Organização das Nações Unidas
Angola pode ter uma "epidemia importante" de VIH/SIDA, à semelhança de Moçambique, alertou hoje o diretor executivo...

Falando na apresentação do relatório da organização, divulgado hoje, Luiz Loures acrescentou que a ONUSIDA quer "atenção renovada" para acabar com a doença nos países lusófonos, onde considera haver "muito trabalho a ser feito" para eliminar a epidemia.

O responsável destacou também que Portugal e o Brasil têm hoje uma resposta à doença que é das "mais avançadas do mundo", pelo que "não existe razão para que outros países de língua portuguesa não avancem da mesma forma. A unidade entre esses países é parte da estratégia para o fim da epidemia".

"Como ONUSIDA, estamos dispostos a apoiar qualquer medida sob o ponto de vista da cooperação”, sublinhou Luiz Loures.

O relatório revela exemplos de abordagens inovadoras em mais de 50 comunidades, cidades e países, para alcançar as pessoas com serviços para prevenir e tratar o VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), tendo o representante do programa das Nações Unidas destacado que "os lusófonos têm de ser pragmáticos na prevenção, principalmente os mais jovens, que não viram a epidemia no seu auge".

O documento destaca o caso de Moçambique, que está entre as dez nações da África Oriental e Austral onde ocorreram cerca de metade das novas infeções pelo vírus entre 2010 e 2014, embora o país tenha aumentado a cobertura do tratamento naquele período.

Portugal é citado por ter descriminalizado o uso de quantidades de drogas ilícitas em pequenas quantidades, uma medida associada à redução na prevalência do VIH nas prisões, enquanto o Brasil é referido por figurar entre os países de baixo e médio rendimento que conseguiram suprimir o vírus em mais de 80% das pessoas que recebiam tratamento antirretroviral.

O Brasil é ainda referido por a profilaxia pré-exposição (em pessoas que receiam ter contraído o vírus após uma relação sexual casual) registar uma taxa de aceitação de 50% e por ter sido o primeiro país a dar tratamento combinado gratuito para o vírus.

De acordo com estimativas do ONUSIDA relativas ao ano passado, verificou-se uma queda de 35% nas novas infeções pelo vírus (face ao pico de 2000), tendo as mortes relacionadas com a doença descido 42% desde o seu auge, em 2004.

No final de 2014, havia um total de 36,9 milhões de pessoas a viver com o vírus.

Ao abrigo do objetivo 90-90-90, as Nações Unidas pretendem garantir o tratamento de 90% de pessoas que vivem com o VIH, que 90% das pessoas que saber ser seropositivas estejam em tratamento e que 90% das pessoas em tratamento tenham a carga viral indetetável.

Ébola
Um adolescente morreu de Ébola na Libéria, no primeiro caso registado desde que em setembro foi oficialmente proclamado o fim...

“O rapaz de 15 anos morreu ontem (segunda-feira)”, declarou à agência de notícias francesa AFP o médico, precisando que dois elementos da sua família, cujos exames foram positivos, estão ainda em observação no centro de tratamento ELWA 2, de Monróvia.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou na semana passada que o adolescente apresentava sintomas da febre hemorrágica a 14 de novembro e tinha sido hospitalizado três dias depois, sublinhando que a doença tinha também sido diagnosticada a dois dos seus familiares.

Além disso, 150 contactos estão atualmente a ser acompanhados, indicou na segunda-feira a OMS, que atribui o reaparecimento do vírus num país onde a epidemia oficialmente acabou à sua persistência nos fluidos corporais de alguns sobreviventes.

A Libéria foi declarada livre da transmissão do vírus pela primeira vez em maio, antes do reaparecimento da epidemia, cerca de sete semanas mais tarde, e depois, novamente, a 03 de setembro.

Um país é declarado livre do contágio do Ébola quando decorreram dois períodos de 21 dias – a duração máxima da incubação do vírus – sem novos casos desde o segundo teste negativo num paciente curado.

A epidemia de Ébola na África Ocidental, a mais grave desde a identificação do vírus na África Central, em 1976, fez mais de 11.300 mortos em 29.000 casos registados, um balanço ainda incompleto, segundo a OMS.

Noventa e nove por cento das vítimas concentram-se em em três países: a Guiné Conacri - de onde partiu a epidemia, em dezembro de 2013, e onde o último doente curado obteve resultado negativo nos exames a 16 de dezembro -, na Serra Leoa, onde o fim da epidemia foi declarado a 07 de novembro e a Libéria.

ONU
As Nações Unidas anunciaram hoje que pretendem duplicar o número de pessoas infetadas com VIH/SIDA em tratamento...

Atualmente, pouco menos de metade das pessoas que vivem com o VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) tem acesso a estes tratamentos.

“A cada cinco anos temos mais que duplicado o número de pessoas sob tratamento”, declarou Michel Sidibé, diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA).

“Temos de o fazer mais uma vez para acabar com a epidemia da SIDA e impedir que ela progrida”, prosseguiu o representante, citado num comunicado.

Este anúncio da agência das Nações Unidas ocorre um dia depois das autoridades francesas terem dado luz verde ao "Truvada", um tratamento preventivo contra o VIH, que é uma combinação de um antirretroviral de um laboratório norte-americano (Gilead Sciences).

O antirretroviral "Truvada" é apresentado como o primeiro tratamento de prevenção contra a SIDA destinado aos grupos de risco e que deverá contribuir, segundo as autoridades, para reduzir novas infeções.

Segundo o último relatório da ONUSIDA, apresentado hoje, 15,8 milhões de pessoas estavam a receber tratamentos antirretrovirais (ART) em junho de 2015, contra 7,5 milhões em 2010 e 2,2 milhões em 2005.

“O mundo parou e reverteu a propagação do VIH”, afirmou a ONUSIDA, que congratulou-se com os “progressos extraordinários” realizados.

Em 2014, as mortes relacionadas com a SIDA caíram 42%, em relação aos números de 2004, o que prova, de acordo com a agência da ONU, que o alargamento do acesso aos tratamentos salva vidas.

“Foram feitos progressos em cada região do mundo. Mas o ritmo é muito lento”, ressalvou, no entanto, Michel Sidibé.

Apesar das novas infeções terem recuado em mais de um terço (35%) entre 2000 e 2014, a ONUSIDA teme ainda um potencial progresso da epidemia, caso os países não invistam em esforços suplementares.

Em termos globais, 36,9 milhões de pessoas, a grande maioria em África, vivia em 2014 com o vírus VIH/SIDA.

Entre 2000 e 2014, as novas infeções progrediram na região da Europa oriental e Ásia central (+30%), bem como no Médio Oriente e no norte de África (+26%).

A ONUSIDA estabeleceu uma lista de 35 países “prioritários”, que representam 90% dos novos casos de infeções com VIH/SIDA, e que precisam de uma atenção particular para que o objetivo da erradicação seja alcançado.

A agência estima que sejam necessários anualmente 31,9 mil milhões de dólares (29,9 mil milhões de euros) até 2020 para a resposta internacional contra a SIDA.

Para conseguir a erradicação da epidemia em 2030, a ONU fixou metas para 2020 sob o lema “90-90-90”: 90% das pessoas infetadas com o VIH devem ter conhecimento desse facto; 90% das pessoas que conhecem o seu estado devem receber o tratamento necessário; 90% das pessoas que estão tratadas devem ter a sua carga viral suprimida (deve ser indetetável).

No próximo dia 01 de dezembro assinala-se o Dia Mundial de Luta contra a Sida.

Associação de Defesa do Consumidor
Metade das famílias portuguesas não teve dinheiro em 2014 para fazer tratamentos médicos necessários, tendo muitas vezes...

“No ano passado, por falta de dinheiro, 50% dos portugueses falharam cuidados de saúde considerados essenciais do ponto de vista médico. E ninguém escapou às dificuldades: um terço eram crianças, que ficaram sem tratamentos, consultas ou medicamentos aconselhados pelo médico”, indica a revista de saúde da associação de defesa do consumidor, com base num inquérito a 1.763 famílias portuguesas.

A dificuldade em pagar despesas de saúde afeta mais as famílias com rendimentos mensais abaixo dos 1.500 euros, os agregados numerosos ou monoparentais e os que incluem membros que sofrem de doença crónica, conclui o teste.

“Isto num país em que cerca de 40% das famílias vivem com menos de 1.00 euros por mês”, sublinha a revista.

No topo dos gastos com saúde estão os tratamentos dentários e oftalmológicos, as consultas e os medicamentos, que em 2014 foram sendo adiados por falta de dinheiro.

O mesmo se verificou com as urgências, que “tiveram de deixar de sê-lo quando não havia como pagá-las”: 10% dos portugueses, incluindo crianças, não foram às urgências por não terem dinheiro.

Apesar de os mais carenciados estarem isentos de taxas moderadoras, existem “copagamentos disfarçados” que são “penalizadores” para a maioria.

Salientando que para o estudo não foram considerados os pagamentos de prémios de seguros nem tratamentos ou cirurgias de estética e beleza, a Deco diz que no ano transato as famílias gastaram uma média de 1.480 euros em cuidados de saúde que nunca lhes serão reembolsados.

“O valor sobe para 1.824 euros em agregados com doentes crónicos”, a que se junta o prémio do seguro de saúde, contratado por 20% dos inquiridos, que dizem pagá-lo do próprio bolso: em média, custa-lhes 506 euros anuais.

Ao todo, diz a revista, as despesas anuais não reembolsáveis representam 19% do rendimento líquido disponível, proporção que sobe para 25% nos agregados com doentes crónicos.

Para fazer face a estas dificuldades, uma em cada cinco famílias teve que se endividar, na maior parte dos casos junto de familiares, mas também de amigos ou de instituições bancárias.

Os inquiridos reportaram problemas de saúde dos filhos menores que necessitavam de cuidados médicos e que em 15% dos casos eram muito sérios e em 70% importantes.

Em consequência desta falta de assistência, não só as atividades escolares ficam afetadas (além da saúde), mas também as necessidades básicas familiares.

“Um quinto dos agregados teve de cortar em bens alimentares e em climatização por causa dos gastos com a saúde. Um quarto viu-se obrigado a abdicar do conforto no lar e de obras ou mobiliário”.

A carência de cuidados médicos por falta de dinheiro tem repercussões também no trabalho, que se refletiram em 35 milhões de dias de trabalho perdidos.

Entre os tratamentos que ficaram por fazer em 2014, os oftalmológicos ocupam o lugar cimeiro com 28%.

A estomatologia surge como uma das área que custou mais dinheiro aos portugueses, sendo que 64% destes gastaram 564 euros e foram contraídos 1.398 euros de empréstimo.

Nutrição
A aTTitude, IPSS, lança o seu 1º livro na área da nutrição oncológica, em Dezembro.

 

O livro, composto por 87 receitas de 15 conceituados chefs foi desenvolvido com o objectivo de apoiar o doente oncológico durante o ciclo de tratamentos, procurando assegurar o seu equilíbrio nutricional e melhor a sua qualidade de vida.

“Numa altura em que os mais recentes estudos indicam que 1 em cada 3 pessoas sofre de cancro e que se prevê que dentro de 30 anos, com o desenvolvimento da doença, 1 em cada 2 pessoas possa vir a ser afectada por esta patologia, achamos muito pertinente desenvolver este livro, assente em princípios básicos e flexíveis da nutrição, que ajudará cada doente a conseguir encontrar a alimentação ou ementa adequada a cada momento e tratamento da sua doença, ultrapassando as barreiras da sua tolerância alimentar e mantendo os níveis de energia e defesas” explica a Presidente da Direcção da aTTitude, Bibi Sattar.

O livro Nutrição Oncológica “Receitas deliciosas para doentes oncológicos em tratamento” oferece 87 deliciosas receitas de 15 conceituados chefs e os testemunhos das artistas Simone de Oliveira e Sara Tavares, ex. doentes oncológicas.

“O que fazer para ultrapassar as alterações de palato?”; “O que ingerir para garantir o equilíbrio nutricional?” e “Existirá uma alimentação mais adequada para melhor tolerar os efeitos do tratamento oncológico?” são algumas das perguntas às quais o presente livro procura dar resposta.

“No decurso dos tratamentos e após cada “ciclo” de quimioterapia, entre outros sintomas, os doentes oncológicos habitualmente apresentam falta de apetite, enjoos, obstipação e mesmo repugnância por certos alimentos. O desconhecimento das bases de boa nutrição oncológica, associado aos recursos limitados neste campo, é revelador de um desespero adicional e num sofrimento emocional que assola os doentes, familiares e amigos. Por esse motivo este livro será um bom aliado no combate a alguns efeitos secundários dos tratamentos e sintomas da própria doença ”, conclui a Dra. Ana Rita Lopes, nutricionista.

O livro “Receitas deliciosas para doentes oncológicos em tratamento” será lançado oficialmente no dia 7 de Dezembro. No entanto, será realizado a partir do dia 23 de Novembro um Pré-Lançamento, através de uma Campanha Online de angariação de donativos - por cada donativo no valor de 20€ é oferecido 1 livro. Os donativos podem ser feitos através do site www.nutricaooncologica.org.pt.  A Campanha convida ainda todos os cibernautas a ter  aTTitude através da partilha do hashtag - #eutenhoaTTitude.

As receitas provenientes da venda do livro, reverterão a favor de dois projectos: Programa de cursos de formação básica em nutrição oncológica e Programa de cursos de formação avançada em cuidados paliativos pediátricos.

Sobre a Associação aTTitude:

A aTTitude, Associação de Solidariedade Social, IPSS, foi fundada em Setembro de 2014 por Bibi Sattar Marques (Presidente da Direção) e Francisco Marques (Presidente da Assembleia Geral), ambos economistas e com vidas profissionais ativas, com o objectivo de: 1º.Escutar as causas;
2º.Desafiar vontades; e
3º.Potenciar esforços. A aTTitude tem três projetos em curso - o Quarteto Gastronómico, a Nutrição Oncológica e os Cuidados Paliativos Pediátricos.

www.attitude.org.pt

 

Associação Nacional de Estudantes de Medicina
Os estudantes de medicina solicitaram o adiamento “imediato” do processo de escolha de vagas para a sua formação específica,...

Em causa está a publicação, desde sexta-feira, do mapa de vagas do Concurso do Internato Médico de 2015 para ingresso na especialização médica, o qual, segundo a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM), tem vários erros.

“Desde sexta-feira que surgiram múltiplas versões do mapa de vagas, a disponibilidade de vagas, assim como a lista de candidatos e o calendário do próprio processo”, disse à agência Lusa o presidente da ANEM.

Segundo Alberto Abreu da Silva, algumas vagas que são apresentadas não estão de facto disponíveis, acontecendo também o inverso.

Além destes erros, que estão a causar “grande instabilidade” nos jovens médicos, o número de vagas também não é suficiente.

De acordo com a ANEM, o número de vagas apresentado “na última versão” foi de 1.578, menos do que as 1.700 vagas necessárias.

Com esta situação, a associação espera que existam 150 médicos sem formação específica.

Esta é a fase em que os estudantes recém-licenciados em medicina, e após um ano comum e a nota obtida na prova nacional de seriação, concorrem a uma lista de vagas para obterem a sua especialidade médica, que pode durar quatro a seis anos.

O processo abriu segunda-feira e decorre até 04 de dezembro, mas a ANEM defende o adiamento.

Contactada pela Lusa, a ACSS fez saber que “efetuaram a sua escolha os primeiros 58 médicos internos”, ou seja, “os que tiveram entre 100 e 91 por cento na respetiva Prova Nacional de Seriação”.

“Durante o dia de hoje decorrerão as opções dos candidatos classificados da 59ª à 287ª posições”, prossegue o comunicado da ACSS.

Este organismo referiu ainda que, “com o objetivo de ser disponibilizado o maior numerando vagas, a fim de procurar abranger a totalidade dos médicos candidatos, a ACSS desenvolveu esforços que levaram à viabilização de novas vagas ao longo do último fim de semana e durante o dia de ontem”.

“O mapa final de vagas para os médicos que iniciarão a sua especialidade em 01 de janeiro de 2016 inclui um total de 1.569 vagas, das quais 1.046 em especialidades hospitalares”, prossegue a ACSS.

Alberto Abreu da Silva adiantou que o pedido de adiamento deste processo já seguiu segunda-feira para a ACSS, através de uma carta aberta, que aguarda agora uma resposta.

A longo prazo, a associação vai aguardar pela estabilidade do governo para propor a diminuição do número de estudantes de medicina em Portugal.

“Portugal tem o número adequado de médicos, que estão distribuídos de forma inadequada”, disse, defendendo como solução para este problema “a redução do número de estudantes de medicina no país, para adequar capacidades das universidades e também evitar os indiferenciados”.

China
Quase todos os órgãos humanos doados para transplante na China acabam por não ser utilizados, revelou hoje a imprensa estatal...

As autoridades do país esperam atingir as 2.500 doações de órgãos este ano, segundo o jornal Beijing Youth Daily, que cita Huang Jiefu, diretor do Comité de Doação de Órgãos da China e ex-vice ministro da Saúde.

Huang referiu que "tecnicamente" isso viabilizará 2.500 transplantes de coração e 5.000 transplantes de pulmão, mas que apenas 100 de cada tipo de operação foram até agora executadas.

"Por um lado, existe falta de doações, por outro, existe desperdício", realçou.

O jornal refere a lentidão do transporte e a falta de coordenação como as principais causas destas perdas.

A doação de órgãos na China, o país mais populoso do mundo, com 1.370 milhões de habitantes, é limitada pela crença generalizada na reencarnação, o que motiva grande parte da população a optar por manter o corpo intacto.

Mas a forte procura por órgãos traduziu-se em doações forçadas e venda ilegal, com grupos de direitos humanos estrangeiros a condenarem a recolha de órgãos de prisioneiros executados.

Huang Jiefu garantiu que não houve um "único órgão" retirado do corpo de prisioneiros mortos, advogando a ilegalidade do processo.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
Uma equipa do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, com êxito, o primeiro transplante em Portugal de...

“Trata-se de um grande avanço, que dá uma nova esperança aos nossos doentes oncológicos que ainda não têm o seu projeto familiar concluído e onde o nosso hospital dá um real contributo ao nosso país”, disse o presidente do CHUC, José Martins Nunes, em conferência de imprensa.

O transplante numa doente de 28 anos foi efetuado, há três semanas, no serviço de Medicina de Reprodução Humana do CHUC, dirigido pela professora Teresa Almeida Santos.

Em outubro, perante a “ausência de função ovárica”, sendo os valores hormonais de menopausa, o serviço e a doente tomaram a decisão de realizar transplante “com fragmentos do seu tecido ovárico que se encontrava crioconservado” no Centro de Preservação da Fertilidade do CHUC, disse Teresa Almeida Santos aos jornalistas.

Na semana passada, foi confirmado “o sucesso do transplante, verificando-se a recuperação da função ovárica”.

Para a chefe da equipa de médicos e biólogos que efetuou o transplante, este método, utilizado pela primeira fez em Portugal, “é uma nova esperança para os doentes oncológicos que ainda não têm o seu projeto familiar concluído”.

Com este “avanço da medicina”, que inclui o prévio congelamento (crioconservação) de tecido ovárico e gametas, os doentes “poderão numa fase posterior recriar as condições” de fertilidade.

O CHUC utiliza a técnica de criopreservação de tecido ovárico em doentes oncológicas desde 2010.

O Centro de Preservação da Fertilidade, inaugurado em 2014, é “o único centro nacional dotado de instalações próprias e equipa multidisciplinar dedicada”, promovendo as diferentes técnicas de preservação da fertilidade em homens e mulheres.

Numa nota distribuída aos jornalistas, o CHUC realça que a atividade clínica deste centro tem vindo a aumentar “graças à referenciação crescente, tendo sido preservado até ao momento tecido ovárico de 37 doentes e ovócitos de 81”.

Projecto
Projeto de gomas saudáveis começou pela necessidade de criar medicamentos sem açúcar. Lucros vão financiar ações de solidariedade.

O percurso iniciado por Nuno Santos há seis anos terá um ponto alto no Natal, quando as gomas saudáveis da Doctor Gummy serão postas à venda. Criada em 2014, a empresa social já recebeu uma encomenda de 3,1 milhões de euros, da grande distribuição nacional e da Pepsi, para o pequeno retalho. Ainda, um distribuidor francês propôs encomendar 42 milhões de euros para vender em toda a Europa, mas Nuno Santos está a ponderar se tem capacidade de produção.

A ideia de fazer guloseimas 0% (de açúcar ou adoçante, glúten, lactose e aromas, corantes e conservantes artificiais) surgiu para resolver um problema social com que Nuno Santos se deparou na Associação das Escolas Jesus, Maria, José, no Porto: o açúcar adicionado aos medicamentos para que as crianças os tomem (nos mais vendidos chega a 90%) está a criar cáries, obesidade e diabetes infantil.

Para resolver o problema, o engenheiro químico associou-se a laboratórios e universidades europeus e passou cinco anos a testar folhas, cascas e raízes e a tentar produzir um excipiente saudável, ao qual adicionou o princípio ativo. Nuno Santos explicou que nenhum ingrediente é doce, mas a conjugação de componentes com uma certa raiz "engana o cérebro e leva-o a acreditar que é doce". O produto já está pronto, mas ainda decorrem negociações com farmacêuticas. Enquanto isso, e para sustentar financeiramente a ideia, Nuno Santos avançou com as guloseimas. Tem rebuçados, chocolates, pastilhas elásticas, mas serão as gomas a chegar primeiro às prateleiras. Já estão a ser feitas por uma farmacêutica.

A ideia da Doctor Gummy nasceu na esfera de uma entidade social, mas a concretização implicou criar uma empresa, que já registou duas patentes nacionais e uma internacional. Os lucros serão reinvestidos no negócio ou entregues a organizações sociais. "Um negócio pode gerar receitas que servem para apoiar o setor social de forma sustentada", explicou Nuno Santos.

No último ano, o projeto acumulou prémios e reconhecimentos. Esta semana, ganhou o concurso Creative Business Cup, na Dinamarca, na área de inovação na saúde, e quinta-feira ficou em segundo lugar no prémio do jovem empreendedor da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Nos dias 25 e 26, vai a Paris discutir com 17 outros projetos a possibilidade de se apresentar em Sillicon Valley. Só oito atravessarão o Atlântico.

Direção Geral de Saúde
A Direção Geral de Saúde (DGS) declarou que não existe “qualquer risco adicional para a saúde pública” pelo facto de a vacina...

A edição de sábado do ‘Jornal de Notícias’ adianta que a vacina, dada a crianças entre os cinco e os seis anos de idade, está esgotada há vários meses em alguns centros de saúde, levantando preocupação entre os pais de crianças que viram a sua vacinação adiada por rotura de ‘stock’.

Em declarações à Lusa, a subdiretora-geral de Saúde, Graça Freitas, disse que a rotura existente é “pontual”, circunscrita a alguns centros de saúde, sublinhando que existem alternativas à vacina habitualmente utilizada e que a DGS, conjuntamente com farmacêuticas e o Infarmed – autoridade nacional do medicamento –, “estão já a ver alternativas”, esperando ter uma solução para o problema “muito rapidamente”.

“Isso será uma falta pontual que será colmatada muito rapidamente e as crianças que eventualmente não tenham feito a vacina, obviamente serão contactadas pelo seu centro de saúde, e terão oportunidade fazê-la sem nenhum risco adicional para a saúde pública. Vamos aguardar as outras soluções que estamos a equacionar neste momento. Há, de facto, bastantes vacinas ainda noutros centros de saúde, há hipótese de centros de saúde mandarem a outros vacinas que tenham, portanto, não queria que houvesse preocupação nem alarme, uma vez que é uma situação pontual que está a ser resolvida”, disse Graça Freitas.

A subdiretora-geral garantiu que “muito brevemente haverá vacinas disponíveis em todos os centros de saúde” e recusou qualquer relação entre a quebra nos ‘stocks’ da vacina e o surgimento de casos de tosse convulsa, frisando que esses casos são anteriores à rotura na disponibilidade da vacina e que aconteceram “quando ainda havia vacinas em quantidade suficiente”.

Alzheimer
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) foi financiada com 100 mil dólares por uma organização norte...

A equipa de cientistas, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da UC, recebeu da Alzheimer Association, dos EUA, um apoio de 100 mil dólares (cerca de 94 mil euros) para prosseguir as investigações sobre a perda de memória na doença de Alzheimer, depois de ter descoberto que “a degeneração e perda de memória dependem do ATP [adenosina 5'-trifosfato]”.

Até agora sabia-se que o ATP funciona como “molécula energética no interior das células, mas é um sinal de perigo quando libertado das células”, resultando a perda de memória da “deterioração da comunicação entre neurónios”. Desconhecia-se, contudo, como ocorre esta deterioração, fenómeno que foi descoberto por investigadores do CNC, afirma a UC, numa nota hoje divulgada.

Os investigadores, na sequência de “sucessivos estudos realizados ao longo da última década”, identificaram “um mecanismo celular ativado pelo ATP, que está presente durante o desenvolvimento neuronal e que é anormalmente reativado em modelos animais de doença de Alzheimer, podendo estar na origem da perda de sinapses, que são contactos entre neurónios essenciais para a sua correta comunicação”.

O financiamento vai permitir avaliar se este novo mecanismo contribui para a perda sináptica e de memória na fase inicial da doença de Alzheimer.

“O ATP ativa um recetor na membrana dos neurónios, desencadeando uma cascata de eventos intracelulares que favorece a perda estrutural das sinapses. O recetor para o ATP que identificámos como estando envolvido neste processo degenerativo induz modificações na atividade de proteínas envolvidas na manutenção do esqueleto celular, comprometendo a estabilidade das sinapses”, explica Ricardo Rodrigues, coordenador da equipa de cientistas do CNC, citado pela UC na mesma nota.

“Com a demonstração de que o mecanismo agora identificado contribui para a perda das sinapses estaremos mais perto de identificar um alvo terapêutico que impeça o aparecimento da doença de Alzheimer”, sustenta Ricardo Rodrigues.

Os especialistas acreditam que este mecanismo característico da fase de desenvolvimento neuronal é reativado em situações patológicas como uma tentativa frustrada de recuperar a normal função cerebral, mas que devido ao contexto inadequado torna-se prejudicial.

Com o financiamento da Alzheimer Association, “vai-se testar em modelos animais (ratinhos) se o bloqueio deste recetor previne a degeneração sináptica e a perda de memória associada", isto é, "encontrar uma estratégia terapêutica que evite o surgimento da doença de Alzheimer”, salienta Ricardo Rodrigues.

Se for determinada uma estratégia eficaz para a doença de Alzheimer, ela “também será para outras doenças neurodegenerativas, que deverão partilhar este mesmo mecanismo de degeneração e morte celular”, admite o coordenador da equipa de especialistas do CNC.

“No futuro, poderemos ter um único medicamento para tratar diversas patologias que afetam o sistema nervoso central”, acreditam os investigadores.

A Alzheimer Association é uma organização voluntária para a saúde, sediada em Chicago, “líder mundial no apoio, tratamento e investigação em Alzheimer, quer financiando a investigação para o combate a esta e outras formas de demência, quer no apoio aos doentes de Alzheimer”.

Direção-Geral de Saúde
A Direção-Geral de Saúde informou em comunicado, que foram internadas duas pessoas num hospital de Lisboa com diagnóstico de...

“Há um terceiro caso suspeito”, refere em comunicado.

Segundo a Direção-Geral de Saúde, na origem do caso deverá estar o “consumo por uma família residente em Lisboa de presunto por si preparado artesanalmente na zona do Fundão”.

“Outras pessoas que possam ter consumido o mesmo alimento foram devidamente aconselhadas e avaliadas, tendo sido informadas sobre os procedimentos a seguir em caso de aparecimento de sintomas”, salienta aquele organismo.

A Direção-Geral de Saúde esclarece também que a atual situação não está ligada ao problema identificado em setembro na região de Trás-os-Montes.

“Aconselha-se a população a ter particular atenção no consumo de produtos preparados artesanalmente, principalmente quando não é possível verificar o cumprimento dos padrões de segurança alimentar”, alerta a Direção-Geral de Saúde.

O botulismo alimentar é uma doença grave, de evolução aguda, com sintomas digestivos e neurológicos, resultante da ingestão de diversos tipos de alimentos, contendo toxinas formadas pelo Clostridium botulinum no próprio alimento.

Relatório
Um doente com tuberculose demora, em média, 104 dias entre o início de sintomas e o diagnóstico, um tempo “inaceitavelmente...

Esta demora existe “apesar dos métodos diagnósticos serem cada vez mais rápidos”, lê-se no documento, elaborado pelo Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida.

Tal “pode traduzir maior tempo entre o início de sintomas e a procura de cuidados de saúde por parte do doente assim como uma menor suspeição de tuberculose por parte do clínico que atende o doente”.

“É necessário aumentar a suspeição nas comunidades de maior risco, entre os profissionais de saúde e melhorar o acesso a serviços de tuberculose (centros de diagnóstico de tuberculose ou consultas de tuberculose)”, lê-se no documento.

De acordo com o relatório, em 2014 foram notificados 2.264 casos de tuberculose, dos quais 2.080 eram casos novos, o que representa uma taxa de notificação de 21,8 por 100 mil habitantes.

A taxa de incidência é agora de 20 por 100 mil habitantes, traduzindo uma redução de cerca de 5% da taxa de notificação e de incidência entre 2013 e 2014.

“Atingimos o limiar dos países de baixa incidência, mas ainda enfrentamos grandes desafios”, lê-se no documento.

Os autores sublinham a importância do “tratamento da tuberculose latente nas pessoas infetadas por VIH (o maior fator de risco para o aparecimento da tuberculose) e a diminuição dos fatores de risco sociais associados a esta doença”.

“Tal só será possível, como na infeção por VIH, com o envolvimento de entidades e sectores exteriores ao próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, prosseguiu.

Os autores do relatório, hoje apresentado numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Saúde, acreditam que, “tal como em relação à infeção por VIH, não será utópico pensar que Portugal, em 2030, também será um país onde a tuberculose não será uma ameaça de saúde pública”.

Organização Mundial de Saúde
Três novos casos de Ébola foram confirmados na Libéria, até aqui declarada livre de contágio do vírus, anunciou hoje um porta...

O primeiro doente é um rapaz de dez anos, que adoeceu a 14 de novembro e foi hospitalizado três dias depois em Monróvia, disse aos jornalistas o médico Bruce Aylard, responsável da OMS pela resposta a esta epidemia de febre hemorrágica.

"A criança não esteve em contacto, que se saiba, com sobreviventes, nem assistiu a cerimónias fúnebres", acrescentou, eliminando as causas mais prováveis de contágio.

Dois dos seus irmãos e irmãs manifestaram sinais da doença nos últimos dois dias, indicou. A OMS confirmou que foram contaminados com o vírus do Ébola.

Aylard afirmou que espera esclarecer, nomeadamente com os pais que estiveram doentes de forma efémera nas últimas semanas, qual poderá ser a linha de transmissão.

O responsável sublinhou as melhorias no dispositivo de resposta de emergência na Libéria.

Em maio, a Libéria foi declarada pela primeira vez livre de contágio, antes da epidemia ter reaparecido seis semanas mais tarde. Em setembro, o país foi novamente declarado livre da doença.

De acordo com as regras da OMS, um país é declarado livre de Ébola 42 dias - duas vezes que a duração máxima do período de incubação da doença - após o último caso conhecido.

A epidemia de Ébola na África ocidental é a mais grave desde a erradicação do vírus na zona da África central em 1976.

Desde dezembro de 2013, a doença causou 11.300 mortos num total de cerca de 29 mil pessoas contaminadas.

A Libéria registou, ao todo, 10.600 casos que causaram 4.808 mortes.

A quase totalidade destes casos mortais ocorreu na Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri.

A Serra Leoa foi declarada livre do vírus no início deste mês. Na Guiné-Conacri, o último doente conhecido foi declarado curado na passada segunda-feira, lançando a contagem dos 42 dias necessários para considerar um país livre da doença.

Fique a conhecer
Que existem alimentos – fruta e legumes – com propriedades antioxidantes já todos sabemos.

Os chamados radicais livres são moléculas instáveis, presentes no nosso organismo, que provocam a oxidação das células. Pela sua natureza instável, eles atacam as nossas células provocando lesões, podendo mesmo levar à sua destruição.

Estas lesões podem levar ao envelhecimento precoce e ao aparecimento de várias doenças como as doenças cardiovasculares, diabetes e cancro, entre outras.

Não existe uma fórmula para não produzirmos radicais livres – produzimo-los até quando respiramos – daí que o consumo de antioxidantes seja a nossa principal arma contra a ação destruidora dos radicais livres.

Os antioxidantes atuam de diferentes formas contra os radicais livres. Eles podem impedir a sua formação (em excesso), evitar lesões e reparando ou reconstituindo as células danificadas. Por definição, os antioxidantes são substâncias capazes de atrasar ou inibir a oxidação das células.

Os antioxidantes e as ervas medicinais

Vitamina C – vários estudos comprovam que a vitamina C tem um efeito protetor contra danos causados pela exposição a radiações e medicamentos. Também é atribuída a esta vitamina o papel de protetora contra o desenvolvimento de tumores.

O Alecrim, o Dente-de-Leão, a Camomila, Malva, Cavalinha, Hortelã-Pimenta e Tília são exemplos de ervas onde se pode encontrar esta vitamina.

Vitamina E – impede danos causados pelos radicais livres associados a doenças como a artrite. Atua nos processos inflamatórios e retarda o envelhecimento, protegendo-nos da poluição do ar. As Sementes de Girassol, Alfafa, Trigo e Abacateiro possuem estas propriedades.

Vitamina A – tem apresentado uma ação preventiva contra vários tipos de cancro – mama, bexiga, estômago e pele. Juntamente com a vitamina C ajuda a prevenir o cancro retal ou do cólon. Pode encontrar-se na Alcachofra, Spirulina, Urtiga, Sabugueiro, Malva e Alho.

Beta-carotenos – é um carotóide, ou seja, um pigmento vegetal que se transforma em vitamina A no fígado e no intestino delgado. Previne o aparecimento de vários tipos de cancro e protege o coração. Salsa e Dente-de-Leão possuem beta-carotenos.

Flavonóides – são responsáveis por eliminar os radicais livres do nosso organismo e também estão associados à prevenção de doenças cardiovasculares. Aumentam as defesas e melhoram a memória. Podemos encontrá-los no Chá Verde, Boldo, Açafrão e Cavalinha.

Selénio – é tido como um notável protetor do coração. É ainda um elemento chave na proteção do nosso sistema imunitário.

Podemos beneficiar das suas propriedades através do consumo de Alho, Cebola, Levedura de Cerveja e Cogumelos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
VIH/SIDA
O ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, anunciou hoje que os doentes com VIH vão receber medicação para mais tempo, de...

Fernando Leal da Costa falava aos jornalistas no final da apresentação do relatório sobre a infeção por VIH, Sida e Tuberculose - 2015, referindo-se a dois despachos publicados hoje em Diário da República.

Para o ministro, esta e outras medidas recentemente aprovadas visam desbloquear dificuldades dos doentes e de organizações que trabalham na área da infeção.

Um dos despachos determina que as consultas para renovação da medicação para o VIH tenham um intervalo condicionado à decisão clínica, terminando assim com a obrigatoriedade da deslocação ao serviço de três em três meses.

“A partir de agora, fica à condição da decisão clínica considerada a mais adequada que esse tempo de intervalo entre consultas possa ser superior a 90 dias”, afirmou, esclarecendo que não foi delimitado qualquer intervalo máximo de tempo.

Outra medida prende-se com os rastreios à infeção realizados por organizações não governamentais, contratualizadas pela Direção Geral da Saúde (DGS).

Os doentes cujo rastreio identificava a presença do vírus tinham, até agora, de se deslocar ao centro de saúde para serem encaminhados para a consulta hospitalar.

“Isso é contra a natureza do nosso objetivo que é diagnosticar mais cedo, tratar mais cedo”, afirmou, acrescentando: “A partir de agora, as pessoas que fazem os rastreios nestas organizações que estão identificadas podem inscrever-se no próprio hospital e ter uma consulta no espaço de sete dias”.

Os que prefiram ser atendidos no centro de saúde poderão, contudo, continuar a fazê-lo, esclareceu.

“Sabemos que há doentes que, por razões que têm a ver com a terapêutica, precisam de ser vistas mais frequentemente. Mas também há outros que não precisam de ir ao centro de saúde com tanta frequência”, disse.

Também hoje foi publicada a Rede Nacional Hospitalar de Referenciação para a Infeção por VIH, a qual define quais os serviços onde os doentes devem ser tratados.

A escolha do hospital não é, para já, salvaguardada nesta rede, uma vez que o tratamento vai continuar a ser feito segundo a zona geográfica do doente.

“Esta rede identifica onde os doentes devem ser tratados, mas, por razões ligadas ao financiamento do tratamento, ainda vamos ter que continuar a responder à referenciação por zona geográfica”, disse Fernando Leal da Costa.

VIH/SIDA
Os novos casos de infeção pelo VIH em Portugal diminuíram 17,3% em relação a 2013, continuando a crescer as infeções em homens...

Da responsabilidade do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, o relatório “Infeção por VIH, SIDA e Tuberculose em números – 2015” indica que, em 2014, se registaram 1.220 novos casos de infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), dos quais 222 já em situação de sida.

O diretor do programa, António Diniz, sublinhou o progresso alcançado, embora tenha reconhecido que Portugal está ainda “longe da média europeia”.

Segundo o relatório, em 2014 Portugal “acentuou a tendência de decréscimo do número de novos casos notificados de infeção por VIH”.

“Os dados referentes a 2014, recolhidos até 31 de agosto de 2015, revelam uma diminuição de 17.3%, relativamente a 2013”, refere o documento.

Em relação ao género, manteve-se “a tendência de ligeiro decréscimo da proporção de casos ocorridos no género feminino”.

Os autores admitem que “esta evolução esteja a ser influenciada pela proporção progressivamente crescente de casos notificados em homens que têm sexo com outros homens (HSH)”.

Sobre este indicador, António Diniz sublinhou que, nos últimos 11 anos, o número de HSH infetados “quase que aumentou em metade”.

Por outro lado, o especialista enalteceu o “decréscimo notável de novos casos de infeção nos utilizadores de drogas injetáveis”.

Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde anunciou hoje existir um novo caso confirmado de infeção do vírus do Ébola na Libéria, que tinha...

"Há um novo caso confirmado", disse o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic à agência noticiosa francesa AFP, sem mais pormenores.

No início de setembro passado, a OMS anunciou que a Libéria estava livre do vírus do Ébola pela segunda vez. Em maio, a OMS tinha feito um anúncio idêntico, mas o vírus altamente mortal ressurgiu no país seis semanas mais tarde.

A OMS declara um país livre de Ébola 42 dias – duas vezes a duração máxima do período de incubação – após o último caso conhecido da febre hemorrágica.

A 07 de novembro, a OMS declarou a Serra Leoa livre da transmissão do vírus do Ébola.

Na Serra Leoa, foram infetadas com o vírus 14.089 pessoas, das quais 3.955 morreram.

A Guiné-Conacri ainda não foi declarada livre da transmissão do vírus, mas não regista qualquer caso da doença desde dia 08 deste mês, de acordo com o 'site' da OMS.

A epidemia de Ébola que afetou a África Ocidental é a mais grave desde a identificação do vírus, em 1976. Desde o final de 2013 causou cerca de 11.300 mortos entre um pouco mais de 28.000 infetados, na sua quase totalidade na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria, segundo a OMS.

Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
A comissão técnica do “teste do pezinho” vai decidir no final do ano se este diagnóstico vai abranger a fibrose quística que...

De acordo com fonte do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), responsável por esta fase do rastreio neonatal da fibrose quística, o estudo piloto vai prosseguir até final de 2015.

“A decisão de incluir esta patologia no painel de doenças rastreadas pelo Programa Nacional de Diagnóstico Precoce será tomada no final do ano pela Comissão Técnica Nacional” do programa.

Desde 2008 que o “teste do pezinho” rastreia a nível nacional 25 patologias.

A inclusão da fibrose quística neste diagnóstico precoce começou em 2013, no estudo piloto, com a meta de 80 mil recém-nascidos.

Para a pediatra Celeste Barreto, consultora científica da Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ), a inclusão desta doença no “teste do pezinho” é defendida pela comunidade científica.

Em declarações à agência Lusa, a especialista sublinhou a importância desta doença – cujo dia europeu se assinala sábado - ser diagnosticada o mais precocemente possível.

“Em Portugal temos diagnósticos tardios”, lamentou, afirmando que o estudo piloto que decorre até ao final do ano aponta para uma prevalência de um em cada 7.500 nascimentos.

A identificação precoce da doença – nomeadamente na altura do nascimento da criança – permite uma maior taxa de sobrevivência e mais qualidade de vida.

Um dos aspetos que é possível melhorar é ao nível da nutrição, através do controlo da insuficiência pancreática, de forma a evitar estados de perda ponderal ou atrasos no crescimento.

O doente pode, desde cedo, ser seguido num centro especializado, onde com muito mais facilidade são identificadas manifestações da doença.

Infarmed
A Autoridade do Medicamento estima que os portugueses poupem pelo menos 14 milhões de euros em fármacos no próximo ano, com a...

Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) refere que Espanha, França e Eslováquia passam a ser os países com base nos quais será feita a revisão de preços dos medicamentos.

As estimativas do Infarmed apontam para uma poupança, em 2016, de 14 milhões de euros para os utentes e de 27,1 milhões de euros para o Estado, no mercado ambulatório (fármacos vendidos em farmácias).

Já nos hospitais, em que as despesas são suportadas integralmente pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Estado deverá atingir uma poupança de 40,6 milhões de euros.

Numa carta enviada ao Ministério da Saúde, a que a agência Lusa teve acesso, a Associação de Farmácias de Portugal manifesta a sua “extrema preocupação com os graves impactos” da revisão de preços dos medicamentos “para as farmácias e para os doentes”.

“Com a alteração de um dos países de referência (…), o Governo pretende, mais uma vez, reduzir os seus gastos com a despesa em medicamentos em Portugal, apesar de o preço destes ser já dos mais baixos da Europa”, refere a carta.

A Associação de Farmácias de Portugal teme que “uma nova baixa de preços” contribua “ainda mais para a situação de asfixia das farmácias” e para “aumentar as dificuldades dos doentes no acesso aos medicamentos de que necessitam”.

Sublinha que as alterações frequentes de legislação e as reduções das margens de lucro das farmácias “têm contribuído fortemente para que cada vez mais farmácias entrem em processo de insolvência” e para que sejam “cada vez mais frequentes” as falhas no abastecimento de medicamentos.

“Os utentes são os mais prejudicados, pois as falhas de abastecimento têm como principais impactos a redução da adesão à terapêutica ou mesmo o seu abandono”, indica a carta enviada ao secretário de Estado da Saúde.

Este ano, com a revisão anual de preços dos medicamentos, o Infarmed indica que os utentes portugueses pouparam 13,3 milhões de euros e o Estado, em ambulatório, poupou 21,6 milhões.

Espanha, França e Eslovénia foram os países de referência (tendo em conta o PIB e o preço dos fármacos) com os quais Portugal se comparou.

Páginas