Este ano
O Governo prevê criar cerca de 300 camas no âmbito dos cuidados continuados de saúde mental, bem como unidades pediátricas, já...

O anúncio foi feito numa cerimónia pública de apresentação da reforma da Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), que contou com a presença dos ministros da Saúde, Adalberto Campos Fernandes e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva.

No final, em declarações aos jornalistas, o coordenador nacional da reforma da RNCCI adiantou que é propósito do Governo conseguir ter, ainda no primeiro semestre deste ano, cerca de 300 camas para cuidados continuados de saúde mental, bem como unidades para cuidados continuados pediátricos.

Manuel Lopes explicou que entre a saúde mental e os cuidados pediátricos, a primeira é a que tem o processo mais adiantado, estando neste momento a ser ultimado o processo legislativo e a serem selecionadas as unidades que irão abrir ainda neste ano.

O coordenador explicou que são para já unidades piloto, dispersas por todas as regiões, que vão prestar “cuidados muito controlados, com muita vigilância”.

“Pensamos abrir qualquer coisa como 300 lugares de apoio domiciliário e de unidades residenciais que deem resposta a estas situações”, disse Manuel Lopes.

No que diz respeito aos cuidados pediátricos, o responsável adiantou que o processo está “um bocadinho mais atrasado”, razão pela qual não disse quantos lugares vão ser criados e onde.

“Estamos a fazer todos os esforços para inaugurarmos algumas unidades ou no Dia Internacional da Criança, a 1 de junho, ou no dia do aniversário da rede, a 6 de junho”, acrescentou.

O ministro da Saúde também não quis adiantar quantas unidades vão abrir ou onde, dizendo apenas que “ainda neste ano” haverá novidades, provavelmente por alturas do décimo aniversário da RNCCI.

Outro dos aspetos previstos na reforma da RNCCI tem a ver com o apoio domiciliário, tendo Adalberto Campos Fernandes revelado que “pretende ampliar tanto quanto possível essas respostas”, mas sem especificar.

Atualmente existem no país 6.712 equipas, estando previsto um reforço para as regiões do Porto e de Lisboa e Vale do Tejo, sendo que esta última depende de um acordo com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

O coordenador da reforma da RNCCI tinha já explicado que é objetivo reforçar a articulação entre as equipas de cuidados continuados integrados e as equipas de apoio domiciliário da Segurança Social, estando previsto a criação de lugares de promoção de autonomia, bem como a capacitação dos cuidadores.

“Dar condições para que quem já faz isso o faça, sabendo o que está a fazer, ou seja, dar-lhes capacitação em contexto. Os profissionais de saúde que vão lá, vão trabalhar com essas pessoas no sentido de elas serem capazes de fazer bem aquilo que estão a fazer”, adiantou Manuel Lopes.

O Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social defendeu que com esta reforma vai ser possível aprofundar e alargar o trabalho da rede.

“Do ponto de vista da Segurança Social apenas isso corresponderá para o ano de 2016 a um crescimento de lotação disponível na ordem dos 15%”, adiantou Vieira da Silva.

No que diz respeito ao orçamento necessário para comportar esta reforma, Viera da Silva disse que, pela parte do seu ministério, estão previstos 40 milhões de euros para 2016, enquanto pela Saúde, Adalberto Campos Fernandes referiu que haverá um reforço de entre 20 milhões a 25 milhões de euros.

A RNCCI tem atualmente 7.759 lugares, um pouco mais de metade dos 13.966 definidos como meta para 2016.

Infeção fúngica
Vulgarmente conhecida por “sapinhos” é um infeção provocada por "Candida albicans" com les
Candidíase oral

Este fungo, juntamente com outros, é um comensal na mucosa oral e pode ocasionar infeção mais frequente em bebés, quando há terapêutica antibacteriana, nos doentes que utilizam próteses e nos imunodeprimidos. As lesões são caracterizadas por placas ou nódulos brancos, de consistência variável, podendo suas bordas apresentarem-se eritematosas. Podem ser assintomáticas ou haver queixa de dor ou ardência, com dor intensa, ferida, inflamação da mucosa e tendência para sangramento.

Admite-se que, até 60% das pessoas saudáveis são portadoras assintomáticas de Candida spp.

A Candida albicans é o mesmo agente capaz de ocasionar a candidíase vaginal e complicar a dermatite das fraldas. É frequente nos recém-nascidos porque contraem a infeção ao passar pelo canal vaginal durante o parto. A candidíase oral pode também ser contraída pela inalação de corticosteroides e após terapêutica antibiótica, neste caso, estes doentes devem ser dirigidos ao médico porque podem sofrer de distúrbios imunitários e pode também ser um problema para doentes com próteses.

As lesões cremosas surgem na língua, no interior das bochechas, no céu-da-boca, gengivas e amígdalas. São dolorosas e podem sangrar quando são raspadas, dá a sensação de algodão na boca, pode ainda haver diminuição do paladar.

Nos casos graves as lesões podem espalhar-se pelo esófago dificultando a deglutição dando a sensação que tem alimentos a obstruir a garganta.

Os lactentes podem ter dificuldade em alimentar-se e manifestar irritação, podendo transmitir a infeção aos seios maternos, podendo ocorrer na mãe sintomas como mamilos vermelhos e sensíveis com prurido, pele lesionada, dor ao amamentar.

Qualquer pessoa pode apresentar candidíase oral mas há fatores predisponentes como: lactente, compromisso do sistema imunitário, uso de próteses dentárias, possuir patologias orais, diabetes ou anemia, tomar certos medicamentos como antibióticos ou corticosteroides orais ou inalados, estar submetido a quimioterapia ou radioterapia para o cancro, ter diabetes, anemia grave, deficiência em ferro, folato ou vitamina B12, ter a saúde debilitada, uso excessivo de soluções de desinfeção oral, possuir xerostomia ou ser fumador, cateteres venosos, terapia de substituição renal, cuidados intensivos e respiração assistida prolongada, gravidez, contracetivos orais de doses elevadas de estrogénios, psoríase, dermatites, malnutrição, maceração cutânea, calor, humidade, corticosteroides tópicos, idoso.

Tratamento da Candidíase Oral

Podem aplicar-se medidas gerais e utilizar medicamentos na terapêutica da candidíase oral.

Medidas Gerais

Podem incluir-se nestas medidas gerais, as que são recomendadas com efeito aditivo dos medicamentos para a cura da candidíase, assim como as medidas preventivas que podem ser tomadas para evitar a infeção.

A ingestão de iogurte simples não açucarado e cápsulas de Lactobacillus acidophilus que reequilibram a flora da boca e garganta, lavar a boca com água salgada morna pode dar algum alívio e, no caso de usar próteses estas devem ser bem lavadas diariamente. Na presença de infeção fúngica vaginal, deve ser tratada de imediato. Reduzir a ingestão de alimentos açucarados e com fungos, que facilitam a infeção.

Há um conjunto de medidas essenciais como adjuntas da terapêutica medicamentosa que se destinam a aliviar a duração da infeção e reduzir a transmissão, que se resumem abaixo:

  • Efetuar o tratamento até ao final;
  • As tetinas dos biberões e as chuchas devem ser fervidas à parte durante 20 minutos antes da última esterilização;
  • Após cada mamada, deve ser dada ao bebé, 5-10 mL de água fervida para remover da boca os restos de leite;
  • Manter boa higiene das mãos antes e depois da mamada;
  • Nos jardins de infâncias, não permitir troca de chuchas;
  • Ferver talheres, copos e pratos das pessoas afetadas.

Há alguns cuidados a seguir que podem contribuir para minimizar o risco da candidíase oral:

  • No diabético: manter a glicemia controlada;
  • No tratamento com corticosteroides inalados: aplicar a técnica correta de inalação, usar um dispositivo de câmara e enxaguar a boca após cada inalação;
  • No uso de próteses: manter a prótese fora da boca durante a noite ou durante 6 horas/dia, lavando-a frequentemente com desinfetante e esfregando-a e deixando secar. Lavar o interior da boca com uma escova. Consultar o dentista se a prótese não conseguir ficar bem fixa.
  • Toma de medicamentos que causam boca seca: falar com o médico;
  • Nas anemias: tratar corretamente;
  • No fumador: deixar de fumar;
  • Imunodepressão de qualquer origem: pode chupar pastilhas contra a candidíase (com antifúngico).

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Investigação revela
Cientistas americanos sugerem que a irritação crónica pode ser resultado de um parasita no cérebro. De acordo com um estudo da...

“Situações sociais normalmente são os detonadores para os surtos. No trabalho, pode ser algum caso de frustração interpessoal, enquanto nas ruas pode ser levar uma 'panada' de outro carro”, diz Royce Lee, um dos autores do estudo.

O Toxoplasma gondii é um protozoário comum, que se reproduz em gatos e se espalha nas suas fezes, e causa a toxoplasmose, escreve o Diário Digital. Ele pode entrar no organismo humano por uma série de razões, inclusive com o consumo de carnes cruas ou indevidamente cozidas, bem como legumes e verduras que não foram lavados.

Estima-se que, no Reino Unido, quase um terço dos adultos já foram infetados com o protozoário, que se aloja nos tecidos do cérebro. Em mulheres grávidas, a toxoplasmose está ligada a abortos espontâneos e defeitos congénitos, incluindo a microcefalia.

Adultos com problemas imunológicos correm risco de vida. A doença frequentemente é assintomática, mas pesquisadores acreditam que os seus efeitos são mais sérios do que se pensava - alguns estudos sugerem uma relação com a esquizofrenia e mesmo uma influência sobre o número de acidentes de trânsito. Pesquisas em ratos descobriram que roedores infetados podem simplesmente perder o medo de gatos.

O estudo da Universidade de Chicago, publicado no Journal of Clinical Psychiatry, descreve como 358 adultos participaram de uma experiência para detetar se os seus níveis de impulsividade e agressão estavam ligados a infeção com o parasita.

Os participantes foram avaliados numa série de aspetos, passando também pela ansiedade. Foram divididos em três grupos: um terço não tinha sinal algum de problemas psiquiátricos, um terço tinha transtorno explosivo intermitente (IED, em inglês), e o restante tinha alguma outra desordem psiquiátrica, como ansiedade ou depressão.

Os cientistas, então, analisaram amostras de sangue dos participantes em buscas de sinais de infeções passadas. Participantes que tiveram resultados positivos para exposição ao protozoário tiveram pontuação muito maior nas escalas de agressão. Descobriu-se ainda que participantes diagnosticados com IED tinham duas vezes mais hipóteses de terem sido infetados com o parasita do que os que não apresentaram qualquer desordem: quase 22% dos diagnosticados com IED testaram positivo para o Toxoplasma gondii, comparados com 16,7% dos que tinham outras condições psiquiátricas e apenas 9% de indivíduos saudáveis.

Comentando os resultados do estudo americano, Richard Holliman, microbiologista do St George's University Hospital, no Reino Unido, ressaltou que a existência de uma correlação entre a presença do protozoário e a IED não pode ser totalmente interpretada como uma consequência da toxoplasmose.

“A questão é se a toxoplasmose causa o comportamento ou se o comportamento causa faz com que o indivíduo fique mais vulnerável à toxoplasmose. É uma daquelas discussões sobre a galinha ou o ovo”, diz Holliman.

A equipa da Universidade de Chicago admite que ainda precisa estabelecer se a infeção com o Toxoplasma gondii causa os surtos de raiva. Mas eles sugerem ainda que a infeção pode afetar o cérebro numa série de outras maneiras, incluindo uma espécie de ativação do sistema imunológico.

Lee recomenda cautela na interpretação dos resultados do estudo. “Ainda é cedo para que os resultados influenciem ações. Não queremos que ninguém se livre dos seus gatos.”

No Japão
Investigadores da universidade de Osaka, no oeste do Japão, criaram um coração com células estaminais para melhorar o estudo...

Para criar este pseudocoração, os cientistas combinaram células miocárdicas e outras células desenvolvidas a partir de células de pluripotência induzida (iPS, sigla em inglês) humanas, em que a manifestação de determinados genes é induzida.

Estas células têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tecido de um organismo adulto, escreve o Diário Digital, o que poderá vir a permitir a reconstrução de tecidos ou órgãos de doentes e, como neste caso, ajudar na investigação de medicamentos.

Para o estudo "in vitro" dos efeitos secundários adversos que produzem no coração determinados anticancerígenos, os cientistas precisavam de criar condições idênticas ao interior do corpo humano, mas as técnicas usadas até aqui destruíam as células.

O problema foi ultrapassado pela equipa da universidade de Osaka, liderada pelo professor de biociência Mitsuru Akashi, com o desenvolvimento de uma técnica que permite aglomerar células, usada na construção do coração artificial.

Quando o tecido foi exposto a um fármaco anticancerígeno, os cientistas observaram que o ritmo cardíaco do coração artificial se manteve praticamente inalterado, mesmo quando a concentração do agente era 50 vezes superior à normal.

De acordo com os investigadores, o efeito adverso do agente poderá reduzir-se drasticamente, uma vez que as células do coração produzido artificialmente interagem umas com as outras de forma complexa, mas semelhante à de um coração verdadeiro.

A equipa da universidade de Osaka indicou que vai continuar a trabalhar no aperfeiçoamento do coração artificial, que será usado em estudos sobre efeitos secundários de medicamentos.

Investigadores de Coimbra
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra identificaram o mecanismo que promove a...

Uma equipa de investigadores do Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) desvendou que “a ubiquitina organiza as proteínas que permitem aos neurónios trocar informação entre si”, afirma uma nota da Universidade.

A descoberta, que já foi publicada na revista científica Journal Of Cell Biology, contraria “a ideia geral de que a ubiquitina é apenas uma proteína que promove a destruição de proteínas danificadas ou com erros”, sublinha a UC.

No estudo, os autores detetaram que “a ubiquitina atrai todos os recursos necessários à formação de novas sinapses, sendo essencial para a comunicação neuronal”.

“Algumas proteínas que se acumulam nos neurónios têm uma pequena ‘cauda’ feita de várias ubiquitinas”, como que “atreladas”, refere Maria Joana, primeira autora do artigo, citada pela UC.

“Neste trabalho descobrimos que a acumulação destas proteínas contribui para a comunicação neuronal, porque as suas ‘caudas’ de ubiquitinas funcionam como um ‘íman’” que atrai e organiza “corretamente os recursos dessa comunicação”, acrescenta Maria Joana.

“Decidimos arriscar uma abordagem pouco convencional e investigar o processo pelo qual a maquinaria de destruição das células contribui para o desenvolvimento do sistema nervoso”, explica Ramiro Almeida, líder da equipa que desenvolveu a investigação.

Surpreendentemente, “à luz do conhecimento atual, observámos um aumento extraordinário do número de sinapses nos neurónios de ratos ‘in vitro’, em contexto de experimentação laboratorial”, sublinha Ramiro Almeida.

O resultado obtido sugere que a ‘ubiquitina’, “para além da sua tarefa de degradação, tem um outro papel “construtivo” que explica o aumento de sinapses obtido”, sustenta o investigador.

As conclusões desta investigação, desenvolvida ao longo de quatro anos, contribuem para a compreensão dos mecanismos de formação de sinapses, a estrutura responsável pela passagem de informação no sistema nervoso, destaca a UC.

Além disso, essas conclusões poderão também auxiliar a comunidade científica a “encontrar novas abordagens para os casos de autismo, esquizofrenia, atrofia muscular espinhal e, principalmente, a síndrome de Angelman”.

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pela União Europeia através das iniciativas Marie Skłodowska-Curie.

Em Lisboa
Na Área Metropolitana de Lisboa há uma associação significativa entre o risco de suicídio e a privação material, concluiu um...

Um dos estudos integrados no projeto Smaile (Saúde Mental - Avaliação do Impacte das condicionantes Locais e Económicas), que analisou a relação entre a privação material e social e o risco de suicídio nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, identificou uma associação significativa entre privação material e mortalidade por suicídio na capital.

Segundo o estudo, na Área Metropolitana de Lisboa, a população "que reside em freguesias com maior privação material tem um risco de mortalidade por suicídio 18% superior quando comparada com a população a residir em freguesias com menor privação material", disse a coordenadora do projeto, Paula Santana.

Face a este resultado, a especialista defende uma "adequação das intervenções às características dos diferentes territórios, definindo como prioridade a atuação nos determinantes da pobreza, nomeadamente em intervenções que pretendam promover a literacia, o emprego e a melhoria das condições de habitação".

Em Lisboa, identificou-se um maior número de freguesias com elevado risco de se morrer por suicídio, apesar de ser mais difícil criar um "padrão geográfico" das mesmas.

Nesta área metropolitana "existem municípios cuja maioria das freguesias possuem risco elevado de mortalidade por suicídio", sublinhou, apontando para freguesias nos concelhos de Mafra, Loures e Lisboa, na margem norte, e Montijo, Palmela, Setúbal e Sesimbra, na margem sul.

Já no Porto, o risco elevado localiza-se "sobretudo em freguesias de maior ruralidade, interiores e limítrofes, nomeadamente nos municípios de Santo Tirso, Paredes, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca".

Na Área Metropolitana do Porto, deveriam ser encetadas ações "direcionadas aos grupos que se encontram em grande vulnerabilidade social, como os idosos que vivem sós e a população em situação de pobreza".

"As câmaras municipais poderão ter um papel relevante na diminuição das desigualdades em saúde, nomeadamente através de intervenções intersetoriais e enquanto agentes na alteração da relação entre os contextos de privação e o suicídio", concluiu o estudo.

O índice de privação material foi construído para este estudo com base em três variáveis: analfabetismo, desemprego e alojamentos familiares de residência habitual sem retrete.

Outro estudo do mesmo projeto, que analisa internamentos por doença mental nas duas áreas metropolitanas, também identifica uma associação positiva entre o número de internamentos e os níveis de privação, "tanto material como social", das áreas de residência dos utentes.

"O efeito da crise não se faz sentir de modo uniforme em todas as áreas, mas é mais intenso em áreas contextualmente mais vulneráveis", refere.

O projeto Smaile reúne diversos estudos centrados no impacto da crise na saúde mental em Portugal, tendo sido financiado pelo Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Instituto Português da Afasia
Em Portugal desconhece-se quantas pessoas vivem "caladas" por terem afasia mas existem estratégias que permitem &quot...

Naquela manhã de 17 de novembro do ano passado, César Modesto, reformado, 80 anos, foi comprar o jornal e soube que "não estava bem". Sabia que aquele pedaço de papel servia para ler, mas não conseguia. Tinha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que embora ligeiro lhe "roubou" competências.

Tem afasia, uma perturbação da linguagem e da comunicação provocada por uma lesão cerebral nas áreas específicas do cérebro que processam o código linguístico, o que se traduz na dificuldade, entre outras coisas, em expressar palavras e frases.

Mas, e conforme explicou a responsável pelo Instituto Português da Afasia (IPA), Paula Valente, "a pessoa não perde os seus conhecimentos, a sua inteligência, a memória do passado, a sua identidade, a personalidade".

"As pessoas chegam a ficar envergonhadas e isoladas porque a postura do outro perante elas é desconfiada: se ele não sabe comunicar, será que é tolinho?", descreveu Paula Valente, acrescentando que muitas vezes a pessoa é "conotada como incompetente e geram-se preconceitos, quando até poderia estar normalmente integrada no mercado de trabalho".

César Modesto conhece essa realidade: "Isto é uma fatalidade, mas fazem de nós analfabetos", contou, confessando que deixou de ir ao banco levantar a reforma e delegou a tarefa num familiar até ao dia em que disse: "não, eu vou, eu faço, porque eu penso bem".

Um papel e uma caneta, uma tabela com imagens simples e perguntas frequentes, um telemóvel ou computador podem fazer milagres e no IPA (um projeto que arrancou alicerçado no Instituto de Empreendedorismo Social e na Associação para o Desenvolvimento Integrado de Matosinhos) existem sessões para pessoas com afasia e familiares, sendo o terceiro eixo de intervenção o tornar a sociedade "verdadeiramente inclusiva", dotando-a de estratégias de comunicação.

Nas sessões com pessoas que têm afasia, que decorrem no Centro de Congressos e Desportos, Matosinhos, participam dois terapeutas da fala, uma psicóloga e voluntários.

Numa dessas sessões, o tal papel e a tal caneta estão presentes, mas António Melo, médico, 58 anos, descrito pelos amigos e familiares como "um ouvinte nato", porque sempre preferiu escutar a falar até que um AVC em 2013 o deixou de facto "calado", pousa na mesa o 'tablet'.

Tem afasia, mas tornou-se já um "facilitador". Aliás, a irmã admira-lhe a confiança com que usa os aparelhos eletrónicos para comunicar. Ela própria mudou, adaptou-se às novas tecnologias.

"A família, se não aceitar, vai estar sempre à procura da fala e isso é muito frustrante", contou Paula Valente, frisando o porquê das sessões.

É o caso da mulher de Camilo Correia que tem afasia há sete anos. Maria da Graça Coimbra descreve o IPA como "uma ajuda", reconhecendo que antes "adivinhava" o que o marido queria e ia tratar. Agora "obriga-o" ou, aliás, aguarda que seja este a dizer o que quer, o que pensa.

"Ele era muito preguiçoso a comunicar. Ou, se calhar, eu antecipava-me. Aqui eles [pessoas com afasia] incentivam-se. Ou, antes, incentivamo-nos [familiares incluídos]", contou.

Paula Valente frisa que o IPA não pretende substituir o tratamento convencional, a terapia da fala, procurando ser "um complemento" e nunca "uma solução para quando já não existe solução".

"Cada caso é um caso" e também existem sessões ao domicílio como uma promovida a pedido de uma família para explicar aos irmãos da pessoa com afasia que, "de vez em quando até iam lá a casa, mas não falavam muito", que é possível comunicar através de outras estratégias.

Atualmente, o IPA está a produzir panfletos para entregar em cafés, repartições de finanças, farmácias, entre outros locais e serviços, isto depois de também ter dado formação em centros de saúde a médicos e enfermeiros que, sem estratégias como a tal tabela de imagens ou perguntas, preferiam dirigir-se nos 20 minutos de consulta ao acompanhante, excluindo a pessoa com afasia.

Sabe-se que acontecem seis AVC por hora em Portugal, que dois terços das pessoas sobrevivem e que metade pode ficar com afasia, mas não se sabe ao certo quantas pessoas sofrem com esta situação.

O desenvolvimento de um estudo nacional é outra das "grandes metas" do IPA.

Alergias na primavera
Com a chegada da primavera chegam com ela também, para além das temperaturas mais amenas e dias de s

Crises de espirros, olhos vermelhos, tosse, falta de ar, comichão na pele e na garganta são algumas das manifestações mais frequentes e incómodas de uma reação alérgica.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, estas reações “são uma das consequências possíveis do funcionamento do sistema imunológico”, uma vez que resultam num mecanismo de defesa perante a ação de inúmeros micróbios ou substâncias que estão presentes no ar que respiramos, nos alimentos que comemos e em tudo o que tocamos.

A primavera é uma época propícia ao desenvolvimento de alergias. O aumento do número de horas de sol e da temperatura, bem como a diminuição de precipitação, potencia o aparecimento de agentes alérgenos.

Os pólenes são, aliás, considerados os principais responsáveis pelas alergias durante esta estação. Mas atenção, eles não são os únicos!

As elevadas concentrações de pólenes na atmosfera verificam-se sobretudo numa altura em que a maioria das plantas está em polinização, aumentando quando o ar está mais seco e quando há mais vento.

Estes grãos, invisíveis a olho nú, causam a inflamação das mucosas com as quais entram em contato, podendo afetar os olhos, nariz, brônquios, laringe e faringe.

Conjuntivite, rinite, asma, laringite e faringite são as doenças que lhes estão associadas.

Embora possam apresentar sintomas ligeiros, são habitualmente persistentes. Por isso a doença alérgica deve ser tratada de modo a evitar quadros mais graves.

De acordo com os especialistas, a melhor forma de prevenir ou controlar as alergias passa por educar o doente e a sua família. Evitar os fatores de agravamento, sobretudo no que diz respeito à exposição aos alérgenos.

Por isso deixamos-lhe algumas recomendações:

  • Proteja os olhos com o uso de óculos de sol sempre que sair de casa
  • Evite sair à rua, sempre que possível, quando faz muito vento
  • Evite ter plantas polinizadoras em casa e certifique-se que as janelas estão bem vedadas
  • Aproveite para arejar a casa nos períodos mais frescos do dia
  • Mantenha a casa sempre limpa para evitar a acumulação de pó (um agravante dos sintomas alérgicos)
  • Quando viajar de automóvel faço-o de janelas fechadas. Se usar o ar condicionado certifique-se que o filtro está limpo
  • Evite andar de mota e, se o fizer, use sempre o capacete com viseira fechada
  • Prefira passar o tempo livre à beira mar, afastando-se dos relvados, jardins e parques
  • Troque sempre de roupa assim que chegar a casa, ao final do dia, e sacuda-a. Descalce-se também
  • Se as queixas forem muito intensas, evite praticar atividades físicas ao ar livre
  • E afaste-se dos cigarros. O fumo do tabaco agrava os sintomas das alergias primaveris, principalmente aqueles relacionados com o sistema respiratório. 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Educação
O Ministro da Educação anunciou um novo projeto de atribuição de verbas às escolas, para que os alunos do 3º ciclo e secundário...

O Conselho de Ministros decidiu desenvolver uma experiência de Orçamento Participativo nas escolas, com o objetivo de criar mecanismos que permitam aos estudantes decidir como utilizar uma parte do orçamento da sua escola, na aquisição de bens ou serviços.

“Os estudantes vão ter a possibilidade de decidir como utilizar uma parte do seu orçamento da escola. Vai haver uma verba adicional para as escolas”, revelou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, durante a conferência de imprensa no final da reunião de Conselho de Ministros que hoje foi dedicada à educação, no âmbito do Dia Nacional do Estudante.

Tiago Brandão Rodrigues anunciou ainda a celebração de um protocolo com o Ministério da Saúde, para que todos os alunos do 10º ano possam ter “um pequeno módulo, com um determinado número de horas”, de formação sobre suporte básico de vida.

O programa “Arte na Rua” foi outra das novidades anunciadas pelo ministro que disse estar a trabalhar em colaboração com o Ministério da Economia para que os alunos das escolas de ensino artístico possam “pôr em prática tudo o que aprendem em contexto profissional, nos pontos turísticos do país”.

Os estudantes com Necessidades Educativas Especiais (NEE) também foram alvo de atenção do Conselho de Ministros, que decidiu criar um grupo de trabalho “com a missão de rever a lei em vigor, produzir um relatório e criar propostas de maior inclusão escolar dos Estudantes com Necessidades Educativas Especiais”, acrescentou.

 

À margem das medidas anunciadas, e questionado sobre o número de escolas que tinha decidido fazer as provas de aferição, que são facultativas, Tiago Brandão Rodrigues disse que “as escolas têm uma janela temporal até ao final do mês de abril” para decidir, e que, no ministério, “não existe um contador” que permita saber quantas já o decidiram fazer.

Em Lisboa
Cerca de 300 crianças e adolescentes deram entrada em 2014 nas urgências de pedopsiquiatria no Hospital Dona Estefânia, em...

Estes dados, que se referem ao período entre 2012 e 2014, foram hoje revelados no âmbito da apresentação do relatório “Portugal – Saúde Mental em Números 2015”.

Estes dados recordam que no Serviço Nacional de Saúde (SNS) só existem camas específicas para crianças e adolescentes nos Departamentos de Saúde Mental da Infância e Adolescência (SMIA) do Centro Hospitalar (CH) Lisboa Central/Hospital Dona Estefânia (10) e no Centro Hospitalar do Porto.

Em cada uma destas instituições existem 10 camas para esta especialidade, estando prevista a abertura de mais dez camas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) ainda este ano.

Por ano, deram entrada em cada um dos serviços de urgências destas unidades de saúde 1.500 crianças e jovens.

No Hospital Dona Estefânia, o grupo etário de 16 e mais anos foi o maioritário, tendo dez por cento dos casos resultado em internamento.

Quanto aos motivos da ida às urgências, 25% deveram-se a perturbações de comportamento, 20% a comportamentos autoagressivos (como automutilações e tentativas de suicídio), 20% a perturbações do humor e 20% a perturbações de ansiedade.

As perturbações psicóticas estiveram na origem de quatro por cento dos episódios de urgência e as perturbações alimentares de quatro por cento.

No Centro Hospitalar do Porto, registaram-se cerca de 1.500 episódios de urgência em 2014, sendo a anorexia nervosa a causa mais comum dos internamentos.

O documento refere que estas duas instituições registam “um acréscimo de tentativa de recurso mais imediata para internamento, quer por parte das famílias quer de instituições sociais especializadas”.

Tal parece ser sinal de uma “menor tolerância para gerirem situações de intranquilidade dos adolescentes, sobretudo alterações de comportamento”, acrescenta.

Administração Regional de Saúde
O risco de contrair tuberculose na região Norte “tem vindo a descer de forma sustentada”, atingindo predominantemente os...

“O risco de contrair tuberculose na região Norte tem vindo a descer de forma sustentada, a um ritmo de cerca de 5,3% ao ano", uma descida superior à observada em Portugal, nomeadamente a que ocorreu entre 2013 e 2014 e que se situou em 5%, atingindo, refere o relatório da Administração Regional de Saúde (ARS).

O estudo “A Tuberculose na Região de Saúde do Norte – 2014”, que atualiza a situação epidemiológica, conclui que a doença “está mais concentrada no Litoral, em alguns concelhos do Grande Porto e da sub-região do Tâmega”.

Segundo o estudo, o risco de contrair tuberculose concentra-se na população residente em Barcelos, Esposende, Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos, Porto, Maia, Valongo, Gondomar, Penafiel e Marco de Canaveses.

Em termos demográficos, a doença “continua a assumir uma maior magnitude nos indivíduos do sexo masculino, mas atinge as mulheres em idades mais jovens”, sendo o risco de contrair tuberculose “mais elevado nos grupos etários com mais de 74 anos de idade”.

Ao nível do tratamento, o sucesso terapêutico dos casos de tuberculose pulmonar diagnosticados fixou-se nos 84,6% em 2013 e nos 81,3% em 2014, ano em que foram registados 884 casos na região, dos quais 833 eram casos novos.

Do total de 884 casos de tuberculose registados em 2014, em 99 casos (11,2%) havia registo de “dependência do álcool”, proporção mais baixa do que a registada em anos anteriores (14,3% em 2011, 14,2% em 2012, 13,7% em 2013).

Ainda em termos de fatores de risco, o estudo indica que o número de casos de tuberculose em indivíduos que consomem drogas por via intravenosa "tem vindo a descer de forma muito evidente nos últimos anos", passando de 195 casos em 2000 para 28 casos em 2014.

Já os dados relativos a internamentos hospitalares de doentes com tuberculose “têm vindo a descer a um ritmo superior ao observado para o total de casos de doença registados na comunidade, tendo atingido em 2014 um valor mais baixo do que seria expectável, quando comparado com o ano precedente”.

“Em resumo, a evolução da tuberculose na Região de Saúde do Norte tem sido, nos últimos anos, consistentemente favorável”, conclui o relatório que acrescenta, contudo, a necessidade de uma “atenção redobrada sobre os fatores que explicam que os doentes interrompam o tratamento ou morram no seu decurso”.

A ARS Norte lembra que “têm sido desenvolvidas na região estratégias de intervenção dedicadas aos grupos de maior risco”, nomeadamente reclusos e utilizadores de serviços de tratamento de toxicodependência.

“Perspetiva-se, para os próximos anos, a manutenção dos bons resultados atingidos na região e o controlo da doença na comunidade”, assinala.

Estudo
Um estudo sobre pessoas com demência revela que os residentes em lares com défice cognitivo têm o dobro da percentagem de casos...

“Estudo sobre Necessidades de Cuidados em Pessoas com Demência” é um trabalho financiado pelo Programa Nacional de Saúde Mental que visa “caracterizar os doentes-tipo existentes no país, com base em amostras epidemiologicamente representativas de cada região de saúde, possibilitando estruturar os planos de cuidados mais adequados”.

Para já, e segundo consta do relatório “Portugal - Saúde Mental em Números – 2015”, foram conhecidos os dados relativos à região norte, cujo trabalho começou em 2013.

Dos 171 utentes dos cuidados de saúde primários com problemas de saúde mental e avaliação compreensiva em casa ou no centro de saúde, 151 (88,3%) foram identificados como tendo défice cognitivo.

Destes, 44,8% tem défice cognitivo ligeiro, 24% demência ligeira, 23,4% demência moderada e 7,8% demência grave.

Por seu lado, dos 153 residentes em lares, 51 apresentavam défice cognitivo: 23,5% tinham défice ligeiro, 25,5% demência ligeira, 29,4% demência moderada e 15,7% demência grave.

O relatório cita as conclusões dos resultados preliminares deste estudo, segundo as quais “o rastreio e triagem precoce de pessoas com défice cognitivo e respetiva referenciação ou acompanhamento são essenciais para garantir cuidados adequados às pessoas mais velhas, nomeadamente as que têm demência”.

O estudo insere-se nas Parcerias Europeias de Inovação (EIP, 2012), das quais a Unidade de Investigação e Formação sobre Adultos e Idosos (UNIFAI) do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto é parceira.

Recomendações
Após extração dentária há medidas gerais a adotar que devem ser seguidas.

 

Para evitar inflamação e dor: aplicar gelo sobre o rosto no lado do dente extraído. Aplica-se o gelo 10 segundo e retira-se durante os 10 segundo seguintes, repetindo várias vezes. Quando há edema do rosto não se aplica gelo mas lava-se com antisséticos diluídos em água morna;

 

 

Para evitar hemorragia: não fazer bochechos durante 24 horas após extração dentária;

Para conter hemorragia ou sangramento: aplicar gaze em almofada sobre o local de extração para facilitar coagulação sanguínea;

Alimentos: nas primeiras 24 horas preferir alimentos líquidos frescos e gelados para evitar hemorragia e dor local;

Deitar: utilizar 2 almofadas na 1ª noite após extração para evitar hemorragia, dor e edema.

Nos casos de hemorragia ligeira em doentes sem patologia hematológica nem a tomar anticoagulantes, a colocação de uma compressa de gaze no local pode ser efetivo, para os restantes casos devem ser aconselhados a consulta de especialista, podendo requerer terapêutica adicional ou sutura.

A osteíte alveolar pode ocorrer após 2-4 dias de extração dentária, sob a forma de infeção localizada no local de onde saiu o dente. Acompanha-se de dor localizada, contínua que pode espalhar-se para o queixo. Esta situação requer observação e tratamento especializado. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde oral
As infeções herpéticas bucais são as gengivo-estomatite herpética aguda e o herpes labial.

As infeções herpéticas são ocasionadas pelo vírus Herpes simplex tipo 1 em que a transmissão é direta ou pelo contato com objetos contaminados. Após um surto, o vírus regressa aos gânglios trigémeos ou lombossagrados até surgirem condições para novo surto. A infeção herpética labial pode ser precipitada por situações de stresse, como radiações solares, frio, traumatismo dos lábios, ou associada à presença de infeções víricas. A fadiga, vento, alterações hormonais pela menstruação podem igualmente predispor para o surto herpético.

Com frequência, a primeira infeção surge em criança, com febre, irritabilidade, gengivas vermelhas com vesículas dolorosas que rebentam e deixam úlceras. Estas infeções são autolimitadas e podem regressar sob a forma de herpes labial com vesículas que formam crostas que curam em 7-10 dias.

O surto de herpes labial surge com uma fase prodrómica até 24 horas antes do aparecimento de sinais visíveis em que a área em torno dos lábios apresenta latejamento com sensação de queimadura e prurido. Desenvolve-se posteriormente, nos lábios e em volta deles, o eritema seguido de formação de bolhas dolorosas e irritativas cheias de fluido, que rebentam ao fim de 1-3 dias. Formam-se posteriormente, crostas que podem cair com a cura em 2 semanas.

Tratamento das Infeções Herpéticas
Há medidas gerais a aconselhar ao doente que complementam o tratamento medicamentoso.

Medidas Gerais
As medidas gerais de tratamento destinam-se a melhorar o estado geral do doente, quando afetado. Pode recomendar-se o repouso, dieta com alimentos moles ou líquidos, analgésicos orais e antipiréticos no caso de febre.

As mucosas podem ser limpas com solução desinfetante ou solução salina preparada com 1 colher de sal de mesa em 250 mL de água morna.

A aplicação de gelo sobre as lesões na fase prodrómica pode ter algum efeito benéfico.

Para prevenir a disseminação da infeção: lavar as mãos após aplicação da medicação ou tocar nas lesões, não tocar nos olhos.

Para evitar a contaminação de terceiros: não partilhar talheres, copos, toalhas, almofadas, etc.

Doentes com surtos repetidos: evitar sempre a exposição solar aplicando diariamente protetores solares. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
DGS assume
O diretor-geral da Saúde afirmou que “não é possível medir a evolução do suicídio em Portugal”, uma vez que, em 2014, o registo...

Francisco George falava na apresentação do relatório “Portugal – Saúde Mental em Números 2015”, no qual se lê que a taxa de mortalidade por suicídio passou para 11,7 por 100 mil habitantes, em 2014, quando em 2012 e 2013 tinha sido de 10,1, por 100 mil habitantes.

“Não sabemos, nem podemos medir, a evolução do suicídio em Portugal, devido a uma quebra de série”, disse o diretor-geral da Saúde, acrescentando que, por esta razão, não se pode dizer que houve um aumento do suicídio.

Até 2014, explicou, o certificado de óbito era em papel assinado pelo médico. “Muitas vezes – por pressão da família ou por motivos religiosos – o suicídio era subnotificado”, pelo que “terão existido mais suicídios do que os notificados”.

Há dois anos, iniciou-se uma nova série, com o registo eletrónico, que “veio reduzir a subnotificação”, disse Francisco George.

Esta dificuldade em medir o suicídio é “motivo de inquietação” para o diretor-geral da Saúde.

O relatório, que foi hoje apresentado em Lisboa, analisou a variação da mortalidade por suicídio, ao longo de três intervalos de tempo (1989-1993, 1999-2003 e 2008-2012), concluindo que o período mais recente – “de crise” – apresentou “a mortalidade por suicídio mais alta", assim como "a taxa bruta mais alta”.

Entre 1989-1993 e 1999-2003, a taxa de suicídio tinha diminuído 5,4%; já desde o segundo período até 2008-2012, registou-se um aumento de 22,6%.

Segundo este estudo por intervalos temporais, os homens apresentam uma taxa de suicídio três vezes maior, assim como os maiores aumentos de taxa, entre os diferentes períodos de tempo analisados.

Há também uma distribuição geográfica marcada no suicídio, que é tradicionalmente menor no Norte e maior na região Sul.

Nas últimas décadas, contudo, esta divisão geográfica Norte/Sul parece ter vindo a esbater-se, “devido ao aumento das taxas na região Centro e no interior da região Norte”.

O estudo encontrou ainda uma associação estatística entre os altos níveis de ruralidade e de privação material e a taxa de suicídio aumentada para os homens.

São mudanças recentes nestes padrões que poderão resultar do atual período de crise, indica o relatório.

Saúde pública
O diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental defende uma menor comparticipação das benzodiazepinas (ansiolíticos,...

Álvaro Carvalho falava aos jornalistas no final da apresentação do Relatório “Portugal – Saúde Mental em Números 2015”, segundo o qual “as benzodiazepinas mais prescritas (alprazolam e lorazepam) são das que têm maior potencial ansiolítico e, consequentemente, de tolerância e dependência”.

Em 2014, os portugueses consumiram 91.496.345 doses diárias de alprazolam e 65.851.064 de lorazepam.

O documento sublinha “a continuação do acréscimo prescritivo em todos os grupos farmacológicos, com ênfase para os antidepressores e os ansiolíticos”

“Se os primeiros não acionam qualquer alarme na comparação internacional, os segundos, que integram sobretudo benzodiazepinas, mantêm este grupo farmacológico em níveis de risco para a saúde pública”, prossegue o documento.

Para Álvaro de Carvalho, uma das medidas que poderá diminuir o consumo destes medicamentos é a diminuição da sua comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), ou seja, aumentar o preço a pagar pelo consumidor.

O psiquiatra defende uma maior formação na prescrição destes medicamentos com vista a “boas práticas”.

Também o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse aos jornalistas que é preciso “refletir sobre o consumo destes fármacos”.

O governante defendeu uma maior capacitação dos cuidados de saúde primários para estas áreas, estando previsto um reforço de psicólogos nos centros de saúde até ao final do ano.

Infeção
Apesar da evolução positiva do combate à tuberculose, ao longo dos últimos anos, em Portugal – que s

De acordo com os dados registados, morrem, em todo o mundo, cerca de três pessoas por minuto de tuberculose. 17 contraem a doença.

Embora em Portugal, nos últimos anos, se tenho vindo a assistir a um decréscimo de novos casos, sabe-se que esta doença continua a ser a segunda causa de morte por doença infeciosa a seguir ao vírus da imunodeficiência humana (VIH).

A tuberculose mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano, 98 por cento das quais em países em desenvolvimento.

Estima-se que cerca de um terço da população mundial se encontre infetada pelo bacilo da tuberculose, tendo sido declarada pela Organização Mundial de Saúde como emergência mundial.

Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida com bacilo de Koch, é uma doença contagiosa que se transmite de pessoa para pessoa e que atinge sobretudo os pulmões.

De acordo com a Fundação Portuguesa do Pulmão, a doença transmite-se por via aérea “e por isso, regra geral, só são contagiosas as pessoas com tuberculose pulmonar ou laríngea”.

“Cada vez que um destes doentes tosse, fala, ri, canta ou espirra liberta pequenas gotículas que transportam o bacilo de koch”, pode-se ler.

Sabe-se que estas gotículas, que são invisíveis a olho nu, podem ficar suspensas durante horas no ar ambiente, sobretudo se o doente estiver em local não ventilado.

A infeção pelo bacilo de koch depende de vários fatores: do número de gotículas infeciosas existentes no ar, do tempo e local de exposição, bem como da susceptibilidade do indivíduo exposto ao mesmo.

Na realidade, nem todas as pessoas que entram em contato com este micróbio adoecem. Na maior parte das vezes o organismo resiste.

Entre as pessoas que mais probabilidades têm de contrair esta infeção encontram-se os idosos, as crianças e pessoas muito debilitadas por outras doenças, como é o caso da sida, cancro ou diabetes, por exemplo.

Para além dos pulmões, a doença pode ainda atingir outros órgãos e outras partes do corpo. Gânglios, rins, ossos, intestinos e meninges podem ser afetados.

Os sintomas mais evidentes são tosse crónica, febre, sudorese noturna, dores no tórax, perda de peso (lenta e progressiva) e falta apetite e vitalidade.

Apesar de ter cura, a doença se não for devidamente diagnosticada e tratada pode matar.

Na maior parte dos casos o tratamento é feito em casa com acompanhamento médico no centro de saúde ou hospital da área de residência.

O internamento acontece quando a infeção não é diagnosticada a tempo e os pulmões ficam gravemente afetados.

As metas definidas pela Organização Mundial de Saúde propõem a erradicação da doença em 2050.

Até lá a prevenção continua a ser a melhor arma contra a tuberculose, sendo feita através da vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), aplicada nos primeiros 30 dias de vida.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
O número de suicídios em Portugal aumentou em 2014, segundo o relatório da Direção-Geral da Saúde sobre doença mental, o que...

A taxa de mortalidade por suicídio passou para 11,7 por 100 mil habitantes, em 2014, quando em 2012 e 2013 tinha sido de 10,1, por 100 mil habitantes.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recorda contudo que 2014 foi o primeiro ano em que o registo das causas de morte passou a ser feito através de uma nova metodologia, com 2013 a ser o último ano baseado no certificado médico de óbito registado em papel.

O relatório "Saúde Mental em Números – 2015" analisou a variação da mortalidade por suicídio, ao longo de três intervalos de tempo (1989-1993, 1999-2003 e 2008-2012), concluindo que o período mais recente – “de crise” – apresentou “a mortalidade por suicídio mais alta", assim como "a taxa bruta mais alta”.

Entre 1989-1993 e 1999-2003, a taxa de suicídio tinha diminuído 5,4%; já desde o segundo período até 2008-2012 registou-se um aumento de 22,6%.

Segundo este estudo por intervalos temporais, os homens apresentam uma taxa de suicídio três vezes maior, assim como os maiores aumentos de taxa, entre os diferentes períodos de tempo analisados.

Há também uma distribuição geográfica marcada no suicídio, que é tradicionalmente menor no Norte e maior na região Sul.

Nas últimas décadas, contudo, esta divisão geográfica Norte/Sul parece ter vindo a esbater-se, “devido ao aumento das taxas na região Centro e no interior da região Norte”.

O estudo encontrou ainda uma associação estatística entre os altos níveis de ruralidade e de privação material e a taxa de suicídio aumentada para os homens.

São mudanças recentes nestes padrões que poderão resultar do atual período de crise, indica o relatório.

Segundo o documento da DGS, as perturbações mentais e do comportamento mantêm um peso significativo no total de anos de vida saudável perdidos pelos portugueses, com uma taxa de 11,75% - por comparação, a taxa é de 13,74% nas doenças cerebrovasculares e 10,38% nas doenças oncológicas.

As perturbações mentais representam ainda 20,55% do total de anos vividos com incapacidade.

Estudo
As emissões de gases com efeito de estufa ocorrem atualmente a um "ritmo inédito", dez vezes superior ao que foi...

Esse ritmo conduz a um "terreno perigoso", afirmam os cientistas citados pela agência de notícias France Presse.

Esses registos superam inclusivamente a perturbação climática que marcou a passagem do período Paleoceno para o Eoceno, há 56 milhões de anos, segundo o estudo.

Naquele tempo, segundo o Sapo, as temperaturas globais subiram mais de 5°C por causa do impacto dos gases com efeito de estufa. Como consequência, muitas espécies desapareceram, particularmente nos oceanos.

As emissões atuais, de origem humana (uso de combustíveis fósseis, em particular), têm causado um aumento na temperatura da Terra de 1°C em relação à Era pré-industrial. É esperado um aumento de 3 a 4°C até 2100 caso nenhuma medida drástica seja tomada.

"A taxa de emissões é absolutamente crítica", explica Andy Ridgwell, paleoclimatologista da Universidade de Bristol, coautor do estudo com dois cientistas da Universidade do Havai e da Universidade da Califórnia.

Para estimar o ritmo das emissões de 56 milhões de anos, os investigadores estudaram sedimentos recolhidos no estado americano de Nova Jérsia.

Os isótopos de oxigénio (marcadores de temperatura) e de carbono (marcadores dos gases com efeito de estufa) demonstram que as emissões de há 56 milhões de anos foram feitas lentamente. Durante cerca de 4.000 anos concretamente, a uma taxa de mil milhões de toneladas de carbono por ano.

Atualmente, as atividades humanas causam emissões de cerca de 10 mil milhões de toneladas de carbono, dez vezes mais.

Especialista alerta
Uma em cada cinco pessoas sofre de algum tipo de alergia ocular com impacto na sua qualidade de vida e no grau de absentismo...

“Seja qual for a sintomatologia sentida, não basta ir à farmácia mais próxima. Na problemática da alergia ocular, um correto acompanhamento médico é fundamental para o diagnóstico e tratamento do problema, de forma a conseguirmos assegurar a qualidade de vida da pessoa”, alerta Jorge Palmares, oftalmologista do Hospital Lusíadas Porto.

As doenças alérgicas oculares são provocadas pelo meio ambiente, medicamentos, produtos cosméticos, produtos das lentes de contacto ou fatores genéticos e os principais sintomas são olho vermelho, comichão, ardor, lacrimejo, sensibilidade à luz, edema da conjuntiva e inflamação, escreve o Sapo.

“O olho vermelho” é uma apresentação clínica muito frequente e justifica mais de 60 por cento das prescrições tópicas oftalmológicas. Pode observar-se em situações alérgicas (geralmente com prurido e lacrimejo) e noutras doenças como olho seco (ardência com sensação de “areia” e poucas lágrimas) ou querato-uveíte (visão turva e dor). O tratamento é diferente em cada um dos casos pelo que o diagnóstico diferencial é fundamental”, revela.

A forma mais comum de alergia ocular é a conjuntivite alérgica. “Manifesta-se em 70 por cento dos doentes com rinite alérgica muitas vezes acompanhada por sintomas nasais de rinite”, conclui o oftalmologista. Mas existem várias formas de alergia ocular, como as queratoconjuntivites vernal e atópica, conjuntivite gigantopapilar e blefaroconjuntivite de contacto/tóxica.

Óculos escuros
“A alergia ocular previne-se com medidas de evicção, diminuindo a exposição aos alergénios, quando identificados pelo alergologista. Na época polínica, de março a julho, deve usar-se óculos escuros (100% filtração ultravioleta) e evitar andar ao ar livre nas primeiras horas da manhã, em dias ventosos ou quentes e secos, em espaços relvados ou cortar relva”, explica o médico, acrescentando ainda que em casa “é fundamental evitar a acumulação de pó e de ácaros domésticos que se alimentam das escamas que se libertam da pele humana e de certos bolores, cujo crescimento é facilitado pelo calor e pela humidade”.

Relativamente ao tratamento, Jorge Palmares explica como atuar: “O tratamento antialérgico com anti-histamínicos aplicados diretamente no órgão alvo diminui os potenciais efeitos sistémicos destes fármacos via oral. Os anti-histamínicos tópicos de ação rápida e dupla, com estabilização prolongada dos mastócitos conjuntivais humanos, como azelastina, cetotifeno, epinastina e olopatadina, são eficazes no alívio imediato dos sintomas e previnem a libertação de mediadores inflamatórios”.

“Os corticosteróides tópicos são também muito eficazes na alergia ocular ao suprimirem a inflamação. Todavia, a sua utilização deve ser cuidadosa, por períodos curtos e monitorizada por oftalmologistas, porque provocam atraso na cicatrização da córnea, aumento da tensão intra-ocular (glaucoma), formação de catarata e imunossupressão local, aumentando o risco de herpes da córnea e da conjuntiva”, conclui.

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