Investigação
O maior Centro de Simulação Avançada português, que funcionará no Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), onde estudantes e...

O anúncio foi feito pelo presidente do CHLN (hospitais de Santa Maria e Pulido Valente), após conseguida uma verba, via fundos europeus, de metade da despesa com equipamentos, ou seja, 1,4 milhões de euros, dos cerca de três milhões necessários.

Ao todo, este centro custará cerca de quatro milhões de euros, mas Carlos Martins acredita que em três anos a estrutura deixará de ser uma despesa para passar a gerar receita.

Segundo o CHLN, este inovador Centro de Simulação “será um dos maiores e melhores da Europa, dado que a sua capacidade tecnológica e as suas áreas permitirão formar e treinar estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e profissionais de diversas áreas do CHLN, nomeadamente médicos especialistas, internos, enfermeiros e técnicos de saúde”.

Serão ainda desenvolvidos neste centro “cursos inovadores de formação por simulação avançada em alta fidelidade em áreas de saúde multidisciplinares, direcionados ainda a alunos externos à FMUL ou a profissionais externos ao CHLN e a investigadores, escolas, bombeiros, proteção civil, forças de segurança, prestadores de cuidados de saúde domiciliares, entre outros, ainda inexistentes, na região e no país”.

Para Carlos Martins, este centro de simulação irá “para além do normal”, disponibilizando outras áreas além dos blocos de partos e disponibilizando salas que variam consoante as áreas em uso.

“Não é apenas uma sala com manequins. É um centro multidisciplinar, com tecnologia avançada”, disse.

Segundo o CHLN, existe um potencial no mercado português de saúde que engloba 120 mil profissionais médicos e enfermeiros, mais de 58 mil estudantes do ensino superior em saúde e vários grupos profissionais conexos (bombeiros, proteção civil, militares).

 

Organizações de Saúde
As organizações de voluntários na área da saúde querem ser vistas como “parceiros verdadeiramente estratégicos a nível superior...

No final do 8.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde, subordinado ao tema “Da Proximidade à Globalidade”, os organizadores elaboraram um conjunto de ideias que resultaram da reunião, entre as quais que é preciso “um olhar diferente, um melhor olhar” para estas organizações.

“É necessário que o voluntariado no campo da saúde seja visto como parceiro verdadeiramente estratégico a nível superior. Ele é mesmo um contributo indispensável para a realização dos objetivos das entidades e da obtenção de níveis superiores da qualidade dos serviços e cuidados que são prestados”, lê-se no documento que saiu no encontro.

Os cerca de 250 participantes concordaram que “a prática do voluntariado é um modo possível para a vivência ativa da cidadania e que, no campo da saúde, aquela tem papel insubstituível para a humanização, em regime de complementaridade”.

No documento final, as organizações declararam que “o voluntariado é um contributo inestimável na promoção do desenvolvimento pessoal, social e comunitário, com posturas de cooperação interpessoal e entre organizações”.

“As mais valias e os ganhos para todos os 'stakeholders' decorrentes da prática da proximidade e do encontro no âmbito do voluntariado em saúde são por demais evidentes e ineludíveis”.

Por esta razão, as organizações apelaram à “integração dos voluntários nas equipas de trabalho, com a necessária adaptação às diferentes realidades institucionais, comunitárias e de prestação de cuidados”.

 

Medicamentos
Um projeto de alunos universitários para a zona da Vitória, no Porto, garante medicamentos gratuitos a 40 famílias carenciadas...

Denominado "Porto com + Saúde", o projeto foi dinamizado pela Associação “Cura +”, envolvendo 17 alunos do Mestrado Integrado da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, que contam com a colaboração de 70 voluntários, oriundos das faculdades de Belas Artes e de Economia.

Teresa Couto, diretora da associação, explicou à Lusa que a ideia do projeto surgiu quando "uma das fundadoras, a Joana Carvalho, observou na farmácia onde fez o estágio extracurricular que as pessoas pediam fiado ou não tinham acesso aos medicamentos".

"A recetividade das farmácias foi muito boa, até porque já tínhamos algum ‘feedback' dos nossos professores na faculdade e de pessoas da área", disse.

Um protocolo com o Centro Social da Nossa Senhora da Vitória, que lhes permitiu ter acesso "à lista das pessoas com um rendimento ‘per capita' inferior a 100 euros/mês e uma rede de voluntários, que estão nas farmácias a sensibilizar as pessoas para que façam os seus donativos, fez o resto", acrescentou João Rosa, coordenador do projeto de intervenção social.

"Atualmente, estamos a ajudar 40 famílias e até ao primeiro ano do projeto queremos chegar às 60”. Por outro lado, o número de farmácias de apoio, todas na zona da Vitória, “subiu de três para seis e estamos a negociar com mais duas a sua adesão", revelou Teresa Couto.

Criado para intervir numa zona pobre da cidade, o projeto tem registado uma "boa" adesão, congratulou-se a diretora, que sublinhou até dos turistas têm surgido contribuições.

O passo seguinte passa por "parcerias com todas as sete faculdades de farmácia do país”. Passa ainda, acrescentou a fonte, por outra parceria com a Associação Dignitude, de Lisboa, “que fará com que os utentes tenham acesso a um cartão que estará ligado ao sistema informático das farmácias e onde figuram os medicamentos de que necessitam".

A desejada expansão a nível nacional do projeto passa, ao mesmo tempo, por "ter mais voluntários e outras Instituições Particulares de Segurança Social envolvidas", explicou Teresa Couto.

"Sabemos que o nosso projeto já salvou vidas. Não por contacto direto, mas pelo que nos foi dito pela Dra. Ana Pinto, do centro social e responsável pela referenciação dos utentes a quem permitimos ter um acesso regular a medicamentos que de outro modo não teriam", relatou.

A faixa etária que mais tem recebido ajuda "começa nos 45 anos, mas são as pessoas com mais de 50 anos as mais necessitadas", sublinhou a responsável para quem o projeto "tem implicações na política de saúde do país".

"Com a nossa ajuda melhorámos a qualidade de vida dos nossos utentes e poupámos ao país na questão dos internamentos, das consultas desnecessárias, do uso irresponsável dos medicamentos e proporcionamos às pessoas poder voltar a ter condições para, por exemplo, voltar a procurar emprego e a outros abandonar o seu isolamento", disse.

E se o projeto no Porto tem, ainda, uma escala reduzida Teresa Couto salientou que "um dia que atinja uma escala nacional a poupança para o Estado será ainda mais evidente".

Assistência prolongada
Cerca de 2.200 utentes, sete valências, uma clínica aberta à comunidade, 220 funcionários, entre 42 pessoas com deficiência,...

O Centro de Educação para o Cidadão com Deficiência (CECD) nasceu em 1976, pela mão de uma comissão de moradores de Mira-Sintra, e pela vontade de pais e profissionais, que começaram a unir esforços para criar respostas específicas para as pessoas com deficiência intelectual e multideficiência.

No início, e porque nasceu através de uma escola de ensino especial, a vocação principal era apoiar crianças e jovens, mas depois, com o evoluir do tempo, e por força da legislação, passou a dar resposta às necessidades dos adultos.

Em entrevista à agência Lusa, a diretora-geral, Carina Conduto, adiantou que atualmente apoiam 2.200 pessoas por ano, dentro de sete valências, atendendo em permanência cerca de 500 pessoas nas respostas socioprofissionais.

Valências que vão desde a educação especial ao Centro de Atividades Ocupacionais, ao Centro de Formação Profissional, Unidades Residenciais, Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Emprego Protegido e Clínica de Medicina e Reabilitação.

Por outro lado, prestam apoio a cerca de 600 crianças nas escolas, através dos Centros de Recursos para a Inclusão, além de mais 800 utentes que usufruem dos serviços da Clínica de Medicina e Reabilitação, aberta à comunidade, e outras 33 pessoas que vivem nas unidades residenciais.

Um dos serviços de destaque é a promoção da inclusão socioprofissional, através do Centro de Formação Profissional, existente há 30 anos e através do qual têm conseguido empregar 50% a 60% das pessoas que fazem a formação.

De acordo com os dados do CECD, têm, por ano, 132 pessoas com deficiência, jovens com mais de 18 anos e adultos, a ter formação profissional, apoiadas por 14 técnicos, através de parcerias com 65 entidades empregadoras e 14 escolas.

Os cursos têm a duração de dois anos, sendo o primeiro ano passado em contexto de sala de aula e o segundo em mercado de trabalho, havendo atualmente 13 jovens com deficiência a ter formação, quatro dos quais em ambiente profissional, seja numa oficina de mecânica, um hotel ou uma carpintaria.

A diretora-geral destacou, por exemplo, que a manutenção de muitos dos espaços verdes do concelho de Sintra é feita por pessoas daquela instituição, e que têm conseguido angariar empregadores como a Câmara Municipal de Sintra, a Fundação Montepio, o Grupo Auchan Portugal ou mesmo o Novo Banco.

O facto de trabalharem principalmente com jovens e adultos traz também outro desafio, o da maior esperança média de vida destas pessoas, o seu envelhecimento e as soluções que têm de ser encontradas especificamente para elas.

Na opinião de Carina Conduto, esse é um dos principais desafios, lembrando que, tal como acontece com todos, as pessoas com deficiência, à medida que vão envelhecendo, vão perdendo faculdades e é necessário continuar a estimulá-las, indo ao encontro do que elas gostam mais de fazer.

Como consequência do envelhecimento surgem também outros desafios, por exemplo o aparecimento de doenças mentais, como as demências, nas pessoas com deficiência intelectual.

“Aí tudo se complica porque quando se fala em doença mental falamos em perda de faculdades e de compensações que são necessárias”, salientou a responsável, acrescentando que a instituição tem procurado estar de “mãos dadas com a saúde” na busca pelas melhores soluções.

Por último, a diretora-geral apontou que “há uma grande falta de vagas em unidades residências”, salientando que “fazer nascer ou ajudar a fazer nascer novas respostas residenciais” é o maior desafio para o futuro.

O CECD tem vindo a assinalar os seus 40 anos com várias atividades, estando marcada para a próxima terça-feira, dia 25, a Gala Solidária.

Unidades de Saúde
O Governo prevê lançar no próximo ano o concurso para a construção do novo Hospital Central de Évora, após decidir o seu modelo...

“Há que estabilizar o modelo de financiamento” da construção da nova unidade hospitalar, uma decisão que “tem sido discutida no seio do Governo” e que “no primeiro semestre de 2017 estará resolvida”, afirmou.

O governante referiu que a discussão se centra entre dois modelos, um de “financiamento direto” e outro que “é feito através de um financiamento por parceria público-privada apenas infraestrutural”.

Questionado sobre a possibilidade de o lançamento do concurso internacional para a construção do novo Hospital Central de Évora ocorrer durante o próximo ano, Adalberto Campos Fernandes respondeu afirmativamente.

O titular da pasta da saúde falava aos jornalistas à margem de uma sessão de esclarecimento do PS sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2017, que decorreu no Palácio D. Manuel, em Évora.

No capítulo do documento dedicado à Saúde, é referido que, em articulação com o Ministério das Finanças, serão lançados os projetos dos hospitais de Évora, Lisboa Oriental e do Seixal.

Considerando que o futuro hospital é “um objetivo estratégico do país”, o ministro apontou a sua necessidade “porque a estrutura atual é muito disfuncional e envelhecida”.

Em abril de 2010, durante o segundo Governo de José Sócrates, foi assinado o contrato para a elaboração do projeto técnico do novo edifício entre a administração do hospital de Évora e o consórcio liderado pelo arquiteto Souto Moura.

Mas, em agosto de 2011, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou, em declarações à Lusa, que a construção do novo hospital ia ser reavaliada pelo Governo, tendo em conta “a realidade do país”, voltando, em maio de 2015, a considerar avançar com o projeto, mas sem se comprometer com datas para o início da obra.

Quando foi lançada, em 2010, a nova unidade estava projetada para ter uma capacidade de 351 camas, extensível a 440, num investimento previsto na ordem dos 94 milhões de euros.

A área de influência de primeira linha do novo hospital abrangia 150 mil pessoas, dos 14 concelhos do distrito de Évora, enquanto numa segunda linha seriam servidas 440 mil pessoas dos restantes 33 concelhos do Alentejo (Portalegre, Beja e Alentejo Litoral).

 

                                                  

Centenas de médicos estrangeiros em Lisboa
De 21 a 23 de Outubro, Lisboa recebe centenas de especialistas estrangeiros para aquele que é considerado o mais importante...

De acordo com os dados disponíveis, sabe-se que as doenças da coluna representam 50 por cento das causas de incapacidade física, em idade laboral, e são o principal motivo para a ausência no trabalho em todo o mundo.

Entre a principais patologias associadas encontram-se a hérnia discal, a escoliose, a doença discal degenerativa ou a espondilartrose.

São, ainda, bastante comuns as lesões por traumatismo provocadas por acidentes de trânsito ou quedas de altura.

A coluna pode também ser afetada por tumores benignos ou malignos, necessitando de intervenção cirúrgica.

O responsável pelo congresso em Portugal, o médico anestesiologista Armando Barbosa, e especialista em terapêutica da dor, sublinha ainda que a dor da coluna é responsável por 80 por cento da dor crónica, estimando-se que esta seja a segunda causa, em Portugal, para as consultas da especialidade.

De acordo com o especialista, “a dor representa atualmente um dos maiores problemas de saúde pública atingindo cerca de 20 a 30 por cento da população. Os custos com este problema ultrapassam os 2 mil milhões de euros por ano e representam uma perda de 1,5 milhões de dias de trabalho anuais para quem sofre da doença”.

As modalidades de intervenção na dor são, por isso, fundamentais e permitem reduzir de forma substancial a dor e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

"Atualmente existem novas técnicas para o tratamento desta patologia que permitem a cura ou melhoria importante da dor, sem recurso a cirurgia", afirma o médico anestesiologista.

Estima-se que tanto homens como mulheres sofram de dores de costas, sendo a sua maior incidência entre os 25 e os 60 anos.

ONU
A Organização das Nações Unidas estima que 5.500 milhões de pessoas tem acesso limitado ou nenhum acesso a analgésicos opiáceos...

O último relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), difundido em Viena em 2014, indica que "três quartos da população mundial tem escasso ou nenhum acesso a tratamentos paliativos da dor" para doenças graves, terminais ou crónicas.

Isso significa que 92 por cento da morfina é consumida por 17% da população mundial, concentrada nos Estados Unidos, Canadá, Europa ocidental e Austrália, escreve o Sapo.

"Este problema foi agravado, no período examinado, pela ocorrência de desastres naturais e conflitos armados, que aumentaram a necessidade de substâncias fiscalizadas para tratar feridos e doentes", acrescenta no documento o presidente da JIFE, o sul-africano Lochan Naidoo.

O uso reduzido destes analgésicos opiáceos em muitos países deve-se a uma regulamentação inadequada, falta de preparação do pessoal de saúde, preconceitos culturais, fatores económicos e falta de acesso a estes medicamentos, indica o JIFE.

Sobre a situação das drogas no mundo, o JIPE pediu aos Estados que lutem contra os "aspetos socioeconómicos" que fomentam o consumo e o tráfico de drogas, como a pobreza, a desigualdade económicas, a exclusão social, a falta de perspetivas de emprego e a exposição à violência.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dor, no seu geral, é uma "experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial, mas também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial ou é descrita em função dessa tal lesão".

Estudo
O hospital pode ser um poço de infeções. O risco de as contrair pode ser maior que o risco de ser infetado pelo HIV ou de ter...

Ir a um hospital e sair de lá com uma infeção. O cenário é cada vez mais comum e o risco de contrair uma infeção hospitalar é maior que o risco total de contrair várias doenças por outras infeções, como o HIV ou a gripe.

A conclusão é de um estudo publicado esta semana no jornal Plos Medicine e divulgado pela DW, escreve o Observador. A Organização Mundial de Saúde corrobora: atualmente, as infeções adquiridas nos hospitais (Hospital acquired infections — HAI) constituem “os casos mais frequentes e adversos no que diz respeito aos cuidados de saúde em todo o mundo”, refere a organização.

 

Há mesmo “centenas de milhões de pacientes afetados [pelas infeções hospitalares] todos os anos em todo o mundo”, diz o documento. Ainda segundo o mesmo estudo, há 2,5 milhões de casos de infeções hospitalares por ano na União Europeia. Entre as infeções contraídas em contexto hospitalar que constituem maior risco que o HIV estão pneumonia, infeções do trato urinário, infeções cirúrgicas e infeções no sangue.

Coligação C6
Seis associações ambientalistas defenderam hoje que uma taxa sobre munições de chumbo é insuficiente para reduzir os efeitos...

A Coligação C6 considera que "esta é uma medida insuficiente para reduzir ou compensar a poluição provocada por este contaminante em resultados da atividade cinegética, a solução passaria, sim, por dar um chumbo às utilizações de cartuchos com chumbo, interditando o seu uso e substituindo-os por materiais não poluentes", salienta um comunicado.

A proposta de Orçamento do Estado (OE2017), apresentada pelo Governo, na sexta-feira, propõe uma "taxa sobre munições de chumbo", de cerca de dois cêntimos de euro por cada cartucho com a substância, utilizado pelos caçadores.

Para a coligação, que junta o Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens FAPAS), a Liga para a Proteção da Natureza (LPN), a Quercus, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e a WWF Portugal, a receita que o Governo venha a conseguir com a nova taxa não devia ser direcionada para a caça.

"As verbas provenientes de uma eventual taxa sobre as munições com chumbo, não deveriam ser usadas no investimento no setor da caça, conforme a proposta de Orçamento do Estado, mas sim em investimentos para despoluir, proteger espécies ameaçadas pelo chumbo" ou acabar com a utilização da substância, realçam os ambientalistas.

Aliás, especificam, a medida proposta "não é suficiente para resolver os graves problemas provocados nas cadeias tróficas, com consequente impacte na saúde humana", devido ao uso de munições com chumbo na caça, e a única medida eficaz seria a interdição da sua utilização e a substituição por ligas metálicas alternativas.

A utilização de cartuchos com chumbo na caça origina a libertação daquele metal pesado que resulta na contaminação dos solos e da água, com efeitos indiretos na fauna local e na saúde humana, pela ingestão de água ou alimentos cultivados em solos contaminados.

A substância é absorvida pelos organismos onde se acumula, de forma lenta, explicam as associações, citando estimativas a apontar que os adultos absorvem entre 5% a 15% do chumbo ingerido, retendo 5%, valor que é mais elevado nas crianças, podendo atingir 40%.

A contaminação por chumbo pode afetar o funcionamento do sistema nervoso ou da medula óssea e dos rins, e a Agência Internacional para a Pesquisa do Cancro (International Agency for Research on Cancer- IARC) considerou-o como um possível carcinogénico, segundo a C6.

O chumbo acumula-se igualmente nas cadeias tróficas, causando a morte por envenenamento de aves e mamíferos de espécies protegidas, sendo os patos dos grupos que mais sofrem da contaminação proveniente da caça, mas águias, abutres e lobos também "acumulam doses letais de chumbo no seu organismo ao consumirem presas contaminadas" com a substância.

Portugal é um dos poucos países europeus onde ainda é possível caçar com estas munições, uma prática que "não é aceitável duma sociedade informada e responsável", realçam os ambientalistas.

Cancerfonden
Uma associação sueca acusou na quinta-feira o Facebook de ter suprimido um vídeo sobre o cancro da mama que a rede social terá...

O grupo norte-americano pediu desculpa mais tarde, invocando um “erro”.

A associação, a Cancerfonden, publicou uma carta aberta dirigida ao Facebook para denunciar a supressão desse vídeo e indicou à agência de notícias AFP não ter conseguido chegar à fala com um representante da empresa para mostrar o seu ponto de vista.

“Achamos incompreensível e estranho que tenham percecionado uma campanha de informação médica como ofensiva”, afirmou a porta-voz da Cancerfonden, Lena Biörnstad.

O vídeo mostrava imagens animadas de mulheres a palparem, com movimentos circulares, os seios, para explicar como devem verificar nódulos suspeitos, uma medida recomendada na prevenção do cancro da mama.

“Trata-se de informações que salvam vidas, o que, na nossa opinião, é essencial”, frisou a mesma responsável.

“Lamentamos muito. A nossa equipa trata de milhões de imagens publicitárias semanalmente e em certos casos interditamos publicidades incorretamente”, reagiu um porta-voz da rede social, numa resposta por e-mail à AFP.

“Pedimos desculpa pelo erro e vamos informar o anunciante que nós aprovaremos as suas publicidades”, disse.

Oficialmente, o Facebook, que conta com 1,7 mil milhões de utilizadores, bane a nudez sem exceção.

No mês passado, a rede social causou alvoroço ao censurar, incluindo da página da primeira-ministra norueguesa, a célebre imagem de uma jovem vietnamita nua queimada por napalm.

O episódio, revelado pela própria primeira-ministra Erna Solberg, foi o culminar de uma polémica que durou dias, depois de o Facebook ter decidido bloquear temporariamente a conta do escritor norueguês Tom Egeland por difundir a mesma imagem.

Na foto, que valeu ao repórter Nick Ut um Pulitzer, aparece uma jovem vietnamita de nove anos a correr nua enquanto foge de um bombardeamento de napalm da aviação norte-americana em 1972, durante a guerra naquele país do sudeste asiático.

O Facebook reverteu depois a sua decisão, na sequência da onda de indignação, permitindo a divulgação da histórica fotografia da guerra do Vietname.

Até final de 2017
O ministro da Saúde disse que em novembro serão colocados mais 100 médicos de família em todo o país e que Portugal ficará “à...

Adalberto Campos Fernandes falava na cerimónia que assinalou a reabertura do internamento de Medicina Interna na unidade de Tomar do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), serviço cujo encerramento, no âmbito da reorganização realizada em 2012, motivou o protesto de populações e autarcas da região, num momento de “tensões e incompreensões” que o ministro recordou.

Referindo-se à resposta dos cuidados de saúde primários na região – “apenas a 16 médicos de família de ter uma cobertura plena” -, o ministro disse esperar que o objetivo de ter toda a população do país com médico de família possa ser alcançado até ao final de 2017.

Adalberto Campos Fernandes afirmou que aos mais cerca de 100 médicos de família que serão colocados em novembro se juntarão em 2017 os 400 jovens médicos que concluirão a especialidade.

“O número de médicos que vão completar especialidade no próximo ano é muito significativo, suplanta largamente o número de aposentados, e a expectativa é que, no final do ano [2017], se não estivermos a 100 por cento estaremos a 90 e muitos por cento”, declarou.

Por outro lado, adiantou, está a ser desenvolvido o projeto para a formalização da figura do enfermeiro de família.

Para o ministro, a seguir à quantidade a aposta é na qualidade, pelo que referiu a “prática política” do atual Governo de promover a gestão partilhada de recursos, a afiliação, a cooperação e a entreajuda entre hospitais, em particular com os “grandes porta-aviões”, como são os de Coimbra e Lisboa para esta região.

Questionado sobre a partilha das três unidades do CHMT (Tomar, Abrantes e Torres Novas) com o Hospital de Santarém (que tem já um acordo para internamentos de medicina interna em Torres Novas), Adalberto Fernandes disse que está “a correr muito bem”.

O ministro realçou o facto de nunca antes ter sido confrontado com uma “manifestação formal de reivindicação” para que um Conselho de Administração continuasse a exercer funções, como aconteceu esta semana por parte da Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo, que pediu a renovação do mandato da atual administração, que termina a 31 de dezembro.

“Isto é um sinal ou um sintoma de que o mundo está a mudar ou estamos a entrar num domínio em que as cumplicidades importam mais que as diferenças políticas, ideológicas, profissionais, e esta região do país, que foi durante tanto tempo martirizada por divisões, tensões, incompreensões, que tanta vez pôs este Centro Hospitalar nas notícias pelas piores razões, tem hoje motivos para celebrar um momento de viragem”, afirmou.

Para o ministro, a atração de médicos para o interior faz-se “trabalhando o prestígio, a reputação e a qualidade do ambiente interno, a relação entre as pessoas e também alguma inovação em equipamentos e em processos”.

No caso do CHMT, referiu ainda a importância da relação com as Forças Armadas, pela existência na região de várias infraestruturas da Defesa (nomeadamente em Tancos e em Santa Margarida), e saudou os contributos do presidente do Conselho Consultivo, Luís Valença Pinto.

“A saúde é também criação de valor no território”, disse, apontando o plano aprovado em Conselho de Ministros para a revalorização do interior.

Especialistas do sono
A alteração dos ponteiros do relógio para a hora de inverno traz “mais riscos que benefícios” devido à “súbita exigência de...

Na madrugada de 28 para 29 de outubro, os relógios vão atrasar uma hora, dando início ao horário de inverno, uma mudança que, segundo Miguel Meira Cruz, tem impactos negativos na saúde.

“Apesar do impacto ser claramente maior no recuo que exigimos ao tempo em meados de março, qualquer das direções em que se proceda uma mudança súbita num relógio de adaptação lenta como o que temos no cérebro, tem prejuízos significativos e potencialmente graves”, adverte Miguel Meira Cruz.

O especialista afirma que uma hora a mais de sono pode, em teoria, promover o bem-estar de quem se encontra privado desta necessidade, sendo o impacto deste benefício maior nas pessoas que se deitam mais tarde e tendencialmente se levantam mais tarde ou naqueles que atrasam a sua hora de deitar, como acontece com adolescentes.

Porém, na prática, verifica-se que “as atitudes não acompanham as intenções e este ganho tem provavelmente uma influência menor”, sublinha.

Além disso, acrescenta, “os matutinos privados de sono, podem sofrer mais nos dias subsequentes à mudança para a hora de inverno”, dado que para “além da menor flexibilidade na resposta a mudanças, as condicionantes impostas pelo novo horário afetam o humor”.

Meira da Cruz aponta alguns sintomas causados pela alteração da hora, como prevalência de alguns tipos de dores de cabeça, nomeadamente a cefaleia hípnica (surge durante o sono) e a cefaleia em salvas (dor muito forte só num lado da cabeça).

Segundo o especialista em medicina de sono, “estas condições são frequentemente desencadeadas por alterações nos ritmos circadiários estabelecidos naturalmente”.

Uma vez que a “capacidade de alerta” da pessoa oscila com o “caráter circadiário” e com o aumento do tempo na escuridão, o risco de acidentes é também aumentado, alerta.

Para o especialista, a mudança da hora “é mais um exemplo do predomínio de interesses económico-financeiros, que vigora no mundo, em detrimento daqueles dirigidos à promoção da saúde”.

“Efetivamente a alteração proposta originalmente por Benjamim Franklin, perspetivava a rentabilização de energia luminosa poupando gastos”, mas “em rigor, não só não se confirmaram os ganhos teorizados, como se tem vindo a descobrir perdas importantes associadas à alteração brusca da hora”, sustenta.

Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos
As Unidades de Cuidados Paliativos vão funcionar apenas em hospitais a partir de 2018 e as localizadas na rede de cuidados...

De acordo com o Plano Estratégico para ao desenvolvimento dos Cuidados Paliativos no biénio 2017-2018, que esteve em discussão pública até sábado passado, as Unidades de Cuidados Paliativos (UCP) são serviços específicos de cuidados paliativos, em unidades hospitalares.

Estas unidades dispõem de espaço físico independente e recursos próprios, nomeadamente médicos e enfermeiros a tempo inteiro e destinam-se ao acompanhamento dos doentes com necessidades paliativas mais complexas, em situação de descompensação clínica ou emergência social, como seja a exaustão grave do cuidador.

No documento lê-se que as UCP da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) localizadas fora dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devem, no prazo de três anos, ser convertidas noutra tipologia da RNCCI.

A Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP) desaconselha a abertura de novas UCP no âmbito da RNCCI e propõe “a conversão das UCP instaladas em hospitais do SNS (11 das 22 UCP da RNCCI, ou seja, 183 das atuais 362 camas de UCP) em UCP hospitalares, passando a ser financiadas e geridas de forma semelhante aos outros serviços de internamento do hospital, o que permitirá agilizar as admissões e altas, tornando estes recursos mais eficientes”.

Para o presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP), Manuel Luís Capelas, a medida representa um “retrocesso em relação ao acesso aos cuidados especializados”, uma vez que “vão ser retirados do mapa as unidades (privadas e sociais)”.

“Só ficam as unidades que estão nos hospitais do SNS, o que vai diminuir a proximidade”, adiantou.

O presidente da APCP recordou que as UCP nas unidades do SNS são incrivelmente mais caras do que as contratualizadas externamente.

“Os doentes que deviam estar no SNS deviam ser os agudos e de elevada complexibilidade”, defendeu.

Manuel Luís Capelas critica ainda o facto de os contributos da associação que dirige “não terem sido levados em conta” e que foram “rasgados na sua essência”.

Contactada pela Lusa, a presidente da Comissão Nacional dos Cuidados Paliativos, Edna Gonçalves, defendeu o documento, recordando que o mesmo entrou agora numa fase de “análise atenta e ponderada de todos os comentários e sugestões recebidos e a integração do que for considerado pertinente no documento a aprovar pela tutela”.

O documento, adiantou, “teve até agora não duas mas muitas versões, que circularam entre os peritos que contribuíram para a sua elaboração, até chegarem a um consenso que foi enviado” à tutela.

Edna Gonçalves refuta algumas das críticas da APCP, nomeadamente a “falta de descentralização das unidades de excelência, especializadas e estruturadas”.

Para a associação, “a prestação de cuidados a doentes de baixo ou média complexidade e suas famílias por profissionais isolados irá limitar o acesso destes a cuidados estruturados e adequados”.

Segundo Edna Gonçalves, “será incentivada a abertura de UCP em todos os hospitais do SNS, o que vai ser desde já incluído no contrato programa dos hospitais”.

Outra crítica apontada pela APCP é a “falta de aposta e apoio na formação dos profissionais de saúde, principalmente ao nível estratégico, com ausência de medidas concretas e realistas”.

O plano, responde Edna Gonçalves, “prevê e foram já dados alguns passos para que a formação em cuidados paliativos passe a ser dada em todas as escolas de medicina e enfermagem do país”.

Também a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) criticou alguns aspetos do plano, nomeadamente a abertura ou manutenção de unidades de internamento de cuidados paliativos apenas em hospitais de agudos, bem como o fecho ou alteração de tipologia de unidades existentes da RNCCI.

“É nosso entendimento que existe uma faixa importante de doentes paliativos que, a necessitar de internamento, não se enquadram em qualquer das tipologias de cuidados existentes, pelo que consideramos ser importante existir internamento de cuidados paliativos fora dos hospitais de agudos”, lê-se num comunicado da associação.

Em Lisboa
O primeiro Congresso Nacional do Bebé reúne no sábado em Lisboa médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas e também pais e...

Além dos temas centrados no bebé, o Congresso vai discutir igualmente assuntos mais ligados aos pais, como a depressão na gravidez ou no pós parto.

Segundo a psiquiatra Carina Mendonça, cerca de um quinto das mulheres apresenta depressão no período da gravidez e no puerpério, fases que muitas vezes são associadas a alegrias e realizações, o que nem sempre se traduz na realidade.

“Muitas mulheres experienciam tristeza ou ansiedade nesta fase das suas vidas, de forma tão intensa e disfuncional, que torna a vivência da maternidade um verdadeiro sofrimento”, refere em entrevista à agência Lusa a psiquiatra que participará no Congresso Nacional do Bebé.

Vários são os fatores que podem contribuir para uma patologia depressiva ou ansiosa na gestação, como dificuldades financeiras, falta de apoio familiar, relacionamento conjugal e, com grande influência, existência prévia de gravidez ou ansiedade.

No pós-parto, aliam-se as mudanças bruscas a nível hormonal a uma necessidade de reorganização da vida da mulher e do casal.

Carina Mendonça sublinha que quadros patológicos depressivos ou ansiosos acabam por ser muitas vezes ignorados ou desvalorizados na gravidez e pós-parto, “perpetuando um grande sofrimento para a mulher e com consequências nefastas no desenvolvimento da própria gravidez, do parto ou do bebé”.

“Infelizmente ainda existem muitos profissionais de saúde que contraindicam a consulta de especialidade e os respetivos tratamentos. Outras vezes, quando a referenciação à consulta de saúde mental é sugerida, são as mulheres que recusam pelo estigma ou pelo medo relacionado com os tratamentos”, lamenta a psiquiatra.

A especialista lembra que sintomas depressão durante a gestão constituem um fator de risco para depressão pós-parto; por sua vez, casos de mulheres com depressão pós-parto não adequadamente tratadas podem conduzir a prejuízos no desenvolvimento cognitivo e da linguagem do bebé.

“O acompanhamento psiquiátrico nestas fases é primordial (…). A intervenção deverá ser integrada através da associação entre a psicoterapia e a psicofarmacologia”, refere Carina Mendonça, salvaguardando que uma cuidadosa avaliação permite compatibilizar o tratamento medicamentoso com a própria amamentação.

Ainda no capítulo sobre “cuidar dos pais”, o Congresso do Bebé contará com a perspetiva da pediatra Joana Appelton Figueira sobre “os medos dos pais”.

“Mais do que chamar medrosos aos pais ou tentar classificar esta geração de pais, interessa-me conhecer os medos que trazem para lhes mostrar tudo o que são capazes de fazer”, referiu à Lusa a pediatra, em resposta a perguntas sobre a sua intervenção no congresso.

Joana Figueira reconhece que atualmente os pais têm muitas expetativas em relação aos seus filhos, muitas delas infundadas: imaginam um bebé perfeito, sempre feliz, que dorme e come bem e aprende depressa.

Além disso, os pais esperam recuperar depressa o estilo de vida prévio ao nascimento do bebé e há uma multiplicidade de exigências difícil de corresponder, sobretudo em relação às mulheres: “Das mães espera-se que sejam lindas, magras e bem arranjadas logo a seguir ao parto, que voltem ao trabalho, mas amamentem em exclusivo e vão a todas as festas das amigas…”

“O primeiro passo para promover a confiança dos pais é ajudá-los a pensar nas suas expetativas e nos seus valores”, defende a pediatra, considerando que os profissionais de saúde devem demonstrar as competências dos pais e dos bebés em cada interação com as famílias, forma de promover a autonomia e evitar o abuso do recurso aos profissionais.

Constança Ferreira, organizadora do Congresso Nacional do Bebé, explica que muitos outros temas serão abordados no encontro: o sono, o choro, a construção do cérebro nos primeiros anos e os equívocos da comunicação entre o adulto e o bebé.

“Vai ser um dia muito informático para os pais e cuidadores que queiram participar, já que o congresso não é um evento fechado aos profissionais. E os bebés são naturalmente bem-vindos”, referiu à Lusa a terapeuta de bebés .

Aliás, o encontro é todo ele um “espaço amigo da amamentação”, havendo também locais para trocar a fralda ou poder colocar o bebé a brincar.

Eurostat
Portugal tinha, em 2014, 16,6% de adultos obesos, um valor acima da média da União Europeia (UE 15,9%) e a tendência para o...

Em Portugal, a maior taxa de obesidade era as pessoas entre os 65 e os 74 anos (22,1%), seguindo-se o grupo entre os 45 e os 64 anos (21,9%) e o das pessoas com mais de 75 anos (16,7%).

Entre os 18 e os 24 anos a taxa de obesidade era, em 2014, de 5,7% e a das pessoas entre os 25 e os 34 anos de 9,4%.

Na média da UE, a taxa de obesidade mais alta é também registada entre as pessoas na faixa etária 65-74 anos (22,1%), seguindo-se a do grupo 45-64 (19,6%), a das pessoas a partir dos 75 anos (17,3%), a do grupo entre os 35 e os 44 (14,2%) e as faixas etárias 29-34 (9,9%)e 18-24 (5,7%).

Analisando por nível de escolaridade, a taxa mais alta, em Portugal, era de 20,9% para as pessoas com mais baixa educação, seguindo-se as de média educação (10.7%) e as que têm um nível alto de educação (8,6%).

A média da UE é, respetivamente, de 19,9%, 16,0% e 11,5%.

Analisando por género, há mais obesidade entre as mulheres (17,8%) do que nos homens (15,3%), valores que contrariam a média europeia (16,1% de homens obesos e 15,7% de mulheres).

Considera-se obesa a pessoa cujo índice de massa corporal é superior a 30.

11ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus
A diabetes afeta perto de um milhão de portugueses e a pré-diabetes atinge cerca de três milhões, um aumento significativo que...

Os dados são do Observatório Nacional da Diabetes e vão ser refletidos durante a 11ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

Segundo o organizador do evento, Carlos Godinho, a crise económica vivida em Portugal, nos últimos anos, “trouxe um acréscimo da diabetes” porque as pessoas ao terem menos poder de compra optam por alimentos de fraco valor nutricional que favorecem a obesidade.

“A crise ajudou os portugueses a alargarem o cinto. Não a apertar mas sim a alargar o cinto porque engordaram devido a uma má alimentação e esse é um dos fatores associados ao aumento da diabetes”, disse à Lusa aquele responsável.

O aumento da diabetes tipo 2 nas crianças e nos jovens até aos 20 anos é fator de preocupação que integra os tópicos desta reunião assim como a diabetes gestacional e a educação terapêutica.

O conceito de educação terapêutica consiste em dotar o doente de conhecimentos suficientes para que o próprio possa gerir a sua doença.

Carlos Godinho explicou que a educação terapêutica pode ser aplicada aos diabéticos e pode influenciar na história natural da doença e até ajudar a prevenir o aparecimento de complicações.

Os profissionais de saúde pretendem que a prevenção da diabetes possa envolver toda a sociedade portuguesa.

“A diabetes é um problema de todos. Da classe médica e dos profissionais de saúde em geral, mas também da população e das autoridades de uma forma geral”, observou dando como exemplo as autarquias que podem apostar na criação de espaços ao ar livre onde a população possa praticar exercício físico.

Combater os hábitos sedentários e incentivar bons hábitos alimentares são vitais para a prevenção da diabetes e também na sua gestão após diagnóstico.

A 11ª Reunião Nacional do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna decorre em Olhão, distrito de Faro, até 22 de outubro.

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) terminou a revisão da informação relativa a todos os medicamentos contendo metformina...

Informação para os profissionais de saúde
- Os medicamentos contendo metformina podem ser utilizados em doentes com função renal moderadamente reduzida (GFR = 30-59 ml/min). O uso em doentes com GFR < 30 ml/min continua contraindicado;
- O GFR deve ser avaliado antes do início do tratamento com metformina e anualmente durante o tratamento;
- Em doentes com função renal moderadamente reduzida deve ser considerada a utilização de doses reduzidas de metformina;
- Os fatores de risco para acidose láctica devem ser revistos antes e durante o tratamento;
- Para os medicamentos de dose fixa contendo metformina em associação com outra substância, deve ser considerado o uso das diferentes substâncias ativas em separado face às restrições, eficácia e viabilidade de ajustamento da dosagem da outra substância.
- A informação do RCM dos medicamentos contendo metformina será harmonizada relativamente à utilização destes medicamentos em doentes com função renal moderadamente reduzida e às precauções relativas ao risco de acidose láctica.

Informação para os doentes
- Os medicamentos contendo metformina são utilizados para o tratamento da diabetes tipo 2, isoladamente ou em associação com outros antidiabéticos orais ou com insulina;
- Os doentes com função renal moderadamente reduzida (GFR = 30-59 ml/min) podem agora utilizar metformina, desde que a dose deste medicamento seja adaptada à função renal do doente. Estes medicamentos continuam contraindicados em doentes com redução grave da função renal (GFR inferior a 30 ml/mim);
- Os doentes com função renal reduzida podem ter um risco maior de desenvolverem acidose láctica, uma complicação rara, mas grave, que se deve a uma acumulação de ácido láctico. No entanto, este risco pode ser minimizado monitorizando a dose administrada;
- A desidratação aumenta o risco de acidose láctica. Se tiver vómitos, diarreia, febre, se está exposto ao calor ou beber menos líquidos do que o normal poderá ficar desidratado. Nestes casos pare de tomar metformina e consulte de imediato o seu médico.
- Caso tenha dúvidas sobre o seu tratamento para a diabetes ou sobre a sua função renal, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.

O Infarmed continuará a acompanhar esta questão e implementará a decisão final, legalmente vinculativa, a ser emitida pela Comissão Europeia.

Administração Central do Sistema de Saúde
Mais de 66 mil utentes optaram por consultas em hospitais fora da sua rede habitual, nos primeiros quatro meses de...

De acordo com dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), 66.217 utentes foram referenciados para uma primeira consulta fora da rede hospitalar habitual, entre 01 de junho a 30 de setembro.

Desde 01 de junho que “o cidadão que aguarde pela primeira consulta de especialidade hospitalar pode, em articulação com o médico de família responsável pela referenciação”, pode “optar por qualquer uma das unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) onde exista a especialidade em causa”.

Os hospitais mais escolhidos pelos utentes foram o Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, os centros hospitalares de Lisboa Norte (CHLN), de Lisboa Central, do Porto e de São João (Porto).

 

As unidades com mais utentes que solicitaram consultas fora da sua rede hospitalar habitual foram os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) Ave III (Famalicão), Tâmega III (Vale do Sousa Norte), Lezíria (Santarém), Amadora e Sintra.

No Porto
Os alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto voltam este ano a trocar os livros por ações de voluntariado em...

“A unidade de Formação Social e Humana é uma resposta a uma ânsia da sociedade (…) e à preocupação com a formação social e humana do médico. Procura-se fomentar a proximidade entre o futuro médico e o seu doente”, disse Manuel Nuno Alçada, docente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e responsável pela disciplina.

Dois anos depois de inaugurar esta unidade de formação, a FMUP assina hoje um novo protocolo de cooperação com 32 instituições de solidariedade social que acolherão 230 estudantes durante este ano letivo.

A Unidade Curricular de “Formação Social e Humana” desafia os jovens a integrarem no seu plano curricular 50 horas de voluntariado em instituições onde contactam com diversas realidades, desde “pessoas desfavorecidas, crianças com deficiências, idosos” o que os “ajuda a crescer”.

Esta disciplina opcional do segundo ao quinto ano quer, assim, fazer com que os futuros médicos “não percam de vista que não estão só a lidar com doentes mas sim com pessoas”.

A adesão dos alunos à disciplina “tem sido elevada” e desde que foi criada tem atraído cerca de 200 estudantes por ano.

Para este ano letivo estão já inscritos 130 alunos para o primeiro semestre da disciplina com ações de voluntariado de onde os alunos “dizem que saem cansados mas felizes”.

A sessão está marcada para as 15:00 na Aula Magna da FMUP estando previstas intervenções do pró-reitor da Universidade do Porto, Manuel José Fontes de Carvalho, do bispo auxiliar do Porto, D. António Augusto, da diretora da FMUP, Maria Amélia Ferreira, do professor Manuel Nuno Alçada e do presidente da associação de estudantes Francisco Vieira.

De entre as 32 instituições que fazem parte deste protocolo estão a Liga Portuguesa contra o Cancro, o Centro Social da Legião da Boa Vontade, a Casa Ronald McDonald do Porto e a Médicos do Mundo.

"Estado da População Mundial"
As Nações Unidas apelam hoje a um investimento nas meninas de 10 anos, argumentando que se este grupo de mais de 60 milhões...

No relatório sobre o "Estado da População Mundial", hoje divulgado, o Fundo das Nações Unidas para a População conclui que atualmente existem 125 milhões de crianças de 10 anos no mundo, das quais 60 milhões são meninas, que estão "sistematicamente em desvantagem" face os rapazes: têm menos probabilidade de acabar a escolaridade e mais probabilidade de serem forçadas a casar e a trabalhar e a serem sujeitas a outras práticas nefastas, como a mutilação genital feminina.

Mais de metade destes 60 milhões de meninas vive nos 48 países com piores indicadores na igualdade de género; nove em cada dez vivem em países em desenvolvimento e uma em cada cinco vive num dos países menos desenvolvidos.

Atualmente, 16 milhões entre os 6 e os 11 anos nunca chegam a começar a escola, o dobro da proporção de rapazes.

No entanto, o seu potencial é maior do que o dos rapazes: cada ano de ensino que uma rapariga tem reflete-se num aumento de 11,7% no seu salário futuro (nos rapazes o aumento é de 9,6%).

Se todas as raparigas de 10 anos atualmente fora do ensino nos países em desenvolvimento concluíssem o ensino secundário, teriam um dividendo anual de 21 mil milhões de dólares.

Pelo contrário, escrevem os autores do relatório, se as meninas de 10 anos de hoje forem impedidas de atingir o seu potencial e de contribuir para o progresso económico e social das suas comunidades, os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), definidos no ano passado pela ONU para 2030, não serão alcançados.

"Em muitos sentidos, a trajetória de vida das meninas de 10 anos será o verdadeiro teste sobre se a agenda 2030 será um sucesso ou um falhanço", escreve o diretor-executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin, no prefácio do relatório.

O também vice-secretário-geral da ONU sublinha ainda: "Sempre que o potencial de uma menina não se realiza, perdemos todos. Pelo contrário, quando uma menina consegue exercer os seus direitos, é saudável, completa o ensino e toma decisões sobre a sua própria vida, ela - e toda a gente à sua volta - ganha".

"Quando uma menina faz 10 anos, o seu mundo muda", escreve o diretor-geral.

Em algumas partes do mundo, a aproximação da adolescência é um abrir de possibilidades, mas noutras, uma rapariga na puberdade passa a ser vista como um bem, que pode ser vendido ou trocado. Pode ser forçada a casar, retirada da escola e obrigada a ter filhos e a começar uma vida de servidão.

O relatório reconhece que as perspetivas para uma menina de 10 anos são hoje melhores do que há uma geração, mas as melhorias têm sido desiguais, tanto entre países como dentro dos países. Com efeito, as diferenças dentro dos países podem até ser maiores do que entre países.

Atualmente, 10% das meninas dos 5 aos 14 anos fazem mais de 28 horas de trabalhos domésticos por semana, o dobro dos rapazes.

Três em cada quatro meninas que trabalham não são pagas.

Estima-se que todos os dias haja 47.700 raparigas em risco de casar antes dos 18.

Para contrariar estes números, a ONU propõe dez ações que passam por legislação para estipular a igualdade de género ou para banir práticas ilegais e proibir o casamento antes dos 18 anos, mas também pela promoção de uma educação de qualidade, serviço de saúde universal e educação sexual a partir da puberdade, entre outras.

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