Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

Médico defende programa de testes rápidos ao VIH em migrantes e refugiados

O coordenador do Núcleo da Doença VIH (NEDVIH) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Telo Faria, defendeu hoje o desenvolvimento de um programa de testes rápidos ao vírus que provoca a sida em migrantes e refugiados.

Em declarações à agência Lusa em Viseu, onde estão a decorrer as XVII Jornadas sobre Infeção VIH da SPMI, Telo Faria lembrou que, “ao longo da história sempre houve migrantes e refugiados” e, “junto com as migrações, doenças que começaram a aparecer em certos contextos geográficos mundiais”.

“A questão que se coloca é: quais as repercussões destas migrações na saúde das populações?”, questionou.

Segundo o médico, “os dados epidemiológicos da infeção por VIH nos países de origem dos migrantes são escassos, refletindo a debilidade dos sistemas de saúde”, por exemplo, no caso do Norte de África.

“Em relação ao Leste Europeu, embora tivessem sistemas de saúde sustentáveis e até com alguns modelos para o resto da Europa, eram muito escassas as informações sobre o VIH. Portanto, há um certo desconhecimento sobre infeções nestes países também”, acrescentou.

Na sua opinião, importa perceber “se poderá haver repercussões significativas na Europa, diretamente pela própria imigração dos seropositivos ou, de um modo indireto, pelo aumento de comportamentos de risco das novas populações”.

“E tem que se ver também se as atuais estruturas dos sistemas de saúde europeus terão capacidade de dar respostas adequadas e eficientes”, frisou.

Com o objetivo de ter um conhecimento “o mais rigoroso possível da epidemiologia da população imigrante”, Telo Faria entende que “faria algum sentido um programa de testes rápidos a este tipo de população”.

“Dinamizar ações de informação, esclarecimento e formação e também a implementação de um programa preventivo” são outras medidas que defende, conjugadas com “um acesso rápido aos serviços de saúde”.

“Tudo isto tem que ser feito com a inteligência e com a sensibilidade necessárias por parte de nós todos e dos sistemas de saúde no sentido de respeitar os hábitos e a cultura desses povos”, sublinhou.

As XVII Jornadas sobre Infeção VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna terminam no sábado.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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