De 25 a 31 de maio assinala-se a Semana Internacional da Tiroide
Este ano, a Semana Internacional da Tiroide vai centrar-se no hipotiroidismo, doença em que a glândula tiroide tem um...

As consequências do hipotiroidismo podem levar a anemia, uma descida da temperatura corporal e insuficiência cardíaca. Os casos mais graves provocam coma e até complicações que podem ser mortais, como respiração lenta que provoca convulsões, diminuindo a corrente sanguínea cerebral.

Mulheres grávidas, pessoas com mais de 50 anos, mães recentes e em menopausa estão nos principais grupos de risco, que também incluem pessoas com histórico familiar de tiroidite autoimune ou que sofrem de outra doença autoimune, portadores de síndrome de Down ou Turner, pacientes com cirurgia à tiroide ou com tratamentos de iodina radioativa e pessoas expostas a raios x ou radioterapia na zona do pescoço e da cabeça.

A relevância do iodo no combate às doenças da tiroide
Um dos principais fatores de risco para o aparecimento de alterações da função da tiroide é o défice de iodo. As mulheres grávidas constituem um dos grupos de elevado risco de carência deste mineral, uma vez que, na gravidez, a produção da hormona tiroideia aumenta cerca de 50%, levando a uma necessidade acrescida de aporte de iodo.

Em 2013, a Direção-Geral da Saúde (DGS), após análise de estudos realizados em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Endocrinologia e pela Universidade do Minho, que apontaram para uma carência em Iodo na mulher grávida, recomendou suplementação com 150-200 µg por dia de iodeto de potássio as mulheres em preconceção, grávidas ou a amamentar. Uma necessidade essencial que, no entanto, não é satisfeita pela maioria das grávidas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 83% das grávidas portuguesas não ingere uma quantidade suficiente de iodo, acabando 5% por desenvolver hipotiroidismo durante a gravidez. A carência de iodo é mencionada como a principal causa mundial de atraso mental na criança e estima-se que cerca de 13% da população mundial seja afetada por doenças causadas pela falta deste micronutriente.

No final de 2014, num universo de 85 mil grávidas em Portugal mais de 20 mil encontravam-se a fazer suplementação com iodeto de potássio. Contudo, especialistas afirmam que existe ainda um longo caminho a percorrer, dado que o objetivo é o de aumentar o número de mulheres portuguesas a tomar iodeto de potássio e estender a suplementação ao período de preconceção e aleitamento pois, de acordo com o endocrinologista Dr. Jácome de Castro, “a promoção da saúde e a prevenção da doença passam, sobretudo, por atuar precocemente para evitar consequências futuras”.

A tiroide, uma das glândulas mais importantes do corpo humano, responsável por regular o metabolismo e por assegurar o bom funcionamento do organismo, pode ter associada várias doenças, como o hipotiroidismo, hipertiroidismo, tiroidite, nódulos da tiroide, e cancro da tiroide. Das várias doenças da tiroide, o hipotiroidismo e o hipertiroidismo são as mais frequentes, com especial incidência no sexo feminino.

No hipotiroidismo, doença central na celebração da Semana Internacional da Tiroide, a produção de hormonas diminuiu provocando sintomas como fadiga, intolerância ao frio, memória enfraquecida, aumento de peso mesmo com dieta equilibrada e exercício, depressão, ritmo cardíaco baixo, obstipação, períodos menstruais anormais e/ou problemas de fertilidade, dores nos músculos e articulações, cabelo e unhas fracos e quebradiços, queda de cabelo, pele seca, escamosa e pálida e diminuição da libido. 

Qualitativamente mais evoluída
Noite de passagem de Ano. Fantástico!

Medicina e Cirurgia Homens, 45 camas, uma equipa de enfermagem no turno da manhã do primeiro dia do ano e de todos os outros fins-de-semana e feriados do ano com 3 enfermeiras. Nesse dia, uma Enfermeira mais experiente, eu e a minha amiga e colega Paula a iniciar a vida profissional.

Somos comandadas pela colega mais velha, fundamentalmente três tarefas: pensos, medicação e cuidados de higiene. Diz-me: tu ficas com as higienes, a Enfermeira Paula na medicação e eu com os pensos. Com um sorriso de alegria nos lábios, fui obediente e diligentemente cumprir as tarefas distribuídas. Mais tarde a minha amiga, juntou-se a mim na laboriosa actividade dos cuidados de higiene. Jovem, estimulada pelo início da vida profissional que tanto ambicionava, fui dialogando com os doentes e espalhando sorrisos. No final do turno, os registos das tarefas desempenhadas, resumem-se numas frases escritas no "Livro de Passagem de Turno".

Enquanto esse e outros dias se foram sucedendo, pensava: sou Enfermeira, sou feliz. Todos estes doentes com quem posso marcar a diferença, cuidados de enfermagem prestados com um sentido de missão e de total entrega à profissão.

Não me revejo nestes cuidados de enfermagem

Esta rotina mantém-se inalterada. Estou cansada! Exausta e fundamentalmente dececionada. Não é esta profissão que eu desejei, não me revejo nestes cuidados de enfermagem. Tenho a convicção de que tanto os utentes e seus familiares como a comunidade profissional desejam uma enfermagem qualitativamente mais evoluída na perspetiva da organização, reflexão, eficiência e efetividade de um exercício profissional centrado no utente.  

Nesta época, a profissão ainda caminha na construção dos seus pilares estruturantes: o regulamento do exercício profissional de enfermagem (1996), a Ordem dos Enfermeiros (1998), o Código Deontológico (1998) e os Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem (2011). O desenvolvimento harmonioso das competências técnicas e científicas para o pleno exercício e o abandono da invisibilidade da enfermagem no seio da equipa de saúde, sustenta a senda percorrida investindo em atitudes proactivas capazes de promover a reflexão e integrando as associações profissionais.

O caminho percorrido pela profissão caracteriza-se pelo equilíbrio no desenvolvimento do método científico apoiado nas competências relacionais que ao longo dos anos colocam a enfermagem no topo das profissões mais confiáveis[1]. São os beneficiários dos cuidados de enfermagem que afirmam confiar nos enfermeiros.

Ainda assim, longe daquele ano de 1986 e dos processos de trabalho totalmente contrários a uma profissão metodologicamente organizada, a estruturação da enfermagem ainda não a colocou na devida posição de reconhecimento social nem garantiu as necessárias condições de trabalho.

Enfermagem à espera do lugar que merece

Um sentimento trespassa várias gerações de enfermeiros: a indignação. A formação, de nível e qualidade superiores, coloca os enfermeiros portugueses entre os mais requisitados e apreciados nas instituições de saúde dos diversos pontos do globo. A qualificação e as competências não têm sido suficientes para colocar a profissão no lugar que merece comparativamente a outras de igual nível de formação.

A afirmação sucessiva de uma autonomização construída na compreensão e reflexão dos cuidados de enfermagem, utilizando uma linguagem que permite a comparabilidade e a produção de indicadores sensiveis aos cuidados de enfermagem, é legitimada pela prática ancorada em saberes cientificamente validados.

A cientificidade da enfermagem não é contrária à dimensão relacional, à riqueza e utilidade social[2], antes pelo contrário, é esta dimensão que a torna diferenciadora, no seio das profissões de saúde.

A enfermagem não pode ficar capturada na visão redutora

A enfermagem não pode ficar capturada na visão redutora de quem a entende como uma profissão focada no modelo biomédico, deve antes atender-se à performance dos cuidados de enfermagem geradores de resultados com repercussões positivas na vida do cidadão beneficiário dos mesmos. Atentar efetivamente nos recursos alocados a tratar a doença e nos despendidos a promover a saúde é um desígnio incumprido com impacto sociopolítico considerável e de pertinência acrescida em tempos de contingência económica.

Na hierarquização das decisões, a defesa da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados à população tem assumido o primado e disso são exemplo as iniciativas promovidas pelos enfermeiros e disseminadas por diversos meios.

A enfermagem que toma como foco as respostas humanas aos processos de desenvolvimento ou as respostas humanas às doenças, às deficiências ou às incapacidades, revela-se em projetos como o PROVIDAS - projeto vida segura ou o ContactoB - visita domiciliária durante o puerpério e período neonatal a decorrer na maternidade do Centro Hospitalar Cova da Beira.

O desencontro entre a enfermagem entendida e exercida pelos enfermeiros e aquela que os cidadãos apreendem exige ser esbatido. A quase timidez que caracteriza os enfermeiros na comunicação da natureza da sua prática profissional urge ser alterada, pois acredito que "aprender a usar a Voz da Enfermagem é aprender a escutar verdadeiramente o sofrimento dos que estão lá, nas camas dos hospitais ou nas salas de espera dos centros de saúde, ou ainda nos lares de idosos, ou em habitações, por vezes sozinhos e com poucos recursos[3]".




[1] Reader’s Digest - 15ª edição do estudo Marcas de Confiança, eleição das Profissões de Confiança, 2015. 

[2] Hesbeen, Walter - Cuidar no hospital. Lusociência, 2000.

[3] Prof. Ana Albuquerque Queirós in http://www.forumenfermagem.org/dossier-tecnico/livros/autoria/item/2573-..., em 19 de Abril 2015.

 

Maria Rosa Norberto Moreira

Curso Geral de Enfermagem, Escola de Enfermagem Dr. Lopes Dias, 1985.

Curso de Especialização em Enfermagem Médico-cirúrgica, Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, 1995.

Enfermeira no Hospital Distrital do Fundão até 1995 e Enfermeira Especialista até 2001.

Coordenadora para a área de enfermagem do serviço de ensino e formação, Hospital Distrital do Fundão e CHCB, 1996 - 2007.

Membro efetivo da Comissão de Formação da Ordem dos Enfermeiros, 2008 - 2010 (Decreto-Lei n.º 104/98 de 21 de Abril)

Enfermeira Chefe no serviço de obstetrícia/ginecologia, Centro Hospitalar Cova da Beira, desde 2001.

Auditora interna JCI e Norma ISO 2008

Membro da Assembleia Municipal do Fundão desde 2005.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Tese de doutoramento
Os comportamentos autolesivos estão a tornar-se uma preocupação para os especialistas da área.

Os profissionais de saúde estão a deparar-se com o crescimento de comportamentos autolesivos entre os jovens, contudo o Jornal de Notícias, citado pelo Notícias ao Minuto, refere que não há estudos específicos e que os únicos dados existentes em Portugal são provenientes de uma tese de doutoramento.

“No outro dia, uma menina que é minha paciente ligou-me e disse-me 'está a apetecer cortar-me'”, estas são as palavras de Ana Vasconcelos, pedopsiquiatra, que acredita que “estamos numa altura em que a autoagressão entre os mais novos começa a ser cada vez mais vista nos consultórios”.

A maioria dos jovens corta-se “nos braços, nas pernas ou na barriga para aliviarem uma grande dor emocional”. A Direção-Geral de Saúde admite que não se trata de uma doença, mas “está associada a perturbações de ansiedade e a perturbações depressivas”.

Daniel Sampaio, psiquiatra e especialista na área da adolescência, refere-se a estes comportamentos como “um grande sinal de alarme” e aborda a tese de doutoramento que mostra que numa amostra de 1200 jovens, com idades entre os 12 e os 18 anos, 7% dos inquiridos já tinha cometidos atos de automutilação.

25 de Maio - Dia Mundial da Tiróide
Poderá ser devido a uma maior capacidade de diagnóstico, mas a verdade é que o número de casos do cancro da tiróide tem vindo a...

Assinala-se hoje o Dia Mundial da Tiróide, uma glândula endócrina localizada na base do pescoço, atrás da traqueia, e que desempenha um importante papel no nosso organismo.

Também até ao próximo dia 31 de Maio se comemora a Semana Internacional da Tiróide para alertar para os problemas da tiróide, este ano mais dedicado ao problema das mulheres.

São por isso várias as acções de informação e sensibilização que decorrem em todo o país, desde os rastreios até às mensagens-chave que os profissionais de saúde vão transmitir sobre a doença e a importância de vigiar a tiróide.

Para o coordenador do Grupo de Estudos da Tiróide, Luís Raposo, “tratando-se de uma Glândula tão importante e sujeita tão frequentemente a doenças o receio do cancro e da disfunção (nomeadamente o hipotiroidismo) justificam que se fale mais do assunto uma vez por ano e que se estimulem acções no âmbito da tiroidologia”.

A incidência do cancro da tiróide tem vindo a aumentar em todo o mundo e Portugal não é excepção. “A maior capacidade diagnóstica poderá ser um factor importante. A maior parte do aumento é alcançado à custa do cancro de muito baixo risco (microcarcinoma)”, explica o responsável, sublinhando que, “atendendo à elevada prevalência de tiroidite auto-imune e da patologia nodular da tiróide (com receio do cancro) justifica-se uma maior e melhor informação em particular sobre estes dois temas”.

Estatísticas

De acordo com as estimativas da GLOBOCAN 2012 para Portugal a taxa de incidência de cancro da tiróide é cerca de 3 vezes maior no sexo feminino do que no sexo masculino (4.6 versus 1.6/100 000). Ainda de acordo com estas estimativas a taxa de mortalidade é de 0.3/100 000 em ambos os sexos. Também segundo o Registo Oncológico Nacional 2007 a taxa de incidência de cancro da tiróide é cerca de 4 vezes maior no sexo feminino (13.4 versus 3.3/100 000).

É a norte do país que existe maior incidência de cancro da tiróide (dados 2006-2008 de vários Registos Oncológicos Regionais) e que para Luís Raposo se poderá dever a “mais diagnóstico da doença”.

O Grupo de Estudos da Tiróide pretende publicar ainda este ano um trabalho sobre as tendências na evolução da incidência, mortalidade e sobrevivência por cancro da tiróide em Portugal.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

Doença genética
A hipercolesterolemia familiar é uma doença genética onde os indivíduos atingidos apresentam níveis

O colesterol é uma substância que o nosso organismo consegue produzir e que circula no sangue. É necessário a várias funções vitais, quando em valores normais mas quando circula em excesso no sangue torna-se um factor de risco para desenvolver doenças cardiovasculares, a principal causa de morte em Portugal.

Dessa forma, os especialistas salientam a importância do diagnóstico precoce para que se possa estabelecer uma forma específica de actuação. Esta medida é tanto mais importante quando falamos de Hipercolesterolemia Familiar (HF). Ou seja, quando os indivíduos apresentam níveis de colesterol elevados desde a nascença e é herdado dos familiares, designando-se por ser uma doença genética.

Eric Bruckert, especialista do departamento de dislipidemias do Hospital Universitário Pitié-Salpêtrière, em Paris, salientou a importância do diagnóstico precoce e preciso da hipercolesterolemia familiar e da especificidade da abordagem terapêutica.

O professor falava para uma plateia de especialistas nacionais de Medicina Interna convidado a conhecer o departamento de dislipidemias e chamou a atenção para a importância de se identificar este doentes precocemente. “Se não os tratarmos adequadamente, estamos a permitir que a doença progrida e que resulte numa morte precoce inevitável”, alerta Eric Bruckert, acrescentando que, “em primeiro lugar são indivíduos que têm um elevado risco cardiovascular, pelo que é muito importante conseguirmos reduzir o colesterol para valores <70 mg/dl, depois porque o tratamento tem de ser iniciado em idades jovens”.

“Não podemos esquecer que, num indivíduo com HF, o risco de evento cardiovascular é 13 vezes mais elevado do que na população que não tem HF. Em alguns estudos, o risco é multiplicado por 20!”, realça o especialista. Nesse sentido as recomendações internacionais apontam para o tratamento da HF nas crianças a partir dos 10 anos de idade.

Identificar os doentes
Para identificar os doentes com HF, o especialista recomenda o recurso a critérios que avalia o doente com base em três parâmetros: o nível do colesterol LDL (conhecido como o mau colesterol, a história familiar e as características do doente.

Na opinião de Eric Bruckert está demonstrado que a confirmação de HF através do teste genético muda não só o comportamento dos médicos, mas também o dos próprios doentes.

A causa genética mais frequente é uma mutação no receptor do LDL. “O teste genético e a identificação da mutação geradora de HF são muito importantes pois dão-nos também uma ideia do prognóstico. Havendo a confirmação de uma mutação genética, é mais fácil identificar outros membros da família com o mesmo problema e é também mais fácil conseguir que o doente tenha uma boa adesão ao tratamento”.

Relativamente à história pessoal, havendo precedentes de doença cardiovascular ou história de hipercolesterolemia deve também levantar-se a suspeita de HF.

O exemplo de um caso clínico
Eric Bruckert explicou a importância do diagnóstico precoce e consequente forma específica de actuação através do exemplo de um hipotético caso clínico: um homem de 41 anos, não fumador, com uma pressão arterial de 128/88 mmHg, não diabético, sem doença cardiovascular, com uma dieta equilibrada, com um colesterol LDL (o mau, o prejudicial) de 188 mg/dl, um colesterol HDL (o chamado bom colesterol) de 43 mg/dl e triglicerídeos de 128 mg/dl. Para o especialista este doente tem um baixo risco cardiovascular, uma vez que para além da elevação do colesterol não-LDL, este homem não apresenta outros factores de risco. Neste contexto, as recomendações terapêuticas sugerem apenas uma intervenção no estilo de vida. Todavia, avança o professor, “se este doente tiver HF, aos 40 anos terá, seguramente, um elevado risco cardiovascular, apesar da ausência de outros factores de risco”.

De uma forma geral o tratamento da HF é idêntico ao tratamento da hipercolesterolemia não-familiar, porém é necessário avaliar cada caso na sua vertente global. O que é certo é que antes do aparecimento das estatinas, a esperança média de vida dos doentes com HF era de 18 anos, sendo que o primeiro evento cardiovascular ocorria, em média, aos 10 anos de idade. “Actualmente, estes doentes fazem tratamento desde os primeiros anos de vida com estatina”, conclui o especialista.

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Por todo o mundo
Vários milhares de pessoas manifestaram-se neste sábado por todo o mundo contra a empresa norte-americana de biotecnologia, a...

O apelo para a manifestação global foi lançado em mais de 400 cidades e quarenta países, incluindo Portugal. Lançada em 2013, a Marcha Global contra a Monsanto reclama-se "de uma dinâmica de cidadania, mobilizada por grupos locais."

Na Suíça, cerca de 2.500 pessoas manifestaram-se em Basileia onde a Monsanto tem a sua sede para a Europa, África e Médio Oriente.

Em Paris, entre 2.000 e 3.000 pessoas responderam ao apelo dos cidadãos e de muitas associações ambientalistas como a Greenpeace. Foram gritadas frases como "Vade retro Monsanto", "A Monsanto não, minha saúde sim" ou "OGM? Nós não queremos isso!".

O herbicida 'Round-Up', principal produto da Monsanto, recentemente classificado como "provavelmente cancerígeno" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi particularmente visado pelos manifestantes.

Em Estrasburgo, entre 800 e mil manifestantes reuniram-se em frente ao Parlamento Europeu, antes de se deitarem no chão por um minuto de silêncio.

Em África, metade de mil pessoas marcharam em Ouagadougou contra a empresa gigante norte-americana, que introduziu o algodão transgénico no Burkina Faso em 2003. É o único país da África Ocidental que experimentou as culturas de OGM em algodão.

Os manifestantes pediram às autoridades de Burkina Faso "uma moratória de pelo menos 10 anos", a fim de "prosseguir uma investigação independente" sobre os OGM.

Paulo Macedo sugere
O ministro da Saúde defendeu, em Ovar, que, à semelhança do que acontece com o orçamento para a Defesa, também o da Saúde...

"Em termos militares, a taxa está fixada", afirmou Paulo Macedo, acrescentando que "todos os países da NATO têm uma verba fixa para a Defesa entre 0,9 e 1,1% [do Produto Interno Bruto (PIB)]".

O governante considerou que "para a Saúde também era bom haver um compromisso, que defina essa margem que se quer gastar".

Paulo Macedo declarou que, assim, seria possível planear com maior segurança os investimentos de que o Sistema Nacional de Saúde irá necessitar ao longo dos próximos anos, entre os quais realçou os da área da oncologia - "em que já estamos a investir" - e os de Cuidados Continuados, "em que ainda há um caminho enorme a percorrer".

Para o ministro é "uma conversa tola" aquela em que se reclama meramente mais dinheiro para o setor.

"A conversa inteligente é aquela em que se quer mais dinheiro para a Saúde e em que se diz com que propostas, com que objetivos e como é que isso se vai financiar", frisou.

Paulo Macedo discursava no âmbito do evento "Aveiro em Formação, organizado pela JSD distrital, em que participam 70 jovens militantes, não tendo autorizado a presença de jornalistas durante o período de debate.

Quando a alimentação e o exercício não são suficientes
O colesterol é uma substância produzida pelo nosso organismo e que circula no sangue.

A redução do consumo de gorduras saturadas contribui para a manutenção dos níveis normais de colesterol no sangue. Diversos estudos demonstram que a adesão à dieta mediterrânica tem efeitos positivos no risco cardiovascular. A dieta mediterrânica tem sido classificada como o modelo dietético mais provavelmente capaz de contribuir para a prevenção primária da doença cardiovascular.

A grande dificuldade é a persistência e permanência nesta dieta, sendo demonstrado que esta permanência é inferior aos tratamentos farmacológicos.

Como complemento à utilização de alimentos saudáveis na prevenção cardiovascular existem os suplementos alimentares, que são formas concentradas de substâncias bioativas, originalmente derivados de matriz de alimentos para melhorar a saúde, em doses superiores às obtidas em alimentos normais.

Partindo do princípio de que não se pode assumir, "a priori", que as substâncias derivadas de alimentos mantêm o seu efeito favorável quando administradas numa forma farmacêutica, são necessários estudos clínicos que comprovem seu efeito. Estes estudos clínicos são especialmente importantes quando se trata de fatores de risco cardiovasculares.

Para isso deverá haver uma consulta médica para que possa garantir um aconselhamento dos suplementos alimentares adequados que consigam comprovar os seus resultados na redução do colesterol e, consequentemente, na prevenção do risco cardiovascular.

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“Não é um assunto tabu, mas é um pouco embaraçoso”
A halitose, ou o mau hálito como é mais conhecida, é um problema muito comum e pode afectar mulheres

Halitose é o termo empregue para descrever qualquer alteração do hálito. Deriva do latim halitos (ar expirado) e osis (alteração patológica). Conforme explica Rodrigo Avelãs Cavaco, especialista em medicina dentária e director clínico na DentalConcept, “a halitose é multifactorial e pode envolver condições orais e extra-orais”. Ou seja, nem sempre o que causa o mau hálito provém exclusivamente da cavidade bocal. Por outro lado, deve distinguir-se a halitose enquanto um verdadeiro problema do hálito desagradável sentido ao acordar. “Esse é considerado fisiológico”, atenta Rodrigo Avelãs Cavaco.

Na opinião do especialista, “em Portugal este já não é um assunto tabu embora ainda um pouco embaraçoso. Existe cada vez mais a consciência das causas orais do mau hálito, fazendo com que procurem o seu Médico Dentista para prevenir e tratar este problema”. Um problema que pode atinge qualquer pessoa em qualquer idade, embora afecta mais os homens do que as mulheres. A prevalência deste problema pode chegar aos 49,5%, segundo um estudo recente com uma amostra de 99 indivíduos. A prevalência de halitose no sexo masculino foi de 69,7% versus 39,4% no sexo feminino. Porém estudos internacionais, com uma amostra maior, indicam que o número de casos (prevalência) varia entre os 50 e 60%.

A prevenção e tratamento do mau hálito de origem oral passa“pela correcta escovagem dentária associada à higiene da língua, utilização do fio dentário, e colutórios orais, principalmente aqueles que contêm agentes antibacterianos como clorohexidina e cetilpiridínio ou contendo agentes como acetato de zinco. Estes parecem ter os melhores resultados na redução do mau hálito” aconselha o especialista, sublinhando que devem em primeiro lugar ser tratadas todas as causas possíveis de mau hálito de origem intraoral (cáries, gengivites, periodontites, e outras causas orais)”.

As várias causas

Como se disse anteriormente, a halitose pode envolver causas orais e/ou não-orais. Porém, “mais de 75% dos casos têm origem na cavidade oral e as causas mais frequentes são a má higiene, língua saburrosa (também conhecida por língua branca por nela se formar uma placa bacteriana esbranquiçada), patologia periodontal (gengivite, periodontite) e hiposalivação (pouca produção de saliva)”, explica o médico dentista, acrescentando que, “as causas não orais da halitose incluem maioritariamente doenças do aparelho respiratório superior e inferior, patologias do aparelho gastrointestinal, doenças metabólicas (diabetes mellitus), hábitos alimentares (jejum prolongado, ingestão de alimentos ricos em odor) e alguma terapêutica farmacológica com compostos ricos em enxofre”.

E quando a halitose é a consequência…

“A halitose em si não é uma doença mas pode ser um sinal clínico de outras doenças quer intra-orais quer extra-orais”, comenta o director clínico. É, por isso, importante estar alerta e fazer um diagnóstico de modo a combater as possíveis causas.

Já referimos que o hálito desagradável ao acordar é normal, e após a realização da higiene dos dentes e da língua e da primeira refeição, a halitose matinal deve desaparecer. “Caso isso não ocorra, pode-se considerar o indivíduo como possível portador de halitose real, problema a ser investigado e tratado”, comenta, sublinhando que “pode ser um sinal clínico para doenças sistémicas importantes como: patologias do aparelho gastrointestinal (doença do refluxo gastro-esofágico, diverticulose faringo-esofágica, úlcera péptica), doenças metabólicas (trimetilaminúria, diabetes mellitus), patologias do aparelho respiratório superior e inferior (amigdalite, rinosinusite e bronquiectasias), terapêutica farmacológica com compostos ricos em enxofre (dissulfiram) e hábitos alimentares (jejum prolongado, ingestão de alimentos ricos em odor)”. O tratamento da halitose de origem não oral deve ser efectuado simultaneamente com o tratamento da sua causa ou doença sistémica.

Consequências psicossociais

“Na sociedade actual observa-se a atribuição de uma importância crescente à imagem pessoal e às relações interpessoais. A halitose pode conduzir à diminuição da auto-estima e ser inclusivamente um factor perturbador das actividades sociais”, refere Rodrigo Avelãs Cavaco.

Por isso, o mau hálito pode acarretar como consequência efeitos psicológicos relevantes. A escala vai de um pequeno impacto e intensidade, para casos em que a vida das pessoas é totalmente perturbada. As pessoas que sofrem desta condição, estão cientes das implicações e tentam desesperadamente disfarçar o seu mau hálito usando pastilhas, escovando os dentes compulsivamente e bochechando várias vezes ao dia com colutórios orais. Também são frequentes os padrões de comportamento, como cobrir a boca, mantendo uma distância de outras pessoas ou até mesmo evitar qualquer interacção social.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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Bastonária aponta Dieta Mediterrânica como estratégia para combater obesidade e denuncia
Na véspera do Dia Nacional da Luta Contra a Obesidade, a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, acusa as...

Nos centros de saúde existem, atualmente, apenas 120 nutricionistas, quando as recomendações da Ordem dos Nutricionistas apontam para a necessidade de cerca de 500 (1 para cada 20 mil habitantes).

O mesmo cenário se representa nas autarquias que, apesar de serem, desde 2008, responsáveis pelo fornecimento das refeições escolares, apenas 10% das câmaras municipais tinham, em 2013, nutricionistas e dietistas integrados nos seus quadros de pessoal. Para a Bastonária, “este cenário reflete uma extrema negligência dos órgãos dirigentes, visto que  cerca de um milhão de adultos em Portugal sofrem de obesidade e 3,5 milhões são pré-obeso e quase 1/3 das crianças têm excesso de peso e destas cerca de 10% são obesas. De acordo com as previsões da Organização Mundial da Saúde a Europa enfrentará uma gravíssima epidemia de obesidade dentro de 15 anos”.

Para a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas “falta um envolvimento ativo de todos os stakeholders, numa lógica transdisciplinar e intersectorial. Há que envolver os Ministérios (desde logo o Ministério da Saúde, o da Educação, o da Agricultura..) as Universidades, em especial as escolas que formam os diferentes profissionais de saúde, e os centros de investigação, a Indústria Alimentar, a Restauração, a Distribuição. Todos numa linguagem uníssona.” Alexandra Bento reforça que “falta essencialmente que o governo considere a alimentação uma matéria absolutamente prioritária.”

A Ordem dos Nutricionistas encara a Dieta Mediterrânica como uma estratégia que poderá trazer mais eficácia ao combate contra a obesidade. A Bastonária justifica afirmando que “a Dieta Mediterrânica é um dos padrões reconhecidamente encarados como promotores de saúde que, por designar um estilo de vida e não só um padrão alimentar, poderá levar a uma reversão do cenário que atualmente se representa em Portugal”.

Recorde-se que a Ordem dos Nutricionistas integra a comissão ministerialmente nomeada para constituir o Grupo de Acompanhamento para a Salvaguarda da Promoção da Dieta Mediterrânica, na sequência da inscrição da Dieta Mediterrânica como Património Cultural e Imaterial da Humanidade da UNESCO. Coordenado pelo Ministério da Agricultura e do Mar, este grupo, que desenvolveu anteriormente a candidatura a esta distinção pela UNESCO, assume agora a responsabilidade de conservar e de enfrentar os desafios que se impõem a esta distinção em Portugal.

Rastreios gratuitos
No dia 25 de maio, os Hospitais CUF Descobertas e CUF Infante Santo realizam rastreios gratuitos para a população. Neste dia, ...

As doenças da tiroide atingem, em todo o mundo, mais de 300 milhões de pessoas. Estima-se que em Portugal cerca de cinco por cento da população sofra de alterações da função tiroideia. No seu conjunto, as doenças da tiroide afetam cerca de um milhão de portugueses.

Para sensibilizar a população para estas patologias, no dia 25 de maio, o Hospital CUF Descobertas e CUF Infante Santo realizam rastreios gratuitos para toda a população. No Hospital CUF Infante Santo o rastreio realiza-se entre as 09h00 e as 13h00, na Receção A. No Hospital CUF Descobertas o rastreio tem lugar entre as 14h30 e as 17h30 no átrio da Receção Central. A presença no rastreio pode ser confirmada através dos números 213 926 100 e 210 025 200, respetivamente.

“As Alterações da Tiroide ao longo da Vida” estarão também em debate na Biblioteca do Hospital CUF Descobertas, na reunião clínica que será promovida entre as 9h e as 13h deste dia. Desde pediatras a ginecologistas, obstetras, endocrinologistas, cirurgiões, patologistas, um corpo clínico multidisciplinar estará a debater temas como as alterações autoimunes da tiroide e da função tiroideia e gravidez, disfunção da tiroide na infância e adolescência. A segunda parte do encontro será mais focada no doente idoso, abordando as alterações da função tiroideia no idoso, amiodorona e a glândula tiroideia, a doença nodular da tiroide no idoso, interferências ao longo da vida - fisiológicas e iatrogénicas e ainda a importância do laboratório na interpretação das análises da função tiroideia.

Sindicato alerta para consequências
A Ordem dos Médicos congratulou-se com a publicação do novo regime jurídico da formação médica especializada, documento que o...

Publicado na edição de terça-feira em Diário da República, o diploma define “o regime jurídico da formação médica especializada com vista à obtenção do grau de especialista e estabelece os princípios gerais a que deve obedecer o respetivo processo”.

O novo regime merece o aplauso da Ordem dos Médicos, nomeadamente porque “foram introduzidas várias alterações de carácter estruturante nas condições de ingresso no internato médico, nomeadamente definindo novas regras de colocação, valorizando também o percurso académico dos candidatos, e a abertura de um único procedimento concursal”.

Também “a criação de um novo modelo de prova nacional de ingresso no internato médico, de acordo com as propostas da Ordem dos Médicos”, é aplaudida por este organismo representante dos clínicos.

Em comunicado, a Ordem indica que o diploma “confirma o papel fundamental da Ordem dos Médicos em todas as fases do processo de formação pós-graduada, valorizando e reconhecendo, assim, aquela que tem sido a frutuosa colaboração entre a Ordem dos Médicos e o Ministério da Saúde nesta complexa e sensível matéria”.

Por seu lado, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lamenta que “as sugestões e alertas apresentadas pelos sindicatos médicos durante um simulacro de negociação” tenham sido “completamente ignoradas”.

No seu site, o SIM refere que “as consequências desta legislação poderão ser gravosas para os internos e para a carreira médica, legitimando de uma só penada a existência de médicos indiferenciados com autonomia para o exercício da medicina”.

O decreto-lei publicado quinta-feira tem de ser regulamentado no prazo de 90 dias.

18 de novembro
No contexto da estratégia estabelecida para lutar pelos direitos da criança, foi estabelecido o dia 18 de Novembro o Dia...

O Conselho da Europa decidiu estabelecer o dia 18 de novembro como Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e os Abusos Sexuais, no contexto da Estratégia daquela organização para os direitos da criança (2012-2015).

Os objetivos do Dia Europeu são a sensibilização para os crimes de exploração sexual e abuso sexual e para a necessidade de prevenir tais atos, a promoção da ratificação e da implementação da Convenção de Lanzarote e a prevenção da estigmatização das vítimas.

O Dia Europeu será marcado por atividades de sensibilização com o forte envolvimento da sociedade civil nos Estados membros. Estas medidas irão complementar as campanhas do Conselho da Europa já existentes, tais como a campanha “One in Five”.

Mais informações podem ser consultadas aqui.

 

Parlamento aprova
Os deputados da Assembleia da República aprovaram hoje por unanimidade que as despesas de saúde com IVA a 23% vão continuar a...

No entanto, o Projeto de Lei apresentado pela maioria PSD/CDS, terá uma declaração de voto do PS e do PCP.

Na quinta-feira, a deputada do PSD, Elsa Cordeiro, disse que os grupos parlamentares acordaram levar a plenário da Assembleia da República um diploma autónomo que vai permitir que os contribuintes deduzam as despesas de saúde taxadas a 23% em sede de IVA na apresentação de rendimentos de 2015 desde que acompanhadas de receita médica.

Esta era a situação que se encontrava em vigor até ao final de 2014 mas que, com a reforma do IRS que entrou em vigor em janeiro deste ano, se alterou, podendo os contribuintes apenas deduzir as despesas de saúde com IVA a 6%.

Assim, tal como aconteceu este ano quando os contribuintes entregaram a declaração de rendimentos relativa a 2014, no próximo, quando entregarem as declarações de rendimentos de 2015, as famílias vão poder apresentar despesas de saúde com IVA a 23% desde que tenham a respetiva receita médica.

Entrevista – Presidente Sociedade Portuguesa de Hipertensão
O consumo excessivo de sal continua a ser um dos principais factores que levam ao aumento do número

Atlas da Saúde - A hipertensão continua a ser um dos principais factores de risco do AVC?

Prof. Mesquita Bastos - Sim, a hipertensão arterial é o factor de risco mais importante como causa de morte cardiovascular. Os doentes hipertensos têm uma maior probabilidade de vir a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) ou um enfarte agudo do miocárdio (EAM) ao longo da vida.

Quais as principais causas da hipertensão?

As principais causas da hipertensão são o consumo de sal em excesso, má alimentação, stress, obesidade, álcool, sedentarismo e hereditariedade.

Segundo os últimos dados qual a prevalência de hipertensão arterial entre os portugueses?

O estudo PHYSA detectou que a doença atinge quase metade da população portuguesa (42%).

Na sua opinião, os portugueses continuam a não ter em atenção a quantidade de sal que consomem?

Sim, sem dúvida. A população portuguesa, apesar de consciente dos malefícios do consumo de sal em excesso, não está suficientemente motivada para alterar os seus hábitos de consumo. Segundo os resultados do estudo PHYSA, levado a cabo pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e representativo de Portugal Continental, pode-se inferir que 95,6% dos portugueses continua a ingerir sal acima do máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cuja recomendação é de apenas 5,5 gramas diários. Em Portugal consome-se em média 10,7 gramas de sal por dia. De acordo com os resultados da sondagem efectuada pela SPH, em Dezembro de 2014, apenas ¼ da população tem em conta a presença de sal nos produtos embalados, sendo os jovens aqueles que menos importância atribui a esta prática (82% não verifica o sal presente nos alimentos). Além disso, 3 em cada 4 portugueses não sabe identificar quais os alimentos que são fontes de sal.

Um estudo recente dizia que a hipertensão está mal controlada nos idosos. Isso deve-se essencialmente a que factores?

Deve-se ao facto de se tratar de uma doença silenciosa, indolor e que não apresenta sintomas alarmantes ou identificáveis. É uma doença perigosa porque os seus sintomas só são visíveis em estados mais avançados, ou seja, quando já há forte indício de AVC ou EAM. A hipertensão, quando é detectada numa simples consulta de rotina, pode já ter causado algum tipo de dano em órgãos como o coração. Por outro lado, com a idade há um envelhecimento natural, nomeadamente um enrijecimento dos vasos, bem como um aumento de co-morbilidades como a diabetes, a dislipidemia e a obesidade. Estudos científicos demonstram claramente que o controlo tensional é muito mais difícil quando essas co-morbilidades existem.

A não adesão à terapêutica tem algum peso no não controlo da doença?

Sim, porque na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas, tornando o seu diagnóstico e tratamento mais difícil. Embora a hipertensão não apresente sintomas, quando não está controlada acarreta um risco elevado de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, aumentando assim a probabilidade de morte ou invalidez. Quando um doente hipertenso não está a ser medicado ou quando não está a receber o tratamento indicado, com o passar do tempo, os seus órgãos vão começar a ser afectados, podendo desenvolver doenças como insuficiência cardíaca. Por outro lado, por mais eficaz que seja um medicamento se ele não for tomado não faz qualquer efeito. O problema de adesão do doente à terapêutica é tão importante que um estudo efectuado nos USA demonstrou que, devido ao abandono da medicação, morrem 1.650.000 idosos por ano.

O mesmo estudo dizia ainda que cerca de metade dos doentes hipertensos sofrem igualmente de colesterol elevado…

O colesterol elevado e a hipertensão arterial são duas coisas diferentes, sendo que a presença dos dois não duplica o risco para o indivíduo mas sim multiplica-o. As doenças cardiovasculares, como o AVC e o EAM, são provocadas pelo desenvolvimento da doença aterosclerótica que acaba por levar à oclusão de um vaso ou no caso do AVC hemorrágico à ruptura de um vaso. Os maus hábitos de consumo alimentar e o sedentarismo podem facilmente levar a níveis elevados de colesterol, assim como da pressão arterial. Tanto para a pressão arterial elevada como para o colesterol elevado o tratamento consiste na adopção de um estilo de vida saudável que engloba uma reeducação alimentar e prática de exercício físico. Em determinados casos é necessário também recorrer à medicação. Em suma, o importante é tratar como um todo o risco cardiovascular que o indivíduo possa apresentar.

Na sua opinião como se pode "combater" este grave problema de saúde pública? Isto numa altura em que cada vez se sabe mais sobre a doença, os avanços terapêuticos também são muitos e os portugueses parecem cada vez mais sensibilizados para a prática do exercício físico.

A prática de exercício físico é importante de uma forma geral, contudo ela deve ser associada a uma alimentação saudável. Ela provoca a longo prazo uma descida da pressão arterial. No entanto, no caso do doente hipertenso ela só deve ser feita quando o doente tem a pressão arterial controlada, pois caso contrário pode ser nefasta.

Por isso, para combater a hipertensão é fundamental mudar os hábitos de consumo, tais como a redução do consumo de sal na alimentação e preferência por uma dieta rica em frutas, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas. O álcool deve ser consumido com muita moderação e o hábito de fumar deve ser completamente cessado. Outra forma de combater a hipertensão é a medição regular da tensão arterial e o cumprimento da medicação se for caso disso. Em Portugal 61% da população só mede a tensão quando vai ao médico e são os jovens aqueles que menos têm este hábito. Um dos objectivos da SPH é tornar a medição da pressão arterial numa prática comum e frequente entre os portugueses.

No passado dia 17 de Maio assinalou-se o Dia Mundial da Hipertensão. Qual o balanço que faz das actividades que a SPH desenvolveu para assinalar a efeméride?

O balanço foi muito positivo. Este ano, a capital da hipertensão foi a cidade de Oeiras e contámos com uma forte adesão da população que circulava nos arredores. Organizamos os habituais rastreios gratuitos à pressão arterial e outros factores de risco cardiovascular (como a diabetes e excesso de peso) sempre acompanhados por médicos e enfermeiros da SPH ou apoiantes da mesma. Tivemos ainda sessões informativas onde procuramos esclarecer todas as dúvidas e também aulas de ginástica e caminhadas para incentivar a prática do exercício físico. O ponto alto das comemorações foi a organização de um show cooking de refeitas saudáveis cujo intuito era ensinar a confeccionar receitas saborosas com recursos a ervas aromáticas como substitutos do sal.

Considera que a mensagem chegou ao público-alvo?

É esse o grande objectivo da SPH fazer chegar, ao maior número de pessoas possível, a importância da prevenção, detecção e tratamento da hipertensão. A SPH para além de ter a sua vertente científica, assume mesmo nos seus estatutos uma vertente de liga. Todos os esforços e acções que desenvolvemos têm sempre o objectivo principal de sensibilizar a população para a hipertensão arterial. Embora ainda exista um longo caminho a percorrer, acreditamos que a nossa actuação têm vindo a contribuir fortemente para a diminuição do número de hipertensos e mortes por doenças cardiovasculares. O objectivo da SPH é dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. A SPH orgulha-se do facto do controlo tensional, entre 2003 e 2012, ter passado de 11% para 42,6% e de ter contribuído decisivamente para a redução do consumo excessivo de sal, vendo inclusivamente ser aprovada, em 2009, uma Lei que limita o teor de sal no pão, Lei n.º 75/2009 de 12 de Agosto. É de registar que, com esses dois factos, a SPH teve um papel muito importante na sociedade, tendo contribuído para a uma diminuição da mortalidade por AVC, segundo dados da Direcção-Geral da Saúde.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
IPO garante
O administrador do Instituto Português de Oncologia de Lisboa assegurou que a avaria de oito dos 12 aparelhos que realizam...

Francisco Ramos reagia, desta forma, à notícia divulgada pelo Correio da Manhã que dá conta de uma avaria em oito dos 12 aparelhos que realizam colonoscopias naquele Instituto Português de Oncologia (IPO).

De acordo com o matutino, a avaria destes aparelhos adiou 150 exames neste IPO.

Francisco Ramos confirmou a avaria, alegando que tem a ver com a idade avançada dos aparelhos, mas garantiu que nenhum caso grave fica sem atendimento.

“Mantemos a capacidade de tudo o que é urgente”, disse o administrador do IPO de Lisboa, confirmando o adiamento dos exames que não são graves.

As novas máquinas deverão chegar a este IPO no mês de junho, tendo Francisco Ramos adiantado que até ao final desse mês a situação deve estar resolvida.

Gripe ou má disposição
Tradicionalmente as constipações e gripes não são doenças dos dias quentes, mas pode acontecer a qualquer um. Se começa a...

Além de saberem melhor do que qualquer medicamento, vão dar-lhe muitos nutrientes. Siga esta lista reunida pelo site Viral Nova, citada pelo Notícias ao Minuto, com os remédios naturais que tratam resfriados e qualquer tipo de desconforto.

Canja de galinha: Já diziam as avós e tem sido comprovado que a canja de galinha ajuda a curar gripes e constipações. A canja de galinha contém um aminoácido que ajuda a libertar o muco e a limpar a congestão. Além disso, reconforta corpo e alma.

Chá verde: Qualquer chá é bom para ajudar a curar uma constipação ou indisposição. Como tem antioxidantes, este chá também pode ser um grande aliado para prevenir a gripe.

Mel: Quando se está doente, um docinho até sabe bem. Opte pelo mel em vez de açúcar. Para além de ser o par ideal para o chá também vai fortalecer o seu sistema imunitário e ajudar a aliviar a sensação de garganta irritada.

Água quente com sal: Não é para beber, só para gargarejar. Ao fazê-lo com esta mistura, o sal vai ajudar a desinflamar a garganta.

Chocolate preto: O açúcar pode não ser um bom aliado mas o cacau é. Para além de saber bem, o chocolate contém antioxidantes que fortalecem o seu sistema imunitário. Escolha um chocolate com pelo menos 70% de cacau.

Iogurte: Pode até não lhe apetecer comer nestas alturas mas, alimentos com probióticos, como o iogurte, vão dar uma boa ajuda ao seu estômago.

Mirtilos: Estão cheios de antioxidantes que vão fortalecer o seu sistema imunitário e melhorar o desempenho cerebral.

Cogumelos: São ricos em potássio, antioxidantes, vitamina B e fibra. Vão fazer-lhe muito bem.

Citrinos: A vitamina D já é conhecida por ser o maior aliado no combate às gripes e constipações. Alguns estudos têm vindo desmentir esta ideia mas, ainda assim, os citrinos vão fazer-lhe bem e vão ajudar a aliviar a dor de garganta.

Gengibre: É um dos remédios caseiros mais populares para quase tudo. Experimente ferver uns pedacinhos de gengibre e fazer uma infusão ou rale um pouco e misture na comida. Ajuda a acabar com a congestão e também alivia o estômago.

Estudo
Sol é sinónimo de protecção solar, uma medida de suma importância para evitar escaldões e também o cancro da pele. A escolha do...

Um estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology concluiu que cerca de 80% dos protetores solares não funcionam como anunciam e outros até contêm ingredientes “preocupantes”.

O Environmental Working Group (EWG) divulgou o seu guia de protetores solares para 2015 que estudou mais de 1700 produtos como protetores solares, bálsamos para lábios e cremes. Os investigadores descobriram que 80% desses produtos oferecem “proteção solar inferior ou contêm ingredientes preocupantes como oxibenzona e vitamina A”, refere o estudo divulgado pela Time, citado pelo Notícias ao Minuto.

A oxibenzona é um químico que pode interferir no sistema hormonal. Alguns estudos sugerem, ainda que não esteja provado, que colocar vitamina A na pele pode intensificar a sensibilidade solar.

O estudo aponta a marca Neutrogena, como sendo a marca que promete proteção solar que não proporciona. O EWG destaca que esta marca diz que os seus protetores solares para bebé oferecem uma “proteção especial” e rotula-se como “hipoalérgica” mas, os seus produtos contêm um conservante chamado methylisothiazolinone que já foi considerado inseguro pelo Comité Científico da Segurança dos Consumidores da Comissão Europeia.

A organização disponibiliza até um ‘Muro da Vergonha’ onde lista os produtos que não cumprem a proteção solar que prometem e disponibiliza uma base de dados para os consumidores conseguirem perceber se o seu protetor solar é bom ou encontrar um que funcione.

Para se manter protegido do sol, os investigadores sugerem que escolha bem o seu protetor solar, passe pouco tempo ao sol, use chapéu e roupa para proteger a pele e que volte a colocar protetor na pele a cada duas horas, no máximo.

Ensaio clínico revela
Uma nova prótese neurológica implantada no cérebro permite que um tetraplégico opere um braço artificial com facilidade, pela...

A prótese traz uma nova esperança na conquista de mobilidade por parte de pessoas amputadas ou com paralisias motoras.

Até agora, as diferentes abordagens de controlo de prótese testadas envolviam, por exemplo, braços mioelétricos acionados pelo músculo ou ligados a implantes inseridos no cérebro, mas estas técnicas produzem frequentemente movimentos semelhantes a espasmos, o que não acontece com esta técnica.

Um dos casos relatados no ensaio clínico é o de Erik Sorto, 34 anos, tetraplégico desde há uma dezena de anos, depois de um ferimento na coluna vértebral, e que conseguiu usar um braço artificial sem esforço através da força do seu pensamento e da sua imaginação.

Erik Sorto tornou-se, assim, na primeira pessoa no mundo a ter uma prótese neurológica implantada numa região do cérebro onde se formam as intenções, o que lhe dá a capacidade de agarrar num copo e beber ou de jogar ao jogo “pedra-papel-tesoura”.

“O córtex parietal posterior situa-se a montante no processo que conduz a um movimento, o que faz com que os sinais estejam mais em linha com a intenção de agir do que com a execução do movimento”, explicou Richard Andersen, professor de neurologia e que dirigiu a investigação.

No decorrer da experiência clínica, os investigadores dizem ter conseguido descodificar as intenções do sujeito ao simplesmente pedirem-lhe para imaginar o movimento, mas sem as suas múltiplas e diferentes sequências.

Os implantes ligados ao braço artificial foram colocados em 2013 no Hospital Keck de Los Angeles, nos Estados Unidos.

Com a ajuda dos investigadores e do pessoal médico, Erik Sorto conseguiu controlar o cursor do computador e o braço robótico através dos seus pensamentos, exatamente o que os cientistas esperavam.

Estudo
Um grupo de investigadores criou o primeiro mapa genético das mutações do cancro da próstata com metástases por todo o corpo e...

Segundo a agência espanhola EFE, que cita o professor Johann de Bono, do Instituto de Investigação do Cancro, de Londres, trata-se da “Pedra de Roseta” do cancro da próstata com metástases porque traz a possibilidade de decifrar a complexidade da doença e transpor os resultados para planos de tratamento personalizados.

O estudo apresenta o cancro da próstata não como uma doença única, mas antes como muitas doenças em que cada uma é impulsionada pelas suas próprias mutações.

Quase 90% dos homens que sofrem de cancro da próstata em estado avançado têm mutações genéticas que poderiam ser o objetivo de medicamentos, tanto novos como já existentes.

Graças a este novo mapa, os médicos podem começar a fazer testes para estas mutações “clinicamente viáveis” e fornecer aos pacientes com cancro em estado avançado medicamentos já existentes ou combinações dirigidas às mutações genéticas específicas dos seus tumores.

O estudo é o primeiro no mundo que faz uma análise profunda de cancros da próstata com metástases que são resistentes aos tratamentos comuns.

Os investigadores analisaram os códigos genéticos dos tumores metastizados nos ossos, tecidos moles, gânglios linfáticos e fígado de 150 pacientes com cancro da próstata em estado avançado.

Os cientistas descobriram também mutações que nunca antes tinham sido detetadas em cancros da próstata, mas noutros tipos de cancro, para alguns dos quais já existem medicamentos ou estão em fase de testes clínicos.

Por último, determinaram que oito por cento dos doentes haviam nascido com predisposição genética para sofrer cancro da próstata devido a erros ao nível do ADN.

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