que vão saindo, por exemplo, com a emigração, não são substituídos nos cuidados de saúde primários ao ritmo necessário, o que faz aumentar a deslocação de profissionais das equipas domiciliárias para outros cuidados.

Por outro lado, este desvio de profissionais também se fez notar mais por causa da crise económica que afectou as famílias, que deixaram de ter capacidade de colocar os doentes internados em lares que precisam de comparticipação das famílias.

Ainda sobre o crescimento do número de camas de internamento em cuidados continuados ou paliativos, Purificação Gandra sublinha que também as necessidades das pessoas têm aumentado: há cada vez mais pessoas doentes e com mais doenças, resumiu.

Transporte de doentes
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) deixou de ter disponíveis desde "há uns dias" dois helicópteros...

Esta paragem estará relacionada com a transferência de gestão dos helicópteros da Autoridade Nacional de Protecção Civil para a empresa Everjets, que ganhou este ano o concurso público de operação e manutenção dos aparelhos.

O INEM utiliza habitualmente dois helicópteros Kamov, com base em Loulé e Santa Comba Dão, para transporte de doentes, sobretudo em emergências durante a noite, interrompendo esse serviço durante a época de fogos florestais.

No entanto, este ano, essa interrupção ocorreu mais cedo, semanas antes da época de incêndios.

A rádio TSF noticiava que esta interrupção está relacionada com entrada da Everjets, e que esta empresa "precisa de seis semanas para ajustar os procedimentos para voar com os helicópteros Kamov".

Para fazer face a esta ausência antecipada dos dois helicópteros, o INEM explicou, em comunicado, que está a utilizar uma aeronave Agusta 109 (da Base Aérea de Beja) para toda a região sul do país e reforçou em Beja com uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER).

Na região de Santa Comba Dão, o dispositivo de emergência foi colmatado também com mais uma VMER.

A empresa Everjets vai ser responsável pela operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado nos próximos quatro anos, depois de ter vencido concurso público de valor superior a 46 milhões de euros.

Ébola
Um medicamento experimental salvou a vida de macacos infectados com a estirpe Makona do vírus Ébola, a mesma que foi...

De acordo com os investigadores, esta foi a primeira vez que se testou nestes animais um tratamento para a estirpe Makona do vírus hemorrágico que mata macacos e humanos.

Os resultados positivos dos ensaios em macacos funcionaram como uma validação pré-clínica para os testes clínicos (em pacientes), que começaram este ano na Serra Leoa.

Os primeiros resultados da droga experimental, a TKM-Ebola-Guinea, em humanos deverão ser divulgados na segunda metade de 2015, anunciou o investigador da Universidade do Texas e autor do estudo, Thomas Geisbert, à agência de notícias francesa AFP.

Geisbert e a sua equipa começaram por infectar seis macacos do grupo 'rhesus' com a estirpe Makona do vírus Ébola, a mesma que levou à morte de 10.700 pessoas e que infectou outras 25.800 no último surto do vírus, que atingiu a Guiné-Conacri, a Libéria e a Serra Leoa.

O segundo passo da investigação consistiu em tratar três dos macacos do grupo com o TKM-Ebola-Guinea - o mesmo tratamento experimental utilizado nos profissionais de saúde infectados pelo vírus durante a última epidemia, mas cuja eficácia em humanos ainda não está provada.

Os resultados evidenciam que os macacos tratados com o TKM-Ebola-Guinea estavam ainda vivos 28 dias depois do início do ensaio, enquanto os restantes tinham morrido entre o oitavo e nono dia de infecção, referiu a equipa liderada por Geisbert.

"Este é o primeiro estudo a mostrar uma protecção pós-exposição (…) contra a estirpe Makona do vírus do ébola”, afirmou o investigador.

Até agora ainda não foi encontrada uma vacina ou um tratamento contra o Ébola, e a maioria dos medicamentos em desenvolvimento são para estirpes do vírus anteriormente identificadas e que causaram várias epidemias desde 1976.

Em Agosto do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu luz verde para que fossem testadas novas drogas contra o Ébola, a fim de travar a epidemia no oeste africano, a mais fatal da história do vírus.

O medicamento experimental TKM-Ebola-Guinea bloqueia certos genes do vírus, impedindo assim a sua replicação.

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