ACTua Contra o Cancro do Pulmão
Estudo europeu revela que 57% dos inquiridos têm pouco conhecimento sobre o cancro do pulmão e 36% dos inquiridos fumadores...

A Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão assinala o Dia Mundial sem Tabaco - 31 de Maio - com o lançamento em Portugal da Campanha “ACTua Contra o Cancro do Pulmão”, uma ação em parceria com a Lung Cancer Europe (LuCE).

O Cancro do Pulmão é a principal causa e morte por doença oncológica na Europa, com certa de 353 mil mortes estimadas anualmente. O tabaco é uma das principais causas da patologia. No entanto, um estudo em nove países europeus, apresentado pela Pulmonale, revelou que mais de um terço dos inquiridos que declararam ser fumadores diários (36%) afirmaram não estar preocupados com a patologia. Por outro lado, 10% dos inquiridos ainda afirmaram desconhecer fatores de risco para o cancro do pulmão, incluindo o consumo de tabaco e o fumo passivo. O estudo revelou ainda que o conhecimento sobre a patologia é muito baixo, com quase seis em cada 10 cidadãos (57%) a admitirem que não têm conhecimento sobre a doença.

Dados que preocuparam a Pulmonale e levaram a Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão a lançar no nosso país a campanha europeia “ACTua Contra o Cancro do Pulmão”, uma ação em que se procura dar voz aos sobreviventes de cancro do pulmão, chamando as pessoas a Agir, Cuidar e Testemunhar.

“O cancro do pulmão é uma das maiores ameaças de Saúde Pública da atualidade, sobretudo tendo em conta que é possível reduzir grandemente o risco de desenvolver a doença com uma decisão da maior importância como deixar de fumar”, explica António Araújo, presidente da Pulmonale. “Para lutar contra o cancro do pulmão é, também, fundamental detetar precocemente e tratar o mais rapidamente possível. Por isso é tão importante sensibilizar as pessoas para que falem com o seu médico, façam o diagnóstico precoce”, recorda o oncologista do Centro Hospitalar do Porto.

“ACTua Contra o Cancro do Pulmão” é uma campanha de sensibilização da Pulmonale como associada da Lung Cancer Europe – LuCE. Nesta campanha, cidadãos europeus são chamados a partilhar o seu testemunho pessoal sobre como agir, diagnosticar e cuidar as ajudou a superar o cancro do pulmão. As histórias são filmadas em vídeos partilhados em www.actuacontraocancro.pt.

Sobre o Cancro do Pulmão
Em Portugal o Cancro do Pulmão é a primeira causa de morte por doença oncológica, responsável, todos os anos, por perto de 3500 óbitos. E cada vez mais mulheres são afetadas por uma doença que era tradicionalmente “de homens”. Este é já o terceiro tipo de cancro mais comum no sexo feminino, e aquele que mais mata as mulheres – mais do que o cancro da mama. A prevalência da patologia faz com tenha o maior peso Económico entre todas as doenças oncológicas na União Europeia, com um custo estimado de €18.8 mil milhões, 15% dos custos totais associados ao cancro.

Atualmente, o tratamento conhece um franco desenvolvimento. Em doentes com doença avançada, e com esperança de vida limitada, tem sido possível aplicar terapêuticas que colocam as células cancerígenas a descoberto, estimulando a resposta imunológica do doente e permitindo que seja o seu próprio sistema Imunitário a lutar contra elas. Esta linha terapêutica, a imuno-oncologia tem demonstrado resultados prometedores, com uma sobrevida a ultrapassar os três anos, com menos efeitos adversos.

Sobre o Estudo Europeu
Apesar da alta prevalência do Cancro do Pulmão, um estudo em nove países europeus revelou que os cidadãos da UE pouco ou nada sabem sobre a patologia. O estudo, que inquiriu 8 263 pessoas entre os 16 e os 54 anos revelou entre outros dados que:

• Seis em cada 10 entrevistados (62%) acreditam que o cancro do pulmão é uma doença de fumadores, embora fumar seja apenas um fator de risco para o cancro do pulmão

• 45 por cento acreditam que o cancro da mama é a principal causa de morte entre as mulheres em comparação com 8% que responderam cancro do pulmão

• Quase metade de todos os entrevistados (46%) disse não estar preocupado com a possibilidade de ter cancro do pulmão, incluindo 43 por cento de pessoas que já têm experiência com cancro do pulmão e 36 por cento de entrevistados que são fumadores diários

• Oito em cada 10 pessoas (83%) nunca falou com seu médico sobre o cancro do pulmão; um número igual de fumadores (77%) também revelam ter esse comportamento

• Na sequência do estudo, a maioria dos entrevistados (90%) expressa uma vontade de tomar medidas para reduzir seu risco de cancro do pulmão, incluindo a redução de sua exposição a um carcinógenio (50%), limitar a exposição ao fumo passivo (48%) e falar com seu médico (43%)

Estudo
Os filhos de pais fumadores têm uma maior suscetibilidade ou risco de vir a fumar, independentemente da classe socioeconómica a...

O estudo foi realizado com base em inquéritos a mais de 10 mil adolescentes (entre os 14 e os 17 anos) numa cidade em cada um dos seguintes países: Bélgica, Finlândia, Alemanha, Itália, Holanda e Portugal (Coimbra).

Segundo Joana Alves, investigadora da Escola Nacional de Saúde Pública, a investigação, que foi divulgada este mês na publicação científica Journal of Public Health, vem mostrar que a maior suscetibilidade de os filhos de fumadores virem a fumar é idêntica em todas as classes sociais.

“Sabemos que os pais que fumam predominam nas classes socioeconómicas mais baixas. Com a suscetibilidade dos filhos igual em todas as classes, vamos ter no futuro uma transmissão destas desigualdades”, afirmou.

Isto mesmo é sublinhado no artigo: “se os comportamentos de pais e filhos fumadores estão associados, as desigualdades socioeconómicas no ato de fumar vão reproduzir-se por gerações”.

De acordo com o artigo, que refere também dados de estudos anteriores, ter os dois pais (pai e mãe) fumadores mais do que duplica o risco de vir a fumar.

Separando sexo masculino e feminino, os investigadores concluíram que nos rapazes a suscetibilidade para fumar está tão associada com um pai fumador como com uma mãe que fuma. No caso das raparigas, o risco é ligeiramente maior quando a mãe é fumadora.

Dados da consultora IMS Health divulgados hoje, Dia Mundial sem Tabaco, mostram que os portugueses gastaram por dia uma média de nove mil euros em produtos para ajudar a deixar de fumar no ano passado.

Ainda assim, em 2015 deu-se um decréscimo nas vendas de cerca de 10% face a 2014.

Em dez anos
Uma equipa de investigação da Faculdade de Medicina do Porto e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde...

De acordo com informação disponibilizada pelos investigadores, o número de mortes caiu de 9,3% para 7,5%, um resultado que surpreendeu os cientistas que o interpretam como uma consequência da melhoria dos cuidados de saúde prestados no país, embora não excluam outros fatores.

Os autores do estudo verificaram também que existe uma tendência crescente para classificar a causa das hospitalizações como sendo pneumonia em vez de DPOC, “o que pode contribuir para o desproporcionado número de internamentos por pneumonia em Portugal (cerca de 50 mil/ano), fazendo desta patologia uma das principais causas de hospitalização e de mortalidade no nosso país”.

O estudo foi publicado na revista científica Respiratory Medicine e teve como objetivo analisar a admissão hospitalar, a duração do internamento e a mortalidade dos doentes com DPOC internados nos hospitais portugueses, entre 2000 e 2010.

Os dados referiam-se aos hospitais públicos (onde ocorrem cerca de 85% dos internamentos) e foram cedidos pela Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS).

“A análise revelou que durante o período em estudo ocorreram 123 mil admissões hospitalares por agudizações de doença respiratória obstrutiva, estando mais de 80% dos casos relacionados especificamente com DPOC”, refere Rafael Vieira, estudante de Medicina e investigador.

Segundo este investigador, em média, foram efetuadas 80 hospitalizações por 100 mil habitantes com mais de 18 anos, no seguimento de exacerbações por DPOC. Se somarmos à DPOC outras doenças respiratórias obstrutivas, como a asma e a bronquiectasia, o número de internamentos sobe para as 103 hospitalizações por 100 mil habitantes maiores de idade.

As admissões hospitalares por DPOC foram significativamente mais elevadas nos grupos de pacientes com mais de 70 anos e o tempo médio de admissão foi de oito dias.

A DPOC é uma patologia caracterizado pela limitação crónica do fluxo de ar, falta de ar (dispneia), tosse, pieira e aumento da produção de expetoração e é progressiva e debilitante.

Atualmente, é a quarta causa de morte em todo o Mundo, sendo que a Organização Mundial de Saúde estima que venha a ocupar o terceiro lugar até 2030.

Dia 31 de Maio de 2016 – Dia Mundial Sem Tabaco
O consumo, ainda que esporádico, de produtos de tabaco está associado a um aumento de diversas doenças, sobretudo respiratórias...

De acordo com os últimos dados disponíveis, um quarto da população portuguesa dos 15 aos 64 anos é consumidora regular de tabaco.

Embora a maioria dos fumadores gostasse de deixar de fumar, a verdade é que poucos tentam seriamente.

Se tiverem um acompanhamento especializado a maioria dos fumadores refere melhoria de confiança e auto-estima quando deixam de fumar.

Numa consulta de cessação tabágica é feita uma avaliação personalizada de eventuais efeitos deletérios associados ao consumo de diferentes produtos de tabaco. Após uma análise cuidadosa da história tabágica, avaliação de grau de dependência e motivação é elaborado um plano de apoio ao fumador que poderá incluir: prescrição de medicamentos, plano nutricional, etc. É fundamental um acompanhamento do fumador ao longo de todo o processo, que inclui por vezes fases de recaída com necessidade de mais do que uma tentativa, até atingir um sucesso duradouro.

Recentemente entrou em vigor a transposição da norma europeia que contempla imagens chocantes nos maços de cigarros.

Este ano a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lançou uma campanha, para o Dia Mundial Sem Tabaco, que visa sensibilizar os mais jovens para o problema do tabagismo.

OMS
A introdução de maços de tabaco simples, sem cor nem logotipo, poderá salvar vidas, ao reduzir a sua atratividade, anunciou a...

Para marcar o Dia Mundial Sem Tabaco, que hoje se assinala, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recordou, em comunicado, que o tabaco mata seis milhões de pessoas por ano em todo o mundo, o equivalente a uma pessoa a cada seis segundos.

Sob o lema "Preparem-se para a embalagem simples", a organização apelou aos países que proíbam o uso de logotipos, cores, imagens de marca e informação promocional nos maços de tabaco.

Ao abrigo desta medida, os maços exibem apenas o nome da marca e do produto com uma letra padrão num fundo de cor pré-definida.

"As embalagens simples reduzem a atratividade dos produtos de tabaco. Matam o 'glamour', o que é apropriado para um produto que mata pessoas", disse a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, citada no comunicado.

Para a responsável, a medida "restringe a publicidade e promoção ao tabaco, limita a etiquetagem enganadora e aumenta a eficácia dos avisos de saúde".

O primeiro país a aderir à embalagem simples foi a Austrália, em 2012, e a mudança terá contribuído, até setembro último, para uma queda adicional de 0,55 pontos percentuais na prevalência do consumo de tabaco nos maiores de 14 anos, revela a avaliação da aplicação da medida pelas autoridades australianas.

Esta redução equivale a dizer que mais de 108 mil pessoas deixaram de fumar, não começaram ou não recomeçaram a fumar nesse período.

O diretor-geral-adjunto da OMS para as Doenças Não Transmissíveis e a Saúde Mental, Oleg Chestnov, disse que os resultados da introdução da embalagem simples na Austrália demonstram o grande potencial da medida: "Oferece um instrumento poderoso aos países, como parte de uma abordagem abrangente para lidar com o flagelo do consumo de tabaco".

"A embalagem simples está a tornar-se global, à medida que mais e mais países procuram os importantes ganhos em saúde que pode trazer às comunidades, disse por seu lado Douglas Bettcher, diretor da OMS para a Prevenção das Doenças Não Transmissíveis.

A OMS disponibiliza lança hoje um novo guia para ajudar os governos a aplicarem a embalagem simples nos seus países.

"A maioria dos governos está comprometida com o objetivo de reduzir a epidemia e os danos associados ao tabaco, nomeadamente as mortes por cancro e por doenças do coração e do pulmão", afirmou Vera da Costa e Silva, diretora da Convenção-Quadro da OMS para o Controlo do Tabaco.

As doenças provocadas pelo tabaco representam uma das maiores ameaças de saúde pública que o mundo já enfrentou.

Cerca de uma pessoa morre de doenças causadas pelo tabaco a cada seis segundos, o equivalente a quase seis milhões de pessoas por ano.

Estima-se que este número aumente para mais de oito milhões por ano até 2030, com mais de 80% destas mortes evitáveis a ocorrer em países de baixo e médio rendimento.

Relatório sobre as drogas
As novas substâncias psicoativas continuam a aumentar no mercado europeu, revela um relatório, que alerta para a possibilidade...

Segundo o “O Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e Evoluções”, do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), o número, o tipo e a disponibilidade de novas substancias psicoativas (NSP) no mercado europeu continuam a aumentar, com mais de 560 monitorizadas atualmente pela agência.

Desde 2014, o EMCDDA emitiu 34 alertas de saúde pública aos Estados-Membros relacionados unicamente com o consumo de novas substâncias psicoativas.

As autoridades consideram que responder com rapidez e eficácia à venda de NSP, algumas das quais altamente tóxicas, constitui um “grande desafio”.

“Os jovens consumidores podem estar a ser involuntariamente usados como cobaias de substâncias cujos potenciais riscos para a saúde são praticamente desconhecidos”, alerta o relatório.

Em 2015, foram notificadas pela primeira vez 98 novas substâncias (101 em 2014), sendo que, uma vez mais, a lista de novas substâncias notificadas foi dominada pelos canabinóides sintéticos e pelas catinonas sintéticas (24 e 26 notificados, respetivamente).

Em conjunto, estes dois grupos representam quase 80 % das 50 mil apreensões de NSP em 2014 e mais de 60% das quatro toneladas apreendidas, refere.

A este propósito, o documento destaca que a cannabis é a droga com maior número de apreensões, correspondendo a mais de três quartos das apreensões efetuadas na Europa (78%).

A quantidade de resina de cannabis apreendida na União Europeia é ainda muito superior à de cannabis herbácea (574 toneladas contra 139 toneladas) e os dados mais recentes mostram que a quantidade de resina apreendida aumentou.

“Os canabinóides sintéticos, vendidos como substitutos ‘legais’ da cannabis, podem ser altamente tóxicos, tendo sido divulgadas intoxicações em massa”, alerta.

Em fevereiro deste ano, o EMCDDA emitiu um alerta sobre a MDMB-CHMICA, um canabinóide sintético associado a 13 intoxicações fatais e a 23 não fatais na Europa desde 2014.

As catinonas sintéticas são vendidas como substitutos «legais» de estimulantes como a anfetamina, a MDMA e a cocaína, sendo que a catinona sintética alfa-PVP (5), um potente estimulante, tem sido associada a cerca de 200 intoxicações agudas e a mais de 100 intoxicações fatais desde 2011.

O relatório descreve a forma como os produtores de NSP podem estar agora a direcionar-se para consumidores de droga mais crónicos e problemáticos.

Neste domínio, as preocupações aumentam com o número de novos opiáceos sintéticos detetados, já que desde 2009, foram detetados 19 novos opiáceos, incluindo 11 fentanis, substancias “extremamente potentes” que podem ser vendidas como heroína a consumidores pouco informados, constituindo um “elevado risco de overdose”.

Em 2015, 32 mortes na Europa foram associadas ao opiáceo sintético acetilfentanil.

O relatório alerta ainda para o aumento da procura de tratamento ligado ao consumo de anfetaminas, tendo-se registado um aumento de 50% do número de utentes que iniciaram tratamento pela primeira vez com as anfetaminas como droga principal.

Outra preocupação tem que ver com o consumo injetável de estimulantes: dos novos utentes que iniciaram o tratamento em 2014 por consumo de anfetaminas como droga principal, cerca de metade (47%) indicaram a via injetável como principal via de administração.

Vários países referiram igualmente o consumo injetável de metanfetamina e catinonas com outras drogas entre pequenos grupos de homens que têm relações sexuais com outros homens, uma prática designada por ‘slamming’, associada a níveis elevados de comportamentos sexuais de risco.

Relatório revela
As mortes por overdose de heroína estão a aumentar e o consumo de ecstasy está novamente a crescer, revela o relatório europeu...

O “Relatório Europeu sobre Drogas 2016: Tendências e Evoluções”, destaca novos riscos para a saúde devido à mudança dos produtos e dos padrões de consumo.

Uma das novidades que mais está a preocupar as autoridades é o aumento das mortes por overdose associadas sobretudo à heroína e outros opiáceos, estimando-se que tenham ocorrido em 2014 pelo menos 6.800 mortes.

O relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) destaca o facto de alguns países, como Irlanda, Lituânia, Suécia e Reino Unido, terem comunicado “um preocupante aumento destas mortes”.

“As razões subjacentes a estes aumentos de overdoses fatais não são claras”, afirma o documento, apontado como hipóteses mais prováveis uma maior disponibilidade de heroína, o aumento do seu nível de pureza, a existência de consumidores envelhecidos e a mudança dos padrões de consumo, incluindo o uso de opiáceos sintéticos e medicamentos.

As overdoses são reportadas mais frequentemente entre os consumidores mais velhos (entre os 35 e os 50 anos), embora em alguns países se esteja a verificar também um aumento de mortes por overdose entre jovens com menos de 25 anos.

Apesar de a heroína continuar a ser o opiáceo mais usado, o consumo de opiáceos sintéticos está a aumentar, sendo em muitos países apontado como a principal droga referida pelos consumidores que iniciaram tratamento.

O relatório é reforçado com novos dados obtidos a partir de urgências hospitalares de várias cidades europeias, que indicam que apesar de a heroína continuar a ser a droga ilícita mais frequentemente comunicada, a cocaína, outros estimulantes e a cannabis começam a surgir com proeminência em determinadas zonas.

O observatório destaca também o aumento do consumo de estimulantes como a MDMA (vendida como “ecstasy”) e da cannabis.

A MDMA reapareceu e “está a tornar-se mais popular, tanto junto dos consumidores de estimulantes habituais como de uma nova geração de jovens consumidores”, indica o documento.

Cerca de 2,1 milhões de jovens entre os 15 e os 34 anos afirmaram ter consumido MDMA no último ano (1,7% deste grupo etário).

Embora, até há pouco tempo, o consumo de MDMA tenha registado um declínio, os dados dos últimos inquéritos apontam para um aumento do seu consumo na Europa, estando agora a ser consumida por um leque mais vasto de jovens em ambientes de diversão noturna.

O relatório cita ainda dados de um estudo complementar realizado em várias cidades, que revelam que a quantidade de resíduos de MDMA nas águas residuais municipais é maior em 2015 do que em 2011, o que poderá estar relacionado com uma maior pureza da MDMA ou com um aumento da oferta e do consumo desta droga.

O seu reaparecimento está associado à “inovação no fornecimento de precursores de MDMA, às novas técnicas de produção e à oferta online”, explica o observatório.

Pós, cristais e comprimidos com doses elevadas deste estimulante estão atualmente mais disponíveis, sendo por vezes “promovidos através de sofisticadas e direcionadas técnicas de marketing”.

“Pensa-se que esta poderá ser uma estratégia deliberadamente adotada pelos produtores para reforçar a reputação da MDMA, após um período em que a fraca qualidade e a adulteração dos produtos resultaram no declínio do seu consumo”, indica o relatório.

Quanto à cannabis, mantém-se a tendência de aumento da sua potência, do seu consumo e, consequentemente, da procura de tratamento.

“Os níveis de potência de resina de cannabis e de cannabis herbácea são os mais elevados de sempre”, revela o relatório, indicando que o número de utentes que iniciaram o tratamento pela primeira vez devido a esta droga aumentou de 45 mil, em 2006, para 69 mil, em 2014.

Estima-se que 16,6 milhões de jovens europeus com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos terão consumido cannabis nos últimos 12 meses.

No geral, as estimativas apontam para que, em 2014, 1,2 milhões de pessoas tenham recebido tratamento por consumo de drogas ilícitas na União Europeia e cerca de 644 mil consumidores de opiáceos tenham recebido tratamento de substituição.

1 de junho - Dia do Nariz Vermelho
A Feira do Livro de Lisboa vai estar de nariz vermelho no dia 01 de junho, o Dia do Nariz Vermelho, com um concerto da banda de...

A atuação dos Doutores Palhaços leva até à feira mais de uma centena de crianças de escolas lisboetas e vem recordar a importância do Dia do Nariz Vermelho (DNV) para a associação. O DNV é o maior evento anual de angariação de fundos e dinamização de atividades de solidariedade social da ONV.

Em 2016, pela primeira vez, o DNV estende-se além da população escolar e contempla ações que pretendem chegar a todas as pessoas. As dinâmicas nas escolas mantêm-se, mas há também ações com empresas e instituições e uma campanha de angariação de fundos na rua entre 01 e 05 de junho.

Vários municípios do país assinalam este dia, de norte a sul, entre os quais Leiria, Lisboa, Matosinhos, Oliveira de Azeméis, Sousel, Óbidos, Oeiras, Cascais e Loulé. Dezenas de empresas aderiram ao DNV, como as cadeias Celeiro, Go Natural, Zillian e PC Clinic.

Ainda a propósito do Dia do Nariz Vermelho, celebrado em cerca de 300 escolas de todo o país, os Doutores Palhaços da ONV vão também marcar presença nas escolas Externato O Lar da Criança, em Lisboa, e Colégio Novo da Maia, no Porto.

Mais informação sobre o Dia do Nariz Vermelho, aqui.

Infarmed
A Plataforma de Comunicações – Transparência e Publicidade foi atualizada com vista a facilitar a sua utilização, bem como,...

Há a destacar as seguintes alterações:

Na área Registo e Submissão:
- Introdução do Número de Carteira Profissional, no registo e comunicações relativas a Pessoas Singulares/Profissionais de Saúde;
- Introdução do Número de Cartão de Cidadão ou de Bilhete de Identidade, de preenchimento alternativo apenas para Pessoas Singulares/Profissionais de Saúde que declarem não dispor de Número de Carteira Profissional.

Na Listagem Pública:
- Introdução de um campo de pesquisa livre nas listas contribuições declaradas e aceitações declaradas.

Estas alterações foram já apreciadas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e ficam disponíveis a 31 de maio de 2016.

O Número de Carteira Profissional ou o Número de Cartão de Cidadão/Bilhete de Identidade passará a ser campo de preenchimento obrigatório a partir de 1 de julho de 2016, quer se tratem de comunicações de benefícios recebidos ou concedidos respeitantes a Pessoas Singulares/Profissionais de Saúde

Os esclarecimentos adicionais sobre esta matéria podem ser solicitados à Direção de Inspeção e Licenciamentos/Equipa da Publicidade através de [email protected].

Dia Mundial sem Tabaco
Os portugueses gastaram por dia uma média de nove mil euros em produtos para ajudar a deixar de fumar no ano passado, que ainda...

Os dados da consultora IMS Health conhecidos hoje, Dia Mundial sem Tabaco, mostram que em 2015 os portugueses gastaram 3.286.631 euros em embalagens de produtos antitabagismo.

O consumo deste tipo de medicamentos ou produtos tem registado uma quebra desde 2012, ano em que foram vendidas mais de 216 mil embalagens. Já em 2015, o consumo não atingiu as 133 mil.

Na comparação dos quatro anos, entre 2012 e 2015, as vendas de produtos para ajudar a deixar de fumar diminuíram quase 40% em unidades vendidas, com o valor das vendas a registar uma diminuição de 21% no mesmo período.

A queda de vendas foi mais acentuada nas farmácias, com quebras superiores a 40% em termos de unidades, enquanto as parafarmácias registaram uma diminuição de 26%.

Apesar desta diferença nas quebras, em 2015 as farmácias venderam quase 70% dos produtos antitabágicos.

As gomas antitabágicas são o tipo de produto para deixar de fumar com mais adesão, com 87 mil unidades vendidas em 2015 e um ligeiro aumento de 1% face a 2012.

Já os comprimidos ou cápsulas, que há quatro anos eram os produtos mais procurados, sofreram quedas severas, de 78%, vendendo em 2015 cerca de 23.000 embalagens, contra as mais de 100 mil que se consumiram em 2012.

Estudo
Os portugueses fazem com a devida frequência mamografias e citologias, mas menos consultas de saúde oral e pesquisas de sangue...

O estudo, que contou com a participação de 4.911 pessoas, representativas da população portuguesa, analisou o estado da saúde dos portugueses, mas também os seus comportamentos preventivos.

“Na população feminina entre os 50 e os 69 anos de idade, o Inquérito Nacional de Saúde com exame físico (INSEF) observou uma elevada prevalência de realização de mamografia nos dois anos anteriores à entrevista, estimada em 94,8%”, lê-se nas conclusões do inquérito.

O exame não é, contudo, feito com a mesma frequência em todo o país, pois a região Centro apresenta a prevalência mais elevada (98,7%), enquanto a região do Algarve a mais baixa: 87,1%.

Em relação à citologia cervico-vaginal, este exame foi realizado nos três anos anteriores à entrevista por 86,3% da população feminina entre os 25 e os 64 anos de idade, enquanto 9,8% o terá realizado há mais de cinco anos, ou nunca o realizou.

“As percentagens mais elevadas de realização deste exame nos três anos anteriores observaram-se entre os 35 e os 44 anos (90,8%), na região Norte (91,7%), nas mulheres com ensino superior (88,2%) e naquelas com trabalho remunerado (88,7%), e as menores (77,0%) entre os 55 e os 64 anos de idade, grupo no qual 17,4% das mulheres nunca terá realizado este exame ou o terá realizado há mais de cinco anos, na região autónoma dos Açores, Alentejo e na Região Autónoma da Madeira, com respetivamente 22,1%, 16,1% e 16,0%”.

Os autores do estudo sublinham que “na população alvo com médico de família atribuído, 87,3% tenha realizado citologia cervico-vaginal nos três anos anteriores, valor significativamente superior ao da população alvo sem médico de família atribuído (79,9%)”.

Sobre a pesquisa de sangue oculto nas fezes nos dois anos anteriores à entrevista, esta foi a que registou “as menores estimativas a nível nacional (45,7%), valor muito próximo a estimado para a população que nunca realizou este exame na sua vida (44,2%)”.

Números igualmente reduzidos foram os identificados no decorrer do inquérito sobre as consultas de saúde oral.

“Nos 12 meses anteriores à entrevista, pouco mais de metade da população estudada (51,3%) consultou um profissional de saúde oral, com maior frequência na população feminina”.

O motivo mais frequente foi a consulta de rotina (43,1%) e o tratamento de emergência (39,4%).

Na população estudada, “1,9% nunca utilizou uma consulta de saúde oral, valor que era mais elevado na população sem escolaridade (6,4%) ou com escolaridade a nível do primeiro ciclo e na população sem atividade profissional (8,8%)”.

Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
Uma elevada prevalência de hipertensão arterial, obesidade e diabetes, bem como altos níveis de sedentarismo, de consumo de...

Trata-se do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), promovido e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública e com as administrações regionais de saúde do continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Os indicadores apurados referem-se à população com idades entre os 25 e os 74 anos, tendo contado com a participação de 4.911 pessoas (2.265 homens e 2.646 mulheres), que realizaram, para o efeito, um exame físico, colheita de sangue e entrevista.

Carlos Dias, coordenador geral do INSEF, disse que o inquérito proporciona dados que, “ainda numa fase de análise muito prévia, confirmam alguns indicadores preocupantes em termos da prevalência da obesidade, hipertensão e da diabetes”, mas também outros que atestam “um elevado grau de sedentarismo”.

O estudo indica que, em 2015, o estado de saúde da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos de idade caracterizava-se por uma “elevada prevalência de algumas doenças crónicas”, como a hipertensão arterial, a obesidade e a diabetes.

O INSEF abordou também o consumo das bebidas alcoólicas, apurando que cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu consumo perigoso de álcool (binge drinking), valor muito superior ao do sexo feminino (5,3%).

Este tipo de consumo era mais prevalente no grupo etário mais jovem, tanto nos homens (51,9%), como nas mulheres (13,7%), diminuindo com a idade.

A regiões do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira tinham as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos.

Em relação ao tabaco, o inquérito refere que este era consumido diariamente ou ocasionalmente por 28,3% da população masculina e por 16,4% da população feminina, observando-se prevalências mais elevadas no grupo etário 25 a 34 anos (45,6% nos homens e 25,1% nas mulheres) e menores no grupo etário 65 a 74 anos (10,8% nos homens e 2,5% nas mulheres).

A região Autónoma dos Açores tinha as prevalências mais elevadas nos homens (42,8%) e a região do Algarve (22,2%) nas mulheres.

Nas mulheres, o consumo de tabaco aumenta com a escolaridade mais elevada, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia, independentemente da idade.

Os desempregados tinham prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos (43% nos homens e 27% nas mulheres).

A exposição ambiental ao fumo do tabaco afetava 12,8,% da população e era mais frequente entre os homens na Região Autónoma dos Açores, na população com segundo ou terceiro ciclo do básico e nos desempregados.

A investigação adianta que o sedentarismo nos tempos livres afetava 44,8% da população, com maiores prevalências nas mulheres, no grupo etário entre os 55 e os 64 anos (46,9%), na Região Autónoma dos Açores (52,5%), na população com menor escolaridade (51,6%) e desempregada (46,9%).

Para Carlos Dias, estes indicadores mostram-nos “algumas necessidades em saúde que certamente irão ser levadas em consideração pelos serviços públicos”.

Esta radiografia revela ainda que o país não é todo igual nas matérias abordadas, o que, para o seu coordenador, “é uma vantagem”.

“O INSEF mostra-nos que, em termos geográficos, existem regiões onde alguns indicadores tomam níveis mais preocupantes, como a Região Autónoma dos Açores, onde o elevado consumo de tabaco é confirmado, assim como outros indiciadores como um baixo consumo de frutas e legumes”, prosseguiu.

Além das diferenças regionais, o inquérito identificou diferenças entre os grupos com mais ou menos escolaridade e entre os que têm trabalho remunerado e os que não têm, como domésticas ou desempregados.

Relatório revela
Dos 1,1 milhões de pessoas elegíveis para rastreio do cancro do colon e reto em Portugal, apenas dois por cento estão cobertos...

Os dados constam do relatório de Avaliação e Monitorização dos Rastreios Oncológicos de Base Populacional, disponibilizado pela Direção Geral da Saúde no seu site, o qual refere que, em 2015, a cobertura populacional total aumentou ligeiramente em relação a 2014.

Para este rastreio foram convocados 24.535 utentes (22.187 em 2014) e rastreados 15.639.

O documento aponta ainda dados referentes aos rastreios ao cancro do colo do útero e do cancro da mama.

Sobre este tipo de exames, os autores referem que, “pese embora alguns avanços verificados no ano 2015 na implementação dos três rastreios oncológicos de base populacional, ainda há um significativo caminho a percorrer para alcançar o desiderato desejado da cobertura total nacional”.

“Passados todos estes anos de implementação dos programas de rastreio de base populacional, os progressos nesta matéria tem sido quase nulos”, lê-se no documento.

Para os responsáveis do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, que elaboraram o documento, “subsistem problemas na qualidade dos dados (moradas desatualizadas e/ou incompletas) que servem de base à extração da população alvo do rastreio, que ultrapassam a esfera de competência das ARS e que condicionam o processo e os resultados dos programas de rastreio designadamente taxa de adesão e taxa de rastreio)”.

Os rastreios de base populacional do cancro colo-retal têm de começar a nível nacional até ao fim deste ano, segundo um despacho publicado em abril em Diário da República.

A cobertura regional total para os rastreios de base populacional tem de ser garantida até 31 de dezembro de 2017.

APDP destaca intervenção dos cuidados de saúde
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, em Portugal, em 2014, registaram-se menos 6% de mortes causadas por diabetes...

“A diminuição de mortes com origem na diabetes é o resultado do desempenho e do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos pelos profissionais dos cuidados de saúde junto da população com diabetes, e de uma melhor articulação entre os diferentes níveis de cuidados, nomeadamente através da criação das Unidades Coordenadoras Funcionais de Diabetes de todo o país e da APDP”, comentou João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

As estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que as mortes motivadas por diabetes representam 4,1% da mortalidade no país. No total, em 2014, morreram 4.275 pessoas por causa da diabetes, sendo a idade média do óbito de 80,5 anos.

No ano em análise, as mulheres foram as principais vítimas (2.422), registando-se uma relação de género de 76,5 óbitos masculinos por cada 100 femininos.

Olhando para a distribuição geográfica, verifica-se que as taxas mais elevadas situam-se nas regiões da Beira Baixa e Alentejo Central (88,2 e 72,6 respetivamente) e a mais baixa na região do Cávado (16,4).

A diabetes, apesar da diminuição de 6%, continua a ser a maior causa de morte no campo das doenças metabólicas.

1 de junho - Dia Mundial da Criança
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra proporciona manhã lúdica e pedagógica, que visa promover o conhecimento dos mais novos...

São 136 os meninos do 1º ciclo do ensino básico que, no dia 1 de junho, vão participar num conjunto de workshops organizados pela Escola Superior de Enfermagem (ESEnfC) para comemorar o Dia Mundial da Criança, subordinados ao tema "Aprender, brincando aos enfermeiros".

Mostrar aos mais novos o que é ser enfermeiro e promover o conhecimento da criança sobre cuidados de Enfermagem em Saúde Infantil e Pediatria são objetivos da participação nestes ateliês, com início às 9h30, nas instalações a ESEnfC em São Martinho do Bispo (Polo B).

“A vacinação é muito importante!”, “Tenho uma ferida, e agora o que faço?”, “Vamos à consulta de Enfermagem em Saúde Infantil e Pediatria! ” e “Nasceu um bebé, e agora como se faz? ” são alguns temas das oficinas dirigidas às crianças da Escola Básica do 1º Ciclo (EB 1) de Almas de Freire, da freguesia de Santa Clara, em Coimbra.

O programa de atividades compreende, ainda, os workshops “As minhas mãos estão bem lavadas?”, “Sinais vitais, o que é isso? ”, “Estou dentro de um Bloco Operatório” e “Será que há oxigénio engarrafado?! ”.

"Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança. É uma preparação para a vida adulta, pela interiorização de habilidades e comportamentos", afirma a organização da atividade comemorativa, da responsabilidade da Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem da Saúde da Criança e do Adolescente, da ESEnfC, e que tem a colaboração dos estudantes do 3º ano do curso de licenciatura em Enfermagem em ensino clínico de Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria.

Paralelamente aos workshops, decorre, nos polos A (Avenida Bissaya Barreto, em Celas) e B da ESEnfC, uma exposição de desenhos realizados pelos alunos da EB 1 de Almas de Freire, a respeito do tema "Eu sou enfermeiro".

Em Lisboa
O comissário europeu para os Assuntos Internos, Dimitris Avramopoulos, apresenta na terça-feira em Lisboa o relatório sobre...

Avramopoulos irá apresentar o relatório anual elaborado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), sediado em Lisboa, e que centraliza as informações relativas ao fenómeno da droga na União Europeia.

"A Europa enfrenta um problema crescente com drogas", disse o comissário, salientando que o relatório "irá fornecer dados importantes sobre as tendências atuais, sendo um instrumento importante para os decisores europeus definirem as suas políticas e ações para reduzirem os malefícios relacionados com a droga".

O comissário disse ainda esperar que o relatório faça uma "análise de alto nível" sobre as tendências da oferta, prevalência de consumo, prevenção e tratamento na UE, Turquia e Noruega.

Durante a sua estada em Lisboa, Avramopoulos, que tem também a pasta das migrações, irá encontrar-se com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Quando tiver vontade de matar aquele mosquito irritante, pegue antes num copo e apanhe-o, porque assim pode ajudar a prevenir a...

O apelo é do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), em Lisboa, que tem em vigor o programa de ciência cidadã Mosquito Web, através do qual qualquer pessoa pode apanhar um mosquito e enviá-lo gratuitamente para ser estudado no instituto.

O IHMT faz a vigilância das populações de mosquitos em Portugal, em colaboração com as autoridades de saúde, mas "dez milhões de cidadãos ativos superam largamente a eficiência de todos os entomologistas de Portugal", pode ler-se na página do programa (http://mosquitoweb.ihmt.unl.pt/).

Se não o fizer apenas por curiosidade científica, pode fazê-lo para se proteger de doenças graves, como o Zika, febre-amarela ou as febres de Dengue e de Chikungunya, todas transmitidas por mosquitos.

É que Portugal continental é, há duas ou três décadas, um território de alto risco para a introdução de duas espécies invasoras de mosquitos transmissores desses vírus, disse em entrevista à Lusa a investigadora Carla Sousa, do IHMT.

Embora o programa Mosquito Web exista desde junho de 2014, a adesão tem ficado "muito aquém do que poderia ser", disse a investigadora do IHMT.

Um programa semelhante foi lançado na Holanda e, ao fim de três semanas, o instituto responsável teve de parar todas as outras atividades para conseguir dar resposta aos exemplares enviados pela população, contou Carla Sousa.

Hoje, com o verão à porta e com ele uma nova época de mosquitos, a investigadora lança o desafio: "Participem no Mosquito Web porque o Aedes albopictus está a chegar à região de Sevilha".

E porque é que é importante detetar cedo a presença destes mosquitos?

"O que sabemos é que se estas espécies forem detetadas precocemente - diz-se empiricamente antes de passar o primeiro inverno - há ainda uma boa probabilidade de se impedir a instalação da espécie. (...) Se tal não for feito atempadamente, é quase impossível erradicar a espécie de uma nova região", explicou Carla Sousa.

O problema é que estes mosquitos estão muito bem adaptados ao ambiente humanizado: "Eles exploram-nos de todas as maneiras. Este mosquito consegue fazer todo o seu ciclo de vida sem sair da mesma habitação. Pode coabitar connosco e fazer todo o seu ciclo de vida sem sair para o exterior", exemplificou a investigadora, referindo-se ao A. aegypti.

Por isso, a solução é ter sistemas de vigilância e atuar assim que é detetada uma nova espécie, aproveitando o período em que a população de mosquitos está suficientemente frágil para poder ser erradicada.

Para facilitar a participação da população nesta tarefa, o Instituto está a preparar, juntamente com a Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, uma aplicação para telemóveis.

Se tudo correr bem, no próximo verão poderá deixar o copo no armário e munir-se antes do telemóvel para fotografar o próximo mosquito irritante.

Por ano
Os insetos transmitem doenças que matam mais de um milhão de pessoas por ano em todo o mundo e todos os anos registam-se mais...

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças transmitidas por insetos vetores representam 17% de todas as doenças infecciosas.

A malária, transmitida pelos mosquitos Anopheles, infetou mais de 214 milhões de pessoas e matou 438 mil doentes em 2015,

A febre de Dengue, transmitida pelos mosquitos Aedes, é a doença transmitida por vetores que mais tem crescido, tendo a sua incidência aumentado 30 vezes nos últimos 50 anos.

Os mesmos mosquitos provocam outras doenças, como a febre-amarela, o vírus do Rio Nilo, a Chikungunya ou o Zika, que já fez mais de um milhão e meio de casos no Brasil e que os cientistas associam a casos de microcefalia congénita e de encefalite.

A transmissão do agente patogénico - parasita no caso da malária e vírus no caso do Dengue ou do Zika - é feita através da picada do inseto e apenas as fêmeas picam porque só elas precisam de uma refeição de sangue para produzirem os ovos.

Existem cerca de 3.500 espécies de mosquitos e graças à globalização - viajam com os humanos em automóveis, camiões, navios e aviões - estão espalhados por todo o mundo.

Mas a maioria dos mosquitos não viaja longe sozinho. Se tiverem onde se alimentar e onde se reproduzir por perto, não se deslocam mais longe.

Na sua fase imatura, os mosquitos são seres aquáticos, eclodindo e desenvolvendo-se em água estagnada, onde se alimentam de algas microscópicas e onde, por sua vez, servem de alimento aos peixes.

Enquanto adultos, são consumidos por aves, morcegos e aranhas.

Desde a invenção do inseticida DDT em 1939, os humanos têm tentado acabar com os mosquitos, mas eles aprendem a resistir a cada nova geração de veneno, tornando-se ainda mais fortes.

Como diz a entomologista do Instituto Pasteur de Paris Anna-Bella Failloux, "simplesmente não conseguimos erradicar os mosquitos".

Por isso, a solução é evitarmos servir-lhes de alimento, usando todas as técnicas possíveis para impedir a picada.

Usar repelente e roupas largas e claras, recomenda a entomologista Carla Sousa, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

Se houver declaração de um surto é obrigatório, mas mesmo que não haja, caso se viaje para zonas onde existem os mosquitos Aedes, como a Madeira ou outras zonas da Europa, é recomendável "até porque a picada é dolorosa e provoca reação alérgica".

Cientista alerta
Portugal continental é um território de alto risco para a introdução de duas espécies de mosquitos que transmitem doenças como...

Carla Sousa, entomologista e investigadora no Instituto de Higiene e Medicina Tropical falava em entrevista depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) elevar de baixo para moderado o risco de propagação do vírus Zika na Europa este verão, em particular na Madeira e na costa do Mar Negro.

Sem se mostrar surpreendida com a decisão da OMS, Carla Sousa explicou que o alerta para a ilha da Madeira e para a costa do Mar Negro se deve à existência, nesses dois pontos da Europa, de populações do mosquito Aedes aegypti, o mais competente para a transmissão do Zika.

No entanto, uma outra espécie que já se provou em laboratório transmitir a doença, o Aedes albopictus, colonizou 20 países na Europa desde os anos 80 e tem vindo a descer a costa sul de Espanha em direção ao Algarve.

"Portugal, desde há duas ou três décadas, quando vemos mapas de risco para a introdução destes mosquitos, por questões geográficas, históricas e agora por questões económicas, é sempre um território de alto risco para a introdução de qualquer uma destas espécies", disse Carla Sousa.

Ambas as espécies transmitem também Dengue, Chikungunya ou febre-amarela, doença que já fez mais de 2.500 casos suspeitos e 299 mortos em Angola.

Tradicionalmente, a migração destes mosquitos faz-se no transporte de cargas, nomeadamente de pneus usados ou de bambus da sorte, plantas que foram moda há alguns anos.

Com transporte terrestre por toda a Europa e trocas comerciais regulares com países que têm populações destes mosquitos, Portugal tem muitas 'portas de entrada'.

As migrações humanas são outro meio preferencial.

O mosquito que existe na Madeira, por exemplo, será originário da Venezuela ou do Brasil, o que "faz sentido", tendo em conta as tendências migratórias, explicou a entomologista: a Venezuela tem uma vasta comunidade de madeirenses e a Madeira tem vindo a ser muito procurada por imigrantes brasileiros, logo há correntes migratórias de saída e de entrada.

Os ovos dos mosquitos sobrevivem até seis meses mesmo sem água e podem ser transportados de uma zona endémica para uma zona livre num simples prato, daqueles que se põe debaixo dos vasos e que acumulam sempre alguma água, contou Carla Sousa.

Ao chegar a um novo destino, basta que o prato volte a servir de recetáculo para água para os ovos eclodirem e darem origem a uma nova população.

Como cada fêmea distribui por vários pontos os cerca de 200 ovos que põe por postura, cada pratinho poderá ter ovos de várias fêmeas diferentes, o que é "uma grande vantagem do ponto de vista da sobrevivência", disse a entomologista.

Vantagem para o mosquito equivale a dizer desvantagem para os humanos.

Impedir a entrada de mosquitos é difícil, por isso o trabalho das autoridades concentra-se na vigilância, para detetar precocemente a presença de uma comunidade invasora e tomar medidas para tentar erradicá-la enquanto ainda é frágil.

"Mas o primeiro sinal de alerta muitas vezes nem vem dos sistemas de vigilância. A grande maioria das vezes, vem da população local", já que estes mosquitos são muito agressivos, picam até através de calças de ganga, e a picada provoca reações alérgicas fortes.

No entanto, desde que surgem as primeiras queixas no centro de saúde até as autoridades suspeitarem de uma espécie invasora, "geralmente já se passou muito tempo".

Como para haver um surto de uma doença destas é preciso haver simultaneamente e no mesmo lugar uma população humana suscetível, o vírus causador da doença e uma população de mosquitos competentes para transmiti-lo, evitar a instalação dos insetos é uma boa aposta.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, lanç

Este documento, com autoria de docentes das faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação e de Medicina da Universidade do Porto, foi criado com o objetivo de informar, educar e ajudar os setores da restauração, hotelaria e turismo a lidar com a alergia alimentar e com disposições europeias previstas para esta área. A informação disponível relativamente à presença de alergénios nos alimentos processados e preparações culinárias é exemplificativa, permitindo a adaptação ao desenvolvimento de novos géneros alimentícios e receitas culinárias.

A possibilidade de um doente com alergia alimentar poder desfrutar de uma refeição “fora de casa” em segurança e com qualidade de vida, depende em grande parte do compromisso da restauração em criar situações que facilitem a integração destes doentes.

A legislação que entrou em vigor em Dezembro de 2014 vem reforçar a necessidade de promoção da segurança do doente com alergia alimentar, obrigando a que os clientes devam ser avisados que poderão solicitar informações sobre a presença de alergénios nos produtos que vão consumir.

Assim sendo, é importante que todos os colaboradores dos estabelecimentos de Hotelaria e Restauração saibam o que é a alergia alimentar, quais as suas manifestações clinicas, e quais os alimentos maioritariamente implicados, para poderem assegurar a qualidade e a segurança das refeições servidas.

No manual participaram ativamente a APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo, a ALIMENTA – Associação Portuguesa de Alergias e Intolerâncias Alimentares e a ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.

A componente científica é endossada pela SPAIC - Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, e por médicos e nutricionistas das Faculdades de Medicina e Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Consulte aqui o manual:

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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