No Porto
Duas investigadoras da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto desenvolveram um tipo de luva que incorpora uma...

"Juntamos tecnologia, ciência e 'design' para criar um produto que, embora possa ser usado por qualquer pessoa, foi criado especialmente para as que sofrem destas patologias, utilizando o calor como tratamento", disse uma das responsáveis pelo projeto, Débora Pereira.

A osteoartrose é uma doença crónica das articulações, que causa a degeneração da cartilagem e dos ossos e provoca dor, rigidez e redução das funcionalidades.

O projeto deu origem à 'startup' (empresa recém-criada) Smart Gloves, fundada em setembro de 2015, que utiliza a termoterapia superficial na criação das suas luvas, podendo estas servir como uma alternativa a tratamentos dispendiosos e ao consumo de fármacos.

Segundo a investigadora, as luvas são produzidas com um "material parecido com um tecido, que se comporta como resistência e que permite ser aquecido", ao contrário das luvas convencionais que apenas isolam a pele do ar exterior.

O sistema de aquecimento incorporado no produto, concebido diretamente pelos membros da equipa, é automático e permite ajustar a temperatura.

"Embora seja possível lavar o material, estamos a verificar agora como o podemos unir ao dispositivo que regula a temperatura para tornar a luva totalmente lavável", acrescenta.

O produto, em fase de desenvolvimento e testes até junho de 2016, vai ser comercializado a partir de para 2017, em farmácias e parafarmácias, referiu ainda a co-fundadora.

As investigadoras Débora Pereira e Elsa Filipa Sousa desenvolveram o projeto no âmbito do Mestrado Integrado em Bioengenharia, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Direção-Geral da Saúde
A obesidade e outras formas de hiperalimentação foram responsáveis pela morte de 210 pessoas em 2013 e, no mesmo ano, 71...

De acordo com o relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”, que é hoje apresentado em Lisboa, registou-se um “forte crescimento do número de utentes com registo de obesidade e excesso de peso (embora desigual por região) que poderá ser devido a diferentes fatores, entre eles uma maior atenção dos profissionais de saúde a este fenómeno”.

O documento indica que, em 2014, existiam 620.769 utentes com registo de obesidade. No mesmo ano, eram 497.167 os utentes com registo de excesso de peso.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), “a questão das desigualdades sociais e o seu impacto no acesso e consumo adequado de alimentos e consequentemente no estado de saúde dos indivíduos parece assumir uma importância ainda maior no atual contexto de crise económica que se faz sentir na Europa e em particular em Portugal”.

“É de esperar que a atual situação de instabilidade económica, caracterizada pelas elevadas taxas de desemprego, aumentos consideráveis ao nível da carga fiscal com impacto também no que se refere ao preço dos alimentos e a redução de salários e dos apoios sociais prestados pelo Estado, tenha um impacto considerável nos índices de pobreza e desigualdades sociais em Portugal”, lê-se no sumário da publicação.

O mesmo relatório refere que “Portugal mantém-se como um dos países europeus com maior desigualdade na distribuição de rendimento e taxas mais elevadas de risco de pobreza monetária, tendo nas últimas décadas a taxa de pobreza mantido um nível elevado e relativamente estável”.

“É expectável que um período marcado por crescentes desigualdades na distribuição de rendimento e por elevadas taxas de pobreza tenha um significativo impacto no consumo alimentar e estado de saúde da população portuguesa, podendo estar comprometida a garantia da segurança alimentar (food security) para um número elevado de agregados familiares portugueses, isto é, a garantia do acesso a alimentos em quantidade suficientes, seguros e nutricionalmente adequados”, prossegue o documento.

Os autores do documento consideram que, tendo em conta que “a obesidade e outras doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes estão claramente dependentes de uma alimentação saudável”, o “ investimento na prevenção e promoção de hábitos alimentares saudáveis é decisivo quando mais de 50% dos adultos Portugueses sofre de excesso de peso”.

“A promoção de hábitos alimentares saudáveis exige trabalho concertado com outros setores a médio prazo. Os serviços de saúde necessitam de se preparar melhor para lidar de forma integrada com outros setores da sociedade na prevenção da pandemia da obesidade e na promoção de hábitos alimentares saudáveis”, lê-se nas recomendações que constam do relatório.

A DGS sublinha que “a alimentação de má qualidade afeta com maior intensidade crianças, idosos e os grupos socioeconomicamente mais vulneráveis da nossa população, aumentando as desigualdades em saúde. O investimento na promoção de hábitos alimentares deverá permitir reduzir desigualdades em saúde”.

No entanto, este organismo refere que “a estabilização do crescimento da obesidade e do aumento do peso corporal, medido através do Índice de Massa Corporal, registado pelas crianças portuguesas nos últimos quatro anos é um dos marcos assinalados pelo relatório”.

“Ainda assim, a proporção de crianças com excesso de peso em Portugal, acima da média europeia, e a sua relação com as desigualdades sociais, mantêm-se no topo das preocupações do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável”, indica a DGS.

Entre os vários dados que constam do documento, a DGS destaca o facto de “os hábitos alimentares inadequados dos portugueses constituírem o primeiro fator de risco de perda de anos de vida”.

“Estudos internacionais apontam a má alimentação como responsável por 11,96% do total de anos de vida prematuramente perdidos pelas mulheres portuguesas, percentagem que sobe para 15,27% no sexo masculino. A obesidade e outras doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, cancro ou diabetes estão claramente dependentes de uma alimentação saudável”, lê-se no sumário da publicação.

Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças
Desde 2005 que o número de novos casos de tuberculose tem decrescido lentamente. Se a região pretende eliminar a ameaça desta...

O número de casos de tuberculose está a baixar, mas muito lentamente, e a este ritmo a Europa só conseguiria eliminar totalmente casos novos da doença no ano de 2100, ou seja, daqui a 84 anos. No grupo de países da Europa e da Ásia Central, o número de novos casos está a cair em média 5,2% por ano.

Desde 2005 que o número de novos casos de tuberculose tem caído em média 5,2% por ano – um decréscimo menor entre 2010 e 2014, apenas 4,3% -, constituindo um dos decréscimos mais acentuados em todo o mundo. Em Portugal, verifica-se a mesma tendência decrescente, com um declínio equivalente à da União Europeia/Espaço Económico Europeu – 4,5%. Os resultados foram apresentados esta quinta-feira no oitavo relatório conjunto entre o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e Gabinete Regional da Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS/Europa) – que compreende 53 países.

A diminuição do número de casos em Portugal tem sido, ao longo dos últimos 10 anos, mais acentuada no grupo etário entre os 15 e os 44 anos. Já a partir dos 45 anos o ritmo de redução de número de casos ao longo dos anos tem sido menor. Ainda assim, Portugal, com 21,3 casos por 100 mil habitantes, está próximo do grupo com menor incidência – aqueles que têm menos de 20 casos por 100 mil habitantes, como a Alemanha, o Reino Unido ou a Grécia.

A tuberculose continua a ser uma das principais preocupações de saúde para a OMS/Europa. Estima-se que em 2014 existissem entre 320 mil e 350 mil casos de tuberculose na região europeia da OMS, o que equivale a uma média de 37 casos por 100 mil habitantes. A doença será considerada eliminada quando se registarem anualmente menos de um caso de tuberculose por milhão de habitantes. Mas a este ritmo a Europa não conseguirá eliminar a doença antes de 2100, disse ao Observador o ECDC.

Os países desta região que não pertencem à União Europeia (UE) ou ao Espaço Económico Europeu (EEA, na sigla em inglês) têm taxas altas de tuberculose e de resistência da bactéria a várias dos medicamentos usados. Por outro lado, os países da UE e EEA apresentam um número significativo de casos tuberculose entre as populações mais vulneráveis, como imigrantes e prisioneiros.

Se a tuberculose não for convenientemente combatida nos grupos vulneráveis, não será eliminada como planeado”, alertou a diretora do ECDC, Andrea Ammon, em comunicado de imprensa. “As circunstâncias sociais e o estilo de vida podem tornar mais difícil a algumas pessoas reconhecerem os sintomas de tuberculose, chegar aos serviços de saúde, seguir um tratamento ou ir a consultas regulares. Precisamos de pensar em intervenções feitas à medida para estas populações, que podem incluir equipas de proximidade ou assistência direta do tratamento.”

Os grupos mais vulneráveis, como as populações mais pobres e marginalizadas ou os imigrantes e refugiados, são também os grupos onde é mais provável o aparecimento de bactérias multirresistentes (com resistência a vários antibióticos). “Por causa das condições em que vivem, a tuberculose é, muitas vezes, diagnosticada muito tarde e é mais difícil para estes grupos completar o tratamento. Se queremos eliminar a tuberculose da Europa, ninguém deve ser deixamos para trás”, disse a diretora da OMS/Europa, Zsuzsanna Jakab.

A tuberculose e os migrantes
Há um consenso geral de que os migrantes e refugiados devem ter acesso a cuidados de saúde, quer tenham documentos ou não, quer se tenham conseguido registar ao não. A probabilidade de adoecerem com tuberculose aumenta com a falta de condições de salubridade onde vivem, mas está sobretudo dependente da incidência da doença no país de origem.

Em comunicado de imprensa, o ECDC e OMS/Europa referem que a probabilidade de os migrantes poderem transmitir a doença aos residentes europeus é mínima porque os contactos são limitados e a tuberculose não é facilmente transmissível. Mais, a Síria tem menos casos de tuberculose por ano do que a União Europeia – 17 casos em 100 mil habitantes, contra 37 casos em 100 mil habitantes.

É certo que o aumento do número de refugiados impõe uma pressão maior nos serviços de saúde dos países que os recebem. E, ainda que os refugiados constituam um grupo prioritário para a prevenção e controlo de algumas doenças, porque são um grupo vulnerável, isso não significa que representem uma ameaça à saúde pública na Europa, esclareceu o ECDC ao Observador.

O risco de os refugiados de adoecerem quando chegam à Europa tem aumentado devido à sobrelotação dos centros de acolhimento, onde as condições de higiene e salubridade estão comprometidas, acrescentou o ECDC. “Garantir níveis apropriados de acesso ao diagnóstico médico e aos serviços de tratamento e a implementação de rastreio apropriado ligado a esses serviços são importantes.”

A Organização Mundial de Saúde apresentou recomendações sobre o rastreio de tuberculose, especialmente em migrantes e refugiados de países com elevada taxa de incidência da doença e que viajaram e vivem em condições precárias. Esta é uma forma de evitar que os contactos mais próximos sejam contaminados, mas não deve de forma nenhuma ser usada para negar a entrada de migrantes ou refugiados.

As dificuldades de vencer a tuberculose
A tuberculose pulmonar é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamado de bacilo de Koch, e é a forma mais comum da infeção com esta bactéria. A vacina da BCG, constante do Plano Nacional de Vacinação, não previne a infeção, mas diminui a gravidade de algumas formas de tuberculose, como a meningocócica.

Tirando esta vacina dada às crianças, não existe nenhuma vacina contra a tuberculose e os doentes têm de ser tratados durante seis meses com um conjunto diferente de medicamentos. O tratamento prolongado é uma das dificuldades no combate à doença, porque alguns doentes não cumprem a medicação integralmente. A interrupção do tratamento ou a medicação intermitente podem potenciar o aparecimento de formas resistentes.

A resistência das bactérias a vários antibióticos (multirresistência) pode aparecer quando o tratamento não é adequado e aumentar por transmissão entre pessoas. “Se os doentes com tuberculose multirresistente não forem diagnosticados precocemente e tratados com sucesso, isso põe não só a vida deles em risco, mas aumentam o risco de transmissão da doença”, esclareceu o ECDC ao Observador.

A incidência de tuberculose na Europa aumentou rapidamente desde 1990 e atingiu o pico em 1999-2000, começando a diminuir a partir de 2005. Um dos problemas adicionais da tuberculose é que aparece como doença oportunista em doentes imunodeprimidos, com os seropositivos. Na região europeia da OMS, entre 18 mil a 21 mil casos de tuberculose são de doentes com VIH (vírus da imunodeficiência humana).

Associação Fertilidade quer
A Associação Portuguesa de Fertilidade sublinhou a importância de clarificação da legislação quanto às gestantes de...

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) defendeu que só as mulheres que já tiveram pelo menos um filho podem ser gestantes de substituição, uma posição que consta de um parecer enviado ao parlamento.

“Estamos a impor limitações atrás de limitações. O primeiro passo, neste momento, é clarificar a questão da legislação e qual vai ser o processo e os critérios de seleção da gestante de substituição”, disse a presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), Cláudia Vieira.

Para a presidente é necessário “não ignorar” que a gestante de substituição “vai ceder o seu corpo durante nove meses para carregar um filho que não é seu”, lembrando que tal medida não está ao alcance de qualquer mulher.

“Nem todas [as mulheres] têm a estrutura emocional para abraçar uma responsabilidade destas. Mais do que impor a condição – de ter um filho antes de poder ser gestante de substituição - é definir bem os critérios de seleção da mesma”, sublinhou.

De acordo com a responsável é necessário uma “avaliação criteriosa”, não só em termos de questões de saúde, mas também a nível psicológico, além de toda uma preparação da gestante para o processo pelo qual vai passar.

“Mas nunca temos garantia. Se a gestação de substituição for um processo claro e devidamente legalizado, as coisas têm tendência natural para correr melhor. A taxa de cumprimento será muito superior ao número das que irão recuar”, reiterou.

No entanto, Cláudia Vieira, disse compreender os argumentos do Conselho Nacional, embora não concorde com os mesmos.

“Naturalmente uma mulher que já teve oportunidade de gerar um filho e de ter filhos biológicos seus está mais consciente das transformações que o seu corpo vai ter, das alterações hormonais, da ligação que se sente com o bebé. Mas, no nosso entender, o importante, de facto, é que o processo de avaliação de um pedido de gestação de substituição seja também um processo bastante criterioso na avaliação da gestante de substituição”, sublinhou.

Para a responsável “não há garantias” que pelo facto de uma mulher já ter um filho biológico vá ser mais cumpridora de um contrato, lembrando que pode ser até uma questão “demasiada limitativa”.

De acordo com uma proposta a que a Lusa teve acesso e que o CNPMA enviou ao grupo de trabalho, da Procriação Medicamente Assistida, “apenas pode ser gestante de substituição a mulher que seja mãe de pelo menos uma criança por si gerada e que sempre tenha mantido quando a esse ou esses seus descendentes, sem qualquer limitação, todos os direitos e deveres de responsabilidade parental”.

Para o presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, desta forma a gestante de substituição “não fica com aquela necessidade de assumir que a criança que vai nascer também é seu filho, já que ela tem os filhos dela”.

O parecer foi solicitado pelo grupo de trabalho da Procriação Medicamente Assistida (PMA) que está a analisar várias propostas legislativas sobre a alteração da lei atual.

Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida
O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida defende que só as mulheres que já tiveram pelo menos um filho podem ser...

O parecer foi solicitado pelo grupo de trabalho da Procriação Medicamente Assistida (PMA) que está a analisar várias propostas legislativas sobre a alteração da lei atual.

De acordo com uma proposta, que o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) enviou ao grupo de trabalho, “apenas pode ser gestante de substituição a mulher que seja mãe de pelo menos uma criança por si gerada e que sempre tenha mantido quando a esse ou esses seus descendentes, sem qualquer limitação, todos os direitos e deveres de responsabilidade parental”.

Para o presidente do CNPMA, desta forma a gestante de substituição “não fica com aquela necessidade de assumir que a criança que vai nascer também é seu filho, já que ela tem os filhos dela”.

Por outro lado, avançou Eurico Reis, garante-se que a pessoa compreende ao que vai. A gestação - como qualquer mulher que já teve filhos sabe - não é um caminho sem espinhos. É, sem dúvida, um mar de rosas, mas as rosas têm espinhos”.

Com esta salvaguarda, as candidatas a gestantes de substituição “vão conscientes” e o CNPMA entende que “é possível minimizar as probabilidades de incumprimento”.

A proposta do Conselho define o que pode acontecer em situações de incumprimento, marcando bem que “a criança é mesmo para o casal beneficiário e não para a gestante”.

Segundo o CNPMA, entende-se por gestação de substituição “qualquer situação em que a mulher se disponha a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a criança após o parto, renunciando aos poderes e deveres próprios da maternidade”.

“A celebração de negócios jurídicos de gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem”, lê-se na proposta.

Além da questão da gestação de substituição, uma prática que consta do projeto de lei do Bloco de Esquerda, a sugestão do CNPMA vai no sentido das técnicas de PMA serem “um método complementar de procriação” que “podem também ser usadas como contributo para o tratamento de doença grave ou para a minimização do risco de transmissão de doenças de origem genética, infeciosa ou outras”.

Eurico Reis esclareceu que o CNPMA parte do princípio que, tal como defendem as propostas do PS, PSD e BE, o acesso a estas técnicas vai deixar de estar confinado a questões de saúde, podendo ser um recurso por parte de mulheres sem parceiro masculino.

“A ideia é alargar e não descurar que a PMA continua a servir para situações de doença”, disse.

O destino dos embriões é igualmente clarificado, com o conselho a defender que os embriões que não tiverem de ser transferidos, devem ser criopreservados, “comprometendo-se a pessoa ou pessoas beneficiárias a, tanto quanto possível, utilizá-los em novo processo de transferência embrionária no prazo máximo de três anos”.

“A pedido da pessoa ou pessoas beneficiárias, em situações devidamente justificadas, o diretor do centro poderá assumir a responsabilidade de alargar o prazo de criopreservação dos embriões por um novo período de três anos”.

Eurico Reis sublinhou que este parecer contempla, pela primeira vez, o destino dos gâmetas (espermatozoides e óvulos) e o tecido germinativo, relativamente ao qual não havia legislação, valendo até agora o que valia para os embriões.

Estudo
Investigadores anunciaram que uma vacina contra o Dengue se mostrou totalmente eficaz a prevenir a doença em 21 voluntários que...

Os resultados, publicados na revista Science Translational Medicine, são promissores no desenvolvimento de uma vacina para aquela que é a doença transmitida por mosquitos mais prevalente em todo o mundo, infetando anualmente quase 400 milhões de pessoas em mais de 120 países, dizem os cientistas.

"As conclusões deste ensaio são muito encorajadoras para aqueles que, como nós, têm dedicado muitos anos a trabalhar em candidatas a vacinas para proteger contra o Dengue", disse o coautor do estudo Stephen Whitehead, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas, nos EUA.

Embora a maioria das pessoas infetadas com o Dengue tenham apenas ligeiros sintomas, mais de dois milhões de pessoas por ano desenvolvem uma forma perigosa de febre hemorrágica de dengue, que mata anualmente mais de 25 mil pessoas.

Atualmente, há várias candidatas a vacinas em ensaios clínicos, mas ainda não se descobriu uma vacina segura e eficaz a longo prazo.

Um dos principais desafios para os cientistas prende-se com o facto de qualquer vacina para o Dengue ter de proteger contra os quatro serotipos existentes, porque um paciente que já tenha sido infetado com um dos serotipos terá maior probabilidade de sofrer formas mais graves da doença se for infetado com um novo serotipo.

Por isso, uma vacina que seja eficaz para apenas alguns dos serotipos pode colocar os pacientes em maior risco de desenvolver a forma mais severa do Dengue.

A vacina agora testada, chamada TV003 e desenvolvida por cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde, dos EUA, já protegia contra os serotipos 1, 3, e 4, mas não induzia uma resposta imunitária suficientemente forte para o serotipo 2.

Neste ensaio controlado, liderado por Beth Kirkpatrick, do Centro de Testes de Vacinas da Universidade de Vermont, os cientistas usaram um método já testado em outras doenças, como a malária, em 41 adultos saudáveis que nunca tinham sido expostos ao vírus do Dengue.

Vinte e um deles receberam uma dose única da vacina e os restantes 20 um placebo.

Seis meses depois, todos foram infetados com uma forma enfraquecida do serotipo 2 do vírus do dengue, o mais difícil de prevenir.

Enquanto todos os voluntários que receberam o placebo desenvolveram sintomas ligeiros, como erupções cutâneas e baixa contagem dos glóbulos brancos, nenhum dos indivíduos vacinados teve qualquer destes sintomas, tendo ficado completamente protegido da infeção.

Embora este tipo de teste, em que os voluntários são expostos a patogénicos em condições cuidadosamente controladas, não chegue para atestar a eficácia da vacina, os cientistas acreditam que serve para identificar uma vacina promissora ou para impedir as vacinas menos eficazes de progredir para ensaios clínicos de larga escala.

Stephen Whitehead adiantou que os resultados agora apresentados já levaram o Instituto Butantan, em São Paulo, no Brasil, a realizar um ensaio clínico de larga escala da mesma vacina.

Este novo ensaio clínico, que começou a 22 de fevereiro, deverá envolver 17 mil adultos, adolescentes e crianças num ambiente em que o Dengue está naturalmente presente e deverá durar um ano.

Estima-se que, se tudo correr bem, a vacina possa ser candidata a registo em 2018, disse aos jornalistas, numa teleconferência, Anna Durbin, autora sénior do estudo e investigadora no departamento de saúde internacional da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg.

"Sabendo o que sabemos sobre esta nova vacina, estamos confiantes de que vai funcionar", disse Durbin. "E temos de ter a certeza: o dengue é único e, se não acertarmos, podemos fazer mais mal do que bem".

Campeonato Europeu de Futsal
No dia 20 de Março, a DiabPT United, equipa constituída por jovens com diabetes, treina no Pavilhão da Escola Secundária...

Os treinos integram a preparação da equipa nacional de jovens com diabetes, que fazem parte do Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA) e da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP) que irão representar Portugal no DiaEuro 2016. Este dia será também o último dia da equipa dedicado à pré-seleção dos jogadores a integrarem a equipa deste ano.

Alexandra Costa, Coordenadora do Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (NJA) refere que “A participação da equipa DiabPT United é muito importante para a representação de Portugal além-fronteiras, não só pela importância que os jovens conferem à prática desportiva mas, também, pelo exemplo de determinação e dedicação de quem vive com a diabetes.”

Carlos Neves, vice-presidente da AJDP, acrescenta ainda que “a prática de desportos coletivos como o futsal, contribui para o trabalho em equipa e estimula a autoconfiança. É importante que as pessoas e, especialmente os jovens, compreendam que a diabetes não os condiciona.”

A reforçar a parceria entre a equipa DiabPT United e a Câmara Municipal do Seixal, estará presente no treino o Vereador do Pelouro do Desporto, Obras e Espaço Público, José Carlos Gomes, e a pessoa responsável pela Divisão do Desporto, Isabel Costa.

O Campeonato Europeu de Futsal para pessoas com diabetes teve início em 2012 e, desde então, tem vindo a crescer em número de países a participar, mas também no impacto que este torneio tem na luta pela defesa dos direitos das pessoas com Diabetes.

II Congresso SNS: Património de Todos
A Ordem dos Médicos do Norte acolhe amanhã (quinta-feira), às 21 horas, nas suas instalações, um importante debate sobre a...

"Num ano essencial para o futuro do Serviço Nacional de Saúde, em que é necessário reforçar o investimento público e o investimento nas pessoas, este debate surge num momento particularmente importante, com a aprovação de um Orçamento de Estado que tudo indica, no caso da Saúde, vai ficar aquém do esperado", salienta Miguel Guimarães.

Organizado pela Fundação para a Saúde, com a colaboração da Ordem dos Médicos do Norte, o II Congresso do SNS promete analisar com profundidade o passado, presente e futuro do SNS, bem como a própria integração no contexto europeu.

Mas, frisa Miguel Guimarães, "o primeiro momento decorre já na noite de quinta-feira, no salão Nobre da Ordem dos Médicos do Norte, com um debate sobre o estado da Saúde, que senta à mesma mesa pessoas com forte ligação ao SNS". "É um momento de reflexão e debate, em que se pretende entender as transformações que estão a afetar o SNS, as feridas que continuam abertas, fruto de sucessivas alterações à estrutura e dinâmica do SNS, que centralizaram excessivamente os cuidados de saúde nos grandes centros hospitalares desvalorizando os Cuidados de Saúde Primários. O debate será também centrado nas medidas implementadas nos últimos meses e nas opções estratégicas para uma reforma positiva do SNS", explica o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM).

"Será ainda a oportunidade de ouvir personalidades que tiveram responsabilidades governativas na área da Saúde, como os ex-secretários de Estado da Saúde Eurico Castro Alves e Manuel Pizarro", adianta Miguel Guimarães, que acredita que os temas quentes da atualidade mediática não vão ficar à margem da discussão. O debate contará ainda com a presença de Bernardo Vilas Boas, Humberto Martins, Silvério Cordeiro e João Paulo Carvalho.

O Congresso será igualmente marcado pela publicação e apresentação do livro "Porto Saúde – Momento e Movimento", uma obra que traça o passado, presente e futuro da Saúde no Porto, através da pena de algumas personalidades de relevo, que ajudam a entender o estado da Saúde na cidade Invicta e o seu futuro próximo. "É uma obra notável que conta com a participação de figuras ímpares da cidade, como o presidente da Câmara do Porto, o historiador Joel Cleto, o reitor da Universidade do Porto, o Prof. Manuel Sobrinho Simões, entre outros", explica Miguel Guimarães.

O II Congresso SNS: "Património de Todos" realiza-se nos dias 18 e 19 de Março no Teatro Rivoli, com entrada livre e gratuita. Ao longo dos trabalhos irão ser debatidos temas da maior importância para futuro do SNS, entre os quais a "Europa e Saúde"; o "Capital Humano e SNS" e "Cidadania e Saúde". Debates que vão ter a participação de personalidades da nossa sociedade, como Silva Peneda, Elisa Ferreira, Marisa Matias, Marta Temido, entre outros.

A qualidade e a experiência dos preletores convidados dão a garantia de que este II Congresso cumprirá os seus principais objetivos: informar os cidadãos, alertar para eventuais ameaças e realçar algumas prioridades, tudo em nome de um SNS moderno, sustentável, e ao serviço da comunidade.

A Sessão de Abertura contará com a presença do Ministro da Saúde e do Diretor-Geral da Saúde, enquanto a Sessão de Encerramento terá a presença do Secretário de Estado Adjunto da Saúde. Esta cerimónia será precedida de uma homenagem ao médico Adalberto Paulo Mendo e à enfermeira Maria do Céu Marinho da Costa Leite.

Deco
Um inquérito da Deco sobre o preço das consultas de psicologia revelou que o acesso a esta especialidade é “um luxo” para a...

“A inexistência de resposta pública e o preço, para muitos, proibitivo da alternativa privada” são duas das principais conclusões do inquérito publicado na revista Teste Saúde, da associação de defesa do consumidor.

O estudo aponta também a falta de resposta da maioria das seguradoras, sublinhando que mais de metade dos locais não possui acordos ou protocolos que permitam descontos no preço das consultas.

Em novembro de 2015, os entrevistadores deslocaram-se a estabelecimentos privados com consultas de psicologia clínica para adultos, tendo obtido respostas de 240 locais do país, com preços de 475 psicólogos.

O valor indicado com mais frequência foi de 60 euros, mas a partir da segunda sessão, a maioria cobra valores inferiores, sendo 50 euros o preço mais referido.

O preço médio por consulta é idêntico na maioria dos distritos, na Madeira e nos Açores. Braga, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu reúnem os preços médios mais baixos, entre 40 e 50 euros.

Os preços mais elevados foram encontrados em Faro (63 euros), Lisboa e Setúbal (61 euros).

Já Aveiro e Porto apresentam a maior diferença de preços, oscilando entre 30 e 100 euros em ambos os distritos.

Segundo a Deco, os preços elevados e a falta de resposta da maioria das seguradoras veda a ajuda destes profissionais ”à maioria da população, em particular aos grupos mais suscetíveis, como os economicamente desfavorecidos e os desempregados”.

“Basta pensar que uma consulta por semana (frequência recomendada a muitos pacientes na fase inicial) pode representar um custo mensal médio de cerca de 240 euros”, sublinha.

A Deco refere que mais de um quinto dos portugueses sofre de perturbações mentais, valor apenas suplantado, na Europa, pela Irlanda.

Um problema a que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não consegue dar “uma resposta eficaz” devido a problemas ao nível da organização, do financiamento e da falta de recursos.

Atualmente, um psicólogo serve 18 mil utentes, quando as organizações de saúde recomendam um para cinco mil.

“É necessário que o Serviço Nacional de Saúde integre mais psicólogos nos seus quadros, em especial, nos cuidados de saúde primários”, defende o estudo, advertindo que se não houver um investimento a este nível, corre-se “o risco de tratar de forma adequada apenas quem tem dinheiro”.

“Atacar o problema em fases iniciais e trabalhar com pessoas saudáveis, para que aprendam a cuidar da mente e a gerir emoções, permite poupar mais tarde em saúde e baixas médicas”, defende.

Segundo o diretor do Programa Nacional de Saúde Mental, Álvaro de Carvalho, citado no estudo, o SNS tem respostas apenas satisfatórias e irregularmente distribuídas, estando orientado sobretudo para perturbações mentais graves.

Para Álvaro Carvalho, a lei está mal feita: “só foi previsto o que era clássico na psiquiatria, como os internamentos, o hospital de dia e a consulta externa, o trabalho comunitário, mais próximo das populações, que exige mais pessoal, não foi contemplado”.

Estudo
Um estudo da Organização Mundial de Saúde divulgado pela Mundo a Sorrir, organização não governamental portuguesa, concluiu que...

Nos adultos, o problema chega quase aos 100%, o que atribui às cáries dentárias o título de doença não contagiosa mais comum no mundo. O mesmo documento anuncia que, mundialmente, 30% das pessoas entre os 65 e os 74 anos já não possui dentes naturais, escreve o Diário Digital.

Entre os fatores de risco causadores de cáries dentárias e doenças orais estão “uma dieta pouco saudável, o tabagismo, o abuso do álcool e uma fraca higiene oral, bem como desigualdades sociais ou outros determinantes”, afirma Miguel Pavão, médico dentista e fundador da organização não governamental (ONG) Mundo a Sorrir.

“A boa notícia e o lado otimista é que cáries dentárias ou outras patologias orais podem ser prevenidas de forma simples e pouco dispendiosa. A escovagem dentária com pastas fluoretadas são a forma mais eficaz e económica de prevenir a cárie dentária, mas para tal é preciso que os cuidados de saúde oral cheguem a todas as pessoas, o que ainda está longe de acontecer”, acrescenta.

Miguel Pavão explica ainda que “acima de tudo, é necessária uma educação para a promoção dos estilos de vida saudáveis e para a promoção da saúde. Nos países desenvolvidos, ainda está quase tudo por fazer no campo da prevenção da doença. Em Portugal, só nas últimas décadas é que se começou a despertar para os problemas orais como uma questão de saúde pública e todos os programas são ainda escassos para as necessidades. Por seu lado, nos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento, agrava-se o cenário por se confrontarem com o aparecimento quase explosivo de patologias orais, como a cárie dentária. Esse aumento deriva das alterações de hábitos de consumo e acesso à industrialização, sem que exista uma compensação através de políticas de saúde ou porque os sistemas de saúde são débeis, e não permitem a atenuação desta tendência evolutiva e recente”.

A ONG está presente em todo o território nacional, assim como em países lusófonos com necessidades de cuidados de saúde, atuando em áreas como a assistência médica, a reinserção social e laboral e a cooperação e ajuda ao desenvolvimento, beneficiando mais de meio milhão de pessoas com os seus projetos. Entre os grupos de intervenção estão crianças e jovens, pessoas em situação de carência social e idosos.

Ordem dos Nutricionistas
Ordem solicitou reunião de urgência para discutir contributos apresentados ao Ministério da Saúde para a sustentabilidade do SNS.

Dois meses após a entrega do documento solicitado pelo Ministério da Saúde à Ordem dos Nutricionistas com propostas para promover a sustentabilidade do Serviço Nacional da Saúde (SNS), a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, voltou a reunir com o Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, no dia 15, para discutir alguns dos contributos apresentados.

Após ter avançado com a intenção de apostar no incremento das consultas de nutrição nos centros de saúde, o Ministro da Saúde veio esta tarde confirmar este objetivo, bem como a previsão de aumentar o número de nutricionistas nos cuidados de saúde primários. A Bastonária considera que "pode ser o inicio à adequação mais realista de nutricionistas às necessidades da população, dando-se finalmente a devida importância à promoção da saúde e à prevenção da doença"

Outra intenção confirmada surge relativamente à criação do Serviço de Nutrição no SNS, que tornará o serviço prestado mais organizado e eficiente, seja para a própria estrutura das instituições, seja para o utente, que poderá vir a usufruir de equipas multidisciplinares mais coesas e aptas para lhe prestar um acompanhamento mais ajustado.

Acerca da carreira de nutricionista, o Ministro da Saúde transmitiu à Bastonária que compreende a sua necessidade, pelo que desenvolverá as melhores diligências para que esta se torne uma realidade.

Quanto ao procedimento concursal da ARS Centro para a contratação de nutricionistas, iniciado em novembro de 2011, o Ministro afirmou que se vai inteirar da situação e procurar encontrar uma solução breve para resolver esta estagnação procedimental.

A Bastonária garante que continuará a lutar para garantir a operacionalização das medidas propostas que pretendem melhorar a saúde da população e defender os interesses dos nutricionistas.

135 anos
“10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação” é o lema das atividades evocativas na ESEnfC, que vão estender-se até outubro...

O Dia da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), que se assinala amanhã (17 de março), marca o arranque de um conjunto de atividades comemorativas que, ao longo de sete meses, vão evocar os 135 anos de ensino de Enfermagem em Coimbra e em Portugal, além dos dez anos de fusão das duas instituições de ensino superior que lhe deram origem: as anteriores escolas Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto.

A sessão solene comemorativa do Dia da Escola começa pelas 11h00, no auditório do Polo A da ESEnfC (Avenida Bissaya Barreto, em Celas), com os discursos do presidente da Associação de Estudantes da Escola, Eduardo Ramos, da Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, e do presidente do Conselho Geral da Escola, João Vasco Ribeiro.

Maria da Conceição Bento aproveitará o momento para divulgar algumas das iniciativas a agendar pela ESEnfC no âmbito do programa comemorativo “10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação”.

Seguir-se-á, pelas 12h00, a entrega dos prémios Capítulo Phi Xi Sigma Theta Tau International, que correspondem a inscrições pelo período de um ano nesta organização honorífica de Enfermagem com sede em Indianápolis (EUA).

Da sessão solene do Dia da ESEnfC constam, ainda, as homenagens aos funcionários docentes e não docentes que atingiram 25 anos de atividade e aos recém-aposentados da ESEnfC.

As comemorações terminam, pelas 13h00, com uma atuação da Tuna de Enfermagem de Coimbra.

Alguns dados que fazem a história da ESEnfC
Teremos de recuar a 1881 para termos a exata noção da longevidade da ESEnfC, cujos primórdios correspondem à criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, primeira escola para enfermeiros em Portugal, fundada por Augusto da Costa Simões, médico e administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Após várias alterações e redenominações, adotou, em 1989, em consequência da integração do ensino de Enfermagem no ensino superior, a nomenclatura de Escola Superior de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca.

Entretanto, em 1971 era criada a Escola de Enfermagem de Bissaya Barreto, como serviço oficial do Ministério da Saúde e Assistência, para funcionar junto ao Centro Hospitalar de Coimbra, cujas necessidades de pessoal de Enfermagem lhe competia satisfazer, quer ao nível de enfermeiros generalistas, quer de enfermeiros especialistas, e que se converteu, também em 1989, em instituição de ensino superior.

Data de 2004 o enquadramento legal que procedeu à reorganização da rede de ensino superior de escolas de saúde e de Enfermagem (Decreto-lei 175/2004, de 21 de julho), no âmbito do qual, em 2016, se efetivou a fusão das duas escolas de Enfermagem então existentes em Coimbra.

Desde essa altura, a ESEnfC tem crescido, em número de estudantes (é a maior escola de Enfermagem em Portugal ao contar, hoje, com 2099 discentes) e na oferta de cursos – além da licenciatura e das pós-licenciaturas de especialização, passou (em 2009-2010) a disponibilizar nove mestrados –, mas também na qualificação do corpo docente (56% de doutorados e sete pós-doutorados...) e na quantidade e qualidade da investigação produzida.

Factos relevantes na última década
Em 2007, a ESEnfC constituiu um Gabinete de Empreendedorismo. Vários estudantes da ESEnfC foram já premiados por terem desenvolvido ideias de negócio, projetos criativos e inovadores. Só nos últimos dois anos, a ESEnfC registou onze pedidos provisórios de patente junto do Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Em 2008, a European University Association (EUA) considerou que a ESEnfC reunia condições para assumir o estatuto de ensino superior universitário. Há oito anos, os peritos internacionais sustentaram que a ESEnfC se caraterizava por uma grande dedicação a região centro do país, denotando um ambiente de cooperação impressionante e uma governação muito ativa.

Em 2008, a ESEnfC esteve na origem da primeira licenciatura em Enfermagem na Universidade de Cabo Verde, colaborando, quer na lecionação de unidades curriculares, quer na formação do corpo docente local.

Em 2008, a Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), da ESEnfC, foi classificada com “Bom” pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, recebendo o benefício de unidade acreditada, na sequência de uma avaliação internacional. A última avaliação pela FCT (em 2013) foi realizada em parceria com a Fundação Europeia da Ciência.

Em 2009, a ESEnfC inaugurou um Centro de Simulação de Práticas Clínicas, que a permitiu passar a dispor de laboratórios clínicos de Enfermagem ao melhor nível da Europa, proporcionando aos estudantes uma formação baseada em vivências e experiências muito idênticas ao contexto real dos serviços de saúde.

Em 2009-2010, a ESEnfC iniciou a oferta de cursos de 2º ciclo (mestrado), tendo, a partir de então, incrementado o número de formações pós-graduadas, de que são exemplo a pioneira pós-graduação em Enfermagem na Esclerose Múltipla.

Em 2011, e na sequência da organização pela ESEnfC da 11ª Conferência Ibero-americana de Educação em Enfermagem da Associação Latino-Americana de Escolas e Faculdades de Enfermagem (ALADEFE), a ESEnfC passou a ter maior influência no Brasil e no restante espaço da comunidade ibero-americana. A região Europa da ALADEFE é presidida por Maria da Conceição Bento, Presidente da ESEnfC.

Além da aproximação ao Brasil e do reforço da cooperação com os PALOP, na última década, no domínio da internacionalização, a ESEnfC estendeu também a sua presença à Ásia e à Austrália.

Só no espaço europeu, o número de acordos de mobilidade Erasmus, estabelecidos entre a ESEnfC e outras instituições de ensino superior, subiu de 32 para 75.

Em 2011, a ESEnfC passou a acolher o Capítulo Phi Xi da Sigma Theta Tau International, sociedade honorífica de Enfermagem, com sede em Indianápolis (EUA).

Em 20I2, a UICISA: E deu início à Série Monográfica Educação e Investigação em Saúde, que se veio juntar à sua reputada Revista de Enfermagem Referência, revista científica peer reviewed, que publica artigos originais, artigos de revisão e artigos teóricos/ensaios.

Em 2014, a ESEnfC é designada Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Prática e Investigação em Enfermagem, que tem por missão apoiar a OMS na promoção da saúde global, regional e local, trabalhando em colaboração com o Gabinete Regional da OMS para a Europa.

Em 2015, a ESEnfC inaugurou o seu Centro de Estudo e Promoção do Bem-Estar, para prática de exercício físico pela comunidade educativa da instituição.

Conselhos da Medicina Tradicional Chinesa
É tão ou mais importante estar preparado para o pós-maratona como para a maratona em si. Muitas vezes, quem participa neste...

Hélder Flor, especialista em osteopatia e medicina tradicional chinesa que trabalha diretamente com vários atletas de alta competição, deixa alguns conselhos importantes para que todos recuperem da melhor maneira de uma atividade física intensa:

“É tão ou mais importante estar preparado para um pós-maratona, como para a maratona em si. Para a Medicina Tradicional Chinesa, o exercício físico deverá ser realizado sempre com conta, peso e medida, mas bem sei que para muitas pessoas é muito difícil colocar na mesma frase estas duas palavras: moderação e corrida”. Começa por explicar o especialista que recomenda especial atenção aos dias seguintes.

Conselhos de Hélder Flor, terapeuta e especialista em Medicina Tradicional Chinesa e em osteopatia:

-Hidratar, hidratar, hidratar: Quando se realiza um exercício físico intenso, o corpo perde bastante água. Desta forma, após o exercício físico é importante reequilibrar e tonificar o nosso corpo repondo os níveis de água corporais. “De facto, a água assume um papel fundamental em todas as fases mas em particular na recuperação e na homeostase do organismo.” Explica o terapeuta. O chá de malva ou o de gengibre são boas opções para tornar a hidratação um processo mais simples, sendo que o primeiro tem inúmeros benefícios para a recuperação da energia física e o segundo contribui para o equilíbrio geral do organismo.

- Estiramentos e massagens. “Com o recurso a um óleo, tal como o óleo de amêndoas doces, vá deslizando as suas mãos procurando pequenos pontos tensos e dolorosos. Quando os encontrar pressione vigorosamente e respire fundo 4 vezes. Normalmente é o suficiente para estes pontos cederem e notará logo um certo alívio”- aconselha Hélder Flor.

-Aplique ervas de natureza fria. Após um exercício físico muito exigente, sobretudo nas primeiras horas, devemos recorrer a plantas de natureza fria, ou seja, plantas que quando usadas arrefecem o nosso corpo. Neste caso, devem utilizar-se plantas como a arnica ou hortelã-pimenta. "Podem ser esmagadas e colocadas diretamente nos músculos afetados ou pode embeberem-se uma toalha numa infusão fria e aplicar nas zonas pretendidas."

-Massagem de pontos de acupuntura. Utilize pontos de acupuntura e estimule-os através de massagem. São vários os pontos que ao serem estimulados podem aliviar bastante a dor, tais como: “O Ponto 36E localiza-se abaixo do joelho, a 4 dedos inferiormente ao bordo inferior da rótula, cerca de um dedo externamente à crista tibial; O Ponto Vesícula Biliar 34 localiza-se na face externa da perna à frente e abaixo da cabeça do perónio; O Ponto Estômago 38 localiza-se a meia distância entre a face inferior da rótula e a proeminência do maléolo externo. Após encontrar a meia distância, o ponto encontra-se a um dedo de distância externo à proeminência da tíbia; O Ponto Vesícula Biliar 30 localiza-se na nádega. Se traçarmos uma linha reta entre a proeminência do grande trocânter e o cóccix o ponto fica no terço externo dessa linha.”. Explica Hélder Flor.

-Durma muito bem. Após um esforço físico intenso realizado numa maratona, é fundamental ter uma boa noite de sono. Caso não tenha oportunidade de dormir 8 horas, uma boa sesta no dia seguinte vai ajudar.

-Coma bem. Já se sabe que quando aliamos boas práticas a uma alimentação saudável os bons resultados são alcançados ainda mais depressa. Por isso mesmo, é fundamental conhecer os benefícios que cada alimento nos pode oferecer. Os super alimentos como os frutos secos, os cereais integrais, as cenouras e os feijões são, também, ótimas opções para recuperar a energia, pois são ricos em potássio, cálcio, fósforo, fibra e antioxidantes.

IPO do Porto
Mais de 1.600 pessoas participaram, na última década, em ensaios clínicos no IPO do Porto. A 18 de março, por ocasião do início...

Neste dia o IPO-Porto vai organizar um conjunto de iniciativas, como uma palestra sobre ensaios clínicos com testemunhos de quem os integrou e a oferta de um kit “Dia da Esperança” a todos os utentes do hospital. A distribuição deste kit, que contem material informativo, didático e flores, será efetuada por várias figuras públicas como Ana Bravo, Nutricionista, Carla Ascenção, Jornalista do Porto Canal Cláudia Jaques, Relações Públicas, Carina Caldeira, Jornalista do Porto Canal, Fátima Lopes, Estilista e Raquel Strada, Apresentadora da SIC que decidiram associar-se a esta iniciativa.

Desde os anos 90 que o IPO-Porto desenvolve ensaios clínicos, tendo reforçado e formalizado esta área em 2006 com a criação da Unidade de Investigação Clínica. Desde então, registou-se um crescimento progressivo e sustentado do número de ensaios clínicos e de doentes recrutados, reduzindo-se o respetivo tempo de implementação, com o consequente ganho em competitividade.

Por estas razões, o IPO-Porto é atualmente um centro de referência para os ensaios clínicos realizados em Portugal na esmagadora maioria das patologias tratadas na instituição. Desde 2006 a Unidade de Investigação Clínica da instituição recrutou mais de 1600 doentes para participar em mais de 230 ensaios clínicos nacionais e internacionais.

Com esta ação, que conta com o apoio da Roche Farmacêutica, o IPO pretende também esclarecer os doentes e desmistificar algumas ideias erradas que ainda persistem sobre os ensaios clínicos, demonstrando que são procedimentos seguros, altamente regulamentados e que têm permitido um acesso mais rápido à inovação terapêutica por parte de quem mais necessita, contribuindo para o avanço científico no combate ao cancro.

Apresentada no 12º Congresso Português de Diabetes
Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, desenvolveram uma plataforma eletrónica para apoio...

A plataforma foi desenvolvida no âmbito do projeto “Diabetes em Movimento” que está a ser implementado em Vila Real e que visa promover o exercício físico e combater o sedentarismo, um dos fatores de risco para doentes com diabetes.

Em parceria com a empresa Tecnimede, os investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) anunciaram que desenvolveram uma plataforma eletrónica que “responde às necessidades clínicas destes doentes”.

O objetivo é ainda auxiliar os profissionais de saúde, especialmente dos cuidados de saúde primários, na promoção de estratégias de exercício físico de baixo custo e elevada aplicabilidade, adaptadas às principais características e doenças desta população.

“Apesar de a atividade física fazer parte de todos os algoritmos internacionais de abordagem e tratamento da diabetes tipo dois, a maioria desta população não pratica exercício físico de forma regular”, afirmou, em comunicado, o coordenador do projeto, Romeu Mendes.

As características dos doentes, alguns já de idade avançada, e da própria doença tornam, segundo o investigador, “o aconselhamento e a prescrição de exercício físico uma tarefa que muitas vezes se revela complexa e difícil”.

Segundo Romeu Mendes, nesta plataforma estão disponíveis três estratégias de exercício aeróbio (baseadas na marcha), 32 exercícios resistidos (realizados apenas com recurso a uma cadeira, dois pesos livres e uma bola de ginástica), nove exercícios de flexibilidade, e várias recomendações que podem ser selecionadas de acordo com as necessidades.

Esta plataforma vai ser apresentada no 12º Congresso Português de Diabetes, que decorre entre quinta-feira e sábado, em Vilamoura.

O programa “Diabetes em movimento” foi lançado em 2014 e junta médicos, enfermeiros e investigadores do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e UTAD.

O objetivo é fazer investigação e concretizar um programa de exercícios específicos para doentes com diabetes tipo dois que são monitorizados pelos alunos da academia transmontana.

A ideia é também fazer intervenção comunitária, ou seja, através deste programa de exercício educar a própria comunidade para a importância da prática de exercício de uma forma geral.

Abraço
A Abraço continua a desenvolver campanhas de sensibilização junto dos jovens para os alertar para os cuidados que devem ter...

Pouco passava das 10:00 de terça-feira quando o técnico da Abraço Sérgio Luís recebe o primeiro de dois grupos de jovens do 11º ano, no auditório da escola Secundária Campos de Melo, na Covilhã, para mais uma sessão de sensibilização sobre o VIH/Sida.

Desde 1997 que este responsável percorre o país a fazer este tipo de ações de sensibilização: a Abraço já desenvolveu cerca de cinco mil sessões que envolveram mais de 200 mil jovens.

Mas, para quem pensa que a batalha contra o VIH/Sida está ganha, desengane-se: Portugal continua com as taxas de incidência mais elevadas da Europa.

Sérgio Luís começa a sessão e explica aos jovens que o objetivo passa, acima de tudo, por ouvir as suas preocupações e dúvidas sobre esta problemática e, para isso, desafia-os a colocar questões.

O auditório transforma-se então num misto de risos envergonhados e de silêncio. As poucas questões levantadas por alguns jovens são quase arrancadas a "ferros" pelo técnico da Abraço.

Numa atitude para espicaçar os jovens, o técnico tenta encetar o diálogo com um rapaz que desde o início se mostra mais "hostil" e a resposta não se fez esperar: "Estou aqui porque sou obrigado a cumprir um horário".

Sérgio Luís explica que existe a perceção de que "não vale a pena, que está feito, que está tudo melhor, que isto se vai resolver", mas adianta que "a ignorância é avassaladora".

E é por causa desta leitura feita no terreno que a Abraço, com as inúmeras dificuldades que tem, continua a batalhar nestes projetos, sem quaisquer apoios governamentais.

"As pessoas que desconhecem completamente a realidade, nomeadamente as instâncias governamentais, julgam que isto [esclarecimento] já não é preciso ser feito", explica.

Sérgio Luís acredita que podemos estar no ponto de inversão para uma regressão: "O 'boom' que fez com que as pessoas se informassem, procurassem esclarecer e adquirir conhecimentos para poder tomar decisões mais assertivas em relação à sua vida e dos outros, que tinha como génese o medo da morte, esbateu-se", sublinha.

Atualmente, até já existe esta ideia quase generalizada e "extremamente errada de que não há problema nenhum. Isto é problemático e é um enorme perigo", alerta.

No final de quase duas horas de sessão, vários jovens rodeiam Sérgio Luís, enquanto este vai distribuindo preservativos e tirando algumas dúvidas que lhe são agora colocadas.

Carolina Carvalho tem 16 anos e confessa que "não fazia a mínima ideia" de como se espalha a infeção.

"A Sida continua a ser uma doença tabu nos dias de hoje. Os pais têm muitos problemas para falar connosco. A sessão ajudou-me a esclarecer as minhas dúvidas", disse.

Já Bárbara Boléu, de 17 anos, elogiou a ação e a postura do técnico da Abraço.

"Foi interessante e importante porque para além da informação e dos alertas, podemos estar à vontade para questionar o que muitas vezes em casa não podemos fazer por preconceitos e por falta de informação dos pais", sublinhou.

As duas jovens foram unânimes em afirmar que depois desta sessão de sensibilização sobre o VIH/Sida vão alterar alguns comportamentos nas suas vidas.

Acordo assinado
A indústria farmacêutica vai contribuir, este ano, com 200 milhões de euros o para controlo da despesa pública com medicamentos...

O acordo visa “contribuir para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), garantir o acesso ao medicamento e reforçar as condições de atratividade para o investimento em Portugal”, segundo um comunicado do Ministério da Saúde.

Tendo em conta que, em 2016, a despesa pública com medicamentos deverá ser de 2.000 milhões de euros, o acordo estabelece que a indústria farmacêutica irá contribuir com 200 milhões de euros.

Segundo a mesma nota do Ministério da Saúde, “este acordo regula os termos e as condições em que as referidas entidades se comprometem a colaborar para atingir os objetivos orçamentais para o ano de 2016 de despesa pública com medicamentos em ambulatório, incluindo subsistemas, e hospitalar do SNS com vista a garantir a sustentabilidade do SNS”.

Por seu lado, o Ministério da Saúde compromete-se a “promover condições para o acesso dos doentes aos medicamentos que se demonstrem inovadores, nomeadamente através do cumprimento dos prazos de avaliação e decisão previstos na lei, da adoção de metodologias inovadoras de contratualização, designadamente sistemas de gestão partilhada do risco, e do reconhecimento da especificidade de determinados medicamentos (…)”.

“O documento hoje assinado coloca em evidência a importância de continuar a garantir uma convergência de esforços entre as instituições públicas e os agentes económicos, de modo a que o compromisso nacional de redução da despesa pública permita a manutenção de elevados padrões de acessibilidade dos doentes às melhores terapêuticas, bem como a prestação, tendencialmente gratuita, de cuidados de saúde aos cidadãos”, lê-se no comunicado.

Para o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes, que hoje assinou o acordo com o Ministério da Saúde, o mesmo “é virtuoso, porque abre caminho a que o investimento na saúde passe a ser compatível com as necessidades das populações e com o nível de crescimento económico que Portugal anseia e precisa.”

“Pela primeira vez, no passado recente, existe um ambiente favorável em torno da necessidade de deixar de ver a saúde apenas como despesa, mas antes como um investimento na vida de todos os cidadãos”, afirmou João Almeida Lopes.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica apreendeu perto de duas toneladas de carne e derivados, produtos de pastelaria...

O material apreendido, que incluía seis instrumentos de pesagem, está avaliado em perto de 20.000 euros, refere um comunicado da ASAE, acrescentando que a Autoridade deteve duas pessoas e suspendeu a atividade a outros tantos operadores económicos por incumprimento dos requisitos de higiene.

Nas várias ações de fiscalização realizadas na semana passada a nível nacional, e que foram direcionadas para entrepostos frigoríficos, centrais de compras e armazéns de produtores alimentares, com vista à verificação das condições de armazenamento e distribuição, a ASAE fiscalizou 109 operadores económicos.

A autoridade instaurou quatro processos-crime por géneros alimentícios avariados e fraude sobre mercadorias e 15 processos de contraordenação, cujas principais infrações foram o incumprimento dos requisitos gerais de higiene.

12 mortes por dia
As infeções hospitalares matam mais em Portugal do que os acidentes de viação, estimando-se 12 óbitos diários por esta causa,...

Estes dados foram divulgados, durante a apresentação do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), da Direção-Geral da Saúde.

Segundo o estudo, o número de óbitos por infeções hospitalares “é muito superior ao de acidentes de viação”, estimando-se que em 2014 tenham ocorrido 4.500 mortes por esta causa, com uma despesa associada de 300 milhões de euros”.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, destacou precisamente o aumento de mortalidade por infeções, nos cuidados de saúde, sublinhando que “se morre sete vezes mais por infeções do que nos acidentes de viação”.

O diretor do programa, Paulo André Fernandes, confirmou que, “gradualmente, é um problema que tem vindo a aumentar e que tende a aumentar, se não houver mobilização de esforços e recursos para que isso não aconteça”.

Entre esses esforços, conta-se a intenção do Ministério da Saúde de avançar em 2017 com incentivos financeiros aos hospitais que consigam reduzir as infeções.

Para tal, serão necessários “indicadores claros, que serão disponibilizados até junho deste ano”, revelou o secretário de Estado.

“No segundo semestre, vamos monitorizar e, a partir daí, colocar objetivos para que, no contrato programa de 2017, sejam implementados e, em função de serem atingidos, sejam ressarcidos os hospitais para premiar as boas práticas”, acrescentou.

Também Paulo André Fernandes considera os incentivos financeiros "um instrumento importante para que medidas sejam tomadas", já que, “mais de um terço das infeções podem ser prevenidas”.

“O objetivo é que, através do incentivo financeiro, consigamos que as instituições cumpram de uma forma mais cabal todas as recomendações de boas práticas nesta área”, considerou.

Além dos incentivos financeiros, a tutela defende que os conselhos de administração dos hospitais e as direções clínicas estejam mais sensibilizados para a importância de administrarem de forma mais criteriosa os antibióticos (para reduzir a resistência dos microrganismos) e adotarem outras medidas recomendadas no programa, como diminuir a duração terapêutica antibiótica e não usar estes medicamentos na ausência de infeção bacteriana.

“É uma área extremamente crítica para a prestação dos cuidados de saúde, temos de dar os meios para que os profissionais de saúde possam mudar práticas e reduzir infeções, prevenindo a ocorrência”, acrescentou o governante.

Neste âmbito, foi criado, por despacho publicado, um grupo de trabalho composto pela Direção-Geral da Saúde, o Instituto Ricardo Jorge, o Infarmed e a ACSS, que deverá garantir, até final de junho deste ano, os mecanismos que permitam obter dados e indicadores, por hospital, relativos a consumo antibióticos, resistência antimicrobiana e infeções hospitalares.

Estes dados e indicadores constituem o denominado “índice de qualidade PPCIRA”, que, a partir de 2017, ficará associado à atribuição de incentivos, no âmbito dos contratos programas dos hospitais.

Desejos alimentares
Sentir uma vontade incontrolável de comer um doce, chocolate, queijo ou carne pode significar que o
Vontade de comer

A vontade constante em ingerir determinado alimento pode indicar um certo tipo de carência nutricional. Este tipo de sinal dado pelo cérebro é, aliás, bastante comum entre pessoas que não possuem uma alimentação equilibrada.

Embora ainda não existam estudos que comprovem com veemência a relação entre o desejo e carência de nutrientes, sabe-se que o cérebro costuma sinalizar quais os componentes em falta.

Além disso, todos os alimentos estão associados a uma relação afetiva, podendo “carregar” sensações que nos lembram a infância ou outros momentos que promovem a nossa sensação de bem-estar.

Quem é muito stressado ou ansioso, por exemplo, costuma sentir vontade de comer alimentos salgados.

De acordo com os especialistas, esta necessidade surge da incapacidade do nosso organismo produzir tanto cortisol quanto aquele que é libertado num momento de stress. Com a exigência a que estamos sujeitos, nos dias de hoje, é frequente haver uma sobrecarga do nosso organismo.

O forte desejo de comer chocolate, por outro lado, pode indicar carência em magnésio – um mineral vital para a pele e cabelo.

Sabe-se, por exemplo, que os níveis de magnésio descem durante a segunda metade do ciclo menstrual, o que sugere uma possível ligação com muitos dos sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM).

De acordo com Nicola Lowe, professor de Ciências Nutricionais da University of Central Lancashire, beber muito café, chá, refrigerantes ou álcool pode ser responsável por esta quebra de magnésio no organismo.

Caso não consiga resistir ao chocolate escolha um que contenha 75 por cento de cacau, mais rico em magnésio e mais pobre em açúcar.

Nozes, vegetais verdes, sementes da abóbora, pão ou arroz integrais são boas opções para repor os valores deste mineral.

A carne vermelha poder sugerir falta de proteína, vitamina B12, ferro e zinco. A carência destes nutrientes pode levar a uma anemia.

Marisco, lentilhas, pão integral, espinafre, queijo e sementes de abóbora são ricos nestes nutrientes.

A vontade de consumir café está relacionada com a diminuição dos níveis de potássio. Esta carência gera fraqueza e hipoglicemia. Tonturas e desmaios podem ser a consequência desta condição.

Os especialistas explicam que, nestes casos, os níveis de dopamina diminuem e a cafeína ajuda estimular o sistema nervoso central.

A falta de crómio – um mineral que age com a insulina para facilitar a absorção de glicose do sangue – é responsável pelo desejo de comer doces.

Vários estudos demonstram a capacidade deste mineral em equilibrar os níveis de açúcar no sangue em doentes diabéticos.

De acordo com o especialista, Nicola Lowe, optar por doces quando se tem níveis baixos de açúcar acabar por agravar o problema, uma vez que, faz com que o organismo produza insulina e com que exista uma queda mais acentuada de açúcar, como consequência.

Neste caso deve optar por consumir carnes ricas em crómio como fígado, rim e frango. Cenoura, brócolos, espargos ou batata são, ainda, excelentes fontes deste mineral.

A necessidade de comer queijo significa carência de cálcio. Este nutriente, para além de ajudar a formar e manter dentes e ossos saudáveis, tem ainda um papel essencial para o sistema nervoso central e muscular.

Leite, iogurte, sardinha em lata, salmão, amêndoas e brócolos são boas fontes de cálcio. 

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