Associação para o Planeamento da Família
A Associação para o Planeamento da Família quer que os centros de saúde realizem interrupções de gravidez medicamentosas, para...

A sugestão é feita pelo diretor executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar, a propósito dos dados constantes do Relatório dos registos das Interrupções da Gravidez (IG), da Direção-Geral da Saúde, que revelam grandes assimetrias regionais no acesso aos serviços de saúde que realizam abortos.

O relatório confirma uma evidência, já apontada em relatórios de anos anteriores, de que as utentes de algumas zonas do país têm de viajar quilómetros para se deslocarem a regiões que disponham de serviços de saúde que realizem interrupções de gravidez (IG), sobretudo Lisboa e Vale do Tejo.

As zonas mais prejudicadas são os Açores e o Alentejo: das 72 IG registadas nos Açores, nenhuma foi feita nessa região, ao passo que no Alentejo se registaram 466 IG, mas apenas duas foram feitas na mesma zona.

Duarte Vilar considera fundamental que “os serviços públicos e privados passem a oferecer serviços de gravidez onde não há”, principalmente nos Açores e Alentejo, que “revelam desigualdades profundas”.

Referindo o caso do Alentejo, o responsável lembra que só essa região “representa um terço do país”, pelo que “não se compreende" que de três hospitais com obstetrícia – Portalegre, Beja e Évora - e que poderiam oferecer esse serviço, “apenas o de Portalegre oferece”.

“Os outros não estão a dar a resposta que deveriam e que as populações dessas zonas esperam dos hospitais”, afirmou.

Esta carência poderia facilmente ser colmatada se os centros de saúde pudessem praticar as IG que são feitas com recurso a medicamentos (e que são a grande maioria), considera, sugerindo que sejam “replicadas experiências feitas na região norte em que a IG medicamentosa é feita no contexto dos centros de saúde e não só nos hospitais”.

De acordo com o relatório, o centro de saúde de Amarante é o único de todo o país que realizou interrupções de gravidez, com um total de 131 IG feitas em 2014.

O relatório confirma mais uma vez a tendência de queda do número de IG que se vem verificando desde 2012, sendo que no ano passado se realizaram 16.589 abortos (por todos os motivos), menos 1.692 do que em 2013 (total de 18.281), o que traduz uma descida de 9,3%.

Avaliando apenas as IG “por opção da mulher” (representam 97% do total e realizam-se até às 10 semanas de gestação), em 2014 realizaram-se 16.039, menos 9,5% do que em 2013 (17.728).

Para Duarte Vilar, esta descida consistente desde 2012, após um pico verificado em 2011, demonstra uma evidência, que já tem sido sustentada por estudos sobre contraceção, de que o uso de contracetivos em Portugal é altíssimo.

Segundo o diretor da APF, depois de números relativos a 2007 e 2008 apontarem para que o uso de contracetivos pelas mulheres rondasse os 87%, outros dados divulgados recentemente revelaram que o uso de contraceção pelas portuguesas era superior a 90%.

“As mulheres e os casais controlam a natalidade na base da contraceção e não do recurso ao aborto. Esta é a primeira conclusão de uma evidência que se tem consolidado todos os anos, que é a do decréscimo do número de abortos”, afirmou.

Os dados relativos à reincidência demonstram que 71,06% das mulheres nunca tinham abortado, 21,90% tinham feito uma interrupção de gravidez, 5,11% tinham feito duas e 1,93% tinha realizado três ou mais abortos ao longo da sua vida.

Quanto às mulheres que já tinham feito uma outra IG nesse ano (2014), o relatório da DGS indica terem sido 303 (1,9%).

O perfil das mulheres que optam por interromper a gravidez não tem sofrido grande alterações ao longo dos anos, sendo mais predominante nas mulheres entre os 20 e os 24 anos, seguido das de 30 a 34 anos. Paralelamente, tem diminuído entre as jovens com menos de 20 anos.

Relativamente ao grau de instrução, cerca de 38% tinham o ensino secundário e 21,4% tinham cursos superiores.

Quase metade (41,14%) das mulheres que abortaram não tinha outros filhos, 29,45% tinham um e 21,78% tinham dois.

Secretário de Estado e adjunto da Saúde
O secretário de Estado e adjunto da Saúde disse hoje que “o Estado saberá encontrar a capacidade de resposta” para a realização...

Fernando Leal da Costa, que falava aos jornalistas no final da apresentação do Relatório da Primavera de 2015, do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), escusou-se a revelar se o Estado vai aumentar o valor pago às clínicas privadas pela realização de colonoscopias, com anestesia, através do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Nunca deixámos de estar dispostos a corrigir os valores”, disse Leal da Costa, deixando um aviso: “Existem valores que não voltarão a ser pagos”.

Segundo a Europacolon - Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, o número de especialistas e clínicas que realizam colonoscopias em Lisboa é manifestamente insuficiente para as necessidades.

“Em Lisboa existem apenas seis unidades de saúde que realizam colonoscopias pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) por um valor entre os 14 e os 28 euros, com anestesia. No sector privado os exames continuam a custar mais de 400 euros”, disse Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

Leal da Costa reconheceu as dificuldades na realização de colonoscopias em Lisboa, atribuindo-as à falta de gastrenterologistas.

Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia classificou hoje de "momento histórico"
A presidente da Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia classificou hoje de "momento histórico" a discussão...

Em declarações à agência Lusa, Margarida Neves de Sá disse que este é o momento que os doentes esperavam e que representa o fim de uma “luta muito dura” que durava desde 1999.

“Os doentes fibromiálgicos vão ser finalmente reconhecidos como doentes crónicos e incapacitantes” no dia 25 de junho, em que serão discutidos e aprovados em plenário os dois projetos de resolução com esta finalidade, uma vez que a legislação de 2004 reconhece a fibromialgia como doença crónica, adiantou.

Com este reconhecimento, estes doentes vão passar a ter os mesmos benefícios dos outros pacientes crónicos em regime especial, como a comparticipação de medicamentos e isenção de taxas moderadoras.

No mesmo dia será também discutida a petição com 5.064 assinaturas entregue pela Associação Portuguesa de Doentes com Fibromialgia (APDF), com o mesmo objetivo.

Convicta de que os projetos de resolução se vão transformar em lei, Margarida Neves de Sá considerou que será um “momento histórico para o país e essencialmente para os doentes”, passado Portugal a ser um dos poucos os países que têm estas duas situações legisladas.

“É bom demais” porque “atrás disto vêm todas as outras situações que estão paradas”, como a criação de juntas médicas para doentes fibromiálgicos em Lisboa, Porto e Coimbra com “médicos devidamente habilitados cientificamente para o fazer”.

Em simultâneo será elaborada pela Direção-Geral da Saúde uma “norma de conduta clínica, científica baseada nas investigações dos últimos anos que passará a ser obrigatória para toda a classe médica de forma a cumprirem o que vai constar como lei”, adiantou Margarida Neves de Sá.

“O médico que ouse dizer que a fibromialgia não existe e que é do foro psicológico estará sujeito a sanções, porque tudo será devidamente legalizado”, comentou.

As estimativas apontam para que a fibromialgia possa atingir cerca de 2% da população adulta portuguesa, sendo que as mulheres são cinco a nove vezes mais afetadas do que os homens por esta doença que se inicia, em regra entre os 20 e os 50 anos, refere o projeto de resolução do PSD/CDS-PP.

“Tratando-se de uma doença com diagnóstico difícil, já que o mesmo se processa por exclusão de outras doenças, não oferece no entanto dúvida de que a fibromialgia é incapacitante e geradora de limitações para os seus portadores, tanto na vida profissional como na vida privada, manifestando-se essas limitações no cumprimento das tarefas diárias e também em termos de absentismo laboral”, sublinha o documento.

De 22 a 24 de Junho no IPO do Porto
Dirigentes de mais de 70 Institutos oncológicos europeus vão reunir de 22 a 24 de junho no IPO do Porto para debater melhores...

Fonte do IPO/Porto disse hoje à Lusa que durante os três dias do encontro “OECI Oncology Days 2015” serão constituídos diversos grupos de discussão e decisão.

Em debate estarão a generalização de padrões de qualidade, questões técnicas e a relação custo-eficiência nos tratamentos oncológicos.

Em cima da mesa estarão também assuntos como a gestão clínica, administrativa e de investigação, acreditação e educação em oncologia.

Além da discussão destes temas, decorrem paralelamente os “Pathology Days” que terão como tema central as implicações da heterogeneidade tumoral no diagnóstico e abordagem clínica e terapêutica.

As decisões resultantes desta assembleia geral serão implementadas nos institutos associados “de forma a responder às necessidades coletivas das múltiplas regiões europeias, disseminando-se assim boas práticas que favoreçam os doentes”, referiu a mesma fonte.

Os "Oncology Days" decorrem anualmente de forma rotativa em diferentes países europeus, cabendo este ano a Portugal receber a iniciativa que conta com a presença dos três IPO do Grupo Hospitalar do Instituto Português de Oncologia.

Ordem dos Enfermeiros
O vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, Bruno Noronha, disse hoje não ter ficado surpreendido com os resultados do...

Um relatório divulgado hoje pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da 'troika', refere que em Portugal faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos, as taxas moderadoras são elevadas e é cada vez mais difícil o acesso a camas hospitalares e a medicamentos.

Em declarações à agência Lusa, Bruno Noronha considerou que a questão da falta de enfermeiros “é sistemática e é focada em todos os relatórios que têm sido feitos até hoje”.

“Não nos causa choque. O governo lá terá as suas razões por causa das restrições orçamentais. Podia era, no meio de todas as restrições, redesenhar a forma como as coisas funcionam, ou seja, se nós temos menos como é que com aquele menos podemos mudar a maneira como as coisas funcionam”, declarou.

O documento hoje divulgado concluiu que, além de o número de enfermeiros estar “claramente abaixo” da média da OCDE (países desenvolvidos), os médicos estão mal distribuídos e o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.

“Temos os piores rácios e, depois, ainda temos o problema acrescido que é a falta de acesso aos cuidados de saúde por parte da população”, explicou.

De acordo com Bruno Noronha, a população até tem fácil acesso a consultas ou a prescrição de medicamentos, mas depois não tem quem lhes preste cuidados a seguir.

“Uma das soluções para resolver este problema passaria por um redesenho do peso do hospital versus comunidade, passando pela transferência de enfermeiros para aumentar as respostas de cuidados especializados na comunidade”, defendeu.

No relatório, o Observatório recomenda “uma política de gestão de recursos humanos com a manutenção de incentivos, em especial, à colocação de médicos em regiões do interior e o reforço da contratação de enfermeiros.

“Prever antecipadamente os recursos materiais e humanos nos períodos de maior afluência aos serviços de urgência, já claramente identificados” e “reforçar, em conjunto com a segurança social, medidas de apoio em saúde nos lares residenciais”, são outras das medidas recomendadas.

Administradores Hospitalares querem
A presidente da Associação dos Administradores Hospitalares considerou hoje que as conclusões do relatório que aponta para a...

O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da ‘troika’ e concluiu que faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos e que o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.

Em declarações hoje à agência Lusa, a presidente da Associação Portuguesa do Administradores Hospitalares (APAH), Marta Temido, disse que concorda totalmente com as recomendações e com o diagnóstico do relatório Primavera 2015, apresentado hoje em Lisboa.

“Há um amplo consenso sobre o diagnóstico de necessidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, sustentou, apontando a urgência da sua modernização para que possa responder aos problemas.

Marta Temido defendeu que “a prioridade para resolver os problemas é a política de recursos humanos”, que “Portugal não tem, nem nunca teve”.

“Não separamos a saúde do social e, por outro lado, temos um problema de força trabalho em saúde de recursos humanos com um número de enfermeiros que é francamente insuficiente para aquilo que são as necessidades”, defendeu.

Sobre a má distribuição de médicos indicada no relatório, a presidente da APAH referiu que é “um problema conhecido e antigo”.

“Vamos esperar para ver se as medidas tímidas que foram recentemente apresentadas (incentivos aos médicos que queiram ir para zonas carenciadas) produzirão algum efeito”, declarou.

No relatório, o Observatório recomenda “uma política de gestão de recursos humanos com a manutenção de incentivos, em especial, à colocação de médicos em regiões do interior e o reforço da contratação de enfermeiros.

“Prever antecipadamente os recursos materiais e humanos nos períodos de maior afluência aos serviços de urgência, já claramente identificados” e “reforçar, em conjunto com a segurança social, medidas de apoio em saúde nos lares residenciais”, são outras das medidas recomendadas.

Em declarações à Lusa, Marta Temido considerou que para resolver os problemas do SNS, “é preciso torná-lo menos ‘hospitalocêntrico’, no sentido de instituir uma cultura diferente”.

“Os hospitais têm de perder protagonismo a favor dos cuidados de saúde primários e reservar a sua atuação para situações diferenciadas e não para acorrer a tudo desde a dor mais comezinha até situações sociais que acabam nos hospitais devido à falência de cuidados continuados”, salientou.

Por isso, a responsável defendeu ainda, tal como os peritos do Observatório, a necessidade de existir uma ligação entre a saúde e o setor social.

 

Utentes defendem
O Movimento dos Utentes da Saúde defendeu hoje a necessidade de “mais investimento” no setor, de forma a inverter a tendência...

Em declarações à agência Lusa, o presidente do movimento, Manuel Villas Boas, considerou urgente parar o subfinanciamento do sistema de saúde.

Para este responsável, é necessário “investir mais na saúde”, por um lado, e “tratar com dignidade os profissionais que trabalham diariamente” no setor, por outro, para que possam prestar “o melhor serviço possível aos utentes”.

Um relatório divulgado hoje pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da 'troika', refere que em Portugal faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos, as taxas moderadoras são elevadas e é cada vez mais difícil o acesso a camas hospitalares e a medicamentos.

O documento concluiu que, além de o número de enfermeiros estar “claramente abaixo” da média da OCDE (países desenvolvidos), os médicos estão mal distribuídos e o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.

O Relatório da Primavera 2015 assinala que “persiste um rácio de médicos por habitante adequado, mas inadequadamente distribuído pelo território com clara vantagem para as regiões urbanas”.

Para Manuel Villas Boas, o relatório vem confirmar aquilo que o Movimento dos Utentes da Saúde tem procurado tornar público no que diz respeito aos problemas existentes no setor, nomeadamente as taxas moderadoras e a dificuldade cada vez maior no acesso à prestação de cuidados médicos.

“Se o ministro vem dizer que não são cortes cegos eliminar camas de hospitais e agora, apressadamente, tenta repor essas camas, se o fecho indiscriminado de centros de saúde não tem a ver com cortes cegos, contraria aquilo que o ministro disse há dias”, sustentou, em declarações à agência Lusa.

De acordo com o responsável, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está “a braços com dificuldades” porque a falta de centros de saúde está a levar a que utentes que ainda se deslocam aos cuidados médicos entupam as urgências dos hospitais.

“A má distribuição dos profissionais causa grandes problemas a nível nacional, de norte a sul do país, para além da emigração de médicos e de enfermeiros”, frisou.

Para o líder do movimento dos utentes, o relatório hoje apresentado “contraria completamente o que o ministro “tem tentado dizer para satisfação do ego” e “dá razão às chamadas de atenção que o movimento tem feito.

Baseando-se nos dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Observatório indica que houve uma diminuição de médicos de 1,4% de 2012 para 2013, ao mesmo tempo que se verificou um incremento de 13,02% no número de médicos em internato.

Sobre o acesso aos serviços de urgência, os peritos do OPSS revelam que, “a par com uma redução da procura, verificada ao longo dos últimos anos, que coincide temporalmente com a alteração das taxas moderadoras, existem fenómenos sazonais, associados às previsíveis vagas de calor e picos de gripe, com aparente excesso de procura e/ou incapacidade de resposta dos serviços”.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera alerta
Vinte e seis regiões do país apresentam hoje risco muito alto e alto de exposição à radiação ultravioleta (UV), de acordo com o...

De acordo com o IPMA, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu, Vila Real e Santa Cruz das Flores estão hoje com risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Em risco alto de exposição à radiação UV estão também, segundo o IPMA, Bragança, Horta e Angra do Heroísmo (Açores).

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral entre o cabo Raso e o rio Douro até ao início da manhã.

Está também previsto um aumento temporário de nebulosidade nas regiões do interior, em especial durante a tarde, e vento em geral fraco do quadrante norte.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais das regiões norte e centro e pequena subida de temperatura, em especial da máxima e nas regiões do interior.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 15 e 26 graus Celsius, no Porto entre 13 e 23, em Bragança entre8 e 23, em Viseu entre 10 e 25, na Guarda entre 9 e 21, em Coimbra entre 12 e 26, em Castelo Branco entre 12 e 28, em Évora entre 11 e 28, em Beja entre 12 e 31,em Faro entre 16 e 26 e em Santarém entre 13 e 28.

Observatório Português dos Sistemas de Saúde indica que há
Em Portugal faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos, as taxas moderadoras são elevadas e é cada vez mais difícil...

O documento é do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da 'troika', e concluiu que, além de o número de enfermeiros estar “claramente abaixo” da média da OCDE (países desenvolvidos), os médicos estão mal distribuídos e o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.

A ser apresentado hoje, em Lisboa, o Relatório da Primavera 2015 assinala que “persiste um rácio de médicos por habitante adequado, mas inadequadamente distribuído pelo território com clara vantagem para as regiões urbanas”.

Baseando-se nos dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Observatório indica que houve uma diminuição de médicos de 1,4% de 2012 para 2013, ao mesmo tempo que se verificou um incremento de 13,02% no número de médicos em internato.

Sobre o acesso aos serviços de urgência, os peritos do OPSS revelam que, “a par com uma redução da procura, verificada ao longo dos últimos anos, que coincide temporalmente com a alteração das taxas moderadoras, existem fenómenos sazonais, associados às previsíveis vagas de calor e picos de gripe, com aparente excesso de procura e/ou incapacidade de resposta dos serviços”.

Nos hospitais públicos o número de camas disponíveis continua a diminuir, enquanto aumenta nos privados, e nos cuidados continuados mantém-se abaixo das necessidades da população (menos de 30%), revela também o relatório.

Quanto à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), o relatório do OPSS sublinha que, apesar do aumento de camas, este “não responde às necessidades estimadas das pessoas acamadas”.

Depois, ainda segundo a mesma fonte, o cidadão tem cada vez mais dificuldades em aceder aos medicamentos em Portugal, devido à diminuição do poder de compra, mas também porque vários fatores têm levado a que os fármacos faltem nas farmácias.

O OPSS justifica esta dificuldade com a diminuição do poder de compra dos cidadãos, “mas também porque os outros intervenientes no circuito do medicamento enfrentaram dificuldades que resultaram numa menor acessibilidade aos medicamentos (indústria, distribuidores, farmácias), com repercussões na saúde da população”.

Outra área à qual se faz referência no documento é a Saúde Mental, afirmando-se que se continua a verificar uma desinstitucionalização dos doentes mentais sem que haja avanços na rede de cuidados continuados para estes doentes.

Portugueses dispostos a
A maioria dos inquiridos num estudo sobre reprodução assistida está disposta a preservar a sua fertilidade se sofrer de uma...

Este é um dos resultados do estudo “Conhecimento, perceções e atitudes em relação à reprodução assistida da população portuguesa em idade reprodutiva”, que será hoje lançado durante o encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução e Embriologia.

Trata-se de um estudo que contou com a participação de 2.400 portugueses, com idades entre os 18 e os 45 anos, sem filhos.

Em resultado dos inquéritos realizados, o estudo da Sociedade Portuguesa da Medicina da Reprodução (SPMR), realizado com o apoio de um laboratório, concluiu que “70,9% dos homens e 73,9% das mulheres preservaria a sua fertilidade para poderem ser pais mais tarde”.

Destes, “a esmagadora maioria fá-lo-ia no caso de terem uma doença cujos tratamentos possam afetar a fertilidade e cerca de 70% preservaria a sua fertilidade tendo em vista o adiamento da parentalidade por opção”.

As conclusões do estudo indicam que 72,2% dos homens e 76,2% das mulheres estão dispostos a alterar os seus hábitos de vida se tivessem conhecimento de algum problema que afetasse a sua fertilidade.

Quase metade dos inquiridos (40,7% dos homens e 46% das mulheres) afirma que antecipariam o momento de ter filhos se tivessem conhecimento de algum problema que afetasse a sua fertilidade.

Em matéria de tratamentos, os inquiridos demonstraram algum desconhecimento da realidade dos hospitais públicos, com a maioria (63% dos homens e 54,3% das mulheres) a não saberem que a Fertilização In Vitro (FIV) é uma técnica comparticipada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Aproximadamente metade dos homens e das mulheres indica, incorretamente, que o SNS não autoriza qualquer tratamento de FIV”.

Em média, os homens estariam disponíveis a gastar 5.109 euros numa FIV, e as mulheres 4.915 euros.

De acordo com o estudo, os homens planeiam ter o primeiro filho, em média, aos 33,9 anos.

Segundo o estudo, “as mulheres pensam ser mães do primeiro filho, em média, aos 32,3 anos, existindo 50% que tencionam sê-lo com menos de 31 anos”.

Os homens indicam que a idade ideal para terem o primeiro filho é, em média, aos 29,9 anos, enquanto as mulheres apontam os 28,3 anos.

Apenas 12,8% dos homens e 22,6% das mulheres já debateram o tema da fertilidade nas suas consultas médicas, sendo que as mulheres o fazem na sua maioria com o médico ginecologista (54,5%) e os homens com o médico de família (41,2%).

Único país europeu a utilizar esta técnica
O maior especialista mundial em cirurgia endoscópica da tiroide realizou uma operação transmitida em direto, no Hospital da...

Tran Ngoc Luong, cirurgião vietnamita que é o maior especialista mundial em técnica transaxilar endoscópica, e Jaime Vilaça, cirurgião português que é o único a desenvolver esta técnica inovadora a nível europeu, realizaram em conjunto uma lobectomia da tiroide, removendo um tumor de 32 milímetros a uma doente de 23 anos.

A intervenção durou cerca de 45 minutos e com o recurso a uma microcâmara de alta definição introduzida numa das incisões, foi possível transmitir ao vivo a cirurgia para uma plateia de profissionais de saúde portugueses e estrangeiros.

Ao contrário de uma cirurgia aberta convencional, em que é feita uma incisão diretamente no pescoço para retirar o nódulo, o acesso à tiroide é feito pela axila do doente, na qual são feitas três pequenas incisões (duas com cinco milímetros e uma com dez milímetros). São claros os benefícios identificados por estes especialistas na utilização desta técnica em relação a uma cirurgia aberta desde logo pela vantagem estética, de não deixar uma cicatriz no pescoço como também por proporcionar uma melhor recuperação ao doente.

Na cirurgia endoscópica as imagens de alta definição são muito ampliadas e permitem ver todas as estruturas a preservar numa tiroidectomia, este é também um aspeto positivo que demonstra que esta cirurgia pode ser mais segura por esta via.

Este projeto teve início no ano passado e até ao momento já foram tratados mais de dez doentes, sobretudo mulheres, com idades entre os 20 e os 30 anos.

Os resultados são muito animadores e até ao momento nenhum doente teve qualquer complicação. A alteração de sensibilidade na pele abaixo da clavícula é uma consequência transitória que passa espontaneamente em semanas. As cicatrizes ficam completamente ocultas e o doente não exibe qualquer sinal da cirurgia no pós-operatório, evitando constrangimentos e violação da sua intimidade.

Portugal é hoje o único País Europeu que recorre a esta técnica que é realizada por Jaime Vilaça, cirurgião do Hospital da Arrábida e presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva. Um estágio no Hospital Nacional de Endocrinologia com o Professor Luong em Hanoi, que é a autoridade máxima mundial da matéria, e o contacto com colegas da Coreia do Sul onde se pratica vulgarmente a cirurgia, permitiu iniciar o programa em Portugal.

 

Com o verão a chegar…
A aproximação dos dias mais quentes exige uma maior atenção das mulheres relativamente à sua higiene

A aproximação dos dias mais quentes exige uma maior atenção das mulheres relativamente à sua higiene íntima diária. As temperaturas mais elevadas aumentam a transpiração, fazendo com que a zona vulvovaginal fique mais quente e húmida. Como resultado, aumenta a proliferação de microrganismos e aumenta também o risco de infeções vaginais, com especial incidência da candidíase.

Teresa Laginha, especialista em Medicina Geral e Familiar, explica como a transpiração pode interferir na higiene íntima da mulher e na potenciação de determinadas infeções: “ O aumento da temperatura do ar aumenta também a temperatura corporal e a transpiração. As zonas do corpo como as axilas, virilhas, e nas mulheres os sulcos infra mamários e o pavimento vulvovaginal, sendo pouco arejadas, com o aumento da transpiração, constituem zonas quentes e húmidas, especialmente predispostas para o desenvolvimento de fungos e bactérias. A fim de evitar o aumento sazonal destas afecções e o desconforto que provocam, é importante considerar as causas do seu aparecimento e lembrar um conjunto de recomendações.”

É recomendado ainda que durante o verão a mulher evite o uso de roupas apertadas e que faça a sua higiene íntima com água corrente e gel íntimo suave, sem sabão ou substâncias alcalinas irritantes. A sua fórmula deve conter ácido láctico idêntico ao ácido láctico natural, produzido pelos lactobacilos da vagina, que atuam como barreira contra bactérias patogénicas. A utilização de gel íntimo ajuda a manter o PH fisiológico da vagina entre 3,5 – 4,5 mantendo assim o equilíbrio natural da zona íntima, não causando irritação ou secura de modo a poder ser usado todos os dias.

“Boas práticas” para uma higiene íntima diária [1]:

Frequência diária de higienização:

Uma a três vezes ao dia, dependente do clima, biótipo, atividade física e doenças associadas;

Tipo de produto:

Preferencialmente produtos apropriados para a higiene anogenital que sejam hipoalergénicos, com adstringência suave e pH ácido, variando entre 4.2 a 5,6.

Forma de apresentação:

Preferencialmente produtos de formulação liquida, pois os produtos sólidos, além de serem mais abrasivos, geralmente apresentam pH mais alto.

Tempo de higienização:

O tempo de higiene genital não deve ser superior a dois a três minutos, para evitar a secagem excessiva local;

Produtos utilizados na lavagem da roupa interior:

Deve usar-se detergentes sem corantes, enzimas ou perfumes; a roupa interior deve ser enxaguada exaustivamente (para remoção de resíduos) para remoção de resíduos químicos.

Vestuário:

Os fatos de banho molhados e o vestuário utilizado após o desporto, devem ser trocados o mais rapidamente possível; evitar roupas demasiado justas ou apertadas; trocar roupas intima diariamente; o uso de roupas que favoreçam a ventilação local, nomeadamente as de algodão, é recomendável;

Banho e Higiene:

Preferir gel de banho ou sabonete sem perfume para evitar a irritação da pele. Não se deve esfregar, mas sim secar;

Depilação:

A depilação da zona genital poderá ser feita, mas deverá respeitar a sensibilidade cutânea individual da mulher. A frequência deverá ser a menor possível, e a extensão da área depilada dependerá do gosto de cada mulher. Uma boa opção será o corte dos pêlos em vez do uso de lâminas para a sua eliminação.

Pós-atividade física:

Recomenda-se a higiene após o término das atividades físicas para evitar que o suor e outras secreções irritem a pele da vulva

[1](in Revisão dos Consensos em Infeções Vulvovaginais, 2012):

 

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Jornadas do Núcleo da Doença VIH da Sociedade de Medicina Interna
O papel dos cuidados de saúde primários no tratamento e acompanhamento dos doentes infetados com VIH é o tema principal das XVI...

“O enfoque dado aos cuidados de saúde primários (CSP) nas nossas jornadas prende-se com dois vetores principais: primeiro na área da prevenção e diagnóstico precoce da infeção por VIH, mas também na sua maior participação no seguimento partilhado dos doentes”, afirma Telo Faria, coordenador do Núcleo da Doença VIH e presidente destas jornadas.

De acordo com o Programa Nacional para a Infeção por VIH 2012-2016 e respetivos programas regionais, os CSP, juntamente com os Centros de Aconselhamento e Deteção do VIH (CAD) e as Divisões de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) têm tido um papel fulcral na implementação e reorganização de uma rede de deteção precoce da infeção, com a realização de testes rápidos.

Relativamente ao seguimento dos doentes com VIH “é preciso ter em conta que esta doença tem características de cronicidade, como a diabetes mellitus e a hipertensão arterial. Sendo uma doença crónica com consequências a nível metabólico e comorbilidades que advêm do processo de envelhecimento dos doentes é fundamental que a sua gestão seja partilhada pela Medicina Interna e pela Medicina Geral e Familiar”, refere o presidente das Jornadas.

Em Portugal a infeção por VIH tem valores elevados, quer em termos de prevalência, quer de incidência. Na prevalência temos uma percentagem de 0,7 por cento (1 infetado por cada 140 pessoas), valor só ultrapassado na Europa pela Estónia e pela Letónia. Em termos de incidência, apesar de um decréscimo progressivo dos casos notificados de infeção por VIH e igualmente de Sida, é de realçar que a incidência é de 13,1 por 100 mil, o que constitui também o número mais elevado depois da Estónia e da Letónia.

Por outro lado, a percentagem de diagnósticos tardios chega a ser superior a 60 por cento, o que representa o dobro da média europeia. Por tudo isto, justifica-se a importância dada aos CSP na prevenção e diagnóstico precoce da infeção por VIH.

 

Associação alerta:
A Europacolon, Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, defende que a capacidade de resposta para a realização de...

Um ano após intervenções e promessas por parte do Ministério da Saúde, continuamos com um tempo de espera de 5 a 6 meses no sector público e no privado convencionado.

“Um utente quando tem uma prescrição para fazer colonoscopia é porque apresenta alguma sintomatologia que justifique esse exame e a sua realização deve ser feita num tempo adequado. As colonoscopias devem ser realizas, segundo a legislação, num prazo de oito semanas e idealmente em apenas três. Aqui o tempo faz a diferença, trata-se de uma doença que mata, mas que pode ser rastreada num estádio inicial” , alerta Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

“Em Lisboa existem apenas seis unidades de saúde que realizam colonoscopias  pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) por um valor entre os 14 e os 28 euros, com anestesia. No sector privado os exames continuam a custar mais de 400 euros.

Além disso, as clinicas não aceitam marcações por telefone, o que faz despoletar episódios de terceiro mundo em plena capital. No resto do país, no entanto, os exames são realizados em apenas duas semanas. O que nos leva a concluir que o número de especialistas e clinicas para a realização das colonoscopias, em Lisboa, é manifestamente insuficiente faca às necessidades”, conclui.

O cancro colo-rectal é o mais comum na Europa e o terceiro a nível mundial, em Portugal mata 11 pessoas por dia e é a doença oncológica com mais incidência, com cerca de 7.500 novos casos por ano. Para reduzir o número de casos na Europa e prevenir situações de lista de espera, a associação Europacolon tem vindo a debater-se pela implementação de um rastreio de base populacional e pelo registo nacional de doentes e a publicação anual de estudos epidemiológicos, em todos os países da europa.

Números da doença:

  • O cancro do intestino é uma doença que mata mais de 11 pessoas por dia em Portugal
  • Todos os anos, são diagnosticados mais de 7 mil novos casos
  • Esta doença, se detectada a tempo, tem cura em 90% dos casos
  • Em Portugal, 50% da população ainda desconhece os sintomas, sendo que a doença representa a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo
  • É a terceira causa de morte por cancro em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 694 mil mortes a cada ano
  • O relatório GLOBOCAN 2012 da Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC)* revela que o cancro colorretal é a terceira forma mais comum de cancro nos homens (746 mil casos, 10% do total) e a segunda forma mais comum nas mulheres (614 mil casos, 9,2% do total) em todo o mundo.
Relatório do Global Health Security Agenda
Plano Nacional de Vacinação foi uma das 10 categorias, num total de 11, a receber nota máxima. Os autores do documento...

Os autores do documento ressalvam, contudo, algumas limitações no trabalho, como o facto de a equipa não ter podido ir ao terreno Ivan Alvarado/REUTERS

Portugal parece estar bem preparado para lidar com ameaças de saúde pública, como uma pandemia de gripe ou um surto do vírus ébola, conclui um relatório do Global Health Security Agenda (GHSA), um organismo de segurança norte-americano criado pela Administração de Barack Obama, que resultou de uma avaliação de nove peritos que visitaram o país, escreve o jornal Público na sua edição online.

Portugal teve a classificação máxima em 10 das 11 categorias avaliadas, como por exemplo no combate à resistência à acção dos antibióticos, na capacidade de imunização da população e no Plano Nacional de Vacinação. Também recebeu nota máxima (4) na capacidade de resposta rápida a ameaças biológicas, assim como na capacidade de alocação de meios em situações de crise, no funcionamento dos centros de emergência, na capacidade de monitorização de situações de crise em tempo real. Também foi elogiada a relação entre organismos públicos para lidarem com este tipo de situações, incluindo a articulação com as forças de segurança.

O sistema nacional de laboratórios e a capacidade de vigilância e erradicação de doenças de origem animal, sendo actualmente notificadas uma lista de cerca de 80 doenças (como a BSE, brucelose, salmonelas), também ficou no topo da classificação. Mas neste item (das chamadas zoonoses) é referido que poderia haver um reforço de comunicação entre as autoridades de saúde e os serviços veterinários, uma recomendação que surge em várias das categorias avaliadas, e é sugerida a criação de regras oficiais de articulação.

"As ameaças de saúde ao nível do ecossistema humano-animal aumentaram nas últimas décadas, à medida que os agentes patogénicos se desenvolveram e adaptaram a novos hospedeiros e ambientes, trazendo nova sobrecarga aos sistemas de saúde humana e animal", lê-se. A GHSA recomenda, por essa razão, que a vigilância seja feita, cada vez mais, de forma combinada e em estreita colaboração.

“Ficámos mais tranquilos ao saber que a estratégia definida em Portugal mereceu a aprovação e notas elevadas, em 11 categorias”, disse o director-geral de Saúde, Francisco George. A pedido de Portugal, a equipa de nove peritos analisou ainda a capacidade do país para lidar com o vírus do ébola. O organismo americano aconselha Portugal a rever as regras e procedimentos que existem a nível nacional para as adaptar a contextos locais, havendo ainda "lugar para melhoria ao nível da disseminação da informação ao nível electrónico". "Melhorar a colaboração entre a área da descontaminação e eliminação de resíduos foi identificada como uma área que precisa de ser reforçada", refere ainda o documento de 42 páginas.

Casos suspeitos de ébola não confirmados

Portugal tem actualmente uma equipa de 11 elementos na Guiné-Bissau, onde montou um laboratório de virologia que passou a permitir a detecção do vírus no local, explica Francisco George. A missão portuguesa, prevista para estar no terreno durante seis meses, deveria terminar em Setembro. Mas nessa altura, “haverá uma reavaliação”, explicou Francisco George.

Desde 2014 foram reportados em Portugal nove casos suspeitos, todos negativos ao vírus do ébola. Dois deles foram detectados através da Linha de Saúde 24 e sete chegaram através de estabelecimentos de saúde.

A única categoria onde Portugal aparece menos bem classificado é na chamada biossegurança, ou segurança biológica: foi classificado com um 2 numa escala de 0 a 4. Neste item avalia-se, por exemplo, a existência de regras para o transporte de amostras com agentes perigosos ao nível dos laboratórios. O documento diz que existe legislação a este respeito mas que, fora do Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge, nunca foi feita uma avaliação para perceber se estão a ser cumpridos os procedimentos de segurança nos laboratórios, nomeadamente no sector privado.

Os autores do documento ressalvam, contudo, algumas limitações no trabalho, como por exemplo o facto de a equipa não ter podido ir ao terreno, a nível regional e local, para consolidar as informações colhidas a nível central. “Uma análise deste tipo poderia conferir mais objectividade a esta análise”, referem.

Portugal é o primeiro país na Europa e o quarto no mundo a submeter-se à peritagem, depois da Geórgia, Peru e Uganda. A equipa vai de seguida avaliar o Reino Unido.

Japão inventa
Uma empresa de Tóquio desenvolveu um protótipo de uma máquina para detetar doenças através da respiração, um dispositivo que...

O protótipo, concebido pela empresa Nihon Dempa Kogyo em colaboração com a Universidade de Kitakyushu, já conseguiu identificar com êxito a cirrose hepática, ao detetar amoníaco na respiração das pessoas que sofriam dessa doença, segundo o jornal Nikkei.

O sistema recorre a “oscilares do quartzo”, cujos elétrodos são revestidos de membranas especiais.

Ao serem expostos aos gases presentes na respiração de uma pessoa e, mais tarde, a uma amostra de ar, os osciladores reagem, mostrando se uma determinada substância está presente ou não no hálito do indivíduo.

Segundo a empresa, a vantagem deste sistema de cristais de quartzo é que, ao contrário de outros métodos baseados em semicondutores ou sistemas microeletromecânicos que detetam gases a partir do odor, a sua sensibilidade é muito maior.

O objetivo é conseguir desenvolver o equipamento de modo a que o paciente possa soprar quase diretamente sobre os osciladores, o que permitiria um diagnóstico praticamente instantâneo, indica a empresa, salientando também os baixos custos de produção do equipamento.

Investigadores de Coimbra apontam
Investigadores da Universidade de Coimbra descobriram que a origem das células estaminais cancerígenas é multifacetada e que...

Uma equipa de investigadores do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (UC), dedicada ao “estudo dos mecanismos envolvidos na carcinogénese”, descobriu que, “ao contrário do que se pensava até agora, a origem das células estaminais cancerígenas é multifacetada” e que “algumas surgem mesmo por ação da quimioterapia”, anunciou a instituição.

Visando analisar a origem das células estaminais tumorais, o estudo “provou haver uma grande plasticidade intratumoral, ou seja, dentro do tumor há um vasto conjunto de subpopulações celulares que, mediante determinados estímulos, se convertem em células estaminais cancerígenas, cujo potencial maligno acrescido assegura a sobrevivência, invasão e metastização dos tumores”, afirma a UC numa nota divulgada.

Segundo vários estudos anteriores, “as células estaminais tumorais são extremamente resistentes aos tratamentos convencionais do cancro (quimioterapia e/ou radioterapia) e responsáveis pelas recidivas de diversos tipos de tumores”, sublinha a UC.

As experiências realizadas no âmbito deste estudo – intitulado ‘Cancer stem cells and tumor progression: from molecular mechanisms to clinical consequences’ –, “primeiro em linhas celulares tumorais e posteriormente em modelos animais (ratinhos)”, permitiram ainda identificar “três citocinas (moléculas envolvidas nas transmissão de informação entre células) como potenciais promotores desta interconversão celular maligna”.

As citocinas identificadas promovem uma espécie de “conversa invisível” entre as várias subpopulações de células, “transmitindo propositadamente informação que leva à mudança de fenótipos das células” e “assegurando, consequentemente, a sua sobrevivência”, explicita a coordenadora do estudo, Maria Carmem Alpoim.

As descobertas conseguidas nesta investigação assinalam que é necessária uma mudança no paradigma de combate ao cancro, salienta a UC.

“Estas evidências determinam a implementação de novas abordagens nos tratamentos oncológicos para aumentar a sua eficácia”, alerta Maria Carmem Alpoim.

“O recurso a cocktails de medicamentos direcionados às várias subpopulações tumorais, inclusive em doentes submetidos a radioterapia, permitirá maximizar a sua eficiência”, sustenta a investigadora.

“As estratégias terapêuticas têm de ser multifacetadas e não somente direcionadas à diminuição da massa do tumor porque a interconversão entre as subpopulações celulares cancerígenas permite manter e, inclusivamente, aumentar o potencial maligno”, sublinha Maria Carmem Alpoim, que também é docente de Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

A investigação foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Entrevista com fisioterapeuta Paulo Abreu
A Associação Portuguesa de Fisioterapeutas destaca no seu congresso anual a mesa redonda “Dispneia…A

A mesa redonda dedicada ao tema Dispneia… A “dor” do doente respiratório, inserida no 9º Congresso Nacional de Fisioterapeutas, que decorre no Centro de Congressos do Estoril, vai estar em destaque no próximo dia 14 de Junho. O Atlas da Saúde quis saber mais sobre este tema e esteve à conversa com o fisioterapeuta Paulo Abreu, e também membro do Grupo de Interesse em Fisioterapia Cardio-Respiratória da Associação Portuguesa de Fisioterapeutas.

Como se caracteriza a principal “dor” do doente respiratório, a dispneia?

A dispneia define-se como “uma experiência subjectiva de desconforto respiratório que consiste em sensações qualitativamente distintas que variam em intensidade”. Os doentes respiratórios podem referir sensações como falta de ar, aperto no peito, respiração difícil ou respiração pesada. A sensação de dispneia e a sua intensidade são influenciadas pelo tipo e gravidade da doença, factores psicológicos, sociais, culturais e ambientais.

A dispneia pode afectar até 50% dos doentes admitidos nas urgências e 25% dos doentes que recorrem aos Centros de Saúde ou a consultórios privados. Pode ter origem em várias doenças (ex. pulmonares, cardíacas, neurológicas) mas também em pessoas sedentárias com má condição física. Tem muitas características semelhantes à dor, sendo o principal sintoma do doente respiratório e por se diz que é a sua “dor”.

É um sintoma comum e debilitante, cria sofrimento, impede o doente de realizar as suas actividades do dia a dia de forma normal e reduz a sua qualidade de vida. Por estes motivos, é importante que o doente seja observado por um médico para determinar a causa da dispneia e realizar um tratamento adequado que deve incluir, em muitos casos, a Reabilitação Respiratória.

Dados recentes do Instituto Nacional de Estatística apontam as doenças respiratórias como a 3ª causa de morte em Portugal. Na sua opinião isso deve-se a que factores. Ou seja, falta de diagnóstico, tratamento incorrecto, falta de tratamento...

As razões para este facto são várias e muitas delas certamente associadas. Segundo dados de 1998 a 2013, as doenças respiratórias responsáveis por maior mortalidade são as pneumonias e o cancro e, certamente aqui as epidemias virais, as condições socioeconómicas da população e os hábitos de risco como o tabagismo terão uma responsabilidade importante. Neste aspecto faltam provavelmente medidas de prevenção mais eficazes e um diagnóstico mais precoce. Uma das medidas importantes de prevenção do agravamento e da agudização da doença respiratória crónica, como a DPOC, é o nível e a regularidade de actividade física que dos doentes. Os doentes mais activos fisicamente têm menos agudizações, estas aparecem mais tarde, vivem mais tempo e com mais qualidade de vida.

Qual a importância da Reabilitação Respiratória?

A Reabilitação Respiratória assenta essencialmente em três pilares: uma rigorosa e completa avaliação do doente e do seu controlo clínico, o treino de exercício físico e a educação. Os benefícios da Reabilitação Respiratória, comprovados cientificamente, são a melhoria da qualidade de vida relacionada com a saúde, o aumento da tolerância ao esforço, a melhoria da capacidade para realizar as tarefas diárias, a redução dos sintomas (dispneia, tosse, expectoração), a redução do número de consultas não programadas, das hospitalizações e dos dias de internamento, o aumento da esperança de vida e uma maior eficácia na autogestão da doença.

E do tratamento/abordagem multidisciplinar?

A doença respiratória, em particular doenças crónicas como a DPOC, as bronquiectasias, a fibrose pulmonar, têm impacto não só ao nível do pulmão (causando sintomas como dispneia, tosse, expectoração, diminuição das trocas gasosas), como ao nível dos músculos (fraqueza muscular), ao nível nutricional (obesidade ou magreza), ao nível psicológico (ansiedade, depressão, medos, crenças desajustadas, pânico) e ao nível sociofamiliar. Deste modo, é importante que o doente seja visto por profissionais de saúde com diferentes especializações (médico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, enfermeiro, terapeuta ocupacional), num processo de intervenção interdisciplinar, para que o resultado da intervenção seja o melhor, mais rápido e mais duradouro, com mudanças de comportamentos que sejam promotoras de saúde a longo prazo.

Qual o papel do fisioterapeuta na qualidade de vida destes doentes?

O fisioterapeuta é um elemento fundamental na equipa de Reabilitação Respiratória, ou na intervenção em doentes agudos (como doentes internados), pelas suas competências específicas no treino de exercício (aeróbico, força, flexibilidade, equilíbrio), na execução e no ensino de técnicas de remoção de secreções, técnicas para melhorar a ventilação, técnicas para controlo da respiração, técnicas de relaxamento, técnicas de conservação de energia, entre outras.

Qual o impacto socioeconómico da não intervenção?

A não intervenção, a intervenção não atempada ou a intervenção feita por profissionais não-habilitados pode ter consequências significativas na melhoria da condição do doente, pode levar a complicações com prejuízo no bem-estar, na funcionalidade e na qualidade de vida, assim como mais custos directos e indirectos com a saúde.

Especificando melhor o tipo de doentes:

Quais os doentes que mais necessitam de intervenção?

Todos os doentes que tenham sintomas (dispneia, tosse, expectoração) e/ou sintam limitação na realização das suas actividades da vida diária relacionadas com a sua doença.

Qual a doença respiratória que mais beneficia com os cuidados do fisioterapeuta?

As doenças respiratórias têm impactos diferentes na vida das pessoas, que nem sempre estão relacionados com a gravidade da doença física. Mais importantes do que o tipo de doença são as consequências que a doença tem sobre a capacidade funcional do doente, o seu bem-estar e a sua qualidade de vida. Nesse aspecto qualquer doença respiratória pode ter um grande benefício dos cuidados do fisioterapeuta.

Que mensagem, ou principal conclusão, pretendem que saia da mesa redonda dedicada ao tema?

Sendo a audiência do Congresso fisioterapeutas e estudantes de fisioterapia, pretendemos que conheçam melhor este sintoma tão importante, que o saibam avaliar bem, percebam a importância que os aspectos psicológicos têm neste sintoma e no seu tratamento, e que conheçam o que de melhor temos ao nosso dispor para ajudar os doentes a reduzir a sensação de dispneia e o impacto que ela tem nas actividades diárias e na qualidade de vida.

Por expressa opção do autor, o texto não respeita o Acordo Ortográfico

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Conselho da Europa sugere a Portugal
O Conselho da Europa divulgou uma série de recomendações feitas a Portugal com vista ao combate dos casos de discriminação...

"Portugal continua a encetar pragmáticos mas limitados passos em direção à implementação da Convenção-quadro para a Proteção das Minorias Nacionais", referiu o Comité Consultivo, embora tenha admitido que "projetos para promoção do diálogo intercultural e combate da discriminação racial foram mantidos, tal como foram implementadas [em Portugal] medidas para facilitar a inclusão dos migrantes e a sua integração na sociedade".

Contudo, a equipa apontou "uma falta de conhecimento generalizada da Convenção-quadro em Portugal, sobretudo por parte das pessoas e dos grupos potencialmente interessados na proteção que esta oferece", além de não ter promovido a discussão de uma possível extensão destas medidas a outras comunidades que não a cigana.

No mesmo documento pode ler-se ainda que a legislação feita no sentido do combate à discriminação e o correspondente sistema de execução, em Portugal, precisam de melhoramentos.

O Comité lembrou ainda que as autoridades portuguesas adotaram, em março de 2013, a Estratégia Nacional de Integração das Comunidades Ciganas (2013-2020), além de ter sido criado o Grupo Consultivo para a Integração das Comunidades Ciganas (CONCIG), o que acreditam não ter evitado "as dificuldades ainda atravessadas por esta minoria no acesso ao emprego, à educação, à habitação, à saúde e à segurança social".

No que toca à educação, o relatório apontou que "os alunos ciganos continuam a ser colocados em turmas separadas", o que não traduz um esforço no sentido de "fortalecer a educação intercultural e de incutir a ideia de que as minorias fazem parte da sociedade portuguesa".

Além disso, sugeriu "uma maior cooperação entre as autoridades e representantes da comunidade cigana, de modo a promover a sua participação e influência nas decisões que os afetarão no futuro".

O Comité lamenta ainda que "alguns meios de comunicação social continuem a disseminar estereótipos e preconceitos contra os grupos minoritários, sobretudo ciganos e imigrantes".

Para uma ação imediata, emitiu uma série de recomendações a Portugal, entre elas a revisão dos mecanismos de resposta a queixas de discriminação racial, na perspetiva de aumentar o seu impacto na promoção da igualdade; a tomada de medidas que acabem com a discriminação contra a comunidade cigana no acesso à educação, à habitação, ao emprego e aos cuidados de saúde; e a implementação de linhas de intervenção, ao nível da educação, que extingam a segregação desta minoria nas escolas, que reduzam a taxa de inassiduidade e o abandono escolar por parte das crianças ciganas, sobretudo raparigas.

Em resposta, o Alto Comissariado português para as Migrações (ACM) enviou um comentário, hoje divulgado pelo Conselho da Europa, que adianta a criação de "uma nova versão da legislação anti-discriminação", a ser aprovada até ao fim do ano, e que surgirá no sentido de "combater às práticas discriminatórias" e de "promover a mediação enquanto ferramenta de resolução das mesmas".

O mesmo comentário veio comunicar ainda uma série de esforços já levados a cabo pelo governo português, sobretudo no seio da Estratégia de Integração das Comunidades Ciganas (2013-2020).

"Esta estratégia foi adotada no decurso de um processo que contou com o envolvimento de todos os ministérios, de organizações da sociedade civil, teóricos, especialistas e representantes da comunidade cigana", defendeu o ACM, enumerando as medidas implementadas no sentido de garantir a esta minoria o direito à habitação, ao emprego, à saúde e à educação.

A instituição portuguesa reforçou, ainda, a importância do papel do CONCIG, referindo que "tem promovido a participação da comunidade cigana e apostado em intervenções integradas, que contam com a mobilização de parceiros diversos - representantes dos ministérios, da comunidade cigana e de organizações da sociedade civil - em prol de um objetivo comum".

O ACM referiu, ainda, que no seio da estratégia já referida, foi criado o Observatório das Comunidades Ciganas, que já publicou, em janeiro deste ano, um estudo generalizado sobre as condições desta minoria em Portugal.

Para a próxima semana
A Organização Mundial de Saúde anunciou que vai convocar, na próxima semana, a comissão de emergências sobre a Síndrome...

Ao todo, 126 pessoas foram infetadas na Coreia do Sul pelo coronavírus Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS, sigla em inglês) desde o primeiro diagnóstico, a 20 de maio, num homem que tinha estado na Arábia Saudita e em outros países do Golfo Pérsico.

"O número de novos casos diminuiu, mas devemos vigiar a situação de perto", declarou um porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, numa conferência de impresa em Genebra.

"A comissão de emergências vai reunir-se" na próxima semana, mas a data ainda não foi marcada, disse.

"Trata-se de analisar a situação" e determinar se "constitui uma emergência de saúde pública de alcance internacional", acrescentou Jasarevic, precisando que a última reunião da comissão decorreu a 05 de fevereiro passado.

A Coreia do Sul anunciou hoje que o balanço de mortes causadas pelo coronavírus MERS aumentou para 11, mas as autoridades pediram calma à população, destacando a diminuição do número de novos contágios.

Pelo menos 3.680 pessoas estão atualmente de quarentena, em casa ou no hospital, contra 3.805 na quinta-feira. A quarentena foi levantada para 1.249 pessoas desde o início do surto, o maior fora da Arábia Saudita.

O MERS é um vírus mais mortal, mas menos contagioso, do que o responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS, sigla em inglês) que, em 2008, fez cerca de 800 mortos em todo o mundo.

O vírus da MERS provoca uma infeção pulmonar e os afetados sofrem de febre, tosse e dificuldades respiratórias, não havendo, por enquanto, vacina ou tratamento para o vírua. A doença regista uma taxa de mortalidade de cerca de 35%, de acordo com a OMS.

Na Arábia Saudita, mais de 950 pessoas foram contaminadas desde 2012 e 412 morreram.

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