Universidade de Aveiro
Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro desenvolveu um novo tipo de cimento ósseo com características que...

De acordo com informação avançada pela Universidade de Aveiro (UA), os investigadores adicionaram, pela primeira vez, estrôncio, manganês e açúcar aos habituais ingredientes, o que resultou numa melhoria do desempenho biológico do cimento bem como das suas propriedades mecânicas.

Estes fatores tornam este cimento desenvolvido na UA "muito promissor para regeneração óssea e engenharia de tecidos e em particular na reparação de vértebras fraturadas" devido, por exemplo, à osteoporose ou a acidentes, referiu Paula Torres, investigadora do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC).

A investigadora desenvolveu este material inovador no âmbito do seu doutoramento em Ciência e Engenharia de Materiais na UA, que começou há cinco anos.

O trabalho contou com a colaboração de investigadores de outros departamentos da UA e de outras instituições nacionais e da Robert Mathys Stiftung Foundation, na Suíça.

Segundo a nota da UA, os resultados obtidos ao longo das várias fases do estudo culminaram na obtenção de um cimento com propriedades gerais muito promissoras.

"Com base nestes resultados, pode concluir-se que os objetivos inicialmente estabelecidos foram alcançados com um grau de satisfação relativamente elevado", congratula-se Paula Torres, adiantando que a próxima fase é levar o cimento para testes 'in vivo', isto é em animais.

Estudo
A esperança média de vida aumentou mais de uma década desde 1980, mas as pessoas vivem mais tempo com doenças, revela um estudo...

Publicado pela revista The Lancet e resultado de uma parceria com o Instituto para a Métrica e a Avaliação da Saúde (IHME), o estudo sobre o Peso Global da Doença, Lesões e Fatores de Risco (GBD, na sigla em inglês) analisa 249 causas de morte, 315 doenças e lesões e 79 fatores de risco em 79 países e territórios entre 1990 e 2015.

Resulta do trabalho de 1870 especialistas independentes em 127 países e visa ser a fonte de estatísticas sobre saúde mais credível do mundo, para servir como ferramenta para os países, organizações não-governamentais e outros parceiros, na definição de políticas de saúde, como escrevem os autores no editorial da edição da revista.

Segundo os dados agora divulgados, a esperança média de vida aumentou de 61,7 anos, em 1980, para 71,8 anos em 2015 (69 nos homens e 74,8 nas mulheres), mas o conflito e a violência levaram à estagnação e até à redução daquele indicador em muitas regiões.

Na Síria, por exemplo, a esperança média de vida nos homens diminuiu 11,3 anos entre 2005 e 2015.

Já a região da África Subsaariana registou importantes ganhos na esperança média de vida entre 2005 e 2015, ao recuperar de uma era de grande mortalidade devido ao VIH/Sida.

Em termos globais, a taxa de mortalidade diminuiu 17 por cento entre 2005 e 2015, tendência que teve como principais responsáveis a queda das taxas de mortalidade associadas a doenças como a sida (menos 42,1%) e a malária (menos 43,1%) e a complicações associadas ao parto pré-termo (menos 29,8%).

A taxa de mortalidade associada às doenças não-transmissíveis, como doenças cardiovasculares, cancro ou Alzheimer, também caiu, mas não tão depressa (14,1%).

E houve algumas causas de morte que até aumentaram, como a doença de dengue e problemas associados ao consumo de drogas.

Como resultado, 70% das cerca de 56 milhões de mortes registadas em 2015 em todo o mundo deveram-se a doenças não transmissíveis e a problemas associados à droga.

Outra conclusão é que, embora a esperança média de vida tenha aumentado 10 anos, em média, a esperança de vida saudável apenas aumentou uma média de 6,1 anos, o que significa que as pessoas vivem mais anos com doenças e deficiências.

O peso da falta de saúde passou das doenças transmissíveis, doenças associadas à maternidade e à infância e problemas nutricionais para as doenças não transmissíveis, incluindo consumo de drogas, perdas de visão e audição e artrite, devido ao aumento e envelhecimento da população.

Atualmente, concluem os autores do estudo, oito doenças crónicas, incluindo dores de cabeça, cáries e perda de visão e audição afetam, cada uma, mais de uma em cada dez pessoas.

A nova edição do GBD compara, pela primeira vez, o desempenho dos países na saúde com um índice sociodemográfico, que cruza o rendimento médio, a taxa de fertilidade, e o nível de instrução.

A conclusão, diz o diretor do IHME, na Universidade de Washington em Seattle, é que "o desenvolvimento influencia, mas não determina a saúde.

"Temos países que melhoraram muito mais depressa do que seria expectável tendo em conta o rendimento, educação e fertilidade. E também continuamos a ter países, incluindo os EUA, que estão muito menos saudáveis do que deveriam, tendo em conta os seus recursos, explicou Christopher Murray, citado no comunicado da Lancet.

Entre as conclusões do estudo, um vasto trabalho que inclui seis artigos científicos num total de mais de 300 páginas, os cientistas destacam que embora tenha havido progressos na qualidade da água e do saneamento, aumentou a ameaça associada à dieta, à obesidade e ao consumo de drogas.

Mais de 275 mil mulheres morreram na gravidez ou no parto em 2015, a maioria por causas evitáveis, estima ainda o estudo, que alerta que, embora o número de mortes de menores de cinco anos tenha diminuído para metade desde 1990, o progresso nos recém-nascidos é menos impressionante.

APDP disponível
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal é a entidade que reúne mais experiência e conhecimento no rastreio e...

O diagnóstico precoce de uma das principais complicações da diabetes insere-se nas atividades de prevenção da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e pode ser realizado por rastreios populacionais. Com o objetivo de diminuir as consequências e prevenir danos na visão, a APDP quer chegar a todas as regiões do país, diminuindo as assimetrias no acesso aos rastreios.

“De acordo com o Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes (OND) – 2015, o número de pessoas com diabetes abrangidas pelos Programas de Rastreio da Retinopatia Diabética tem vindo a aumentar desde 2009 (223%)», recorda Luís Gardete Correia, presidente da APDP e do OND. «Para que os gráficos aumentem e os rastreios se propaguem, para não retirar qualidade de vida às pessoas com diabetes, é essencial que o Estado trabalhe na prevenção em conjunto com a APDP”, alerta.

Recentemente divulgado, o primeiro estudo epidemiológico realizado em Portugal sobre a retinopatia concluiu que 16,3% das mais de 52 mil pessoas com diabetes examinadas sofriam de retinopatia. A população avaliada por este estudo, realizado por especialistas da APDP, compreende a área geográfica de Lisboa e Vale do Tejo, onde a APDP já realiza rastreios. Os resultados agora apresentados permitem perceber a necessidade de generalizar de forma organizada e regular os rastreios a nível nacional.

“O problema é que temos em Portugal um milhão de pessoas com diabetes, destas andam cerca de 700 mil em tratamento e a noção que temos é que menos de 10 ou 15% destas pessoas terão acesso ao programa de rastreio da retinopatia diabética”, sublinha João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

A retinopatia diabética é uma manifestação oftalmológica da diabetes, e uma das principais causas de perda grave de visão a nível mundial. A sua frequência depende dos anos de duração da diabetes. Após 20 anos de evolução, mais de 90% das pessoas com diabetes tipo 1 e mais de 60% das de tipo 2 sofrem de retinopatia diabética. O mau controlo metabólico (glicémia e pressão arterial) constitui também um fator de risco para o aparecimento da retinopatia.

O diagnóstico é feito através da observação periódica do fundo do olho após dilatação (oftalmoscopia). Mas o melhor tratamento consiste em prevenir o desenvolvimento da retinopatia controlando os níveis de glicose, tensão arterial e lípidos sendo fundamental o exame oftalmológico periódico, que na diabetes do tipo 1 será efetuado após a puberdade se o aparecimento da diabetes foi antes desta, e 5 anos após o diagnóstico se o aparecimento foi posterior. Nas pessoas com diabetes tipo 2, logo após o diagnóstico; na gravidez a vigilância deve fazer-se trimestralmente (mais informação).

A equipa de rastreios da APDP vai estar nos seguintes locais e horários nos próximos dias:

ACES ALMADA SEIXAL

  • Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Rainha Dª Leonor (Av. Rainha Dª Leonor, nº 2, Almada) - 6 a 14 de outubro, das 9h00 às 16h00;
  • Unidade de Saúde Familiar CSI Seixal (Largo da Mundet, Bairro Novo) - 7 a 21 de outubro, das 9h00 às 16h00 (exceto dia 7, em que os rastreios têm início às 10h00). 

ACES OESTE SUL

  • Unidade de Saúde Familiar Dom Jordão (CS Lourinhã, Av. Dr. Catanho de Menezes) - até 6 de outubro, das 9h00 às 1600h (exceto dia 6, em que os rastreios decorrem apenas até às 14h00);
  • Torres Vedras (Pça 25 de Abril, 12) - até 11 de outubro, das 9h00 às 16h00 (exceto dia 11, e que os rastreios decorrem apenas até às 11h00. 
Doentes oncológicos
Têm menos efeitos secundários e em alguns casos aumentam a sobrevivência dos doentes. Investigação continua nesta área.

Os medicamentos biológicos são uma arma cada vez mais importante na luta contra o cancro. Não serão um substituto da quimioterapia, mas uma opção que pode ser conjugada com esta e com tratamentos hormonais para que se conseguiam melhores resultados, mais eficazes, mais duradouros e com menos efeitos secundários. O objetivo é encontrar cada vez mais medicamentos que atinjam alvos específicos nas células.

O que são estes medicamentos? Os biológicos são feitos em células vivas geneticamente modificadas. São proteínas que imitam os anticorpos do nosso organismo mas com algumas modificações que os tornam mais eficazes para travar uma determinada doença. Em muitos casos procuram alvos específicos para o fazerem, por isso não são uma solução para todos os tipos de cancro nem todos os doentes. Mas os resultados que têm mostrado explicam porque é continuam a ser alvo de muita investigação.

"Em alguns casos têm excelente resposta com ganhos no controlo da doença. No caso do cancro da mama existem vários biológicos que são de uso corrente e que têm eficácia no aumento da sobrevivência, com situações de regressão e desaparecimento da doença. Já começam a ser usados para consolidar a eficácia da cirurgia, evitando que a doença reapareça naquele local ou noutro", explicou ao Diário de Notícias Helena Gervásio, presidente do colégio de oncologia da Ordem dos Médicos, acrescentando que "o nosso objetivo é ter cada vez mais opções para controlar a doença de forma mais duradoura e com os menores efeitos possíveis". Os biológicos, diz, "não substituem a quimioterapia. Têm indicações completamente distintas. Muitas vezes complementam-se. Os biológicos também têm toxicidade".

O mesmo aponta o oncologista José Passos Coelho. "Em geral são menos tóxicos que a quimioterapia, mas há biológicos que têm níveis de toxicidade que não são desprezáveis. Como há fármacos de quimioterapia que são pouco tóxicos", frisou, para salientar a importância de ter várias armas à disposição: "Muitas vezes usamos mais do que uma classe de medicamentos para que se juntem os benefícios de uns aos outros. Procuramos adicionar tudo o que seja possível para aumentar a probabilidade de cura." O coordenador do departamento de oncologia do Hospital Beatriz Ângelo (Loures) afasta a ideia de que estes tratamentos podem substituir a quimio. "O nosso desejo é que surjam opções cada vez com mais eficácia e menos toxicidade que possam adiar ou evitar a quimioterapia".

Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia, explica que "a complexidade do tratamento do cancro é enorme" e que "a tendência para o futuro é que os tratamentos sejam mais eficazes e com terapêuticas mais dirigidas". "Mas estamos longe de dizer que os biológicos vão substituir a quimioterapia. Os tumores que não expressem os alvos precisam sempre de quimioterapia. Podemos dizer que os biológicos serão a tendência para evitar a quimio no futuro".

Soluções mais baratas
Nos próximos dois anos espera-se que fiquem disponíveis quatro genéricos de biológicos para o cancro, a preços mais baratos, e a tendência será optar por estes quando for possível. "Só queremos ter a segurança que são tão eficazes e não têm mais efeitos que os que lhes deram origem. Desde que estejam testados, aceitamos e avançaremos para a prática clínica", apontou Helena Gervásio. Gabriela Sousa refere que a questão coloca-se na forma como vão entrar nos hospitais: "Nos doentes que estão estáveis deve haver cautela em alterar para um biossimilar. E o desempenho deve ser rigorosamente monitorizado para garantir o máximo de segurança."

Hélder Mota Filipe, da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) explica que "a troca de medicamentos em doentes que já estão a ser tratados pode fazer-se, sempre com informação ao doente e com monitorização para garantir que nada aconteça. Existem estudos do Norte da Europa que demonstram que a mudança pode ser feita sem que haja qualquer problema de segurança ou falta de eficácia. Temos feito sessões para esclarecer e debater abertamente o que são os biossimilares".

Estudo
As dificuldades familiares e o stress vividos na infância podem acelerar o envelhecimento na idade adulta, segundo um estudo...

Os investigadores mediram o comprimento dos telómeros, estruturas do ADN protetoras dos cromossomas, cujo encurtamento ao envelhecer está vinculado à maturidade celular e às doenças.

Para este estudo, publicado na segunda-feira na Academia Americana de Ciências, os autores compararam o comprimento dos telómeros das glândulas salivares de 4.598 homens e mulheres com mais de 50 anos, nos Estados Unidos, que responderam, entre 1992 e 2008, a perguntas sobre experiências traumáticas vividas ao longo das suas vidas.

Na avaliação do período anterior aos 18 anos, como situações stressantes foram consideradas as dificuldades financeiras no lar, o facto de a família ter sido despejada, o pai perder o emprego ou um dos progenitores ser alcoólico ou dependente químico.

Os participantes também informaram no questionário se apanharam, se foram agredidos sexualmente ou se tiveram problemas com a Polícia durante a adolescência, escreve o Sapo.

A equipa de investigação, liderada por Eli Puterman, da Universidade da Colúmbia Britânica, em Vancouver, no Canadá, constatou que a redução dos telómeros depois dos 50 anos aumentava 11% por cada experiência traumática vivida na infância.

Segundo os investigadores, este estudo reafirma os resultados de análises anteriores que sugeriam que uma infância difícil poderia ter um impacto no envelhecimento celular na idade adulta.

De acordo com o mesmo, também é possível que as situações stressantes na infância tenham mais efeitos negativos na saúde que os fatores de stresse vividos na idade adulta.

O estudo cita como fatores traumáticos da idade adulta o facto de ser beneficiário de um seguro médico para os mais favorecidos, receber tickets de alimentação, ter estado desempregado ou estar à procura de emprego.

Também estão incluídos a perda ou doença grave de um filho ou cônjuge, ter sido vítima de uma catástrofe natural ou de ferimentos de guerra.

Mais de três quartos dos 4.598 participantes no estudo experienciaram pelo menos uma experiência traumática na sua vida, e mais da metade deles, duas ou mais experiências.

Estudo
Um estudo recente publicado pela Universidade de Copenhaga vem confirmar que existe uma relação entre os contracetivos...

Estima-se que milhões de mulheres em todo o mundo usem contracetivos hormonais. E também não é novidade que há artigos que associam a toma da pílula a alterações de humor. Desta forma, um estudo dinamarquês publicado no Journal of the American Medical Association Psychiatry decidiu olhar para o problema em larga escala, com a análise dos registos médicos de mais de um milhão de mulheres e adolescentes, entre os 15 e os 34 anos, no período entre 2000 e 2013.

A equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga constatou que as mulheres que tomavam a pílula combinada (com estrogénio e progesterona), a mais comum, têm 23% mais de hipóteses de lhes ser prescrito um antidepressivo enquanto as mulheres que tomam a pílula sem estrogénios são 34% mais propensas a tomar este tipo de medicação do que aquelas que não fazem qualquer tipo de contraceção hormonal.

Este risco não é exclusivo da pílula, escreve o Sapo, sendo também comum a outros tipos de contraceção como os implantes hormonais, os adesivos contracetivos ou os dispositivos intrauterinos.

De acordo com a investigação, as adolescentes são o grupo de maior risco, com 80% de probabilidade de prescrição de antidepressivos, no caso das pílulas combinadas, enquanto no caso das pílulas sem estrogénio essa percentagem é mais do dobro.

Desta forma, os investigadores acreditam que as mulheres têm duas vezes mais possibilidades de virem a sofrer de depressão ao longa da sua vida do que os homens devido à flutuação dos níveis de estrogénio e progesterona, as duas hormonas sexuais femininas. Segundo o The Guardian, há estudos que sugerem que níveis de progesterona muito elevados podem diminuir o humor.

 

Os autores deste trabalho esperam o desenvolvimento de outras investigações que possam estudar os efeitos colaterais da pílula, uma vez que o impacto de uma subdosagem em contracetivos hormonais ainda não foi plenamente testada.

Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lança
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos promove, pelo terceiro ano consecutivo, uma campanha de informação sob o mote ...

A campanha “Qualidade e dignidade até ao fim” realiza-se no âmbito do Mês dos Cuidados Paliativos, assinalado em outubro, e pretende passar a mensagem da Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), que defende que "viver e morrer com sofrimento não é algo que tenha de acontecer”.

“Em Portugal, por ano, cerca de 89 mil doentes necessitam de cuidados paliativos, no entanto, cerca de 50% dos doentes referenciados acabam por morrer sem terem acesso aos respetivos cuidados. O nosso país, continua a ter apenas uma equipa de cuidados paliativos domiciliários por 590 mil habitantes, quando as recomendações internacionais apontam para a existência de uma por cada 100 mil habitantes”, relembra Manuel Luís Capelas, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP).

“Este ano face à realidade dos números, decidimos apostar numa campanha com uma mensagem preliminar: desafiar as pessoas a vestirem a camisola pelos cuidados paliativos. Pretendemos desta forma, que a população em geral, doentes, familiares, profissionais de saúde e decisores políticos reflitam sobre o atual estado destes cuidados a nível nacional e exijam uma mudança de paradigma”, adverte Manuel Luís Capelas.

Para o presidente, “a falta de conhecimento e informação por parte da população, e infelizmente, também por parte dos profissionais de saúde continua a ser o principal entrave ao desenvolvimento destes cuidados no nosso país”.

Com o objetivo de combater esta realidade, a APCP lança um spot informativo de televisão e rádio, com a participação dos locutores Vasco Palmeirim e Carla Rocha, que será difundido, durante todo o mês de outubro, pela SIC, TVI, RTP, Antena 1, Cinemas NOS e Metro do Porto, e ainda um lançamento de balões, que pretende reunir o maior número de pessoas, no Terreiro do Paço e na Praça Gomes Teixeira, em Lisboa e no Porto, respetivamente, pelas 16 horas.

Também a Federação Portuguesa de Futebol apoia a campanha através da transmissão do spot informativo, durante o jogo entre Portugal vs Andorra, que decorrerá no dia 7 de outubro no estádio de Aveiro, pelas 19h45.

A t-shirt #ateaofim poderá ser adquirida através do site da Associação mediante um donativo no valor de 5 euros (www.apcp.com.pt).

Sal, gordura e açúcar
Taxa deve ser complementada por medidas de promoção da alimentação saudável.

A Ordem dos Nutricionistas concorda com a possível introdução de um imposto sobre os alimentos com excesso de sal, gordura ou açúcar, uma hipótese que, de acordo com alguns órgãos de comunicação social, está a ser debatida no âmbito da elaboração do Orçamento de Estado para 2017. No entanto, esta medida só fará sentido se for parte integrante de uma política alimentar e nutricional nacional concertada com outras medidas de promoção da alimentação saudável.

A prevalência do excesso de peso e da obesidade tem aumentado ao longo das últimas décadas, comprovadamente em consequência direta do aumento do consumo de alimentos com adição de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sal. Esta realidade tem sérias implicações saúde da população, resultando num aumento das doenças crónicas não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, a diabetes tipo 2 e o cancro.

Vários países têm já recorrido à utilização de medidas económicas como políticas públicas de promoção de comportamentos alimentares saudáveis. Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Hungria, Irlanda e Reino Unido são apenas alguns dos países que já recorrem à taxação de alimentos como refrigerantes ou outras bebidas com adição de açúcar ou edulcorantes como forma de promover a alimentação saudável entre a sua população.

Ainda que não exista evidência acerca do seu impacto a médio e longo prazo na saúde da população, dada a recente aplicação destas medidas, é já indesmentível que a taxação de produtos alimentares tem impacto ao nível da redução do seu consumo.

Nesse sentido, a Ordem dos Nutricionistas será favorável à introdução deste tipo de taxa desde que o valor a aplicar seja devidamente balizado com estudos de impacto para a indústria e o consumidor, que o impacto da medida na saúde da população seja devidamente acompanhado por um grupo de peritos e que a verba obtida nesta taxação seja direcionada para a promoção da alimentação saudável.

12 de outubro no Teatro Camões
O Ensaio Geral Solidário “Quinze bailarinos e tempo incerto” da Companhia Nacional de Bailado, em exibição no dia 12 de outubro...

A Companhia Nacional de Bailado estabeleceu uma parceria solidária com a aTTitude, ao ceder 200 convites para o Ensaio Geral Solidário “QUINZE BAILARINOS E TEMPO INCERTO”, ao projeto “Nutrição Oncológica: Uma Vida com sabor”, assinalando-se esta iniciativa para a aTTitude no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, a 16 de outubro. Os donativos angariados com estes convites, reverte na integra para a aTTitude.

O Ensaio Geral Solidário terá lugar no Teatro Camões, no dia 12 de outubro, pelas 21 horas e é dirigido a toda a família.

“É com grande sentido de responsabilidade que recebemos esta iniciativa da Companhia Nacional de Bailado. Os donativos angariados vão permitir apoiar o projeto Nutrição Oncológica que tem como objetivo garantir a qualidade de vida dos nossos doentes oncológicos em tratamento”, explica a Presidente da Direção da aTTitude, Bibi Sattar.

Para a Companhia Nacional de Bailado, faz todo o sentido associar esta peça a um projeto que visa melhorar a vida dos doentes oncológicos em tratamento. A Associação tem como missão criar uma mudança positiva no desenvolvimento, bem-estar, educação, saúde e inclusão social dos mais vulneráveis. O objetivo desta iniciativa é que todos possamajudar nesta missão.

Os convites poderão ser adquiridos através da aTTitude ([email protected] / contacto: 91 528 57 50) com o valor de:

  • Pack Individual: 15 euros
  • Pack família: 2 adultos + 2 crianças (até 12 anos): 50 euros

No Dia Mundial da Alimentação ajude grandes causas e assista ao Ensaio Geral Solidário “Quinze bailarinos e tempo incerto”.

IPO de Lisboa
O serviço mais antigo na área da assistência domiciliária em Portugal pertence ao IPO de Lisboa e todos os anos presta cuidados...

“Olha a minha doutorazinha”, afirma Maria Irene, uma doente oncológica de 79 anos, assim que vê entrar na sua casa a equipa da Unidade de Assistência Domiciliária do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, desta vez composta pela médica Madalena Feio e a enfermeira Francisca Coimbra.

Maria Irene vestiu uma blusa florida para receber a reportagem da agência Lusa e é seguida com o olhar pela filha, a sua cuidadora, que teve de pedir meio-dia de férias no trabalho para poder estar presente.

Há muitos abraços e mãos apertadas. As duas profissionais de saúde sentam-se no sofá enquanto conversam com a doente e aparentemente têm todo o tempo do mundo. Querem saber se dorme melhor e se tem tido dificuldade em respirar. Medem-lhe a tensão arterial e auscultam-lhe o peito.

A septuagenária aproveita cada momento para fazer perguntas e falar das suas maleitas, terminando sempre com um otimista “estou bem”.

“Com um sorriso desses só podia estar bem”, responde-lhe a enfermeira, enquanto lhe faz uma festa nas costas.

Há quase um ano que Maria Irene é seguida pela UAD. Um caso de longevidade que não é único, embora raro. Dada a escassez de pessoal, a equipa prioriza os casos e tenta prestar assistência aos que, aparentemente, têm a doença em fase mais avançada. Mas às vezes o cancro troca as voltas a estes profissionais, por mais habituados que estejam à patologia.

Com a morte por perto, Madalena Feio conta que é na equipa que os seus elementos se apoiam sempre que são confrontados com uma partida menos esperada. A constante discussão dos casos evita que sejam mais vezes surpreendidas.

Na casa de Maria Irene, a atenção da equipa divide-se entre a doente e a cuidadora, que tem sempre questões a colocar e abraços para dar.

No final da consulta, Maria Irene conta como a vinda da UAD à sua casa a impediu de ir para um lar, já que o trabalho da filha não permitia uma presença constante.

“São as minhas queridas. Cá em casa estamos sempre a falar nelas”, disse a doente, enquanto olha para a enfermeira: “A minha Francisquinha”.

Maria José, a filha, não contém as lágrimas ao falar do trabalho da UAD. “Sinto-me segura, pois sei que, além das visitas, a equipa está sempre disponível para me esclarecer por telefone sobre a doença da minha mãe ou o efeito de alguns medicamentos”.

Maria Irene veio para casa acamada, impossibilitada de subir os degraus da escada de acesso à sua casa, em Alcântara. Mas o trabalho desenvolvido pela UAD permitiu-lhe que, aos poucos, recuperasse alguma mobilidade e hoje, ainda que com dificuldade, anda sozinha.

Para Maria José, o trabalho desta equipa não é só para a mãe, mas também para si. “É uma ajuda às duas”, disse.

A enfermeira Francisca Coimbra chama-as de guerreiras, o que elas agradecem com um sorriso.

Após a visita, a equipa regressa ao IPO. Espera-as o resto de um dia de trabalho que começou bem cedo, com uma reunião para discussão de casos e durante a qual as profissionais analisaram os casos, bem como a lista de espera para novos doentes.

Atualmente, esta lista tem oito doentes, sendo o pedido mais antigo datado de 31 de agosto. Bem mais do que as 48 horas preconizadas nas recomendações de qualidade, mas a falta de pessoal não o permite.

Para poder responder aos casos referenciados pelos médicos a equipa precisa de mais um médico a tempo inteiro, um a tempo parcial e um enfermeiro. Isto no horário atual entre as 08:00 e as 16:00.

A UAD atende, em média, 20 doentes, num total de 100 anuais. Todos eles moradores no concelho de Lisboa, seguidos no IPO e a sofrerem de doença avançada, progressiva e incurável.

Estudo
Portugal é o segundo país da OCDE com a mais baixa taxa de fertilidade, depois da Coreia do Sul, mas o emprego entre as mães...

A fertilidade em Portugal é de 1.23 filhos por cada mulher entre os 15 e 49 anos, enquanto a média dos 35 países da OCDE se situa nos 1.68 filhos, segundo o estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Já a taxa de emprego entre as mulheres com filhos até aos dois anos de idade é superior à média da OCDE: “Para as mães com crianças mais pequenas, entre os zero e os dois anos, o emprego é de 70% comparado com a média de 53% da OCDE”, refere o relatório “Society at a Glance 2016 – A Spotlight on Youth”.

A percentagem de jovens na sociedade portuguesa tem vindo a diminuir desde a década de 60 do século passado, tendo descido oito pontos percentuais.

Hoje, os jovens portugueses representam apenas 16% do total da população, refere o estudo que este ano decidiu dar um destaque à situação dos mais novos.

O documento revela ainda que os jovens foram os mais atingidos pela crise financeira de 2007/2008: entre 2007 e 2013 a pobreza atingiu 18% dos jovens e crianças portuguesas e 13% dos adultos e idosos.

Quando questionados sobre questões de saúde, em 2014, menos de metade dos portugueses disse sentir-se saudável, enquanto a média da OCDE se situa acima dos 70%.

No mesmo sentido, a satisfação com a sua vida também diminuiu com a crise financeira, uma situação que se registou em todos os países que sofreram com a crise. No entanto, os portugueses surgem como os mais desagradados dos 35 países da OCDE, com uma média de satisfação de 5,1 numa escala de zero a dez.

Apenas 23% dos portugueses disse confiar no Governo, enquanto a média da OCDE é de 42%.

As boas notícias são que a criminalidade baixou 20% desde 2008.

Além de terem cada vez menos filhos e mais tarde, Portugal também se destaca por ser o segundo país com menos casamentos realizados, só ultrapassado pela Eslováquia.

Especialista diz
O especialista em medicina interna Armando Carvalho alertou que, dentro de algum tempo, a obesidade pode ser a principal causa...

"O grande consumo de açúcar que se verifica será responsável pelo problema do fígado gordo não alcoólico, que afeta 20% da população portuguesa e que pode evoluir para doenças graves", disse o médico do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Armando Carvalho, que é diretor do serviço de Medicina Interna A do CHUC, falava a propósito das X Jornadas do Núcleo de Estudo de Doenças do Fígado, que decorrem na sexta-feira e no sábado, em Coimbra.

Segundo o especialista, as doenças hepáticas são uma causa muito importante de doença em Portugal, apesar de serem uma área que "não tem merecido tanto atenção como, por exemplo, as cardiovasculares”.

O diretor do serviço de Medicina Interna A do CHUC e professor universitário em Coimbra defendeu um plano nacional para as doenças do fígado, que envolvesse as várias causas.

Relativamente às hepatites B e C, que são uma causa importante de morte e de indicação para transplante hepático, Armando Carvalho diz que atualmente existe tratamento eficaz para estas doenças.

"A terapêutica atual permite o controlo da hepatite B e a cura da hepatite C em mais de 95% dos casos, pelo que a curto prazo estas doenças terão um impacto muito menor na saúde", sublinhou.

A doença hepática alcoólica, que é a principal causa de cirrose, vai ser outro dos temas abordados abordado nas X Jornadas do Núcleo de Estudo de Doenças do Fígado, em que são esperados mais de uma centena de especialistas de medicina interna na área da hepatologia.

A cirrose hepática e o estádio avançado das doenças hepáticas crónicas também vão ser discutidos na sua vertente de doença sistémica, sendo abordadas algumas manifestações noutros órgãos ou sistemas (cérebro, pulmão, rim, coagulação).

Pediátrico de Coimbra
A Liga dos Pequeninos - Amigos do Hospital Pediátrico de Coimbra anunciou a instalação de um centro de estimulação sensorial...

O centro pretende disponibilizar no Hospitalar Pediátrico de Coimbra "um misto de contributos terapêuticos não invasivos, que melhorem os comportamentos típicos de crianças e jovens com Necessidades Educativas Especiais, promovendo a sua inclusão social", segundo um comunicado daquela associação.

"Trata-se do primeiro centro de estimulação sensorial 'snoezelen' em ambiente hospitalar pediátrico do país e da primeira instituição nacional a utilizar auscultadores de transdução óssea (premiados com os Bett Awards 2015) para melhoria da fala, comunicação e estimulação cerebral", refere o documento.

Fonte da Liga dos Pequeninos disse à agência Lusa que a sala deverá entrar em funcionamento no início de janeiro de 2017 e ter capacidade para apoiar cerca de 3.000 crianças, "quando estiver a funcionar em pleno".

O futuro espaço pretende intervir no espetro do autismo, problemas de desenvolvimento, distúrbios de integração sensorial, défice de atenção/hiperatividade, deficiência intelectual, sequelas cerebrais, paralisia cerebral - anoxia neonatal, perturbações da linguagem, doenças metabólicas, síndrome demencial, AVC, problemas de memória, ansiedade, pânico e depressão, entre outras.

O projeto "Coimbra Inclusiva - Sala de Snoezelen" da Liga dos Pequeninos é financiado pela Fundação Jumbo para a Juventude, com 24.500 euros, e pela farmacêutica Roche, em 10 mil euros.

O apoio vai permitir a aquisição de material especializado (cama de água quente com música incorporada, sistema de som, coluna de bolhas de água, almofada de ar, sofá vibratório, fibras óticas, pavimento tátil, entre outro), a formação de profissionais e a remodelação do espaço.

A Liga dos Pequeninos é uma associação que promove projetos sociais que contribuam para que o Hospital Pediátrico de Coimbra seja, "cada vez mais, uma instituição humanizada, eficiente e de elevado grau de credibilidade e confiabilidade".

Estudos
Os insetos invasores implicam um custo anual estimado para a humanidade de cerca de 77 mil milhões de dólares (68,9 mil milhões...

Um estudo da faculdade de Biologia da Universidade de Adelaide, na Austrália, publicado na revista científica Nature Communications, permitiu elaborar o primeiro banco de dados dos custos económicos causados pela presença de insetos invasores, mas subestima a quantia total em face da escassez de dados e investigação em África e na América do Sul.

São considerados insetos invasores aqueles que tenham sido introduzidos pelo ser humano em lugares fora da sua área de distribuição natural e que tenham conseguido estabelecer-se e dispersar-se numa região nova, onde se tenham tornado daninhos.

Os cientistas acreditam que uma atualização dos dados poderá elevar a estimativa dos custos anuais para os 270 mil milhões de dólares (241 mil milhões de euros).

“A maior parte dos danos provocados à indústria humana são feitos na agricultura e na silvicultura. Há danos e perdas na produção, mas também há custos com limpeza, erradicação e prevenção”, afirmou através de um comunicado o autor do trabalho, o investigador Corey Bradshaw, citado pela agência Efe.

Bradshaw, biólogo e autor do livro “Killing the koala and poisoning the prairie”, acrescentou que são gastas somas avultadas na prevenção de doenças infeciosas como o dengue, o vírus do Nilo ocidental e o chinkungunya, que são propagadas por insetos.

De acordo com o investigador, à medida que crescer o comércio internacional e subir o aquecimento global, aumentará a frequência com que os insetos invasores aparecerão e se propagarão em zonas fora da respetiva distribuição natural, elevando os custos para a humanidade.

O estudo, no qual participou também Centro Nacional francês de Investigação Científica e a Universidade de Paris-Sul, integra a quase totalidade dos custos anuais mundiais, cerca de 70 mil milhões de dólares (62,5 mil milhões de euros) no setor dos bens e serviços.

Os restantes 6,9 mil milhões de dólares (6,2 mil milhões de euros) são gastos na área da saúde, de acordo com a investigação.

Entre os insetos que geram os maiores gastos destacam-se as térmitas da Formosa (coptotermes formosanus), que proveem da Ásia central e são capazes de comer 400 gramas de madeira por dia, e a mariposa cigana (lymantria dispar), da região da Europa e Ásia, agente da mais destrutiva peste arborícola de madeira dura.

“Mais participação, melhor saúde”
Mais de 65 organizações e 26 personalidades assinaram uma carta que apela à participação dos cidadãos na tomada de decisões...

A “Carta para a participação pública em saúde” e a petição fazem parte do projeto “Mais participação, melhor saúde”, promovido pelo GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, juntamente com outras 13 organizações na área da saúde, e com a colaboração científica do Centro de Estudos Sociais (CES) – Coimbra.

Em declarações, Margarida Santos, que está na coordenação do projeto, explicou que a iniciativa nasceu da “necessidade de incrementar a participação de doentes, de representantes de doentes, dos cuidadores e dos consumidores de serviço de saúde na tomada de decisão política em saúde”.

No início do projeto foi lançado um inquérito on-line sobre participação em saúde, ao qual responderam quase 80 organizações de saúde e mais de 600 cidadãos.

“Com base nos resultados do inquérito percebemos a necessidade evidente e sentida por estas organizações e cidadãos relativamente à questão da participação em saúde”, disse Margarida Santos.

Após estas conclusões, foi decidido lançar a carta e uma petição com base na missiva “no sentido de apelarmos à Assembleia da República para a discutir e quem sabe implementá-la”, sublinhou.

Segundo a responsável, “grande parte” do que a carta solicita “já está legislado”, mas não está regulamentado e “acaba por não acontecer”.

Deu como exemplos a participação dos utentes de saúde nos conselhos consultivos dos hospitais, nos conselhos da comunidade dos agrupamentos de centros de saúde e nos conselhos municipais de saúde, que estão previstos, mas não funcionam.

“Há uma série de identidades e uma série de procedimentos que a lei já prevê de envolvimento dos cidadãos na tomada de posição na saúde”, mas que na realidade não acontece, lamentou.

Na carta, os signatários defendem que “as pessoas com ou sem doença e seus representantes, não só têm o direito de ser envolvidos, como o seu contributo é relevante e necessário, porque têm um conhecimento experiencial único sobre o sistema de saúde, os cuidados de saúde e a doença”.

A petição, que pode ser assinada em http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=maisparticipacao, já tem mais de 1.000 assinaturas, mas é necessário chegar às 4.000 para que seja debatida em plenário na Assembleia da República.

A Carta é assinada por 65 organizações, a maioria associações de doentes, e 26 personalidades, entre as quais Alexandre Castro Caldas, Guadalupe Simões, Alexandre Lourenço, Helena Roseta, Alexandre Quintanilha, Isabel do Carmo, Ana Jorge, João Semedo, José Aranda da Silva, António Arnaut, José Manuel Boavida, António Correia de Campos, Júlio Machado Vaz, Luís Mendão, Boaventura de Sousa Santos, Marisa Matias, Moisés Ferreira e Ricardo Baptista Leite

No dia 18 de outubro, o projeto realiza o fórum “Mais participação, melhor saúde”, onde será lançada oficialmente a carta e a petição.

Despesas de Saúde
Organizar o orçamento mensal é essencial para qualquer família cuidar das suas finanças e, ainda mai

O inverno está a chegar e com este vêm as gripes e constipações sempre associadas às mudanças de temperatura. O melhor remédio? Prevenir. E antecipar não significa apenas tomar Vitamina C, mas também ter as finanças e, lato sensu, o orçamento familiar à prova de emergências médicas.

Em termos percentuais, o orçamento familiar deve ser organizado da seguinte forma: 35% para a prestação mensal e todos os custos associados à habitação (água, luz, internet e afins), 25% para alimentação, 15% para despesas com transportes e prestação do automóvel, 10% para poupança e, finalmente, 15% para outras despesas essenciais, como é o caso da saúde.

Os 15% do orçamento familiar que devem ser alocados a despesas de saúde podem ser através de uma espécie de “kit de emergência” (algum montante que se põe de parte para fazer check-ups de tempos a tempos), de um seguro ou plano de saúde e até, às vezes, soluções financeiras direcionadas a situações de emergência médica.

Normalmente, em termos de gastos em saúde, os seguros cobrem ou comparticipam o transporte dos doentes, a sua hospitalização e o respetivo acompanhamento médico. “E uma das maiores vantagens associadas aos seguros de saúde é o facto de poderem, precisamente, incluir toda a família num só pacote que, por sua vez, abrangerá diversas especialidades”, sublinha Sérgio Pereira, diretor geral do ComparaJá.pt.

Mas existem cartões de crédito que acoplam seguros de saúde. Portanto, tal como adverte o responsável da plataforma gratuita de simulação de produtos financeiros, “para quem tenha uma conta bancária, é sempre útil verificar primeiro se os cartões associados à mesma não poderão já incluir uma proteção a este nível. Ainda assim, é importante ter em conta que nalguns casos poderá ter de se pagar um prémio adicional”.

As coberturas variam sempre, mas, no geral, um seguro de saúde associado ao cartão pode ajudar com despesas de internamento hospitalar, tanto em Portugal como no estrangeiro (nesta última opção através do seguro de viagem), comparticipando gastos e tratamentos em caso de acidente ou doença.

As contas médicas podem ascender às centenas ou milhares de euros, especialmente se houver cirurgias envolvidas. Por vezes, quando os imprevistos surgem e o seguro de saúde não cobre o que é necessário no momento ou se não se dispõe mesmo de qualquer seguro, ter as finanças à prova de emergências faz toda a diferença.

Ademais, é de salientar ainda que as despesas de saúde realizadas por qualquer membro do agregado familiar são dedutíveis no IRS em 15%, até um máximo de 1.000 Euros, sendo que os prémios dos seguros de saúde também o são. A partir deste ano, as despesas de saúde taxadas com 23% de IVA passam a ser incluídas na categoria “despesas familiares”.

Pese embora a existência do Serviço Nacional de Saúde, existe uma clara perceção de que a salvaguarda criada por este não é total e que muitos custos de saúde acabam por ter de ser financiados pelas próprias pessoas, o que cria um grande peso na carteira de uma família. A melhor forma de evitar é mesmo estruturar o orçamento mensal a pensar no futuro e num dos aspetos mais essenciais: a saúde.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em 2015
A percentagem de doentes operados fora do tempo considerado clinicamente aceitável aumentou no ano passado, um crescimento...

Segundo o relatório síntese da atividade cirúrgica programada relativo a 2015, a percentagem de doentes operados que ultrapassaram os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) cresceu 5,4% em relação a 2014.

Também cresceu a percentagem de operados prioritários que ultrapassaram os tempos máximos recomendáveis, mas de forma mais moderada – um aumento de 1% entre 2014 e 2015.

Já nas cirurgias oncológicas, de neoplasias malignas, os doentes operados além do tempo aceitável mantiveram-se em 2015 nos mesmos valores do ano anterior.

Ainda assim, na área oncológica ainda há mais de 16% de doentes operados que ultrapassam os tempos clinicamente aceitáveis para a sua situação. Contudo, estes valores estão bem distantes dos 28% que se registavam há cerca de uma década, em 2006.

Aliás, o próprio relatório de atividade cirúrgica mostra que entre 2006 e 2015 caiu quase para metade a percentagem de doentes com tumores que foram operados além do tempo máximo recomendado.

Em média, os operados por neoplasias malignas em 2015 esperaram 28 dias (mais um dia do que em 2014), quando em 2006 esse valor era de 33 dias.

Especialista defende
O especialista João Gorjão Clara defendeu que deviam ser criadas consultas e unidades de internamento em geriatria em todos os...

Gorjão Clara, um dos principais impulsionadores deste ramo de medicina em Portugal, criou, em 2011, uma consulta multidisciplinar de geriatria, que funciona no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN).

Nesta consulta, uma equipa multidisciplinar avalia o doente nas mais variadas vertentes (clínica, social, emocional, intelectual e físico) para que o médico consiga responder mais adequadamente aos seus problemas, explicou o geriatra, que falava a propósito do 12º Congresso Internacional da Sociedade de Medicina Geriátrica da União Europeia, que decorre entre quarta e sexta-feira em Lisboa.

Há ainda a possibilidade de se marcar nesta consulta uma visita domiciliária, na qual se dá apoio terapêutico, mas também se procura detetar fatores de risco de acidentes domésticos e dar conselhos sobre alimentação, entre outras intervenções.

Para o coordenador da Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, esta consulta devia funcionar em todos os hospitais do país, tal como deviam ser criadas unidades de internamento em geriatria.

“É preciso replicar esta consulta por todos os hospitais e é preciso que todos os hospitais sintam a necessidade de criar unidades de geriatria, de 15, 20 camas, onde os doentes geriátricos tenham apoio e a possibilidade de ter otimizada a sua assistência, como acontece, por exemplo, há mais de30 anos em Espanha e nos Estados Unidos da América”, defendeu.

Atualmente, apenas existe uma unidade de internamento em geriatria, que abriu este ano no Hospital de Vila Franca de Xira. Entretanto, também abriram consultas multidisciplinares de geriatria naquele hospital, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, e num hospital particular de Lisboa.

O especialista explicou que os pacientes geriátricos “são os doentes mais complexos dos idosos”, têm múltiplas doenças, “mais deterioração intelectual e física e, muitas vezes, com problemas sociais”, situação que implica decisões difíceis.

“São estes doentes que são internados nas unidades de geriatria”, e que constituem “uma pequena porção dos doentes idosos que chegam ao hospital”, sublinhou.

Dados compilados pela Pordata revelam que o número de pessoas em Portugal com mais de 65 anos duplicou em relação aos anos 70 e é hoje superior a dois milhões, tendo a população com mais de 80 anos aumentado cinco vezes.

Gorjão Clara salientou que o envelhecimento da população "é uma realidade indiscutível", para a qual "os hospitais e os médicos têm que estar preparados".

Especialista defende
O médico Gorjão Clara defendeu que, tal como as crianças, os idosos também precisam de ter assistência médica própria,...

“Hoje a esperança de vida é muito mais alta do que era há 30 anos e os hospitais e os médicos têm que estar preparados para essa realidade que é diferente”, disse o geriatra, que falava a propósito do 12º Congresso Internacional da Sociedade de Medicina Geriátrica da União Europeia, que decorre entre quarta e sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

Para o coordenador da Unidade Universitária de Geriatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, o “grande desafio” é conseguir “otimizar a assistência aos idosos”.

Para isso, os idosos têm de ter “assistência própria”, uma assistência que “justifica a existência da geriatria”.

“Assim como as crianças têm que ter uma abordagem própria, porque as suas doenças são de determinado tipo e prevalência, e a maneira como devem ser tratadas tem de ser condicionada pela imaturidade do seu sistema biológico”, os idosos também precisam, porque estão numa “fase tardia da evolução biológica”, que também condiciona a prevalência e a manifestação das doenças e a opção e abordagem terapêutica.

Gorjão Clara sublinhou que é “um desafio enorme que se levanta a todos”, porque obriga “a refazer” as prioridades da medicina tradicional que tem sido as pessoas de meia-idade.

Os idosos são hoje os “maiores consumidores de medicamentos” e os que estão internados nos hospitais em maior número, disse, advertindo que esta população está a crescer e a sociedade tem de preparar-se para isso.

Além da necessidade de se otimizar a assistência aos idosos, é preciso criar “condições sociais” que melhorem a sua qualidade de vida e que passam por adaptar as cidades e os hospitais a esta realidade.

Citou como exemplos as cidades terem que ter “pisos regulares para que o idoso não tropece e não caia”, bancos onde possam descansar, casas de banho próximas, sombras nas paragens dos transportes e escadas rolantes no metro até à superfície.

Por outro lado, exemplificou, os hospitais que se constroem não podem ter as características de hospitais como o de Santa Maria, que foi construído há mais 50 anos e em que a média de idade das pessoas internadas na altura era de 45, 50 anos e hoje é de 80 anos

Sobre a realização do congresso, ao qual preside, Gorjão Clara disse que “é uma honra” realizar-se em Portugal, porque é um país onde a “geriatria ainda não está muito desenvolvida”, onde não há unidades de internamento nos grandes hospitais e a “especialidade não existe”.

“A Ordem dos Médicos reconheceu no ano passado a competência em geriatria, mas ainda não há especialidade”, sublinhou.

Segundo o especialista, o congresso irá trazer a Portugal – o quarto país mais envelhecido da Europa – mais de 1.000 participantes de 53 países.

Sobre a escolha do tema do congresso, “Descobrindo novos caminhos no mundo da geriatria”, Gorjão Clara disse que está relacionado com os descobrimentos portugueses.

“O congresso pretende procurar novos caminhos, novas informações, novos processos e dar melhor assistência e acompanhamento aos idosos”, explicou.

Relatório revela
O tempo médio de espera para uma cirurgia rondou os três meses no ano passado, quando se fizeram mais de 500 mil cirurgias,...

O relatório síntese da atividade cirúrgica programada referente a 2015 indica que o número de entradas em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) totalizou 662.642 doentes, tendo sido operados, no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), 513.205.

Segundo o documento, a percentagem de pessoas inscritas que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido era de 12,2 por cento no final de 2015.

Para os números de cirurgias contribuíram essencialmente as administrações regionais de saúde do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, com quase 500 mil das 662.642 entradas.

No fim do ano passado existiam 57 hospitais convencionados, que fizeram 20.054 cirurgias, e sete hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que aceitavam transferências de outros hospitais (que efetuaram 230 cirurgias provenientes de outros hospitais do SNS).

As entradas nas listas de inscritos para cirurgias têm aumentado todos os anos, passando de pouco mais de 450.000 em 2006 para mais de 611.000 em 2011 e até chegar aos números do ano passado, um aumento de 46,6 por cento relativamente a 2006.

Nos mesmos períodos, a percentagem de inscritos que ultrapassaram o tempo máximo de resposta garantido desceu drasticamente (71,9%), de 43,5 por cento em 2006 para 12,2% no ano passado.

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