Esclerose Lateral Amiotrófica
Cãibras horríveis em todo o corpo foram os primeiros sinais de alerta que Vera Jordão sentiu e que percebeu mais tarde que se...

“Estava a fazer Pilatos e comecei a sentir horríveis cãibras em todo o corpo”, começou por contar à agência Lusa Vera Jordão, de 57 anos, que sentiu os primeiros sintomas da doença em janeiro de 2013 e foi diagnosticada 11 meses depois.

De um mês para o outro, começou a sentir um “cansaço enorme” ao andar. “A fazer um quarteirão a direito ficava cansadíssima” e depois “foi tudo gradual”, até chegar à cadeira de rodas.

Em dezembro de 2011, Vera tinha perdido um irmão, vítima da doença, o que a fez desconfiar que também poderia estar a iniciar um processo semelhante.

“Fui a um especialista no Hospital de Santa Maria, fiz uma eletromiografia e foi logo diagnosticada a doença”, disse, recordando as palavras do médico: “É um cenário igual ao do seu irmão”.

Quando ouviu estas palavras apanhou “um susto”, porque assistiu à “progressão rapidíssima” da doença no irmão.

“Desde que a doença lhe foi diagnosticada até morrer foi um ano e meio, uma degradação total. Graças a Deus, eu não”, disse Vera Jordão, que continua a trabalhar e a valorizar todos os minutos do dia.

“Eu sou uma pessoa por natureza positiva, sempre fui e continuo a ser. Estou sempre bem-disposta, nem me lembro que estou doente”, contou, desabafando: “A gente não pode fazer nada, então vamos fazer o melhor que se pode”.

Vera confessou que vai “um bocadinho abaixo” quando percebe que deixou de conseguir fazer uma coisa que era importante para si, mas é só por “meia hora”.

“Não consigo fazer de uma maneira, faço de outra, é tudo uma conquista”, disse, com um sorriso.

“Nunca tenho pena daquilo que perdi e agarro-me sempre àquilo que ainda tenho e quanto mais tempo a tiver, melhor”, comentou.

Durante este percurso, houve “muitas mudanças importantes” na sua vida, entre as quais mudar de casa, que encarou sempre com uma atitude positiva: “Eu sei o estado em que posso ficar, mas vou começar já a chorar? Não, eu vivo o presente”.

A doença, que em cerca de 5 a 10% dos casos é hereditária, tem uma sobrevida entre três a cinco anos, mas há casos em que a progressão é mais lenta e os doentes vivem 10 a 15 anos.

Em declarações à Lusa, a investigadora Dora Brites, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, disse que a esperança de vida não tem aumentado, porque “não há terapêutica” eficaz.

“A doença é muito complicada, porque cada vez se chega mais à conclusão que a origem não é uma única. Há que provavelmente fazer terapêuticas combinadas dirigidas simultaneamente a vários alvos”, defendeu.

No futuro, deve haver um tratamento diferente para todos os pacientes: “Há que perceber as semelhanças que os doentes apresentam, mas também as diferenças, porque se usarmos o mesmo tratamento pode não ser aceite da mesma forma pelos doentes”.

Isto exige um grande investimento na investigação, que “não tem sido feita”, disse Dora Brites.

“São muito mais badaladas as doenças de Alzheimer e de Parkinson, mas a ELA tem tido poucos apoios internacionalmente e em Portugal ainda menos”, sustentou.

A investigadora acredita que se está “a caminho de atingir algumas formas de aproximação terapêutica que possam trazer melhor qualidade de vida e uma progressão mais lenta da doença”.

“Quanto à cura, como todas as doenças, acho que sim, quando, não sei responder”, disse Dora Brites, que lidera uma equipa que está a desenvolver uma investigação sobre a doença.

Nações Unidas
A política portuguesa para a área da droga e da toxicodependência, marcada pela descriminalização do consumo, vai ser dada como...

A sessão especial da Assembleia-geral das Nações Unidas sobre o problema mundial das drogas decorre a partir de hoje em Nova Iorque e serve para os chefes de Estado e para os governos avaliarem os sucessos e fracassos das políticas mundiais sobre drogas aplicadas nas últimas décadas.

O “caso português” na área da política de drogas terá direito a uma sessão especial, que decorre na quarta-feira pelas 11:30 locais (16:30 em Lisboa) e conta com a participação do secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, e do presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências (SICAD), João Goulão, segundo a agenda oficial.

A decisão de descriminalizar o consumo de drogas em Portugal tem dado visibilidade internacional à política portuguesa nesta área, que no entanto não se esgota nesta decisão.

A legislação de 2001 veio permitir deixar de se considerar crime o consumo de droga, a aquisição e a posse para consumo próprio.

Segundo um historial publicado no site do SICAD, para aplicar esta nova lei foram criadas comissões para a dissuasão da toxicodependência, que vieram substituir os tribunais criminais como resposta do Estado ao consumo de drogas.

Constituídas por um colégio de técnicos da área da saúde e da justiça, as comissões procuram informar as pessoas e dissuadi-las de consumir drogas e têm também o poder de aplicar sanções administrativas e de encaminhar pessoas para tratamento, sempre com o seu consentimento.

Mas a abordagem às dependências em Portugal não se ficou apenas pela descriminalização do consumo, havendo ainda um reforço nas áreas da prevenção, tratamento e reinserção. Foram criadas respostas de redução de riscos e minimização de danos, como equipas de rua, gabinetes de apoio, programas de substituição opiácea, centro de acolhimento ou centros de abrigo.

175 vagas
As regiões de Lisboa e Vale do Tejo, com 175 vagas, e do Algarve, vão ter este ano um reforço de quadros médicos para reduzir...

"Lisboa e Vale do Tejo e o Algarve são as regiões do país com menos médicos de família para a população que têm e, este ano, vão ser colocados novos especialistas de medicina familiar que vão respeitar essa necessidades, ou seja, irão mais médicos para essas regiões do que é habitual", disse à agência Lusa Luís Pisco, vice presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), à margem da apresentação do mapa de reorganização dos Cuidados de Saúde Primários nos concelhos de Abrantes e Sardoal, no distrito de Santarém.

O mesmo responsável referiu que este ano há "mais médicos a entrar do que a sair" dos sistemas de saúde, notando que a abertura de 175 vagas para Lisboa e Vale do Tejo e "mais vagas do que habitualmente" para a região do Algarve, "fará com que, provavelmente, haja mais médicos jovens a deslocar-se da região norte, onde só existe 2% da população sem médico de família, para se instalarem nas duas regiões mais carenciadas", com cerca de 20% de utentes a descoberto.

"A solidariedade nacional provavelmente irá manifestar-se desta vez, bastante, pois temos a expectativa de que os médicos venham para os locais onde existem mais vagas", observou, tendo exemplificado a colocação de médicos com a "regra de três simples: o ACES com menor necessidade, o oeste norte receberá cinco médicos, o ACES com maior necessidade, em Sintra, receberá 19 médicos".

Luís Pisco lembrou ainda que, "em 6 anos, saíram 830 médicos do sistema e só entraram cerca de 300", para de seguida dar "boas notícias", referindo que "este ano há mais médicos a entrar do que a sair", e que "72 novos médicos internos vão concluir a especialidade até ao verão", profissionais que, notou, "devem ter uma colocação mais rápida do que o habitual nas unidades de saúde familiar e centros de saúde".

O responsável da ARSLVT disse ainda ter a expectativa de que dentro de "dois a quatro anos, até 2020, para resolver o problema de forma mais global, e para sejam repostos os quadros médicos em falta" no país.

Luís Pisco presidiu hoje à apresentação da reorganização dos Cuidados de Saúde Primários nos concelhos de Abrantes e Sardoal, dois municípios que confinam territorialmente na região do Médio Tejo, que apresentam uma taxa de envelhecimento populacional muito elevada, e onde o número de utentes sem médicos de família se cifra na ordem dos 40% e 50%, respetivamente.

O projeto, sem data definida para entrar em funcionamento, passa pela criação e articulação de uma Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) em Abrantes, a par de uma Unidade de Saúde Familiar (USF) e uma Unidade de Cuidados da Comunidade (UCC),e uma Unidade Cuidados Saúde Personalizados em Sardoal, em articulação com uma UCC denominada de "Abrantes e Sardoal", uma vez que trabalhará com quatro freguesias de cada um dos municípios.

O projeto, de base domiciliária e comunitária, assenta nos cuidados de saúde e apoio psicológico e social, é dirigida a pessoas de maior risco e vulnerabilidade, com dependência física ou funcional, e visa dar apoio aos mais idosos e aos que estão com mais dependências, com visitas de apoio domiciliário".

Associação Portuguesa de Fertilidade lança
A Associação Portuguesa de Fertilidade vai lançar uma campanha para doação de óvulos e espermatozoides junto das universidades...

A campanha, que começará brevemente, consistirá na afixação de cartazes e na distribuição de folhetos explicativos do processo, contando-se atualmente 104 faculdades e institutos politécnicos que já aceitaram divulgar a campanha juntos dos seus alunos.

Para Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, “há muitos casais que precisam da doação de gâmetas (óvulos e/ou espermatozoides) para conseguirem concretizar o sonho de serem pais”.

“Estes casais apenas podem contar com o altruísmo de outras pessoas, que aceitam doar os seus gâmetas”, disse.

"É um primeiro passo para abordar esta questão, que ainda levanta tantas dúvidas à sociedade em geral. O que queremos é que as pessoas percebam que este é um gesto altruísta, que ajudará um casal a concretizar o sonho de uma vida”, acrescentou.

A falta de dadores é um problema há muito reconhecido pela Associação Portuguesa de Fertilidade. Em janeiro, a agência Lusa noticiou que o único banco público de gâmetas em Portugal não dispunha de sémen de dadores de raça negra.

Os gâmetas deste banco são angariados através de dadores, que para tal recebem a compensação financeira definida por lei, e utilizados em casais que são seguidos no centro de Procriação Medicamente Assistida (PMA) do Centro Hospitalar do Porto.

No entanto, o banco foi criado com o objetivo dos gâmetas armazenados serem disponibilizados, não só para os utentes desta unidade de saúde, mas sim para todas as instituições públicas que o solicitassem, o que ainda não acontece.

Desde o seu início, o banco tem-se deparado com dificuldades na obtenção de dadores, sendo que estes têm de obedecer a um conjunto de critérios, além do seu material genético necessitar de um tempo de “quarentena” antes de ser disponibilizado.

Até janeiro deste ano não tinha sido recolhida, armazenada ou disponibilizada qualquer amostra de dadores de raça negra, conforme explicou à agência Lusa a responsável do banco, Isabel Sousa Pereira.

Por esta razão, sempre que o banco foi procurado por casais de raça negra – ainda assim poucos casos – não pode responder positivamente à solicitação, adiantou.

Investigador de Coimbra defende
O especialista em envelhecimento ativo Ricardo Pocinho defendeu hoje a existência de cursos e "feiras de ocupação"...

O investigador de Coimbra considera que a passagem à aposentação sem um projeto de vida torna as pessoas infelizes e sujeitas a maiores fatores de morbilidade.

"Aqueles que preparam melhor a sua passagem à inatividade têm um bem-estar aumentado e são mais felizes no estado de envelhecimento", disse o investigador à agência Lusa.

Desde 27 de fevereiro que Ricardo Pocinho anda a ministrar cursos pelo país sobre como "Envelhecer a Trabalhar Ativamente", no âmbito do "Estudo da Perceção de Sujeitos Ativos na Preparação para a Reforma".

O estudo vai decorrer este ano e no próximo e, segundo o investigador, vai envolver 1.000 pessoas em idade ativa (entre os 18 e os 65 anos), através de cursos de sete horas realizados em vários pontos do território nacional.

Para já, e numa primeira análise, Ricardo Pocinho concluiu que 90% das pessoas que participaram nos cursos até agora realizados nunca tinham pensado na reforma, situação que se alterou para uma grande parte após a formação.

"Metade dos que participaram nos cursos e não pensavam na reforma responderam um mês depois num questionário que passaram a pensar mais de 10 vezes por mês a reforma", disse o especialista em questões do envelhecimento ativo.

Segundo o investigador, as pessoas passam um terço da vida a prepararem-se para entrar no mercado de trabalho e um pouco mais em idade ativa a trabalhar e "não passam um minuto a pensar na reforma".

"O meu grande objetivo é o de que as empresas e instituições considerem importante a realização de cursos de preparação para a reforma, pois as pessoas que transitam para a inatividade sem projeto são mais infelizes", sublinhou.

Ricardo Pocinho considera importante que as pessoas "percebam o que querem fazer quando forem mais velhas, porque existem estudos de que as pessoas que vão para a reforma sem projeto de vida são mais infelizes".

Salientando que as pessoas mais ativas na reforma têm menos fatores de morbilidade, o especialista de Coimbra defendeu a realização de iniciativas como, por exemplo, feiras de ocupação para seniores, tal como existem feiras para a empregabilidade.

As conclusões do "Estudo da Perceção de Sujeitos Ativos na Preparação para a Reforma" vão ser divulgadas antes do final do próximo ano, após a realização dos cursos "Envelhecer a Trabalhar Ativamente".

Associação Portuguesa de Hemofilia
A Associação Portuguesa de Hemofilia (APH) pondera processar o Estado português caso o Governo não recue na legislação que...

O aviso partiu do presidente da APH, Miguel Crato, que, em entrevista à agência Lusa lamentou que, em 2016, continuem “a existir problemas em relação ao tratamento da hemofilia”.

Um desses problemas, especificou, relaciona-se com a questão de o preço ser, em muitos medicamentos para a hemofilia, o critério único de aquisição.

“Os doentes com hemofilia - que no passado tiveram muitos problemas por o preço ser o critério único, como as infeções na década de 80 - continuam a ter produtos que lhe são destinados e essenciais para o seu tratamento, a sua vida e a sua qualidade de vida, mas que estão sujeitos a critérios economicistas”.

Em causa está uma circular conjunta da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), do Infarmed e dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), segundo a qual os procedimentos de aquisição para os medicamentos constantes numa lista serão efetuados “segundo o critério do mais baixo preço unitário”, tal como já previa um despacho de 2013 (13025-B).

Na lista constam medicamentos recombinantes (biotecnológicos e sem recurso a plasma), utilizados no tratamento da hemofilia: moroctocog alfa, nonacog alfa e octocog alfa.

Para Miguel Crato, “o que interessa é que os tratamentos sejam seguros e eficazes e que os medicamentos que estão a funcionar com os doentes se mantenham”.

Este hemofílico questiona a razão de a aquisição dos produtos derivados do plasma levar em conta a segurança e a eficácia, além do preço, e a dos recombinantes apenas se basearem no preço.

A APH receia que esta circular imponha que os médicos prescrevam fármacos mais baratos e essa é uma das mensagens que a associação quer passar no Dia Mundial da Hemofilia, que hoje se assinala.

“O Estado, de forma centralizada, está a impor a médicos e a doentes um tratamento apenas pelo seu preço mais baixo”, denunciou, alertando para o facto de uma das complicações mais frequentes na hemofilia ser o desenvolvimento de anticorpos ao próprio tratamento, “o que implica um tratamento à parte que é seis vezes mais caro”.

“Apenas o critério economicista não pode, em hipótese alguma, ser o único critério, até porque basta um doente desenvolver este tipo de anticorpos (inibidores) para que os poucos cêntimos que se pretende poupar se tornem um custo enorme para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Nuno Lopes, doente hemofílico e membro da direção da APH, recordou que durante muitos anos viveu com o medo de contrair alguma infeção, como aconteceu a dezenas de doentes nos anos 80, quando foram infetados com o VIH através de derivados de plasma contaminado.

“Esse medo, esse fantasma, que era constante, deixou de existir quando comecei a tomar os recombinantes”, disse.

Perante a possibilidade de ser confrontado com uma proposta para a sua medicação ser substituída por uma mais barata, Nuno Lopes disse que a mesma o está a preocupar, defendendo que “não devem ser burocratas a decidir a terapêutica do doente, deve ser o doente, em parceria com o seu médico, a decidir isso”.

“O meu receio é que seja retirada aos médicos autonomia e até autoridade. São os imunohemoterapeutas que conhecem os doentes, com quem têm uma relação próxima e de confiança e não organismos públicos, quase sem rosto, aos quais eu não reconheço nenhuma autoridade, conhecimento científico e, por isso, nenhuma legitimidade para fazer um doente mudar de terapêutica”.

Nuno Lopes garante que não vai dar o seu consentimento informado para a substituição da terapêutica.

Da parte da APH, que já informou a tutela dos seus argumentos para que a circular seja revogada, Miguel Crato disse que, “se houver necessidade disso, e se não existir outra hipótese, há sempre o recurso aos meios judiciários”.

A APH pretende, assim, “fazer cumprir o estado de direito, fazer cumprir a missão que o SNS se destina que é velar pela correta terapêutica e a aplicação do melhor método de tratamento”, afirmou.

Questionados pela Lusa, os SPMS garantem que da parte deste organismo não existe “nenhum fator que leve à revogação do despacho”.

Sobre o impacto desta substituição no tratamento dos doentes, os SPMS referem que se trata de “fatores recombinantes e não plasmáticos, termos em que não existem condicionantes de segurança, uma vez que todos os medicamentos têm Autorização de Introdução no Mercado (AIM)”.

Polinização
A produção de pólenes em Portugal está a aumentar e as pessoas mais sensíveis começam a sentir os sintomas cada vez mais cedo,...

As alterações climáticas estão a alterar o período de polinização e “começa a haver uma polinização mais cedo”, revelou à Lusa Carlos Nunes, coordenador da Rede de Aerobiologia da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), baseando-se nos resultados do estudo “Avaliação Aerobiológica durante 12 anos em Portugal”.

Para sobreviverem e manterem as espécies, as plantas estão a alargar o período de polinização mas também a aumentar a quantidade de pólenes produzidos, o que faz com que as pessoas mais sensíveis sintam mais tempo os sintomas.

Resultado: “Uma pessoa suscetível em vez de ter sintomas no início ou meados de abril, começa a tê-los nos finais de março”, exemplificou o especialista, sublinhando que “os sintomas começam a ser mais precoces e o período dos sintomas é ligeiramente mais extenso”.

Segundo Carlos Nunes, determinadas espécies que polinizavam nos finais de março, começam agora “a polinizar uma semana ou dez dias antes. Começa a haver sinais de que começam a produzir mais (pólen) e cada vez mais cedo”.

Esta mudança conta do estudo realizado pela SPAIC, que analisou as mudanças registadas no país nos últimos doze anos.

O estudo, que analisa apenas a situação em Portugal Continental será publicado este ano e, em 2017, deverá ser conhecido um outro estudo que tem em conta as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

Enxaqueca e Cefaleia de tensão
Estima-se que, em Portugal, cerca de 12 por cento da população sofra de dores de cabeça.

Será difícil encontrar quem não tenha tido, em algum momento da sua vida, uma dor de cabeça.

Desencadeadas por vários fatores, afetam, no entanto, mais mulheres do que homens.

Irritabilidade, dificuldades na relação interpessoal, distúrbio do sono são algumas das consequências para quem sofre de crises frequentes.

Sendo de origem benigna, ou seja, que não são fruto de patologias graves subjacentes, a enxaqueca e a cefaleia de tensão são o tipo de dor que mais acomete a população adulta.

Enxaqueca
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, cerca de um em sete adultos sofre de enxaqueca.

Embora acometa indivíduos de ambos os sexos, independentemente da sua idade, os dados mostram que as mulheres têm a probabilidade de ser três vezes mais afetadas do que os homens.

Começando, habitualmente, na infância ou puberdade (no caso das raparigas), parece existir uma predisposição genética para quem sofre desta afecção.

As crises podem manifestar-se uma ou duas vezes por ano. No entanto, há quem delas padeça várias vezes por mês.

A dor é geralmente de intensidade moderada a forte e faz-se acompanhar de outros sintomas, como a sensação de enjoos ou vómitos, intolerância à luz ou a ruídos forte.

A localização da dor é unilateral, afetando quase sempre o mesmo lado da cabeça.

Habitualmente, a dor da enxaqueca piora no exercício das atividades quotidianas. Por isso, quando em crise, o paciente procura o repouso. Sabe-se que este tipo de dor tende a melhorar após um período de sono.

Como refere a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, existem vários fatores que podem desencadear uma enxaqueca, e estes podem variar de pessoa para pessoa:

  1. Determinados alimentos
  2. Saltar refeições
  3. Refeições inadequadas
  4. Desidratação
  5. Cafeína
  6. Alterações nos padrões do sono (dormir muito ou dormir pouco)
  7. Exercício intenso
  8. Viagens de longa distancia com alteração do fuso horário
  9. Alterações meteorológicas acentuadas
  10. Stress, ansiedade
  11. Menstruação, contracepção hormonal e terapêutica de substituição hormonal

O tratamento da enxaqueca passa por medidas comportamentais e medicamentosas.

Praticar exercício físico, evitar períodos de jejum ou privação de sono prolongados, evitar ou minimizar o stress são aspetos essenciais para combater as crises.

Os medicamentos utilizados incluem analgésicos e antieméticos para controlar os enjoos e vómitos.

Cefaleia de tensão
A Cefaleia de tensão é o tipo mais comum de dor de cabeça. Embora nunca seja grave, pode tornar mais difícil a realização das tarefas normais.

Geralmente, este tipo de cefaleia é descrita como um aperto ou uma pressão, como se a pessoa tivesse uma faixa apertada em volta da cabeça ou usasse um chapéu muito apertado.

A dor é, geralmente, moderada ou ligeira e tende a localizar-se nos dois lados da cabeça, espalhando-se, com frequência, até ao pescoço ou coluna.

Embora não se faça acompanhar por outros sintomas, algumas pessoas apresentam intolerância à luz ou a ruídos fortes e perda de apetite.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cefaleias, este é um tipo de dor de cabeça que afeta ou provém dos músculos e das suas ligações.

Acomete homens e mulheres de qualquer idade, e as suas crises pioram em períodos de sobrecarga física ou emocional.

Entre os fatores desencadeantes encontram-se a ansiedade, o stress ou a má postura, por exemplo.

Por isso, a prática de exercício físico regular seja altamente recomendada. Sabe-se que este tipo de cefaleia é mais comum nas pessoas que não fazem exercício.

O tratamento da cefaleia de tensão passa por uma avaliação neurológica e deve ser adaptada a cada caso.

Para além da medicação que alivia os sintomas, existem outras medidas não farmacológicas que podem ajudar nestes casos. A acupunctura e algumas técnicas de relaxamento (como as massagens, banho quente ou ioga) são também recomendadas pelos especialistas. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Despacho exige que rastreio nacional ao cancro colo-rectal em 2016!
A Europacolon Portugal – Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, no seguimento do Despacho n.º 4771-A/2016, publicado em Diário...

Segundo o Despacho do Ministério da Saúde, o rastreio do cancro colo-rectal iniciar-se-á em 2016 e a cobertura regional total do rastreio de base populacional ao cancro do intestino tem de estar garantida até 31 de Dezembro de 2017.

“Ao fim de dez anos de luta e pressão junto do Governo, por parte da Europacolon Portugal, pela implementação do rastreio ao cancro do intestino é com enorme satisfação que vemos que todo o esforço e trabalho desenvolvido no âmbito da sensibilização e da promoção da saúde teve sucesso! Resolve-se um problema grave de saúde pública e diminui-se a mortalidade e os custos que os tratamentos desta doença acarretam para o Estado”, explica Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

“Sempre defendemos de forma determinada que os rastreios do cancro colo-rectal desenvolvidos de forma sistemática e permanente pelo SNS, através de convocatórias semanais dos Centros de Saúde, a todos os cidadãos dentro da área de risco (dos 50 aos 74 anos) permitem identificar de forma precoce lesões malignas ou estadios iniciais da doença, que se traduzem em ganhos futuros em saúde, quer para o SNS quer para o utente. Permite também a utilização de técnicas terapêuticas menos agressivas, maiores taxas de sucesso nos tratamentos, melhor qualidade de vida para o doente e menores gastos em Saúde”, conclui Vítor Neves.

O cancro do intestino é um dos tumores malignos que mais mata em Portugal e, segundo dados recentes do Registo Oncológico Nacional, é o tipo de cancro que mais tem vindo a aumentar na população portuguesa. Quando detetado a tempo tem cura em 90% dos casos.

Universidade do Porto e Hospital São João
Vinte pacientes do Hospital São João do Porto foram envolvidos em ensaios clínicos para aplicar a técnica da termografia em...

Em declarações, Rita Valença Filipe, cirurgiã plástica e investigadora principal do estudo científico, contou que o trabalho, que começou em dezembro passado, juntou a termografia à abdominoplastia e tem em curso, no Hospital de São João do Porto, ensaios com 20 doentes, que estavam inscritos para abdominoplastia no Serviço Nacional de Saúde.

O estudo é fruto de uma cooperação entre as Faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto (UP) com o Hospital de São João do Porto, que deram as mãos para estudar como é que a técnica da termografia médica pode ajudar na recuperação e diminuição de riscos de doentes que recorrem à abdominoplastia, disse Rita Filipe, classificando a colaboração de "extremamente importante" e benéfica" para todas as partes.

O objetivo do projeto é ajudar a uma melhor recuperação do doente, assim como obter um melhor resultado estético, mas também diminuir a taxa de complicações e riscos da abdominoplastia, um dos procedimentos mais utilizados no âmbito da cirurgia plástica.

A abdominoplastia consiste na remoção de gordura e pele excedentária da região infra umbilical, com o intuito de melhorar o contorno corporal em doentes que sofreram, por exemplo, de uma redução de peso acentuada, ou apresentem flacidez cutânea após gravidez, ou que queiram simplesmente melhorar o contorno abdominal”, explicou a especialista.

“Aumentar o conhecimento na área da abdominoplastia numa perspetiva anatómica, fisiológica e clínica, com o intuito final da diminuição do risco e melhoria e refinamento de um procedimento que ainda vai apresentando alguma morbilidade” são objetivos do projeto.

O estudo, no fundo, vai permitir, ao aplicar a termografia, uma técnica de imagem inócua para o paciente aumentar o conhecimento anátomo-fisiológico da parede abdominal durante o procedimento de abdominoplastia.

A termografia médica é uma modalidade de imagem médica que permite avaliar a distribuição da temperatura à superfície da pele ou tecidos do corpo humano, permitindo avaliar procedimentos de cirurgia plástica e reconstrutiva, dando uma informação mais objetiva aos cirurgiões, explicou Ricardo Vardasca, investigador doutorado em Termografia Médica no Reino Unido, secretário-geral da Associação Europeia de Termologia e que está a colaborar no projeto de cooperação entre as Faculdades de Medicina e Engenharia da UP.

“Desta forma podem avaliar-se procedimentos de cirurgia plástica e reconstrutiva, dando uma informação mais objetiva aos cirurgiões que poderá no futuro influenciar a forma da realização dos procedimentos cirúrgicos e ajudar a determinar melhor o período de recuperação”, explica Ricardo Verdasca, referindo que outra mais-valia do uso da termografia é a “identificação dos vasos sanguíneos principais nas situações onde há necessidade de transferência de tecidos/retalhos, facilitando a sua ligação e mais rápida recuperação”.

Em Portugal não há 'rankings' sobre as abdominoplastias realizadas, mas a Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica está a desenvolver um estudo com vista a apurar essa informação.

A abdominoplastia é provavelmente um dos quatro procedimentos mais realizados por cirurgia plástica, disse Rita Valença Filipe, salvaguardando que esta informação é com base na sua sensibilidade e experiência médica. A lipoaspiração em primeiro lugar, prótese mamária em segundo, redução mamária em terceiro e depois a abdominoplastia.

Bruxelas lança
A campanha da União Europeia “Locais de trabalho saudáveis para todas as idades” começou hoje, por um período de dois anos,...

A campanha, promovida pela Comissão Europeia e a Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho centra-se no trabalho sustentável e na segurança e saúde no local de trabalho no contexto do envelhecimento da população ativa.

A prevenção dos riscos ao longo da vida ativa e facilitar a troca de informação e de boas práticas são também objetivos da campanha europeia que visa “relembrar que os trabalhadores mais jovens de hoje serão amanhã os mais idosos”, segundo uma nota de imprensa.

A campanha centra-se nas empresas europeias (privadas e públicas) e na necessidade de estas protegerem a saúde dos seus trabalhadores e a contribuir para a produtividade das suas organizações.

No Porto
O Centro Hospitalar de São João, no Porto, revelou que não foram identificados, desde sábado, “casos novos” de portadores de...

Numa nota de imprensa, aquele centro hospitalar acrescenta que “não se verificaram óbitos” relacionados com os doentes portadores de “bactéria resistente”.

O diretor clínico do Centro Hospitalar de São João, José Artur Paiva, disse na segunda-feira terem sido detetados nos últimos dias nove casos de doentes portadores de bactérias e que, “em dois dos casos”, a bactéria estava “a provocar infeção”.

Hoje, estão “internados no Centro Hospitalar de São João, em área específica, sete doentes portadores de bactéria resistente produtora de KPC. Dois deles apresentam infeção ativa encontrando-se em tratamento e a sua situação clínica é estável”, destaca aquele hospital na nota de imprensa.

O Centro Hospitalar de São João acrescenta que, “no rastreio dos doentes que se encontram internados e que contactaram com os portadores da bactéria, não foram identificados casos novos desde 09 de abril”.

“Mantém-se ativado o plano implementado em resposta a esta situação”, acrescenta o hospital.

Segundo explicou na segunda-feira José Artur Paiva, a bactéria em causa vive em simbiose com o organismo mas, “quando exposta a antibióticos, estabelece uma modificação e passa a produzir uma enzima nova, que habitualmente não produz”.

Estas enzimas, a que se chamam carbapenemases, fazem-na ser capaz de destruir um dos antibióticos mais potentes que existe.

Em Portugal
Alcon, a empresa líder mundial nos cuidados da visão e uma divisão do grupo Novartis, lançou as novas lentes de contacto AIR...

A Matriz Humectante HydraGlyde® é a tecnologia humectante exclusiva da Alcon que é apresentada atualmente nas soluções de manutenção OPTI-FREE® PureMoist® e AOSEPT® com HydraGlyde®. Esta tecnologia humectante exclusiva atrai e retém a humidade nas lentes de contacto e foi otimizada para as lentes de contacto em silicone hidrogel. A introdução da tecnologia HydraGlyde® nas lentes de contacto AIR OPTIX® promove uma humectabilidade prolongada, conservando as lentes constantemente hidratadas ao longo do dia1,3.

“Sabemos pelos nossos clientes que o desconforto e a secura representam as principais causas de abandono nas lentes de contacto. A tecnologia HydraGlyde® promove uma barreira hidrofílica única que ajuda a diminuir a fricção para manter uma humectabilidade prolongada1”, disse George Yao Ph.D., Diretor de R&D da Alcon Vision Care. “Ao acrescentar esta tecnologia humectante exclusiva à lente de contacto AIR OPTIX® proporcionamos aos profissionais da visão uma nova opção para os utilizadores de lentes de contacto que procuram um conforto constante4.” 

Além disso, as lentes de contacto da marca AIR OPTIX® foram concebidas com tecnologia SmartShield™ com provas dadas ao manter uma humectabilidade elevada1 e resistência aos depósitos de lípidos2 ao longo do ciclo de uso correspondente a um mês. O resultado desta combinação inovadora da tecnologia SmartShield™ e HydraGlyde® é uma lente que cria uma camada protetora ultrafina para ajudar a proteger as lentes dos depósitos irritantes2 e que mantém a superfície da lente humectada ao longo do dia1,3.

A nova lente de contacto AIR OPTIX® com HydraGlyde® estará disponível em mais parâmetros, sendo a gama de potências de +8.00D a -12.00D. 

Estudo
Um estudo que acompanhou 32 mil homens concluiu que ejacular com mais frequência pode reduzir em até 20% o risco de cancro.

Os homens que ejaculam com mais frequência podem ter um risco até 20% menor de vir a desenvolver cancro na próstata, segundo se lê num estudo recentemente publicado na revista científica European Eurology. Os investigadores acompanharam 32 mil homens ao longo de 18 anos, de 1992 a 2010, e aperceberam-se de que aqueles que ejaculavam 21 ou mais vezes por mês tinham um risco 20% inferior de ter cancro na próstata, escreve o Diário de Notícias.

O estudo, dirigido por investigadores da Harvard Medical School e do Brigham and Women Hospital, demonstrou que "a frequência da ejaculação poderá ter uma relação inversa com o risco de cancro da próstata". O grande fator inovador das conclusões deste estudo é que, se forem confirmadas por estudos posteriores, trarão o primeiro fator de risco para cancro da próstata que pode ser modificado pelos homens através de uma mudança de comportamento.

"Dada a falta de fatores de risco modificáveis para o cancro da próstata, os resultados deste estudo são particularmente entusiasmantes", afirmou Jennifer Rider, que liderou o estudo, numa entrevista ao site especializado Medical Research. No entanto, visto que o estudo é apenas observacional - ou seja, acompanhou 32 mil homens recolhendo as suas informações e retirou conclusões a partir dessas informações, procurando não influenciar o seu comportamento - é preciso vê-lo com algum ceticismo.

Os homens que ejaculavam mais de 21 vezes por mês tinham o menor risco de vir a desenvolver cancro da próstata, mas homens que ejaculavam menos vezes também viam o risco reduzido: entre aqueles que ejaculavam entre 13 e 20 vezes por mês, também se registava uma redução de 21% do risco de vir a ter cancro, e mesmo aqueles que ejaculavam entre oito e 12 vezes por mês tinham o risco reduzido em 10%. Não fazia diferença se as ejaculações aconteciam com um parceiro ou como resultado de auto-estimulação.

"Não devemos enfatizar o número exato de ejaculações, mas sim o facto de que uma atividade sexual segura é benéfica para a saúde da próstata", afirmou Jennifer Rider.

O estudo acompanhou mais de 32 mil homens, e foi-lhes pedido que falassem da sua frequência de ejaculação entre as idades de 21-29 anos, 40-49 anos, e no ano anterior ao questionário. A idade média dos homens que responderam ao questionário inicial era de 59 anos. Os homens foram acompanhados durante 18 anos, entre 1992 e 2010, e 3839 desenvolveram cancro da próstata, 384 dos quais morreram devido ao cancro.

Em 2015
Portaria de incentivos publicada há dois anos previa pagamento extra a quem aumentasse o número de embalagens vendidas. O...

No ano passado nenhum farmácia recebeu incentivos pelo aumento da venda de medicamentos genéricos. A portaria que previa um pagamento extra às farmácias que o conseguissem esteve em vigor durante um ano - de junho de 2014 a junho de 2015 - tinha como objetivo que a quota de genéricos subisse de 47% para 50%, que ficou longe de ser conseguido. O mercado deste tipo de medicamentos estagnou no ano passado e a portaria não foi renovada. O Ministério da Saúde tencionar relançar a venda de genéricos, apostando em ações junto de médicos, farmácias e utentes. Estão a decorrer negociações com as farmácias para novas soluções para o setor.

Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), enviadas ao Diário de Notícias, o total de incentivos pagos às farmácias foi de 477 mil euros. A portaria estabelecia que para receberem este valor extra, as farmácias tinham de aumentar a "quota acumulada dos dois últimos semestres civis, face à quota acumulada no período homologo". Nos últimos seis meses de 2014 menos de metade das farmácias conseguiu fazê-lo, recebendo 477 mil euros. O mesmo não aconteceu nos primeiros seis meses de 2015, em que nenhuma farmácia recebeu qualquer valor.

A portaria podia ser alargada por mais seis meses, mas não foi renovada. No final do ano o presidente da Associação Nacional de Farmácias, Paulo Duarte, disse ao Diário de Notícias que os valores pagos eram um sinal que o programa de incentivos tinha falhado, já que muitas farmácias já tinham atingido a sua quota máxima. Entre janeiro e novembro do ano passado a quota de genéricos registou uma tendência de estabilização, com 46,9% do total de unidades dispensadas.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que pretende relançar a venda de genéricos. Ao Diário de Notícias, o ministério adiantou que pretendem reformular o mecanismo de incentivos, tendo em conta os resultados anteriores. "Ao nível do utente estão a ser preparadas campanhas de informação, que serão lançadas nos próximos meses, sobre a qualidade dos genéricos, os direitos dos utentes e a impacto positivo na despesa para os cidadãos. No que respeita às farmácias, estão a ser medidas que permitirão criar condições de estímulo à dispensa de medicamentos genéricos e de entre estes os mais baratos. Junto dos médicos, o Infarmed tem desenvolvido ações no sentido de informar das alternativas com medicamentos genéricas disponíveis".

O programa de incentivos foi também criado com o objetivo de compensar as farmácias pela perda de margens de lucros dos últimos anos e que levaram muitas a situações de penhora e insolvência. Os dados mais recentes apontam mais de 500 nesta situação. "O ministério da saúde está empenhado em valorizar a intervenção das farmácias e o papel que podem desempenhar enquanto agentes de prestação de cuidados de saúde apostando medidas de apoio à utilização racional do medicamento. Entre as medidas que estão a ser equacionadas, inclui-se a possibilidade de pagamento por ato farmacêutico", adiantou.

Os incentivos pela venda de genéricos faziam parte de um protocolo de entendimento assinado entre as farmácias e o governo anterior. Fernando Leal da Costa, na altura secretário de Estado da Saúde e posteriormente ministro da Saúde, reconheceu que não resultou: "Não é por via do incentivo à farmácia que haverá maior venda de genéricos. Tem de ser pela motivação dos utentes para adquirir genéricos", disse, reconhecendo que o baixo preço de alguns medicamentos de marca poderá ter tido influência nos parcos resultados.

O protocolo também previa o pagamento adicional de serviços na ótica da saúde pública que as farmácias viessem a desenvolver, nomeadamente a garantia de adesão à terapêutica e controlo da diabetes. O que nunca chegou a avançar. "O governo caiu. Havia negociações, mas não se chegaram a estabelecer valores nem o número de utentes", disse, referindo que a solução mais lógica para compensar as farmácias ser implentar uma taxa por receita aviada, o que chegou a ser proposto pelas farmácias e recusado pelo governo. "A grande questão seria sobre em quem recaia o valor a pagar. Do lado Estado seria preciso autorização das finanças e não havia capacidade, por outro não fazia sentido recair para o lado do utente a quem queríamos beneficiar com medicamentos mais baratos", disse ao Diário de Notícias.

Cientistas australianos anunciam
Cientistas australianos anunciaram ter criado cerveja de cevada sem glúten, a primeira do tipo em todo o mundo.

A cevada produzida pela Organização para a Investigação Industrial e Científica da Commonwealth da Austrália (CSIRO) foi especificamente criada para conter níveis “ultrabaixos” de hordeínas, o tipo de glúten que se encontra na cevada, uma das matérias-primas da cerveja.

Cervejas sem glúten são atualmente oferecidas em muitas cervejarias do mundo. Contudo, não contêm cevada, mas outros fermentáveis como painço, arroz e sorgo.

O resultado da investigação da CSIRO significa que os intolerantes ao glúten – assim como os celíacos – podem disfrutar da mais popular bebida alcoólica do mundo.

O principal investigador, o cientista Crispin Howitt, afirmou que a cevada cultivada pela CSIRO, chamada Kebari, é a primeira do tipo no mundo e adequada para fazer parte de uma dieta livre de glúten.

“Utilizando o cultivo tradicional reduzimos os níveis de glúten para dez mil vezes menos do que aqueles que a cevada normalmente tem, o que vai ao encontro da recomendação da Organização Mundial de Saúde em que apela para cereais sem glúten”, afirmou Crispin Howitt num comunicado divulgado pela agência noticiosa chinesa Xinhua.

O fabricante de cerveja alemão Radeberger utilizou a cevada Kebari para desenvolver a “Pioneer”, a primeira cerveja de cevada sem glúten que vai ser colocada à venda na Alemanha.

Boletim de Vigilância Epidemiológica Gripal
A taxa de incidência de síndroma gripal mantém atividade baixa pela sexta semana consecutiva, tendo desde o início da época...

“A taxa de incidência de síndroma gripal foi de 11,7 por 100.000 habitantes, encontrando-se na zona de atividade basal pela sexta semana consecutiva”, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica Gripal, relativo à semana entre 04 e 10 de abril.

Desde o início de 2016 e até dia 10 de abril, salienta o relatório, “foram notificados 1.072 casos de síndroma gripal, dos quais 430 (40%) foram positivos para o vírus da gripe e 229 positivos para outros vírus respiratórios.

Em relação ao período que compreende setembro de 2015 e 10 de abril, a Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe notificou 6.031 casos de síndroma gripal, tendo o pico mais alto sido registado entre a segunda e a quarta semana de 2016.

Durante a época 2015-2016, a atividade gripal tem sido sempre baixa, ao contrário do que aconteceu durante a época de 2014/2015, em que a atividade chegou a estar muito alta, refere o documento.

Segundo o boletim, a nível europeu, 41 países reportaram dados de atividade gripal, tendo 10 referido uma atividade gripal de intensidade média e 31 indicado baixa atividade.

Apenas três de 41 países “reportaram uma tendência crescente da atividade gripal e os restantes reportaram um declínio ou estabilidade da atividade gripal”, acrescenta o boletim.

Estudo
A falta de estruturas de apoio ao doente mental na Lezíria e Médio Tejo e a necessidade de normalizar procedimentos nos...

O relatório do Estudo da Saúde Mental na Lezíria e Médio Tejo 2015 foi apresentado no Fórum "Saúde Mental", organizado pela Rede Social – Plataforma Supra Concelhia da Lezíria do Tejo e Médio Tejo, que encerrou a Semana da Saúde promovida pela Câmara Municipal do Cartaxo.

Liliana Silva, da Farpa – Associação dos Familiares e Amigos dos Doentes Psicóticos, que integrou o grupo de trabalho que realizou o estudo, disse que os dados relativos à região espelham a realidade nacional, com a diferença de que se trata de um território muito extenso, disperso e diversificado, com concelhos em que o isolamento dos doentes é “preocupante”.

Os dados revelam que existe maior prevalência de doenças mentais nos concelhos de Santarém, Benavente, Torres Novas e Abrantes, sendo, contudo, mais elevada proporcionalmente nos concelhos de Coruche, Almeirim Ourém e Tomar.

A doença mental com mais casos registados é a depressão, seguindo-se o abuso do álcool, as demências e as alterações de memória.

Os problemas de saúde mental afetam mais as mulheres, à exceção da esquizofrenia, abuso de álcool e drogas, que afetam mais os homens.

Nos jovens os casos mais referenciados são o abuso agudo do álcool e drogas, o suicídio/tentativa de suicídio, a anorexia e a bulimia.

A demência e as alterações de memória registam-se sobretudo nas populações mais idosas.

“Uma coisa o estudo comprovou: a sensibilidade dos técnicos estava correta. Existe de facto uma divergência acentuada entre a realidade e as estruturas que dão resposta”, disse Hélder Trigo, do Centro de Respostas Integradas do Ribatejo, frisando que os serviços de psiquiatria e os hospitais de dia estão sem capacidade de resposta e as equipas locais de cuidados não estão preparadas para lidar com estas situações.

Liliana Silva afirmou que experiências em Portugal e em outros países demonstraram os benefícios dos cuidados integrados na comunidade, sublinhando Hélder Trigo ganhos como a redução das terapêuticas, a sua maior funcionalidade e poupança de recursos, além da importância da integração e da redução do estigma.

O estudo revela que na Lezíria apenas existe uma unidade socio-ocupacional (da Farpa, em Santarém, com capacidade para 10 pessoas), sendo que a existente em Torres Novas (com a mesma capacidade), embora esteja equipada há mais de três anos, continua sem licenciamento nem acordo com o Estado.

Para Liliana Silva, é fundamental que se decida a articulação entre a Segurança Social, que assegura o financiamento às instituições particulares de solidariedade social, e o Ministério da Saúde, de forma a permitir candidaturas específicas nesta área a fundos comunitários.

Parlamento Europeu
A decisão do Parlamento Europeu, para autorizar a utilização, por mais sete anos, do pesticida glifosato, é considerada pelos...

Já a Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA), que representa os comercializadores de fitofarmacêuticos, congratula-se com o resultado da votação, que decorreu na quarta-feira, em Estrasburgo, e recorda que "o glifosato representa uma ferramenta fulcral para a produtividade e competitividade da agricultura portuguesa".

Depois do processo ter sido suspenso no início de março, por pressão de alguns países, o plenário do Parlamento Europeu aprovou a renovação, por sete anos, em vez do prazo inicialmente proposto de 15 anos e com restrições, da comercialização do glifosato, um composto classificado como "potencialmente cancerígeno", pela Agência Internacional de Investigação sobre Cancro.

A resolução, com 374 votos a favor, 225 contra e 102 abstenções, pede que a utilização de glifosato se limite a "usos profissionais" e exclua parques, zonas de jogos ou jardins.

Em Portugal, as autarquias usam este produto para retirar as ervas daninhas de jardins ou outros locais públicos.

A decisão do Parlamento Europeu "não protege a saúde nem o ambiente e não respeita a ciência", criticou a ambientalista Margarida Silva, em declarações à agência Lusa.

Para a investigadora, cientista e ativista da Plataforma Transgénicos Fora, trata-se de "uma profunda cedência aos interesses económicos da indústria dos agroquímicos, interessados na comercialização de substâncias que são tóxicas" e causam problemas na saúde.

"Basta ser carcinogéneo para não poder ser aprovado como pesticida e a Organização Mundial de Saúde já disse que [o glifosato] é", acrescentou Margarida Silva para quem "este não foi um processo honesto e transparente".

Alexandra Azevedo, da Quercus, associação ambientalista que tem um projeto para incentivar as autarquias a deixarem de utilizar a substância, concorda, mas salientou à Lusa que, no entanto, a decisão do Parlamento Europeu foi "a menos má, pois, mais 15 anos, seria pior, por isso, sete anos é uma pequena vitória", e recordou os vários estudos científicos a apontar para o perigo deste pesticida.

Em comunicado, a ANIPLA refere que, "não sendo uma decisão vinculativa, pois a licença do glifosato expira em junho do presente ano, o próximo passo passa pela votação, em maio, do Comité Científico competente, que aprovará ou rejeitará a proposta da Comissão, por maioria qualificada".

Na decisão final, "esperamos que os Estados membros e a Comissão Europeia tenham em consideração a mensagem de aprovação da renovação do glifosato, do Parlamento Europeu, legítimo representante dos cidadãos da União Europeia", refere o diretor executivo da ANIPLA, António Lopes Dias, citado no comunicado da organização.

Na ESEnfC
Uma mesa-redonda intitulada “Crise dos Refugiados na Europa: desafios para os profissionais e sistemas de saúde” integra o...

Moderada pelo jornalista Joaquim Reis (RTP), a mesa-redonda, com início às 9h00, no Auditório do Polo A da da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) (zona de Celas), terá como intervenientes as professoras Ana Paula Monteiro (ESEnfC, Portugal), Kristel Liesenbourghs (UC Leuven Limburg, Bélgica), Liv Berit Thulin e Liv Utne (Bergen University College, Noruega).

Durante esta semana, os estudantes do 4º ano da licenciatura em Enfermagem estão a comparar, contrastar e analisar informação relacionada com o desenvolvimento da Enfermagem e da educação em Enfermagem em diversos países.

O que se pretende, neste seminário, é que os futuros profissionais de saúde aumentem competências para prestarem cuidados de Enfermagem culturalmente congruentes e culturalmente específicos, melhorando o potencial para o exercício da Enfermagem em contextos multiculturais.

Analisar os fatores históricos, sociológicos e ideológicos que influenciam a saúde e a doença, bem como o impacto que têm no planeamento e promoção da saúde, explorando criticamente o papel, status e funções do enfermeiro nos diversos países, são outros objetivos da Semana Transcultural na ESEnfC.

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