Encontro anual
Cerca de mil oftalmologistas, portugueses na sua maioria, vão estar reunidos em Vilamoura, durante três dias a partir de quinta...

O 58º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia permitirá “a atualização e benefícios concretos no conhecimento oftalmológico de cada participante”, disse a secretária-geral da organização, Rita Flores, à Lusa.

Os temas em destaque serão a córnea e a superfície ocular, a oftalmologia pediátrica e o estrabismo e o debate contará com a participação de uma série de “convidados de renome internacional” como John Sloper (presidente da Associação Europeia de Estrabismo, Jan Tjeerd de Faber (presidente da Sociedade Europeia de Oftalmologia - Holanda), entre outros.

Na reunião de oftalmologistas serão também atribuídos 12 prémios, entre eles a Melhor Apresentação no Congresso, o Melhor Trabalho de Inovação em Oftalmologia e o Melhor Trabalho de Investigação.

Durante o congresso, os intervenientes serão convidados a participar numa corrida/caminhada de três quilómetros mediante uma dádiva de 10 euros a favor da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal.

A Cerimónia da Abertura terá como temas principais “o Ano Mundial da Luz” e “a Mulher na Oftalmologia” e a organização espera que seja “um grande evento de luz e cor”.

Tabaco
Os jovens dos países mais pobres são mais vulneráveis à publicidade das empresas tabaqueiras e correm o perigo de serem...

Em geral, as tabaqueiras expõem a população dos países com menos recursos económicos a uma publicidades mais intensa e agressiva que aos que vivem em países com um nível de vida superior, revela o relatório.

O estudo, que começou em 2005, é o primeiro a comparar os níveis de publicidade das tabaqueiras em 16 países.

A data de início do estudo coincide com a entrada em vigor da Convenção Marco sobre o Tabaco, que, entre outros aspetos, inclui estritos controlos à publicidade de cigarros.

Os dados mostram que apesar das proibições, a publicidade continuar a ser um aspeto chave da adesão de novos fumadores.

Os anúncios dirigem-se especialmente a jovens, já que está demonstrado que se forem submetidos a uma maior publicidade, começam a fumar antes e continuam a fazê-lo em adultos.

Uma maneira de atrair consumidores mais jovens é a forma como se vende o produto, já que segundo o relatório, nos países mais pobres mais de 64% das lojas selecionadas vendem cigarros a avulso, muito acima dos quase 03% de estabelecimentos que o fazem nos países desenvolvidos.

Esta fórmula de venda permite que as crianças e adolescentes os comprem por menos dinheiro, já que não têm de comprar um maço completo.

Por outro lado, o relatório destaca uma descida na venda de tabaco nos países desenvolvidos.

Entre 2009 e 2012, observou-se que as nações mais pobres têm 81 vezes mais publicidade nas ruas que as mais avançadas.

Os peritos da OMS alertam que a publicidade é uma “ameaça iminente”.

VIH/Sida
Uma especialista em VIH defende um maior investimento nas campanhas de prevenção da infeção junto das faixas etárias mais...

A propósito do Dia Mundial da Luta Contra a Sida, que se assinala hoje, a internista Cristina Teotónio, do núcleo da doença VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), afirmou que “a área sexual foi a que, de certa forma, foi menos sujeita a um rastreio e a campanhas de prevenção”.

“Todas as campanhas de troca de seringas foram muito bem direcionadas e eficazes, mas na área da transmissão sexual - até por algum tabu e mitos associados a esta patologia - as pessoas acharam sempre que era uma doença do outro”, disse à Lusa.

A internista acredita que tal “levou a que a área da prevenção a nível sexual fosse um bocadinho descurada ao longo dos anos” e para a qual defendeu um maior investimento ao nível do diagnóstico precoce, da prevenção e da educação.

Uma das maiores preocupações da SPMI relaciona-se com os casos de idosos que tardiamente e em fase avançada da doença descobrem que estão infetados com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

“Numa pessoa idosa, muitas vezes andamos à procura de uma qualquer doença oncológica, pelos sintomas que os doentes apresentam, e não nos vem logo à cabeça que pode ser VIH e isso acontece: diagnósticos tardios em pessoas idosas”, afirmou.

De acordo com o relatório Infeção por VIH, Sida e Tuberculose em números – 2015, mais de um quarto dos novos casos notificados em 2014 ocorreram em pessoas com 50 ou mais anos de idade e 6,5% em pessoas acima de 65 anos.

Cristina Teotónio defende mensagens específicas para este tipo de público: “Efetivamente, não é igual falar para um jovem de 18 anos do que falar para um indivíduo de 60 anos”.

Para as mais velhas, “a mensagem tem de ser dirigida de modo a explicar que em qualquer altura da vida pode haver uma infeção, porque não sabemos nos nossos relacionamentos, a história que está para trás das pessoas com quem hoje nos relacionamos”.

“O prolongar da atividade sexual mais tardiamente, com todos os fármacos que estão disponíveis hoje em dia, levou as pessoas a infetarem-se em fases mais tardias da vida”, afirmou.

Para os mais jovens, a especialista sublinha a importância do papel educacional das famílias e das escolas no sentido da prevenção e proteção individuais.

Cristina Teotónio adverte: “Se nos anos 80 e 90 a doença VIH era um papão, com o aparecimento de fármacos muito potentes e do controlo efetivo da doença ela acabou por tornar-se uma doença crónica”.

“Se calhar, [tal] acabou por minorar um bocadinho os cuidados e as pessoas descuraram essas medidas de proteção individual e se calhar facilitam e correm riscos desnecessariamente”.

“A mensagem para os mais novos deve ser: isto trata-se, mas o ideal é não apanhar”, concluiu.

Ainda de acordo com o relatório Infeção por VIH, Sida e Tuberculose em números – 2015, em 2014 registaram-se 1.220 novos casos de VIH, dos quais 876 homens e 344 mulheres.

Luís Gardete Correia
Pela primeira vez, um português, Luís Gardete Correia, vai assumir a vice-presidência da Federação Internacional da Diabetes ...

Luís Gardete Correia, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), acaba de ser eleito vice-presidente da IDF no Congresso Mundial da Diabetes, em Vancouver, no Canadá.
Licenciado em Medicina e Cirurgia pela Faculdade de Medicina de Lisboa e com uma sólida experiência como médico especialista e atualmente presidente da APDP, Luís Gardete Correia dedicou a sua carreira ao combate à Diabetes. Prestar cuidados de saúde que permitam aumentar a qualidade de vida das pessoas com Diabetes sempre foi um dos principais objetivos à frente da APDP, que é atualmente um exemplo a nível mundial pelo tratamento multidisciplinar desta doença, apostando na educação terapêutica do doente.
Luis Gardete Correia foi ainda presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, de 2005 a 2007, coordenador do 1º Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal – PREVADIAB, em 2009, e Presidente do Comité Local Organizador da 47ª Reunião Anual da EASD (Associação Europeia para o Estudo da Diabetes), em 2011, responsabilidade que voltará a assumir em 2017.

Eleito agora vice-presidente da Federação Internacional da Diabetes, Luís Gardete Correia irá assumir um papel fundamental numa organização com mais de 230 associações de diabetes, provenientes de 170 países e territórios, representando os interesses de um número cada vez maior de pessoas com Diabetes ou em risco de vir a desenvolver a doença. A IDF foi criada em 1950 e a sua missão é promover os cuidados, a prevenção e a cura da Diabetes em todo o mundo.

O Congresso Mundial da Diabetes é o maior encontro da Diabetes e o único que a nível global reúne mais de 12.000 delegados, 300 oradores altamente especializados e representantes de mais de 230 associações Diabetes, de 170 países. 

A decorrer até ao dia 4 de dezembro, no Congresso Mundial da Diabetes serão apresentados os mais recentes avanços científicos, assim como as melhores práticas relacionadas com a educação, o tratamento e a defesa das pessoas com Diabetes.
Diabetes no Mundo
A Diabetes é já a quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos e, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ainda segundo dados fornecidos pela OMS, esta patologia pode conduzir a uma redução da esperança média de vida, pela primeira vez em 200 anos.

Portugal posiciona-se entre os países Europeus que registam uma mais elevada taxa de prevalência da Diabetes.

VIH/Sida
O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral beneficiou nos últimos cinco anos 1.708 utentes portadores de HIV, tendo sido...

Os utentes do Serviço Nacional de Saúde infetados com o vírus HIV passaram a ser abrangidos pelo cheque dentista em 2009 e a utilização dos cheques começou no ano seguinte.

A taxa de utilização tem sido das mais altas entre todos os grupos que beneficiam do Programa.

No total já foram realizados 7.616 tratamentos, sendo que o mais frequente ao longo dos cinco anos foi a restauração direta e definitiva, com mais de 3021 tratamentos efetuados, seguindo-se as exodontias (extrações) com 2810 tratamentos.

Este ano e com dados referentes até 31 de agosto, dos 638 cheques dentistas já emitidos foram utilizados 553, registando-se uma taxa de utilização de 87%.

Paulo Ribeiro de Melo, secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas, sublinha que “os portadores de HIV devem prestar especial atenção à saúde oral, problemas na boca ou nos dentes podem fragilizar estes doentes e aumentar as repercussões da infeção. De salientar ainda que na fase inicial da infeção do vírus da Sida são raras as pessoas que não apresentam problemas orais”.

A integração dos portadores de HIV no programa visa precisamente garantir o acesso aos cuidados de saúde oral destes doentes, promovendo a sua saúde oral e diminuindo a incidência e a prevalência das doenças orais nos portadores da infeção.

Os utentes portadores de HIV devem pedir ao seu médico de família o cheque dentista e depois de o receberem procurar um médico dentista que integre o programa e depois marcar a consulta.

Dados da Direção-Geral de Saúde revelam que no ano passado foram descobertos em Portugal 1220 novos casos de HIV, um número que tem vindo a cair desde o pico de quase 3100 portadores em 2003. Ainda assim, Portugal é na União Europeia o terceiro país com a maior taxa de novos casos de sida, a fase mais avançada da doença, segundo dados do Centro Europeu

para a Prevenção e Controlo das Doenças e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em todo o mundo existem pelos cálculos da OMS 70 milhões de pessoas infetadas e 35 milhões são portadoras do HIV. Anualmente são infetadas 2.3 milhões de pessoas e morrem de sida 1.6 milhões.

Paula Freitas
A nova presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) é, desde domingo, Paula Freitas, médica...

“A SPEO tem uma área grande de trabalho, muitas coisas novas podem, ainda, ser feitas e para tal, a Sociedade precisa do apoio de todos”, afirmou Paula Freitas durante a sua tomada de posse, na Sessão de Encerramento do 19.º Congresso Português de Obesidade.

“Foi uma honra trabalhar na antiga Direção. A nova propõe-se a fazer igual e, se possível, ainda melhor”, observou ainda.

Paula Freitas sucede a Davide Carvalho, diretor do Serviço de Endocrinologia do CHSJ e professor da FMUP.

Dia Mundial da Luta Contra a Sida
Os novos casos de infeção por VIH têm vindo a descer. No entanto, Portugal mantém-se como o terceiro país da União Europeia com...

Da responsabilidade do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, o relatório “Infeção por VIH, SIDA e Tuberculose em números – 2015” indica que, em 2014, se registaram 1.220 novos casos de infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH).

António Diniz, diretor deste programa reconhece que Portugal está ainda “longe da média europeia”, apesar do progresso alcançado neste último ano.

De acordo com este relatório, em 2014, Portugal “acentuou a tendência de decréscimo do número de novos casos notificados de infeção por VIH”.

“Os dados referentes a 2014, recolhidos até 31 de agosto de 2015, revelam uma diminuição de 17.3%, relativamente a 2013”, pode ler-se no documento.

Em relação ao género, manteve-se “a tendência de ligeiro decréscimo da proporção de casos ocorridos no género feminino”. A verdade é que, em Portugal, continua a predominar a transmissão por via heterossexual, assistindo-se a um acréscimo progressivo nos homens que têm sexo com homens.

Os autores do relatório admitem por isso que “esta evolução esteja a ser influenciada pela proporção progressivamente crescente de casos notificados em homens que têm sexo com outros homens (HSH)”.

Sobre este indicador sublinham que, nos últimos 11 anos, estes números aumentaram quase para metade. 

Quanto aos utilizadores de drogas injetáveis, a taxa de infeção é agora inferior à média europeia.

O responsável do programa avançou com a estimativa de 0,6 por cento de pessoas a viverem infetadas pelo VIH em Portugal, o que totaliza um total de 59.365 cidadãos.

 

Mais casos de VIH em maiores de 50 anos

 

Tendo em conta o aumento da infeção em pessoas com mais de 50 e 65 anos, s autoridades de saúde aconselham todas as pessoas com mais de 18 anos a realizarem o teste ao VIH.

De acordo com o relatório apresentado, mais 25 por cento dos novos casos notificados em 2014 ocorreram em pessoas com 50 ou mais anos de idade e 6,5 por cento em pessoas acima de 65 anos.

De acordo com o diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida, António Diniz, foi possível registar-se um novo aumento da frequência de casos em pessoas com mais de 50 e 65 anos.

Em 2014, registaram-se sete novos casos de VIH em pessoas com mais de 80 anos, 15 entre os 75 e os 79 anos, 19 entre os 70 e os 74 anos e 41 entre os 65 e os 69 anos.

O documento indica ainda que, desde o início da epidemia em Portugal, 74,2 por cento dos casos notificados ocorreram no grupo etário 20-44 anos e 14,6 por cento em pessoas acima dos 49 anos.

Em 2014 voltou a assistir-se uma descida de casos entre os 20-44 anos.

Em termos geográficos, as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e o Algarve concentraram maioria dos novos casos de VIH, correspondendo a 68,5 por cento dos casos. 

Alertar para a prevenção
No dia 1 de dezembro comemora-se por todo o mundo o Dia Mundial da Luta contra a Sida.

Segundo dados do U.S. Department of Health and Human Services de 2012, existem no mundo 33.4 milhões de pessoas que vivem com VIH/SIDA… é um número que dá que pensar…

O Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) é um vírus que, quando contraído, penetra na corrente sanguínea, reproduzindo-se de imediato no interior dos linfócitos T (ou células CD4), destruindo estas mesmas células. Os linfócitos T são elementos fulcrais no sistema imunitário, dado que são estes que dão informação às restantes células de que há necessidade de “combater” e “proteger” o organismo contra agentes invasores.

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA) é caraterizada por um conjunto de sinais e sintomas de diferentes doenças (Síndrome), causada por um sistema imunitário deficitário (Imunodeficiência) que derivou de um agente externo adquirido, o VIH.

A infeção por VIH decorre em três fases
A infeção por VIH decorre em três fases distintas. A primeira fase dá-se após o contacto com o vírus Nesta fase pode haver manifestação de alguns sintomas, como mononucleose, faringite, mialgias, dor de cabeça, entre outros, ou pode não existir qualquer tipo de sintoma. Este é um período em que o vírus está extremamente ativo na corrente sanguínea, pelo que é uma fase em que o novo portador pode facilmente transmitir o vírus a outra pessoa. A segunda fase compreende-se entre as duas primeiras semanas, após contágio, podendo ir até 20 anos ou mais. Nesta fase a caraterística mais significativa é a ausência de sintomas. Durante este período o indivíduo pode recorrer a tratamento anti-retroviral, o que pode fazer com que se mantenha nesta fase durante várias décadas, sendo baixo, mas possível, o risco de transmissão do vírus. A última fase da doença, a fase conhecida por SIDA, acontece quando o sistema imunológico se encontra muito afetado, havendo maior suscetibilidade de contrair outro tipo de infeções, cancro ou outras doenças oportunistas, sendo o prognóstico, nesta fase, algo reservado.

Existem registos de ocorrência de casos de SIDA em África na primeira metade do século XX, no entanto, apenas se começou a dar a devida importância a esta doença quando se começaram a detetar casos nos chamados países desenvolvidos. Foi na década de 80, do século passado, que as comunidades científicas se começaram a preocupar com a SIDA. Esta doença começou a ser conhecida pela sociedade por ser falada na comunicação social, em especial, por atingir cantores, bailarinos, atores, entre outros. Inicialmente, os casos detetados eram maioritariamente em homens que faziam sexo com homens(1) e em indivíduos que utilizavam drogas injetáveis, pelo que se criou o estigma de que apenas estes indivíduos faziam parte do grupo de risco, no entanto, e dada a nossa atualidade, não são apenas estes os indivíduos de risco.

Os primeiros casos de SIDA foram notificados em Nova Iorque e Los Angeles em 1981, sendo que na Europa os primeiros casos foram notificados em 1987 em hospitais belgas. Os primeiros casos eram predominantemente detetados em indivíduos do sexo masculino, em especial em homens que faziam sexo com homens.

O VIH é um vírus que apenas pode afetar humanos, existindo três formas de transmissão deste mesmo vírus: uma das formas é através do sémen e de fluídos vaginais durante a relação sexual sem uso de preservativo, pode ocorrer também através de contacto sanguíneo, ao partilhar agulhas e seringas, ou através de objetos cortantes contaminados (lâminas de barbear, objetos cirúrgicos, material de manicure, piercing, tatuagens ou material de furar orelhas, agulhas de acupunctura, entre outros), ou então por transmissão mãe/filho, durante a gravidez, no parto ou na amamentação.

No que diz respeito à relação sexual, a transmissão de homem para mulher é mais comum do que de mulher para homem, dado que o sémen é mais virulento do que os fluídos vaginais. Tendo em conta os diferentes tipos de relação sexual, a transmissão do vírus pode ser feita tanto na relação vaginal, como na anal, como na relação oral, sendo que a relação anal é a que traz mais riscos.

Os indivíduos mais suscetíveis a contrair o VIH são aqueles que praticam atividade sexual com múltiplos parceiros sem uso de preservativo, os utilizadores de drogas injetáveis que partilham as suas agulhas, as seringas e o material de preparação de drogas, e os profissionais de saúde pelo permanente contacto com objetos cortantes ou perfurantes que podem estar contaminados, podendo haver acidentes que provoquem a sua transmissão.

O diagnóstico do VIH
O diagnóstico do VIH é feito através de análises ao sangue, podendo ser feito laboratorialmente ou em testes rápidos (existentes em algumas unidades de saúde). O diagnóstico, tendo em conta as fases da infeção por este vírus, pode não ser eficaz nos primeiros dias após o contágio, pelo que deve ser efetuado sempre que necessário, mas no caso de dar negativo e ter havido comportamento de risco deve ser repetido 3 a 4 semanas e 3 meses depois do primeiro teste.

No que diz respeito ao tratamento desta doença, temos ao nosso alcance medicação anti-retroviral que retarda a doença, mas que não cura… Ainda não existe cura para neutralizar o vírus da SIDA!

O VIH em Portugal
Desde 1983 até 2014, foram diagnosticados com infeção por VIH, em Portugal, 53072 indivíduos (72.3% homens e 27.7% mulheres), tendo 28.9% deste indivíduos chegado à fase SIDA. Dos indivíduos diagnosticados no ano de 2014 (1220 indivíduos) 71.2% encontram-se com as idades compreendidas entre os 20 e os 49 anos. Nestes 1220 casos, a categoria de transmissão do vírus é identificada em 60.5% como sendo heterossexual, 31.8% são homens que fazem sexo com homens, 3.9% são utilizadores de drogas injetáveis, e 0.7% são transmissões mãe/filho. A transmissão por via sexual é a mais evidente (92.3%), tendo aumentado, relativamente a anos anteriores, os novos casos em homens que fazem sexo com homens; pelo contrário, os novos casos em utilizadores de drogas injetáveis diminuiu, o que coloca Portugal abaixo (de uma forma positiva) dos valores médios europeus.

Prevenir é o caminho!
- Não partilhe agulhas, seringas, material de preparação de drogas ou materiais cortantes com ninguém!
- Utilize o programa “TROCA DE SERINGAS – Diz não a uma seringa em segunda mão”!
- Se não tiver confiança no local, não faça tatuagens, piercings, aplicação de brincos, acupunctura ou manicure; tente obter sempre informações sobre o local em causa, peça para ver como trocam material entre clientes e onde e como lavam, desinfetam e esterilizam os seus materiais!
- Use SEMPRE PRESERVATIVO! Não confie nas aparências… o seu parceiro, aparentemente saudável, pode ser a sua via de infeção!

(1)Terminologia utilizada atualmente que substitui o termo homossexual.

Bibliografia
- Jacobs, G. & Kerrins, J. (1988). Dossier Sida; Ática: ISBN: 789726170457
- Centers for Disease Control and Prevention HIV/AIDS.  http://www.cdc.gov/
- Direção-Geral da Saúde (novembro de 2015). PORTUGAL - Infeção por VIH, SIDA e Tuberculose em números - 2015. Lisboa: Ministério da Saúde.

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Atividade Física
O Inverno é sinónimo de chuva, frio, dias mais curtos e muita preguiça!

É muito frequente que a nossa disposição para calçar os ténis e ir treinar mude assim que o Inverno se aproxima. O resultado? Uns quilinhos a mais, não só porque fazemos menos atividades ao ar livre como passamos a consumir alimentos mais calóricos, deixando e lado a fruta e as saladas.

Por outro lado, instala-se a preguiça – a inimiga número um do exercício físico. Mas saiba que correr, pedalar, praticar aulas de ginástica ou treinos funcionais são ideais para se manter mais motivado e largar o sofá.

No Inverno, com baixas temperaturas, o funcionamento do nosso organismo altera-se. A necessidade de manter a temperatura corporal nos níveis normais faz com que a atividade metabólica e o gasto calórico aumentem – por isso, esta época é ideal para perder peso. No entanto, estas alterações são também responsáveis por nos estimular a comer mais.

A verdade é que, o nosso corpo entende que precisamos gastar menos energia e armazenar mais substratos enérgicos (como gordura) para nos mantermos quentes.

O treino HIIT – para além da corrida e os outros exercícios que já enumeramos) é o mais indicado para esta época do ano, e pode ser realizado três vezes por semana, em dias alternados.

Este é um método de treino de alta intensidade que corresponde a exercícios aeróbicos realizados em máxima intensidade, num curto espaço de tempo, intercalados com momentos de descanso, que garante resultados ao fim de poucas sessões.

Os seus benefícios são muitos, por exemplo:

  1. Facilita a queima de gordura abdominal
  2. Melhora flexibilidade e condicionamento físico
  3. Melhora coordenação motora e equilíbrio
  4. Aumenta resistência

Se ainda assim não está convencido, deixamos-lhe alguns truques para o ajudar a fazer exercício físico no Inverno:

Mude o seu horário
Tente treinar à hora de almoço. Esta é a hora em que a temperatura está mais amena. Além disso, fazer exercício físico durante este período, ajuda-o a recarregar baterias e a tornar-se mais produtivo no trabalho, durante a tarde.

Vá direto para o ginásio
Passar em casa depois do trabalho antes de ir treinar é o pior que pode fazer! Vai acabar por perder a vontade de voltar a sair e não vai conseguir resistir ao sofá. Para contrariar a preguiça, prepare a mala no dia anterior e deixe-a no carro.

Salte da cama!
Se treina de manhã, “salte” da cama assim que o despertador tocar. Quanto mais enrolar mais vontade terá de ficar na molenguice!

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Ajudar as vítimas
Uma em cada três mulheres portuguesas sofre de violência ao longo da vida.

A violência doméstica, atualmente é considerada um flagelo de saúde pública. Esta tem sido alvo de preocupação por várias organizações, nomeadamente pela Organização Mundial de Saúde.

As vítimas de violência, ainda têm medo de denunciar, porque se sentem ameaçadas receando não ter quem as proteja e que o pior aconteça. É necessário denunciar, sinalizar, falar deste assunto. Até quando continuaremos a fingir que não vemos?

O que se passa é que o cidadão comum muitas das vezes não sabe onde pedir ajuda, não sabe o que fazer em caso de agressão e como pode agir de forma segura. Aqui os profissionais de saúde podem ter um papel primordial no apoio, sinalização e encaminhamento das vítimas, como também dos agressores, se encararem esta situação também como um problema da saúde.

Os profissionais de saúde têm um contacto privilegiado, um vez que podem de forma discreta abordar uma possível vítima e/ou agressor, permitindo-lhes o acesso a ajuda especializada.

Qualquer cidadão pode apresentar queixa de forma segura através de uma queixa eletrónica sobre situações (ex. violência doméstica, maus-tratos, tráfico de pessoas, entre outras) que constam na portaria nº1593/2007 de 17 de dezembro. Com o lançamento da queixa eletrónica, o cidadão poderá exercer mais facilmente e comodamente o seu direito de queixa.

Uma em cada três mulheres sofre de violência doméstica em Portugal

Por todo o mundo milhões de mulheres, homens e crianças são vítimas de violência doméstica. Estima-se que a nível mundial, uma em cada quatro mulheres sejam vítimas de violência ao longo das suas vidas. Já a nível nacional, a estatística estima que uma em cada três mulheres sejam vítimas deste tipo de crime.

A Violência doméstica não escolhe, sexo, idade, raça, religião, meio social, nível económico, nem nível de escolaridade... Ou seja, pode atingir qualquer cidadão.

Os maus-tratos por vezes começam com uma “simples bofetada”, com tendência a escalar em termos de intensidade, frequência e perigosidade no tipo de agressões. Importa referir que existem maus-tratos psicológicos, sem a componente física. Mas que nos casos de agressão física está sempre subjacente a agressão psicológica. A violência doméstica também se manifesta por sinais como: controlo financeiro (cada vez mais frequente em idosos); controlo da vida do outro ao ponto de não deixar que a outra pessoa conviva com outras pessoas; controlo do que o outro veste ou faz (violência no namoro ou conjugal), perseguição sistemática, entre outros.

É importante estar consciente que deixar uma relação violenta pode ser difícil, perigoso e demorar tempo. Pode parecer estranho, mas existem diversas razões para uma vítima se manter numa relação violenta. Por exemplo, no caso de vítimas gays ou lésbicas, pode haver receio de denunciar, pelo facto de não quererem expor a sua orientação sexual, ou medo de ser discriminado/a ao se assumir como vítima de violência doméstica, quando procurar ajuda e apoio.

A ilusória esperança de que a situação mude, e o receio de perder a casa, a família…

Outra das situações para a vítima se manter neste ciclo, é o facto de ter esperança que a situação ainda se vá resolver, acreditando que o/a seu/sua parceiro/a irá mudará e deixar de ser violento/a, continuando a investir neste relacionamento (dependência emocional, dificuldade em aceitar que a relação não resultou). Também o facto de não querer deixar a sua casa, os seus pertences, os filhos ou animais de estimação e pelo medo da reação violenta do/a agressor/a se esta abandonar a relação e/ou o lar. A dependência económica ou financeira da vítima em relação ao/à agressor/a, o não querer perder o estatuto social ou económico e a vergonha de que as outras pessoas saibam que é vítima de violência doméstica, faz muitas vezes com que as vítimas não sintam força suficiente para enfrentarem a situação de rutura com o agressor.

Existem Gabinetes de Apoio à Vítima (GAV) de norte a sul do país, que prestam apoio gratuito, tal como os Núcleos de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) que dá resposta a vítimas e agressores. Também existem disponíveis linhas de apoio, como é o caso da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) em que os serviços prestados são gratuitos e confidenciais.

A mais recente Lei n.º 121/2015, de 01 de setembro, prevê a indeminização de vítimas de crimes violentos e de violência doméstica.

A ajuda de um amigo/a ou de um familiar pode ser crucial numa fase inicial, uma vez que estes são aqueles que mais facilmente podem identificar alguns sinais de alerta e aconselhar a vítima a pedir ajuda, apoiá-la, ou mesmo denunciar se houver sinais evidentes de violência. Como diz o ditado: não deixe para amanhã que pode fazer hoje, pois amanhã pode ser tarde demais, denuncie!

Links úteis:
Queixa eletrónica:
https://queixaselectronicas.mai.gov.pt
APAV
www.apav.pt

Contactos úteis
APAV (gratuito) - 707200077
Serviço de informação às vítimas de violência doméstica (gratuito) – 800202148
Emergência social (gratuito) – 144

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Investigadores portugueses desenvolvem
Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) lideram uma equipa internacional que...

Quando os ossos são queimados, "a sua estrutura e dimensão são alteradas, tornando difícil a tarefa de identificar sexo, idade e estatura", explica David Gonçalves, do Centro de Investigação em Antropologia da Saúde (CIAS), acrescentando que, "por exemplo, essas informações podem ser importantes para estabelecer a identificação positiva de uma vítima desconhecida".

O especialista em ossos da UC sabe bem a dificuldade que estes casos levantam e, por isso, colocou o problema a Maria Paula Marques e Luís Batista de Carvalho, da Unidade de I&D "Química-Física Molecular", que utilizam luz e feixes de partículas de alta energia para estudar estruturas biológicas a nível molecular.

A esta equipa juntaram-se mais três investigadores, dois deles do Reino Unido, tendo avançado para um método que usa feixes de neutrões para avaliar as mudanças ocorridas quando os ossos são submetidos a processos de queima.

As designadas técnicas de espectroscopia vibracional fornecem informação impossível de obter por outras vias "com recurso a lasers, feixes de neutrões e radiação de infravermelho, conseguimos avaliar a estrutura submicroscópica do osso, ou seja, ver como compostos seus constituintes estão organizados, permitindo saber, por exemplo, quanto tempo esteve exposto a temperaturas elevadas, que tipo de explosivo foi usado", esclarecem Maria Paula Marques e Luís Batista de Carvalho.

Na prática, os investigadores pretendem obter um "fator de correção das dimensões alteradas por processos de queima, permitindo rapidamente encontrar as características e tamanho originais dos ossos". É como "desqueimar" o esqueleto.

As primeiras experiências realizadas com o feixe de neutrões do Laboratório de Investigação ISIS – Harwell Campus (Science & Technology Facilities Council, Reino Unido) em amostras de ossos humanos indicam que o método é promissor.

As amostras utilizadas são provenientes de ossadas não reclamadas que foram doadas à Coleção de Esqueletos Identificados do Século XXI alojada no Laboratório de Antropologia Forense da Universidade de Coimbra.

Se tudo correr como previsto, dentro de três a quatro anos, cientistas forenses e bioarqueólogos terão ao seu dispor "uma ferramenta fiável, rápida e de baixo custo para avaliar as mudanças ocorridas nos ossos queimados. O problema dos métodos métricos que usamos atualmente para construir o perfil biológico é o seu grau de fiabilidade, que é baixo", observa David Gonçalves.

Apesar de ainda ter muito trabalho pela frente, a equipa está confiante em obter um instrumento de correção pioneiro que terá um forte impacto em múltiplos cenários, "quer em contexto arqueológico quer em contexto forense, nomeadamente em situações de crime, terrorismo e acidente, entre outros".

Especialista aponta
O especialista em qualidade do ar Francisco Ferreira realçou hoje a identificação pela Agência Europeia do Ambiente de dois...

O relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês) "identifica dois poluentes acima dos valores limites fixados na legislação, isto é, partículas e dióxido de ozoto", na avenida da Liberdade, em Lisboa, disse à Lusa o investigador do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE), da Universidade Nova de Lisboa.

O documento sobre qualidade do ar da EEA, hoje divulgado, refere que, em 2012, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.190 mortes prematuras em Portugal.

A EEA refere dados de 2013 recolhidos nos Estados membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10) e de PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro e cujas emissões estão sujeitas a regras europeias.

O relatório refere a ultrapassagem dos limites nas partículas "na avenida da Liberdade, em Lisboa, mas sabemos que do ponto de vista legal estes dados não são finais porque, no caso das partículas, há que descontar os chamados eventos naturais, ou seja, a influência de partículas vindas do Saara", explicou.

Quando a análise tem em conta este aspeto, "concluímos que as partículas em 2013 já não foram um problema na avenida da Liberdade, apesar de ficarem muito próximo" do valor limite diário, especificou o especialista.

"Há uma tendência de melhoria das emissões de partículas relacionada com as condições meteorológicas, com a melhoria da frota automóvel e também, no caso de Lisboa, com a implementação da zona de emissões reduzidas", destacou.

A situação apontada relativamente às partículas que "eram uma grande preocupação nos países do sul, com tempo mais seco e períodos de menos vento, e sendo poluente dramático em termos de saúde pública, sem dúvida que é um bom sinal", resumiu Francisco Ferreira.

Quanto ao dióxido de azoto, os dados da EEA mostram que "estamos a melhorar, mas longe de conseguir cumprir os valores limite, nomeadamente o anual", comentou o especialista, apontando que este poluente não atinge um valor elevado apenas em Lisboa, mas "também em algumas estações que no relatório não vêm citadas, porém têm vindo a ser reportadas à escala nacional".

O dióxido de azoto tem vindo a ser referido no seguimento do escândalo do grupo automóvel Volkswagen porque afeta diretamente a saúde pública, além de ter consequências para o ambiente, nomeadamente com as chuvas ácidas.

Quando são tidos em conta os limites da Organização Mundial de Saúde (OMS), "a situação é mais dramática porque estes são mais exigentes, embora não vinculativos, mas deviam ser respeitados" salientou Francisco Ferreira.

Para o investigador do CENSE, "é fundamental" que a Estratégia Nacional para o Ar seja concretizada, já que "o Governo anterior não a chegou a aprovar" e existem vários contenciosos entre o Estado português e a União Europeia nesta área.

Estudo inédito do King’s College London revela
Um novo estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas do Instituto de Psiquiatria do King’s College, London conduzida pelo...

Está cientificamente demonstrado que o consumo regular e a longo prazo de canábis aumenta o risco de psicose, sendo que alterações na estrutura e função cerebral predispõem a este tipo de doenças. No entanto, esta investigação cujos resultados foram publicados hoje na prestigiada revista científica “Psychological Medicine”, é a primeira a avaliar o efeito da potência da canábis na estrutura cerebral.

Investigar o impacto cerebral da potência da cannabis é particularmente importante nos dias de hoje, visto que nos últimos dez anos tem-se assistido a um aumento significativo na concentração de Δ9-tetra-hidrocanabinol (THC), a principal substância psicoactiva da planta da cannabis.

Neste estudo foi utilizada uma técnica de Ressonância Magnética chamada DTI (Difusão-Tensão de Imagem) (Diffusion Tensor Imaging - DTI), para examinar alterações cerebrais em 56 doentes com um primeiro surto psicótico bem como em 43 participantes saudáveis.

A equipa de investigadores avaliou especificamente o Corpo Caloso), a estrutura cerebral responsável pela comunicação entre os hemisférios direito e esquerdo. O corpo caloso é particularmente rico em receptores canabinóides, nos quais conteúdo THC da canábis atua, fazendo do corpo caloso uma estrutura particularmente vulnerável à acção da cannabis.

Os resultados mostraram que aqueles que usavam frequente de canábis de alta potência (quer fossem doentes quer voluntários saudáveis) tinham alterações significativas desta estrutura cerebral quando comparado com aqueles que não usavam esta droga.

De acordo com Tiago Reis Marques, Investigador Sénior do Instituto de Psiquiatria de Londres "os resultados deste estudo, ao mostrar que utilizadores de cannabis de alta potência têm lesões cerebrais significativas relativamente aqueles que não a utilizam, deve servir de alerta para a opinião pública, profissionais de saúde mental e decisores políticos sobre o tipo de lesão cerebral que estas drogas podem causar. Nos últimos anos temos vindo a alertar para o facto de se verificar um aumento significativo na potência da cannabis, com variedades muito fortes acessíveis a qualquer consumidor. Assim, quer o tipo de cannabis consumida, quer a sua potencia e frequência devem ser cuidadosamente avaliados o que pode ajudar a quantificar o risco para uma doença mental.

De referir que esta pesquisa foi conduzido no Instituto de Psiquiatria do King´s College, o maior centro de investigação em psiquiatria a nível mundial. 

Agência Europeia do Ambiente
A poluição do ar causou mais de 6.000 mortes prematuras em Portugal, em 2012, e no ano seguinte continuavam a registar-se...

O relatório sobre qualidade do ar da Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) hoje divulgado, refere que, em 2012, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.190 mortes prematuras em Portugal.

O maior número de mortes está associado às partículas finas, com 5.400, e as restantes distribuem-se pelos outros dois poluentes, refere a EEA.

No total dos 28 Estados membros da UE são 432 mil os casos de morte relacionados com PM2.5 e 92 mil nos restantes poluentes, segundo a informação.

O relatório refere-se a dados de 2013 recolhidos nos Estados membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10) e PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro.

A entidade europeia concluiu que nas estações de medição portuguesas há uma situação de ultrapassagem do limite de concentração diária de PM10 em Lisboa, devido ao tráfego automóvel, dois casos de dióxido de azoto a mais, igualmente na capital, e em Braga.

Os valores acima do limite de ozono estavam em Almada, Faro, Lisboa, Setúbal e Vila Franca de Xira.

A EEA não aponta quaisquer casos de concentrações acima do autorizado nas PM2.5.

Alberto González Ortiz, da divisão da qualidade do ar da EEA, disse à agência Lusa que os valores apresentados "são semelhantes àqueles do ano anterior".

"Os portugueses devem preocupar-se sempre com a qualidade do ar que respiram e devem pedir que as concentrações sejam mais baixas porque a contaminação vai provocar sempre danos na saúde", salientou Alberto Ortiz.

Quando a análise tem em conta os valores limite da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais exigentes, são mais os pontos do país com situações acima do indicado.

"A maior parte das estações urbanas em Portugal apresentam valores acima dos limites da OMS no PM10, com exceção para Braga e Vila Franca de Xira", referiu o responsável da EEA.

As PM10 resultam principalmente das emissões da indústria, transporte e aquecimento doméstico e podem causar cancro, problemas cardíacos e pulmonares ou arritmias.

Na comparação com o resto da Europa, nas PM10, "Portugal está entre aqueles que têm, concentrações mais baixas, abaixo da média europeia, no lugar 11, embora tenha algumas superações", resumiu.

No caso do ozono, atendendo aos valores OMS, há problemas nas zonas urbanas, Lisboa, Porto e Braga, associados ao tráfego, acrescentou Alberto Ortiz.

"O relatório mostra que muitas cidades continuam a estar expostas a poluentes do ar em níveis inseguros segundo a OMS", salienta a EEA, e acrescenta que os poluentes mais problemáticos são as partículas finas, o ozono e o dióxido de azoto.

Gripe
A instituição privada de solidariedade social Associação de Assistência de São Paulo (AASP) arranca hoje, segunda-feira, com...

Esta campanha decorre no âmbito da Unidade Integrativa para a Pessoa que vivia em Situação de Sem-Abrigo, projeto da AASP, e insere-se na estratégia de vacinação contra a gripe – época 2015/2016.

A iniciativa é dirigida especificamente a esta população e promovida pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, refere um comunicado divulgado na passada sexta-feira.

“Implementada em rede com o apoio de diversas associações, a campanha tem por objetivo minimizar o impacto desta problemática nesta população de risco”, lê-se na nota.

A campanha de vacinação, que se inicia hoje, termina a 05 de dezembro.

Esta iniciativa tem o apoio da Associação Novos Rostos...Novos Desafios (INRND), da Associação VOXLisboa e da Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias (ANTDR). Serão as equipas de profissionais de Saúde destas associações, “nomeadamente médicos, enfermeiros, estudantes da área e voluntários, que irão assegurar a toma das vacinas à população”.

Vírus do Papiloma Humano
A Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) recomenda a vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano, a título individual, dos...

De acordo com uma atualização das recomendações sobre vacinas extra do Programa Nacional de Vacinação (PNV), elaboradas pela Sociedade de Infeciologia Pediátrica (SIP) da SPP, os jovens adolescentes devem vacinar-se, a título individual, contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV),“como forma de prevenir as lesões associadas a este vírus”.

No documento lê-se que que o HPV “é responsável, em todo o mundo e em ambos os sexos, por lesões benignas e neoplasias malignas, com incidência elevada”.

“É hoje considerado o segundo carcinogéneo mais importante, logo a seguir ao tabaco. Está associado a 5% dos cancros, em geral, e a 10% na mulher”, prosseguem os autores.

Segundo a SIP, “os homens encontram-se em risco de desenvolver condilomas genitais, cancros do ânus, do pénis, da cabeça e pescoço e neoplasias intraepiteliais do pénis e ânus”.

Em Portugal, a vacina contra o HPV foi introduzida no Plano Vacinal de Vacinação em outubro 2008, para todas as adolescentes com 13 anos de idade num esquema de três doses. A partir do dia 01 de outubro de 2014, a vacinação em âmbito de PNV passou a ser recomendada para as raparigas entre os 10 e 13 anos de idade num esquema de duas doses.

Tendo em conta que “a carga da doença por HPV é relevante no sexo masculino e não existem rastreios implementados para a prevenção dos cancros associados a HPV”, os especialistas concluíram que “a forma de reduzir individualmente o risco de doença, para além da proteção indireta, é através da vacinação”.

Outra recomendação da SPP vai no sentido da “vacinação de jovens pais e conviventes que desejem reduzir o risco de infeção para si e para os recém-nascidos com quem residem”.

“A vacinação durante o terceiro trimestre da gravidez (entre as 28 e 36 semanas) durante surtos, como o que ocorre atualmente na Europa” e a “vacinação de adolescentes e adultos” são medidas de proteção individual igualmente recomendadas.

Em julho, o diretor-geral da Saúde assumiu que as autoridades estão preocupadas com os casos de tosse convulsa em Portugal, que também tem atividade em outros países europeus, e nos Estados Unidos.

Dados da OMS, citados neste documento, indicam que em 2008 se registaram 16 milhões de casos no mundo e 195 mil mortes em crianças.

“Nos últimos anos tem-se observado um aumento ligeiro do número de casos, embora flutuante”, lê-se no documento que pode ser consultado no site da SPP.

Além destas recomendações a SIP/SPP mantém a recomendação da proteção contra a doença invasiva por N. meningitidis tipo B, nomeadamente “a vacinação das crianças dos dois meses aos dois anos”, podendo também “ser administrada a crianças e adolescentes”.

É também recomendada a vacinação de “crianças e adolescentes com fatores de risco para doença invasiva por N. meningitidis, nomeadamente défices do complemento, asplenia e tratamento com eculizumab”.

“A vacinação pode, ainda, ser considerada em crianças e adolescentes com doença ou tratamento imunossupressores e na prevenção de casos secundários intradomiciliários ou em instituições e para controlo de surtos”.

Para o rotavírus, agente que causa gastrenterite aguda, a SPP mantém “a recomendação de vacinação de todas as crianças saudáveis, reforçando a importância do cumprimento das indicações quanto à idade de vacinação”.

Higiene Oral
A grande maioria da população portuguesa nunca utiliza o fio dentário na sua higiene oral, segundo dados de um estudo nacional...

O III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, a que a agência Lusa teve acesso, foi realizado em cinco grupos etários representativos da população regional e nacional portuguesa, de acordo com critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O uso do fio dentário, recomendado pelos profissionais numa base diária, verifica-se sobretudo nos adultos dos 35 aos 44 anos, grupo onde ainda assim mais de metade diz que não o utiliza.

De acordo com o estudo da DGS, no grupo das crianças de 12 anos, mais de 68% não utiliza fio dentário e apenas 5,9% o usa numa base diária.

Aos 18 anos, 65% dos jovens não tem o hábito de recorrer ao fio dentário, enquanto nos idosos dos 65 aos 74 anos essa percentagem sobre para os 82%.

“Há alguma resistência a usar o fio dentário. Mas é recomendado uma vez por dia, idealmente ao deitar, aquando da escovagem. As crianças, sobretudo a partir dos 8 anos, também o devem usar”, explicou à Lusa Cristina Sousa Ferreira, higienista oral da DGS e uma das investigadoras do estudo nacional.

Quanto à escovagem dos dentes, em relação a estudos anteriores há um aumento de população que indica lavar os dentes pelo menos duas vezes por dia.

O grupo etário com maior percentagem de pessoas que escova os dentes mais de duas vezes diariamente é o dos 18 anos e com níveis mais baixos são os idosos e as crianças de seis anos.

“Estes dados mostram-nos que é necessário um investimento contínuo na prevenção na saúde oral”, sublinhou Cristina Sousa Ferreira.

Estudo
Apenas três por cento dos adultos em Portugal nunca tiveram problemas de cáries dentárias, com a situação a agravar-se nos...

O III Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, a que a agência Lusa teve acesso, foi realizado em cinco grupos etários representativos da população regional e nacional portuguesa, de acordo com critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Pela primeira vez foram incluídos grupos etários da população adulta no Estudo Nacional de Prevalência das Doenças Orais, com as crianças, já anteriormente estudadas, a revelarem “melhorias significativas” na sua saúde dentária.

“O grupo dos 35-44 anos é a grande surpresa do estudo nacional. Praticamente todas as pessoas já tiveram contactos com cárie. Só 3% dos adultos em Portugal nunca tiveram problemas de cárie. A partir de uma determinada idade, podemos esperar que todos os portugueses têm ou tiveram problemas relacionados com a saúde dentária”, afirmou em entrevista à agência Lusa o coordenador do Programa da Saúde Oral da Direção-geral da Saúde, Rui Calado.

O estudo identificou uma média de 10,3 dentes com problemas por pessoa, mas concluiu que quase cinco daqueles dentes se encontra já tratados havendo ainda quatro que são dentes perdidos.

“O grande problema é termos um valor muito elevado de dentes perdidos devido a cárie, seguramente porque as pessoas procuram o dentista muito tarde. Mas o acesso a medicina dentária existe e verificou-se, porque dos 10,3 com problemas, só 1,5 estão por tratar”, explicou Rui Calado.

“Aliás, os níveis de adesão, de acesso são novidades para nós. Estávamos à espera de piores níveis de acesso. O que acontece é que as pessoas têm acesso mas procuram os dentistas muito tarde”, acrescentou.

No grupo dos idosos, entre os 65 e os 74 anos, há uma média de 15 dentes doentes por cada pessoa, sendo que 11,5 são dentes já totalmente perdidos, em relação aos quais a única alternativa é a reabilitação através de próteses.

“A única solução é a reabilitação. A forma tem de ser pensada e estudada, porque qualquer conta, por mais ligeira que seja, nos indica que estamos a falar de valores astronómicos, se quisermos fazer uma intervenção pública”, ressalvou o coordenador do Programa de Promoção de Saúde Oral.

Em relação às crianças, a DGS diz ter ficado claro “os ganhos de saúde em função do desenvolvimento do Programa” (que forne os cheques-dentista, entre outras intervenções), com mais de metade das crianças de seis e de 12 anos a estarem totalmente livres de cáries e com todos os dentes saudáveis.

A média de dentes com problemas é de 1,6 nas crianças de seis anos e de 1,2 nas crianças de 12, indicadores que se reduziram para metade quando comparados com o que se encontrou no estudo feito em 2000.

“Temos uma excelente situação de saúde dentária nas crianças até aos 12 anos de idade”, vincou Rui Calado, considerando que a aplicação de selantes promovida pelo Programa de Saúde Oral tem estado a funcionar, bem como os tratamentos realizados através dos cheques-dentista.

O Programa Nacional de Saúde Oral, que tem sido desenvolvido em parceria com a Ordem dos Médicos Dentistas, promove a aplicação de selantes de fissuras em molares permanentes saudáveis em crianças e permite ainda outros tratamentos através de cheques-dentista facultados aos 7, 10, 13 e 15 anos.

BCG
A vacina contra a tuberculose, em falta desde março, deverá chegar a Portugal “a qualquer momento”, uma vez que o Infarmed já...

De acordo com a sub-diretora geral da Saúde Graça Freitas, deverão entrar em Portugal “a qualquer momento” as vacinas que já foram devidamente autorizadas pelo regulador do setor (Infarmed), o que deverá permitir a retoma da vacinação da BCG.

Graça Freitas garantiu que os lotes que chegarão a Portugal “nos próximos dias” serão “suficientes” para vacinar as crianças que nasceram e não receberam na altura a BCG, mas também, e prioritariamente, as que nasçam entretanto.

Devido a estes problemas no abastecimento da BCG, as autoridades estão ainda a estudar uma alternativa ao laboratório Dinamarquês que atualmente fornece a vacina, a qual deverá ser uma empresa japonesa.

Paralelamente a estas negociações, continua em estudo a possibilidade da vacina BCG ser administrada apenas a grupos de risco e não a todas as crianças, como até agora tem sido.

As dificuldades de fornecimento da BCG começaram em março e estão ligadas a problemas com a produção no único laboratório que fabrica a vacina para a Europa, um laboratório público na Dinamarca.

A única vacina BCG que está autorizada em Portugal, e na maioria dos países europeus, é produzida por um laboratório público da Dinamarca, mas, nos últimos anos, o fornecimento da vacina tem sofrido interrupções de duração variável.

Esta vacina tem um prazo de validade mais curto do que as outras vacinas do Programa Nacional de Vacinação, não permitindo armazenamentos de longo prazo.

Técnologia
Uma empresa criada por investigadores da Universidade de Coimbra vai iniciar a comercialização de uma seringa laser, sem...

"O nosso primeiro alvo é a medicina estética", disse à agência Lusa, Gonçalo Sá, da LaserLeap Technologies, adiantando que o novo equipamento não estará acessível ao público, mas sim a profissionais da área da dermoestética, como cirurgiões plásticos, dermatologistas e médicos estéticos.

A seringa laser diferencia-se das seringas de agulhas por ser indolor e não deixar marcas na pele: através do laser, é criada uma onda de pressão que, ao chegar à pele, gera uma "espécie de tremor de terra", deixando-a "durante alguns segundos permeável", o que facilita a aplicação do fármaco, que pode ser aplicado em creme ou gel, explicou o investigador Carlos Serpa, aquando da apresentação do protótipo, no verão de 2012.

Adiantou que o fármaco "surte efeito mais rapidamente, nomeadamente no caso dos analgésicos tópicos".

A nova seringa chega agora ao mercado depois de dois anos de produção do dispositivo e da realização de diversos testes envolvendo médicos e pacientes.

Recentemente, de acordo com Gonçalo Sá, a LaserLeap Technologies assinou um acordo com seis médicos estéticos que vão utilizar a seringa laser num total de 60 pacientes, em tratamentos de rejuvenescimento da pele, nomeadamente para garantir a absorção de ácido hialurónico, substância usada para recuperar rugas e hidratar a pele.

Em 2016, os responsáveis da empresa que começou a ser pensada há oito anos no departamento de Química da Universidade de Coimbra e que está instalada na incubadora de empresas de base tecnológica do Instituto Pedro Nunes, deverão avançar com testes piloto para poderem vir a produzir uma seringa laser que possa ser utilizada na área clínica, concretamente na dermatologia.

Segundo Carlos Sá, os testes visam a utilização de uma seringa laser na promoção da analgesia local e no tratamento da dermatite atópica, doença crónica da pele.

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