Estudo
Uma investigação científica demonstrou uma relação entre a exposição a níveis elevados de certos contaminantes orgânicos nas...

Segundo este estudo, liderado pela Universidade de Granada e pelo Instituto de Investigação Biomédica (ibs.Granada"), a exposição a níveis elevados de alguns destes contaminantes duplica o risco de hipertensão nas pessoas obesas, independentemente de outros fatores, como a idade ou o consumo de álcool ou tabaco, noticia a agência espanhola Efe.

Esta constatação está enquadrada num estudo mais vasto denominado “GraMo”, no qual participaram, voluntariamente, mais de 300 pessoas de ambos os sexos, que, durante os anos de 2003 e 2004, iam ser operadas no Hospital Universitário San Cecilo e no Hospital Santa Ana de Motril, ambos em Granada, informou hoje a instituição académica.

Todos os participantes doaram amostras de sangue e gordura, para ser analisada a exposição acumulada a vários pesticidas e compostos industriais conhecidos como poluentes orgânicos persistentes (POPs), devido à sua resistência à degradação.

Passados dez anos do recrutamento dos voluntários para o estudo, foram registadas as doenças previstas para cada participante durante este período.

Os resultados obtidos demonstraram que os POPs associados com a hipertensão incluíam hexaclorobenzeno, um antigo fungicida que atualmente se liberta em processos industriais e, “y-HCH”, um composto relacionado com o pesticida lindano, que foi amplamente usado na agricultura e em produtos de higiene pessoal.

Também havia três bifenilos policlorados (PCBs), usados em diversas aplicações industriais, como é o caso dos transformadores elétricos, isolantes ou em "líquidos de intercâmbio de calor".

O autor principal do estudo, Juan Pedro Arrebola, destacou que o uso de todos estes compostos mencionados está atualmente proibido em Espanha, ainda que, contudo, a totalidade da população do estudo apresentasse resíduos de algum deles no seu organismo, já que são muito resistentes à degradação.

Além disto, existem PCBs em equipamentos industriais obsoletos e em certos edifícios antigos, além de pesticidas armazenados em depósitos que, muitas vezes, não cumprem normas de segurança, pelo que continuam a libertar estes contaminantes para o meio ambiente.

Juan Arrebola apontou que o estudo contribui para a melhoria do conhecimento sobre a possível relação entre contaminação ambiental e a incidência de doenças crónicas, especialmente as relacionadas com a síndrome metabólica.

Os mecanismos de ação destes compostos não se conhecem em profundidade, mas podem incluir interação com certos recetores hormonais ou da produção de radicais livres, estes são átomos ou moléculas produzidos de forma contínua durante os processos metabólicos.

XXI Congresso Nacional de Medicina Interna
Muitos hipertensos mal controlados e uma elevada taxa de mortalidade e morbilidade provocada por AVC em Portugal são as...

Um estudo epidemiológico sobre hipertensão realizado em 2013 junto de 2,639 milhões de portugueses com idade ≥ 18 anos (58,1% de mulheres) pelo Departamento de Qualidade e Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) comprova a necessidade de um maior melhor acompanhamento dos doentes hipertensos no nosso país. O controlo adequado da hipertensão arterial foi encontrado em somente 33% da amostra estudada.

O AVC é também motivo de preocupação para os internistas portugueses. Um estudo sobre a epidemiologia desta doença em Portugal demonstra que esta causa de morte ainda é particularmente expressiva quando comparada com outros países da Europa, embora se registem ganhos significativos nas últimas décadas. O envelhecimento demográfico combinado com uma eventual transição relativa entre as dimensões morbilidade e mortalidade proporcionam uma mudança no paradigma de saúde pública.

Os especialistas presentes terão também oportunidade de atualizar os seus conhecimentos na área das doenças autoimunes, diabetes, VIH e hepatite C, algumas das doenças mais prevalentes em Portugal e que são acompanhadas pelos internistas. O flagelo das infeções hospitalares, os cuidados paliativos e a importância da promoção da investigação médica serão também temas em destaque neste segundo dia de trabalhos.

“Os Elos da Medicina Interna” foi o tema escolhido para este congresso. A ideia dos elos remete posição nuclear no hospital que a Medicina Interna ocupa enquanto especialidade que coordena e articula a intervenção das outras, a sua capacidade de agregar outras áreas do saber, lembrando também a importância de reforçar os elos com parceiros como as associações de doentes, os clínicos gerais e a academia.

Após 30 anos de existência dos Narcóticos Anónimos em Portugal
Os Narcóticos Anónimos fazem 30 anos em Portugal e, apesar dos número de adictos a pedir apoio ter diminuído, a organização...

Em declarações, Pedro (nome fictício), voluntário dos Narcóticos Anónimos (NA) em Portugal explicou que as reuniões começaram em Lisboa há 30 anos, tendo o crescimento da organização sido “exponencial nos primeiros anos”, mas que terá abrandado depois, tendo havido até “algum retrocesso”.

“No início da nossa existência tínhamos 200 grupos e, neste momento temos 130 grupos a funcionar numa base semanal em todo o país. Se me perguntar se o número de pessoas diminuiu, digo que não, o número de pessoas a precisar de ajuda é o mesmo. Em determinada altura podia haver fenómenos que levavam as pessoas a aderir mais”, explicou o voluntário dos NA, que este fim de semana se reúnem em convenção.

Pedro reconheceu que o número atual de reuniões semanais de ajuda que ocorre atualmente (130) “se ajusta mais à dimensão do país, comparado com o resto da Europa, do que os 200 que chegaram a ter.

No sábado arranca em Vila do Conde, Porto, a 25ª convenção anual dos Narcóticos Anónimos em Portugal, para celebrar a recuperação da adição ativa e transmitir a mensagem de que isso é possível.

A organização do evento, que decorrerá no Cine Teatro Municipal de Vila do Conde, destaca esta realização por se tratar da celebração dos 30 anos da instalação da organização NA em Portugal e será subordinada ao tema “30 anos a mudar vidas”.

Pedro explicou ainda que o organismo não faz qualquer distinção em relação às drogas, álcool incluído, sobre as quais os adictos vão pedir ajuda para “travar o vício”, reconhecendo que não tem dados sobre quais são aquelas que trazem mais adictos à organização.

“Dedicamos e recebemos da mesma forma qualquer pessoa que venha ter connosco por sentir que tem um problema com drogas, incluindo as legais, como os medicamentos. Há pessoas que abusam de determinado tipo de fármacos e assistem regularmente às nossas reuniões e se mantêm limpas e abstinentes”, explicou Pedro.

Os NA são uma organização mundial e uma associação sem fins lucrativos com estatuto de utilidade pública, composta por adictos que se reúnem de forma regular com o objetivo "de se ajudarem mutuamente a manterem-se abstinentes das drogas através da partilha de experiências pessoais de força, fé e esperança".

A organização garante o anonimato, o sigilo e a igualdade para quem frequenta as reuniões e procura a recuperação através do método dos 12 passos, que seguem um conjunto de princípios comuns, adaptados dos Doze Passos e das Doze Tradições de Alcoólicos Anónimos.

O programa de 12 passos foi criado nos Estados Unidos em 1935, por Bill W. e Dr. Bob S., inicialmente para o tratamento do alcoolismo e mais tarde estendido para praticamente todos os tipos de dependência química e constitui a estratégia central da grande maioria dos grupos de mútua-ajuda para o tratamento de dependências químicas ou compulsões.

Um estudo de 2013, realizado pelos Narcóticos Anónimos da Região Portuguesa revela que a forma como os adictos conheceram a organização foi através dos centros de tratamento (37%), enquanto 22% revela que ficou a par do trabalho do organismo através de amigos e 18% através de familiares.

Com a percentagem mais baixa surgem os hospitais, sistema judicial, os meios de comunicação e o médico de família, apenas com um por cento.

A maior parte dos participantes no inquérito, que teve como objetivo uma caracterização dos membros e a forma e o impacto que a mensagem dos Narcóticos Anónimos tem na comunidade, encontrava-se abstinente entre um e três anos – 21 % - enquanto quatro por cento estava há menos de seis meses.

No entanto, revela o estudo que 17% estavam há mais de 15 anos abstinentes de qualquer tipo de drogas, 16% entre cinco e dez anos e 13% entre dez e 15 anos.

79% dos adictos tinham um grupo de base, contra 21% que não pertenciam a nenhum, sendo que 47% assistia entre quatro ou menos reuniões por mês, enquanto a grande maioria das pessoas inquiridas, 25%, participava entre cinco e oito.

O inquérito teve como amostra 280 questionários de adictos que participaram na 23ª convenção portuguesa.

Nos últimos 2 anos
A venda de produtos para ajudar a deixar de fumar caiu mais de 30% entre 2012 e 2014, uma acentuada descida que contraria a...

Segundo estes dados, divulgados a propósito do Dia Mundial Sem Tabaco, que se assinala no domingo, em 2012 foram vendidas 216.107 unidades de produtos antitabágicos, mas dois anos depois (2014) já só foram vendidas 149.810 unidades, menos 66.297.

Esta queda vem inverter a subida verificada no ano anterior (entre 2011 e 2012), quando a venda de produtos para deixar de fumar disparou de cerca de 153 mil para as 216 mil unidades.

No entanto, o estudo revela que entre 2008 e 2011, a venda destes produtos conheceu uma diminuição constante, tendo caído quase para metade.

Segundo a IMS Health, em 2008, ano em que entrou em vigor a lei do tabaco, houve um pico de vendas (227.393 mil unidades de produtos antitabágicos), mas logo a seguir, e até 2011, foram diminuindo até as 153.565 mil unidades.

Ou seja, assistiu-se a uma diminuição de 73.828 unidades de produtos antitabágicos no espaço de três anos.

Em valores financeiros, a quebra de vendas sofrida entre 2008 e 2011 traduziu-se em menos um milhão de euros (de 4.614.465 euros para 3.613.473 euros).

No ano seguinte (2012), a subida das vendas de produtos antitabágicos correspondeu a mais 558.221 euros, num total de 4.171.694 euros.

O estudo permitiu ainda verificar que as pessoas que consomem produtos antitabágicos compram-nos principalmente nas farmácias (85%) e só 15% se dirige às parafarmácias para os comprar.

O Dia Mundial Sem Tabaco ficará marcado pelo lançamento da linha de apoio à cessação tabágica, que não será apenas de aconselhamento e encaminhamento, mas terá uma atitude pró-ativa, fazendo ela própria chamadas de acompanhamento da evolução e dependência tabágica do utente até o levar a deixar de fumar.

Uma das possibilidades em estudo pelo Ministério da Saúde é a da comparticipação destes medicamentos no âmbito das consultas de apoio à cessação tabágica na Linha saúde 24, como forma de incentivo e de compensação, a todos os fumadores que se mantenham a ser seguidos neste serviço.

Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde alertou que o consumo de tabaco e derivados pode causar a morte de mil milhões de pessoas...

Citada pela Rádio da Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a "epidemia" do tabaco "é uma das piores ameaças globais de saúde pública, e mata 6 milhões de pessoas anualmente".

Segundo a agência da ONU, "se nada for feito, o número de mortes por ano deve chegar aos oito milhões até 2030".

O alerta foi dado a poucos dias do Dia Mundial sem Tabaco, comemorado a 31 de maio, cujo foco este ano é o combate ao comércio ilegal dos produtos derivados do tabaco.

A OMS calcula que "um em cada 10 cigarros consumidos no mundo" seja ilegal, sendo estes produtos vendidos a preços "muito mais baixos, consequentemente aumentando o consumo".

"Aproximadamente 80% de um total de mil milhões de fumadores" vivem em países de baixo ou médio Produto Interno Bruto 'per capita', onde a proporção de mortes relacionadas com o tabaco é "muito maior".

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, apelou a que os países assinem o Protocolo para Eliminar o Comércio Ilegal de Produtos de Tabaco, que determina a criação de "um sistema de rastreamento dos produtos e a imposição de sanções penais contra os responsáveis pelo comércio ilegal", criminalizando a produção ilegal e o contrabando.

Apenas oito países ratificaram até hoje o documento, sendo necessárias 40 ratificações para que este entre em vigor e se torne lei internacional.

Governo
A secretária de Estado da Ciência afirmou que a obtenção de fundos para a investigação científica em 2014 reflete um sistema ...

"Foram resultados históricos que mostram em primeiro lugar que, em 2014, o primeiro ano do Horizonte 2020, temos um sistema mais forte, mais competitivo e capaz de ir à luta na Europa e de ganhar projetos", disse Leonor Parreira.

A governante realçou que "foi a primeira vez que Portugal conseguiu obter mais fundos" do que aqueles que pagou para pertencer ao Horizonte 2020.

Os Estados membros pagam uma quota à Comissão Europeia para participar nos programas europeus e o valor transferido por Portugal tem sido superior àquele que tem recebido.

"Até agora, tínhamos sido sempre contribuintes líquidos para a Europa, ou seja, Portugal estava a pagar a ciência dos países ricos e, pela primeira vez, conseguimos 117% do dinheiro que lá colocamos", explicou a secretária de Estado.

Segundo informações do Ministério da Educação e Ciência, Portugal terá investido 120 milhões para o orçamento do Horizonte 2020, em 2014, tendo ido buscar, de acordo com os resultados disponibilizados pela Comissão Europeia, 140,30 milhões de euros, correspondentes a 290 projetos aprovados e a quase o dobro do montante obtido no período 2007-2013.

Uma das áreas destacadas por Leonor Parreira, por considerar "uma grande surpresa", foi a saúde, incluindo centros de investigação e empresas, o que representa "uma mudança muito grande relativamente" ao anterior programa quando o setor era "muito pouco competitivo".

Atualmente, a saúde é uma área "muito robusta e foi uma das que mais subiu" em número de propostas aprovadas e em financiamento conseguido, concluiu, acrescentando que, neste setor, a taxa de sucesso de Portugal em 2014 está muito acima da taxa média da Europa.

A secretária de Estado da Ciência disse ainda que o desempenho de Portugal significa que as candidaturas foram boas e 71% destes fundos, de 140 milhões de euros, em 2014, foram obtidos por universidades ou por centros de I&D (investigação e desenvolvimento).

A governante insistiu na necessidade de as empresas investirem em investigação e inovação, nomeadamente através da contratação de doutorados, e recordou que a taxa de sucesso na captação de fundos nesta vertente tem sido inferior no setor empresarial quando comparada com o sistema científico.

Leonor Parreira salientou ainda que o valor de 140 milhões de euros inclui 31 milhões conseguidos por 17 investigadores em nome individual a trabalhar em Portugal, que ganharam bolsas do 'European Research Council' (Conselho Europeu de Investigação).

No ano passado, Portugal submeteu 2.030 propostas a concurso, no total de 7,9 mil milhões de euros, tendo a taxa de captação de fundos se situado em 1,76%, "a maior alguma vez alcançada em qualquer um dos anos do anterior programa" de fundos comunitários para a ciência, enaltece uma nota do ministério divulgada na segunda-feira.

Estudo
A Ordem dos Médicos denunciou que faltam mais de 450 anestesiologistas em Portugal, um número que poderá diminuir em dois...

Os números constam do Censos Anestesiologia - 2014, um estudo elaborado pelo colégio de especialidade de Anestesiologia, com o objetivo de conhecer a realidade desta especialidade médica em Portugal, que foi  apresentado.

Os diretores dos serviços de anestesiologia dos hospitais públicos, num total de 52 instituições, afirmam que ao todo existem menos 467 anestesiologistas do que os necessários para cobrir os cuidados anestésicos do país, “valor esse que se prevê possa ser reduzido em cerca de dois terços até 2020”.

No entanto, para alcançar este número, tem que estar reunido um conjunto de premissas: a aposentação dos especialistas aos 66 anos de idade, a entrada na especialidade de 64 internos por ano, a não saída de anestesiologistas dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o estrangeiro ou para os privados nos próximos cinco anos.

Contempladas estas condições, em 2020 haverá “mais 300 anestesiologistas que os atuais 1.254, aumentando assim em cerca de 25% os atuais recursos humanos desta especialidade nos hospitais do SNS”.

O problema é que é precisamente a ausência destas premissas que está a funcionar como um entrave à existência de mais especialistas destes no SNS.

Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos, a falta de condições nos hospitais públicos tem levado médicos a saírem às centenas com reformas antecipadas mesmo com penalização.

Além disso, os profissionais são aliciados a ganhar mais no privado, pelo que “é preciso aliciar os profissionais a ficar no SNS, acrescentou, referindo ainda que “é preciso estancar a emigração”.

O responsável sublinhou que o Governo pressiona para haver maior formação de anestesiologistas – o que demonstra consenso sobre o défice destes profissionais – “mas não cria condições competitivas para ficarem no SNS”.

No próximo ano haverá 80 novos anestesiologistas que estão agora a acabar a especialidade, mas “o Estado demora muito a coloca-los no mercado”.

“A máquina governativa e do Estado não é capaz de dar resposta eficaz e urgente” a estes jovens, acrescentou.

O estudo aponta para a necessidade de alargar a área de intervenção de anestesiologistas para além do bloco operatório, principalmente na área da medicina da dor, da medicina de emergência e intensiva, e nos cuidados pós-operatórios.

A mortalidade pós-operatória continua a ser uma importante preocupação de saúde pública, já que 30% a 50% dessas mortes seriam evitáveis, destaca.

Os dados relativos à organização e recursos humanos constantes do estudo referem-se à semana entre 12 e 18 de maio de 2014, enquanto os resultados operacionais se reportam ao ano 2013.

Neste âmbito, o censos registou 595.185 cirurgias realizadas nas 52 instituições públicas, das quais 82,8% foram programadas e, destas, 43,5% em regime de ambulatório.

Realizaram-se ainda 110.668 procedimentos com anestesia fora do bloco operatório, 279.205 consultas de anestesia (que representam 60% de toda a cirurgia programada) e 99.153 consultas de dor crónica.

Foram ainda identificadas 44.956 analgesias de parto, que corresponderão a cerca de 65% dos partos ocorridos nos serviços de obstetrícia.

O estudo destaca ainda a atual taxa de feminização na área de anestesia (75% são mulheres), em linha com o que se vem verificando em toda a medicina.

Em Portugal
Quase todas as crianças portuguesas (93%) ingerem sal acima das recomendações da Organização Mundial da Saúde e 25% consome...

Uma das conclusões do estudo sobre hábitos alimentares das crianças portuguesas indica que 93% das crianças ingere sal a mais do que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que 54% ingere sal acima do máximo tolerável, tendo apenas 8% das crianças ingerido as quantidades de potássio (legumes e fruta) necessárias.

O "campeão do consumo excessivo" de sal foi um menino que consumiu 15 gramas de sal e uma menina que chegou a 17 gramas de sal, contou, em entrevista telefónica, Pedro Moreira, coordenador do estudo da Universidade do Porto, que contou com a colaboração da Direção-Geral da Saúde e foi solicitado pela OMS.

“São valores absolutamente astronómicos (…). Para além destes 93% estarem a ingerir sal acima dos valores recomendados pela OMS, há 25% de crianças que consomem quantidades astronómicas de sal”, ou seja 12,5 gramas os rapazes e 11,7 ou mais as raparigas, concretizou o especialista.

A ingestão de sal recomendada pela OMS é “até cinco gramas por dia”, mas há crianças em Portugal a consumir 17 gramas de sal por dia, ou seja a mais que triplicar os valores aconselhados.

O estudo realizado a 163 crianças (81 meninos), com idades entre oito e dez anos e a frequentar escolas públicas do ensino básico do Porto foi feito com base na recolha de urina durante 24 horas e respetivo doseamento de sal (sódio), tendo sido também avaliado o consumo de potássio, que se encontra nos legumes e fruta e contraria os efeitos indesejáveis do excesso de sal.

Em termos globais, os resultados estavam “maus nas duas vertentes: sódio a mais que é a parte má do sal, e os valores de ingestão de potássio eram muito baixos” ou seja as crianças estão a comer poucos legumes e frutas para combater os malefícios do sal, disse o investigador.

Pedro Moreira, que é professor e diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, alerta que o perigo de as crianças consumirem sal em excesso, pois podem transformar-se em crianças com maior “vulnerabilidade a mais pressão arterial, que depois evoluem para um maior risco de hipertensão arterial e respetivas doenças associadas”.

Relatórios recentes indicam que um consumo excessivo de sal dentro da região europeia, sendo estimado que reduzir a ingestão de sal, pela metade, levaria a uma queda dramática na doença cardíaca coronária.

A OMS estabeleceu com a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, um contrato para realizar uma análise transversal que avaliasse o consumo de sal em grupos vulneráveis, como as crianças.

O investigador refere que este estudo é o primeiro trabalho publicado em crianças portuguesas destas idades avaliando simultaneamente a ingestão de sódio e potássio através da excreção urinária.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vai voltar, a curto prazo, a contratar médicos individualmente em regime de prestação de serviços,...

“Há uma boa notícia: depois de conversar com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde [SPMS], os médios vão poder novamente ser contratados individualmente no regime de prestação de serviços”, disse José Manuel Silva, durante a apresentação de um estudo sobre a especialidade de anestesiologia.

O bastonário lembrou que a contratação de médicos a empresas não permitia integrar os profissionais nas equipas, os hospitais não sabiam a qualidade dos médicos, além de que muitas vezes era suposto apresentarem-se ao trabalho e não apareciam.

“Finalmente o Ministério da Saúde reconheceu o erro e deu um passo atrás”, afirmou, acrescentando, contudo, que “a contratação individual é uma volta atrás, mas não cobre o mal que se fez para trás”.

Como exemplo do que afirma, referiu que “há serviços de anestesiologia em risco grave”, porque a contratação de tarefeiros levou muitos destes especialistas a saírem das instituições, deixando-as com carência de formadores.

“Geralmente, os tarefeiros têm remuneração superior aos contratados pelas administrações hospitalares, mas estes não podem ser formadores, o que cria constrangimentos na idoneidade formativa dos serviços”, disse.

Referindo o caso da Grande Lisboa, sublinhou que “os anestesistas graduados que poderiam dar formação aos mais novos estão a ir embora e os que ficam não têm idoneidade formativa”. E reiterou que “o mal está feito”.

Agora, a SPMS está a alterar as regras para poder ser possível a contratação individual, e a introduzir critérios de qualidade, explicou.

O bastonário disse que ainda não há data para se iniciar este regime de contratações, mas assegurou que será “a curto prazo”.

"O ideal - num serviço que funciona bem - seria não haver necessidade de recorrer a mão-de-obra contratada através de empresas", afirmou José Manuel Silva.

O bastonário acredita, no entanto, que será sempre necessária a contratação destes serviços para casos pontuais, mas "haverá uma tendência progressiva para recorrer cada vez menos a tarefeiros, que põem em causa os serviços, porque não estão integrados neles".

Treatment of Advanced Squamous Non-Small Cell Lung Cancer in Previously-Treated Patients
Bristol-Myers Squibb Company (NYSE: BMY) today announced that the Committee for Medicinal Products for Human Use (CHMP) of the...

“We are moving at a ground-breaking pace to deliver on a mission that looks to transform cancer treatment options for patients,” said Michael Giordano, senior vice president, Head of Development, Oncology. “Last month, we received a CHMP positive opinion for nivolumab for the treatment of advanced melanoma. Today’s announcement of a positive opinion for nivolumab in NSCLC brings us closer to delivering on our promise of changing the standard of care for lung cancer.”

Positive Opinion based on CheckMate -017 and -063
The CHMP positive opinion is based on data from CheckMate -017 and CheckMate -063, two trials that demonstrated the efficacy and safety of nivolumab in patients with advanced or metastatic squamous NSCLC who had progressed following previous chemotherapy treatment. CheckMate -017 was a Phase III, randomized, open-label trial that included patients who had experienced disease progression during or after one prior platinum doublet-based chemotherapy regimen.

Results from a prespecified interim analysis of CheckMate -017, demonstrated significantly superior overall survival (OS) with nivolumab vs. docetaxel, with a 41% reduction in the risk of death (hazard ratio: 0.59 [95% CI: 0.44, 0.79; p=0.00025]). This benefit was observed regardless of PD-L1

expression status. The estimated one-year survival rate was nearly doubled with nivolumab (42% [95% CI: 34, 50]) compared to docetaxel (24% [95% CI: 17, 31]). The median OS was 9.2 months in the nivolumab arm (95% CI: 7.3, 13.3) and 6 months in the docetaxel arm (95% CI: 5.1, 7.3).

A second study, CheckMate -063, was a Phase II single-arm, multinational, multicenter trial that included patients with metastatic squamous NSCLC who had progressed after receiving a platinum-based therapy and at least one additional systemic treatment regimen (65% of patients had received ≥ 3 prior therapies). In CheckMate -063, confirmed objective response rate, the study’s primary endpoint, was 14.5% (17/117) (95% CI = 8.7, 22.2) with an estimated one-year survival rate of 40.8% (95% CI: 31.6, 49.7) and median overall survival of 8.2 months (95% CI: 6.1, 10.9).

In both CheckMate -017 and -063, there was consistent nivolumab dosing of 3 mg/kg every two weeks. The safety profile of nivolumab has been evaluated in thousands of patients enrolled in the broader clinical program and treatment-related adverse events (AEs) were generally managed using established safety algorithms. In CheckMate -017, the safety profile of nivolumab was consistent with prior studies and favorable versus docetaxel. Treatment-related adverse events occurred less frequently with nivolumab than docetaxel (grade 3–4, 6.9% vs. 55%, respectively).

About Nivolumab
Bristol-Myers Squibb has a broad, global development program to study nivolumab in multiple tumor types consisting of more than 50 trials – as monotherapy or in combination with other therapies – in which more than 8,000 patients have been enrolled worldwide.

Nivolumab became the first PD-1 immune checkpoint inhibitor to receive regulatory approval anywhere in the world on July 4, 2014 when Ono Pharmaceutical Co. announced that it received manufacturing and marketing approval in Japan for the treatment of patients with unresectable melanoma. In the U.S., the U.S. Food and Drug Administration (FDA) granted its first approval for nivolumab for the treatment of patients with unresectable or metastatic melanoma and disease progression following Yervoy (ipilimumab) and, if BRAF V600 mutation positive, a BRAF inhibitor. On March 4, 2015, nivolumab received its second FDA approval for the treatment of patients with metastatic squamous non-small cell lung cancer (NSCLC) with progression on or after platinum-based chemotherapy.

In addition, nivolumab is being investigated in patients with advanced non-squamous NSCLC. On April 17, 2015, an open-label, randomized Phase III study (CheckMate -057) evaluating nivolumab versus docetaxel in previously treated patients with advanced non-squamous NSCLC was stopped early because an assessment conducted by the independent Data Monitoring Committee (DMC) concluded

that the study met its endpoint, demonstrating superior overall survival in patients receiving nivolumab compared to docetaxel. The company plans to share these data with health authorities.

About Lung Cancer
Lung cancer is the leading cause of cancer deaths globally, resulting in more than 1.5 million deaths each year, according to the World Health Organization. NSCLC is one of the most common types of the disease and accounts for approximately 85 percent of cases. Survival rates vary depending on the stage and type of the cancer when it is diagnosed. Globally, the five-year survival rate for Stage I NSCLC is between 47 and 50 percent; for Stage IV NSCLC, the five-year survival rate drops to two percent.

Important Safety Information

Immune-Mediated Pneumonitis

  • Severe pneumonitis or interstitial lung disease, including fatal cases, occurred with OPDIVO treatment. Across the clinical trial experience in 691 patients with solid tumors, fatal immune-mediated pneumonitis occurred in 0.7% (5/691) of patients receiving OPDIVO; no cases occurred in Trial 1 or Trial 3. In Trial 1, pneumonitis, including interstitial lung disease, occurred in 3.4% (9/268) of patients receiving OPDIVO and none of the 102 patients receiving chemotherapy. Immune-mediated pneumonitis occurred in 2.2% (6/268) of patients receiving OPDIVO; one with Grade 3 and five with Grade 2. In Trial 3, immune-mediated pneumonitis occurred in 6% (7/117) of patients receiving OPDIVO, including, five Grade 3 and two Grade 2 cases. Monitor patients for signs and symptoms of pneumonitis. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater pneumonitis. Permanently discontinue OPDIVO for Grade 3 or 4 and withhold OPDIVO until resolution for Grade 2.

Immune-Mediated Colitis

  • In Trial 1, diarrhea or colitis occurred in 21% (57/268) of patients receiving OPDIVO and 18% (18/102) of patients receiving chemotherapy. Immune-mediated colitis occurred in 2.2% (6/268) of patients receiving OPDIVO; five with Grade 3 and one with Grade 2. In Trial 3, diarrhea occurred in 21% (24/117) of patients receiving OPDIVO. Grade 3 immune-mediated colitis occurred in 0.9% (1/117) of patients. Monitor patients for immune-mediated colitis. Administer corticosteroids for Grade 2 (of more than 5 days duration), 3, or 4 colitis. Withhold OPDIVO for Grade 2 or 3. Permanently discontinue OPDIVO for Grade 4 colitis or recurrent colitis upon restarting OPDIVO.

Immune-Mediated Hepatitis

  • In Trial 1, there was an increased incidence of liver test abnormalities in the OPDIVO-treated group as compared to the chemotherapy-treated group, with increases in AST (28% vs 12%), alkaline phosphatase (22% vs 13%), ALT (16% vs 5%), and total bilirubin (9% vs 0). Immune-mediated hepatitis occurred in 1.1% (3/268) of patients receiving OPDIVO; two with Grade 3 and one with Grade 2. In Trial 3, the incidences of increased liver test values were AST (16%), alkaline phosphatase (14%), ALT (12%), and total bilirubin (2.7%). Monitor patients for abnormal liver tests prior to and periodically during treatment. Administer corticosteroids for Grade 2 or greater transaminase elevations. Withhold OPDIVO for Grade 2 and permanently discontinue OPDIVO for Grade 3 or 4 immune-mediated hepatitis.

Immune-Mediated Nephritis and Renal Dysfunction

  • In Trial 1, there was an increased incidence of elevated creatinine in the OPDIVO-treated group as compared to the chemotherapy-treated group (13% vs 9%). Grade 2 or 3 immune-mediated nephritis or renal dysfunction occurred in 0.7% (2/268) of patients. In Trial 3, the incidence of elevated creatinine was 22%. Immune-mediated renal dysfunction (Grade 2) occurred in 0.9% (1/117) of patients. Monitor patients for elevated serum creatinine prior to and periodically during treatment. For Grade 2 or 3 serum creatinine elevation, withhold OPDIVO and administer corticosteroids; if worsening or no improvement occurs, permanently discontinue OPDIVO. Administer corticosteroids for Grade 4 serum creatinine elevation and permanently discontinue OPDIVO.

Immune-Mediated Hypothyroidism and Hyperthyroidism

  • In Trial 1, Grade 1 or 2 hypothyroidism occurred in 8% (21/268) of patients receiving OPDIVO and none of the 102 patients receiving chemotherapy. Grade 1 or 2 hyperthyroidism occurred in 3% (8/268) of patients receiving OPDIVO and 1% (1/102) of patients receiving chemotherapy. In Trial 3, hypothyroidism occurred in 4.3% (5/117) of patients receiving OPDIVO. Hyperthyroidism occurred in 1.7% (2/117) of patients, including one Grade 2 case. Monitor thyroid function prior to and periodically during treatment. Administer hormone replacement therapy for hypothyroidism. Initiate medical management for control of hyperthyroidism.

Other Immune-Mediated Adverse Reactions

  • In Trial 1 and 3 (n=385), the following clinically significant immune-mediated adverse reactions occurred in <2% of OPDIVO-treated patients: adrenal insufficiency, uveitis, pancreatitis, facial and abducens nerve paresis, demyeliniation, autoimmune neuropathy, motor dysfunction, and vasculitis. Across clinical trials of OPDIVO administered at doses 3 mg/kg and 10 mg/kg, additional clinically significant, immune-mediated adverse reactions were identified: hypophysitis, diabetic ketoacidosis, hypopituitarism, Guillain-Barré syndrome, and myasthenic syndrome. Based on the severity of adverse reaction, withhold OPDIVO, administer high-dose corticosteroids, and, if appropriate, initiate hormone- replacement therapy.

Embryofetal Toxicity

  • Based on its mechanism of action, OPDIVO can cause fetal harm when administered to a pregnant woman. Advise pregnant women of the potential risk to a fetus. Advise females of reproductive potential to use effective contraception during treatment with OPDIVO and for at least 5 months after the last dose of OPDIVO.

Lactation

  • It is not known whether OPDIVO is present in human milk. Because many drugs, including antibodies, are excreted in human milk and because of the potential for serious adverse reactions in nursing infants from OPDIVO, advise women to discontinue breastfeeding during treatment.

Serious Adverse Reactions

  • In Trial 1, serious adverse reactions occurred in 41% of patients receiving OPDIVO. Grade 3 and 4 adverse reactions occurred in 42% of patients receiving OPDIVO. The most frequent Grade 3 and 4 adverse drug reactions reported in 2% to <5% of patients receiving OPDIVO were abdominal pain, hyponatremia, increased aspartate aminotransferase, and increased lipase.
  • In Trial 3, serious adverse reactions occurred in 59% of patients receiving OPDIVO. The most frequent serious adverse drug reactions reported in ≥2% of patients were dyspnea, pneumonia, chronic obstructive pulmonary disease exacerbation, pneumonitis, hypercalcemia, pleural effusion, hemoptysis, and pain.

Common Adverse Reactions

  • The most common adverse reactions (≥20%) reported with OPDIVO in Trial 1 were rash (21%) and in Trial 3 were fatigue (50%), dyspnea (38%), musculoskeletal pain (36%), decreased appetite (35%), cough (32%), nausea (29%), and constipation (24%).

Please see US Full Prescribing Information for OPDIVO. 

Ordem dos Nutricionistas
O problema da insegurança alimentar, que remete para a falta de disponibilidade e para as dificuldades no acesso ao alimento, é...

Foi divulgada ontem, 27 de maio, a última edição do relatório da ONU "O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015", que aponta para 795 milhões o número de pessoas com fome no mundo.

Em Portugal, também a Ordem dos Nutricionistas tem manifestado a sua preocupação sobre o estado da insegurança alimentar no país. Os dados oficiais mais recentes mostram que um pouco mais de metade da população portuguesa (50,7%) se encontra em situação de insegurança alimentar e que mais do que um quarto da população (27,3%) revelam terem alterado o consumo de alimentos considerados essenciais.

A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, considera que “é alarmante pensar que cerca de metade dos portugueses se encontra em situação de insegurança alimentar e que há alimentos essenciais à rotina alimentar de cada um que as famílias deixaram de adquirir devido a dificuldades económicas.”

Os mesmos dados apontam que a insegurança alimentar é agravada nas faixas etárias mais elevadas, essencialmente porque a condição física e económica dos idosos se revela mais suscetível a limitações relativas à sua situação alimentar. Da mesma forma, é na população com menor escolaridade, famílias mais numerosas e desempregados que prevalece uma maior insegurança alimentar.

A Bastonária explica que a literacia alimentar é fundamental, particularmente nestes casos de insegurança alimentar mais flagrantes. Alexandra Bento refere que é possível comer bem com menos dinheiro e que há várias estratégias que os cidadãos aprenderiam se houvesse uma maior aposta em ações de economia familiar, tais como: um planeamento das refeições para o dia, um bom aproveitamento dos alimentos e um reaproveitamento das sobras; o recurso a alimentos da época; a realização de listas de compras; a atenção aos rótulos e aos preços de produtos semelhantes; uma atenção redobrada aos gastos energéticos e a utilização de equipamentos que tornem o consumo mais eficiente; uma correta organização da despensa e do frigorífico.

Para a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas “a alimentação e a nutrição deverão estar presentes de uma forma transversal nas políticas e programas nacionais de saúde”. A Ordem dos Nutricionistas defende o investimento em medidas de apoio que promovam o acesso a alimentos de qualidade e em ações de educação alimentar por parte de instituições de ensino, instituições de solidariedade social, e em todas as demais entidades que lidam com a população em maior risco de insegurança alimentar (crianças, idosos, desempregados).

A Ordem dos Nutricionistas alerta que as instituições que lidam com a população em risco deveriam, obrigatoriamente, ter nutricionistas para auxiliar no diagnóstico de insegurança alimentar e na intervenção nesta população. Apela ainda a que as autoridades nacionais coloquem rapidamente dentro das suas prioridades, no âmbito das políticas de saúde, a realização de ações que reduzam a insegurança alimentar.

Aumento da incidência de alguns tipos de cancro
É do conhecimento geral que nas últimas décadas a oncologia sofreu uma grande evolução técnica e cie

Mas, em paralelo com a inovação, assistimos à tendência para o aumento da incidência de alguns tipos de cancro, como consequência de alterações significativas da estrutura da pirâmide populacional, e de alterações do estilo de vida, com elevadas taxas de mortalidade associadas a alguns deles.

A sobrevivência, as recidivas, as alterações da imagem, os tipos e duração de tratamentos, a forma como influência as atividades de vida individuais e familiares, fazem do cancro uma doença que exige o envolvimento de uma equipa multidisciplinar e multiprofissional em atualização permanente, por forma a responder às necessidades da Pessoa.

Um indivíduo com cancro não é simplesmente alguém com um corpo doente, é uma Pessoa em constante crescimento, com uma mente e um espírito vivo, que mantém relações com sua família e amigos, com atitudes e habilidades, interesses, sonhos e expectativas.

É neste contexto que me parece clara a necessidade e a propriedade da intervenção do enfermeiro, especialmente vocacionado para cuidar e responder às cada vez mais complexas necessidades da Pessoa com cancro.

O enfermeiro na equipa de saúde tem um papel especial, enfatizando a prevenção de complicações, detetando e controlando os efeitos colaterais, prestando cuidados diferenciados / especializados, e incorporando nos cuidados os aspetos psicossociais da Pessoa e sua família, para obter cuidados abrangentes que respondam às necessidades dos mesmos.

Cuidado de Enfermagem com respeito pela dignidade humana

O cuidado de Enfermagem deve ser exercido com respeito pela dignidade humana e por todos os outros valores que lhe estão subjacentes, como a autonomia, a justiça, a equidade e a solicitude num contexto de prática interrelacional, que confere responsabilidade e visa sempre o benefício da Pessoa cuidada e dos cuidadores.

Trata-se atualmente, é certo, de uma prática que utiliza tecnologia de ponta mas que deve estar sempre associada a um cuidado humanizado, um cuidado em que o doente é o verdadeiro centro da sua acção. Esta prática inclui ouvir, observar, refletir e agir, planeando os cuidados em conjunto com a Pessoa, respeitando o seu querer, os seus valores e hábitos, expandindo a sua capacidade de se cuidar, resgatar ou manter a sua saúde.

Num tempo de mudança em que se pretende melhorar o funcionamento dos serviços de saúde, em que se comenta a escassez de recursos, terão os enfermeiros no dia-a-dia esta prática incorporada?

Os cuidados humanizados pela voz de doentes e familiar

Fomos procurar a opinião de duas doentes em tratamento no IPO de Coimbra e da familiar de um doente.

Ana

Foi um momento difícil. Não posso esconder que, quando apalpei a minha mama e encontrei um nódulo, fiquei muito assustada. Depois de contar aos meus filhos de 12 e 14 anos e ao meu marido, a primeira coisa que fiz no dia seguinte foi procurar a “minha” enfermeira do Centro de Saúde (…).

Chamo-lhe sempre o “Meu Anjo da Guarda”, pois nesse mesmo momento, nessa mesma hora pediu para que fosse ter com ela, para poder ver e apalpar e sem pôr qualquer tipo de entrave dirigiu-se à médica de família para que também esta visse e mandasse fazer os exames necessários (…).

(…) Esta enfermeira levou os exames e encaminhou-me para a médica, a qual me deu à escolha o hospital onde queria ser tratada; escolhi o IPO de Coimbra, por todas as boas referências que tenho tido.

Os dias que passei internada não foram fáceis, mas também não posso dizer que foram horríveis, todos, mas todos, os enfermeiros foram sempre atenciosos, simpáticos, meigos. A sua voz, a sua meiguice, o seu tempo para connosco foi muito importante para eu perceber que o mundo não tinha acabado, e que eu ia ficar bem para criar os meus filhos.

 (…) Sei que vou ser tratada por mais alguns anos. Para já está tudo a correr bem, os senhores enfermeiros, penso que são escolhidos “a dedo”, são pessoas extraordinárias, numa das profissões mais difíceis do mundo. Obrigada por tudo, sem vocês não sei, se teria as forças e a coragem necessária para enfrentar esta doença.

Manuela

Uma nova etapa do meu percurso. Foi necessário uma cirurgia aos 35 anos e ficar com uma ostomia para fezes.

Ter que procurar força para viver com alguma qualidade de vida.

Encontrei o Gabinete de Estomaterapia no IPO de Coimbra, com grandes profissionais de saúde. Foi a relação com as enfermeiras que me ajudaram a ultrapassar muitas barreiras psicológicas, físicas e emocionais.

O seu profissionalismo e carinho fizeram com que eu fosse uma nova pessoa.

A presença de uma ostomia requer na pessoa algumas adaptações, a necessidade de saber lidar com a colocação do saco no abdómen, vários ensinamentos como a higiene, a técnica de irrigação. Neste sentido, o apoio emocional também são importantes para poder viver a nossa vida com qualidade entre família, amigos e até retomar o trabalho.

Todas estas orientações e ensinos foram muito úteis para poder ultrapassar esta fase inicial, de me ver com uma ostomia. Aceitá-la, e poder perceber que esta cirurgia com recurso a ostomia foi para me salvar a vida (…).

(…) Agradeço todo o apoio dado pela equipa de enfermagem do Gabinete de Estomaterapia do IPO de Coimbra.

Um especial agradecimento à senhora Enfermeira (…). Tem sido a minha ajuda e confidente das minhas adversidades de vida.

Cristina

Sou filha de um doente oncológico, e digo-vos que estou a viver um pesadelo desde outubro de 2014, altura em que foi detetado um cancro nos intestinos ao meu pai. O meu sentimento é de revolta e desânimo, diria mesmo de impotência para lutar contra uma doença tão terrível como esta… No entanto, tento todos os dias concentrar-me no que é importante, ajudar e cuidar do meu pai. Para que isso seja possível tive de ter uma aprendizagem, no meu caso com a Enfermeira (…) do Gabinete de Estomaterapia. Digo que este processo é muito difícil, eu diria mesmo doloroso, para nós familiares, e para os utentes em questão, que ficam totalmente fragilizados (…).

Quero agradecer toda a ajuda do vosso Gabinete, e dizer-vos o quanto foram e estão a ser importantes nesta luta. Sem a vossa dedicação e apoio eu não teria conseguido ajudar o meu pai (…). Gosto particularmente do perfecionismo e dedicação da Enfermeira (…). É uma pessoa muito humana e preocupada com os seus utentes.

A conclusão deixo-a para si caro leitor.

 

Bibliografia

DGS. Portugal Doenças Oncológicas em números – 2014. Programa Nacional para as Doenças Oncológicas. Novembro de 2014

 

Maria da Soledade Correia Neves, nascida a 31 de Dezembro de 1958, natural de Castelo Branco, foi nomeada Enfermeira Diretora, em 2003, cargo que desempenha atualmente como vogal do Conselho de Administração do IPO de Coimbra FG, EPE.

Tem como habilitações literárias o Curso Complementar dos Liceus.

Frequentou o curso de Enfermagem Geral, o curso de Especialização em Enfermagem Médico-Cirúrgica e o curso de Estudos Superiores Especializados em Administração dos Serviços de Enfermagem.

Concluiu o XVIII Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde (PADIS) da AESE – Escola de Direção e Negócios.

Iniciou funções no IPO de Coimbra, em setembro de 1981, como Enfermeira, sendo detentora da categoria de Enfermeira Chefe desde 1997.

Desempenhou funções nos Departamentos de Radioterapia e Oncologia Médica, nas Consultas Externas e no Serviço de Cuidados Paliativos.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Cientistas espanhóis
Cientistas espanhóis desenvolveram uma técnica que analisa, por ressonância magnética nuclear, as partículas de sangue que...

Esta investigação é um dos temas que concentra o interesse dos 400 cientistas que participam no XXVIII Congresso Nacional da Sociedade Espanhola de Arteriosclerose, a decorrer desde terça-feira em Logronho, Espanha, e que termina na sexta-feira.

Segundo Luis Masana, catedrático de medicina na Universidade Rovira e Virgili, de Tarragona, esta nova técnica apresenta “muitas vantagens” no que diz respeito aos parâmetros utilizados atualmente pelos médicos para caracterizar o risco de enfarte ou cardiovascular dos pacientes, noticia a agência Efe.

Luis Masana afirmou que esta tecnologia, que possibilita mais do que a simples medição do colesterol, estava implantada há muitos anos no Japão e em Nova Iorque, mas que agora foi melhorada do ponto de vista tecnológico.

O colesterol, afirmou Luis Masana, "não depende só das suas concentrações, mas também da forma como se agrega ao plasma", orginando as lipoproteínas, que "podem variar em tamanho, concentração e forma", acrescentando que, "até agora não era possível determinar estas particularidades" e que com esta nova técnica obtem-se uma visão mais ampla e, sobretudo, melhoria da deteção do risco cardiovascular num paciente.

Durante o congresso, Masana, destacou ainda a oportunidade que os médicos têm de utilizar esta técnica, que “não é excessivamente cara”, é muito prática e dá uma imagem clara do que ocorre com a gordura do sangue.

Durante o congresso trataram-se diferentes aspetos relacionados com a arteriosclerose, que se origina quando o excesso de colesterol que circula no sangue tende a depositar-se nas paredes das artérias, explicou à Efe o presidente do comité organizador deste encontro científico, Ángel Bre, referindo que, em função da localização das artérias afetadas, esta doença origina variados problemas, como, por exemplo, anginas de peito, enfartes do miocárdio, tromboses cerebrais, doença arterial periférica, aneurisma aórticos, isquemia intestinal, entre outros.

Este conjunto de processos domina-se doenças cardiovasculares ateroscleróticas.

A Organização Mundial de Saúde estima que 4,4 milhões morram no mundo por ter níveis de colesterol total elevados.

IV Congresso Veterinário Noroeste
De 5 a 7 de junho decorre a IV Edição do Congresso Veterinário Noroeste, no Palácio da Cultura Pontevedra, Galiza, evento...

O encontro reúne profissionais internacionais da área e conta com a participação de veterinários de Portugal, Espanha e Itália para abordarem vários temas na área da saúde animal relacionados com a Pediatria.

O Hospital Veterinário Montenegro tem promovido o desenvolvimento na área de veterinária na componente técnico-científica e, em parceria com o Colégio Oficial de Veterinários de Pontevedra, organiza desde 2012 o Congresso Veterinário do Noroeste.

Luís Montenegro, diretor clínico do Hospital de Referência Veterinária Montenegro afirma que “este congresso pretende ser um momento de atualização dos profissionais da área sobre as boas práticas e o que de melhor se faz em Pediatria animal na Europa.”

Durante o congresso serão discutidos temas como dermatofitose nos cachorros, reanimação pós-cesariana, cardiopatias e doenças neurológicas congénitas, patologia neonatal, patologias músculo esqueléticas pediátricas, patologia pós-parto na mãe que afeta os recém-nascidos, entre outros.

O programa deste congresso também integra seis workshops sobre microscopia, cirurgia sem sangramento, iniciação à ecografia, anestesia, ecografia avançada e ecocardiografia.

Participarão neste evento, como palestrantes, veterinários de renome internacional, tais como, Giordana Zanna (Responsável científica e Oradora do Itinerário Didático de Dermatologia da Escola de Formação Pós-Universitária Italiana), Domenech Tomás (Especialista em Cardiopatias Congénitas na Clínica Veterinária Survet de Barcelona e no Instituto Veterinário de Novara, em Itália), Josep Arus Martí (Veterinário diplomado pelo European College for Animal Reproduction), Begoña Martinez Astor (Membro da ESVO Sociedade Europeia de Oftalmologia Veterinária), Patrícia Soares (Veterinária no Hospital de Referência Veterinária Montenegro com interesse nas áreas de cirurgia, reprodução e neonatologia) e Ana Celeste Martins Bessa (Responsável da Área Clínica de Animais de Companhia do Hospital Veterinário da UTAD e do Serviço de Medicina de Reprodução).

Para mais informação, pode visitar ainda a seguinte página: http://congreso.congresovetnoroeste.es/moodle/

Relatório da OCDE
A metodologia de ensino da Medicina seguida na Universidade da Beira Interior merece destaque no relatório “Reviews of Health...

O relatório revela que, dentro das oito escolas de medicina existentes em Portugal, duas têm abordagens diferentes, a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e a sua congénere de Braga. Ambas as unidades foram criadas em 1998 e têm vindo a desenvolver um ensino inovador, baseado na resolução de problemas, com integração multidisciplinar e um sistema mais interativo e baseado em tutorias. A preparação dos alunos de medicina para trabalharem em saúde comunitária é igualmente elogiada no relatório.

O estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) conclui que uma “das características mais marcantes da resposta do sistema de saúde português à crise tem sido o compromisso com a qualidade e a preservação de um sistema universal financiado publicamente”. O sistema de informação existente merece também um elogio dos peritos da OCDE, que consideram que “Portugal tem uma impressionante quantidade de informação” sobre cuidados de saúde primários e hospitalares, bem como sobre indicadores de saúde da população.

31 de maio é o Dia Mundial Sem Tabaco
Doenças como o cancro oral e lesões nos dentes e gengivas vão estar em evidência nos novos maços de tabaco de acordo com uma...

O tabaco é um dos principais fatores de risco da saúde oral e a inclusão de fotografias de doenças provocadas pelo consumo de cigarros e cigarrilhas é uma das medidas previstas na nova legislação, na sequência da entrada em vigor da nova diretiva europeia que impõe novas restrições à indústria do tabaco.

Considerado a primeira causa de morbilidade e mortalidade evitáveis, o tabagismo tem várias doenças associadas e com especial impacto na saúde oral, incluindo, entre outras, lesões malignas, queratose tabágica, estomatite nicotínica, aftose, melanose do fumador, língua pilosa, a halitose, as cáries dentárias cervicais e a perda dentária.

O Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva salienta que “os efeitos do tabaco são nefastos para a saúde oral, pelo que a OMD batalhou para que as doenças orais, nomeadamente o cancro oral, fossem incluídas na lista de doenças a incluir nas fotografias dos novos maços de tabaco. O cancro oral é o sexto mais mortífero em Portugal e as lesões nos dentes e gengivas podem levar a outras doenças, nomeadamente infeções. É por isso determinante alertar a população para os riscos do tabagismo e apostar na prevenção e tratamento. Os doentes devem ter todo o apoio na cessação tabágica e aqui os médicos dentistas podem ter um papel crucial”.

Dados da Organização Mundial de Saúde estimam que em Portugal morram anualmente dez mil pessoas vítimas de doenças relacionadas com o tabagismo.

A colocação de imagens nos maços de tabaco gerou polémica, mas o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas afirma que “a decisão vai no caminho certo. É uma das ações previstas na Convenção Quadro para o Controlo do Tabaco, da Organização Mundial de Saúde adotada em 2005, e há múltiplos estudos científicos que comprovam que a probabilidade de deixar de fumar ou de reduzir o número de cigarros consumidos é maior entre os fumadores que vêm as imagens”.

O Canadá foi, em 2001, o primeiro país a incluir imagens chocantes a acompanhar alertas sobre os riscos do tabaco e um estudo realizado há 2 anos estima que esta medida pioneira a nível mundial tenha resultado numa queda entre 2,87% a 4,68% na prevalência do tabagismo entre os canadianos.

Portugal introduziu em 1983 as primeiras mensagens nos maços de tabaco a alertar para as consequências do tabagismo, mas, em 2012, no Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas, realizado pela Direção-Geral da Saúde, apenas 50% dos inquiridos afirmaram que o tabaco faz mal à saúde, havendo 17% dos inquiridos a afirmar que o consumo de tabaco tem pouca ou nenhuma importância para a saúde, e 4% que consideraram que fumar um ou mais maços por dia representa pouco ou nenhum risco.

Semana Digestiva 2015
A doença hepática alcoólica é muito preocupante sobretudo nas sociedades ocidentais. Portugal é o 10º maior consumidor de...

“Embora a legislação sobre o consumo de álcool tenha sido recentemente alterada, e sendo o seu consumo proibido a menores de 18 anos, se a fiscalização não for permanente, a lei poderá ter um impacto reduzido na população”, refere Helena Pessegueiro, médica, da Unidade de Transplante Hepático e Pancreático do Hospital de Santo António, no Porto.

Um estudo recente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) revela que o álcool é a principal causa de cirrose hepática em Portugal, tendo-se observado que nos últimos 15 anos, 84% dos internamentos por cirrose foram de etiologia alcoólica.

A quantidade mínima de álcool necessária para o desenvolvimento de doença hepática não está rigorosamente definida, podendo contribuir para uma maior gravidade da doença hepática alcoólica outros fatores de risco, como o género, a raça negra, a infeção pelo vírus da hepatite C, a obesidade e a sobrecarga de ferro. No entanto, está comprovado que mesmo valores de consumo entre os 12g e os 24g de álcool por dia aumentam o risco de mortalidade por cirrose hepática. “Portanto, mesmo consumos considerados “não excessivos”, não são isentos de risco”, acrescenta.

“A doença hepática alcoólica é um dos principais motivos de referenciação para transplante hepático na Europa. No entanto, a transplantação é um recurso indicado a situações muito graves e muito limitado pelo número de dadores, inferior aos candidatos a esta modalidade terapêutica, indicada apenas em doentes muito selecionados”, sublinha a especialista.

Este é um dos temas em destaque na Semana Digestiva 2015, que será abordado na conferência intitulada “A Transplantação Hepática em Discussão”, no dia 12 de junho pelas 14h30.

A Semana Digestiva 2015, um dos eventos médicos com maior expressão em Portugal, organizado pelas Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG), Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED), Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF), Sociedade Portuguesa de Gastroenterologia Hepatologia e Nutrição Pediátrica (SPGP), decorre entre os dias 10 a 13 de junho, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Programa e mais informações em www.semanadigestiva.pt

“Só a vacina não chega”
“Ainda morre uma mulher por dia por cancro do colo do útero e, ainda por cima, são mulheres novas, produtivas, normalmente...

Arranca hoje mais uma campanha de sensibilização do cancro do colo do útero, o segundo mais frequente e o sexto que mais mata em Portugal. A cada dia uma mulher morre com cancro do colo do útero em Portugal. Todos os anos surgem 900 novos casos da doença.

Apesar do sucesso da vacina e dos rastreios para prevenção, “o cenário ainda é dramático”, sublinha Vítor Veloso, vice-presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), que lança mais uma campanha de sensibilização contra a doença.

“Ainda morre uma mulher por dia por cancro do colo do útero e, ainda por cima, são mulheres novas, produtivas, normalmente entre os 25 e os 55 anos. Nós queremos que este panorama mude, e em vez de uma morte por dia conseguirmos uma morte de 10 em 10 dias ou uma morte por mês”, estima o especialista.

“A vacina é fundamental, entre os 10 e os 50 anos, mas não é suficiente”, alerta o responsável, em declarações à Rádio Renascença. “Desde que nós conseguimos que a vacina fosse introduzida no plano nacional de vacinas, isso levou a que a mulher relaxasse um bocadinho em relação ao exame complementar à vacinação, o papanicolau. Um exame fundamental, de dois em dois anos, e que é gratuito nos centros de saúde”.

O vice-presidente da LPCC sublinha que cancro do colo do útero é evitável e lamenta que seja ainda o segundo mais frequente e o sexto que mais mata em Portugal.

Apesar da resolução da OMS
Ministério da Saúde ainda não adotou resolução da OMS que declara a psoríase como doença crónica. Há exatamente um ano,...

Os doentes com psoríase acusam o Ministério da Saúde de travar a entrada em vigor de uma resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS) que declara a psoríase como “doença crónica, grave e não transmissível”. Um reconhecimento decisivo para alterar as regras comparticipação e acesso aos medicamentos e tratamentos complementares, revela a Rádio Renascença.

O documento, a transpor para as legislações nacionais, foi assinado há precisamente um ano por todos os estados membros da OMS, Portugal incluído. 2015 já leva quase meio ano e João Vaz Martins, presidente da Associação Portuguesa de Psoríase (PSOPortugal) diz que “está tudo na mesma”.

Cremes e champôs não são cosméticos

Atualmente, a medicação para a psoríase prescrita pelas especialidades de dermatologia e reumatologia é integralmente comparticipada. Mas os tratamentos complementares que, segundo o presidente da PSOPortugal, “são tão necessários quanto os medicamentos”, só são pagos na totalidade “a doentes com 60% de incapacidade comprovada ou com rendimentos abaixo dos 650 euros”. Critérios de seleção que, segundo este responsável, “são extremamente rígidos e abrangem uma percentagem muito reduzida” do universo de portadores da doença.

Na prática, as pomadas e os champôs que integram o cabaz terapêutico da psoríase “são considerados cosméticos, logo são taxados com IVA a 23%. Muitos doentes deixam mais de 300 euros na farmácia só nestes produtos”, sublinha Vaz Martins.

Mais do que um problema de pele

Além do problema dermatológico, em muitos casos notório, a psoríase manifesta-se também nas “artrites, obesidade, problemas cardíacos, doença inflamatória do colon, hipercolesterolemia”.

Os números mais recentes estimam que haja entre 250 e 300 mil portugueses com psoríase. E desses, 10% sofrem de artrite psoriática, uma das complicações mais comuns desta doença auto-imune. As projeções futuras da OMS apontam para um aumento deste tipo de casos para os 40%.

“É o resultado da política deste governo que não está a apostar minimamente na prevenção do problema e que, por razões economicistas, cria entraves no acesso aos tratamentos”, conclui o presidente da PSOPortugal.

 

Estudo indica probabilidades
Um estudo da Universidade de Harvard e do hospital da Universidade de Orebro, na Suécia, concluiu que os adolescentes com peso...

Os investigadores acompanharam cerca de 240 mil homens suecos durante 35 anos. A análise, divulgada na publicação científica Gut, mostrou que os adolescentes acima do peso tinham o dobro do risco de ter cancro do que os com peso adequado. As probabilidades são ainda mais altas para os adolescentes obesos, escreve o Notícias ao Minuto.

O cancro de intestino é o terceiro tipo de cancro mais comum no mundo, com cerca de 1,4 milhões de novos casos por ano.

Os participantes do estudo tinham idades entre 16 e 20 anos quando o estudo começou. A grande maioria tinha peso normal mas, 6,5% estavam acima do peso e 1% eram obesos. O estudo verificou que ocorreram 855 casos de cancro colorretal. Os obesos tiveram 2,38 vezes mais probabilidades de desenvolver um tumor no intestino.

"O final da adolescência marca a transição da infância para a idade adulta e é um período de crescimento acelerado, principalmente entre homens, por isso, esse período pode representar uma janela crítica", diz o estudo.

"A forte associação observada entre obesidade na adolescência e o cancro colorretal na passagem para a meia-idade e o aumento da prevalência de obesidade na adolescência pode alertar para o crescimento da incidência do cancro colorretal entre adultos", adicionou o estudo divulgado pela BBC.

Rachel Thompson, do Fundo Mundial para Pesquisas sobre Cancro, disse que os indícios sugerem que a obesidade é um fator de risco para o cancro de intestino.

Ainda que esta associação necessite de ser estudada mais a fundo, Rachel sublinha que "a descoberta é interessante porque dá uma indicação de que o cancro de intestino pode estar associado ao estilo de vida que adotamos ao longo da vida."

Páginas