Estudo
Um estudo da University of Alabama at Birmingham, nos EUA, que será apresentado amanhã, defende que concentrar as refeições num...

A indicação está longe de ser a politicamente correta mas, segundo um grupo de investigadores da University of Alabama at Birmingham (UAB), nos Estados Unidos da América (EUA), concentrar mais as refeições diárias, em vez de as espaçar, faz acelerar o metabolismo. De acordo com os especialistas, fazer um lanche reforçado e saltar o jantar, não ingerindo mais nada até ao dia seguinte, pode ter efeitos benéficos na redução de peso.

“As pessoas com quilos a mais que comem diariamente numa janela temporal menor têm menos variações de apetite e queimam mais gordura em certos períodos durante a noite”, afirma o site HealthDay News que, sublinha, no entanto, que “o estudo é pequeno e ainda não são conhecidas as consequências [que esse comportamento] pode ter no peso [de uma pessoa]”. Courtney Peterson, coordenadora da investigação, defende-se.

A professora assistente de ciências da nutrição da UAB diz, segundo o Sapo, que a hipótese que aventa não é a cura para a obesidade mas pode ser um ponto de partida para um estudo mais aprofundado. Os testes realizados em animais revelaram que, quando submetidos ao que chamaram “early time-restricted feeding”, uma restrição alimentar antecipada, perderam massa gorda e viram os riscos de doença crónica diminuir.

Como foi feito o estudo
O estudo preliminar dirigido por Courtney Peterson, que é apresentado amanhã no encontro anual da The Obesity Society, em Nova Orleães, acompanhou 11 pessoas, homens e mulheres obesos, com uma média de idade de 32 anos e um índice de massa gorda (IMC) de 30. Numa primeira fase da pesquisa, durante quatro dias, só podiam comer entre as 08h00 e as 14h00. Na segunda fase, que teve a mesma duração, podiam alimentar-se entre as 08h00 e as 20h00.

Sob a supervisão dos especialistas, os voluntários ingeriram sempre o mesmo número de calorias. Depois, os cientistas avaliaram a evolução e o impacto do número de calorias gastas, da gordura queimada e das alterações em termos de apetite e de aceleração do metabolismo. “O facto de concentrarem os alimentos num menor período horário não teve influência no número total de calorias consumidas”, refere a docente.

Estudo
Após uma meta-análise que envolveu 11 estudos, cientistas chegaram à conclusão que poucas horas de sono influenciam o apetite e...

Essa relação já tinha sido observada por especialistas, mas a análise publicada no "European Journal of Clinical Nutrition", do grupo Nature, confirma a hipótese. Os estudos incluem pessoas com privação parcial do sono que dormiam entre três horas e meia e cinco horas e meia por noite.

A meta-análise conclui que, segundo o Sapo, quem passa menos tempo na cama consome, em média, 385 calorias a mais por dia - o equivalente a um hambúrguer simples com queijo.

A explicação é que dormir pouco pode desregular as hormonas relacionados com o apetite, como a grelina e a leptina, aumentando a vontade de comer.

Por outro lado, os cientistas apontam outros motivos: o consumo extra de calorias pode ser provocado pelo organismo que ao querer recarregar energias envia sinais ao cérebro que podem ser interpretados como fome e não como necessidade de dormir.

Os cientistas explicam ainda que quem está em privação do sono tende a procurar prazer imediato, refugiando-se em comida. A procura por alimentos mais calóricos tem também a ver com a desregulação hormonal, diz Francisco Tostes, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, citado pelo jornal Extra.

Os especialistas da "National Sleep Foundation", uma organização não-governamental com sede em Washington, Estados Unidos, defendem que um adulto deve dormir em média entre sete a oito horas por noite, de maneira a evitar desregulações hormonais e outros problemas de saúde.

Web Summit
Um aparelho de poucos centímetros que pode analisar a atividade cerebral, agora só possível em instituições ligadas à saúde e...

“A ideia é ajudar a saúde mental, monitorizando e treinando a atividade cerebral”, explicou um dos seus criadores, Ricardo Gil da Costa, que hoje vai apresentar a invenção na conferência de tecnologia a decorrer em Lisboa, a Web Summit

Ricardo será o orador num painel chamado “Mobilising mental health: A brain interface for everyday life” (Mobilizar a saúde mental: um interface cerebral para todos os dias), onde vai explicar o conceito e os avanços da iniciativa, a ser desenvolvida pela empresa que criou nos Estados Unidos, onde trabalha, a Neuroverse. Mas já explicou à Lusa que o aparelho, que se conecta com um telemóvel ou um tablet, pode ajudar em doenças como Parkinson ou Alzheimer, entre outras.

Licenciado em biologia, Ricardo é doutorado em neurociências, trabalhou como investigador em institutos nacionais de saúde norte-americanos, dedica-se à investigação e criou a empresa com base no que já fazia, o estudo e monitorização de vários tipos de sinais cerebrais.

“Temos conhecimentos que não estão a ser utilizados e temos problemas de aumento exponencial de doenças como Alzheimer ou Parkinson. Há um aumento de longevidade e o cérebro não acompanha essa longevidade”, disse, lembrando que aliado ao sofrimento desses doentes há um custo de tratamento também muito elevado.

Faltava por isso, afirmou, um sistema de monitorização do cérebro do ponto de vista neurofisiológico , que se faz nos hospitais (muitas vezes quando a doença já está em fase muito avançada), que se faz através de encefalografias , sempre sistemas muito caros e que exigem muitas estruturas e pessoal especializado.

Por isso Ricardo propõe um pequeno aparelho, que se põe na testa, e que se faz tudo isso em casa, que é acessível a qualquer bolsa e que pode medir aspetos como a atenção ou a memória. E de uma forma lúdica, até com jogos, permitindo que os resultados sejam enviados ao médico.

“Percebemos que não podia ser só um aparelho e criámos todo um ecossistema. Tinha de haver uma base de dados que permitisse, ao recolher as ondas cerebrais, analisar e fazer uma avaliação”. Isso faz-se com uma ligação a um telefone e Ricardo diz que a variedade de componentes não tornam os testes aborrecidos, podendo-se construir os tais jogos.

E depois, porque ainda não há em quantidade, a ferramenta permite recolher dados “em larga escala” e com isso desenvolver mais os estudos sobre a atividade cerebral.

A Neuroverse, explicou também, tem em fase final um estudo sobre esquizofrenia e tem projetos de investigação em áreas como a depressão, desordens de stress, desordens pós-traumáticas e Alzheimer.

Mas é do aparelho, o Brain Station, ou Interface Cerebral, e da aplicação associada, a Brain Vitals, que se falará hoje. Não é um meio de diagnóstico nem serve para curar mas monitoriza o cérebro, como hoje monitorizam a tensão muitos aparelhos que as pessoas têm em casa (que também não curam).

Ricardo diz que um teste básico pode demorar entre três a cinco minutos, e que é sempre lúdico. O aparelho, esse, é em forma oval, com uma espessura que ronda um centímetro e um peso irrisório

“A Neuroverse traz-lhe a interface do cérebro de amanhã”, escreve a empresa na sua página na Internet. Nas palavas de Ricardo Gil da Costa o amanhã pode ser dentro de um ano.

Relatos na primeira pessoa
Assim que António recebeu a confirmação de que tinha um tumor maligno apressou-se a ver o mar e a encontrar outro horizonte que...

Em 1991, António Coelho, de Coimbra, recebeu a confirmação de que uma deformação no seu polegar esquerdo era um tumor maligno.

Nesse momento, o engenheiro eletrotécnico deparou-se de frente com "uma certa finitude da vida". O horizonte encolheu-se e sentiu que à sua frente havia apenas uma parede, "de onde não ia passar".

"Fui internado e, no caminho até à enfermaria, onde ia ser operado, tudo era escuro e estava a notar um fim à minha frente", conta o sobrevivente de 61 anos, que vai relatar a sua experiência e as dificuldades que encontra no 2.º Congresso Nacional do Sobrevivente de Cancro, que decorre na sexta-feira e sábado, em Coimbra.

Assim que saiu do internamento, com o braço ao peito, pediu apenas à sua mulher para que fossem almoçar à Figueira da Foz, em frente ao mar, "para que os meus horizontes fossem aqueles".

Desde então, procura que o horizonte que encontra seja "o grande e não o pequenino", ganhando com este caminho difícil um "apreciar diferente de todas as pequenas coisas".

"Olhamos para a vida não com a intensidade da pressa, mas com calma, apreciando cada coisa", explica aquele que é um dos 350 mil sobreviventes de cancro em Portugal (estimativa da Liga Portuguesa Contra o Cancro).

Vinte anos depois, António voltou a ter um tumor no mesmo polegar e optou pela amputação da falange. Três anos passados, foi-lhe diagnosticado cancro da próstata.

"Outra vez? Outra vez, comigo?", questionou-se na altura, sublinhando que é importante encarar a doença "com frieza e pragmatismo e não fugir nem esconder".

No entanto, no meio do processo, há sempre um "certo sofrimento em silêncio e uma certa revolta interior".

Pela deteção precoce, não teve de passar por tratamentos que envolvessem radioterapia ou quimioterapia. Porém, teve de optar pela remoção da próstata, devido ao seu historial clínico.

A remoção trouxe "consequências" para a vida em casal, mas procura-se outro equilíbrio "em coisas belas da vida", como por exemplo a sua neta, que lhe enche a casa "de bonecada".

"Vejo a vida como algo que devemos aproveitar, que devemos lutar ao máximo, não com bens materiais, mas com os amigos e com a família. Isso é o mais importante", sublinha Tiago Sales, que sobreviveu a um cancro com apenas 15 anos de idade.

Na altura, não entrou em pânico, nem nunca lhe passou pela cabeça "que fosse morrer". Em parte, essa postura deveu-se a não ter associado a palavra tumor a cancro - pensava que eram coisas distintas.

"Quando ouvimos falar em cancro, a reação é muito pior. Quando me apercebi que tinha um cancro, tive de mudar a minha postura", afirma o jovem de 23 anos, a viver em Penela, que enfrenta alguns problemas "a nível de memorização e concentração", que lhe complicam o dia-a-dia.

Todavia, "quem está nisto, tem de mostrar força e vontade", notou, sublinhando que os sobreviventes acabam por vestir "a pele de uma pessoa que é forte e capaz", mesmo quando atravessar um corredor pareça uma "maratona".

Olga Braz, da Guarda, pensou mais na sua mãe do que nela, quando soube que tinha um linfoma no pescoço depois de ter passado por um cancro da mama em 2000. Não queria preocupar a sua mãe, explica a professora aposentada.

"Nunca me questionei, porquê a mim. Punha-me diante do espelho e dizia ‘tu vais vencer’. Todos os dias de manhã: tu vais vencer, tu vais vencer, tu vais vencer".

No entanto, há também quebras, momentos em que "é preciso lavar a alma, em que é preciso chorar", explica.

Esses momentos são também uma forma de quebrar "a ansiedade, a angústia, o medo - porque há medo, há sempre medo", realça.

"A palavra cancro pesa. Ainda hoje, pesa bastante e a palavra morte está lado a lado", sublinha Olga, que, depois de sobreviver à doença por duas vezes, é hoje coordenadora regional do movimento Vencer e Viver, que apoia mulheres que passam por essa experiência.

A sobrevivente de cancro encontrou "horizontes diferentes" depois da doença: começou a escrever - algo que tinha sempre adiado -, passou a relativizar os seus problemas e aguçou a sua sensibilidade perante aquilo que a rodeia.

"Reparamos numa flor no jardim ou na pessoa que nos diz bom dia", conta Olga, que hoje, 16 anos depois do primeiro diagnóstico, encontra mais histórias de sucesso de luta contra uma doença que deverá afetar cada vez mais portugueses.

Câmara de Lisboa
As instituições de Lisboa sem fins lucrativos que confecionem comida para os utentes e tenham refeitório podem candidatar-se ao...

Em parceria com a Direção-Geral da Saúde, a Câmara Municipal de Lisboa vai preparar um "manual pedagógico sobre nutrição e preparação de refeições", que deverá ser seguido pelas instituições, cooperativas e associações que se candidatem entre 16 de novembro e 16 de dezembro.

Após uma candidatura através do ‘site' do município, informou a diretora do Departamento para os Direitos Sociais da Câmara Municipal, a instituição "receberá uma visita dos serviços para validar a sua inscrição" e receberá o manual que deve seguir.

De seguida, realizam-se "ações de sensibilização e capacitação das equipas", continuou Susana Ramos, pelo que as instituições dispõem de seis meses para implementar os requisitos.

Depois da adaptação, será entregue o Selo Saudável e a monitorização de cada refeitório prolonga-se durante um ano.

Segundo o município, "este projeto insere-se na promoção de boas práticas ao nível da oferta alimentar, higiene, saúde e segurança, no âmbito da intervenção em saúde e gestão da oferta alimentar".

"Queremos dar-vos ferramentas para que possam ajudar quem vos procura", frisou Susana Ramos, perante uma plateia repleta de representantes destas instituições.

Os objetivos deste projeto passam por "aumentar a literacia alimentar e nutricional da população de Lisboa", "desenvolver mais conhecimento", e conseguir oferecer uma "alimentação mais digna e rica possível".

"Estamos a falar de instituições que trabalham com populações habitualmente mais carenciadas", referiu a diretora.

Este projeto-piloto foi apresentado no Centro Social da Musgueira, numa apresentação à qual se seguiu um ‘workshop' centrado em formas saudáveis de cozinhar.

A ementa teve salmão, acompanhado por esmagada de grão-de-bico e salada de cenoura e courgette, e uma sobremesa de pera e iogurte. Alguns dos convidados presentes participaram na sua confeção, conduzidos por um chef.

"Já estamos ansiosos por saber mais e para aderir", afirmou Ana Barata, responsável do Centro Social da Musgueira.

Também presente, e em representação da Direção-Geral da Saúde, Sofia Sousa apontou que "para muitas famílias é mais fácil comer mal do que comer saudável", pelo que as "autarquias têm um papel fundamental na promoção da alimentação saudável".

Considerando que esta é uma "iniciativa excecional, que pode mudar a vida de muitos lisboetas", a responsável ofereceu apoio técnico à sua implementação e afirmou esperar que "possa ser replicada noutros pontos do país".

Fator de risco com mais peso no desenvolvimento de doença cardiovascular
Em Portugal a prevalência desta doença tem apresentado um crescimento marcado, tendo sido estimada em 11,7% em 2009 e em cerca...

Nas últimas décadas têm-se observado níveis crescentes de obesidade infantil e juvenil, verificando-se, também, o aumento da incidência de Diabetes Mellitus tipo II abaixo dos 18 anos. Esta realidade é decorrente do aumento global da prevalência de obesidade, sedentarismo e de um maior consumo de calorias, factos que predispõem ao desenvolvimento de Diabetes.

A Diabetes resulta do défice de produção de insulina (Diabetes tipo I) de causa autoimune ou da incapacidade do organismo utilizar corretamente esta hormona (Diabetes tipo II), habitualmente relacionada com a obesidade e o sedentarismo.

É a insulina que permite a passagem da glicose (o principal açúcar existente no sangue) do sangue para o interior das células, fornecendo-lhes assim a energia necessária ao seu funcionamento. A falta de insulina ou a resistência à sua ação aumenta os níveis de glicemia no sangue, com repercussão ao nível de todos os órgãos e sistemas do organismo devido a alterações nas paredes arteriais.

É considerado um problema grave de Saúde Pública devido à alta morbilidade e mortalidade relacionadas com as suas complicações, onde se salientam as doenças cardiovasculares que são a principal causa de morte nos indivíduos diabéticos, bem como as doenças da visão e renais.

Diversos fatores de risco para a saúde cardiovascular, como hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade, estão habitualmente associadas à Diabetes que, por sua vez, potencia o aparecimento ou o agravamento destes mesmos fatores de risco. Daí o maior risco de ocorrência de eventos cardiovasculares como enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e obstrução de artérias, especialmente dos membros inferiores (Arteriopatia Periférica). O risco de sofrer um enfarte do miocárdio aumenta 40% nos homens diabéticos e 50% nas mulheres com esta alteração metabólica.

No Dia Mundial da Diabetes, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta para a importância de manter um estilo de vida saudável, baseado em atividade física regular, alimentação saudável e controlo do peso corporal. Além destes cuidados, é também necessário o controlo de outros atores de risco associados às doenças cardiovasculares, como tabagismo, hipertensão e hipercolesterolemia. Tudo isto é necessário para diminuir a prevalência de Diabetes Mellitus na população em geral e para melhorar os níveis elevados de glicemia nos diabéticos, reduzindo desta forma a morbilidade e a mortalidade associada.

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Dr. Miguel Mendes, "A diminuição da prevalência da Diabetes Mellitus na população portuguesa, particularmente em jovens adolescentes, deve ser um desígnio nacional, para reduzir o previsível aumento dos encargos futuros do SNS e, para que a atual evolução positiva da mortalidade cardiovascular também se mantenha na próxima geração." 

Descriminalização de droga
O diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Ativos e nas Dependências admitiu hoje que gostaria de ter mais...

“Gostaríamos de ter condições para reforçar o pessoal disponível (…), mas [as Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT)] estão a funcionar, estão operativas, estão a melhorar a sua 'performance', em termos de encaminhamentos e de conclusões de processos. É um dispositivo importante”, declarou o diretor do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Ativos e nas Dependências (SICAD), João Goulão, à margem de um encontro intitulado “Descriminalização 15 anos depois”, que decorre hoje na cidade do Porto.

João Goulão diz que o modelo português para a descriminalização de droga se diferencia pelas CDT, mas também pelas instituições de reabilitação que recebem as pessoas direcionadas pelas CDT.

As CDT não funcionam se não tiverem para onde encaminhar, alerta o diretor-geral do SICAD.

Há atualmente 18 CDT a funcionar em cada capital de distrito de Portugal Continental, uma CDT na Região Autónoma da Madeira e três CDT nos Açores.

O modelo português de descriminalização assenta na criação das CDT, que são órgãos administrativos situados mais próximos do Ministério da Saúde do que do Ministério da Justiça, e que “servem um bocado como porta giratória ou como plataforma de envio dos utilizadores de drogas para as respostas de saúde ou da área social de que mais carecem”, explicou João Goulão.

“Este modelo é realmente original e penso que não é um modelo exportável diretamente, mas tem inspirado algumas medidas tomadas por outros países e esperamos que continue a inspirar”, conta João Goulão.

O diretor do SICAD diz que o modelo é um “laboratório vivo”, que é "muito estudado e muito acarinhado pelos estrangeiros que vêm cá ver como é que fizemos, como é que estamos a fazer", e inspirou algumas mudanças entretanto já ocorridas em alguns países europeus, como por exemplo a República Checa”.

Termina hoje o encontro "Descriminalização 15 anos depois", na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, onde, durante dois dias, se discutiu temas como o "Contexto Social e Político da Descriminalização", "As CDT: da operacionalidade à afirmação" ou "A perspetiva Internacional da descriminalização".

Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência
A diferença do modelo português para a descriminalização da droga em relação a outros países é a reabilitação estar sob a...

Em entrevista, no âmbito de um debate que decorre hoje no Porto sobre “Descriminalização 15 anos depois”, Brendan Hughes, analista no Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, sintetiza que a grande diferença entre o modelo português, em relação a outros países, é o facto de em Portugal se pensar em primeira instância na “reabilitação” debaixo da alçada do Ministério da Saúde e só depois na punição.

“Em Portugal, é tudo feito debaixo do Ministério da Saúde, porque normalmente os outros países têm isso [diminuição de penas e encaminhamento para a reabilitação], mas estão dentro das competências do Ministério da Justiça ou de outros ministérios que apenas pensam nas penas, em primeiro lugar, e só depois na reabilitação", refere Brendan Hughes.

Para aquele analista do Observatório Europeu da Droga, a “diferença” é a existência das Comissões para a Dissuasão da Toxicodependência (CDT), organismos que assentam no princípio “antes tratar que punir”.

Há 18 CDT a funcionar em cada capital de distrito de Portugal Continental e nas Regiões Autónomas da Madeira (1) e dos Açores (3) e o objetivo é reforçarem a perspetiva de priorizar a promoção da saúde.

“Em Portugal, o que faz a diferença e a torna única é a reabilitação e não a punição”, reiterou Brendan Hughes, na sua intervenção na palestra “A perspetiva internacional da descriminalização”, referindo que, na Grécia, por exemplo, quem for apanhado com droga para consumo próprio, tem de cumprir uma pena de prisão de cinco meses, mas fica com o cadastro limpo.

Também Nuno Pontes, da Universidade de Pittsburgh, reconheceu que a saúde pública vem em primeiro lugar em Portugal, ao contrário do Reino Unido, onde a dissuasão é feita pelos castigos e o tratamento é feito através do sistema de Justiça.

“O objetivo curativo tem de ser posto acima de qualquer ato punitivo", defendeu Nuno Pontes, referindo que a descriminalização tem de ter uma “abordagem humanista”.

Segundo Nuno Pontes, no Reino Unido a situação atual sobre a descriminalização de drogas é “complexa” e ainda mais ficou com o “Brexit”.

Num estudo realizado no Reino Unido, Nuno Pontes enumerou que foi recomendada a existência de algum consenso político, tal como se deve adotar uma visão de “longo prazo para que os programas não terminem com os sucessivos governos” britânicos.

“Incorporar desenvolvimento de políticas, submeter estratégias a avaliações e envolver profissionais na elaboração de políticas no processo” são outras das recomendações para o Reino Unido, acrescentou aquele especialista, classificando o modelo português como “uma luz”.

Em 2017
O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses prevê a abertura, em 2017, de um concurso nacional para psicólogos...

“Perspetivamos para o próximo ano um concurso nacional para psicólogos forenses, que, pensamos, solucionará” definitivamente o problema da falta de especialistas desta área com que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (IMLCF) se tem debatido, anunciou hoje o vice-presidente da instituição, João Pinheiro.

O responsável falava na sessão de abertura da III Conferência Anual do INMLCF, que decorre até sexta-feira, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra.

O concurso ainda não foi aberto por “manifesta impossibilidade de recursos humanos”, explicou João Pinheiro, adiantando que os respetivos técnicos do instituto “estão atualmente a braços com o concurso anual de peritos para o triénio 2017-2020”, através do qual serão “recrutados psiquiatras forenses”.

A psiquiatria e a psicologia forenses são áreas que têm registado nos últimos anos, sobretudo desde “há quatro/cinco anos, um aumento exponencial [dos pedidos] de perícias”, circunstância que se explica, em grande medida, com o aumento da esperança de vida da população, disse o vice-presidente do Instituto, em declarações aos jornalistas, à margem da sessão.

Na delegação Centro do INMLCF, os exames estavam com um tempo de resposta de “mais de seis meses”, provocando “sucessivas e justas reclamações dos utentes e dos tribunais”, exemplificou João Pinheiro, sublinhando que o instituto teve de recorrer à contratação de profissionais de psicologia e de psiquiatria, em regime de “prestação de serviços”, para atenuar os problemas.

A situação “ainda não está totalmente resolvida”, mas “está hoje muito mais controlada”, acrescentou, referindo que as marcações de exames na Delegação Centro do INMLCF estão a ser feitas com “o prazo de um mês”.

Outra das dificuldades com que o instituto se debate, e que tem afetado “seriamente a gestão dos recursos médicos”, relaciona-se com “a estagnação das carreiras médicas, persistindo ainda há mais tempo do que a colocação dos jovens especialistas”, no âmbito do Ministério da Saúde, cujos concursos, mesmo “durante a austeridade” foram desbloqueados, salientou o vice-presidente do INMLCF.

“Não lográmos ainda, apesar dos nossos esforços, vencer esta batalha", essencialmente por “razões que são mais técnico-jurídicas do que por falta de vontade política”, disse aos jornalistas João Pinheiro, depois de, na sua intervenção, na sessão de abertura da conferência, ter afirmado que o instituto tem “contado com a inestimável colaboração” da secretária de Estado adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, que já “assegurou estar o assunto muito bem encaminhado".

O presidente do INMLCF, Francisco Brízida Martins, deteve-se, na abertura da conferência, sobre esta iniciativa que o instituto quer que continue a ser “o maior fórum em Portugal, nas áreas da medicina legal e das ciências forenses”.

O encontro resulta do “compromisso assumindo em 2014, de realizar anualmente uma iniciativa que seja fundamentalmente pretexto à troca de saberes que confluem nas duas áreas fundamentais” da missão do INMLCF: assegurar “serviços periciais médico-legais e forenses” e a “coordenação científica da atividade no âmbito da medicina legal e das demais ciências forenses” e, por outro lado, “promover a formação, a investigação neste domínio”, referiu.

 

A edição deste ano da Conferência – cuja duração de três dias (dois nas reuniões anteriores) visa permitir designadamente a apresentação dos cerca de 160 trabalhos – conta com a participação de mais de quatro centenas de inscritos, sublinhou Francisco Brízida Martins, antes de destacar alguns momentos do programa do encontro que termina ao final da manhã de sexta-feira.

Congresso Médico de Imagem e Radioterapia
Crianças e profissionais de saúde expostos sucessivamente a radiação para fins médicos apresentam índices maiores de incidência...

A relação entre exposição a radiação para fins médicos e a incidência de cancro é o tema central do Congresso Médico de Imagem e Radioterapia promovido pela Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, que decorre na sexta-feira e no sábado.

"Na população pediátrica é mais problemático o impacto da radiação ionizante no sistema biológico das crianças, que são mais radiossensíveis e estão em processo de crescimento", disse Graciano Paulo, presidente do congresso.

Segundo o professor coordenador de Imagem Médica e Radioterapia, estudos efetuados demonstram que crianças submetidas a Tomografia Axial Computorizada (TAC) têm uma taxa de incidência de leucemia "duas a três vezes superior" àquelas que não estiveram sujeitos aos mesmos exames.

No caso das angiografias (exame radiográfico dos vasos sanguíneos), em que técnicos e doentes estão dentro da mesma sala, a incidência de doença oncológica nos profissionais de saúde expostos é também "duas a três vezes superior".

"A comunidade científica tem de criar mecanismos para otimizar procedimentos e apenas prescrever exames em situações clinicamente justificadas para a dose de radiação ser a menor possível", sublinhou Graciano Paulo.

Como exemplo, citou o caso das TAC, em que a radiação a que o paciente está exposto pode corresponder à de 100 radiografias ao tórax.

"É precisar criar esta consciência nos cidadãos e alertar a população e os médicos de que a medicina fez muitos progressos, mas que as técnicas de diagnóstico representam hoje algum risco, pelo que a prescrição de determinados exames deve ser feita com base na evidência científica", frisou.

O especialista Graciano Paulo alertou ainda que é preciso estar muito atento à radiação, salientando que, no caso de tumores erradicados por radioterapia, como a próstata, aparecem já uma "quantidade de tumores em órgãos vizinhos", entre eles o rim.

O Congresso Médico de Imagem e Radioterapia pretende discutir "o estado da arte com o objetivo de adquirir novos conhecimentos, melhorando e maximizando os cuidados prestados aos doentes, de forma a promover melhores cuidados de saúde".

A iniciativa, que substitui o Congresso Internacional de Radiologia iniciado em 2010, espera receber cerca de 250 participantes, entre técnicos de Medicina Nuclear, Radiologia e Radioterapia, médicos e investigadores.

Nos dois dias, o congresso vai abordar temas como dosimetria, comunicação do risco, desafios da radiologia abdominal, desafios da radioterapia, novos horizontes na Medicina Nuclear, radiação ionizante e sistemas biológicos.

Entre os 18 oradores convidados, destacam-se as participações de Donald Frush (EUA), o mentor da campanha mundial "Image Gently", que alerta para a proteção das crianças à exposição à radiação ionizante, John Damilakis (Grécia), presidente da Federação Europeia de Física Médica, Kristoff Muylle (Bélgica), presidente da Associação Europeia de Medicina Nuclear, e Peter Jacob (Alemanha), um dos mais reputados radio epidemiologistas a nível mundial.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vai alargar o acesso às bombas de insulina a todas as crianças e jovens com diabetes tipo 1. O...

O programa está repartido por três anos para que até 2019 todos os doentes até aos 18 anos tenham resposta. No próximo ano todas as crianças até 10 anos terão uma bomba de insulina: serão pelo menos 230. A medida, publicada em Diário da República uma semana antes do Dia Mundial da Diabetes - que se assinala a 14 - cumpre uma resolução do Parlamento de 2015.

A diabetes tipo 1 é a mais comum entre as crianças e jovens. É uma doença autoimune, em que o pâncreas não consegue produzir a insulina necessária, obrigando a tomas de insulina obrigatórias. Em 2014 estavam contabilizados 3365 casos de diabetes tipo 1 em jovens até aos 19 anos. Atualmente já se prevê o acesso das crianças até aos cinco anos à bomba de insulina, tal como a disponibilização de 100 bombas para adultos com diabetes tipo 1 por ano e mais 30 para grávidas na mesma situação a pretender engravidar.

No despacho, o Ministério da Saúde reconhece que "o número de dispositivos atribuídos anualmente encontra-se aquém das necessidades detetadas", razão pela qual criaram este plano a três anos. Em 2017 irá de abranger todos os doentes até 10 anos, em 2018 os doentes até 14 anos e em 2019 os doentes até aos 18 anos. Todos eles considerados prioritários. "Têm a vida toda pela frente e o que pretendemos é que tenham menos complicações, mais qualidade de vida. Os doentes inscritos no programa de atribuição de bombas de insulina como elegíveis até aos 10 anos rondam os 230, entre os 11 e os 14 anos são cerca de 350 e entre os 15 e os 18 anos são 390. A que se somam os novos casos a cada ano", diz ao Diário de Notícias Cristina Valadas, coordenadora do Programa Nacional para a Diabetes.

"A bomba de insulina é sem dúvida o melhor tratamento. O que queremos é levar ao maior número de pessoas este tipo de tratamentos. Infelizmente os recursos são limitados", explica a responsável , referindo que podem acontecer casos de doentes com diabetes tipo 1 não elegíveis por não conseguirem ligar com o dispositivo: "As bombas têm de ser programas pela própria pessoa ou pelo cuidador diariamente".

João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, explica que a bomba vai libertando pequenas doses de insulina ao longo do dia permitindo o melhor controlo do açúcar no sangue e substituir as cinco ou mais doses diárias de insulina do mecanismo tradicional. "Até agora estávamos limitados pelo número de bombas disponíveis. A partir de agora o objetivo é traçado pela população alvo. É a resposta a uma necessidade há muito sentida. Na Europa existem experiências diferentes, alguns países têm distribuição a quase 100%, outros a 25% nestas idades. Nós estamos entre os 35 e os 5% de cobertura dessa população", aponta.

Não se conhece a estimativa de custos, mas o despacho refere que a compra dos dispositivos e do material necessário será feita de forma centralizada pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e serão os centros de tratamento já identificados (cerca de 14) a dar as bombas aos doentes.

Agenda Solidária 2017
Agenda solidária vai estar à venda a partir do dia 9 e receitas revertem para a pediatria do IPO de Lisboa. Nela poderá...

O Instituto Português de Oncologia de Lisboa, em conjunto com a Livros Horizonte, elaborou uma agenda para 2017, cujas vendas vão reverter integralmente para o Serviço de Pediatria. Com ilustrações de João Vaz de Carvalho, a IPO Agenda Solidária 2017 está à venda a partir de hoje, dia 9.

“O montante angariado destina-se à aquisição de alguns equipamentos que permitam melhorar a qualidade de vida dos doentes e à melhoria e remodelação das instalações do Serviço de Pediatria”, explicou ao Observador, fonte oficial do IPO de Lisboa. Desses equipamentos pode-se destacar, por exemplo, um visualizador de veias que evita que as crianças com veias ocultas sejam picadas em vários sítios.

Esta agenda, que será apresentada oficialmente pelo Presidente da República a 23 de novembro, conta com a colaboração de 12 figuras públicas portuguesas que se disponibilizaram a contar as memórias mais marcantes das suas vidas: Marcelo Rebelo de Sousa, Catarina Furtado, Nuno Markl, Afonso Cruz, Clara de Sousa, Margarida Pinto Correia, Boss AC, Victoria Guerra, Marisa Matias, Sobrinho Simões, Elvira Fortunato e Sandra Correia.

O Presidente da República foi o primeiro a enviar o testemunho. Marcelo Rebelo de Sousa recuou 61 anos para contar o episódio que mais o marcou até hoje. Tinha seis anos e foi duas vezes ao bairro de lata lisboeta Casal Ventoso, com a mãe, que era assistente social e acompanhava crianças portadoras de deficiência. “No Casal Ventoso, em ambiente de pobreza brutal, a situação daquelas crianças era dramática. Lembro-me bem do que me impressionaram as crianças, as barracas, a falta de água e de esgotos.”

Já Sobrinho Simões recorda a morte da empregada e governanta Brígida. Tudo aconteceu na casa da família do investigador que lembra como ficou impressionado com “a solenidade do processo que envolveu avós, tios e pessoal”. Sobrinho Simões aproveita a memória para sublinhar como com o passar dos anos se assistiu a uma “desqualificação da morte, que se tornou distante, hospitalar, desligada da família e dos amigos”.

A eurodeputada Marisa Matias sinaliza o dia em que, com três anos, viu chegar os pais, vindos da maternidade, com o irmão ao colo. “Não me lembro de nada do que se passou a seguir. A minha primeira memória é de uma chegada. De um encontro. Um encontro para a vida. O dia em que chegou o meu irmão. O meu menino. Até hoje.”

E Catarina Furtado destaca uma memória triste: quando assistiu, na Guiné-Bissau, ao trabalho de parto de uma mulher que acabou por não resistir, por falta de condições.

Pediatria do IPO tem contado com vários donativos
Não é a primeira vez que a instituição beneficia de donativos. Segundo o gabinete de comunicação do IPO, há um ano o hospital desenvolveu uma parceria com o Santander Totta, que resultou num donativo de 30 mil euros para ajudar a ampliação e requalificação do Hospital de Dia do Serviço de Pediatria. A verba foi alcançada graças a “uma ação de Natal interna do Banco, que convidou todos os colaboradores a apoiar esta causa através da compra de um kit de 12 etiquetas autocolantes, feitas com desenhos de crianças tratadas no Serviço de Pediatria”.

Ainda segundo a mesma fonte, também no final do ano passado, a bloger Pipoca mais Doce doou 51.700 euros, a fatia mais significativa do conjunto de donativos recebidos pelo hospital e que permitiu pagar as obras efetuadas já este ano no Hospital de Dia Pediátrico, num total de 100 mil euros.

“O IPO é de facto um hospital diferente. O IPO é muito acarinhado pelos seus doentes, familiares e cidadãos anónimos, dos quais recebemos regularmente donativos de pequeno montante”, remata o gabinete de comunicação do hospital.

O serviço de pediatria do IPO, criado em 1960 por António Gentil Martins, é o maior e mais antigo do país e é o Centro de Referência Nacional. Por ser o único centro oncológico pediátrico da zona sul do país, o IPO de Lisboa recebe crianças não só de Lisboa e Vale do Tejo, mas também do Ribatejo, Alentejo, Algarve, Açores, Madeira e PALOP. Todos os anos chegam ao serviço cerca de 190 casos de cancro pediátrico e são tratadas 400 crianças.

Atualmente, um em cada 600 adultos jovens teve cancro infantil. A taxa de cura ronda os 80%.

Mitos e factos sobre o cuidado da zona íntima
Por constrangimento ou falta de informação, quase metade das mulheres portuguesas desconhece a impor

O embaraço em torno do tema acompanha as alterações na rotina de qualquer mulher da atualidade ocidental, como explica a especialista em ginecologia e obstetrícia, Patrícia Amaral: “Até meados do século XX, a maioria das mulheres não utilizava roupas justas, não fazia contraceção hormonal, não fumava, não frequentava o ginásio nem trabalhava fora de casa por longas horas. Devido às alterações associadas ao estilo de vida atual, os cuidados de higiene íntima não devem ser descurados, tendo em vista a prevenção de infeções e aquisição de hábitos saudáveis.”

Idealmente, a higiene diária deve ser realizada duas vezes ao dia (de manhã e à noite) de preferência com um produto que respeite o equilíbrio do pH da zona íntima em vez de um produto indicado para todo o corpo. “Para algumas pessoas o gel de banho ou um sabonete podem ser suficientes, mas a verdade é que uma grande percentagem de mulheres que começa a fazer a sua higiene com um produto adequado à zona íntima,, acaba por não voltar às soluções anteriores” afirma a especialista.

Mitos e Factos da higiene íntima

Mitos:

  1. Os duches vaginais favorecem o cuidado da zona íntima – Mito. Os duches vaginais podem ser nocivos já que a parte interna da vagina procede a uma limpeza diária de forma natural.
  2. Pensos e tampões são prejudiciais à zona íntima – Mito. Se usados durante a menstruação, e se trocados com regularidade (3 a 4 vezes por dia) não prejudicam a flora vaginal.
  3. As relações sexuais prejudicam a saúde da zona íntima – Mito. Se realizada uma higiene adequada após as relações sexuais, as secreções serão eliminadas e evita-se o desenvolvimento de infeções vaginais e urinárias. Ainda assim, uma vida sexual muito ativa pode aumentar o risco de infeção.
  4. As roupas justas não afetam a zona íntima feminina – Mito. Calças e outras peças apertadas inibem a ventilação necessária à saúde vaginal.

Factos:

  1. A roupa interior influencia a higiene íntima. Tecidos sintéticos dificultam a respiração da pele e podem contribuir para o aparecimento de infeções, enquanto roupa de algodão favorece a sensação de equilíbrio e bem-estar.
  2. O pH da zona íntima é diferente do pH do resto do corpo. O gel de duche não está formulado para satisfazer as necessidades da zona íntima, já que pode desequilibrar o seu pH natural. A utilização de produtos adequados evita a sensação de desconforto e garante a a frescura e o equilíbrio da saúde vaginal.
  3. Os pensos diários devem ser usados apenas nos últimos dias de menstruação. Utilizá-los de forma diária favorece o aparecimento de irritações e infeções vaginais.
  4. O corrimento incolor e sem cheiro é natural. Caso estas condições se alterem deverá consultar-se um especialista.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em Coimbra
O Serviço de Cardiologia-B do Hospital Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra organiza na quinta-feira um curso...

"A formação vai incidir na ecocardiografia intracardíaca que possibilita um exame cardiológico sem anestesiar o doente e apoiar intervenções estruturais, como o encerramento do apêndice auricular esquerdo, onde é frequente a formação de coágulos causadores de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC)”, explicou o diretor, Lino Gonçalves.

Segundo o clínico, trata-se de uma técnica não invasiva, que permite fazer chegar uma sonda até dentro do coração, através de uma veia periférica, sem desconforto para o paciente, e recolher imagens de alta qualidade para os diagnósticos médicos e intervenções cirúrgicas.

Anteriormente, de acordo com Lino Gonçalves, era usada uma sonda que descia pelo esófago, que obrigava a procedimentos médicos complicados, e a anestesiar o doente.

A ecocardiografia intracardíaca é usada há vários anos pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e suscitou grande interesse internacional, pelo que o curso conta com oito cardiologistas europeus (quatro franceses, dois austríacos e dois polacos) e três portugueses.

"Os cardiologistas europeus sabem da nossa atividade nesta área e vêm ver como fazemos para levar a experiência para os seus países", salientou Lino Gonçalves.

O CHUC é um centro de referência nacional nesta área específica pelo que, acrescenta o diretor de serviço de Cardiologia-B do Hospital Geral, o curso se insere no processo de internacionalização em curso.

Estudo
Uma equipa multidisciplinar de cientistas e médicos identificou duas mutações, uma das quais nova, associadas à origem da...

O estudo que conduziu a esta descoberta foi realizado, ao longo de quatro anos, com dois doentes seguidos no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), por uma equipa de investigadores, coordenada por Manuela Grazina, docente da Faculdade de Medicina de Coimbra.

Os investigadores identificaram, em concreto, “um défice enzimático da COX (Citocromo Oxidase) e alterações genéticas do gene SURF1, uma das quais descrita pela primeira vez neste trabalho, permitindo, assim, identificar a origem da doença nestes dois casos, até agora desconhecida”, refere Manuela Grazina, citada numa nota da Universidade de Coimbra (UC) hoje divulgada.

Um dos dois casos seguidos durante a investigação é “referenciado como o doente vivo com mais idade, afetado com a doença de Leigh”, acrescenta a investigadora, que também é responsável pelo Laboratório de Bioquímica Genética do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra.

“As mutações no gene SURF1 são uma das causas mais frequentes desta doença”, afirma a cientista.

“A proteína SURF-1, codificada por este gene, tem uma função essencial na “montagem” (assembly) das várias subunidades que constituem o complexo enzimático IV da cadeia respiratória mitocondrial (CRM), também denominado Citocromo Oxidase (COX)”, explica Manuela Grazina.

Este processo, salienta a cientista, é “crucial no posicionamento correto dos componentes proteicos de modo a que a produção de energia ocorra de forma adequada”.

Os resultados do estudo, publicado na revista científica ‘Mitochondrion’, são um contributo importante para “compreender melhor a origem da doença de Leigh, uma doença mitocondrial rara, que surge na infância”.

As mutações agora descobertas são “mais uma peça do puzzle, porque já foram descritas mutações genéticas associadas à doença em mais de 20 genes diferentes (nucleares e mitocondriais)”, observa Manuela Grazina.

A doença de Leigh é neurodegenerativa progressiva e os seus portadores apresentam “lesões bilaterais focais, em uma ou mais áreas do sistema nervoso central, incluindo tronco cerebral, tálamo, gânglios da base, cerebelo e medula espinhal”, indica a UC, referindo ainda que “a esperança de vida destes doentes é geralmente curta”.

Estudo
A reduzida dimensão dos ensaios clínicos em Portugal deve-se à falta de incentivos e à pouca valorização profissional do...

Um grupo de peritos elaborou o estudo “Ensaios Clínicos em Portugal: Consensos e Compromissos”, com o objetivo de identificar pistas para alcançar maior cooperação nacional e maior competitividade internacional.

Nesse trabalho, identificou aqueles que considerou serem os principais constrangimentos e desafios na área dos ensaios clínicos em Portugal, desde logo a falta de incentivos e a pouca valorização dada ao investigador.

Na opinião desta equipa de investigação, o facto de a gestão hospitalar não estar orientada para a investigação clínica e de os prazos legais de aprovação dos ensaios clínicos serem frequentemente ultrapassados contribuem para a dificuldade da realização dos ensaios clínicos em Portugal.

Outros constrangimentos identificados prendem-se com a reduzida visibilidade e a falta de uma plataforma de divulgação dos ensaios clínicos.

Identificados estes problemas, o grupo de peritos apresentou um conjunto de propostas e soluções que passam por criar centros de ensaio com uma gestão e infraestruturas orientadas para apoiar e conduzir ensaios clínicos, bem como definir estratégias para melhorar a taxa de recrutamento e retenção.

Para os investigadores, é fundamental reforçar a cooperação entre os principais intervenientes e regulamentar os incentivos para a participação dos profissionais envolvidos.

Num plano mais organizacional, é proposta a criação de uma agenda nacional para a investigação clínica e a uniformização da documentação.

Para que isto seja possível, os peritos alertam para a “fundamental necessidade de a própria tutela reconhecer a importância dos ensaios clínicos em Portugal” e identificar as áreas de excelências e divulgá-las internacionalmente, bem como definir áreas prioritárias e estratégicas para investir em investigação clínica.

À tutela caberá igualmente determinar os critérios para a criação dos centros de investigação e para a definição dos indicadores de desempenho.

 

A equipa de investigação considera também fundamental que o Ministério da Saúde inclua o doente em todo o processo, promovendo a sua literacia em investigação clínica.

Desde 2011
Os casos de maus tratos a crianças e adolescentes analisados pelo Instituto Nacional de Medicina Legal aumentou nos últimos...

“Pai com antecedentes criminais e desempregado” é o perfil do agressor típico, segundo um estudo que vai ser apresentado no âmbito da III Conferência do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), que decorre no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, até sexta-feira.

Realizado entre 2011 e 2015, o trabalho evidencia um “aumento do número de casos de abuso físico de crianças e adolescentes avaliados no INMLCF”, disse João Pinheiro, vice-presidente deste instituto público e um dos autores do estudo, que abrange vítimas com idade igual ou inferior a 18 anos.

O número de exames a crianças e adolescentes, por suspeita de terem sido vítimas de violência, subiu de 371, em 2011, para 550 em 2015, o que traduz uma subida de 0,86% para 1,48% da taxa de incidência relativamente ao total dos chamados “exames de direito penal”, que nesses anos desceu de 43.280 para 37.159, respetivamente.

“Não temos uma explicação para a diminuição dos exames de direito penal”, nem para o acréscimo das avaliações a menores de 18 anos alegadamente vítimas de abuso físico, disse João Pinheiro, que desenvolveu o estudo em coautoria com mais dois médicos legistas, Júlio Barata e Rosário Silva.

Segundo as conclusões do estudo, é o seguinte o perfil da vítima de maus-tratos: “género feminino, entre os 15 e 18 anos de idade, contexto de violência doméstica, família desestruturada (divórcio dos pais) e com conflitos e agressão prévios”.

Geralmente, as lesões são traumatismos de “natureza contundente” e localizam-se na cabeça, tórax e abdómen, braço, mão e dedos, implicando entre cinco a 10 dias de doença da pessoa agredida.

Considerada “a mais importante reunião científica do setor” em Portugal, a conferência anual do INMLCF foi realizada pela primeira vez em 2014 e “tem vindo sempre a crescer”, segundo uma nota da organização.

Na edição deste ano, pela primeira vez, a conferência decorre durante três dias, em vez de apenas dois, a que se junta, no sábado, a realização de três cursos pós-conferência, subordinados aos temas “Violência doméstica: aprender a reconhecer” (curso teórico), “Sínfise púbica e idade à morte em antropologia forense” (curso teórico-prático) e “Técnica avançada de dissecação do pescoço” (curso prático).

Ainda no sábado, durante a tarde, decorre a II Reunião de Coordenadores de Gabinetes Médico-Legais e Forenses.

Este ano
Perto de 38% dos portugueses já se vacinaram este ano contra a gripe, segundo dados do inquérito “Vacinómetro”, hoje divulgados.

Entre a população a partir dos 65 anos, para quem a vacina é gratuita nos centros de saúde, encontram-se vacinadas mais de 48% das pessoas. Nos doentes crónicos, a percentagem é de 42,2% e nos profissionais de risco de 34,2%.

No total, de acordo com uma amostra representativa de 1.500 pessoas, estão vacinadas 37,9%.

Do total dos que se vacinaram contra a gripe, 80% não foi a primeira vez que o fez.

Entre os que ainda não se vacinaram, menos de um terço não pretende levar a vacina nesta época gripal.

Lançado em 2009, o "Vacinómetro" visa "monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde".

Principal causa de cegueira
No próximo dia 14 de novembro numa iniciativa da IDF assinala-se o Dia Mundial da Diabetes, este ano subordinado ao tema “Olhos...

Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, sublinha que a diabetes é uma epidemia em muitos países e também em Portugal, no entanto, é passível de ser considerada uma patologia prevenível e tratável. O especialista alerta também que “esta patologia constitui a principal causa de cegueira”, daí a importância atribuída ao tema este ano.

A oftalmopatia diabética tem a sua principal expressão na retinopatia, no entanto, é mais globalizante, podendo envolver também a catarata e o glaucoma. Qualquer um deles de forma singular ou em conjunto, poderão ser indutores de cegueira. A especialidade de oftalmologia deve ser procurada por todos os doentes diabéticos e, muitas vezes, chega mesmo a ser o especialista desta área quem faz o diagnóstico da diabetes (traduzindo um considerável defeito no processo do desejável diagnóstico atempado) . Para o especialista de Medicina Interna “isso é reflexo do insuficiente investimento que existe nesta área. O diagnóstico não deve realizado por força da presença das complicações”.

Álvaro Coelho sublinha que “a diabetes é uma entidade complexa e consumidora de enormes recursos, sejam eles sociais, humanos ou mesmo financeiros”. Acrescenta ainda que “a prevenção é fundamental e é na população em geral e em especial na referenciada ‘de risco’ que se deve centrar o cuidado com a saúde e evitar as situações indutoras de doença”. Os critérios de diagnóstico atuais são também insuficientes para um diagnóstico precoce, em tempo útil, de forma a evitar a evolução da doença e o surgimento das suas complicações. “Um maior investimento na medicina de proximidade (medicina familiar) e numa educação para a saúde, evitaria inúmeras perdas e mesmo consumos hospitalares”.

Concluindo, prevenir e controlar a diabetes continua a ser um objetivo maior. O doente tem um papel importante e fundamental na prevenção e controlo da sua doença, através da adoção de bons hábitos alimentares, de adequada atividade física, de um estilo de vida saudável e ao evitar comportamentos de risco (como fumar, etc). De sublinhar que tão importante como estes elementos é a relação com a equipa e a estrutura de saúde. A Medicina Interna está empenhada em dar o seu contributo no pretendido combate a esta epidemia, como é testemunhado pelo conjunto de atividades em que se encontra envolvida por todo o País através deste Núcleo de estudos.

A principal causa de cegueira na população ativa
Mais de 415 milhões de pessoas vivem atualmente com diabetes, uma das principais causas de cegueira na população mundial. Um em...

No Dia Mundial da Diabetes, 14 de novembro, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), no seguimento do que tem vindo a fazer pelo país, vai estar na Praça Luis de Camões, em Lisboa, a avaliar os olhos de pessoas com diabetes, número que ultrapassa, em Portugal, um milhão.

Este ano o foco do Dia Mundial da Diabetes está centrado na retinopatia diabética (RD) e na importância de diagnosticar precocemente esta manifestação oftalmológica da diabetes, que constitui uma das principais causas de perda grave de visão a nível mundial. Na causa da retinopatia diabética, que é umas das mais graves complicações crónicas da diabetes, está o aumento dos níveis de açúcar no sangue, que provoca alterações nos pequenos vasos sanguíneos da retina, no interior do olho.

O primeiro estudo epidemiológico no país sobre a retinopatia diabética, realizado por especialistas da APDP, examinou recentemente mais de 52 mil pessoas com diabetes e concluiu que 16,3% sofrem da doença que é a principal causa de cegueira (evitável) na população ativa. O RETINODIAB foi implementado entre Julho de 2009 e Dezembro de 2014 em pessoas com diabetes tipo 2 após 5 anos de seguimento e compreende a área geográfica de Lisboa e Vale do Tejo, onde a APDP realiza rastreios anuais.

Os dados aferidos neste estudo, com base num total de 109 543 retinografias classificáveis, demostram que a duração da diabetes, a idade em diagnóstico e tratamento de insulina estão associados ao aumento do risco de prevalência, incidência e progressão da RD. Os resultados permitem perceber a necessidade de generalizar os rastreios por todo o país, de forma a contribuir para baixar em 30% o número de casos de cegueira por diabetes, conforme sugerido na Declaração de St. Vincent, uma declaração que Portugal assinou em 1989, comprometendo-se a atingir os objetivos de reduzir as principais complicações da diabetes: cegueira, amputações major dos membros inferiores, insuficiência renal terminal e doença coronária.

“Seria uma grande mais-valia que o Ministério da Saúde alargasse a colaboração que tem com a APDP para ampliar o rastreio à população a nível nacional. A APDP é a única entidade certificada no rastreio da retinopatia diabética por telemedicina, um processo iniciado com a ARSLVT há 6 anos. Recordo que em Portugal há um milhão de pessoas com diabetes, mas apenas 10 ou 15% das 700 mil que se encontram em tratamento têm acesso ao programa de rastreio da retinopatia diabética”, refere João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

“Hábitos de vida saudável são o pilar de prevenção da diabetes. Estes hábitos, associados ao tratamento precoce e adequado da diabetes permitem travar o aparecimento e a progressão da retinopatia diabética, pelo que é fundamental reforçar o alerta na população. Há dois milhões de pessoas que podem evitar vir a ter diabetes: pessoas que têm excesso de peso, vida sedentária, hipertensão arterial, pessoas com diabetes na família. É imperativo que estas pessoas sejam identificadas, com o intuito de travar a diabetes, a incidência de complicações graves, e os custos económicos associados”, acrescenta.

No ano em que assinala os seus 90 anos, a APDP, suportada pela sociedade civil numa luta contínua de sobrevivência nas adversidades e no combate à pandemia da diabetes, leva a cabo, durante o mês de novembro, diversas iniciativas: de rastreio, de incentivo à atividade física, de discussão de uma doença séria e silenciosa.

Iniciativas em que a APDP estará presente em novembro, mês da diabetes:

12 de novembro | Caminhada pelos miradouros de Lisboa | Início Príncipe Real*
16h00 – Aula de Zumba no Jardim do Príncipe Real
Das 17h00 às 18h30 – Caminhada pelos miradouros de Lisboa, do Príncipe Real até à Praça do Comércio, passando por São Pedro de Alcântara, Bairro Alto, Miradouro de Santa Catarina, Largo Camões, Chiado, Rua Garrett, Rua do Carmo, Rossio, Rua Augusta.

12 a 14 de novembro | Iluminação de vários monumentos da cidade de Lisboa a azul*
Estátua D. José, na Praça da Figueira; Paços do Concelho; Praça do Império, em Belém.

14 de novembro | Rastreio da APDP à Retinopatia Diabética, na Praça Luís de Camões**
Das 9h00 às 18h00 – Rastreio à retinopatia diabética e aplicação de questionários de avaliação de risco de vir a ter diabetes à população em geral.

26 de novembro | Festa Da Diabetes 90 anos APDP | Complexo Desportivo do Casal Vistoso, no Areeiro, em Lisboa***
Das 09h30 às 16h30 - Música, dança e poesia, showcooking e alimentação saudável, espaço criança, feira das associações | Com a participação de Carlos Alberto Moniz, José Fanha, Chef Vítor Sobral, entre outros | Entrada livre!

*Organização Câmara Municipal de Lisboa, APDP e outros parceiros
**Organização APDP | Apoio Bayer e Câmara Municipal de Lisboa
*** Organização APDP | Apoio Câmara Municipal de Lisboa

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