Iniciativa do Núcleo de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
O Núcleo de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna vai atribuir um prémio e duas bolsas no valor total...

Durante esta reunião serão analisadas as principais novidades nas doenças autoimunes desde a visão da ciência básica como a do clínico, serão colocadas em comum as dificuldades práticas que os internistas sentem na síndrome antifosfolipidico, serão partilhadas experiências na utilização dos fármacos biológicos assim como das pequenas moléculas na artropatia inflamatória, não esquecendo o estado atual em doenças como a esclerose sistémica e doença mediada por IgG4.

Como novidade, este ano os trabalhos dos finalistas do Prémio e Bolsas NEDAI serão apresentados na modalidade de comunicação oral numa sessão especial como forma de reconhecimento do trabalho realizado.

António Marinho, coordenador do Núcleo de Doenças Autoimunes (NEDAI) explica que “o destaque que damos este ano aos prémios e bolsas de investigação tem como objetivo evidenciar a verdadeira missão do NEDAI, que é incentivar os internistas a dedicar-se (ainda) mais à investigação básica e clínica na área das doenças autoimunes. Estas patologias caracterizam-se por ser sistémicas e muito diversas entre si, o que as torna um objeto apetecível para os projetos de investigação, pois muito ainda está por descobrir”.

O internista refere ainda que “a medicina interna ocupa-se da atenção integral e global do doente, sustentada numa capacitação teórica e técnica de máximo nível, o que nos permite caminhar para excelência em áreas tão especiais como as doenças autoimunes. Neste percurso para atingir a competência iremos debater sobre a realidade em ambos lados da fronteira da Península Ibérica, partilhando a experiência do NEDAI e do Grupo de Trabajo de Enfermedades Autoinmunes (GEAS) ao longo destes anos”.

Prémio Sanofi - Sociedade Portuguesa de Diabetologia
O Prémio Carreira Sanofi, promovido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia, foi este ano atribuído a António Machado Saraiva...

O galardão, lançado há nove anos pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) para premiar a excelência do controlo clínico da diabetes por parte de individualidades ou instituições, distinguiu assim em 2016 uma vida dedicada à prática clínica, aos doentes e ao estudo da diabetes.

António Machado Saraiva foi Chefe de Serviço de Endocrinologia do Hospital de Egas Moniz desde 1995, integrou, em 3 mandatos a direção do Colégio da Especialidade de Endocrinologia da Ordem dos Médicos, participou em centenas de trabalhos e tem algumas dezenas de trabalhos publicados, particularmente na área da diabetes e dislipidemias e recebeu em 7 de abril de 2015 a “Medalha de Serviços Distintos Grau “Prata”, atribuída pelo Sr. Ministro da Saúde, Dr. Paulo Macedo.

Fernando Sampaio, country chair da Sanofi Portugal, refere que “na área da diabetes em Portugal, trabalhamos com a dupla missão de melhorar a qualidade de vida da pessoa com diabetes e contribuir para minorar o impacto social e económico desta doença crónica. O nosso objetivo prioritário é apoiar o doente e os profissionais de saúde em todas as suas necessidades, daí continuarmos a distinguir anualmente os profissionais de saúde que dedicaram a sua carreira ao tratamento da diabetes no nosso país”.

O júri que atribuiu o prémio foi constituído por José Luís Medina (Presidente da SPD), José Silva Nunes, Rui Duarte e Jorge Dores (membros da SPD) e Carla Pereira, representante da Direção Médica da Sanofi.

A Profissão na Sétima Arte
Caro Cidadão: Tomei a liberdade de escolher para si uma seleção de 10 filmes e uma série televisiva

A sétima arte já mostrou a profissão de enfermagem através de um sem número de ângulos, os quais refletem o papel da enfermagem em diferentes tempos históricos e em diferentes regiões e culturas. Porque a enfermagem esteve sempre presente, acompanhando os grandes momentos da história da humanidade.

Contudo, a Enfermagem foi (e ainda é) uma das profissões com mais estereótipos no que respeita à sua divulgação nos meios de comunicação, particularmente no cinema e na televisão. Em Portugal foi bem notória esta questão na novela “Jardins Proibidos” que passou na TVI em 2014 e que causou alguma discussão dentro e fora da própria classe. Mais recentemente, a enfermagem voltou à caixa mágica, através da série de drama portuguesa “Aqui Tão Longe”. Protagonizada pelos atores Fátima Belo e Filipa Areosa, esta série foi produzida pela SP Televisão e começou a ser exibida na RTP1 em março de 2016. Esta série retrata em certa medida a experiência dos enfermeiros portugueses emigrados no Reino Unido, em busca de novas oportunidades de trabalho. A enfermagem ganha corpo e alma na personagem Cristina Lindo (Filipa Areosa), enfermeira com 26 anos, que deixa Portugal e vai para Londres trabalhar.

Para promover alguma reflexão sobre o que fazem os enfermeiros e sobre as suas representações construídas no cinema nas últimas décadas, selecionamos um conjunto de filmes que poderão de certa forma representar uma “re-significação” da enfermagem e da sua trajetória histórica, ética e legal. A seleção de filmes sugeridos, contextualizados com alguns dados técnicos e com a respetiva sinopse, dá-nos um panorama como o cinema tem exposto a profissão de enfermagem no último meio século (1966-2016). Por outro lado, tenta ilustrar a evolução da profissão e a sua imagem social, assim como o desenvolvimento das suas competências clínicas e liderança.

É comummente aceite que ao longo da história do cinema, a enfermagem foi uma das profissões mais vezes retratada no grande écran. No início, a figura da enfermeira estava conotada a alguns estereótipos eróticos. Mas com a entrada no século XX entramos num novo período, no chamado cinema histórico-documental e biográfico. Este será o grande ponto de viragem na forma como a profissão é retratada no grande écran, reconhecendo-se pela primeira vez, as vidas exemplares de muitas enfermeiras que voluntariamente haviam assistido feridos nos diferentes conflitos bélicos dessa época. Mesmo assim, os seus atos heroicos difundidos no cinema nessa altura, não foram suficientes para contrariar os estereótipos que afetaram negativamente a imagem da enfermagem. Estes estereótipos forem originados a partir de mitos e crenças culturalmente e fortemente enraizados na sociedade.

Mas com a entrada no período do cinema moderno, o retrato da enfermagem normaliza-se e aparecem novos papéis, menos heroicos, mas mais humanos. As personagens que representam os enfermeiros estão cada vez mais presentes e assumem um papel de grande protagonismo.

Por último, para alguns críticos o problema de retratar a imagem social da enfermagem é que não existe tal imagem. Pois existe a imagem que cada enfermeiro gera no utente/doente/cliente, e por isso, são tantas as imagens como tantos os encontros enfermeiro-utente.

Tantos enfermeiros, tantos filmes, tantos retratos para uma realidade inabarcável… Um mundo cheio de imagens que reflete os diferentes rostos de um único personagem – o(a) Enfermeiro(a).

Domingo à Tarde
“Domingo à Tarde” (1966) é um filme português de António de Macedo, a sua primeira longa metragem de ficção e a quarta do movimento do Novo Cinema. Macedo teve confrontos sérios com os Serviços de Censura para poder estrear o filme. A estreia foi em Lisboa, no Cinema Império, a 13 de abril de 1966.

Sinopse: Excelente filme para conhecer a Enfermagem Portuguesa na década de 60. Filme baseado no romance homónimo de Fernando Namora. "Jorge dirige o departamento de Hematologia de um hospital. Um dia, chega Clarisse, que sofre de leucemia em estado avançado. Apaixona-se, e Jorge procura, pela primeira vez, salvar um doente. Clarisse morre, apesar de todos os esforços de Jorge que, cada vez mais desencantado, prossegue os seus trabalhos, com experiências de rotina, que sabe serem inúteis".

Voando sobre um Ninho de Cucos
Voando sobre um Ninho de Cucos é um filme dramático, intitulado originalmente One Flew Over a Cuckoo´s Nest. Realizado por Milos Forman em 1975, o filme é baseado no romance com o mesmo nome de 1962 escrito por Ken Kesey, e protagonizado por Jack Nicholson, Louise Fletcher, Brad Dourif, Danny DeVito, Christopher Lloyd e Vincent Schiavelli.

Sinopse: O filme conta uma estranha história sobre Randle Patrick McMurphy (Nicholson), um jovem delinquente que, para escapar a uma pena de trabalhos forçados, resolve fingir-se de doente mental. Quando chega à instituição psiquiátrica onde é internado, começa a confrontar-se com os abusos físicos e psicológicos praticados pela calculista enfermeira-chefe Ratched (Fletcher) e resolve desafiar as autoridades, incitando os doentes a revoltarem-se contra os tratamentos pouco ortodoxos da enfermeira. A inusitada temática, aliada a uma excelente interpretação dos atores principais e também secundários, saldou-se por uma enorme receita de bilheteira e serviu para alertar a opinião pública americana para questões relacionadas com os Direitos Humanos. Para conferir maior realismo às cenas, Milos Forman exigiu fazer as gravações no interior de um hospital psiquiátrico. A obra, apesar de incómoda para as autoridades governamentais da época, foi premiada com 5 Óscares nas categorias principais (Filme, Realização, Ator, Atriz e Argumento Adaptado), o que não acontecia desde 1934.

O Paciente Inglês
O Paciente Inglês é um filme norte-americano e britânico de 1996, do género drama, realizado por Anthony Minghella e baseado no romance homónimo de Michael Ondaatje de 1992.

Sinopse: No final da Segunda Guerra Mundial, um desconhecido (Ralph Fiennes) que teve queimaduras generalizadas quando o seu avião foi abatido, e é conhecido apenas como o paciente inglês, acaba por receber os cuidados de uma enfermeira canadiana (Juliette Binoche). Gradualmente ele começa a narrar o grande envolvimento que teve com a mulher (Kristin Scott Thomas) de um colega (Colin Firth) e de como este amor foi fortemente correspondido. Mas da mesma forma que determinadas lembranças lhe surgem na mente, outros detalhes parecem não vir à memória, como se ele quisesse que tais fatos continuassem enterrados e esquecidos. Foi o filme mais vencedor na gala dos Prémios Óscar de 1997 com um total 9 estatuetas de 12 candidaturas. Venceu nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora - Drama e Melhor Mixagem de Som.

Espírito de Coragem
Espírito de Coragem é um filme norte-americano produzido pela HBO e dirigido por Mike Nichols no ano de 2001.

Sinopse: Conta a história de uma professora universitária de literatura (Emma Thompson) portadora de um cancro do ovário em fase avançada. Os médicos dizem-lhe que o seu caso será objeto de estudo, devido à sua forte condição física e psicológica. Profissional rígida, ela muda a sua perspetiva e o modo como encara a vida ao descobrir a doença. Como professora era muito exigente, admirada por colegas e temida por alunos. Mas no leito da morte tudo tem um novo significado e a sua vida é vista por um prisma diferente. Valeram a pena tantas atitudes frias e implacáveis com os estudantes? Transmitira só conhecimentos ou ferramentas para pensar? Um dos médicos que a examina, fora seu aluno. Fizera a sua disciplina por opção, para ampliar a cultura geral. Mas era pouco humano com os doentes, com uma conduta distante, interessando-lhe mais a investigação, tal como a sua professora se preocupava muito com os seus projetos de estudo e menos com os seus estudantes. Na cama de um hospital ela descobre o significado real da palavra, que até aí receava pronunciar: “bondade”. Com tanto medo de a referir, sussurra, enfrentando diretamente a câmara. Mas di-la frontalmente e no filme, veremos como uma enfermeira se torna num contraponto do jovem médico e no final, ela vencerá contra a opinião do jovem médico recém-licenciado.

Pearl Harbor
Pearl Harbor é um filme americano de 2001 produzido por Jerry Bruckheimer e dirigido por Michael Bay.

Sinopse: Conta o que aconteceu em Pearl Harbor no dia 7 de dezembro de 1941, um ato que chocou o mundo e que afetou milhares de pessoas, colocando definitivamente os Estados Unidos da América na Segunda Guerra Mundial. Foi lançado no Memorial Day de 2001, feriado norte-americano para lembrar aqueles que morreram em serviço militar por seu país. A trama é baseada na vida de dois ousados pilotos do Tennessee que se conheciam desde a infância, Rafe McCawley e Danny Walker. Ambos se alistam na marinha e treinam como pilotos de caça, e conhecem a bonita e dedicada enfermeira Evelyn (Kate Beckinsale). Rafe e Evelyn iniciam um romance. Com a guerra na Europa, Rafe se voluntaria para lutar juntamente com a Royal Air Force na Batalha da Inglaterra para defender o Reino Unido da Luftwaffe, insistindo para que seu amigo Danny ficasse nos Estados Unidos, cuidando da sua amada Evelyn. Tanto Evelyn como Danny são transferidos para o Havai, um lugar distante da guerra, com aparência paradisíaca. Evelyn recebe a notícia de que o avião de Rafe foi abatido, e por não haver mais notícias, ele foi considerado morto em combate. Após algum tempo, Evelyn e Danny iniciam um romance, e surpreendentemente Rafe reaparece. Ele sobrevivera à queda, sendo resgatado por um barco francês e não pôde enviar notícias. Rafe e Danny discutem num bar, e acordam no dia seguinte com o início do ataque a Pearl Harbor. Com muita dificuldade, conseguem subir para os seus aviões, e abatem sete aviões japoneses. Os três voltam para os Estados Unidos, e tanto Rafe como Danny são convocados para um treino secreto, no que seria o Ataque Doolittle. Antes de partirem para o ataque secreto, Evelyn confidencia à Rafe que está grávida de Danny. Com dificuldades, a incursão completa seus objetivos, e os aviões têm um pouso forçado na China ocupada, com falta de combustível e sem pista de aterragem. Danny é preso e morto pelas tropas japonesas, e apenas Rafe volta com vida. Evelyn e Rafe casam, e dão o nome de Danny para o filho que ela estava à espera.

Fala Com Ela
Fala Com Ela é um filme melodramático espanhol de 2002, escrito e realizado por Pedro Almodóvar que debate questões como o coma e o estupro.

Sinopse: Em Madrid vive Benigno Martin (Javier Cámara), um enfermeiro cujo apartamento fica em frente da academia de ballet comandada por Katerina Bilova (Geraldine Chaplin). Ele fica à janela de sua casa olhando com especial atenção para uma das estudantes de Katerina, Alicia Roncero (Leonor Watling). Quando Alicia é ferida num acidente de carro, acaba internada no hospital onde ele trabalha. Benigno cuida dela, em coma, com um cuidado acima do normal. Ele acaba por ficar amigo de Marco Zuluaga (Darío Grandinetti), um jornalista que visita rotineiramente a namorada toureira em estado crítico. Em 2003, este filme venceu o Óscar na categoria de melhor roteiro original. Também foi indicado na categoria de melhor diretor.

A Vida Secreta das Palavras
A Vida Secreta das Palavras é um filme espanhol de 2005, dirigido por Isabel Coixet.

Sinopse: Hanna (Sarah Polley) é uma jovem parcialmente surda e solitária que trabalha numa fábrica têxtil. O seu chefe pede que ela tire férias. Nos dias da sua licença, casualmente, ela consegue um emprego como enfermeira numa plataforma de petróleo em alto mar, para cuidar de Josef (Tim Robbins), um trabalhador acidentado que perdeu temporariamente a visão. Entre estes personagens, e outros trabalhadores na plataforma, desenrola-se a vida secreta das palavras.

 

Expiação
Expiação é um filme de Joe Wright dos géneros drama, romance e guerra, lançado em 2007, com James McAvoy e Keira Knightley. Baseado no best-seller homónimo do escritor britânico Ian McEwan, Expiação aborda temas como criatividade, os horrores da Segunda Guerra Mundial, o sentimento de culpa, o arrependimento e a esperança.

Sinopse: Briony Tallis é uma menina de 10/11 anos na Inglaterra de 1935. Vive confortavelmente numa casa gigantesca e prepara uma peça de teatro para ser apresentada em homenagem à chegada do irmão, Leon Tallis. Enquanto se esforça para terminar a peça e conseguir a atenção dos convidados da família os gémeos Pierrot e Jackson, mais a irmã deles, Lola Quincey para ensaiá-la, Briony descobre um possível jogo de atração entre a sua irmã Cecília e o filho do antigo empregado da família, Robbie Turner. Apaixonada por Robbie, Briony acusa-o injustamente de abusar sexualmente de Lola, levando-o à prisão e mais tarde a alistar-se no exército britânico para lutar na Segunda Guerra Mundial como alternativa ao cárcere. Já em plena guerra, Robbie reencontra Cecília, que agora é enfermeira, e os dois trocam promessas de amor eterno. As constantes permutas temporais, uma grande trilha sonora aliada ao grande roteiro e o fim inesperado fizeram deste filme o vencedor do Globo de Ouro para melhor filme dramático de 2008.

Florence Nightingale
Florence Nightingale é um filme dramático realizado por Norman Stone e que estreou na BBC One a dia 1 de junho de 2008.

Sinopse: O filme passa-se entre 1837, ano em que a enfermeira Florence Nightingale pela primeira vez sonha em prestar ajuda humanitária, e 1854-55 quando Florence Nightingale coordena o sector de enfermagem na Guerra da Crimeia. Neste filme, Florence foi interpretada por Laura Fraser, e seu pai por Michael Pennington. Desafiando a tradição e contrariando os desejos da família, uma nobre inglesa do século XIX se despoja de todos os privilégios da aristocracia para se dedicar aos doentes. Determinada a melhorar as condições dos enfermos nos hospitais e nos campos de batalha, Florence tornou-se uma heroína nacional e uma verdadeira lenda, tornando-se a "Pioneira da Enfermagem". Alguém que encontrou a sua razão de viver em outras vidas, e ser, apesar de todas as privações, profundamente feliz.

Esta é a Minha Casa
Esta é a Minha Casa é um filme documentário, realizado e produzido pelo enfermeiro Pedro Renca em 2014, Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica. A obra estreou no Encontro Nacional de Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica, que decorreu nos dias 20 e 21 de novembro de 2014, no Pólo A da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

Sinopse: No mais interior de Portugal, encontram-se lugares que a sociedade quer esconder do resto do mundo. Nesses lugares, encontramos diferentes sensibilidades, emoções únicas, olhares fortes transportados por rostos de pessoas que, por alguma razão, não escolheram o que são. Fernando, Joaquina, António e Adelino são exemplo daquelas pessoas que transportam em si um enorme vazio, forçado e incutido por uma sociedade que escolhe só os melhores. O estigma persegue-os diariamente como se fossem criminosos em fuga constante. Esta é a minha casa visa suscitar uma reflexão sobre alguns aspetos sociais e culturais que envolvem as histórias vividas, emoções e dificuldades de doentes do foro mental a residir no próprio domicílio, em localidades rurais da Beira Interior, do distrito da Guarda e que estão integrados no Serviço Comunitário do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Unidade Local de Saúde da Guarda, EPE. Deste modo, são visitados pela Equipa de Enfermagem do mesmo departamento, refletindo assim, o trabalho e as dificuldades que estes profissionais enfrentam quando pretendem exercer a sua atividade junto do doente, família e sua comunidade. Com eles, pretende-se apresentar um retrato dos que, à sua semelhança, vão vivendo em alguns dos meios mais periféricos da margem interior, periférica, do Portugal contemporâneo.

Nurse Jackie
Nurse Jackie é uma série americana, de drama e comédia satírica, que estreou no dia 8 de junho de 2009 no canal Showtime, Movie Central e The Movie Network, produzida por Liz Brixius, Linda Wallem e Evan Dunsky A série é abrilhantada por Edie Falco interpretando a personagem título Jackie Peyton, uma enfermeira do All Saints' Hospital de Nova Yorque.

Sinopse: Jackie é uma das enfermeiras mais dedicadas aos doentes do hospital onde trabalha. Entre um caso e outro, muitas vezes, ela precisa passar por cima da administração e das regras do hospital, além de ter que lidar com a excentricidade ou incompetência de alguns médicos à sua volta. Mas é na sua vida amorosa que as complicações atingem o pico, gerando situações que fazem de Nurse Jackie uma das mais novas promissoras séries de drama e comédia da televisão americana.

 

 


Seleção cinéfila realizada por Pedro Quintas, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Comunitária, [email protected].

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Quatro em cada cinco alunos que fumam querem deixar o hábito, mas não procuram ativamente ajuda, revela um estudo que analisou...

O estudo, apoiado pela Direção-Geral da Saúde, decorreu no ano letivo 2013/2014 e envolveu cerca de 4.000 alunos de 31 escolas do país, numa amostra representativa da população portuguesa.

Quando questionados sobre se pensam deixar de fumar, 20% dos jovens disseram que não, “dados muito próximos dos que encontramos nos adultos, onde, em geral, os estudos indicam que cerca de 70% dos fumadores querem deixar de fumar”, disse Paulo Vitória, coordenador do estudo e professor da Universidade da Beira Interior.

Os dados, que serão apresentados na quarta-feira no VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e Adolescente, apontam também que apenas 15% dos jovens disseram que nunca tentaram reduzir ou deixar de fumar, “o que sugere que existe potencial em termos de ajuda”.

“Os jovens precocemente manifestam descontentamento com o facto de fumarem e manifestam a intenção de reduzir ou deixar de fumar”, mas “não partem para a ação, não procuram ajuda, mas isso é normal nesta faixa etária”, disse o investigador.

Mesmo que os jovens pensem deixar de fumar, não lhes ocorre que podem pedir ajuda a um médico, uma situação que exige “mais proatividade dos profissionais de saúde”, que devem ir às escolas e explicar aos jovens que podem beneficiar de ajuda médica, “uma coisa que não se faz”.

“Quando muito vamos à escola fazer prevenção na perspetiva de evitar ou atrasar a iniciação, mas raramente vamos à escola com o objetivo de ajudar os jovens a deixar de fumar”, frisou.

Segundo Paulo Vitória, “os profissionais de saúde, em geral, quando trabalham na cessação tabágica desistem desta faixa etária com o argumento de que os jovens nesta faixa etária não procuram ajuda”, um preconceito que é preciso combater.

O estudo demonstrou também a necessidade de encontrar estratégias mais eficazes para a prevenção do tabagismo.

“Quando perguntamos coisas simples aos jovens como se está de acordo com a afirmação que fumar prejudica a saúde”, cerca de 10% disseram estar em total desacordo.

Estes jovens podiam responder não sei, mas respondem estar em desacordo, o que quer dizer que têm “uma opinião formada”, baseada “em crenças erradas, mas que para os jovens são crenças definidas”.

Para Paulo Vitória, estes dados reforçam a necessidade de um trabalho de “prevenção de continuidade a iniciar precocemente, o mais tardar no terceiro ciclo”, que deve ser realizado por professores e profissionais da saúde.

Os resultados do estudo confirmam ainda que a iniciação tabágica dispara entre o 7.º e o 9.º ano.

No 7.º ano, cerca 70 a 80% dos jovens nunca fumaram um cigarro, uma percentagem que baixa para os 40% no 9.º ano.

Estes dados demonstram que “é fundamental colocar barreiras à iniciação tabágica”, disse Paulo Vitória, lembrando que a iniciação precoce é uma “forte determinante do comportamento, do hábito e da dependência que pode verificar-se dois, três, quatro anos mais tarde”.

Partidos querem
A disponibilização de bombas de insulina a todas as crianças com diabetes e o reforço das medidas de prevenção e combate à...

PS, PCP, BE e PAN recomendam ao Governo algumas medias relacionadas com a diabetes, a propósito de a Organização Mundial de Saúde ter decidido que o dia mundial da saúde de 2016 seria dedicado à diabetes e de a prevalência da doença estar a aumentar de ano para ano.

Assim, o PCP e o BE querem ver alargado a mais crianças o sistema de perfusão contínua de insulina (SPCI), vulgarmente designado como bomba de insulina, considerando que este sistema melhora a terapêutica, a qualidade de vida e o controlo da diabetes.

Recordando que o SPCI dirige-se preferencialmente a crianças com diabetes tipo 1 e que ainda não chegam a metade os que têm acesso a este tratamento, o BE recomenda ao Governo que tome as medidas necessárias para garantir o acesso de todas estas crianças até aos 14 anos às bombas de insulina.

O PCP, além de querer igualmente ver reforçada a cobertura de SPCI, recomenda uma maior aposta na prevenção, nomeadamente o combate aos fatores de risco, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado.

No âmbito dos fatores de risco, o PCP sugere a articulação do Ministério da Saúde com as autarquias locais para promover hábitos de vida saudáveis, com especial enfoque na alimentação e na atividade física.

Os comunistas preconizam a correção das insuficiências existentes no rastreio da retinopatia diabética e o tratamento atempado daquelas a quem for diagnosticada.

O PS quer que o Governo assuma as recomendações da Resolução do Parlamento Europeu, no que respeita a aplicar programas nacionais para a diabetes, a prevenir a diabetes tipo 2 e a obesidade (fator de risco para a doença), a garantir acesso permanente dos doentes a equipas interdisciplinares de alta qualidade, bem como um apoio contínuo ao financiamento de ações relativas à doença.

Tal como o PCP, os socialistas querem uma maior aposta em iniciativas públicas de sensibilização da população, como campanhas sobre a importância de estilos de vida saudáveis.

O PS sugere que se promova a identificação sistemática de pessoas potencialmente diabéticas ou pré-diabéticas e que sejam desencadeadas formações específicas na área aos profissionais de saúde nos cuidados de saúde primários.

A prevenção deve ser a prioridade e deve alicerçar-se em programas transversais com outros ministérios, defendem os socialistas, que gostariam de ver as autarquias envolvidas a desenvolver planos municipais de combate à diabetes.

O PS defende que sejam quantificados os custos da diabetes e os ganhos e poupanças associados à sua prevenção e tratamento.

Para o PAN, são também fundamentais as campanhas de sensibilização da população, sendo que este partido defende campanhas em escolas e universidades, e o acompanhamento de crianças e jovens com diabetes de modo a prevenir a evolução da doença.

Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto descobriram um novo composto a partir de um fungo marinho isolado nos mares da...

“A descoberta de um novo composto - Neofiscalina A - com uma potente ação antibiótica representa uma boa notícia”, declarou Paulo Martins da Costa, professor e investigador no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS), a instituição da Universidade do Porto (UP) que estudou o novo composto, no âmbito de um projeto do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR).

O composto tem forte ação inibitória sobre bactérias responsáveis por importantes infeções hospitalares, designadamente as bactérias ‘Staphylococcus aureus’ e ‘Enterococcus faecalis’, multirresistentes aos antibióticos usados na prática clínica, e os direitos sobre a descoberta estão já protegidos por uma "patente provisória", estando-se a desenvolver esforços para a sua internacionalização”, avançou o cientista.

A Neofiscalina A foi isolada a partir de culturas de um fungo marinho isolado nos mares da Tailândia e estudada no ICBAS, ao abrigo de um protocolo de cooperação com a Universidade de Kasetsart em Banguecoque (Tailândia), explicou o especialista.

O “inusitado da descoberta reside no facto destas bactérias, e dos genes que transportam, não estarem descritos em algum isolado clínico hospitalar obtido em Portugal”, observou o investigador, referindo que a descoberta tem uma “grande relevância em termos de saúde pública pelo facto de acentuar a convicção destas bactérias com grande capacidade de resistir aos antibióticos emergirem em primeiro lugar no meio ambiente e, somente mais tarde, serem detetadas no meio hospitalar.

“Trata-se de uma corrida contra o tempo, em virtude de estarmos a perder a batalha no tratamento das infeções microbianas. A rápida emergência e disseminação de bactérias resistentes a antibióticos de última linha tem assumido proporções inimagináveis e está a deixar os médicos sem opções terapêuticas”, explica Paulo Martins da Costa.

Estão a aparecer vagas sucessivas de surtos de bactérias multirresistentes, quer em hospitais, quer na comunidade, como por exemplo aconteceu na Alemanha em 2011, em Gaia em 2015, ou ainda hoje no Centro Hospitalar de São João (Porto), onde foram detetados nove casos de doentes portadores de bactérias que não estão a responder aos antibióticos.

Estas crises têm como denominador comum o facto de não existirem antibióticos eficazes para o tratamento destas infeções.

O projeto, denominado ‘Marbiotech – Pesquisa de compostos naturais extraídos de microrganismos marinhos para aplicações ecológicas e farmacológicas’, foi parcialmente financiado pelo Programa Operacional Regional do Norte, ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Nacional.

O Gabinete de Inovação da Universidade do Porto iniciou os contactos com empresas farmacêuticas no sentido de se dar continuidade às próximas etapas até à disponibilização para uso médico.

Recentemente foram isoladas na água do Rio Ave, Norte de Portugal, quatro estirpes de bactérias todas 'Escherichia coli', com grande capacidade de resistência aos antibióticos, incluindo aqueles que se usam apenas nos hospitais para tratamento de infeções graves. Em 2010, o mesmo grupo de investigação isolou no rio Ave uma estirpe portadora dos genes de resistência que viriam a ser identificados na “Klebsiella pneumoniae”, que causou o surto de infeção hospitalar de Vila Nova de Gaia.

Na ESEnfC
Estudantes finalistas da Escola de Coimbra aprendem a administrar cuidados culturalmente sensíveis, melhorando o potencial para...

As especificidades da saúde e dos sistemas de saúde na Bélgica, na Noruega e na Estónia estarão em debate, quarta-feira (dia 13 de abril), na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), num painel com professores daqueles países.

A iniciativa, a partir as 9h00, no Auditório do Polo A da ESEnfC (zona de Celas), enquadra-se na Semana Transcultural que hoje se iniciou na ESEnfC, no âmbito da qual os estudantes do 4º ano da licenciatura em Enfermagem estão a comparar, contrastar e analisar informação relacionada com o desenvolvimento da Enfermagem e da educação em Enfermagem em diversos países.

O que se pretende, neste seminário coordenado pela professora Ananda Maria Fernandes, é que os futuros profissionais de saúde aumentem competências para prestarem cuidados de Enfermagem culturalmente congruentes e culturalmente específicos, melhorando o potencial para o exercício da Enfermagem além-fronteiras, em contextos multiculturais.

Analisar os fatores históricos, sociológicos e ideológicos que influenciam a saúde e a doença, bem como o impacto que têm no planeamento e promoção da saúde, explorando criticamente o papel, status e funções do enfermeiro nos diversos países, são outros objetivos da Semana Transcultural na ESEnfC.

A visualização do filme Crash (Paul Haggis, 2004), o espetáculo documental “O meu país é o que o mar não quer” (criação do ator e encenador Ricardo Correia em torno da problemática da nova vaga de emigração qualificada), pelo grupo A Casa da Esquina, e uma mesa-redonda sobre a “Crise dos Refugiados na Europa: desafios para os profissionais e sistemas de saúde” são algumas das atividades que, até ao final da semana, ocuparão os estudantes finalistas da ESEnfC.

Colaboram, ainda, na Semana Transcultural da ESEnfC os professores Jorge Apóstolo, Ana Paula Monteiro, João Apóstolo, Rosa Moreira e Ana Filipa Cardoso.

Porto apresenta
A Câmara e a Universidade do Porto lançaram a candidatura da região à classificação de Sítio de Referência Europeu na Área do...

“Esta iniciativa constitui uma oportunidade magnífica de mostrarmos à Europa a excelência da intervenção das nossas instituições públicas e privadas nesta área”, disse o presidente da Câmara do Porto, na cerimónia oficial de apresentação da candidatura à Comissão Europeia, no âmbito da iniciativa European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing.

Por outro lado, acrescentou Moreira, “só o facto de ter sido constituído um consórcio de cerca de 70 instituições de vários quadrantes, universidades, centros de investigação, municípios, Instituições Particulares de Solidariedade Social e empresas, já por si é um ganho”.

No âmbito desta candidatura está a ser criado um Centro de Excelência em Envelhecimento Ativo e Saudável, o Porto4Ageing, que tem como objetivo ser um centro agregador e um espaço de discussão de questões relacionadas com o envelhecimento ativo e saudável na região metropolitana do Porto, agrupando os diversos atores regionais que trabalham e que têm interesse nesta área.

“Estamos a criar um espaço de discussão de questões relacionadas com o envelhecimento ativo e saudável na região metropolitana com a participação de instituições locais e regionais que trabalham e têm interesse nesta área, ou seja, estamos a construir a política de rede de que nós falamos há uns anos e que agora se começa a concretizar aqui e noutras áreas”, disse o autarca.

Esta candidatura e a formação do consórcio Porto4Ageing constituem “uma oportunidade para criar um espaço agregador com envolvimento de todos os agentes relevantes que, num quadro de compromisso duradouro e estrutural, são chamados a gerar as mudanças necessárias para enfrentar os desafios dos sistemas e mecanismos formais e informais, nacionais e locais”, sublinhou Rui Moreira.

Também o reitor da Universidade do Porto considerou que a iniciativa representa “uma colaboração institucional muito grande”, na medida em que “são 76 parceiros do mais variado tipo. A região toda e o país vão beneficiar”.

Segundo Sebastião Feyo de Azevedo, este projeto, caso seja aprovado, constitui-se também “como oportunidade para avaliar, sistematizar e consolidar projetos e atividades promotores da coesão e inclusão social”.

“Espero que, a partir daqui, sejam desenvolvidas parcerias assentes em modelos cooperativos e materializados numa distribuição de responsabilidades, promovendo respostas sociais adequadas para todos”, frisou.

Além da Câmara e Universidade do Porto, o consórcio tem entre os seus parceiros a CCDR-N, a Área Metropolitana do Porto, o Centro Hospitalar São João, o Centro Hospitalar do Porto, o IPO, a Santa Casa da Misericórdia do Porto, a Escola Superior de Enfermagem Santa Maria e diversas ordens profissionais (Médicos, Enfermeiros, Psicólogos, Farmacêuticos).

Centro Hospitalar de São João
O diretor clínico do Centro Hospitalar de São João, Porto, disse terem sido detetados nos últimos dias nove casos de doentes...

“Em dois dos nove casos essa bactéria está a provocar infeção, mas são infeções que nesta altura parecem não ameaçadoras de vida”, esclareceu José Artur Paiva, referindo tratar-se de “infeções da pele e de tecidos moles, nada de grave no sentido de ser ameaçador da vida”.

Segundo o diretor clínico do “São João”, trata-se de uma bactéria que habita no nosso tubo digestivo, no intestino, e que faz parte do que se designa de microbioma, ou seja, grupo de bactérias que vive em simbiose com o organismo, mas que “quando exposta a antibióticos estabelece uma modificação e passa a produzir uma enzima nova, que habitualmente não produz”.

Estas enzimas, a que se chamam carbapenemases, fazem-na ser capaz de destruir um dos antibióticos mais potentes que existe.

“Foi feito rastreio a todos os doentes que tiveram contacto com os doentes positivos e a situação está nesta altura controlada, embora ainda tenhamos rastreios em curso. Não excluo a hipótese de haver mais alguns casos detetados nestes rastreios que falta ter o resultado. Penso que no prazo de 48 a 72 horas teremos os resultados definitivos”, acrescentou.

De acordo com a fonte, foram instituídas as medidas de controlo para estes casos de forma “a manter a continuidade da atividade assistencial do hospital sem pôr em causa a segurança dos doentes”.

“Esta situação está a ser acompanhada permanentemente por um grupo de trabalho interno constituído especificamente para o efeito”, afirmou.

O Centro Hospitalar de São João já deu conhecimento às estruturas regionais (ARS) e centrais (DGS) do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência a Antimicrobianos.

Bastonário defende
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, defendeu a criação de medidas de “discriminação positiva” para promover a...

José Manuel Silva falava à entrada do Centro de Saúde de Oliveira do Hospital, que visitou a convite do presidente da Câmara, José Carlos Alexandrino, para se inteirar dos problemas relacionados com a falta de médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) neste concelho do distrito de Coimbra.

O bastonário criticou a falta de médicos de família, neste e noutros concelhos do interior, que considerou “um problema de contratação” destes profissionais para o SNS.

“Haja vontade de apostar no Serviço Nacional de Saúde”, disse, ao defender que esta “é a forma mais eficiente e mais barata de prestar cuidados de saúde à população” portuguesa.

Para José Manuel Silva, que prestava declarações aos jornalistas, trata-se de “uma responsabilidade dos governos e um direito que as câmaras municipais têm de exigir” uma cobertura mais equilibrada do território pelos cuidados de saúde primários que devem ser assegurados pelo SNS.

Até 2017, cerca de 750 médicos “vão acabar a especialidade”, salientou, ao lembrar que um elevado número de profissionais emigrou ou optou pela reforma antecipada nos últimos anos e que, mesmo assim, Portugal “é o quarto país da Comunidade Europeia com mais médicos”.

O bastonário realçou a importância de o atual Governo tentar inverter o problema da escassez de médicos no setor público, ao permitir, através do Orçamento de Estado deste ano, que os reformados regressem ao trabalho no SNS, auferindo 75% do vencimento, a acumular com a pensão de reforma.

“Vamos resolver os problemas do país”, desde que “numa “fase transitória” sejam tomadas “medidas minimamente atrativas” que levem os médicos a fixar-se nos municípios do interior, preconizou.

José Manuel Silva sublinhou que “o vencimento médico é tão baixo em Portugal” que os médicos “preferem emigrar” para países da Europa onde “a sua qualidade é reconhecida e apreciada”.

“Provavelmente, no próximo ano todos os portugueses já terão médico de família”, acrescentou.

Portugal “não tem falta de médicos”, os quais estão a ser formados “muito acima das necessidades” do país, afirmou o bastonário.

“Oliveira do Hospital tem seis mil pessoas sem médico de família”, lamentou José Carlos Alexandrino, durante a visita, em que participou o médico Avelino Pedroso, presidente do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACES PIN).

O autarca, eleito pelo PS na condição de independente, deu ainda o exemplo de Lagares da Beira, freguesia do concelho “sem médico de família há dois anos”.

José Carlos Alexandrino mostrou-se convicto de que a falta de médicos tem originado “um aumento do número de mortes” no concelho, sobretudo entre “famílias mais pobres que não têm voz para reivindicar” o direito constitucional a cuidados básicos de saúde, como no litoral e nos grandes centros urbanos.

Em Oliveira do Hospital, o bastonário da Ordem dos Médicos visitou o Centro de Saúde, a extensão de saúde de Lagares da Beira, o hospital privado da Fundação Aurélio Amaro Dinis e a sua Unidade Móvel de Saúde.

Cuidados alimentares
A doença de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crónica e progressiva.

Caracterizada pela degeneração do sistema nervoso central, a doença de Parkinson afeta sobretudo o sistema motor.

Sem causa conhecida, esta doença não tem cura. De difícil tratamento, progressiva e lenta, ela afeta a qualidade de vida de quem dela padece.

Sendo considerada como o segundo distúrbio neurológico mais comum na terceira idade, apresenta sintomas como tremores, rigidez, acinesia ou bradicinesia e alterações posturais.

Dificuldade de locomoção ou dificuldade em se alimentar são as principais barreiras do doente, que resultam na perda de peso ou má nutrição, prejudicando o seu estado de saúde.

Devido aos diversos sintomas da doença, o paciente torna-se dependente, necessitando de cuidados e atenção dos familiares ou outros cuidadores.

Para que todos possam contribuir para a melhoria do seu estado de saúde, é essencial estarem elucidados a respeito de várias questões, sendo a alimentação um aspeto fundamental.

Na realidade, uma alimentação correta pode aumentar o bem-estar do doente e prevenir ou evitar outras complicações resultantes da doença.

Um regime alimentar adequado, para além de fornecer mais energia, pode ajudar a que a medicação tenha uma ação mais efetiva ou eficiente, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

De facto, os fármacos utilizados no tratamento da doença prejudicam, de várias formas, a ingestão de alimentos e, como consequência, o estado nutricional do doente, podendo contribuir para o aumento da mortalidade.

A droga mais utilizada é a levodopa. Perda de apetite, náuseas, vómitos, perda de olfato e boca seca são os efeitos colaterais desta medicação, que interferem diretamente com a ingestão de alimentos.

Quando se utiliza este fármaco, aconselha-se o máximo de cuidado com alimentação, na medida em que, por exemplo, a ingestão de grandes quantidades de proteína reduz a eficiência do medicamento.

Deste modo, o aporte de proteínas deve ser adequado a cada caso.

Se, por um lado, quando é ingerida uma grande quantidade de proteína se perde o controlo sobre os sintomas, por outro, um baixo consumo de proteína pode provocar o aumento dos movimentos involuntários do doente.

A redistribuição ou redução da quantidade diária de proteína, que resulta assim em maior eficiência do medicamento, pode promover melhorias na mobilidade dos pacientes que apresentam flutuações motoras.

Também a ingestão de alimentos ricos em vitamina B6 deve ser controlada. Quando administrada sozinha, a levodopa é transformada em dopamina antes de atingir o cérebro. A vitamina B6 acelera esta transformação. Deste modo, os alimentos ricos neste nutriente – como é o caso dos cereais – devem ser evitados pelos doentes que tomam levodopa como medicação única.

A prisão de ventre é outra queixa que o doente com Parkinson apresenta. Embora não se saiba se esta condição deriva da doença ou se é agravada pela reação a algum medicamento, recomenda-se a ingestão de alimentos ricos em fibra – legumes e frutas – e a ingestão de, pelo menos, dois litros de água (ou outros líquidos) por dia.

Hidratos de carbono são ainda essenciais ao combate à perda de peso, e os suplementos hipercalóricos devem ser consumidos sempre que a ingestão de alimentos não for suficiente para a manutenção do peso ideal, devido ao aumento do gasto energético provocado pelos movimentos involuntários e os efeitos colaterais da medicação.

De acordo com vários estudos, a vitamina E, C e o selénio ajudam a reduzir a progressão da doença, sendo a sua ingestão, por isso, também aconselhada pelos especialistas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Programa Gilead GÉNESE
A edição de 2015 do Programa Gilead GÉNESE contou com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, o Presidente da República, vendo...

O Programa Gilead GÉNESE foi criado em 2013, com o desígnio de incentivar em Portugal a investigação translacional e clínica, a geração de dados e a implementação de boas práticas de acompanhamento dos doentes. Em paralelo, é promovido o apoio a projetos nas áreas de educação para a saúde, bem como a intervenção comunitária e cívica.

A esta edição do Programa Gilead GÉNESE candidataram-se cerca de 60 projetos nacionais submetidos por diferentes entidades científicas, académicas e da sociedade civil. O rigor, a excelência e a transparência são valores chave neste programa.

A avaliação das candidaturas submetidas foi assegurada por duas Comissões externas de Avaliação que selecionaram 13 projetos, 8 de natureza Científica e 5 de Iniciativa Comunitária, pelo seu potencial contributo para a otimização da prática clínica, da melhoria da qualidade de vida dos doentes e dos resultados em saúde. O montante global de financiamento atribuído ascendeu a 280.000€.

Vítor Papão, Diretor Geral da Gilead Portugal, refere, a propósito deste Programa: Incentivamos Ciência. Fomentamos Saúde. Isto é o que define o Programa Gilead GÉNESE. Faz parte do nosso DNA estimular e dar oportunidade a que a inovação e a criatividade de outros possa ganhar corpo, possibilitando a geração de conhecimento em prol da Sociedade pela qual possamos fazer mais.

Projetos Científicos:

CEDOC da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa
Lesão tubular renal em doentes VIH: progressão e interação

Egas Moniz Cooperativa de Ensino Superior, CRL
Resposta em anticorpos neutralizantes induzida em coelhos por uma nova vacina contra o HIV-1

FARM-ID Associação da Faculdade de Farmácia para a Investigação e Desenvolvimento
RecycleDrug: Validação de fármacos antigos para o tratamento e erradicação do HIV-1

Fundação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Previsão da Eficácia Clínica de Fármacos Moduladores da Proteína CFTR Usando Organoídes Intestinais e Células Nasais de Pacientes com Fibrose Quística

INEB - Instituto de Engenharia Biomédica, Universidade do Porto
Filmes vaginais contendo nanopartículas carregadas com fármacos como alternativa à profilaxia de pré exposição oral com tenofovir/emtricitabina

Instituto de Medicina Molecular
Preservação da produção de linfócitos T no timo humano mediada por fatores de restrição do hospedeiro durante a infeção por HIV

Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil
Caracterização de variáveis clínicas e biológicas que identificam doentes com linfoma folicular agressivo

Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil
Linfomas Double-Hit – a experiência do IPO-Porto

Projetos de Iniciativa Comunitária:

AJPAS - Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde
Avaliação dos benefícios da intervenção do ICAT (Intervenção Comunitária para a Adesão à Terapêutica)

Associação Existências
Projeto Acolher

Associação Portuguesa de Fibrose Quística
Programa de Fisioterapia e exercício físico no domicílio para pessoas com Fibrose Quística (FQ)

Fundação Portuguesa A Comunidade Contra a SIDA
In.Porto.Me – Rastreio e Promoção da Qualidade de Vida de Seniores VIH+ da região do Porto

Positivo - Grupos de Apoio e Auto-ajuda
ConVihda – Avaliação e Promoção da Qualidade de Vida em PVVS

A evidência gerada pelos projetos apoiados no âmbito do Programa Gilead GÉNESE poderá contribuir para a otimização da prática clínica, melhoria da qualidade de vida dos doentes e dos resultados em saúde, ganhos de eficiência e adequação de políticas de saúde.

O Programa Gilead GÉNESE destina-se a apoiar projetos nacionais desenvolvidos por Instituições, Organizações ou Grupos da Sociedade Civil que se dediquem à investigação científica ou ao desenvolvimento de iniciativas dirigidas à Comunidade.

No próximo dia 2 de maio inicia-se o período de candidaturas para a edição de 2016 do Programa Gilead GÉNESE.

Nova esperança para os doentes
Um dia muito importante para a farmacêutica Intercept e um marco importante para as vidas dos doentes com Colangite Biliar...

O Comité Consultivo da FDA teve uma votação unânime (17-0) para aprovação acelerada do novo medicamento da Intercept, o ácido obeticólico.

A data prevista para a FDA tomar a decisão é 29 de maio de 2016. A FDA não é obrigada a seguir a orientação do Comité Consultivo, mas leva o seu conselho em consideração na revisão de medicamentos. Se aprovado, este será o primeiro novo tratamento para Colangite Biliar Primária (CBP) em quase 20 anos.

CBP é uma doença crónica do fígado, uma doença hepática auto-imune rara que afeta predominantemente mulheres com idade superior a 40 anos. Se os doentes tiverem uma resposta inadequada à única terapêutica que existe ou deixados sem tratamento, a doença normalmente progride para fibrose hepática, cirrose, insuficiência hepática e morte (se não receberem um transplante de fígado).

A Intercept está a aguardar aprovação acelerada de ácido obeticólico para o tratamento de CBP em doentes com uma resposta inadequada ou que são incapazes de tolerar, a única terapia aprovada para esta doença até à data – 20 anos.

Estudo conclui
Um estudo sobre obesidade envolvendo 20 milhões de adultos de 186 países concluiu que nos últimos 40 anos a obesidade entre os...

A investigação, acabada de publicar na revista The Lancet, revela que entre 1975 e 2014 a obesidade entre os homens triplicou (de cerca de 3%, em 1975, para quase 11%, em 2014) e que nas mulheres mais do que duplicou (de mais de 6% para perto de 15%), anunciou a Universidade de Coimbra (UC).

Conduzida pelo Imperial College London, a pesquisa, que contou com a colaboração da investigadora Cristina Padez, do Centro de Investigação em Antropologia da Saúde (CIAS), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC, “envolveu perto de 20 milhões de adultos de 186 países”.

Os dados relativos a Portugal são “compostos por uma amostra de mais de 820 mil jovens adultos de todo o país, com idades compreendidas entre os 18 e 20 anos, de vários estratos sociais, que participaram nas inspeções militares, no período 1985-2000”, refere a especialista do CIAS, citada pela UC numa nota divulgada.

“Mais de um em cada dez homens e uma em cada sete mulheres, em todo o mundo, estão agora obesos”, concluiu o estudo.

“Em quatro décadas, a obesidade entre os homens triplicou, de 3,2% em 1975 para 10,8% em 2014” e “nas mulheres, mais do que duplicou, passando de 6,4% em 1975 para 14,9% em 2014”.

Isto é, em 2014, “266 milhões de homens e 375 milhões de mulheres em todo o mundo eram obesos, significando também que a população mundial tornou-se mais pesada em cerca de 1,5 quilogramas em cada década subsequente desde 1975”, explicita a UC.

Além disso, 2,3% dos homens e 5% de mulheres de todo o mundo têm a “classificação de obesidade grave, colocando-os em risco acrescido para o desenvolvimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares e vários tipos de cancro”.

O estudo, que envolveu a Organização Mundial de Saúde (OMS), previu igualmente as tendências globais de evolução da obesidade, indicando que, em 2025, 18% dos homens e 21% das mulheres sofrerão de obesidade, acrescenta a UC.

A pesquisa “mostra um cenário tremendamente assustador, indicando que vai ser praticamente impossível atingir a meta global estabelecida pela OMS no sentido de até 2025 estabilizar os valores da obesidade nos níveis de 2010”, salienta Cristina Padez.

“Tem de haver uma política global de combate à obesidade por parte dos governos e não centrada apenas nos indivíduos”, adverte a investigadora.

A obesidade é “um dos grandes fatores de risco para um conjunto vasto de patologias, com custos sociais e económicos brutais para os países”, observa a especialista da UC em obesidade.

Estudo
A mortalidade materna, neonatal e infantil poderia ser praticamente eliminada numa geração se fosse generalizado um conjunto de...

Realizado por alguns dos maiores especialistas mundiais em saúde materna e infantil, o estudo, publicado na revista Lancet, foi apresentado na conferência do Consórcio de Universidades pela Saúde Global, que decorre em São Francisco, EUA.

As medidas em causa vão desde a melhoria dos cuidados na gravidez e no parto, ao tratamento de doenças infeciosas como a pneumonia, a diarreia ou a malária, passando pela melhoria da nutrição infantil, três áreas da saúde que, apesar de terem registado assinaláveis progressos nas últimas décadas, ainda representam milhares de mortes entre mulheres, recém-nascidos e crianças todos os anos.

Segundo o estudo, o número total de mortes maternas desceu 43%, de 532 mil em 1990 para 303 mil em 2015, e a taxa de mortalidade materna diminuiu 44%, de 385 mortes maternas por 100 mil nados vivos em 1990 para 216 por 100 mil nados vivos em 2015.

No entanto, apesar dos progressos, a meta de reduzir a mortalidade materna em 75% até 2015, definido em 2000 nos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) não foi alcançado.

Também na mortalidade infantil, o objetivo de reduzi-la em dois terços até 2015 não foi concretizado, apesar de se ter registado um declínio de 90,4 mortes de crianças com menos de cinco anos por 1000 nados vivos em 1990 para 42,5 por 1000 nados vivos.

Segundo a ONU, apenas 24 dos 82 países de baixo e médio-baixo rendimento alcançaram este objetivo.

Os investigadores, liderados por Robert Black da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos EUA, usaram um modelo matemático chamado ‘Instrumento Vidas Salvas’ para estudar o potencial impacto no número de mortes e os custos de generalizar 66 intervenções chave em 74 países de baixo e médio rendimento que, juntos, representam mais de 95% de todas as mortes maternas e infantis.

No estudo agora apresentado, os cientistas estimaram o número de mortes que poderiam ser evitadas com intervenções essenciais individualmente e agrupadas em três pacotes: saúde reprodutiva, saúde materna e neonatal e saúde infantil.

A medida com maior efeito no pacote da saúde reprodutiva seria alargar os serviços de contraceção a 90% das necessidades por cobrir atualmente, o que teria evitado quase 28 milhões de nascimentos indesejados em 2015.

Esta redução, por seu lado, levaria a evitar 67 mil mortes maternas, 440 mil mortes neonatais e 473 mil mortes infantis, assim como 564 mil nados-mortos.

Como metade das gravidezes não desejadas resultam em aborto, esta medida reduziria também em milhares o número de abortos, muitos dos quais teriam sido realizados sem segurança, estimam os investigadores.

Em alternativa, alargar a 90% a cobertura de todas as medidas previstas nos outros dois pacotes - saúde materna e neonatal e saúde infantil - permitiria salvar quatro milhões de vidas por ano, o equivalente a metade de todas as mortes maternas, neonatais e infantis no mundo, e um terço de todos os nados-mortos.

Entre as intervenções mais eficazes nestes dois pacotes, contam-se a melhoria da gestão da gravidez e do parto, os cuidados dos bebés prematuros e o tratamento de doenças infeciosas e da malnutrição aguda.

Apesar da dimensão do problema, os autores estimam todas as medidas previstas poderiam ser alargadas a quase todas as pessoas que delas necessitam com um investimento de 6,2 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) nos países de baixo rendimento, 12,4 mil milhões de dólares (10,8 mil milhões de euros) em países de médio-baixo rendimento e oito mil milhões de dólares (sete mil milhões de euros) em países de médio-alto rendimento.

Isto equivale a 4,7 dólares (4,1 euros) anuais por pessoa, concluem os autores do estudo, estimando que os custos pudessem aumentar ligeiramente até 2035, como reflexo dos aumentos populacionais.

Os cientistas sublinham ainda que a maioria destas intervenções poderia ser concretizada por trabalhadores comunitários, e centros de saúde, que juntos poderiam prevenir quase três quartos das mortes maternas, neonatais e infantis.

Especialista defende
O enfermeiro de cuidados paliativos Bruno Fonseca defendeu serem necessárias em Portugal mais equipas de cuidados paliativos...

“É preciso facultar a medicação e, acima de tudo, é absolutamente fundamental implementar equipas comunitárias de cuidados paliativos”, porque, “infelizmente, em termos geográficos, os cuidados paliativos ainda estão muito mal distribuídos em Portugal”, afirmou.

Bruno Fonseca, enfermeiro que integra a Equipa de Cuidados Paliativos da Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos, falava à margem da 12.ª edição dos Encontros da Primavera, um congresso especializado em oncologia, em Évora.

O enfermeiro foi um dos oradores, numa sessão sobre dor oncológica, e interveio acerca da “Gestão da Dor Oncológica em Cuidados Paliativos Domiciliários”.

À margem da sessão, Bruno Fonseca explicou que trabalha, essencialmente, “com doentes oncológicos em fase terminal que estão em casa” e cuja doença provoca dor oncológica.

“É uma dor intensa e, muitas vezes, uma dor mista, em que há vários mecanismos de dor envolvidos, pelo que é difícil de tratar”, com o tratamento a requerer “diferentes fármacos”, disse.

E, com uma rede de cuidados paliativos “desigual” em Portugal e a existência de “mecanismos burocráticos”, nem sempre é fácil aceder a medicamentos e opiáceos para tratar a dor oncológica.

“Na minha instituição, até porque somos uma ULS, o fornecimento de medicamentos e opiáceos é pela farmácia hospitalar, portanto, é muito fácil para nós, se tivermos um doente em casa que está descompensado, acedermos a medicação para a administrarmos na hora”, indicou.

Contudo, alertou, “há outras zonas do país em que isso é difícil”, porque “há mecanismos burocráticos que impedem o normal aviamento dos opiáceos, nomeadamente as morfinas, que são medicação de controlo obrigatório, e há outras dificuldades com as receitas”, pois, “muitas vezes, os próprios médicos de família têm dificuldades em aviá-las”.

Segundo Bruno Fonseca, em termos burocráticos e legais, um dos obstáculos é a inexistência de protocolos nas administrações regionais de Saúde (ARS) para que um centro de Saúde se abasteça desta medicação na farmácia hospitalar da sua zona.

Se um centro de Saúde precisar de ir buscar esta medicação, “é necessário que exista algum tipo de protocolo na ARS que permita levantar os medicamentos na farmácia hospitalar”, para fornecer ou administrar aos doentes, mas, “muitas vezes, estes protocolos não existem”, dificultando o acesso a fármacos para tratar doentes oncológicos que estão em casa, argumentou.

“É necessário os fármacos estarem mais disponíveis. Se não houver fármacos disponíveis, não vale a pena dizerem que é possível controlar doentes com dor oncológica em casa porque não é”, avisou.

E outro problema é não haver equipas de cuidados continuados na comunidade disseminadas pelo país, realçou o enfermeiro, defendendo que é preciso ter “mais pessoas treinadas no terreno, principalmente médicos e enfermeiros”, capazes de apoiar os doentes terminais e as suas famílias.

“Há equipas aqui e ali, há focos, mas, infelizmente, não estão ainda generalizadas. Tal como temos cardiologia e consultas de ortopedia pelo país, também devíamos ter cuidados paliativos na comunidade, porque é em casa que as pessoas querem estar na fase final da vida. Mas com qualidade de vida”, afirmou.

Os Encontros da Primavera, que juntaram em Évora mais de mil profissionais de saúde especializados em oncologia, desde quinta-feira, são o primeiro congresso português da especialidade acreditado pelo European Accreditation Council for Continuing Medical Education.

Melhorar capacidade de resposta
Dois dos cinco laboratórios de alta segurança do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge foram recentemente...

Nestes laboratórios de elevado nível de segurança biológica são realizados, entre outros procedimentos, o diagnóstico do vírus Ébola e de “outros agentes passíveis de apresentarem grande risco para a saúde pública”, segundo uma nota do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

O Instituto dispõe atualmente de cinco laboratórios de segurança biológica de nível 3, dois dos quais “foram recentemente alvo de uma intervenção de requalificação e remodelação”.

“Os trabalhos realizados nestes dois espaços laboratoriais consistiram na ampliação de uma das salas e na instalação de novos sistemas de climatização e equipamentos laboratoriais diversos, tais como esterilizadores/autoclaves e uma câmara de segurança biológica de classe III, entre outros”.

Esta requalificação implicou um investimento de cerca de 300 mil euros, adianta a nota informativa.

Num destes laboratórios é realizada a rotina laboratorial do Laboratório de Referência da Tuberculose e no outro, que está adstrito à Unidade de Resposta a Emergências e Biopreparação (UREB), é realizado o diagnóstico do vírus Ébola e de outros agentes passíveis de causarem grande risco para a saúde pública.

“Apesar de possuírem equipamento específico para a utilização diferenciada, os dois laboratórios partilham características comuns, o que permite que em caso de necessidade possam ser utilizados como apoio um do outro”, lê-se na nota.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou querer “melhorar muito” os indicadores nacionais das infeções...

“Queremos melhorar muito os nossos indicadores que, infelizmente, são muito maus neste domínio. Contamos convosco, com a vossa competência, com a vossa motivação e com a capacidade de partilharem”, afirmou o ministro no Porto.

Presente num encontro que reúne mais de 200 profissionais de saúde, a decorrer até sábado no Porto, no âmbito do projeto da Fundação Calouste Gunbenkian “STOP Infeção Hospitalar”, Adalberto Campos Fernandes referiu desejar que, ”daqui por um ano”, seja possível “ver resultados efetivos” contra as infeções hospitalares.

“Nós não teremos um Serviço Nacional de Saúde (SNS) de sucesso se não tivermos a humildade de reconhecer que a partilha é o ingrediente fundamental para um sistema de saúde de sucesso”, disse, “espero que, daqui por um ano, quando aqui voltarmos, possamos ver resultados efetivos, materializados em indicadores de um trabalho desta verdadeira tropa de elite que luta contra o inimigo que está infelizmente por toda a parte e tem tido até agora mais força do que nós”.

Lembrando o protocolo firmado na quinta-feira com a Fundação Gulbenkian, que prevê a colaboração com o Ministério na área das infeções hospitalares, entre outras, o ministro afirmou que “o sistema de saúde não é apenas o Estado, é a sociedade, são os parceiros, são as entidades que, no domínio da sociedade civil, são capazes de reconhecer que todos temos um papel, um papel decisivo em fazer do SNS algo que proteja as pessoas, que diminua os riscos de morbilidade e mortalidade”, bem como de tornar o SNS “mais económico e mais eficiente”.

“Nós sabemos bem qual é o impacto na economia do sistema da infeção hospitalar e a insegurança que ela provoca no plano clínico”, frisou.

Para o ministro, o “ambiente de multidisciplinaridade e de entreajuda” presente naquele encontro faz “jus àquilo que é uma ambição do SNS, de ser, não apenas mais eficiente, mas mais seguro e mais capaz de lutar contra esta grande ameaça [a infeção hospitalar] que afeta os sistemas de saúde em todo o mundo”.

O projeto da Gulbenkian, que arrancou no final de 2015 com o objetivo de reduzir em 50% as infeções hospitalares em três anos, conta com a participação de 12 centros, que integram 19 hospitais, “o que corresponde a entre 25% e 30% do total do internamento dos hospitais do SNS”, disse Paulo Sousa, da Escola Nacional de Saúde Pública.

A ideia é que os profissionais de saúde destes 12 centros e unidades de saúde “sejam precursores de uma metodologia” e possam “contagiar” outros hospitais em Portugal.

“Tem que haver uma mudança cultural, [os profissionais] têm que perceber o problema, e este projeto uniformiza e padroniza boas práticas, tem uma cultura de medição e a partilha de conhecimento e experiencias entre os vários hospitais”, concluiu Paulo Sousa.

A partir de agosto
A partir de agosto, os doentes encaminhados para os hospitais pelos centros de saúde ou pela linha Saúde 24 passam a ter...

O despacho, assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, assinala que no âmbito do Orçamento do Estado para este ano, o Governo promove a redução do valor das taxas moderadoras, dispensando de pagamento os utentes referenciados pela rede de cuidados de saúde primários e pelo Centro de Atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a linha Saúde 24.

Pretende-se, assim, “orientar de forma adequada o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde no SNS”, bem como investir na articulação dos cuidados de saúde primários (CSP) com os hospitais e na melhoria do processo de referenciação dos utentes, para evitar que recorram às urgências hospitalares em situações que devem ser objeto de avaliação pela equipa de saúde nos centros de saúde.

Neste âmbito, os hospitais do SNS, independentemente da sua natureza jurídica, devem dar prioridade ao atendimento dos utentes que sejam referenciados através dos Cuidados de Saúde Primários ou da Linha Saúde 24, dentro do mesmo grau de prioridade.

Estes doentes encaminhados têm obrigatoriamente que ter impresso nas vinhetas de identificação o registo com a sua origem (‘CSP’ ou linha ‘Saúde 24’).

Também as pulseiras que identificam a cor de prioridade da triagem devem assinalar a origem dos doentes dos CSP ou da linha Saúde 24 e, assim, garantir a sua efetiva prioridade no atendimento.

No que respeita ao atendimento nos Serviços de Urgência (SU) de doentes classificados com a cor branca (que caracterizam um atendimento eletivo, ou seja, procedimento que pode ser programado), “não deve ultrapassar os 5 % do atendimento global desses serviços no ano de 2016 e de 2 % no ano de 2017”, define o despacho.

O objetivo é desincentivar os doentes na cor branca de se dirigirem aos SU e os hospitais de promoverem o tratamento nesses serviços de situações que não são urgentes.

Caso aquela percentagem seja ultrapassada, os hospitais devem desenvolver medidas corretivas com vista a cumprir o objetivo fixado.

A partir de 2017, os hospitais que não consigam cumprir o objetivo dos menos de 2 % de doentes nos SU com classificação de cor branca serão penalizados, no âmbito dos contratos-programa estabelecidos anualmente com as Administrações Regionais de Saúde.

No que se refere à aplicação de taxas moderadoras a doentes transferidos dentro do mesmo centro hospitalar, apenas é considerada a admissão no primeiro SU onde o doente é atendido.

O diploma legal determina ainda que sempre que o doente seja transferido entre serviços de urgências, deve voltar a ser triado na chegada à urgência de destino, como fator de segurança do doente, face a um eventual agravamento da sua situação clínica durante o transporte.

Publicado em Diário da República
Os rastreios de base populacional do cancro colo-retal, do colo do útero, da mama e da retinopatia diabética têm de começar a...

A cobertura regional total para todos aqueles rastreios de base populacional tem de ser garantida até 31 de dezembro de 2017, define ainda o diploma assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

“As administrações regionais de saúde (ARS) devem desenvolver na respetiva área geográfica, durante o ano de 2016, medidas coordenadas para implementar os rastreios de base populacional nas áreas do cancro da mama, do cancro do colo do útero, do cancro do cólon e reto e da retinopatia diabética”, refere o despacho.

As ARS terão de elaborar a cada semestre um relatório sobre a evolução da cobertura destes rastreios na sua área geográfica.

Caberá ainda à Direção-Geral da Saúde promover a formação e informação dos utentes sobre as vantagens da adesão a estres rastreios.

No preâmbulo, o diploma do Ministério da Saúde recorda que continua a haver assimetrias significativas na cobertura geográfica dos rastreios para os cancros da mama, do colo do útero e do cólon e reto.

Além disso, houve também uma diminuição, em 2014, do número de pessoas com diabetes abrangidas pelos programas de rastreio da retinopatia diabética.

“Os rastreios de base populacional (…) permitem a identificação de lesões percursoras de situações malignas ou estádios iniciais da doença, através do diagnóstico precoce e com utilização de técnicas terapêuticas menos agressivas”, lê-se no despacho.

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