Secretário-geral da ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, apelou, no Dia Mundial da Consciencialização sobre o Autismo, para que se reforce a...

“Insto a que se promovam os direitos das pessoas com autismo e que se assegure a sua plena participação e inclusão como membros valiosos da sociedade para que possam contribuir para criar um futuro de dignidade e oportunidade para todos”, disse Ban Ki-moon numa mensagem.

O secretário-geral das Nações Unidas alertou também para o facto de os direitos, as perspetivas e o bem-estar das pessoas com autismo e de todas as pessoas com incapacidade, dever fazer parte da nova agenda para o desenvolvimento acordada no ano passado pelos líderes mundiais.

“A participação em pé de igualdade e a ativa intervenção das pessoas com autismo será essencial para o desenvolvimento das sociedades inclusivas contempladas nos objetivos do Desenvolvimento Sustentável”, salientou.

Ban Ki-moon recordou que o autismo afeta milhões de pessoas em todo o mundo, que não é bem compreendido em muitos países, embora em muitas sociedades sejam incluídas pessoas que são autistas.

O secretário-geral da ONU advertiu que as atitudes de rejeição não só violam os Direitos Humanos das pessoas com autismo, mas desperdiçam um enorme potencial humano.

A assembleia-geral da ONU declarou em 2007, por unanimidade, o dia 02 de abril como sendo o Dia Mundial da Consciencialização sobre o Autismo.

Primeira reunião do Conselho Social do Creating Health
Entre associações de doentes, sociedades científicas e instituições de I&DT, dezenas de entidades estiveram representadas...

O Creating Health é um gabinete de apoio à captação de fundos para investigação e inovação em Saúde, criado há um ano no seio do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa. O Conselho Social deste gabinete, presidido por Jorge Sampaio, contou, em apenas um ano de existência, com a adesão por parte de mais de 30 entidades que atuam na área da saúde, entre associações de doentes (11), sociedades médicas (8), instituições do ensino superior (2) e de I&D (3), Hospitais (1) e Fundações/ONG (6), e continua aberto a novas adesões.

Como explica Ricardo Baptista Leite, fundador do Creating Health, o Conselho Social foi concebido para ser um espaço onde organizações com fins públicos da melhoria da saúde coletiva possam ter um espaço para partilhar e aprender com as melhores práticas, e criar redes e massa crítica para a construção de consórcios dirigidos para projetos futuros.

Na primeira reunião do Conselho Social, Jorge Sampaio louvou a criação de iniciativas como esta que junta atores do sector na partilha de boas práticas e no estabelecimento de parcerias que têm como objetivo a melhoria da saúde coletiva.

Para o presidente do Conselho Social, “a questão da captação de fundos, sobretudo fundos europeus e fundos internacionais verticais é complexa e cheia de um saber-fazer próprio”. Sublinhou ainda que “importa envolver a nossa diplomacia em Bruxelas e um conjunto de organismos multilaterais (...), desenvolver esforços junto das grandes fundações e iniciativas filantrópicas e do setor privado na área da saúde (...) e não descurar a participação em grandes eventos internacionais que realmente contem, de forma a marcar presença e estabelecer contactos, explorar oportunidades, potenciar plataformas de diálogo e de cooperação...”.

Foi consensual para as instituições representadas que a consolidação de sinergias a nível local e o alargamento da cooperação à esfera europeia é o caminho a seguir para conseguir aumentar o financiamento comunitário e a criação de inovação na saúde em Portugal.

O Conselho Social identificou áreas prioritárias para a inovação em saúde como a medicina e cuidados personalizados ou o apoio à literacia em saúde, através de inovação que esteja adequada às verdadeiras necessidades da sociedade. Para o Conselho, a comunidade de países de língua portuguesa é uma oportunidade a ter em atenção na estratégia de ação das várias instituições.

O envelhecimento populacional, o elevado peso das doenças crónicas, a crescente utilização da telemedicina ou mesmo a renovação geracional dos profissionais de saúde, foram desafios e preocupações partilhadas pelas instituições.

Aumentar a presença portuguesa nos painéis de avaliação internacionais dos programas de financiamento europeus, foi também um dos objetivos consensuais desta primeira reunião.

Para Joana Camilo, Diretora Executiva do Creating Health, “Contamos com o Conselho Social para uma interação biunívoca, para nos ajudar e aconselhar sobre de que forma é que o Gabinete pode maximizar o seu impacto através das ações direta e indiretamente promovidas”.

Durante a reunião foi ainda anunciado que, em 2016, o Creating Health disponibilizará várias ações para apoiar a capacitação de instituições na captação de investimento e ainda a aposta na colaboração estratégica com países como Espanha, França ou Bélgica.

O Creating Health diferencia-se pela sua base universitária e por ser especializado na área da saúde. Trata-se de uma iniciativa sem fins lucrativos, criada através do apoio de várias instituições. Este projeto conta ainda com o Alto Patrocínio do Presidente da República e com Alto Patrocínio do Governo de Portugal.

O gabinete dirige-se a todas as entidades nacionais que se integrem na academia, organizações científicas, instituições de saúde, organizações não-governamentais, como associações de doentes, e entidades empresariais públicas e privadas, no recurso a fundos públicos e privados dirigidos para a investigação e inovação em Saúde. Para mais informação visite www.creatinghealth.pt.

Universidade do Porto
Investigadores da Universidade do Porto estão a realizar um estudo nacional sobre o estado nutricional dos idosos para aumentar...

Com o projeto "Nutrition UP 65 - nutritional strategies facing an older demography" pretende-se gerar conhecimento para que se criem intervenções baseadas na evidência científica que "levem a pequenas mudanças, práticas e económicas, que se tornem em hábitos", disse a coordenadora Teresa Amaral.

Durante a investigação, promovida pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), vão ser inquiridas 1.500 pessoas, com 65 anos ou mais, numa amostragem representativa dos idosos portugueses, de acordo com a idade, o género, o nível de ensino e a área regional do país.

As entrevistas vão permitir a recolha de material sobre dados sociodemográficos, o estilo de vida, o estado de saúde, a perceção do estado de saúde, a medicação, o estado nutricional, incluindo a antropometria, os indicadores funcionais, a fragilidade e a sarcopenia.

Os níveis de vitamina D e o estado de hidratação também vão ser avaliados (através de análises clínicas).

Segundo informação disponibilizada na página oficial do Nutrition UP 65, alguns estudos revelam que a desnutrição em pessoas idosas na Europa é elevada e para "piorar este cenário, as tendências atuais indicam que nesta faixa etária a prevalência de obesidade e de obesidade sarcopénica também vai aumentar".

As alterações no estado nutricional têm implicações na fragilidade - associada à uma maior morbilidade e mortalidade nos idosos. Os baixos níveis de vitamina D, a desidratação e o elevado consumo de sódio também associam-se a complicações clínicas, lê-se ainda na página.

Os dados recolhidos durante a fase de inquérito vão ser utilizados para melhorar a literacia e já estão a ser postos em prática programas educativos orientados para os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, nutricionistas, dietistas, entre outros) que têm contacto com a população idosa.

Estes são acreditados e creditados pela Universidade do Porto e vão ter enfoque na avaliação e na monitorização do estado nutricional e na implementação de suporte nutricional.

Relativamente às pessoas idosas, aos seus cuidadores - formais e informais - e aos preparadores de alimentos, foi criada uma rede de voluntários a nível nacional, que integra estudantes e ex-estudantes da FCNAUP, com o objetivo de ministrar formação básica em alimentação saudável e em planeamento e preparação de refeições, referiu Rui Valdiviesso, investigador da FCNAUP.

"Queremos que os voluntários atuem no seio das suas comunidades, com as quais têm uma ligação afetiva e cultural, onde conhecem os hábitos de vida das pessoas e o seu padrão alimentar", acrescentou.

Este projeto conta com a participação dos investigadores Cláudia Afonso, Patrícia Padrão, Pedro Moreira, Nuno Borges e Alejandro Santos, e com os assistentes de investigação Rita Guerra, Ana Sousa, Rui Valdiviesso e Luísa Álvares, da FCNAUP.

No Nutrition UP 65 colaboram ainda as investigadoras Cátia Martins, do Departamento para a Pesquisa do Cancro e Medicina Molecular da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, e Graça Ferro, da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE.

O estudo, iniciado em abril de 2015, vai ser finalizado em abril de 2017, e foi financiado pelo EEAGrants - Programa Iniciativas de Saúde Pública - em 519 mil euros, tendo sido 15% desse montante assegurado pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Escola de Medicinas Alternativas e Complementares do Porto
É uma das terapias mais populares da Medicina Tradicional Chinesa e já foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Saiba...

A EMAC – Escola de Medicinas Alternativas e Complementares do Porto, está a promover um curso de Auriculopuntura, uma técnica complementar da Medicina Tradicional Chinesa utilizada no diagnóstico e tratamento de problemas de saúde. Também conhecida por Auriculoterapia, é frequentemente utilizada como complemento da Acupuntura tradicional.

Esta terapia é citada há mais de 2500 anos, tendo sido objeto de estudo por especialistas em todo o mundo. Na base estão as orelhas, que possuem mais de 110 pontos estratégicos que beneficiam da proximidade com o cérebro, estando diretamente ligados com vários órgãos e funções do organismo. Quando estimulados, enviam ao cérebro impulsos que o obrigam a “ouvir” rapidamente a área ativada. Para a estimulação dos pontos auriculares podem ser usadas agulhas de Acupuntura, sementes de mostarda ou microesferas, que se mantêm em contacto com a orelha cerca de 20 a 30 minutos.

A técnica da Acupuntura Auricular é aplicada no tratamento de diversas doenças como distúrbios do sono, alterações menstruais, ansiedade, depressão, alergias, dores articulares, dores na coluna, cefaleias, hipertensão arterial e distúrbios digestivos. Também auxilia nos tratamentos de perda de peso e abandono de vícios como o álcool ou tabagismo.

O curso de Auriculopuntura vai ser orientado por Carlos Nogueira, médico espanhol especialista em Acupunctura pelo Comité Internacional de Avaliação da República Popular da China, e fundador do Centro de Enseñanza de la Medicina Tradicional China, em Espanha. Com uma longa trajetória clínica e de ensino, Carlos Nogueira é atualmente docente em Medicina Natural na Faculdade de Medicina da Universidade de Santiago de Compostela e Faculdade de Ciências de Orense da Universidade de Vigo.

O curso arranca no próximo dia 10 de abril (domingo), nas instalações da EMAC, no Porto, e terá a duração de 8 horas. É destinado a estudantes e especialistas em Acupuntura e profissionais de saúde que pretendam usar a acupuntura auricular como uma ferramenta terapêutica complementar. Para mais informações ou inscrições: [email protected] ou 225 105 910 / 917 458 292. 

No Japão
Um grupo de cientistas japoneses anunciou ter desenvolvido um método para cultivar células capazes de regenerar o tecido...

A equipa de investigadores da Universidade de Keio (Tóquio) conseguiu produzir em laboratório células similares às do miocárdio, com uma taxa de sucesso de 90%, empregando uma forma de cultivo que reduz o risco de se reproduzirem de modo cancerígeno.

Estas células de pluripotência induzida (iPS, sigla em inglês) – de “elevada pureza” –, até agora apenas testadas em animais, vão começar a ser utilizadas em testes clínicos no próximo ano para garantir que podem ser implantadas de forma segura em pacientes humanos, informou o centro universitário em comunicado.

O diretor da investigação, Keiichi Fukuda, assinalou que esta tecnologia representa “um grande passo em frente” que torna possível a criação artificial de células do miocárdio que poderiam utilizar-se em pacientes que tenham sofrido paragens cardíacas.

Espera-se que a aplicação clínica das células iPS possa ampliar as possibilidades dos tratamentos regenerativos e constitua um importante progresso para a medicina personalizada.

O pioneiro na geração de iPS, o japonês Shinya Yamanaka, foi galardoado em 2012 com o Prémio Nobel da Medicina pelo método que concebeu para criar este tipo de células.

As células iPS são células humanas maduras que são “reprogramadas” para ficarem num estado primitivo e versátil, a partir do qual podem ser conduzidas a desenvolverem-se em qualquer tipo de célula do corpo.

Estudo
Um estudo sobre a mediatização da saúde na imprensa portuguesa concluiu que os jornais promovem “uma cobertura responsável” do...

A investigação, que faz parte da tese de doutoramento de Rita Araújo, investigadora no Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho, analisou a cobertura dada pelos jornais portugueses aos casos de suicídio.

“Ficámos surpreendidos positivamente com os resultados, percebemos que a cobertura que se pratica em Portugal não apresenta os traços sensacionalistas que foram identificados noutros países pela Organização Mundial de Saúde”, disse Rita Araújo.

Segundo Rita Araújo, nos jornais generalistas portugueses raramente são apresentados detalhes de suicídios.

“Os títulos geralmente são factuais (não apelam ao sensacionalismo) e quando há retratos de casos específicos de situações de suicídios são sempre enquadrados numa perspetiva da saúde mental”, sublinhou a investigadora, que participa, em Guimarães, no Simpósio da Sociedade Portuguesa de Suicidologia, com o tema “Crise Suicidária: Prevenção, intervenção e pósvenção”.

Para realizar o estudo, a equipa de investigadoras, formada por Rita Araújo, Felisbela Lopes e Zara Pinto-Coelho, baseou-se na literatura que existe noutros países (Austrália, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha).

“O que nos dizem os estudos desses países é que, de facto, os media nem sempre têm os comportamentos mais responsáveis no que toca à cobertura dos suicídios”, disse Rita Araújo.

Contudo, “verificámos que em Portugal as coisas não são assim, a situação não é tão alarmista como se verifica noutros países”, disse, comentando que a análise permitiu concluir que os jornalistas portugueses estão a fazer "um bom trabalho”.

Rita Araújo adiantou que há uma série de normas nacionais e internacionais sobre como os profissionais dos Media devem noticiar os suicídios.

Entre essas normas estão evitar fazer uma cobertura sensacionalista, evitar dar pormenores sobre o caso, o método utilizado para cometer o suicídio e “evitar as generalizações”.

“Dizer que determinada pessoa cometeu o suicídio porque estava com depressão não quer dizer que todas as pessoas com depressão o vão fazer”, explicou.

Há vários estudos que comprovam que as notícias sobre o suicídio têm o poder de criar novos suicídios, um fenómeno denominado “efeito de imitação”.

“A cobertura mediática do suicídio tem alguns riscos e pode levar a ondas de suicídio”, advertiu, defendendo que deve haver “um debate mais alargado no seio da profissão sobre a forma como isso deve acontecer”.

Geralmente, os jornalistas sabem que não devem noticiar o suicídio, mas muitas vezes não sabem porquê, frisou.

Para a investigadora, “noticiar o suicídio por si só pode não fazer sentido”: “O que é preciso é alertar para as causas do suicídio, para os fatores de risco e dar mais notícias sobre a saúde mental em geral, falar sobre os fatores de riso e quem são aqueles que estão mais em perigo de cometer suicídio”.

“É muito importante perceber que a cobertura do suicídio em si mesma não promove comportamentos suicidas, mas a forma como a cobertura é feita pelos jornalistas pode promover”, vincou.

Estudo
A obesidade afeta cerca de 641 milhões de adultos ou 13% da população mundial adulta e pode chegar até 20% em 2025 se o ritmo...

“Em 40 anos, passamos de um mundo onde as pessoas obesas são mais do que aquelas que estão com baixo peso”, disse o professor Majid Ezzati, do Imperial College de Londres, que coordenou o estudo divulgado na revista médica britânica The Lancet.

Segundo o estudo, um em cada oito adultos é obeso, um rácio que mais do que duplicou desde 1975 e que vai aumentar para um em cada cinco até 2025.

O estudo, considerado um dos mais abrangentes feito até ao momento, teve como base dados de cerca de 19 milhões de pessoas com 18 anos ou mais, residentes em 186 países.

O coordenador do estudo alertou para a ameaça de uma crise de “obesidade severa” e de doenças provocadas pelo alto teor de gordura, de dietas ricas em açúcar, que provocam aumento da tensão arterial e do colesterol.

“Haverá consequências para a saúde de uma magnitude que não sabemos”, afirmou Majid Ezzati.

O estudo refere que nos homens a obesidade triplicou de 3,2% da população em 1975 para 10,8% em 2014 (cerca de 266 milhões de homens).

Nas mulheres, a obesidade cresceu de 6,4% em 1975 para 14,9% em 2014 (cerca de 375 milhões).

Em 2014, as pessoas mais gordas do mundo viviam nos países da Polinésia e Micronésia, onde 38% dos homens e mais de metade das mulheres são obesos, refere o estudo.

Cerca de 118 milhões dos obesos do mundo vivem nos Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.

No outro extremo, segundo o estudo, Timor-Leste, Etiópia e a Eritreia são os países onde vivem as pessoas com menos peso do mundo.

Estudo
A percentagem da população mundial obesa ultrapassou em quatro décadas o número de pessoas mal nutridas, quando em 1975 não...

O número total de pessoas obesas em todo o mundo subiu de 105 milhões, em 1975, para 641 milhões, em 2014. A percentagem de homens obesos em todo o mundo mais do que triplicou (de 3,2% para 10,8%) e a das mulheres mais do que duplicou (6,4% para 14,9%), de acordo com o que é o mais exaustivo estudo mundial sobre o índice de massa corporal (IMC) até agora realizado, divulgado pela prestigiada revista médica britânica.

Em contrapartida, no mesmo período, a percentagem de pessoas subnutridas caiu mais modestamente, cerca de um terço, tanto no caso dos homens (de 13,8% para 8,8%) como no das mulheres (de 14,6% para 9,7%).

Por outro, a esperança média de vida aumentou de menos de 59 anos para mais de 71 anos, a um ritmo de 3,6 meses por ano ao longo das últimas quatro décadas, pelo que, demonstra o estudo, o mundo está não apenas mais gordo como mais saudável.

Mas também mais desigual, como decorre do facto de ser bastante mais acelerada a progressão da obesidade que o avanço população global - sobretudo nas regiões mais pobres do mundo - que consegue fugir à subnutrição.

No período em análise, a média mundial do IMC, corrigido dos fatores relacionados com a idade, subiu dos 21,7 para 24,2 nos homens, e de 22,1 para 24,4 nas mulheres, o que resulta na conclusão de que a humanidade engordou ao ritmo médio de 1,5 quilos por década.

Se a taxa de obesidade mantiver o atual ritmo de escalada, em 2025, cerca de um quinto dos homens (18%) e das mulheres (21%) em todo mundo serão obesos, e mais de 6% dos homens e 9% das mulheres sofrerão de obesidade severa (35,0 ou mais).

“Nos últimos 40 anos, passámos de um mundo em que a prevalência da subalimentação mais do que duplicava a da obesidade para um mundo em que há mais pessoas obesas do que subnutridas”, sintetiza Majid Ezzati, professor da Escola de Saúde Pública do Imperial College em Londres, citado pela The Lancet.

“Se a atual tendência se mantiver, não apenas o mundo irá falhar o objetivo de em 2025 atingir a prevalência da obesidade verificada em 2010, como a taxa de mulheres com obesidade severa será superior à das mulheres subnutridas”, acrescenta.

Com exceção de algumas sub-regiões da África Subsaariana e da Ásia, a tendência de alteração do peso nos pratos da balança da obesidade e da subnutrição verifica-se a nível global, assim como em todas as regiões do mundo – aconteceu em 2004 no caso das mulheres e em 2011 nos homens.

Com efeito, a subalimentação mantém-se como um problema muito sério de saúde pública nas regiões mais pobres do planeta, e os autores do estudo alertam mesmo para o perigo da tendência do aumento da obesidade vir a provocar um efeito de negligência das políticas públicas direcionadas ao flagelo da subnutrição.

Por exemplo, no sul da Ásia, cerca de um quarto da população é subalimentada e as percentagens de homens e mulheres subnutridos nas regiões da África Oriental e Central são respetivamente de 15% e 12%.

Timor-Leste, Etiópia e Eritreia são os países com os IMC mais baixos em todo o mundo. Timor-Leste tem o índice de massa corporal mais baixo nas mulheres (20,1) e a Etiópia o mais baixo no caso dos homens (20,1). Mais de um quinto dos homens na Índia, Bangladesh, Timor-Leste, Afeganistão, Eritreia e Etiópia e mais de um quarto das mulheres no Bangladesh e Índia são subnutridos.

O índice de massa corporal é um indicador adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), usado para o diagnóstico do baixo peso, sobrepeso e da obesidade. O IMC é calculado a partir dos dados do peso e altura.

O estudo divulgado pela The Lancet resulta do levantamento e análise dos dados relativos ao IMC de adultos (mais de 18 anos) entre 1975 e 2014 constantes em 1698 estudos da população de 186 países, cobrindo 99% da população mundial com aquela faixa etária.

Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge
A atividade gripal revelou-se, na semana passada, esporádica, com tendência para diminuir, indica o boletim de vigilância...

De acordo com o relatório semanal, publicado todas as quintas-feiras, a taxa de incidência da síndrome gripal foi, entre 21 e 27 de março, de 7,6 casos por cem mil habitantes.

Na semana precedente, de 14 a 20 de março, a atividade gripal foi considerada baixa, com tendência estável, tendo-se registado 21,7 casos por cem mil habitantes.

O boletim hoje divulgado volta a referir que os vírus da gripe circulantes "são, na sua maioria, semelhantes aos vírus contemplados na vacina antigripal da época 2015/2016".

De 21 a 27 de março, foram admitidos seis novos casos de gripe nas 21 unidades de cuidados intensivos dos hospitais que reportaram informação, tendo a taxa de admissão se situado nos 3,4 por cento.

Três dos pacientes tinham doença crónica associada.

Desde o início da época gripal, em outubro, foram indicados 167 casos de gripe admitidos nas unidades de cuidados intensivos hospitalares, dos quais 69,5 por cento acusavam doença crónica subjacente.

Dos 91 pacientes com estado vacinal conhecido, apenas sete estavam vacinados contra a gripe.

O boletim volta a mencionar que a mortalidade observada, "por todas as causas", apresenta números de acordo com o esperado.

Na semana passada, a temperatura mínima do ar foi, em média, 5,3ºC, abaixo do normal, salienta o documento.

A época gripal 2015/2016 começou em outubro e termina em maio.

Serviços domiciliários
A Misericórdia do Porto está disponível para, em parceria com o governo, avançar com um projeto que visa "o apoio a idosos...

A revelação foi feita pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), António Tavares, que explicou inserir-se esta iniciativa no recentemente apresentado Programa Nacional para as Reformas, "que prevê o reforço da rede nacional dos cuidados continuados e na prestação de serviço de apoio domiciliário aos idosos".

O projeto irá associar-se a outro já em curso da responsabilidade da SCMP, denominado Chave de Afetos, de componente tecnológica, permitindo ao beneficiar dispor " de uma série de serviços sem ter de sair de casa".

"Neste âmbito, aos idosos seria fornecida alimentação, roupa, os cuidados com a mesma bem como da habitação e, dessa forma, evoluir-se para o retardamento da sua institucionalização e para uma nova geração no apoio domiciliário, acrescentando-lhe a componente de saúde, com o serviço de enfermagem e médico", descreveu António Tavares.

Como componente desse esforço de resposta ao desafio lançado pelo governo, a Santa Casa propõe disponibilizar o Centro de Dia para Doentes de Alzheimer e a unidade de cuidados continuados de saúde mental, única no país, do hospital Conde Ferreira, para fazer o acompanhamento nas mais variadas situações.

"Com isto, evita-se que tenham de fazer deslocações consecutivas para receberem tratamento e adia-se o mais possível a sua institucionalização", reforçou o provedor da Santa Casa revelando "estarem disponíveis para aumentar o número de camas em mais 50 ou 100 nos cuidados continuados".

"Temos essa disponibilidade quer para a saúde mental quer noutras variáveis caso a Área Metropolitana do Porto tenha essa dificuldade para suprir, respondendo desta forma ao apelo do senhor ministro", sublinhou.

Alertando para o facto de "muitas destas pessoas irem precisar do apoio do governo através da contratualização, e isso está previsto", António Tavares espera, por isso, "poder vir a contar com a ARS e com a Segurança Social nestes projetos".

"No fundo, trata-se de um ‘upgrade' nestes serviços, reunindo-se a componente social e médica, para não falar do voluntariado, cuja importância no apoio que presta é bem conhecida", considerou o provedor para quem, através desta solução "irá reduzir-se o consumo de medicamentos, das depressões e dos casos de solidão".

Estudo
Um novo estudo revela a estrutura do vírus do Zika, avanço que os investigadores responsáveis, da Universidade de Purdue, nos...

O estudo, publicado na página de Internet da revista científica Science, conclui que a estrutura do Zika é muito semelhante à de outros flavivírus, a família de vírus que inclui o dengue, a febre-amarela ou a febre do Vale do Nilo.

Apesar das semelhanças, em particular com o dengue, o Zika parece ter uma estrutura ligeiramente diferente numa região que, no dengue, facilita a ligação aos anticorpos e aos recetores do hospedeiro.

Para o autor do estudo, Richard Kuhn, quaisquer regiões que sejam únicas no vírus do Zika têm o potencial de explicar diferenças na forma como o vírus é transmitido e como se manifesta enquanto doença.

"A estrutura do vírus fornece um mapa que mostra potenciais regiões do vírus que poderão ser alvo de um eventual tratamento, usadas para criar vacinas eficazes ou para melhorar a nossa capacidade de diagnosticar e distinguir a infeção por Zika de outros vírus relacionados", disse Kuhn, que é também diretor do departamento de Ciências Biológicas da Universidade de Purdue.

Para o cientista, "determinar a estrutura aumenta muito aquilo que se compreende do Zika, um vírus de que tão pouco se sabe, e ilumina as áreas mais promissoras para se testar investigar de forma a combater a infeção".

"A maioria dos vírus não invade o sistema nervoso ou o feto em desenvolvimento graças a barreiras sangue-cérebro e à placenta, mas a associação com malformações no desenvolvimento do cérebro de fetos em grávidas infetadas com o Zika sugere que este vírus o faz", disse Devika Sirohi, que também participou na investigação.

Reconhecendo que "não é claro como é que o Zika consegue aceder a estas células e infetá-las", Sihori explicou que as diferenças encontradas na estrutura do vírus "podem ser cruciais e justificam mais investigação".

Os investigadores estudaram um vírus do Zika isolado de um paciente infetado durante a epidemia na Polinésia Francesa e determinaram a estrutura a uma resolução quase atómica, explicou Michael Rossmann, coautor do estudo.

Kuhn e Rossmann estudam os flavivírus, família a que pertence o Zika, há mais de 14 anos. Foram os primeiros a mapear a estrutura de um desses vírus ao determinar a estrutura do dengue em 2002. Em 2003 foram os primeiros a determinar a estrutura do vírus da febre do Vale do Nilo e são agora os primeiros a fazê-lo com o Zika.

Um surto de Zika afeta atualmente a América do Sul, e o Brasil, o país mais afetado, já registou mais de um milhão e meio de casos.

O vírus é transmitido aos seres humanos pela picada do mosquito 'Aedes aegypti', que existe em 130 países, e na maioria dos casos provoca apenas sintomas gripais benignos, ou não provoca sintomas de todo.

No entanto, o vírus tem sido associado a casos de microcefalia, doença em que os bebés nascem com o crânio anormalmente pequeno e défice intelectual, e a casos de Síndroma Guillain-Barré, uma doença neurológica grave.

Na semana passada, o Brasil confirmou 907 casos de microcefalia e 198 de bebés que morreram devido a este problema congénito desde o início do surto.

As autoridades estão ainda a investigar se a malformação afeta outros 4.293 bebés com sintomas parecidos.

Associação de Doentes com Artrite Reumatóide
A Associação de Doentes com Artrite Reumatóide contesta a reduzida comparticipação estatal aos medicamentos considerados de...

Segundo o secretário-geral da Associação de Doentes com Artrite Reumatóide (Andar), António Vilar, um dos fármacos de base para a artrite reumatóide é comparticipado a 20%, quando na maioria dos países europeus a comparticipação anda entre os 90 e os 100%.

Aliás, este mesmo medicamento recebe em Portugal uma comparticipação de 95%, quando usado noutras doenças, como a doença inflamatória do intestino, uma situação que os reumatologistas consideram injusta e discriminatória.

Outro dos medicamentos base para a artrite reumatóide tem o escalão B de comparticipação, o que significa que o Estado paga 69%.

Para a Andar, estes fármacos deviam ser comparticipados com o escalão máximo de 95%, até porque a sua reduzida comparticipação pode desviar doentes da adesão à terapia e fazer com que precisem depois de recorrer aos medicamentos biotecnológicos, integralmente comparticipados, mas muito mais dispendiosos para o Estado.

De acordo com os reumatologistas, só cerca de 25% dos doentes com artrite reumatóide necessitam de ser tratados pelos medicamentos mais caros, os biotecnológicos.

“Ter uma comparticipação adequada nos fármacos de base faria com que muitos doentes nem chegassem a ter de fazer os biotecnológicos”, sublinhou o reumatologista José Canas da Silva.

A questão da terapêutica e da comparticipação deverá ser abordada nas XVI Jornadas da Andar, que decorrem terça-feira em Lisboa.

Apesar de ser necessário melhorar o acesso à medicação de base, aumentando a comparticipação, nos últimos 25 anos subiu de forma significativa o número de doentes em remissão, passando de oito para 30%, o que significa que atualmente quase um terço dos doentes se encontra em remissão.

Ordem dos Nutricionistas
De forma a assegurar que todos os nutricionistas possuem as mesmas competências para o exercício da profissão, a Ordem dos...

Este documento inédito irá permitir harmonizar o perfil de competências das licenciaturas e será apresentado publicamente às 15h30 de amanhã, sexta-feira, dia 1 de Abril, na Casa do Infante no Porto (R. Alfândega, 10, à Ribeira do Porto), numa cerimónia que contará com a presença da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, e dos responsáveis dos 13 estabelecimentos de Ensino Superior.

Com a convergência da profissão de dietista para a profissão de nutricionista estabelecida legalmente em setembro de 2015, tornou-se ainda mais premente a adequabilidade das licenciaturas à profissão de nutricionista, de forma a assegurar a excelência, qualidade e harmonia na formação superior do nutricionista.

Numa iniciativa inédita em Portugal, a Ordem dos Nutricionistas e os estabelecimentos de Ensino Superior uniram esforços para desenvolver um documento orientador que estabeleça os princípios básicos da formação académica dos nutricionistas. Princípios como as competências para cada uma das áreas profissionais, domínios científicos e o número mínimo e máximo de créditos destes domínios.

Serão estes princípios e outros detalhes sobre o “Referencial para a Formação Académica do Nutricionista” que serão apresentados pela primeira vez em público na sessão de sexta-feira, dia 1 de abril.

Fundação Portuguesa de Cardiologia
Fundação Portuguesa de Cardiologia lança campanha para captação de donativos através do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas...

A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) está a promover uma campanha de captação de donativos através do preenchimento, na declaração de IRS, da rubrica Consignação a Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública.

Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, em 2013 e pela primeira vez, a taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório fixou-se abaixo dos 30%. Contudo, estas continuam a ser a principal causa de morte em Portugal, com 29,5% do peso na mortalidade total nesse mesmo ano.

A Fundação Portuguesa de Cardiologia, através dos seus rastreios cardiovasculares e do seu trabalho de educação para a saúde, continua a combater estes números, sensibilizando a população portuguesa para a importância do controlo dos fatores de risco e adoção de hábitos saudáveis.

Ao apoiar esta causa, através da Declaração de IRS, os contribuintes não irão pagar mais nem receber menos, isto porque os 0,5% são retirados do imposto já retido pelo Estado. Assim, ao preencher, os contribuintes deverão colocar no quadro 11 uma cruz (X) à frente de “Instituições particulares de solidariedade social ou pessoas coletivas de utilidade pública” e indicar, no campo 1101, o NIF da Fundação Portuguesa de Cardiologia – 500 936 994.

Deste modo, o valor será automaticamente canalizado para a Fundação, sem quaisquer encargos para o contribuinte.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
A equipa de transplantação hepática do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra acaba de realizar pela segunda vez este ano...

As modalidades de transplante hepático por redução, divisão (split), dador vivo, são muito exigentes tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista da logística envolvida pois exigem equipas muito bem preparadas e em número significativamente maior do que o necessário para a transplantação com fígado inteiro, sendo necessária a execução em simultâneo de dois (por vezes três) atos cirúrgicos de alta complexidade e responsabilidade. Neste momento o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é o único hospital que utiliza esta técnica cirúrgica em Portugal.

Emanuel Furtado, coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC, explica que “todas estas variantes técnicas fazem parte da história da transplantação hepática nos HUC, agora parte do CHUC. Por falta de capacidade técnica e logística, algumas destas soluções mais complexas não se realizaram durante vários anos. Todas foram retomadas nos últimos meses, fruto da difícil mas conseguida recuperação da capacidade de resposta da equipa de transplantação hepática do CHUC”.

O especialista considera que “embora modesto, representa mais um esforço, bem-sucedido, de cumprir o objetivo de maximizar o aproveitamento de enxertos e diminuir o número de doentes que, por carência de órgãos, não chegam a beneficiar desta modalidade terapêutica salvadora de vidas”.

O progressivo aumento da capacidade técnica e logística da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC permitirá ainda ampliar a aplicação desta solução para dois recetores adultos aumentando o impacto no número de transplantes realizáveis.

José Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do CHUC, e autor da lei dos transplantes (Lei 12/93 de 22 de abril) , na altura uma das mais avançadas do mundo,  refere que este é mais um contributo do CHUC para o SNS e para a saúde dos portugueses.

Já a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) congratula-se com mais este passo dado no sentido de aumentar o número de transplantes em Portugal e salienta a importância desta técnica para o desenvolvimento da transplantação hepática no nosso país.

O transplante hepático tem provado ser um método eficaz no tratamento de doenças terminais hepáticas. Atualmente o número de dadores é menor do que as reais necessidades da população. O resultado é um aumento de tempo na lista de espera e do número de pacientes que não chegam a ser transplantados porque já não cumprem os critérios para transplante ou por morte, após deterioração progressiva da doença enquanto aguardam o transplante.

Este é um problema com que se defrontam todos os países. Ao longo do tempo, várias alternativas foram sendo desenvolvidas no sentido de maximizar a capacidade de resposta, aumentando o número de enxertos utilizados, com recurso a soluções técnicas de complexidade crescente. São disso exemplos o transplante hepático pediátrico com enxerto reduzido, a realização de dois transplantes hepáticos por divisão (split) de um fígado, o transplante de fígado “em dominó”, o transplante de fígado com enxerto colhido em dador vivo e o transplante de fígado de dador por paragem cardiocirculatória irreversível. 

Healthcare Clowning International Meeting 2016
Os Doutores Palhaços do mundo inteiro reconhecem a necessidade de desenvolver medidas globais para o reconhecimento desta nova...

O tema foi recentemente discutido por todos e entre as ideias trocadas destaca-se a possibilidade de garantir uma forma de certificação do trabalho que desenvolvem e criar uma Escola que treine os artistas e acredite a sua formação profissional.

O Healthcare Clowning International Meeting 2016 decorreu em Lisboa entre 21 e 23 de março e juntou mais de 300 participantes de organizações de palhaços oriundas de 30 países que atuam em contexto de saúde de todo o mundo.

Este encontro, centrado na partilha de experiências, permitiu a identificação de boas práticas e novos contextos de intervenção junto de populações vulneráveis como crianças com necessidades especiais, cuidados paliativos, cenários de guerra e campos de refugiados.

Os Doutores Palhaços reconhecem ainda a população idosa como um novo público-alvo para as organizações de palhaços que intervêm em contexto de saúde, indica a Operação Nariz Vermelho (ONV), entidade organizadora do 1.º Encontro Internacional de Palhaços que Intervêm em Saúde em Portugal.

“Reconhecemos que é necessária uma maior consciencialização relativamente ao grupo etário dos idosos, tendo em conta o envelhecimento da população e o prolongamento da esperança média de vida. Podemos ter na terceira idade um novo público-alvo que representa também para todas as organizações um desafio em termos de investigação para a melhor adequação da intervenção do palhaço ”, explica Susana Ribeiro, responsável do núcleo de investigação da ONV.

A importância de se encontrarem, partilharem experiências e discutirem desafios é outra das conclusões deste encontro internacional, que salienta o foco na comunicação entre os intervenientes das diversas organizações. Os participantes sublinharam a importância de ter uma estrutura que permita que comuniquem entre si, potenciando a partilha de ideias e procedimentos com vista à evolução do trabalho que todos desempenham.

A comunicação com os profissionais de saúde levou os Doutores Palhaços a sublinharem a necessidade de criar uma “linguagem comum” entre ambos os grupos, por forma a envolver mais e melhor os profissionais de saúde no trabalho dos Doutores Palhaços.

Apresentar os resultados de investigações sobre o impacto do trabalho dos Doutores Palhaços ao público e stakeholders também é crucial para as organizações como a ONV. Foi para responder a esta necessidade que a ONV apresentou no primeiro dia do encontro o livro “Rir é o melhor remédio?”.

A investigação exposta no livro foi desenvolvida nos últimos seis anos pela ONV em parceria com o Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho e comprova os benefícios da intervenção dos Doutores Palhaços na recuperação das crianças hospitalizadas. Entre vários resultados muito significativos, o estudo demonstra que depois das visitas dos Doutores Palhaços as crianças “esquecem” que estão num hospital e a sua colaboração com os tratamentos e exames melhora.

O livro “Rir é o melhor remédio?” foi produzido graças ao Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants), tendo como Estados doadores a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein. Em Portugal a gestão destes fundos está a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian, que acolheu o Healthcare Clowning International Meeting 2016. 

SNS
A partir de hoje, os dadores de sangue e os bombeiros voltam a estar isentos do pagamento de taxas moderadoras nas urgências.

Com a entrada em vigor da lei do Orçamento do Estado para 2016, ficam isentos de pagar taxa moderadora também nas urgências e ainda em exames de diagnóstico os utentes que tenham sido referenciados pelos cuidados de saúde primários, pelo centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pelo INEM.

Ficam também dispensadas do pagamento de taxas moderadoras as primeiras consultas hospitalares, desde que tenham sido referenciadas pelos cuidados de saúde primários, e ainda os exames completares no âmbito de doenças neurológicas degenerativas, da infeção por VIH/sida, diabetes e seguimento e tratamento do cancro.

Segundo a lei do Orçamento do Estado, durante este ano, o Governo promove a redução do valor das taxas moderadoras até ao limite de 25% do seu valor total.

DGS afirma
O diretor do departamento da Qualidade na Saúde da Direção-Geral da Saúde afirmou em Coimbra que "a realidade tem de...

O diretor do departamento da Direção-Geral da Saúde (DGS), Alexandre Diniz, apelou à participação de todos na melhoria da qualidade e da segurança na prestação de cuidados de saúde, considerando que "a cultura da melhoria da segurança é uma questão que envolve todos".

Alexandre Diniz, que falava no auditório do Hospital Pediátrico de Coimbra, sublinhou que Portugal tem ainda níveis "muito débeis" de adesão na avaliação da cultura da segurança.

Esta avaliação, que permite que os profissionais fiquem despertos e atentos para a temática, "tem de ser prática e rotina nos serviços", realçou.

O diretor do departamento da Qualidade na Saúde da DGS falava no âmbito da entrega dos certificados de acreditação a onze unidades de saúde da região Centro, no âmbito do Programa Nacional de Acreditação em Saúde.

Segundo dados divulgados pela DGS naquela sessão em Coimbra, os hospitais tiveram uma taxa de adesão de 6,2% em 2016 à avaliação da cultura de segurança. Já as unidades de cuidados de saúde primários tiveram uma taxa de adesão global em 2015 de 20,1%.

A meta da DGS é atingir uma adesão de 90% em 2020, sendo que a atual taxa não está muito afastada da média "internacional", frisou Alexandre Diniz.

A acreditação em saúde é considerada uma das "prioridades estratégicas do Ministério da Saúde" para o período 2015-2020, e tem como objetivo principal o reconhecimento público da qualidade atingida nas organizações prestadoras de cuidados de saúde, através de uma avaliação objetiva da competência por pares.

A acreditação das instituições de saúde teve o seu início em Portugal no ano de 1999, com a criação do Instituto da Qualidade em Saúde (extinto em 2006), cabendo atualmente a sua aplicação ao Departamento da Qualidade na Saúde da DGS, que adotou o modelo de Acreditação de Unidades de Saúde da Agência de Calidad Sanitaria de Andalucia (modelo ACSA Internacional) como referência.

Em Portugal
A cooperativa de solidariedade social Focus anunciou que irá introduzir em Portugal novas metodologias interventivas na área do...

Em declarações, o presidente da instituição, Fernando Barbosa, assegura que em causa estão "três programas que são pioneiros em Portugal", mas cujos "resultados científicos já foram comprovados por diferentes entidades internacionais", agora parceiras da cooperativa.

"Um programa destina-se a acompanhar com conteúdos próprios todo o percurso educativo da criança com autismo logo a partir do ensino pré-escolar", anuncia Fernando Barbosa. "Outro vai promover as competências sociais de pessoas que sofram dessa perturbação ou tenham problemas de hiperatividade, défice de atenção ou depressão. E o terceiro é um modelo inovador e sustentável de empregabilidade, com evidências científicas de sucesso no que se refere à colocação profissional destes cidadãos", completa.

Em suma, acrescenta, "são três programas que visam dar uma melhor resposta às necessidades da pessoa com autismo ao longo da vida, desde que se inicia o seu percurso no ensino formal até à sua colocação no meio profissional".

O primeiro dos programas em causa é o "Star & Links Curriculum", que a Focus começará por adotar junto dos seus utentes e espera depois implementar como projeto-piloto em escolas de Vale de Cambra. Sob a coordenação internacional da companhia Star Autism Support, o plano visa proporcionar a professores "as necessárias ferramentas, métodos e materiais para ensinar e avaliar os estudantes com Autismo, preparando-os para o sucesso académico".

Realçando que esses currículos "já estão implementados em 2.500 distritos escolares de 50 estados dos EUA e em mais de 25 países a nível mundial", Fernando Barbosa antecipa: "Acreditamos que o programa constituirá uma resposta efetiva e de qualidade para ajudar pessoas com perturbações do autismo, aumentando a sua qualidade de vida e minimizando os custos para as famílias e para a sociedade em geral".

A segunda inovação anunciada pela Focus é o "PEERS", que o presidente da cooperativa descreve como "o único programa com evidências científicas na promoção das competências sociais de cidadãos com autismo ou afetados por hiperatividade, défice de atenção, ansiedade, depressão e outros desafios sociais".

O método foi desenvolvido pelo UCLA Semel Institute de Los Angeles e será implementado em Portugal pela norte-americana Elizabeth Laugeson, que supervisionará a formação e certificação internacional dos profissionais de saúde mental que trabalham com jovens nessas circunstâncias.

Quanto à terceira novidade anunciada pela cooperativa, Fernando Barbosa não revela ainda o nome do programa, mas adianta que em causa está "um dos poucos a nível internacional com resultados científicos comprovados na promoção da empregabilidade de pessoas com autismo e outras deficiências".

O objetivo é envolver diversas empresas portuguesas na adoção de um" modelo internacional e bem-sucedido" de empregabilidade para pessoas com autismo e outras perturbações. "O primeiro estudo realizado para testar a eficácia deste programa mostrou que 87% dos participantes ficaram colocados em postos de trabalho que tradicionalmente não são considerados como adequados para pessoas com perturbações do desenvolvimento", revela.

Nesta fase, a Focus ainda está a contactar empresas e famílias que pretendam envolver-se no projeto, mas Fernando Barbosa indica já três setores em que a prestação de um colaborador autista pode revelar-se mais útil do que a de um cidadão dito normal: unidades hospitalares (pelo rigor exigido na limpeza e manutenção de instrumentos cirúrgicos), universidades (pela concentração necessária em tarefas administrativas monótonas) e logística (pela atenção e detalhe exigidos ao cumprimento de sequências rotineiras de produtos ou procedimentos).

Investigadores e farmacêutica fazem
Uma parceria, que é apresentada e em Lisboa, entre duas unidades de investigação e uma farmacêutica, vai testar medicamentos...

A parceria envolve o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET), que 'construiu' o modelo tridimensional de fígado humano, o Instituto de Medicina Molecular (iMM), especialista no estudo da malária, e a farmacêutica Merck Portugal.

O projeto, financiado em meio milhão de euros pela farmacêutica, será desenvolvido durante dois anos, disse a investigadora e membro da direção do iBET, Paula Alves, esperando que, no final deste ano, possam estar selecionados os fármacos.

O modelo tridimensional, que o iBET concebeu a partir da recolha de linhas celulares de fígado humano, recorrendo a técnicas de bioengenharia, reproduz e mantém as funcionalidades do órgão no corpo humano, de tal forma que o parasita da malária, o Plasmodium, o infetou.

Segundo Paula Alves, se se perceber como 'matar' o parasita na fase em que está 'adormecido' no fígado, será possível a sua erradicação.

A ideia, sintetizou, é "tentar arranjar fármacos que consigam combatê-lo [parasita] na fase hepática", ou seja, que consigam 'limpar' o fígado do 'invasor'.

A fase hepática da malária, em que os parasitas se depositam e multiplicam nas células do fígado, corresponde ao primeiro estádio da infeção, ocorrendo depois da picada do mosquito infetado e antes de o Plasmodium se espalhar pela corrente sanguínea e contaminar os glóbulos vermelhos.

Surgem então os sintomas da doença, como febre alta, calafrios, dores de cabeça e musculares.

Paula Alves lembrou que o Plasmodium, transmitido aos humanos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, "invade e permanece, durante toda vida, no fígado".

A malária, que pode ser mortal, é uma doença infecciosa frequente nos países tropicais, em particular na África Subsariana.

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