Comissão Parlamentar da Saúde
O ministro da Saúde mostrou-se disponível para um pacto para o setor, respondendo assim positivamente à questão levantada pela...

Adalberto Campos Fernandes, que se encontra a ser ouvido numa audição na Comissão Parlamentar da Saúde, mostrou-se “disponível para, com os deputados, ajudar para esse caminho ser feito”.

Também o CDS, segundo a deputada Isabel Galriça Neto, concorda com a existência deste pacto, lembrando que o Presidente da República já deu um sinal da sua importância.

A este propósito, o ministro lembrou que quinta-feira – Dia Mundial da Saúde – será firmado um protocolo com a Fundação Calouste Gulbenkian que pretende passar das palavras aos atos e envolver vários parceiros nesta área.

Na segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o ministro da Saúde pode ser um protagonista importante num "verdadeiro pacto da saúde" em Portugal, que no seu entender já existe informalmente.

"Tenho para mim que é um pacto que já existe, não formalizado, para o qual a Fundação Calouste Gulbenkian já deu um importantíssimo contributo. E a aceitação de princípios fundamentais nos mais variados quadrantes da vida nacional é uma abertura de caminho para um pacto que, antes de ser formalizado, já existe", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado fez esta afirmação na sessão comemorativa dos 75 anos da Liga Portuguesa contra o Cancro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa - retomando uma ideia que já tinha defendido na semana passada, em visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, quando falou num "consenso nacional" em relação ao setor da saúde.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde afirmou que o Serviço Nacional da Saúde mantém um problema de sustentabilidade e que no final de 2015 a...

“O problema da sustentabilidade do Serviço Nacional da Saúde (SNS) mantém-se. Há um problema de subfinanciamento, de organização, de sustentabilidade”, afirmou Adalberto Campos Fernandes durante a audição que decorre na Comissão Parlamentar da Saúde.

Questionado pelo deputado Miguel Santos (PSD) sobre um eventual agravamento das contas do setor, o ministro disse que as contas de 2015 fecharam com menos 259 milhões de euros.

O ministro disse que a sua equipa se propõe chegar ao final deste ano com uma execução de menos 179 milhões de euros.

Sobre os dois primeiros meses do ano, apesar de um saldo projetado de menos 30 milhões de euros (menos 15 milhões de euros em janeiro e menos 15 milhões de euros em fevereiro), terá sido apurado um saldo de menos 20 milhões de euros.

Segundo o ministro, estes dois primeiros meses do ano não contaram com notas de crédito da indústria farmacêutica, cujo acordo recentemente firmado ainda não estava e vigor.

Também em resposta a Miguel Santos, sobre um eventual agravamento das dívidas dos hospitais, o ministro reconheceu um agravamento de cerca de seis por cento, “por razões de fecho de ano”, que em alguns casos levaram ao protelamento dos pagamentos.

“Há sempre um sobrepagamento no final do ano e uma retração no início do ano, mas demos ordens para, tendo fundos, os hospitais procederem aos seus pagamentos”, disse.

Ao nível dos recursos humanos, o ministro anunciou que o ingresso dos jovens médicos no SNS vai ser facilitado, através da dispensa da entrevista.

Com esta medida, os jovens médicos que entrariam no SNS apenas em outubro, poderão fazê-lo em julho.

Sobre as vagas que fiquem por ocupar, Adalberto Campos Fernandes disse que serão ocupadas por médicos aposentados.

O ministro acredita que o saldo entre os jovens médicos que ingressam e os clínicos que se aposentam será de 200, o mesmo número de médicos aposentados que o SNS pretende contratar.

Eurostat
Portugal é o país da União Europeia com a terceira maior percentagem (11,3%) de pessoas que avaliam o seu estado de saúde como...

Os dados de 2014 do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE) mostram que, em Portugal, 52,9% das pessoas com idades entre os 25 e os 64 anos consideram-se num estado de muito boa ou boa saúde, 35,8% em razoável estado de saúde e 11,3% em mau ou muito mau.

Na percentagem de pessoas que avaliam a sua saúde como má, Portugal só é ultrapasso pela Croácia (13,4%) e pela Hungria (11,4%), sendo a média da UE de 6,8%.

Por outro lado, enquanto pouco mais de metade dos portugueses se considera de boa ou muito boa saúde, a média da UE é de quase três em cada quatro (73,6%).

Na Grécia (84,6%) na Irlanda (84,2%), na Suécia (82,9%), em Chipre (82,7%), em Malta (82,6%9 e na Holanda (80,1%) mais de oito em cada dez pessoas entre os 25 e os 64 anos se consideravam, em 2014, de boa ou muito boa saúde.

O Eurostat divulgou estes dados no âmbito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala na quinta-feira.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde anunciou que o governo vão negociar o preço pago pelas colonoscopias, considerando o atual excessivo, e...

Adalberto Campos Fernandes falava na Comissão de Saúde, onde está a ser ouvido sobre política geral do seu ministério e outros assuntos da atualidade.

A propósito de uma questão levantada pelo deputado social-democrata Miguel Santos sobre um alegado regresso ao aumento da dívida do setor, o ministro disse que, em matéria de Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT), “existe um problema”.

“Estamos a gerir os contratos que o governo anterior fez”, disse Adalberto Campos Fernandes, explicando que isso ainda não foi alterado porque se aguardava a promulgação do Orçamento do Estado para 2016, o que obrigou ao trabalho com duodécimos.

Contudo, o ministro referiu que a sua equipa pretende alterar várias questões em matéria de MCDT, a começar pelos “preços excessivos” que o Ministério da Saúde está a pagar pelas colonoscopias e que se prepara para “negociar”.

Desde abril de 2014 que o Serviço Nacional da Saúde (SNS) paga ao setor convencionado (privado) pela realização de colonoscopias com sedação ou analgesia 169,73 euros, quando o preço até então praticado era de 51,21 euros.

Em relação aos utentes, estes pagam por uma colonoscopia com sedação uma taxa moderadora de 28 euros: 14 euros do exame e outros 14 euros da analgesia.

Ministério da Saúde
Os doentes sujeitos a tratamentos prolongados vão deixar de pagar pelo transporte não urgente e o número mínimo de deslocações...

Essas alterações constam da Portaria dos Transportes Não Urgentes de Doentes que será hoje assinada e que visa eliminar os copagamentos nos transportes, na prestação de cuidados de saúde de forma prolongada e continuada, segundo informação do Ministério da Saúde.

Assim, é eliminado o pagamento a cargo do doente para os casos em que a prestação de cuidados de saúde ocorra de forma prolongada e continuada, “aumentando assim o universo dos utentes que podem ficar isentos dos encargos, independentemente da condição económica”.

Além disso, o Ministério da Saúde vai retirar a limitação mínima de oito deslocações, no período de 30 dias, para o Serviço Nacional de Saúde poder assegurar parte dos encargos.

O diploma prevê ainda a eliminação do pagamento para os doentes com incapacidade igual ou superior a 60% e com insuficiência económica, independente do transporte se destinar à realização de cuidados originados por essa incapacidade.

Os doentes oncológicos ou transplantados, bem como insuficientes renais crónicos que realizam diálise peritoneal ou hemodiálise domiciliária, passam a estar também isentos desse pagamento, independentemente de o transporte se destinar à realização de atos clínicos inerentes à sua condição.

Ficam ainda abrangidas as crianças e adolescentes com doença limitante ou ameaçadora da vida, em caso de insuficiência económica.

A portaria clarifica que os encargos resultantes do transporte de transplantados, incluindo no dia do transplante, ficam completamente assegurados.

As propostas de alteração desta legislação terão um impacto estimado de 4,8 milhões de euros, segundo a tutela.

OMS
Quase um milhão de portugueses com mais de 30 anos sofre de diabetes, doença que mata mais de 12 pessoas por dia em Portugal,...

De acordo com o primeiro relatório global sobre a Diabetes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da diabetes tem vindo a aumentar nas últimas décadas e Portugal não é exceção, estimando-se que 9,2% dos portugueses (aproximadamente 952 mil pessoas) sofram desta doença, predominantemente homens (10,7%), mas também mulheres (7,8%).

Estes números são inferiores aos apurados pelo Observatório Nacional da Diabetes, relativamente a 2014, segundo os quais a prevalência estimada da doença na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos foi de 13,1%, a que se juntam mais de 2 milhões de pessoas com pré-diabetes.

No que respeita à mortalidade, o relatório da OMS apresenta estimativas de morte por diabetes e por elevados níveis de glucose no sangue superiores a 4.500 óbitos por ano.

De acordo com aquele organismo, as mortes por diabetes atingem as 4.690, sendo que morrem mais homens por este motivo entre os 30 e os 69 anos e mais mulheres depois dos 70 anos, idade a partir da qual as mortes por diabetes disparam.

Entre os 30 e os 69 anos morreram por ano 660 pessoas devido à diabetes (410 homens e 250 mulheres), com mais de 70 anos morreram com esta doença 1.670 homens e 2.360 mulheres.

O número de mortes atribuíveis a elevados níveis de glucose no sangue é superior, chegando aos 6.770: entre os 30 e os 69 anos morreram 690 homens e 33 mulheres, números que sobem para 2.290 e 3.460, respetivamente, a partir dos 70 anos.

O relatório da OMS usa como estimativas para a mortalidade atribuível à diabetes e ao excesso de açúcar no sangue o período 2000-2012, baseado em tabelas estatísticas mundiais de saúde de 2014.

Aqui também os números do Observatório Nacional da Diabetes são menos animadores do que os da OMS, já que no que respeita à letalidade intra-hospitalar, o relatório revelava que em 2014, cerca de um quarto das pessoas que morreram nos hospitais tinham diabetes, correspondendo a 11.736 óbitos em números absolutos.

A OMS faz ainda um apanhado dos fatores de risco para a diabetes, apontando como mais prevalente o excesso de peso, seguido do sedentarismo e finalmente da obesidade.

O relatório indica que em Portugal 6,18 milhões de pessoas (59,8%) têm excesso de peso, mais de metade da população, sendo que esta prevalência é mais evidente nos homens (65%) do que nas mulheres (55%).

A obesidade tem uma prevalência mais baixa (22,1%), atingindo ainda assim quase 2,3 milhões de portugueses, sendo que é mais esbatida a diferença entre homens (21,4%) e mulheres (22,8%).

O sedentarismo, ou falta de atividade física, tem uma prevalência de 37,3% em Portugal, com 33,5% de homens e 40,8% de mulheres fisicamente inativos.

OMS
Cerca de 422 milhões de adultos em todo o mundo viviam com diabetes em 2014, quatro vezes mais do que em 1980, revela a...

No mesmo período, informa o relatório, a prevalência da diabetes quase duplicou, de 4,7% para 8,5% da população adulta, o que reflete um aumento dos fatores de risco associados, como o excesso de peso e a obesidade.

"A diabetes está a aumentar. Já não é uma doença de países predominantemente ricos e a prevalência está a aumentar constantemente em todo o lado, mais marcadamente nos países de médio rendimento", escreve a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) no prefácio do relatório.

Com efeito, segundo os dados disponíveis no documento, na última década a prevalência da diabetes aumentou mais nos países de médio e baixo rendimento do que nos países ricos.

Segundo a OMS, a diabetes é uma doença crónica e grave que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou quando o corpo não consegue usar eficazmente a insulina que produz.

Trata-se de um "importante problema de saúde pública", uma das quatro doenças não transmissíveis definidas como prioritárias pelos líderes mundiais.

Em 2012, pode ler-se no relatório da OMS, a doença provocou 1,5 milhões de mortes, e o excesso de glucose no sangue causou mais 2,2 milhões de mortes, por aumentar os riscos de doenças cardiovasculares.

Quarenta e três por cento destas 3,7 milhões de mortes ocorrem antes dos 70 anos.

A diabetes é uma doença crónica e grave que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente (diabetes tipo 1) ou quando o corpo não consegue usar eficazmente a insulina que produz (diabetes tipo 2).

Trata-se de um "importante problema de saúde pública", uma das quatro doenças não transmissíveis definidas como prioritárias pelos líderes mundiais.

Embora a OMS não possa distinguir os números de doentes com cada um dos tipos de diabetes - são precisos exames laboratoriais complicados para distingui-los, a maioria tem a diabetes tipo 2. Esta doença ocorria quase inteiramente em adultos, mas atualmente já aparece nas crianças.

Todos os tipos de diabetes, incluindo a diabetes gestacional, que aparece na gravidez, provocam complicações em diferentes partes do corpo e aumentam o risco de morte prematura.

Entre as complicações associadas à diabetes estão o ataque cardíaco, o acidente vascular-cerebral, a falência renal, a amputação de pernas, a perda de visão e os danos neurológicos.

Na gravidez, a diabetes gestacional não controlada aumenta o risco de morte fetal e outras complicações.

A OMS sublinha que, embora não se saiba como prevenir a diabetes de tipo 1, é possível prevenir a diabetes de tipo 2 e as complicações associadas a todos os tipos.

A prevenção, recorda a organização, passa por políticas que abranjam toda a população e que contribuam para a melhoria da saúde de todas as pessoas, tenham ou não diabetes, como fazer exercício regular, ter uma alimentação saudável, evitar fumar e controlar a tensão arterial e as gorduras no sangue.

"Não existe uma política ou uma intervenção para assegurar que isto acontece. É necessária uma abordagem de todo-o-governo e toda-a-sociedade", escrevem os autores do relatório da OMS, que recordam que a doença representa um peso económico substancial para os doentes e famílias, mas também para as economias nacionais, devido aos gastos médicos e aos dias de trabalho perdidos.

Quanto aos doentes com diabetes, a OMS diz que o ponto de partida para manterem a qualidade de vida é um diagnóstico precoce, já que quanto mais tempo uma pessoa vive com diabetes não diagnosticada, piores são as suas perspetivas.

A OMS defende por isso o acesso a meios de diagnóstico básicos nos serviços de saúde primários.

Universidade do Porto
Uma equipa de investigação da Universidade do Porto desenvolveu um ‘website' que permite verificar os hábitos alimentares...

O "Programa de Intervenção em crianças e adolescentes para promoção da Aptidão Física, Atividade Física e Conhecimentos Alimentares" (AFINA-te) foi criado por investigadores do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer (CIAFEL) da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

Em declarações, o coordenador do projeto, José Carlos Ribeiro, indicou que "cerca de 33 a 34% dos jovens apresenta excesso de peso ou obesidade e mais de 60% são insuficientemente ativos".

A investigação, onde participaram entre 1000 a 1500 jovens, entre os 12 e os 18 anos, teve duas fases e decorreu durante um ano escolar.

Na primeira etapa foram avaliados os conhecimentos e as práticas alimentares dos alunos, através de um questionário, e os conhecimentos e os níveis de atividade física.

Com resultados obtidos os participantes foram submetidos a uma intervenção, tendo sido essa a segunda fase do projeto.

No ‘website' criado pelos investigadores, no qual os participantes têm acesso a uma página personalizada, estão disponíveis dados relativos ao seu peso, à sua estatura, ao seu índice de massa corporal, à sua percentagem de massa gorda, entre outras informações.

A plataforma eletrónica é composta por um conjunto de módulos distintos, cada um deles com um contador de 60 minutos incorporado, que permitiu aos investigadores verificar quanto tempo o aluno passou nas diferentes páginas.

Esses dados foram utilizados na segunda avaliação, ao fim de nove meses, para perceber se a exposição a determinados conteúdos procurados pelos alunos no ‘website' AFINA-te influenciou ou não a alteração dos comportamentos avaliados inicialmente.

Uma vez por mês, ao longo do período de intervenção, foram efetuadas intervenções com os pais, nas quais nutricionistas e pessoas da área do desporto forneceram dados sobre a alimentação e hábitos a adquirir.

"Tentámos, dessa forma, não só alterar as atitudes dos jovens quanto à alimentação, mas também a atitude dos pais", esclareceu o coordenador, acrescentando que estes são responsáveis, em grande parte das vezes, pelo tipo de alimentação do aluno, "em casa e fora dela".

Caso o projeto continue, os investigadores pretendem levar às escolas profissionais da área alimentar (cozinheiros, por exemplo) que possam demonstrar como confecionar, de uma forma mais saudável, alguns dos alimentos mais procurados pelos jovens.

"A ideia é dar continuidade ao projeto para saber até que ponto efetivamente funciona e, caso os resultados sejam positivos, disponibilizar o ‘website' para toda a comunidade", acrescentou o coordenador.

Para o AFINA-te foram ainda desenvolvidos conteúdos para motivar os jovens, como jogos, slides, conversores, informações para interpretar os rótulos dos produtos alimentares e sobre as práticas desportivas.

Segundo José Carlos Ribeiro, já foram analisadas algumas escolas de Bragança e Guimarães e, neste momento, estão a intervir na Escola Básica e Secundário de Airães, em Felgueiras.

O AFINA-te contou com a colaboração de membros do CIAFEL e dos investigadores Pedro Moreira, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, e Vera Ferro-Lebres, do Politécnico de Bragança.

Este programa foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), por um período de dois anos, em cerca de 130 mil euros, e a equipa de investigação tenta agora um novo financiamento para dar continuidade ao projeto.

Dia Mundial da Saúde 2016
Na véspera do Dia Mundial da Saúde de 2016, este ano dedicado ao tema da Diabetes, o presidente da Ordem dos Médicos do Norte...

"A prevalência de diabetes tem vindo a aumentar nas últimas décadas, em especial nos países de baixos e médios rendimentos", diz Miguel Guimarães que admite que os cortes nos gastos com alimentação, já retratados em vários estudos, "podem estar a contribuir para o crescimento desta doença em Portugal".

No entender do presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) "o médico de família, que tem um papel determinante na prevenção de doenças e identificação de comportamentos potenciadores de doenças, é uma figura chave para a identificação dos riscos de desenvolvimento da diabetes, promoção da sua prevenção, acompanhamento e tratamento, com referenciação atempada para um endocrinologista sempre que necessário". "É preciso criar condições para que os Cuidados de Saúde Primários possam fazer esta prevenção de forma mais adequada", assevera.

Numa altura em que Portugal continua a atravessar uma fase de contração no investimento público na área da Saúde, Miguel Guimarães reforça a ideia de que "a prevenção na área da diabetes é um excelente exemplo de como é possível poupar em Saúde".

O presidente da Ordem dos Médicos do Norte lembra que "segundo o último Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes em 2014, a prevalência estimada da Diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos (7,7 milhões de indivíduos) foi de 13,1%, isto é, mais de 1 milhão de portugueses neste grupo etário tem Diabetes".

"Um dos principais problemas é que quase metade destas pessoas, cerca de 44%, ainda não tinha sido diagnosticada", salienta aquele responsável, alertando para os custos financeiros e na própria saúde que tal questão acarreta. "No espaço de uma década os encargos do SNS com as vendas em ambulatório de insulinas e antidiabéticos orais aumentaram de 63,9 milhões de euros por ano para os 222 milhões de euros em 2014", explica Miguel Guimarães.

No mesmo período, acrescenta, "os custos para os utentes aumentaram dos 3,4 para os 20,6 milhões de euros". "Os dados da ACSS apontam para que a Diabetes em Portugal em 2014 tenha representado um custo estimado entre 1300 a 1550 milhões de euros, ou seja, cerca de 0,9% do PIB português de 2014 e 8 a 10% da despesa em Saúde nesse ano", salienta Miguel Guimarães.

Mas o presidente do CRNOM vai mais longe e lembra que "a estes custos temos ainda de acrescentar outros como a perda de dias de trabalho por internamento hospitalar, os custos associados a complicações como a retinopatia, a nefropatia, a neuropatia, a doença vascular periférica e as amputações de membros, entre outras".

Recorde-se que as projeções mais recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que em 2030 a diabetes seja a 7.ª principal causa de morte no mundo inteiro, representando um crescimento de mais de 50% nos próximos dez anos. Isto numa altura em que se estima que 347 milhões de pessoas no mundo inteiro tenham diabetes e que, em 2012, cerca de 1,5 milhões de pessoas tenham morrido com complicações associadas à diabetes.

"Muitos destes custos, sociais e económicos, poderiam ser reduzidos de forma significativa com a deteção atempada dos riscos de diabetes e de comportamentos nocivos, melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas", salienta Miguel Guimarães.

Por isso, e na véspera do Dia Mundial da Saúde este ano dedicado à Diabetes, o presidente da Ordem dos Médicos do Norte acentua "a necessidade urgente de cada português ter o seu médico de família". Mas realça que é necessário que o clínico tenha tempo e condições para observar de forma eficaz os utentes. 

“É essencial reforçar a relação médico-doente. Não é possível continuar a manter tempos de consulta absurdamente curtos, com listas de 1900 utentes", assevera Miguel Guimarães.

O presidente do CRNOM espera, por isso, que o ministro da Saúde dê rapidamente passos no sentido de diminuir o número de utentes por médico de família. "De resto, o próprio ministro admitiu no II Congresso da Fundação para a Saúde que era importante ajustar o número de doentes padrão, que está atribuído em lista, àquilo que é a natureza desses mesmos doentes", acrescenta aquele responsável.

"Tal como a OMS afirma, a prevenção e tratamento precoce da diabetes, nomeadamente a de tipo 2, permite reduzir as consequências dramáticas desta doença silenciosa e poupar ao Estado e às famílias muitos milhões de euros", conclui Miguel Guimarães. Que remata com um desafio: "Do que estamos à espera para aumentar o combate a esta epidemia mundial?"

União das Misericórdias
Os lares não estão preparados para cuidar das pessoas com demência, denunciou o responsável da União das Misericórdias pela...

Em declarações, o psiquiatra Manuel Caldas de Almeida apontou que o envelhecimento da população é um facto, do qual decorre que algumas pessoas tenham demência e outras grandes dependências físicas.

Um estudo da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), integrado no projeto VIDAS - Valorização e Inovação em Demências, concluiu que 90% dos idosos nos lares tem alterações cognitivas que sugerem demência, sendo que dentro deste grupo, 78% tem efetivamente demência.

Caldas de Almeida enfatizou que não é o facto de um idoso estar num lar que provoca demência, já que se trata de uma doença crónica, mas apontou que a evolução da doença e a velocidade a que ela se faz “pode ter a ver com ambientes estimulantes”.

“Se nós tivermos lares em que as pessoas não são trabalhadas, não têm ambientes estimulantes, em que não há atividades lúdicas, atividades de estimulação, então as pessoas que têm demência podem parecer estar numa fase mais avançada, podem ficar mais lentificadas, mais tristes, podem ficar com a demência mais avançada”, apontou o psiquiatra.

Nesse sentido, defendeu uma aposta em ambientes estimulantes, com neuropsicologia adaptada e onde haja profissionais competentes para que as pessoas com demência tenham melhor qualidade de vida e a doença evolua mais lentamente.

Sustentou, por isso, que “é urgente” mudar o paradigma dos lares, apostando num apoio domiciliário “mais forte”, ao mesmo tempo que se fazem mudanças arquitetónicas nas instituições que acolhem estas pessoas.

Segundo Caldas de Almeida, são duas as prioridades: renovar tecnicamente os lares para ficarem adaptados às pessoas com demência e apostar na formação.

“Sabe-se que profissionais qualificados, profissionais com competência relacional para tratar as pessoas com demência, previnem em 90% as reações secundárias, que são a agitação e a agressividade, as alucinações”, apontou.

Acrescentou que é possível, sem medicamentos, melhorar muito a qualidade de vida destas pessoas se, quem estiver com elas, souber estar, o que faz com que a formação seja uma “arma fundamental”.

“Se não fizermos isto, há muita gente a sofrer em Portugal porque estamos a prestar cuidados inadequados”, apontou Caldas de Almeida.

Admitiu, por outro lado, que há uma percentagem muito elevada de pessoas com demência em fase inicial a quem não é reconhecida a doença e explicou que isso acontece não só porque quem as acompanha não está alerta para os sinais iniciais, mas também porque as pessoas com demência tentam esconder os seus problemas.

O responsável referiu que no decorrer do projeto VIDAS foi dada formação a 480 pessoas, durante mais ou menos um ano, entre auxiliares, médicos, terapeutas e dirigentes, vindos de 23 instituições.

Além disso, foi também feito um trabalho de levantamento das necessidades arquitetónicas e a conclusão foi a de que só uma das 23 instituições não era adaptável às necessidades das pessoas com demência.

Na opinião do psiquiatra, este é o momento para mudar o paradigma dos lares já que o programa Portugal 2020 vai ter recursos específicos para a adaptação, remodelação e renovação dos lares.

“Nós temos poucos recursos, mas as necessidades nesta área estão a explodir completamente”, defendeu, acrescentando que a realidade das pessoas com demência não se confina apenas aos lares e que está também presente no seio das famílias.

Caldas de Almeida adiantou que é intenção da UMP avançar com um VIDAS 2, em que seja possível dar formação aos cuidadores informais, ou seja, as pessoas que se veem obrigadas a cuidar de um familiar com demência, apontando que “são situações verdadeiramente dramáticas”.

Estudo
Nove em cada dez idosos em lares têm alterações cognitivas que sugerem demência, sendo que dentro deste grupo, 78% tem...

O estudo, integrado no projeto VIDAS - Valorização e Inovação em Demências, depois de uma investigação que demorou cerca de dois anos, envolveu 1.503 idosos de 23 instituições, avaliados por psicólogos e neurologistas para detetarem a existência de demências e o seu grau.

No final, foi possível ficar a saber que 90% dos idosos nos lares tem alterações cognitivas que sugerem demência, sendo que dentro deste grupo, 78% tem efetivamente um quadro de demência.

Constatou-se ainda que apenas três por cento dos idosos nos lares não tem alterações cognitivas e 8% tem alterações cognitivas, mas sem demência.

Em declarações, o coordenador do estudo explicou que, numa primeira fase, foi pedido aos diretores técnicos e aos responsáveis das unidades para identificarem os idosos com e sem alteração cognitiva e aqueles com e sem demência.

Segundo Manuel Caldas de Almeida, havia entre 25% a 30% de idosos com demência, 5% de idosos sem alterações cognitivas e 6% com alterações cognitivas sem demência.

Os dados mostram também que 70% dos idosos naqueles lares não estavam detetados como tendo defeitos cognitivos.

Estes números alteraram-se significativamente na segunda fase do estudo, em que seis psicólogos avaliaram os 1.503 idosos e cujo diagnóstico foi posteriormente comprovado por duas neurologistas, tendo então revelado que a maioria dos idosos nos lares tem demência.

Entre os idosos avaliados, em 48% os sintomas iniciais da doença manifestaram-se na memória, mas em 55% afetou outros domínios cognitivos e em 33% alterou o comportamento.

Se na maioria (80%) a forma de início da demência foi progressiva, em 20% manifestou-se de forma aguda. Já a evolução da doença aconteceu em 67% dos casos de forma progressiva e apenas em 2% havia tendência a melhorar.

“Existe um número muito importante de pessoas com demências nos lares, e um número importante de pessoas com demência em que essa demência não é reconhecida”, apontou Caldas de Almeida.

O psiquiatra admitiu que o número final ultrapassou as expectativas iniciais e defendeu, por isso, que é preciso transformar os lares, já que estas instituições não estão a prestar um bom serviço em matéria de demências.

“Não [estão a prestar um bom serviço] porque não estão preparados para ter pessoas com demência”, apontou.

A demência é uma doença que "não é provocada por uma pessoa estar em casa ou num lar", explicou Caldas de Almeida, salientando que uma tão elevada percentagem de pessoas com demência nos lares tem a ver com o envelhecimento da população e com o facto de serem as pessoas mais frágeis e mais dependentes que são referenciadas.

“Obviamente, os lares têm uma percentagem muito maior de pessoas com demência do que a sociedade em geral”, acrescentou.

No estudo da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) participaram 1.503 pessoas, com idades entre os 46 e os 105 anos, a maioria (709) dentro dos 80 aos 89 anos, 30% do sexo masculino e 70% do sexo feminino.

Um total de 94% tem a escolaridade primária, 83% foram operários, trabalharam no setor primário ou eram trabalhadores não qualificados. Em matéria de estado civil, 57% é viúvo e 21% é solteiro.

Antes da institucionalização, 30% dos idosos tinham estado num centro de dia e 30% tiveram apoio domiciliário.

O motivo da institucionalização num lar teve a ver, em 42% dos casos, com uma dependência e em 30% com o isolamento ou solidão. 35% dos idosos tinha uma doença neurológica prévia, sendo que 65% destes ficaram com sequelas.

Estudo
Uma equipa de investigadores do Instituto de Medicina Molecular Lisboa verificou, em ratinhos, que um subtipo de células do...

As células em causa são os linfócitos T gama-delta, que expressam à sua superfície, quando ativados por 'sinais fortes' resultantes da sua interação, determinadas moléculas, os 'recetores de morte celular', que, de acordo com a equipa, são úteis para matar o tumor.

Para Bruno Silva-Santos, que lidera a equipa, este subtipo de células T "é particularmente útil" para o desenvolvimento da imunoterapia (tratamento com agentes biológicos, como células) contra o cancro.

Os linfócitos T ou células T são um grupo de glóbulos brancos (leucócitos) responsável pela proteção do organismo contra microrganismos e tumores, sendo produzidos no timo, órgão que está por cima do coração. Os problemas surgem quando o 'exército' destas células tem 'soldados' insuficientes para aniquilar o 'invasor'.

No estudo, publicado na revista Nature Immunology, os investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) identificaram e viram como funcionam os linfócitos T gama-delta em ratinhos.

Posteriormente, noutro estudo, cujos resultados já foram aceites para publicação, a equipa usou, com sucesso, essas mesmas células, extraídas de humanos, para tratar roedores com um tumor no sangue, também de um humano.

Partindo destes resultados, Bruno Silva-Santos pretende avançar, dentro de dois anos, com ensaios clínicos em doentes adultos com leucemia, ressalvando que a imunoterapia com linfócitos T gama-delta não pode ser generalizada a todos os cancros, atendendo à especificidade dos tumores, sendo, por exemplo, contraindicada no cancro da mama.

O cientista, que é vice-presidente do iMM Lisboa, explicou que as células T gama-delta especializam-se no combate a 'invasores' diferentes, consoante os 'sinais' recebidos do timo ou resultantes da interação das células entre si.

No caso do cancro, os linfócitos T gama-delta têm de ter 'sinais fortes' para erradicá-lo, mas, para eliminarem fungos, e cumprirem a sua função antifúngica, as mesmas células têm de receber 'sinais fracos', precisou o também docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

O trabalho agora publicado foi desenvolvido em colaboração com a Universidade Complutense, em Madrid, Espanha, e foi financiado pela Comissão Europeia, através do Conselho Europeu de Investigação, que apoia projetos de investigação fundamental considerados de excelência.

Jornadas científicas da ESTeSC
Especialistas de saúde de nove países da Europa e da América vão participar nas jornadas científicas da Escola Superior de...

A iniciativa insere-se na 3.ª Reunião Anual da Escola de Saúde de Coimbra, subordinado ao tema a "Universalidade de Coimbra no ensino da Saúde", que engloba também as jornadas de economia da saúde, palestras, uma feira de emprego e empreendedorismo em saúde e a Semana das Ciências Aplicadas na Saúde.

"Queremos aproveitar os nossos parceiros no mundo e trazer gente que fique a conhecer a nossa realidade e traga mais-valias para dentro da escola, neste sentido de universalidade em que queremos uma escola o mais aberta possível", disse Jorge Conde, presidente da Escola Superior de Tecnologia de Saúde de Coimbra (ESTeSC), na sessão de apresentação do evento.

As jornadas científicas, que vão realizar-se de sexta-feira a 17, contam com palestrantes convidados do Brasil, Peru, Estados Unidos da América, Espanha, Franca, Bélgica, Inglaterra, Irlanda e Dinamarca, países com quem a ESTeSC estabeleceu parcerias.

A Semana das Ciências Aplicadas na Saúde, que é o evento de maior relevo e visibilidade, vai decorrer, como habitualmente, no centro comercial Dolce Vita, de segunda-feira a 17, com a realização de rastreios de vária ordem aos visitantes, que no somatório das anteriores edições atingiram os 300 mil.

A iniciativa, nascida em 2005, permite que alunos envolvidos mostrem à sociedade civil a prática das profissões associadas aos cursos ministrados naquela escola, além de se aproximar a população júnior e sénior das tecnologias da saúde, com ações como a "Semana das Ciências Aplicadas na Saúde dos Pequenitos" e a "Hora dos avós".

"A Semana das Ciências Aplicadas na Saúde é hoje uma marca da região e uma marca nacional, fruto do empenho e do empreendedorismo dos alunos que, movidos por valores de responsabilidade social, avaliam a saúde da população de forma gratuita", sublinhou Daniel Matos, presidente da Associação de Estudantes, que organiza o evento.

No dia 14, realiza-se a feira de emprego e empreendedorismo em saúde, com a participação de empresas de recrutamento que vão esclarecer os alunos sobre a forma de entrarem no mercado de trabalho.

No âmbito da 3.ª Reunião Anual da Escola de Saúde de Coimbra realizam-se ainda dois jantares conferência, na segunda-feira e no dia 14, seguidos de animação musical.

OMS
A Organização Mundial de Saúde estimou serem necessários 2.200 milhões de dólares (1.930 milhões de euros) para garantir...

O apelo foi feito em Genebra durante a apresentação do Plano de Resposta Humanitária para 2016, elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por parceiros da agência das Nações Unidas, em que é destacado serem precisos medicamentos básicos, vacinas, tratamento para doenças como a cólera e sarampo, entre outros.

"Os riscos para a saúde sem esta emergência humanitária são maiores do que nunca", alertou, num comunicado, Bruce Aylward, diretor executivo do departamento da OMS ligado à assistência humanitária.

"A situação está a piorar. O crescente impacto dos conflitos prolongados obriga à deslocação das populações, o que, em conjunto com as alterações climáticas, falta de planeamento urbanístico e às mudanças demográficas, significa que as emergências humanitárias serão cada vez mais frequentes e severas", acrescentou.

Na Síria, onde se localiza a maior emergência humanitária, a OMS e parceiros estão a tentar mobilizar fundos para assistir 11,5 milhões de pessoas que necessitam de apoio psicológico e para outros cinco milhões de sírios refugiados em países vizinhos, que precisam de medicamentos, vacinas e material operatório e sanitário.

A OMS também necessita de fundos para apoiar 6,8 milhões de pessoas ameaçadas pela pior seca em décadas na Etiópia, tendo em conta que afeta também mais de 400 mil crianças.

A agência das Nações Unidas necessita também de fundos para apoiar as vítimas do ciclone Winston, que afetou as ilhas Fidji em fevereiro, do surto de Zika em vários países sul-americanos e de várias outras doenças infecciosas, bem como ainda os riscos ainda associados ao Ébola na África Ocidental.

Em Angola, a OMS apela para fundos para combater o pior surto de febre-amarela em mais de 30 anos.

Numa altura em que está em profundas transformações na sua História, a OMS está a elaborar um novo Programa de Emergência para a Saúde, de forma a aumentar a capacidade operacional e garantir uma resposta "eficaz, efetiva e rápida" a todos os géneros de emergência sanitária, incluindo surtos e crises humanitárias.

Região Centro quer
A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, defendeu o investimento na saúde...

Ana Abrunhosa salientou que diferentes iniciativas no setor da saúde podem obter financiamento europeu de 60% a fundo perdido, contribuindo para consolidar a posição da região ao nível de cuidados, investigação e diferentes serviços de saúde.

“Somos uma região prestigiada em termos europeus no que toca à área da saúde”, disse, à margem de uma sessão de divulgação do 3.º Programa de Saúde, gerido pela Comissão Europeia, que visa apoiar as políticas dos Estados-membros destinadas a melhorar a saúde dos cidadãos da União Europeia (UE).

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) realçou que se trata do “único programa dedicado exclusivamente à saúde”, ao qual entidades públicas e privadas, no âmbito de consórcios que devem juntar parceiros de três países da UE, podem candidatar projetos que promovam “boas práticas inovadoras”.

Organizada pela CCDRC, pela Direção-Geral da Saúde e pela Agência Executiva para os Consumidores, a Saúde, a Agricultura e a Alimentação (CHAFEA), a sessão reuniu mais de 100 participantes de universidades, incubadoras, empresas, unidades hospitalares, autarquias e associações, entre outras entidades da região.

“É nosso ensejo que possam ser ativadas parcerias para o conjunto das 'calls' recentemente abertas pelo programa”, disse Ana Abrunhosa, ao intervir no início do encontro, no auditório da CCDRC, em Coimbra.

Ao frisar que a saúde “é um dos referenciais de suporte ao desenvolvimento regional”, a responsável informou que as candidaturas ao 3.º Programa de Saúde podem abranger apostas como os sistemas inovadores de prevenção em saúde, o diagnóstico precoce, as novas terapias, o envelhecimento ativo e saudável, a interoperabilidade dos sistemas complexos e as ações de turismo de saúde e bem-estar.

Para o período 2014-2020, o programa disponibiliza mais de 400 milhões de euros para projetos em todos os países da União Europeia.

Esta “é uma oportunidade de grande impacto futuro” na saúde da região, corroborou o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, José Tereso, em declarações à Lusa.

“Temos uma oportunidade para fazer ainda mais e melhor em prol da saúde da população”, sublinhou.

Na sessão, intervieram ainda Cinthia Menel-Lemos, em representação da Comissão Europeia e da CHAFEA, e Filipa Pereira, da Direção-Geral da Saúde.

Dia Mundial da Saúde dedicado à diabetes assinala-se esta quinta-feira
A diabetes é uma das doenças com maior impacto na saúde oral, elevando exponencialmente o risco dos seus portadores contraírem...

Esta quinta-feira, no Dia Mundial da Saúde, em que a diabetes está em destaque, a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) alerta os mais de um milhão de portugueses portadores de diabetes e os dois milhões que são pré-diabéticos para a necessidade de realizarem check-ups regulares de saúde oral. Por exemplo, o tratamento periodontal pode ajudar ao controlo metabólico da diabetes, essencial para a qualidade de vida dos doentes.

Ricardo Faria e Almeida, presidente da Comissão Científica da OMD, revela que “ainda não existe consciência pública sobre a interação entre a diabetes e a saúde oral e, no entanto, nos últimos anos, o número de portadores da diabetes em Portugal subiu dramaticamente. Mais de 13% dos portugueses em idade adulta tem diabetes, é um número demasiado elevado e isto sem contar com os casos não diagnosticados. A diabetes é já a quarta causa de morte em todo o mundo e se não forem tomadas medidas urgentes o problema terá proporções assustadoras”.

O presidente da Comissão Científica da OMD considera “essencial prevenir a diabetes e isso faz-se promovendo estilos de vida saudáveis e apostando nos cuidados de saúde primários, sendo neste ponto essencial garantir acesso a consultas de medicina dentária. A OMD tem vindo a reclamar o alargamento do cheque-dentista aos portadores de diabetes, porque os doentes com menos recursos são os que mais dificuldades têm em receber tratamentos, incluindo de saúde oral”.

Em 2014, e de acordo com dados do relatório “Factos e Números da Diabetes do Observatório Nacional de 2014”, a diabetes representou um custo direto estimado entre 1.300 e 1.550 milhões de euros, um acréscimo aproximado de 50 milhões, face a 2013.

Para Ricardo Faria e Almeida “estes números são elucidativos e é por isso que apostar na prevenção e no controlo da doença é tão crucial sob pena de estarmos a caminhar para uma verdadeira catástrofe. A medicina dentária tem um papel essencial para melhorar as condições de vida destes doentes, mas para isso é preciso que diabéticos, Estado e opinião pública percebam que quanto mais tarde agirmos maior será a fatura”.

DGS
“Tenho um critério para o heterossexual e outro diferente para o homossexual que tem coito anal, porque na população...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) vai convidar nas próximas semanas três associações da sociedade civil, incluindo a ILGA – Portugal, para discutir novos critérios de triagem nos serviços de colheita de sangue, o que tem implicações nos dadores homo e bissexuais, atualmente proibidos de dar sangue por alegado risco de transmissão de infeções sexualmente transmissíveis, escreve o jornal Público.

As novidades são aguardadas desde 31 de Outubro do ano passado, prazo estabelecido pelo então secretário de Estado Fernando Leal da Costa para que a DGS e o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (ISPT) elaborassem uma norma de orientação clínica com novos “critérios nacionais de inclusão e exclusão de dadores”. A DGS e o IPST estão a trabalhar com base em recomendações de um grupo de trabalho que esteve debaixo de fogo por ter demorado dois anos e sete meses (de Dezembro de 2012 a Julho de 2015) a apresentar conclusões.

As reuniões na DGS devem dar origem a uma versão final da norma clínica, que depois passará por um período de três meses de discussão pública, antes de entrar em vigor. É de prever que ainda este ano os dadores homo e bissexuais passem a estar obrigados a períodos de abstinência sexual de seis a 12 meses.

Estudo
Um estudo liderado pelo neurocientista português Rui Costa desmontou uma tese científica, ao provar, numa experiência com...

"São dois circuitos no cérebro que se pensava que trabalhavam um contra o outro, um era bom, o outro era mau. São os dois bons, mas fazem coisas diferentes", assinalou o investigador-principal, da Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Os dois circuitos cerebrais - via direta e via indireta - estão nos gânglios da base, localizados por baixo do córtex do cérebro e responsáveis pela coordenação motora, por comportamentos de rotina, pelas emoções e pela cognição, escreve o Sapo.

Julgava-se, segundo Rui Costa, que um dos circuitos, a via direta, 'dizia' que uma coisa era boa para ser feita, enquanto o outro, a via indireta, 'dizia' que causava repulsa.

Contudo, o estudo, publicado na revista Current Biology, concluiu que ambos os circuitos "são positivos, sinalizam que as coisas são boas", só que um, a via direta, está direcionado para uma ação intencional, e o outro, a via indireta, para uma ação de rotina.

Rui Costa deu o exemplo do elevador de um prédio. Aprende-se a carregar no botão, mas também se adquire o hábito de carregar no botão, ao ponto de nem sempre o botão corresponder ao piso que se pretende.

Na experiência, a equipa do neurocientista expressou uma proteína, a opsina, que responde à luz e ativa os neurónios (células do cérebro) de "uma forma específica", nas vias direta e indireta.

Os dois circuitos neuronais, com opsina, foram depois estimulados nos ratinhos com luz, que passava através de uma "fibra ótica muito fininha" colocada no cérebro dos roedores.

As vias direta e indireta eram ativadas sempre que os ratinhos eram desafiados a pressionar uma pequena alavanca.

Para surpresa dos cientistas, os roedores carregavam sempre na alavanca, mesmo quando era ativado o circuito, via indireta, que, supunham, os iria levar a fugir e a evitar repetir a ação.

O que aconteceu, relatou Rui Costa, é que os ratinhos pressionavam a mesma alavanca, e até uma outra diferente, de modo automático quando tinham a via indireta ativada. O mesmo não acontecia quando era ativado o outro circuito, a via direta, em que os ratinhos carregavam várias vezes na alavanca, mas depois, a dada altura, paravam 'intencionalmente' de o fazer.

Apesar de haver "pequenas diferenças, que podem ser gigantes", entre os cérebros humanos e os dos ratinhos, ressalvou Rui Costa, a experiência pode revelar-se, em seu entender, importante para o estudo e tratamento dos comportamentos aditivos e compulsivos, no sentido de se tentar ativar ou inibir mais um circuito ou o outro com medicamentos, para dar mais controlo às ações das pessoas com tais distúrbios.

Artrite Reumatóide
De acordo com o Instituto Português de Reumatologia estima-se que mais de 50 mil portugueses sofram

A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica, auto-imune, que pode provocar dores, inchaço, rigidez e perda da função em várias articulações do corpo, e pode atingir pessoas de qualquer idade. Por isso se acha que apenas os mais velhos sofrem com a doença, desengane-se.

A artrite reumatóide pode ainda provocar alterações na cartilagem, osso, tendões e ligamentos.

De acordo com o Instituto Português de Reumatologia “a artrite reumatóide afeta frequentemente os punhos e os dedos (com maior frequência nas articulações perto dos punhos)”, podendo, no entanto, atingir também os pés, ombros, joelhos, cotovelos, anca ou coluna.

Em casos menos frequentes, a inflamação pode atingir o revestimento dos pulmões (pleura) ou do coração provocando pericardite.

Embora a sua causa seja desconhecida, sabe-se que afeta três vezes mais mulheres que homens e estima-se que, em Portugal, existam entre 50 a 60 mil doentes.

Febre, fadiga intensa ou anemia são sintomas que podem estar associados à doença, dando o sinal de alerta.

O diagnóstico precoce, a prática de exercício físico e alguns cuidados alimentares permitem que o doente possa levar uma vida o mais normal possível.

De acordo com os especialistas, deve-se apostar no consumo de alimentos ricos em ómega-3 e ómega-6, um ácido gordo com propriedades anti-inflamatórias.

Por outro lado, é igualmente importante a ingestão de alimentos ricos em vitamina A, C, E e selénio que ajudam a fortalecer o sistema imunológico.

Peixe como o atum, sardinha, cavala e salmão são excelentes fontes de ómega-3. Para além de ajudar a prevenir inflamações, este alimento também funciona como um grande aliado no controlo do colesterol, na regeneração dos tecidos e na prevenção de doenças cardiovasculares.

Recomenda-se o consumo de 200 gramas de peixe, duas vezes pode semana.

Também rico em gorduras polinsaturadas, o óleo de soja é ainda uma ótima fonte de vitamina E. Para além de possuir uma ação anti-inflamatória e ajudar a regular os níveis de colesterol no organismo, atua na prevenção de doenças cardiovasculares e no combate dos radicais livres.

Outras fontes de ómega-3 recomendadas são as sementes de linhaça e canola.

O azeite e o óleo de onagra também exercem uma ação anti-inflamatória nas articulações, pelo que se aconselha o consumo de duas a três colheres por dia.

Quanto às vitaminas, a maioria das frutas e legumes é rica em vitamina C e A (betacaroteno), aconselhando-se o seu consumo diário.

Laranja, frutos silvestres, papaia, manga e banana são bons exemplos de fruta que deve incluir na sua dieta.

Também os legumes ou vegetais de folha verde escura devem ter um papel de destaque à mesa, uma vez que, para além de ricos em vitamina A e C, são boas fontes de potássio e ferro – importantes para regular o equilíbrio hídrico do organismo e para a formação de células sanguíneas.

O espinafre, por exemplo, é um alimento altamente nutritivo, rico em vitamina A, C e E, e em nutrientes como ómega-3, cálcio, ferro, potássio, flavonóides e carotenos, recomendando-se a ingestão de duas a três colheres de sopa por dia.

Importa ainda referir que se deve manter um peso adequado, na medida em que o excesso de peso agrava os sintomas da doença. Por um lado há uma sobrecarga nas articulações, por outro aumento da inflamação.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sistema digestivo
Os parasitas intestinais, são designados por helmintas que penetram no corpo, sendo capazes de viver

Nematodos

São parasitas cilíndricos, havendo cerca de 60 espécies capazes de viver no homem, sendo os mais conhecidos e frequentes, o Ascaris lumbricoides (lombriga), e o Enterobius vermicularis (oxiúre). São parasitas de corpo redondo e filamentoso não anelado cujo comprimento varia entre milímetros a 2 metros.

Ciclo de vida dos Nematodos

O ciclo de vida varia entre 2 espécies, o homem, hospedeiro principal e hospedeiros intermédios (pequenos animais como o caracol) e a infestação pode resultar da ingestão de alimentos contaminados. Os ovos são capazes de sobreviver anos no chão húmido, onde podem germinar formando-se larvas que atingem o ser humano quando ele ingere os alimentos contaminados.

As larvas podem passar à corrente sanguínea e disseminar-se por várias partes do corpo, como pulmões, retornando ao intestino onde atingem a fase adulta, que põe os ovos que são eliminados pelas fezes.

Sintomas da infestação por Nematodos

Os sintomas dependem da espécie infestante, podendo cursar assintomática. Uma infestação grave em crianças pode conduzir a um estado se deficiência nutricional, ao atraso no crescimento e mal-estar geral. Podem surgir:

  • Febre;
  • Cansaço;
  • Rash alérgico cutâneo (urticária);
  • Dores abdominais;
  • Sensação de enjoo, vómitos e/ou diarreia;
  • Obstrução abdominal;
  • Nervosismo.

Nos pulmões, podem ocasionar ruídos respiratórios, tosse, entre outros problemas. Podem ainda surgir sintomas específicos de cada tipo de parasita.

Prevenção e terapêutica da infestação por Nematodos

A base da prevenção da infestação por nematodes consiste nas melhorias sanitárias e educação populacional.

Nos países em que a infestação por nematodos é frequente, pode ser prevenida a infestação individual evitando ingerir alimentos crus, vegetais e saladas. As crianças não devem brincar em locais com condições sanitárias deficientes, em zonas em que as fezes humanas são usadas como fertilizantes. A lavagem das mãos é indispensável antes e após comer, beber ou tocar em alimentos, ir ao toilete ou mudar fraldas.

Oxiuríase

É provocada por Enterobius vermicularis, que afeta muitas crianças atingindo também o adulto, podendo ser facilmente identificado pelo farmacêutico e tratado com Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM). Pode afetar cerca de 20% das crianças, atingindo 65% da população institucionalizada.

Os oxiúres são parasitas pequenos, finos, brancos entre 2 mm e 13 mm de comprimento que infetam os intestinos.

Ciclo de vida dos Oxiúros e transmissão da infestação

Os oxiúros vivem cerca de 5-6 semanas nos intestinos. A infestação resulta da ingestão de ovos que atingem a fase matura nos intestinos. Após acasalamento, o macho morre e a fêmea desloca-se para o cego e reto e coloca os ovos durante a noite na área perianal ficando presos à mucosa e à pele. Os ovos que aí permanecem podem transformar-se em larvas que retornam ao intestino. O prurido ocasionado pelos ovos na região perianal provoca coceira e transferência dos ovos para as mãos seguidas de ingestão. Este ciclo perpetua a infestação no mesmo indivíduo, podendo ser transmitido a terceiros através de objetos contaminados, como roupa da cama, vestuário, etc.

Os ovos podem sobreviver até 2 semanas fora do corpo e, os que caem do ânus ficam na roupa individual e da cama podendo, ao serem dispersos, passar a contaminar a poeira da casa e o chão e ser inalados por terceiros. Nas instituições a transmissão é facilitada pelo contato entre as pessoas.

Sintomas de Oxiuríase

O sintoma mais desagradável é o prurido e o desconforto na região perianal, que pode acordar o doente durante a noite e provocar insónia. Pode ocorrer redução do apetite e perda de peso. A coceira pode ferir o ânus e, quando a infestação é intensa pode surgir dor anal e provocar irritação. No género feminino, quando o tratamento não é atempado pode ocasionar vaginite. O parasita pode colocar ovos na vagina ou uretra, pelo que o médico deve observar a mulher com sintomas de corrimento vaginal, cama molhada ou problemas urinários.

Identifica-se a infestação pela presença dos parasitas brancos de cerca de 1 cm sobre as fezes e por vezes sem volta do ânus e ainda, pelo prurido anal.

Pode suspeitar-se de oxiuríase quando há prurido anal intenso durante a noite e, para confirmar a presença de ovos, pode colocar-se um adesivo na região anal à noite que, quando retirado de manhã, é observado ao microscópio para identificação de ovos e eventualmente larvas.

Aconselhamento ao doente com Oxiuríase

O tratamento inclui medicamentos e medidas de higiene pessoal para evitar a manutenção do ciclo de infestação e de infestação de terceiros.

As recomendações gerais para pessoas com oxiuríase podem resumir-se da seguinte forma:

  • Tomar duche todas as manhãs para remover os ovos e bactérias da região anal;
  • Lavar bem as mãos e debaixo das unhas após cada ida ao toilete e antes de cada refeição;
  • Mudar diariamente a roupa interior;
  • Mudar frequentemente os lençóis da cama, especialmente todas as semanas após o tratamento;
  • Manter as unhas curtas;
  • As crianças devem dormir de luvas de algodão quando dormem;
  • Limpar bem a casa, especialmente os quartos e toiletes, removendo bem todo o pó;
  • Não comer no quarto;
  • Todos os membros do agregado familiar que estejam infestados devem ser tratados no mesmo dia;
  • Evitar os alimentos e bebidas muito açucaradas e ingerir alimentos ricos em fibra para evitar obstipação.

Oxiuríase e a criança na escola

A criança com oxiuríase pode ir à escola mas devem ser mantidas as medidas de higiene para que ela não tenha ovos nos dedos e unhas, devendo reforçar-se a higiene antes de sair para a escola para não contaminar terceiros.

Tratamento pelas medidas de higiene

Dado que a medicação mata os parasitas mas não os ovos, que podem sobreviver 2 semanas, as medidas de higiene devem manter-se durante este período de tempo para evitar a ingestão ou inalação dos ovos. Na presença de infestação num elemento do agregado familiar, todo o agregado deve ser tratado ao mesmo tempo, mesmo indivíduos assintomáticos, para que haja erradicação da infestação.

Os bebés até 3 meses de idade devem ser sujeitos só a medidas de higiene.

Como medidas de higiene é fundamental primeiro destruir os ovos que estão em casa, através das seguintes medidas:

  • Lavar a roupa de dormir e de cama, as toalhas e brinquedos, o que pode ser feito à temperatura normal desde que a lavagem seja efetiva;
  • Aspirar bem a casa e lançar fora o saco após o uso. As camas e os locais onde as crianças brincam devem merecer uma atenção especial;
  • Lavar muito bem as casas-de-banho e todas as superfícies com um pano molhado em água quente e deitar fora o pano depois de utilizado;
  • Lavar toda a loiça muito bem, particularmente talheres e bancadas de cozinha.

Depois, todos os membros do agregado familiar devem ter os seguintes cuidados, durante 2 semanas:

  • Vestir cuecas e pijama de calças justas mudando-os todas as manhãs. Isto evita que se coce durante o sono e que toque no ânus, assim como evita que os ovos passem facilmente para a roupa da cama. Se necessário, pode dormir com luvas de algodão;
  • Tomar banho todas as manhãs ou lavar em torno do ânus para retirar os ovos que estejam depositados. A lavagem efetua-se mal se levante da cama;
  • Mudar e lavar a roupa de dormir diariamente.

Medidas de higiene pessoal para evitar que se contamine de novo:

  • Lavar as mãos e esfregar bem debaixo das unhas, nas seguintes ocasiões: logo que se levanta de manhã, após usar o toilete, após mudar a fralda, antes de comer ou de preparar alimentos;
  • Não roer as unhas ou colocar dedos na boca e desencorajar as crianças a que o façam;
  • Não partilhar toalhas;
  • Manter as escovas dos dentes dentro de armário fechado e lavá-las antes de as utilizar.

Note-se que pode não ser a casa a principal fonte de contaminação, mas a escola, particularmente se os toiletes forem limpos inadequadamente, podendo ser esta a causa da criança manter a infestação.

Oxiuríase e gravidez

Durante o primeiro trimestre da gravidez não devem ser tomados anti-helmínticos, no entanto as medidas de higiene podem ser efetivas.

Como os parasitas morrem ao fim de 6 semanas, desde que não se ingiram de novo, ovos ou larvas, evita-se a reinfestação. Assim, se as medidas de higiene forem mantidas durante 6 semanas pode quebrar-se o ciclo de reinfestação pela libertação dos oxiúros pelos intestinos.

Durante o 2º e 3º trimestre, o médico decide se é adequada a terapêutica medicamentosa, administrando-se habitualmente o mebendazol.

Oxiuríase e amamentação

Durante a amamentação, o tratamento de escolha são também as medidas de higiene, mantidas durante 6 semanas. Colocando-se a questão do tratamento medicamentoso, o médico recomenda habitualmente o mebendazol.

Ascaridíase

Provocada pelo Ascarides lumbricoides (lombriga), parasita que infesta o homem numa prevalência muito inferior à oxiuríase provocando consequências mais prejudiciais. Na suspeita desta infestação o doente deve ser dirigido para o médico embora possa ser tratado com MNSRM.

É uma infestação menos fácil de identificar do que a oxiuríase.

Os ovos são ingeridos através dos alimentos e da água contaminados com fezes e eclodem nos intestinos. As larvas passam pela corrente sanguínea e sistema linfático migrando para o pulmão, fígado, traqueia e esófago, regressando aos intestinos. As infestações ligeiras podem ser assintomáticas mas as graves podem ocasionar perturbações intestinais graves e por vezes fatais. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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