Em Portugal
O primeiro medidor de glicose que evita as picadas nos dedos rotineiras entre os diabéticos foi hoje lançado em Portugal, sendo...

É constituído por um sensor redondo que mede 35 por 5 milímetros, que é instalado na parte posterior do braço e que tem uma duração de 14 dias, medindo em permanência os níveis de glicose intersticial (líquido que fica entre as células do corpo e que se encontra nas camadas superficiais da pele).

O presidente da Sociedade de Diabetologia, José Luís Medina, considera que este medidor é “a última revolução” no controlo da diabetes, contribuindo para “melhorar significativamente a vida dos doentes”.

Possibilita fazer várias leituras por dia e, além de dar ao doente o valor do momento, permite perceber o que se passou nos níveis de glicose nas últimas oito horas e também mostra a tendência de evolução para o futuro.

Este novo medidor de glicose está indicado para todos os diabéticos, mesmo para crianças a partir dos 4 anos, mas são os doentes com diabetes tipo 1 e com diabetes tipo 2 menos controlada e que fazem insulina quem mais pode beneficiar, reconhece José Luís Medina.

O kit inicial do aparelho Freestyle Libre custa 169,90 euros e bem com um leitor e dois sensores, dando para cerca de um mês de utilização, já que os sensores têm duração de até 14 dias. Cada sensor custa depois 59,90 euros.

Assim, em média, o custo mensal para utilizar este novo medidor ronda os 120 euros, como reconheceu Paulo Sousa, responsável do laboratório que comercializa o dispositivo.

Mas Paulo Sousa defende que a diferença de preço para a normal tecnologia de tiras que obriga a picadas nos dedos não é muito significativa, se não se contar com a comparticipação estatal.

Um doente do tipo 1 controla os seus níveis uma média de seis vezes ao dia, consumindo assim uma média de 3,6 caixas de tiras por mês. Cada embalagem de tiras custa menos de 20 euros, o que perfaz um custo mensal de cerca de 80 euros.

Contudo, o utente não paga além de sete euros por mês porque o Estado comparticipa em 85% estes produtos para os diabéticos, além de comparticipar a 100 por cento os tradicionais leitores das tiras que medem a glicémia.

O laboratório que comercializa o Freestyle Libre espera que esta tecnologia venha também a ser comparticipada pelo Estado e adianta que já foram feitas diligências junto das autoridades.

O presidente da Sociedade de Diabetologia defende igualmente que o Estado comparticipe esta tecnologia, adiantando que os doentes estão ansiosos por experimentar.

“Implica maior liberdade e melhor qualidade de vida”, argumenta o médico endocrinologista. E refere que estudos têm demonstrado que este novo método traz uma redução das baixas de glicose e consegue aumentar a adesão à monitorização ou controlo dos níveis, sobretudo para os doentes que têm de picar muitas vezes os dedos.

É o caso de João Nabais, professor universitário que tem diabetes tipo 1 há 35 anos e faz em média oito picadas diárias para medir a glicose. Está agora a experimentar o novo medidor que é hoje lançado em Portugal e identifica para já a facilidade na sua aplicação e na leitura dos resultados.

Em declarações, este diabético relata ainda que o medidor é discreto, não se notando a sua utilização, e sublinha como principal vantagem ser um sistema de monitorização contínua que permite ver os perfis de glicémia, percebendo se há tendência ou não de subida.

Em Portugal, cerca de um milhão de pessoas vive com diabetes e mais dois milhões têm risco elevado de a vir a desenvolver.

Estudo
Praticar exercício físico regular pode ajudar a compensar alguns aspetos dos efeitos nocivos para a saúde associados ao consumo...

Os dados demonstraram que "a associação entre a ingestão de álcool e o risco de mortalidade foi atenuada pela prática de exercício físico", descreveu a equipa no jornal médico.

Estudos anteriores mostraram que o consumo excessivo de álcool está relacionado a um aumento do risco de morte por diferentes causas, como doenças cardiovasculares, derrames cerebrais e alguns tipos de cancro.

Para determinar se a atividade física atenua a associação entre a ingestão de álcool e a morte por várias causas, escreve o Sapo, os cientistas estudaram as respostas a questionários apresentados na Inglaterra e Escócia entre 1994 e 2006.

Comparados com a abstinência, o consumo de álcool em níveis nocivos - ou seja mais de uma unidade de álcool diária, equivalente a mais de uma taça de vinho por dia, aproximadamente - aumenta o risco de mortalidade.

Ao ter-se em consideração o fator da atividade física, observou-se que o risco de mortalidade aumentava em função da quantidade de álcool ingerida para as pessoas sedentárias. O risco diminuía, porém, e até desaparecia em alguns casos, para os fisicamente ativos desde que o consumo fosse apenas esporádico e abaixo do quantidade recomendada.

 

"Os nossos resultados dão argumentos adicionais a favor da atividade física como meio para favorecer a saúde da população, ainda na presença de outros comportamentos menos saudáveis", acrescenta o estudo.

Em 2017
O serviço de psiquiatria e saúde mental do Hospital de Santa Maria vai ser todo remodelado no próximo ano, um projeto que conta...

Falando na cerimónia das comemorações do Dia da Criança e do Adolescente, que decorreu no Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins lembrou que há 60 anos que aquele serviço não era alvo de intervenção.

“Vamos agora começar em 2017 o investimento que faltava que era também o mais significativo, que é na psiquiatria e saúde mental, porque vai abranger toda a área da psiquiatria - os 3 pisos - e vai colocar o nosso serviço no patamar das boas práticas desejáveis”, afirmou o responsável.

Carlos Martins adiantou, segundo o Diário Digital, que o projeto deverá estar concluído num ano: meio ano para a obra e o restante para os procedimentos, já que será submetido a concurso público.

O presidente do conselho de administração do CHLN anunciou ainda que irá apoiar a parte que estava em falta da Associação para as Crianças de Santa Maria, com vista a concretizar um novo centro de ambulatório pediátrico.

“Vamos apoiar, em termos de demolições e infra estruturas, a associação e isso permite que a associação antecipe a obra do Centro Ambulatório Pediátrico Maria Raposo, e estamos em crer que no dia da criança teremos a inauguração desta obra importante.

Na mesma altura, dia 1 de junho de 2017, Carlos Martins espera poder igualmente inaugurar a Unidade de Internamento de Psiquiatria para Adolescentes (14 aos 21 anos), também anunciada hoje, que vem preencher uma lacuna no Serviço Nacional de Saúde, já que os mais novos são muitas vezes internados em serviços de psiquiatria de adultos, por falta de resposta nos serviços.

Só em 2015 (dados mais recentes), 31 adolescentes tiveram de ser internados em psiquiatria de adultos.

Este projeto não visa apenas dar resposta às necessidades da área envolvente do CHLN, mas funcionar articuladamente e em conjunto com o Centro Hospitalar Lisboa Central e com o Centro Hospitalar Psiquiátrico.

“Esperamos concluir no final deste ano as duas fases que estavam definidas e poder determinar a área e valor de investimento para incluir no plano de investimentos do próximo ano”.

Embora não tenha data limite de conclusão prevista, Carlos Martins espera conseguir concretizar este investimento antes do verão.

“Se conseguíssemos conjugar a inauguração do centro ambulatório pediátrico com a unidade de internamento de pedopsiquiatria seria um momento de grande felicidade para nós, para os profissionais, para os pais daqueles que precisam de ser internados”, considerou.

Ainda no mesmo âmbito, foi hoje assinado um protocolo entre a Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e o CHLN para “Criação de Equipas Comunitárias de Saúde Mental da Infância e da Adolescência na Região do Oeste”.

Para Carlos Martins, este é um “trabalho muito importante que vai permitir proximidade às crianças, às famílias, e evitar deslocações de várias dezenas e por vezes centenas de quilómetros, de crianças e suas famílias a Santa Maria.

Estas equipas comunitárias vão começar a trabalhar no terreno já a partir de outubro, assegurou.

O psiquiatra Daniel Sampaio, presente nas comemorações, lembrou que 50% das doenças mentais se iniciam na adolescência, que 75% começam antes dos 24 anos e que 10% dos adolescentes têm problemas ligados à saúde mental.

No entanto, dados da Organização Mundial de Saúde, referidos neste encontro, revelam que uma em cada cinco crianças ou adolescentes sofram de perturbação mental e que o suicídio é a segunda causa de morte entre os 15 e os 24 anos.

Doença do fígado
A associação Raríssimas apresenta hoje um projeto para aumentar o conhecimento sobre a colangite biliar primária, uma doença do...

A propósito do dia Mundial da Colangite Biliar Primária (CBP), que se assinala domingo, a Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras desenvolveu este projeto, que será apresento na Casa dos Marcos, na Moita, e pretende aumentar o número de pessoas com conhecimento sobre a doença.

“A escassez de informação sobre doenças raras por vezes afeta o devido encaminhamento e esclarecimento dos doentes. Daí ser muito necessário ter acesso à informação sobre a doença para aumentar a possibilidade de um diagnóstico e um tratamento o mais depressa possível”, disse Joana Neves, psicóloga clínica e da saúde, coordenadora da Linha Rara.

A responsável adiantou que o projeto que desenvolveu sobre a doença tem como objetivo primordial aumentar o conhecimento sobre a CBP nos profissionais de saúde, nos médicos de família e naqueles que estão nos cuidados de saúde primários que recebem em primeiro lugar os doentes e nas famílias.

Joana Neves referiu que o projeto prevê diversas atividades, a distribuição de matérias informativas, folhetos e cartazes, em unidades hospitalares, além de vários workshops e da realização de um filme que “irá alertar para os sintomas, diagnóstico e tratamento da colangite biliar primária”.

Quanto à CBP, Joana Neves adiantou que se trata de uma doença “que muitas das vezes quando é diagnosticada é assintomática ou os próprios sintomas acabam por passar despercebidos”.

“Na CBP pode haver um prurido ou cansaço, mas a pessoa não vai associar a um problema de fígado, pois os outros sintomas que possam ser mais marcantes e visíveis, como a iterícia, já surgem numa fase muito avançada da doença”, explicou.

A psicóloga clínica e da saúde lembrou as dificuldades num diagnóstico com base “nos sintomas iniciais” da doença, que podem ser descobertos através dos valores da função hepática alterados numa análise de rotina ao sangue e que “vão chamar a atenção para algum quadro clínico que ainda não foi compreendido”, explicou.

As estimativas apontam para a existência de mil a dois mil doentes com CBP em Portugal e Joana Neves explica que a doença atinge sobretudo mulheres entre os 40 e os 60 anos, embora também possa ser diagnosticada em homens e mulheres mais jovens.

Sobre os numeros reais da doença, a responsável afirma: "Serão sempre poucos pois é uma doença rara com baixa prevalência na população”.

A Colangite Biliar Primária é a segunda causa de transplante de fígado – caso não seja tratada a tempo pode provocar cirrose hepática -, sendo responsável, na Europa, por 9% de todos os transplantes de fígado efetuados.

Estudo
Lisboa é das cidades mais envelhecidas da Europa e, entre os moradores com mais de 50 anos, regista mais mulheres do que homens...

Os dados, dados a conhecer na Câmara Municipal de Lisboa, baseiam-se no inquérito SHARE - Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe, um projeto internacional e multidisciplinar que compara o envelhecimento populacional em Lisboa com o da população portuguesa e com a média de 16 países europeus, através do seguimento de pessoas com mais de 50 anos.

De acordo com o investigador Manuel Villaverde Cabral, que está a coordenar o estudo, Portugal está entre os 10 países mais envelhecidos no mundo “e o caminho é para baixo”.

Lisboa e Portugal estão nitidamente mais envelhecidos em relação à média dos outros 16 países europeus escolhidos para comparação neste estudo.

Em Portugal, apenas 13% da população tem até 15 anos, enquanto 23% tem 65 ou mais anos. Esta percentagem aumenta em Lisboa, onde um quarto da população residente é idosa.

Em Lisboa, tal como no resto do país, há mais mulheres do que homens com 50 ou mais anos, “uma diferença que vai aumentando com a idade, porque as mulheres vivem mais tempo”.

No entanto, para o investigador, o grande problema de Lisboa, mas sobretudo de Portugal, em comparação com os outros países, é “o brutal atraso” da escolaridade da população analisada.

“Portugal é absolutamente único no seu brutal atraso. Nós ainda não estamos 100% alfabetizados, coisa que os suecos estão há mais de 100 anos. E isso tem efeitos”, disse.

Mesmo assim, a capital “é de longe a região mais escolarizada de Portugal”, com uma média de 7,57 anos de escolaridade na população com mais de 50 anos, enquanto a média portuguesa é de 5,79 anos e a média de países europeus anda nos 10,4 anos de escolaridade.

O estudo revela que os portugueses com mais de 50 anos “tendem a ter qualidade de vida inferior à média europeia” e que os rendimentos familiares estão relativamente perto da média europeia, mas “são muito mais baixos do que os da Suécia”, por exemplo.

Em Lisboa, os rendimentos destas famílias rondam os 25 mil euros anuais, enquanto a média portuguesa anda em cerca de 20 mil euros e a europeia nos 30 mil euros anuais.

Para Villaverde Cabral, “o envelhecimento ativo é de longe o fator com mais peso no estado de saúde das pessoas”, apesar da concorrência de outros fatores como “o curso de vida, a diferença de escolaridade, a diferença das formas de emprego, nomeadamente o rendimento e a reforma como consequência do mesmo”.

No entanto, em Lisboa, o índice de envelhecimento ativo é de 5,82, quase o dobro do índice português (2,84), mas muito aquém da média do conjunto dos 16 países do SHARE considerados, no qual Portugal está incluído, no qual o índice de envelhecimento ativo é de 6,51.

O investigador defendeu o reforço do envelhecimento ativo através de políticas municipais destinadas a seniores, reforçando a informação de atividades disponíveis, facilitando a mobilidade individual e coletiva, o apoio ao associativismo sénior e o reforço do apoio domiciliário.

O SHARE disponibiliza dados sobre a saúde, o estatuto socioeconómico e as redes sociais e familiares, com base no acompanhamento de mais de 85.000 indivíduos, com 50 ou mais anos, desde 2001 e até 2024.

Portugal integra o projeto desde 2010-2011, contou com uma amostra de 2.080 participantes (57% do sexo feminino e 43% do sexo masculino), com uma média de idades de 66 anos, enquanto Lisboa contou com uma amostra independente representativa da cidade adicional de 501 participantes, com uma média de idades de 68 anos, sendo 60,1% deles mulheres e 39,9% homens.

Estudo
Os gémeos devem nascer às 37 semanas de gestação para minimizar os riscos de morte fetal e neonatal, conclui um estudo...

Publicado no British Medical Journal, o estudo baseia-se nos resultados de 32 estudos realizados nos últimos 10 anos que abrangem 29,6 mil gravidezes gemelares dizigóticas (em que cada gémeo tem a sua placenta) e 5,4 mil monozigóticas (em que os gémeos partilham a mesma placenta).

Já se sabia que o risco de morte fetal intrauterina é maior nas gravidezes de gémeos do que de nas um só feto e que o risco aumenta com o tempo de gestação, pelo que, muitas vezes, antecipa-se o parto para prevenir complicações.

No entanto, não se sabia com certeza qual a idade gestacional ótima para induzir o parto de forma a minimizar os riscos.

As recomendações atuais oscilam entre as semanas 34 e 37 para as gravidezes monozigóticas e entre as semanas 37 e 39 para as dizigóticas.

O estudo agora publicado, que incluiu apenas gravidezes não complicadas, comparou a mortalidade intrauterina e a mortalidade neonatal para diversas idades gestacionais posteriores à semana 34.

Os resultados para as gravidezes dizigóticas mostraram que o risco de morte fetal intrauterina se equilibra com o risco de morte neonatal na semana 37 de gestação.

Adiar o parto até às 38 semanas aumentava em média o risco de morte fetal intrauterina em 8,8 mortes por cada 1.000 gravidezes.

Nas gravidezes monozigóticas, o risco de morte fetal parece ser maior do que o da morte neonatal para além da semana 36 de gestação.

No entanto, os cientistas evitam fazer uma recomendação firme sobre o momento ótimo do parto no caso das gravidezes gemelares monozigóticas devido ao reduzido número de casos representativos deste grupo.

 

"Para minimizar as mortes perinatais em gravidezes gemelares dizigóticas sem complicações o parto deve ser considerado às 37 semanas; nas gravidezes monozigóticas o parto deve ser considerado à semana 36", concluem os cientistas.

EURETINA AWARD 2016
O professor emérito de Oftalmologia na Universidade de Coimbra José Cunha-Vaz vai receber na quinta-feira, em Copenhaga,...

O galardão será entregue na sessão de abertura do 16.º Congresso da Sociedade Europeia de Retina, o maior e o principal evento do mundo dedicado ao tema da Retina, e que anualmente reúne cerca de 5.000 oftalmologistas de todo o mundo.

"É com grande satisfação e honra que recebo esta distinção, perante uma tão ilustre comunidade científica a nível mundial. O EURETINA AWARD 2016 é o reconhecimento pela comunidade internacional do valor do trabalho que venho desenvolvendo ao longo da minha carreira e dos inúmeros contributos para a inovação no campo da ciência e da medicina da retina que com ele alcancei, e testemunha além do mais a qualidade da investigação científica que se faz em Portugal," afirma o médico, presidente da AIBILI - Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem, num comunicado enviado à agência Lusa.

José Cunha-Vaz, que se tem distinguido no tratamento das doenças da retina, e mais particularmente da retinopatia diabética (uma das principais causas de cegueira tal como a degenerescência macular relacionada com a idade), irá proferir durante a sessão de abertura do Congresso uma palestra intitulada The Blood-Retinal Barrier in retinal disease management, tema principal na sua atividade clínica, e no âmbito do qual foi recentemente reconhecido com o Prémio Pfizer 2015, por um trabalho desenvolvido em parceria com o oftalmologista Torcato Santos.

Com uma atividade profissional que se estende por cinco décadas e que foi devidamente reconhecida pela comunidade científica com diversos galardões, José Cunha-Vaz mantém-se como presidente da AIBILI, associação privada sem fins lucrativos criada em 1989, que tem como principal objetivo promover a transferência de tecnologia na área da saúde com particular ênfase na investigação clínica oftalmológica.

A AIBILI dedica-se ao desenvolvimento e investigação clínica de novos produtos na área de saúde para o tratamento médico e diagnóstico por imagem, "privilegiando a inovação e a investigação translacional, com especial ênfase em visão e imagem, com o objetivo de trazer ao doente os resultados da investigação biomédica".

Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
Um estudo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto, recomenda maiores intervalos de tempo entre reforços...

"Quanto menos vacinas forem administradas, menor probabilidade de efeitos secundários, pouco graves mas aborrecidos, como a dor, o inchaço local e a vermelhidão", disse o coordenador do projeto e investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Guilherme Gonçalves.

Esta é uma das recomendações do estudo, presentes no novo Programa Nacional de Vacinação (PVN), em vigor a partir de 2017, que envolveu ainda o investigador do ICBAS João Frade e cientistas do Instituto Ricardo Jorge e da Faculdade de Medicina de Coimbra.

O mesmo deu origem a um artigo, intitulado "Levels of diphtheria and tetanus specific IgG of Portuguese adult women, before and after vaccination with adult type Td. Duration of immunity following vaccination", publicado na revista internacional BMC Public Health, onde é descrita à análise feita aos dados de vacinação de mulheres portuguesas adultas, nascidas antes e depois de iniciado o PNV (1965), resultando em recomendações diferentes para umas e outras.

"Antes de 1965 já havia vacinação, mas depois dessa data o programa tornou-se sustentável e ativo. Quem nasceu antes desse período podia ter falhas na vacinação. Para quem nasceu depois, as coberturas são excelentes, daí as diferenças nas recomendações", explicou o coordenador.

Através deste estudo "foi obtida evidência científica adequada à adoção de medidas na população portuguesa", que vão ao encontro dos dados resultantes de outros estudos internacionais, "o que é relevante para a fundamentação de medidas de promoção da saúde pública".

O estudo foi realizado com recurso à análise de dados de 88 mulheres, com idade média de 58 anos.

A decisão de não incluir homens no estudo deve-se, segundo o coordenador do projeto, ao facto de estes, "em muitos estudos do género", apresentarem mais anticorpos contra o tétano que as mulheres, por terem ido à tropa, "onde eram vacinados e não havia registos".

 

Segundo informação do ICBAS, "entre as mudanças anunciadas em junho pelo Diretor-geral da Saúde, inclui-se ainda a introdução de novas vacinas mais modernas, mudanças na utilização de vacinas já em uso e alterações ao anterior calendário vacinal, onde se verificava um maior espaçamento entre as doses de reforço da vacina contra o tétano, administrada a adultos".

Estudo
Relações sexuais frequentes e satisfatórias aumentam o risco de ataque cardíaco entre os homens idosos, mas para as mulheres...

"Estes resultados questionam a muito disseminada ideia de que as relações sexuais melhoram a saúde de todos sem distinção de sexo", afirma Hui Liu, professor-adjunto de sociologia da Universidade de Michigan (EUA), principal autor do estudo, o mais amplo já realizadof até agora sobre o tema.

Os investigadores analisaram os dados de um estudo nacional realizado com base em 2.204 pessoas de ambos os sexos com mais de 57 anos, escreve o Sapo. Os trabalhos, financiados pelo governo federal norte-americano, estão publicados na edição do Journal of Health and Social Behavior (Revista de Saúde e Comportamento Social).

Entre as mulheres idosas, as relações sexuais satisfatórias podem inclusivamente reduzir o risco de hipertensão, afirmam os investigadores.

Os participantes do estudo tinham entre 57 e 85 anos no momento dos primeiros resultados da investigação, conduzida entre 2005 e 2006. Os dados suplementares foram obtidos cinco anos mais tarde.

O risco cardiovascular foi medido em termos de hipertensão, ritmo cardíaco acelerado e taxa de uma proteína no sangue, a chamada C-reativa, que mede o nível de inflamação no organismo.

Os autores também tiveram em conta o número de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e insuficiências cardíacas nos diferentes grupos.

Os homens idosos que tinham relações sexuais uma ou mais vezes por semana, conclui o estudo, tiveram nos cinco anos seguintes o dobro de acidentes cardiovasculares em relação aos que estavam sexualmente inativos. Esta diferença de risco não foi constatada entre as mulheres.

Segundo Hui Liu, estes resultados sugerem que o stresse e os esforços de uma relação sexual são mais exigentes com a idade para os homens, já que eles têm cada vez menos energia e mais dificuldade para manter uma ereção e atingir o orgasmo.

A diminuição das taxas de testosterona e o uso de medicamentos para atenuar as disfunções sexuais também podem contribuir para os problemas cardiovasculares masculinos, acreditam os cientistas.

Os investigadores consideram "provável que tais medicamentos para aumentar a líbido tenham efeitos adversos sobre a saúde cardiovascular dos homens mais velhos".

Pelo contrário, as mulheres da mesma faixa etária que têm orgasmos intensos - ou simplesmente satisfatórios - reduziram claramente o seu risco de hipertensão cinco anos depois do estudo.

De acordo com os investigadores, a hormona sexual libertada pela mulher no orgasmo pode ter efeitos benéficos para a saúde.

Happy
É a primeira aplicação portuguesa desenvolvida para prevenir o cancro. Dá pelo nome de Happy, adapta-se ao perfil e ao contexto...

Assim, não estranhe se estiver na praia e a Happy lhe enviar uma mensagem a recomendar que ponha mais protetor solar ou que coma uma peça de fruta. A aplicação é gratuita e foi desenvolvida por Nuno Ribeiro, estudante de Doutoramento em Multimédia e Educação da Universidade de Aveiro (UA) e investigador do i3S (Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto) e é parte integrante de um projeto financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian.

“Health Awareness and Prevention Personalized for You”, em português “prevenção personalizada para si”, é o nome completo desta ferramenta que dá razão ao acrónimo, escreve o Diário Digital. Na Happy o utilizador encontrará o seu HappyScore, um valor que ilustra em tempo real o nível de prevenção de cancro individual, desafios saudáveis e a possibilidade de se ligar aos seus amigos para partilha de resultados.

Como explica Nuno Ribeiro, “o telemóvel é um dispositivo que nos acompanha todo o dia e temos tendência a confiar nele, a depender dele. Esta aplicação vive dentro do telemóvel e envia a mensagem certa, no momento certo”. As recomendações disponibilizadas pela aplicação baseiam-se em vários fatores como a informação que o utilizador dá sobre os seus comportamentos e a localização geo-espacial do telemóvel. Nuno Ribeiro explica que, por exemplo, “se a pessoa estiver na praia durante o dia irá receber mensagens para se proteger do sol; se estiver no supermercado, a Happy vai sugerir-lhe comprar frutas e vegetais frescos”.

A aplicação foi desenvolvida no âmbito do trabalho de doutoramento (pelos departamentos de Comunicação e Arte (DeCA) e Educação e Psicologia) de Nuno Ribeiro, sob a orientação de Ana Margarida Almeida, docente do DeCA/Digimedia da UA, e Filipe Santos Silva, coordenador da equipa da Unidade de Comunicação do i3S responsável pelo desenvolvimento da Happy. No âmbito desse trabalho a aplicação foi testada por 32 voluntários durante um mês, tendo-se revelado eficaz. Por isso, é lançada agora para utilização mais generalizada.

Filipe Santos Silva diz que uma das prioridades da Unidade de Comunicação do i3S, sendo um instituto de investigação na área da saúde, é promover uma educação para a saúde que contribua para a mudança de comportamentos na sociedade portuguesa. “A aplicação Happy”, aponta Filipe Santos Silva, “é uma das vertentes de um programa inovador de educação para a saúde focado nos jovens e nas novas tecnologias”.

Esta nova aplicação tem como público-alvo prioritário pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos. Segundo a equipa, “esta é uma primeira aplicação, mas contamos vir a produzir mais, bem como alargar o espectro de ação recorrendo a tecnologias que estejam próximas dos utilizadores”.

A Happy está disponível nas lojas de aplicações da Apple e da Google e é gratuita. Pode saber mais sobre a aplicação visitando o site www.happy-app.eu.

Associação Portuguesa de Fertilidade
Em Portugal, cerca de 300 mil casais são inférteis. Apesar de frequentemente associada às mulheres, a verdade é que a...

Fatores genéticos e hereditários ou consequência dos hábitos e estilo de vida, acidentes ou doenças são as principais causas associadas à infertilidade masculina. Alterações no âmbito testicular, a obstrução de dutos, patologias da próstata, alterações na ejaculação ou na ereção e alterações no esperma estão entre as causas mais comuns.

Doenças como o cancro, obesidade, diabetes, doenças neurológicas, disfunções sexuais, ou o consumo de alguns medicamentos podem afetar o aparelho reprodutor masculino, escreve o Diário Digital.

“No caso da infertilidade masculina, é urgente acabar com o estigma que lhe está associado. Nos casos em que o homem é o membro infértil do casal, por vergonha ou preconceito, não procura ajuda, acabando por ser a mulher a fazê-lo. Aliás, muitas vezes os tratamentos não prosseguem porque os homens não aceitam realizar exames simples, como um espermograma. Se as mulheres já sentem reservas em falar sobre o facto de não conseguirem ter filhos os homens sentem-no muito mais, sendo pouquíssimos aqueles que assumem a sua infertilidade e que falam abertamente do seu caso”, refere Cláudia Vasconcelos Vieira, presidente da APFertilidade.

E acrescenta: “Tal como acontece com as mulheres, a infertilidade masculina não se resume a uma causa. Quanto mais cedo se assumir o problema, maiores são as opções de tratamento e as hipóteses de cura. E é preciso desmistificar a ideia de que a infertilidade é sinónimo de disfunção sexual, porque uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra”.

O diagnóstico da infertilidade só é possível depois de um historial clínico familiar, que deve anteceder todos os exames auxiliares de diagnóstico e o exame físico. Os exames são obrigatórios e devem ser efetuados antes do início de qualquer tratamento.

Tal como nas mulheres, também a idade é um ponto a considerar. Depois dos 40 anos, os homens começam a apresentar espermatozoides com alterações cromossómicas e mutações genéticas.

Na maioria dos casos, a infertilidade é ultrapassada com recurso a medicamentos, mas em situações mais complexas, é necessário recorrer a tratamentos de procriação medicamente assistida, como a FIV ou ICSI.

De acordo com a APFertilidade, manter uma alimentação saudável, evitar o consumo de drogas e tabaco, praticar exercício físico regularmente e manter uma vida sexual responsável são alguns hábitos importantes para prevenir a infertilidade masculina.

A Associação Portuguesa de Fertilidade foi constituída no dia 20 de Maio de 2006 e dedica-se ao apoio, informação e defesa da comunidade de pessoas com problemas de fertilidade. Conta sobretudo com a generosidade e o voluntariado dos seus associados, que têm vindo a fazer uma grande diferença na luta contra a distribuição desigual dos centros de tratamento, ausência de legislação específica, limitação no acesso a diversas técnicas, falta de informação e no manifesto desinteresse pelas questões (médicas, psicológicas, sociais e económicas) relacionadas com esta doença.

Saiba mais em www.apfertilidade.org.

Em 2017
O Governo quer alargar a partir de janeiro de 2017 a proibição de fumar aos cigarros eletrónicos nos locais já interditos a...

O jornal Público adianta na sua edição de hoje que o Governo tem pronto um projeto de proposta de lei que alarga a proibição de fumar aos novos produtos de tabaco sem combustão, conhecidos como cigarros eletrónicos, e a outros tipos de novos produtos para fumar já a partir de janeiro de 2017.

De acordo com o jornal, o Governo pretende também que “nos locais destinados a menores de 18 anos, nos estabelecimentos de ensino, independentemente da idade dos alunos, e nos estabelecimentos onde sejam prestados cuidados de saúde onde já é proibido fumar em todas as áreas, passe a ser proibido fumar no exterior junto a portas e janelas numa distância mínima que impeça entrada do fumo nos edifícios”.

O projeto propõe que as embalagens dos produtos eletrónicos tenham rotulagem a alertar para os perigos para a saúde que o consumo pode causar.

Segundo o documento a que o jornal teve acesso, a “proposta de lei pretende proteger os cidadãos da exposição involuntária ao fumo do tabaco e criar medidas de redução da procura relacionada com a dependência e a cessação do seu consumo, abrangendo no conceito de fumar os novos produtos de tabaco sem combustão que produzam aerossóis, vapores, gases ou partículas inaláveis”.

O Governo quer também, segundo o documento, proibir as “alegações comerciais que façam referência a que um determinado produto do tabaco é potencialmente menos nocivo do que outro” e a “criação de páginas eletrónicas para informação, divulgação e promoção de produtos de tabaco”.

O Governo quer igualmente proibir a publicidade de promoção de dispositivos ou recargas, incluindo o papel de enrolar, dispositivos eletrónicos para aquecimento de tabaco ou acessórios necessários à utilização dos produtos”.

O executivo pretende também que sejam “feitos estudos que melhor informem o consumidor e, por isso, vai exigir aos fabricantes e importadores que elaborem relatórios sobre os resultados de estudos existentes” a apresentar 18 meses após a entrada em vigor da nova legislação.

No projeto de lei consta também a intenção do Governo de impedir que a compra de qualquer tipo de tabaco ou similares signifique uma qualquer vantagem para o consumidor.

A ideia é “impedir a compra de tabaco através da utilização de bases de dados, do registo eletrónico de clientes, da emissão de cartões de fidelização, da atribuição de pontos ou prémios, ou da utilização de outras técnicas”.

Estudo
O vírus do Zika pode viver nos olhos e transmitir-se através das lágrimas, segundo estudos realizados em ratos que podem...

O estudo, publicado na revista americana Cell Reports, incidiu sobre os efeitos da infeção do vírus nos olhos de ratos em fetos, recém-nascidos e adultos.

“O nosso estudo sugere que o olho pode ser um reservatório do vírus do Zika”, disse Michael Diamond, professor na universidade de Washington, em St. Louis.

“Devemos ter em consideração se as pessoas com Zika têm vírus infecciosos nos olhos e durante quanto tempo persistem”, acrescentou, sublinhando que os pacientes podem espalhar a infeção através das lágrimas.

Os investigadores pretendem alargar o estudo a pessoas infetadas com Zika.

Os ratos foram infetados através da pele, à semelhança das picadas dos humanos por mosquitos, e, uma semana depois, o vírus permanecia vivo nos olhos dos roedores.

Os investigadores admitem que possa existir “uma janela de tempo em que as lágrimas sejam altamente infecciosas e as pessoas possam entrar em contacto com elas e espalhar o vírus”.

O Zika causa apenas sintomas moderados, como febre e urticária, para a maioria das pessoas, mas grávidas que contraiam a doença podem dar à luz bebés com microcefalia, uma deformação caracterizada por cérebros e cabeças anormalmente pequenos.

Um terço dos bebés infetados com Zika no útero tem doenças oculares como inflamação do nervo ótico, problemas nas retinas ou cegueira, segundo os investigadores.

Nos adultos, o vírus pode causar conjuntivite e, em casos raros, uveíte, uma condição em que parte do olho fica inflamado, que pode causar perda total de visão.

Na semana passada, o Comité de Emergências da OMS decidiu que a epidemia de Zika continua a ser uma emergência sanitária de alcance internacional, dada a sua expansão geográfica e o desconhecimento sobre os seus efeitos neurológicos.

Nas últimas semanas foram confirmados quatro casos na Guiné-Bissau e uma centena em Singapura.

A atual epidemia apareceu no Brasil no final de 2014 e já se expandiu a mais de 60 países.

Prémio Champalimaud Visão
O Prémio António Champalimaud Visão 2016 foi atribuído a quatro cientistas estrangeiros, pela investigação da relação entre...

Os neurocientistas Christine Holt, Carol Mason, John Flanagan e Carla Shatz foram distinguidos com um milhão de euros, montante daquele que é considerado o maior prémio do mundo na área da visão.

Segundo uma nota de imprensa da Fundação Champalimaud, que promove o prémio, o trabalho dos quatro cientistas "tem trazido luz sobre a conexão entre os dois órgãos responsáveis pela visão - o olho e o cérebro" e tem "avançado significativamente a compreensão do sistema visual".

Para se poder ver, esclarece a nota, "locais específicos" do cérebro "têm de receber sinais de células específicas [células da retina] nos dois olhos".

"Quando as projeções da retina não são formadas corretamente, a visão formada no cérebro torna-se anormal e a capacidade de ver é muito prejudicada", adianta.

A Fundação Champalimaud considera, neste contexto, que "terapias que atingem o cérebro e a sua capacidade para receber com precisão projeções da retina podem ser a chave para desbloquear novos tipos de tratamento e trazer a visão para aqueles incapazes de ver".

Lançado em 2006, o Prémio António Champalimaud de Visão tem o apoio do programa "2020 – O direito à visão", da Organização Mundial de Saúde.

O galardão premeia, nos anos pares, a investigação científica na área da visão e, nos anos ímpares, o trabalho de instituições na prevenção e no tratamento de doenças oftalmológicas, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento.

O júri do prémio, que é fixo, não contou, na edição deste ano, com a neurocientista norte-americana Carla Shatz, uma das candidatas distinguidas.

Fazem parte do júri internacional o ex-primeiro-ministro e ex-alto-comissário da ONU para os Refugiados António Guterres, o ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors, os oftalmologistas José Cunha-Vaz, Alfred Sommer, Gullapalli Rao e Paul Sieving, o escritor e economista Amartya Sen e os neurocientistas Joshua Sanes, Mark Bear e Susumu Tonegawa.

Distrofia Muscular de Duchenne
No dia em que se apela mundialmente à sensibilização e consciencialização da Distrofia Muscular de D

A Distrofia Muscular de Duchenne é a causa mais comum de distrofia muscular e representa cerca de um terço dos doentes em consulta de doenças neuromusculares pediátrica, afetando 1 em cada 3500 recém-nascidos do sexo masculino.

Com origem num defeito genético, transmitido por via materna, é diagnosticada através uma simples análise ao sangue integrada num estudo genético.

“A Distrofia Muscular de Duchenne é uma forma de distrofia muscular ocasionada pela inexistência de distrofina no músculo, levando a uma necrose e perda progressiva de fibras musculares e substituição por fibrose e tecido adiposo”, começa por explicar a especialista em Neuropediatria do Hospital de Santo António, no Porto, Manuela Santos.

“Para o normal funcionamento das fibras musculares é necessário que as proteínas que a constituem sejam produzidas normalmente”, adianta.

“Na Distrofia de Duchenne existe um defeito genético no gene da distrofina ou gene DMD, não sendo produzida a proteína distrofina”, afirma a neurologista explicando a sua importância para o normal funcionamento da fibra muscular. “A sua ausência ocasiona uma perda progressiva das fibras musculares e incapacidade de sua  regeneração levando a fraqueza muscular”, revela.

Apesar de, na maioria dos casos, ser “herdada” por via materna, esta mutação genética pode surgir de forma espontânea sem causa hereditária. Estima-se que estes casos, embora menos comuns, atinjam um terço dos doentes.

“O gene da distrofia, ou gene DMD, encontra-se no cromossoma X e, por isso, esta doença afeta o sexo masculino”, revela a especialista acrescentando que como no sexo masculino apenas existe  “um cromossoma X”, caso este seja portador da mutação, a doença irá manifestar-se.

“No sexo feminino existem dois cromossomas X e usualmente o cromossoma X portador da doença é inativo. Contudo, algumas meninas ou mulheres podem apresentar sintomas como mialgia, caibras, graus variáveis de fraqueza muscular e cardiomiopatia pelo que deverão ser referenciadas para uma consulta de neuromusculares”, afirma.

Estima-se que, sendo portadora da mutação do gene DMD, a mulher corre um risco de 50 por cento, em cada gravidez, de ter um filho com a doença.

Foi o que aconteceu a Teresa Morais: dois dos seus quatro filhos sofrem de Distrofia Muscular de Duchenne.

Portadora desta mutação genética, Teresa também herdou a alteração da sua mãe. “Tive quatro irmãos com a doença que morreram entre os 15 e os 30 anos”, recorda acrescentando que antes de casar fez o teste que lhe confirmou a pesada herança.

“Soube na altura que tinha uma grande probabilidade de transmitir a doença aos meus filhos”, conta.

Ainda assim, Teresa teve quatro filhos. “O André tem 22 anos e o Tomás tem seis”, ambos com esta distrofia. “Quando o André nasceu fez o teste do pézinho e foi logo pedido um teste específico para ver se tinha este defeito genético”, conta a mãe.

De acordo com a especialista em Neuropediatria, Manuela Santos, “perante a suspeita clínica é efetuado o doseamento de uma enzima muscular – creatina cinase (Ck) – que está muito elevada neste caso. Em seguida é pedido um estudo genético e/ou biópsia muscular que confirmam a doença”.

Dificuldade em andar, atraso na aquisição de marcha,  marcha instável, dificuldade em subir e descer escadas ou levantar do chão são, de acordo com a especialista, alguns dos principais sintomas desta doença. “A maioria dos doentes manifesta os primeiros sintomas no início do segundo ano de vida. Frequentemente a família nota que tendem a andar em pontas dos pés e que os músculos das pernas (gémeos) são mais volumosos e duros. Alguns doentes têm atraso de linguagem e podem ter dificuldades de aprendizagem. Outros podem ter alterações de comportamento”, descreve Manuela Santos.  

André não foi excepção. "Tinha muita dificuldade em andar, correr, subir escadas... Aos dois anos tinha todos os sintomas e rapidamente perdeu todas essas capacidade", recorda a mãe, Teresa. 

“Queixava-se de dores e estava sempre muito cansado. Aos 9 anos começou a andar de cadeira de rodas”, recorda explicando que André deixou de andar depois de ter partido um pé na escola. “Depois de tirar o gesso disse-me que não queria andar mais. Acho que perdeu a força para andar. Desistiu!”, revela.

Apesar de não ter feito qualquer medicação – “a médica que o acompanhou achou que no seu estado não era necessário e na altura as coisas eram diferentes” – fez fisioterapia e andou na natação. “Mas foi sempre muito complicado. Acho que o meu filho desistiu de tudo... Nunca fala sobre a doença mas nós pais sentimos que é muito revoltado”, lamenta justificando a sua atitude. “Mesmo na natação quando puxavam por ele, ele não reagia. Desistia”, afiança.

Hoje com 22 anos frequenta uma instituição onde tem terapia ocupacional e recebe uma pequena reforma por invalidez.

“A evolução da doença é progressiva e pelos 10 a 14 anos os doentes perdem a marcha. Posteriormente surge fraqueza dos membros superiores, com incapacidade para os levantar, depois de levar a mão à boca e fraqueza em agarrar objetos com as mãos. Os músculos de sustentação do tronco vão ficando fracos e surge frequentemente escoliose. Os músculos cardíacos vão ficando afetados ocasionando um grau maior ou menor de insuficiência cardíaca”, descreve a neurologista. O mesmo acontece com os músculos respiratórios, podendo haver necessidade de recorrer ao apoio ventilatório.

“Felizmente a parte cardíaca e respiratória não tem alterações significativas. Está a ser vigiado, mas durante a noite, por exemplo, não tem posição para estar. Eu acordo várias vezes para o ajeitar na cama, colocar uma almofada,... não é fácil para ninguém”, revela Teresa Morais.

Quanto ao filho mais novo - Tomás, de 6 anos – este ainda anda e ainda corre, longe das limitações do irmão.

“O Tomás começou a andar cedo. Mas também me fui apercebendo que tinha algumas dificuldades comparativamente a outras crianças”, conta.

“Quando surgiram os primeiros sintomas da doença ao Tomás, que consistia em falta de força, eu entrei em negação. Eu não queria que o meu filho sofresse da doença”, revela admitindo que deixou arrastar-se no tempo por não querer aceitar a realidade.  

“Eu não queria acreditar, não queria descobrir que ele estaria doente”, revela. No entanto, foi como se sempre o soubesse “Nós mães temos uma intuição qualquer... No dia em que ele nasceu reparei que tinha um músculo de uma das pernas mais saliente mas tive receio de estar a exagerar e não quis pensar mais nisso”, justifica.

O diagnóstido de Tomás chegou no início deste ano. “Fez uma análise ao sangue e o resultado demorou três semanas a chegar”, explica acrescentando que fez ainda uma biópsia para ver se o seu caso é viável para tratamento. “Um tratamento que consiste em injeções e medicação oral para atrasar o desenvolvimento da doença e que será gratuito”, conta.

Sem cura, o tratamento consiste em melhorar a qualidade de vida destes doentes, tentando combater tanto quanto possível a sua progressão.

“Nas últimas décadas tem sido preconizado o uso de esteroides, de preferência de uso diário e sendo iniciados quando surgem os sintomas. Contudo, nem todos os doentes respondem de forma favorável a este tratamento”, revela Manuela Santos.

No entanto, a especialista admite que tem existido um enorme esforço a nível internacional, incluindo da indústria farmacêutica, para a descoberta de novas terapêuticas, havendo já vários ensaios clínicos em curso em busca de uma cura. 

A par da medicação que a mãe espera que possa tomar, Tomás irá fazer fisioterapia. “Já foi à consulta de reabilitação e estamos à espera para começar a  fisioterapia”, avança Teresa que aos 53 anos se vê a braços com mais uma dura batalha.

“O Tomás já veio fora do tempo e foi muito difícil descobrir que tinha esta doença. Eu tive uma depressão porque eu só pensava que com a idade que tenho eu já não estaria cá para acompanhar a doença do meu filho. O que iria ser dele?”, revela. “Agora já estou mentalizada e tenho de andar para a frente. Não pensar e aceitar”, acrescenta.

Atualmente desempregada, Teresa faz o que pode para dar o melhor aos filhos. Sobretudo ao André e ao Tomás.

“O que mais me assusta é os meus filhos ficarem presos a uma cama”, confessa.

“Não tem sido fácil. Se um já custa, imagine dois...”, lamenta sem saber o que lhes reserva o futuro. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Partículas minúsculas provavelmente resultantes da poluição atmosférica foram encontradas no cérebro humano, revela-se num novo...

"Estes resultados sugerem que as nano partículas de magnetita presentes no ambiente podem penetrar no cérebro humano, onde podem representar um risco para a saúde", escrevem os autores do estudo, citados pela agência AFP.

Cientistas externos ao estudo, publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), alertam no entanto que é demasiado cedo para estabelecer uma ligação de causa e efeito com a doença de Alzheimer.

Devido ao seu tamanho, na ordem da milmilonésima parte do metro, as nano partículas podem atravessar as barreiras fisiológicas e entrar nos pulmões e no sangue.

Segundo o estudo agora publicado, realizado por investigadores no Reino Unido, México e EUA, as nano partículas inspiradas pelo nariz podem mesmo chegar ao centro do cérebro através do nervo olfativo.

As partículas de magnetita, um óxido de ferro muito magnético, podem-se formar naturalmente no cérebro, recordam os cientistas.

Mas as características das partículas observadas no córtex frontal de 37 pessoas (forma esférica, tamanho muito pequeno de menos de 150 nanómetros, superfície lisa) sugerem que se formaram a muito altas temperaturas, por isso não no interior do corpo humano.

"Estas partículas parecem-se com as nano esferas de magnetita que encontramos frequentemente nas partículas em suspensão no ar em meio urbano", resultantes da queima de combustível, avançam os investigadores, lembrando que a magnetita está associada ao aparecimento no cérebro de substâncias químicas associadas ao desenvolvimento de doenças neuro degenerativas como o Alzheimer.

O estudo recorda que trabalhos anteriores, de 2003 e 2008, demonstraram "uma correlação entre a quantidade de magnetita no cérebro e a frequência da doença de Alzheimer".

"Não sabemos o suficiente para estabelecer se esta fonte externa de magnetita provocada pela poluição do ar pode ser um fator desta doença", disse no entanto Joanna Collingwood, da Universidade de Warwick.

 

"Não penso que possamos dizer neste momento se isso causa a doença de Alzheimer, mas é uma fonte de preocupação porque as partículas de magnetita têm sido associadas a outros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e pulmonares", disse por seu lado Peter Dobson, do King's College de Londres.

Estudo
A mortalidade por cancro dos ovários caiu significativamente no mundo ocidental entre 2002 e 2012 e deverá continuar a cair,...

As mortes diminuíram 16 por cento nos EUA, 10% nos 28 países da União Europeia excluindo o Chipre, para o qual não há dados, e oito por cento no Canadá.

No Japão, onde a taxa de cancro nos ovários é mais baixa do que em muitos outros países, a taxa de mortalidade caiu dois por cento, acrescenta o estudo, publicado na revista Annals of Oncology.

Na Austrália e na Nova Zelândia, as mortes diminuíram 12% entre 2002 e 2011 - o ano mais recente para o qual há dados.

"A razão principal desta tendência favorável é o uso de contracetivos orais", escrevem os autores.

A redução das taxas de mortalidade associada ao cancro dos ovários é mais visível nas mulheres jovens e de meia-idade do que nas mulheres mais velhas e mais significativa nos EUA, Reino Unido e Europa do Norte, indica o estudo.

"Estes são os países onde os contracetivos orais - que têm um efeito protetor de longo prazo no risco de cancro dos ovários - foram introduzidos mais cedo e usados mais frequentemente."

Uma redução no uso de terapias de substituição hormonal para mitigar os sintomas da menopausa, assim como uma melhoria do diagnóstico e do tratamento do cancro, também poderão ter contribuído.

Pensa-se que as terapias de substituição hormonal, que usam estrogénio e progesterona para aliviar sintomas como afrontamentos, secura vaginal e baixo desejo sexual, aumentam o risco de cancro dos ovários em até 40%, segundo um estudo de 2015.

Já a pílula, pelo contrário, é comummente aceite que protege contra esta doença, considerada um "assassino silencioso" porque frequentemente só é detetada demasiado tarde.

Outras investigações ligaram os contracetivos orais a um risco acrescido de cancro da mama, assim como de ataque cardíaco e acidente vascular-cerebral.

O estudo agora apresentado, que não tem números sobre África, revela que a tendência de queda das mortes por cancro dos ovários é inconsistente entre países.

Entre os países europeus, a quebra varia entre 0,6% na Hungria e mais de 28% na Estónia, havendo mesmo um aumento na Bulgária.

Na América Latina, o número de mortes diminuiu na Argentina, no Chile e no Uruguai, mas aumentou no Brasil, na Colômbia, em Cuba, no México e na Venezuela.

Com base em dados da Organização Mundial de Saúde, os cientistas estimam que as mortes por cancro dos ovários caiam mais 15% nos EUA até 2020, e até 10% na UE e no Japão.

Dentro de um ano
O hospital Pulido Valente, em Lisboa, deu o primeiro passo para a instalação de uma central de esterilização que deverá...

O Pulido Valente está a ser revitalizado e será um novo parque de saúde da cidade, com novos serviços que vão desde cuidados primários a novas camas de cuidados paliativos.

”Daqui a um ano, um ano e meio no máximo, os cidadãos de Lisboa e do país terão aqui cuidados desde a medicina familiar à cirurgia e internamentos, meios complementares de diagnóstico, consultas, cuidados continuados e paliativos”, afirmou em entrevista Martins, presidente do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), que agrega Santa Maria e Pulido Valente.

Situado na zona do Lumiar, o espaço do hospital Pulido Valente será um segundo parque de saúde da cidade – a juntar ao do Júlio de Matos -, com uma unidade de saúde familiar e 80 novas camas de cuidados continuados integrados e mais 15 de paliativos.

“Um avanço importante”, como definiu o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, lembrando que estas camas são fruto de uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que irá ainda abrir camas nas instalações do antigo Hospital Militar da Estrela.

“O objetivo é chegar ao fim da legislatura com as respostas em Lisboa e Vale do Tejo ajustadas às necessidades”, adiantou hoje Campos Fernandes, à margem da cerimónia de assinatura de um memorando para instalar a central de esterilização do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) no parque de saúde do Pulido Valente.

Esta central de esterilização vai fazer o reprocessamento de dispositivos médicos, um passo considerado essencial no controlo de infeções associadas à prestação de cuidados de saúde.

Pretende-se que no futuro haja uma centralização destes serviços de esterilização, quando atualmente cada hospital tem uma central própria, esperando-se que haja ganhos de eficácia e também poupanças para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Antes da poupança há aqui uma questão crítica que é a da segurança. As boas práticas a nível internacional recomendam que este tipo de equipamentos possa ser centralizado. O valor [da poupança] vai depender dos hospitais que aderirem e da expansão da própria central. Mas esta é uma tendência que é praticada na Europa e que visa incrementar a segurança e utilizar mais racionalmente os recursos”, justificou o ministro.

Numa primeira fase, a central de esterilização, que deve começar a funcionar dentro de um ano, está pensada para dois centros hospitalares de Lisboa: Norte e Ocidental.

Segundo explicou Paulo Sousa, presidente do SUCH, numa segunda fase pretende-se conseguir associar o Lisboa Central e, numa terceira fase, poder alcançar toda a área de influência de Lisboa e Vale do Tejo.

Para um futuro mais distante, o SUCH admite conseguir tratar do material para esterilizar do Alentejo e do Algarve: “Quando começámos na área das lavandarias nunca se pensou que uma lavandaria central em Lisboa chegasse ao Alentejo e Algarve como já chega há cinco anos”.

Desta forma, uma única central de esterilização poderá vir servir Lisboa e toda a zona sul do país.

Paulo Sousa sublinha que nenhum hospital é obrigado a querer aderir e enviar os seus materiais para serem tratados pela central do SUCH, mas admite que terá uma elevada quota de mercado.

“Há no país centrais muito bem equipadas e certificadas mas também encontramos exatamente o seu inverso”, reconheceu.

A central vai ocupar um edifício com uma área de cerca de três mil metros quadrados que estava sem utilização.

O presidente do Centro Hospitalar que agrega o Pulido Valente definiu a assinatura do memorando para a instalação da central como “o primeiro ato” que dá início ao parque de saúde.

Neste parque de saúde irão ainda funcionar o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos (SICAD) e também todos os serviços do Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

Será mantida toda a área hospitalar tradicional do Pulido Valente, com tradição na pneumologia e cirurgia. O número de consultas deverá ser aumentado tal como o número de meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

Carlos Martins adianta que todo o património do Pulido Valente se manterá público, sem alienação, sendo os investimentos feitos pelas instituições que vão ocupar o parque da cidade.

Atualmente, o Pulido Valente tem uma utilização máxima dos seus edifícios que não vai além dos 60% e pretende partilhar os restantes com outras instituições.

“Nunca me passou pela cabeça fechar este hospital que é fundamental para a cidade e para o país. Sempre acreditámos no potencial de revitalização”, afirmou o administrador do Centro Hospitalar, consciente de que chegou, publicamente, a ser lançadas dúvidas quanto ao futuro do Pulido Valente.

Ordem dos Médicos
A Secção Regional Sul da Ordem dos Médicos criou um prémio bienal, que pode chegar aos 25.000 euros, para colmatar a falta de...

Em declarações, o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos (SRS/OM), Jaime Mendes, apontou que há “bastante falta” de trabalhos de investigação clínica em Portugal e que, por isso, havia necessidade de estimular a investigação científica nessa área.

Nesse sentido, a SRS/OM decidiu criar o Prémio Professor Jorge da Silva Horta, com vista a incentivar os jovens médicos, com idade até aos 35 anos, a fazerem investigação clínica.

O prémio terá uma periodicidade bienal e irá distinguir os dois melhores trabalhos a concurso. O primeiro prémio terá o valor de 25 mil euros, enquanto o segundo prémio será de 12.500 euros.

“São prémios com um valor alto, mas para um médico que está a trabalhar num hospital ou nos centros de saúde ter tempo para fazer uma investigação clínica é difícil, mas isto será um estímulo nesse sentido”, apontou Jaime Mendes.

Para o responsável, a importância da investigação clínica tem a ver com o facto de ter “logo um efeito rápido”, ou seja, é um tipo de investigação cujos resultados acabam por ter logo consequências ao nível dos tratamentos e do seguimento dado aos doentes.

“Apesar de não haver carreira de investigação em Portugal, investigação médica ou científica, nem uma nem outra, é um bocadinho também para dar a conhecer os autores e os trabalhos que serão feitos”, salientou o presidente da SRS/OM.

O responsável aproveitou também para explicar que a escolha do nome do prémio teve a ver com o facto de Jorge da Silva Horta, que foi bastonário da Ordem dos Médicos, ter sido, não só uma pessoa que “marcou gerações de anatomopatologistas em Portugal”, mas também por ter sido ele que, enquanto bastonário, assinou o “famoso relatório das carreiras médicas”.

“É uma das obras mais importantes feitas por qualquer organização profissional e nos médicos nunca mais foi feito nenhum documento nesse sentido”, explicou Jaime Mendes, acrescentando que o documento em causa era um estudo sobre a situação da saúde em Portugal que incluiu também propostas que foram depois entregues ao Governo da altura.

As candidaturas ao prémio estão abertas a partir de hoje e até ao dia 31 de outubro, estando previsto que o anunciou dos vencedores seja feito a 10 de dezembro.

Centro Hospitalar Conde Ferreira
Dez pessoas encontram-se em isolamento no Centro Hospitalar Conde Ferreira, no Porto, devido a bactérias multirresistentes,...

A diretora clínica do Centro Hospitalar Conde Ferreira disse que estão em isolamento naquela unidade hospitalar 10 doentes portadores de bactérias multirresistentes, mas que apenas cinco com KPC.

“Temos 10 doentes portadores de bactérias multirresistentes, são portadores, não têm a doença ou a infeção provocadas por ela. Estão isolados porque exigem medidas de controlo de infeção”, disse.

O Jornal de Notícias adiantou na sua edição de hoje que o Centro Hospitalar Conde Ferreira tem 10 doentes - provenientes de outros hospitais com as quais a Santa Casa da Misericórdia do Porto mantém parcerias – isolados devido à bactéria multirresistente klebsiella pneumoniae (KPC).

A diretora clínica, Rosa Gonçalves, esclareceu que a comissão de controlo de infeção do hospital está a acompanhar a situação, salientando que todas as medidas de isolamento de contacto preconizadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) estão a ser seguidas.

“As medidas de isolamento de contacto são para impedir a transmissão deste tipo de bactérias, mas quero sublinhar que eles [doentes] são apenas portadores. Nenhum dos doentes está doente por causa da bactéria multirresistente. Não há risco de morrerem por esta infeção. São pura e simplesmente portadores”, frisou.

A diretora clínica disse que os 10 doentes estão internados no Centro Hospitalar Conde Ferreira, mas lembrou “que a bactéria pode existir em qualquer local”.

“Neste momento estão a ser levadas a cabo medidas de isolamento de contacto. Os técnicos têm de ter algum cuidado na higienização dos doentes, não havendo qualquer tipo de necessidade de tratamento”, concluiu.

Uma fonte da DGS disse que a entidade está a acompanhar a situação.

No ano passado três pessoas morreram no Hospital de Gaia, no Porto, e mais recentemente outras três no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra devido à bactéria multirresistente klebsiella pneumoniae (KPC).

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