Unidades de Cuidados na Comunidade
Com a reorganização dos Centros de Saúde, em Agrupamentos de Centros de Saúde, surgem também as Unid

As equipas destas unidades são compostas maioritariamente por enfermeiros e nestas eles desenvolvem projetos diversos, relacionados com as suas áreas de especialização. Estas unidades ainda não são muito conhecidas pelo cidadão, nem por outros profissionais de saúde, no entanto têm um papel primordial na prevenção da doença e promoção da saúde.

A Unidade de Cuidado na Comunidade (UCC) presta cuidados de saúde, de apoio psicológico e social, de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente nas pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo e ainda na educação para a saúde e na integração em redes de apoio à família. Participa, também na formação dos diversos grupos profissionais. Esta pretende desenvolver ações, numa perspetiva integrada e em articulação com parceiros da comunidade, assim como desenvolver medidas de proteção nos grupos sociais vulneráveis, nomeadamente: às crianças, adolescentes, idosos, entre outros, sem desprezar as práticas de investigação e de formação contínua.

Adaptadas à realidade social e de saúde de cada população

Está definido que a UCC deve integrar projetos e programas que tenham em conta a realidade de saúde e social da sua área de intervenção, tendo como referência o plano de ação do Agrupamentos de Centros de Saúde (ACeS) e funcionando em estreita articulação com as outras unidades funcionais, designadamente: Unidades de Saúde Familiar (USF), Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP) e Unidade de Saúde Pública (USP), bem como com a Equipa Coordenadora Local (ECL), no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), tal como em articulação com outras instituições da comunidade (ex: autarquia, segurança social, escolas, IPSS´s, outras).

Através destas, o cidadão pode ter acesso a cuidados especializados de enfermagem ao longo do ciclo de vida. Por exemplo, na UCC onde exerço funções (em que os concelhos onde intervimos são: Oliveira de Azeméis, São João da Madeira e Vale de Cambra) os cidadãos podem usufruir de intervenções nas seguintes áreas: parentalidade (cursos de preparação para o parto e massagem infantil); saúde escolar (saúde oral, alimentação saudável, sexualidade, formação de pessoal docente e não docente, gabinetes de apoio ao aluno); saúde mental (sessões de relaxamento, consultoria em pedopsiquiatria), Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) – visitas domiciliárias com apoio de enfermeiros de reabilitação, participação na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJ) e no NCJR (Núcleo de Crianças e Jovens em Risco) tal como participação inerentes à Rede Social.

 

Nem todas têm os recursos adequados

Contudo, nem todas as UCC´s estão ainda munidas dos mais adequados recursos humanos e materiais, tendo-se assistido a realidades diferentes no país, o que leva a que não se desenvolva os mesmos projetos em todas elas, embora as linhas orientadoras de base sejam as mesmas. Algumas estão a apostar numa intervenção mais precoce com atuação na área da parentalidade e da saúde escolar, outras estão a investir mais na área dos idosos e equipas domiciliárias, dependendo também dos recursos e das características da população alvo. Assim, percebe-se que o cuidar na comunidade assume-se cada vez mais como uma área prioritária do cuidar em enfermagem.

Apesar de mais de metade do meu exercício profissional ter decorrido em contexto hospitalar, com passagem por mais do que um tipo de serviço, foi nos cuidados de saúde primários, e mais concretamente na UCC com intervenção na comunidade, em articulação com diversos parceiros (Escolas, Câmara Municipal, Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, entre outros), que encontrei a realização/satisfação profissional, que tem tido também obstáculos mas que se mantém no patamar do desafio.

As podem ser UCC o caminho, se…

Se pensarmos nestas unidades com uma visão de futuro, assente na prevenção efetiva da doença e na promoção da saúde, garantindo mais qualidade de vida e ganhos em saúde, com profissionais munidos de competências diversas colocados no lugar certo e com cidadãos mais satisfeitos, este será o caminho…

A essência da profissão de enfermagem está no cuidar, com influência na vida das pessoas, pois representa também o meio de expressão e valorização do ser humano.

Nesse campo de atuação, em que as ações se centram no cuidar, percebe-se a necessidade de romper e extrapolar o modelo biomédico e reconhecer a exigência da inclusão da representação da integralidade no cuidar, inovando e acompanhando a sociedade atual, sendo as UCC´s um exemplo disso mesmo estando por isso a enfermagem, mais perto do cidadão.

Nesse campo de atuação, em que as ações se centram no cuidar, percebe-se a necessidade de romper e extrapolar o modelo biomédico. Deve-se reconhecer a exigência da inclusão da representação da integralidade no cuidar, inovando e acompanhando a sociedade atual. As UCC´s são um exemplo disso, com a enfermagem ainda mais perto do cidadão.

 

Andreia Eunice Pinto Magina. Nascida em 1976 e natural de Ovar. Enfermeira desde julho de 1997 - formou-se na Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca, em Coimbra, tendo sido uma das primeiras alunas desta escola a realizar Erasmus, em Inglaterra. Licenciada em Ciências da Educação desde dezembro 2005, pela Universidade de Coimbra. Desde abril de 2010, é Instrutora de Massagem Infantil certificada pela IAIM e Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica, desde novembro de 2011. Fez voluntariado durante 4 anos como enfermeira, nos Bombeiros Voluntários de Espinho. Trabalhou em contexto hospitalar passando por serviços diversos, até outubro de 2007. Atualmente exerce funções na Unidade de Cuidados na Comunidade, do ACeS Entre Douro e Vouga II - Aveiro Norte, dinamizando vários projetos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Campanha de sensibilização
Pela primeira vez o mês de Abril foi designado o Mês de Sensibilização da Rosácea. Durante os 30 dias decorreram várias...

A organização mundial Global Rosacea Coalition, apoiada pela National Rosacea Society, pela farmacêutica Galderma e por vários especialistas mundiais, anunciou o primeiro Mês de Sensibilização da Rosácea, que se assinalou mundialmente durante o mês de Abril.

Esta iniciativa procurou consciencializar para o impacto psicológico da Rosácea no dia-a-dia daqueles que vivem com esta doença, bem como encorajar os indivíduos a melhor reconhecerem os sintomas e a procurarem ajuda médica.

A campanha teve como mote “Act On Red – Não vire a cara à Rosácea” e culminou com um debate mundial no Twitter. Várias filiais da Global Rosacea Coalition aderiram à campanha e distribuíram informação, incluindo Portugal, Austrália, EUA, México e Itália.

Para o debate no Twitter - #ChatRosacea Tweetathon - inscreveram-se 113 twitters que mostraram o seu apoio à campanha, que teve um alcance social de 67.271 pessoas. O #ChatRosacea Tweetathon decorreu em simultâneo e ao vivo entre os utilizadores inscritos e abordou temas-chave sobre a Rosácea, desde o diagnóstico passando pelo impacto de viver com a doença até ao controlo dos sintomas. De referir que não se tratou de uma actividade promocional e, por isso, não foi feita nenhuma menção a tratamentos específicos.

O debate na Europa e Austrália centrou-se nos sintomas, nomeadamente, na percepção que as pessoas têm dos mesmos, na possibilidade de terem de ser mais claramente definidos para serem perceptíveis e o que se pode fazer para ajudar a reconhece-los.

Já na América Latina o debate incidiu sobre o impacto na qualidade de vida dos doentes e na importância de os sintomas psicológicos não serem ignorados.

Como melhorar o diagnóstico e obter a informação e apoio correctos foram os temas-chave em destaque no diálogo dos twitters dos EUA e Canadá.

Linda Papadopoulos, especialista e moderadora europeia revelou que “foi um prazer estar envolvida numa forma tão inovadora de chegar às pessoas. Inclusive já várias pessoas me contactaram para me dizerem que encaminharam o diálogo para pessoas que conhecem e sofrem desta doença. Consideraram muito útil a informação partilhada e a forma como foi abordada. Por isso, agradeço ter feito parte deste projecto”.

A Rosácea

Estima-se que cerca de 40 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de Rosácea e que praticamente metade destes indivíduos desconheçam que têm esta doença dermatológica. Neste sentido, aumentar o conhecimento sobre esta patologia e o acesso aos cuidados médicos necessários, são passos essenciais para melhor compreender a Rosácea e encontrar o tratamento mais indicado para cada caso.

A face rosada é um sintoma muito comum das pessoas que sofrem de Rosácea e é caracterizado por uma vermelhidão persistente, acompanhada de uma sensação de desconforto e ardor. Regularmente confundido com acne, eczemas, excesso de exposição ao sol ou alergias, este sintoma é ignorado levando pessoas a pensar que simplesmente coram facilmente ou que têm uma elevada sensibilidade, o que demonstra a importância de consciencializar para esta doença.

 

Legenda: Resultados ainda preliminares indicam que foram alcançadas - 2,598,341 pessoas, participaram no debate 174 participantes com 739 tweets, durante 9 dias

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

António Nóvoa anuncia
O ex-reitor da Universidade de Lisboa acredita que vai haver “uma enorme revolução no espaço da escola” que acabe com os atuais...

António Sampaio da Nóvoa falava durante a conferência "Pensar a Educação Portugal 2015", que tem como objetivo apresentar o trabalho de um grupo de académicos que resultou de um ano e meio de reflexão sobre a educação e que estes querem ver transformado num projeto educativo politicamente consensualizado para os próximos anos.

“Trata-se de tentar reconstruir, através deste relatório, um novo consenso em torno da educação. Neste consenso de futuro há necessidade de ume enorme revolução no espaço da escola”, afirmou.

No centro dessa revolução, duas ideias-chave: “todos” e “futuro”, destaca António da Nóvoa, explicando que todos é “uma escola inclusiva que consiga responder às necessidades de todas as crianças”.

“Para isso, a escola vai mudar brutalmente nos próximos 20/30 anos, mais do que mudou nos últimos 300”, afirma, acrescentando que “o modelo escolar fixo, fechado na sala, com determinada política e currículo, com um professor para um grupo de aluno, tudo vai estar em mudança, em revolução”.

Segundo António Nóvoa, a escola do futuro “vai ser uma escola sem quadro negro, sem currículo estruturado, sem um professor apenas para vários alunos, uma escola que vai mudar nas próximas décadas, é uma revolução que está em curso em várias partes do mundo”.

A ideia é construir espaços públicos de educação, muito mais amplos do que a escola, espaços também designados como “territórios educativos” ou “cidades educadoras”, mas que para o reitor o importante é a sua essência, a abertura do espaço escolar.

Mas para este consenso, “é preciso investimento na educação e que todas as crianças tenham direito à educação”, lógica que, na opinião de António Nóvoa, tem vindo a ser abandonada desde o início do século XXI.

“Vários discursos de elites que começaram a revelar cansaço de tanta educação, de tanto investimento na educação e de que é preciso educação para todos. Por volta de 2000, começou a haver “dois discursos (que escondem um cansaço do discurso da educação): o de que estamos a gastar muito, demais para os resultados que temos, e o da exigência e do rigor, um discurso autoritário sobre a educação”.

Para o responsável, estes dois discursos juntos “produzem a lógica seletiva, de exclusão e não de inclusão”.

O reitor criticou ainda a forma “como se tratou os professores” e como se criaram políticas contra os professores.

António da Nóvoa defende assim uma “política de inclusão e de tentar que todos tenham sucesso na escola”, e aí encontrem “o espaço de felicidade e realização”, mas também a necessidade de sentido crítico e mais professores.

“Foram dos grupos profissionais mais mal tratados e mais encostados à parede nos últimos dez anos ou mais. Os professores têm que estar no centro para nos dotarmos, como país das décadas que aí vêm”, afirmou.

A propósito desta nova ideia de escola defendida, o responsável terminou citando o pensador e pedagogo António Sérgio, para mostrar que afinal não é assim tão nova, pois este já defendia “uma escola útil para a vida”, em que o mais importante é o conhecimento das coisas e da vida, porque “uma carneirada escolar dá uma carneirada administrativa, e um decorador de compêndios, um amanuense”.

Futuro da Medicina Dentária em debate este sábado no Porto
O Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da Ordem dos Médicos Dentistas organiza, este sábado, 23 de maio, pelas 14h30, a...

 

 

Destaque para o painel ”Emigração: uma oportunidade ou inevitabilidade?” que junta o deputado Carlos Abreu Amorim e o vereador da Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro e vai ser moderado pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

 

 

Programa:

15h15 | Sessão de abertura
Projeção do Filme “Barómetro Nacional de Saúde Oral 2014”.
Orlando Monteiro da Silva e Humberto Santos Silva
15h30 | “Resiliência: Vencer a adversidade” - Coaching pelo Prof. Jorge Sequeira
16h30 | Apresentação “Os Números da Ordem”
“Experiências no estrangeiro” - Testemunhos de médicos dentistas
16h45 | ”Emigração: uma oportunidade ou inevitabilidade?” - Debate
Oradores: Carlos Abreu Amorim (Deputado à Assembleia da República); Manuel Pizarro (Vereador da Câmara Municipal do Porto). Moderador: Orlando Monteiro da Silva
18h00 | “Traça o teu caminho" - Mesa Redonda do Conselho dos Jovens Médicos Dentistas da Ordem dos Médicos Dentistas
18h45 | Conclusões

Instituto Superior de Engenharia do Porto
Um grupo de investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto que lidera um projeto com o objetivo o diagnóstico...

Segundo o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), trata-se de um projeto europeu em consórcio liderado pelo grupo de investigação BioMark Sensor Research, unidade de investigação do instituto, que integra várias instituições nacionais e europeias.

O objetivo do Symbiotic, assim se designa o projeto, é o desenvolvimento de biossensores inovadores para o diagnóstico precoce da doença oncológica.

O consórcio propõe “uma integração inovadora entre biossensores elétricos, anticorpos plásticos e células de combustível que combina as vantagens da investigação na área da engenharia, nanotecnologia e bioquímica, num único dispositivo integrado e de baixo custo”.

Segundo a coordenadora do projeto, a docente do ISEP Lúcia Brandão, “a deteção precoce do cancro pode prevenir a sua evolução para estágios mais avançados, em cerca de 40% dos casos, tendo um grande impacto na prestação de cuidados de saúde e na sociedade”.

A coordenadora do Biomark Sensor Research e também docente do ISEP, Goreti Sales acrescenta que “a deteção da doença no contexto clínico e a monitorização da sua evolução face à terapêutica são também aspetos abordados no projeto. Adicionalmente, o projeto propõe uma abordagem altamente inovadora com um possível grande impacto nas tecnologias de ‘point-of-care’ e de avaliação de risco personalizado”.

As docentes são também investigadoras do Center for Health Technology and Services Research da Universidade do Porto (CINTESIS).

O Symbiotic propõe “o desenvolvimento de biossensores elétricos autónomos que abrirão novas possibilidades na análise biomédica, nomeadamente no campo dos biossensores aplicados à medicina”.

O projeto contempla medidas de exploração dos resultados que envolvem, por exemplo, a elaboração de um plano de negócios e o desenvolvimento de um protótipo comercial, dois anos após a conclusão do projeto.

O consórcio pretende ainda promover a formação de jovens investigadores e fortalecer a colaboração entre instituições europeias, através da troca de experiências e de conhecimentos.

Os parceiros deste consórcio são a Universidade de Aarhus/iNano, que é especializada em interfaces nano-biológicas, o Instituto de Desenvolvimento de Novas Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa/CENIMAT, especialista em nanofabricação, o Imperial College of London e o Centro Tecnológico de Investigação Finlandês (VTT), que desenvolvem células de combustível de baixo custo.

O projeto obteve um financiamento europeu de cerca 3,4 milhões de euros no concurso Pilar I do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia.

Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Enfermeiros, no âmbito das comemorações do Dia Internacional do Enfermeiro, promove no...

A iniciativa da Secção Regional do Norte (SRN), única na Ordem dos Enfermeiros (OE), pretende assim agradecer o empenho e o contributo do percurso profissional dos aposentados para o fortalecimento e desenvolvimento da Enfermagem.

Com início marcado para as 11h30, a sessão contará com a presença do Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enfermeiro Germano Couto, e com o Presidente da SRN da OE, Enfermeiro Jorge Cadete. Serão homenageados cerca de 50 enfermeiros, que apesar de aposentados continuarão a ser cuidadores.

A este propósito o Presidente da SRN destaca ‘Socialmente estes enfermeiros aposentados continuam com responsabilidades, daí eu lhes solicitar que não deixem de se dedicar à Enfermagem, e de responder ao apelo cívico de quem possa necessitar dos vossos serviços. Toda a sociedade atravessa momentos difíceis e os Enfermeiros não são insensíveis a tal cenário. Não conseguimos, nem podemos, virar a cara aos problemas que nos cercam. Sobretudo aqueles que vivenciamos permanentemente no Sistema Nacional de Saúde’.

A Ordem dos Enfermeiros presta um importante contributo à sociedade, na promoção dos cuidados de Enfermagem de qualidade. Distingue-se por essa função, assim como pela regulamentação e pelo controlo do exercício da profissão de enfermeiro, assegurando a observância das regras de ética e deontologia profissional.

 

25 de maio - Teatro Thalia
Instituto de Medicina Molecular apresenta nova imagem e promove debate sobre o impacto da ciência na sociedade.

O Instituto de Medicina Molecular (IMM) apresenta no próximo dia 25 de maio a sua nova imagem de marca, numa cerimónia que pretende ser um marco histórico no posicionamento de um dos principais centros de investigação de ciência em Portugal. O evento, que terá lugar no Teatro Thalia, em Lisboa, incluirá um debate sobre o impacto da investigação científica na sociedade com reconhecidas personalidades da área da ciência e saúde.

“Procuramos perguntas: junto da sociedade” será o tema da mesa redonda moderada por Ricardo Costa, diretor do jornal Expresso, que contará com a participação de Maria de Belém, Deputada da Assembleia da República e ex-Ministra da Saúde, de Henrique Leitão, historiador de ciência e Prémio Pessoa 2014, e de Lynne Archibald, Presidente da Associação Laço.

Promover uma reflexão sobre o papel que a ciência e a tecnologia desempenham na sociedade é o principal objetivo deste encontro, onde será reafirmada a necessidade de promover o envolvimento do público e um diálogo sustentado entre a ciência e a sociedade civil, o que implica que todos devam trabalhar em conjunto durante o processo de investigação e inovação, a fim de alinhar melhor o processo e os seus resultados, com os valores, necessidades e expectativas da sociedade.

O Instituto de Medicina Molecular é um dos principais institutos de investigação de ciência em Portugal, que promove a investigação biomédica básica, clínica, de translação e a inovação nestas áreas, contribuindo para a compreensão dos mecanismos da doença, o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e de ferramentas de diagnóstico.

Passam a integrar a lista de 13 cientistas
Foram dois dos membros eleitos este ano para integrar a Organização Europeia de Biologia Molecular, pelo mérito e a excelência...

Mónica Bettencourt Dias, investigadora principal do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e, Henrique Veiga Fernandes, investigador principal do Instituto de Medicina Molecular (IMM), foram dois dos membros eleitos este ano para integrar a Organização Europeia de Biologia Molecular (European Molecular Biology Organization – EMBO), pelo mérito e a excelência do trabalho que têm desenvolvido nos últimos anos.

Os dois cientistas passam assim a integrar a lista de agora 13 cientistas membros desta organização a trabalhar em Portugal, dos quais fazem parte Jonathan Howard, diretor do Instituto Gulbenkian de Ciência e Maria do Carmo Fonseca, presidente do Instituto de Medicina Molecular.

Mónica Bettencourt Dias, coordena o grupo de Regulação do Ciclo Celular no IGC, onde estudam como erros na divisão das células podem estar implicados na progressão de tumores ou na infertilidade. Mónica Bettencourt Dias  fala sobre esta nomeação: “Foi uma surpresa enorme! É uma grande honra para o meu laboratório e para o Instituto Gulbenkian de Ciência  que tem apoiado sempre o nosso trabalho” acrescentando que “é uma excelente oportunidade de promover o desenvolvimento da investigação em Ciências da Vida na Europa.”

Henrique Veiga-Fernandes, coordena um laboratório de imunologia no IMM, onde estuda a forma como factores ambientais influenciam o sistema imunitário em doenças inflamatórias, infecciosas e cancro. Para Henrique Veiga-Fernandes, esta nomeação: “Foi totalmente inesperada! Tive de reler o comunicado várias vezes para perceber exatamente o que tinha acontecido! Custava acreditar…” referindo ainda que “esta eleição pelos nossos pares internacionais é também uma forma notável de reconhecimento do IMM pelo investimento incondicional que tem feito em ciência”.

Este ano foram ainda nomeados mais dois cientistas portugueses: Graça Raposo-Benedetti, investigadora principal do grupo de Dinâmicas e Estruturas Sub-celulares, no Institut Curie, em Paris e, Carlos Caldas, investigador principal do Cancer Research UK, em Cambridge.

Maria Leptin, diretora da EMBO, refere em comunicado: “Congratulamo-nos com estes cientistas excepcionais que entram agora na EMBO e estamos ansiosos pelo seu contributo". Pode ainda ler-se no mesmo comunicado que “os membros da EMBO têm contribuições inestimáveis para a organização, fornecendo sugestões e feedback sobre as atividades da EMBO, para além de integrarem os comités de seleção para os programas da EMBO e serem mentores dos cientistas mais jovens selecionados pela organização. O seu contributo tem ajudado a promover a excelência nas ciências da vida desde 1964”.

Anualmente, a EMBO nomeia cientistas de topo de várias áreas das ciências da vida que desenvolvem o seu trabalho em países europeus ou países associados como Estados Unidos, Nova Zelândia, Japão e China. Este ano foram nomeados 58 novos membros, provenientes de 19 países. A rede de membros desta organização ultrapassa já os 1700 cientistas em ciências da vida.

Mónica Bettencourt-Dias licenciou-se em Bioquímica pela Universidade de Lisboa e fez o doutoramento em regeneração cardíaca na University College London, Reino Unido. Após o doutoramento, fez investigação na Cambridge University, Reino Unido, mudando-se em 2006 para o IGC para criar o seu próprio grupo de investigação. Mónica Bettencourt Dias foi premiada em 2007 com o Eppendorf Young Investigator Award, recebendo no mesmo ano um Prémio de Instalação EMBO. É desde 2009 membro no programa EMBO Young Investigator ao que se soma agora a nomeação para membro da EMBO. Venceu o Prémio Criostaminal em 2007 e por duas vezes venceu o Prémio Pfizer em Investigação Básica. O grupo de investigação que lidera tem publicado artigos relevantes na área da divisão e mobilidade celular tendo obtido importantes financiamentos do Programa Harvard-Portugal da Fundação para a Ciência e Tecnologia e uma Starting Grant do European Research Council (ERC).

 

Mónica Bettencourt-Dias tem ainda um forte interesse na promoção do diálogo entre a comunidade científica e a sociedade e tem organizado eventos de comunicação de ciência que promovem interações entre cientistas e o público. Ainda durante o seu pós-doutoramento obteve uma pós-graduação em Comunicação de Ciência pelo Birkbeck College, Reino Unido.

 

Henrique Veiga-Fernandes licenciou-se em Medicina Veterinária pela Universidade Técnica de Lisboa. Doutorou-se pela Université René Descartes em Paris, França. Fez o seu trabalho de pós-doutoramento no National Institute for Medical Research em Londres, Reino Unido, onde viria mais tarde a desempenhar funções como cientista sénior. Iniciou o seu trabalho no Instituto de Medicina Molecular em 2009 como coordenador do grupo de Imunobiologia. Desde 2014 é membro da direção do Instituto de Medicina Molecular. Foi premiado, por três vezes, pelo European Research Council (ERC), em 2008, 2013 e 2015. Entre outras distinções incluem-se os prémios Pfizer em Portugal, Kenneth Rainnin Foundation e CCFA, ambos nos Estados Unidos.

 

Cancro de mama, colo do útero e colo-rectal
Há muitas pessoas convocadas para fazer rastreios ao cancro que faltam à chamada. Avaliação do Programa para as Doenças...

Parece um contra-senso. O número de homens e mulheres que comparecem aos rastreios do cancro do colo-rectal e do colo do útero diminuiu em 2014, apesar de terem aumentado e muito as convocatórias para estes exames que permitem detetar precocemente lesões e prevenir doenças. A avaliação realizada pelo Programa Nacional para as Doenças Oncológicas (PNDO) aos três rastreios de base populacional permite perceber que ainda há muito a fazer para alargar esta forma de prevenção a todo o país, escreve o jornal Público na sua edição digital.

Primeiro: a cobertura dos rastreios de base populacional (cancro de mama, do colo do útero e colo-rectal) continua a ser muito assimétrica em Portugal. No cancro de mama, por exemplo, se o Centro, o Alentejo e o Algarve já estão cobertos a 100%, em Lisboa e Vale do Tejo a taxa de cobertura ainda é muito reduzida - só se faz rastreio em quatro dos 15 agrupamentos de centros de saúde, e, mesmo nestes, a adesão das mulheres é baixa.

O rastreio do cancro de mama é, porém, de longe o que apresenta uma taxa de cobertura geográfica mais abrangente e, segundo o coordenador do PNDO, Nuno Miranda, “não é um problema em Portugal”. Do total de mulheres elegíveis, quase três quartos do total estão já cobertas por rastreios de base populacional (não oportunísticos). As que fizeram mamografias em 2014 foram, porém, menos de metade do total (43%). Explicações? Nuno Miranda admite que o facto de alguns estudos estrangeiros terem começado a questionar a utilidade deste rastreio, devido ao risco de sobrediagnóstico, poderá ter tido algum efeito. "Até ao momento não temos dados que nos levem a parar com este rastreio", sublinha. Na retração das mulheres pode ainda ter pesado um factor subjectivo, relacionado com o impacto da crise. “Numa crise, o futuro não é tão importante como presente”, reflecte.

Quanto ao cancro do colo do útero, o relatório do PNDO revela que só um quarto das mulheres entre os 25 e os 64 anos que deveriam fazer citologias têm rastreios organizados e apenas 12% fizeram os testes, menos 14.020 do que em 2013. “Isto preocupa-me. Haverá pessoas que pensam que a vacinação contra o HPV (papiloma vírus humano) resolve o problema e outras que, por terem sucessivos testes negativos, acabam por achar que não vale a pena”, enfatiza Nuno Miranda. O objectivo é chegar a uma cobertura de 60%.

No cancro colo-rectal, um dos mais eficazes por permite despistar atempadamente pólipos que podem evoluir para cancro, o cenário também não é animador, mas o coordenador do PNDO lembra que este programa de rastreio ainda é “muito imaturo”, sendo assim “difícil retirar conclusões”. No ano passado, apenas 3,7% dos homens e mulheres elegíveis para o teste de sangue oculto nas fezes (que, se der positivo, é seguido por uma colonoscopia) tinham a possibilidade de se submeter à despistagem deste que é um dos cancros mais mortais em Portugal. Mas só 1,1% acabaram por ser rastreados. De nada serviu o facto de a cobertura populacional ter aumentado quase para o dobro face a 2013. Para contornar este problema, os autores do relatório propõem que se invista em programas de divulgação e informação e que se flexibilizem e alarguem os horários dos rastreios no período pós-laboral ou à hora do almoço.

As assimetrias regionais verificam-se também no rastreio do cancro colo-rectal que apenas está a funcionar na região Centro e na do Alentejo, e de forma parcial, com uma taxa de cobertura de 50% e 25%, respetivamente. No cancro do colo do útero, Lisboa e Vale do Tejo não tem ainda rastreio, enquanto o Centro, Alentejo e Algarve apresentam coberturas de 100% e o Norte, 38%.

Os autores do documento destacam ainda as dificuldades na manutenção, alargamento e concretização de novos rastreios pelas administrações regionais de saúde, por razões organizacionais, logísticas e de falta de recursos humanos e financeiros. Propõem igualmente a uniformização de critérios.

Mais do que uma altura do mês
A menstruação é muito mais do que “aquela altura do mês” das mulheres. Para além das dores e dos incómodos físicos, custa...

Estar menstruada é muito mais do que estar ‘naquela altura do mês’. A menstruação é todo um conjunto de sintomas, patologias e gastos… muitos gastos.

O Huffington Post, citado pelo Notícias ao Minuto, fez as contas ao impacto que a menstruação tem no orçamento de uma mulher, muito embora o valor varie do tipo de apoio que cada país dá aos gastos nos cuidados de saúde.

Nos 6,25 anos de vida que passa menstruada (média para o período entre os 13 e os 51 anos), uma mulher britânica gastam, em média, 36 mil libras, cerca de 50 mil euros.

A grande parte deste montante deve-se à pílula e aos exames de controlo e prevenção que realiza. Aqui, incluem-se os métodos contracetivos, consultas e planeamento familiar, de ginecologia e exames citológicos como o ‘Papanicolau’.

No total, só com isto, as britânicas gastam 11.400 libras, cerca de 15 mil euros. Contudo, este valor pode não espelhar a situação das portuguesas, uma vez que as consultas de planeamento familiar, exames recomendados e pílula podem ser feitos e obtidos gratuitamente nos centros de saúde.

Segue-se a compra de roupa interior nova, em especial de cuecas que não se desgastem com facilidade devido à cola existente nas abas dos pensos higiénicos. Para as britânicas tal tem um custo de 2.280 libras, pouco mais de 3.100 euros.

Mas estar menstruada implica mais gastos. De tampões a pensos, passando por medicamentos contra a acne ou dores menstruais, de sabonetes a gel de banho 'íntimos' ou até chocolate e outros tipos de doces que a menstruação ‘pede’ à mulher.

Segundo especialista
A modificação da estrutura das cidades, afastando as pessoas para os subúrbios, deixou menos tempo para a atividade física e...

Em declarações a propósito do dia nacional de luta contra a obesidade, que se assinala no sábado, Davide Carvalho disse que a situação em Portugal nesta matéria “é preocupante”, com o país a ter, com Malta, as mais altas taxas de obesidade infantil da União Europeia, e também das mais altas em relação aos adultos.

O país tem um milhão de adultos obesos, destacou, explicando que a situação piorou com a mudança da estrutura das cidades, associada a uma modificação de comportamentos.

“Há mais consumismo e menos disponibilidade para a atividade física. As pessoas passam muito tempo nos transportes, têm uma vida mais sedentária, uma tendência para refeições rápidas e ricas em gordura”, disse.

Questionado sobre se não existe atualmente uma maior predisposição para as atividades desportivas Davide Carvalho considerou que o número dos que praticam exercício não aumentou e que “é difícil chegar aos inativos”, pelo que era importante haver condições para que as pessoas pratiquem algum exercício na ida para o emprego.

Depois os portugueses, disse, estão a adotar uma dieta rica em gorduras, deixando de lado as leguminosas. “Hoje feijão e grão é comida de pobre”, frisou. Ao contrário dos países nórdicos – disse – que tinham maus hábitos alimentares mas que conseguiram modifica-los, os países do sul da Europa “fizeram ao contrário”.

E é preciso, salientou, uma mudança que começa com os mais jovens: “somos modelos para os nossos filhos, se os adultos deixarem de comer sopa as crianças também não a comem”.

“Num supermercado o que está ao nível dos olhos das crianças não é a fruta, são os chocolates e os rebuçados. As crianças bebem refrigerantes diariamente, o que devia de ser para um dia de festa é um hábito diário. É importante passar imagens positivas da água, de que beber água é bom”, disse.

No sábado, no Ginásio Club Português em Lisboa, vai discutir-se a obesidade como a epidemia do século XXI e a influência do urbanismo.

No início do mês, com base em projeções, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para uma “grande crise” de obesidade na Europa dentro de 15 anos.

No estudo refere-se que em 2030 quase todos os adultos irlandeses vão ter excesso de peso.

“O estudo sugere que a obesidade é uma doença social e a crise económica levou a estes dados. Pena que ainda não se tenha feito também em Portugal. Porque as gorduras, em termos de fornecimento de calorias, são mais baratas do que as frutas e hortícolas”, disse Davide Carvalho.

Segundo dados da OMS, quase dois mil milhões de adultos do mundo tinham excesso de peso em 2014, dos quais 600 milhões eram obesos.

Estudo
Um estudo levado a cabo na Unidade de Saúde Familiar (USF) Cidade do Lis, em Leiria, apresentado em poster no congresso europeu...

A Dra. Andreia Carreira e colega realizaram um estudo sobre a realidade da disfunção sexual masculina na USF Cidade do Lis, onde exercem. Os objetivos desta pesquisa, que envolveu 104 utentes com uma idade média de 54 anos, eram conhecer a prevalência de disfunção sexual naquela USF e perceber se os homens pretendem que o seu médico os questione ativamente acerca da vida sexual.

Os resultados obtidos estão em linha com a literatura médica internacional e evidenciam que os médicos, em regra, não questionam os seus doentes sobre a saúde sexual, mas os doentes gostariam que o fizessem: 76,4% dos inquiridos dizem ver com bons olhos que o médico de família pergunte sobre a saúde sexual, enquanto apenas 20% havia já sido abordado pelo seu médico nesse sentido.

Carregue no poster para aumentá-lo.

Associação Nacional de Farmácias
Quase um quinto das farmácias em Portugal está em situação de insolvência ou penhora, revelou o presidente da Associação...

Paulo Duarte, que falava aos deputados da Comissão Parlamentar da Saúde sobre a evolução da situação do setor, adiantou ainda que só em 2013 as farmácias reduziram de “forma dramática” o pessoal, tendo eliminado do setor 700 postos de trabalho.

Para a Associação Nacional de Farmácias (ANF) o atual modelo económico põe em causa a garantia de cobertura farmacêutica do país, já que a crise das farmácias foi responsável pela insolvência e penhoras de 512 farmácias em Portugal (17,5% do total).

Entre dezembro de 2012 e abril de 2015 houve um aumento de 190,2% de insolvências (passou de 61 para 177) e um acréscimo de 88,1% de penhoras (de 180 para 335).

Paulo Duarte apresentou também os dados preliminares de um estudo económico e financeiro da Universidade de Aveiro, que apontam para que entre 2010 e 2012 as farmácias reduziram os seus custos em mais de 14% (o que corresponde a 44,3 milhões de euros), incidindo principalmente nos gastos com pessoal (menos 19,5 milhões de euros).

As outras reduções de despesa incidiram no fornecimento de serviços externos, “outros gastos e perdas”, juros e impostos.

Os mesmos dados provisórios revelam que entre 2010 e 2013 houve uma diminuição de 26% da margem bruta e de 56% do resultado operacional da farmácia média.

Paulo Duarte destacou que em 2012 o resultado líquido das farmácias foi negativo, “até 3.757 euros”.

A ANF afirma que as farmácias estão a funcionar com margens negativas e sublinha que “estudos independentes de universidades portuguesas permitem concluir que as margens das farmácias não são suficientes para cobrir os custos fixos”.

A ANF critica o facto de a perda de margem não ser compensada, já que não há compensação para a perda de receita nas margens das farmácias através da venda de outros produtos.

As farmácias em Portugal têm atualmente uma das mais baixas margens da Europa, apenas ultrapassada pela Roménia, indica.

“Em cada cem euros que vendemos ao balcão da farmácia, a farmácia ganha 73 cêntimos”, acrescentou Paulo Duarte.

Comparando o novo sistema de margens com o sistema anterior, os dados da ANF referentes ao período entre abril de 2014 e março de 2015 apontam para uma diminuição de 1,9 milhões de euros em 12 meses, uma média de 158,3 mil euros por mês.

Paulo Duarte abordou ainda a proposta de um novo contrato social para a farmácia, que será apresentado no dia 2 de junho, que estabelece novas obrigações e remunerações para as farmácias.

Paulo Duarte explicou que havia um contrato que estabelecia “obrigações das farmácias com direito a remuneração equilibrada”, mas esse “contrato quebrou-se”.

A ANF quer agora lançar as bases para um novo contrato a ser desenvolvido a médio/longo prazo, que, entre outros aspetos, preveja que a componente da margem fixa seja maior, “para haver interesse direto [da farmácia] em dispensar o medicamento mais barato”.

“Ganha o farmacêutico, ganha o utente e o Estado ganha também”, disse, acrescentando que, neste modelo, “os medicamentos muito baratos têm que ser um bocadinho mais caros, para compensar os muito caros””.

Para Paulo Duarte deveria ser criado “um sistema que incentivasse e beneficiasse o farmacêutico a dispensar genéricos”.

“Há comprimidos, muitos, que são mais baratos do que uma carcaça. Algo está mal neste processo. O modelo que foi criado é, na nossa opinião, totalmente ineficaz”, considerou.

Associação Nacional das Farmácias
A maioria dos utentes já teve dificuldade de acesso a medicamentos na farmácia, onde só em janeiro de 2015 faltaram sete...

Falando na Comissão Parlamentar de Saúde sobre “o momento atual” e o “futuro das farmácias”, o presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Paulo Duarte, revelou que os cidadãos enfrentam “sérias dificuldades no acesso a medicamentos”.

Entre agosto de 2013 e dezembro de 2014, faltaram cerca de cinco milhões de embalagens de medicamentos nas farmácias todos os meses.

O problema agravou-se nos primeiros três meses deste ano, atingindo valores superiores aos registados desde agosto de 2013: em janeiro faltaram sete milhões de medicamentos e em fevereiro e março faltaram perto de seis milhões.

Ao todo, durante o ano de 2014, foram reportados 57 milhões de embalagens em falta, por 78% das farmácias, referentes a 25,7% das apresentações de medicamentos.

Citando dados do Censo Nacional sobre Falhas no Acesso aos Medicamentos (CEFAR), referente a junho de 2014, “cerca de 61% dos utentes reportaram pelo menos um problema de acesso aos medicamentos no último ano”, revela a ANF.

Falando da evolução do mercado financeiro, a ANF indica que entre 2010 e 2014 os medicamentos baixaram em valor 875,9 milhões de euros (-25,1%), embora destacando que em 2015 houve uma “ligeira variação positiva”, de 23,1 milhões de euros (+3,5%), face ao período homólogo.

Quanto ao volume de medicamentos, entre 2010 e 2014 verificou-se uma redução de 7,6 milhões (-2,8%) de embalagens vendidas, embora verificando-se um aumento de 2 milhões de embalagens (+3%) em março de 2015, face o mesmo período do ando anterior.

A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos entre 2010 e 2014 baixou 30,1% (493,8 milhões de euros).

Em março de 2015 a redução foi de 0,6 milhões de euros (0,2%) comparativamente ao mesmo mês de 2014.

Infarmed
O presidente do Infarmed anunciou a criação de uma via verde para o medicamento que garantirá que o doente tenha sempre acesso...

Eurico Castro Alves falava aos jornalistas no final da sessão de abertura da Conferência Anual do Infarmed, que decorre em Lisboa, tendo adiantado que esta via verde entrará em vigor no próximo mês de junho.

Trata-se de um sistema com uma plataforma gerida e controlada pelo Infarmed, através do qual os intervenientes do circuito – indústria, distribuidores e farmácias – assegurarão a disponibilidade de um medicamento, sempre que este não tiver grandes disponibilidades no mercado.

Isso será possível graças à gestão de stocks de segurança, adiantou Eurico Castro Alves.

Esta é mais uma medida que visa garantir o acesso efetivo aos medicamentos, continuando no terreno ações de inspeção às falhas de medicamentos.

Dados divulgados na conferência apontam para um reforço das ações de inspeção, junto das farmácias e distribuidores, dedicadas em exclusivo às falhas de medicamentos, num total de 671 inspeções entre setembro de 2012 e o primeiro trimestre de 2015.

Eurico Castro Alves apelou à população, no sentido de notificarem o Infarmed sempre que detetem uma falha de medicamentos nas farmácias.

Para já, este organismo que regula o setor do medicamento garante que os fármacos considerados fundamentais, por não terem alternativa, e que constam de uma lista elaborada para efeito não podem ser exportados.

Segundo Eurico Castro Alves, a grande maioria dos profissionais estão a cumprir os regulamentos, embora tenham sido identificadas prevaricações que têm levado à atuação do Infarmed.

A próxima área que estará debaixo da atenção do Infarmed será a dos dispositivos médicos, estando “por dias” a publicação das portarias e regulamentações necessárias para a plena atuação do SiNATS – Sistema Nacional de Avaliação de Tecnologias de Saúde.

“O SiNATS é um sistema dinâmico que vai evoluir. Não vamos conseguir avaliar todos os dispositivos médicos logo, vamos investir nos que têm mais impacto”, disse.

Esta é uma preocupação partilhada pelo ministro da Saúde que, durante a sua intervenção de abertura da Conferência anual do Infarmed, afirmou que “não é admissível que na área do medicamento haja todo um conjunto de avaliações, regras e exigências, e na área dos dispositivos médicos haja uma total assimetria”.

Paulo Macedo recordou que Portugal gasta 3,6 mil milhões de euros, dos quais 2.000 milhões pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em dispositivos médicos, os gastos portuguesas atingem os 1.000 milhões de euros, dos quais 700 milhões de euros a cargo do SNS.

Segundo Eurico Castro Alves, o novo sistema irá permitir uma avaliação constante do medicamento e dos dispositivos e não apenas aquando da sua introdução no mercado.

Isso permitirá, segundo disse, “separar o trigo do joio”.

“Há inovadores importantes e úteis para as pessoas e outros que, com a mudança da cor da caixa, o preço aumenta desmesuradamente”, disse.

De acordo com o presidente do Infarmed, em 2014 foram financiadas 45 novas moléculas. O investimento do SNS em medicamentos inovadores atingiu os 197 milhões de euros.

Apoio à Associação Europacolon
Maria José Azevedo, sobrevivente de Cancro do Intestino e autora do livro biográfico “Todos os dias – Diário de uma (im...

“Comecei a escrever este diário, primeiro como uma terapia, depois como forma de comunicar com os outros e mais tarde surgiu a necessidade de o partilhar com o público, para mostrar que é possível levar uma vida normal e ser feliz, ainda que tendo um cancro.

Com este livro, quero homenagear as pessoas que fizeram parte deste meu percurso e gostaria de ajudar os doentes que estejam a passar pela mesma situação. Desejo que encontrem neste meu testemunho a esperança e a força de que precisam para vencer o cancro e continuar a ser felizes", afirma Maria José Azevedo.

Para a concretização da impressão do livro, a autora lançou uma campanha online com o desafio de angariar até 2.500 euros. O donativo poderá ser realizado até dia 15 de Junho de 2015, através de uma transferência bancária disponível a partir do link http://bit.do/todososdias.

Dia Mundial do Médico de Família
Um dia após a comemoração do Dia Mundial do Médico de Família a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar falou ao...

Celebra-se anualmente a 19 de Maio, o Dia Mundial do Médico de Família, uma iniciativa da responsabilidade da Organização Mundial dos Médicos de Família (WONCA), apoiada em Portugal pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).

O Dia Mundial do Médico de Família foi celebrado pela primeira vez em 2010 e “tem como objectivo festejar e dignificar a relevância da Medicina Geral e Familiar, sensibilizando a comunidade sobre a importância dos cuidados de saúde da pessoa e da família e defender a valorização do Médico de Família”, refere membro da direcção da APMGF.

Para as comemorações, a Associação programou uma campanha nacional, a decorrer em várias cidades do país, com presença em espaços públicos, pretendendo informar os portugueses sobre a importância da Medicina Geral e Familiar e dos Cuidados de Saúde Primários (CSP).

O Médico de Família

No discurso comemorativo, o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, salientou o facto de o Médico de Família ser o único especialista a ter tal distinção (um dia a ele dedicado). “No universo dos dias comemorativos temos o Dia Mundial da Saúde, no dia 7 de Abril, o Dia Mundial da Saúde Mental, no dia 10 de Outubro, e o resto são dias de doenças. Pouco mais se fala de saúde e o facto de termos um dia do médico de família é uma grande oportunidade para falar de saúde. Os especialistas de Medicina Geral e Familiar são médicos de pessoas e para todas as idades”, disse Fernando Leal da Costa.

Na realidade, “os Médicos de Família (MF) colocam os interesses dos seus utentes em primeiro lugar e funcionam como um provedor para a sua saúde, daí serem justamente considerados os melhores amigos dos doentes”, refere a Associação, acrescentando que, “ para que possam dedicar o tempo e atenção necessários a todos os que os procuram, os MF não podem ver as suas listas aumentadas de forma arbitrária e desmedida, sob pena de não serem capazes de prestar cuidados de saúde de qualidade”. Certo é que como em todas as profissões, “por vezes há casos pontuais de situações que correm menos bem ou de forma diferente da desejável, mas importa salientar que neste momento muitos MF estão desmotivados e em exaustão, por não se sentirem reconhecidos e por não lhes serem dadas as condições mínimas para o exercício digno do seu trabalho. Só mesmo a amizade e dedicação que têm para com os seus utentes os faz continuar a trabalhar, dia após dia, em prol da saúde e bem-estar de todos”.

A escassez de profissionais

A tão falada falta de Médicos de Família deve-se, “por um lado ao processo massivo de aposentações que ocorreram nos últimos anos de Médicos de Família em fases mais avançadas da sua carreira, muitas vezes de forma antecipada, e que o Governo não conseguiu impedir. Por outro lado deve-se ao facto de termos neste momento muitos internos e médicos ainda na sua fase de formação específica, o que necessita de algum tempo para se completar”.

De notar que um médico desde que entra na faculdade de Medicina, até que termina a sua especialidade e se torna disponível para assumir funções autónomas de Médico de Família, leva pelo menos 10 anos. Portanto, “a resolução deste problema não será a curto prazo, mas certamente em poucos anos se fará através do aumento de vagas nos últimos anos, quer nas faculdades quer na especialidade”, contam os responsáveis da APMGF, sublinhando que para uma resolução de curto prazo, e enquanto não temos disponíveis estes novos especialistas, várias medidas temporárias podem ser tomadas para minimizar este efeito e compensar a população que não tem MF. Nomeadamente criar incentivos para o regresso à actividade de muitos MF aposentados nestes últimos anos. Por outro lado pode haver, pontualmente e em zonas ou situações especiais de maior carência, um aumento transitório das dimensões dos ficheiros dos colegas em actividade. Estas medidas, claro, deverão ser substituídas pela colocação progressiva e definitiva de novos profissionais sob condições adequadas para uma prática médica de qualidade”. Ou seja, desde que as condições de trabalho e de remuneração sejam justas para todos os envolvidos.

As listas dos médicos

O Ministério da Saúde propôs e logo depois deixou cair a proposta de alargamento das listas dos médicos de família até um máximo de 2500 utentes, dando ouvidos às críticas. “Aumentar as listas para cima de 2000 utentes significaria colocar em causa toda a contratualização realizada até agora no que refere às metas de desempenho das unidades e dos profissionais. Quem disser que é possível manter a contratualização actual, ou seja, atingir metas de cobertura e desempenho elevadíssimas, com listas de 2000 ou mais utentes, ou ignora o assunto ou está a tentar enganar alguém. Simplesmente não existe tempo suficiente numa semana de trabalho comum para um profissional, ou para uma equipa de saúde conseguir atingir as metas propostas. Com 1900 utentes os nossos colegas já estão absolutamente nos limites e este não é um discurso corporativo, é o discurso da realidade”.

Inclusive Rui Nogueira, da APMGF, disse na altura que, “esta solução até levanta questões de natureza ética”.

Os doentes

Para a APMGF, a gestão dos recursos por prioridades deve ser uma filosofia a adoptar em situações de carência, o que se verifica em algumas zonas do país onde há falta de MF. Por isso, propôs que os doentes com hipertensão e com diabetes - dois problemas de saúde com maior prevalência em Portugal – fossem priorizados no acesso ao MF, “pois o maior investimento nestes problemas trará mais ganhos em saúde populacional, evitando custos associados às suas complicações e como tal melhorando a sustentabilidade do SNS”, já que estes são dois grupos de problemas de saúde que se associam a maiores perdas de anos de vida com qualidade, e como tal maior carga de doença para a população geral.

Também porque prevenir é o melhor remédio e essa é precisamente uma das tarefas da Medicina Geral e Familiar. “É necessário investir nas bases educativas da população para que esta se torne sensível à importância da prevenção”. E a prevenção assume várias dimensões, explica a direcção da APMGF: “por uma lado começa no ambiente em que se vive e na exposição a factores de risco, e isso passa pelo campo legislativo e político, como é o exemplo da exposição tabágica em locais públicos ou da poluição ambiental. Por outro lado, para prevenir a doença e preservar a saúde é necessário não só um estilo de vida saudável, mas também conhecer e saber detectar adequada e precocemente uma situação de doença”. É, portanto, importantíssimo investir na educação populacional e isto passa por todos os profissionais, quer de saúde, quer de educação, bem como pela sociedade civil. “É deveras importante que os utentes estejam cada vez mais e melhor informados sobre a sua saúde e sobre o que devem fazer para a preservar”.

As novas tecnologias podem e devem desempenhar um papel importante na área da prevenção em saúde, bem como na divulgação de informação adequada acessível a todos. Contudo, comenta a mesma, “este novo tipo de educação para a saúde deve ser baseado em fontes sérias, fidedignas e credíveis, que por vezes são difíceis de encontrar e/ou seleccionar pela população em geral. Desde que a informação seja de qualidade, a internet pode ser um grande aliado dos profissionais de saúde, facilitando todo o processo assistencial e de prestação de cuidados”.

O Serviço Nacional de Saúde

Segundo a APMGF, “diversas entidades internacionais e diversos estudos na área da gestão e economia da saúde mostram claramente e inequivocamente que um Serviço de Saúde baseado em bem organizados e bem estruturados CSP, é mais eficiente, mais sustentável, consome menos recursos e apresenta melhores resultados em matéria de saúde da população”.

O desinvestimento e o desinteresse em apoiar o desenvolvimento dos Cuidados de Saúde Primários levará inevitavelmente ao comprometimento da sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal como o conhecemos, e isto não se baseia apenas na falta de MF, sendo claro um factor importante, mas também na “paralisação” da reforma dos CSP e na falta de apoio para resolver os vários problemas que ainda persistem.

“A ‘crise’ no SNS foi e é causada por políticas erradas, muitas vezes de má gestão não só económica mas também a nível dos recursos humanos, que visam a sua degradação e empobrecimento”, lamenta a direcção. Contudo, o SNS continua a ser a base do sistema de saúde em Portugal e terá de continuar a desempenhar esse papel, sendo que só ele assegura a cobertura universal e tendencialmente gratuita de toda a população. Os sistemas de saúde privados têm o seu lugar e funcionam muitas vezes como o complemento ideal para o SNS, mas não são capazes de o substituir. Em Portugal, o SNS continua a ser a referência em áreas importantíssimas, como sejam os tratamentos inovadores, a investigação ou a formação médica, ente muitas outras.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

Final de maio em Vila do Conde
A 25ª convenção anual dos Narcóticos Anónimos em Portugal realiza-se entre 30 e 31 de maio, em Vila do Conde, Porto, para...

A organização do evento, que decorrerá no Cine Teatro Municipal de Vila do Conde, destaca esta realização por se tratar da celebração dos 30 anos da instalação da organização Narcóticos Anónimos (NA) em Portugal e será subordinada ao tema “30 anos a mudar vidas”.

"O reconhecimento da importância desta data e da diferença que os NA têm feito na vida de milhares de pessoas, leva a Associação Portuguesa de Narcóticos Anónimos a abrir este evento à comunicação social e a mostrar-se disponível para mais informações", sublinha a organização.

Num comunicado, os NA destacam que a Convenção é "o evento maior" da organização em Portugal e destina-se ao debate "entre homens e mulheres para os quais as drogas se tornaram um problema muito grave".

Os NA são uma organização mundial e uma associação sem fins lucrativos com estatuto de utilidade pública, composta por adictos que se reúnem de forma regular com o objetivo "de se ajudarem mutuamente a manterem-se abstinentes das drogas através da partilha de experiências pessoais de força, fé e esperança".

A organização garante o anonimato, o sigilo e a igualdade para quem frequenta as reuniões e procura a recuperação através do método dos 12 passos.

O programa de 12 passos foi criado nos Estados Unidos em 1935, por Bill W. e Dr. Bob S., inicialmente para o tratamento do alcoolismo e mais tarde estendido para praticamente todos os tipos de dependência química e constitui a estratégia central da grande maioria dos grupos de mútua-ajuda para o tratamento de dependências químicas ou compulsões.

Relatório mostra
Os rastreios oncológicos de base populacional continuam a apresentar significativas assimetrias regionais, como no caso do...

Segundo o relatório da Direção-geral da Saúde (DGS) que avalia os rastreios oncológicos de base populacional referentes a 2014, o rastreio do cancro da mama está implementado em todas as regiões e a taxa de cobertura geográfica nacional é de 72%.

Contudo, enquanto Algarve, Alentejo e Centro apresentam 100% de cobertura, no Norte a taxa é de 83% e em Lisboa e Vale do Tejo é de 27%.

Em comparação com 2013, no caso do cancro da mama houve um acréscimo na cobertura populacional e no número de mulheres rastreadas.

No caso do cancro do colo do útero, só Lisboa e Vale do Tejo tem ainda rastreio de base populacional implementado, enquanto o Centro, Alentejo e Algarve apresentam coberturas de 100% e o Norte de 38%.

Apenas 24% do total de mulheres elegíveis estão cobertas por este programas de rastreio do cancro do colo do útero e só 12% são rastreadas através destes programas de rastreio.

Relativamente a 2013, a cobertura populacional total aumentou, mas o número de mulheres rastreadas diminuiu.

Quanto ao rastreio do cancro do cólon e do reto, apenas está implementado na região Centro e na do Alentejo, e de forma parcial, com uma taxa de cobertura de 50% e 25%, respetivamente.

“Do total de homens e mulheres de Portugal Continental elegíveis para rastreio do cancro do cólon e reto, apenas 3,7% estão cobertos por rastreios organizados de base populacional e apenas 1,1% são rastreados através destes programas de rastreio. Relativamente ao ano anterior, a cobertura populacional total aumentou quase para o dobro, mas o número de utentes rastreados diminui”, conclui ainda o relatório que a DGS divulgou na terça-feira no seu site.

Relatório da DGS
As Administrações Regionais de Saúde sentem dificuldades em manter ou implementar programas de rastreios oncológicos devido,...

“Existem muitas dificuldades na manutenção, alargamento e implementação de novos rastreios por parte das Administrações Regionais de Saúde (ARS) que se prendem com motivos organizacionais, logísticos e de falta de recursos humanos e financeiros”, conclui o relatório da Avaliação e Monitorização dos Rastreios Oncológicos Organizados de Base Populacional referente a 2014 e divulgado na terça-feira no site da Direção-geral da Saúde (DGS).

Segundo o documento, a situação é “particularmente crítica no caso dos rastreios do cancro do colo do útero e do cancro do cólon e reto”.

O Programa Nacional para as Doenças Oncológicas tem tentado, junto das Administrações Regionais de Saúde, incrementar aqueles tipos de rastreio, “o que se refletiu num aumento de convocatórias enviadas em 2014” aos utentes do Serviço Nacional de Saúde.

Contudo, o relatório admite que “esse esforço não se refletiu num aumento proporcional das taxas de rastreio populacional, no caso dos rastreios do cancro do colo do útero, e do cólon e reto, em virtude da diminuição da adesão das populações”.

Da parte das ARS há interesse em aumentar as coberturas geográficas e populacionais dos rastreios ao cancro, mas “existem inúmeros constrangimentos de ordem financeira e logística e de recursos humanos que impedem a sua concretização”.

O relatório recomenda que “a dotação financeira às ARS” para os encargos com os rastreios “deve ser inequívoca e sustentada no tempo” para que não se criem intervalos temporais que paralisem o processo, já que quando é iniciado não deve ser interrompido.

É ainda sugerida a contratação de “serviços indispensáveis à prossecução dos programas de rastreio”. Isto é sobretudo urgente nas ARS com mais população já que implicam “procedimentos processuais mais complexos e morosos”.

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