No México
O primeiro bebé do mundo concebido através de uma técnica de reprodução assistida que utiliza o ADN de três pessoas nasceu há...

A publicação revela que a criança chama-se Abrahim Hassan e possui o ADN do pai e da mãe bem como uma pequena quantidade do código genético de uma dadora.

Uma equipa de médicos dos Estados Unidos aplicou a técnica (no México) para garantir que o bebé não herdasse uma doença genética da sua mãe, de origem jordana. A mãe já tinha perdido duas crianças devido a uma doença rara, o síndroma de Leigh, que afeta o sistema nervoso quando este está a desenvolver-se.

Apesar de a mãe estar saudável, os genes da doença permanecem no seu ADN, pelo que o casal recorreu a esta técnica pioneira para que não passasse ao filho.

Os especialistas, liderados por John Zhang, usaram o procedimento para criar cinco embriões, mas apenas um estava saudável, pelo que apenas esse foi implantado.

A "técnica dos três pais", desenvolvida em Newcastle (Reino Unido), combina o ADN dos dois pais com a mitocôndria saudável de uma mulher dadora. Apenas cerca de 0,2% da carga genética da dadora passa para o embrião, o que não interfere com as características essenciais de um indivíduo.

No decorrer do processo, são fertilizados dois óvulos, um da mãe e outro da dadora, com espermatozoides do pai. Depois o núcleo dos dois óvulos resultantes é retirado, mas apenas é guardado o que foi criado pelos pais e esse núcleo é introduzido no embrião da dadora, no lugar do núcleo que foi retirado.

O embrião que resulte desse procedimento é depois implantado no útero da mãe. A técnica permite que também a futura descendência do bebé criado com este procedimento fique livre de doenças mitocondriais (transmitidas pelo material genético da mãe).

A técnica foi recentemente aprovada no Reino Unido.

Ministro do Ambiente
O ministro do Ambiente avançou hoje que 252 edifícios, considerados prioritários, vão ter intervenções para remover amianto,...

“Para 252 edifícios prioritários será realizada intervenção”, em processos que vão ter um investimento de 46 milhões de euros, afirmou o governante.

João Matos Fernandes está a ser ouvido na Assembleia da República, na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação.

As obras deverão começar “no início de 2017 e concluídas até final de 2018”, salientou o ministro.

Segundo as contas do Ministério do Ambiente, são 2.892 os edifícios com amianto, 252 são prioritários, dos quais 76 “são primeira prioridade”.

Por outro lado, 1.180 são tutelados pelo Ministério da Educação, acrescentou o ministro sobre este assunto que foi alvo de questões dos deputados Álvaro Castelo Branco, do CDS, e de Heloísa Apolónia, do partido ecologista Os Verdes.

Num conselho de ministros dedicado ao ambiente, realizado no início de junho, o Governo anunciou que iria dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios públicos que apresentem projetos com garantia de aumento da eficiência energética.

Naquela altura o ministro disse que “a priorização dos investimentos está por fazer e cabe a cada ministério promover as obras para a eficiência”.

As obras do amianto podem ser realizadas através do programa para a eficiência energética dos edifícios da Administração Pública, área que tem uma verba de 200 milhões de euros.

No Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), há uma parcela destinada à eficiência energética dos imóveis que “vai dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios para dotar de músculo financeiro” esta tarefa.

Dia Mundial do Coração - 29 de Setembro
Sociedade Portuguesa de Cardiologia comemora o dia Mundial do Coração com o lançamento de uma plataforma online com informação...

É o coração que toma conta da nossa vida. Ajuda-nos, todos os dias, a sermos mais saudáveis, mais felizes e mais fortes. Mas, quem toma conta do nosso coração somos nós! Pequenas mudanças podem transformar a nossa vida. Pequenas mudanças podem dar mais e melhor tempo ao seu coração.

Este é o mote da campanha de educação para a Saúde Cardiovascular, lançada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia, simbolicamente no dia do Coração, dia 29 de setembro.

Sabemos que as Doenças Cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morte em Portugal e no Mundo. Além disso, sabemos que 80% dessas mortes poderiam ser evitadas se todos controlássemos os fatores de risco: tabagismo, colesterol elevado, diabetes, hipertensão arterial, obesidade e sedentarismo.

Porém, cerca de 55% da população portuguesa, entre os 18 e os 79 anos, apresenta pelo menos dois destes fatores de risco! Metade da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade, 40% dos portugueses tem hipertensão arterial, 30% tem colesterol muito elevado, 25% são fumadores e 13,1% dos portugueses, entre os 20 e os 79 anos, tem diabetes.

Esta campanha foi criada por forma a alertar os portugueses para a importância de protegerem a sua vida e o seu coração. Assim, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia pretende sensibilizar a sociedade civil para o impacto que os estilos de vida podem ter na sua saúde.

“Eu Amo Viver” é uma campanha multimeios materializada através do site www.euamoviver.com e página de facebook (disponíveis a partir de dia 29 de setembro) com informação útil sobre as Doenças Cardiovasculares. Esta campanha será oficialmente inaugurada no dia 29 de setembro, através de uma ação de sensibilização da população para a importância de saber realizar Suporte Básico de Vida, que decorrerá na estação de metro do Cais do Sodré, durante o período da tarde.

A fadista Gisela João e os atores Marcantónio Del Carlo e Patrícia Bull são os embaixadores desta campanha, que assim, ajudarão a levar a mensagem mais longe e a um maior número de portugueses. Esta é uma campanha anual que termina no mês do coração, maio, em 2017!

Está ao alcance de cada um mudar o rumo da sua vida, mas isso nem sempre acontece porque não temos a noção de como pequenas mudanças podem ser sinónimo de mais anos de vida. O coração toma conta da nossa vida, mas nós temos que tomar conta do nosso coração. Só assim podemos viver mais e melhor. 

Ministro da Saúde
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai ter vinte novas viaturas de emergência e reanimação a partir de outubro...

As viaturas de emergência e reanimação (VMER) são veículos de intervenção pré-hospitalar destinado ao transporte rápido de uma equipa médica ao local onde se encontra o doente, tendo a equipa à disposição equipamento de suporte avançado de vida.

O anúncio foi feito durante a comissão parlamentar de Saúde pelo ministro Adalberto Campos, que estima que as novas VMER estejam operacionais até ao final do próximo mês.

Durante a audição, o ministro sublinhou que 2016 tem sido dada prioridade ao reforço dos profissionais de saúde, anunciando que no último ano o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem mais cerca de 3.800 profissionais, perto de mil são médicos e 1.600 enfermeiros.

Adalberto Campos Fernandes revelou também aos deputados que diminuiu este ano o número de médicos que pediu a reforma. Entre janeiro e fim de agosto pediram a aposentação 158 clínicos, quando no mesmo período de 2015 tinham saído para a reforma mais de 300 profissionais.

Quanto aos cuidados primários de saúde, o CDS foi insistindo durante a audição para saber o número exato de unidades de saúde familiar (USF) já abertas este ano.

Coube ao secretário de Estado Adjunto, Fernando Araújo, responder, indicando que até ao momento abriram oito novas USF de modelo A, havendo mais quatro para abrir durante o próximo mês.

Ainda assim, o secretário de Estado disse estar “seriamente empenhado” em tentar cumprir o objetivo de abrir as 30 novas USF estabelecidas para este ano, que termina dentro de três meses.

Bastonário da Ordem dos Psicólogos
O número de psicólogos por alunos nas escolas portuguesas é atualmente de 1/1.700 alunos, quando o rácio recomendado é de 1/1...

Em declarações, o bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), Telmo Mourinho Baptista, defendeu uma maior inclusão destes profissionais nas grandes áreas de intervenção, nomeadamente na educação e saúde, registando, contudo, “movimentos de mudança” no atual paradigma.

“Tanto na área da saúde, como da educação, como nas organizações, há falta de uma presença de psicólogos que garanta uma cobertura uniforme e aceitável daquilo que deveria ser a presença dos psicólogos”, disse Telmo Baptista, que falava a propósito do 3.º Congresso da Ordem dos Psicólogos, que começa quarta-feira, no Porto.

O responsável sublinha que, apesar de se saber que “ainda existe um caminho a percorrer”, é possível acreditar que estão a ser dados “importantes passos rumo à afirmação dos psicólogos nas escolas”.

Referiu, por exemplo, que o Conselho Nacional de Educação emitiu um parecer “a sublinhar que eram necessários mais psicólogos nas escolas” e que o Ministério da Educação se comprometeu “a disponibilizar 30 milhões de euros para os próximos tempos, com o objetivo de se contratar mais psicólogos e proporcionar melhores condições aos que já trabalham nas escolas”.

No Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 2015, existiam 553 psicólogos (ACSS, 2015), que serviam uma população aproximada de 9.869.783 pessoas residentes em Portugal continental em 2014 (INE), representando um rácio de 1/17.848 utentes.

“É, portanto, necessária uma melhor distribuição e uma contratação considerável de psicólogos. Contudo, importa sublinhar que a OPP tem vindo a trabalhar com as diversas ordens e o Ministério da Saúde, no âmbito da promoção e sustentabilidade do SNS. Portanto, parece existirem sinais que o atual paradigma poderá mudar”, frisou o bastonário.

O congresso, que conta com cerca de 1.800 participantes, “uma boa demonstração da força da psicologia na intervenção, fica muito claro que temos uma intervenção que é muito útil a vários níveis, porque beneficia as pessoas, as famílias, os grupos, as organizações, a comunidade e reduz custo”, acrescentou Telmo Baptista.

Durante o encontro, que se prolonga até sexta-feira, será lançado oficialmente o livro “Uma Dor Tão Desigual”, que resulta de uma parceria entre a Ordem dos Psicólogos e oito escritores lusos, onde se explora as diferentes variantes dos distúrbios psicológicos.

Afonso Cruz, Dulce Maria Cardoso, Gonçalo M. Tavares, Joel Neto, Maria Teresa Horta, Nuno Camarneiro, Patrícia Reis e Richard Zimler “mostram o quão asfixiante pode ser a doença e quanta diferença faria uma sensibilidade refrescante”, refere a organização do congresso.

Conferência anual da Plataforma Europeia para a Reabilitação
A secretária de Estado para a Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, defendeu a necessidade de criação de um...

A governante falou na conferência anual da Plataforma Europeia para a Reabilitação “Evolving Societies, evolving services: through the looking glass” (Evoluindo sociedades, evoluindo serviços: olhando pelo outro lado do espelho), organizada em parceria com a Fundação AFID Diferença, que decorreu no Fórum Picoas, nos dias 21 e 22 de setembro.

No encerramento do evento, Ana Sofia Antunes, enumerou três medidas para uma vida inclusiva das pessoas com deficiência “A criação de um subsídio social com o objetivo de tirar estas pessoas da pobreza que ainda é uma realidade. O atual subsídio da pessoa com deficiência é de 200 euros o que não chega para dar dignidade a estas pessoas. A segunda medida é o incentivo à independência da pessoa com deficiência através do desenvolvimento de projetos específicos. A terceira é o emprego para pessoas com deficiência. Em Portugal, temos boas leis nesta área, mas não boas práticas, ou os resultados dessas práticas não são suficientemente disseminados. Por isto, é possível para as empresas, municípios, institutos e outras organizações trabalharem em conjunto na procura da resposta certa para cada caso e cada contexto de cada pessoa com deficiência.”

A secretária de Estado fez, ainda, uma retrospetiva do seu trabalho durante os 10 meses no Governo e de como quer implementar um novo sistema de reabilitação para os próximos anos.

Já o presidente da Fundação AFID Diferença, Domingos Rosa, apelou à união de esforços para melhorar o setor da reabilitação ao nível europeu.

“Falámos de políticas e estratégias futuras para o setor da reabilitação, formação e emprego. Falámos também sobre inovação na prestação de serviços, investigação e novas tecnologias para serviços de reabilitação como chave para a inclusão. Por fim, falámos do financiamento e como a responsabilidade social das empresas pode ser vista como fonte de financiamento. É neste sentido de novas mudanças, novas atitudes e novo compromisso coletivo, que a AFID, EPR e as várias associações, se devem juntar e ter um papel ativo no seu desenvolvimento.”

Juntando cerca de 140 participantes, de diversas organizações, de 18 países europeus, o primeiro dia arrancou com a presença de João Gomes Esteves, curador e Administrador da Fundação AFID Diferença, Graça Rebocho, da Fundação PT, José Serôdio, presidente do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., João Afonso, vereador para os Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e Jean-Paul Essers, presidente da EPR.

João Afonso considerou esta uma oportunidade para discutir os projetos que estão em desenvolvimento com o intuito de tornar Lisboa mais acessível: “Quando falamos de evoluir sociedades e serviços, falamos de inclusão, falamos de direitos humanos e oportunidades. Falamos de todos, e, todos precisam de participar nesta discussão. Falamos de serviços, de uma sociedade inovadora e os mesmos propósitos para todos.”

Já para José Serôdio, do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P., esta foi uma forma de relembrar a tarefa urgente de implementar os valores da convenção Europeia dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência.

“É importante ser inovador e dinâmico, de modo a conseguir consolidar compromissos a todos os níveis desde a perspetiva da criação e desenvolvimento de igualdade, às condições para oportunidades de participação e inclusão de pessoas com deficiência, e as suas famílias, em todas as áreas da vida na sociedade.”

Jean-Paul Essers, presidente da EPR, considerou que a tradição deste evento anual é o que mais próximo está do objetivo principal da plataforma: aprendizagem mútua.

“A EPR é composta por membros que estão diretamente envolvidos em prestação de serviços a pessoas com deficiência. As organizações são desafiadas a inovar os seus serviços, adaptar e redesenhar de maneira a que se adaptem às novas regras e regulamentos de cortes orçamentais.”

Ainda no primeiro dia, Laura Jones, secretária-geral da EPR, fez paralelos entre as obras “Alice no País das Maravilhas” e “Alice pelo outro lado do espelho e o que ela encontrou por lá”, de Lewis Carroll, com as iniciativas para a inclusão de pessoas com deficiência e sobre como encontrar soluções.

Miguel Gonçalves, CEO da Spark Agency, apresentou o conceito do Pitch BootCamp para jovens universitários na procura do seu primeiro emprego e falou sobre como ter jovens motivados para uma carreira de excelência através do autoconhecimento e saindo da zona de conforto.

Idália Serrão, ex-secretária de Estado para a Reabilitação e deputada socialista, falou da execução do Plano de Ação para a Integração das Pessoas com Deficiência ou Incapacidade (2006/2009) e da Estratégia Nacional para a Deficiência (ENDEF|2011-2013).

Foi, ainda, entregue o Prémio Inovação EPR para a Fundação Theotokos, da Grécia, através da iniciativa “Serious Games for Developing the Communication and Social Skills of Individuals With Autism Spectrum Disorder (ASD) and Intellectual Disability”. Um jogo criado para jovens entre os 12 e 30 anos com deficiência intelectual ou espetro de autismo, no qual podem trabalhar as capacidades comunicativas e sociais através de jogos interativos que replicam situações de interação social.

Ainda no primeiro dia, os participantes discutiram em workshops várias iniciativas europeias para a inclusão, atividades e estratégias para lidar com o envelhecimento ao nível local, a identidade digital, tecnologia assistida para a inclusão e estratégias de angariação de fundos.

No segundo dia a conferência assentou numa reflexão sobre os trabalhos do dia anterior com evidência na dinâmica World Café, onde os participantes puderam aprofundar questões estratégicas e fazer sugestões de atuação futura à Plataforma.

Destaque ainda para o encerramento de Zé Pedro Cobra, advogado, comediante, contador de histórias e apaixonado por causas sociais que, através da comédia, deixou aos participantes uma série de reflexões sobre a inclusão e como devem desafiar os obstáculos no seu quotidiano enquanto instituições.

A conferência Anual da EPR contou com o apoio da Fundação PT, Câmara Municipal de Lisboa, Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. e Cruz Vermelha Portuguesa.

“Chapéu com aTTitude”
A IPSS aTTitude lança o desafio “Chapéu com aTTitude”, no âmbito de uma campanha de sensibilização internacional dinamizada...

A iniciativa é realizada pelo 3º ano consecutivo, a nível mundial, com o objetivo de sensibilizar a população para o direito que as crianças com doenças crónicas ou limitantes de vida e suas famílias têm de receber cuidados paliativos pediátricos.

A aTTitude IPSS pretende, acima de tudo, com esta iniciativa simbólica, recordar que em Portugal existem mais de 6 mil crianças e jovens com necessidades paliativas e que o nosso país é ainda considerado o menos desenvolvido da Europa Ocidental nesta área da saúde. Nunca é demais relembrar que os cuidados paliativos pediátricos constituem um direito humano básico para todas as crianças e jovens portadores de doenças crónicas, e que é nosso dever lutar pela sua rápida implementação a nível nacional.

Para mais informações sobre cuidados paliativos pediátricos consulte o portal: http://cuidandojuntos.org.pt/site/.

Ministro da Saúde
A ADSE vai ser um instituto público de gestão participada, com participação dos beneficiários, e que terá uma dupla tutela, dos...

Adalberto Campos Fernandes disse hoje aos deputados da comissão parlamentar de Saúde que o projeto de diploma sobre o novo modelo do subsistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE) irá em breve ser apreciado em reunião de secretários de Estado e que o Governo pretende que possa produzir efeitos a partir de janeiro de 2017.

Segundo o ministro, a ADSE será um instituto público de gestão participada, o que permite preparar uma evolução, para uma eventual solução de maior autonomia, para uma associação mutualista de interesse público.

A ADSE passará a ter dupla tutela - da Saúde e das Finanças - e terá a representação de membros dos seus beneficiários.

"Ao Estado cumpre garantir uma tutela administrativa", afirmou.

Adalberto Campos Fernandes reconheceu o problema do envelhecimento dos beneficiários da ADSE, que são cerca de 1,2 milhões, atualmente com uma idade média de 48 anos.

Depois de estar instituído o novo formato, a ADSE deve criar condições para que o universo da sua cobertura seja alargado, por exemplo aos contratos individuais de trabalho na Função Pública.

Esse tipo de novas admissões permitiria diminuir a idade média da população coberta, especificou o ministro.

Campos Fernandes sublinhou que a ADSE deve ser autónoma, independente e auto-sustentada e que não deve haver contribuição do Estado para uma dupla cobertura (a acrescer à que é dada pelo pagamento dos beneficiários).

Ministério da Saúde quer
Os profissionais contratados a empresas pelo Serviço Nacional de Saúde equivalem a 1.260 médicos a trabalhar a 40 horas...

O ministro da Saúde comprometeu-se hoje no Parlamento a tornar residual o recurso a prestações de serviço para suprir a falta de médicos nos hospitais, mas adiantou que é uma medida que não pode ser tomada de um dia para o outro, para evitar prejudicar os utentes.

Neste momento, os profissionais contratados a empresas de prestação de serviço fazem um trabalho que equivaleria a cerca de 1.260 médicos. Até ao final da legislatura, o Ministério pretende conseguir alcançar 10 por cento deste valor.

"A partir do próximo ano, e com o número de contratações, iremos tornar o recurso às empresas absolutamente marginal, que é aquilo que ele deve ser", afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes aos deputados da comissão parlamentar de Saúde.

Hoje, o ministro anunciou no Parlamento que no último ano o Serviço Nacional de Saúde tem mais cerca de 3.800 profissionais, cerca de mil são médicos e 1.600 enfermeiros.

Na comissão parlamentar, o CDS questionou o ministro sobre o aumento de colonoscopias e mamografias que foi prometido pelo Ministério.

Adalberto Campos Fernandes adiantou que o Ministério está a contratualizar a realização desses exames com entidades públicas e do setor social.

"Está bem encaminhado. Em 2016 vamos poder fazer mais e mais barato", declarou.

Estudo
Maior parte das pessoas com mais de 65 anos tem excesso de peso e défice de vitamina D. São resultados de primeiro estudo...

A maior parte dos idosos sofre de défice de vitamina D, de excesso de peso ou obesidade, uma fatia significativa está desidratada e a esmagadora maioria consome demasiado sal. Os dados que permitem esboçar esta espécie de retrato dos idosos ditos saudáveis (foram excluídos os internados em hospitais ou a viver em lares) encontram-se nos resultados ainda parcelares do projeto Nutrition UP –Nutritional Strategies Facing and Older Demography que esta quarta-feira vai ser apresentado no Porto e a que o jornal Público teve acesso.

Desenvolvido pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto com o financiamento da Islândia, Liechtenstein e Noruega, através dos EEA Grants (Programa Iniciativas de Saúde Pública), o projeto partiu da avaliação de uma amostra estratificada (por sexo, intervalos de idades, níveis de escolaridade e regiões) de 1500 idosos, tendo sido colhidas amostras de sangue e de urina para avaliar uma série de parâmetros.

Primeiro: mais de dois terços (68,9%) dos idosos apresentavam deficiência de vitamina D, resultado que mais preocupa os responsáveis por este projeto. “Apenas 8% estão com níveis considerados normais”, lamenta Nuno Borges, um dos investigadores do Nutrition UP 65, que se confessa “preocupadíssimo” porque é necessário somar ainda aos que apresentam um défice total aqueles que têm níveis considerados “insuficientes”.

“A vitamina D é muito importante para que o cálcio seja bem absorvido e depois incorporado no tecido mineral ósseo”, explica o investigador, lembrando que pode ser sintetizada através da exposição solar, mas que este efeito apenas é passível de ser produzido entre Maio e Setembro. A síntese depende não só da duração da exposição ao sol mas também do tom da pele. O problema, frisa Nuno Borges, é que a exposição solar prolongada tem sido desaconselhada por poder causar, a longo prazo, melanoma, a forma mais grave de cancro de pele.

Em alternativa, há outras fontes de vitamina D, como os alimentos que a contêm, nomeadamente o peixe gordo – cavala, sardinha, salmão – a gema de ovo, o fígado, o óleo de fígado de bacalhau, mas estes são relativamente pouco consumidos. em Portugal. Outra fonte de vitamina D são os produtos enriquecidos, como o leite, e resta o último recurso, o dos suplementos.

Mais de 90% dos homens consomem sal a mais
Mas os investigadores deste projeto que pretendeu conhecer o estado nutricional dos idosos portugueses estudaram muitas outras variáveis. Como a do consumo de sal, que também revelou resultados pouco animadores. Nesta faixa etária, 85% dos inquiridos consumiam sal em excesso e, a este nível, os homens surgiam em destaque, com uma proporção mais elevada do que as mulheres (91,8% e 80,4%, respetivamente).

Preocupante é também o facto de uma fatia significativa dos inquiridos – mais de um terço – estar desidratado, e de apenas um quarto não apresentar critérios de diagnóstico de fragilidade, além de um décimo sofrer de sarcopenia (estado clínico de depauperação de reservas musculares). São  resultados que afetam o desempenho e o rendimento global dos idosos . “É como acontece com os atletas, o rendimento é muito inferior”, compara o investigador.

Pela positiva, e quanto à desnutrição, foi encontrado um valor relativamente baixo (perto de 15% dos inquiridos encontravam-se em risco de desnutrição e apenas 19 pessoas estavam mesmo desnutridas). “O risco de desnutrição está mais ou menos em linha com os resultados de outros países europeus”, sublinha Nuno Borges.

Já a proporção de idosos com excesso de peso ou obesidade é extremamente elevada, com valores muito acima dos encontrados para a população adulta em geral em Portugal. Mais de 44% apresentava excesso de peso e 38,7% era mesmo obeso.  “O que é impressionante é que encontramos pessoas obesas em risco de ficar desnutridas”, destaca o investigador. Pode parecer um paradoxo, mas não é. “São pessoas que comem por exemplo muitas bolachas e pão, bebem muito álcool”, ilustra.

“Estes dados ainda são muito crus”, avisa Nuno Borges, que sublinha que com o projeto se pretende ir muito para além deste primeiro estudo. Já foi possível entretanto avançar com sessões de formação para profissionais de saúde (350) e uma rede de voluntários de Norte a Sul do continente e nos Açores levou a cabo ações de formação “mais simples”, quer para os próprios idosos (821), quer para alguns cuidadores (120).

Falta ainda a parte científica propriamente dita. Há muitos dados para trabalhar até porque foram mais de 100 as variáveis estudadas, enfatiza o investigador, que nota que é necessário, porém, mais financiamento para se poder avançar.

Na próxima década
A empresa tecnológica pretende assumir o compromisso de combater o cancro nos próximos anos, com recurso à ciência de computação.

A empresa abriu este ano um laboratório com biólogos, programadores e engenheiros, e tem como intenção, a curto prazo, decifrar o código de células tumorais e reprogramá-las, detetando falhas e reiniciando o “sistema” a fim de garantir que as células doentes regressam a um estado saudável.

Na próxima década, segundo o Sapo, a Microsoft pretende avaliar os mapas de funcionamento interno das redes celulares e tratar o cancro como um “bug”.

Em desenvolvimento está já um computador molecular construído a partir de ADN que tem capacidade para viver dentro das células e procurar falhas nas suas redes.

A partir desta semana
Mais de 10 mil novos computadores vão começar a ser distribuídos a partir desta semana no Serviço Nacional de Saúde, sobretudo...

Na comissão parlamentar de Saúde, o ministro Adalberto Campos Fernandes disse que vai ser feito um reforço intensivo de meios informáticos nos cuidados de saúde primários, não apenas com novos equipamentos, mas também ao nível das redes de comunicações.

O reforço de novos computadores começará já esta semana em centros de saúde na área de Lisboa e Vale do Tejo.

Os problemas informáticos são muitas vezes apontados por médicos e doentes como entraves à prestação completa de cuidados, sobretudo num momento em que já 90 por cento das unidades do SNS usam a receita médica sem papel.

O ministro da Saúde lembrou que os últimos anos foram de interrupção de investimento e que é necessário começar a olhar para as necessidades de reposição de investimento, nomeadamente na área tecnológica, calculando que seriam necessários 800 milhões de euros para repor todas as necessidades.

Adalberto Campos Fernandes sublinhou que a prioridade do Ministério para 2016 foi o reforço e a consolidação dos profissionais e dos recursos humanos, mas "num quadro de responsabilidade orçamental".

Ministro da Saúde
Há mais 3.800 profissionais no Serviço Nacional de Saúde no último ano, segundo dados do ministro da Saúde, que considera...

Na comissão parlamentar de saúde, Adalberto Campos Fernandes disse que de setembro do ano passado para setembro deste ano há mais 3.861 pessoas a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Destes profissionais, cerca de mil são médicos e 1.600 são enfermeiros.

Acresce ainda a entrada de mais de dois mil clínicos que concluíram o internato.

"Estamos historicamente perante o maior número de colocação de médicos e de outros profissionais", declarou o ministro da Saúde.

O Ministério da Saúde diz ainda que entraram recentemente cerca de 450 médicos especialistas hospitalares, incluindo vários clínicos há muito fora do SNS. Foi ainda dada autorização para o regresso de cerca de 100 clínicos que se encontravam aposentados.

Quanto ao impacto financeiro da passagem para as 35 horas de trabalho semanais no setor da saúde, Adalberto Campos Fernandes adiantou que as contas de Julho e Agosto mostram variações de 2,8 milhões de euros, quando as "estimativas mais prudentes" apontavam para acréscimos de 19 milhões de euros num semestre.

Administração Central do Sistema de Saúde
O saldo de conta do Serviço Nacional de Saúde agravou-se para 372 milhões de euros, face à estimativa inicial de 112 milhões,...

De acordo com o documento publicado no site da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que apresenta os principais resultados da Conta final do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 2015, “o SNS apresenta em Dezembro de 2015, de acordo com a metodologia das contas nacionais , um saldo de -371,8 ME que compara com um saldo de -248,9 M€ registado em igual período do ano anterior”.

De acordo com a ACSS, a receita até dezembro foi de 8.653,5ME, “com um incremento face ao ano anterior de 30,4 ME (+0,4%), suportado, essencialmente, pelo crescimento das transferências da Administração Central, que constituem 91% do financiamento do Serviço Nacional de Saúde”.

“Destacam-se os aumentos das rubricas de receita própria do SNS relativos a receitas dos jogos sociais e taxas moderadoras, bem como as provenientes do Acordo com a APIFARMA”, refere a ACSS.

A despesa até dezembro totaliza 9.025,3 milhões de euros e regista, face a igual período do ano anterior, um aumento de 153,3 M € (+1,7%), sobretudo por causa da aquisições de produtos farmacêuticos (medicamentos), produtos vendidos em farmácias, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, parcerias público-privadas e despesas de capital.

As despesas com Pessoal (que representam 38% da despesa do SNS) registam um ligeiro aumento de 2,4 milhões de euros (+0,1%) face ao período homólogo, apesar da reposição de 20% dos cortes nos salários no ano de 2015.

“No que respeita às aquisições de produtos farmacêuticos e material de consumo clínico (compras de inventários), o crescimento de cerca de 186 M€ (+12,5 %) resulta maioritariamente da introdução de novos medicamentos para Hepatite C, que não estavam previstos inicialmente em sede de orçamento, nem no ano anterior”, explica a ACSS.

Relativamente aos fornecimento e serviços externos, os encargos com os Hospitais em Parceria Público-Privado (PPP) ficaram em dezembro nos 448,7 milhões de euros, um aumento de 19,2 milhões (+4,5%), os produtos vendidos em farmácias (representam 14% da despesa do SNS) registaram um aumento de 14,4 milhões (+1,2%).

Já os meios complementares de diagnóstico e terapêutica e outros subcontratos registaram, face ao período homólogo, um aumento da despesa de 41,6 M€ (+3,7%), “que se deve essencialmente aos Meios de Diagnóstico (análises, radiologia e gastroenterologia), ao SIGIC (programa combate às listas de espera da atividade cirúrgica), aos internamentos (Rede Nacional de Cuidados Continuados) e a outros acordos”, refere ainda ACSS.

10.000 pessoas morrem por ano devido ao tabagismo
No âmbito do Dia Europeu do Ex-Fumador, que ontem se assinalou, e face à evolução positiva dos últimos 10 anos, em que quase 2...

Embora, em Portugal, seja atualmente superior a população não fumadora, ainda existe uma percentagem significativa (quase ¼) de fumadores, registando-se aproximadamente 10.000 mortes por ano devido ao tabagismo.

De acordo com dados comunicados pela Sociedade Portuguesa de Tabacologia, apenas 5% dos fumadores dependentes de nicotina que pensaram abandonar o vício conseguiram, efetivamente, fazê-lo. Por seu turno, Hélder Flor, especialista em Medicina Tradicional Chinesa, apresenta resultados díspares: 90% das pessoas que procuraram nas suas terapias uma resposta a esta adição, conseguiram realmente romper com a mesma. O facto, explica o profissional, deve-se essencialmente à abordagem feita neste tipo de medicina, que aposta num reequilíbrio total do organismo da pessoa, curando-a como um todo, e não resolvendo apenas uma questão de forma isolada, como se não tivesse impacto noutras áreas.

“É muito fácil percebermos como o nosso organismo está todo interligado quando vemos uma pessoa que deixa de fumar a sentir-se mais nervosa e irritada nos dias a seguir, ou a substituir o vício da nicotina por comida. Se estamos apenas a trabalhar a questão do tabaco, estamos a fechar os olhos a todos estes efeitos”, exemplifica Hélder.

Por outro lado, as opções tradicionais, como os adesivos de nicotina ou outros substitutos farmacológicos ou a introdução de psicofármacos do grupo dos antidepressivos neste processo, apresentam efeitos secundários pouco benéficos, como a continuação da dependência, no primeiro caso, muitas vezes até aumentada em termos de consumo, porque os cigarros não são logo abandonados, e/ou as pastilhas ou adesivos de compensação são duplicados; ou riscos para a saúde, na segunda opção, restrita a várias populações clínicas e sujeita a prescrição médica.

Ao contrário das anteriores, a acupuntura tem sucesso em 90% dos casos e sem efeitos nefastos, reequilibrando por completo o organismo do ex-fumador, e trabalhando pontos fulcrais no mesmo, como a ansiedade e sensação de bem-estar geral, que necessariamente irão contribuir para uma inibição da vontade de fumar.

Organização Mundial de Saúde
Três milhões de pessoas morrem todos os anos por causas associadas à poluição do ar exterior, alerta a Organização Mundial de...

Com recurso a um novo modelo de avaliação da qualidade do ar, a organização (OMS) confirma que mais de nove em cada dez humanos vivem em locais onde a qualidade do ar exterior excede os limites definidos.

Conclui também que cerca de três milhões de mortes anuais estão associadas à exposição à poluição do ar exterior e alerta que, se se juntar a poluição do ar interior, a mortalidade sobe para 6,5 milhões anuais (11,6% de todas as mortes).

A poluição do ar é por isso o maior perigo ambiental para a saúde, sublinha a OMS no relatório "Poluição do ar ambiente: Uma avaliação Global da Exposição e do peso da doença".

Os números têm por base medições através de satélite, modelos de transporte aéreo e estações de medição da poluição atmosférica em mais de 3.000 localidades, tanto rurais como urbanas, e o estudo foi desenvolvido pela OMS em colaboração com a Universidade de Bath, no Reino Unido.

"O novo modelo da OMS mostra aos países onde estão os pontos perigosos da poluição atmosférica e fornece uma base para monitorizar os progressos no combate a este problema", disse a vice-diretora adjunta da organização Flavia Bustreo, citada num comunicado.

O estudo apresenta dados por país e conclui que quase 90% das mortes associadas à poluição atmosférica acontecem nos países de baixo e médio rendimento e quase dois terços estão nas regiões do sudeste asiático e do pacífico ocidental.

É também nos países de baixo e médio rendimento que se verifica uma falha na monitorização e registo dos poluentes atmosféricos, especialmente em África e na Ásia, alerta a OMS, que considera crucial reforçar a capacidade das cidades de verificar a qualidade do seu ar com modelos padronizados, instrumentos de qualidade.

Os autores do relatório sublinham ainda ser necessário mais estudos epidemiológicos sobre os efeitos de longo prazo nos países pobres, onde a poluição atinge "níveis inaceitáveis".

A grande maioria (94%) das causas de morte associadas à poluição do ar são doenças não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, acidentes vasculares cerebrais, doença pulmonar obstrutiva crónica e cancro do pulmão.

"A poluição do ar continua a afetar a saúde das populações mais vulneráveis - mulheres, crianças e idosos", disse Bustreo, acrescentando: "Para as pessoas serem saudáveis têm de respirar ar puro desde que respiram pela primeira vez até à última".

Entre as maiores fontes de poluição atmosférica estão meios de transporte ineficientes, combustível doméstico, queima de resíduos, centrais a carvão e atividades industriais.

Mas nem toda a poluição atmosférica tem origem humana, alerta a OMS, exemplificando com as tempestades de areia, que também influenciam a qualidade do ar.

Peritos querem registo oncológico
Os efeitos dos tratamentos oncológicos de imunoterapia precisam de ser estudados, desconhecendo-se ainda as consequências a...

A imunoterapia tem sido encarada como um novo paradigma de tratamento do cancro, usando agentes biológicos que estimulam o sistema imunitário e o ajudam a corrigir os mecanismos de defesa alterados.

O estudo “Consenso Estratégico sobre o Valor da Imuno-Oncologia em Portugal”, que hoje é divulgado, sublinha que a imunoterapia contribui para o aumento de anos de vida com qualidade e apresenta maior capacidade de gestão dos efeitos secundários no doente.

Contudo, é ressalvado “o desconhecimento total a médio e longo prazo, dos efeitos sobre a gravidez e fertilidade e sobre as doenças autoimunes associadas aos fármacos” da imunoterapia.

Aliás, na análise ao modelo de financiamento e aos custos totais da imuno-oncologia, o grupo de peritos advoga que “os custos diretos e indiretos poderão ser bem mais elevados na gestão de todos estes efeitos secundários”.

Os peritos sugerem assim a criação de um registo oncológico nacional único precisamente para permitir monitorizar com rigor e a longo prazo a utilização da imunoterapia, percebendo os seus efeitos secundários ao longo do tempo, que são atualmente desconhecidos.

Contudo, salientam que o grande ganho da imunoterapia se centra na forma como conseguiu alterar o curso da doença, prolongando a vida dos doentes com melhor qualidade de vida.

“Tem-se conseguido demonstrar uma regressão sustentada e duradoura nalgumas situações, transformando alguns casos de doença agressiva em doença crónica, pouco sintomática”, indica o estudo a que a agência Lusa teve acesso.

Mas apenas alguns tipos de tumores em determinados estádios de doença oncológica beneficiam destes fármacos de imunoterapia. A imuno-oncologia, que foi considerada pela revista Science como o avanço científico mais significativo de 2013, tem sido usada sobretudo em tumores hematológicos, melanomas ou tumores do rim.

Quanto à forma de pesar ou mediar os efeitos dos tratamentos, o painel de peritos entende que a sobrevivência global não pode ser o único fator a considerar nem o mais importante. A qualidade de vida e a sobrevivência livre de progressão da doença devem ser tidos em conta.

Para a utilização da imunoterapia com sucesso, os especialistas recomendam criar linhas gerais de orientação europeias e internacionais que se apliquem à realidade nacional.

O acesso dos doentes tem ainda de ser melhorado e muitas modificações precisam de ser introduzidas no sistema de saúde, a começar pela formação dos futuros profissionais de saúde.

Aliás, o estudo considera que a discussão sobre a sustentabilidade do sistema de saúde devia estar focada no ensino e formação dos recursos de saúde, na criação de um sistema centrado no doente e na eliminação do desperdício.

O tema 'medicamentos caros' não devia ser prioritário, correndo-se o risco de “perverter o sistema devido a interesses externos”.

Por agora, os peritos recomendam que o uso dos fármacos de imuno-oncologia seja reservado a centros ou unidades com recursos humanos e técnicos adequados, sobretudo tendo em conta a necessidade de avaliar o doente a longo prazo.

Precisamente para esta avaliação a longo prazo, o estudo propõe a criação de um registo oncológico nacional único.

Infarmed
Os utentes do Serviço Nacional de Saúde gastaram entre janeiro e julho deste ano menos 10 milhões de euros em medicamentos face...

Os dados divulgados pelo Infarmed, a autoridade do medicamento, relativos ao consumo de medicamentos em ambulatório indicam que nos primeiros meses do ano os utentes pouparam 10 milhões de euros com gastos em medicamentos, ainda que o número de embalagens consumidas tenha aumentado.

A redução nos custos para os utentes, de 2,5% face ao mesmo período de 2015, foi acompanhada por um aumento ligeiro do consumo de embalagens, de 0,3%, assim como da despesa do Estado na área, que cresceu 0,5%.

“Esta poupança dos utentes deve-se em grande medida ao maior consumo de medicamentos genéricos”, declarou o Infarmed, numa nota publicada na sua página na Internet, acrescentando que os dados relativos ao mês de julho mostram “a quota de mercado dos genéricos continua em crescimento, fixando-se em 47,4%”.

De acordo com o Infarmed, este ano foram dispensadas 91 milhões de embalagens de medicamentos nas farmácias comunitárias, “que representaram um encargo de 693,5 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“O preço médio global dos medicamentos caiu 9,2% desde 2012, sendo que o utente paga hoje menos 8,9% por cada embalagem. Já o dos genéricos está estável, apesar de ainda assim ser inferior ao preço médio das marcas em 50%”, refere a mesma nota do Infarmed.

Álcool e drogas
A unidade de tratamento de dependências das Forças Armadas atendeu, em 2015, metade dos doentes a quem, em média, presta...

De acordo com a diretora da Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependência e Alcoolismo (UTITA), pertencente ao Hospital das Forças Armadas, Maria Halpern Diniz, existe “uma grande carência ao nível de quadro, tanto a nível de pessoal militar como civil”.

O quadro é composto por 29 funcionários, mas faltam 21. As falhas vão sendo colmatadas ao nível das prestações de serviços, algumas das quais com 18 anos.

“Trabalhamos graças à boa vontade dos profissionais que cá estão e acho que nada tem faltado aos utentes”, disse aos jornalistas Maria Halpern Diniz, no final de uma visita do ministro da Saúde e da bastonária da Ordem dos Farmacêuticos a esta unidade.

Em parte, devido a esta carência de meios humanos, a UTITA recebeu em internamento 27 doentes, quando em média são internados por ano 49.

Presente na cerimónia, o Chefe de Estado-Maior general das Forças Armadas, Artur Neves Pina Monteiro, disse que “a prestação de serviços é uma forma de colmatar faltas e vai continuar a ser”.

Questionado sobre a razão para não serem contratados mais profissionais, o CEMGFA respondeu com a falta de recursos que “afetam as Forças Armadas”.

“Não podemos dar resposta a tudo, temos prioridades”, disse, acrescentando que “está em curso um processo concursal que segue os seus trâmites legais”.

O álcool, nas faixas etárias mais elevadas, e as substâncias tóxicas, nos mais novos, são as principais dependências que chegam à UTITA.

Por ter sido criada no âmbito da Marinha, à UTITA continuam a chegar muitos militares deste ramo das Forças Armadas, mas também provenientes das forças de segurança (GNR e PSP) e civis.

Para Maria Halpern Diniz “as consequências de um consumo a nível militar podem ser mais complicadas” do que em outras profissões.

“O ónus está na saúde, mas vai interferir no desempenho das suas funções, coloca em causa a segurança militar e afeta o cumprimento das missões”, adiantou.

Isso mesmo afirmou o Chefe de Estado Maior general das Forças Armadas, para quem “estas situações têm no âmbito militar uma outra dimensão mais critica, porque afeta a segurança militar”.

No final da cerimónia, o ministro da Saúde manifestou-se “bem impressionado com esta boa experiencia da família militar”.

“Iremos fazer tudo para que os utentes civis possam de alguma forma usufruir deste serviço”, disse.

A UTITA e o Laboratório de Análises Fármaco-Toxicológicas da Marinha vão ser hoje distinguidas com a Medalha de Honra da Ordem dos Farmacêuticos durante a sessão solene do Dia do Farmacêutico.

Durante a manhã, a bastonária visitou as instalações da UTITA, acompanhada do ministro da Saúde.

Na origem desta distinção está o facto de estas duas entidades partilharem a mesma visão sobre um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade, a toxicodependência, e que cooperarem na prestação “de um serviço de inestimável valor para toda a sociedade”.

A Ordem dos Farmacêuticos considera mesmo que, embora de natureza militar, “ambas as instituições extravasaram há muito esse domínio”.

Ministro da Saúde
O estatuto da carreira de farmacêutico hospitalar, reivindicado há 20 anos por estes profissionais, não irá avançar este ano...

No Dia do Farmacêutico, o ministro da Saúde anunciou que as carreiras vão começar a ser discutidas no final de 2017/2018.

No final de uma visita à Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependência e Alcoolismo (UTITA), pertencente ao Hospital das Forças Armadas, Adalberto Campos Fernandes classificou de “mais do que legítima” a reivindicação da criação dos estatutos da carreira de farmacêutico hospitalar.

A criação desta carreira irá assegurar “a continuidade do papel do farmacêutico hospitalar para a segurança dos doentes e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, segundo a Ordem dos Farmacêuticos.

“Acompanhamos esta preocupação, mais do que legítima, que introduz segurança, respeito, por uma profissão que é muito relevante”, disse o ministro, comprometendo-se a iniciar o trabalho com vista à criação desta carreira “logo que seja possível”.

Questionado sobre a razão da criação da carreira não avançar este ano, o ministro disse tratar-se de “uma questão de responsabilidade política” que visa acabar o ano “com boas contas”.

Presente nesta visita, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos disse ver este adiamento “com muita apreensão”.

“Não desconhecemos a situação difícil que o país atravessa, somos sensíveis a isso, mas a carreira farmacêutica está pendente há 20 anos”, disse Ana Paula Martins.

Para a bastonária, estão em causa 1.100 farmacêuticos e um “impacto orçamental nulo”.

“A carreira é um percurso, como é para os médicos e enfermeiros, no SNS. Garante que durante quatro anos os farmacêuticos são treinados para, por exemplo, nos serviços de oncologia, não só na preparação, como na validação do que é prescrito e nas reações adversas detetadas, os farmacêuticos conseguem garantir essa segurança”, sublinhou a Ana Paula Martins.

A bastonária afirmou que, na área do medicamento, “são os farmacêuticos que garantem segurança em todo o circuito”.

“Procura-nos muito não termos a possibilidade de não treinar novos farmacêuticos para estas funções”, pois os profissionais que atualmente estão nos hospitais “estão em fim de carreira ou num grupo etário que não garante a sua continuidade”.

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