Estudo
Um estudo americano publicado na revista científica "Ear and Hearing" concluiu que, no geral, as pessoas não...

Os investigadores acompanharam 337 participantes e o seu processo de reabilitação numa clínica de audição em Massachusetts, nos EUA, e apontam ainda que é mais provável uma pessoa entrar numa conversa sobre perda e problemas auditivos se já o tiver feito antes e o feedback tiver sido positivo, ou seja, se tiver recebido apoio acerca da sua condição, escreve o Sapo.

"Demonstra-se claramente a importância de se ter apoio no processo de reabilitação auditiva. É este acompanhamento que vai fazer com que a pessoa ganhe coragem, enfrente o problema e aposte na recuperação", explica o audiologista Pedro Paiva.

"O apoio de familiares e amigos é relevante não só na identificação de que existe um problema auditivo, como ao longo de todo o processo. Para além disso, estas pessoas são a chave para que quem sofra de perda auditiva não se sinta excluído socialmente e não se isole, deixando de comunicar. É este apoio que faz com que as pessoas não tenham qualquer tipo de vergonha e lutem para solucionar o problema", conclui.

O estudo informa também que as mulheres são duas vezes mais propensas que os homens para informar as pessoas sobre seus desafios auditivos, para além de explicar quais os impactos da perda auditiva na sua capacidade de comunicação.

Ministro da Saúde
Os hospitais com centros de referência vão ter um financiamento superior ao das instituições que não obtiveram esta...

“Haverá uma discriminação positiva, ou seja, os hospitais que têm centros de referência terão um pagamento diferenciado em relação aos que não têm. É um incentivo de ordem financeira, que complementa o incentivo técnico e cientifico do reconhecimento”, disse Adalberto Campos Fernandes.

O ministro falava aos jornalistas, no final da cerimónia de reconhecimento dos centros de referência, uma cerimónia que decorreu em Lisboa e juntou dezenas de diretores e administradores hospitalares, 82 dos quais contemplados com uma placa informativa da obtenção desta classificação.

Das 184 candidaturas que chegaram à Comissão para o Reconhecimento de Centros de Referência, presidida por João Lobo Antunes, foram reconhecidos 82 centros de referência, em 19 áreas clínicas.

Como recordou João Lobo Antunes na intervenção inicial desta cerimónia, este foi um projeto começado pelo anterior governo, por iniciativa do ministro Paulo Macedo.

“Adalberto Campos Fernandes, e a sua equipa, entenderam que era algo que devia ser continuado, estimulado, o que, como sabemos, não é hábito em Portugal: mudam governos, mudam políticas, começa-se do zero. Não é o caso”, disse.

As primeiras áreas prioritárias anunciadas ainda durante o mandato de Paulo Macedo foram as da epilepsia refratária, da onco-oftalmologia, da paramiloidose familiar, do transplante pulmonar, do transplante do pâncreas e do transplante hepático.

A estas acrescentaram-se hoje mais 13 áreas prioritárias: cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, oncologia de adultos - cancro do esófago, oncologia de adultos - cancro do testículo, oncologia de adultos - sarcomas das partes moles e ósseos, oncologia de adultos - cancro do reto, oncologia de adultos - cancro hepatobilio-pancreático, oncologia pediátrica, transplantação renal pediátrica, transplante de coração, transplante rim/adultos.

João Lobo Antunes esclareceu, em relação aos hospitais que se candidataram, mas não obtiveram este reconhecimento, que “há mecanismos de contestação”.

“A comissão está aberta para rever as suas decisões, nos casos em que acharmos que foram cometidas injustiças, que algo nos escapou na leitura cuidadosa que fizemos”, acrescentou.

No final da cerimónia, o ministro da Saúde adiantou que a discriminação positiva no pagamento aos hospitais com estes centros de referência “está a ser finalizada”, escusando-se a revelar valores, os quais deverão ser conhecidos “na próxima semana”.

Para o ministro, “não basta apenas reconhecer, no plano formal, também é preciso reconhecer no plano material”.

“Tendo nós a intenção, com a próxima vaga de contratualização para 2016, de introduzir, no Serviço Nacional de Saúde [SNS], o princípio do livre acesso e da livre circulação, mediada pelo médico de família, vamos desejar que os portugueses queiram ir onde sentem que está a competência, diferenciação e o saber fazer”, disse.

A este propósito, declarou que “o livre acesso e livre circulação no SNS será implementada a partir da contratualização de 2016, atrasada devido ao atraso de publicação do Orçamento do Estado para 2016. A partir de abril teremos estas medidas no terreno”.

O ministro adiantou: “Não podemos todos fazer tudo. Somos diferentes e temos competências para fazer algumas coisas e não competências para fazer todas as coisas”.

Em todo o país
Mais 13 áreas consideradas prioritárias, como oncologia pediátrica ou cardiologia, têm agora definidos centros de referência,...

Criados pelo anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, foi já nos últimos dias do seu mandato que foram conhecidos os primeiros centros de referência, criados para as áreas da epilepsia refratária, da onco–oftalmologia, da paramiloidose familiar, do transplante pulmonar, do transplante do pâncreas e do transplante hepático.

Segundo o despacho do ministro da Saúde, serão anunciadas mais 13 áreas prioritárias, para as quais foi reconhecido um alargado número de instituições como centros de referência, seguindo assim a proposta da Comissão para o reconhecimento de Centros de Referência.

Estas áreas são a cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, oncologia de adultos-cancro do esófago, oncologia de adultos - cancro do testículo, oncologia de adultos - sarcomas das partes moles e ósseos, oncologia de adultos - cancro do reto, oncologia de adultos - cancro hepatobilio-pancreático, oncologia pediátrica, transplantação renal pediátrica, transplante de coração, transplante rim–adultos.

Na área de cardiologia de intervenção estrutural são reconhecidos como centros de referência o Centro Hospitalar de São João (Porto), o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

Para as cardiopatias congénitas foram escolhidos o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar Lisboa Norte e em colaboração interinstitucional com o Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa.

Quatro instituições foram reconhecidas como centros de referência na área de doenças hereditárias do metabolismo: o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Na área de epilepsia refratária apenas o Centro Hospitalar de São João, no Porto, foi classificado como centro de referência.

Em relação aos cancros do esófago no adulto, foram reconhecidos o Centro Hospitalar de São João, o Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil.

Ainda na área de oncologia de adultos, mas em relação ao cancro do testículo, foram reconhecidos o Centro Hospitalar de São João, o Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil.

Para os Sarcomas das Partes Moles e Ósseos foram escolhidos o Centro Hospitalar do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, E.P.E., e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil.

Na área do cancro do reto, foram reconhecidos o Hospital de Braga, o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto, Francisco Gentil, o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central, o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, o Hospital da Luz, o Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, o Centro Integrado dos Hospitais Cuf Lisboa (Hospital Cuf Infante Santo S.A. e Hospital Cuf Descobertas), a Sociedade Gestora do Hospital de Loures - Hospital Beatriz Ângelo (Loures)e o Centro Hospitalar do Algarve.

Ainda na área de oncologia de adultos, mas em relação ao cancro hepatobilio-pancreático, os centros de referência são o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Instituto Português de Oncologia do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Lisboa Norte, o Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Na área de Oncologia Pediátrica, os centros reconhecidos foram o Instituto Português de Oncologia do Porto, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar S. João, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, em colaboração interinstitucional com o Centro Hospitalar Lisboa Central e com o Centro Hospitalar Lisboa Norte, na área dos tumores do sistema nervoso central.

Para a transplantação renal pediátrica foram reconhecidos dois centros: o Centro Hospitalar do Porto e o Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Na área do transplante de coração foram escolhidos o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e na área do transplante do rim em adultos o Centro Hospitalar de São João, o Centro Hospitalar do Porto, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar de Lisboa Central e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

Estudo
Quase 60% dos inquiridos consomem água da rede pública e, destes, 12,4% têm sistemas de tratamento doméstico, que podem...

Uma das conclusões do inquérito aos hábitos de consumo de água dos portugueses, que será apresentado pela coordenadora do Departamento de Saúde Ambiental do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), Helena Rebelo, é que "12,4% dos inquiridos que consomem água da rede pública têm instalados sistemas de tratamento doméstico".

Os responsáveis do trabalho alertam que "estes sistemas introduzem habitualmente alterações nefastas na água resultando num produto com deficiente qualidade higiénica ou com baixo valor alimentar, sendo, regra geral, supérfluos e indesejáveis".

"A sensibilidade e os conhecimentos dos cidadãos relativamente aos vários aspetos relacionados com a qualidade da água nem sempre é a mais adequada o que pode levar muitas vezes a escolhas incorretas", acrescentam.

Por outro lado, "3,8 % dos inquiridos consomem água de origens não controladas o que constitui um risco potencial para a saúde, caso estas águas não sejam controladas e corrigidas".

O inquérito foi lançado online a 14 de fevereiro de 2014 e durante 18 meses recebeu contributos, obtendo um total de 757 respostas, das quais a maioria, ou 557, foram de mulheres, e os seus promotores referem que "os resultados obtidos representam apenas orientações uma vez que não são extrapoláveis para a população".

Segundo as respostas, 35% dos inquiridos num estudo bebe diariamente entre meio litro e um litro de água e pouco mais de 30% consome entre um litro e 1,5 litros.

Quanto à origem, 96,2% dos inquiridos opta pela rede pública de distribuição (58,4%) ou água acondicionada (37,8%), o que é "garantia de acesso a uma água de qualidade", a que se juntam 2,5% que consome água de fontanários públicos e 1,3% de captações particulares.

O estudo revela ainda que 8,1% dos inquiridos que consomem da rede pública registam alterações organoléticas, no aspeto da água, o que pode ser explicado pelo desenvolvimento de processos de corrosão no sistema predial pela instalação de tratamentos domésticos.

Aliás, a razão apontada por 40% dos inquiridos para instalar sistemas de tratamento relaciona-se com as alterações organoléticas, enquanto para 23,6% a decisão se deve à desconfiança na água distribuída.

Entre aqueles que bebem água engarrafada, 17,1% não variam de marca e o estudo salienta que "o consumo permanente de uma água com (muito) baixa mineralização não é desejável por ser um produto com fraco valor alimentar que poderá levar a estados de carência mineral".

A apresentação dos resultados do inquérito vai decorrer durante as Primeiras Jornadas da Água: uma Questão de Saúde Pública" que decorrem em Lisboa.

Estudo indica
Dois investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto participaram num estudo internacional que conclui...

De acordo com um comunicado sobre o estudo enviado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), no qual participam os investigadores Henrique Barros e Sofia Correia, da Unidade de Pesquisa de Epidemiologia (EPIUnit) daquele instituto, em Portugal registaram-se "percentagens elevadas e excesso de peso e de obesidade e uma percentagem elevada de mães pouco escolarizadas".

Apesar das desigualdades de género terem sido semelhantes às observadas em outros países europeus, a diferença absoluta na proporção de excesso de peso entre os extremos de escolaridade foi "particularmente elevada nas raparigas", acrescenta.

Portugal apresentou uma percentagem de 21% de crianças com excesso de peso (resultado parecido com o observado em Espanha e Reino Unido), variando entre 9% na Holanda e 24% na Grécia e em Itália, lê-se na nota informativa.

Em relação à obesidade, o estudo mostrou variações entre 1% em França e 6.5% em Portugal.

Para a investigação "Impacto da Baixa Escolaridade Materna no Excesso de Peso e Obesidade na Primeira Infância na Europa", foram recolhidos dados de 11 estudos europeus de coorte - projetos prospetivos em que os participantes são avaliados ao longo do tempo.

Esses estudos, iniciados em fases "muito precoces", levaram a num total de 45,413 crianças entre os 4 e os 7 anos, tendo sido os dados nacionais recolhidos no âmbito do projeto Geração XXI, coorte que segue mais de 8500 crianças desde o nascimento (em 2005-2006).

"Independentemente de outras características, o risco de excesso de peso em crianças de mães pouco escolarizadas foi cerca 1.6 vezes superior ao daquelas no topo da hierarquia", valor que aumentou para 2.6 quando avaliado o risco de obesidade, explicou Sofia Correia.

"Em termos absolutos, verifica-se uma diferença média entre os extremos de escolaridade na proporção de excesso de peso e de obesidade de quase 8% e 4%, respetivamente", acrescentou a investigadora.

Durante o estudo foram também observadas diferenças sociais na composição corporal das crianças em diferentes países europeus, o que pode contribuir para "perpetuar a desvantagem social" em saúde nos próximos anos, informa ainda o comunicado.

Os autores do estudo concluem que estes resultados "reforçam a urgência de uma intervenção precoce, mesmo antes do nascimento, no sentido de alcançar equidade em saúde".

Cuidados
A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns em Portugal.
Dois homens a jogar basket

Caracterizada por uma descarga anormal de alguns ou de todos os neurónios cerebrais, a epilepsia expressa-se através de crises epiléticas recorrentes (duas ou mais), súbitas e imprevisíveis. O doente não as consegue controlar e estas podem variar entre alguns segundos ou vários minutos.

Em todo o mundo esta doença afeta 50 milhões de pessoas e é considerada a segunda causa de doença crónica em idade pediátrica.

Em 60% dos casos não é possível determinar a causa da doença. Quando tal acontece, ela é designada de idiopática ou primária.

Olhar fixo sem resposta à estimulação, perda súbita de força muscular com queda, revulsão ocular, perda de consciência são alguns dos sinais de uma crise epilética.

Embora existam vários tipos de crise, a maioria não tem fatores desencadeantes identificáveis. No entanto, algumas situações podem aumentar o risco de crise. Privação de sono, consumo de álcool, sons bruscos, febre ou infeções podem potenciar estas crises.

O tratamento da doença faz-se com recurso a fármacos específicos, muito embora, por vezes, seja necessário recorrer a várias tentativas para encontrar o adequado para o controlo das crises.

Apesar de ser uma doença crónica, há estudos que demonstram que entre 70 a 80% dos doentes tratados têm remissões prolongadas ou permanentes.

Especialistas advertem, no entanto, para não parar a medicação mesmo que já não existam crises. É que a paragem brusca da medicação antiepilética pode aumentar ou agravar as crises e sua frequência. Deste modo, deve ser sempre o médico a tomar esta decisão, que deve acontecer de forma gradual.

Apesar do doente epilético poder levar uma vida perfeitamente normal, há que ter particular cuidado durante a prática de exercício físico. Há, aliás, alguns desportos desaconselhados, embora, de uma forma geral, a prática desportiva traga vários benefícios a estes doentes.  

Para além dos benefícios físicos que contribuem para uma redução da frequência das crises epiléticas, também há benefícios psicológicos tão ou mais importantes. Maior autoestima, convívio social, noção de trabalho de equipa, controlo sobre a doença, redução da ansiedade ou depressão e regularização do sono são alguns exemplos.

No entanto, alguns desportos são desaconselhados. Outros devem ser praticados com algum cuidado.

Está comprovado, por exemplo, que a epilepsia é um fator de risco para os afogamentos. Sabe-se que a maioria dos acidentes fatais em epiléticos ocorre dentro de água, mais em atividades recreativas do que desportivas. Um estudo americano demonstrou que esta doença fazia parte da história de 7,5% dos indivíduos, entre jovens menores de 20 anos.

Visto a natação ser uma atividade popular entre a população, de uma forma geral, torna-se imperativo que sejam tomadas algumas medidas de segurança, como o uso de equipamento de segurança e supervisão adequada, sobretudo junto de crianças.

Os desportos de contato, como é o caso do futebol, basquetebol, voleibol ou hóquei, são geralmente seguros. No entanto, deve ter-se particular cuidado para evitar traumatismos.

Os desportos motorizados, por outro lado, devem ser evitados. Alpinismo, hipismo, para-quedismo ou mergulho são contraindicados.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto estão a desenvolver um estudo sobre o estado nutricional dos idosos para capacitar os...

O Pronutrisenior "é uma abordagem holística que abrange as diversas áreas da vida dos idosos, no seu meio ambiente", indicou a investigadora da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), Maria Daniel Vaz de Almeida.

Com este estudo, iniciado em maio de 2015, pretende-se "identificar as principais barreiras e problemas associados à alimentação e nutrição das pessoas com 65 e mais anos para que estas se mantenham autónomas", explicou a coordenadora do projeto.

Para tal, os investigadores estão realizar uma avaliação da comunidade, através de entrevistas individuais, em que os idosos são questionados sobre os aspetos gerais da vida, da saúde, da atividade física e dos hábitos alimentares, incluindo aspetos culturais e sociais da alimentação bem como aquisição e preparação de alimentos e refeições.

O estado nutricional e a composição corporal da população idosa também estão a ser avaliados.

Desta forma os investigadores pretendem obter a informação necessária para integrar nos materiais educativos que servem de apoio aos programas de formação dos profissionais de saúde e outros indivíduos que trabalham na comunidade na área da gerontologia.

Numa primeira fase do estudo, a equipa efetuou um levantamento dos estabelecimentos de alimentação, que possam participar no abastecimento alimentar dos idosos, como é o caso dos supermercados, mercearias, pomares, cafés, restaurantes, entre outros.

"Procuramos identificar qual a sensibilidade dos fornecedores para prestar este tipo de serviço", afirmou Maria Daniel Almeida, acrescentando que a finalidade é reconhecer os estabelecimentos que tenham uma atitude amigável com a população idosa, atribuindo-lhes, por exemplo, em selo ou um certificado.

Outro dos objetivos principais é a formação dos profissionais de saúde, das pessoas envolvidas na entrega de refeições ou no apoio domiciliário aos idosos e da própria população idosa, informou Rui Poínhos, membro da equipa de investigação.

Determinar o ambiente geofísico que envolve a população idosa, através da georreferenciação das habitações, da exposição ao sol, da inclinação das ruas e da iluminação, é outra das componentes do estudo, que finaliza em outubro de 2016.

Os investigadores pretendem ainda criar vídeos que possam ser transmitidos em salas de espera dos centros de saúde ou em canais televisivos, para que as informações nutricionais cheguem ao maior número possível de idosos, nomeadamente com "baixa alfabetização e com problemas de visão", acrescentou a coordenadora.

O Pronutrisenior está a ser desenvolvido em parceria com a Unidade de Saúde Familiar (USF) Nova Via, do concelho de Vila Nova de Gaia, e os seus utentes idosos, residentes nas freguesias de Madalena, Valadares e Vilar do Paraíso.

A escolha deve-se à heterogeneidade da população idosa que vive nessa zona, em ambiente rural, semiurbano, litoral e interior, com diferentes níveis educacionais e socioeconómicos, o que permite a obtenção de dados abrangentes.

Neste estudo, financiado pelo EEAGrants - Iniciativas em Saúde Pública em 340 mil euros, participam investigadores da FCNAUP, da Faculdade de Letras da UP, da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade de Oslo e Akershus e da Escola de Ciências da Saúde da Universidade da Islândia.

12 de março - Marcha Mundial pela Endometriose
A Endometriose é uma doença com um diagnóstico, geralmente, demasiado tardio. O desconhecimento dos sintomas por parte das...

Em Portugal não há números absolutos sobre a doença, mas há estimativas que antecipam a dimensão do problema. De acordo com um levantamento feito pela Mulherendo – Associção Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose “estima-se que a doença atinja uma em cada dez mulheres em idade fértil”, afirma Susana Fonseca, presidente da MulherEndo. O que significa que esta doença atinge mais de 240 mil mulheres portuguesas entre os 15 e os 49 anos (idade fértil), de acordo com cálculos que tiveram por base os Censos de 2011 e respetiva atualização de resultados de junho do ano passado.

A endometriose consiste no aparecimento e crescimento do tecido endometrial fora do útero, sobretudo na cavidade pélvica, nos ovários, atrás do útero, nos ligamentos uterinos, na bexiga ou no intestino (ainda que também possa aparecer fora do abdómen como nos pulmões ou outras partes do corpo). Os sintomas são dores menstruais de intensidade ligeira a forte com sangramentos irregulares (e abundantes), e quistos nos ovários. Esta doença altera a qualidade de vida das mulheres e reflete-se nas várias vertentes da vida: no meio familiar, social e laboral.

Apesar dos avanços no tratamento da endometriose, ainda não existe cura e pouco se sabe sobre as causas. A doença costuma-se diagnosticar entre os 25 e os 35 anos, apesar dos primeiros sinais se manifestarem anos antes, com o início da menstruação. Há casos em que passam cinco ou dez anos desde que a mulher deteta os primeiros sintomas até ao diagnóstico de endometriose, “é um período demasiado longo que além de prejudicar a qualidade de vida de quem dela sofre, pode acarretar graves problemas médicos como a infertilidade”, explica a Dra. Catarina Godinho, ginecologista especialista em medicina da reprodução no IVI Lisboa.

No que à fertilidade diz respeito, o tratamento da endometriose melhorara as possibilidades das mulheres conseguirem uma gestação por via espontânea. Sabe-se que a doença pode afetar a fertilidade da mulher, uma vez que esta diminui a reserva de ovócitos e a qualidade dos mesmos, explica a médica especialista.

Estima-se que 25% das mulheres inférteis sofram desta doença e existe o mito de que a gravidez cura, o que também não é verdade”, comenta Susana Fonseca. A presidente da associação admite que “durante o período de gestação, a doença fica adormecida”, mas a mesma pode regressar após o parto e “com muito mais força”, refere, alertando ainda para o facto de “os tratamentos de fertilidade agravarem, em muito, a doença”. Portanto, a recomendação da Mulherendo é “primeiro tratar da doença e só depois partir para uma gravidez”.

Em conclusão a Mulherendo deixa um alerta a todas as mulheres, “a endometriose é uma doença “desconhecida”, de um modo geral desvalorizada pela classe médica, se as mulheres acharem que ter dores menstruais, é normal, e pensarem que ao queixarem-se será sinónimo de “pieguice”, estão a ser as suas primeiras inimigas”. Conclui, “é imprescindível estarem atentas aos sintomas: além das dores menstruais fortes, se há dores nas relações sexuais, obstipação e prisão de ventre, dificuldade em urinar durante a menstruação, é preciso procurar ajuda médica”.

Marcha pela Endometriose
Existe uma clara falta de informação sobre esta patologia, os seus sintomas e consequências, pelo que no próximo dia 12 de março, se volta a repetir pelo terceiro ano consecutivo a Worldwide EndoMarch (Endomarcha ou marcha munidal pela endometriose) em Lisboa. Este evento realiza-se a nível mundial é organizado pela Million Women March, e tem como objetivo dar a conhecer a situação das pacientes com Endometriose e chamar a atenção tanto da sociedade como dos meios de comunicação social e gerar mais informação em torno da doença.

Em Portugal a marcha é organizada pela Mulherendo - Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, e tal como se pode ler no seu site www.mulherendo.pt, este ano o dia da Marcha não coincide em todos os países, tendo sido dada a cada um a liberdade para escolher o dia que fosse mais conveniente para o seu país. “Em 2014, a nossa primeira marcha, foi um verdadeiro sucesso, contando com cerca de 200 pessoas. O ano passado ultrapassámos as 300 pessoas sendo um dos países em todo o mundo com maior adesão. Este ano queremos mais, muito mais!”, exclama Susana Fonseca a Presidente da Mulherendo.

No próprio dia a Mulherendo organiza ainda algumas atividades que visam dar a conhecer a doença. Estará uma tenda na Praça do Comércio onde a partir das 10h haverão atividades e onde estará presente a Associação Portuguesa de Fertilidade e médicos para esclarecer as dúvidas de quem passar ou se quiser juntar à iniciativa.

A marcha começa às 15h e o percurso este ano é de sensivelmente 30 minutos em caminhada lenta: Praça do Comércio - Rua Augusta - Rua da Betesga - Contornar Praça da Figueira - Rua dos Fanqueiros, Rua da Alfândega - Praça do Comércio.

Tirar anticorpos
Limpar o sangue de anticorpos permite receber um órgão de um dador que não era compatível e com bons resultados. No Centro...

Para Clint Smith, advogado de 56 anos a viver em New Orleans (Estados Unidos), fazer o transplante de rim foi devolver-lhe a vida. Ainda mais quando tudo parecia impossível, por ter uma enorme incompatibilidade de anticorpos com quase todos os dadores e que o colocou por um tempo interminável na lista de espera e a fazer diálise. A dificuldade foi ultrapassada com o recurso à técnica de dessensibilização, que passa por retirar os anticorpos do doente de forma que não rejeite o órgão do dador, escreve o Diário de Notícias.

As dúvidas que existiam em relação ao sucesso parecem estar agora afastadas, graças a um estudo norte-americano que avaliou 1025 transplantados com esta técnica. Há mais doentes vivos transplantados com esta técnica do que os que ficaram em lista de espera e depois receberam um rim de dador cadáver ou que do que não saíram na lista. Após oito anos de transplante os resultados foram ainda mais expressivos. O estudo foi publicado ontem no The New England Journal of Medicine, Dia Mundial do Rim. Em Portugal há dois mil doentes em lista de espera para transplante de rim. O tempo médio é de quatro anos, mas para doentes incompatíveis, a espera é muito maior.

A dessensibilização não é uma técnica completamente nova, mas até agora não havia dados que mostrassem de forma tão clara o seu sucesso. "Cada hospital tem poucos casos. O que aqui se fez foi juntar casos de 22 hospitais e que deram mais de mil transplantes. Compararam-nos com cinco mil doentes que foram transplantados com dador cadáver e outros cinco que ficaram em lista de espera. Com esta publicação houve número suficiente para reproduzir o que se sabia: é possível fazer transplante com incompatibilidade HLA e traz ganhos", disse ao DN Leonídio Dias, nefrologista da unidade de transplantação renal do Centro Hospitalar do Porto (CHP).

A resistência até agora de muitos hospitais, adiantou o especialista, está relacionado com o facto de a incompatibilidade trazer maior probabilidade de rejeição e com isso se poder desperdiçar um órgão. Com a dessensibilização, afasta-se esse risco. "A existência de anticorpos contra antigénios nos tecidos dos potenciais dadores é uma das grandes barreiras à transplantação, porque ao reagirem podem levar à destruição do órgão por rejeição. É preciso retirar o plasma do doente para tirar os anticorpos e damos medicação para evitar produção de anticorpos", explicou.

"É uma técnica que pode aumentar mais a possibilidade de transplantes com dadores vivos e de dar resposta a pessoas em lista de espera com poucas probabilidades de encontrar um dador compatível", reforçou o clínico, adiantando que existem vários graus de incompatibilidade e o resultado é melhor quanto menor este for. Quanto a custos, sai mais barato fazer um transplante com esta técnica do que manter o doente em diálise.

11 transplantes feitos no Porto
A técnica é usada há cerca de uma década no hospital de Santo António (CHP). Leonídio Dias recorda os primeiros transplantes que realizaram com dessensibilização. "O primeiro caso foi de um doente sem hipótese de fazer hemodiálise, porque já não tinha acessos vasculares, ou diálise peritonal e de transplante com dador cadáver por ter anticorpos a praticamente toda a população. Estudámos a mãe e o pai, fizemos a dessensibilização e usámos um rim da mãe. O segundo caso foi numa criança na mesma situação. Eram transplantes urgentes, sem dador cadáver ou hipótese de diálise. Quando percebemos o sucesso, alargamos a outros casos", explicou.

Até ao momento, o Centro Hospitalar do Porto realizou 11 transplantes com recurso à dessensibilização. Técnica que aplicam quando os transplantes são com dadores vivos, mas também quando o rim a transplantar é de um dador cadáver. E não apenas aqui. No final de novembro de 2014, o Centro Hospitalar do Porto realizou o primeiro transplante renal entre duas pessoas incompatíveis no grupo sanguíneo.

Saúde ocular
Cientistas das universidades do Minho e Politécnica da Catalunha e do Centro Médico Teknon de Barcelona desenvolveram uma lente...

As lentes convencionais corrigem apenas a visão central, o que não evita o aumento do tamanho do olho e da miopia, mas esta lente inovadora pode abrandar este crescimento ao atuar também na visão periférica.

"A miopia moderada e alta, que tem maior impacto na saúde visual, inicia em geral entre os 5 e 10 anos de idade, progride fortemente até aos 16 e depois tende a desacelerar. A nova lente de contacto pode permitir uma mudança no final deste processo entre três e cinco dioptrias a menos", explica, em comunicado, José Manuel González-Méijome, diretor do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) do Centro de Física da UMinho, que coordenou os ensaios em Portugal.

A investigação clínica, que envolveu 100 pacientes durante dois anos, foi distinguida num congresso dos Estados Unidos e saiu em revistas internacionais, incluindo uma revisão dos estudos do CEORLab na “Eye & Contact Lenses” (EUA). O “segredo” para a nova lente progressiva hidrofílica controlar a progressão da miopia, escreve o Sapo, poderá estar na imagem que se forma nas áreas laterais da retina, continua José Méijome.

As lentes convencionais são necessárias para ver, mas são consideradas ineficazes para corrigir a miopia. Ou seja, não impedem o aumento do tamanho do olho e isso causa a crescente desfocagem de objetos distantes e o aumento dos riscos associados para a saúde ocular.

Adaptada a qualquer idade e graduação
“Não há nada comercializado com a eficácia e o alcance desta nova lente, por isso poderá ter um grande impacto imediato, em particular nos jovens, diminuindo o risco de sofrerem uma patologia ocular muito grave na idade adulta”, nota Jaume Pauné, da Politécnica da Catalunha.

Ainda assim, os investigadores reconhecem que a mesma não funciona para todos os contextos, como a sua utilização irregular ou certos fatores genéticos. Esta lente pode ser usada inclusive por crianças de 8-10 anos, desde que com responsabilidade. Este segmento etário foi alvo de outro ensaio clínico internacional multicêntrico ao longo de cinco anos, envolvendo o CEORLab.

A miopia atinge mais de 5% das crianças entre 6 e 9 anos, sobe para 25% nas de 13 anos (confirmado junto de 200 alunos de Caldas das Taipas em 2011-15) e para 45% nos universitários (com base em 340 que ingressaram este ano na UMinho). E entre os estudantes da Escola de Ciências desta academia a miopia passou de 23 para 41% entre 2002 e 2014, indica outro estudo do CEORLab. É sabido que, a partir das cinco dioptrias, o risco de patologia ocular aumenta 20 a 50 vezes face a uma pessoa sem problemas visuais. A miopia representa um quinto da cegueira causada no mundo. Nalguns países da Ásia afeta 80% dos alunos e causa sérios problemas de saúde pública.

A UMinho é das raras universidades europeias com investigação aplicada nesta matéria e inclui a temática na sua oferta letiva, com o mestrado em Optometria Avançada e dois cursos de ensino a distância, permitindo a atualização dos profissionais e que as soluções tecnológicas cheguem mais rápido ao cidadão.

Desenvolvido em Coimbra
Equipamento foi desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em parceria com os Hospitais...

Num futuro próximo, será possível aos doentes com epilepsia preverem, em tempo real e de uma forma mais generalizada, potenciais crises e ataques. Foi, pelo menos, com esse objetivo que o projeto europeu Epilepsiae começou a desenvolver um equipamento sem fios que funcionará como um sistema inteligente de alarme. Estando ligado ao doente, escreve o Sapo, emitirá informações para um computador que enviará ao doente a informação, em tempo real, de previsão de uma crise epilética.

O projeto, desenvolvido pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em parceria com os Hospitais da Universidade de Coimbra e entidades de França, Alemanha e Itália, começou a ser testado em duas centenas de doentes portugueses, franceses e alemães em 2010. No ano seguinte, estava previsto que fosse ensaiado em mais uma centena de doentes. Em 2013, foi apresentado, em versão demo, numa conferência em Coimbra.

A funcionar em pleno, o aparelho Brainatics vai ser muito útil para cerca de um terço das pessoas com epilepsia que, ao contrário dos outros dois terços, não reagem à medicação comum, continuando expostas a crises em qualquer momento e em quaisquer circunstâncias. O software que integra o aparelho permite a monitorização de 22 parâmetros por elétrododo e, nas primeiras demonstrações públicas, conseguiu emitir dados para um notebook com 2 GB de RAM.

Estudo
Um estudo recente divulgado pelo Centro de Terapias Chinesas concluiu que 47,9% dos homens entre os 18 e 39 anos apresentam...

O estudo, que analisou dois grupos de 42 homens com idades entre 18 e 45 anos, concluiu também que disfunção erétil de origem psicológica é mais comum nos jovens, afetando somente 10% dos pacientes com mais de 50 anos.

Foi também observada uma alta incidência de sintomas de ansiedade e depressivos em homens que sofram desta condição, escreve o Sapo, o que estabelece uma forte relações entre o contexto emocional masculino e a sua performance sexual. O mesmo estudo considera que, dada a importância do desempenho sexual para o bem-estar psicológico, a disfunção sexual é uma questão de saúde pública.

"A sociedade moderna coloca muita tensão sobre os indivíduos, especialmente sobre os mais jovens, que ainda estão a adaptar-se às mudanças de carreira e à entrega no mercado de trabalho. Cansaço, noites mal dormidas e situações emocionais mal resolvidas são fatores que destabilizam a energia vital e prejudicam o desempenho sexual", explica a Wenqian Chen, especialista em Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e Diretora do Centro de Terapias Chinesas (CTC).

"Na Medicina Tradicional Chinesa dispomos de técnicas que permitem recuperar a função sexual e emocional do homem, com uma taxa de recuperação de funções sexuais após a primeira semana de tratamento" acrescenta.

Para além dos distúrbios psicológicos, outros fatores de risco para a disfunção erétil incluem o tabagismo, as alterações hormonais, os medicamentos e as doenças cardiovasculares.

Estudos anteriores sobre as técnicas usadas na MTC, como a acupuntura ou a fitoterapia, apresentam resultados positivos na aplicação das mesmas em caso de disfunção sexual. Os métodos Método Jin Xing, realizado no CTC, é composto por um conjunto de técnicas como massagem, acupuntura, moxabustão e fitoterapia, garantindo resultados, no máximo até seis meses nos casos mais agressivos.

Manipulação genética
O Gabinete de Patentes e Marcas dos EUA (USPTO, na sigla em inglês) começou a analisar esta quem deve receber a patente para...

A possibilidade de que a CRISPR-Cas9 seja usada em breve para a terapia genética em humanos tem causado frenesim na comunidade científica. Ao mesmo tempo, muitos perguntam: os seres humanos deveriam ter controlo sobre a própria genética e reescrever o ADN para gerações futuras?

Biólogos são capazes de editar o genoma com ferramentas moleculares há algum tempo, escreve o Diário Digital, mas não de maneira tão simples e versátil como com a CRISPR-Cas9. Descoberta em 2012, a tecnologia usa a enzima Cas9 para cortar o ADN em pontos determinados por uma cadeia-guia de RNA. Ou seja, a tecnologia funciona mais ou menos como a ferramenta de localizar e substituir uma palavra no Word, primeiro localizando o gene a ser editado e, depois, fazendo a alteração necessária.

Isso permite “customizar o genoma de qualquer célula ou espécie à vontade”, afirmou Charles Gersbach, professor assistente de Engenharia Biomédica da Universidade de Duke ao New York Times.

Na China, cientistas já aplicaram a tecnologia para alterar o ADN de embriões humanos no ano passado, na tentativa de corrigir falhas genéticas por trás da rara - e muitas vezes fatal - doença sanguínea talassemia beta. A experiência, realizada na Universidade Sun Yat-sen, foi considerada eticamente defensável, pois os embriões carregavam um defeito cromossómico que os tornava inviáveis e não lhes foi dada a hipótese de se desenvolverem.

O Reino Unido também autorizou, no início de Fevereiro deste ano, que cientistas modifiquem geneticamente embriões humanos, mas apenas para fins de pesquisa. Trata-se da primeira licença do tipo na Europa, e os pesquisadores, do Instituto Francis Crick, em Londres, pretendem adotar a tecnologia CRISPR-Cas9.

Alterar o ADN de um embrião - a chamada modificação da linha germinativa - significa que as mudanças apareceriam em todas as células do organismo adulto. Isso inclui óvulos e espermatozoides, ou seja, as mudanças genéticas e possíveis efeitos colaterais seriam transmitidos para gerações futuras.

Se os investigadores conseguissem manipular o gene que sofre mutação em pessoas com a doença de Huntington, por exemplo, poderiam curar o distúrbio neurológico e evitar que crianças nascessem com a patologia.

Muitos especialistas argumentam que as doenças causadas por um único gene defeituoso, como a de Huntington, são raras e, por isso, não há uma procura médica para fazer alterações hereditárias em embriões.

“A edição genética hereditária não é aplicável a doenças comuns como cancro ou diabetes, nas quais a componente hereditária é causada por vários genes diferentes”, escreveu o jornalista científico Nicholas Wade no New York Times.

Wade afirma que, mesmo no caso de doenças causadas por um único gene, a edição da linha germinativa é desnecessária na maioria dos casos, porque os pais podem gerar uma criança saudável através da fertilização in vitro. Bastaria implantar no útero apenas embriões saudáveis, identificados numa triagem genética. Casais também podem recorrer à doação de esperma.

Além da manipulação genética em embriões, há a esperança de que, para algumas doenças, seja possível extrair células estaminais do sangue, alterá-las com ajuda da CRISPR-Cas9 e devolvê-las ao organismo. Segundo um artigo publicado na revista Nature, poderiam ser manipuladas células estaminais para tratar a anemia falciforme, por exemplo.

Um desafio maior seria aplicar a enzima Cas9 e o RNA-guia para outros tecidos do corpo, mas os cientistas esperam que um dia a técnica possa ser usada para lidar com uma série de doenças genéticas. Cientistas também têm esperança de conseguir manipular células do sistema imunológico para evitar o cancro e finalmente encontrar uma cura para a doença.

Boletim de vigilância epidemiológica da gripe
A atividade gripal manteve-se baixa, com tendência para diminuir, na semana de 29 de fevereiro a 6 de março, revela o boletim...

De acordo com o relatório, a taxa de incidência da síndrome gripal, na primeira semana de março, foi de 25,1 casos por cem mil habitantes, "sugerindo provável final do período epidémico".

Na semana anterior, de 22 a 28 de fevereiro, que teve atividade gripal baixa, mas com tendência estável, foram registados 42,6 casos por cem mil habitantes.

O boletim, publicado todas as quintas-feiras, refere que os vírus da gripe circulantes "são, na sua maioria, semelhantes aos vírus contemplados na vacina antigripal da época 2015/2016".

Na semana passada, foram admitidos oito novos casos de gripe, nas 22 unidades de cuidados intensivos hospitalares que reportaram a informação, sendo que três deles tinham doença crónica associada.

A taxa de admissão por gripe, estimada nas unidades de cuidados intensivos, situou-se nos 4,3 por cento, um valor inferior ao previsto na semana precedente.

A maioria dos vírus gripais identificados é do tipo A.

O relatório adianta que a mortalidade "por todas as causas" se manteve abaixo do estimado.

Desde o início da época gripal, que começou em outubro, foram reportados 143 casos de gripe admitidos nas unidades de cuidados intensivos dos hospitais.

Dos 77 doentes, com "estado vacinal conhecido", apenas quatro estavam vacinados contra a gripe sazonal. A maioria dos pacientes que entraram nas unidades de cuidados intensivos - 96 - tinha doença crónica subjacente.

A época gripal 2015/2016 termina em maio.

No próximo ano
O ministro da Saúde estimou que no próximo ano esteja em condições de arrancar uma rede estruturada de cuidadores informais,...

“Atribuímos aos cuidados informais uma grande importância. Cada vez mais, com o envelhecimento da população, é preciso criar condições para que os idosos e as pessoas com dependência fiquem em sua casa e possam ser apoiadas, naturalmente com o apoio dos serviços de saúde e do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes.

Os cuidadores informais, a sua formação, capacitação e alargamento no país, fazem parte do Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados que foi apresentado pelo Governo, numa sessão pública em Lisboa.

“Julgamos haver condições no próximo ano de avançar para a definição do estatuto do cuidador informal e será muito bom para o conjunto de respostas de saúde”, estimou o ministro.

A ideia é criar no país uma rede de pessoas – em regime de voluntariado, a nível familiar ou comunitário – que estejam dispostas a dar o seu tempo para ajudar idosos ou dependentes no seu domicílio e assim “diminuir a pressão e recurso inapropriado aos hospitais por falta de apoio e isolamento”.

“Começaremos a agregar essa rede [no próximo ano]. Queremos dar capacidade de formação e este é um projeto a médio prazo”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

No âmbito do Programa Nacional para a Educação em Saúde serão ainda desenvolvidas aplicações de telemóvel para promover a vida ativa e prevenir as dependências nos jovens.

Entre os vários temas abrangidos por este programa, destaca-se a preparação e o apoio a prestadores informais em cuidados domiciliários, a prevenção da diabetes ou da obesidade e a promoção da saúde mental, do envelhecimento saudável e da utilização racional e segura do medicamento.

Por isso mesmo, a tutela propõe-se colocar no centro da primeira fase de desenvolvimento do projeto a “noção de ‘vida ativa’, física, intelectual e afetivamente".

Em concreto, entre 2016 e 2017, serão desenvolvidas campanhas, em diversos meios comunicacionais e promocionais, que explorem “todas as oportunidades para promover o conceito de ‘vida ativa’”.

O Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados tem como principal objetivo capacitar os cidadãos a tomar decisões informadas sobre a saúde, ciente de que existem em Portugal baixos níveis de literacia em saúde, segundo apontam alguns estudos.

Estudantes de Medicina
A Associação Nacional De Estudantes de Medicina entregou, aos ministros da Saúde e da Ciência, um conjunto de medidas para...

Em comunicado, a Associação Nacional De Estudantes de Medicina (ANEM) indica que, nesta proposta, é defendida a “extinção imediata do contingente adicional de 15% de vagas para licenciados a admitir nos cursos de Medicina”.

Outra proposta passa pela “redução fracionada, de 3% ao ano (em relação ao valor inicial), em cinco anos, do número de vagas nas escolas médicas portuguesas, num total de 15% ao final de cinco anos”.

A ser posta em prática, esta proposta “poderá traduzir-se, ao final de cinco anos, numa redução de cerca de 1.800 para cerca de 1.300 estudantes de Medicina por ano”.

De acordo com esta associação, “o número de estudantes é superior à capacidade formativa pré-graduada atual". "Em média, no ensino clínico pré-graduado existem oito estudantes por tutor, sendo que, em alguns casos, chegam a ser 18 estudantes para um tutor”.

“Este extravasar da capacidade formativa coloca em causa a qualidade do ensino e o atendimento aos utentes, que muitas vezes, em estado debilitado, são confrontados com mais de dez médicos à sua volta”, prossegue o documento.

Segundo a ANEM, “o número de ingressos nos cursos de Medicina ultrapassa também a capacidade formativa pós-graduada - aquela que permite a especialização dos diplomados em Medicina”.

“No final de 2015, 114 médicos foram impedidos de ingressar numa especialidade, porque o número de candidatos era superior às vagas disponíveis. Se nada for feito, no próximo concurso, que se realizará já em junho, serão provavelmente mais de 400 médicos a ficarem sem acesso a uma vaga e a tornarem-se médicos indiferenciados, somando-se aos 114 já existentes”, lê-se no comunicado.

Para a ANEM, “esta redução de 'numerus clausus' deverá ser acompanhada de medidas governamentais para um correto planeamento dos recursos humanos em saúde, com adequada identificação das regiões e especialidades médicas mais carenciadas”.

Fármacos ocidentais atuam apenas a nível físico e com efeitos secundários
Estima-se que em Portugal 500 mil homens sofram com disfunção erétil, condição caraterizada pela incapacidade regular ou...

Frequentemente ligado ao stresse e à ansiedade, o quadro clínico da disfunção erétil está muito mais vezes ligado a causas psicológicas. "Perante situações como as referidas, os vasos sanguíneos tendem a contrair-se, impedindo uma das premissas mais importantes na ereção masculina: a vasodilatação", começa por explicar Hélder Flor, especialista em medicina tradicional chinesa.

Por seu turno, os químicos prescritos pela medicina ocidental estão desenvolvidos com o objetivo único de criar condições necessárias para provocar uma ereção, numa atuação meramente física. "Esta não pode, nem deve, ser uma resposta efetiva à disfunção, por dois motivos muito simples: a ereção deve ser associada ao desejo sexual, e não a um comprido. E é suposto que o comprimido trate a disfunção, e não que despolete outros quadros clínicos, como enjoos e má digestão", continua.

De acordo com inúmeros estudos realizados na última década, a acupuntura é um dos tratamentos mais eficazes para a disfunção erétil, atuando a um nível global no organismo. Hélder Flor lembra que "é preciso conhecer e ouvir o paciente de forma a conseguir estabelecer um diagnóstico adequado e saber quais são os pontos que devem ser trabalhados. A acupuntura corrige o equilíbrio energético do nosso corpo através desses mesmos pontos que, no caso da impotência, estão regularmente associados ao sistema simpático. A solução obriga a estimular os pontos do corpo de forma a que o parassimpático entre em ação surja para relaxar o paciente, promovendo a sincronia entre os dois sistemas", conclui.

Associação Portuguesa de Agricultura Biológica
A associação da agricultura biológica juntou 14 municípios e 40 parceiros e lança uma campanha nacional de informação sobre...

Andrea Pereira, da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), disse que "esta é a maior ação de comunicação na área do consumo sustentável e da alimentação biológica alguma vez feita em Portugal".

A iniciativa, referiu a organizadora, "surge da necessidade de divulgar o consumo de alimentos biológicos, ligado ao consumo justo e sustentável, de uma forma geral, e não apenas para grupos específicos".

A campanha Grow Green Semana "Pergunte pelo Bio", será apresentada na sexta-feira, em Canha, no concelho do Montijo, e vai decorrer de 11 a 16 de abril.

A ideia é, "através da consciencialização, aumentar a produção e o consumo" já que, "se as pessoas consumirem mais, haverá mais produção, e se há mais produção, os preços baixam", resumiu Andrea Pereira.

Para a Agrobio, a redução da distância entre o consumidor e o produtor também permite reduzir os preços do transporte e "uma das razões pelas quais o produto biológico é tão caro é que na sua grande parte é importado".

"Nós temos grande carência de produção, é um mercado em crescimento e precisamos de produtores", alertou a organizadora da Semana "Pergunte pelo Bio".

Ao contrário do que acontece em alguns países, principalmente do norte da Europa, em que a agricultura biológica "é a regra", em Portugal "ainda é a exceção" e, em 2014, abrangia 220 mil hectares, enquanto no ano passado este mercado representava cerca de 20 milhões de euros, valores que terão, segundo Andrea Pereira, subido este ano, atendendo ao aumento de 15% do número de candidaturas às medidas agro-ambientais.

"Pretende-se, pouco a pouco, mostrar às pessoas que o consumo sustentável é a única forma de vivermos neste planeta", realçou, recordando as decisões da conferência sobre alterações climáticas de Paris, decorrida em dezembro de 2015, acerca da necessidade de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Para a técnica da Agrobio, "é necessário haver, de facto, uma mudança de mentalidades e de consumo" para defender o planeta, mas também para optar por alternativas mais saudáveis.

Questionada acerca das razões para o afastamento dos consumidores da agricultura biológica, respondeu que "a principal tem a ver com os hábitos de vida das pessoas", destacando o nível de informação: "há muita falta de conhecimento relativamente a este assunto, as pessoas ainda não sabem bem o que é a agricultura biológica e também não sabem bem o que consomem".

Se o consumidor tiver noção do que está a consumir, "nomeadamente em relação às tecnologias usadas e àquilo que é usado para a produção daquele alimento, muitas vezes pesticidas, herbicidas, fungicidas que são prejudiciais à saúde humana, tem mais poder de escolha", salientou Andrea Pereira.

Em articulação com os 14 municípios envolvidos e os 40 parceiros, entre produtores, distribuidores e organizações não governamentais, como a ambientalista Quercus, será seguido em vários pontos do país um programa com atividades, 'workshops' e palestras para esclarecer os portugueses acerca deste modo de produção mais amigo do ambiente e da saúde.

Sessão GS1 Portugal conclui
Segundo a Interpol, mais de um milhão de pessoas morre anualmente na sequência do uso de medicamentos falsificados.

“A contrafação de medicamentos é um problema muito sério para a Saúde Pública -  segundo a Interpol, mais de um milhão de pessoas morre anualmente na sequência do uso de medicamentos falsificados. E o tempo para o cumprimento das regras impostas pela Diretiva dos Medicamentos Falsificados, que já está em vigor e entra em aplicação a 9 de Fevereiro de 2019, escasseia”, afirmou Ulrike Kreysa, Vice-Presidente de Healthcare da GS1 Global Office (Bruxelas), na Sessão de Saúde promovida pela GS1 Portugal e pela APREFAR (Associação dos Profissionais de Registos e Regulamentação Farmacêutica), que decorreu ontem, em Lisboa, e contou com cerca de 100 profissionais da área farmacêutica. A especialista europeia em Saúde esclareceu ainda que os standards globais GS1 têm o endorsement dos 70 principais players mundiais da Indústria da Saúde.

“Os standards globais GS1, além de garantirem a rastreabilidade ponto-a-ponto (em toda a cadeia de valor), podem auxiliar as autoridades (nacionais e europeias) a combater a contrafação de medicamentos, um fenómeno ilícito global com um impacto muito negativo para a Saúde Pública e que rende aos seus autores mais de 45 mil milhões de Euros anuais (dados de 2011, os mais atuais)”, afirmou João de Castro Guimarães. Mais, acrescentou o Diretor Executivo da GS1 Portugal, “para as exportadoras de produtos farmacêuticos, a adoção dos standards globais é essencial para o cumprimento das legislações nos países de destino – a quase totalidade dos Estados-membros está em harmonia com as regras inscritas na Diretiva 2011/62/UE”.

Mais conhecido em Portugal pelo prefixo 560, o Sistema de Normas GS1, além de melhorar a eficiência global da cadeia de valor da Saúde e ajudar a reduzir significativamente a fatura global de um setor que lida com vidas humanas – segundo um estudo desenvolvido em 2014 pela consultora Augusto Mateus & Associados, Impactos da adoção de standards globais na cadeia de valor da saúde em Portugal, estamos a falar em poupanças a 10 anos para a Economia entre 561 e 791 milhões de euros (sem ou com serialização) –, pode auxiliar as autoridades no combate à contrafação de medicamentos. E, conforme questionou Ulrike Kreysa no final da sua apresentação, recorrendo a uma conclusão do estudo da Mc Kinsey, publicado em 2012 e que aponta para a salvaguarda de 22-43 mil vidas humanas/ano, “quanto vale a vida de um paciente?”.

Código do produto, número de série, número de reembolso nacional (se requerido no país em causa), número de lote ou data de validade. São estas algumas das muitas informações que comporta o código bidimensional GS1 DataMatrix, suporte do identificador único e uma estrutura ISO compliant que permite o armazenamento de grande quantidade de informação em níveis exíguos de embalamento (incluindo unidoses). Os resultados da sua adoção incluem:

  • melhorias na gestão de stocks, evitando stocks obsoletos e reduzindo custos;
  • o recall atempado e preciso de produtos não conformes;
  • auxiliar a alocação de custos automaticamente;
  • facilitar os reports aos reguladores; permite sempre, e principalmente, garantir os cinco direitos do paciente:
  1. o medicamento certo;
  2. na dose adequada;
  3. pela via
correta;
  4. à hora certa;
  5. ao paciente correto.

A Europa está a caminhar em direção ao alinhamento global na identificação e codificação de produtos de saúde. “Apenas Portugal e Itália se mantêm de fora”, apontou Ulrike Kreysa. Sublinha-se, no entanto, que existem exemplos locais de adoção com resultados muito animadores, como o CHLN - Centro Hospitalar Lisboa Norte (que inclui o Hospital de Santa Maria) ou o Hospital de Cascais (Grupo Lusíadas Saúde) – onde é, hoje, possível recolher e gerir toda a informação relevante do medicamento, da farmácia à cabeceira do paciente, via scan a um GS1 DataMatrix.

A primeira Sessão Colaborativa de Saúde da GS1 Portugal em 2016 foi dedicada à análise dos impactos para a Indústria da Saúde em Portugal (em especial, do setor do medicamento) da Diretiva de Medicamentos Falsificados (2011/62/UE) – e que, após a sua publicação, a 9 de Fevereiro passado, no Jornal Oficial da União Europeia, faz com que, daqui a três anos (i.e., a partir 9 de Fevereiro de 2019), laboratórios e produtores de medicamentos vão ter de:

  • utilizar um identificador único para os medicamentos;
  • garantir que o produto está inviolado, através de um dispositivo de segurança à escolha do produtor.
OMS
A Organização Mundial de Saúde apelou aos Estados-membros da Europa que invistam na saúde eletrónica, que afirmou ter potencial...

Num relatório publicado sobre a saúde eletrónica (e-saúde), ou seja, qualquer atividade em que um meio eletrónico seja usado para fornecer informação, recursos ou serviços relacionados com a saúde, a Organização Mundial de Saúde (OMS) conclui que a e-saúde é já uma realidade na maioria dos Estados-membros da Europa.

"Em muitos países, a e-saúde está a revolucionar os serviços de saúde e a informação necessária para apoiá-los. Os pacientes têm mais poder porque têm acesso a informação e aconselhamento. Isto está a aumentar a qualidade da saúde e a desafiar os papéis tradicionais dos profissionais de saúde", disse Zsuzsanna Jakab, diretora regional da OMS para a Europa.

A e-saúde, acrescentou a responsável, "poupa vidas e dinheiro, mas apesar de muitos exemplos inspiradores, este relatório mostra que a e-saúde não está a ser adotada homogeneamente na Região. É preciso mais investimento na e-saúde para se alcançar os objetivos da agenda Saúde 2020".

Dos 47 Estados-membros da região europeia da OMS que responderam ao inquérito, 93% (42 países) disponibilizaram financiamento público para programas de e-saúde, 81% (35 países) relatam que as suas organizações de saúde usam redes sociais para promover mensagens em campanhas de saúde e 91% (40 países) dizem que os cidadãos usam as redes sociais para procurar informação sobre saúde.

No entanto, 81% dos Estados-membros dizem não ter qualquer política nacional para governar os media sociais na saúde, o que torna o setor informal e não regulado.

Também a saúde móvel - o uso de tecnologias móveis para apoiar a informação e a prática de saúde - tem vindo a crescer: 22 países têm programas de m-saúde apoiados pelo governo; a utilização das aplicações para aceder a registos dos doentes aumentou 25% desde 2009 e o uso dos telemóveis para relembrar os utentes das suas consultas aumentou 21% no mesmo período.

No entanto, a crescente utilização não tem sido acompanhada de regulação, já que 73% dos países inquiridos (33 Estados-membros) não têm uma entidade responsável pela supervisão da qualidade, segurança e fiabilidade das aplicações móveis e apenas três países fizeram uma avaliação dos programas apoiados pelo Governo.

Na tele-saúde, 83% dos países usam a tele-radiologia e 72% usam a monitorização remota dos pacientes, mas apenas 27% (12 países) têm uma política ou uma estratégia dedicada à tele-saúde.

O relatório recomenda por isso um maior compromisso político na saúde eletrónica, a criação de estratégias dedicadas ao setor, uma orientação para a tele-saúde e mais regulação na saúde móvel.

Defende ainda uma aposta na literacia digital e de saúde dos profissionais de saúde e do público em geral, "para garantir que os serviços de e-saúde são adotados com sucesso e que as desigualdades são reduzidas com a digitalização dos serviços.

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