Semana Internacional da Tiroide
No âmbito da Semana Internacional da Tiroide que se assinala entre os dias 23 e 29 de maio, sob o tema “As Doenças da Tiroide...

“À Procura das Borboletas” é o nome do concurso que pretende sensibilizar o público infantil e os seus pais para as duas principais doenças da tiroide que afetam as crianças: o Hipertiroidismo e o Hipotiroidismo. Para participarem, as crianças são convidadas a darem asas à imaginação e desenharem as suas próprias borboletas, em representação da forma da glândula tiroideia.

Antes do desenho, a ADTI convida os participantes a passarem pelo seu site (www.adti.pt) de modo a obterem mais informações sobre o concurso.  

Os trabalhos devem ser enviados até ao dia 20 de maio e serão posteriormente avaliados por um painel de juízes, sendo os trabalhos selecionados expostos no Jardim da Estrela, no dia 25 de Maio – Dia Mundial da Tiroide - e no Site e Facebook da Associação das Doenças da Tiroide. 

APDP organiza maior reunião científica sobre diabetes
Lisboa vai voltar a receber o maior congresso mundial da área científica realizado em Portugal. A EASD - European Association...

“Enquanto Associação que está na liderança da luta contra a diabetes, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) orgulha-se de estar envolvida neste que é um dos dois maiores congressos de Diabetes a nível mundial. Vários profissionais de saúde vão estar em Lisboa para debater novas ideias na área da investigação, novos tratamentos, programas educacionais, soluções e medidas que façam regredir o avanço de uma doença com largo impacto em Portugal e quarta causa de morte no mundo”, defende Luis Gardete Correia, presidente da Comissão Organizadora do Congresso da EASD e presidente da APDP.

O EASD vai trazer à capital portuguesa mais de 18 mil especialistas que se dedicam ao estudo e investigação desta doença. Assim aconteceu em 2011, ano em que, lembrou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, houve um impacto direto de mais de 100 milhões de euros na cidade. Em conferência de imprensa, Fernando Medina agradeceu à APDP ter conseguido trazer este congresso a Lisboa, “pelo seu forte impacto, a disseminar por toda a economia da cidade”.

A European Association for the Study of Diabetes (EASD) foi fundada em Montecatini, na Itália em 1965, com o objetivo de incentivar e apoiar a investigação na área da diabetes, a difusão rápida de conhecimentos e a sua aplicação. Os congressos anuais da EASD são o evento internacional mais importante relacionado com a investigação da diabetes. O Congresso Anual da EASD é a maior reunião científica sobre diabetes, juntando cerca de 18000 participantes vindos de mais de 120 países.

Estudo
Perto de 9% dos portugueses com mais de 65 anos sofre de Fibrilhação Auricular, e, destes, mais de 35% não estarão...

Portugal é o país da União Europeia com maior número de mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC), sendo esta a principal causa de morte e incapacidade no nosso país. Para a maioria dos doentes que sobrevivem ficam sequelas que, em metade dos casos, impedem os doentes de retomar uma vida ativa. Causadora de um terço dos AVC, a Fibrilhação Auricular (FA) representa, simultaneamente, um forte fator e marcador de risco cardiovascular – o que faz desta patologia um dos mais importantes problemas de saúde pública em Portugal.

O estudo SAFIRA procurou obter dados reais da prevalência da FA entre a população portuguesa, sobretudo entre os mais idosos, população com maior risco. Foram avaliados 7.500 indivíduos de 65 ou mais anos, população monitorizada normalmente nos Cuidados de Saúde Primários, nos Hospitais e no terceiro sector. Todos os doentes incluídos no estudo realizaram Electrocardiograma (ECG) e, na ausência de deteção de FA pelo ECG, um subgrupo realizou ainda Holter de 24 horas ou implantou um registador de eventos não invasivo durante 7 dias.

Os resultados revelam pela primeira vez a realidade da Fibrilhação Auricular na população idosa em Portugal. Até à data dispúnhamos dos resultados do estudo FAMA, publicado em 2010, que apontavam para uma prevalência de 2,5% entre os doentes com mais de 40 anos1. O estudo SAFIRA revelou ainda um elevado subdiagnóstico. De entre os 9% dos doentes em que se detetou existência de FA, 35,9% desconheciam ter a doença. De assinalar que este era o caso de quase 75% dos doentes no terceiro sector. Por outro lado, 18,6% dos doentes não diagnosticados apresentavam FA paroxística, que habitualmente passa desapercebida no eletrocardiograma, sendo maioritariamente detetada no Holter ou registador de eventos – o que sublinha a importância de uma investigação mais prolongada dos sintomas, nomeadamente na população mais idosa.

A par do sub-diagnóstico subsiste ainda o subtratamento: 56,3% dos doentes não estavam anticoagulados. A falta de conhecimento sobre a doença parece contribuir para essa lacuna. Mesmo entre os doentes com diagnóstico, mais de um quarto, 28,8% não sabiam o que é a FA e as suas consequências. Paralelamente, estes eram doentes que tinham uma probabilidade 9,8 vezes superior de não estar medicados com anticoagulação oral.

“Estes resultados mostram os enormes desafios ainda existentes na identificação e gestão da FA e risco cardiovascular e constituem um importante alerta para a otimização das estratégias de controlo da doença e promoção da saúde neste setor da população. Um conhecimento real dos padrões de prevalência da Fibrilhação Auricular em Portugal reveste-se da maior importância para a criação e implementação de estratégias de diagnóstico, tratamento e controlo de risco realistas e eficazes”, considera o Prof. Pedro Monteiro, coordenador do Estudo SAFIRA.

No que se refere à relação com a terapêutica, estes são em regra doentes polimedicados. Em termos globais, o número mediano de fármacos prescritos a estes doentes era de 4,8, correspondendo à toma diária de uma mediana de 6,7 comprimidos. Face ao tratamento, 45,1% dos doentes considera que o fator mais importante é a segurança; 35,6% aponta a eficácia; 12,8% são importância ao custo e apenas 6,7% valoriza a comodidade posológica. Talvez por isso, apenas 4,8% dos doentes medicados com novos anticoagulantes orais admitiram ter descontinuado o tratamento devido ao preço, 13,4% tiveram o switch a ser feito diretamente pelo seu médico assistente. Apenas 1,1% descontinuou o tratamento com NOACs devido a hemorragia ocorrida e destes, perto de metade tinham uma dose excessiva de NOACs ou função renal desadequada para a prescrição.

Em termos globais, só 25,8% dos doentes anticoagulados foram considerados bem medicados (dose e posologia correta, com anticoagulação efetiva - incluindo um TTR de pelo menos 55% nos com antivitamínicos K). Mais de metade, 55,8%, estavam a fazer dose incorreta; 12,3% estavam a fazer número de tomas incorreto. Quando foi igualmente considerado o tratamento correto dos fatores de risco cardiovascular que cada doente com FA possuía, só 5,6% dos doentes tinham todos esses fatores de risco no alvo.

Na população com diagnóstico de FA, a taxa de AVC foi de 11,2%, sendo que destes, 25,7% já tinham tido dois ou mais eventos cerebrovasculares. O valor mediano do score de avaliação de risco de AVC em doentes com FA, CHADS-VASC, foi de 3,5. E se a taxa de anticoagulação nos doentes com diagnóstico prévio e que tinham CHADS-VAsC igual ou superior a 1 era perto de metade (47,7%), menos de 1/5 dos doentes (18,3%) com CHADS-VASc de 6 ou mais estão anticoagulados. A taxa de hemorragia de qualquer grau foi de 4,6% na população anticoagulada. Destas, 9,8% foram consideradas graves. Só 1,8% foram hospitalizados.

O Estudo SAFIRA foi desenvolvido entre 2014 e 2015 com o apoio da Pfizer e a Bristol-Myers Squibb.

No Parlamento
A Assembleia da República discute em plenário, na quinta-feira, cinco projetos de resolução, do CDS-PP, PCP, PS, PSD e BE, que...

Entre as medidas propostas estão o horário de trabalho flexível, deduções fiscais em sede de IRS, apoio psicossocial e possibilidade de baixa médica prolongada para assistência a pessoa sinalizada pela rede de cuidados continuados integrados ou pela rede de cuidados paliativos.

O CDS-PP defende, no projeto, que as famílias e os cuidadores informais “carecem cada vez mais de apoios estruturados” que possam promover a manutenção dos doentes crónicos no domicílio e também o combate à exaustão familiar.

Os cuidadores constituem “verdadeiros parceiros dos serviços de saúde”, prestando “uma fatia de cuidados que pode ascender a 80% daquilo de que o doente carece”, afirmam os deputados centristas, defendendo um “apoio mais estruturado” a estas pessoas, no hospital e na comunidade.

O PCP observa, por seu turno, que não existe, em Portugal, informação precisa sobre o número de cuidadores, nem estão definidos os apoios a ser disponibilizados, sendo por isso urgente medidas que criem condições para que possam desenvolver de “forma mais adequada e informada a prestação de cuidados”.

Nesse sentido, o grupo parlamentar do PCP propõe um conjunto de medidas para os apoiar na área da saúde, da segurança social e do trabalho.

Já o PSD considera que “cumpre ao Estado reconhecer, finalmente”, o “papel decisivo” dos cuidadores na ajuda ao bem-estar e à qualidade de vida dos seus familiares dependentes.

Defendem, por isso, “soluções inovadoras” que contemplem “possibilidades de adaptabilidade ou de redução dos tempos de trabalho” e dinamizem “o recurso ao teletrabalho, no respeito pelos direitos e deveres de entidades empregadoras e trabalhadores”.

Os deputados do Partido Socialista defendem, por sua vez, o desenvolvimento de estratégias ao nível do bem-estar físico e mental dos cuidadores, através do “incremento do descanso do cuidador”.

Um estudo do Observatório Português dos Sistemas de Saúde de 2015, citado pelo PS, estima que nos 3.869.188 agregados familiares existentes em Portugal, haverá 110.355 pessoas com défice de auto cuidado nos domicílios, sendo que, destas, 48.454 serão pessoas acamadas.

Para o PS, é preciso dar “especial relevo ao papel da família na sociedade”, com melhoria das condições e bem-estar aos cuidadores informais, que garanta “maior poder de decisão e qualidade nos cuidados domiciliários para pessoas com défice de auto cuidado”.

Por fim, o Bloco de Esquerda defende que deve ser garantido ao cuidador, por parte dos cuidados de saúde primários locais, um “apoio regular e permanente” para prestação de cuidados ao doente.

O Estado não está a conseguir garantir “as respostas que deveria dar às famílias e às pessoas que por dependência funcional, fragilidade, incapacidade grave ou doença severa necessitam de cuidados continuados”,, empurrando essa responsabilidade para as famílias, sublinha.

“Não é por acaso que Portugal é, em simultâneo, o país onde existe uma das menores taxas de cobertura de cuidados formais e o país da Europa com maior taxa de cuidados domiciliários informais”, acrescenta o BE.

Estudo
A pneumonia é responsável por mais de 16 mortes por dia, em Portugal, no entanto mais de 60% das pessoas desconhecem o real...

Trata-se de um relatório internacional sobre conhecimento e perceção da pneumonia, que teve por base um inquérito realizado entre 23 de novembro de 2015 e 15 de fevereiro de 2016, junto de mais de 9.000 pessoas a partir dos 50 anos, provenientes de nove países da Europa, um dos quais Portugal.

O estudo conclui que o conhecimento e a compreensão sobre pneumonia em Portugal é “forte”, já que 96% afirmam saber o que é a doença, 81% identificam-na como uma infeção pulmonar e 60% acham que algumas formas de pneumonia podem ser contagiosas.

No entanto, existe uma “falha” na associação da gravidade da doença com o risco de a contrair e com as suas consequências para a saúde.

Segundo o inquérito, em Portugal, 95% das pessoas acham que a pneumonia é grave, mas apenas 23% estão preocupadas com o risco de contrair a doença e só 27% das pessoas com “risco mais elevado” reconhecem ter um risco muito elevado, praticamente a mesma proporção de pessoas com baixo risco.

Quanto à mortalidade causada por pneumonia, a perceção também é desfasada da realidade, já que apenas 36% acreditam que “até 20% dos adultos que contraem a doença irão morrer disso”.

O inquérito revelou mesmo que mais de uma em cada sete pessoas considera a pneumonia uma “constipação de tipo grave” ou “semelhante à gripe”.

Quando comparado com outras causas de morte, 61% dos portugueses consideraram que a doença cardíaca mata mais e 21% acharam que os acidentes rodoviários são causadores do número mais elevado de mortes em Portugal.

Na verdade, segundo o estudo, a pneumonia é responsável por sete vezes mais mortes do que os acidentes rodoviários e 135 mais mortes do que a gripe.

Os dados de mortalidade mais recentes, apresentados no estudo, revelam que a pneumonia foi responsável por 5.935 mortes em Portugal, em 2013, comparativamente com 733, em acidentes rodoviários e 44 devido à gripe.

Quanto ao conhecimento sobre se a pneumonia se pode ou não prevenir e como o fazer, “existe muita incerteza”: metade acredita que pode ser prevenida a outra metade julga que só pode ser tratada.

Entre as medidas preventivas, a maioria aponta para manter-se em forma e saudável (94%), não fumar (92%), evitar períodos longos em salas com ar condicionado (83%), usar roupas quentes (79%), evitar contacto com crianças doentes (78%), ser vacinado (73%).

Relativamente à vacina preventiva contra a pneumonia, 40% dos inquiridos têm conhecimento da sua existência, mas apenas 14% das pessoas com risco elevado de contrair a doença foram vacinadas, comparativamente com 6% do grupo de risco mais baixo.

De entre as pessoas que se vacinaram, a grande maioria (84%) revelou tê-lo feito por aconselhamento médico.

O inquérito para este estudo, foi realizado pela Ipsos Mori, uma empresa de estudos de mercado, no Reino Unido, Alemanha, França, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Áustria e República Checa.

Ao todo envolveu de 9.029 adultos com idade igual ou superior a 50 anos, 1.001 dos quais portugueses.

Estudo
Dois terços dos jovens dos 10 aos 24 anos vivem em países onde problemas evitáveis como o VIH, a gravidez precoce, a depressão...

A conclusão é de um estudo que a revista The Lancet apresenta em Londres e resulta de um trabalho desenvolvido desde 2009 por 26 especialistas de 14 países, ao abrigo de uma comissão liderada por especialistas em saúde adolescente na Universidade de Melbourne, na Austrália, na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, na University College de Londres e na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Segundo o relatório agora publicado, os adolescentes de entre 10 e 24 anos representam mais de um quarto da população mundial, mas, porque a adolescência é normalmente considerada a fase mais saudável da vida, têm sido vítimas de décadas de negligência e falta de investimento, com consequências na sua saúde e bem-estar.

Esta faixa etária abrange 1,8 mil milhões de pessoas, 89% das quais vivem em países em desenvolvimento, e deverá abranger 2 mil milhões em 2032, mas os especialistas afirmam que tem a pior cobertura de cuidados de saúde de todos os grupos etários.

Com efeito, enquanto os esforços mundiais para melhorar a saúde das crianças até aos cinco anos levou a importantes melhorias, as causas de morte dos jovens de 10-24 anos pouco mudaram entre 1990 e 2013, mantendo-se no topo das causas os acidentes rodoviários, a automutilação, a violência e a tuberculose.

Os adolescentes enfrentam também novos desafios, como o aumento dos níveis de obesidade e doença mental, o elevado desemprego e o risco de radicalização.

Os especialistas lembram que os comportamentos que começam na adolescência podem determinar a saúde e o bem-estar para toda a vida, pelo que a comissão de especialistas espera que este relatório seja um grito de alerta para atrair mais investimento naquela que é a maior geração de adolescentes da história mundial.

Este investimento, garantem, terá benefícios em três fases: hoje, na idade adulta destes jovens e na próxima geração de crianças.

"Esta geração de jovens pode transformar o futuro de todos nós. Não há tarefa mais urgente na saúde global do que garantir que eles têm recursos para o fazer. Isto significa que é crucial investir urgentemente na sua saúde, educação, meios de subsistência e participação", disse o autor principal, George Patton, da Universidade de Melbourne, citado num comunicado da revista Lancet.

Segundo uma nova análise internacional dos dados do estudo Peso Global da Doença (Global Burden of Disease), realizada pelo Instituto para a Métrica e a Avaliação da Saúde (IMAS), da Universidade de Washington, em Seattle, as principais causas de morte dos jovens entre os 10 e os 14 anos são o VIH/SIDA, os acidentes rodoviários e os afogamentos, que juntos provocaram um quarto das mortes naquela faixa etária em 2013.

As doenças infecciosas do intestino, as infeções respiratórias e a malária contribuíram para outros 21% das mortes.

Já entre os 15 e os 24, as principais causas são os acidentes rodoviários, a automutilação e a violência.

A depressão resultou no maior peso da doença a nível mundial em 2013, afetando mais de 10% dos 10 aos 24 anos, seguida do aumento das doenças de pele, como o acne e a dermatite.

O fator de risco para a saúde dos adolescentes que mais aumentou nos últimos 23 anos foi o sexo desprotegido, enquanto o álcool continua a ser o maior fator de risco para os jovens adultos entre os 20 e os 24 anos, sendo responsável por 7% do peso da doença.

"Os nossos dados mostram uma clara necessidade de esforços renovados para melhorar a saúde e reduzir o peso da doença nos jovens. A inação continuada terá ramificações graves na saúde desta geração e da próxima", alertou Ali Mokdad, do IMAS.

A comissão conclui que algumas das medidas mais eficazes para melhorar a saúde e o bem-estar dos adolescentes pertencem a setores para além da saúde: "O melhor investimento que podemos fazer é garantir o acesso a educação secundária gratuita e de qualidade", explicou Patton.

"Cada ano de educação para além dos 12 anos de idade está associado a menos adolescentes a terem filhos e a menos mortes entre os rapazes e as raparigas. Uma força de trabalho saudável e instruída tem o potencial de moldar as perspetivas económicas de um país", acrescentou.

Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "os jovens são o maior recurso inexplorado do mundo".

Num comentário citado no comunicado da Lancet, Ban Ki-moon escreve que os adolescentes "podem ser a força motriz na construção de um futuro digno para todos", permitindo alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Os autores fazem uma série de recomendações para melhorar as perspetivas da saúde e bem-estar dos adolescentes, que vão na linha das orientações da Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, das Crianças e dos Adolescentes, lançada em setembro do ano passado.

Alargar o ensino secundário gratuito; apostar a sério nas leis que protegem e dão poder aos adolescentes, como a que garante os 18 anos como idade mínima para o casamento; e continuar a reunir evidências que suportem a ação em torno da saúde mental e da violência são algumas das recomendações.

Nos EUA
Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos descobriu um possível medicamento que faz com que as células cancerígenas se...

O novo composto químico atua sobre as células cancerígenas com mais precisão do que qualquer tratamento existente, segundo a investigação realizada por cientistas da organização biomédica The Scripps Research Institute, na Flórida.

A grande novidade do medicamento, já testado em animais, é a precisão, já que ataca diretamente as células que provocam o cancro, incluindo as ocultas, e não afeta as células saudáveis.

O medicamento ativa um mecanismo que faz com as células cancerígenas se matem a si mesmas de “forma programada”, explicou o professor Matthew Disney, que liderou a equipa de investigação.

O novo composto pode implementar-se nos principais medicamentos utilizados contra o cancro, para melhorar a identificação das células cancerígenas e atuar diretamente contra elas.

Aquilo significa que não só será um tratamento eficaz, porque atua diretamente contra o tumor, como minimiza os danos nas células saudáveis.

Segundo os cientistas, o tratamento é mais eficaz no cancro da mama, principalmente no de rápido crescimento.

Os cientistas pretendem que o medicamento, assim que for aprovado, seja aplicado no futuro a todo o tipo de tumores, incluindo para combater outras doenças provocadas por vírus como o Zika e o Ébola.

Em Portugal
O novo Centro de Investigação de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão, hoje apresentado, resulta de uma parceria...

Com sede no Avepark - Parque de Ciência e Tecnologia, em Guimarães, este centro pretende centrar-se em investigação multidisciplinar, que será traduzida em métodos inovadores a serem aplicados na prevenção e no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neuro-degenerativas e cardiovasculares.

“O objetivo é criar algo estruturante para a investigação em Portugal, um centro que seja uma bandeira da ciência portuguesa e um dos principais centros internacionais nesta área da medicina, criando conhecimento de topo e, ao mesmo tempo, produtos e terapias que possam ser utilizadas em pacientes”, disse o vice-reitor para a investigação da Universidade do Minho (UM) – entidade coordenadora - à margem da apresentação, no Porto.

O vice-reitor Rui Reis explicou que o centro não terá uma estrutura física construída de raiz, à parte do edifício sede, sendo utilizados os laboratórios, infraestruturas e equipamentos científicos das universidades envolvidas no projeto.

“Não fazia sentido construir novos equipamentos quando as universidades têm tão bons espaços disponíveis e que, pela sua utilização, irão receber uma contrapartida financeira”, frisou.

Durante os primeiros sete anos de atividade, o novo centro deverá ter um financiamento europeu de 60 milhões de euros, referiu Rui Reis.

“Ao fim dos sete anos, o centro tem de ser autossustentável à custa de financiamento conseguido em concursos, contratos e projetos nacionais e internacionais, o que não nos assusta”, acrescentou.

Prevendo que o Centro de Investigação de Excelência em Medicina Regenerativa e de Precisão começa a funcionar em meados de 2017, depois de tratados os acordos entre universidades, questões jurídicas e aprovação do financiamento, o vice-reitor adiantou que serão contratadas “centenas de pessoas”.

“O centro irá contribuir para o aumento da competitividade do setor da biomedicina e estimular, de forma geral, o emprego científico altamente qualificado e o crescimento económico a vários níveis”, sustentou.

E considerou: “Deverá também ter condições para atrair talento científico internacional”.

Questionado sobre o porquê desta parceria com a ‘University College London’, Rui Reis salientou que nesta área da medicina regenerativa esta universidade é das “melhores do mundo”.

Além disso, frisou, “tem um conjunto de características, não só científicas, mas de valorização do conhecimento passando o que se faz nos laboratórios para terapias”.

“Em Portugal, nós somos muito competitivos em termos científicos, mas não temos um percurso de valorizar o conhecimento e de fazer toda a parte dos ensaios clínicos e passar isto para aplicação real em pacientes”, esclareceu.

O centro conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia e das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo.

Especialistas alertam
Dois académicos norte-americanos alertam hoje que a epidemia de febre-amarela, a par de um fornecimento limitado de vacinas,...

Num artigo publicado hoje na página eletrónica do Jornal da Associação Médica Norte-americana (JAMA, na sigla em inglês), o especialista em doenças infecciosas e saúde pública Daniel Lucey e o professor de saúde pública Lawrence O. Gostin, ambos da Universidade de Georgetown, apelam à OMS que "reúna urgentemente uma comissão de emergência para mobilizar fundos, coordenar a resposta internacional e promover um aumento da produção de vacinas".

Lucey e Gostin acreditam que há evidências crescentes de que o surto de febre-amarela está a tornar-se a mais recente emergência global de saúde.

Angola enfrenta, desde dezembro de 2015, uma epidemia de febre-amarela que até 04 de maio registou um total de 2.149 casos suspeitos com 277 mortos e 661 casos confirmados em laboratório, 70% dos quais na província de Luanda, segundo dados transmitidos pelo Governo de Luanda à OMS.

A 22 de abril, a Organização de Saúde Pan-Americana declarou um alerta epidemiológico por febre-amarela na América Latina, onde o mosquito 'Aedes aegypti', que transmite a doença, está atualmente a transmitir ativamente os vírus do Zika e do dengue.

A escassez de vacinas disponíveis "pode provocar uma crise de segurança sanitária", escrevem os autores, lembrando que a disseminação da febre-amarela já atingiu o Quénia e a República Democrática do Congo, onde está planeada uma campanha para vacinar dois milhões de pessoas.

"É imperativo agir proactivamente para abordar a epidemia de febre-amarela", dizem os autores, segundo um comunicado da Universidade de Georgetown.

Gostin e Lucey escrevem que um comité de emergência permitiria aconselhar a diretora-geral da OMS sobre a epidemia e promover discussões sobre um aumento da produção de vacinas, mesmo antes de ser declarada uma emergência de saúde pública de preocupação internacional (PHEIC, na sigla em inglês).

Os especialistas dizem ainda que é preciso considerar uma forma mais eficiente de gerir potenciais emergências de saúde pública, propondo a criação de uma "comissão permanente de emergência" que se reunisse regularmente para aconselhar a diretora-geral da OMS.

A OMS considerou na sexta-feira que o surto de febre-amarela em Angola "continua de elevada preocupação", depois de na quarta-feira as autoridades angolanas terem dado a epidemia como controlada.

"O surto em Angola continua de elevada preocupação devido à transmissão local persistente em Luanda apesar de quase seis milhões de pessoas terem sido vacinadas; há registo de transmissão local em seis províncias (zonas urbanas e portos principais) e há um alto risco de propagação aos países vizinhos", escreve a OMS num relatório sobre a situação da febre-amarela.

Estudo
Uma potencial vacina contra a malária revelou-se eficaz a proteger adultos da infeção durante mais de um ano, revela um estudo...

As conclusões agora publicadas resultam de ensaios clínicos de fase 1 realizados por cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, com a vacina PfSPZ, desenvolvida e produzida pela farmacêutica Sanaria Inc., com apoio do Instituto Nacional para a Alergia e Doenças Infecciosas, dos EUA.

Segundo um comunicado da Universidade de Maryland, esta vacina é a primeira a revelar proteção de alto nível contra a malária por um período tão longo.

No ensaio clínico, os cientistas expuseram um pequeno número de voluntários adultos saudáveis ao parasita 'Plasmodium falciparum' ('P. falciparum'), que provoca a forma mais grave da malária, num ambiente controlado.

Este parasita é transmitido aos humanos através da picada de fêmeas infetadas de mosquito.

A vacina PfSPZ consiste em 'P. falciparum' vivo atenuado, no seu estádio de desenvolvimento mais precoce.

Estudos anteriores já tinham demonstrado que a vacina funcionava até três semanas depois da imunização, pelo que o estudo agora publicado pretendia analisar os efeitos de mais longo prazo.

O ensaio envolveu 101 adultos saudáveis de entre 18 e 45 anos, que nunca tinham tido malária.

Destes, 59 receberam a vacina e 32 não foram vacinados.

Os voluntários que receberam a vacina foram divididos em grupos para avaliar variáveis como a dose, o número de imunizações ou a via de administração.

Os participantes foram depois expostos a mosquitos infetados pela mesma estirpe do 'P. falciparum' utilizada na vacina, tendo os cientistas recolhido amostras de sangue dos voluntários para medir o nível de infeção e evidências de proteção.

A administração intravenosa parece conferir maior proteção do que a injeção intramuscular, tanto no curto como no longo prazo.

Em termos gerais, o estudo demonstrou que a vacina protegeu até um ano mais de metade (55%) dos voluntários.

Nessas pessoas, a vacina parece proteger contra a infeção e também impedir que a pessoa infetada possa contribuir para transmitir a doença.

Em 2015 registaram-se 214 milhões de casos de malária e a doença matou 438 mil pessoas, 90% das quais na África Subsaariana e 78% das quais crianças com menos de cinco anos.

Provocada por um parasita que é transmitido aos humanos pela picada de um mosquito, a malária, também conhecida como paludismo, ameaça hoje cerca de 3,2 mil milhões de pessoas, quase metade da população mundial.

Os primeiros sintomas da malária são febre, dores de cabeça e vómitos e aparecem entre 10 e 15 dias depois da picada do mosquito, mas se não for tratada, a malária por 'P. falciparum' pode progredir para uma fase grave e acabar por matar.

O combate à doença passa por uma diversidade de estratégias, incluindo a prevenção, através do uso de redes mosquiteiras impregnadas de inseticida e pulverização do domicílio, assim como pelo diagnóstico e tratamento dos casos confirmados com medicamentos anti maláricos.

Ainda não existe qualquer vacina para a doença, embora recentemente a Organização Mundial de Saúde tenha aprovado a realização de estudos piloto da candidata mais avançada.

Especialista defende
O investigador da Universidade de Coimbra Daniel Rijo defendeu hoje a necessidade de apostar em novos modelos de intervenção na...

“Vários estudos mostram que não basta atuar nos problemas de comportamento. É essencial implementar políticas de intervenção em saúde mental no sistema de justiça juvenil” uma vez que, de acordo com um estudo recente, a prevalência de perturbações mentais dos jovens em contacto com a justiça é de “90%”, referiu Daniel Rijo.

Professor na Universidade de Coimbra, Daniel Rijo foi um dos autores do Programa de Avaliação e Intervenção Psicoterapêutica no Âmbito da Justiça Juvenil promovido pela Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e cofinanciado pela Comissão Europeia.

Em declarações à Lusa a propósito de um congresso que irá debater esta semana, no Porto, as relações entre a saúde mental e a delinquência Juvenil, o investigador lembrou que na avaliação realizada em 2014 para a DGRSP “mais de 90% dos jovens que foram entrevistados apresentavam pelo menos uma perturbação psiquiátrica”.

São “perturbações de comportamento, de oposição e desafio, de défice de atenção e hiperatividade, de stresse pós traumático e perturbação de ansiedade social”, disse.

De acordo com o investigador, a realidade é que “o facto de serem trabalhados pela justiça ou pela proteção de menores em vez de facilitar o acesso aos cuidados de saúde mental, às vezes, acaba por ser uma barreira e um entrave. Ou seja, não são avaliados, não são intervencionados, muitos deles não têm acesso a um tratamento pedopsiquiátrico ou psicoterapêutico adequado”.

O 5.º Congresso Internacional da EFCAP – European Association for Forensic Child and Adolescent Psychiatry, Psychology and other involved Professions, que vai decorrer na Faculdade de Medicina do Porto, nos próximos dias 11, 12 e 13 de maio, visa chamar a atenção para “as necessidades de intervenção em saúde mental quer dos menores agressores quer dos menores vítimas”.

O objetivo é “melhorar, potenciar ou chamar a atenção para a necessidade deste interface que tem de haver entre os profissionais de saúde mental e os profissionais que trabalham em contexto de justiça”.

De acordo com o investigador há alguns estudos que mostram que “os jovens mais severamente perturbados do ponto de vista da saúde mental são aqueles também para quem as medidas da justiça mais falham. Não é só um fator de agravamento mas também um fator que diminui a resposta às intervenções. São mais difíceis de reabilitar se não se trabalhar essa variável”.

“Os recursos que neste momento estão alocados a esta área são muito lacunares, falha muito, é preciso fazer muito mais”, frisou.

Os responsáveis pelo congresso defendem também um programa de proteção vítimas de crimes de maus tratos ou de violação, por exemplo.

“É preciso avaliar o trauma que aquilo porque passaram pode ter deixados nos jovens. Isso não é feito de uma maneira tecnicamente qualificada, haverá sítios onde será muito bem feito, e outros onde, se calhar, nem é feito, mas não há propriamente um programa, uma linha de intervenção ou um protocolo de intervenção estruturada”, disse Daniel Rijo.

Organizada em conjunto pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (UC) e pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), o congresso reúne especialistas oriundos desde a Austrália e América Latina até aos EUA e Japão, que trabalham quer com jovens agressores quer com jovens vítimas.

Ao longo dos três dias do congresso, dividido por sete grandes temas, entre os quais avaliação e tratamento de jovens agressores, gestão da agressão em crianças e adolescentes e processos neurobiológicos em jovens antissociais, vão ser apresentados 250 trabalhos científicos.

A EFCAP reúne profissionais de diferentes formações científicas e tem como objetivos “aumentar a consciência da necessidade de mudança constante nos sistemas de justiça penal e civil, de modo a defender o melhor possível os interesses e as necessidades de desenvolvimento de crianças e jovens”.

Aluna da Universidade da Beira Interior estuda
Uma aluna do curso de Química Medicinal da Universidade da Beira Interior (UBI) está a estudar as propriedades medicinais da...

Marta Tenreiro, 21 anos, natural de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda, é aluna do 3.º ano de Química Medicinal da UBI e no projeto final de curso decidiu analisar os compostos bioativos presentes na urtiga, uma planta selvagem que cresce nos campos de forma espontânea e que tem o nome científico de "urtica dioica".

A aluna disse hoje à agência Lusa que decidiu estudar aquela planta tendo em conta a existência da Confraria da Urtiga, em Fornos de Algodres, e o incentivo que tem dado à sua divulgação e utilização na gastronomia local.

"Eu gosto da parte dos produtos naturais. Então, já que queria enveredar pelos produtos naturais, decidi usar a planta que está em voga aqui na terra [Fornos de Algodres], que é a ‘urtica dioica'", justificou.

No âmbito do projeto, Marta Tenreiro secou a planta num espaço à sombra, triturou-a e depois fez "extrações dos compostos bioativos", que analisou em laboratório.

"Relativamente aos resultados obtidos, apenas lhe posso dizer que a amostra que eu tinha para análise revelou ter uma atividade antioxidante pobre, tanto os extratos relativos às folhas, como os extratos dos caules. Uma vez que fiz a moagem dos caules e das folhas separadamente, consegui obter os diferentes valores, sendo as folhas ligeiramente mais antioxidantes do que os caules", adiantou.

Referiu ainda que a amostra analisada "contém compostos fenólicos, flavonóides, não possui açúcares redutores, tendo os compostos fenólicos uma relação linear com as propriedades antioxidantes, ou seja, uma vez que há um pequeno número de compostos fenólicos, a atividade antioxidante vai ser baixa".

"Os resultados obtidos que revelam esta pobre atividade antioxidante podem ser reflexo da altura em que efetuei a colheita da planta (janeiro de 2016), pois as propriedades antioxidantes podem alterar ao longo do ano. Contudo, não posso afirmar este facto, visto não ter amostra de planta de outra altura do ano para confirmar", esclareceu.

Marta Tenreiro referiu que "já há mais estudos" sobre o nível de propriedades antioxidantes da urtiga que revelam as "bastantes valias" da planta.

Caso prossiga com os estudos ao nível de mestrado, a aluna da UBI adianta que irá "continuar com o projeto" de investigação da urtiga iniciado no final do curso.

Associação Nacional de Esclerose Múltipla cria
A Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM) vai avançar com um projeto de confeção de roupas com receitas destinadas a...

"A maior parte das pessoas que cá temos não têm capacidade financeira", disse à agência Lusa Lurdes Silva, coordenadora da ANEM que vê no projeto, que "reúne uma estilista e uma multinacional", uma forma de "tentar minimizar as carências de pessoas que já não podem trabalhar em horário completo".

A confeção das peças de roupa “ficará a cargo de utentes” daquela associação “que sabem costurar”, sendo que há outros que também já fizeram saber “serem voluntários e que querem ajudar no projeto, partilhando uma parte do tempo passado na ANEM em prol dessa iniciativa”, explicou.

"Sendo a esclerose múltipla uma doença irreversível e que se desenvolve por surtos, ao longo da vida do doente, esta provoca diferentes reações e, com isso, períodos de menor autonomia, pelo que a pessoa portadora pode estar mais ou menos disponível", revelou Lurdes Silva prometendo que as máquinas para a confeção das roupas “surgirão no momento oportuno”.

A ANEM "desenvolve diariamente um trabalho de sensibilização da sociedade, em particular do patronato" para a especificidade da doença "apelando para que haja uma gestão das energias do trabalhador portador da Esclerose Múltipla, através, por exemplo, da redução do tempo de trabalho", revelou.

Instituição Particular de Segurança Social (IPSS), a ANEM presta um apoio a nível nacional ao abrigo de um conjunto de parcerias celebradas e tem uma lista de espera que já atinge os 60 indivíduos, "uma parte dela há mais de dez anos", disse Lurdes Silva.

O projeto agora anunciado, "virado para o apoio financeiro direto aos utentes", sucede a outro, em vigor há cerca de 11 anos, que envolve uma empresa de reciclagem de Lousada, a Ambisousa e, mais recentemente, uma gasolineira, a CEPSA - que "permitiu que a iniciativa já tivesse atravessado a fronteira e tornado internacional".

Trata-se de um projeto "de recolha de tampinhas" e a que, há cerca de um ano e meio, "por imposição da empresa de Lousada, tivemos de juntar também garrafas de plástico", explicou a responsável. Acrescentou que, dessa forma, já foi possível "ajudar centenas de utentes com o mais variado material de apoio na doença".

"Cadeiras de rodas, camas articuladas, andarilhos, cadeiras elevatórias foram algumas das valências conseguidas por anos de recolha de muitas toneladas de tampinhas que, depois de contabilizadas e creditadas pela empresa, são transformadas em apoio direto a quem nos procura, não apenas aos nossos utentes", explicou.

"É a empresa que trata diretamente - seguindo as nossas indicações - da compra do material. O dinheiro não passa pelas nossas mãos", sublinhou a coordenadora.

A ANEM presta apoio diário a 15/16 utentes abrangendo uma área que chega à periferia do Porto. Em 2015 tratou de 637 processos, 104 deles novos, fazendo ainda acompanhamento jurídico em 61 casos, 35 deles novos.

O futuro passa também pelo investimento em novas valências e a ANEM, nas suas instalações em Valbom, possui ainda consultas de medicina alternativa, nomeadamente acupuntura e osteopatia, abertas à população.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
O coordenador do Núcleo da Doença VIH (NEDVIH) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Telo Faria, defendeu hoje o...

Em declarações à agência Lusa em Viseu, onde estão a decorrer as XVII Jornadas sobre Infeção VIH da SPMI, Telo Faria lembrou que, “ao longo da história sempre houve migrantes e refugiados” e, “junto com as migrações, doenças que começaram a aparecer em certos contextos geográficos mundiais”.

“A questão que se coloca é: quais as repercussões destas migrações na saúde das populações?”, questionou.

Segundo o médico, “os dados epidemiológicos da infeção por VIH nos países de origem dos migrantes são escassos, refletindo a debilidade dos sistemas de saúde”, por exemplo, no caso do Norte de África.

“Em relação ao Leste Europeu, embora tivessem sistemas de saúde sustentáveis e até com alguns modelos para o resto da Europa, eram muito escassas as informações sobre o VIH. Portanto, há um certo desconhecimento sobre infeções nestes países também”, acrescentou.

Na sua opinião, importa perceber “se poderá haver repercussões significativas na Europa, diretamente pela própria imigração dos seropositivos ou, de um modo indireto, pelo aumento de comportamentos de risco das novas populações”.

“E tem que se ver também se as atuais estruturas dos sistemas de saúde europeus terão capacidade de dar respostas adequadas e eficientes”, frisou.

Com o objetivo de ter um conhecimento “o mais rigoroso possível da epidemiologia da população imigrante”, Telo Faria entende que “faria algum sentido um programa de testes rápidos a este tipo de população”.

“Dinamizar ações de informação, esclarecimento e formação e também a implementação de um programa preventivo” são outras medidas que defende, conjugadas com “um acesso rápido aos serviços de saúde”.

“Tudo isto tem que ser feito com a inteligência e com a sensibilidade necessárias por parte de nós todos e dos sistemas de saúde no sentido de respeitar os hábitos e a cultura desses povos”, sublinhou.

As XVII Jornadas sobre Infeção VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna terminam no sábado.

Especialista alerta:
A coordenadora do serviço de Patologia Dual do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) alertou hoje para o facto de...

"Há uma grande discrepância entre aquilo que sabemos cientificamente e aquilo que continuamos a fazer na prática", disse à agência Lusa a coordenadora de Patologia Dual, Célia Franco, criticando a falta de vontade política para se alterar o paradigma de tratamento de adições.

A metodologia que hoje ainda é usada é "dos anos 50, 60 e 70" do século XX, levando a mais recaídas, desvalorização de possíveis doenças psiquiátricas de base e a um tratamento focado no fim do consumo, sublinhou.

Para Célia Franco, o trabalho do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) foi "brilhante durante o século passado, mas atualmente está desatualizado". Defende, por isso, a remodelação da abordagem e a integração das adições nos serviços de psiquiatria.

Se se mantiver o atual modelo, alerta, vai-se continuar a "tratar doentes para sistematicamente recaírem, serem reinternados e voltarem ao ponto zero".

"No século passado, acreditava-se que as pessoas consumiam substâncias por alteração de comportamento. Com todos os trabalhos científicos realizados, começou-se a perceber que o nosso cérebro tem recetores para a canábis, cocaína ou heroína, e existem porque há substâncias no cérebro semelhantes a essas usadas para abuso e que são fundamentais para o equilíbrio do ser humano", explanou.

Partindo desse pressuposto, "percebeu-se que as pessoas que ficam dependentes de substâncias são pessoas em que esses circuitos neurobiológicos não funcionam adequadamente", referiu Célia Franco, uma das coordenadoras do livro "Doença Psiquiátrica e Adição", que reúne testemunhos de vários profissionais e especialistas nacionais e estrangeiros sobre esta problemática.

Antes, "pensava-se que o indivíduo era saudável antes de consumir", mas hoje sabe-se que, face a fatores biológicos, familiares ou de personalidade, as pessoas podem ter "maior ou menor vulnerabilidade" para ficarem dependente de uma substância.

O problema, sublinha, é que atualmente o tratamento está focado apenas na interrupção do consumo, sem atender ao porquê de "o indivíduo ter adoecido" e às possíveis situações "em que há fragilidade".

"Temos que perceber o que aconteceu para não conseguirem largar a substância. Isto não está dependente da vontade do indivíduo. Se estivesse, todos os doentes que tenho já tinham parado de consumir", frisou Célia Franco.

Com o atual paradigma, o que acaba por interessar "é se o indivíduo bebe ou não. Se não bebe, está bem, mas não interessa se não dorme, se chora a toda a hora, se se irrita com as pessoas", constata a especialista.

A médica psiquiatra dá o exemplo de um utente, viciado em heroína, que assim que retiraram a metadona teve "um episódio psicótico gravíssimo. Se o indivíduo tem uma dependência em opioides, é porque precisa de opioides e, uma vez estabilizado, este é um medicamento que ele tem de fazer toda a vida, como um diabético faz com a insulina", afirmou.

O livro foi apresentado hoje no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, tendo contado com a presença de Álvaro de Carvalho, diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, que apoiou a edição da obra.

O tema do livro e as preocupações nele espelhadas voltam a ser alvo de debate no 6.º Congresso Internacional de Patologia Dual e Aditiva, que decorre em Lisboa, entre 01 e 03 de junho.

Sociedade Portuguesa de Oftalmologia associa-se a iniciativa do Ministério da Saúde
Mais de mais de 5 mil crianças nascidas em 2014 vão integrar um projeto piloto do Ministério da Saúde que visa alargar cuidados...

Este rastreio de saúde visual infantil, de base populacional, deve observar todas as crianças no semestre em que completam dois anos de idade. Um segundo rastreio, a complementar o efetuado aos dois anos, deverá ser feito a todas as crianças entre os quatro e os cinco anos de idade. Este segundo rastreio tem como objetivo detetar novos casos de crianças com ambliopia ou em risco de a desenvolver. As crianças com rastreio positivo são rapidamente referenciadas para uma consulta de oftalmologia no Serviço Nacional de Saúde.

A Direção da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) explica que “este é um projeto que resulta da vontade do Ministério da Saúde em fortalecer a saúde visual em articulação com os cuidados primários do SNS”, projeto que a SPO acompanhou e para o qual contribuiu defendendo designadamente um rastreio nacional de fatores de risco implicados na ambliopia.

Pedro Menéres, Médico Oftalmologista da Direção da Sociedade tem a expectativa, que “após a validação do estudo piloto que envolve mais de 5000 crianças do grande Porto, o programa de rastreio nas crianças possa ser alargado a todo Portugal já em 2017 com o objetivo de eliminar a ambliopia no nosso país. “A ambliopia é vulgarmente conhecida como olho preguiçoso e apenas tem tratamento nos primeiros anos de vida”.

Vão ainda avançar, também de modo inicial na região Norte, os primeiros rastreios da degenerescência macular da idade (DMI), que deve abranger todos os utentes do SNS selecionados para o rastreio primário da retinopatia diabética.

Estudo
Pelo menos uma em cada dez pessoas que sofrem uma fratura no fémur morre no ano seguinte ao acidente, segundo uma investigação...

A apresentar no XVIII Congresso de Reumatologia, que decorre em Vilamoura, este estudo analisou os doentes admitidos ao longo do ano de 2015 no Hospital Garcia de Orta, recorrendo aos registos clínicos para fazer uma avaliação.

De acordo com dados parciais, são entre 10% a 20% os doentes que sofrem uma fatura no fémur, que é considerada a principal consequência de quem sofre de osteoporose, a morrer no ano seguinte ao episódio.

Os fatores que surgem associados àquela taxa de mortalidade são a idade avançada, a falta de diagnóstico da doença antes da fratura e a ausência de tratamento para a osteoporose.

Especialistas envolvidos no estudo salientam que as fraturas recorrentes aumentam o risco de vida dos doentes e reforçam que o diagnóstico e tratamento devem ser eficazes e iniciados o mais cedo possível.

Perto de 70% do total de doentes - dos 348 estudados - sofriam de uma ou duas patologias, sendo a hipertensão o problema mais reportado. As fraturas mais frequentes, em 60% das situações, envolveram a região do colo do fémur.

Apenas cerca de cinco por cento dos doentes com fraturas não necessitaram de cirurgia, cerca de um terço precisou de uma cirurgia de substituição articular e em 60% dos casos houve submissão a uma osteossíntese (junção dos fragmentos ósseos com ajuda de parafusos ou placas).

Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
Os pólenes vão estar em níveis muito elevados nas regiões do Alentejo e do Algarve a partir de sexta-feira e durante uma semana...

Segundo a SPAIC, a previsão para a semana de 6 a 12 de maio indica que em Évora (região do Alentejo) os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, em particular devido aos pólenes das árvores sobreiro e oliveira e das ervas urtigas, azeda, tanchagem e gramíneas.

Também em Portimão (região do Algarve), os pólenes vão estar em níveis elevados, predominando no ar os pólenes de oliveira, sobreiro, e carvalhos e das ervas gramíneas, tanchagem, urtiga e quenopódio.

No resto do país os níveis de pólenes vão estar em níveis moderados, sendo que na região de Lisboa e Setúbal predominam os pólenes das árvores oliveira, sobreiro e outros carvalhos e das ervas gramíneas, urtiga e parietária.

Para o Norte, a região de Trás-Os-Montes e Alto Douro vão ter níveis moderados de pólenes, sobretudo de pinheiro, carvalhos, bétula e oliveira e das ervas gramíneas, azeda, parietária e tanchagem.

No Porto (região de Entre Douro e Minho), os pólenes predominantes são os das árvores carvalho, pinheiro e bétula e da erva urtiga.

Em Castelo Branco (região da Beira Interior) e Coimbra (Beira Litoral) predominam os pólenes do carvalho, oliveira e bétula e das ervas urtiga, azeda, gramíneas, tanchagem e parietária.

No arquipélago dos Açores, os pólenes estão igualmente em níveis moderados, com destaque para os dos pinheiros, carvalhos e bétula e os das ervas urtiga e parietária.

Já na Madeira, os pólenes atingem níveis baixos, predominando os das árvores pinheiro, cipreste e bétula e das ervas urtiga e parietária.

Dia Mundial da Higiene das Mãos
Hoje celebra-se o dia Mundial da Higiene das Mãos, um dia instituído em 2005 e que conta já com a pa

Pode parecer um gesto banal, que vamos repetindo ao longo do dia, mas lavar as mãos é a forma mais básica, barata e eficiente de controlar infeções.

Na realidade, o simples ato de lavarmos as mãos reduz em 40 por cento a incidência de infeções responsáveis por diarreias, gripe, doenças de pele e erupções, dores de garganta, entre outras afeções.

Por isso, e pela importância que este ato representa também no meio hospitalar, foi instituído, pela Organização Mundial de Saúde, este dia.

De acordo com Didier Pittet, diretor do Programa de Controlo de Infeções, do Hospital Universitário de Genebra, “todos os anos estas infeções afetam centenas de milhões de doentes em todo o mundo”.

“Através da higienização das mãos, os prestadores de cuidados de saúde podem ajudar na prevenção destas doenças e contribuir para a redução do seu impacto a nível global”, acrescenta.

O contato é a via de transmissão mais comum de germes através das mãos, e embora a maioria dos germes seja inofensiva, outros há que não o são. É, por isso, importante que se proteja e que proteja quem o rodeia.

E porque as boas práticas se devem incutir cedo, é de igual importância que as crianças também conheçam os benefícios e importância da lavagem correta das mãos.

Ensiná-los, desde sempre, que este gesto deve fazer parte da nossa rotina é meio caminho andado para as manter longe de alguns riscos.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a correta higienização das mãos deve demorar entre 40 e 60 segundos. O mesmo que demora a cantar “parabéns a você” duas vezes seguidas.

Um procedimento que, tal como explica a Associação Nacional de Controlo da Infeção, deve realizar sempre:

  • Antes de comer ou manusear alimentos
  • Após ter utilizado a casa de banho
  • Após tossir, espirrar ou assoar o nariz
  • Após tocar em animais ou seus dejetos
  • Após manusear resíduos
  • Após mudar fraldas
  • Antes e após tocar em doentes ou feridas
  • Antes e após ir de visita a uma enfermaria

Como lavar corretamente as mãos

  1. Molhe as mãos
  2. Aplique na palma da mão a quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos
  3. Ensaboe as palmas das mãos, friccionando entre si
  4. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos. Repita o procedimento no lado oposto
  5. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais
  6. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento “vai-vem”
  7. Esfregue o polegar esquerdo com a ajuda da palma da mão direita utilizando um movimento circular. Repita no lado oposto
  8. Friccione as polpas digitais e unhas contra a palma da mão fazendo um movimento circular
  9. Enxague bem as mãos com água
  10. Seque as mãos com uma toalha (de preferência papel descartável)
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) constatou que a bactéria usada para tentar reduzir a propagação da febre de...

Luciano Moreira, líder do projeto “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”, citado pela Agência Brasil, referiu que a nova experiência de laboratório mostrou que os mosquitos infetados com a bactéria 'Wolbachia' não têm capacidade para transmitir o Zika.

"Mostramos isso fazendo a seguinte experiência: tínhamos mosquitos que estavam infetados [com Zika], divididos em dois grupos: com 'Wolbachia' e sem 'Wolbachia'. Depois de duas semanas, coletámos a saliva dos mosquitos dos dois grupos e a injetámos em mosquitos sadios, que nunca haviam visto o vírus [Zika]", explicou.

O investigador acrescentou que "quando a saliva tem origem nos mosquitos com 'Wolbachia', não se consegue fazer uma infeção nos mosquitos [sadios]", o que mostra "que a 'Wolbachia' bloqueou a transmissão do vírus".

Desde 2014 que a Fiocruz estuda os chamados "mosquitos do bem" como um meio natural de controlo da febre de dengue.

Os pesquisadores defendem que essa é uma alternativa natural, segura e autossustentável para o combate da dengue, Zika e chikungunya, diversos tipos de febres hemorrágicas.

O Brasil registou 91.387 casos prováveis de Zika em 2016, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no passado dia 26 de abril.

Desde 2007 que a infeção com o vírus Zika já foi registada em 39 países do mundo.

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