Organização Mundial de Saúde
Metade das 12 cidades portuguesas analisadas pela Organização Mundial de Saúde excediam em 2014 o limite fixado por esta...

Em Portugal, Ílhavo, com 15 microgramas por metro cúbico, Albufeira (com 14), Coimbra (12), Faro, Lisboa e Vila do Conde (as três com 11), foram as cidades que ultrapassaram o limite de 10 microgramas por metro cúbico estipulado pela OMS para as partículas finas PM2.5, embora se encontrem no grupo dos níveis mais baixos, entre as quase 3.000 localidades analisadas pela organização.

Se a avaliação for feita com base nos limites fixados pela União Europeia, menos exigentes - de 25 microgramas por metro cúbico para o poluente PM2.5 - todas as cidades cumpriam.

O relatório internacional publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que mais de 80% dos habitantes de áreas urbanas que monitorizam a poluição do ar estão expostos a níveis de poluentes que excedem os limites fixados por esta instituição, principalmente nas cidades de mais baixo rendimento.

A poluição do ar é causada por várias substâncias, como estas partículas que podem entrar no aparelho respiratório e constituem, segundo a OMS, um risco para a saúde ao aumentar a mortalidade nas infeções respiratórias e causar doenças, como cancro do pulmão, ou problemas cardiovasculares.

A base de dados da OMS reúne informação sobre cerca de 3.000 cidades de 103 países e permitiu a comparação com valores de 2008, concluindo que a poluição do ar nos centros urbanos aumentou 8%, apesar das melhorias registadas em algumas regiões.

Quanto às partículas inaláveis PM10, com base no limite de 20 microgramas por metro cúbico da OMS, somente Ílhavo excedia, com 21 microgramas, seguindo-se Albufeira, com 19.

No entanto, segundo as regras europeias para o PM10, que apontam para uma média anual de 40 microgramas por metro cúbico, todas as cidades portuguesas apontadas pela OMS cumprem.

Francisco Ferreira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, especialista em qualidade do ar, alertou que estes valores foram obtidos em estações de medição chamadas "de fundo" e referem-se a áreas envolventes das cidades, mas os problemas de poluição mais graves registam-se em zonas de tráfego automóvel intenso ou de atividade industrial.

Em resposta a um pedido de comentário aos valores da OMS nas cidades portuguesas, Francisco Ferreira salientou que "os níveis acima da legislação são sempre registados em estações de tráfego, como a avenida da Liberdade, em Lisboa".

Por outro lado, a concentração destes poluentes depende muito das condições meteorológicas e, acrescentou, "em 2014, estas foram relativamente favoráveis, não havendo ultrapassagens [dos limites] dos poluentes".

O especialista realçou que, "em vários países, incluindo Portugal, o poluente que está a tornar-se mais problemático é o dióxido de azoto".

Os últimos dados disponíveis na Agência Portuguesa do Ambiente (APA) sobre qualidade do ar, de 2014, referem duas excedências do valor limite diário de PM10 e três no valor limite anual de dióxido de azoto, nas regiões do Porto Litoral, Entre Douro e Minho e Área Metropolitana Lisboa Norte.

Estudo
As taxas de aborto diminuíram 41% nos últimos 25 anos nos países desenvolvidos, mas mantiveram-se quase inalteradas nos países...

Publicado na revista científica The Lancet, o estudo do Instituto Guttmacher, uma organização que visa melhorar a saúde sexual e reprodutiva nos EUA e no Mundo, e da Organização Mundial de Saúde conclui ainda que as leis restritivas do aborto não reduzem o número de interrupções voluntárias da gravidez.

Com efeito, sugerem os autores do estudo, a incidência do aborto nos países onde é legalmente proibido, e muitas vezes realizado sem condições de segurança, é tão alta como nos países onde é legal.

"Nos países desenvolvidos, a queda continuada das taxas de aborto deve-se em grande medida ao aumento do uso de contraceção moderna, que deu às mulheres um maior controlo sobre o momento e o número de filhos que querem ter", disse a principal autora, Gilda Sedgh, do instituto sediado em Nova Iorque, citada num comunicado da revista Lancet.

Já nos países em desenvolvimento, acrescentou a investigadora, "os serviços de planeamento familiar não parecem acompanhar o desejo de famílias mais pequenas. Mais de 80% das gravidezes não desejadas são experienciadas por mulheres com uma necessidade não satisfeita de métodos modernos de contraceção, e muitas gravidezes não desejadas acabam em aborto".

O estudo agora publicado baseia-se em dados recolhidos em sondagens representativas a nível nacional, estatísticas oficiais e outros estudos, assim como informação sobre os níveis das necessidades não satisfeitas de contraceção e sobre a prevalência do uso de contraceção e o método usado.

Os investigadores usaram um modelo estatístico para estimar níveis e tendências na incidência do aborto para todas as grandes regiões e sub-regiões do mundo entre 1990 e 2014.

Nesses 25 anos, a taxa de aborto no mundo caiu de 40 em cada mil mulheres em idade fértil (15-44 anos) em 1990-94 para 35 em cada mil mulheres em 2010-14, mas a evolução não foi idêntica em todas as regiões do mundo.

Segundo os autores, a taxa de aborto do mundo desenvolvido diminuiu de 46 em cada mil mulheres em idade fértil (15-44 anos) para 27 (menos 41%), sobretudo como resultado da Europa de Leste, onde a taxa caiu mais de metade (de 88 para 42) à medida que contracetivos modernos se tornaram acessíveis.

Já no mundo em desenvolvimento, a taxa de aborto manteve-se virtualmente inalterada, com um declínio de apenas dois pontos (39 para 37 em cada mil mulheres em idade fértil).

Em média, foram realizados 56 milhões de abortos por ano em todo o mundo entre 2010 e 2014.

A seguir à Europa de Leste, a maior queda nas taxas de aborto registaram-se na Europa do Sul (38 para 26), na Europa do Norte (22 para 18), e na América do Norte (25 para 17).

Em África, onde a grande maioria dos abortos é ilegal, a taxa manteve-se praticamente inalterada, passando de 33 abortos em cada mil mulheres em 1990–94 para 34 em 2014.

A proporção estimada de gravidezes que terminam em aborto tem-se mantido relativamente estável ao longo dos anos, com uma média mundial de um aborto em cada quatro gravidezes (25%) entre 2010 e 2014.

Nos países desenvolvidos, a proporção de gravidezes que terminam em abortos caiu de 39% em 1990-94 para 28% em 2010–14, enquanto nos países em desenvolvimento aumentou de 21% para 24% no mesmo período.

A região com a proporção mais elevada foi a América Latina, que tem leis altamente restritivas, onde uma em cada três gravidezes (32%) resultou em aborto em 2010-2014.

O estudo concluiu que as taxas de aborto são semelhantes em países com leis mais ou menos restritivas: Nos países onde o aborto é proibido ou permitido apenas para salvar a vida da mulher, a taxa é de 37 abortos por mil mulheres, enquanto nos Estados onde é permitido por lei a taxa é de 34.

Estudo
As grávidas são aconselhadas a tomar suplementos vitamínicos com ácido fólico para prevenir problemas congénitos nos bebés, mas...

As conclusões foram apresentadas numa conferência em Baltimore, no estado norte-americano de Maryland, e ainda não foram publicadas ou avaliadas pelos pares, por isso, os investigadores da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health aconselharam prudência na interpretação dos resultados.

“Este pode ser um daqueles casos em que demasiada quantidade de uma coisa boa faz mal”, disse o principal autor do estudo, Ramkripa Raghavan, um investigador daquela escola.

“Dizemos às mulheres para não se esquecerem de tomar folato no início da gravidez. Aquilo que precisamos de perceber agora é se deverá haver recomendações adicionais relativas a qual será a dose ideal ao longo da gravidez”, acrescentou.

O folato é uma vitamina B que está naturalmente presente em frutos e vegetais. Uma versão sintética, o ácido fólico, é habitualmente usada como complemento em cereais e pão e é incluída em suplementos vitamínicos.

Quando as grávidas não ingerem folato suficiente, os seus bebés enfrentam um risco mais elevado de defeitos congénitos ao nível cerebral e da espinal medula.

Relatório
A despesa do Estado com medicamentos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde cresceu 7,8% em 2015, em comparação com o ano...

De acordo com a monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar, hoje publicada pela Autoridade do Medicamento (Infarmed), entre janeiro e dezembro do ano passado a despesa com medicamentos nas unidades do SNS foi de 1.034,3 milhões de euros.

Dentro do total da despesa, o ambulatório hospitalar (consulta, hospital de dia e cirurgia de ambulatório) correspondeu em 2015 a quase 80% da despesa global.

Continua a crescer também a despesa dos medicamentos para tratamento do cancro, com um aumento de 13% para 234 milhões de euros.

Numa análise ao peso por subgrupos terapêuticos, os medicamentos imunomoduladores (para o sistema imunológico), os citotóxicos (para o cancro) e os antivíricos são responsáveis por perto de 60% do total do valor dos fármacos em meio hospitalar.

Já nos medicamentos órfãos – destinados a tratamento e controlo de doenças raras –, a despesa aumentou mais de 10% em relação a 2014, tendo atingido no ano passado os 82,8 milhões de euros (oito por cento da despesa total).

Em termos de unidades consumidas, houve também um aumento, mas menor em termos percentuais do que na despesa. Em 2015 foram consumidas 239 milhões de unidades de medicamentos, mais 2,4% do que no ano anterior.

IPO de Lisboa
As inscrições para o rastreio gratuito anual ao cancro da pele, no IPO de Lisboa, no âmbito do dia do Euromelanoma, esgotaram...

Em todo o país, 44 serviços de dermatologia estão, durante o dia de hoje, a fazer rastreios gratuitos ao cancro da pele, sendo o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa um deles, que abriu na semana passado 90 vagas, que foram preenchidas em menos de 24 horas.

Apesar disso, o telefone continuava a tocar incessantemente com pessoas a tentarem ainda marcar o seu rastreio.

Esta preocupação, no entanto, não se traduz no dia-a-dia em cuidados de proteção e prevenção, como revela a diretora do serviço de dermatologia do IPO, Manuela Pecegueiro, que não se surpreende com a procura, já que, durante o ano, a afluência é grande por parte de pessoas com suspeitas de cancro, muitas vezes em consequência da falta de cuidado com o sol.

“É como os espetáculos de música rock, são logo esgotados no primeiro dia, mas depois vêm todos muito preocupados com o escaldão e com os cuidados a ter com o sol, mas estou convencida de que muitos não cumprem, até porque alguns têm sinais de agressão solar, mesmo não tendo cancros da pele”, afirmou.

Por isso, sublinha que o principal objetivo do rastreio é transmitir a mensagem de que “o sol é um pau de dois bicos, faz bem à saúde, mas também pode fazer mal”, e é preciso prevenir o aparecimento de cancros de pele.

Segundo a médica, esta mensagem tem de ser continuamente repetida, porque, de uma maneira geral, os portugueses continuam a não ter cuidado.

“Ou os portugueses são surdos ou acham que só acontece ao vizinho do lado, e nunca lhes acontece a eles. Ainda há pouco um doente me dizia que vinha cá preocupado consigo próprio, mas que passava à hora de almoço na praia de Carcavelos e a praia estava cheia, incluindo crianças. Por isso penso que a mensagem tem de se continuar a transmitir para ultrapassar as barreiras”, afirmou.

Dois dos utentes que foram ao serviço do IPO são exemplo disso, pois, para ambos, esta foi a primeira vez que fizeram o rastreio e apenas porque apanharam sustos.

Paulo Camilo já teve um basiloma e, com o aparecimento de umas novas manchas, ficou preocupado e foi verificar se seriam sinais de risco.

“Surgiu um ponto no nariz, a ferida não cicatrizava e decidi ir ao médico. Foi assim que foi detetado [o basiloma]", explicou, acrescentando que as manchas que lhe surgiram agora na pele deixaram-no logo em alerta, mas “felizmente não são perigosas e vão desaparecer com o tempo”.

Quanto a cuidados de prevenção, admite que não os tinha, mas agora usa “creme protetor com fartura, especialmente no verão, mas no inverno também”.

Com Maria José Leitão foi ligeiramente diferente: o caso não se passou consigo, mas com o pai. No entanto foi suficiente para deixar toda a família em alerta.

“Era um sinal que o meu pai tinha, foi reencaminhado para o tirar cá, tirou-o e achámos que devíamos ver para prevenir. Eu vim hoje e os meus irmãos. Também vêm cá fazer um rastreio”, disse.

Maria José Leitão reconhece contudo que nem sempre teve cuidado com o sol, mas afirma já ter “há algum tempo”.

“Meto todos os dias protetor solar e tenho mais cuidado para não apanhar sol nas horas piores”.

O problema, como explica a médica Manuela Pecegueiro, é que “a pele tem memória e não se vai esquecer nunca do escaldão". "Mais tarde ou mais cedo, vai reclamar”.

Estudo
Uma equipa de investigação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluiu que as mulheres portuguesas...

"A prevalência de excesso de peso passou de 37% para 55%, o que reflete a falta de eficiência das recomendações para a sua manutenção durante e imediatamente após a gravidez", indicou à Lusa Ana Henriques, uma das investigadoras envolvidas no projeto.

De acordo com o estudo, a satisfação com a imagem corporal da mulher tem um impacto significativo na evolução do seu peso, nomeadamente em mulheres com um Índice de Massa Corporal (IMC) normal antes de engravidar.

Mais concretamente, as mulheres mais satisfeitas com a sua imagem são aquelas que melhor controlam o seu próprio peso nesses primeiros anos.

Por outro lado, "as mulheres com IMC normal antes da gravidez, que se sentem acima da sua silhueta ideal, têm mais do dobro do risco de virem a ter excesso de peso quatro anos depois do parto e mais do triplo do risco de virem a ser obesas do que as mulheres que se sentem satisfeitas com a sua silhueta", explicou Ana Henriques.

Para a investigadora, os resultados mostram a importância das questões psicológicas associadas à regulação do peso, como as crenças, as expetativas e a perceção relacionadas com a imagem corporal, que podem ser trabalhadas e ter um papel relevante na prevenção da obesidade.

Este estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Geração 21 (G21), cujo objetivo principal é caraterizar o desenvolvimento pré-natal e pós-natal, identificando os seus determinantes, no sentido de melhor perceber o estado de saúde na infância e, mais tarde, na adolescência e na idade adulta.

Outro dos aspetos estudados pela equipa está relacionado com a trajetória social da mulher, desde a infância até à vida adulta, e qual o seu efeito na satisfação com a imagem corporal destas mães.

Segundo Ana Henriques, os resultados foram distintos tendo em conta se a criança G21 é o primeiro filho ou não.

Em mulheres com mais do que um filho (multíparas) verificou-se a influência deste fator, sendo que as mulheres com uma trajetória social descendente (posição social mais elevada na infância do que a que na vida adulta) têm maior probabilidade de se sentirem insatisfeitas com o corpo.

Curiosamente, nas mulheres que foram mães pela primeira vez (primíparas), não foi encontrado qualquer efeito.

Neste grupo particular, a insatisfação com a imagem corporal pode estar atenuada devido ao "encantamento associado à maternidade e ao facto de existirem boas expetativas associadas a retomar o tamanho e forma corporais que tinham antes da gravidez".

A primeira fase do projeto G21 decorreu entre abril de 2005 e agosto de 2006, período no qual foram recrutados 8647 recém-nascidos, em cinco hospitais públicos com maternidade, da área metropolitana do Porto.

Quando as crianças tinham quatro a sete anos de idade foram reavaliadas, estando neste momento a decorrer a avaliação dos dez anos, nas instalações da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Em todas as etapas são avaliadas as crianças e as respetivas mães, através de questionários e uma avaliação física que engloba antropometria, medição da pressão arterial e, em alguns casos, uma colheita de sangue.

No G21, coordenado por Henrique Barros, estão envolvidos diversos profissionais de saúde, desde médicos a enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e dentistas.

Este projeto é financiado pelo Programa Operacional de Saúde - Saúde XXI, pela Administração Regional de Saúde do Norte - IP, pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT) e pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Centro de Neurociências e Biologia Celular
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) descobriram que a progressão da doença Machado-Joseph pode...

A substância química resveratrol “está pronta a ser testada em ensaios clínicos”, adianta a Universidade de Coimbra (UC) numa nota enviada hoje à agência Lusa.

Os resultados da investigação, publicados na revista científica Nature Communications, sugerem que “os efeitos positivos verificados em ratinhos, que mimetizam a doença Machado-Joseph, não se revelam apenas ao nível dos sintomas”.

Também se observa “um bloqueio efetivo do desenvolvimento da doença”, sublinha a UC.

“O estudo sugere que uma ligeira redução de calorias” ou a administração de resveratrol “contribuem para a melhoria da coordenação motora, marcha, equilíbrio, neuropatologia e ativam o processo de reciclagem dos elementos envelhecidos e danificados das células (autofagia)”, explicita Cláudia Cavadas, coordenadora de uma das duas equipas do CNC da UC, envolvidas na investigação.

A ligeira redução de calorias tem de ser “extremamente controlada, sem incorrer no risco de malnutrição e com a presença de todos os nutrientes essenciais ao organismo”, salienta a investigadora.

Luís Pereira de Almeida, coordenador da equipa parceira na investigação, salienta que “os efeitos benéficos obtidos são explicados através de um “regulador de informação” presente nas células, chamado ‘sirtuina 1’, uma enzima cujos níveis aumentam no cérebro através da redução calórica ou administração de resveratrol”.

“Estamos neste momento a desenvolver todos os esforços para testar os resultados do resveratrol em contexto de ensaios clínicos, algo que depende somente de financiamento”, acrescenta Luís Pereira de Almeida, citado pela UC.

Com “grande prevalência nos Açores”, a doença Machado-Joseph é “incurável, fatal e hereditária” e é caracterizada pela “descoordenação motora, atrofia muscular, rigidez dos membros, dificuldades na deglutição, fala e visão, associadas a um progressivo dano de zonas cerebrais específicas”.

A investigação foi financiada por fundos europeus, através do Compete (Programa Operacional Fatores de Competitividade), via Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pelos programas europeus E-Rare (cooperação transnacional entre organizações de financiamento de investigação em doenças raras) e JPND (fundo europeu de projetos de investigação sobre a doença neurodegenerativa), pela AFM (associação internacional de doentes neuromusculares) e pelo fundo privado Richard Chin and Lily Lock Machado-Joseph Research Fund.

No Hospital do Espírito Santo de Évora
Nova abordagem subcutânea é menos invasiva do que o convencional cardiodesfibrilhador transvenoso e reduz risco de complicações.

O primeiro Cardiodesfibrilhador Subcutâneo (CDI-S) do Alentejo para prevenção da Morte Súbita foi implantado no passado dia 5 de maio no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), num homem de 37 anos.

“O CDI Subcutâneo Emblem SICD é uma grande mais-valia para o doente, já que o implante não interfere com o tecido vascular e responde à necessidade do doente de forma menos invasiva. É menos traumático”, afirma o Dr. Pedro Dionísio, coordenador da Unidade de Pacing e Arritmologia do Serviço de Cardiologia do HESE, que realizou a cirurgia.

“Para o doente, sentir que o dispositivo está fora do coração e que cumpre na totalidade o que precisa, no caso desfibrilhar, é uma satisfação enorme”, conclui o Dr. Pedro Dionísio.

Sendo um implante subcutâneo, menos invasivo, diminui o risco de complicações para o doente – como risco de endocardites, reposicionamento ou extração do elétrodo, ou lesões vasculares – e liberta tecido que pode ser necessário no futuro.

Após o implante de um CDI Subcutâneo, o doente não tem limitações de movimento dos braços, o que não se verifica com um CDI Transvenoso. Além disso, o novo sistema de CDI Subcutâneo, Emblem SICD, é compatível com ressonância magnética, 1.5Tesla, corpo inteiro.

O doente intervencionado com CDI Subcutâneo em Évora sofre de síndrome de Brugada – uma arritmia hereditária que pode conduzir à Morte Súbita – e havia sido submetido a duas cirurgias anteriores relacionadas com um CDI Transvenoso de que era portador desde os 27 anos.

“Graças ao novo sistema totalmente subcutâneo (sem elétrodos intravasculares ou intracardíacos) eliminam-se as principais disfunções relativas aos eletrocatéteres e podem abandonar-se definitivamente os antigos”, explica o Dr. Pedro Dionísio.

A Implantação realizada em Évora contou também a colaboração do Dr. Diogo Cavaco (dos Hospitais de Santa Cruz e da Luz, em Lisboa) e do Serviço de Anestesia do HESE (Dr. Juan Moralejo).

APDP assinala 90.º aniversário no próximo dia 13 de maio
No dia em que celebra o seu 90.º aniversário, a mais antiga associação de pessoas com diabetes recebe o Presidente da República.

A 13 de maio, Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar as instalações da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), incluindo o Museu, e tomar contacto com a realidade da diabetes, com os doentes e com a equipa médica multidisciplinar que trabalha diariamente nas diversas especialidades da APDP, uma das maiores Clínicas de Diabetes da Europa.

“O combate tem de persistir: estima-se que 43% das pessoas com Diabetes ainda não tenham sido diagnosticadas, ultrapassando já o milhão os portugueses que vivem com esta doença, umas das principais causas de morbilidade crónica, de perda de qualidade de vida e de mortalidade”, alerta Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

O número de utentes observados na Associação tem vindo a aumentar, situando-se agora nos 19 mil por ano. Com mais de 145 mil inscritos, a APDP acompanha hoje mais do dobro das pessoas que acompanhava no ano de 2000, sendo que 70% das pessoas com Diabetes tipo 2 acompanhadas são tratadas com insulina. A associação realizou em 2015 um total de 53.880 consultas e exames.

A Clínica Diabetológica presta cuidados integrados e diferenciados em áreas que cobrem, além da diabetologia, a nutrição, a pediatria, a oftalmologia, a cardiologia, a podologia, a nefrologia, a urologia, a saúde reprodutiva, a psicologia/psiquiatria, cirurgia oftalmológica e a hemodiálise.

A APDP é, desde 2009, o único centro nacional reconhecido pela Federação Internacional de Diabetes como Centro de Educação da Federação Internacional da Diabetes (IDF) e, desde 2011, a nível europeu, é também reconhecida como clínica de referência no tratamento de crianças e jovens (Centre of Reference for Pediatric Diabetes).

Programa das comemorações do 90.º aniversário da APDP - Rua Rodrigo da Fonseca, n.º 1, Lisboa

17h00 | Sessão comemorativa: entrega do Prémio Ernesto Roma e das medalhas às pessoas com mais de 50 anos de diabetes

19h00 | Visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Na Flórida
A Coligação Mundial do Cancro Pancreático pretende com esta reunião sensibilizar e aumentar a consciencialização para uma...

A primeira reunião da World Pancreatic Cancer Coalition (WPCC) decorre em Orlando, Flórida, no dia 11 de Maio de 2016, e irá reunir mais de 60 individualidades que representam 40 organizações e associações de doentes de todo o mundo. O objetivo da Coligação é alcançar importantes mudanças para todas as pessoas afetadas pelo cancro pancreático.

“Ao estarmos em uníssono, esperamos salvar mais vidas e criar um futuro mais risonho para esta doença que tem a taxa de sobrevivência mais baixa de todos os cancros”, indica Julie Fleshman, JD, MBA, presidente da WPCC e chefe executiva da Pancreatic Cancer Action Network.

O cancro pancreático é, a nível mundial, a sétima causa de cancro mais comum em homens e mulheres. Apenas 2 a 10 por cento das pessoas diagnosticadas sobrevivem 5 anos. Em 2013, organizações e associações de doentes de cancro pancreático, com o apoio da Celgene Corporation, iniciaram a discussão de como poderiam apoiar-se mutuamente por forma a aumentar a sensibilização mundial para esta patologia.

“Chegamos à conclusão de que a trabalhar de forma colaborativa, poderíamos ter muito mais impacto. Em 2014 tornamo-nos parte ativa, com a inauguração do Dia Mundial do Cancro Pancreático, que se revelou uma iniciativa de autêntico sucesso mundial no aumento da sensibilização desta patologia”, Vítor Neves, presidente da Europacolon Portugal.

Esta reunião pretende aumentar a sensibilização e informação sobre a doença e também espalhar a palavra de que, com maior investimento na pesquisa e com mais pessoas a tomarem medidas ativas, a taxa de sobrevivência do cancro pancreático, poderá aumentar.

Estudo revela
A Ipsos MORI publicou as conclusões para Portugal do PneuVUE® (Adult Pneumonia Vaccine Understanding in Europe – Conhecimento...

Algumas formas de pneumonia podem ser preveníveis através da vacinação. No entanto, o estudo PneuVUE® conclui que apenas 23% dos inquiridos estão preocupados com o risco de ter pneumonia, e que só 4 em cada 10 sabe que podem vacinar-se contra a doença.

Os inquiridos referem a doença cardíaca (61%) e os acidentes rodoviários (21%) como responsáveis pelo maior número de mortes em Portugal, comparativamente com a pneumonia (5%) e a gripe (1%). Na realidade, a pneumonia é responsável por 8 vezes mais mortes do que os acidentes rodoviários e 135 vezes mais mortes do que a gripe.

“Apesar da proteção conferida pela vacinação, continuamos a assistir a um número inaceitável de casos e de mortes causado por uma doença que é prevenível”, afirma a Dra. Jane Barratt, Secretária Geral da Federação Internacional sobre o Envelhecimento. “A pneumonia pode afetar qualquer um, mesmo quem leva uma vida saudável. É necessária uma comunicação eficaz entre médicos e doentes, de modo a assegurar que as pessoas com mais de 65 anos, ou que sofram de doenças crónicas, como é o caso da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), da Asma, da infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), ou da Diabetes, possam receber a proteção de que precisam”.

Em Portugal, 84% dos inquiridos que disseram estar vacinados contra a pneumonia, afirmaram tê-lo feito no seguimento de aconselhamento médico, o que reforça a importância da educação pelos profissionais de saúde na proteção dos grupos de risco. O mecanismo que mais frequentemente conduz à vacinação contra a pneumonia é a recomendação pelo médico. Dos inquiridos vacinados contra a pneumonia, 71% indicaram recomendação pelo médico de Medicina Geral e Familiar, e 20% foram aconselhados por outro médico especialista. Por outro lado, 55% das pessoas que ainda não fizeram uma vacina indicaram a falta de indicação pelo médico como o principal motivo pelo qual ainda não foram vacinados.

Há falta de informação sobre a prevenção da pneumonia
Para os inquiridos, apesar de ser considerada eficaz, a vacinação não surge no topo da lista dos meios de prevenir a pneumonia. A vacinação ficou atrás de medidas de prevenção como "manter-se em forma e saudável" (92%), "não fumar" (87%), "usar roupas quentes” (69%) e “evitar períodos longos em salas com ar condicionado” (64%).

A pneumonia é uma infeção grave de um ou ambos os pulmões, causada por bactérias, vírus ou fungos e pode afetar qualquer pessoa, mesmo aqueles que praticam exercício físico, se alimentam de forma saudável e tomam cuidado com a sua saúde. A bactéria que mais frequentemente causa Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) é o Streptococcus pneumoniae. O risco de pneumonia aumenta com a idade, com a existência de uma doença crónica, com situações de imunocompromisso ou com alguns hábitos de vida, tais como o tabagismo. Pessoas com risco acrescido de pneumonia, devem aconselhar-se com o seu médico.

Para saber mais sobre o estudo PneuVUE® (Adult Pneumonia Vaccine Understanding in Europe – Conhecimento da vacinação contra a pneumonia para adultos na Europa), por favor descarregue o relatório aqui

Por todo o país
O dia dos cancros da pele assinala-se hoje com rastreios gratuitos a decorrer em 44 serviços de dermatologia do país, uma...

De acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), responsável pela organização nacional de rastreio do cancro de pele, há já vários anos, estima-se que este ano o rastreio possa chegar a cerca de duas mil pessoas.

Desde 2000, há a dedicação de um dia à mensagem do autoexame e do diagnóstico precoce de vários tipos de cancro de pele, afirmou Osvaldo Correia, secretário-geral da APCC.

Em 2015, este rastreio permitiu detetar 77 suspeitas de cancro e 112 sinais potencialmente cancerígenos.

“Queremos que as pessoas percebam que não existe um cancro de pele, existem vários cancros de pele e que conheçam as várias fases que um cancro pode ter, para fazerem o autoexame”, sublinhou.

O rastreio é dirigido principalmente a pessoas de risco, que inclui pessoas de pele clara, adultos que sofreram queimaduras solares quando jovens, pessoas expostas ao sol, desde trabalhadores a desportistas, com antecedentes familiares de cancro de pele ou com sinais suspeitos.

Além dos rastreios que decorrem hoje no país, nos dias 13 e 14 de maio vão decorrer ações de formação sobre cancro de pele para profissionais de saúde e educação, dirigidos em particular a pessoas de risco.

A iniciativa tem o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direção Geral de Saúde e está integrada numa campanha europeia do Grupo Euromelanoma da Academia Europeia de Dermatologia.

Neste mês de Maio, em 34 países da Europa é dedicado um dia ao alerta e luta contra os Cancros da Pele.

A incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o Mundo, estimando-se que em Portugal, em 2016, serão diagnosticados mais de 12.000 novos casos de cancros da pele e cerca de 1.000 serão novos casos de melanoma.

Os cancros da pele mais frequentes são o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.

Secretário de Estado
O secretário de Estado da Saúde anunciou, em Faro, o reforço dos cuidados de saúde no Algarve, durante o verão, que inclui o...

Manuel Delgado explicou que, apesar de já ser comum o reforço naquele distrito durante o verão, as previsões de que o fluxo turístico bata recordes em 2016 mereceu a atenção na programação.

Entre 01 de julho e 15 de setembro, a região vai contar com 32 pontos de atendimento médico nas praias algarvias, 12 centros de saúde com horário alargado até à meia-noite para as consultas do turista, uma ambulância do INEM em Albufeira, um motociclo de emergência médica em Portimão e um ponto de atendimento médico temporário em Armação de PeraPêra.

O secretário de Estado da Saúde sublinhou que, apesar das consultas do turista estarem previstas para o horário das 18:00 às 24:00, o sistema vai ser flexível ficando disponível para residentes e turistas durante todo o tempo de funcionamento dos centros de saúde selecionados.

As consultas do turista vão funcionar em Sagres, Portimão, Armação de PeraPêra, Carvoeiro, Alvor, Olhos de Água, Quarteira, Almancil, Olhão, Tavira, Monte Gordo e Altura com os profissionais de saúde da região com recurso a horas extraordinárias.

Já na reta final da visita por vários serviços de saúde da região, Manuel Delgado disse que o Governo está a preparar várias soluções de curto, médio e longo prazo para responder às necessidades da região, com particular ênfase na falta de médicos e enfermeiros.

A curto prazo, o secretário de Estado elencou como “soluções excecionais” para as especialidades onde existem lacunas na região, como é o caso da cirurgia e da ortopedia, a realização de protocolos com hospitais de Lisboa para que os casos urgentes possam ser tratados na capital, a deslocação periódica de equipas médicas à região e o tratamento no setor privado.

A partir de 30 de junho, a região vai receber 30 médicos de medicina geral e familiar.

A médio e longo prazo, Manuel Delgado disse estarem a ser preparados concurso e condições atrativas para a fixação de médicos no distrito de Faro que além do aumento da remuneração podem passar pela possibilidade de progressão mais rápida de carreira tanto para médicos como para enfermeiros.

O secretário de Estado admitiu que vai ser necessário criar modelos de contratação mais ágeis e que o pagamento dos profissionais que aceitem trabalhar na região deverá ter uma discriminação positiva.

Medidas que, vincou serem necessárias para recuperar a fase de desinvestimento vivida nos últimos anos na área da saúde.

O diretor-geral de Saúde, Francisco George, esteve presente na visita e destacou a relação entre acidentes rodoviários e o consumo de álcool nas camadas mais jovens, os afogamentos de crianças e a exposição solar imprudente como tónicas da promoção da saúde no verão de 2016.

Dr. Mário Cordeiro
A maior parte dos “príncipes da medicina” de que o pediatra Mário Cordeiro fala no seu novo livro são nomes de instituições,...

De Hipócrates (o pai da medicina) a Albino Aroso, passando por Garcia de Orta ou Alfredo da Costa, contando com Salvador Allende, Fernando Namora ou Agostinho Neto, esta obra de Mário Cordeiro conta a história e, em poucas palavras, o longo percurso de 93 homens da medicina.

“Tantos anos, tanta dedicação, tanto sofrimento, tanta abnegação. Mas também muitas vitórias, êxitos, transformações do mundo, transcendências pessoais”, lê-se na parte final do livro, editado pela Saída de Emergência.

Sobre esta seleção, o médico esclarece que escolheu estes, “mas outros haverá”.

“Mas todos eles deixaram uma impressão digital na vida e na tentativa de criar patamares civilizacionais mais estruturados, humanistas e evoluídos, onde a arte, os direitos, a ciência, o método, a organização e a dedicação aos outros suplantam a cupidez, a ignorância e a ganância”, escreve.

As primeiras das 480 páginas deste livro são dedicadas ao emblema da medicina (uma serpente enrolada num cajado), sobre a origem do qual sobram interpretações, mas faltam certezas.

“Outras explicações, mais coloquiais, jocosas e exclusivas da língua portuguesa, dizem que o símbolo da medicina é uma cobra porque «se o doente sobreviver o médico cobra, se morrer cobra na mesma»”, lê-se no livro.

As diferenças entre o Juramento de Hipócrates de 1771 e o adotado pela Associação Médica Mundial, em 1983, e curiosidades sobre o patrono dos médicos (São Lucas) são alguns dos temas que Mário Cordeiro aborda neste livro que será hoje lançado em Lisboa.

Na obra são ainda recordados alguns factos, como o do preservativo ter sido inventado no século XVI por Falópio, o mesmo que ficou eternamente ligado ao corpo feminino, através das trompas de Falópio

Sobre o escritor Júlio Diniz, o autor recorda que este sofreu de tuberculose, da qual veio a morrer, e que foi precisamente quando estava retirado, em tratamento para a doença, que começou a escrever.

“Miguel Bombarda não era crente e deixou instruções para um funeral não religioso, o que era raro na altura, mas as suas últimas palavras para o seu assassino foram: «Não lhe façam mal, é um doente. Não sabe o que faz!»”.

Alguns dos médicos recordados neste livro têm o seu nome atribuído a hospitais, sendo também conhecidos por isso, como Pedro Hispano, Garcia de Orta, Júlio Diniz, Júlio de Matos, Alfredo da Costa, Egas Moniz, Pulido Valente, Bissaya Barreto ou Abel Salazar.

OE de 2017
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, afirmou em Fátima, distrito de Santarém, que...

A prestação única para a deficiência está ainda em fase "de análise e de estudo de vários modelos", mas Ana Sofia Antunes tem a "expectativa" de que esta medida seja já incluída no Orçamento do Estado para 2017.

Apesar de já terem sido incluídas "um conjunto de iniciativas já neste orçamento", estas não são suficientes, sendo que a prestação social única para a deficiência poderá "reforçar um pouco os rendimentos das pessoas com deficiência", disse a secretária de Estado.

De acordo com a governante, esta medida visa responder, "acima de tudo", às pessoas "com uma situação de maior debilidade, em razão do desemprego, discriminação e pobreza".

"É importante dar aqui um rendimento extra", sublinhou, recordando que "muitas pessoas com deficiência viviam exclusivamente da pensão social de invalidez, que tinha um valor exclusivo de 200 euros. 200 euros não tiram ninguém de uma situação de pobreza e muito menos permitem fazer face a despesas específicas que advêm somente da situação de deficiência".

A secretária de Estado falava à margem da cerimónia de inauguração do centro de atividades ocupacionais (CAO) do Centro de Apoio a Deficientes Profundos João Paulo II, em Fátima, concelho de Ourém.

Ana Sofia Antunes realçou que o país já tem uma "resposta bastante completa" a nível de CAO - espaços destinados a pessoas com graus de funcionalidade "inferiores a 30%".

Para a governante, o problema que se enfrenta prende-se com "situações concretas de pessoas com deficiência encaminhadas para os CAO e que, provavelmente, não precisavam de estar neste tipo de resposta".

Nesse sentido, o Governo vai começar no 2.º semestre "uma reavaliação de situações que estão enquadradas em CAO e que poderão ser estimuladas para outro tipo de atividade", avançou.

Face à possibilidade de encaminhar alguns desses utentes para "candidaturas a atividades socialmente úteis" ou para o mercado de trabalho, através dos incentivos à contratação de pessoas com deficiência, será possível "flexibilizar algumas vagas" nos centros de ocupação para casos mais profundos "que eventualmente possam ainda estar sem resposta", notou.

O CAO do Centro de Apoio a Deficientes Profundos João Paulo II custou cerca de "650 mil euros", sendo "fundamental para algumas das pessoas com deficiência" que estão naquele espaço, sublinhou o presidente da União das Misericórdias de Portugal (UMP), Manuel de Lemos.

O centro de atividades ocupacionais conta com 60 vagas, num espaço com salas de relaxamento, ludoteca, fisioterapia, ginásio e outros espaços para terapia ocupacional.

Em menos de um mês
Menos de um mês depois de ser lançada, a petição da Ordem dos Médicos a reclamar a redução do horário de trabalho para...

Iniciativa da Ordem dos Médicos, a petição pugna pela redução de duas horas no horário de trabalho para um dos pais, até cada filho completar três anos, independentemente de a criança ser amamentada ou não.

Logo nas primeiras 24 horas, a petição tinha atingido as quatro mil assinaturas exigíveis para que a proposta seja debatida pelo Parlamento. No final da manhã de ontem, a petição ultrapassava as 15 mil assinaturas.

A redução do horário laboral em duas horas está já consagrada no Código de Trabalho, para efeitos de amamentação e até aos bebés terem um ano de idade, sendo que, a partir desse momento, as mulheres terão de fazer prova – por atestado – de que estão a amamentar.

A redução de horário a um dos pais independentemente do tipo de aleitamento permitiria, segundo a Ordem, ultrapassar as dificuldades de certificar a amamentação por parte da mulher quando a criança faz um ano.

A certificação da amamentação chegou a criar polémica e problemas em algumas instituições, com mulheres a serem forçadas a espremer os seios para mostrar que ainda amamentavam.

Contudo, o principal argumento para o lançamento desta petição respeita ao desenvolvimento emocional dos bebés e à convicção de que a relação precoce com os cuidadores “é absolutamente determinante para a construção da personalidade”.

No Paquistão
O caso de dois irmãos paquistaneses conhecidos como “meninos solares”, porque durante o dia levam uma vida normal, mas quando o...

Shoaib Ahmed e Abdul Rasheed, de nove e 13 anos, jogam críquete, correm e fazem uma vida normal durante o dia, mas sofrem desde o nascimento de uma estranha doença que os paralisa quando o Sol se põe, que os impede de comer, beber e tomar banho.

“É de nascença. Quando o Sol desaparece ficam paralisados. Espero que os meus filhos possam vir a andar à noite”, disse à agência espanhola de notícias Efe Mohamed Hashim, pai as crianças.

Na povoação onde vivem, perto da cidade paquistanesa de Quetta, os vizinhos começaram a chamá-los quase desde a nascença de “meninos solares”.

O caso das crianças chegou à imprensa e os médicos do Instituto de Ciências Médicas do Paquistão ofereceram-se para pagar uma investigação para tratar os rapazes.

No início do mês, as crianças foram internadas no instituto governamental e atualmente desconhece-se quando vão ter alta.

“É um grande desafio. Não entendemos bem a doença. Depois de realizados 300 testes, descobrimos que se os submetermos a neurotransmissores o seu estado melhora à noite”, disse o professor de medicina Javed Akram.

O médico integra uma equipa de 27 investigadores paquistaneses que já enviaram os resultados dos testes a 13 instituições médicas internacionais, como a Clínica Mayo e o Instituto Hopkins, nos Estado Unidos, e o hospital Guys, no Reino Unido.

De acordo com os médicos, todos os indícios apontam para uma doença genética, que afeta os filhos varões e pode dever-se ao facto de os pais serem primos.

“Estamos a explorar a genética da família, do pai, da mãe, do filho de um ano também afetado, das irmãs que não têm sintomas e de familiares próximos, bem como as circunstâncias ambientais, como a água e a terra da povoação onde vivem”, afirmou Akram.

O médico considerou tratar-se de uma nova doença, desconhecida até agora, salientando que em breve se poderá descobrir as suas causas e um possível tratamento.

Doença autoimune
O Lúpus é uma doença autoimune que pode afetar vários órgãos.

Caracterizando-se pela produção de anticorpos contra componentes do próprio organismo, responsável por criar lesões em diversos órgãos, o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) afeta, de acordo com os dados disponibilizados pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, cerca de 0,07 por cento da população portuguesa, com maior incidência entre as mulheres em idade reprodutiva.

Sem causa conhecida, em 75 por cento dos casos, desenvolve-se entre os 16 e os 49 anos de idade.

Embora sejam considerados mais raros, casos há em que a doença surge na infância ou após os 65 anos.

Alguns estudos demonstram que podem estar na sua origem fatores genéticos, hormonais, imunológicos ou ambientais, sendo que a exposição solar parece ter um papel crucial no despoletar da doença e, também, no desencadear das suas crises, contribuindo para o seu agravamento.

Embora os sintomas possam diferir de doente para doente, em 90 por cento dos casos a doença apresenta manifestações cutâneas ou articulares.

Os doentes podem apresentar, no entanto, outros sintomas como:

  • fadiga, febre, cansaço ou mialgias;
  • dor e/ou inflamação articular;
  • eritema, lesões cutâneas sensíveis ao sol, úlceras orais ou nasais dolorosas e queda de cabelo acentuada;
  • sintomas gastrointestinais, com alterações do trânsito intestinal, por exemplo, como consequência da medicação;

Em casos mais graves,

  • doença pulmonar: inflamação da pleura, pneumonite, doença intersticial do pulmão, hipertensão pulmonar e hemorragia alveolar;
  • secura ocular;
  • comprometimento das funções renais com hipertensão arterial ou edema dos membros inferiores;
  • anemia ou diminuição dos glóbulos brancos (leucopenia) e plaquetas (trombocitopenia);
  • doença cardiovascular com inflamação do pericárdio, do miocardio ou lesões das válvulas cardíacas.

Anti-inflamatórios não esteróides, corticosteróides, antipalúdicos de síntese ou imunossupressores são os medicamentos recomendados para controlo da atividade da doença, contribuindo para a sua remissão e, sobretudo, para a melhoria da qualidade de vida do doente.

Uma alimentação saudável e equilibrada, a prática de exercício físico regular, o uso de um protetor solar com elevado fator de proteção durante todo o ano são outros conselhos dados pelos especialistas.

Riscos na gravidez

Não há muitos anos, as mulheres que sofriam de Lúpus Eritematoso Sistémico eram aconselhadas a não engravidar. Há, aliás, registos que mostram que, na década de 50, a gravidez ocorria em uma mulher entre 1500 doentes.

Hoje, com um maior conhecimento da doença, a realidade é outra. No entanto, importa saber que uma mulher com LES que pretenda engravidar enfrenta alguns riscos para a sua saúde e para o seu bebé.

Havendo o desejo de engravidar, cabe a ela decidir em conjunto com o parecer médico a melhor altura para o fazer, já que uma exacerbação severa da doença poderá ser fatal para ambos, enquanto alguns dos fármacos usados são teratogénicos ou feto-tóxicos.

Os riscos envolvidos na gravidez podem, no entanto, ser minimizados por uma escolha do momento apropriado para engravidar e optimização da terapia previamente à concepção.

Pré-eclâmpsia, eclâmpsia ou morte materna constam dos riscos associados à grávida. Já as consequências sobre o feto, e que já foram relatadas, encontram-se o grande número de abortos espontâneos, a morte fetal,  a restrição do crescimento intrauterino, a prematuridade e a morte perinatal.

Joana Cabral e Maria Serrano são dois dos casos que contrariam esta tendência. Com gravidezes levadas até ao final do termo admitem que, apesar de terem vivido a experiência da maternidade com alguma ansiedade, este foi o período em que “sentiram” menos a doença.

“A doença foi-me diagnosticada com 17 anos. Eu tinha dores constantes nas articulações, os dedos muito inchados e o meu médico assistente aconselhou-me a ir a um reumatologista. Falou-me logo da possibilidade de ser Lúpus”, recorda Joana, enfermeira, hoje com 30 anos.

Maria, para além das dores articulares, apresentava ainda limitação de movimentos, perda de peso, febre, anemia e queda acentuada de cabelo. “Tive a sorte de ter ido logo ao Hospital São Francisco Xavier e ser vista na unidade de doenças imunes”, conta. “Eu tinha 31 anos quando tive o diagnóstico”, acrescenta.

Joana não sabia, na altura, que doença era esta. “Ninguém da minha famíia tinha Lúpus e não conhecia mais ninguem que tivesse a doença”, diz.

“Não foi fácil receber este diagnóstico porque foi acompanhado de muitas limitações. O não poder ir à praia, por exemplo. Recordo-me que, nessa altura, eu tinha uma viagem marcada e a médica disse-me que era melhor não ir porque não podia expor-me ao sol, não podia beber água sem ser engarrafada porque podia apanhar alguma bactéria”, conta admitindo que esta foi uma fase muito complicada. “Eu estive vários meses em negação. Em que negava a doença e até mesmo a medicação. Andava deprimida”, revela.

Joana, com todas as limitações que a médica lhe “impôs”, chegou mesmo a pensar que nunca poderia vir a ter filhos.

Já Maria, enquanto médica, conseguiu lidar melhor com a situação, embora admita ter sido um pouco “poupada” aos riscos que comportaria uma gravidez.

“Disseram-me que a partir daquele momento eu teria de passar a ser uma doente, a tomar a medicação, a ter cuidado com o sol, mas em relação à gravidez não me disseram nada”, conta.

Joana esteve um ano a lutar “contra a doença” até que decidiu voltar ao início e dar-se uma oportunidade de lidar com a sua condição. “Mudei de médico, foi a alternativa que arranjei. E este médico disse-me que eu podia fazer uma vida perfeitamente normal, que tinha de engravidar numa altura de remissão e descansou-me quanto à medicação, que não afetaria o bebé”, diz a jovem enfermeira.

Com a medicação, Joana e Maria, conseguiram controlar a atividade da doença e melhorar a qualidade vida.  Quando sentiram o desejo de serem mães procuraram conselho médico.

“Como não tinha sintomas há mais de seis meses, disseram-me que era a altura ideal para engravidar”, revela Maria Serrano, que foi mãe há cerca de um mês, pela primeira vez.

“Não foi uma gravidez tranquila. Foi uma gravidez de alto risco e há sempre o medo associado. Medo da perda da gravidez, do baixo peso ou da prematuridade”, confessa admitindo que lidou melhor com o diagnóstico da doença do que com a gravidez.

Também Joana viveu a sua primeira gravidez assustada. “Os dois ou três primeiros meses foram vividos com muita ansiedade. Parece que não conseguimos esquecer as palavras que nos dizem e achamos que vai tudo correr mal”, recorda.

“Os riscos durante a gravidez, como a pré-eclâmpsia, a hipertensão, a morte ou a possibilidade ter bebés prematuros, com problemas cardíacos, era um risco que não podia correr”, justifica.

Mas se a primeira custou, a segunda gravidez foi encarada com outra ligeireza. “A segunda gravidez já não foi assim. Já não pensei tanto nas coisas que podiam acontecer”, afirma.

Em ambos os casos, Joana e Maria levaram as gravidezes até ao final do termo e tiveram bebés saudáveis.

“Estive em remissão durante a gravidez. Algumas dores que ainda tinha melhoraram durante esta fase e o pós-parto também está a correr bem”, revela Maria.

Também Joana garante que durante a gravidez “foi o período que passou melhor”. “Acho que ainda há muitos mitos a respeito da doença. Não se fala muito sobre ela e as pessoas não conseguem perceber as limitações”, acrescenta. “Neste momento, já não preciso fazer medicação. Há seis anos que a doença está em remissão”, conclui Joana Cabral. 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Viagem para Fátima
Professores e estudantes em quatro postos de auxílio entre Coimbra e a Cova da Iria.

Estudantes da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), acompanhados por professores da instituição, estão a dar informações e a prestar cuidados de saúde aos peregrinos que se encontram a caminhar para Fátima, numa iniciativa que começou no dia 6 de maio e que se prolonga até dia 12 do mesmo mês.

Os voluntários que intervêm no âmbito do projeto “Peregrino”, que está integrado na ESEnfC, têm estado presentes em três pontos de apoio – Redinha (Pombal), numa parceria com a Linde HealthCare, Condeixa-a-Nova e Pedrulha (Coimbra), em colaboração com o Movimento de Mensagem de Fátima de Coimbra –, e integrarão outro posto de apoio, já em Fátima.

O projeto “Peregrino” visa proporcionar cuidados de saúde (primeiros socorros e suporte básico de vida) aos viajantes em romaria ao Santuário da Cova da Iria, mas também desenvolver estudos de investigação no âmbito do apoio à peregrinação, formando estudantes para poderem intervir nesta iniciativa.

Numa primeira fase, os professores/investigadores da ESEnfC pretendem fazer a caraterização sociodemográfica e clínica dos peregrinos, descrever as necessidades em cuidados apresentadas pelos peregrinos e avaliar a satisfação com os serviços prestados durante a peregrinação.

11 de maio
No âmbito das comemorações dos 90 anos, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, em colaboração com o Ministério da...

Numa parceria com o Museu do Pão, das 9h00 às 19h00 da próxima quarta-feira, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vai estar em dois postos de atendimento para dar apoio aos milhares de peregrinos que, nesta altura do ano, vão a pé até Fátima. Um dos pontos de apoio situa-se a sul de Fátima, em Minde, junto ao quartel dos Bombeiros voluntários de Minde, enquanto o outro fica a norte, em Colmeias.

Os postos estarão devidamente assinalados e terão à disposição dos peregrinos uma nutricionista, para dar conselhos de prevenção ao nível da alimentação, do exercício físico, da educação para uma vida saudável e uma enfermeira, para questões relacionados com o tratamento, nomeadamente de lesões do pé.

“As complicações do pé são das mais frequentes na Diabetes. Sabe-se que 25% das pessoas com Diabetes tem condições que aumentam o risco de ‘pé diabético’, uma complicação responsável pela maioria das amputações em Portugal. Assim, é urgente alertar para comportamentos de vida saudável, para um bom controlo da Diabetes e para uma especial atenção ao pé, sobretudo quando se pretende fazer caminhadas longas”, alerta Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

Alguns cuidados APDP a ter com os pés:

·         Lavar os pés todos os dias com água tépida;

·         Utilizar gel ou sabonete pH neutro;

·         Secar bem os pés, que não devem ficar húmidos, dado que a pele pode ficar mais fina e por isso mais sensível;

·         Com algodão ou uma gaze deve passar vinagre de cidra/maçã nas unhas e pele, para prevenir o desenvolvimento de fungos e/ou bactérias;

·         Observar os pés, para se certificar que não tem nenhuma ferida de que não se tenha apercebido;

·         As meias não devem ter costuras nem elásticos e devem ser de lã ou algodão;

·         O calçado é a causa mais comum de calosidades e úlceras, por isso o seu calçado deve respeitar alguns requisitos. 

Páginas