Serviços domiciliários
A Misericórdia do Porto está disponível para, em parceria com o governo, avançar com um projeto que visa "o apoio a idosos...

A revelação foi feita pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), António Tavares, que explicou inserir-se esta iniciativa no recentemente apresentado Programa Nacional para as Reformas, "que prevê o reforço da rede nacional dos cuidados continuados e na prestação de serviço de apoio domiciliário aos idosos".

O projeto irá associar-se a outro já em curso da responsabilidade da SCMP, denominado Chave de Afetos, de componente tecnológica, permitindo ao beneficiar dispor " de uma série de serviços sem ter de sair de casa".

"Neste âmbito, aos idosos seria fornecida alimentação, roupa, os cuidados com a mesma bem como da habitação e, dessa forma, evoluir-se para o retardamento da sua institucionalização e para uma nova geração no apoio domiciliário, acrescentando-lhe a componente de saúde, com o serviço de enfermagem e médico", descreveu António Tavares.

Como componente desse esforço de resposta ao desafio lançado pelo governo, a Santa Casa propõe disponibilizar o Centro de Dia para Doentes de Alzheimer e a unidade de cuidados continuados de saúde mental, única no país, do hospital Conde Ferreira, para fazer o acompanhamento nas mais variadas situações.

"Com isto, evita-se que tenham de fazer deslocações consecutivas para receberem tratamento e adia-se o mais possível a sua institucionalização", reforçou o provedor da Santa Casa revelando "estarem disponíveis para aumentar o número de camas em mais 50 ou 100 nos cuidados continuados".

"Temos essa disponibilidade quer para a saúde mental quer noutras variáveis caso a Área Metropolitana do Porto tenha essa dificuldade para suprir, respondendo desta forma ao apelo do senhor ministro", sublinhou.

Alertando para o facto de "muitas destas pessoas irem precisar do apoio do governo através da contratualização, e isso está previsto", António Tavares espera, por isso, "poder vir a contar com a ARS e com a Segurança Social nestes projetos".

"No fundo, trata-se de um ‘upgrade' nestes serviços, reunindo-se a componente social e médica, para não falar do voluntariado, cuja importância no apoio que presta é bem conhecida", considerou o provedor para quem, através desta solução "irá reduzir-se o consumo de medicamentos, das depressões e dos casos de solidão".

Estudo
Um novo estudo revela a estrutura do vírus do Zika, avanço que os investigadores responsáveis, da Universidade de Purdue, nos...

O estudo, publicado na página de Internet da revista científica Science, conclui que a estrutura do Zika é muito semelhante à de outros flavivírus, a família de vírus que inclui o dengue, a febre-amarela ou a febre do Vale do Nilo.

Apesar das semelhanças, em particular com o dengue, o Zika parece ter uma estrutura ligeiramente diferente numa região que, no dengue, facilita a ligação aos anticorpos e aos recetores do hospedeiro.

Para o autor do estudo, Richard Kuhn, quaisquer regiões que sejam únicas no vírus do Zika têm o potencial de explicar diferenças na forma como o vírus é transmitido e como se manifesta enquanto doença.

"A estrutura do vírus fornece um mapa que mostra potenciais regiões do vírus que poderão ser alvo de um eventual tratamento, usadas para criar vacinas eficazes ou para melhorar a nossa capacidade de diagnosticar e distinguir a infeção por Zika de outros vírus relacionados", disse Kuhn, que é também diretor do departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Purdue.

Para o cientista, "determinar a estrutura aumenta muito aquilo que se compreende do Zika, um vírus de que tão pouco se sabe, e ilumina as áreas mais promissoras para se testar investigar de forma a combater a infeção".

"A maioria dos vírus não invade o sistema nervoso ou o feto em desenvolvimento graças a barreiras sangue-cérebro e à placenta, mas a associação com malformações no desenvolvimento do cérebro de fetos em grávidas infetadas com o Zika sugere que este vírus o faz", disse Devika Sirohi, que também participou na investigação.

Reconhecendo que "não é claro como é que o Zika consegue aceder a estas células e infetá-las", Sihori explicou que as diferenças encontradas na estrutura do vírus "podem ser cruciais e justificam mais investigação".

Os investigadores estudaram um vírus do Zika isolado de um paciente infetado durante a epidemia na Polinésia Francesa e determinaram a estrutura a uma resolução quase atómica, explicou Michael Rossmann, coautor do estudo.

Kuhn e Rossmann estudam os flavivírus, família a que pertence o Zika, há mais de 14 anos. Foram os primeiros a mapear a estrutura de um desses vírus ao determinar a estrutura do dengue em 2002. Em 2003 foram os primeiros a determinar a estrutura do vírus da febre do Vale do Nilo e são agora os primeiros a fazê-lo com o Zika.

Um surto de Zika afeta atualmente a América do Sul, e o Brasil, o país mais afetado, já registou mais de um milhão e meio de casos.

O vírus é transmitido aos seres humanos pela picada do mosquito 'Aedes aegypti', que existe em 130 países, e na maioria dos casos provoca apenas sintomas gripais benignos, ou não provoca sintomas de todo.

No entanto, o vírus tem sido associado a casos de microcefalia, doença em que os bebés nascem com o crânio anormalmente pequeno e défice intelectual, e a casos de Síndroma Guillain-Barré, uma doença neurológica grave.

Na semana passada, o Brasil confirmou 907 casos de microcefalia e 198 de bebés que morreram devido a este problema congénito desde o início do surto.

As autoridades estão ainda a investigar se a malformação afeta outros 4.293 bebés com sintomas parecidos.

Associação de Doentes com Artrite Reumatóide
A Associação de Doentes com Artrite Reumatóide contesta a reduzida comparticipação estatal aos medicamentos considerados de...

Segundo o secretário-geral da Associação de Doentes com Artrite Reumatóide (Andar), António Vilar, um dos fármacos de base para a artrite reumatóide é comparticipado a 20%, quando na maioria dos países europeus a comparticipação anda entre os 90 e os 100%.

Aliás, este mesmo medicamento recebe em Portugal uma comparticipação de 95%, quando usado noutras doenças, como a doença inflamatória do intestino, uma situação que os reumatologistas consideram injusta e discriminatória.

Outro dos medicamentos base para a artrite reumatóide tem o escalão B de comparticipação, o que significa que o Estado paga 69%.

Para a Andar, estes fármacos deviam ser comparticipados com o escalão máximo de 95%, até porque a sua reduzida comparticipação pode desviar doentes da adesão à terapia e fazer com que precisem depois de recorrer aos medicamentos biotecnológicos, integralmente comparticipados, mas muito mais dispendiosos para o Estado.

De acordo com os reumatologistas, só cerca de 25% dos doentes com artrite reumatóide necessitam de ser tratados pelos medicamentos mais caros, os biotecnológicos.

“Ter uma comparticipação adequada nos fármacos de base faria com que muitos doentes nem chegassem a ter de fazer os biotecnológicos”, sublinhou o reumatologista José Canas da Silva.

A questão da terapêutica e da comparticipação deverá ser abordada nas XVI Jornadas da Andar, que decorrem terça-feira em Lisboa.

Apesar de ser necessário melhorar o acesso à medicação de base, aumentando a comparticipação, nos últimos 25 anos subiu de forma significativa o número de doentes em remissão, passando de oito para 30%, o que significa que atualmente quase um terço dos doentes se encontra em remissão.

Ordem dos Nutricionistas
De forma a assegurar que todos os nutricionistas possuem as mesmas competências para o exercício da profissão, a Ordem dos...

Este documento inédito irá permitir harmonizar o perfil de competências das licenciaturas e será apresentado publicamente às 15h30 de amanhã, sexta-feira, dia 1 de Abril, na Casa do Infante no Porto (R. Alfândega, 10, à Ribeira do Porto), numa cerimónia que contará com a presença da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, e dos responsáveis dos 13 estabelecimentos de Ensino Superior.

Com a convergência da profissão de dietista para a profissão de nutricionista estabelecida legalmente em setembro de 2015, tornou-se ainda mais premente a adequabilidade das licenciaturas à profissão de nutricionista, de forma a assegurar a excelência, qualidade e harmonia na formação superior do nutricionista.

Numa iniciativa inédita em Portugal, a Ordem dos Nutricionistas e os estabelecimentos de Ensino Superior uniram esforços para desenvolver um documento orientador que estabeleça os princípios básicos da formação académica dos nutricionistas. Princípios como as competências para cada uma das áreas profissionais, domínios científicos e o número mínimo e máximo de créditos destes domínios.

Serão estes princípios e outros detalhes sobre o “Referencial para a Formação Académica do Nutricionista” que serão apresentados pela primeira vez em público na sessão de sexta-feira, dia 1 de abril.

Fundação Portuguesa de Cardiologia
Fundação Portuguesa de Cardiologia lança campanha para captação de donativos através do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas...

A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) está a promover uma campanha de captação de donativos através do preenchimento, na declaração de IRS, da rubrica Consignação a Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, em 2013 e pela primeira vez, a taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório fixou-se abaixo dos 30%. Contudo, estas continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, com 29,5% do peso na mortalidade total nesse mesmo ano.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia, através dos seus rastreios cardiovasculares e do seu trabalho de educação para a saúde, continua a combater estes números, sensibilizando a população portuguesa para a importância do controlo dos fatores de risco e adoção de hábitos saudáveis.

Ao apoiar esta causa, através da Declaração de IRS, os contribuintes não irão pagar mais nem receber menos, isto porque os 0,5% são retirados do imposto já retido pelo Estado. Assim, ao preencher, os contribuintes deverão colocar no quadro 11 uma cruz (X) à frente de “Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública” e indicar, no campo 1101, o NIF da Fundação Portuguesa de Cardiologia – 500 936 994.

Deste modo, o valor será automaticamente canalizado para a Fundação, sem quaisquer encargos para o contribuinte.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
A equipa de transplantação hepática do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra acaba de realizar pela segunda vez este ano...

As modalidades de transplante hepático por redução, divisão (split), dador vivo, são muito exigentes tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista da logística envolvida pois exigem equipas muito bem preparadas e em número significativamente maior do que o necessário para a transplantação com fígado inteiro, sendo necessária a execução em simultâneo de dois (por vezes três) atos cirúrgicos de alta complexidade e responsabilidade. Neste momento o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é o único hospital que utiliza esta técnica cirúrgica em Portugal.

Emanuel Furtado, coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC, explica que “todas estas variantes técnicas fazem parte da história da transplantação hepática nos HUC, agora parte do CHUC. Por falta de capacidade técnica e logística, algumas destas soluções mais complexas não se realizaram durante vários anos. Todas foram retomadas nos últimos meses, fruto da difícil mas conseguida recuperação da capacidade de resposta da equipa de transplantação hepática do CHUC”.

O especialista considera que “embora modesto, representa mais um esforço, bem-sucedido, de cumprir o objetivo de maximizar o aproveitamento de enxertos e diminuir o número de doentes que, por carência de órgãos, não chegam a beneficiar desta modalidade terapêutica salvadora de vidas”.

O progressivo aumento da capacidade técnica e logística da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC permitirá ainda ampliar a aplicação desta solução para dois recetores adultos aumentando o impacto no número de transplantes realizáveis.

José Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do CHUC, e autor da lei dos transplantes (Lei 12/93 de 22 de abril) , na altura uma das mais avançadas do mundo,  refere que este é mais um contributo do CHUC para o SNS e para a saúde dos portugueses.

Já a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) congratula-se com mais este passo dado no sentido de aumentar o número de transplantes em Portugal e salienta a importância desta técnica para o desenvolvimento da transplantação hepática no nosso país.

O transplante hepático tem provado ser um método eficaz no tratamento de doenças terminais hepáticas. Atualmente o número de dadores é menor do que as reais necessidades da população. O resultado é um aumento de tempo na lista de espera e do número de pacientes que não chegam a ser transplantados porque já não cumprem os critérios para transplante ou por morte, após deterioração progressiva da doença enquanto aguardam o transplante.

Este é um problema com que se defrontam todos os países. Ao longo do tempo, várias alternativas foram sendo desenvolvidas no sentido de maximizar a capacidade de resposta, aumentando o número de enxertos utilizados, com recurso a soluções técnicas de complexidade crescente. São disso exemplos o transplante hepático pediátrico com enxerto reduzido, a realização de dois transplantes hepáticos por divisão (split) de um fígado, o transplante de fígado “em dominó”, o transplante de fígado com enxerto colhido em dador vivo e o transplante de fígado de dador por paragem cardiocirculatória irreversível. 

Healthcare Clowning International Meeting 2016
Os Doutores Palhaços do mundo inteiro reconhecem a necessidade de desenvolver medidas globais para o reconhecimento desta nova...

O tema foi recentemente discutido por todos e entre as ideias trocadas destaca-se a possibilidade de garantir uma forma de certificação do trabalho que desenvolvem e criar uma Escola que treine os artistas e acredite a sua formação profissional.

O Healthcare Clowning International Meeting 2016 decorreu em Lisboa entre 21 e 23 de março e juntou mais de 300 participantes de organizações de palhaços oriundas de 30 países que atuam em contexto de saúde de todo o mundo.

Este encontro, centrado na partilha de experiências, permitiu a identificação de boas práticas e novos contextos de intervenção junto de populações vulneráveis como crianças com necessidades especiais, cuidados paliativos, cenários de guerra e campos de refugiados.

Os Doutores Palhaços reconhecem ainda a população idosa como um novo público-alvo para as organizações de palhaços que intervêm em contexto de saúde, indica a Operação Nariz Vermelho (ONV), entidade organizadora do 1.º Encontro Internacional de Palhaços que Intervêm em Saúde em Portugal.

“Reconhecemos que é necessária uma maior consciencialização relativamente ao grupo etário dos idosos, tendo em conta o envelhecimento da população e o prolongamento da esperança média de vida. Podemos ter na terceira idade um novo público-alvo que representa também para todas as organizações um desafio em termos de investigação para a melhor adequação da intervenção do palhaço ”, explica Susana Ribeiro, responsável do núcleo de investigação da ONV.

A importância de se encontrarem, partilharem experiências e discutirem desafios é outra das conclusões deste encontro internacional, que salienta o foco na comunicação entre os intervenientes das diversas organizações. Os participantes sublinharam a importância de ter uma estrutura que permita que comuniquem entre si, potenciando a partilha de ideias e procedimentos com vista à evolução do trabalho que todos desempenham.

A comunicação com os profissionais de saúde levou os Doutores Palhaços a sublinharem a necessidade de criar uma “linguagem comum” entre ambos os grupos, por forma a envolver mais e melhor os profissionais de saúde no trabalho dos Doutores Palhaços.

Apresentar os resultados de investigações sobre o impacto do trabalho dos Doutores Palhaços ao público e stakeholders também é crucial para as organizações como a ONV. Foi para responder a esta necessidade que a ONV apresentou no primeiro dia do encontro o livro “Rir é o melhor remédio?”.

A investigação exposta no livro foi desenvolvida nos últimos seis anos pela ONV em parceria com o Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho e comprova os benefícios da intervenção dos Doutores Palhaços na recuperação das crianças hospitalizadas. Entre vários resultados muito significativos, o estudo demonstra que depois das visitas dos Doutores Palhaços as crianças “esquecem” que estão num hospital e a sua colaboração com os tratamentos e exames melhora.

O livro “Rir é o melhor remédio?” foi produzido graças ao Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), tendo como Estados doadores a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein. Em Portugal a gestão destes fundos está a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian, que acolheu o Healthcare Clowning International Meeting 2016. 

SNS
A partir de hoje, os dadores de sangue e os bombeiros voltam a estar isentos do pagamento de taxas moderadoras nas urgências.

Com a entrada em vigor da lei do Orçamento do Estado para 2016, ficam isentos de pagar taxa moderadora também nas urgências e ainda em exames de diagnóstico os utentes que tenham sido referenciados pelos cuidados de saúde primários, pelo centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pelo INEM.

Ficam também dispensadas do pagamento de taxas moderadoras as primeiras consultas hospitalares, desde que tenham sido referenciadas pelos cuidados de saúde primários, e ainda os exames completares no âmbito de doenças neurológicas degenerativas, da infeção por VIH/sida, diabetes e seguimento e tratamento do cancro.

Segundo a lei do Orçamento do Estado, durante este ano, o Governo promove a redução do valor das taxas moderadoras até ao limite de 25% do seu valor total.

DGS afirma
O diretor do departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde afirmou em Coimbra que "a realidade tem de...

O diretor do departamento da Direção-Geral da Saúde (DGS), Alexandre Diniz, apelou à participação de todos na melhoria da qualidade e da segurança na prestação de cuidados de saúde, considerando que "a cultura da melhoria da segurança é uma questão que envolve todos".

Alexandre Diniz, que falava no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra, sublinhou que Portugal tem ainda níveis "muito débeis" de adesão na avaliação da cultura da segurança.

Esta avaliação, que permite que os profissionais fiquem despertos e atentos para a temática, "tem de ser prática e rotina nos serviços", realçou.

O diretor do departamento da Qualidade na Saúde da DGS falava no âmbito da entrega dos certificados de acreditação a onze unidades de saúde da região Centro, no âmbito do Programa Nacional de Acreditação em Saúde.

Segundo dados divulgados pela DGS naquela sessão em Coimbra, os hospitais tiveram uma taxa de adesão de 6,2% em 2016 à avaliação da cultura de segurança. Já as unidades de cuidados de saúde primários tiveram uma taxa de adesão global em 2015 de 20,1%.

A meta da DGS é atingir uma adesão de 90% em 2020, sendo que a atual taxa não está muito afastada da média "internacional", frisou Alexandre Diniz.

A acreditação em saúde é considerada uma das "prioridades estratégicas do Ministério da Saúde" para o período 2015-2020, e tem como objetivo principal o reconhecimento público da qualidade atingida nas organizações prestadoras de cuidados de saúde, através de uma avaliação objetiva da competência por pares.

A acreditação das instituições de saúde teve o seu início em Portugal no ano de 1999, com a criação do Instituto da Qualidade em Saúde (extinto em 2006), cabendo atualmente a sua aplicação ao Departamento da Qualidade na Saúde da DGS, que adotou o modelo de Acreditação de Unidades de Saúde da Agência de Calidad Sanitaria de Andalucia (modelo ACSA Internacional) como referência.

Em Portugal
A cooperativa de solidariedade social Focus anunciou que irá introduzir em Portugal novas metodologias interventivas na área do...

Em declarações, o presidente da instituição, Fernando Barbosa, assegura que em causa estão "três programas que são pioneiros em Portugal", mas cujos "resultados científicos já foram comprovados por diferentes entidades internacionais", agora parceiras da cooperativa.

"Um programa destina-se a acompanhar com conteúdos próprios todo o percurso educativo da criança com autismo logo a partir do ensino pré-escolar", anuncia Fernando Barbosa. "Outro vai promover as competências sociais de pessoas que sofram dessa perturbação ou tenham problemas de hiperatividade, défice de atenção ou depressão. E o terceiro é um modelo inovador e sustentável de empregabilidade, com evidências científicas de sucesso no que se refere à colocação profissional destes cidadãos", completa.

Em suma, acrescenta, "são três programas que visam dar uma melhor resposta às necessidades da pessoa com autismo ao longo da vida, desde que se inicia o seu percurso no ensino formal até à sua colocação no meio profissional".

O primeiro dos programas em causa é o "Star & Links Curriculum", que a Focus começará por adotar junto dos seus utentes e espera depois implementar como projeto-piloto em escolas de Vale de Cambra. Sob a coordenação internacional da companhia Star Autism Support, o plano visa proporcionar a professores "as necessárias ferramentas, métodos e materiais para ensinar e avaliar os estudantes com Autismo, preparando-os para o sucesso académico".

Realçando que esses currículos "já estão implementados em 2.500 distritos escolares de 50 estados dos EUA e em mais de 25 países a nível mundial", Fernando Barbosa antecipa: "Acreditamos que o programa constituirá uma resposta efetiva e de qualidade para ajudar pessoas com perturbações do autismo, aumentando a sua qualidade de vida e minimizando os custos para as famílias e para a sociedade em geral".

A segunda inovação anunciada pela Focus é o "PEERS", que o presidente da cooperativa descreve como "o único programa com evidências científicas na promoção das competências sociais de cidadãos com autismo ou afetados por hiperatividade, défice de atenção, ansiedade, depressão e outros desafios sociais".

O método foi desenvolvido pelo UCLA Semel Institute de Los Angeles e será implementado em Portugal pela norte-americana Elizabeth Laugeson, que supervisionará a formação e certificação internacional dos profissionais de saúde mental que trabalham com jovens nessas circunstâncias.

Quanto à terceira novidade anunciada pela cooperativa, Fernando Barbosa não revela ainda o nome do programa, mas adianta que em causa está "um dos poucos a nível internacional com resultados científicos comprovados na promoção da empregabilidade de pessoas com autismo e outras deficiências".

O objetivo é envolver diversas empresas portuguesas na adoção de um" modelo internacional e bem-sucedido" de empregabilidade para pessoas com autismo e outras perturbações. "O primeiro estudo realizado para testar a eficácia deste programa mostrou que 87% dos participantes ficaram colocados em postos de trabalho que tradicionalmente não são considerados como adequados para pessoas com perturbações do desenvolvimento", revela.

Nesta fase, a Focus ainda está a contactar empresas e famílias que pretendam envolver-se no projeto, mas Fernando Barbosa indica já três setores em que a prestação de um colaborador autista pode revelar-se mais útil do que a de um cidadão dito normal: unidades hospitalares (pelo rigor exigido na limpeza e manutenção de instrumentos cirúrgicos), universidades (pela concentração necessária em tarefas administrativas monótonas) e logística (pela atenção e detalhe exigidos ao cumprimento de sequências rotineiras de produtos ou procedimentos).

Investigadores e farmacêutica fazem
Uma parceria, que é apresentada e em Lisboa, entre duas unidades de investigação e uma farmacêutica, vai testar medicamentos...

A parceria envolve o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), que 'construiu' o modelo tridimensional de fígado humano, o Instituto de Medicina Molecular (iMM), especialista no estudo da malária, e a farmacêutica Merck Portugal.

O projeto, financiado em meio milhão de euros pela farmacêutica, será desenvolvido durante dois anos, disse a investigadora e membro da direção do iBET, Paula Alves, esperando que, no final deste ano, possam estar selecionados os fármacos.

O modelo tridimensional, que o iBET concebeu a partir da recolha de linhas celulares de fígado humano, recorrendo a técnicas de bioengenharia, reproduz e mantém as funcionalidades do órgão no corpo humano, de tal forma que o parasita da malária, o Plasmodium, o infetou.

Segundo Paula Alves, se se perceber como 'matar' o parasita na fase em que está 'adormecido' no fígado, será possível a sua erradicação.

A ideia, sintetizou, é "tentar arranjar fármacos que consigam combatê-lo [parasita] na fase hepática", ou seja, que consigam 'limpar' o fígado do 'invasor'.

A fase hepática da malária, em que os parasitas se depositam e multiplicam nas células do fígado, corresponde ao primeiro estádio da infeção, ocorrendo depois da picada do mosquito infetado e antes de o Plasmodium se espalhar pela corrente sanguínea e contaminar os glóbulos vermelhos.

Surgem então os sintomas da doença, como febre alta, calafrios, dores de cabeça e musculares.

Paula Alves lembrou que o Plasmodium, transmitido aos humanos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, "invade e permanece, durante toda vida, no fígado".

A malária, que pode ser mortal, é uma doença infecciosa frequente nos países tropicais, em particular na África Subsariana.

Doença Oncológica
Resultando de uma iniciativa da Comissão Europeia, o Código Europeu contra o Cancro resulta num conj

Todos os anos são diagnosticados, em Portugal, entre 40 a 45 mil novos casos de cancro.

Os dados revelam que cerca de metade não sobrevive àquela que é considerada a segunda causa de morte, depois das doenças cardiovasculares.

Só em 2012 morreram, em média, 70 pessoas por dia por tumores malignos e sabe-se que a taxa bruta de mortalidade aumentou 14,1 por cento em apenas dez anos.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde, é esperado um aumento de 70 por cento de novos casos de cancro, nas próximas duas décadas. Um dado alarmante que torna urgente uma mudança no nosso estilo de vida.

Tabaco, obesidade, álcool e sedentarismo são os principais fatores de risco.

Segundo a Agência Internacional de Investigação do Cancro, as pessoas que seguem um estilo de vida saudável, cumprindo as recomendações para a prevenção do cancro, têm um risco 18 por cento menor de vir a sofrer da doença, quando comparadas com pessoas cujo estilo de vida e peso corporal não cumprem determinados parâmetros.

Esta redução de risco foi estimada para um estilo de vida saudável que inclui peso saudável (com índice de massa corporal entre 18, 5 e 24, 9), ser moderadamente ativo (pelo menos 30 minutos por dia), ter uma dieta saudável, dando preferência a alimentos de origem vegetal, limitando a ingestão de carne vermelha, carne processada e o consumo de álcool.

Foi, aliás, a pensar na prevenção que o Código Europeu contra o Cancro foi criado. Tendo tido a sua primeira edição em 1987, atualmente dele constam 12 medidas para prevenir a doença:

1.      Não fume. O tabaco mata, todos os anos, cerca de seis milhões de pessoas e é a principal causa de cancro no mundo

2.      Faça da sua casa uma casa sem fumo. Apoie as regras antitabágicas no seu local de trabalho

3.      Tome medidas para ter um peso saudável

4.      Mantenha-se fisicamente ativo no dia-a-dia. Limite o tempo que passa sentado

5.      Tenha uma dieta saudável: coma bastantes cereais integrais, leguminosas, vegetais e frutas. Limite os alimentos muito calóricos e as bebidas açucaradas. Evite carnes processadas, carnes vermelhas e alimentos com elevado teor de sal

6.      Limite o consumo de álcool. Não consumir bebidas alcoólicas é benéfico para a prevenção do cancro

7.      Evite a exposição excessiva ao sol. Use protetor sole e não use solários

8.      Proteja-se de substâncias cancerígenas no seu local de trabalho, seguindo as instruções de segurança e saúde. Há muitos milhares de substâncias artificiais e naturais no meio ambiente, incluindo no local de trabalho, algumas das quais podem causar cancro. Muitas destas substâncias são produtos químicos

9.      Evite a exposição a radiações

10.  A amamentação reduz o risco de cancro de mama. Limite o recurso à terapêutica hormonal de substituição. Esta aumenta o risco de certos tipos de cancro

11.  Assegure-se eu os seus filhos estão vacinados: Hepatite B e Vírus do Papiloma Humano (HPV)

12.  Participe em programas de rastreio (cancro do colo-retal, cancro da mama, cancro do colo do útero)

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço Nacional de Saúde
As receitas médicas em papel devem acabar a partir desta sexta-feira no Serviço Nacional de Saúde e no fim do primeiro semestre...

Um despacho de fevereiro determina que a partir de dia 1 de abril passa a ser obrigatória a prescrição exclusiva através de receita electrónica desmaterializada (sem papel) em todo o Serviço Nacional de Saúde.

Contudo, uma informação oficial fornecida à agência Lusa indica que o objetivo é atingir os 80% de receitas sem papel até ao final de junho.

Este processo de receita sem papel está já em curso em várias unidades de saúde e, por exemplo, no Centro Hospitalar de Leiria 90% das receitas são já sem suporte físico.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de prescrições de receitas sem papel está a crescer a um ritmo de 35% por semana.

Na receita sem papel é distribuído um código de dispensa de medicamentos a que o utente pode aceder através de um e-mail, de sms ou pela área do cidadão na Plataforma de Dados da Saúde. O Ministério acrescenta que o utente pode ainda usar uma guia de tratamento para poder comprar aos medicamentos.

É através do código de dispensa de medicamentos, obtido através daqueles meios, que o utente compra os fármacos, juntamente com o cartão do cidadão.

Os médicos têm de estar autenticados e ter assinatura digital qualificada.

Para o Ministério da Saúde, uma das vantagens é permitir a dispensa parcial da receita em momentos diferentes e em farmácias diferentes. Outro benefício será o de permitir ao médico aceder a informação sobre alergias do utente e reações adversas anteriores.

O objetivo é também reduzir a possibilidade de trocas não intencionais no momento da dispensa e deixa ainda de haver necessidade de deslocação ao centro de saúde apenas para ir buscar uma receita.

A receita sem papel pretende combater a fraude, uma vez que representa o fim das receitas fotocopiadas e falsificadas.

As receitas em papel, tal como nas exceções para as manuais, poderão continuar a existir em casos como falência do sistema informático ou consultas ao domicílio.

O despacho publicado em fevereiro determina ainda que outras exceções carecem de autorização do membro do Governo responsável pela área da saúde.

Sem previsão para recomeçar
A Linha Saúde 24 para idosos, suspensa a 1 de janeiro para responder ao aumento de procura por causa da gripe, continua...

O serviço de atendimento da Linha Saúde 24 Sénior foi criado a 25 de abril de 2014, tendo acompanhado mais de 20 mil idosos com mais de 70 anos em menos de dois anos, até ser suspensa.

Na altura a Direção-Geral da Saúde alegou necessidade de mobilizar recursos para fazer face ao aumento da procura da linha devido à gripe, mas também questões orçamentais, prometendo a criação de um novo serviço de atendimento para 200 mil idosos, no próximo contrato com a empresa privada que explora a Linha, conforme foi noticiado em fevereiro.

No entanto, três meses depois da suspensão da Linha saúde 24 Sénior, ainda não há novidades sobre a reativação do serviço ou a sua substituição por outro, pois ainda não terminou o concurso para exploração deste serviço.

No final do ano passado foi aberto um concurso para adjudicar a exploração da linha a uma nova empresa, concurso esse que ainda está a decorrer.

O novo contrato só entrará em vigor em maio, após cessar o contrato de dois anos com a empresa que atualmente explora a Linha, em vigor até ao final de abril.

Investigadores alertam
Um inseto originário da América do Norte que chegou acidentalmente à Europa está a consumir e destruir o pinhão e pode ser uma...

Com o nome científico Leptoglossus occidentalis, a praga é também conhecida por “sugador de pinhas” e é um percevejo que consome o pinhão, mesmo quando ainda não está desenvolvido.

A praga provoca a deformação das pinhas e o ressequimento do pinhão, segundo os primeiros resultados de um estudo apresentados hoje no Instituto Superior de Agronomia (ISA), no âmbito de um seminário sobre o tema “O pinheiro manso e o pinhão”.

O estudo começou em 2014 e continua até ao próximo ano, na zona de Coruche, e é coordenado pelo Centro de Estudos Florestais, do ISA.

Ana Farinha, investigadora do Centro, lembrou à Agência Lusa que nos últimos 10 anos houve um grande investimento em Portugal no pinheiro manso e lamentou que a praga surgisse a meio desta florestação, não sendo possível por enquanto quantificar de que forma está a afetar o pinheiro.

Ainda assim admite que possa estar na origem na quebra da produção de pinhão que se verificou nos últimos anos, e, diz, não se pode excluir que ponha em risco o investimento no pinheiro manso.

A falta de certezas de Ana Farinha prende-se com o facto de, explicou, serem muito recentes os estudos sobre o pinheiro manso, havendo nessa área “uma lacuna muito grande”.

Mas um dado é garantido: “o inseto suga o que nós comemos, consegue sugar o miolo do pinhão e mesmo que apenas o danifique já não é comercializável”. E depois, acrescenta, o mais preocupante é que pode estragar uma pinha em início de desenvolvimento (uma pinha demora três anos a desenvolver-se).

O inseto está espalhado por todo o país e foi detetado em Portugal desde 2010, tendo entrado acidentalmente na Europa em 1999.

O pinhão é, lembra o ISA em comunicado, “um dos produtos florestais não lenhosos mais valorizados e caros” no país.

Depois da Espanha, Portugal é atualmente o país com maior área de pinheiro manso (Pinus pinea). Lembra-se ainda no comunicado que a Península Ibérica possui cerca de 75% da área de distribuição mundial do pinheiro manso e que nos últimos 10 anos o povoamento em Portugal aumentou 54%.

Distrito de Faro
Os utentes do distrito de Faro que necessitem de assistência médica na especialidade de Ortopedia podem, agora, ser tratados...

“O Centro Hospitalar do Algarve, em estreita articulação com estas unidades hospitalares [algarvias], providenciará, sempre que necessário, os meios e o apoio indispensável para que os seus utentes sejam devidamente transferidos para as instalações destas unidades de acordo com a escala semanal rotativa”, de acordo com a mesma nota de imprensa.

O compromisso para “colmatar as insuficiências de capacidade assistencial no Centro Hospitalar do Algarve” foi assinado na terça-feira entre os presidentes dos Conselhos de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, e dos três Centros Hospitalares da Região de Lisboa e Vale do Tejo.

O ministro da Saúde comprometeu-se em 11 de março, numa deslocação a Faro, a acabar até 31 de maio com as “dificuldades inaceitáveis” que a falta de médicos no Algarve tem provocado na região, assegurando a transferência para outras zonas do país dos doentes em lista de espera “inapropriadas”.

Adalberto Campos Fernandes precisou na altura que “qualquer doente [no Algarve] que esteja em lista de espera inapropriada tem a possibilidade, se assim o desejar, de ser tratado em Lisboa”.

Os hospitais públicos no Algarve sofrem, há vários anos, com a escassez de profissionais da saúde em diversas especialidades.

Essa falta de médicos, entre outros profissionais, fez com que os responsáveis pela Saúde no Algarve tenham mesmo sugerido que se deviam cancelar provas desportivas na região durante o fim de semana, com receio da ocorrência de acidentes que viessem a necessitar de cuidados de médicos ortopedistas inexistentes.

Ana Rita Cavaco
A bastonária dos Enfermeiros garantiu hoje que nunca assistiu a práticas de eutanásia nos hospitais e esclareceu que as suas...

Ana Rita Cavaco sublinhou ainda que “é a falta de enfermeiros que está a pôr em risco a vida dos doentes”.

Falando hoje na Comissão Parlamentar de Saúde a pedido do PS, para prestar esclarecimentos sobre alegada prática de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), Ana Rita Cavaco lamentou que tenham sido retiradas do contexto algumas frases que disse durante um debate na Rádio Renascença.

Confrontada pelos deputados com as alegadas declarações de que teria assistido a práticas de eutanásia e instada a esclarecer tais afirmações, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) explicou que todas as declarações feitas sobre o assunto se inseriam no tema das discussões que são feitas entre profissionais de saúde nos corredores dos hospitais.

“Creio que a maioria das pessoas não ouviu o debate na íntegra. Estive o tempo todo a fazer referência à discussão que é feita nos corredores dos hospitais. Os profissionais de saúde falam sobre isso”, disse, lamentando que apenas um grupo parlamentar tenha estado presente na cerimónia de tomada de posse [onde abordou o assunto], apesar do convite endereçado a todos.

A bastonária sublinhou que o sentido do seu discurso foi sempre de que é preciso falar sobre o tema e que “este é um assunto que está nos corredores dos hospitais, tem de ser discutido sem preconceitos, com transparência”.

“Eu não estou dizer que as pessoas o fazem, estou a dizer que temos de falar sobre essas situações", disse, referindo ter feito esta exata declaração no seu discurso, que “não foi reproduzida” na peça jornalística que divulgou as suas alegadas e polémicas afirmações sobre eutanásia.

A Ordem dos Enfermeiros já abriu um debate sobre o assunto, conforme tinha anunciado, acrescentou.

Ana Rita Cavaco sublinhou ainda que é a falta de enfermeiros nos serviços de saúde que está a pôr os doentes em perigo e lamentou “não ouvir ninguém sobre esse assunto”.

“São estas a práticas ilegais que se passam nos hospitais, não a eutanásia”, afirmou.

Leiria
O número de pessoas que deram entrada no Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vítimas de acidentes rodoviários têm vindo a...

Durante uma palestra no âmbito do Brisa Student Drive Camp foi revelado que no ano passado deram entrada nos vários serviços de urgência 1.996 pessoas, das quais 55% eram do sexo masculino. Em 2014, o hospital registou 1.916 doentes acidentados.

As faixas etárias 15-29 e 30-44 anos correspondem a 53% do total das vítimas que sofreram acidentes rodoviários, acrescentou ainda Ana Filipa Fernandes.

O Brisa Student Drive Camp, que integra o projeto Leiria Capital Jovem da Segurança Rodoviária, levou hoje 50 jovens de todo o país, com idades entre os 14 e os 17 anos, numa visita aos serviços envolvidos no caso de acidente rodoviário, tais como Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), Urgência Pediátrica, Internamento de Pediatria e Serviço de Medicina Física e Reabilitação.

Esta ação visa sensibilizar os jovens para a segurança rodoviária e para a prevenção dos comportamentos de risco na estrada. Neste sentido, foram ainda revelados dados sobre o número de entradas de jovens na Urgência Pediátrica com intoxicação alcoólica aguda.

Em 2014 e 2015, houve registo de 53 jovens, com idades entre os 13 e os 17 anos, dos quais 56,6% são do sexo masculino.

Segundo a pediatra Daniela Silva, sete destes jovens entraram na urgência em coma alcoólico e 19 com uma classificação grave de intoxicação alcoólica aguda.

"As bebidas destiladas são as mais consumidas. Na Urgência Pediátrica do CHL, a prevalência de casos aumentou no ano de 2015 comparativamente ao ano anterior, com aumento significativo da população adolescente do sexo masculino", acrescentou Daniela Silva, salientando que a média de idade dos pacientes foi de 16 anos.

A maioria dos jovens confessou beber, sobretudo, ao fim de semana, com os amigos e em festas, e a bebida de eleição é a vodka.

Daniela Silva frisou que em Portugal "mais de metade dos jovens (57,6%) já experimentou álcool, 26,4% aos 11 anos e 40% aos 12-13 anos".

A pediatra alertou ainda os jovens que o consumo de álcool "está associado a comportamentos de risco e de acidentes", salientando que após a ingestão de bebidas alcoólicas há uma perturbação cognitiva, da consciência e da perceção do risco".

Assim, "o risco de sofrer um acidente de viação aumenta em mais de cinco vezes, aumenta a tendência para a violência e para ideias suicidas". Há também um maior risco de abuso sexual e gravidez não desejada.

O Brisa Student Drive Camp é uma atividade desenvolvida no âmbito da Leiria Capital Jovem da Segurança Rodoviária, que pretende dar a conhecer tudo o que diz respeito ao mundo da condução e dos automóveis, desde a tecnologia à segurança. É uma iniciativa dinamizada em parceria pela Brisa, a Câmara Municipal de Leiria e o Instituto Politécnico de Leiria, e que decorre até 01 de abril.

Estudo científico
Portugal tem estado “silencioso” e não resolve o problema da carência de iodo na alimentação das crianças, denunciou hoje uma...

“As entidades com responsabilidades na matéria têm de fazer alguma”, apelou Conceição Calhau, numa entrevista à agência Lusa no âmbito do primeiro estudo científico sobre os níveis iodo nas crianças portuguesas que é hoje apresentado na Reitoria da Universidade do Porto.

Segundo Conceição Calhau, principal investigadora do estudo, Portugal é “um país que tem estado muito silencioso” sobre o problema do iodo na alimentação dos portugueses. Acrescentou que houve uma política e uma estratégia em 2013 da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas que “não resolveu nada”.

"A Direção-Geral da Saúde em 2013 redigiu uma orientação para os médicos obstetras prescreverem um suplemento de iodo durante a gravidez, mas esta solução não resolve o problema, porque seria necessária uma gravidez planeada para começar a tomar o iodo logo no início da gravidez, explicou a especialista.

Quando as grávidas vão ao médico “já estão na oitava ou nova semana de gravidez, já havendo um comprometimento da parte da neurodesenvolvimento" e, por outro lado, só as grávidas que tenham "condições financeiras para comprarem o suplemento que não é comparticipado”, acrescentou.

“Esta orientação em 2013 vem dar o seu cheirinho, o seu arzinho de graça, mas não resolve nada. Além do mais, a DGS comprometeu-se a fazer uma monotorização do impacto desta orientação e pelo que sei não temos nada no terreno a funcionar para avaliar o impacto da orientação”.

Um estudo da Universidade do Porto que analisou 825 crianças portuguesas este ano letivo, e cujos resultados preliminares vão ser hoje apresentados, indica que mais de metade apresenta níveis desadequados de iodo, das quais 31% têm deficiência daquele micronutriente.

“Este trabalho (…) vem reforçar que nada se tem feito no nosso país de forma assertiva de forma a resolver um problema que a Organização Mundial de Saúde já vem a alertar desde o século passado”, conclui Conceição Calhau.

Epidemia
A epidemia de febre-amarela que assola Angola matou praticamente 200 pessoas em quatro meses e só nos últimos dois dias os...

De acordo com o mais recente boletim sobre a evolução da epidemia, do Ministério da Saúde angolano e da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 29 de março estavam confirmados laboratorialmente 490 casos de febre-amarela, havendo registo de mais 13 óbitos desde o balanço anterior, há dois dias.

Entre 05 de dezembro e 29 de março, a epidemia da doença - segundo a OMS a pior em 30 anos - provocou a morte de 198 pessoas, entre 1.409 casos suspeitos, contra os 1.311 identificados dois dias antes.

O mesmo boletim, a que a Lusa teve acesso, indica que entre o total de mortes por febre-amarela confirmadas em Angola, 151 foram na província de Luanda, tendo as autoridades de saúde identificado a presença do mosquito transmissor da doença no mercado do "Quilómetro 30", no município de Viana, na capital angolana.

Para travar a epidemia de febre-amarela, o Ministério da Saúde e a OMS lançaram uma campanha de vacinação que até 29 de março já imunizou 5.804.475 pessoas, o equivalente a 88% da população-alvo da capital angolana. A campanha, segundo a OMS, será agora alargada a outras cinco províncias com risco de transmissão local da doença.

O lixo acumulado nas ruas, falta de saneamento, dificuldades dos hospitais com falta de medicamentos devido à crise financeira generalizada no país e as fortes chuvas que se têm feito sentir, nomeadamente em Luanda, ajudam a explicar a rápida propagação da doença desde dezembro.

O ministro da Saúde de Angola, Luís Gomes Sambo, afirmou na última quinta-feira que Luanda vive epidemias de malária grave e febre-amarela que estão a deixar os hospitais sem capacidade de resposta, mas afastou declarar a situação de emergência na capital.

O governante anunciou a disponibilização de uma dotação adicional de mais de 30 milhões de dólares (26,8 milhões de euros) para a compra de vacinas, medicamentos e outro material médico para combater as duas epidemias que afetam a capital, verba que ainda será reforçada.

"Registámos desde o início deste ano, aqui na província de Luanda, uma epidemia de paludismo [malária] grave que tem, juntamente com a febre-amarela, aumentado a procura por parte dos utentes das unidades de saúde", apontou Luís Gomes Sambo.

Só a epidemia de malária já terá afetado cerca de 500.000 pessoas em Luanda nas últimas semanas, sendo a doença a principal causa de morte em Angola.

Angola vive uma profunda crise económica e financeira devido à quebra das receitas fiscais com a exportação de petróleo, o que levou o Estado a cortar nos gastos. Nos últimos dias multiplicaram-se donativos de empresários e população aos hospitais de Luanda, sem consumíveis e alimentos.

"A situação é controlável, os meios de controlo estão a chegar, já foram mobilizados. O engajamento do Governo é suficiente para controlar a situação, até este momento, e portanto não vemos a necessidade de declarar o estado de emergência, esta é uma questão de momento", disse ainda.

Já esta terça-feira, o ministro anunciou uma dotação excecional para contratar, nos próximos dias, cerca de 2.000 médicos e paramédicos angolanos recentemente formados no país e no estrangeiro para reforçar a capacidade de combate dos hospitais às epidemias que assolam sobretudo Luanda, província com quase sete milhões de habitantes.

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