Infarmed
A revisão efetuada concluiu que não existem diferenças no risco de desenvolvimento de pneumonia, em doentes com doença pulmonar...

Como tal, considera-se que os benefícios destes medicamentos continuam a ser superiores aos riscos, não existindo alterações ao modo como devem ser utilizados.

Os corticosteroides para inalação são muito utilizados para tratar a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), sendo a pneumonia um efeito secundário comum deste tratamento (pode afetar entre 1 a 10 doentes em cada 100). Em Portugal, os corticosteroides para inalação disponíveis com indicação para o tratamento da DPOC por via inalatória são a budesonida e a fluticasona.

Embora exista alguma evidência do aumento do risco de pneumonia com o aumento da dose de esteroides, esta não foi conclusiva em todos os estudos. Por essa razão, os benefícios destes medicamentos continuam a superar os seus riscos.

Os médicos e os doentes com DPOC devem estar atentos aos sinais e sintomas de pneumonia (que incluem febre, arrepios, aumento da expetoração ou alteração da sua cor, agravamento da tosse ou dificuldades respiratórias), uma vez que estes se podem confundir com os da exacerbação da doença subjacente. A deteção precoce dos sinais e sintomas permite um melhor tratamento.

A informação aprovada para estes medicamentos será atualizada para refletir a evidência atual sobre o risco de pneumonia, após decisão favorável da Comissão Europeia.

ISPA alerta
Um responsável do ISPA - Instituto Universitário alertou hoje para a dificuldade em contratar bioinformáticos, uma...

José Cruz, responsável pela licenciatura em Bionformática do ISPA – Instituto Universitário, disse à agência Lusa que "há falta de profissionais nesta área", que é nova e exige uma formação multidisciplinar, já que "o profissional desta área tem de ser um informático, mas também ter conhecimentos de biologia e conhecimentos bastante avançados de estatística e de matemática".

Trata-se de aplicar as técnicas informáticas mais recentes, como inteligência artificial ou aprendizagem automática, à recolha, tratamento e análise de informação científica, obtida pela medicina e pela biologia, nomeadamente para conhecimento do genoma e funcionamento das células.

"Deve ajudar os investigadores no desenho das experiências, no planeamento da melhor forma para recolher essa informação" e é uma área que "vai ter um desenvolvimento muito grande no futuro, já tem hoje e o crescimento não vai reduzir", defendeu José Cruz.

O professor do ISPA deu o exemplo da importância do papel do bioinformático na realização de uma sequenciação do genoma numa família, para detetar a presença de uma doença.

A experiência vai abranger várias pessoas e é necessário organizar um conjunto de programas informáticos para trabalhar a informação recolhida, que "abrange uma quantidade enorme de dados, impossível de ser trabalhada manualmente", explicou.

A bioinformática tem de ir adaptando as suas ferramentas ao tipo de informação que vai sendo disponibilizada pelos laboratórios científicos, por isso, apesar de ser uma área nova, está em constante mutação.

Esta área profissional regista grande procura em todo o mundo e José Cruz exemplificou com os EUA, onde existe diversidade de formação técnica e "grande número de ofertas de trabalho", ou com a China.

Em Portugal, referiu, "o número de posições de bioinformático é muitíssimo menor do que em outros países, mas, mesmo assim, as poucas que vão abrindo não têm colocação".

Várias universidades portuguesas disponibilizam diferentes níveis de formação em Bioinformática e alguns grupos tentam organizar a profissão, havendo ainda poucos dados acerca da situação, mas "diria que estamos abaixo das duas centenas de técnicos em Portugal", apontou o professor.

O curso de Bioinformática tem uma cariz multidisciplinar e os alunos ficam com preparação para desempenhar funções de informático, em geral, mas também para participar na análise de dados de biologia, podendo depois especializar-se em informática, biologia ou outra vertente científica.

"É uma área que vai precisar de recursos e o seu desenvolvimento no mundo, em Portugal em particular, vai depender da capacidade que tivermos de formar esses recursos e de os [tornar] aptos ao trabalho", concluiu José Cruz.

Nos EUA
Os erros médicos são a terceira causa de morte nos EUA, após as doenças cardiovasculares e o cancro, com cerca de 250 mil...

Não existem estatísticas oficiais sobre as mortes resultantes de erros médicos. Mas estimativas recentes situam-nas entre as 210 mil e as 400 mil entre os doentes hospitalizados nos EUA.

Com base em estudos que remontam a 1999, e extrapolando para o conjunto das hospitalizações reportadas em 2013, Martin Makary e Michael Daniel, da Johns Hopkins University School of Medecine de Baltimore, calcularam uma taxa média de 251.454 morte por ano ligadas a erros médicos, um número que consideram “subestimado”, porque só consideraram as mortes ocorridas no hospital.

“É a terceira causa de morte nos EUA”, afirmou Makary, que em declarações à AFP, sublinhou que o problema não é específico dos EUA, mas generalizado em todo o mundo.

“As pessoas morrem por erro de diagnóstico, sobredoses de medicamentos, tratamentos fragmentados, problemas de comunicação ou complicações evitáveis”, acrescentou. Disse também que a má qualidade dos cuidados de saúde em África mata provavelmente “mais pessoas que a sida ou o paludismo juntos”.

Os autores do estudo recomendaram a aplicação de medidas que permitam reduzir “a frequência” e “as consequências” dos erros médicos.

Ministro da Saúde alemão
A Alemanha quer legalizar a 'cannabis' para fins medicinais no início do próximo ano, afirmou o ministro da Saúde...

“O nosso objetivo é que os doentes graves sejam tratados da melhor maneira possível”, disse Hermann Groehe, que vai apresentar ao executivo alemão, na quarta-feira, um projeto-lei nesta matéria.

O projeto-lei alemão irá ao encontro de leis já aplicadas em outras partes do mundo que preveem o uso medicinal da 'cannabis' para aliviar o sofrimento de doenças como cancro, glaucoma, síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA), hepatite C, Parkinson e outras doenças graves.

No entanto, a questão do consumo recreativo e medicinal da 'cannabis' gera controvérsia em muitos países.

Muitas pessoas temem a vertente criminal regularmente associada ao consumo de drogas e à toxicodependência, enquanto outras vozes argumentam que o uso da 'cannabis' pode levar à dependência de drogas mais pesadas.

O ministro da Saúde alemão reconheceu que a 'cannabis' “não é uma substância inofensiva”, precisando que estará disponível em farmácias e que só poderá ser adquirida com receita médica.

Até à criação de plantações devidamente supervisionadas, a Alemanha vai importar “marijuana medicinal”, acrescentou Hermann Groehe.

“Sem querer antecipar o trabalho do Bundestag [câmara baixa do Parlamento], é provável que a lei entre em vigor na primavera de 2017”, referiu ainda o ministro, em declarações ao diário alemão Die Welt.

Hospital de Guimarães
O Tribunal de Guimarães condenou a multa de 2.400 euros uma médica do hospital público daquela cidade, por alegada negligência...

A médica, condenada por homicídio por negligência, terá ainda de pagar, em conjunto com o hospital, uma indemnização de perto de 295 mil euros ao marido e aos dois filhos da vítima.

A outra médica que também era arguida no processo, e que foi responsável pelo primeiro atendimento da vítima na Urgência, acabou por ser absolvida.

A morte registou-se a 6 de setembro de 2010.

Antes disso, a vítima, de 37 anos, tinha recorrido à Urgência do Hospital de Guimarães na noite de 29 de agosto, com queixas de cansaço, tosse e expetoração com sangue.

Foi submetida a exames e foi-lhe dada alta, sem diagnóstico concreto.

Cerca de 12 horas depois voltou ao hospital, acrescentando "desconforto torácico" às queixas anteriores, mas teve novamente alta, igualmente sem diagnóstico.

A 31 de agosto, a paciente entrou novamente no Hospital de Guimarães, mas já em paragem cardiorrespiratória, vindo a morrer a 6 de Setembro, por falência multiorgânica, resultante de um tromboembolismo pulmonar.

Para o tribunal, a médica responsável pelo segundo atendimento na Urgência violou a "legis artis", não tendo observado os cuidados, cautelas e diligências que lhe eram exigidas.

"Uma segunda ida às Urgências em menos de 24 horas deve ser sempre um sinal de alerta e de alarme", referiu a juíza, acusando a médica de ter desvalorizado os sintomas e os resultados dos exames realizados.

Considerou que a médica deveria, nomeadamente, ter diligenciado a realização de exames complementares e pedido a intervenção de um especialista de Medicina Interna.

Para o tribunal, se a arguida tivesse atuado dessa forma, a possibilidade de a paciente sobreviver seria de 50 por cento.

No julgamento, as duas médicas garantiram ter agido "segundo as regras", perante o quadro clínico que lhes foi apresentado.

A médica responsável pelo segundo atendimento alegou que a paciente "dizia que não sentia nada" e que "aparentava estar completamente normal".

"A mim não se queixou de nada, aliás quase nem falou, esteve o tempo todo sentada, ao telemóvel. Pedi alguns exames que não foram conclusivos, disse-lhe que alguma coisa ela tinha mas eu não conseguia saber o que era e que por isso devia procurar o médico de família", explicou a médica.

Disse ainda que, naquele dia, as Urgências estavam "uma confusão" e que se, perante o quadro clínico apresentado pela doente, tivesse chamado um especialista de Medicina Interna ainda estava sujeita a apanhar "um raspanete".

Estudo confirma
Quanto mais açoitadas forem as crianças, maior é a probabilidade de desafiarem os pais e mais desenvolvem comportamentos anti...

A investigação, publicada na última edição do Journal of Family Psychology, olha para os dados recolhidos em 75 estudos nos últimos 50 anos, envolvendo um universo de 160.927 crianças.

Os seus autores reclamam ser esta a análise mais completa até agora realizada sobre o açoite – definido como uma palmada de mão aberta nas nádegas ou nas extremidades, braços ou pernas - e os seus efeitos específicos, por comparação com outros estudos que incluem outros castigos físicos das crianças nas respetivas análises.

“Concluímos que o açoite está associado a resultados prejudiciais não esperados e não está associado à obediência imediata ou a longo prazo, que são os objetivos dos pais quando disciplinam os seus filhos”, afirma a autora principal do estudo, Elisabeth Gershoff, professora de Desenvolvimento Humano e Ciências da Família na universidade norte-americana do Texas em Austin, num comunicado divulgado pela instituição.

Gershoff e Andrew Grogan-Kaylor, co-autor do estudo, professor na Universidade de Michigan, concluíram que o açoite está associado de forma significativa a 13 entre 17 resultados examinados, todos prejudiciais.

“O principal remate do estudo é que o açoite aumenta a probabilidade de uma variedade alargada de resultados prejudiciais nas crianças. O açoite provoca portanto o oposto do que os pais pretendem normalmente com ele”, sublinha Grogan-Kaylor.

Gershoff e Grogan-Kaylor testaram alguns dos efeitos a longo prazo entre adultos açoitados enquanto crianças e perceberam que quanto mais agredidos tinham sido maiores eram os comportamentos antissociais e os problemas mentais experienciados. Estes adultos eram também os maiores defensores da punição física dos próprios filhos, o que ilustra uma das principais formas como esta forma de educação passa de pais para filhos.

Os investigadores norte-americanos sublinham no comunicado que cerca de 80 por cento dos pais em todo o mundo açoitam os filhos, de acordo com um estudo da Unicef de 2014, não obstante não existirem provas de quaisquer efeitos positivos decorrentes desta forma de educação e, pelo contrário, como nota Gershoff, de haver evidência ampla de que o açoite constitui um risco negativo para o comportamento e desenvolvimento da criança.

Tanto o açoite como os abusos físicos estão associados aos mesmos resultados prejudiciais nas crianças, na mesma direção e quase com a mesma intensidade, reforçam os investigadores.

“Nós, enquanto sociedade, olhamos para o açoite e para os abusos físicos como comportamentos distintos”, afirma Gershoff. “No entanto, a nossa investigação mostra que o açoite está ligado aos mesmos resultados prejudiciais que o abuso, apenas num grau ligeiramente mais baixo”, remata.

Estes resultados, de acordo com a investigadora, são consistentes com as conclusões de um relatório recente do Centers for Disease Control and Prevention, que apelou ao “compromisso público, campanhas de educação e abordagens legislativas para reduzir a punição física” das crianças, incluindo o açoite.

A legislação norte-americana não proíbe a punição física das crianças, vê mesmo esta conduta como aceitável, apesar da sua taxa de aceitação ter diminuído consideravelmente de 84% em 1986 para 70% em 2012. Na Europa, a França foi criticada em 2015 pelo Conselho da Europa por não proibir claramente todas as formas de castigo corporal das crianças, ao contrário da maioria dos países vizinhos.

Portugal, Itália, Bélgica, Irlanda e Grécia foram alvo em 2003 de uma queixa perante o Conselho da Europa por parte da Organização Mundial Contra a Tortura (OMCT), que considerava que a legislação portuguesa não protegia crianças dos açoites e outros tipos de punições físicas.

A instituição europeia respondeu à queixa dois anos depois, considerando que Portugal tem leis suficientes que permitem proteger as crianças dos castigos corporais; A OMCT argumentou, no entando, que não existe na legislação portuguesa nenhuma proibição explícita sobre castigos corporais por parte dos pais, e demonstrou ainda através de uma sondagem na altura que dois em cada cinco inquiridos acreditava que a lei permitia que dessem “uma bofetada/palmada aos seus filhos".

“Temos esperança de que o nosso estudo possa ajudar a educar os pais sobre os malefícios potenciais do açoite e levá-los a tentar formas positivas e não punitivas de disciplina”, conclui Elisabeth Gershoff no comunicado da universidade norte-americana.

Ordem dos Médicos
Cerca de 600 médicos internos não vão ter vaga para a sua formação na especialidade no próximo ano, um número que nunca foi tão...

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho Nacional do Internato Médico da Ordem dos Médicos, Edson Oliveira, disse que para o próximo ano foram estipulados 1.600 locais idóneos para a formação dos médicos.

Contudo, existem cerca de 2.200 que estão neste momento no internato geral e que em junho vão escolher a especialidade que querem seguir.

“A Ordem dos Médicos nunca deu tanta capacidade formativa como este ano e atingiu o seu limite. Teria de chegar um dia ao limite”, disse Edson Oliveira.

Sem vaga para a sua formação na especialidade ficarão 600 médicos que, após os seis anos de formação universitária, realizaram já o internato comum.

A falta de vagas não encontra solução no setor privado, no qual apenas poucas dezenas de profissionais fazem a especialidade.

Tal deve-se, segundo Edson Oliveira, às dificuldades próprias de um setor que tem sobretudo o fator económico associado.

Isto quer dizer que certos procedimentos que os formandos realizam durante a sua especialização não são realizados nas instituições privadas, pois tal poderia resultar em problemas com as seguradoras e os próprios clientes.

“Os internos têm uma velocidade própria do início da sua formação, mais vagar com os doentes e pedem mais exames, o que pode explicar o menor interesse por parte das instituições privadas” em proporcionar-lhes vagas para a especialização.

No ano passado, ficaram sem vaga 117 médicos, os quais receberam uma proposta do Ministério da Saúde para continuarem no Serviço Nacional da Saúde (SNS), a qual só foi aceite por metade dos médicos.

Para Edson Oliveira, esta é uma “solução falaciosa” e que apenas varre o problema “para debaixo do tapete”.

O clínico está preocupado com o previsível excesso de médicos formados que se deverá acentuar nos próximos tempos, quando algumas especialidades que agora têm falta de profissionais vir esse problema resolvido.

“Faltam 900 médicos de família, mas há 2.000 médicos que serão formados nesta especialidade no espaço de dois e três anos”, adiantou.

A solução passa, segundo a Ordem dos Médicos, por diminuir os números clausus, mas mesmo esta medida só terá efeitos práticos dentro de sete anos.

“Durante anos, e apesar dos alertas da Ordem dos Médicos, não houve planeamento e o resultado está à vista”, disse.

Norte
Quatro agrupamentos de centros de saúde e dois hospitais da região Norte vão iniciar experiências-piloto de rastreio de saúde...

O rastreio de saúde visual infantil, de base populacional, deve observar todas as crianças no semestre em que completam dois anos de idade.

Um segundo rastreio, a complementar o efetuado aos dois anos, deverá ser feito a todas as crianças entre os quatro e os cinco anos de idade.

Este segundo rastreio tem como objetivo detetar novos casos de crianças com ambliopia ou em risco de a desenvolver. As crianças com rastreio positivo são referenciadas para uma consulta de oftalmologia no Serviço Nacional de Saúde num prazo máximo de quatro semanas.

Vão ainda avançar, também de modo inicial na região Norte, os rastreios da degenerescência macular da idade (DMI), que deve abranger todos os utentes do SNS selecionados para o rastreio primário da retinopatia diabética, excetuando os já diagnosticados e acompanhados.

Os utentes que derem resultado positivo no rastreio da DMI serão enviados para consulta de oftalmologia no SNS também num prazo máximo de quatro semanas, segundo o despacho com data de segunda-feira, mas publicado no Diário da República eletrónico às 00:00 de hoje.

As experiências-piloto que arrancam com estes rastreios serão realizadas nos agrupamentos de centros de saúde do Porto Ocidental, Porto Oriental, Gondomar e Maia e Valongo. Integram ainda estes projetos o Centro Hospitalar de São João e o Centro Hospitalar do Porto.

Direção-geral da Saúde lança
A Direção-geral da Saúde (DGS) lançou hoje um manual sobre nutrição no desporto que pretende ter um conjunto de orientações com...

“Os praticantes de desporto de todos os níveis, desde aspirantes a profissionais, são hoje confundidos por uma grande profusão de informação de má qualidade, nomeadamente na internet”, refere o manual “Nutrição no Desporto”.

A DGS admite que há “muitos pretensos especialistas” a aconselhar produtos ou estratégias alimentares sem base científica e com riscos, “muitas vezes a coberto de interesses comerciais”.

Neste manual hoje lançado e acessível através do site da DGS, são abordados vários temas, como a relação da alimentação com o rendimento e a recuperação do exercício através de estratégias nutricionais bem escolhidas e individualmente planeadas.

O documento pretende resumir estratégias, “focando-se no cálculo das necessidades energéticas do atleta, do tipo, quantidade e momento de ingestão nutricional e de fluidos para manter e promover uma ótima saúde e adaptação ao treino”

Investigação
Uma investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC) revelou que um radiofármaco utilizado na deteção de metástases...

O radiofármaco fluoreto de sódio marcado com fluor-18, “usado classicamente na deteção de metástases ósseas, parece ser eficaz na identificação precoce da doença cardiovascular”, de acordo com um estudo piloto realizado no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), em Coimbra, afirma a UC numa nota hoje divulgada.

O método, que recorre a imagem não invasiva, foi aplicado a “indivíduos com risco cardiovascular, seguidos na consulta externa de cardiologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), por uma equipa multidisciplinar liderada pela docente e investigadora da Faculdade de Medicina da UC Maria João Ferreira.

Os investigadores verificaram que é possível “identificar placas ateroscleróticas em processo de microcalcificação ativa, mais vulneráveis” e, por isso, “mais sujeitas a rotura, o que parece relacionar-se com o risco de se associarem a quadros agudos, como o enfarte do miocárdio ou o acidente vascular cerebral”, adianta a UC.

“O seu reconhecimento pode condicionar tratamentos que visam a sua estabilização e, consequentemente, a diminuição do risco de eventos cardiovasculares”, acrescenta.

Os resultados obtidos “são muito promissores e parecem apoiar esta nova aplicação deste ‘velho’ marcador”, sustenta Maria João Ferreira.

“Mas há ainda muito trabalho a ser desenvolvido” e é “indispensável” dar continuidade ao “esforço de uma equipa onde a investigação básica e clínica interagem de forma profícua”, sublinha a investigadora.

“A importância deste conhecimento poderá, num futuro que se antevê próximo, relacionar-se com o risco cardiovascular do indivíduo e, por isso, com a sua orientação terapêutica”, admite Maria João Ferreira.

Apostar em novos métodos de diagnóstico precoce das doenças do foro cardíaco é muito relevante porque, salienta a docente da Faculdade de Medicina de Coimbra, “a doença cardiovascular, nas suas várias componentes, é uma das principais causas de morte”.

De acordo com estatísticas europeias, a doença cardiovascular é responsável por cerca de 42% das mortes nos homens e 51% nas mulheres, salienta a investigadora.

“Trata-se por isso de uma entidade clínica associada a enormes custos, de difícil contabilização, que urge tratar e sobretudo prevenir”, salienta Maria João Ferreira.

“O diagnóstico precoce, bem como a estratificação de risco, são dois pilares importantes em qualquer estratégia que vise lidar com esta doença”, conclui a especialista.

3 de Maio - Dia Mundial da Asma
Assinala-se hoje o Dia Mundial da Asma, doença respiratória crónica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo...

No âmbito do Dia Mundial da Asma (DMA), a SPAIC divulga os resultados do estudo CASCA (Custo da Asma na Criança), que consiste na avaliação do custo da asma nas crianças portuguesas (0-17 anos) e que estima os custos incrementais associados à asma controlada e à asma não controlada. O CASCA foi orientado pelo Professor João Fonseca do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.

Segundo os dados obtidos, por ano, são gastos 40 milhões de euros com urgências/atendimentos não programados devido a crises de asma nas crianças, sendo que, em média cada criança com asma vai 1,6 a 1,9 vezes por ano a serviços de urgência. Em termos de custos, por cada criança com asma não controlada são gastos entre 400 e 700€ por ano em idas a serviços de urgência/atendimentos não programados.

O CASCA avaliou também o impacto que a asma tem no quotidiano das crianças e verificou que, em cada ano, as crianças asmáticas faltam mais de 500.000 dias à escola devido à doença. Em média, as crianças com asma faltam 6 dias por ano à escola.

Verificou-se também que o principal fator agravante de custos é ter a asma não controlada. O impacto económico (custo) médio por criança com asma não controlada é 2 a 3 vezes superior ao de uma criança com asma controlada. A obesidade, a rinite e até a ausência de seguro ou subsistema de saúde são fatores que contribuem fortemente para um pior controlo da asma. Além disso, absentismo escolar das crianças e o respetivo absentismo laboral dos cuidadores é, aproximadamente, 3 vezes maior nas crianças com asma não controlada.

De acordo com o coordenador do estudo, “além dos elevados custos que a asma mal controlada acarreta, ela acaba também por ter um prejuízo indireto da vida social e profissional das famílias. Um terço das crianças asmáticas portuguesas são internadas num hospital por asma pelo menos 1 vez na vida.”

Este ano, a SPAIC assinala o DMA com a campanha “Que a asma não te pare!” que conta com a presença de várias caras conhecidas do grande público. António Zambujo, José Eduardo Agualusa, Andreia Rodrigues, Maria Rueff e Dalila Carmo são os protagonistas de um vídeo de sensibilização para o diagnóstico e controlo da asma. Com esta campanha pretende-se alertar os asmáticos que existe uma solução para o seu problema respiratório crónico, que não necessitam de viver em esforço e com falta de ar, que podem controlar e vencer a sua asma e que podem e devem conquistar a sua saúde e o seu bem-estar.

3ª edição
Montante será investido na missão da Maratona da Saúde, que esta 3ª edição visa sensibilizar o público e financiar a...

O Espetáculo Solidário da Maratona da Saúde voltou a ser um grande sucesso nos ecrãs da RTP no passado dia 30 de Abril, numa emissão de 5 horas, entre as 15H00 e as 20H00. Uma maratona televisiva que uniu a música à angariação de fundos para a investigação científica sobre doenças neurodegenerativas, o tema desta terceira edição da Maratona da Saúde. Katia Guerreiro foi a embaixadora deste ano, e este espetáculo solidário foi apresentado por Catarina Furtado e José Carlos Malato.

Para Katia Guerreiro: “Ser a embaixadora da Maratona da Saúde é para mim um enorme orgulho. É uma situação muito triste receber um diagnóstico que não dá esperança às famílias, o que acontece muitas vezes no caso das doenças neurodegenerativas. A investigação científica é urgente e fundamental para que possamos alimentar a esperança a milhares de pessoas que sofrem destas doenças e a todos os que acompanham o seu processo, sem esperança. E é esta a principal missão da Maratona da Saúde”

Esta iniciativa permite, através do entretenimento, sensibilizar os portugueses para as doenças neurodegenerativas, com testemunhos e histórias de vida que falam na primeira pessoa como é lidar com estas doenças, tais como Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença dos Pezinhos, entre outras.

Uma emissão que contou com muitos convidados: Deolinda Kinzimba, St. Dominic’s Gospel Choir, Nelson Antunes, Sete Saias, Ana Sofia Varela, Diogo Lopes, Master Jake, LTCTFG, Luísa Rocha e muitos outros.

Ao longo da emissão, os telespectadores puderam contribuir para esta causa através de chamadas para o número de valor acrescentado 760 20 60 90 (0,60 euros + IVA) e do 21 324 62 70 que deu acesso a um call-center gentilmente organizado pela PT. Aqui participaram muitos voluntários da PT, cientistas e caras conhecidas da RTP.

Na primeira edição, dedicada ao tema do Cancro, a maratona televisiva foi emitida durante nove horas em direto, na RTP1 e RTP Internacional, e permitiu angariar mais de 160 mil Euros para a causa da Maratona da Saúde, através de cerca de 230 mil chamadas telefónicas e o envolvimento de mais de 150 voluntários e na segunda edição, dedicada a Diabetes, permitiu angariar mais de 91 mil Euros.

Para António Coutinho, Presidente da Maratona da Saúde, “Ao todo, depois de dois anos de edições da Maratona da Saúde, já foi possível angariar cerca de 250 Mil euros que já financiou a informação e a sensibilização do cancro e da diabetes e 7 cientistas que desenvolvem a sua investigação no Cancro e na Diabetes. Este ano, o dinheiro angariado será dedicado ao tema das,  doenças neurodegenerativas, que afectam tantas pessoas no nosso país e no mundo. A Maratona da Saúde quer acelerar a investigação científica possibilitando assim uma melhor prevenção, um melhor diagnóstico e melhores tratamentos”

O que são doenças neurodegenerativas?
As doenças neurodegenerativas são condições muito debilitantes, com causas desconhecidas e ainda sem cura, que afetam milhões de pessoas de todas as idades e resultam da degeneração progressiva e/ou morte de neurónios – as células responsáveis pelas funções do sistema nervoso. Esta degradação pode afetar o movimento do corpo e o funcio­namento do cérebro, originando demência.

Estas doenças têm um grande impacto na vida profissional, social e familiar dos pacientes, podendo le­var a uma incapacidade total para exercerem qualquer tipo de atividade quotidiana e mesmo à morte.

Os seres humanos nascem com cerca de 100.000 milhões de neurónios - mais do que o número de estrelas na via láctea!! -  que são um tipo de células presentes no nosso sistema nervoso. Com a passagem do tempo, alguns vão-se perdendo e morrem.

Contudo, por vezes os neurónios degeneram ou morrem mais rápido do que o normal e surgem as doenças neurodegenerativas que podem aparecer em qualquer idade, e não só em pessoas mais idosas.

Existem neu­rónios no cérebro e na espinal medula, os dois órgãos principais do sistema nervoso.

As doenças neurodege­nerativas são diferentes dependendo do local onde os neurónios morrem ou degeneram no sistema nervoso.

A investigação científica é essencial para acelerar o conhecimento sobre a causa destas doenças, o que exige muito financiamento para os cientistas poderem trabalhar.

Qual o impacto das doenças neurodegenerativs na sociedade?
As doenças neurodegenerativas são processos degenerativos progressivos que se vão tornando mais graves com o passar dos anos. Os doentes podem, por exemplo, ter problemas motores terminando imóveis ou numa cadeira de rodas; ter dificuldades respiratórias que podem causar a morte; ter problemas cognitivos ou rela­cionados com a gradual perda de memória, eventualmente afetando a memória sobre tudo o que se aprendeu ao longo da vida.

Estas doenças têm um grande impacto na vida profissional, social e familiar dos pacientes, podendo le­var a uma incapacidade total para exercerem qualquer tipo de atividade quotidiana. Por esta razão, os próprios cuidadores e familiares que acompanham o dia-a-dia destes doentes acabam também por ser vítimas invisíveis da doença, sendo fácil de imaginar o forte impacto negativo que uma doença deste tipo tem no núcleo familiar.

Estudo
Uma intervenção psicoeducativa em cuidadores informais de doentes esquizofrénicos permite diminuir a sobrecarga e melhorar...

O Estudo de efetividade de um Programa de Intervenção Psicoeducativo (PIP) pretendeu avaliar a eficácia de um programa de intervenção psicossocial para prevenir ou reduzir a sobrecarga do cuidador de doentes esquizofrénicos ou transtorno esquizoafectivo

O estudo envolveu 223 cuidadores informais, como familiares e amigos, dos quais 114 receberam apoio estandardizado do serviço de psiquiatria e os restantes foram sujeitos ao PIP.

Os que participaram no programa frequentaram sessões de apoio durante 12 semanas, em que receberam informação clínica sobre a esquizofrenia e treinaram habilidades cognitivas e comportamentais, que incluíram competências de comunicação, a capacidade de encontrar e apreciar eventos agradáveis, procurar auxílio quando necessário e técnicas de relaxamento.

“As avaliações feitas em três momentos (durante o programa, quatro meses depois e oito meses após a intervenção) permitiram verificar uma melhoria contínua e significativa na saúde mental destes cuidadores, evidenciando a redução do impacto da doença”, sublinha o estudo que envolveu 16 centros das Irmãs Hospitaleiras em serviço ambulatório em Portugal e Espanha.

Quando questionados sobre as “ferramentas mais úteis” que obtiveram com este programa, os cuidadores referiram “conhecimentos sobre a doença”, “formas de ajudar o meu familiar”, “relaxação”, “importância de cuidar de mim”, “maior tolerância nas situações difíceis” e “melhoria da comunicação”.

Em declarações, a psicóloga Catarina Vigidal, que ministrou o PIP na Casa de Saúde da Idanha, adiantou que este programa é inovador porque é dirigido aos cuidadores.

“Foi muito gratificante para nós desenvolver este trabalho” com familiares, porque ”a maior parte da informação e dos programas psicoeducativos que existem é para ajudar o utente”, adiantou.

Para a psicóloga, os cuidadores são uma “população de risco”, porque estão expostos a uma grande sobrecarga.

A doença mental grave é crónica e “consome muito da disponibilidade dos cuidadores”, que podem “sofrer consequências negativas”, nomeadamente psicológicas, somáticas, sociais, conhecidas como sobrecarga do cuidador.

Esta sobrecarga pode ter “efeitos adversos” na sua vida como falta de tempo, dificuldades financeiras, problemas de saúde, alterações na vida pessoal, social, profissional e na qualidade de vida, explicou.

Neste programa, “o cuidador tem que olhar para si” e perceber o que pode fazer para se proteger.

“A pessoa vive a doença, os sintomas, os médicos e de repente tem de olhar para si e é isto que faz a diferença”, disse Catarina Vidigal, sublinhando que se o cuidador “estiver bem pode ajudar melhor o doente”.

“É muito importante que o cuidador se sinta bem consigo, que tenha menos sobrecarga, se não pode adoecer e deixamos de ter uma pessoa doente para passarmos a ter um agregado familiar”, frisou.

O estudo aponta a necessidade de desenvolver estes programas nas instituições para cuidadores de doentes mentais graves

A Casa de Saúde da Idanha adaptou este programa para os profissionais de saúde que trabalha com doentes mentais e que apresentam “risco de sobrecarga”.

Os principais cuidadores de doentes mentais graves são os pais e 42% dedicam mais de 60 horas semanais em tarefas de cuidados.

Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo
Quarenta serviços de dermatologia de todo o país vão realizar no dia 11 de maio, dia do Euromelanoma, o rastreio gratuito anual...

Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), que divulga na quarta-feira os dados mais recentes do cancro da pele no país, é fundamental que as pessoas façam o autoexame e tomem medidas preventivas contra os cancros de pele.

“No dia 11 de maio, Dia do Euromelanoma, mais de 40 serviços dermatologia vão fazer o rastreio gratuito. No dia 4 em www.apcancrocutaneo.pt estarão discriminados os serviços e contactos a que as pessoas poderão recorrer”, disse Osvaldo Correia, secretário-geral da APCC.

Desde 2000, há a dedicação de um dia à mensagem do autoexame e do diagnóstico precoce de vários tipos de cancro de pele, acrescentou.

Osvaldo Correia explicou que o melanoma não é o cancro mais frequente, mas é o “mais temível, porque é mortal”.

Existem outros - os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular -, sendo que estas lesões se traduzem no maior espetro de cancro humano que existe, explicou o responsável.

“Queremos que as pessoas percebam que não existe um cancro de pele, existem vários cancros de pele e que conheçam as várias fases que um cancro pode ter, para fazerem o autoexame”, sublinhou.

Fazendo um balanço do rastreio de 2015, Osvaldo Correia revelou que entre mais de 1.600 pessoas, foram detetadas 112 com queratoses actínicas, um precursor de carcinoma espinoceular, 16 suspeitas de melanoma e 61 com suspeita clínica de carcinomas.

O responsável da APCC destacou que 65% dos casos já eram suspeitados pelo paciente, o que considerou um motivo de “regozijo no estímulo ao autoexame”.

“À medida que os anos passam vamos tendo cada vez mais sinais, mas é preciso reconhecer o patinho feio: um sinal novo com aspeto mais escuro ou que mudou de cor, que ficou irregular ou uma ferida que não cicatriza. É pelo autoexame que podemos ter menos morbilidade e menos mortalidade”, considerou.

Entre as medidas profiláticas, além do autoexame, Osvaldo Correia destaca a importância dos rastreios periódicos e o cuidado com o sol, sobretudo entre praticantes de desporto ou trabalhadores ao ar livre.

Na quarta-feira serão ainda revelados dados relativos ao perfil do praticante de desporto ao ar livre que pode ter comportamentos de risco, sendo os mais novos e os mais velhos quem mais se expõe: apenas 7% dos praticantes com menos de 25 anos usam chapéu quando estão a correr e 22% dos que têm mais de 45 anos.

Além disso, um inquérito feito a mais de 1.300 participantes em maratonas, revelou que essas pessoas têm um conhecimento de sinais de risco muito baixo: 90% identificam melanoma como sendo um cancro de pele, mas poucas associam os outros.

Assim, apenas 37% associaram o carcinoma vasocelular e 26% associaram o carcinoma espinocelular a cancro, enquanto só 14% reconheceram as queratoses actínicas como risco de cancro de pele.

Osvaldo Correia reconhece a importância da corrida ao ar livre, mas lembra a necessidade de usar e renovar protetor solar, camisola, chapéu e óculos escuros, e de escolher os horários antes das 10:00 ou depois das 20:00, que são as “horas mais seguras”.

As queimaduras solares são reportadas com frequência por estas pessoas, sobretudo no couro cabeludo (homens), orelhas, pescoço e face.

Osvaldo Correia anunciou ainda que durante os dias 13 e 14 de maio vão decorrer ações de formação sobre cancro de pele para profissionais de saúde e educação, com varias sessões, na Universidade católica, em Lisboa.

O secretário-geral da APCC lembrou ainda que as pessoas que frequentam solários têm um histórico de mais queimaduras solares, menores proteções e mais exposição a horas perigosas.

Apesar de já existir legislação para regular o uso dos solários, Osvaldo Correia considera que é preciso mais fiscalização e, idealmente, a sua abolição.

“Já somos dos melhores da Europa, mas queremos alinhar com a Austrália e com o Brasil, que já desistiram dos solários, reconhecidos como cancerígenos da pele e do olho”.

Estudo
Um estudo divulgado pela revista Nature identifica genes e processos de mutações genéticas envolvidos no desenvolvimento do...

O estudo, muito bem recebido pela comunidade científica no Reino Unido, por se tratar do mais exaustivo até à data, foi liderado por Michael Stratton, diretor do Instituto Sanger, em Cambridge (sudeste da Inglaterra).

Em declarações à cadeia pública britânica BBC, Stratton disse que a descoberta "é um marco significativo para a investigação do cancro".

“No fim do século passado, fomos capazes de identificar os primeiros genes individuais mutantes. Agora, com a nossa capacidade de sequenciar todo o genoma de um grande número de cancros, estamos no caminho para criar uma lista completa destes genes mutantes do cancro", explicou.

A equipa internacional de cientistas examinou os 3.000 milhões de letras que compõem o código genético em 560 casos de cancro da mama (556 mulheres e quatro homens).

Encontrando um total de 93 conjuntos de genes que, se mutarem, podem causar tumores.

Os autores identificaram um número de "assinaturas de mutações" (marcas deixadas pela mutação) nos genomas de pacientes com cancro, que estavam associadas a reparações imperfeitas do ADN e à função dos genes supressores dos tumores BRCA1 ou BRCA2.

No geral, os cientistas identificaram 12 tipos de "dano" que podem causar mutações no peito, alguns relacionados com o historial médico familiar, enquanto outros continuam sem ter uma explicação associada.

“No futuro, gostaríamos de traçar o perfil individual dos genomas de cancro, a fim de identificar o tratamento mais benéfico para uma mulher ou um homem diagnosticado com cancro da mama", afirmou Serena Nik-Zainal, uma das investigadoras.

Investigação:
O aleitamento materno reduz o risco de cancro da mama, afirmou hoje um investigador espanhol, afirmando que permite à glândula...

“Amamentar os filhos é concluir o ciclo fisiológico funcional da glândula mamária e proteger a mulher do cancro da mama,” assegura o presidente da Fundação Instituto Valenciano de Oncologia (IVO) e vice-presidente da Associação Espanhola Contra o Cancro (AECC), António Llombart, em declarações à agência EFE.

O especialista explicou que a secreção látea “é um produto final do que constitui a função fisiológica da glândula mamária.”

“Interrompê-la no momento em que funciona no seu momento alto de expressão condiciona a aparição de alterações na vida das células da glândula com mortes precoces que podem iniciar fenómenos de mutações oncogénicas,” acrescentou.

Segundo Llombart, o aleitamento materno beneficia não só o filho, que recebe através da mãe uma imunidade que o protege de várias doenças, “como a própria mãe, que vai completar o ciclo da glândula mamária durante a gestação com a secreção látea.”

O aleitamento materno é uma das recomendações do “Código Europeu contra o Cancro em Espanha” para impedir o aparecimento do cancro da mama tal como evitar o tabaco, o álcool, exposições solares excessivas e realizar a vacinação contra o vírus do papiloma humano.

O responsável pelo Serviço de Oncologia do IVO, Vicente Guillem, destacou que em Espanha há cerca de 250.000 novos casos de cancro por ano e morrem 100.000 todos os anos, ou seja, 40 por cento dos pacientes, pelo que Guillem defende ser “necessário” uma investigação em oncologia tanto epidemiológica, como básica, clínica e biotecnológica.

Estudo
Metade das crianças asmáticas em Portugal tem a sua asma por controlar e todos os anos são gastos 40 milhões de euros com...

Os resultados parciais do estudo Custo da Asma na Criança, a que a agência Lusa teve acesso, mostram que, em média, cada criança com asma vai 1,6 a 1,9 vezes por ano a serviços de urgência.

Na véspera do Dia Mundial da Asma, que se assinala na terça-feira, o estudo refere que são gastos por criança entre 400 a 700 euros por ano em idas às urgências ou atendimentos não programados por causa da asma por controlar.

“Verificou-se que o principal fator agravante de custos é ter a asma não controlada. O custo médio por criança com asma não controlada é duas a três vezes superior ao de uma criança com asma controlada”, referem os responsáveis do estudo, orientado por um professor do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e que contou com o apoio da Fundação Gulbenkian.

O estudo abrangeu a análise de crianças asmáticas portuguesas até aos 17 anos. Em Portugal existem cerca de 175 mil crianças ou adolescentes asmáticos, uma prevalência de 8,4%.

A investigação avaliou ainda o impacto que a asma tem no quotidiano das crianças e verificou que, em cada ano, as crianças asmáticas portuguesas faltam mais de 500 mil dias à escola devido à doença. Em média, uma criança asmática falta seis dias num ano letivo.

Concluiu-se ainda que o absentismo das crianças, e respetivo absentismo laboral dos cuidadores, é três vezes maior em quem não tem a asma controlada.

A asma é uma doença crónica, não tem por isso cura, mas pode ser controlada, através de medicação. A asma diz-se controlada perante a ausência de sintomas, sem necessidade de medicação de alívio (ou medicação mínima) e sem crises ou exacerbações.

Presidente francês
O Presidente francês, François Hollande, instou a comunidade internacional a "assumir responsabilidades” em matéria de...

“A França vai lutar contra o preço proibitivo de certos novos medicamentos, enquanto fomenta a inovação”, explicou num número especial da revista britânica.

Nesse sentido, a França “tomou a iniciativa de mobilizar o G7” para o assunto, lembrou o Presidente, recordando o que foi anunciado em março.

“Pela primeira vez este ano, uma reunião dos ministros da Saúde dos sete países mais ricos do planeta [Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá] deverá promover um diálogo e uma coordenação entre autoridades de regulação, indústria farmacêutica e pacientes”, acrescentou.

O objetivo é “assegurar aos que estão doentes um efetivo acesso aos cuidados”.

“A França já está a dar o seu contributo, tornando, por exemplo, gratuita a assistência a crianças com menos de cinco anos em quatro países do Sahel”, sublinhou.

Hollande apelou “à comunidade internacional que assuma as suas responsabilidades” e sublinhou que a determinação de França em implementar uma “verdadeira cobertura na saúde dependerá da capacidade de financiar infraestruturas de qualidade e implementar verdadeiras políticas de prevenção e educação contra as doenças crónicas”.

“A França, fiel aos seus valores fundamentais, continuará a estar na vanguarda”, escreveu o Presidente, acrescentando que em 2015 o seu país se comprometeu com “mais de mil milhões de euros para o desenvolvimento do apoio à saúde”.

Estudo
Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde alerta que as doenças não transmissíveis, como a diabetes ou a...

Realizado por cientistas do México e dos EUA, o estudo surge numa edição especial do Boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS) e revela que, embora o número de mulheres que morrem nos países de baixo e médio rendimento por causas relacionadas com a gravidez e o parto seja hoje mais baixo do que há dez anos, mais mulheres morrem de causas indiretas.

"Estamos a vencer a batalha contra as causas tradicionais de morte materna, como as hemorragias pós-parto, mas não contra as causas indiretas da mortalidade materna", disse o coautor do estudo, Rafael Lozano, do Instituto Nacional de Saúde Pública do México, citado num comunicado da OMS.

As conclusões agora divulgadas juntam-se a evidências crescentes sobre as causas de morte durante a gravidez no México e são consistentes com as mais recentes análises globais de que mais de um quarto das mortes maternas em todo o mundo se deve a causas indiretas.

A mortalidade materna, que corresponde às mortes de mulheres durante a gravidez, o parto ou nos 42 dias após dar à luz, é uma medida importante quando se calcula o nível de desenvolvimento humano de um país.

As causas diretas da mortalidade materna resultam de complicações obstétricas durante a gravidez e o parto, enquanto as causas indiretas resultam muitas vezes de doenças pré-existentes que se agravam com a gravidez e incluem doenças não transmissíveis como a diabetes ou problemas cardiovasculares, assim como doenças infecciosas ou parasitárias como o VIH, a tuberculose, a gripe ou a malária.

Os autores do estudo identificaram e reclassificaram 1.214 mortes como mortes maternas, revelando que a mortalidade materna no México tinha sido subestimada em cerca de 13%.

Como resultado, os números da mortalidade materna no México, no período do estudo, foram corrigidas de 7.829 para 9.043.

As mortes adicionais foram identificadas através de um novo método, desenvolvido pela equipa de Lozano, chamada Pesquisa Intencional e Reclassificação de Mortes Maternas.

Ao aplicar este método ao período em estudo, de oito anos, os autores concluíram que a mortalidade materna por causas obstétricas diretas diminuiu de 46,4 para 32,1 por 100.000 nados vivos, enquanto a mortalidade materna por causas indiretas aumentou de 12,2 mortes por 100.000 nados vivos, em 2006, para 13,3 mortes por 100.000 nados vivos, em 2013.

"As mortes maternas por causas diretas afetam mulheres nos municípios mais pobres, mas as mulheres que morreram de causas indiretas tinham menos gravidezes, tinham níveis mais elevados de educação e tendiam a viver em municípios mais ricos", disse Lozano.

Como muitos países de médio rendimento, o México tem registado um aumento rápido dos níveis elevados de colesterol e obesidade, deixando as mulheres em idade reprodutiva em maior risco de hipertensão e diabetes de tipo 2 pré-existentes.

A diretora-geral adjunta da OMS para a Saúde da Família, das Mulheres e das Crianças, Flavia Bustreo, lembrou que os programas de saúde materna se foram em pessoal mais qualificado nos serviços de partos e emergências obstétricas.

Mas estas medidas, que têm resultado numa redução da mortalidade materna em todo o mundo, não permitem reduzir a mortalidade por causas indiretas, sublinhou.

O estudo sublinha a necessidade de os serviços de saúde dirigidos às grávidas, recém-nascidos e crianças serem repensados para reagir a novos desafios, nomeadamente a emergente ameaça das doenças não transmissíveis para a saúde materna.

"Para reduzir a mortalidade materna indireta, os obstetras e outros profissionais de saúde que seguem mulheres durante a gravidez e o pós-parto têm de se treinar a olhar para a saúde da mulher holísticamente e não só para a sua gravidez", disse Bustreo.

Maternidade Júlio Dinis
Setenta crianças nasceram graças aos óvulos e espermatozoides doados ao Banco Público de Gâmetas, que iniciou funções há cinco...

“Gostaríamos que a afluência de dadores e dadoras fosse maior”, afirmou Isabel Sousa Pereira, responsável por este banco público, sediado na Maternidade Júlio Dinis, que pertence ao Centro Hospitalar do Porto.

Ainda assim, o Banco tem respondido de uma forma imediata aos ciclos de Procriação Medicamente Assistida (PMA), com recurso a sémen de dador, realizados no Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar do Porto (CPMA - CHP).

Já em relação aos ciclos com recurso a doação de gâmetas femininos, existe uma lista de espera de dois anos, um tempo que os responsáveis do banco gostariam de diminuir.

Desde que abriu portas, a 02 de maio de 2011, e até ao final de 2015, candidataram-se a dadores de sémen 100 homens, dos quais 22 viram o seu material utilizado.

As candidatas femininas foram 132, tendo 25 efetivado a doação dos seus óvulos.

O Banco Público de Gâmetas realizou 298 envios de gâmetas masculinos e 32 de óvulos para ciclos de PMA realizados pelo CPMA-CHP.

Isabel Sousa Pereira reconhece que o objetivo do Banco Público de Gâmetas é enviar material para todo o país e não apenas para os casais seguidos no CPMA-CHP.

Desde 2011, nasceram 70 crianças através deste material doado por “candidatos benévolos” que, “por algum motivo, estão sensibilizados para a importância da PMA e da possível necessidade de recurso a doação de gâmetas”.

Na origem da necessidade de recorrer a gâmetas de dador estão situações de azoospermia (ausência de espermatozoides), no caso masculino, e falência ovárica prematura, nas mulheres.

Isabel Sousa Pereira referiu que não tem existido promoção do Banco Público de Gâmetas, no sentido de promover as dádivas, considerando-as “importantes”.

“É notório o aumento do número de candidatos sempre que há notícias sobre este tema”, adiantou.

Por resolver continua a falta de gâmetas de raça negra. ”Não tivemos, desde a abertura, qualquer candidato masculino de etnia negra”, disse, adiantando desconhecer “o motivo” para esta ausência.

Atenta a esta falta de dadores, a Associação Portuguesa de Fertilidade anunciou em abril que vai lançar uma campanha para doação de óvulos e espermatozoides junto das universidades e associação de estudantes, por considerar que aqui existe “um elevado número de pessoas com potencial para se tornarem dadores”.

A campanha, que começará brevemente, consistirá na afixação de cartazes e na distribuição de folhetos explicativos do processo, contando-se atualmente 104 faculdades e institutos politécnicos que já aceitaram divulgar a campanha juntos dos seus alunos.

A presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, Cláudia Vieira, sublinhou que “há muitos casais que precisam da doação de gâmetas (óvulos e/ou espermatozoides) para conseguirem concretizar o sonho de serem pais”.

“Estes casais apenas podem contar com o altruísmo de outras pessoas, que aceitam doar os seus gâmetas”, disse.

"É um primeiro passo para abordar esta questão, que ainda levanta tantas dúvidas à sociedade em geral. O que queremos é que as pessoas percebam que este é um gesto altruísta, que ajudará um casal a concretizar o sonho de uma vida”, acrescentou.

Páginas