Infarmed
O fumarato de dimetilo (também conhecido por BG-12 durante os ensaios clínicos), um tratamento oral de primeira linha da Biogen...

Esta é a quarta terapêutica que a Biogen disponibiliza para pessoas com Esclerose Múltipla (EM). Na UE o medicamento encontra-se aprovado desde janeiro de 2014, e nos EUA está disponível desde março de 2013.

Na opinião de João de Sá, neurologista e especialista no tratamento da EM, “este fármaco inovador alia eficácia a um bom perfil de segurança e de tolerabilidade, bem como apresenta a comodidade da via de administração oral. Tem assim condições para ser um medicamento de primeira linha altamente útil que vem enriquecer o armentário terapêutico da Esclerose Múltipla Surto Remissão (EMSR)”.

Jorge Ferreira Pereira, presidente da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) afirma que “este é um medicamento cuja comparticipação aguardamos com bastante expectativa desde o ano passado, pois sabemos que é um medicamento que pode trazer muita qualidade de vida aos portadores de EM portugueses. Sabemos pela experiência já adquirida nos EUA e noutros países europeus que é um medicamento eficaz e com bom perfil de segurança. A administração oral é uma excelente notícia para todos os doentes que tinham alguma resistência dos tratamentos injetáveis pela intolerância à injeção.”

15 de maio - Dia Mundial de Consciencialização para a Esclerose Tuberosa
Para assinalar o Dia Mundial de Consciencialização para a Esclerose Tuberosa, 15 de maio, a Associação de Esclerose Tuberosa em...

Nesta campanha participam diversas figuras públicas para chamar a atenção para esta problemática. Ricardo Baptista Leite, deputado, Ana Garcia Martins, blogger, Eduardo Beautê, cabeleireiro, Pedro Fernandes, apresentador, Lena D'água, cantora, são alguns dos nomes que aceitaram dar a cara por esta iniciativa.

O mote da campanha, “é mais fácil apoiar do que pronunciar”, pretende chamar a atenção de todos para o nome da Doença – Esclerose Tuberosa – dando importância à mesma e tornando-a conhecida de todos, num claro pedido de apoio a toda a comunidade Portuguesa. Esta é uma doença cujo diagnóstico é complexo, e exige o compromisso das autoridades de saúde para proporcionar aos doentes portugueses a oportunidade de terem acesso aos cuidados de saúde e tratamento que estão definidos nas orientações clínicas internacionais.

Por a Esclerose Tuberosa ser uma doença rara, sem cura anunciada, que afeta quase todos os órgãos vitais, não se conhecendo com exatidão quantas pessoas sofrem desta patologia em Portugal, a Escola Nacional de Saúde Pública/Universidade Nova de Lisboa estabeleceu uma parceria com a Associação de Esclerose Tuberosa em Portugal (AETN), no sentido de efetuar um Estudo Epidemiológico sobre a Esclerose Tuberosa em Portugal – esTUpt. Através deste estudo, passarão a ser conhecidos o número de casos existentes da doença em Portugal, e a sua distribuição pelo país, sendo assim possível focalizar a atenção de recursos para promover um melhor acompanhamento dos doentes desta patologia.

Estima-se que existam 1.600 casos de Esclerose Tuberosa em Portugal e, para a AETN é urgente colmatar a falta de informação, de apoio, e integração social destes doentes, assim como, de tratamento clínico adequado. A celebração Dia Mundial de Consciencialização para a Esclerose Tuberosa tem também como objetivo alertar profissionais de saúde, governo e indústria para estas necessidades.

Mais informações em www.esclerosetuberosa.org.pt

Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
Adelaide Alves esteve, no início de abril, dois dias sem sair de casa, com as janelas fechadas, devido à elevada concentração...

A reformada, de 82 anos, confessou que a doença respiratória, diagnosticada há mais de duas décadas, lhe causa transtorno, impossibilitando-a de se deslocar à rua nos dias mais secos e ventosos.

Adelaide Alves faz parte do universo de 20 a 30% da população portuguesa que sofre de rinite alérgica, doença alérgica mais comum no país, segundo Elisa Pedro, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).

Em declarações, Elisa Pedro revelou que a prevalência deste tipo de alergia tem vindo a aumentar nas últimas décadas, uma situação justificada pela poluição atmosférica e mudanças no estilo de vida.

“Sabe-se que a poluição urbana altera a estrutura dos pólenes, facilitando a sua entrada nas vias aéreas e tornando-os mais alergénicos”, afirmou a médica, que também é chefe do serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte - Hospital de Santa Maria.

O problema de Adelaide Alves piora durante a primavera, altura em que se verifica uma maior concentração de pólenes, principais fatores que contribuem para o aparecimento de alergias respiratórias sazonais.

“A primavera é pior por causa das flores das ervas, dos pinheiros, dos eucaliptos, de toda a flor. E, no pino do verão, por causa do pó que está no ar e do fumo dos incêndios”, admite a reformada, que vive em Ferreira do Zêzere, Santarém.

Ao contrário de Adelaide Alves, José Mendes apenas sente os efeitos da rinite alérgica na época primaveril.

“Isto acontece durante os meses de maio e junho e a partir daí não tenho mais problemas”, disse o reformado, de 65 anos.

A doença, diagnosticada há cerca de 40 anos, também lhe causa transtorno, embora nunca o tenha obrigado a estar fechado em casa durante vários dias.

“Nunca faltei ao emprego por causa disto. Tinha que sair à rua para ir trabalhar e acabava por estar em contacto com esses pólenes. Não podia estar durante os meses de maio e junho enfiado em casa”, confessou José Mendes, salientando que o problema tem vindo a melhorar “significativamente” nos últimos anos.

De acordo com a vice-presidente da SPAIC, a rinite alérgica, apesar de não ser uma doença grave, “pode influenciar bastante a qualidade de vida dos doentes com interferência no rendimento escolar e laboral”.

A alergia aos pólenes manifesta-se ainda através de asma (respiração), conjuntivite (olhos) e eczemas (pele). Cerca de 40% dos doentes com rinite alérgica têm também asma, enquanto 18% conjuntivite, segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

Nem Adelaide Alves nem José Mendes estão incluídos na classe etária mais afetada. Segundo revelou à Lusa Carlos Nunes, diretor do Centro de Imunoalergologia do Algarve, os adultos, entre os 20 e os 50 anos, são os mais atingidos.

A rinite alérgica é uma patologia inflamatória crónica, que se caracteriza por espirros, obstrução nasal, pingo no nariz e comichão.

Quanto a tratamentos, Carlos Nunes destaca os anti-histamínicos via oral e anti-inflamatórios nasais, sublinhando ainda a “aplicação de vacinas anti-alérgicas”.

Como forma de minimizar o problema, os dois médicos imunoalergologistas aconselham a população a evitar atividades ao ar livre e manter as janelas das habitações e veículos fechadas quando a concentração de pólenes for elevada, assim como estar atento ao Boletim Polínico divulgado semanalmente pela Rede Portuguesa de Aerobiologia durante a primavera.

Estudo
A grande maioria dos 1.681 enfermeiros oncologistas que trabalham em Portugal estão nos Institutos Portugueses de Oncologia,...

Promovido pela Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), este estudo revela que existem 1.681 enfermeiros oncologistas nos 60 hospitais públicos e privados consultados para esta pesquisa.

Destes profissionais, 1.183 trabalham nos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO): 561 em Lisboa, 185 em Coimbra e 437 em Lisboa. Nos restantes hospitais trabalham 498 enfermeiros oncologistas.

O estudo refere que 776 enfermeiros oncologistas (46,9%) têm menos de 10 anos de atividade, 623 (37,7%) entre 10 e 20 anos de atividade e 257 (15,5%) mais de 20 anos.

De acordo com o estudo, “o maior número de profissionais desenvolve a sua atividade nas unidades clínicas, principalmente na oncologia médica, hospital de dia e quimioterapia”.

A principal atividade dos enfermeiros oncologistas desenvolve-se nos serviços de oncologia médica (537 profissionais), seguindo-se o hospital de dia (465), de quimioterapia (404), cirurgia (301), hematologia (287), pneumologia (268), cuidados paliativos (200), cuidados intensivos (97) e radioterapia (83).

Por unidades clínicas, os enfermeiros oncologistas estão distribuídos pela ginecologia (79), urologia (39), dermatologia (oito), imunohemoterapia (sete), consulta da dor (seis), radiologia (quatro), risco familiar (três) e medicina pós-operatória (um).

Nas consultas externas, os enfermeiros oncologistas distribuem-se pelos serviços de todos os tumores (164), digestivo (114), paliativos (76), Otorrinolaringologia (70), pulmão (42), hemato-oncologia (40), mama (40), urologia (39), urgência oncológica (35), transplante de medula óssea (30), consulta da dor (nove), endocrinologia (seis) e radiologia (cinco).

Em declarações, o vice-presidente da Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP), Jorge Freitas, sublinhou a importância deste levantamento que “permite, pela primeira vez, traçar um retrato da profissão”.

“Agora sabemos quantos somos e onde estamos e ficámos com um retrato fidedigno” da enfermagem oncológica, adiantou.

Sobre as características desta profissão, Jorge Freitas afirmou que o trabalho do enfermeiro oncológico tem duas vertentes: “Uma parte técnica e uma outra, tantas vezes minimizada, de orientação dos doentes e da família, para os doentes poderem viver com a sua doença com a maior qualidade de vida possível, papel humano, de orientação”.

Jorge Freitas reconhece que existe uma procura dos hospitais privados por estes profissionais, uma vez que estes “estão a crescer e alguns a iniciar o seu trabalho na área da oncologia”.

“Os privados vão buscar enfermeiros com experiência adquirida no público”, disse.

Autoridade da Concorrência
A Luz Saúde notificou a Autoridade da Concorrência da intenção de ficar com o controlo exclusivo da Casa de Saúde de Guimarães,...

O aviso da Autoridade da Concorrência (AdC) foi hoje publicado na imprensa, dando conta que a notificação foi recebida na passada sexta-feira.

A Luz Saúde, antiga Espírito Santo Saúde, é uma empresa detida pelo grupo chinês Fosun, através da Fidelidade, e a Clihotel de Gaia é uma entidade de cuidados de saúde geriátricos (acompanhamento de pessoas idosas), uma das unidades da Casa de Saúde de Guimarães, sendo o Hospital Privado de Guimarães a maior entidade do grupo.

Média europeia além de 30%
Apenas 8% dos doentes portugueses com enfarte têm acesso a programas de reabilitação cardíaca, importantes para reduzir a...

As desigualdades na saúde cardiovascular nos países europeus são precisamente o tema central de um congresso que junta a partir de hoje em Lisboa cerca de 1.500 especialistas de vários países.

Em entrevista, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Miguel Mendes, explicou que Portugal está, ao nível da mortalidade cardiovascular, “a meio da tabela” entre os países europeus.

Os países mais ricos são os que têm melhores resultados em termos de sobrevivência, os da bacia mediterrânea gozam de uma certa proteção pelo estilo de vida e dieta, enquanto os países da Europa de Leste apresentam a mortalidade mais elevada.

Relativamente a Portugal, a mortalidade cardiovascular tem-se reduzido nos últimos anos, embora o cardiologista sublinhe que só há estatísticas conhecidas até 2012.

Apesar desta redução da mortalidade ser positiva, Miguel Mendes considera que o país ainda precisa de se organizar melhor para “dar respostas mais corretas”, sendo também necessário melhorar a educação da população quanto à doença cardiovascular e à correta forma de entrada no sistema – que deve ser feita através do 112 e não por deslocação por meios próprios às urgências.

Quanto ao que é necessário melhorar no sistema de saúde, o presidente da Sociedade de Cardiologia defende uma aposta na reabilitação cardíaca, só cumprida em Portugal por 8% dos doentes, quando há países europeus que chegam a atingir os 90%.

“O tratamento do enfarte agudo do miocárdio é, de facto, muito importante nas primeiras horas e aqui os serviços estão relativamente organizados e temos um sistema que funciona bastante bem. No internamento temos respostas boas. À saída do internamento é que já não estamos em padrões europeus, que tem a ver com a reabilitação cardíaca, um programa de acompanhamento e educação dos doentes”, afirmou Miguel Mendes.

A reabilitação cardíaca permite reduzir a mortalidade em cerca de 25%, dado que no primeiro ano após um enfarte tratado há ainda risco de problemas ou complicações.

A reabilitação é um programa de dois a três meses que integra exercício físico e educação do doente e da família em relação aos fatores de risco: como controlo do stress, alimentação, eventual adaptação da vida profissional ou retoma da atividade sexual.

No Serviço Nacional de Saúde, apenas existem programas de reabilitação cardíaca nos grandes hospitais do Porto, em Faro e um outro de dimensão reduzida no hospital de Santa Marta, em Lisboa.

“Precisamos de montar uma resposta, sobretudo na zona sul do país”, refere Miguel Mendes, embora reconheça que no Minho e na zona das Beiras não há também qualquer resposta hospitalar ao nível da reabilitação.

Os cerca de 1.500 especialistas que estão reunidos até sábado em Lisboa, no encontro promovido pela Associação Europeia de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular, vão debater instrumentos para reduzir a incidência da doença cardiovascular, que ainda é a principal causa de morte no mundo Ocidental, bem como discutir estratégias para fomentar na população um estilo de vida saudável e formas de cada país reduzir os fatores de risco para a doença coronária.

Investigação
O "Blue Stain" permite aos dentistas um diagnóstico precoce quase imediato, avaliando se determinada lesão tem risco...

Uma jovem investigadora de Castelo de Paiva desenvolveu um novo método de diagnóstico do cancro oral, a partir da colheita de células. Esta inovação que já recebeu dois prémios e está a ser avaliada pelo Infarmed para comercialização, revela a RR.

O "Blue Stain" permite aos dentistas um diagnóstico precoce quase imediato, avaliando se determinada lesão tem risco de evoluir para cancro, explicou Paula Melo, de 29 anos.

A investigadora licenciada em anatomia patológica e a fazer o doutoramento em patologia e genética molecular na Universidade do Porto frisou que a nova técnica é muito menos invasiva e mais rápida para os doentes do que os métodos atuais baseados em biópsias.

"Além da rapidez não é necessário pessoal técnico para processar a amostra", explicou.

O desenvolvimento tecnológico foi premiado em 2014 pela Associação Nacional de Jovens Empresários. Mais recentemente, foi distinguido, em Coimbra, com o prémio "Arrisca C", de 22.500 euros, um concurso que reconhece os projectos inovadores na perspectiva de negócio.

Para Paula Melo, os dois prémios são o corolário do trabalho que tem desenvolvido em colaboração com o médico-dentista Fernando Ferreira.

"É a prova de que se trata de um projecto credível e que tem despertado grande interesse da comunidade científica", comentou.

Se a avaliação do “Blue Stain” for positiva por parte do Infarmed, a investigadora espera que o dispositivo médico possa ser colocado, em breve, nos mercados nacional e internacional.

Acrescentou que o método tem despertado grande interesse na comunidade científica, com um investimento de investigadores privados, já concretizado, superior a 200 mil euros.

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro dispõe de cirurgia vascular e radiologia de intervenção, novas...

Joana Ferreira e Pedro Sousa vieram do litoral norte trabalhar no centro hospitalar, com sede em Vila Real, onde estão a desenvolver serviços que disponibilizam agora terapêuticas que eram, até então, apenas realizadas nos hospitais centrais do Porto.

Médica de cirurgia vascular, Joana Ferreira afirmou que o diagnóstico para a maioria dos doentes desta especialidade é feito agora no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), onde também já é possível realizar algumas intervenções.

Ali fazem-se os acessos vasculares e tratamentos endovasculares, enquanto, para cirurgias diferenciadas os pacientes têm que continuar a ir aos hospitais do Porto.

“No ano passado fizemos cerca de 200 intervenções”, salientou a clínica.

Os ganhos são significativos já que se evitam deslocações entre uma população que é muito idosa, poupam-se despesas, e como o diagnóstico é feito no centro hospitalar, o tratamento dos pacientes no litoral é mais rápido.

Como é a única médica desta especialidade em Trás-os-Montes, Joana Ferreira articula-se diretamente com os centros de saúde da região, bem como a Unidade de Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE), no distrito de Bragança.

“Algumas patologias não podem esperar, têm de ser vistas o mais rapidamente possível. E a forma mais fácil é ligarem-me e combinarmos uma hora. O objetivo é dar resposta às patologias mais urgentes”, salientou.

Nesta região a doença mais prevalente e grave é a arterial periférica, que pode levar a amputações se os pacientes ficarem com falta de sangue nos membros inferiores.

“E são esses doentes que são prioritários na cirurgia vascular”, frisou.

Os fatores de risco desta doença são a diabetes, o tabagismo e a idade, aquele que é preponderante neste território envelhecido.

Joana Ferreira ambiciona, no entanto, que todos os doentes possam ser tratados na região e, para isso, diz que são necessários mais médicos da especialidade, anestesistas e ainda mais equipamento, nomeadamente um angiógrafo, um aparelho que melhora a qualidade da imagem e ajuda numa maior rapidez nos procedimentos.

A reivindicação deste equipamento é também feita por Pedro Sousa, que veio para Vila Real desenvolver a área da radiologia de intervenção.

Segundo o especialista, cerca de 90 a 95% dos procedimentos já são feitos no centro hospitalar, desde as biopsias de tiroide e fígado ao TIPSS (transjugular intra-hepatic portosystemic shunt), usado para tratar casos de hipertensão portal.

Outras situações, como as embolizações, requerem o uso do angiógrafo, pelo que, para a realização deste procedimento, os pacientes têm que viajar até aos hospitais centrais do Porto.

“É um equipamento que é necessário para o centro hospitalar crescer”, frisou.

O angiógrafo representa cerca um milhão de euros de investimento.

A CHTMAD agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego, unidades por onde esta equipa se desloca semanalmente e onde Joana Ferreira e Pedro Sousa dizem que querem continuar a desenvolver estas especialidades.

No início desta semana, o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, Vila denunciou uma “sangria de médicos” deste centro hospitalar, que diz que perdeu 10 clínicos em cerca de três meses.

Segundo o autarca socialista, do CHTMAD saíram seis anestesistas e também um neurologista, urologista, um dermatologista e um otorrinolaringologista.

Especialista alerta
A tiróide é responsável pela produção de hormonas que regulam o organismo e desempenha um papel muito importante no bem-estar...

Quando a tiroide aumenta excessivamente a sua produção, estamos perante uma situação de hipertiroidismo, que pode manifestar-se por mais batimentos cardíacos, tremores, transpiração abundante, mais calor, cansaço marcado, emagrecimento e maior número de dejeções, escreve o Diário Digital.

Por outro lado, sintomas como cansaço, lentificação global, obstipação, rouquidão, pele seca, cabelo quebradiço, podem relacionar-se com a diminuição da produção de hormonas tiroideias, constituindo o quadro de hipotiroidismo.

De acordo com Isabel Torres, endocrinologista do Hospital Lusíadas Porto, são as mulheres as mais afetadas pelas perturbações do funcionamento da tiroide, o que exige especial atenção no momento de engravidar. “A estabilidade desta função é especialmente importante na mulher grávida ou na mulher que tenciona engravidar, já que as perturbações da tiroide influenciam o bom desenvolvimento do feto”.

“Uma análise ao sangue permite avaliar a quantidade de hormonas produzidas pela tiroide, auxiliando o médico no diagnóstico e na definição do melhor tratamento a seguir”, explica a especialista, salientando que “a tiroide pode ainda sofrer alterações na sua forma, apresentando-se aumentada, com uma estrutura irregular ou com nódulos, sendo a ecografia um exame particularmente útil nestas situações”.

E acrescenta: “Este mesmo exame permite a deteção e avaliação das caraterísticas dos nódulos, assim como o seu seguimento; alguns nódulos têm indicação para biópsia, o que nos esclarece sobre a sua natureza e eventual necessidade de cirurgia, no caso de malignidade”.

A função reguladora da tiroide é fundamental para o correto funcionamento de inúmeras funções biológicas e, por este motivo, qualquer desequilíbrio deve ser analisado e tratado.

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento publicou uma lista de substâncias ativas e de publicações abrangidas pelo novo serviço de...

A literatura médica é uma fonte de informação importante sobre suspeitas de reações adversas a medicamentos, pelo que a legislação europeia de farmacovigilância atribuiu à Agência Europeia do Medicamento (EMA) a responsabilidade de:

  • Monitorizar a literatura médica para as substâncias ativas definidas na lista;
  • Proceder ao carregamento de casos de reações adversas identificados no EudraVigilance (sistema de recolha e gestão de reações adversas ocorridas na União Europeia).

Esta iniciativa visa melhorar a monitorização de segurança dos medicamentos pelo reforço da qualidade e consistência dos dados notificados no EudraVigilance e é um serviço fornecido à indústria farmacêutica, uma vez que, para as substâncias ativas e literatura analisadas pela EMA, os titulares de autorização de introdução no mercado (AIM) não terão de incluir a informação das suspeitas de reações adversas no EudraVigilance.

Os casos individuais de suspeitas de reações adversas encontrados na literatura serão disponibilizados aos titulares de AIM, para que possam ser incluídos nas suas bases de dados, o que permitirá cumprir as obrigações de notificação fora do Espaço Económico Europeu.

A partir de 1 de julho de 2015, o serviço irá abranger os 50 grupos de substâncias ativas descritos em http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Other/2015/05/WC500186735.xlsx (identificados de ID1 a ID50).

Os titulares de AIM dos medicamentos que contenham estas substâncias ativas deverão adaptar os seus processos até esse dia. As restantes substâncias ativas listadas, incluindo as substâncias ativas à base de plantas, irão ser incluídas neste serviço até setembro de 2015.

A EMA irá enviar informação das atualizações deste serviço às pessoas qualificadas responsáveis pela farmacovigilância, assim como às associações da indústria farmacêutica.

No site da EMA, em European Medicines Agency - Pharmacovigilance - Monitoring of medical literature and entry of adverse reaction reports into EudraVigilance, será disponibilizado um guia, um vídeo de treino e um documento a detalhar os critérios de inclusão e exclusão da revisão da literatura.

O ponto de contacto da EMA para esclarecimento de questões é: [email protected].

Infarmed
O Estado e as famílias portugueses viram a sua despesa com medicamentos diminuir em 2014, apesar de terem sido comercializadas...

A quota de genéricos registou novo crescimento, tendo atingido os 44,7% do mercado total e 63,5% do mercado concorrencial, aquele em que as substâncias ativas têm, de facto, genéricos em comercialização.

No Mercado Ambulatório, verificou-se um aumento na despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 0,9% face a 2013, tendo o Estado gasto 1.170 M€ com medicamentos no ano de 2014. Este aumento é justificado pela introdução dos valores dos subsistemas públicos no SNS, pois se retirarmos os valores dos subsistemas a despesa diminuiu em 0,2%. Outro fator que explica o aumento dos encargos do SNS e dos utentes em valor absoluto foi o aumento do número de embalagens dispensadas, que atingiu em 2014 os 153 milhões, mais 2,6% que em 2013.

É de salientar que o encargo médio do utente por embalagem diminuiu 0,6%, sendo de 4,59 € em 2014, o que traduz uma maior acessibilidade aos medicamentos prescritos.

Em 2014, os grupos terapêuticos com maior peso na despesa do SNS foram os antidiabéticos orais (13,7%) e os anti-hipertensores com ação no eixo renina angiotensina (10,2%).

Destaca-se ainda o contínuo aumento da quota de medicamentos genéricos no SNS. Em 2014, a quota atingiu os 46,5% face a 44,7% de 2013. O ano de 2014 terminou com uma quota de 47,0% em dezembro, a quota mais elevada registada até à data.

No que diz respeito à quota de medicamentos genéricos no mercado concorrencial, ou seja, medicamentos genéricos comercializados no conjunto de medicamentos em que as substâncias ativas possuem genéricos comercializados nas farmácias, a quota em 2014 foi de 63,5% face a 61,4% de 2013.

No Mercado Hospitalar, a despesa com medicamentos diminuiu 1,6% face ao ano de 2013, com um encargo para o Estado de 959 M€. Apesar da diminuição da despesa, o consumo aumentou 0,4%, num total de 233 milhões de unidades consumidas.

Considerando as áreas de prestação hospitalar, o ambulatório hospitalar (Consulta Externa, Hospital de Dia e Cirurgia de Ambulatório) continua a ser a área de prestação com maior peso no total da despesa. Os encargos com esta área mantiveram-se estáveis face a 2013 e totalizaram 740 M€, correspondente a 77% da despesa total.

O grupo de medicamentos órfãos apresentou um aumento de encargos para o SNS de 6,3% face a 2013, tendo o Estado gasto com estes medicamentos 79,6 M€. Este grupo de medicamentos representou 8,3% da despesa total de 2014.

No grupo de medicamentos abrangidos por regimes especiais de comparticipação de cedência em farmácia hospitalar, a despesa totalizou 340 M€ com uma diminuição de 3,8% face a 2013, tendo um peso de 35,5% no total da despesa de 2014. Os medicamentos para a infeção por VIH/SIDA e os medicamentos para a Artrite Reumatoide assumem especial preponderância com um peso de 85% na despesa com este grupo de medicamentos.

Os relatórios de monitorização estão disponíveis no website do Infarmed na página Análise Mensal do Mercado.

Sociedade Portuguesa de Hipertensão
Quase todos os portugueses ingerem quantidades de sal superiores ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde e, apesar de...

Os dados foram avançados pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), a propósito do Dia Mundial da Hipertensão que se assinala no domingo, numa iniciativa da World Hypertension League que tem como objetivo divulgar a importância da prevenção, deteção e tratamento da doença.

Segundo estes novos resultados do estudo sobre a “Perceção da População Sobre Hipertensão”, que pretendeu avaliar o conhecimento da população portuguesa sobre hipertensão, 95,6% dos portugueses ingere sal acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 5,5 gramas por dia.

Nos últimos cinco anos apenas um quarto da população reduziu o consumo de sal e três em cada quatro portugueses não sabem identificar quais os alimentos que são fontes de sal.

Segundo os dados obtidos, entre 2009 e 2014, é a faixa etária abaixo dos 45 anos aquela que admite não ter efetuado qualquer mudança de comportamento (60% a 73%).

No que respeita às escolhas alimentares, apenas um quarto da população tem em conta a presença de sal nos produtos embalados, sendo os jovens aqueles que menos importância atribuem a esta prática, com 82% a admitir que não verifica o sal presente nos alimentos.

Quanto à capacidade de identificar os alimentos que são fontes de sal, apenas 2% referem o bacalhau e 18% indicam as conservas, no entanto quase todos (91%) consideram útil a utilização do semáforo de cores nos alimentos embalados de forma a identificar o seu teor de sal.

Este sistema consiste numa rotulagem de alimentos proposta pela SPH com as cores do semáforo: vermelho para os alimentos com muito sal, amarelo com sal moderado e verde com pouco sal.

Quanto aos hábitos de medir a tensão, verificou-se que um em cada quatro portugueses desconhece os valores da sua pressão arterial e que mais de metade da população (61%) só mede a tensão quando vai ao médico, apesar de serem os jovens aqueles que menos têm esse hábito.

O estudo revela ainda que mais de metade dos jovens (54%) não sabe os valores a partir dos quais se tem hipertensão, embora tenha genericamente a ideia de que é uma doença grave.

Para assinalar o Dia Mundial da Hipertensão (DMH), as atividades comemorativas realizam-se em Oeiras e a SPH vai promover rastreios gratuitos à pressão arterial e a outros fatores de risco cardiovascular (como a diabetes e o excesso de peso), bem como várias ações de esclarecimento e sensibilização.

A Capital da Hipertensão 2015 será ainda palco de uma caminhada no Passeio Marítimo, de uma exposição de desenhos elaborados pelos alunos das escolas envolvidas e ainda de um 'show cooking' destinado aos mais jovens no qual serão demonstradas várias opções para uma alimentação saudável. Em Odivelas serão também levadas a cabo várias iniciativas alusivas à efeméride, durante os dias 11 e 15 de Maio, e uma caminhada, no dia 17 de Maio.

Observatório da Nutrição e Alimentação em Portugal
Mais de metade dos portugueses considera que faz uma alimentação saudável e quase todos reconhecem que esta é “muito importante...

De acordo com o primeiro estudo do Observatório da Nutrição e Alimentação em Portugal (ONAP), 90% dos inquiridos consideraram a alimentação como muito importante para a sua saúde, mas apenas 66% consideram fazê-la de forma saudável.

Os mesmos resultados indicam que 65% dos inquiridos fazem quatro refeições por dia e 20% não fazem refeição de prato ao jantar.

As conclusões desta 1ª edição do ONAP, apresentados recentemente, “permitem concluir que há hoje uma maior consciencialização para a importância da alimentação na saúde e qualidade de vida e que o termo saudável já entrou no léxico dos portugueses”.

Depois do inquérito nacional à nutrição dos portugueses realizado em 1980 e do estudo sobre Hábitos Alimentares dos Portugueses levado a cabo pela Sociedade Portuguesa das Ciências da Nutrição e Alimentação (SPCNA), em 2009, este estudo vem agora reforçar e atualizar os conhecimentos sobre a forma como os portugueses se alimentam.

O estudo avaliou ainda outros parâmetros como a adição de sal, o consumo de hortícolas, o consumo de saladas e o consumo de fruta.

Nestes parâmetros, 9,7% dos inquiridos referiram adicionar sal de mesa à refeição, 51,1% consomem sopa de hortícolas uma ou mais vezes por dia, 26% admitem consumir saladas e 56,6% comem duas a cinco peças de fruta por dia.

Os hábitos de refeição estão também incluídos no estudo, que demonstra que 22,3% dos respondentes fazem duas refeições em frente ao computador ou à televisão e 20% admitem não comer refeição de prato ao jantar.

Além da alimentação, o estudo debruça-se sobre hábitos de vida, tendo concluído que mais de 50% dos inquiridos não praticam exercício físico por falta de vontade.

Primeiro curso aberto realiza-se nos dias 21 e 22 de maio
Como forma de dar resposta às exigências do Mercado Farmacêutico que impõe desafios cada vez maiores, tanto a gestores como...

“Creating sucessful pharma brands” é o primeiro curso aberto e marca o início desta parceria, nos dias 21 e 22 de maio. Já implementado em vários mercados internacionais onde a IMS Health está presente, este curso, que alia teoria a simulação interativa, propõe-se a fornecer às equipas de marketing farmacêutico as ferramentas necessárias para que trabalhem as marcas da companhia de forma mais eficaz, tornando-as mais competitivas, num mercado complexo e em constante mutação.

Todas as sessões organizadas pela “Learning Solutions & Change Management Academy” são conduzidas por formadores experientes, especializados no mercado da saúde e com um conhecimento aprofundado tanto de mercados locais, como mercados internacionais, proporcionando aos formandos o conhecimento das melhores práticas, com vista à maximização dos resultados do negócio.

Para a IMS Health e a Wilson Learning Portugal a receita que garante o sucesso, ao superar os resultados definidos, passa pela eficácia dos profissionais nos diferentes processos: criar, desenvolver, posicionar, lançar e executar campanhas promocionais multicanal de produtos farmacêuticos.

Estudo
Um estudo da Universidade de Aveiro hoje divulgado detetou metais pesados prejudiciais à saúde em pellets para aquecimento, sem...

Zinco, chumbo, ferro e arsénio são alguns dos metais pesados descobertos em alguns tipos de pellets disponíveis no mercado, que a equipa de investigação atribui à utilização, como matéria-prima, de resíduos de madeiras provenientes da indústria mobiliária e da construção civil, que contêm colas e tintas ou que foram tratadas com biocidas para evitar a infestação.

Sem legislação que regulamente o fabrico deste biocombustível e, principalmente, que proíba o uso de metais pesados na sua composição, as pellets fabricadas em Portugal, face ao preço elevado dos combustíveis tradicionais, são cada vez mais utilizadas em recuperadores de calor doméstico.

“É fundamental a adoção por todos os estados membros [da União Europeia], à semelhança do que já fizeram, por exemplo, a Dinamarca, a Suiça, a Áustria ou a Alemanha, de normas que restrinjam a utilização de determinadas matérias-primas no fabrico de pellets”, conclui Célia Alves, a investigadora que liderou a investigação.

A equipa do Centro de estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA queimou quatro tipos de pellets, um dos quais certificado pelo selo de qualidade EN-Plus, da responsabilidade da Associação Nacional de Pellets Energéticos de Biomassa (ANPEB) e que garante que o biocombustível, ligeiramente mais caro, é feito apenas com madeira sem casca e sujeito a testes físicos e químicos.

“Enquanto os pellets certificados pela ANPEB cumprem os limites de emissão em vigor em países onde a certificação dos equipamentos de combustão e dos biocombustíveis é exigida, e não se detetam metais nas partículas emitidas, os restantes três tipos superaram os limites de emissão e as partículas revelaram a presença de metais pesados”, aponta Célia Alves.

Entre as pellets sem o selo EN-Plus queimadas pelos investigadores do CESAM, vários metais pesados, tais como zinco, chumbo, ferro e arsénio, foram encontrados nas partículas emitidas, sendo “o arsénio o mais perigoso, em termos de saúde pública, já que a intoxicação aguda provocada pela inalação daquele metal “provoca sérios problemas digestivos, hepáticos, renais, cardíacos e encefálicos que evoluem rapidamente”.

A exposição crónica a doses baixas de arsénio pode mesmo conduzir ao aparecimento de cancro.

Sou do tempo em que…
Quando se pretende dizer que já se viveu o bastante e se atingiu determinado estatuto, é costume uti

Sou do tempo em que…

As instalações hospitalares eram de uma pobreza confrangedora: enfermarias enormes, com camas amontoadas, casas de banho insuficientes e sem quaisquer condições sanitárias.

É difícil fazer crer aos mais novos a realização de determinados tipos de intervenção em tais circunstâncias. O que nos faltava em condições e meios supríamos com entrega, disponibilidade, inovação e, sobretudo, humanidade.

Foi nestas circunstâncias que tive as maiores lições da minha vida. Aprendi que um pequeno gesto, como um olá, um bom dia ou um toque pode fazer toda a diferença. Para ser um bom enfermeiro não basta ter os gestos técnicos perfeitos, é necessário ir mais além. É preciso tocar o coração e a sensibilidade daquele que está indefeso nas nossas mãos.

Aprendi também que, as necessidades do doente não se alteram em função das circunstâncias envolventes. É dever, de cada Cidadão em geral, de cada Profissional de Saúde em particular, e muito especificamente do Enfermeiro, lutar para que sejam criadas as condições ótimas para a sua satisfação integral.

Boas instalações e técnicas inovadoras estão aí. Oxalá não se esvaziem de humanidade.

Não havia falta de emprego para os enfermeiros

Todos os enfermeiros tinham emprego. No meu caso comecei a trabalhar 3 dias depois de terminar o curso. E no hospital da minha cidade! Houve ainda alguma incerteza, em determinada altura do final do curso, do local em que iria trabalhar. É que, por essa altura, estava prestes a iniciar-se o Serviço Nacional de Saúde e sabíamos que teríamos que ir iniciar o nosso trabalho nas regiões piloto prioritárias, Guarda, Vila Real ou Castelo Branco. Essa incerteza acabou quando recebemos as cartas com a indicação do local e data em que deveríamos apresentar-nos. A mim calhou-me em sorte o hospital de Vila Real. Este processo foi cancelado, por razões que desconheço, tendo o SNS arrancado apenas em 1979, razão pela qual fiquei no Hospital de Viseu. 

Agora, as coisas estão completamente diferente e muito complicadas para os enfermeiros. Apesar de ser notória a falta de enfermeiros nas unidades de saúde, são obrigados a procurar trabalho no estrangeiro. Mais grave ainda, devido à falta de uma carreira, ao agravamento das condições de trabalho e de remuneração, há enfermeiros que deixam os seus empregos para procurar novas oportunidades. Espero que não venhamos, num futuro próximo, a sofrer as consequências…

Já existiam diferendos entre os diferentes atores da prestação de cuidados de saúde, Médicos, Enfermeiros e Técnicos

Um tema que aparece com alguma recorrência na comunicação social é sobre a competência para realizar determinados atos, gerando alguns conflitos entre médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde. Durante o meu percurso profissional surgiram também situações semelhantes. É difícil tomar posição. Mas deixem-me relatar um episódio ocorrido em 1982/3, enquanto trabalhava na Cardiologia/UCIC e tirem as conclusões.

“Turno das 0 ás 8 horas. No hospital, durante a noite, não há técnico de Cardiopneumografia. Existe uma indicação de que deverão ser os enfermeiros da Cardiologia/UCIC a efetuar os eletrocardiogramas na Urgência. Os enfermeiros acham que não têm que o fazer, pois não têm essa competência. Nessa noite é recebida uma chamada da urgência comunicando que há um doente com suspeita de enfarte que necessita de fazer ECG. Em conversa com o colega decidimos que faríamos o ECG se o doente viesse ao serviço. O doente chega. Colocamos os elétrodos. Iniciamos a colheita do ECG: DI, DII, DIII, AVR … Fibrilhação ventricular!! É necessário agir rápido! Não há médico de serviço na Unidade. Corre-se para o carro de emergência. Em poucos segundos preparam-se as pás do desfibrilhador. Colocam-se nos locais proprios para desfibrilhação. Carrega-se o desfibrilhador. Descarrega-se a carga no peito do doente. Suspence…. Deu certo. O doente retoma o ritmo cardíaco. Salvámos um doente. Quem poderá pôr em causa a nossa atuação? Tinhamos ou não competências para o fazer? Eu digo, ainda bem que tomámos esta decisão…

O entendimento da interdisciplinaridade e complementaridade no processo de cuidar era incipiente

O entendimento de que a prestação de cuidados é um trabalho interdisciplinar e complementar é definitivamente uma evidência. No início da minha carreira isso não era bem assim. O enfermeiro era um mero “ajudante do médico”. As mudanças de mentalidades e sobretudo o acréscimo de formação dos enfermeiros assim o permitiu, embora ainda existam profissionais que assim o não entendam.

Nesta perspetiva, o enfermeiro tem grande relevância, pois é o profissional que está sempre presente (ou deveria estar). É o pivot que deve garantir a continuidade dos cuidados. Tem que ser o elo aglutinador. Para isso, as dotações têm que ser as adequadas, o que, tendo em conta as confidências de ex-colegas e das informações veiculadas pela comunicação social, é cada vez mais raro isso acontecer. O doente, nestas condições, é colocado em risco… As razões? Tudo é reportado para o estado de “crise em que vivemos”. Mais me parece ser consequência de cortes cegos de quem não conhece o setor. Os políticos têm que entender que há áreas sensíveis em que não é possível descer abaixo de determinados limites, senão a catástrofe é certa. Em meu entender, é uma catástrofe o que se passa atualmente no SNS. Vamos esperar para ver…

 

Belmiro Fernandes Sequeira

 

Nota Biográfica

Belmiro Fernandes Sequeira

Situação profissional: Enfermeiro Aposentado desde março de 2014

Data de Nascimento: 03 de novembro de 1957 - 57 anos

Naturalidade: Campo, Viseu

Formação:

1978 – Curso Geral de Enfermagem na Escola de Enfermagem de Viseu

1998 – Curso de Estudos Superiores Especializados em Enfermagem Médico-Cirúrgica – Escola de Enfermagem Bissaia Barreto, Coimbra.

2002 – Pós graduação em Gestão dos Serviços de Saúde – ISCTE

Atividade Profissional:

Enfermeiro - cirurgia  e cardiologia do Centro hospitalar Tondela Viseu de 1978 a 1998

Enfermeiro Especialista – UCIC do Centro Hospitalar Tondela Viseu de 1998 a 2003

Enfermeiro Chefe – UCIP do Centro Hospitalar Tondela Viseu de 2003 a 2013

Enfermeiro Chefe – Unidade de Cuidados Paliativos do Centro Hospitalar Tondela Viseu de 2013 a 2014

Professor convidado da Escola Superior de Enfermagem nos cursos de licenciatura, especialidade de Enfermagem médico-cirúrgica, curso de pós graduação em urgência e emergência.

Outras atividades:

Presidente do Grupo Recreativo, Cultural, Desportivo e Social de Vila Nova do Campo

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
88% dos portugueses sabem que podem prevenir a diabetes
Apesar de 97% dos inquiridos pela Marktest já terem ouvido falar da diabetes, apenas 6,4% reconhecem a importância do controlo...

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) comemora hoje 89 anos. Para assinalar a data, a Associação apresenta os resultados da sondagem Marktest “O que sabem os portugueses sobre a diabetes”, uma doença com complicações graves que afeta mais de um milhão de portugueses (metade deles sem o saberem) e que se prevê que possa atingir, nos próximos 30 anos, mais de 20% da nossa população.

De acordo com este estudo, 97% dos portugueses afirma conhecer ou já ter ouvido falar na diabetes. Da população inquirida, 88,4% considera que a diabetes pode ser prevenida. Contudo, apenas 38% aponta a prática de atividade física como medida de prevenção e só 6,4% sabe da importância de controlar o peso. A alimentação saudável (79,9%) é o principal aspeto apontado na prevenção da diabetes.

O que sabem os portugueses sobre a diabetes?

  • 96,9% dos portugueses afirmam conhecer ou já ter ouvido falar na diabetes.
  • A alimentação excessiva (46%) e o excesso de açúcar em particular (35%) são, na opinião dos inquiridos, as principais causas da diabetes.
  • 88,4% dos inquiridos considera que a diabetes pode ser prevenida.
  • Uma alimentação saudável (79,9%), prática de atividade física (38,5%) e redução do consumo de açúcar (12,4%) constituem o Top 3 das medidas de prevenção da diabetes.
  • A cegueira/problemas de visão (61%), pé diabético (25%) e os acidentes cardiovasculares (19%) são, na opinião dos inquiridos, as maiores complicações que a diabetes pode causar.
  • Analisando os locais onde os doentes se podem dirigir para acompanhamento, os centros de saúde e os hospitais são os que mais se destacam, com 67,7% e 43,4%, respetivamente.
  • 45,3% dos inquiridos conhecem a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).
  • As atividades da Associação mais conhecidas são o apoio às pessoas com diabetes (63,8%) e as consultas e tratamentos (55,8%) e, a atividade menos conhecida é a investigação (44,4%). Cerca de 24% não sabem identificar as atividades da APDP.

Com o objetivo de avaliar a notoriedade da APDP e a visão dos portugueses sobre o tratamento da Diabetes, a Associação solicitou à Marktest a realização de um estudo de cariz quantitativo. Realizado num universo de inquiridos de ambos os sexos, com mais de 18 anos, residentes em Portugal Continental, a amostra é constituída por 800 entrevistas, distribuídas de forma proporcional ao universo. O estudo deu resposta a questões relativas à notoriedade da APDP, às causas e ao tratamento da diabetes.

De acordo com a sondagem Marktest, a maior parte dos inquiridos conhece ou já ouviu falar na diabetes. Este valor é mais elevado junto dos homens (97,6%) e dos inquiridos com 45/54 anos (98,6%). De salientar que, no Sul, a totalidade dos inquiridos tem conhecimento sobre a doença. Junto dos inquiridos pertencentes às classes sociais mais altas (A/B), o nível de conhecimento é mais elevado (98,9%), enquanto junto das restantes classes (C1 e C2/D) os valores não diferem (96,3% ambos).

Tanto os inquiridos do sexo masculino (42,5%) como os do sexo feminino (48,5%) consideram que o que pode estar na origem da diabetes é uma alimentação excessiva. As mulheres consideram (mais que os homens) o histórico familiar (23,9%) e o sedentarismo/inatividade física (23,4%) como fatores originadores da diabetes.

Cerca de 88% dos inquiridos que conhecem ou já ouviram falar na diabetes consideram que esta pode ser prevenida. Uma alimentação saudável (79,9%), a prática de atividade física (38,5%) e a redução no consumo de açúcar (12,4%) são as principais formas apontadas para a prevenção da diabetes.

Relativamente às complicações desta doença crónica, é junto dos inquiridos mais novos (18-24 anos) que existe a maior percentagem dos que não as sabem identificar. Ainda assim, das complicações apontadas, a cegueira/problemas de visão é a que apresenta valores mais elevados (27,4%), seguida dos acidentes cardiovasculares (17,8%).

A faixa etária mais avançada (65 e mais anos) também considera que as maiores complicações podem surgir ao nível da cegueira/problemas de visão (62,4%), a que se seguem os acidentes cardiovasculares (25,4%). Independentemente do grupo etário, o TOP 3 das complicações da diabetes é comum.

Em matéria de notoriedade da APDP, cerca de 55% dos inquiridos que conhecem ou já ouviram falar da diabetes não conhecem a APDP. Das atividades desenvolvidas pela APDP, na Grande Lisboa, as mais destacadas pelos inquiridos são as relacionadas com o apoio às pessoas com diabetes (67,7%) e as consultas e tratamentos (65,6%).

É no Litoral Centro que se encontram as pessoas que mais conhecem as atividades da APDP, com destaque, mais uma vez, para o apoio às pessoas com diabetes (73,8%) e as consultas e tratamentos (72,1%). No geral, estas duas atividades são as mais reconhecidas em todas as regiões. O Litoral Norte é onde as atividades da associação são menos identificadas.

Breve reflexão
Confesso que há já muito tempo que me não sentava em frente ao computador para fazer fosse o que fos

Hoje em dia parece mal termos tempo para as coisas. Não ter tempo é assunto de gente importante. Ter a vida imensamente ocupada. Uma agenda sem espacinho para nada. Sempre dum lado para o outro. Da clínica para o hospital. Da manhã para a noite. Da noite para um afazer muito importante.

Na Enfermagem, e por motivos que os enfermeiros e os seus familiares conhecem de forma profunda, acumulamos trabalhos, suprimimos as folgas, esquecemo-nos tantas vezes de dormir depois de sair de vela. Muitas vezes para não perdermos a pecinha de teatro lá na escola. Ou para acompanhar a avó a mais uma consulta. Ou para fazer as compras no supermercado. Ou sei lá. Sempre de um lado para o outro. A tentarmos cumprir da melhor forma possível os vários papéis que assumimos. O de mãe. O de esposa. O de filha. O de enfermeira. O de dona de casa… E o relógio que não pára.

E depois, sem aviso, somos arrebatados de quando em vez por um acontecimento que nos deixa em suspenso. Que nem pêndulo. E que nos faz questionar tudo. A perda de alguém de quem gostamos muito... E pensamos: “Caramba, há tanto tempo que o não ia visitar…”. Tentamos amenizar a dor e dizer assim, que nem oração: “Eu liguei... Mandei postal...”. Mas enfim… surge uma culpa arrebatadora, silenciosa, subterrânea. Irracional às vezes. Depois a vida avança.

Outras vezes recebemos uma daquelas notícias que nos atinge que nem raio. Depois entendemos que é mesmo um raio. Estilo estrela cadente. E que muda tudo para sempre. De uma forma absolutamente quente e doce. Assim foi comigo

“— É gemelar minha senhora.”

“E agora? Quem cria três filhos nos dias que correm?”... O pânico. Depois ameniza e fica um medo quase frio. A ânsia. E aos poucos o equilíbrio e um profundo agradecimento.

Quando entro na enfermaria a primeira coisa que faço, obviamente, é fardar-me. A farda é quase uma capa de Super-homem. Se bem me entendem. Quase um superpoder. Protege-nos das emoções… às vezes tão aos soluços dentro de nós. De alguma forma protege-nos. Deixa-nos à altura do desafio.

Entendo que o ser-se mãe também nos confere um poder absolutamente genuíno, astuto, quase selvagem na proteção. Profundamente enamorado. Para sempre.

Mãe de três filhos nos dias que correm… Numa história semelhante à de tantos, num país mergulhado numa crise austera e duradoura. Sentida na pele. O que me assusta?

… Sinceramente muito pouco.

… Basta perceber bem o que é essencial e acessório. Apenas isso. Mesmo. Depois tudo se torna simples e claro. E o caminho vai-se construindo de forma cuidada, apaixonada. As fraldas. As noites mal dormidas. As mamadas. Os sorrisos. Tudo assume a dimensão do fantástico.

Três filhos… Uma família coesa. Genuína. Com a profunda convicção de que a partilha faz toda a diferença. Que é o suporte. A todos os níveis. E os amigos. Os de verdade. Que vêm de longe. Que trazem laranjas e uma panela de sopa. E uma conversa. O essencial é afinal o tempo que temos para as coisas. Para os outros. Para nos sentarmos de forma tranquila, mesmo quando todas as tarefas do dia-a-dia nos tentem subtrair as horas… Basta perceber o que é essencial e acessório…

Fico às vezes quieta. A olhar os meus bebés. Um já tem sete anos. Ainda para sempre os nossos bebés. E o medo do amanhã desaparece. E fica apenas o “superpoder” mesmo sem a capa.

De forma direta… o que me assusta? Saber que quando eles tiverem a minha idade talvez já não existam rinocerontes e elefantes em estado selvagem… E tudo o que isso significa. Que as estações do ano, tal qual as conhecemos, sofrerão uma mudança brusca e talvez o mar da Nazaré, que adoro tanto, suba à marginal… Afinal até os caranguejos que aí se vendiam, e que comi até me doer a barriga em miúda, estão em extinção.

O resto? A gente consegue… ter tempo para ter tempo. O essencial e o acessório.

…Neste domingo fomos a casa de uns amigos. Cinco filhos. Subiram às árvores. Brincaram com os coelhos. Jogaram à bola. Comeram pataniscas de bacalhau como se de gelados se tratasse. À volta de uma mesa, a conversa. Há coisa mais importante que ter tempo para ter tempo? O resto a gente consegue!

Enfermeira Inês Rei Falcão Penteado

 

Nota Biográfica

Ribatejana. Do Sardoal. Enfermeira no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, no serviço de Medicina Interna, Sector E, Oncologia, Reumatologia e Hematologia.

Mestre em Enfermagem Oncológica pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Especialista e Mestre em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Francisco Ramos
O presidente do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, e ex-secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos, defendeu o fim...

Esta foi uma das propostas apresentadas hoje pelo também presidente do Grupo Hospitalar dos Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) de Lisboa, Coimbra e Porto, durante o Seminário “Administração Hospitalar e de Serviços de Saúde”, durante o qual quatro administradores apresentaram contributos para melhorar o sistema.

Francisco Ramos, secretário de Estado da Saúde em dois governos socialistas, primeiro na equipa de Maria de Belém Roseira e, mais tarde, com António Correia de Campos, defendeu uma revisão da Constituição que permita acabar com a gratuitidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), terminar as taxas moderadoras e introduzir copagamentos conforme os rendimentos.

“Gostemos ou não, vamos chegar cada vez mais depressa a situações em que temos de fazer escolhas difíceis”, disse Francisco Ramos, justificando a sua ideia avançada no seminário.

O administrador do IPO de Lisboa deu o exemplo do medicamento para a hepatite c, que classificou de “um exemplo trágico”.

“Foi uma decisão tardia de uma tecnologia de custo efetivo, mesmo ao preço inicialmente proposto, que se arrastou por tempo demais. Foi uma decisão precipitada por um episódio que não podia ter acontecido na Assembleia da República [com um doente a pedir ao ministro da Saúde para não o deixar morrer] e que vai levar nos próximos meses a um sobre uso da tecnologia, com consequências que ninguém sabe,”, disse.

Para Francisco Ramos, “este episódio vai repetir-se e vai suscitar decisões difíceis com alguma frequência, nos próximos tempos”.

Equacionar “uma possível alternativa aos dinheiros públicos no financiamento de alguns cuidados de fácil acesso e baixo custo para estes se concentrarem em situações catastróficas para as famílias é uma discussão que vale a pena ter”, adiantou

“Não aceito que, para evitarmos esta discussão, estejamos condenados a deixar de fora o acesso a algum tipo de cuidados que se venham a revelar de custo efetivo, como no caso do medicamento para a hepatite c”, disse.

No seminário, a docente da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) Ana Escoval defendeu “uma resposta integrada, que vá junto das pessoas, contrariando o modelo atual de verticalidade dos serviços da saúde”.

Ana Escoval reconheceu que “gerir em saúde é de uma grande complexidade”.

No seminário, o administrador do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, Artur Vaz, defendeu a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de uma forma autónoma do Ministério da Saúde.

Atualmente, disse, existe uma “esquizofrenia intelectual” na quantidade de modelos de gestão: Setor Público Administrativo (SPA), Entidades Públicas Empresariais (EPE) e Parcerias Público Privadas (PPP).

Fátima Nogueira, administradora hospitalar e diretora executiva do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Lisboa Ocidental e Oeiras, começou por classificar o SNS como “o maior e mais verdadeiro seguro de saúde que pode existir, para os ricos, para os pobres e para a classe média”.

Na sua intervenção, a administradora disse que, “apesar da crise, o SNS subsistiu e sobreviveu à investida dos privados”.

Estudo
O número de unidades de saúde familiar que cumpre as metas contratualizadas com o Ministério da Saúde tem vindo a aumentar, mas...

A conclusão faz parte de um estudo sobre o momento atual das Unidades de Saúde Familiar, da autoria de André Biscaia e António Pereira, que vai ser apresentado no 7º Encontro Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF), que vai decorrer entre quinta-feira e sábado, em Aveiro.

Com base numa taxa de respostas de 74%, o estudo regista que aumentou o número de USF com direito aos incentivos institucionais, ou seja, que conseguem atingir as metas estabelecidas para os diferentes indicadores, mas aponta debilidades ao nível das instalações, equipamentos, recursos humanos e sistemas informáticos.

Um dos graves problemas indicados é a falta de material considerado básico para a sua atividade, referida pela maioria das USF, com a agravante de que lhes é limitada a utilização dos incentivos para a aquisição de material e equipamento, e estes estão em dívida.

O estudo observa que o incumprimento dos prazos contratualizados, apesar do esforço para cumprir as metas estabelecidas para os diferentes indicadores, “tem impacto negativo” no trabalho das unidades de saúde familiar.

A insatisfação é também evidente com a informática das USF, sendo referido que “a quase totalidade ficou alguma vez sem acesso informático, sendo a maioria mais de dez vezes”.

No domínio dos recursos humanos, o estudo dá conta de que é ainda importante a percentagem de profissionais que não foram providos em lugar do quadro e conclui não haver vantagens no método de controlo biométrico da assiduidade em vigor, “que desperta grande insatisfação”.

Outra fonte de descontentamento é o facto de a quase totalidade das USF querer migrar para um modelo de maior autonomia e responsabilização, o que não lhes é permitido. Tal permitiria um modelo remuneratório “mais exigente, mas mais satisfatório”.

Questão polémica é a descentralização e transferência de competências do Estado para as autarquias locais, em matéria de saúde, concluindo o estudo existir “espaço para discutir um eventual aumento da importância do poder local nos centros de saúde” (CSP).

Se é forte a oposição a que os municípios interfiram na estratégia de saúde, na cobertura assistencial, nos recursos humanos e horários de funcionamento, por outro lado os coordenadores mostram-se favoráveis à participação municipal na gestão das infraestruturas, na execução de planos de prevenção e promoção da saúde e no apoio domiciliário e social.

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