Estudo
Um estudo da Universidade de Aveiro hoje divulgado detetou metais pesados prejudiciais à saúde em pellets para aquecimento, sem...

Zinco, chumbo, ferro e arsénio são alguns dos metais pesados descobertos em alguns tipos de pellets disponíveis no mercado, que a equipa de investigação atribui à utilização, como matéria-prima, de resíduos de madeiras provenientes da indústria mobiliária e da construção civil, que contêm colas e tintas ou que foram tratadas com biocidas para evitar a infestação.

Sem legislação que regulamente o fabrico deste biocombustível e, principalmente, que proíba o uso de metais pesados na sua composição, as pellets fabricadas em Portugal, face ao preço elevado dos combustíveis tradicionais, são cada vez mais utilizadas em recuperadores de calor doméstico.

“É fundamental a adoção por todos os estados membros [da União Europeia], à semelhança do que já fizeram, por exemplo, a Dinamarca, a Suiça, a Áustria ou a Alemanha, de normas que restrinjam a utilização de determinadas matérias-primas no fabrico de pellets”, conclui Célia Alves, a investigadora que liderou a investigação.

A equipa do Centro de estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA queimou quatro tipos de pellets, um dos quais certificado pelo selo de qualidade EN-Plus, da responsabilidade da Associação Nacional de Pellets Energéticos de Biomassa (ANPEB) e que garante que o biocombustível, ligeiramente mais caro, é feito apenas com madeira sem casca e sujeito a testes físicos e químicos.

“Enquanto os pellets certificados pela ANPEB cumprem os limites de emissão em vigor em países onde a certificação dos equipamentos de combustão e dos biocombustíveis é exigida, e não se detetam metais nas partículas emitidas, os restantes três tipos superaram os limites de emissão e as partículas revelaram a presença de metais pesados”, aponta Célia Alves.

Entre as pellets sem o selo EN-Plus queimadas pelos investigadores do CESAM, vários metais pesados, tais como zinco, chumbo, ferro e arsénio, foram encontrados nas partículas emitidas, sendo “o arsénio o mais perigoso, em termos de saúde pública, já que a intoxicação aguda provocada pela inalação daquele metal “provoca sérios problemas digestivos, hepáticos, renais, cardíacos e encefálicos que evoluem rapidamente”.

A exposição crónica a doses baixas de arsénio pode mesmo conduzir ao aparecimento de cancro.

Sou do tempo em que…
Quando se pretende dizer que já se viveu o bastante e se atingiu determinado estatuto, é costume uti

Sou do tempo em que…

As instalações hospitalares eram de uma pobreza confrangedora: enfermarias enormes, com camas amontoadas, casas de banho insuficientes e sem quaisquer condições sanitárias.

É difícil fazer crer aos mais novos a realização de determinados tipos de intervenção em tais circunstâncias. O que nos faltava em condições e meios supríamos com entrega, disponibilidade, inovação e, sobretudo, humanidade.

Foi nestas circunstâncias que tive as maiores lições da minha vida. Aprendi que um pequeno gesto, como um olá, um bom dia ou um toque pode fazer toda a diferença. Para ser um bom enfermeiro não basta ter os gestos técnicos perfeitos, é necessário ir mais além. É preciso tocar o coração e a sensibilidade daquele que está indefeso nas nossas mãos.

Aprendi também que, as necessidades do doente não se alteram em função das circunstâncias envolventes. É dever, de cada Cidadão em geral, de cada Profissional de Saúde em particular, e muito especificamente do Enfermeiro, lutar para que sejam criadas as condições ótimas para a sua satisfação integral.

Boas instalações e técnicas inovadoras estão aí. Oxalá não se esvaziem de humanidade.

Não havia falta de emprego para os enfermeiros

Todos os enfermeiros tinham emprego. No meu caso comecei a trabalhar 3 dias depois de terminar o curso. E no hospital da minha cidade! Houve ainda alguma incerteza, em determinada altura do final do curso, do local em que iria trabalhar. É que, por essa altura, estava prestes a iniciar-se o Serviço Nacional de Saúde e sabíamos que teríamos que ir iniciar o nosso trabalho nas regiões piloto prioritárias, Guarda, Vila Real ou Castelo Branco. Essa incerteza acabou quando recebemos as cartas com a indicação do local e data em que deveríamos apresentar-nos. A mim calhou-me em sorte o hospital de Vila Real. Este processo foi cancelado, por razões que desconheço, tendo o SNS arrancado apenas em 1979, razão pela qual fiquei no Hospital de Viseu. 

Agora, as coisas estão completamente diferente e muito complicadas para os enfermeiros. Apesar de ser notória a falta de enfermeiros nas unidades de saúde, são obrigados a procurar trabalho no estrangeiro. Mais grave ainda, devido à falta de uma carreira, ao agravamento das condições de trabalho e de remuneração, há enfermeiros que deixam os seus empregos para procurar novas oportunidades. Espero que não venhamos, num futuro próximo, a sofrer as consequências…

Já existiam diferendos entre os diferentes atores da prestação de cuidados de saúde, Médicos, Enfermeiros e Técnicos

Um tema que aparece com alguma recorrência na comunicação social é sobre a competência para realizar determinados atos, gerando alguns conflitos entre médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Durante o meu percurso profissional surgiram também situações semelhantes. É difícil tomar posição. Mas deixem-me relatar um episódio ocorrido em 1982/3, enquanto trabalhava na Cardiologia/UCIC e tirem as conclusões.

“Turno das 0 ás 8 horas. No hospital, durante a noite, não há técnico de Cardiopneumografia. Existe uma indicação de que deverão ser os enfermeiros da Cardiologia/UCIC a efetuar os eletrocardiogramas na Urgência. Os enfermeiros acham que não têm que o fazer, pois não têm essa competência. Nessa noite é recebida uma chamada da urgência comunicando que há um doente com suspeita de enfarte que necessita de fazer ECG. Em conversa com o colega decidimos que faríamos o ECG se o doente viesse ao serviço. O doente chega. Colocamos os elétrodos. Iniciamos a colheita do ECG: DI, DII, DIII, AVR … Fibrilhação ventricular!! É necessário agir rápido! Não há médico de serviço na Unidade. Corre-se para o carro de emergência. Em poucos segundos preparam-se as pás do desfibrilhador. Colocam-se nos locais proprios para desfibrilhação. Carrega-se o desfibrilhador. Descarrega-se a carga no peito do doente. Suspence…. Deu certo. O doente retoma o ritmo cardíaco. Salvámos um doente. Quem poderá pôr em causa a nossa atuação? Tinhamos ou não competências para o fazer? Eu digo, ainda bem que tomámos esta decisão…

O entendimento da interdisciplinaridade e complementaridade no processo de cuidar era incipiente

O entendimento de que a prestação de cuidados é um trabalho interdisciplinar e complementar é definitivamente uma evidência. No início da minha carreira isso não era bem assim. O enfermeiro era um mero “ajudante do médico”. As mudanças de mentalidades e sobretudo o acréscimo de formação dos enfermeiros assim o permitiu, embora ainda existam profissionais que assim o não entendam.

Nesta perspetiva, o enfermeiro tem grande relevância, pois é o profissional que está sempre presente (ou deveria estar). É o pivot que deve garantir a continuidade dos cuidados. Tem que ser o elo aglutinador. Para isso, as dotações têm que ser as adequadas, o que, tendo em conta as confidências de ex-colegas e das informações veiculadas pela comunicação social, é cada vez mais raro isso acontecer. O doente, nestas condições, é colocado em risco… As razões? Tudo é reportado para o estado de “crise em que vivemos”. Mais me parece ser consequência de cortes cegos de quem não conhece o setor. Os políticos têm que entender que há áreas sensíveis em que não é possível descer abaixo de determinados limites, senão a catástrofe é certa. Em meu entender, é uma catástrofe o que se passa atualmente no SNS. Vamos esperar para ver…

 

Belmiro Fernandes Sequeira

 

Nota Biográfica

Belmiro Fernandes Sequeira

Situação profissional: Enfermeiro Aposentado desde março de 2014

Data de Nascimento: 03 de novembro de 1957 - 57 anos

Naturalidade: Campo, Viseu

Formação:

1978 – Curso Geral de Enfermagem na Escola de Enfermagem de Viseu

1998 – Curso de Estudos Superiores Especializados em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Escola de Enfermagem Bissaia Barreto, Coimbra.

2002 – Pós graduação em Gestão dos Serviços de Saúde – ISCTE

Atividade Profissional:

Enfermeiro - cirurgia  e cardiologia do Centro hospitalar Tondela Viseu de 1978 a 1998

Enfermeiro Especialista – UCIC do Centro Hospitalar Tondela Viseu de 1998 a 2003

Enfermeiro Chefe – UCIP do Centro Hospitalar Tondela Viseu de 2003 a 2013

Enfermeiro Chefe – Unidade de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar Tondela Viseu de 2013 a 2014

Professor convidado da Escola Superior de Enfermagem nos cursos de licenciatura, especialidade de Enfermagem médico-cirúrgica, curso de pós graduação em urgência e emergência.

Outras atividades:

Presidente do Grupo Recreativo, Cultural, Desportivo e Social de Vila Nova do Campo

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
88% dos portugueses sabem que podem prevenir a diabetes
Apesar de 97% dos inquiridos pela Marktest já terem ouvido falar da diabetes, apenas 6,4% reconhecem a importância do controlo...

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) comemora hoje 89 anos. Para assinalar a data, a Associação apresenta os resultados da sondagem Marktest “O que sabem os portugueses sobre a diabetes”, uma doença com complicações graves que afeta mais de um milhão de portugueses (metade deles sem o saberem) e que se prevê que possa atingir, nos próximos 30 anos, mais de 20% da nossa população.

De acordo com este estudo, 97% dos portugueses afirma conhecer ou já ter ouvido falar na diabetes. Da população inquirida, 88,4% considera que a diabetes pode ser prevenida. Contudo, apenas 38% aponta a prática de atividade física como medida de prevenção e só 6,4% sabe da importância de controlar o peso. A alimentação saudável (79,9%) é o principal aspeto apontado na prevenção da diabetes.

O que sabem os portugueses sobre a diabetes?

  • 96,9% dos portugueses afirmam conhecer ou já ter ouvido falar na diabetes.
  • A alimentação excessiva (46%) e o excesso de açúcar em particular (35%) são, na opinião dos inquiridos, as principais causas da diabetes.
  • 88,4% dos inquiridos considera que a diabetes pode ser prevenida.
  • Uma alimentação saudável (79,9%), prática de atividade física (38,5%) e redução do consumo de açúcar (12,4%) constituem o Top 3 das medidas de prevenção da diabetes.
  • A cegueira/problemas de visão (61%), pé diabético (25%) e os acidentes cardiovasculares (19%) são, na opinião dos inquiridos, as maiores complicações que a diabetes pode causar.
  • Analisando os locais onde os doentes se podem dirigir para acompanhamento, os centros de saúde e os hospitais são os que mais se destacam, com 67,7% e 43,4%, respetivamente.
  • 45,3% dos inquiridos conhecem a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).
  • As atividades da Associação mais conhecidas são o apoio às pessoas com diabetes (63,8%) e as consultas e tratamentos (55,8%) e, a atividade menos conhecida é a investigação (44,4%). Cerca de 24% não sabem identificar as atividades da APDP.

Com o objetivo de avaliar a notoriedade da APDP e a visão dos portugueses sobre o tratamento da Diabetes, a Associação solicitou à Marktest a realização de um estudo de cariz quantitativo. Realizado num universo de inquiridos de ambos os sexos, com mais de 18 anos, residentes em Portugal Continental, a amostra é constituída por 800 entrevistas, distribuídas de forma proporcional ao universo. O estudo deu resposta a questões relativas à notoriedade da APDP, às causas e ao tratamento da diabetes.

De acordo com a sondagem Marktest, a maior parte dos inquiridos conhece ou já ouviu falar na diabetes. Este valor é mais elevado junto dos homens (97,6%) e dos inquiridos com 45/54 anos (98,6%). De salientar que, no Sul, a totalidade dos inquiridos tem conhecimento sobre a doença. Junto dos inquiridos pertencentes às classes sociais mais altas (A/B), o nível de conhecimento é mais elevado (98,9%), enquanto junto das restantes classes (C1 e C2/D) os valores não diferem (96,3% ambos).

Tanto os inquiridos do sexo masculino (42,5%) como os do sexo feminino (48,5%) consideram que o que pode estar na origem da diabetes é uma alimentação excessiva. As mulheres consideram (mais que os homens) o histórico familiar (23,9%) e o sedentarismo/inatividade física (23,4%) como fatores originadores da diabetes.

Cerca de 88% dos inquiridos que conhecem ou já ouviram falar na diabetes consideram que esta pode ser prevenida. Uma alimentação saudável (79,9%), a prática de atividade física (38,5%) e a redução no consumo de açúcar (12,4%) são as principais formas apontadas para a prevenção da diabetes.

Relativamente às complicações desta doença crónica, é junto dos inquiridos mais novos (18-24 anos) que existe a maior percentagem dos que não as sabem identificar. Ainda assim, das complicações apontadas, a cegueira/problemas de visão é a que apresenta valores mais elevados (27,4%), seguida dos acidentes cardiovasculares (17,8%).

A faixa etária mais avançada (65 e mais anos) também considera que as maiores complicações podem surgir ao nível da cegueira/problemas de visão (62,4%), a que se seguem os acidentes cardiovasculares (25,4%). Independentemente do grupo etário, o TOP 3 das complicações da diabetes é comum.

Em matéria de notoriedade da APDP, cerca de 55% dos inquiridos que conhecem ou já ouviram falar da diabetes não conhecem a APDP. Das atividades desenvolvidas pela APDP, na Grande Lisboa, as mais destacadas pelos inquiridos são as relacionadas com o apoio às pessoas com diabetes (67,7%) e as consultas e tratamentos (65,6%).

É no Litoral Centro que se encontram as pessoas que mais conhecem as atividades da APDP, com destaque, mais uma vez, para o apoio às pessoas com diabetes (73,8%) e as consultas e tratamentos (72,1%). No geral, estas duas atividades são as mais reconhecidas em todas as regiões. O Litoral Norte é onde as atividades da associação são menos identificadas.

Breve reflexão
Confesso que há já muito tempo que me não sentava em frente ao computador para fazer fosse o que fos

Hoje em dia parece mal termos tempo para as coisas. Não ter tempo é assunto de gente importante. Ter a vida imensamente ocupada. Uma agenda sem espacinho para nada. Sempre dum lado para o outro. Da clínica para o hospital. Da manhã para a noite. Da noite para um afazer muito importante.

Na Enfermagem, e por motivos que os enfermeiros e os seus familiares conhecem de forma profunda, acumulamos trabalhos, suprimimos as folgas, esquecemo-nos tantas vezes de dormir depois de sair de vela. Muitas vezes para não perdermos a pecinha de teatro lá na escola. Ou para acompanhar a avó a mais uma consulta. Ou para fazer as compras no supermercado. Ou sei lá. Sempre de um lado para o outro. A tentarmos cumprir da melhor forma possível os vários papéis que assumimos. O de mãe. O de esposa. O de filha. O de enfermeira. O de dona de casa… E o relógio que não pára.

E depois, sem aviso, somos arrebatados de quando em vez por um acontecimento que nos deixa em suspenso. Que nem pêndulo. E que nos faz questionar tudo. A perda de alguém de quem gostamos muito... E pensamos: “Caramba, há tanto tempo que o não ia visitar…”. Tentamos amenizar a dor e dizer assim, que nem oração: “Eu liguei... Mandei postal...”. Mas enfim… surge uma culpa arrebatadora, silenciosa, subterrânea. Irracional às vezes. Depois a vida avança.

Outras vezes recebemos uma daquelas notícias que nos atinge que nem raio. Depois entendemos que é mesmo um raio. Estilo estrela cadente. E que muda tudo para sempre. De uma forma absolutamente quente e doce. Assim foi comigo

“— É gemelar minha senhora.”

“E agora? Quem cria três filhos nos dias que correm?”... O pânico. Depois ameniza e fica um medo quase frio. A ânsia. E aos poucos o equilíbrio e um profundo agradecimento.

Quando entro na enfermaria a primeira coisa que faço, obviamente, é fardar-me. A farda é quase uma capa de Super-homem. Se bem me entendem. Quase um superpoder. Protege-nos das emoções… às vezes tão aos soluços dentro de nós. De alguma forma protege-nos. Deixa-nos à altura do desafio.

Entendo que o ser-se mãe também nos confere um poder absolutamente genuíno, astuto, quase selvagem na proteção. Profundamente enamorado. Para sempre.

Mãe de três filhos nos dias que correm… Numa história semelhante à de tantos, num país mergulhado numa crise austera e duradoura. Sentida na pele. O que me assusta?

… Sinceramente muito pouco.

… Basta perceber bem o que é essencial e acessório. Apenas isso. Mesmo. Depois tudo se torna simples e claro. E o caminho vai-se construindo de forma cuidada, apaixonada. As fraldas. As noites mal dormidas. As mamadas. Os sorrisos. Tudo assume a dimensão do fantástico.

Três filhos… Uma família coesa. Genuína. Com a profunda convicção de que a partilha faz toda a diferença. Que é o suporte. A todos os níveis. E os amigos. Os de verdade. Que vêm de longe. Que trazem laranjas e uma panela de sopa. E uma conversa. O essencial é afinal o tempo que temos para as coisas. Para os outros. Para nos sentarmos de forma tranquila, mesmo quando todas as tarefas do dia-a-dia nos tentem subtrair as horas… Basta perceber o que é essencial e acessório…

Fico às vezes quieta. A olhar os meus bebés. Um já tem sete anos. Ainda para sempre os nossos bebés. E o medo do amanhã desaparece. E fica apenas o “superpoder” mesmo sem a capa.

De forma direta… o que me assusta? Saber que quando eles tiverem a minha idade talvez já não existam rinocerontes e elefantes em estado selvagem… E tudo o que isso significa. Que as estações do ano, tal qual as conhecemos, sofrerão uma mudança brusca e talvez o mar da Nazaré, que adoro tanto, suba à marginal… Afinal até os caranguejos que aí se vendiam, e que comi até me doer a barriga em miúda, estão em extinção.

O resto? A gente consegue… ter tempo para ter tempo. O essencial e o acessório.

…Neste domingo fomos a casa de uns amigos. Cinco filhos. Subiram às árvores. Brincaram com os coelhos. Jogaram à bola. Comeram pataniscas de bacalhau como se de gelados se tratasse. À volta de uma mesa, a conversa. Há coisa mais importante que ter tempo para ter tempo? O resto a gente consegue!

Enfermeira Inês Rei Falcão Penteado

 

Nota Biográfica

Ribatejana. Do Sardoal. Enfermeira no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no serviço de Medicina Interna, Sector E, Oncologia, Reumatologia e Hematologia.

Mestre em Enfermagem Oncológica pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Especialista e Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Francisco Ramos
O presidente do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, e ex-secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, defendeu o fim...

Esta foi uma das propostas apresentadas hoje pelo também presidente do Grupo Hospitalar dos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) de Lisboa, Coimbra e Porto, durante o Seminário “Administração Hospitalar e de Serviços de Saúde”, durante o qual quatro administradores apresentaram contributos para melhorar o sistema.

Francisco Ramos, secretário de Estado da Saúde em dois governos socialistas, primeiro na equipa de Maria de Belém Roseira e, mais tarde, com António Correia de Campos, defendeu uma revisão da Constituição que permita acabar com a gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), terminar as taxas moderadoras e introduzir copagamentos conforme os rendimentos.

“Gostemos ou não, vamos chegar cada vez mais depressa a situações em que temos de fazer escolhas difíceis”, disse Francisco Ramos, justificando a sua ideia avançada no seminário.

O administrador do IPO de Lisboa deu o exemplo do medicamento para a hepatite c, que classificou de “um exemplo trágico”.

“Foi uma decisão tardia de uma tecnologia de custo efetivo, mesmo ao preço inicialmente proposto, que se arrastou por tempo demais. Foi uma decisão precipitada por um episódio que não podia ter acontecido na Assembleia da República [com um doente a pedir ao ministro da Saúde para não o deixar morrer] e que vai levar nos próximos meses a um sobre uso da tecnologia, com consequências que ninguém sabe,”, disse.

Para Francisco Ramos, “este episódio vai repetir-se e vai suscitar decisões difíceis com alguma frequência, nos próximos tempos”.

Equacionar “uma possível alternativa aos dinheiros públicos no financiamento de alguns cuidados de fácil acesso e baixo custo para estes se concentrarem em situações catastróficas para as famílias é uma discussão que vale a pena ter”, adiantou

“Não aceito que, para evitarmos esta discussão, estejamos condenados a deixar de fora o acesso a algum tipo de cuidados que se venham a revelar de custo efetivo, como no caso do medicamento para a hepatite c”, disse.

No seminário, a docente da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) Ana Escoval defendeu “uma resposta integrada, que vá junto das pessoas, contrariando o modelo atual de verticalidade dos serviços da saúde”.

Ana Escoval reconheceu que “gerir em saúde é de uma grande complexidade”.

No seminário, o administrador do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, Artur Vaz, defendeu a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de uma forma autónoma do Ministério da Saúde.

Atualmente, disse, existe uma “esquizofrenia intelectual” na quantidade de modelos de gestão: Setor Público Administrativo (SPA), Entidades Públicas Empresariais (EPE) e Parcerias Público Privadas (PPP).

Fátima Nogueira, administradora hospitalar e diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Lisboa Ocidental e Oeiras, começou por classificar o SNS como “o maior e mais verdadeiro seguro de saúde que pode existir, para os ricos, para os pobres e para a classe média”.

Na sua intervenção, a administradora disse que, “apesar da crise, o SNS subsistiu e sobreviveu à investida dos privados”.

Estudo
O número de unidades de saúde familiar que cumpre as metas contratualizadas com o Ministério da Saúde tem vindo a aumentar, mas...

A conclusão faz parte de um estudo sobre o momento atual das Unidades de Saúde Familiar, da autoria de André Biscaia e António Pereira, que vai ser apresentado no 7º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF), que vai decorrer entre quinta-feira e sábado, em Aveiro.

Com base numa taxa de respostas de 74%, o estudo regista que aumentou o número de USF com direito aos incentivos institucionais, ou seja, que conseguem atingir as metas estabelecidas para os diferentes indicadores, mas aponta debilidades ao nível das instalações, equipamentos, recursos humanos e sistemas informáticos.

Um dos graves problemas indicados é a falta de material considerado básico para a sua atividade, referida pela maioria das USF, com a agravante de que lhes é limitada a utilização dos incentivos para a aquisição de material e equipamento, e estes estão em dívida.

O estudo observa que o incumprimento dos prazos contratualizados, apesar do esforço para cumprir as metas estabelecidas para os diferentes indicadores, “tem impacto negativo” no trabalho das unidades de saúde familiar.

A insatisfação é também evidente com a informática das USF, sendo referido que “a quase totalidade ficou alguma vez sem acesso informático, sendo a maioria mais de dez vezes”.

No domínio dos recursos humanos, o estudo dá conta de que é ainda importante a percentagem de profissionais que não foram providos em lugar do quadro e conclui não haver vantagens no método de controlo biométrico da assiduidade em vigor, “que desperta grande insatisfação”.

Outra fonte de descontentamento é o facto de a quase totalidade das USF querer migrar para um modelo de maior autonomia e responsabilização, o que não lhes é permitido. Tal permitiria um modelo remuneratório “mais exigente, mas mais satisfatório”.

Questão polémica é a descentralização e transferência de competências do Estado para as autarquias locais, em matéria de saúde, concluindo o estudo existir “espaço para discutir um eventual aumento da importância do poder local nos centros de saúde” (CSP).

Se é forte a oposição a que os municípios interfiram na estratégia de saúde, na cobertura assistencial, nos recursos humanos e horários de funcionamento, por outro lado os coordenadores mostram-se favoráveis à participação municipal na gestão das infraestruturas, na execução de planos de prevenção e promoção da saúde e no apoio domiciliário e social.

Este ano
O ministro da Saúde afirmou que vai abrir ainda este ano um “número significativo” de unidades de saúde familiar, sem contudo...

Segundo um relatório da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), hoje citado pelo Jornal de Notícias, este ano, até maio, abriu apenas uma unidade de saúde familiar (USF) apesar de haver 50 candidaturas ativas.

Questionado hoje pelos jornalistas sobre estes dados, o ministro Paulo Macedo escusou-se a confirmá-los, preferindo sublinhar que o Governo tem “intenção de continuar a estimular a abertura de USF”.

“O que eu confirmo é que abrimos nos três últimos anos 100 USF. Nos anos de crise, abrimos mais de 100 USF, com um esforço muito significativo, uma vez que entendemos que esta área de cuidados primários devia continuar a ser desenvolvida. O próprio Tribunal de Contas indicou que as USF deviam ter maior rigor em termos da sua abertura, quer em termos da sua justificação, quer em termos de custo benefício”, afirmou o ministro aos jornalistas, à margem de uma cerimónia no hospital D. Estefânia.

Segundo Paulo Macedo, este ano o Governo pretende ainda abrir um número significativo de unidades com requisitos adequados: “Tudo faremos para que abram e será um número significativo, e que gostaríamos que estivesse ao nível do que fizemos no ano passado.

Criadas em 2005, as USF foram fundadas como uma forma alternativa ao habitual centro de saúde, prestando também cuidados primários de saúde, mas com autonomia de funcionamento e sujeitas a regras de financiamento próprias, baseados também em incentivos financeiros a profissionais e à própria organização.

No final do ano passado, a associação das USF alertou no parlamento para a diminuição do ritmo de abertura de novas unidades, lamentando o desinvestimento nos cuidados de saúde primários.

Segundo dados apresentados em outubro, a média de USF a iniciar atividade por mês baixou em 2014 para três, quando em 2008 tinha sido de 9,17.

Greenpeace
A organização ecologista Greenpeace anunciou na China o lançamento de uma aplicação de telemóvel que permite detetar alimentos...

Em nota de imprensa, a organização não-governamental referiu que a aplicação vai usar o banco de dados da Greenpeace Ásia Oriental, que inclui 3.011 produtos geneticamente modificados, para verificar se o alimento examinado contém ou não vestígios de organismos manipulados geneticamente.

A soja, o milho, a couve-nabiça, comidas para bebé, produtos láteos, doces e alimentos para lanches são alguns dos produtos que estão disponíveis no registo da Greenpeace e na aplicação de telemóvel, que pode ser atualizada para que o utilizador detete novos produtos sempre que forem incluídos na base de dados.

A organização ambientalista garante que a lei chinesa requer rótulos de advertência sempre que os produtos alimentares, ou seus respetivos derivados resultem de organismos geneticamente modificados (OGM).

Citado no comunicado, o responsável pela campanha de Alimentação e Agricultura da Greenpeace na Ásia Oriental, Wang Jing, disse que o aplicativo, denominado “Detetive OGM” visa "proteger os direitos dos consumidores, e dar-lhes o direito de escolher e saber o que estão a consumir”.

“Atualmente, a China permite a importação de culturas geneticamente modificadas, tais como soja, milho e couve-nabiça, produtos que podem ser provavelmente utilizados como matéria-prima para a nossa comida diária”, acrescentou Wang.

Na segunda, a filial do grupo ambiental no leste da Ásia denunciou a venda de arroz geneticamente modificado, uma cultura que é proibida na China, e alertou para a falta de rótulos de advertências em quase um terço dos produtos existentes nos supermercados.

Federação Nacional de Educação
Um em cada três professores portugueses sofre de elevados níveis de stress e 37% têm problemas de voz, alertou a Federação...

Duas investigadoras da Unidade de Investigação em Psicologia e Saúde, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), inquiriram 800 docentes portugueses e descobriram que 30% tinham níveis elevados de burnout (estado de esgotamento físico e mental provocado pela vida profissional).

Os resultados da investigação, que ainda não terminou, foram agora divulgados pela Federação Nacional de Educação (FNE), que sublinhou a “relação direta entre o elevado nível de burnout e os baixos níveis de satisfação no trabalho”.

As investigadoras do ISPA perceberam que a idade, o tipo de contrato, a experiência profissional e o tipo de ensino têm influência nos níveis de stress: os professores mais velhos têm níveis de burnout superiores assim como os que dão aulas no secundário.

“Os professores do ensino secundário apresentam valores mais elevados de stress, exaustão emocional e maior falta de reconhecimento profissional”, recorda a FNE, sublinhando que as mulheres também são mais afetadas.

No mesmo sentido, os docentes responsáveis por alunos com necessidades educativas especiais também sofrem mais de ansiedade, burnout e preocupações profissionais.

Turmas muitos grandes e com muitos alunos e estudantes mal comportados são duas das causas que provocam stress nos docentes, que se queixam dos baixos salários, das condições de trabalho precárias, da grande exigência de tarefas burocráticas, pressão de tempo para o desempenho das tarefas e as exigências na relação com alunos e pais.

Um outro estudo realizado pelo Sindicato de Professores da Zona Norte (SPZN) revelou uma elevada prevalência de problemas de voz.

37% dos professores têm uma perturbação vocal profissional, sendo que a grande maioria dos docentes (85%) nunca teve qualquer treino vocal durante o seu percurso profissional, segundo o rastreio de voz feito a 325 professores, educadores e formadores, realizado durante a Campanha Defende a Tua Voz, pelo SPZN.

A FNE lança esta semana uma campanha de saúde para alertar os profissionais da educação para o impacto do stress, dos problemas da voz e das lesões músculo-esqueléticas, com sessões de esclarecimento e debate que começam na sexta-feira, em Ponta Delgada, e vão prolongar-se nos próximos meses em várias cidades do país.

A Federação planeia ainda intervir junto do Governo, no sentido de verem criados mecanismos de proteção destes trabalhadores. Segundo a assessora da FNE, no final das sessões a federação pretende pressionar o governo para que o stress passe a ser considerado uma doença profissional.

Dia Nacional de Luta Contra a Dor
No âmbito da celebração do Dia Nacional de Luta contra a Dor, a zona ribeirinha de Belém vai receber no dia 14 de junho, às 10h...

Cerca de 2/3 da população sofreu de algum tipo de dor no último ano. Entre estes, a dor de costas é de longe o tipo de dor mais frequente. O impacto negativo na qualidade de vida de quem sofre de dores musculares e articulares, torna difícil a concretização de tarefas comuns do quotidiano, exigindo uma solução que privilegie um alívio eficaz e duradouro.

Nas formas mais graves, as doenças articulares podem evoluir de forma a impedir a execução das principais tarefas que o seu dia-a-dia exige. Conduzir, abrir frascos, garrafas de água, marcar um número de telefone, andar, subir e descer escadas, entre vários outros, tornam-se desafios de difícil superação, que limitam e confinam um doente a uma esfera de dor e ausência de movimento.

“A 1ª Corrida pela Alegria do Movimento, simbolicamente desenvolvida no Dia Nacional de Luta Contra a Dor, pretende ser um incentivo para a prática desportiva regular de forma alegre e saudável. Seja a correr ou simplesmente a caminhar, o importante é participar, pois parte de cada inscrição reverterá para a Operação Nariz Vermelho”, afirma Renato Póvoas, managing partner da Guess What.

As inscrições poderão ser realizadas em www.xistarca.pt ou por email [email protected], anexando o comprovativo de transferência bancária (nib: 0033 0000 0014 0578 4150 5). Mais informação em www.xistarca.pt ou pelo telefone 21 361 61 60.

Agência portuguesa representada em Londres
A Guess What está entre um grupo de 15 agências de comunicação de todo o mundo que se encontram em Londres, até sexta-feira, a...

O encontro anual da Global Health PR: Reaching New Heights, rede que o Departamento de Comunicação Em Saúde da empresa portuguesa integra, junta alguns dos maiores especialistas mundiais da área e realiza-se este ano em Inglaterra depois de reuniões na Austrália em 2014 e Portugal em 2013.

Jorge Azevedo, managing partner da Guess What, fará uma apresentação sobre o impacto do ciclo digital noticioso de 24 horas na comunicação em saúde, num evento marcado pelos temas do acesso às tecnologias inovadoras em saúde, do papel dos chamados third party groups na gestão da opinião pública, e quais as novas estratégias que a indústria farmacêutica poderá adotar no sentido de credibilizar a sua reputação perante os diferentes públicos-alvo.

O evento irá contar com a participação de David Gilbert, Diretor da InHealth Associates, uma network internacional de especialistas centrada no doente e na sua qualidade de vida; Sheela Upadhyaya membro do National Institute for Health and Care Excellence e Jenny Hope, jornalista médica do Daily Mail.

Para além de ações de networking, haverá a partilha de experiências e a apresentação de case studies por parte das diversas agências representadas, oriundas de todos os continentes e países como Austrália, Brasil, Índia, Alemanha, Polónia, Canadá, México EUA ou Singapura. 

Em Portugal
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto alertou para a necessidade de uniformizar o tratamento da trombose em Portugal...

O documento, considerado o “mais completo” manual de boas práticas no tratamento da trombose editado em Portugal, vai ser apresentado na sexta-feira no Centro de Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Coordenado por Armando Mansilha, cirurgião vascular e professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), o manual resulta do trabalho e ‘expertise’ de um grupo de peritos de diferentes especialidades (Cirurgia Vascular, Medicina Interna, Ginecologia, Oncologia e Imunohemoterapia) de diversas instituições hospitalares e de zonas do país.

O objetivo é “uniformizar procedimentos na abordagem terapêutica desta patologia, para proporcionar a todos os pacientes o melhor tratamento possível”, esclarece a Faculdade de Medicina do Porto.

O tromboembolismo venoso (TEV) é uma doença caracterizada pela formação de coágulos (trombos) nas veias, que compreende a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP).

Constitui a terceira causa mais comum de doença cardiovascular, logo após a síndrome coronária aguda e o acidente vascular cerebral. Atinge particularmente os pacientes hospitalizados, os doentes oncológicos e as grávidas e/ou puérperas com mais de 35 anos.

Na apresentação do documento serão também divulgados dados epidemiológicos sobre esta doença.

Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável
Livros novos, amigos novos, um quarto novo, uma cidade nova… e uns quilos a mais. A entrada na universidade é um momento de...

Foi a pensar nisso que o Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde criou as Linhas de Orientação para a Oferta Alimentar em Residências Universitárias.

“A ansiedade, o stress e o facto de muitos dos estudantes universitários estarem longe de casa e afastados das suas rotinas alimentares e de atividade física” são, segundo o documento, fatores que levam a um estilo de vida menos saudável e a um risco acrescido de problemas de saúde mais tarde na vida.

Pedro Graça, responsável pelo Programa, explicou ao jornal Público que nos Estados Unidos existem vários estudos sobre o fenómeno genericamente conhecido como Freshman 15 (o número indica o peso que é ganho nesse primeiro ano em libras, e que corresponderá a 5 ou 6 quilos). Em Portugal não existe um estudo específico sobre a população universitária, mas os dados disponíveis sobre pré-obesidade e obesidade mostram que “houve um aumento [de ambas] na faixa etária dos 18 aos 24, entre 1998/9 e 2005/6”.

Por outro lado, ainda segundo o documento, há estudos que sugerem que “os hábitos alimentares dos estudantes do ensino superior são desequilibrados com consumos elevados de carne, gordura, cereais, bolachas, alimentos de tipo fast-food e ricos em açúcar, não atingindo as recomendações no que diz respeito aos produtos lácteos, pescado, fruta, hortícolas e leguminosas”.

As residências universitárias constituem, afirma Pedro Graça, espaços ideais para se começar a atacar este problema. “Os estudantes universitários são pessoas que estão a ter uma formação na qual a sociedade investe muito dinheiro. Deveriam ser preparados também para preservar a sua saúde.” Lamenta por isso que a preocupação com a alimentação “não seja tida em conta na política estratégica das universidades”.

E que propostas apresenta este documento? Trata-se de uma estratégia com várias áreas de intervenção. Em primeiro lugar, sensibilizar e alertar os estudantes, através de campanhas (eventualmente online para maior eficácia), para estas questões. Mas também ajudá-los a adquirir “competências culinárias básicas”.

Uma boa forma de o fazer é através de workshops. Pedro Graça cita o exemplo dos que são organizados pela Faculdade de Ciências da Alimentação e Nutrição da Universidade do Porto, “que têm despertado muito interesse dos estudantes, sendo que os de cozinha vegetariana, por exemplo, têm sempre sala cheia”. Também os alunos estrangeiros demonstram vontade de aprender mais sobre cozinha portuguesa, o que, diz o responsável, representa uma oportunidade que deve ser aproveitada, eventualmente com colaborações com as Escolas de Hotelaria para a organização de iniciativas.  

Outro fator importante é garantir a existência nas residências universitárias de “locais que permitam a confeção de refeições, bem como o seu consumo”. Preparar refeições e tomá-las em conjunto ajuda a ter um padrão alimentar mais saudável, sublinha o documento, que refere também a necessidade de haver espaços de armazenamento, frigoríficos e outros equipamentos.

Propõe-se também que as residências universitárias regulem a venda de alimentos quer nas máquinas de venda automática quer nos bares ou outros serviços concessionados que possam existir, não disponibilizando snacks hipercalóricos e promovendo alimentos saudáveis, como fruta, lacticínios, cereais simples e muita água. 

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Congresso, dia 15 de maio, no âmbito do projeto “REforma ATIVA - Estudo de um programa promotor de um envelhecimento saudável”,...

As mais recentes perspetivas do processo de envelhecimento, com destaque para a situação em Portugal, a forma de encarar esta transformação humana de modo ativo e saudável, bem como a visão psicológica que lhe surge associada, são alguns dos temas que estarão em análise, depois de amanhã (dia 15 de maio), no Congresso REATIVA, promovido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), no Polo A da instituição (Avenida Bissaya Barreto, em Celas).

O Congresso, organizado no âmbito do projeto “REforma ATIVA - Estudo de um programa promotor de um envelhecimento saudável”, registado e financiando pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (PTDC/MHC -PSC/4846/2012), visa, ainda, divulgar as principais evidências resultantes da implementação deste trabalho, apresentando guidelines (orientações) de promoção da saúde, dirigidas a indivíduos e famílias em transição para a reforma, que deverão ser postas em prática no contexto dos cuidados de saúde primários.

De acordo com a equipa multidisciplinar de investigadores do projeto, coordenado pela professora da ESEnfC, Helena Loureiro, pretende-se ainda que os «resultados deste programa venham a ser implementados nos contextos laborais (por exemplo, na sensibilização para a preparação para a reforma), nos contextos pedagógicos (inclusão desta temática nos curricula dos cursos graduados e pós-graduados), nos contextos de saúde (contributos que orientarão a Direção-Geral da Saúde na construção de um plano de promoção da saúde dirigido a indivíduos e famílias na meia-idade) e noutros contextos, de que poderão ser exemplo as instituições da rede social que venham a usufruir deste conhecimento, os sindicatos ou associações de trabalhadores aposentados».

O projeto “REforma ATIVA”, proposto pela ESEnfC e pela sua Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), procurou “identificar as dificuldades sentidas pelos indivíduos e famílias durante o processo de adaptação à reforma, capacitando-os para melhor darem resposta às situações de vulnerabilidade, e construir um programa de intervenção em saúde para esta população”.

Neste projeto colaboram investigadores de áreas como a Psicologia, a Sociologia, a Medicina e a Enfermagem (da ESEnfC, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, da Universidade Católica/Porto, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra), a Administração Regional de Saúde do Centro e o Grupo de Estudos em Enfermagem e Família da Universidade de São Paulo (Brasil).

Informações sobre o Congresso podem ser obtidas no sítio do evento na Internet, em www.esenfc.pt/event/reativa2015.

Agência Portuguesa do Ambiente
A qualidade do ar em Portugal continental pode ser hoje afetada devido a uma massa de ar proveniente do norte de África que...

Na informação publicada na página oficial da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) na Internet, aquele organismo avança que durante o dia de hoje "é previsível" que o território nacional seja influenciado por uma massa de ar com origem no norte de África “transportando na circulação partículas e poeiras em suspensão”.

De acordo com a APA, este “fenómeno natural” poderá “afetar a qualidade do ar ambiente, estimando-se que possa contribuir para um aumento das concentrações de partículas em suspensão”, nas regiões de Portugal continental.

A mesma informação acrescenta que a análise comparativa dos modelos de prognóstico de dispersão e transporte de poeiras indica que o fenómeno poderá manter-se na quinta-feira.

O transporte de longa distância de partículas com origem natural, em zonas áridas do norte de África, como é o caso dos desertos do Sahara e Sahel, pode causar elevados níveis de partículas em suspensão.

Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente, estes fenómenos são mais frequentes nos períodos de primavera e verão em Portugal e nos países mediterrânicos.

Temperaturas máximas elevadas
Os distritos de Portalegre, Évora e Beja estão hoje sob aviso amarelo, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, devido à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os distritos de Portalegre, Évora e Beja estão sob aviso amarelo desde as 06:00 e até às 23:59 de hoje devido à persistência de valores elevados das temperaturas máximas.

O aviso amarelo, o terceiro mais grave de uma escala de quatro, é emitido pelo IPMA quando há risco para determinadas atividades que dependem do estado do tempo.

De acordo com o IPMA, a temperatura máxima pode atingir hoje um valor recorde em Portugal para o mês de maio, a confirmarem-se os 40 graus Celsius previstos para Beja pela meteorologia.

O aumento da temperatura, máxima, generalizado no continente desde o fim de semana passado, deve-se a uma massa de ar quente e seca transportada do Norte de África e do Interior da Europa, esclareceu hoje à agência Lusa meteorologista do IPMA Madalena Rodrigues.

No entanto, a partir de hoje, nas regiões do Litoral Norte e Centro, o termómetro poderá descer 3ºC a 5ºC devido à influência de ar marítimo, que leva ao aumento da humidade.

Segundo as previsões, a temperatura máxima deverá voltar a subir no sábado, para valores da ordem dos 30ºC nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Alentejo, disse a mesma meteorologista.

O IPMA prevê para hoje no continente céu geralmente muito nublado, com nuvens altas, apresentando-se pouco nublado na região sul e aumentando gradualmente de nebulosidade no litoral norte e centro a partir do final da tarde.

A previsão aponta ainda vento fraco, soprando fraco a moderado de noroeste no litoral oeste a sul do cabo Mondego durante a tarde, possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral a norte do cabo Raso.

O IPMA prevê ainda uma pequena subida da temperatura mínima e descida da máxima nas regiões do litoral norte e centro.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 18 e os 33 graus Celsius, no Porto entre 17 e 21, em Bragança entre 14 e 29, em Viseu entre 16 e 27, em Castelo Branco entre 18 e 34, na Guarda entre 17 e 29, em Portalegre entre 21 e 37, em Évora entre 14 e 37, em Beja entre 17 e 41, em Faro entre 20 e 29, em Coimbra entre 15 e 28 e em Santarém entre 14 e 34.

Em catorze regiões do país
Catorze regiões do país apresentam hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, informou o Instituto Português...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Beja, Bragança, Évora, Faro, Guarda, Lisboa, Penhas Douradas, Portalegre, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real e Santa Cruz das Flores, nos Açores, estão hoje com risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV).

O IPMA adiantou ainda que as regiões de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Funchal, Leiria, Porto, Horta, Porto Santo e Viseu apresentam hoje níveis altos de exposição à radiação UV.

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

O IPMA prevê para hoje no continente céu geralmente muito nublado por nuvens altas, apresentando-se pouco nublado na região sul e aumentando gradualmente de nebulosidade no litoral norte e centro a partir do final da tarde.

A previsão aponta ainda vento fraco, soprando fraco a moderado de noroeste no litoral oeste a sul do cabo Mondego durante a tarde, possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral a norte do cabo Raso.

O IPMA prevê ainda uma pequena subida da temperatura mínima e descida da máxima nas regiões do litoral norte e centro.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 18 e os 33 graus Celsius, no Porto entre 17 e 21, em Bragança entre 14 e 29, em Viseu entre 16 e 27, em Castelo Branco entre 18 e 34, na Guarda entre 17 e 29, em Portalegre entre 21 e 37, em Évora entre 14 e 37, em Beja entre 17 e 41, em Faro entre 20 e 29, em Coimbra entre 15 e 28 e em Santarém entre 14 e 34.

ARS Alentejo
A Administração Regional de Saúde do Alentejo emitiu um alerta à população por previsão de temperaturas elevadas para os...

Em comunicado publicado nas páginas da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Administração Regional de Saúde (ARS) Alentejo, as duas entidades alertam para a previsão de temperaturas máximas elevadas para hoje, com valores acima da média para a época do ano.

Por isso, a DGS e a ARS Alentejo aconselham a população a tomar cuidados de prevenção e proteção tendo em conta os possíveis efeitos para a saúde, com “particular atenção e vigilância aos grupos populacionais mais vulneráveis como crianças, idosos, pessoas portadoras de patologias crónicas e trabalhadores que exerçam atividades ao ar livre”.

No comunicado, as duas entidades recomendam o aumento de ingestão de água ou sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar, o uso de roupa larga, leve e fresca, óculos com proteção e chapéu de abas largas, moderação na exposição direta ao sol entre as 11:00 e as 17:00 e o uso de protetor solar com fator igual ou superior a 30.

A DGS recomenda também que se evite a exposição ao sol de crianças com menos de 3 anos, reforçar a vigilância de idosos e doentes crónicos que vivam sozinhos e moderar as atividades ao ar livre que exijam esforços físicos, especialmente desportivas e de lazer.

“Os portadores de doenças crónicas, devem seguir os conselhos do seu médico assistente para períodos de calor intenso e os trabalhadores que exerçam atividades ao ar livre devem proteger-se com vestuário adequado e fazer uma boa hidratação”, recomendam ainda a DGS e a ARS Alentejo.

Os distritos de Portalegre, Évora e Beja estão hoje sob aviso amarelo (entre as 06:00 e as 23:59 de hoje) devido à previsão de persistências de valores elevados da temperatura máxima.

A temperatura máxima pode atingir hoje um valor recorde em Portugal para o mês de maio, a confirmarem-se os 40 graus Celsius previstos para Beja pela meteorologia.

O aumento da temperatura, máxima, generalizado no continente desde o fim de semana passado, deve-se a uma massa de ar quente e seca transportada do Norte de África e do Interior da Europa, esclareceu a meteorologista do IPMA Madalena Rodrigues.

Em 2014
A despesa do Serviço Nacional de Saúde com medicamentos vendidos em ambulatório cresceu 0,9% em 2014, totalizando 1.170 milhões...

Segundo a Monitorização mensal do consumo de medicamentos no ambulatório do Serviço Nacional de Saúde (SNS), este aumento deveu-se à “introdução dos valores dos subsistemas públicos no SNS”.

Sem a despesa com estes subsistemas, a despesa do SNS diminuiu 0,2%, lê-se no documento.

“Outro fator que explica o aumento dos encargos do SNS e dos utentes em valor absoluto foi o aumento do número de embalagens dispensadas, que atingiu em 2014 os 153 milhões, mais 2,6% que em 2013”.

De acordo com o Infarmed, “o encargo médio do utente por embalagem diminuiu 0,6%, sendo de 4,59 euros em 2014”.

Neste período, os grupos terapêuticos com maior peso na despesa do SNS foram os antidiabéticos orais (13,7%) e os anti-hipertensores com ação no eixo renina angiotensina (10,2%).

O Infarmed sublinha “o contínuo aumento da quota de medicamentos genéricos no SNS”, com a quota a atingir os 46,5% (44,7% em 2013).

O ano de 2014 terminou com uma quota de 47% em dezembro, “a mais elevada registada até à data”.

Em 2014
O Estado gastou menos dinheiro com os medicamentos administrados nos hospitais públicos, apesar de o consumo ter aumentado 0,4%...

De acordo com o relatório do Infarmed sobre o “Consumo de Medicamentos em Meio Hospitalar”, o encargo para o Estado com os medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi de 959 milhões de euros em 2014.

Neste período, a despesa diminuiu 1,6 por cento, face a 2013, tendo o consumo aumentado 0,4%: 233 milhões de unidades consumidas.

Segundo o documento, o ambulatório hospitalar - consulta externa, hospital de dia e cirurgia de ambulatório - continua a ser a área de prestação com maior peso no total da despesa.

Nesta área, os encargos mantiveram-se “estáveis face a 2013 e totalizaram 740 milhões de euros” (77% da despesa total).

Os autores do documento destacam, pelo peso que têm na despesa, os grupos terapêuticos dos imunomoduladores (251 milhões de euros), os antivíricos (218 milhões de euros) e os citotóxicos (101 milhões de euros).

O relatório refere que 15 das 46 unidades do SNS representam aproximadamente 80% da despesa com medicamentos, com o Centro Hospitalar de Lisboa Norte a liderar estas instituições mais gastadoras: 127.940.229 euros.

Seguem-se o Centro Hospitalar de Lisboa Central (100.474.581 euros) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (97.968.406 euros).

Ainda assim, oito destes 15 hospitais baixaram a despesa com medicamentos, entre os quais os mais gastadores: Centro Hospitalar de Lisboa Norte (-6,4%), Centro Hospitalar de Lisboa Central (-6,4%) e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (1,7%).

De acordo com esta monitorização, “os hospitais que mais contribuíram para o decréscimo” da despesa foram o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

Relativamente aos medicamentos abrangidos por regimes especiais de comparticipação de cedência em farmácia hospitalar, a despesa foi de 340 milhões de euros (-3,8% face a 2013).

Nesta rúbrica, “os medicamentos para a infeção por VIH/Sida e os medicamentos para a artrite reumatoide assumem especial preponderância com um peso de 85% na despesa com este grupo de medicamentos”.

O tratamento do VIH/Sida totalizou uma despesa de 204.443.162 euros e com a hepatite C foram gastos, nestes regimes, 8.380.113 euros.

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