Terapias não convencionais
A utilização simbiótica de terapias não convencionais e convencionais é um campo promissor de invest

O Cancro, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é a principal causa de morte nos países desenvolvidos e a segunda principal causa de morte nos países em vias de desenvolvimento (WHO, 2008).

Na União Europeia, a previsão realizada pela International Agency for Research on Cancer (IARC), e tendo como base apenas o envelhecimento populacional, determina um aumento dos novos casos de cancro em 13,7%. As previsões para Portugal são semelhantes e apontam para um acréscimo de 12,6% (DGS, 2013).

Em 2030 a estimativa da carga global do cancro é de aproximadamente 21.4 milhões de novos casos diagnosticados e 13.2 milhões de mortes, o que traduz um aumento de 69% e 72%, respetivamente, em 22 anos (WHO-IARC, 2010).

A DGS (Direção-Geral da Saúde, 2013) alerta para o crescimento muito significativo, em todas as Administrações Regionais de Saúde (ARS), do consumo de medicamentos usados no tratamento e sintomatologia do cancro. Segundo Araújo et al (2009) os dados relativos a gastos diretos com o tratamento do cancro em Portugal referente a 2006 rondavam os 1.320 milhões de € e que demonstram que os custos indiretos podem representar cerca de 70%-85% dos custos totais do cancro, sendo que 32% da despesa total do tratamento do cancro esteja relacionada com prescrição de medicamentos. Como custos indiretos se refletem as implicações dos tratamentos diretos como sejam efeitos secundários dos tratamentos; náuseas, vómitos, incapacidades, dor oncológica; implicações emocionais, sociais e psicológicas decorrentes da situação clinica, assim como outros dilemas que os doentes são confrontados a enfrentar perante o facto de padecerem de um cancro.

Esta informação é importante para definir prioridades na prevenção, gestão e tratamento do cancro (Roreno, 2013). Uma vez que se reconhecesse as implicações que estas patologias provocam no individuo, família e comunidade (Costa, 2010), é imprescindível que se desenvolvam estratégias ao nível do processo de cuidar.

Este facto tem contribuído para que a preocupação com a qualidade de vida do doente seja uma premissa a ser respeitada e garantida. Neste sentido a melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados ao doente oncológico, saber científico e da profissão tem sido uma das preocupações da prática de enfermagem nos últimos anos (Silva & Moreira, 2010).

Atualmente tem surgido na área da saúde a vertente integrativa ou complementar que visa a utilização simbiótica de terapias não convencionais com as convencionais no tratamento de cancro, visando como objetivo final melhorar a qualidade de vida do doente, através da redução de sintomatologia secundária aos tratamentos convencionais disponíveis. Nos estados Unidos da América existe já desde 2000 um ramo da Medicina Integrativa que usa terapias alternativas e complementares baseadas em evidências de forma integrada com a medicina convencional (Siegel & Barros, 2013).

Acupuntura como ferramenta coadjuvante de amenização de sintomas
Acupuntura é definida no artigo 2 da portaria n.º 207-F/2014 de 8 de Outubro do Diário da Republica como sendo uma a terapêutica que utiliza métodos de diagnóstico, prescrição e tratamentos próprios assentes em axiomas e teorias da acupuntura, utilizando a rede dos meridianos, pontos de acupuntura e zonas reflexológicas do organismo humano, com o fim de prevenir e tratar as desarmonias energéticas, físicas e psíquicas.

A associação simbiótica entre as terapias não convencionais, como a acupuntura e as terapias convencionais para tratamento oncológico tem sido objeto de vários estudos. A utilização desta terapia não convencional, tem sido utilizada para aliviar sintomatologia adversa como sejam as náuseas, vómitos, dor oncológica, anorexia, desidratação, alterações metabólicas, eletrolíticas, aumento dos quadros de ansiedade e depressão, xerostomia, fotofobia, insónia (Tonezzer, Tagliaferro, Cocco & Marx, 2012; Chien, Liu & Hsu, 2013).

Chien, Liu & Hsu (2013) defendem que a área da acupuntura oncológica tem-se tornado uma área de investigação promissora, porque os doentes oncológicos, tem procurado a acupuntura para controlo de sintomatologia.

Os efeitos da acupuntura têm sido explicados através de teorias associadas a processos de modulação neuronal, endócrinos e imunológicos (O'Regan & Filshie, 2010; Chien, Liu & Hsu, 2013) sugere-se que a acupuntura faz modelação neurológica controlando assim os efeitos adversos das terapêuticas oncológicas.

Kuwajima (2009) observou que 51,2 % dos doentes oncológicos, estudados, utilizavam alguma terapia não convencional e que aproximadamente 9% dos pacientes com cancro utilizam a Acupuntura. Dos que utilizam a Acupuntura, aproximadamente 71% procuraram esta terapia após o diagnóstico e que a utilizavam em concomitância com os tratamentos convencionais.

Em 1996 a OMS elaborou um relatório sobre as aplicações da acupuntura na saúde, segundo este relatório a acupuntura não possui estudos que comprovem eficácia no tratamento do cancro, mas possui ação ao nível da amenização de sintomas de reações adversas da quimioterapia, radioterapia; dor oncológica e leucocitose (WHO, 2002).

BIBLIOGRAFIA:

  • Araújo, A., & et al. (2009). Custo do Tratamento do Cancro em Portugal. Acta Med Port, pp. 525-536.
  • Chien, T., Liu, C., & Hsu, C. (2013). Integrating acupunture into cancer care. 234.
  • Costa, R. (2010). Luta Contra o cancro e oncologia em Portugal. Estruturação e normalização de uma área científica (1839-1974). Tese de Doutoramento, Universidade do Porto. Faculdade de Letras. Departamento História e de Estudos politicos e Internacionais.
  • DGS, D. (2013). PORTUGAL: doenças oncológicas em números-2013. Lisboa: DGS.
  • Kuwajima, S. (2009). A Acupuntura na Oncologia. UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES.
  • Ministério da Saúde e da Educação. (8 de Outubro de 8 de Outubro de 2014). 1.ª série — N.º 194. Portaria n.º 207-F/2014. Diário da Républica.
  • O´Regan, D., & Filshie, J. (2010). Acupunture and cancer. Autonomic neurosciènce.
  • RORENO, R. (Dezembro de 2013). Projecções de incidência de cancro região Norte 2013, 2015, 2020. (I. P. E.P.E., Ed.)
  • Siegel, P., & Barros, N. (2013). Por que as Pesquisas em Oncologia Integrativa são Importantes? Revista Brasileira de Cancerologia, 249-253.
  • Silva, M., & Moreira, M. (2010). Desafios à sistematização da assistência de enfermagem em cuidados paliativos oncológicos: uma perspectiva da complexidade. Rev. Electr. Enf. [Internet], 483-490.
  • Tonezzer, T., Tagliaferro, J., Cocco, M., & Marx, A. (2012). Uso da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea Aplicado ao Ponto de Acupuntura PC6 para a Redução dos Sintomas de Náusea e Vômitos Associados à Quimioterapia Antineoplásica. Revista Brasileira de Cancerologia, 7-14.
  • WHO, W. (2008). The Global Burden of Disease:2004. WHO.
  • WHO, W. I. (2010). Globocan 2008: Cancer Incidence, Mortality and Prevalence Worldwide. (WHO-IARC, Ed.) Obtido em 14 de Dezembro de 2014, de http://globocan.iarc.fr
  • World Health Organization. (2002). Acupuncture : review and analysis of reports on controlled clinical trials - See more at: http://apps.who.int/iris/handle/10665/42414#sthash.S2Tx18v0.dpuf. Obtido em 16 de dezembro de 2014, de http://www.who.int/iris/handle/10665/42414#sthash.S2Tx18v0.dpuf


Cristina Raquel Batista Costeira- Enfermeira no IPOCFG, E.P.E. - Cirurgia Internamento


Nelson Jacinto Pais- Enfermeiro Graduado no IPOCFG, E.P.E. - Unidade de Dor

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Editado pela ESEnfC
Publicação lançada na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra reúne trabalhos produzidos durante os últimos cinco anos e...

Acaba de ser lançado, pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), um livro que reúne os resumos alargados de 100 dissertações de mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica defendidas, em cinco anos, na instituição.

“5 anos, 100 dissertações - Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica” é o título desta publicação, onde estão coligidas investigações sobre o trabalho de Enfermagem em contexto de urgência e emergência pré-hospitalar e hospitalar (“pessoa em situação crítica”), sobre os processos de cuidar associados à doença oncológica avançada e à situação de morte, bem como sobre a intervenção do enfermeiro no âmbito do ato cirúrgico (“pessoa com doença aguda e crónica”).

Durante os últimos cinco anos, os alunos de mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na ESEnfC também realizaram estudos relacionados com segurança e cultura de segurança em contextos específicos, como o bloco operatório e as unidades de cuidados intensivos, mas também associadas à execução de procedimentos.

O estudo do erro e dos eventos adversos e, ainda, a prevenção da infeção associada aos ambientes e às práticas na prestação de cuidados são outros temas das dissertações incluídas nesta publicação, que ultrapassa as 500 páginas e que beneficia da coordenação editorial da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, da ESEnfC.

Pretende-se que os conteúdos desta obra, que vem dar um impulso à investigação de natureza aplicada no âmbito específico de Enfermagem Médico-Cirúrgica, sejam um contributo para diferentes atores: os já mestres em Enfermagem Médico-Cirúrgica e os respetivos orientadores, os atuais estudantes e os enfermeiros em geral, que dela podem retirar ilações, implicações e sugestões para a prática clínica e para projetos de investigação.

Na apresentação do livro, na última sexta-feira, estiveram, além de algumas dezenas dos enfermeiros coautores e dos respetivos professores, a Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, o coordenador da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem Médico-Cirúrgica, José Carlos Martins, e a coordenadora do mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, Maria Isabel Fernandes, assim como outros responsáveis da Escola de Coimbra.

No aeroporto de Lisboa
Uma campanha contra a mutilação genital feminina está a decorrer no aeroporto de Lisboa junto dos viajantes para países onde...

“Escolhemos o dia de hoje porque há um voo para a Guiné-Bissau e nós achamos importante estar no momento de uma saída para a Guiné, uma vez que é um dos países em que a comunidade que vive em Portugal está referenciada como uma em que existe esta prática [excisão genital feminina], apesar de não ser realizada dentro de Portugal”, disse a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino.

De acordo com a secretária de Estado, um grupo de organizações não-governamentais e entidades do Estado estão no aeroporto desde às 06:30 horas de hoje, a acompanhar os embarques desta manhã.

“A campanha vai estar aqui no aeroporto de Lisboa todo o período das férias da Páscoa, sendo que numa primeira fase haverá a distribuição de folhetos durante 10 dias (de 18 a 28 de março)”, referiu.

“Na última semana de férias, será mantida a distribuição de folhetos, mas o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) também irá aplicar inquéritos à chegada das pessoas da Guiné-Bissau, porque o nosso objetivo é de dissuasão da prática”, acrescentou Catarina Marcelino.

A secretária de Estado explicou que a campanha foi lançada na sexta-feira, junto dos embarques para os países que tem a prática ou que são de trânsito para outros onde existe esta prática da excisão genital feminina.

“Estamos a fazê-lo porque sabemos que na época da Páscoa é habitual as pessoas deslocarem-se aos países de origem e por razões culturais é uma época que há muitos rituais de prática de mutilação genital feminina”, afirmou.

“Por isso, achamos importante lançar a campanha nesse momento, uma campanha informativa que explica, quer do ponto de vista legal a questão do crime, porque é crime em Portugal - praticado dentro ou fora do país, e também as questões ligadas aos direitos humanos e à saúde das meninas e das mulheres”, sublinhou.

Estão a participar da ação também o alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado, representantes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, organizações não-governamentais da área e a atriz Cláudia Semedo.

Portugal registava, até ao final do ano passado, 99 casos de mulheres com mutilação genital feminina (MGF), cerca de metade das quais realizadas na Guiné-Bissau, segundo a Direção-Geral da Saúde.

"Nenhum dos casos registados foi realizado em Portugal ou durante a estada em Portugal. Cerca de metade foi realizado na Guiné-Bissau, seguindo-se a Guiné Conacri e outros países, todos eles africanos", disse Lisa Vicente, da DGS, numa entrevista realizada em fevereiro.

As idades das mulheres submetidas a MGF "variam bastante (...) há registos entre um ano e mais de 20", de acordo com a responsável da DGS.

O último relatório do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF), apresentado na quinta-feira, indica que pelo menos 200 milhões de raparigas e mulheres foram vítimas de MGF em 30 países.

Por ano
Os hospitais de São José, Santa Marta e Capuchos, em Lisboa, pagam anualmente 5,8 ME por ocuparem os edifícios que o Ministério...

O Hospital de São José foi alienado por 39,9 milhões de euros, o de Santa Marta por 17,8 milhões de euros e o dos Capuchos por 28,6 milhões de euros, todos em 2009.

Conforme disse « uma fonte do Ministério da Saúde, em 2014, os contratos-promessa de compra e venda previam a ocupação dos edifícios, sem o pagamento de qualquer compensação, até 31 de dezembro de 2010.

“Se o edifício continuasse ocupado sem ter sido celebrado contrato de arrendamento, o Estado obrigava-se a pagar à Estamo uma indemnização mensal correspondente a 6,5 por cento, sobre 12 meses, calculada sobre o preço do imóvel, atualizado anualmente, de acordo com o índice de preços no consumidor estabelecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), até à sua entrega, livre e devoluto”.

As indemnizações compensatórias devidas pela não desocupação dos imóveis já foram apuradas e são de 100.450 euros por mês, no caso do Hospital de Santa Marta, de 224.865 euros mensais pelo Hospital de São José e de 161.415 euros por mês da parte do Hospital de Santo António dos Capuchos, segundo fonte do gabinete do ministro da Saúde.

Está igualmente prevista uma compensação de 128 mil euros mensais da parte do Hospital Curry Cabral, que também já foi vendido à Estamo, mas este não está para já a efetuar qualquer pagamento, pois isso mesmo foi acordado com a Estamo.

Nos EUA
A Administração de Alimentos e Medicamentos norte-americana anunciou que vai passar a ser obrigatório incluir nas etiquetas de...

A dependência crescente dos norte-americanos de analgésicos opiáceos como o OxyContin ou o Vicodin é a razão pela qual muitos cidadãos são viciados em heroína, que pode ser comprada muito mais barata nas ruas.

A partir de agora, as embalagens de mais de 200 tipos de analgésicos (de ação rápida) devem conter "um aviso sobre os riscos graves de mau uso, abuso, dependência, overdose e morte", entre outras mudanças de rotulagem para “informar as pessoas sobre os riscos destes medicamentos”, disse a Administração de Alimentos e Medicamentos norte-americana em comunicado.

Os analgésicos opiáceos e a heroína “estiveram envolvidos” em mais de 28.000 mortes nos Estados Unidos em 2014, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em inglês.

Atualmente, morrem mais norte-americanos devido ao uso (abuso) de drogas do que em acidentes de viação, segundo dados avançados pela Casa Branca.

Até ao início do Verão
A Santa Casa da Misericórdia do Porto vai lançar um projeto de hipoterapia para os utentes do Centro Hospitalar Conde Ferreira,...

O anúncio do projeto, previsto para quarta-feira, é feito no âmbito das comemorações do 133º aniversário daquela instituição do Porto e desenvolve-se em parceria com o Pony Club do Porto, ficando o centro instalado no Centro Hospitalar Conde Ferreira (CHCF) e "prevendo-se que fique pronto até ao final do ano", disse uma fonte da Santa Casa.

"O projeto irá servir os utentes do Centro Hospitalar Conde Ferreira que já frequentam este tipo de terapias e muitos outros, aos quais a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) e o Pony Club pretendem chegar, oferecendo assim uma resposta inovadora às pessoas que enfrentam dificuldades relacionadas com a saúde mental", acrescentou.

Ainda segundo a mesma fonte, a iniciativa visa "a integração social através da prática desportiva e da terapia, nomeadamente da reabilitação física e sensorial dos seus praticantes", e decorre da "estratégia que tem vindo a ser seguida pela Misericórdia do Porto, na área da saúde mental e não só, e que já começou a ser implementada há algum tempo".

A Santa Casa recorda "a inauguração há um ano, no CHCF, do Parque Avides Moreira com as hortas terapêuticas e biológicas". "Estamos a dar novas respostas aos doentes de Alzheimer e este ano esperamos construir o Centro de Hipoterapia e ainda a sede da ELA, destinada aos doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica", explicou a fonte.

A cerimónia comemorativa, no Salão Nobre do edifício, inclui ainda a apresentação e lançamento do livro "Ninja Hero Dogma Boy - A Batalha Final", do autor e utente Hugo Campos e a inauguração das novas instalações das consultas externas, concluindo-se no dia 31 deste mês com a conferência "Desafio da Psiquiatria para o futuro", a cargo do professor José Miguel Caldas de Almeida, da Universidade de Ciências Médicas de Lisboa.

Hospitais de Coimbra dizem
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra considerou que a criação dos centros...

Para Martins Nunes, que falava na cerimónia de apresentação dos 14 centros de referência do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), os portugueses, agora, "ficam detentores da identificação dos hospitais que se apresentam como aqueles nos quais cada patologia específica é tratada com melhores resultados".

"Os 14 centros de referência que nos foram atribuídos significam que somos o hospital do país com maior número de centros de referência e isso dá-nos uma vontade enorme de continuar e de fazermos tudo pelo melhor", referiu o administrador, numa sessão que contou também com a presença do presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Salientando que os centros aprovados foram praticamente todos aqueles que concorreram, Martins Nunes sublinhou os centros de referência em transplantes de coração, onco-oftalmologia e transplantação hepática pediátrica, únicos em Portugal.

A estes, juntam-se os centros de referência em cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, cancro do esófago, cancro do testículo, cancro do reto, sarcomas das partes moles e ósseos, cancro hepatobilio/pancreático, oncologia pediátrica e transplante rim adultos.

"A constituição dos centros de referência é a assunção em Portugal da decisão de fazer convergir o SNS para a adoção das melhores práticas organizacionais europeias", frisou o responsável, adiantando que dentro de 15 dias o CHUC estará presente em Bruxelas numa reunião para preparar a integração dos centros de referência nos congéneres europeus.

Os hospitais com centros de referência vão ter um financiamento superior ao das instituições que não obtiveram esta classificação, uma forma de o governo apoiar, "no plano material", este reconhecimento, anunciou no dia 11 o ministro da Saúde.

"Haverá uma discriminação positiva, ou seja, os hospitais que têm centros de referência terão um pagamento diferenciado em relação aos que não têm. É um incentivo de ordem financeira, que complementa o incentivo técnico e científico do reconhecimento", disse Adalberto Campos Fernandes.

Das 184 candidaturas que chegaram à Comissão para o Reconhecimento de Centros de Referência, presidida por João Lobo Antunes, foram reconhecidos 82 centros de referência, em 19 áreas clínicas.

Associação de Jovens Diabéticos de Portugal
“AJDP nas Escolas” levou sessões de esclarecimento sobre diabetes a mais de 2300 jovens, desde 2011. Criado pela Associação de...

Em 2015, as 7 sessões de esclarecimento sobre diabetes realizadas pela Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), na região centro e na região de Lisboa e Vale do Tejo, contaram com a participação de cerca de 270 pessoas, sendo na sua maioria Jovens do Ensino Básico e Secundário. Este ano o projeto já voltou a arrancar: desde Janeiro de 2016 foram realizadas sessões de esclarecimento em 5 Escolas e foi organizada uma Formação de Voluntariados “AJDP nas Escolas” em Lisboa.

Carlos Neves, Vice-Presidente da AJDP, acredita que “este projeto tem muito potencial e pode chegar a muito mais pessoas, até porque os pedidos por parte das escolas estão a aumentar. Assim, torna-se essencial conseguirmos mais voluntários com disponibilidade para receber formação e mais apoios financeiros, para conseguirmos que o projeto continue a crescer e educar cada vez mais jovens.” Além das sessões de esclarecimento, é também objetivo do projeto, para o presente ano, a realização de uma Formação de Voluntários na região Norte do país, assim como o estabelecimento de parcerias com Câmaras Municipais, Centros de Saúde e outras Associações.

O projeto “AJDP nas escolas” começou em 2009 com o desenvolvimento de sessões de esclarecimento a partir de uma rede de voluntários que se deslocam a instituições e a escolas para desmistificar a diabetes e debater temáticas como os hábitos das pessoas com diabetes, o diagnóstico da doença tipo I e tipo II, a importância de uma alimentação saudável e do exercício físico. Jenifer Duarte, voluntária no projeto “AJDP nas escolas” e nutricionista da AJDP, refere que “estas sessões permitem que os jovens com diabetes não se sintam incapacitados pela doença e ajudam a comunidade das escolas a aprender a lidar com esta condição”.

Dia Mundial da Água
Falta de energia, de concentração ou menor resistência muscular podem ser consequências da acidifica

O valor de acidez ou alcalinidade de um alimento ou líquido é definido pelo seu pH, que pode variar entre 1 (para o máximo de acidez) e 14 (o valor máximo de alcalinidade).

Para se manter vivo, o organismo humano tem de ser capaz de manter constante o valor do pH sanguíneo que se situa em 7.365 – um valor ligeiramente alcalino, tendo em conta que o valor ácido-base é 7 (o pH neutro).

Na realidade, o pH do nosso corpo funciona como regulador de todas as funções do organismo.

Nos processos metabólicos celulares normais são produzidos ácidos que são eliminados para o espaço entre as células, nos tecidos (o chamado espaço intercelular). Daqui passam para a corrente sanguínea que, rapidamente, os expulsa do organismo, essencialmente, através da urina.

Sabe-se que uma alimentação rica em alimentos alcalinos ajuda o organismo, em todo este processo, uma vez que contribui para a regulação do pH sanguíneo.

Por oposição, os alimentos processados, o meio ambiente, bem como o processo normal de envelhecimento contribuem para que o organismo acumule bastantes compostos ácidos.

Para os eliminar, o nosso organismo está constantemente a trabalhar, podendo dar origem a uma sobrecarga.

Quando tal acontece, pode dizer-se que o organismo está em sofrimento. As células têm dificuldade em desempenhas as suas funções. Mas não só!

Vários especialistas referem que um organismo demasiado ácido tem, como consequência, um desempenho físico e mental deficiente.

Para além de falta energia ou menor resistência muscular, também o aumento de peso, dores musculares e articulares ou doenças degenerativas e oncológicas lhe parece estar associadas.

A verdade é que, quando a quantidade de ácidos produzidos no nosso organismo se torna demasiado elevada, são ativados vários mecanismos de compensação. Uma vez que o cálcio é um mineral com capacidade de alcalinizar o sangue, a forma mais eficiente de proceder a esta compensação é ir buscá-lo aos ossos. A osteoporose é uma das consequências.

De acordo com vários nutricionistas e naturopatas, a ingestão de água alcalina é uma forma de compensar a acidificação do organismo, ajudando a recuperar a vitalidade orgânica e a sensação de bem-estar.

É que um ambiente alcalino é menos propício à inflamação, o que pode reduzir as probabilidades de se vir a sofrer de doenças inflamatórias ou degenerativas, por exemplo.

Sendo uma excelente fonte de antioxidantes ajuda ainda a retardar os sinais do envelhecimento e a hidratar e rejuvenescer a pele.

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Estudo
Investigadores de Coimbra concluíram que a lesão mais frequentemente provocada pela quimioterapia no tecido hepático é...

A descoberta surgiu no âmbito do primeiro estudo clínico realizado em Portugal sobre “as consequências da quimioterapia sobre o fígado dos doentes com metástases de cancro colorretal e o seu impacto sobre as complicações pós-operatórias”, anunciou a Universidade de Coimbra (UC).

A investigação, que vai continuar a ser desenvolvida, pretende detetar o motivo pelo qual a quimioterapia causa lesões no fígado de doentes com metástases de cancro colorretal (que é “um dos tumores com maior incidência em Portugal”), impedindo o sucesso da cirurgia hepática, a razão pela qual a quimioterapia é responsável pela principal lesão e qual é o padrão de incidência das lesões.

As metástases são “uma das principais causas de morte por cancro do cólon, surgindo em cerca de 60% dos casos, sendo que o fígado é um dos órgãos mais afetados pela disseminação (metastização) deste tipo de tumor”, sublinha a UC, numa nota hoje divulgada.

“A cura pode passar pela ressecção cirúrgica, ou seja, pela remoção de parte do órgão”, mas “só 20% dos pacientes são candidatos a cirurgia desde o início”.

Os restantes doentes têm de efetuar quimioterapia, criando “o grande problema”.

Se, por um lado, “a quimioterapia aumenta bastante a possibilidade de cirurgia”, por outro pode causar “lesões graves no tecido hepático, desencadeando um conjunto de complicações pós-operatórias”, como insuficiência hepática, refere a UC.

A equipa de investigadores da UC “verificou que a lesão mais frequentemente provocada pela quimioterapia no tecido hepático, síndrome de obstrução sinusoidal (SOS), é responsável pelo aumento do risco de complicações pós-operatórias, impedindo a regeneração do fígado”, embora nem todos os doentes tenham desenvolvido a lesão, explica o coordenador do estudo, Henrique Alexandrino.

A chave para resolver o problema “poderá estar na mitocôndria, organelo celular responsável pela produção de energia”, acrescenta o cirurgião e investigador da Faculdade e Medicina da UC.

“As mitocôndrias são fundamentais para a regeneração do fígado, mas podem estar a ser prejudicadas pela lesão do tipo SOS, impedindo assim a adequada recuperação do fígado e do doente”, sublinha Henrique Alexandrino.

Perceber como a lesão SOS condiciona a função das mitocôndrias é o próximo passo da investigação, estando já em curso experiências em modelos animais, no Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

Os resultados obtidos noutros estudos clínicos “são muito promissores”, salienta Henrique Alexandrino.

“Além de revelarem a importância das mitocôndrias na regeneração do fígado, abrem caminho não só para o desenvolvimento de novos fármacos para melhorar a regeneração hepática, como também para o avanço de novas estratégias cirúrgicas, aperfeiçoando técnicas que possibilitem aumentar o número de pacientes candidatos à cirurgia hepática, assegurando uma recuperação eficaz”, acrescenta o investigador.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
O coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra...

"Há possibilidades de expandir ainda um pouco a atividade na nossa unidade, mas isso é o salto qualitativo e quantitativo para outro patamar que falta dar", disse o cirurgião Emanuel Furtado, que há quatro anos retomou o programa de transplantes hepáticos desativado naquela unidade desde 2011.

Desde 2012 que foram realizados mais de 40 transplantes em crianças, numa média de 10 a 12 por ano, e quase 200 em adultos, "resultados perfeitamente comparáveis com aquilo que se faz de bom no mundo", revelou o coordenador da unidade.

Segundo Emanuel Furtado, "os 71 transplantes realizados em 2013 são o exemplo de um esforço enorme e da conjugação de uma série de fatores que contribuíram para que, de uma forma favorável, se conseguisse um número que nunca tinha sido feito".

"Ao longo dos anos há uma variabilidade muito grande nesta atividade de transplantação, porque ela depende de fatores que não controlamos, nomeadamente nas unidades cuja atividade se baseia na utilização de órgãos de dador cadáver", explicou.

Neste momento, disse o cirurgião, a Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) consegue colocar duas equipas a trabalhar ao mesmo tempo, "que é algo que não se conseguia antes e, portanto, é um avanço muito grande".

"Não consegui ainda completamente ter três equipas a funcionar porque se registou a saída de um cirurgião já formado. A equipa voltou atrás em termos de formação, mas felizmente que já tínhamos mais duas cirurgiãs numa fase avançada de formação e temos três pessoas que estão numa fase muito avançada da sua autonomia em termos de transplantação", disse Emanuel Furtado.

O coordenador da unidade frisa que a equipa tem concentrado a sua capacidade toda no atendimento aos doentes e na prossecução dos objetivos puramente assistencial e de formação, mas que tem "um défice na produção científica, investigação, nas instalações, e no atendimento aos doentes, no que diz respeito aos tempos de espera”.

"Aspetos que são extremamente importantes e que de uma maneira geral nos nossos hospitais e na unidade que coordeno não estão suficientemente bem cuidados. O passo seguinte é saltar para esse patamar", referiu o cirurgião, salientando que estes quatro anos serviram para "construir a capacidade de resposta da atividade assistencial para poder dar o salto para outro nível".

A taxa de sobrevivência ao ano nos transplantes chega a estar acima de 90%, embora Emanuel Furtado saliente que "há grupos muito diferentes dentro da transplantação", com taxas de sobrevida diferenciadas consoante a tipificação dos doentes.

"As taxas que são aceitáveis para pediatria são muito diferentes das aceitáveis para adultos. Hoje em dia em pediatria ter sobrevida ao ano inferiores a 92% é inaceitável, enquanto para os adultos não é assim, porque as doenças são muito diferentes e a capacidade de resistir a uma doença e a um procedimento são diferentes", sublinhou.

O presidente do conselho de administração do CHUC considerou o programa de transplantes um caso de sucesso e recordou que "há quatro anos as crianças tinham de ser transplantadas em Espanha, com custos para as famílias, para os doentes e para os contribuintes".

"Os últimos quatro anos foram de muito trabalho dos nossos profissionais, sempre focados em princípios de responsabilidade, de ambição e de competência, que transformaram o CHUC num dos mais importantes centros nacionais, com resultados comparáveis aos melhores centros de transplantação europeus", sublinhou Martins Nunes.

Universidade de Aveiro
A bactéria chama-se "Enterobacter cloacae" e, até agora, era apenas controlada através do uso de antibióticos. Mas a...

Na Universidade de Aveiro (UA) uma equipa de investigadores conseguiu eliminar estas bactérias com recurso à terapia fágica, escreve o Sapo. Inócua para os seres humanos e muito mais barata de aplicar do que os antibacterianos, a terapia utiliza a ação de vírus específicos que destroem apenas as bactérias.

O trabalho abre as portas a um futuro onde as bactérias nefastas para a saúde humana, muitas das quais resistentes a antibióticos, possam ser eliminadas de forma rápida, eficaz e sem efeitos secundários.

"A nossa investigação prova que o Enterobacter cloacae, uma das bactérias mais frequentemente implicadas nas infeções urinárias, pode ser inativada pelos fagos [vírus que destroem somente as bactérias e que são inofensivos para a saúde humana]", explica Adelaide Almeida, investigadora do Laboratório de Microbiologia Aplicada e Ambiental da academia de Aveiro e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA e coordenadora do trabalho publicado no último número da revista Virus Research.

Pelos mesmos mecanismos estudados na UA, com os quais os fagos infetam o Enterobacter cloacae e usam o seu metabolismo para se replicarem até o inativar, também outras bactérias similares, resistentes ou não a antibióticos, causadoras tanto de infeções urinárias como de outro tipo, poderão ser eliminadas através desses vírus isolados especificamente para o efeito.

No futuro, o paciente poderá receber o tratamento fágico por administração epidérmica ou via oral.

"Esta tecnologia, que inativa tanto bactérias resistentes a antibióticos como bactérias não resistentes, pode ser uma alternativa aos antibióticos, nomeadamente quando as bactérias que causam a infeção são resistentes aos antibióticos", aponta a investigadora. E caso as bactérias desenvolvam resistência aos fagos, garante, "é fácil isolar novos fagos no ambiente". Por outro lado, "as bactérias que desenvolvam essa resistência crescem mais lentamente e não são tão patogénicas como as não resistentes".

A elevada eficiência na inativação bacteriana através do recurso a fagos, associada à sua segurança e aos longos períodos de sobrevivência destes vírus, mesmo em amostras de urina utilizadas pelos investigadores, aponta Adelaide Almeida, "abre caminho para estudos mais aprofundados, especialmente in vivo, para controlar infeções do trato urinário e evitar o desenvolvimento de resistências por estirpes de Enterobacter cloacae a nível hospitalar".

Cirurgia de ambulatório
Médicos anestesiologistas de mais de 20 unidades hospitalares criaram uma proposta intitulada "Recomendações para a...

"Esta proposta, destinada a todos os profissionais de saúde envolvidos em programas de cirurgia de ambulatório, decorre do crescente aumento da população idosa e obesa em Portugal que obrigam a cuidados especiais, nomeadamente no que à anestesia diz respeito", explica Vicente Vieira, média anestesiologista e membro da Direção da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA).

"É necessário uma avaliação pré-operatória rigorosa dos doentes e a seleção da técnica anestésica mais segura para cada doente", acrescenta.

"O paciente obeso apresenta frequentemente outras patologias associadas, nomeadamente respiratórias, cardiovasculares e endócrino-metabólicas que exigem cuidados especiais. Por exemplo, estima-se que 70% a 80% destes pacientes tenham síndrome da apneia obstrutiva do sono e que esta ocorrência aumenta a probabilidade de complicações no pós-operatório", refere a especialista.

"Nos idosos é necessária especial atenção ao histórico clínico de doenças cognitivas e é fundamental a avaliação e otimização clínica de um vasto número de outras patologias. Neste grupo o principal objetivo é promover o rápido regresso do idoso ao seu ambiente familiar, através de uma adequada profilaxia das náuseas e vómitos e de uma analgesia eficaz, uma vez que isso implica uma menor disfunção cognitiva e uma mais rápida reabilitação", indica ainda.

Ambulatório representa 60% de toda a atividade cirúrgica
A cirurgia de ambulatório representa atualmente 60% de toda a cirurgia programada em Portugal, devido, em grande parte, à evidência científica de uma baixa taxa de complicações pós-operatórias - como infeções - e um elevado índice de satisfação por parte dos utentes, escreve o Sapo.

O trabalho em questão tem sido desenvolvido desde o último trimestre de 2015 e tem procurando estratégias comuns e consensuais na abordagem peri-operatória destes doentes.

Este grupo conta com o patrocínio científico de várias Sociedades Médicas, nomeadamente da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA), do Clube de Anestesia Regional (CAR) e da Sociedade Portuguesa de Anestesiologia (SPA).

O resultado preliminar da Recomendações foi apresentado no passado dia 11 de março, no Congresso da SPA que decorreu na Figueira da Foz e vai agora ser disponibilizado para consulta e discussão pelos restantes anestesiologistas do país nos sites destas Sociedades Científicas.

Entregue na Assembleia da República
O documento foi entregue na Assembleia da República pela Associação Vegetariana Portuguesa e o Partido PAN - Pessoas, Animais e...

A Associação Vegetariana Portuguesa (AVP) entregou, na Assembleia da República, uma petição pela inclusão de opções vegetarianas nas cantinas públicas tendo sido recolhidas, segundo o Sapo, 15 mil assinaturas.

O PAN que se uniu à AVP nesta iniciativa explicou que a petição surgiu em fevereiro do ano passado por um membro da AVP e que representa a vontade de muitos portugueses que seguem regimes de alimentação que diferem da norma – alimentação ovo lacto-vegetariana ou estritamente vegetal – tal como, da necessidade de resposta a uma realidade que o país precisa de acompanhar.

Das 15 mil assinaturas recolhidas, 12 mil foram validadas e entregues na Assembleia para que a medida possa ser discutida e introduzir, posteriormente, opções vegetarianas nas escolas, universidades e hospitais portugueses.

O PAN deu entrada também, no final de janeiro, de um projeto de lei pela inclusão de opção vegetariana em todas as cantinas públicas.

Dia Mundial da Água
A água da torneira tem qualidade e os consumidores não necessitam de equipamentos purificadores, ao contrário do que as...

"Tem-se verificado nos últimos anos que algumas empresas tentam comercializar purificadores de água recorrendo a uma experiência enganadora e tentando assim convencer os consumidores da necessidade de tratamento adicional da água da torneira", disse Luís Simas.

"Quando existe acesso à rede de distribuição não há necessidade de fazer tratamento à água", alertou o responsável.

O diretor do departamento da Qualidade da Água da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) falava a propósito do Dia Mundial da Água, que hoje se assinala, e que foi escolhido para a apresentação da sua nova imagem institucional.

Os três elementos que constituem o novo logótipo da ERSAR estão associados aos serviços regulados, ou seja, o abastecimento de água, o saneamento de águas residuais e a gestão de resíduos urbanos.

A entidade reguladora tem recebido vários pedidos de esclarecimento da parte dos consumidores sobre a necessidade, ou não, de instalarem equipamentos para tratamento da água da rede de distribuição.

Por isso, vem reforçar a informação de que o indicador de água segura em Portugal é de 98% e "pode ser bebida sem quaisquer adições, de tratamento ou de coisa alguma".

"Acima de tudo, pretendemos informar o consumidor que esses equipamentos não são necessários quando são servidos pela água da rede de distribuição, portanto não têm qualquer necessidade de fazer tratamento adicional", insistiu Luís Simas.

E salientou a necessidade de esclarecer "a forma utilizada para convencer o consumidor que é a realização de uma experiência com um impacto visual muito grande, mas depois utilizada de uma forma errada do ponto de vista técnico".

Assim, "a experiência leva, às vezes, o consumidor a tomar uma decisão que não está fundamentada" e aquilo que "nos preocupa é induzirem o consumidor em erro", acrescentou o diretor do departamento da Qualidade da Água.

A ERSAR salienta mesmo que "estes equipamentos produzem uma água de composição mineral desequilibrada e que em nada ajuda na proteção da saúde humana".

Além dos pedidos de informação dos consumidores, a ERSAR também é contactada por operadores a transmitir que "estas empresas atuam nas suas áreas utilizando o argumento de que a água da rede não tem qualidade adequada e têm um equipamento resolve os problemas todos".

Somente a pequena parte da população que não tem água da rede pública, porque vive em zonas isoladas, deve preocupar-se com a qualidade de água que lhes chega à habitação.

A taxa de cobertura da rede está acima de 95% e "o que é razoável do ponto de vista técnico já foi atingido".

Nestes casos, especificou, os consumidores podem contar com as autoridades de saúde locais, o regulador e o operador que está nesse concelho para ajudarem a estabelecer mecanismos de controlo e tratamento da água.

Governo vai anunciar
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior disse que "nunca houve um programa" mas "apenas uma intenção...

"Estamos a trabalhar com a própria comunidade médica e com o Ministério da Saúde. Nunca houve nenhum programa, houve uma intenção e estamos a trabalhar. [Novidades,] ainda esta semana", disse Manuel Heitor à margem da iniciativa "União Europeia- 30 anos, dez debates", que esta tarde decorreu na Faculdade de Engenharia, no Porto.

Em causa está um programa criado há um ano, por iniciativa do Governo PSD-CDS/PP, para incentivar a investigação médica de excelência.

A 5 de outubro, um dia depois das eleições Legislativas, foi publicado o regulamento do Programa Investigador Médico, a iniciativa mais ambiciosa, e a primeira a arrancar, de um programa mais vasto, intitulado Programa Integrado de Promoção da Excelência em Investigação Médica.

Contudo, no início de janeiro, um mês depois de o novo Governo PS ter tomado posse, após a queda do segundo Governo de direita, liderado por Pedro Passos Coelho, o Programa Integrado de Promoção da Excelência em Investigação Médica passou a constar na lista de iniciativas suspensas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), cujos concursos estavam "em apreciação pela tutela".

Esta tarde, confrontado pelos jornalistas sobre se este projeto estaria "bloqueado", Manuel Heitor disse que "anunciará ainda esta semana" novidades.

ARS Centro
A Administração Regional de Saúde do Centro anunciou que o projeto para reduzir o sal no pão abrange atualmente 1,5 milhões de...

Por outro lado, 80% dos 336 consumidores auscultados no âmbito de um inquérito em padarias que integram o “pão.come” consideram este projeto “de muito interesse para a sua saúde”, afirma em comunicado o gabinete de relações públicas e comunicação da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro.

No estudo de opinião, realizado em 2015 pela equipa coordenadora do programa “minorsal.saúde”, que inclui o projeto “pão.come”, foi possível concluir que “a maioria das pessoas inquiridas (58%) não notou a diferença” da redução do sal no pão.

Desenvolvido desde 2007 pelo Departamento de Saúde Pública (DST) da ARS do Centro, o “pão.come” está integrado no programa estratégico de redução do cloreto de sódio na alimentação, o “minorsal.saúde”, e tem vindo a utilizar “uma metodologia gradativa de diminuição do teor do sal na confeção do pão”, propondo como objetivo final 0,8 gramas deste ingrediente por 100 gramas de pão.

O “pão.come” começou há oito anos, com 322 padarias aderentes em 26 concelhos do Centro, e já abrange 950 padarias em 73 concelhos.

“Até ao momento, já contabiliza 7.429 análises realizadas, contando, para esse efeito, com a rede instalada de serviços de saúde pública, assim como laboratórios de saúde pública da região”, segundo aquela nota.

O projeto deverá terminar em 2020 e “envolve uma vasta equipa” de médicos e enfermeiros de saúde pública, técnicos de saúde ambiental, nutricionistas, engenheiros sanitaristas, técnicos de laboratório e padeiros.

Distinguido com um prémio na categoria “promoção da saúde”, em 2009, e com uma menção honrosa dos Nutrition Awards, em 2010, o projeto integra a Estratégia Nacional para a Redução do Consumo de Sal na Alimentação, da Direção-Geral de Saúde, e “contribui de uma forma inequívoca para a melhoria da saúde da população”.

Os parceiros do “pão.come” são a Associação do Comércio e da Indústria da Panificação, Pastelaria e Similares e a Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, revelou que 13 centros de saúde, em Lisboa e no Alentejo, vão...

“Pretendemos, ao longo destas experiências-piloto, e serão 13 nesta primeira fase, iniciar a integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários, de modo a que os utentes tenham uma acessibilidade fácil a cuidados de saúde oral e possamos prestar uma resposta com qualidade”, salientou o governante.

Fernando Araújo, que hoje se deslocou ao centro de saúde de Portel, no distrito de Évora, uma das unidades abrangidas pelo projeto-piloto, afirmou que a saúde oral é “uma área de fragilidade” no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Apesar do programa ‘cheque-dentista’ que temos tido ao longo destes últimos oito anos e para além de toda a política na área da prevenção e na promoção da saúde oral, continuamos a ter uma área de fragilidade, no sentido do acesso a cuidados de saúde oral”, disse.

Por isso, com esta iniciativa, que vai abranger, por enquanto, dois centros de saúde no Alentejo (Portel e Montemor-o-Novo) e 11 na zona de Lisboa, o Ministério da Saúde vai afetar profissionais de saúde oral àquelas unidades de cuidados de saúde primários.

“Os dentistas e os assistentes de medicina dentária irão estar, em presença física, nos centros de saúde e os utentes vão poder ser orientados”, pelos seus médicos de família, “para estes profissionais, de modo a termos uma resposta com qualidade em saúde oral”, afiançou o secretário de Estado.

O governante referiu que o objetivo é que, até final do 1º semestre deste ano, o projeto-piloto possa arrancar “com os profissionais a poderem tratar os doentes”, seguindo-se, “durante um ano”, a monitorização e avaliação para a experiência ser, depois, alargada a outras zonas do país.

A escolha das unidades de saúde, nesta fase inicial, regeu-se por dois critérios, segundo o secretário de Estado: centros de saúde que “já tivessem condições físicas próprias para esse fim”, para que a experiência “pudesse ser iniciada mais rapidamente”, e locais onde não houvesse “tanta oferta de cuidados de saúde”.

“Portel é um bom exemplo disso. Temos um centro de saúde com ótimas instalações” e num concelho “onde a população terá menos oferta de cuidados de saúde oral”, indicou, defendendo que é preciso que “os utentes confiem no SNS, nos médicos e na equipa de família” e que possam encontrar “vários tipos de resposta” e “com qualidade” ao nível dos cuidados de saúde primários.

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, explicou que, nesta área da saúde oral, vão ser privilegiadas “pessoas que já têm outras patologias e que necessitam mesmo de cuidados de uma forma mais rápida”.

“Estamos a falar por exemplo de um doente diabético”, que, nestes centros de Saúde, vai “ter acesso a todo o tratamento dentário”, indicou, explicando também que, tanto para Portel como para Montemor-o-Novo, vão ser encaminhados doentes de unidades de cuidados primários de concelhos vizinhos.

No Centro
Mais de 90% das escolas e infantários do Centro do país estão abrangidos pelo programa “sope.come”, criado há cinco anos pela...

“90% das escolas dos 1,º, 2,º e 3,º ciclos da região Centro e 96% dos jardins-de-infância estão abrangidos pelo projeto”, informou o gabinete de relações públicas e comunicação da ARS do Centro, em comunicado.

No momento, o programa “chega também às cantinas e refeitórios de 91% das instituições particulares de solidariedade social (IPSS)” da região.

Integrado no “minorsal.saúde”, programa estratégico de redução do sal na alimentação da população desenvolvido pelo Departamento de Saúde Pública (DSP) da Administração Regional de Saúde (ARS), o “sopa.come” reúne “as sete maiores empresas nacionais de restauração coletiva”.

O projeto tem-se revelado “de todo o interesse pela oportunidade de interação com as instituições aderentes”, segundo a nota.

“A articulação entre o DSP e as referidas empresas tem permitido desenvolver uma intervenção estratégica em conjunto que, na atualidade, abrange milhares de crianças, pessoas ativas e idosos”, adianta.

Além do trabalho de monitorização do teor do sal nas sopas de todos os estabelecimentos incluídos no projeto (refeitórios escolares, IPSS, hospitais e alguns restaurantes), “existe um grande trabalho de sensibilização para a problemática da redução do sal na confeção das refeições com o objetivo de prevenir doenças, nomeadamente as cardiovasculares e cerebrovasculares”, destaca a ARS do Centro.

Infarmed
A Agência Europeia de Medicamentos iniciou uma revisão de segurança para avaliar o risco de deposição de gadolínio nos tecidos...

Os meios de contraste contendo gadolínio incluem as seguintes substâncias ativas: ácido gadobénico, gadobutrol, gadodiamida, ácido gadopentético, ácido gadotérico, gadoteridol, gadoversetamida e ácido gadoxético. Em Portugal, estão comercializados os meios de contraste MultiHance, Gadovist, Omniscan, Magnevist, Dotarem, Optimark e Primovist.

Estes medicamentos podem ser administrados antes ou durante a ressonância magnética para intensificação do contraste, ajudando a obter melhores imagens dos órgão e tecidos. Após administração, os meios de contaste contendo gadolínio são maioritariamente eliminados pelos rins mas alguns estudos indicam que este elemento pode acumular-se em certos tecidos e órgãos, incluindo fígado, rins, músculos, pele e ossos.

Publicações recentes1-7 relatam que estes meios de contraste também se podem acumular no tecido cerebral. Em Janeiro de 2016, o Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância (PRAC) da EMA reviu estas publicações.

Apesar de não terem sido notificados efeitos adversos relacionados com a deposição de gadolínio no cérebro, o PRAC irá realizar uma revisão de segurança para avaliar este risco.

Conforme divulgado na Circular Informativa nº 128/CD de 02/08/2010, também já foi feita uma revisão a estes meios de contrate, para avaliar o risco de Fibrose Sistémica Nefrogénica (FSN).

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e o Infarmed continuarão a acompanhar e a divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria.

1Errante Y, Cirimele V, Mallio CA, Di Lazzaro V, Zobel BB, Quattrocchi CC. Progressive increase of T1 signal intensity of the dentate nucleus on unenhanced magnetic resonance images is associated with cumulative doses of intravenously administered gadodiamide in patients with normal renal function, suggesting dechelation. Investigative radiology 2014;49(10):685-90.
2Kanda T, Fukusato T, Matsuda M, Toyoda K, Oba H, Kotoku J, et al. Gadolinium-based Contrast Agent Accumulates in the Brain Even in Subjects without Severe Renal Dysfunction: Evaluation of Autopsy Brain Specimens with Inductively Coupled Plasma Mass Spectroscopy. Radiology 2015;276(1):228-32.
3Kanda T, Ishii K, Kawaguchi H, Kitajima K, Takenaka D. High signal intensity in the dentate nucleus and globus pallidus on unenhanced T1-weighted MR images: relationship with increasing cumulative dose of a gadolinium-based contrast material. Radiology 2014;270(3):834-41.
4Kanda T, Osawa M, Oba H, Toyoda K, Kotoku J, Haruyama T, et al. High Signal Intensity in Dentate Nucleus on Unenhanced T1-weighted MR Images: Association with Linear versus Macrocyclic Gadolinium Chelate Administration. Radiology 2015;275(3):803-9.
5McDonald RJ, McDonald JS, Kallmes DF, Jentoft ME, Murray DL, Thielen KR, et al. Intracranial Gadolinium Deposition after Contrast-enhanced MR Imaging. Radiology 2015;275(3):772-82.
6Quattrocchi CC, Mallio CA, Errante Y, Cirimele V, Carideo L, Ax A, et al. Gadodiamide and Dentate Nucleus T1 Hyperintensity in Patients With Meningioma Evaluated by Multiple Follow-Up Contrast-Enhanced Magnetic Resonance Examinations With No Systemic Interval Therapy. Investigative radiology 2015;50(7):470-2.
7Radbruch A, Weberling LD, Kieslich PJ, Eidel O, Burth S, Kickingereder P, et al. Gadolinium retention in the dentate nucleus and globus pallidus is dependent on the class of contrast agent. Radiology 2015;275(3):783-91.

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