Universidade de Aveiro
Um jogo de realidade virtual, desenvolvido na Universidade de Aveiro, ajuda a combater a fobia a aranhas e minimizar os...

O “Veracity”, desenvolvido por Bernardo Marques, durante o Mestrado Integrado em Engenharia de Computadores e Telemática (MIECT) da Universidade de Aveiro (UA), permite, através da realidade virtual, colocar quem sofre de fobia a aranhas em contacto visual com esses insetos, enquanto monitoriza as reações fisiológicas e comportamentais dos utilizadores.

Com capacidade para ser utilizado em vários outros tipos de fobias, os registos podem ajudar os psicólogos a ajustarem o processo terapêutico.

O jogo foi projetado com a colaboração de uma equipa multidisciplinar da UA, que envolveu investigadores do Departamento de Engenharia Eletrónica, Telecomunicações e Informática, do Departamento de Educação e Psicologia, do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro e do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde.

O Veracity permite monitorizar a resposta fisiológica das pessoas (como é o caso dos batimentos cardíacos) e comportamental (como os movimentos da cabeça e das mãos) quando expostas a estímulos gerados através do uso de Realidade Virtual.

Partindo da terapia de exposição, que consiste em ir expondo o indivíduo fóbico ao elemento que lhe causa transtorno até que este aprenda a lidar com o seu medo, o Veracity tira partido da realidade virtual para efetivar a exposição de forma menos agressiva do que seria o confronto com o animal vivo.

O jogo está subdividido em vários níveis, onde o indivíduo fóbico é exposto gradualmente, e à velocidade decidida pelo terapeuta, aos estímulos alvo, permitindo encontrar objetos fóbicos e não fóbicos, sobre a forma de objetos 3D, em que a interação é feita através de gestos.

Uma vez na posse dos dados que registam as reações dos participantes, terapeutas e psicólogos podem acompanhar, avaliar e ajustar o tratamento ao longo do processo terapêutico.

Testado já em pessoas com medo a aranhas, o Veracity pode ser adaptado também à fobia a baratas ou mesmo a cobras e a outros elementos de pequeno porte.

Consumo de antibióticos diminuiu
Bactérias resistentes a três ou mais antibióticos, conhecidas como “super bactérias”, têm sido identificadas em Portugal,...

A propósito do Dia Europeu do Antibiótico, que se assinala hoje, a Direção-Geral da Saúde e o Infarmed organizaram uma conferência de imprensa para revelar os últimos dados relacionados com estes medicamentos e as infeções que, em parte, estão relacionadas com o uso indevido destes fármacos.

Manuela Caniça, do Departamento das Doenças Infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), revelou que desde 1999 houve “uma progressão bastante elevada da resistência da Staphylococcus aureus à meticilina” (MRSA).

Em 1999, a percentagem dessa resistência situava-se nos 36,9 por cento e em 2011 atingiu os 54,6 por cento. Em 2014 esse valor era de 47,4%, descendo para os 46,8 por cento em 2015, uma descida que agrada às autoridades de saúde.

Contudo, a diminuição da suscetibilidade da bactéria Klebsiella pneumoniae aos carbapenemes (antibiótico) aumentou, passando de 0,7 por cento em 2008 para os 3,7 por cento em 2015.

Manuela Caniça manifestou apreensão com este dado, tendo em conta que os carbapenemes são “uma das últimas terapias em certas infeções”.

Carlos Palos, da direção do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA), disse que, em relação à “Portugal tem vindo a fazer melhorias”, mas reconheceu que ainda são necessários mais avanços.

O presidente do PPCIRA, Paulo André Fernandes, reconheceu que existem várias bactérias como a MRSA identificadas, escusando-se a revelar o número de casos que costumam surgir anualmente.

O especialista adiantou que, embora resistentes a três ou mais antibióticos, estas bactérias acabam por sucumbir à intervenção que pode passar por maior quantidade de antibiótico ou o cruzamento de vários antimicrobianos. Há, “como em todas as bactérias”, casos em que o medicamento não funciona, disse.

Por esta razão, especificou, os antibióticos devem ser usados como as “joias terapêuticas” que são e assim evitar que infeções banais não consigam ser tratadas.

Ana Silva, do Infarmed, revelou que o consumo de antibióticos em Portugal diminuiu três por cento no primeiro semestre do ano, comparativamente a período homólogo de 2015.

Em meio hospitalar, o consumo de antibióticos aumentou 1,3% em 2015, tendo diminuído um por cento nos primeiros seis meses deste ano, face ao ano anterior.

Em ambulatório, em 2014 foi registado um aumento de 4,6%, mas no primeiro semestre de 2016 já ocorreu uma descida de 3,1 por cento, face a igual período de 2015.

O consumo de quinolonas – o “antibiótico que mais preocupa em meio hospitalar” – diminuiu 14,9% entre 2010 e 2015.

O presidente do PPCIRA, Paulo André Fernandes, enalteceu a descida das infeções que decorrem das intervenções cirúrgicas, exemplificando com o caso da operação ao cólon e reto que, em 2011, se situava nos 20,73 por cento e que no primeiro semestre do ano era de 18 por cento.

Dado menos positivo é o aumento da sépsis em unidades de cuidados intensivos neonatais: 11,4 por cento em 2015 e 12,6 por cento em outubro de 2016. A análise sobre este aumento ainda não está feita, mas Paulo André Fernandes recordou que hoje em dia a medicina consegue que sobrevivam bebés cada vez mais pequenos (pré-termo), os quais precisam de muito apoio técnico.

“Admitimos que esta cada vez maior sensibilidade e imunodepressão dos recém nascidos poderão justificar esta evolução”, adiantou.

Desequilíbrio da flora intestinal
Neste artigo, o gastroenterologista Jorge Fonseca fala-nos de um efeito secundário, bastante frequen
Diarreia e antibióticos

A diarreia é um efeito secundário frequentemente associado à toma de antibióticos e pode surgir durante a toma ou até 2 meses após o final do tratamento.

Num indivíduo saudável, o intestino está colonizado por diversas bactérias de diferentes espécies. Muitas destas bactérias são benéficas e contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal, antigamente chamada flora intestinal. A relevância do equilíbrio ecológico da microbiota intestinal para a saúde tem sido sobejamente demonstrada.

Os antibióticos são prescritos para combater infeções bacterianas, eliminando os microrganismos responsáveis pela infeção. No entanto, para além de eliminarem as bactérias nocivas, atuam num largo espectro de bactérias, levando a alterações do equilíbrio natural dos microrganismos intestinais. Como consequência pode ocorrer diarreia associada à toma do antibiótico. A incidência deste tipo de diarreia depende de inúmeros fatores tais como o antibiótico administrado, a duração do tratamento, o contacto com agentes infeciosos e a suscetibilidade do doente em questão.

Independentemente dos mecanismos envolvidos na etiologia da diarreia infeciosa, pode observar-se, habitualmente, um desequilíbrio da flora intestinal. O método principal de proteção do ecossistema intestinal contra a agressão microbiana é a ação sinérgica dos seus mecanismos de regulação e defesa (barreira microbiana, barreira imunitária, movimentos intestinais) que asseguram uma situação de equilíbrio. Estes são os principais meios de defesa do ecossistema intestinal contra as agressões de origem microbiana exógenas ou endógenas.

Como se trata a diarreia aguda?

Uma das principais consequências da diarreia é a desidratação, pelo que a primeira medida a implementar é a reposição de líquidos e sais para garantir a hidratação. Também se deve ter cuidado com a alimentação e ingerir alimentos que reduzam a diarreia. Se necessário, podem ser administrados medicamentos para alívio dos sintomas.

O tratamento com fármacos antidiarreicos com ação obstipante, apesar de ser muito comum, não traz benefícios práticos em casos de diarreia aguda. Estes medicamentos podem diminuir a frequência de dejeções, no entanto não aceleram a eliminação dos agentes patogénicos.

A utilização de antibióticos no tratamento da diarreia apenas é recomendada em casos muito específicos e requer sempre a avaliação médica.

Alguns microrganismos vivos (bactérias e leveduras), tais como Lactobacillus rhamnosus, Bifidobacterium bifidum e Saccharomyces boulardii, não patogénicos, são utilizados na prevenção e tratamento da diarreia provocada por diferentes agentes etiológicos. Para que estes microrganismos exerçam a sua ação benéfica no intestino, é necessário que os mesmos sejam resistentes à acidez do estômago, aos fluidos intestinais e à temperatura corporal (aproximadamente 37ᵒC). Estes microrganismos, ao modificarem a composição da microbiota intestinal, criam condições que limitam a multiplicação dos agentes patogénicos.

Saccharomyces boulardii – Tratamento da diarreia aguda e prevenção da diarreia associada à toma de antibióticos

A temperatura ideal para o Saccharomyces boulardii é entre os 22-30℃, no entanto esta levedura sobrevive aos 37℃, dando-lhe a vantagem de ser um dos microrganismos vivos utilizados que melhor resiste à temperatura do corpo humano.[1]

O efeito benéfico de S. boulardii é conseguido através de diversos mecanismos, entre os quais a adesão à superfície da mucosa intestinal, competindo com os agentes patogénicos; fortalecimento do efeito barreira da mucosa intestinal e estimulação das defesas imunitárias não específicas.

A associação de Saccharomyces boulardii à terapêutica com antibióticos, em crianças e adultos, reduz o risco de ocorrência de diarreia associada à toma de antibióticos.

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[1] World Journal of Gastroenterology, World Journal of Gastroenterology www.wjgnet.com Volume 16 Number 18 May 14 2010 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Porto
Uma aplicação que auxilia diabéticos do tipo I (dependentes de insulina) na gestão da patologia foi desenvolvida por...

Para tal, a aplicação MyDiabetes possibilita ao utente a introdução diária de registos de glicemia, insulina, refeições, exercício físico e 'stress', entre outros, indicou o investigador Pedro Brandão.

De maneira a fornecer conselhos aos utentes, os envolvidos no projeto querem "embeber" na aplicação procedimentos para lidar com a doença que o médico endocronologista indica aos diabéticos nas consultas de modo a que, quando confrontado com a situação, o paciente possa recordar a ação a seguir.

Os dados que o utilizador insere diariamente na MyDiabetes são utilizados também para detetar padrões "mais subtis" nos registos efetuados, tendo em conta o que é o conhecimento médico inscrito na aplicação.

"Isto poderá refletir-se em avisos ao paciente sobre o padrão ou mesmo em novos conselhos que são criados baseados nas regras médicas", explicou.

Segundo o investigador, são estas funcionalidades que distinguem esta aplicação de outras existentes no mercado.

A tecnologia tem sido desenvolvida no âmbito de mestrados e de um projeto interno do Instituto de Telecomunicações, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Neste momento, estão envolvidos no projeto três professores do Instituto de Telecomunicações e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência - INESC TEC, um aluno de doutoramento da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, dois médicos endocronologistas e um enfermeiro do Hospital São João e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

26 de Novembro - Dia da Anemia
Foi ontem apresentada a campanha Uma saúde de Ferro é uma saúde sem Anemia no âmbito do Dia da Anemia, que se assinala no...

A deficiência de ferro, uma das principais causas de anemia, atinge cerca de um em cada três portugueses adultos, sendo essencial sensibilizar para a necessidade de prevenir a progressão para a condição mais grave - a anemia. Em Portugal 52.7% de todos os casos de anemia é devido a deficiência de ferro. No dia 26 de novembro (sábado) irá realizar-se um rastreio de Anemia e Deficiência de  ferro no Arrábida Shopping e no Centro Comercial Colombo.

O ferro é um nutriente essencial para o organismo, para a saúde física e mental e para manter os níveis de energia adequados à atividade. A deficiência de ferro pode provocar vários sintomas, como por exemplo a fadiga, tonturas, falta de ar, maior suscetibilidade para infeções, aftas, dores de cabeça, queda de cabelo, intolerância ao frio, etc. A anemia causada por deficiência de ferro tem um impacto significativo na saúde, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade hospitalar. Os doentes com anemia apresentam sintomas de fadiga e têm uma qualidade de vida reduzida quando comparados com doentes não-anémicos, tendo um impacto negativo na sua produtividade.

Em Portugal, segundo o estudo EMPIRE, um em cada 5 portugueses são afetados por anemia em algum momento da sua vida e 84% dos afetados não tinha conhecimento de ter a patologia. Apenas 2% dos inquiridos estava a fazer tratamento no momento do inquérito.

Para Robalo Nunes, presidente do Anemia Working Group, “é essencial sensibilizar a população para este tema, pois normalmente subvalorizam um dos sintomas mais comuns - a fadiga - associando-o a outras situações. No entanto, a deficiência de ferro ou a anemia, quando não é tratada poderão ter implicações sérias na qualidade de vida do doente”.

Perante o diagnóstico o tratamento depende do que é mais adequado a cada situação e a cada doente.

Para mais informações sobre este tema consulte:

www.deficiênciadeferro.pt ou f/AWGP

Dia Europeu do Antibiótico
Apesar da utilização de antibióticos ter vindo a descer nos últimos anos, seis em cada dez portugueses ainda acreditam que...

“Os pais acreditam que se as crianças tomarem antibiótico vão melhorar mais rápido. Logo à partida vai destruir a flora intestinal que é essencial para o nosso sistema imunitário e provocar obstipação, prisão de ventre ou diarreia. Mas é a longo prazo que o impacto é mais grave. Estamos a criar uma geração mais resistente à ação dos antibióticos e a aumentar a proliferação de 'superbactérias', o que quer dizer que os antibióticos vão ser cada vez menos eficazes nos casos que são realmente necessários e os nossos filhos cada vez mais vulneráveis às bactérias”, explica o especialista no âmbito do Dia Europeu do Antibiótico que se assinala hoje.

A prescrição deste tipo de medicamento apenas para as doenças bacterianas é o primeiro passo para inverter esta tendência, mas também há uma parte preventiva do processo que se faz através do reforço do sistema imunitário. 

Sabia que há alimentos que destroem o sistema imunitário?
Há um ano, a OMS colocou as carnes processadas na lista de alimentos potencialmente cancerígenos, lado a lado com produtos como o tabaco ou o amianto. No entanto, este tipo de alimentos tem uma lista mais vasta de malefícios. “Obrigam o organismo a perder mais tempo a digeri-los, o que dificulta o processo digestivo e destroem o sistema imunitário devido aos químicos que têm na sua composição, 'entupindo' todos os órgãos que são 'filtros', como o rim, o fígado e até os intestinos”, ressalva Hélder Flor.

Segundo o técnico há também alguns alimentos e produtos que podem reforçar o sistema imunitário e que normalmente se encontram em forma de suplemento, como é o caso do cogumelo coriolus versicolor, com efeitos científicos comprovados no combate ao cancro, a angélica sinensis, a equinácia e até o ginseng, se a pessoa não for hipertensa. Além disso, na Medicina Tradicional Chinesa “há um ponto localizado na perna que ao ser estimulado pelo recurso à acupunctura melhora o sistema imunitário”, acrescenta Hélder Flor que recomenda vários alimentos que ajudam a fortalecer o sistema imunitário como o chá de gengibre e canela, a cenoura com o açúcar mascavado e o chá de limão com mel.

Resistência a antibióticos pode vir a matar milhões
Segundo a Organização Mundial de Saúde, se nada for feito mais efetivo do que até agora, em 2050 morrerão anualmente cerca de 390 mil pessoas na Europa e 10 milhões em todo o Mundo em consequência direta das resistências aos antimicrobianos. E apesar de Portugal estar a obter bons resultados na redução da ingestão de antibióticos, ainda tem um longo caminho pela frente no que respeita à informação, sendo que 60% dos portugueses ainda pensam que os antibióticos são eficazes no combate de vírus e 50% acreditam que são indicados para constipações e gripe.

Sea Quest Hero
Utilizadores estão a contribuir para a luta contra a doença de Alzheimer. Em seis meses, os investigadores conseguiram dados...

Mais de 2,4 milhões de pessoas descarregaram o jogo Sea Quest Hero desde maio, contribuindo para aquela que já é considerada a maior investigação sobre demência alguma vez feita. Ao ajudarem um idoso, ex-explorador dos oceanos, a recuperar as suas memórias entre mares e pântanos, os jogadores forneceram dados equivalentes a 9400 anos de pesquisa laboratorial.

Até agora foi possível saber que a capacidade de orientação espacial começa a perder-se após o início da idade adulta, que os homens têm um sentido de orientação ligeiramente melhor do que o das mulheres e que os países nórdicos superam todos os outros. É nos países costeiros que estão os melhores navegadores, escreve o Diário de Notícias.

Quem acede à aplicação para smartphones é convidado a viajar pelo mundo, perseguindo criaturas e recolhendo memórias. Durante o jogo, os dados de navegação espacial e sentido de orientação de cada jogador são recolhidos, de forma anónima, e depois combinados com os de outros jogadores, numa rede de dados. Seis meses depois de ter sido lançado, os resultados preliminares do Sea Quest Hero foram apresentados na conferência Neuroscience 2016, que terminou na quarta-feira, em San Diego. Segundo a BBC, os investigadores da University College London, que analisaram os dados, acreditam que os resultados podem vir a ajudar a desenvolver novas formas de diagnóstico da demência.

Os dados preliminares permitiram aos investigadores concluir que a capacidade de navegação espacial começa a entrar em declínio após a adolescência e vai sendo cada vez menor com o passar dos anos. Outro dado interessante é a forma como o processo de navegação varia nos cérebros das mulheres e dos homens. Diz a mesma publicação que o sexo masculino tem um sentido de orientação ligeiramente melhor do que o sexo feminino e que os países nórdicos superam todos os outros, embora ainda não existam explicações para isso.

As pessoas mais saudáveis, como aquelas que vivem nos países nórdicos, conservam as suas capacidades de navegação durante mais tempo e, no geral, as nações costeiras são aquelas onde existem melhores navegadores.

A diferença entre homens e mulheres não é propriamente uma novidade. "E refere-se à maioria dos homens e à maioria das mulheres", ressalva o neurologista Lopes Lima, lembrando que há exceções. "Os homens geralmente têm mais capacidade para ler mapas e se orientarem, enquanto as senhoras têm maior aptidão para fazer coisas minuciosas, para serem mais rigorosas", explica. Enquanto o hemisfério esquerdo do cérebro "tem mais a ver com a linguagem", o direito é "mais importante para a orientação espacial" e estes estão organizados de forma diferente entre homens e mulheres, o que explica as diferenças observadas no estudo.

Já no que diz respeito às capacidades dos nórdicos, o neurologista acredita que possam estar relacionadas "com a cultura viking, que é uma cultura de grande navegação e que naturalmente passou de pais para filhos", mas diz que não tem uma base científica.

Segundo o neurocientista Hugo Spiers, da University College London, este jogo poderá, no futuro, ajudar a desenvolver um diagnóstico precoce de demências como a doença de Alzheimer - que afeta a memória e a capacidade de orientação espacial - e poderá ser útil em ensaios clínicos de medicamentos relacionados com a demência.

Ainda não existe uma forma eficaz de diagnosticar precocemente a doença, mas Lopes Lima adverte que, embora "no futuro possa vir a ser útil, nesta altura não é". Isto porque, explica, "não há tratamento para evitar que a doença de Alzheimer apareça". Isso só iria piorar a vida de quem tivesse um diagnóstico positivo. "Quando houver tratamento, será importante que haja testes para detetar a doença o mais precocemente possível."

O jogo foi desenvolvido pela Deutsche Telekom e pela Alzheimer's Research UK, uma associação sem fins lucrativos que apoia a investigação nesta área.

Estudo
Crise no setor mantém-se: 69% das farmácias com contas no vermelho.

Cada farmácia regista em média um prejuízo anual de 10 mil euros por prestar o serviço de dispensa de medicamentos à população. Esta é a conclusão de um estudo económico da Universidade de Aveiro, que alerta para o facto da rede de farmácias correr riscos de desagregação, já que 69% destas micro e pequenas empresas registaram prejuízos.

A Universidade de Aveiro conclui que “a tendência de resultados negativos que se verifica no setor de farmácias, põe em causa o acesso da população ao medicamento e à assistência farmacêutica, um dos pilares fundamentais do nosso SNS e do direito à Saúde Consagrado na constituição da República Portuguesa”.

O estudo “Sustentabilidade Da Dispensa De Medicamentos Nas Farmácias Em Portugal” baseia-se nas demonstrações financeiras e volumes de faturação reais de 1.927 farmácias, nos anos 2014 e 2015.

18 de Novembro - Dia Europeu do Antibiótico
O Dia Europeu do Antibiótico assinala-se hoje e apesar do consumo em Portugal ter descido quatro por cento no último ano, ainda...

De acordo com dados da QuintilesIMS, empresa que resultou da fusão da consultora IMS Health e do produtor mundial de serviços de saúde integrados Quintiles, entre outubro de 2015 e setembro de 2016 foram vendidos em Portugal 8,5 milhões embalagens de antibióticos em farmácias.

A mesma fonte revela que a venda destes medicamentos ascendeu aos 61 milhões de euros, abaixo dos 65 milhões de euros registados no ano anterior.

Segundo a QuintilesIMS, estes dados indicam uma descida de quatro por cento, face ao ano anterior.

A empresa refere que a subclasse de penicilinas de largo espectro continua a liderar o consumo de antibióticos, representando no último ano 41 por cento das vendas em valor deste medicamento.

O Dia Europeu dos Antibióticos visa promover uma utilização adequada dos antibióticos e informar os doentes acerca dos riscos da automedicação com estes medicamentos.

Com este propósito, o Infarmed e a Direção-Geral da Saúde (DGS) associaram-se para promover uma campanha através da internet e das redes sociais, no âmbito de uma iniciativa do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para chamar a atenção para o alarmante aumento da resistência aos antibióticos que é observado em toda a Europa.

Um relatório conduzido pelo economista Jim O’Neill, apresentado em maio, indica que a resistência aos antibióticos poderá vir a matar em 2050 mais dez milhões de pessoas por ano face ao que acontece atualmente, ou seja, uma pessoa em cada três segundos.

“É preciso que isso se torne uma prioridade para todos os chefes de Estado”, afirmou na altura O’Neill, citado pela agência France Presse, ao propor uma bateria de medidas a implementar.

O relatório apela à mudança drástica na maneira de utilizar os antibióticos, cujo consumo excessivo e má utilização favorece a resistência das “super-bactérias”.

A primeira investigação sobre a resistência aos antibióticos, publicada há um ano em Genebra, revelou que todas as pessoas podem um dia ser afetadas por uma infeção resistente a estes medicamentos.

Na apresentação deste estudo, a diretora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, referiu que o aumento da resistência aos antibióticos representa “um imenso perigo para a saúde mundial”.

Esta resistência, acrescentou Margaret Chan, “atinge níveis perigosamente elevados em todas as partes do mundo”.

A resistência ocorre quando as bactérias evoluem e se tornam resistentes aos antibióticos utilizados para tratar as infeções.

Este flagelo mundial é sobretudo devido ao consumo excessivo de antibióticos e à sua má utilização.

Cemitério de Agramonte
A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto anunciou que vai realizar uma cerimónia, na próxima quarta-feira, para...

A cerimónia vai ter lugar às 15:00 no Serenarium do Cemitério de Agramonte, no Porto, local onde se encontram as cinzas dos dadores, no que a responsável pelo Departamento de Anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Dulce Madeira, espera que seja um momento simbólico que passe a ter lugar uma vez por ano.

Para a professora catedrática da FMUP, a cerimónia vai ter duas finalidades: “A primeira é obrigar as pessoas, os meus colaboradores e os meus estudantes a parar meia hora que seja para pensar neste assunto. Penso que para muitos dos meus alunos é a primeira vez que vão entrar num cemitério e, portanto, só isso vale mais do que muitas horas que a gente gasta a explicar a importância da doação cadavérica e o respeito que tem que se ter pelos cadáveres”.

Por outro lado, Dulce Madeira destaca que o objetivo é também dirigir-se aos dadores que estão vivos e seus familiares para lhes mostrar que são lembrados, num ato “da mais elementar justiça”.

A também investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde realçou que este ano tem assistido a um aumento significativo do número de cadáveres recebidos pela FMUP, salientando que recebem, em média, um formulário de doação por dia.

Ao contrário dos órgãos - em que qualquer pessoa, em caso de morte, é dadora desde que não se tenha manifestado contra em vida - para doar o cadáver é preciso que uma pessoa “em vida e no seu estado de consciência normal [tenha decidido] voluntariamente entregar o seu corpo para fins de ensino e de investigação”, havendo também conhecimento e consentimento por parte da família.

“Até há pouco tempo diria que recebia menos de 5% das doações”, constatou Dulce Madeira, que frisou que o aumento registado recentemente pode significar que “as pessoas agora estão mais sensibilizadas, não só para dar como para compreender que os seus familiares deram e respeitar a sua vontade”.

Os cadáveres ficam na posse da FMUP durante diferentes períodos e, quando terminado o processo de estudo e investigação, são, em geral, cremados e depositados no Cemitério de Agramonte.

“A doação de cadáveres para estudo e investigação é um ato de generosidade e filantropismo. Contribui para formar melhores médicos, com conhecimentos mais sólidos e de maior humanismo e, portanto, mais aptos a tratar dos vivos. Com esta homenagem, singela no seu recorte mas de profundo significado social, pretende-se manifestar um universal reconhecimento por este exercício de grada solidariedade humana”, sublinhou a FMUP.

Cuidados a ter
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o aumento da resistência aos antibióticos representa u
Antibióticos e bactérias

O termo “antibiótico” significa literalmente “substância que mata organismos vivos”, mas na linguagem médica apenas se aplica às substâncias que afectam bactérias e não às que são usadas para combater outros tipos de micro-organismos, como os vírus, os fungos e os parasitas (chama-se antimicrobianos ao conjunto dos antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários).

Os antibióticos são substâncias químicas, de origem natural ou produzidas sinteticamente, capazes de destruir bactérias (antibióticos bactericidas) ou de impedir a sua multiplicação (antibióticos bacteriostáticos) sem afectar as células das pessoas, animais ou plantas aos quais são administrados.

Os antibióticos bacteriostáticos não matam directamente as bactérias, mas suspendem o seu crescimento ou a sua reprodução, dando tempo a que o organismo infectado tenha tempo para as destruir com os seus próprios sistemas de defesa, o que significa que só devem ser usados em doentes cujo sistema imunitário funcione correctamente .

Os antibióticos bactericidas matam directamente as bactérias, independentemente do funcionamento dos sistemas de defesa dos doentes, o que garante melhores resultados quando estes têm o sistema imunitário debilitado.

Existem centenas de antibióticos diferentes, que se dividem, conforme a sua estrutura química, em oito grandes grupos ou famílias e alguns grupos isolados. Os antibióticos actuam por diversos mecanismos, modificando a estrutura da parede das bactérias (o que promove a sua destruição) ou interfindo no seu metabolismo energético, na produção de proteínas ou na síntese do ADN bacteriano (o que condiciona a reprodução, o crescimento ou o funcionamento das bactérias, que se reproduzem muito depressa, quando estão activas).

Apesar da grande diversidade dos antibióticos e dos seus diferentes modos de acção, nem todos são eficazes contra todas as bactérias: os que são capazes de combater muitos tipos de bactérias designam-se por antibióticos de largo espectro, por oposição aos antibióticos de espectro reduzido, que atacam poucos tipos de bactérias.

Mesmo quando uma bactéria é naturalmente sensível a um dado antibiótico, ela pode desenvolver mecanismos de defesa contra a sua acção, tornando-se resistente. O problema da resistência das bactérias aos antibióticos é que estes mecanismos podem ser transmitidos à sua descendência e até a outras bactérias com as quais convivem, amplificando o processo e levando à criação de estirpes bacterianas multirresistentes, conhecidas como superbactérias o que constitui um grave problema de saúde pública e pode originar milhões de mortes.

Por outro lado, admite-se que as bactérias actualmente resistentes aos antibióticos conhecidos possam ser mortas ou inactivadas por outras substâncias (antibióticos naturais) que ainda desconhecemos ou que havemos de criar em laboratório, havendo um longo caminho a percorrer para se compreender melhor as bactérias e a forma de as combater, no pressuposto que a grande maioria das espécies bacterianas não provoca doenças. Sabe-se hoje que o nosso corpo aloja triliões de bactérias (ao todo pesam entre 2 e 3 Kg), que vivem em simbiose connosco, sobretudo na pele, no tubo digestivo e nas vias aéreas e são fundamentais para a nossa saúde. Em geral, apenas provocam doenças quando o nosso sistema imunitário falha e deixa de as controlar e/ou quando as bactérias acedem a órgãos sensíveis, como sucede nas queimaduras, nas feridas, nas cirurgias ou no uso de algálias, sondas, cateteres e tantos outros dispositivos médicos invasivos.

O primeiro antibiótico - a penicilina - foi descoberto em 1929 e usado pela primeira vez em 1942. Desde então, os antibióticos são largamente utilizados para tratar ou prevenir infecções bacterianas, tendo servido para salvar milhões de pessoas da morte provocada por pneumonias, tuberculose, difteria, meningites, septicémias, infecções de feridas e queimaduras e tantas outras infecções graves.

Tal como na medicina humana, os antibióticos são usados em veterinária para tratar ou prevenir infecções bacterianas em animais. Em ambos os casos, é importante que se faça um uso criterioso e rigoroso destas importantes armas terapêuticas, o que passa pela correcta identificação das doenças a tratar (não usar em infecções provocadas por vírus, fungos ou parasitas), pela escolha do antibiótico mais adequado a cada infecção (o de espectro de acção mais reduzido possível, que não ataque as bactérias que não provocam essas doenças), e pelo rigor na escolha e no cumprimento do esquema terapêutico (menor duração possível, tomas em horários certos, interacção com alimentos, álcool e outros medicamentos, etc.), de modo a reduzir o aparecimento de resistências.

O uso mais controverso dos antibióticos, e que muito tem contribuído para o aparecimento e desenvolvimento de estirpes bacterianas resistentes, é na agricultura (como pesticidas, para controlar infecções bacterianas de algumas plantas cultivadas) e sobretudo na produção animal (para prevenção indiscriminada de infecções, nomeadamente em aquacultura, e como promotores de crescimento na pecuária, ao adicionar antibióticos à ração de vacas, porcos ou galinhas). A dimensão deste fenómeno é tão grande que, apesar de estas práticas não serem permitidas na Europa, se calcula que cerca de 80% de todos os antibióticos produzidos mundialmente sejam destinados a estes fins e não para uso em medicina humana e veterinária.

Se queremos continuar a beneficiar dos antibióticos temos de reduzir ao mínimo o seu uso, promovendo a nossa saúde, prevenindo as doenças infeciosas, construindo um sistema imunitário robusto e, em caso de doença bacteriana, cumprir escrupulosamente os esquemas de tratamento que a ciência médica tenha como mais convenientes. Será necessário abolir o uso indevido dos antibióticos na agricultura e na produção animal e será preciso desenvolver novos antibióticos e talvez outras armas terapêuticas não químicas, como os vírus bacteriófagos, especialmente desenhados para atacar determinadas bactérias. O futuro é incerto, mas com certeza não queremos perder esta guerra!

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OMS alerta
A Organização Mundial de Saúde alertou hoje que a ameaça de uma pandemia continua real, apesar de terem sido alcançados muitos...

“Estamos atualmente melhor preparados para uma pandemia [surto de uma doença com distribuição geográfica muito alargada] de gripe do que há 10 anos, mas não devemos perder o impulso e ainda enfrentamos a ameaça de uma pandemia em 2016”, disse a subdiretora-geral de Sistemas de Saúde e Inovação da Organização Mundial de Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny, numa conferência de imprensa.

“Ninguém pode prever” como será a próxima época de gripe, referiu a agência das Nações Unidas.

A OMS lançou em 2006 o Plano Global de Ação para aumentar o uso de vacinas sazonais com base em dados, no aumento da capacidade de produção e na promoção da investigação e do desenvolvimento.

Na altura, a capacidade de produção de vacinas estava centrada sobretudo em países de alto rendimento.

Atualmente, essa capacidade abrange 14 países, a maioria de alto-médio rendimento, mas também existem nações de baixo rendimento que “fazem esforços para fabricar as próprias vacinas”, assinalou Marie-Paule Kieny.

Em 2006, só 74 países tinham uma política nacional de imunização contra a gripe. Dez anos depois, o número cresceu para 115, incluindo nações de médio-baixo rendimento e uma de baixo rendimento.

Também foi registado um aumento na distribuição de vacinas sazonais em algumas regiões do mundo, em particular na América.

A representante da OMS destacou, no entanto, que estes avanços contrastam com os recuos ou com as diminuições registados em outras regiões do globo, “como a Europa, onde a resistência às vacinas é muito alta”.

Dados divulgados também hoje mostraram que a capacidade de produção global de vacinas contra a gripe pandémica registou melhorias: passaram de cerca de 1.500 milhões de doses em 2006 para cerca de 6.200 milhões de doses em 2015.

Mesmo assim, estes valores são insuficientes para cumprir o objetivo do Plano de Ação, que previa imunizar 70% da população com duas doses (10.000 milhões de doses).

Um dos reptos para o futuro é manter a capacidade de produção, uma vez que tem sido verificado um declínio.

Outro dos desafios identificados pelos especialistas da OMS é a necessidade de apresentar mais dados para projetar estratégias sazonais de vacinação, especialmente em grupos como as crianças e as grávidas e em países de médio-baixo rendimento.

Também será necessário intensificar a investigação sobre a resistência às vacinas para "entender porque as pessoas não estão a ser vacinadas e porque (alguns) médicos não recomendam as vacinas sazonais" contra a gripe, assinalou Marie-Paule Kieny.

Em média, são registados entre três a cinco milhões de casos de gripe e entre 150.000 a 500.000 mortes por ano, dependendo das metodologias.

“Como o vírus está em constante evolução, a ameaça de uma pandemia é real, pode ser amanhã ou daqui a cinco anos, e pode ser suave como em 2009, com a gripe A H1N1, ou muito grave, como a ‘gripe espanhola’ em 1918”, afirmou Wenqing Zhang, do Departamento de Doenças Pandémicas e Epidémicas da OMS.

Em Portugal, e desde outubro último, cerca de 1,2 milhões de doses de vacina contra a gripe estão disponíveis de forma gratuita no Serviço Nacional de Saúde.

A vacinação contra a gripe é gratuita para pessoas a partir dos 65 anos e para internados em instituições. Este ano, e segundo informou a Direção-Geral de Saúde (entidade coordenadora da campanha de vacinação contra a gripe), as vacinas são igualmente gratuitas para os doentes a aguardar transplante, sob quimioterapia, com trissomia 21, fibrose quística, doença neuromuscular e com défice de alfa-1 antitripsina.

De acordo com informações divulgadas esta semana por vários ‘media’, os casos de gripe deste ano podem vir a ser mais graves do que os registados no ano passado. A estirpe considerada mais perigosa (H3N2), associada a vários óbitos, está entre os vírus identificados nos primeiros casos e poderá tornar-se predominante neste inverno.

Dia do Não Fumador 2016
Considerado, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como uma doença aditiva crónica, o tabagismo é

O tabaco é um aerossol constituído por uma fase gasosa e uma fase de partículas. Para além da nicotina, já foram descritas mais de 4000 substâncias nocivas. Muitas existem na folha do tabaco, outras resultam da absorção pela planta de substâncias existentes no solo ou no ar, como pesticidas e fungicidas, outras são produzidas durante o processo de cura e de armazenamento da folha. Outras substâncias, como o mentol e o cacau, são adicionadas para tornar menos irritante ou aumentar a aceitabilidade, e podem potenciar o efeito aditivo da nicotina.

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma doença crónica aditiva com recaídas. Ao fumar, qualquer pessoa pode rapidamente se tornar dependente da nicotina, que funciona como uma poderosa droga psicoativa, com um ação cerebral apenas comparável à da heroína e da cocaína. Induz uma dependência psicológica que atua por mecanismos de reforços positivos: dá uma sensação de prazer, reduz o stress e a ansiedade, e diminui o apetite e regula o peso, um fator extremamente valorizado sobretudo pelas mulheres.

O tabagismo é uma toxicodependência que se define pelo forte desejo ou compulsão para consumir, a dificuldade em controlar o consumo, a síndrome de abstinência quando a substância não é consumida, o desenvolvimento de tolerância (é necessário doses cada vez maiores para produzir o mesmo efeito) e a persistência do consumo, mesmo com sintomas de doença.

Globalmente, o tabagismo é a principal causa evitável de morte e o mais grave problema de saúde pública a nível mundial, sendo que Portugal não é uma exceção. Se, por um lado, cerca de 2 milhões de portugueses são fumadores, o que corresponde a 20% da população portuguesa, por outro,  o número estimado de mortes associadas ao tabaco em 2013 foi de 12.350 pessoas. Isto significa que, nesse ano, 11% do total de mortes foi devido ao tabaco.

A potente dependência à nicotina torna extremamente difícil deixar de fumar pois a ausência desta substância induz um intenso síndrome de privação relacionado com a elevada dependência física que a ela está associada. Uma vez que o tabagismo está intimamente relacionado com morte prematura e perda de anos de vida saudáveis, a realidade em Portugal está aquém das necessidades relativamente ao número de consultas de cessação tabágica e comparticipação nos fármacos que são utilizados para deixar de fumar. De facto, o agravamento geral das condições socioeconómicas dos portugueses fez-se acompanhar nos últimos anos por uma diminuição na utilização de fármacos para a cessação tabágica.

A nível mundial, o consumo de tabaco ainda está a aumentar, de tal forma que, em apenas 2014, estimaram-se um total de quase 6 mil milhões de fumadores em todo o mundo. Em contraste, em alguns países como o Reino Unido, a Austrália e o Brasil, onde foi implementado um robusto pacote de medidas legislativas contra o tabagismo, verificou-se uma redução significativa no consumo do tabaco. Contudo, esta redução foi largamente compensada pelo aumento desmesurado do número de fumadores na China, que devido à sua grande massa populacional tem um forte impacto na prevalência do tabagismo. Também na Região Mediterrânia Oriental se tem vindo a assistir a um grande aumento no consumo de tabaco.

No que diz respeito a perspectivas e riscos futuros, há uma noção de que em África, onde o desenvolvimento económico e o crescimento populacional poderá vir a  surgir um aumento excecional do número global de fumadores, contribuindo para uma maior prevalência mundial do tabagismo.

Está bem documentada a relação entre o consumo de tabaco e um número considerável de doenças, com particular destaque para o cancro em diversas localizações, as doenças respiratórias, as doenças cardiovasculares, infertilidade e nascimento prematuro.

Na mulher os efeitos são ainda mais nefastos, uma vez que a mulher tem uma maior susceptibilidade ao tabaco e infelizmente, em Portugal, tem-se assistido a um aumento do número de mulheres que fumam. Na saúde reprodutiva da mulher, fumar tem inúmeros efeitos nefastos: aumenta o risco de infertilidade, torna mais difícil conseguir engravidar e reduz o efeito da fertilização assistida.

Cada vez se torna mais necessário intervir sobretudo na prevenção e reduzir o número de pessoas que experimentar fumar.

A maioria dos fumadores começa a fumar cedo, o que justifica atuar nos grupos de adolescentes e jovens através de medidas de informação e de educação como medida preventiva do tabagismo.

Pensando nos jovens que já iniciaram o hábito de fumar, fumar, uma das medidas que reconhecidamente tem mais impacto na redução do consumo neste grupo etário é o aumento anual do preço do tabaco.

É igualmente importante incentivar uma política livre do fumo do tabaco, reduzindo a exposição e aceitação do tabaco, e apostar em medidas publicitárias desmistificando uma eventual associação entre o tabaco e uma maior aceitação social.

Apesar de todos os malefícios do tabaco, ao deixar de fumar, é possível reverter alguns dos dados provocados e obter benefícios indiscutíveis.

Nos primeiros 20 minutos o ritmo cardíaco desce e normaliza, passadas 12 horas o monóxido de carbono no sangue diminui e 1 mês depois de deixar de fumar o risco de enfarte do miocárdio reduz-se.

Os benefícios continuam-se a sentir todos os anos que se está sem fumar e 15 anos após deixar de fumar o risco de doença coronária é quase igual ao de uma pessoa que não fumou.

Embora em qualquer idade seja benéfico deixar de fumar, quanto mais cedo, mais ganhos se obtém para a saúde, mais anos de vida se adquire e mais anos de vida saudável se consegue conquistar.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Simpósio da Sociedade Portuguesa de Oncologia
Uma especialista em oncologia defendeu hoje, na Figueira da Foz, a criação em Portugal de um grupo cooperativo de investigação...

Intervindo no primeiro dia de um simpósio promovido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Fátima Cardoso, que pertence à direção da Sociedade Europeia de Oncologia Médica e é especialista em cancro da mama do Centro Clínico Champalimaud, defendeu a criação de uma instituição que funcione como "chapéu" dos grupos de investigação de diversos tipos de cancro, argumentando que "num país pequeno como Portugal, não faz sentido não ter um [grupo] para tudo".

Fátima Cardoso adiantou que este organismo, a que chamou Grupo Português de Investigação Oncológica, poderia funcionar sob a égide da SPO, admitindo, no entanto, que países de dimensão aproximada a Portugal, como a Bélgica - onde também exerce funções diretivas na Organização Europeia de Investigação e Tratamento do Cancro (EORTC) - não possuem um grupo nacional de investigação.

"Mas tem uma rede de instituições com muita experiência, públicas e privadas", esclareceu.

O primeiro dia da reunião da Sociedade Portuguesa de Oncologia, que decorre até sábado, foi dedicado ao 1º Encontro de Internos e Jovens Especialistas, desafiados por Fátima Cardoso a contribuírem para a criação do grupo nacional: "isto deve ser feito pela nova geração", argumentou.

Antes, em resposta a uma questão suscitada na plateia, que defendia a existência de "tempo protegido" para investigação dissociado da prática clínica, Fátima Cardoso frisou que isso "não existe", nem em Portugal nem noutros países.

"Se estão à espera de ter tempo protegido para a investigação, então não vão fazer nada. [Esse tempo] será à noite, será aos fins de semana, será tempo tirado à família, não será tempo retirado à clínica. Eu nunca tive, nem aqui, nem na Bélgica, nem nos EUA. O que é preciso é simplificar a investigação, de forma a poder ser incorporada na prática clínica", disse a especialista.

O simpósio nacional da SPO é subordinado ao tema "Reflexões para o Futuro" e a comunidade oncológica nacional reúne-se para debater as inovações ao nível do diagnóstico e do tratamento do cancro.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde admitiu hoje recorrer aos setores privado e social para responder a um previsível aumento da procura dos...

“Temos que criar as respostas públicas”, disse o ministro na apresentação do projeto de decreto regulamentar que regula a lei, admitindo que, se for necessário, pode recorrer à “colaboração privada e social, desde que a qualidade e segurança estejam asseguradas”.

“É um dia importante”, afirmou o ministro da Saúde na apresentação do projeto de regulamentação da lei aprovada a 13 de maio pela Assembleia da República e que alargou o acesso de todas as mulheres à Procriação Medicamente Assistida (PMA), quando até então era limitada aos casais com problemas de infertilidade.

A aprovação desta regulamentação surge um dia após o Bloco de Esquerda questionar o Ministério da Saúde sobre o atraso na sua publicação, tendo o ministro da Saúde afirmado hoje aos jornalistas, no final do Conselho de Ministros, de que o mesmo se prendeu com a “sensibilidade” desta matéria.

“Procurámos ser prudentes e cumprir o prazo, mas fazer uma lei tecnicamente validada”, afirmou Adalberto Campos Fernandes.

O projeto de decreto regulamentar hoje aprovado aborda o acesso às técnicas de PMA, as próprias técnicas de procriação, o princípio da não discriminação e o recurso a técnicas de Procriação Medicamente Assistida no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Pretende-se assim concretizar esse acesso sem exclusão, assegurando uma prestação de serviços adequada, segura e não discriminatória, conforme plasmado” na lei aprovada em maio.

Para Adalberto Campos Fernandes, esta regulamentação é “um passo obrigatório” para o SNS começar a construir respostas, as quais “têm de ser intensificadas”.

A principal preocupação do Governo foi, segundo o ministro, garantir e concretizar o direito ao acesso.

O ministro estima que, no início de 2017, a criação e instalação dos centros deve estar regularizada.

Foi ainda aprovada uma alteração à lei que regula a utilização de técnicas de PMA, definindo o destino dos tecidos recolhidos e não utilizados.

Adalberto Campos Fernandes explicou que, nesta matéria, foi aprovada uma proposta de decreto lei que visa regulamentar os tecidos recolhidos e não utilizados, como óvulos e espermatozóides, dado que “é previsível” o aumento da procura das técnicas e do material recolhido.

Segundo o ministro, este material será destruído se ao fim de cinco anos não for utilizado nem reclamado.

Saúde 24
Mais de 1.600 pessoas pediram ajuda para deixar de fumar nos primeiros cinco meses de funcionamento deste serviço da linha...

Segundo os dados divulgados pela Saúde 24, desde o início de funcionamento deste serviço de atendimento “por cessação tabágica” - 20 de maio deste ano - até ao dia 31 de outubro, foram atendidos 1.630 utentes que queriam ajuda para deixar de fumar.

Em maio, registaram-se 79 chamadas especificamente para este fim, que representaram 9% do total de chamadas efetuadas para a equipa de enfermeiros que faz atendimento para “cessação tabágica” na linha saúde 24 (923).

No mês de junho foram atendidas 299 chamadas para deixar de fumar e no mês de julho 434, representando, respetivamente 19% e 28% do total de chamadas atendidas pela equipa.

Julho foi o mês com maior número de pedidos e encaminhamentos, tendo depois começado a descer gradualmente, com agosto a registar um total de 305 chamadas (25% do total).

Em setembro e outubro a queda no número de chamadas continuou, embora de forma ligeira, com tendência a estabilizar: 267 e 246 pedidos para cessação tabágica, representando 22% e 15% do total.

Por género verifica-se que houve muito mais homens a pedir ajuda para deixar de fumar – quase o dobro - do que mulheres.

Nestes pouco mais de cinco meses 1.063 homens solicitaram ajuda para cessação tabágica, contra apenas 567 a fazer o mesmo pedido.

Em ambos os casos se verifica a mesma tendência de o maior número de pedidos de ajuda se ter registado em julho, 124 de mulheres e 310 de homens.

Por idades, a faixa etária que mais recorreu ao serviço da linha saúde 24 para deixar o tabaco foi a dos 35 aos 69 anos (409 mulheres e 733 homens), logo seguida pela dos 18 aos 34 anos (120 mulheres e 254 homens).

Ainda assim houve jovens muito novos a pedir ajuda para deixar de fumar.

Segundo a Linha saúde 24, houve 27 pedidos de ajuda de jovens com idades entre os 14 e os 17 anos (7 raparigas e 20 rapazes).

Também os mais idosos recorreram a este serviço, já que 31 mulheres e 53 homens com mais de 70 anos pediram ajuda telefónica para deixar de fumar.

O serviço telefónico de auxílio à cessação tabágica arrancou em maio deste ano, cumprindo uma diretiva comunitária transposta para a legislação portuguesa e que “obrigou à implementação deste apoio telefónico”, explicou o enfermeiro Sérgio Gomes, coordenador da linha Saúde 24.

Contudo, este serviço irá contar com uma linha telefónica especifica de apoio à cessação tabágica, que vai fazer todo o acompanhamento e orientação do utente durante o processo e que está previsto arrancar em junho de 2017, após concurso público.

Atualmente, o que este serviço faz é atender o utente, fazer uma triagem para perceber se está mesmo interessado em deixar de fumar, se está motivado para isso e se cumpre os requisitos necessários para iniciar o tratamento.

Nesses casos, a equipa da linha reencaminha o utente para o respetivo ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) para uma consulta de cessação tabágica.

Hoje assinala-se o Dia do Não Fumador.

Opinião
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de tabaco na Europa é responsável por 1 milh

Já no nosso país e segundo os dados do Relatório Anual  “Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015”, da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, as estimativas atribuem à exposição activa e passiva ao tabaco a responsabilidade por 12.369 mortes (no ano de 2013).

O referido Relatório indica-nos ainda que uma em cada cinco mortes observadas em pessoas, de ambos os sexos, entre os 45 e os 64 anos, são atribuíveis ao consumo do tabaco.

Devido ao aumento da esperança média de vida e aos efeitos do tabagismo a nível respiratório, Portugal tem vindo a confrontar-se com um incremento de doenças respiratórias crónicas, que impõem uma elevada carga no sistema de saúde, quer no que diz respeito a mortalidade, quer no que se refere à morbilidade.

Pela sua proximidade à população; pelo acesso que pode ter a equipamentos e serviços que permitem fazer um rastreio precoce e sensibilizar para os malefícios do consumo de tabaco, o farmacêutico comunitário é um elemento fundamental na identificação de doenças crónicas, controlo das patologias e, acima de tudo, na prevenção das doenças.

Através da realização de Espirometrias e de Programas de Cessação Tabágica consegue educar, sensibilizar e ajudar o utente a ultrapassar o desafio de deixar de fumar.

É de extrema importância que, durante todo o ano, os profissionais de saúde não se demitam do seu papel de educadores para a saúde.

Durante estas efemérides, como é o Dia Nacional do Não Fumador, os utentes estão mais alerta para as nossas mensagens-chave e percebem que o consumo de tabaco provoca uma perda gradual de qualidade de vida e provoca o desenvolvimento de doenças respiratórias crónicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, cancro do pulmão, podendo mesmo levar à morte.

Mais de 90% dos fumadores portugueses iniciaram o consumo antes dos 25 anos, sendo que, cerca de metade nunca fizeram qualquer tentativa para parar de fumar.

O tabagismo constitui um fator de risco, não apenas para o fumador, mas para todos aqueles que se encontram expostos ao fumo do tabaco.

Neste sentido, a propósito do Dia Nacional Sem Tabaco, que se assinala a 17 de novembro, desafiamos os nossos utentes a fazerem uma avaliação respiratória no nosso serviço Respirar Melhor e a deixarem já hoje de fumar, através da realização de uma consulta de Cessação Tabágica.

Lembre-se: um fumador tem, em média, menos dez anos de vida!

Venha ter connosco, nós sabemos como ajudá-lo.  

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fundação Portuguesa de Cardiologia
A importância do futebol para a saúde, enquanto promotor de saúde e prevenção cardiovascular, será o tema principal do 18.º...

Durante o evento será também apresentada a 1.ª Edição dos Prémios de Investigação Eusébio da Silva Ferreira, uma iniciativa pioneira em Portugal, da Fundação Portuguesa de Cardiologia em parceria com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a associação artEUSEBIOheart. Estes prémios, abertos a todos investigadores portugueses pretendem promover mais e melhor investigação nacional nas áreas da insuficiência cardíaca e morte súbita.

“Estamos muito orgulhosos com mais um Simpósio Anual e com os projetos que serão apresentados. Já que Portugal ganhou o Campeonato Europeu este ano, achámos bastante apropriado abordar o desporto e o futebol em específico, como método para a saúde e prevenção cardiovascular. Atualmente as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, sendo que a educação para a prevenção se torna cada vez mais urgente” refere o Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta, Presidente da Fundação. “Neste contexto, o lançamento dos Prémios de Investigação Eusébio da Silva Ferreira ganha particular importância”, conclui.

De acordo com o Dr. Miguel Mendes, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, “os prémios Eusébio da Silva Ferreira, são uma mais valia para estimular a investigação no campo da Cardiologia do Desporto e para chamar a atenção para a necessidade da avaliação prévia e acompanhamento médico dos desportistas mesmo após terminarem a fase competitiva da sua carreira”.

A artEUSÉBIOheart trata-se de uma associação sem fins lucrativos, criada por familiares e amigos de Eusébio da Silva Ferreira com o objetivo de perpetuar a sua memória. A instituição tem como objeto a promoção de atividades sociais, culturais, recreativas, desportivas, ambientais e científicas. "É precisamente neste último contexto que surge esta parceria com a Fundação e a Sociedade Portuguesa de Cardiologia", sublinhou Carla da Silva Ferreira, diretora do projeto.

A primeira sessão abordará a ligação entre o futebol e a saúde e terá como principais oradores Paulo Beckert, especialista ligado ao desporto e atual médico-coordenador da Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol e João Brito, especialista em fisiologia e reintegração de atletas, tendo em 2014 trabalhado no Qatar, ligado ao Hospital de Medicina Desportiva e Ortopédica.

Durante o Simpósio será também apresentado o programa EuroFIT (http://eurofitfp7.eu/), um projeto  financiado pela Comissão Europeia, que resulta da colaboração entre centros de investigação de nove universidades europeias, quatro entidades públicas e privadas, e 15 clubes de futebol profissional de primeira liga. Em Portugal o projeto está a ser coordenado pela Faculdade de Motricidade Humana, Universidade de Lisboa, e está a decorrer no FC Porto, Sporting CP, SL Benfica, através de um programa de atividade física e alimentação saudável dirigido a grupos de adeptos, sedentários, com excesso de peso, do sexo masculino. Será testado o seu impacto nos adeptos e clubes e potencial disseminação futura.

A segunda sessão terá como tema a prevenção cardiovascular, aliás o motivo destes simpósios. A vitamina D parece ter um papel importante na prevenção cardiovascular e o Prof. Doutor Manuel Carrageta é a figura no âmbito da prevenção cardiovascular que melhores conselhos nos poderá dar.

A paragem cardíaca é sempre um tema com alguma importância em prevenção cardiovascular uma vez que a ressuscitação cardiovascular é um gesto simples que pode salvar uma vida, mas não basta fazê-lo, é necessário fazê-lo bem feito, e a Dr.ª Almudena Moneo irá abordar esse assunto.

Reabilitação é sempre um tema importante quando se fala em prevenção terciária. Permitir uma rápida e melhor integração do indivíduo na sociedade quando já se padece de insuficiência cardíaca é o tema que a Prof.ª Doutora Ana Abreu irá aflorar antes do encerramento dos trabalhos do 18.º Simpósio Anual da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Inquérito
A maioria dos jovens inquiridos para um estudo sobre o cancro desconhece a existência de alguns rastreios a esta doença, o que...

O inquérito, promovido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO) no âmbito do simpósio nacional desta organização, que está a decorrer na Figueira da Foz, com o tema “Reflexões para o Futuro”, revelou que apenas o rastreio para o cancro da mama é suficientemente conhecido dos jovens, já que 77 por cento indica que dele tem conhecimento.

No entanto, outros tipos de rastreios ao cancro são pouco conhecidos desta faixa etária (15 e 30 anos), como o do colo do útero, com apenas 34 por cento dos inquiridos a reconhecerem a existência de rastreio para o cancro do colo do útero (papanicolau) e 32 por cento o cancro da próstata (toque retal).

“No caso da colonoscopia, usada no rastreio do cancro colorretal, a percentagem desce para os 12 por cento”, lê-se nas conclusões do inquérito.

O levantamento indica ainda que “a maioria dos jovens portugueses define corretamente o Cancro (75 por cento)” e que “93 por cento não consideram que o diagnóstico de cancro seja sempre uma sentença de morte, enquanto 69 por cento acreditam que o cancro pode ser prevenido”.

“A grande maioria dos jovens portugueses (81 por cento) considera que o cancro tem cura”, lê-se nas conclusões.

Para a presidente da SPO, Gabriela Sousa, “a falta de conhecimento sobre rastreios é preocupante, uma vez que estes são fundamentais para detetar precocemente o cancro, ainda antes do aparecimento dos primeiros sintomas”.

“Sabemos que quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores são as probabilidades de cura. Os programas de rastreio organizado não têm ainda uma cobertura nacional de 100 por cento, mas é importante que os jovens de hoje, adultos de amanhã, reconheçam aqueles que existem, para potenciar a adesão”, adiantou.

O tema do inquérito vai ao encontro do simpósio (“Reflexões sobre o Futuro”), através do qual a SPO considerou “pertinente” interrogar os mais jovens para compreender quais as suas perceções sobre oncologia.

O inquérito foi aplicado a 254 indivíduos, com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos, residentes em Portugal continental.

Rastreio APDP
Em Portugal, quase metade das pessoas que têm diabetes (400 mil) desconhecem que a têm, pelo que prevenção e rastreios são...

No Dia Mundial da Diabetes, cerca de 300 pessoas passaram pela tenda em que a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) aplicou fichas de avaliação de risco de diabetes tipo 2 e avaliou os olhos das pessoas com diabetes. Resultado: 20% apresentaram grau moderado, elevado ou muito elevado de desenvolver diabetes tipo 2.

Mais vale prevenir que remediar. Assim se intitula o questionário de risco que a APDP tem vindo a aplicar em ações de rastreio por todo o país, ao longo do ano, e no Dia Mundial da Diabetes, em particular. Na Praça Luís de Camões, técnicos da APDP, em conjunto com estudantes de medicina da Universidade de Lisboa, ajudaram as pessoas que se juntaram à ação a responder a questões que permitem perceber o grau de risco de vir a ter diabetes.

Além da indicação da idade, do índice de massa corporal (IMC) e da medida da cintura, colocaram-se questões como: Pratica diariamente atividade física? Com que regularidade come vegetais e/ou fruta? Toma regularmente ou já tomou alguns medicamentos para a hipertensão arterial? Alguma vez teve açúcar elevado no sangue? Tem algum membro de família próximo ou outros familiares a quem foi diagnosticado diabetes (tipo 1 ou tipo 2)? De entre as várias respostas, muitas pessoas referiram ter familiares com diabetes, IMC e perímetro abdominal elevado (pior parâmetro).

“É muito mais eficaz trabalhar na prevenção da diabetes e alertar as pessoas de todas as formas possíveis. O rastreio é a forma mais direta, mas o importante é criar momentos de sensibilização para a doença e para as suas graves consequências, como a retinopatia diabética, à qual também fizemos rastreio na ação do Dia Mundial”, alerta Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

Recorde-se que qualquer pessoa pode desenvolver diabetes tipo 2, apesar de haver pessoas com maior risco: pessoas com familiares com diabetes; pessoas com excesso de peso ou sedentárias; mulheres que tenham tido diabetes durante a gravidez ou que tenham tido filhos com mais de 4kg à nascença; pessoas com síndrome metabólico (conjunto de problemas que incluem aumento da cintura, colesterol elevado e hipertensão).

A solução está ao alcance de todos: manter hábitos de vida saudável e levar uma vida ativa, nomeadamente fazendo uma alimentação equilibrada, mantendo o peso normal e andando a pé todos os dias.

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