Prevenir e reabilitar o doente cardíaco
Com o mote “Prevenir e Reabilitar o Doente Cardíaco”, o Grupo de Estudos do Esforço e Reabilitação Cardíaca realizará o...

A cardiologista Dr. Ana Abreu, coordenadora do Grupo de Estudos do Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC) e mentora deste evento convida a população a juntar-se aos doentes que participarão, uma vez que esta ação é altamente recomendada aos doentes cardíacos, quer se encontrem em programa de reabilitação ou não.

“Convidamos a população a juntar-se aos doentes, que fizeram ou que estão a fazer reabilitação cardíaca a participar num evento que consiste em exercício adequado a cada nível da doença.”

Esta iniciativa é apoiada pela Faculdade de Motricidade Humana e inclui diferentes modalidades, de modo a permitir um ajuste às capacidades dos diferentes participantes. Neste local decorrerá, ainda, um rastreio cardiovascular. São esperadas cerca de 300 pessoas num programa que é dividido em dois setores: Um para quem apresente maiores dificuldades em fazer esforços e outro para os que já completaram o programa de reabilitação ou já conseguem fazer esforços.

A Dra. Ana Abreu esclarece que a reabilitação cardíaca é um programa estruturado multidisciplinar que se destina a melhorar o doente cardiovascular.

“A reabilitação cardíaca abrange não só a capacidade funcional, mas também a componente educacional e controlo dos fatores de risco da doença cardiovascular. Através da reabilitação cardíaca oferece-se, assim, um suporte psicológico porque muitos doentes cardíacos sofrem de depressão e ansiedade. Além disso, com os problemas sociais existentes que, muitas vezes, condicionam os doentes a não tomarem as medidas mais corretas para a sua saúde, são programas como este que, de várias formas, vão tentando que melhorem a sua condição.”

A reabilitação cardíaca e a qualidade de vida:
Nos programas de reabilitação cardíaca, os doentes têm a possibilidade de melhorar a sua condição física, aprendendo sobre os benefícios da mobilidade e aprendendo a alimentar-se da forma correta.

Muitos doentes cardiovasculares ficam incapacitados e, por isso, dependentes e acabam por representa um encargo social e económico bastante elevado. Em termos de qualidade de vida, mortalidade e sintomas, os programas de reabilitação cardíaca estão cientificamente comprovados como sendo altamente benéficos para os doentes e as sociedades em que estão inseridas.

São inúmeros os benefícios dos programas de RC. Entre eles destacam-se a melhoria dos processos de tratamento e dos perfis de risco, intimamente ligados aos números da morbilidade e da mortalidade, que de acordo com alguns estudos podem sofrer alterações na ordem dos 20 a 25%.

Entre outros benefícios da RC contam-se a melhoria da tolerância ao esforço, redução de sintomas cardiovasculares e dos níveis lipídicos, melhor controlo de glicemia, promoção do bem-estar psicossocial, redução dos hábitos tabágicos, do stress e do número de novos enfartes, assim como da necessidade de procedimentos de revascularização. Simultaneamente, está ainda comprovado que a RC possibilita o atraso na progressão da doença aterosclerótica.

Na União Europeia
O Governo francês exigiu uma inspeção a todos os centros autorizados a realizar ensaios clínicos e apelou à União Europeia que...

A ministra da Saúde francesa anunciou que as condições de autorização de ensaios clínicos, incluindo de primeira administração em humanos, serão reforçadas.

Além disso, determinou que cada Agência Regional de Saúde (ARS) inspecione este ano, conjuntamente com a Agência Nacional de Medicamentos e Produtos de Saúde (ANSM), todos os centros atualmente autorizados a realizar ensaios clínicos na sua área.

As regras que se aplicam à avaliação pela ANSM dos ensaios de fase inicial serão mais rigorosas, acrescentou.

A governante assegurou que a França vai prosseguir com a sua ação a nível europeu para promover regulamentos em matérias de pesquisa em voluntários saudáveis, e vai propor que sejam postos em prática a nível europeu meios harmonizados de avaliação e gestão de acidentes graves como o que aconteceu em Rennes.

A 17 de janeiro, Guillaume Molinet, de 49 anos, morreu durante um ensaio clínico realizado em Rennes pela empresa especializada Biotrial, enquanto testava uma molécula que atuava sobre o sistema nervoso para o laboratório português Bial.

Outros cinco voluntários tiveram também de ser hospitalizados, alguns dos quais apresentam ainda sequelas neurológicas.

O Governo francês afirmou que o laboratório português Bial e a empresa especializada Biotrial “têm responsabilidade, de várias formas” no ensaio clínico em que morreu um voluntário e exigiu um plano de ação que impeça a repetição das “falhas graves”.

Este plano de ação segue as recomendações da Inspeção-Geral dos Assuntos Sociais (IGAS), que no seu relatório final confirma que a Biotrial cometeu “três falhas importantes” na realização do ensaio.

Entre as recomendações da IGAS, contam-se a exigência ao promotor do ensaio que forneça às autoridades informação completa sobre os estudos pré-clínicos, bem como especificar critérios de seleção dos voluntários saudáveis (limite de idade, padrões de consumo de substancias aditivas e procedimentos de manutenção).

A IGAS recomenda ainda que se desenvolvam normas para melhorar o acompanhamento dos voluntários nos ensaios de primeira administração humana, incluindo ferramentas para avaliar os efeitos dos produtos e o reforço da investigação sobre os eventos adversos.

Outra das recomendações é a criação de uma comissão de acompanhamento independente do ensaio, bem como definir as condições que permitam intervir eficazmente.

A IGAS sugere ainda que seja pedido à União Europeia um estudo comparativo entre os vários estados membros sobre as práticas em matéria de primeiros ensaios clínicos em humanos.

Universidade do Porto
Cem gramas de tripas à moda do Porto têm menos quilocalorias do que um menu de ‘fast-food’ com hambúrguer e uma dose média de...

Por cada 100 gramas de tripas à moda do Porto, confecionadas com enchidos magros, há 234 quilocalorias. Isto quer dizer que se ingerirmos cerca de 300 gramas daquelas tripas à moda do Porto, vamos acabar a refeição com uma porção de cerca de 700 quilocalorias, o que é um resultado “muito animador”, disse o diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP).

E as conclusões da análise laboratorial da FCNAUP são ainda “mais entusiasmantes”, porque as quilocalorias do prato de tripas estudado com orelheira, mão de vaca, salpicão magro, cenoura, cominhos, feijão e pimenta, com 300 gramas são ainda mais baixas, do que uma refeição de hambúrguer e uma dose de batatas fritas média, que aponta para 850 quilocalorias, adiantou o diretor da Faculdade, Pedro Moreira.

Em entrevista, a propósito da conferência “Redescobrir a Alimentação Tradicional Portuguesa”, que se vai realizar no próximo domingo, dia 29, no Porto, a propósito do Dia Nacional da Gastronomia, Pedro Moreira, explicou que as tripas à moda do Porto, com 600 anos de existência, são o “paradigma da tradição gastronómica no Porto”, tanto pelo valor nutricional, como pela sua dimensão histórica e afetiva.

“Comer não pode ser só um somatório de nutrientes. Comer tem uma dimensão nutricional, mas tem também o seu lado mais afetivo, tradicional e histórico como é o caso das tripas à moda do Porto”, defendeu aquele investigador, referindo que depois de traçado, em análise laboratorial, o “bilhete de identidade” daquele prato portuense, justifica-se que seja referido para celebrar o Dia Nacional da Gastronomia, uma data que reconhece “a importância da preservação e da valorização do património gastronómico português”.

Aproveitando o Dia Nacional da Gastronomia, a FCNAUP, para além de ir aflorar os temas “Redescobrir a Alimentação Tradicional Portuguesa” e "Da Idade do gelo à Francesinha", pretende também valorizar a “gastronomia rústica” e as tradições alimentares locais, designadamente o azeite, vinhos, frutas e produtos locais, e, por outro lado, contrariar a “superabundância de alimentos ultra processados e ricos em açúcar, sal e gordura”.

“Na gastronomia nacional existem autênticos tratados de combinações alimentares saudáveis, especialmente quando estas propostas são consideradas no conjunto da refeição, em que há que contar com a sopa e a sobremesa, para além do prato principal”, acrescentou Pedro Moreira, alertando que se deve fritar o menos possível os alimentos, porque “fritar muito poderá aumentar o risco de ganho de peso e de hipertensão” e pode também “agravar o envelhecimento”.

O Dia Nacional da Gastronomia foi instituído em 2015 pela Assembleia da República Portuguesa, e a FCNAUP assinala a data com duas conferências abertas à comunidade e disponíveis na sua página da Internet em acesso livre.

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
A diretora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Maria Amélia Ferreira, considera “fundamental” que a academia se...

Em entrevista sobre a proposta de fusão da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) com a Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP), a diretora de Medicina sublinhou que as duas entidades têm “muito em comum que pode alavancar um ensino de qualidade e uma formação de qualidade nas ciências da saúde”.

Questionada sobre se concebe que a integração de faculdades vá além de uma eventual fusão entre Medicina e Medicina Dentária, Maria Amélia Ferreira respondeu o seguinte: “Era fundamental a academia orientar-se nesse sentido porque nós, a nível internacional, só conseguimos ter relevância e competitividade se tivermos massa crítica suficiente dentro de uma área específica”.

“Ou vamos neste sentido todos nós, não perdendo individualidade, mas otimizando aquilo que fazemos ou então, se queremos ser todos donos da nossa quinta, nunca mais teremos competitividade sequer a nível regional [quanto] mais a nível internacional e não é isso que os universitários querem e que a Universidade do Porto vai querer”, disse a diretora da FMUP.

As faculdades de Medicina e de Medicina Dentária da Universidade do Porto apresentaram, em março, uma proposta de “integração” num consórcio designado “Faculdade de Medicina e Medicina Dentária, Health Sciences School of UP”.

“É estratégia da FMUP, agora partilhada pela FMDUP, promover a constituição de um Consórcio de Educação Interprofissional nas Ciências da Saúde, numa iniciativa conjunta das escolas que ensinam a área da saúde, designadamente as localizadas no polo da Asprela, através de iniciativas de formação conjunta nas áreas da Medicina e Medicina Dentária, pode ler-se no documento.

Maria Amélia Ferreira reconheceu não ser possível manter o calendário previsto pela proposta e que “antes de 2017 não será iniciado este processo porque não há possibilidade administrativa ou legal de fazer isso”.

“O aprofundamento desta situação é absolutamente objetivo na abertura que vai ocorrer, em setembro de 2016, do mestrado de Educação Académica e Clínica, que é a formação pedagógica dos docentes na área da saúde em que oito instituições da UP mais a Escola Superior de Enfermagem se juntaram no sentido de fazer a formação e a orientação pedagógica dos docentes que vão ensinar toda a área da saúde na UP. Tem que ser feito passo a passo”, declarou a diretora da FMUP.

Maria Amélia Ferreira realçou que a proposta de fusão das duas faculdades já tem o aval do Conselho de Representantes da FMDUP e recebeu parecer positivo na FMUP ao nível do Conselho Científico, faltando o Conselho de Representantes desta faculdade para depois se preparar o documento que será submetido ao Conselho Geral.

“Nada foi feito a ultrapassar qualquer órgão de gestão e as instituições penso que estão muito confortáveis com esta situação”, disse a diretora da FMUP.

Apresentado esta semana
Documento surge para aumentar a eficácia da comunicação entre profissionais e cidadãos, bem como ao nível da normalização do...

A Ordem dos Nutricionistas e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), através do Centro de Terminologias Clínicas em Portugal (CTC.PT), com o apoio da Direção-Geral da Saúde (DGS), desenvolveram o primeiro Catálogo Português de Nutrição (CPN), que contém uma tabela de nomenclaturas na área de Nutrição, relativamente a diagnósticos e intervenções, estabelecendo e padronizando a terminologia clínica. O Catálogo será apresentado no próximo dia 27 de maio, no Palacete dos Viscondes de Balsemão (Praça de Carlos Alberto, 71, 4050-157 Porto), pelas 16h30.

Este trabalho, inédito em Portugal, surgiu do reconhecimento de que a adoção de uma terminologia estandardizada é indispensável na otimização contínua dos cuidados de saúde, sendo, por isso, essencial a existência de padrões normalizados para a representação da prática clínica das Ciências da Nutrição.

De facto, a nutrição tem vindo a assumir um papel preponderante no combate e prevenção de grande parte das doenças que se tornam flagelos nos dias de hoje, como a doença cardiovascular, doença oncológica, obesidade e a desnutrição em grupos populacionais mais vulneráveis, pelo que se torna fulcral o desenvolvimento de medidas que aumentem a eficácia da comunicação entre profissionais e para com os próprios cidadãos.

A adoção de uma nomenclatura clínica padronizada é, portanto, indispensável à otimização contínua dos cuidados prestados nesta área de cuidados de saúde. Desta forma, graças à existência destes padrões para a representação da prática clínica das Ciências da Nutrição, existirá mais rigor, por exemplo, ao nível da normalização do registo clínico e da comunicação em equipas multidisciplinares.

Pretende-se que este catálogo seja um instrumento adotado por todos os profissionais que exerçam a sua atividade profissional na área clínica das Ciências da Nutrição, bem como por parte dos softwares de apoio à prática clínica de nutrição, como é o caso do módulo de nutrição para o Sistema de Registos Clínicos - SClínico, criado pelos SPMS em conjunto com a Ordem dos Nutricionistas.

Sendo um padrão nacional, o CPN poderá ainda facilitar a recolha de dados na área da nutrição entre populações, serviços de cuidados de saúde e regiões geográficas, auxiliando os responsáveis pelas decisões politicas nos processos afetos a esta área, nomeadamente a necessidade de recrutamento de nutricionistas no âmbito dos cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares e cuidados continuados.

Os dados originados pela utilização do CPN podem sustentar a tomada de decisão, melhorando assim a segurança e a qualidade dos cuidados para os utentes e as famílias, contribuindo adicionalmente para a melhoria das condições da prática clinica entre os nutricionistas.

Instituto Nacional de Estatística
Mais de metade das 105.219 mortes ocorridas em Portugal, em 2014, deveram-se a doenças do aparelho circulatório (30,7%) e a...

Segundo a publicação do Instituto Nacional de Estatística (INE) “Causas de morte 2014”, registaram-se menos 106.885 mortes (1.6%) do que em 2013, a grande maioria (95,4%), por doença.

As causas externas de lesão e envenenamento estiveram na origem de 4,6% das mortes, destacando-se os acidentes e sequelas (2,2%), e o suicídio (1,2%), que aumentaram 16,1% face a 2013, totalizando 1.223 óbitos.

Os dados indicam que as mortes devido a doenças circulatórias, que continuam a ser a primeira causa de morte no país, aumentaram 2,4% face a 2013, assim com os óbitos por tumores malignos (1,2%).

As doenças do aparelho circulatório mataram mais mulheres (54,9%) do que homens e atingiram os homens cerca de seis anos mais cedo, que morreram com uma idade média de 77,7 anos.

Estas doenças registaram um aumento na mortalidade prematura (idades inferiores a 70 anos) face a 2013, de 12,3% para 13,9%, tendo-se perdido 564,8 anos potenciais de vida, por cada 100 mil habitantes, adianta o INE.

No conjunto destas patologias, as doenças cerebrovasculares (AVC) provocaram 11,2% do total de mortes (11.808 óbitos), próximo do ano anterior (11,5%), a doença isquémica do coração, 7.456 óbitos (7,1%), e o enfarte agudo do miocárdio, 4.619 (4,4%).

Os tumores malignos, responsáveis por 26.220 óbitos, vitimaram mais homens (59,7%) do que mulheres (40,3%), tendo a idade média ao óbito se situado nos 72,7 anos, para os homens, e nos 73,7 anos, para as mulheres.

A mortalidade prematura situou-se em 37,5%, mais elevada para os homens (39,8%) do que para as mulheres (34,3%), adianta o INE, sublinhando que o número de anos potenciais de vida perdidos no país, em 2014, foi de 112.817 anos (113.408, em 2013).

Os dados do INE observam um aumento de 4,3%, nas mortes devido a cancro da próstata.

De entre os tumores malignos, evidenciaram-se as mortes causadas por cancro da traqueia, dos brônquios e pulmão, representando 3,7% dos óbitos em Portugal (3.937 óbitos), menos 1,8% do que em 2013 (4 010 óbitos).

No caso das mulheres, o cancro da mama vitimou 1.664 pessoas, mais 1,1% face ao ano anterior. Nos homens, o cancro da próstata fez 1.791 vítimas, mais 4,3% face a 2013.

Os dados apontam para uma redução de 3,7% nas mortes causadas por doenças do aparelho respiratório, que vitimaram 12.164 pessoas, em 2014.

Estas doenças atingiram mais homens (51,9%) do que mulheres (48,1%), sendo a idade média ao óbito mais elevada para as mulheres (84,4 anos), do que para os homens (80,9 anos).

A pneumonia, com 5.629 óbitos (5,4%), e a doença pulmonar obstrutiva crónica, com 2.567 óbitos (2,4%), foram as principais causas de morte neste conjunto de doenças.

Em 2014, também se observou uma descida de 6% das mortes causadas por diabetes mellitus, que totalizaram 4.275.

As perturbações mentais e do comportamento foram responsáveis por 2.639 óbitos, 93,7% dos quais devido a demência. A idade média ao óbito situou-se nos 84,2 anos.

Bial diz
A farmacêutica Bial lamentou que o relatório final da Inspeção-Geral dos Assuntos Sociais, de França, sobre o incidente...

“Lamentavelmente, este é mais um relatório que não permite determinar qualquer conclusão quanto à causa concreta do acidente, nem da morte de um dos voluntários que participou no ensaio clínico”, de fase I com a molécula BIA 10-2474, a decorrer na Biotrial, afirma a Bial.

O Governo francês afirmou que o laboratório português Bial e a empresa especializada Biotrial têm responsabilidade, "de várias formas”, no ensaio clínico em que morreu um voluntário e exigiu um plano de ação que impeça a repetição dos erros.

“Os inspetores [da Inspeção-Geral dos Assuntos Sociais, IGAS, organismo francês] acreditam que a responsabilidade do laboratório Bial e da Biotrial está envolvida a vários títulos”, disse hoje a governante francesa, Marisol Touraine, numa conferência de imprensa.

Na sua declaração, a ministra da Saúde afirmou que “quatro meses após o acidente dramático em Rennes, o relatório da IGAS permite estabelecer as responsabilidades e identificar as falhas que conduziram a este acontecimento”.

Em comunicado, a Bial salienta que não teve ainda acesso à totalidade dos dados médicos dos voluntários, nomeadamente “aos dados da autópsia do voluntário que infelizmente faleceu, elementos essenciais para a prossecução de uma investigação completa em torno do sucedido”.

Estranha também que o relatório do IGAS agora divulgado não seja esclarecedor relativamente aos procedimentos levados a cabo no Centro Hospitalar de Rennes, parte fundamental na gestão do acidente verificado.

“O relatório não questiona a aprovação do Protocolo de execução do ensaio pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento e dos Produtos de Saúde (ANSM), afirmando que o protocolo cumpre a legislação e as recomendações existentes, nomeadamente sobre a evolução prevista das doses”, refere.

É neste sentido que a Bial reafirma que foram “adequadamente tomadas as decisões relativas à escalada de doses". "Face à conclusão do relatório sobre a escalada de doses, nomeadamente a passagem da dose de 20mg para 50 mg, salientamos que o perfil de segurança e tolerabilidade do BIA-10 foi considerado favorável até aos 20mg”.

“Não houve qualquer sinal de alerta nos parâmetros de segurança dos dados recolhidos nos grupos das fases precedentes de ensaio que pudessem fazer antecipar o sucedido. A análise integrada de doses únicas (até 100 mg) e múltiplas da exposição ao fármaco não revelou um comportamento inesperado do mesmo”, salienta.

Assim sendo, face aos dados recolhidos nas fases anteriores do ensaio, “não havia qualquer motivo para alterar a escalada de doses prevista e aprovada pelas autoridades no Protocolo do ensaio”, considera a Bial.

Relativamente à notificação junto das autoridades, a Bial salienta que foi informada pela Biotrial da ocorrência de um efeito adverso grave manifestado num voluntário, no dia 11 de janeiro.

“De imediato a Bial tomou a decisão de suspender a medicação a todos os participantes no ensaio. Os aspetos de natureza formal referidos no relatório em nada explicam o sucedido ou poderiam ter tido qualquer influência na situação verificada”, acrescenta.

A 17 de janeiro, Guillaume Molinet, de 49 anos, morreu durante um ensaio clínico realizado em Rennes pela empresa especializada Biotrial, enquanto testava uma molécula que atuava sobre o sistema nervoso para o laboratório português Bial.

Outros cinco voluntários tiveram também de ser hospitalizados, e alguns deles apresentam ainda sequelas neurológicas decorrentes dos testes com aquela substância que tinham sido validados pela Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM).

Este é o mais grave acidente alguma vez ocorrido na Europa no âmbito de um ensaio clínico.

PJ do Porto
Casal está indiciado por tráfico de pessoas. Pais do bebé estavam em dificuldades económicas e o registo do nascimento da...

A Polícia Judiciária do Porto deteve na noite da passada quinta-feira um casal de Valongo suspeito de ter comprado um recém-nascido, em Novembro de 2015, numa unidade de saúde em Santa Maria da Feira. Pelo bebé, terão pago cerca de 2500 euros aos respetivos pais, dois romenos que estariam em dificuldades financeiras, confirmou o jornal Público. Em causa estarão dois estrangeiros mendigos que estariam numa situação de pobreza extrema.

Os investigadores ainda estão a tentar perceber em que circunstâncias os pais biológicos da criança e o casal que a comprou se encontraram e combinaram o negócio, mas certo é que, no dia em que o bebé nasceu, o casal que o pretendia comprar deslocou-se ao hospital, em Santa Maria da Feira. O homem fez-se passar pelo pai biológico, tendo a mãe biológica do bebé confirmado que teriam tido um relacionamento extraconjugal do qual resultou este recém-nascido; a companheira deste mencionou ser apenas sua familiar.

Ainda na unidade de saúde, foi feito o registo do nascimento do bebé: a mãe biológica indicou que o pai era o homem que tinha pago os 2500 euros. O seu nome foi registado como sendo o do verdadeiro progenitor, pelo que em causa estará também um eventual crime de falsificação de documentos, além do de tráfico de pessoas.

Os compradores, dois vendedores ambulantes de 23 e 30 anos, conhecidos por ostentarem alguma riqueza, pretendiam assumir a paternidade do recém-nascido “à margem do sistema legal de adoção”, sublinha a PJ num comunicado divulgado nesta sexta-feira. Há algum tempo que o casal pretendia ter um filho, mas a mulher padecerá de um problema de saúde que a impede de engravidar. A compra de um bebé pareceu-lhes a forma mais expedita para resolver a questão.

Denúncia anónima
Um dia após o nascimento do bebé no hospital, os dois romenos desapareceram, só tendo a investigação começado após a Polícia Judiciária ter recebido uma denúncia anónima que dava conta de que a criança teria sido vendida pelos pais. Na quinta-feira, os inspetores da PJ detiveram o casal e recolheram o recém-nascido, tendo depois comunicado o caso à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Porto. O recém-nascido está agora a cargo de uma instituição.

Os dois suspeitos foram interrogados esta sexta-feira no Tribunal de Instrução Criminal do Porto e ficaram sujeitos a apresentações periódicas na esquadra de polícia do local de residência enquanto as autoridades desenvolvem a investigação. Arriscam uma pena entre três a dez anos de prisão. O crime de tráfico de pessoas é mais frequentemente referenciado em casos relacionados com mendicidade, escravidão e extração de órgãos, mas o Código Penal também o prevê para quem "proceder ao alojamento ou acolhimento de menor […], o oferecer ou aceitar, para fins de exploração”, incluindo, entre outros destinos, a “adoção”.

Procriação medicamente assistida
Situação vai mudar com a legalização do acesso a técnicas de procriação medicamente assistida a mulheres sem parceiro masculino...

Porque em Portugal é proibido haver filhos de pai incógnito, Cristina Nunes já sabia que, depois de Ana nascer, ia ser chamada ao tribunal. De acordo com a legislação anterior, o Ministério Público abre automaticamente um processo de averiguação da paternidade às mulheres que registem os seus filhos sem nome do pai. Ao Tribunal de Menores de Cascais, Cristina disse que não sabe quem é o pai da sua filha nem pode saber, uma vez que a sua gravidez tinha resultado da dádiva de esperma de um dador anónimo e que a lei espanhola não permite a sua identificação. “O processo foi arquivado”. Tinha Ana três meses. No primeiro cartão do cidadão da filha, segundo o jornal Público, estava o seu nome e um “X”, agora com a sua renovação surge apenas o nome da mãe, explica esta programadora informática de 38 anos.

Com a legalização do acesso a técnicas de procriação medicamente assistida a mulheres sem parceiro masculino, este procedimento legal vai deixar de existir, refere o projeto de lei aprovado pelo Parlamento, na sua versão mais recente: “Se apenas teve lugar o consentimento da pessoa submetida a técnica de PMA, lavra-se apenas o registo de nascimento com a sua parentalidade estabelecida, sem necessidade de ulterior processo oficioso de averiguação”, lê-se.

O presidente do Centro de Direito Biomédico da Universidade de Coimbra, André Dias Pereira, diz que esta legislação vem criar uma exceção àquela que é, desde há cerca de 40 anos, uma regra introduzida no Código Civil: a ideia de que não podem existir “filhos de pai incógnito”. “Em nome do interesse da mulher, fica em causa o interesse da criança em ter um pai, ou pelo menos em saber quem ele é.”

O jurista e professor de Direito da Família diz que a regra de que não existem “filhos de pai incógnito” foi “um sucesso”, já que o número de pessoas com menos de 40 anos que não sabem quem foi o pai diminuiu muito face ao período anterior a esta regra. “A lei diz que é importante [saber quem é o pai], aqui diz-se que não é importante, só se a mãe quiser. Estamos a dizer que, só nestes casos, isso já não interessa”, lembrando que tem havido muitas lutas no Tribunal Constitucional quanto ao direito de a pessoa, mesmo com 60-80 anos, “conhecer o pai”.

A lei portuguesa prevê que se possa tentar saber quem é o pai na justiça até aos 28 anos, ou, no caso de haver factos novos, três anos depois de estes terem surgido, explica. “Vai ser um problema com estas crianças”, diz. E aqui coloca-se a questão do anonimato do dador, que a nova legislação não altera. Não é possível conhecer a sua identidade.

Cristina Nunes conhece o caso holandês. Sabe que na Holanda houve uma evolução, primeiro começou como Portugal, o dador de esperma é sempre anónimo, depois “começou a haver uma procura de saber, por parte de pessoas que nasceram nestas circunstâncias”, e o regime foi alterado, e agora estes filhos podem saber quem foi o dador.

“Eu pessoalmente prefiro o anonimato, mas não é uma coisa que me envolva a mim diretamente. Não sei o que seria melhor. Espero que não haja nessa necessidade de saber”, diz Cristina Nunes, que é lésbica e teve a filha não tendo parceira.

Já Teresa Ramalho, que foi a Espanha engravidar há quatro anos e teve gémeos, anda a treinar os filhos, na rua, a estarem atentos a novas formas de família não tradicionais, mas admite que eles possam vir a ficar curiosos. “Tenho noção que para eles vai ser estranho e vão querer preencher o vazio”. Preferia que eles não quisessem saber nada, mas essa é uma opção deles e Teresa Ramalho admite que seria interessante que a lei portuguesa lhes permitisse satisfazer essa curiosidade aos 18 anos.

A lei nacional refere que a dádiva de terceiros (quer de esperma, de ovócitos ou de embriões) é anónima, prevê apenas duas exceções. Se houver suspeita de duas pessoas poderem ser irmãos, e isso ser motivo de impedimento para um casamento, é possível colocar essa pergunta ao Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA). A outra exceção prevista é para pedir dados genéticos do dador, por exemplo, sobre questões de saúde que possam ser importantes. Esta questão nunca foi colocada.

Apenas duas pessoas no país, o presidente e o vice-presidente do CNPMA, têm acesso a essa informação. E é preciso que os dois insiram, ao mesmo tempo, duas palavras-chave numa plataforma, o Registo de dadores, beneficiários e crianças nascidas com recurso a dádiva de terceiros, que apenas existe desde Janeiro de 2013.

Mas, caso a pessoa queira mesmo saber o nome do seu dador, terá em princípio de avançar com um processo para tribunal alegando “razões ponderosas” e de ver confirmado o seu pedido por uma sentença judicial. O CNPMA não tem conhecimento de nenhum caso desta natureza.

Secretária de Estado defende
A secretária de Estado da Inclusão disse que é preciso evoluir no sentido dos estudantes com deficiência poderem escolher o...

A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, falava em Aveiro na abertura do seminário dedicado ao tema “Inclusão – Boas Práticas no Ensino Superior”.

“Temos ainda grandes desafios. É fundamental que os alunos com necessidades educativas especiais tenham a possibilidade de escolher o seu percurso académico em função das suas próprias motivações, sem estarem condicionados pelas condições que encontram em cada universidade”, disse Ana Sofia Antunes.

A secretária de Estado salientou que “o sucesso está muitas vezes conexo com o sítio onde decide estudar”, mas lembrou que “há um caminho importante já feito” porque “há 20 anos, apenas havia a opção por um número restrito de cursos e hoje há cada vez mais alunos com percursos diversificados”.

“Temos ainda realidades muito diversas e o nível de acompanhamento depende da sensibilidade e mobilização das universidades e institutos para as questões da deficiência”,referiu.

Ana Sofia Antunes defendeu que o acompanhamento tem de ser feito, desde logo, no ensino secundário, “porque se mal orientado nas opções isso vai condicionar o seu percurso” e admitiu que ao nível dos pré-requisitos de acesso ao ensino superior também há trabalho a ser feito no sentido de estes não condicionarem as escolhas dos alunos com necessidades educativas especiais, escreve o Sapo.

A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, disse que a inclusão “é um projeto de cidadania que deve ser claramente assumido pelo ensino superior”.

“O direito ao conhecimento é para todos e o direito à opção do que se quer aprender é inalianável. Não podemos abdicar disso e temos de trabalhar para que as universidades possam acolher todos sem distinção”, disse.

Maria Fernanda Rollo partilhou da preocupação de que o acompanhamento vocacional dos estudantes com necessidades educativas especiais deve feito no ensino secundário, observando que “cerca de 10 mil alunos nessas condições estão a acabar secundário, verificando-se ainda que apenas um em cada três frequenta o ensino superior na idade em que devia”.

A secretária de Estado deixou ainda um repto para que o ensino superior olhe para o desafio da inclusão não apenas no acolhimento, mas também na produção de investigação nesses domínios”.

O reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Assunção, realçou “o papel múltiplo que cabe às universidades, não apenas na criação de condições para os estudantes com necessidades especiais, mas também na formação dos colegas “como processo de crescimento da cidadania”.

Manuel Assunção sumariou várias medidas que a Universidade de Aveiro tem vindo a adotar no sentido da inclusão e anunciou que vai passar a ter um piso tátil na sua zona mais nobre, para facilitar a orientação, com o apoio de uma empresa privada.

Ensaio Bial
A ministra da Saúde francesa diz que a Bial e a Biotral não tomaram as precauções necessárias no caso dos ensaios clínicos que...

Em conferência de imprensa, Marisol Touraine disse que a farmacêutica portuguesa Bial e a empresa de gestão de ensaios clínicos francesa Biotrial, são parcialmente responsáveis no caso que levou à morte de um homem para participava num teste de um medicamento para doenças neurológicas.

Quatro meses depois do acidente, a ministra considera que a empresa portuguesa não tomou as cautelas devidas quanto a este ensaio, escreve a TSF.

Marisol Touraine anunciou ainda um reforço das regras sobre os ensaios clínicos em França, para proteger os voluntários que participam nos testes.

Num relatório conhecido em fevereiro, a ministra já tinha apontado falhas graves, mas mão tornou públicos os detalhes. Apenas disse que a Biotrial devia ter suspendido o ensaio logo que o primeiro doente foi hospitalizado.

O ensaio realizado pela empresa francesa Biotrial obrigou ao internamento de seis pessoas. Uma delas, um homem de 49 anos, que acabou por falecer.

Estudo
Os resultados são ainda preliminares, mas já se mostraram inesperados. Quase 100% dos idosos estudados até agora consumiam sal...

Podíamos ter uma imagem romântica de que os idosos têm mais tempo para apanhar sol e que portanto não teriam falta de vitamina D. Mas não é bem assim. Cerca de 90% dos idosos (com mais de 65 anos) têm carência nesta vitamina, segundo os resultados preliminares do projeto Nutrition UP 65. Os resultados foram apresentados por Teresa Amaral, coordenadora do projeto, no Congresso de Nutrição e Alimentação, que decorreu no Porto.

Os idosos parecem apanhar pouco sol e não ter uma alimentação que lhes permita compensar a escassez da vitamina D. Muitos ficarão em casa, com um vida sedentária e com uma dieta que não cumpre os padrões de uma alimentação saudável, o que também justifica os mais de 80% de idosos obesos ou com excesso de peso nos resultados apurados até ao momento, escreve o Observador.

Os resultados são ainda preliminares, como frisou a docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto. Têm menos de mil indivíduos dos 1.500 previstos no projeto (uma amostra que pretende ser representativa da população portuguesa). Ainda assim, os resultados, aos quais faltam sobretudo os dados da população da Madeira, foram inesperados, conforme disse a nutricionista no congresso.

A carência da vitamina D pode ser resolvida com a exposição solar moderada, fora dos períodos em que a radiação ultravioleta é mais prejudicial, ou com suplementos alimentares, como o óleo de fígado de bacalhau. Mas esta não é a única preocupação demonstrada pela investigadora. Outro dos fatores é que 99,1% da população estudada tem um consumo de sódio (presente no sal de cozinha) desadequado. A isso juntam-se os resultados inesperados de desidratação de quase um terço dos idosos (31,9%).

A falta de profissionais especializados na nutrição geriátrica foi uma das motivações do projeto Nutrition UP 65 – Estratégias Nutricionais para uma Demografia Envelhecida. Os objetivos principais do projeto são identificar as desigualdades nutricionais na população idosa portuguesa (acima dos 65 anos) e formar os profissionais de saúde para lidarem com estas situações.

O projeto teve início em abril de 2015 e terá uma duração de dois anos. Foi financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega através dos EEA Grants, no âmbito do programa Iniciativas em Saúde Pública. O financiamento total do projeto é de 519 mil euros.

Infarmed
O acesso à inovação, através de acordos justos e sustentáveis com a indústria farmacêutica, foi um dos temas abordados num...

O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes e o presidente do conselho diretivo do Infarmed, I.P., Henrique Luz Rodrigues, representaram Portugal neste encontro organizado pelo Governo holandês e realizado a convite da ministra da Saúde Edith Shippers.

A mesa-redonda foi um ponto de partida para a discussão de problemas e interesses comuns aos diversos países, sendo para isso essencial a articulação entre os representantes da indústria farmacêutica e os responsáveis máximos do setor da saúde.

Entre os desafios e prioridades discutidas estiveram a cooperação voluntária dos Estados membros em diversas matérias. Alguns exemplos foram a partilha de informação sobre os sistemas nacionais, os preços e as ruturas de medicamentos, a realização de compras centralizadas e a definição de estratégias na área do medicamento a médio e longo prazo.

O objetivo máximo é reduzir as iniquidades a nível europeu, garantir o acesso a tratamentos, mas também garantir a sustentabilidade dos serviços de saúde.

Universidade de Coimbra
A canábis poderá melhorar o consumo de energia pelo cérebro, deficitário na doença de Alzheimer, de acordo com uma investigação...

“Alguns efeitos da canábis poderão melhorar o consumo de energia pelo cérebro, que se encontra deficitário na doença de Alzheimer”, revela um estudo liderado pelos centros de Neurociências e Biologia Celular da (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) e para a Investigação Biomédica em Doenças Neurodegenerativas de Espanha (Instituto Cajal), anunciou hoje a UC.

“O desafio futuro desta descoberta em ratinhos”, já publicada na revista Neuropharmacology, reside na separação das consequências negativas e positivas da planta, sublinha a UC, numa nota hoje divulgada.

O principal ingrediente psicoativo da marijuana – tetrahidrocanabinol (THC) –, atua sobre dois recetores – CB1 e CB2 –, localizados no cérebro, que se distinguem como os “polícias maus e os polícias bons”.

“Os recetores CB1 estão associados à morte neuronal, distúrbios mentais e vício em diferentes drogas ou álcool”, enquanto os CB2, pelo contrário, “anulam muitas das ações negativas dos CB1, protegendo os neurónios, promovendo o consumo de glucose (energia) pelo cérebro e diminuindo a dependência de drogas”, refere a UC.

Através de diversas técnicas laboratoriais, os investigadores concluíram que “os recetores CB2, quando estimulados por análogos do THC quimicamente modificados para interagirem apenas com os recetores CB2 sem ativar o CB1, evitando os efeitos psicotrópicos e mantendo os efeitos benéficos, promovem o aumento de captação de glucose no cérebro”, explica Attila Köfalvi, primeiro autor do artigo.

Experiências adicionais com outras técnicas mostraram que este efeito do CB2 não se limita aos neurónios, mas estende-se a outras células do cérebro que ajudam ao funcionamento dos neurónios, os astrócitos.

“No futuro, esta descoberta poderá abrir caminho para uma terapia paliativa na doença de Alzheimer”, admite Attila Köfalvi, citado pela UC.

Na investigação colaboraram os institutos espanhóis Pluridisciplinar da Universidade Complutense de Madrid e de Tecnologia de Madrid e argentino de Investigações Bioquímicas de Bahía Blanca da Universidade Nacional del Sur.

A investigação foi financiada pelo Prémio Belard Santa Casa da Misericórdia, por um programa norte-americano para o desenvolvimento de tecnologias emergentes e por fundos da União Europeia, designadamente através do Programa Operacional Fatores de Competitividade (Compete), via Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Em Portugal
Um terço dos inquiridos para um estudo sobre os conhecimentos das doenças da tiroide desconhece os sintomas desta patologia,...

Na véspera da Semana Internacional da Tiroide, que decorre entre segunda-feira e domingo, a Associação das Doenças da Tiroide (ADTI) divulgou um estudo sobre a perceção e conhecimentos dos portugueses face às doenças da tiroide, com base em 700 entrevistas.

Os resultados do estudo indicam que 89,2% dos portugueses já ouviu falar de doenças da tiroide, embora 37,9% não saiba identificar nenhuma.

“Os resultados demonstram um grande desconhecimento da população sobre o funcionamento da tiroide, com 54,2% a não quererem ou não saberem responder para que serve esta glândula”, afirmou a presidente da ADTI, Celeste Campinho, como comentário às conclusões do estudo.

A investigação apurou ainda que o hipertiroidismo (34,9%) e o hipotiroidismo (31,1%) são as doenças mais conhecidas, seguidas do cancro da tiroide (19%) e dos nódulos da tiroide (11%).

Quase metade dos inquiridos (42,2%) demonstrou saber que a oscilação de peso pode ser um sintoma de distúrbios na tiroide (42,4%)

“Existe um grande caminho a percorrer no sentido de fornecer aos portugueses o conhecimento necessário sobre as doenças da tiroide, para um tratamento adequado e manutenção da qualidade de vida. E aqui a ADTI pretende ter um papel fundamental na sociedade”, disse.

Este estudo foi desenvolvido pela ADTI, com o apoio do Grupo de Estudo da Tiroide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM).

Para Maria João Oliveira, membro do Grupo de Estudo da Tiroide da SPEDM, “um dos principais problemas é o desconhecimento dos sintomas, que muitas vezes se confundem com os de outras condições, o que leva a diagnósticos mais tardios”.

“As doenças da tiroide, nomeadamente o hipotiroidismo, têm um grande impacto na qualidade de vida dos doentes mas, ao mesmo tempo, um fácil tratamento”, daí a importância de “um rápido diagnóstico para tratamento adequado”.

Banco Mundial
Um fundo de emergência destinado aos países pobres vai estar operacional até ao final do ano para acelerar o desbloqueio da...

“Não há nenhum sistema internacional capaz de responder rapidamente a uma pandemia”, garantiu o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, em Sendai, no Japão, onde decorre uma reunião dos ministros das Finanças do G7.

Segundo Jim Yong Kim, a epidemia do vírus Ébola, que assolou três países africanos em 2014, foi um “duro despertar” para o lento desbloqueio da ajuda internacional.

“Levou meses até conseguir canalizar recursos substanciais e apoio aos países, enquanto o número de vítimas continuou a aumentar”, garantiu Kim, antigo médico especialista de doenças infeciosas.

A epidemia do Ébola causou mais de 11.000 mortos.

Para colmatar estas lacunas, o Banco Mundial vai criar um fundo que permite, através de apólices de seguros, desbloquear um total de 500 milhões de dólares face a epidemias como o Ébola ou a SARS (Síndrome Respiratória Agudo Severa).

Estes recursos serão abertos aos 77 países mais pobres do mundo, identificados pelo Banco Mundial.

750 mil euros
A agência espacial europeia ESA vai financiar, com 750 mil euros, 50 projetos que apliquem a tecnologia espacial de observação...

O concurso, lançado no âmbito do programa Earth Observation Entrepreneurship Initiative, decorre até 19 de junho.

Segundo uma nota à comunicação social do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra, que coordena em Portugal um centro da ESA de incubação de empresas, as equipas selecionadas deverão desenvolver, durante três meses, uma proposta técnica e um plano de negócios.

Além do financiamento, 15 mil euros por projeto, os candidatos selecionados irão "aceder a dados, ferramentas e conhecimentos específicos para refinar o seu conceito e protótipo, tanto do ponto de vista técnico como do modelo de negócio".

Excesso de peso e Obesidade
Se pensa que a obesidade é apenas um problema estético, está enganado.

Em Portugal, a prevalência do excesso de peso e da obesidade têm vindo a aumentar. De acordo com o Inquérito Nacional de Saúde, mais de metade dos portugueses têm excesso de peso, o que representa um aumento de 2% nos últimos 8 anos. No total, existem 4,5 milhões de portugueses com excesso de peso e, destes, 1,5 milhões sofrem de obesidade.

Apesar dos números assustadores, não desanime! A obesidade é a segunda causa de morte evitável através de uma adequada prevenção.

O excesso de gordura corporal resulta de um desequilíbrio entre as quantidades de calorias ingeridas e despendidas. No entanto, ser obeso não implica, necessariamente, que o indivíduo se alimente excessivamente.

A obesidade depende de inúmeros fatores genéticos, como a predisposição genética, o sexo e a idade, ambientais ou comportamentais, como o sedentarismo, e metabólicos ou hormonais

Desde condições debilitantes e progressivas a doenças crónicas com elevado risco de mortalidade, a obesidade está associada a inúmeros problemas de saúde. Quando o índice de massa corporal é superior a 30 kg/m2, o risco aumenta.

Os problemas de saúde mais comuns e preocupantes ocorrem a diferentes níveis:

  • Aparelho cardiovascular – hipertensão arterial, aterosclerose e problemas cardíacos;
  • Complicações metabólicas – dislipidemias e diabetes mellitus dos tipos 1 e 2;
  • Aparelho respiratório – dispneia, apneia do sono e embolismo pulmonar;
  • Aparelho digestivo – esteatose hepática, litíase vesicular e cancro do cólon;
  • Aparelho urinário e reprodutor – infertilidade, amenorreia, incontinência urinária, cancro da mama e cancro da próstata;
  • Alterações psicossociais: isolamento social, depressão e ansiedade.

A prevenção da obesidade assenta, essencialmente, em três pilares: a alimentação equilibrada, a atividade física regular e o estilo de vida saudável.

Por sua vez, o tratamento da obesidade consiste na combinação de uma dieta equilibrada e de uma alteração do estilo de vida, particularmente ao nível da atividade física. Quando estas alterações não são suficientes, é necessário recorrer a fármacos ou a cirurgia bariátrica.

O grau de obesidade pode ser avaliado através do índice de massa corporal. 

Para avaliar o risco de complicações associado à obesidade, é importante considerar o perímetro abdominal. O tecido adiposo localizado na região abdominal é, predominantemente, gordura visceral, o que pode causar resistência à insulina e, consequentemente, aumentar o risco de desenvolver diabetes mellitus, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares.

Se for homem e o seu perímetro abdominal for superior a 94 cm ou se for mulher e o seu perímetro abdominal for superior a 80 cm, tome uma atitude!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 25 de maio
Rastreios gratuitos para os adultos e jogos para as crianças são algumas das atividades que vão fazer parte do OPEN DAY “Sabe...

Face ao grande desconhecimento da população sobre o que é a tiroide e quais as suas funções, a ADTI – Associação das Doenças da Tiroide promove o OPEN DAY “Sabe mais sobre a Tiroide”, no próximo dia 25 de maio, Dia Mundial da Tiroide, entre as 9 e as 13 horas.

No ano em que a Thyroid Federation International escolheu como tema “As Doenças da Tiroide nas Crianças”, os mais novos vão estar em destaque neste dia e têm à sua disposição inúmeras atividades que lhes permitem aprender alguns dos sintomas das duas principais doenças da tiroide, nomeadamente o hipertiroidismo e o hipotiroidismo.

No trampolim, na corrida de lutadores de sumo ou nos espelhos é possível experienciar as variações de peso que caracterizam as duas patologias, nomeadamente o aumento de peso no caso do Hipotiroidismo e a perda de peso quando se trata de Hipertiroidismo. Para sensibilizar as crianças para a forma da tiroide, que se assemelha a uma borboleta, haverá uma exposição com desenhos criados por crianças do 1º e 2º ciclos e face painting. O programa inclui ainda uma largada de balões, uma aula de zumba e rastreios gratuitos para os adultos.

Ainda neste dia será anunciado o vencedor do concurso de desenho lançado pela ADTI através do seu site (www.adti.pt) e Facebook.

Para Celeste Campinho, Presidente da ADTI, “Esta é uma iniciativa muito importante para a Associação já que, além de assinalar o Dia Mundial da Tiroide, pretende aumentar o grau de sensibilização e conhecimento da população em geral para as patologias associadas, um dos maiores objetivos e também desafios que a ADTI atravessa.“ 

31 de maio – Dia Mundial Sem Tabaco
A RESPIRA assinala o Dia Mundial Sem Tabaco através de uma campanha de sensibilização: “Depois de um cigarro nada fica igual....

Através de uma parceria, fumadores e ex-fumadores, poderão, entre os dias 23 e 31 de maio, realizar uma avaliação à sua saúde respiratória.

“A DPOC é uma doença que se manifesta, entre outros sintomas, pela falta de ar, é causada pela destruição irreversível do tecido pulmonar. O tabaco é um dos principais fatores de risco, sendo responsável por cerca de 90% dos casos de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, em Portugal. O seu diagnóstico, realizado através de uma espirometria, pode prevenir estadios avançados da doença e permitir uma melhor qualidade de vida”, explica José Albino, Presidente da RESPIRA.

“Fumar é a primeira causa evitável de doença e morte prematura nos países desenvolvidos. Não adquirir o hábito de fumar e ou deixar de o fazer é benéfico para a pessoa e representa ganhos em saúde. É por isso importante desenvolvermos campanhas de sensibilização, principalmente dirigidas aos mais jovens, pois a grande maioria dos fumadores portugueses iniciam o consumo entre os 12 e os 20 anos”, conclui o Presidente da RESPIRA.

Estudos recentes apontam que 800 mil portugueses sofrem de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e que em 2030 esta patologia representará a 3ª causa de morte a nível mundial.

Páginas