Dr. Mário Cordeiro

Pediatra conta em livro histórias de médicos que são nomes de hospitais, mas não só

A maior parte dos “príncipes da medicina” de que o pediatra Mário Cordeiro fala no seu novo livro são nomes de instituições, como hospitais, ou conhecidos por outras atividades que desenvolveram, mas todos eles tiveram em comum “vidas admiráveis”.

De Hipócrates (o pai da medicina) a Albino Aroso, passando por Garcia de Orta ou Alfredo da Costa, contando com Salvador Allende, Fernando Namora ou Agostinho Neto, esta obra de Mário Cordeiro conta a história e, em poucas palavras, o longo percurso de 93 homens da medicina.

“Tantos anos, tanta dedicação, tanto sofrimento, tanta abnegação. Mas também muitas vitórias, êxitos, transformações do mundo, transcendências pessoais”, lê-se na parte final do livro, editado pela Saída de Emergência.

Sobre esta seleção, o médico esclarece que escolheu estes, “mas outros haverá”.

“Mas todos eles deixaram uma impressão digital na vida e na tentativa de criar patamares civilizacionais mais estruturados, humanistas e evoluídos, onde a arte, os direitos, a ciência, o método, a organização e a dedicação aos outros suplantam a cupidez, a ignorância e a ganância”, escreve.

As primeiras das 480 páginas deste livro são dedicadas ao emblema da medicina (uma serpente enrolada num cajado), sobre a origem do qual sobram interpretações, mas faltam certezas.

“Outras explicações, mais coloquiais, jocosas e exclusivas da língua portuguesa, dizem que o símbolo da medicina é uma cobra porque «se o doente sobreviver o médico cobra, se morrer cobra na mesma»”, lê-se no livro.

As diferenças entre o Juramento de Hipócrates de 1771 e o adotado pela Associação Médica Mundial, em 1983, e curiosidades sobre o patrono dos médicos (São Lucas) são alguns dos temas que Mário Cordeiro aborda neste livro que será hoje lançado em Lisboa.

Na obra são ainda recordados alguns factos, como o do preservativo ter sido inventado no século XVI por Falópio, o mesmo que ficou eternamente ligado ao corpo feminino, através das trompas de Falópio

Sobre o escritor Júlio Diniz, o autor recorda que este sofreu de tuberculose, da qual veio a morrer, e que foi precisamente quando estava retirado, em tratamento para a doença, que começou a escrever.

“Miguel Bombarda não era crente e deixou instruções para um funeral não religioso, o que era raro na altura, mas as suas últimas palavras para o seu assassino foram: «Não lhe façam mal, é um doente. Não sabe o que faz!»”.

Alguns dos médicos recordados neste livro têm o seu nome atribuído a hospitais, sendo também conhecidos por isso, como Pedro Hispano, Garcia de Orta, Júlio Diniz, Júlio de Matos, Alfredo da Costa, Egas Moniz, Pulido Valente, Bissaya Barreto ou Abel Salazar.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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