Despesas de saúde

Como financiar despesas elevadas de saúde?

Atualizado: 
28/06/2016 - 10:56
Embora exista Serviço Nacional de Saúde em Portugal e um em cada cinco portugueses já possua um seguro de saúde, os gastos nesta área podem sair dispendiosos, nomeadamente para pessoas que têm tendência a adoecer frequentemente ou, ainda mais, quando surgem situações de emergência que requerem cirurgias.

A saúde não tem preço, é um facto, mas pode não ser tão acessível à totalidade da população como deveria ser. A resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) muitas vezes não é tão célere como são as necessidades dos pacientes e por isso mesmo é que as alternativas privadas ganham terreno para financiar despesas (ainda mais quando são inesperadas) com cuidados médicos.

Os dados confirmam esta tendência: a 27 de junho, a Conta Satélite da Saúde do Instituto Nacional de Estatística acusa que, em 2015, a despesa corrente em saúde aumentou 2% face ao ano anterior e, dentro desta, a despesa privada aumentou 2,6%. Este valor foi superior ao da despesa pública, que se fixou em 1,6%. As famílias portuguesas estão a gastar mais nos hospitais e clínicas privados.

A saúde é uma área crucial da vida humana. Existem situações que não podem ser deixadas ao abandono pelas repercussões gravosas que podem gerar: o aparecimento de uma doença grave e os respetivos tratamentos, a necessidade urgente de uma cirurgia ou de uma consulta de especialidade fazem com que proliferem, neste mercado, as soluções dos seguros de saúde, dos planos de saúde e outros métodos de financiar despesas médicas mais elevadas.

Um seguro de saúde consiste no pagamento (anual, semestral, trimestral ou mensal) de uma prestação de cuidados médicos que estão cobertos conforme o valor do prémio. Em troca, as despesas de saúde que estiverem incluídas no contrato são comparticipadas para o segurado. Em termos de benefícios deste sistema, apontam-se geralmente as poupanças de tempo em filas de espera nos hospitais públicos e de dinheiro no caso de utentes com maior propensão a adoecer, bem como a possibilidade de escolher os médicos e as clínicas desejadas. Os gastos são ainda dedutíveis no IRS. Para famílias numerosas, nas quais há gastos para todos os membros, trata-se de um sistema que em muito pode compensar.

De modo geral, um seguro de saúde com valores mais reduzidos de prémio pode incluir: assistência hospitalar e ambulatória; comparticipações variáveis para consultas dentro e fora da rede; cirurgias até um montante de 5.000€. Os preços vão aumentando conforme a abrangência de coberturas. No campo das desvantagens, é possível salientar o facto de não abrangerem doenças do foro psiquiátrico, neurologia e acidentes causados por prática de desporto.

Para além dos seguros, existem também os planos de saúde – uma moda da qual ainda pouco se ouve falar. Enquanto que num seguro de saúde, por norma, o utente paga as suas despesas e a companhia de seguros reembolsa-o posteriormente, tal nunca se verifica no caso do plano de saúde, com o qual é feita uma estimativa de custos para o consumidor, que pagará sempre um valor fixo. Embora também seja possível ter um seguro de saúde com este sistema, o mesmo não é obrigatório. Todavia, no plano de saúde, ao contrário do seguro, o segurado não tem oportunidade de escolher os médicos e hospitais que pretende.

E quem não tiver nenhum destes programas e tiver uma emergência médica, como é o caso de uma cirurgia que custa alguns milhares de euros? Vai ficar dois anos à espera através do SNS? E se essa demora for fatal para a condição do paciente? Neste caso, a solução poderá passar por solicitar um empréstimo destinado a financiar emergências médicas – existem instituições financeiras que até disponibilizam uma modalidade de crédito pessoal específica para estas situações e para quem não dispõe de rendimentos suficientes.

Ainda é possível falar da cobertura de cuidados médicos nas férias. Especialmente quando se vai para fora da União Europeia (desaparecendo assim a possibilidade de usar o Cartão Europeu de Seguro de Doença), é benéfico contratualizar um seguro de viagem para resolver imprevistos, uma vez que, usualmente, este cobre o transporte dos doentes, a sua hospitalização e o respetivo acompanhamento médico no estrangeiro. O utente deve tirar férias, mas a sua saúde não. Os próprios cartões de crédito podem ter seguros de saúde acoplados.

“A saúde é um direito universal e a proteção dos cidadãos é assegurada pela Constituição da República Portuguesa. No entanto, esta salvaguarda não é totalmente abrangente para todos e não são raras as vezes em que os utentes têm de financiar cuidados médicos a partir da sua própria carteira”, sublinha Sérgio Pereira, diretor geral do ComparaJá.pt.

Em 2014, 20% dos portugueses já beneficiava de um seguro de saúde, consoante a Associação Portuguesa de Seguradores. Os dados de 2015 do INE corroboram um aumento das despesas das famílias em prestadores de cuidados de saúde privados. Os números não mentem e atestam que os portugueses estão mais cautelosos com a sua saúde.

“Quem tem de fazer face a despesas médicas elevadas pode ter de abdicar de bens de primeira necessidade e o caso agrava-se quando se fala de famílias, daí a necessidade crescente de proteção, sendo que a melhor forma de financiar gastos avultados em saúde prende-se com a situação específica e as necessidades (consultas de especialidade, cirurgias ou exames médicos, entre outros) de cada utente em particular”, conclui o responsável da plataforma gratuita de comparação financeira.

Fonte: 
ComparaJá.pt
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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