Garantir o direito de acesso a cuidados de saúde da população idosa mais carenciada
É lançado em Portugal o Banco do Medicamento, uma plataforma solidária que visa ajudar os idosos com graves carências...

As estatísticas são claras quanto à gravidade desta realidade. De acordo com o Estudo Nacional sobre a Adesão à Terapêutica, um terço dos doentes crónicos admite que não compra os medicamentos por falta de dinheiro e dados divulgados em 2015 indicam que 20 a 25% das prescrições médicas não são adquiridas. 

“Através do Banco do Medicamento, a Associação Cuidar Solidário pretende garantir condições necessárias para que os reformados e pensionistas acima dos 65 anos e em grave carência económica, possam aceder em condições de igualdade aos medicamentos que necessitam”, explica Luis Duarte, Presidente da Associação Cuidar Solidário.

A Associação Cuidar Solidário está a constituir parcerias com Câmaras Municipais, indústria farmacêutica, empresas privadas e outras instituições. O projeto piloto iniciar-se-á em Vila Nova de Foz Côa e Alvito, estando a decorrer contactos com outros municípios.

XVII Jornadas do Núcleo da Doença VIH
As repercussões das migrações sobre o atual panorama da infeção por VIH na Europa serão um dos temas em destaque na XVII...

A implementação, de um modo organizado e eficiente, de um programa de testes rápidos de VIH é uma das medidas preventivas sugeridas pelo Núcleo da Doença VIH (NEDVIH) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Telo Faria, coordenador do NEDVIH, explica que “os dados epidemiológicos da infeção por VIH dos países de origem dos migrantes que hoje chegam à Europa são escassos, refletindo a debilidade dos respetivos sistemas de saúde. Daí a questão legítima que se deverá colocar: haverá zonas do globo, nomeadamente, a Europa, sujeitas a curto e médio prazo, a aumento de incidência e prevalência da infeção VIH, pelas atuais migrações destes povos, nomeadamente do Médio Oriente, mas também do Leste Europeu?”.

Há ainda outras questões que preocupam o especialista: “de que modo poderá acontecer este aumento de prevalência? Diretamente, pela própria imigração de seropositivos ou de modo indireto, por aumento de comportamentos de risco das novas populações? E as atuais estruturas dos sistemas de saúde europeus, terão capacidade de dar respostas adequadas e eficientes?”.

Para Telo Faria a solução pode passar por “canalizar recursos de saúde pública, em colaboração com as ONGs no sentido de atuarem no terreno, essencialmente em duas vertentes, primeiro, para um conhecimento o mais rigoroso possível da epidemiologia da população imigrante, através de implementação de um modo organizado e eficiente, de um programa de testes rápidos. Depois, dinamizar ações de informação, esclarecimento, formação e implementação de um programa preventivo sobre as referidas populações e, simultaneamente, providenciar no sentido de um acesso rápido e consequente aos serviços de saúde. Tudo isto teria que ser feito com a inteligência e sensibilidade por parte dos serviços de saúde de forma a respeitar os hábitos e cultura desses povos”.

A doença VIH e comorbilidades, as hepatites e o VIH e a terapêutica antiretrovírica – estado da arte serão outros dos temas em debate nestas jornadas, durante as quais o NEDVIH atribuirá um prémio no valor de mil euros ao melhor caso clínico.

Mês do Coração
O Mês do Coração, que decorre em maio, vai ser este ano assinalado com um alerta da Fundação Portuguesa de Cardiologia para o...

Com o mote “Cuide da sua máquina”, a campanha pretende chamar a atenção da população portuguesa para sintomas que habitualmente não são associados a problemas do coração.

Entre estes sintomas, que são os primeiros sinais de alerta para a insuficiência cardíaca, consta a dificuldade em respirar (dispneia), o inchaço dos membros inferiores devido à acumulação de líquidos, uma fadiga intensa, tosse ou pieira, náuseas e aumento de peso.

Segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), uma em cada cinco pessoas vai desenvolver insuficiência cardíaca ao longo da sua vida, uma situação clínica debilitante, em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para todo o corpo.

Nuno Lousada, cardiologista e administrador da FPC, recorda que “cinco anos é o tempo médio de vida para metade dos doentes com insuficiência cardíaca, após o seu diagnóstico”.

“É urgente aumentar o reconhecimento e conhecimento público dos sintomas da insuficiência cardíaca. Apesar da melhoria de cuidados verificada nos últimos 20 anos, a mortalidade por insuficiência cardíaca permanece inaceitavelmente elevada”, disse.

O risco de desenvolver insuficiência cardíaca aumenta com a idade e, em geral, tem tendência a ser mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Um quinto das pessoas irá desenvolver insuficiência cardíaca em alguma altura das suas vidas.

Estudo deteta
Uma injeção de anticorpos produzidos em laboratório protegeu alguns macacos de uma espécie de HIV por quase seis meses, abrindo...

Expostos ao HIV semian (SHIV) uma vez por semana, os macacos não tratados contraiam o vírus passadas três semanas, em média, enquanto os macacos do estudo permaneceram livres do vírus por 23 semanas, disseram os investigadores.

“Em populações humanas com alto risco de contrair o vírus causador de SIDA, tal proteção, ainda que temporária, poderá ter um impacto profundo sobre a transmissão do vírus", afirmou a equipa de investigação alemã sediada nos Estados Unidos, ao jornal Nature.

Injeções de anticorpos foram usadas para proteger viajantes contra a hepatite A, até à disponibilização da vacina na década de 1990, e alguns esperam que a técnica permita evitar milhões de infeções pelo HIV até à criação de uma vacina.

Uma única injeção "foi suficiente para proteger os macacos contra a infeção SHIV durante vários meses", escreveu a equipa.

O estudo serviu como "prova de conceito" de que injeções periódicas de anticorpos podem ser úteis como uma alternativa à vacinação, embora seja preciso continuar as pesquisas para perceber a efetividade da replicação em humanos, acrescentaram os investigadores.

Desde que o surto da SIDA começou no início de 1980, cerca de 71 milhões de pessoas foram infetadas pelo HIV e cerca de 34 milhões de pessoas morreram, de acordo com estimativas da ONU.

Não há cura, e a única maneira de lidar com o HIV é a toma de medicamentos antirretrovirais, ao longo da vida para travar a replicação do vírus.

A busca por uma vacina contra o HIV tem sido longa e frustrante, apesar de centenas de milhões de dólares de financiamento.

Sistema imunitário
Ansiedade e stress crónico afetam, e muito, a nossa saúde.

Problemas de garganta, tensão muscular, inflamações e infeções são algumas das consequências do excesso de stress ou ansiedade.

Não são raras as vezes, aliás, que adoecemos após um período de maior stress e que, a longo prazo, pode trazer complicações mais graves para a saúde como o aparecimento de doenças cardiovasculares ou o comprometimento da função de outros órgãos. 

O stress e a ansiedade podem ser definidos como um desgaste geral do organismo, causado pelas alterações psicofisiológicas que ocorrem quando somos “obrigados” a estar perante situações que nos irritam, excitam, amedrontam ou, até, nos fazem muito felizes.

Vários estudos demonstram que a ansiedade e o stress têm uma relação complexa com o sistema imunitário enfraquecendo-o. Aliás, foi na década de 80 que se passou a entender a imunidade como fazendo parte de todo um sistema complexo, que está diretamente ligado às nossas emoções.

De acordo com os especialistas, o sistema endócrino e nervoso, por exemplo, influenciam as nossas defesas através da produção hormonal que responde aos mais diversos estímulos.

A verdade é que, quando nos sentimos bem o nosso organismo funciona de uma forma equilibrada.

Quando somos expostos a uma forte carga emocional, o nosso organismo produz hormonas de uma forma descontrolada, afetando não só as nossas células de defesa como todas as funções orgânicas que ele desempenha.

Uma das hormonas produzidas para combater o stress é o cortisol. Quando o organismo está exposto, por um longo período de tempo, ao stress ou ansiedade, o cortisol atua com a função de o eliminar.

Para tal, a sua ação, que ajuda a reduzir a inflamação natural do corpo, faz com que este se torne resistente ao próprio cortisol, o que leva a que se gere um estado de inflamação crónico que compromete a função do sistema imunitário, tornando-o menos capaz de combater os agentes externos como os vírus ou bactérias.

Fadiga intensa, gripes e constipações são algumas das consequências diretas desta ação.

Em alguns casos, no entanto, o stress pode ter o efeito oposto tornando o sistema imunitário super ativo, dando origem ao aparecimento de doenças auto-imunes, nas quais próprio sistema ataca as suas próprias células.

Deste modo, para evitar que a ansiedade leve a melhor sobre a saúde há que adotar algumas medidas como a prática de exercício físico, por exemplo.

Quando praticado regularmente, o exercício promove a libertação de substâncias que melhoram o humor, ajudando a combater estados de stress ou ansiedade.

Por outro lado, os especialistas defendem que deve dormir bem, de modo a aumentar a suas defesas.

Embora não exista um padrão de horas de descanso, aconselha-se que durma entre 7 a 8 horas por noite.

Uma dieta saudável também o pode ajudar. Frutas, vegetais, farinhas e cereais integrais, frutas secas e legumes não podem faltar à mesa.

Caso queira reforçar a ação do seu sistema imunitário, aposte em frutas ricas em vitamina C - um antioxidante que aumenta a resistência do organismo - como a laranja ou kiwi.

Brócolos, couve, espinafre ou feijão são alguns alimentos ricos em ácido fólico, um nutriente que auxilia na formação de glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo.

As leguminosas e os cereais integrais são ótimas fontes de zinco, contribuindo para o combate a doenças como gripes ou constipações.

Rico em vitamina C e B6, e tendo uma ação bactericida, o gengibre é um excelente aliado do sistema imunitário, aumentando as defesas do organismo.

Para combater a ansiedade, aposte nos hidratos de carbono que nos dão energia e promovem a boa disposição, e coma bananas.

De acordo com um estudo realizado por investigadores do Instituto de Pesquisa de Alimentos e Nutrição das Filipinas, esta fruta ajuda a combater a depressão e alivia sintomas de ansiedade. Rica em triptofano auxilia na produção de serotonina.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Presidente garante:
O transporte de doentes entre hospitais pelo INEM é um problema que tem mais de quatro anos, mas que já está resolvido,...

O presidente do conselho de administração do Instituto Nacional de Emergência Médica, Luís Meira, foi hoje ouvido na Comissão Parlamentar de Saúde a pedido do CDS-PP, que pretendia obter esclarecimentos sobre o transporte de doentes entre hospitais.

Em causa estão declarações recentes do bastonário da Ordem dos Médicos, segundo as quais os meios do INEM estavam a ser usados em transportes de doentes entre hospitais, o que deveria ser feito pelas equipas daquelas unidades, comprometendo a proteção das vítimas de situações súbitas graves e de acidentes.

“Esta atividade das VMER [Viatura Médica de Emergência e Reanimação], de transporte inter-hospitalar não é de ontem. A partir de final de 2011, início de 2012, têm sido utilizadas para este transporte, desde que foram integradas [nos hospitais], explicou o presidente do INEM em resposta aos deputados.

Luis Meira esclareceu ainda que desde essa altura que se tenta enquadrar a atividade das VMER, o que terá ficado resolvido este ano com a publicação de um despacho, a 14 de abril, que proíbe o transporte de doentes entre hospitais em viaturas de emergência do INEM.

“Este despacho veio dar resposta a este problema. O INEM não se quer pôr de fora do problema, quer fazer parte da solução”, afirmou, lembrando que, entre hospitais, também há doentes que correm risco e vida e precisam de meios avançados para sobreviver.

O responsável sublinhou ainda que muitas vezes o INEM ajudou porque os hospitais não puderam resolver.

Com este novo enquadramento legal, o que o presidente da instituição espera é que as VMER não sejam “pura e simplesmente afastadas da situação, mas que os hospitais sejam parte importantíssima”.

“Tem que haver normas claríssimas para que o uso das VMER seja excecional e não comprometa a sua atividade”, afirmou, concretizando: perante situações concretas de doentes que precisem de determinados tempos de resposta, casos críticos ou de tal gravidade que não possam ser transportados em transporte normal.

Assim para 2016/2017, o INEM pretende garantir a existência de transporte inter-hospitalar, que não deve ser exclusivo do INEM, mas deve envolver os hospitais, o Governo, as Administrações.

“A própria Ordem dos Médicos veio reconhecer que as VMER podem ser usadas, não devem ser afastadas, mas permanecer com muitas limitações”, salientou.

Fazendo um balanço dos meios operacionais do INEM e do atendimento das chamadas de emergência, a pedido da deputada Isabel Galriça Neto, do CDS-PP, Luís Meira afirmou serem positivos e estarem em crescimento.

O INEM tem 57 ambulâncias de emergência em funcionamento, 300 postos de emergência, 40 viaturas de Suporte Imediato de Vida (SIV) e 44 viaturas médicas de emergência e reanimação (incluindo os helicópteros de emergência medica), duas delas adquiridas recentemente.

Quanto às chamadas atendidas no CODU, situam-se acima de um milhão por ano, tendo a média diária vindo a subir nos últimos anos: em 2014 era de 3.458, em 2015 de 3.571 e em 2016 a média já é de 3.700 por dia.

O tempo de espera para atendimento das chamadas diminuiu, fixando-se atualmente nos sete segundos e tem havido um decréscimo de acionamento das VMER a um ritmo de 5% por ano.

Quanto à nova carreira dos técnicos do INEM, publicada recentemente em Diário da República, o presidente da instituição afirmou que está em avaliação.

“Em grande articulação com representantes dos trabalhadores, vamos conseguir aplicar essa conquista importante”, garantiu.

Hepatite C
A presidente da Associação SOS Hepatites, Emília Rodrigues, disse hoje à Lusa que no espaço de um ano foram evitadas “cerca de...

“Até este mês de abril, temos cerca de 9.100 doentes em tratamento e temos cerca de 2.050 curados”, afirmou Emília Rodrigues.

Segundo explicou à Lusa, há doentes que estão a iniciar o tratamento e outros que eventualmente estão curados, mas “só seis meses após a conclusão do tratamento é que se pode ter essa certeza”. Em relação aos 2.050, já passaram os seis meses, pelo que se consideram curados.

O acordo entre o Estado e o laboratório que fornece os medicamentos inovadores para a hepatite C foi formalizado há um ano, tendo sido apresentado pelo então ministro da Saúde, Paulo Macedo, no dia 6 de fevereiro de 2015.

Este acordo foi alcançado depois de meses de luta dos doentes para conseguirem obter o tratamento, processo que ficou marcado pela intervenção, na Assembleia da República, de um portador de hepatite C, José Carlos Saldanha, que interrompeu a audição do então ministro da Saúde pedindo-lhe que não o deixasse morrer.

“Termos estes doentes em tratamento e estes doentes curados para nós é uma vitória porque são pessoas que não vão morrer precocemente, é também uma vitória porque deixou de ser a ‘doença dos divórcios’ para passar a ser a doença da alegria. Com 97% de cura é uma alegria”, sublinhou.

Segundo a responsável, há um ano existiam 13 mil doentes com hepatite C nas consultas do Serviço Nacional de Saúde, mas “o número de infetados não diagnosticados deverá ser muito superior”.

A experiência nacional da terapêutica da hepatite C e as complicações da doença hepática crónica vão estar em análise no Congresso Português de Hepatologia 2016, que começa na quinta-feira, no Porto, organizado pela Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF).

Em declarações à Lusa, a presidente da APEF, Isabel Pedroto, referiu que “a terapêutica na hepatite C tem evoluído muito, têm sido tratados milhares de pessoas, mas há um grupo de doentes para os quais urgem novas terapêuticas e com melhor resposta, nomeadamente os doentes com doença muito avançada do fígado e os doentes com um subtipo muito específico, que é o tipo 3 do vírus da hepatite C”.

“Estes doentes ainda estão sem uma terapêutica tão eficaz quanto os restantes, mas tem havido um grande avanço nesta área. Algumas terapêuticas estão em fase de desenvolvimento, ainda não estão aprovadas, mas vêm de facto preencher essa lacuna”, sublinhou.

No congresso, segundo a especialista, pretende-se “refletir sobre o problema”, não medida em que “não chega só tratar os doentes que conhecemos, mais importante é identificar a percentagem de doentes que estão infetados, e são muitos, e que não sabem”.

“Não podendo tratar esses doentes, não investindo no diagnóstico e no rastreio, dificilmente vamos conseguir ganhos em saúde, mesmo com as melhores terapêuticas do mundo. Temos de saber a quem dar essas terapêuticas e saber onde é que esses doentes estão”, defendeu Isabel Pedroto.

“A situação de Portugal é excelente, tratamos milhares de doentes, mas também temos a consciência de que só conseguimos reduzir a transmissão da doença, se formos procurar aqueles que estão numa fase inicial”, disse.

Segundo dados da associação, em Portugal apenas 30% dos indivíduos infetados pelo vírus da hepatite C estão identificados.

“Em termos de saúde pública, a terapêutica para a hepatite C só pode ser considerada um bom investimento se se fomentar o diagnóstico, a prevenção, a vigilância dos grupos de risco e uma maior acessibilidade ao tratamento”, frisou.

O tumor maligno do fígado encontra-se no ranking das dez causas de morte mais frequentes em Portugal, ocupando a 8.ª e a 9.ª posições nas faixas etárias dos 45-64 anos e dos 65-74 anos respetivamente.

Estudo
Uma investigação desenvolvida por investigadores da Faculdade de Medicina de Coimbra concluiu que o impacto dos sintomas de...

Um estudo realizado por uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), através da Clínica Reumatológica de Coimbra e do Serviço de Psicologia Médica, mostra que “o impacto dos sintomas de fibromialgia no desenvolvimento de sintomatologia depressiva opera através do pensamento repetitivo negativo e do afeto negativo”, afirma a UC numa nota hoje divulgada.

Significa isto que “pessoas que apresentam mais sintomas de fibromialgia tendem a envolver-se em estratégias mal adaptativas como o pensamento repetitivo negativo (isto é preocupações e ruminações) numa tentativa de lidar com estes sintomas”, explicita a primeira autora do trabalho, Ana Margarida Pinto.

“Estes resultados são importantes na medida em que revelam o papel fundamental que certas variáveis psicológicas desempenham no contexto da dor crónica e sublinham a importância de incluir tais variáveis nas intervenções psicossociais na fibromialgia”, sublinha a investigadora, citada pela UC.

A fibromialgia é uma “doença crónica caracterizada por dor generalizada e difusa, normalmente acompanhada por outros sintomas, como perturbação de sono, rigidez muscular, hipersensibilidade a estímulos ambientais, ansiedade, depressão, défices cognitivos e fadiga extrema”, refere Ana Margarida Pinto.

Intitulado ‘Trajetórias para a depressão na fibromialgia: o papel do pensamento repetitivo negativo e do afeto negativo’, o estudo procurou, entre outras questões, saber por que motivo certas pessoas com fibromialgia – que é “uma doença crónica altamente debilitante” – entram em depressão.

O estudo, que foi recentemente distinguido em Madrid, no 24.º Congresso Europeu de Psiquiatria, envolveu uma amostra de 103 mulheres diagnosticadas com fibromialgia, com idades compreendidas entre 18 e 65 anos, recrutadas em várias unidades de saúde, adianta a UC.

Este trabalho faz parte de um estudo mais amplo, coordenado por António Macedo e José António Pereira da Silva, que tem como “objetivo principal investigar se a fibromialgia se diferencia de outras doenças crónicas, como a artrite reumatoide, bem como de controlos sem dor crónica, no que diz respeito a determinados traços de personalidade (como o perfeccionismo) e processos psicológicos (como os estilos cognitivos, ou seja, formas habituais de pensar, de interpretar as situações, etc.)”.

Presente em 02 a 05% da população, “a fibromialgia é uma doença debilitante que interfere muito na qualidade de vida das pessoas, tendo um grande impacto não só ao nível pessoal mas também ao nível familiar e social”.

O desconhecimento acerca da origem da doença e a existência de diferentes “configurações de sintomas que flutuam ao longo do tempo” tornam o seu tratamento difícil.

Em parceria com o IPST
Com uma missão que visa sensibilizar para a necessidade de colheitas regulares de sangue, uma prioridade para os bancos...

Além de abril, agosto e dezembro são os meses eleitos para novas campanhas de recolha, em função das quebras habituais nas reservas de sangue, devido às férias de verão e ao Natal, respetivamente. São períodos críticos que trazem associados um maior número de acidentes rodoviários, consequência do acréscimo de mobilidade e nos quais se regista uma tendência de diminuição nas doações de sangue nacionais. Também o facto das plaquetas de sangue, um dos componentes do sangue, terem uma duração média de cinco dias de vida, implica que seja cada vez mais indispensável haver este tipo de iniciativa.

“O ato voluntário de doar sangue constitui a principal fonte de reserva dos hospitais, absolutamente vital em caso de acidentes graves. A dádiva parte de cada um de nós e todos os dias é a altura ideal para doar sangue”, refere Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto, apelando ao espírito solidário e de mobilização por esta causa de cidadania, acrescentando que “uma dádiva pode ser sinónimo de uma oferta para a vida”.

Pelo quinto ano consecutivo, o MAR Shopping e o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) mantêm uma parceria, da qual já resultaram aproximadamente 400 inscritos para recolhas de sangue. 

Estudo
Apresentado durante o Congresso Português de Cardiologia que teve lugar em Vilamoura, os resultados iniciais do registo...

Quando consideradas duas populações alvo de avaliação numa proporção idêntica entre homens e mulheres, constituída por cerca de 400 doentes com mais de 40 anos sob terapêutica hipolipemiante, as mulheres apresentam uma carga aterosclerótica mais baixa e valores de colesterol total e c-LDL mais elevados que os homens.

A análise por grupos de risco mostra que as mulheres apresentam valores de colesterol total e LDL mais elevados que os homens, diferenças significativas nos doentes diabéticos e nos doentes com doença coronária. Os valores encontrados estão muito longe dos alvos preconizados pelas recomendações.1

“O objetivo deste estudo prendeu-se com perceber se há diferença de género na abordagem aos lípidos para além da literatura e perceção a nível mundial. Havia indícios que a medicação usada para tratamento do colesterol – estatinas – é menos eficaz nas mulheres do que nos homens. Mas não tínhamos nenhuma informação que suportasse esta hipótese” afirma João Morais, coordenador do estudo DISGEN-LIPID, concebido pelo projeto “Challenges in Cardiology” desenvolvido no Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Leiria (CHL).

#Os resultados iniciais deste estudo não são mera curiosidade médico-científica, mas tem um impacto público”, acrescenta o diretor do Serviço de Cardiologia do CHL.

Há diferenças de género na abordagem dos lípidos em Portugal? Foi a questão concreta de natureza científica a que o projeto científico DISGEN-LIPID procurou dar resposta, contribuindo para o conhecimento na área dos lípidos através da investigação das diferenças de género neste domínio.

O registo observacional promovido pelo “Challenges in Cardiology” e patrocinado pela Jaba Recordati tem como investigador principal João Morais que integra a comissão executiva e científica composta ainda por Pedro Marques Silva e Carlos Aguiar.

A empresa Jaba Recordati mantém o apoio a projetos que promovem o conhecimento na área da cardiologia tendo colaborado no apoio aos investigadores. O registo DISGEN LIPID nasce da colaboração com indústria farmacêutica que tem vindo a apoiar a investigação cientifica. Nelson Pires, diretor-geral da Jaba Recordati considera “prioritário promover o apoio interinstitucional ao desenvolvimento científico para Portugal”.

1Recomendações da European Society of Cardiology (ESC) e considerando risco individual determinado pelo SCORE

Casa das Artes, Porto, de 29 de abril a 24 de maio
A Fundação Portuguesa a “Comunidade Contra a Sida”, através do Centro de Aconselhamento e Orientação de Jovens do Porto,...

As verbas obtidas com a venda das obras solidárias serão aplicadas nos projetos desenvolvidos por esta Delegação - Centro de Aconselhamento e Orientação de Jovens do Porto (CAOJ), no âmbito dos seniores infetados/as pelo VIH/SIDA no apoio domiciliário e no âmbito das crianças e jovens em material de prevenção.

A Fundação Portuguesa a “Comunidade Contra a Sida” (FPCCSIDA) e o CAOJ-Porto desafiaram vários artistas de diferentes áreas (Pintura, escultura, cerâmica, desenho, ilustração, serigrafia, gravura e fotografia) sensibilizando-os a colaborar neste evento solidário, doando uma obra à Fundação e autorizando a posterior venda das mesmas com uma redução de 50% do valor real, fazendo referência aos dois. Assim, ao longo dos últimos 6 meses, foram contactados os artistas e recolhidas as respetivas obras solidárias. Torna-se assim uma boa oportunidade para quem valoriza arte, mas também para quem é sensível a causas e responsabilidades sociais.

Aderiram a este evento os artistas: Acácio de Carvalho, Agostinho Santos, Alvarenga Marques, Ana Aragão, Ana Del Rio, Ana Fernandes, Ana Neves, André Lemos Pinto, Balbina Mendes, Catarina Machado, Carminda Andrade, Carolina Celas, Centro Português de Serigrafia, Céu Costa, Cláudia Rocha, Cristina Camargo, Délia Carvalho, Domingos Leite de Castro, Duarte Barros, Emília Viana, Fátima Lopes, Florentina Resende, Graça Paz, Helena Dias, Henrique do Vale, Isabel Braga, Isabel Mourão Alves, Inês Almeida, Isabel de Andrade, Isabel Mafalda Sá, João Carquejeiro, José Rosinhas, Juan Sebastián Carnero, Lauren Maganete, Limbert Rojas, Manuel Meira, Manuel Orga, Maria Rosas, Maria Rafael, Maria Portugal, Maria Bouza, Marta de Aguiar, Miguel Neves Oliveira, Miguel Vasconcelos, Miriam Rodrigues, Nicholas Carvalho, Patrícia Alves, Paula Cardoso, Paula Fidalgo, Paz Amorim, Pedro Ricca, Projecto A2, Renata Carneiro, Rosa Maria Figueiredo, Sílvia Carreira, Sobral Centeno, Susana Bravo e Teresa Ricca.

A Fundação Portuguesa “A Comunidade Contra a SIDA”, através do Centro de Aconselhamento e Orientação de Jovens do Porto, tendo em conta os constrangimentos financeiros inerentes a uma ONG, criou este evento anual de angariação de fundos, com o intuito de apoiar e divulgar a Fundação, respetiva missão e projetos.

Relatório Anual de Segurança Interna
Perto de 600 farmácias aderiram, nos últimos cinco anos, ao sistema alerta que permite às forças de segurança terem...

Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2015, aderiram a este programa de segurança, assinado há cinco anos pela Associação Nacional de Farmácias (ANF) e o Ministério da Administração Interna, um total de 598 farmácias, tendo sido realizadas 246 ações de sensibilização.

Dos 70 alarmes registados em 2015, 14 resultaram de "situações reais", indica o Relatório de 2015.

Apesar da promoção e incremento de medidas de segurança no âmbito das farmácias associadas à ANF, o número de roubos a farmácias subiu de 56 casos, em 2014, para 94, em 2015.

O aumento de 38 roubos a farmácias em 2015 representa um crescimento de 67,9 por cento face ao ano anterior, segundo dados do RASI.

Este crescimento contradiz a tendência verificada em 2014, altura em que houve 56 roubos a farmácias, menos 36,4 por cento do que em 2013.

Quando o protocolo foi assinado, o objetivo da ANF, então presidida por João Cordeiro, era a de que o sistema de alarme fosse alargado às 2.900 farmácias, onde diariamente entravam, em média, 300 mil pessoas.

Anualmente
As técnicas de Procriação Medicamente Assistida fizeram nascer 2.091 crianças em 2013, menos 43 do que no ano anterior, tendo...

De acordo com o último relatório da atividade em Procriação Medicamente Assistida (PMA), o maior número de crianças nascidas através destas técnicas resultaram da aplicação da Fertilização In Vitro (FIV) e Microinjeção Intracitoplasmática (ICSI) intraconjugal: 1.322.

Na nota introdutória do documento, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) sublinha que, “comparando com 2012, o número de ciclos das principais técnicas de PMA efetuado (excluindo inseminação intrauterina) foi 3% menor, mas as taxas de gravidez e parto aumentaram ligeiramente”.

“O número de inseminações artificiais manteve-se estável e os resultados do uso desta técnica tiveram também ligeira melhoria”, prossegue o regulador desta área que visa responder a casos de infertilidade.

O CNPMA destaca a descida da taxa de partos múltiplos, “pela sua inequívoca importância, no que constitui o contínuo esforço tendente à eliminação da situação que corresponde ao maior risco dos tratamentos de infertilidade”.

Segundo o documento, registaram-se 33 casos de síndroma de hiperestimulação ovárica, a mais frequente complicação em ciclos de FIV/INCI intraconjugal, e quatro complicações da punção ovárica.

Em relação à doação de gâmetas ou embriões, em 2013 ocorreram 60 ciclos FIV e 67 ICSI com esperma de dador e iniciaram-se 345 ciclos para doação de ovócitos.

O documento demonstra como a idade das doentes influencia o sucesso dos tratamentos, o qual diminui de forma acentuada a partir dos 36 anos.

A taxa de gestação diminuiu dos 15,2% aos 40 anos para os 2,6% aos 45 anos.

O aumento da idade das mulheres que se submeteram aos tratamentos também influenciou a taxa de aborto, a qual subiu a partir dos 37 anos e acentuou-se a partir dos 41 anos, atingindo quase 70% nas doentes com 42 ou mais anos.

Segundo o CNPMA, em 2013 existiam em Portugal 27 centros de PMA que executavam tratamentos de infertilidade através de técnicas de PMA e um que executava apenas Inseminação Artificial.

Em 2016
A diretora do Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra disse que este ano não...

Em declarações a propósito dos cinco anos de atividade do centro, Teresa Almeida Santos explicou que a falta de recursos humanos e a alteração legislativa à lei da procriação medicamente assistida, que deverá entrar em vigor antes do final do primeiro semestre, vão condicionar a atividade do centro.

"Em 2016 não vai ser possível manter, pela primeira vez desde a criação do centro [28 de abril de 2011], o aumento de atividade que se registava de ano para ano", disse a médica responsável, considerando que o objetivo é tentar evitar que "haja consequências" resultantes daqueles condicionalismos.

A redução do número de horas de trabalho e a nova lei, que vai permitir alargar o âmbito das técnicas de procriação medicamente assistida, são responsáveis pelos novos desafios que se vão colocar ao Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A nova legislação, já aprovada na Assembleia da República, vai permitir o recurso a técnicas de fertilização por parte de mulheres sozinhas ou casadas com outras mulheres, quando atualmente só era permitida o acesso aos casais heterossexuais.

"Esta situação implica desafios não só para nós", adverte Teresa Almeida Santos, referindo, por exemplo, que o único banco público de gâmetas (células sexuais), sediado na Maternidade Júlio Dinis, no Centro Hospitalar do Porto, já não dá resposta às necessidades atuais, sendo necessário recorrer à importação.

"A falta de recursos e de grupos de dadores de gâmetas são desafios difíceis que criam condicionalismos e que nos levam a interrogar como se vai gerir as listas de espera", sublinhou a médica, referindo que, em Coimbra, "se vai tentar manter a lista de espera curta, mas sem possibilidade de poder realizar todas as técnicas que se gostaria".

Segundo Teresa Almeida Santos, o Centro de Procriação Medicamente Assistida do CHUC tem dado resposta aos casais da região centro, com uma lista de espera de três meses, uma "realidade muito diferente do sul, que ultrapassa um ano", e resultados "ao melhor nível da média do país".

Hospital das Caldas da Rainha
Os tratamentos de quimioterapia no Hospital das Caldas da Rainha foram suspensos na sequência de uma inspeção do Infarmed, mas...

A inspeção do instituto Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de saúde incidiu sobre os serviços farmacêuticos, tendo “identificado não conformidades” no seu funcionamento e “impondo a suspensão imediata da administração de citotóxicos, conhecidos em termos gerais como quimioterapia”, disse a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), Ana Paula Harfouche.

Em causa está, segundo a responsável, “o facto de a câmara de fluxos laminares não estar no sítio adequado” e de não estarem “garantidos os requisitos técnicos”, situação que poderia, inclusive, acarretar “riscos para os profissionais” que preparam e manuseiam a medicação.

O relatório da inspeção foi comunicado a 15 de abril (sexta-feira) à administração do CHO, que “suspendeu de imediato a preparação e administração de citotóxicos” no Hospital de Dia de Oncologia da Unidade das Caldas da Rainha e “reorganizou o circuito terapêutico para garantir a continuidade dos tratamentos” dos doentes afetados.

Seis doentes estão, desde o dia 18 (segunda-feira), a ser encaminhados para o Hospital de Dia de Oncologia da Unidade de Torres Vedras, outra unidade do CHO, que assegura o transporte.

“Estamos a tentar que a solução seja resolvida nas nossas unidades, numa solução de proximidade, mas se o número de doentes aumentar e esgotar a capacidade do Hospital de Torres Vedras teremos que articular com outros hospitais”, admitiu Ana Paula Harfouche.

Com exceção dos tratamentos com citotóxicos, o seguimento dos doentes oncológicos continua a ser feito na unidade das Caldas da Rainha.

O centro hospitalar “está a estudar soluções”, recusando, no entanto, avançar com uma data previsível para retomar a administração daqueles medicamentos, dado “os custos elevados” associados à resolução do problema.

A suspensão dos tratamentos originou uma moção aprovada na última Assembleia Municipal (reunida a 19 de abril), com todos os eleitos a pedirem uma reunião urgente à administração do CHO.

No documento, os eleitos afirmam ter recebido “com perplexidade” a notícia da “possibilidade de o serviço vir a encerrar”.

Ao invés, exigem “respostas prontas” à administração, para que “de imediato se iniciem as obras necessárias”.

A presidente do conselho de administração disse não ter recebido ainda qualquer pedido de reunião, mas adiantou que a delegação da Assembleia Municipal será recebida e a situação clarificada, apesar de “não se colocar a hipótese de encerramento do serviço”.

Estudo
Um novo composto denominado 'fluorosamina', cujo uso ainda não foi aprovado em seres humanos, poderá vir a ser...

A esclerose múltipla (EM) é uma doença que se carateriza pelo aparecimento de lesões neurodegenerativas e crónicas do sistema nervoso central.

O estudo revelou que a ‘fluorosamina’ é capaz de reduzir a produção de moléculas, designadas CSPG, associadas às lesões neurológicas e à interrupção dos impulsos nervosos e de contribuir para o crescimento de outras moléculas, designadas OPC, que favorecem a produção de mielina, o revestimento das células nervosas saudáveis.

O especialista Wee Yong, da universidade de Calgary, no Canadá, e um grupo de colegas experimentaram 245 medicamentos para encontrar os que permitissem o crescimento de OPC na presença de CSPG.

Os especialistas consideram, não obstante, ser necessário realizar novas análises para avaliar a segurança e eficácia do tratamento antes de poder ser utilizado em seres humanos.

Saúde infantil
Uma das maiores preocupações dos pais após o nascimento de um filho e com a qual somos frequentement

O choro é a linguagem universal do recém-nascido (RN) e a forma mais precoce de comunicar. É através dele que exprime as suas necessidades, sentimentos e sensações, sobretudo nos primeiros meses de vida. Período durante o qual são totalmente dependentes para as suprimir, tornando assim o choro algo de intervenção imediata por parte da mãe que, biologicamente está “programada” para responder a essas solicitações, garantindo assim a sua sobrevivência e desenvolvimento. Sabe-se que quanto mais rápida e eficaz for essa resposta, mais o RN “confiará” nela, se sentirá seguro e tranquilo e, por conseguinte, melhor será a sua auto-estima e a relação de vínculo com a mãe. Descodificar o choro torna-se assim um grande desafio para a mãe e requer desta, intuição, conhecimento, percepção e aprendizagem que, numa fase inicial é feita através do sistema “tentativa/erro”. Processo que vai aperfeiçoando até conseguir associar a cada tipo de choro um “pedido” específico.

As causas que provocam o choro no RN são múltiplas, podendo ser resumidas em causas físicas (fome, cansaço, fralda suja, desconforto e frio/calor excessivo), emocionais (falta de atenção e insegurança) e patológicas (dor, síndrome de privação e cólicas)1.

Relativamente aos choros mais frequentemente observáveis no RN seguem-se alguns processos de reconhecimento e estratégias para responder ao mesmo.

Fome – antes de começar a chorar o RN emana sinais que os pais facilmente identificam como tendo fome. Começa a ficar agitado, a chupar no dedo, a abrir e a fechar as mãos, a fazer ruídos e a procurar a mama quando a mãe o agarra ao colo. Geralmente é alimentado antes de começar a chorar. Se tal não acontecer o choro torna-se intenso, persistente e prolongado.

Fralda suja – muitos RN assim que têm a fralda suja manifestam desconforto. Chegam mesmo a contorcer-se com dores se existir uma dermatite. Outros não se “incomodam” por terem a fralda suja, pois é “quentinha“, não dando qualquer sinal de desconforto. A solução passa pela simples muda de fralda. 

Falta de atenção – quando o RN “choraminga” e se acalma quando é agarrado ao colo é porque necessita de se sentir protegido e seguro. Facto conseguido pelo contacto físico, do som da voz, do sentir do coração e mesmo do cheiro, nomeadamente da mãe que reconhece facilmente. Apesar de muitos pais se preocuparem por correrem o risco de “mimarem” de mais os filhos, tal preocupação não deve existir, nomeadamente nos primeiros três meses de vida.

Excesso de estímulos – um dia cheio de visitas e de muitas actividades, ambientes com muito barulho e muita luz, pode deixar o RN excitado, irritado e incapaz de processar tantos estímulos, não conseguindo estabelecer o autocontrolo, inibindo-o da capacidade de se “desligar” para se acalmar e eventualmente adormecer. Nestes momentos chora mais que o habitual e sem motivo aparente, sobretudo ao fim do dia. O choro começa por gemidos, em forma de rabugice e de reclamação, como que a pedir que o deixem em paz. A solução passa por reduzir o nível de estímulos.

Desconforto – se o RN apresentar um choro intenso, seguido de movimentos corporais é por estar desconfortável ou por ter frio/calor. Tal facto pode acontecer por estar numa posição inadequada, fralda ou roupa apertada, etiquetas da roupa em contacto com o corpo que provocam prurido ou por um simples cabelo em torno de um dedo. Relativamente ao frio é facilmente comprovado pela observação/palpação do abdómen e/ou extremidades, enquanto o excesso de calor, é observável pela exsudação, pele pegajosa e ruborizada, sobretudo no pescoço e a raiz do cabelo fica húmida. Aliviar o que está a perturbar, vestir/despir ou colocar mais/menos roupa na cama do RN elimina o problema.

Cólicas – são frequentes nos três primeiros meses de vida do RN. A sua etiologia é multifactorial (aerofagia, imaturidade gastrointestinal, intolerância às proteínas do leite de vaca, refluxo gastro esofágico, tensão emocional, alterações do mecanismo de auto-regulação) e caracteriza-se por um choro agudo, prolongado, de tipo inconsolável. Ficam agitados, cerram os punhos, arqueam as costas, enrugam a testa e ficam com o abdómen distendido. A solução passa por massagens, colocar calor no abdómen (bolsa de água) e/ou dar algo a chupar (seio/dedo/chupeta). A sucção acalma e alivia a dor, por estabilizar os batimentos cardíacos, diminuindo a ansiedade. Contudo o uso da chupeta, segundo a OMS é contra-indicado até a lactação estar bem estabelecida (cerca de duas semanas)2.

Recentemente surgiu o método dos “5s” ou dos cinco passos3, que comprovadamente funciona e baseia-se em proporcionar ao RN o ambiente que ele bem conhece e tinha antes de nascer (no útero).

A sequência dos passos é aleatória e não obrigatória, pois frequentemente o RN acalma logo no primeiro passo. Seguem-se os passos. Swaddling – embrulhar/”enrolar” o RN numa manta, bem apertadinho (ver fig.), incluindo e limitando os braços, para evitar que ele se assuste com os seus próprios movimentos e se sinta aconchegado. Side ou stomach position – colocar o RN de lado ou de barriga para baixo e em posição fetal, são as posições preferidas do RN, onde o abdómen não fica descoberto e desprotegido (enquanto estiver acordado). Shushing – fazer “sheeee” ao ouvido do RN, num volume de voz igual ao choro e ir baixando (emita o ruido que ouvia no útero). Swinging – embalar a criança, com movimentos rápidos e curtos, nunca sacudir (risco do “síndrome da criança sacudida”), arma poderosa de o acalmar, fazendo lembrar os movimentos constantes e contínuos da mãe quando ainda estava no útero (sentar, levantar, caminhar e virar o corpo). Sucking – dar ao RN algo a chupar (ver referência anterior) e massaje.

Apesar de todos os esforços, se o RN continuar a chorar, pelo seu temperamento, torna-se uma fonte de stress para os pais que podem-se sentir inseguros e incompetentes sobre as suas capacidades de cuidar do filho. Nesta situação os pais não devem exigir muito de si mesmas, devem ser tranquilizadas e informados que nenhum RN corre o risco de vida por chorar e, se necessário, pedir apoio de familiares para terem um tempo para si e/ou proporcionar apoio psicológico.

Referências:
1BRAZELTON, T & SPARROW, J (2004). O método brazelton: a criança e o choro. Lisboa: Editorial Presença.
2LEVY, L & BÉRTOLO, H (2012). Manual de aleitamento materno. Edição Comité Português para a INICEF/Comissão Iniciativa Hospitais Amigos dos bebés.
3KARP, H (2014). O bebe mais feliz do mundo. Editora: Livros d’ Hoje. 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Eutanásia:
Na Bélgica, país onde a eutanásia é legal há mais de uma década, há um debate em curso, mas em torno da possibilidade de o ...

Enquanto em Portugal se discutem eventuais alterações legais para permitir a eutanásia, tendo hoje sido entregue na Assembleia da República uma petição pela despenalização da morte assistida com mais de 8.300 assinaturas, o debate na sociedade belga em torno desta prática, legal desde 2002, encontra-se num patamar distinto, com os tribunais a serem chamados a pronunciar-se sobre o sofrimento existencial.

Do Grupo de Investigação sobre Cuidados em Final de Vida, que junta as universidades de Gent e a Universidade Livre de Bruxelas, Kasper Raus explicou que o sofrimento psicológico insuportável resultante de uma doença ou acidente pode ser alegado. Mas “as percentagens são baixas”, aponta à agência Lusa.

“A verdadeira questão é o sofrimento existencial sem uma condição diagnosticável, o que muitas vezes significa cansaço da vida” e são altas as hipóteses de envolverem os mais idosos, comenta o especialista em questões de ética à Lusa, para explicar as divergências na Bélgica: "alguns advogados admitem que as alegações de artrite incurável, redução da audição ou da visão enquadram-se na atual lei, outros discordam fortemente e garantem que esse não é o espírito da lei”.

“Muito recentemente, a Comissão Federal belga de Controlo e Avaliação da Eutanásia apresentou, pela primeira vez, um caso às autoridades judiciais. Este caso, que está agora a ser investigado, relaciona-se com cansaço da vida. O resultado vai clarificar a posição dos tribunais nestas questões, mas é impossível prever o que vai acontecer”, diz.

Em 2014, a prática de eutanásia na Bélgica foi alargada a menores, embora, segundo a comissão federal, nenhum caso tenha sido registado.

Nos últimos dados disponíveis, referentes a 2012-2013, a comissão recebeu 3.239 de pedidos de eutanásia, numa proporção média de 1,5% de todos os falecimentos no país.

Outro elemento do grupo de especialistas das universidades de Bruxelas e de Gent, Kenneth Chambaere, sublinha que na Bélgica “não é permitido tudo, uma vez que há inúmeros requerimentos necessários para elegibilidade, assim como requisitos processuais a serem cumpridos.

O aumento no número de pedidos submetidos à comissão federal é notada por Chambaere, sobretudo, a partir de 2007, por, provavelmente, ter sido necessário os “médicos acostumarem-se à possibilidade” e os pacientes “considerarem a opção”.

“Houve também uma extensão da prática além de pacientes com cancro terminal e a atenção dada pelos órgãos de comunicação social, provavelmente, também desempenhou um papel”, refere.

“Atualmente, cerca de 70% dos pedidos são atendidos”, informa Raus.

A lei belga, bem como a diferença de números das declarações apresentadas em neerlandês (2.610/80%) e em francês (629/20%), entre 2012 e 2013, podem ser explicados pela “cultura e secularização”, diz Chambaere, notando a que os “direitos dos pacientes de autonomia e autodeterminação são tidos em consideração” sobretudo na Flandres (região flamenga)”.

Kasper Raus não relaciona a religião com a aceitação da eutanásia na Bélgica, uma vez que “inquéritos mostram que o país é muito secularizado”.

“Talvez haja uma cultura de crença na autonomia dos pacientes”, admite.

Sem estudos realizados na Valónia (região francófona) para fazer análises, o especialista informa que uma investigação conduzida em Bruxelas sugeriu que os médicos francófonos “estavam menos dispostos a praticar eutanásia” e mais a realizar uma sedação paliativa, mas a explicação "apenas pode ser especulada”.

Cruz Vermelha Portuguesa lança apelo para
O terramoto que abalou o Equador no passado dia 16 de abril provocou mais de 525 vítimas mortais, milhares de feridos e...

Estima-se que 1.2 milhões de pessoas tenham sido afetadas por este terramoto devastador e que os custos dos danos rondem pelo menos os 3 mil milhões de dólares.

Coordenadora do serviço de Restabelecimento dos Laços Familiares da CVP já se encontra no Equador a prestar apoio através do Comité Internacional da Cruz Vermelha

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) acaba de se juntar às operações humanitárias que estão a ser levadas a cabo pelo Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Desta forma, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) lança hoje um apelo de angariação de 19 milhões de dólares para apoiar a Cruz Vermelha Equatoriana a prestar assistência a cerca de 100 mil pessoas com necessidades urgentes.

Este apelo vai permitir à Cruz Vermelha continuar a dar resposta às necessidades vitais das pessoas afetadas durante os próximos 12 meses, visando prestar cuidados básicos de saúde, apoio psicossocial, bem como fornecer abrigos temporários, água potável, sistemas de saneamento e alimentação adequada.

Solidária com este apelo, a CVP vem pedir o apoio da comunidade na recolha de fundos para o Equador, ajudando este país a recuperar dos efeitos desta catástrofe destruidora.

No Equador já se encontra Diana Araújo, coordenadora do serviço de Restabelecimento dos Laços Familiares da CVP, que estará a trabalhar para o Comité Internacional da Cruz Vermelha nesta missão.

Os donativos poderão ser efetuados via multibanco/netbanking (pagamento de serviços, entidade 20999, referência 999 999 999) ou por transferência bancária com o IBAN PT50 001000003631911000174.

Também é possível fazer um donativo online no site www.cruzvermelha.pt/donativos/donativo-pontual.html ou facebook da CVP www.facebook.com/cruzvermelhaportuguesa.sede

Para mais informações ou esclarecimento de dúvidas que possam surgir, contactar a Área Internacional da Cruz Vermelha Portuguesa, Andreia Padre, [email protected]

Congresso Português de Hepatologia 2016 / 16ª Reunião Anual da APEF
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado organiza nos dias 28 e 29 de abril, no Sheraton Porto, o Congresso Português de...

No âmbito do Congresso serão partilhadas as experiências e debatida a temática da hepatite C. Porquê?

·         Porque persistem doentes para os quais urge maior e mais ampla acessibilidade terapêutica, nomeadamente os doentes com cirrose;

·         Porque se pensa que em Portugal apenas 30% dos indivíduos infetados pelo vírus da hepatite C estão identificados, são necessários esforços para aumentar as taxas de diagnóstico precoce;

·         Porque é imperativo reduzir a transmissão e a morbilidade e mortalidade causadas pela hepatite C e minimizar o seu impacto pessoal e social;

·         Porque na infeção crónica pelo vírus da hepatite C, podem passar-se décadas entre o momento em que os doentes adquirem a infeção e desenvolvem cirrose. Temos que intervir precocemente tratando a infeção e mudando comportamentos. Caso contrário, quando tratarmos eficazmente a infeção o doente já está num estadio avançado de doença do fígado, até mesmo de irreversibilidade.

De facto, em termos de saúde pública, o acesso ao tratamento para a hepatite C só pode ser considerado um bom investimento se se fomentar o diagnóstico, a prevenção, a vigilância dos grupos de risco e a acessibilidade ao tratamento com o objetivo de erradicar o vírus da hepatite C.  

O programa do Congresso inclui ainda duas conferências dedicadas a dois temas da maior importância nomeadamente as novidades da reunião europeia para o estudo do fígado que decorreu em Barcelona de 13 a 17 de abril, no campo da terapêutica da hepatite C; e os consensos na área da hipertensão portal, uma complicação da cirrose hepática que se traduz maioritariamente por hemorragia digestiva por varizes esofágicas e constitui uma emergência médica.

As doenças do fígado podem progredir de uma fibrose leve para cirrose e cancro do fígado e a cirrose compensada pode evoluir ao longo do tempo para cirrose descompensada colocando os doentes em risco de vida. O cancro do fígado ocorre a uma taxa de 2-4% por ano nos doentes com cirrose hepática. O tumor maligno do fígado encontra-se no ranking das dez causas de morte mais frequentes em Portugal, ocupando a 8ª e a 9ª posições nas faixas etárias dos 45-64 anos e dos 65-74 anos respetivamente.

O doente crítico hepático e o carcinoma hepatocelular serão privilegiados em duas mesas redondas. Dado o potencial crescente de intervenção diagnóstica e terapêutica na área do doente hepático será ainda dedicada uma mesa à discussão das técnicas em hepatologia: como exemplo, o FibroScan® que é uma técnica não invasiva, indolor, que usa um sistema de ultrasons, utilizada para quantificar a fibrose do fígado e que representa um grande progresso na avaliação dos doentes hepáticos, especialmente naqueles com hepatite C.

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