Médicos Sem Fronteiras
A situação em Alepo, na Síria, é “dantesca” e os Médicos Sem Fronteiras “exigem a todos os países envolvidos no conflito e à...

“A situação em Alepo é catastrófica. Tem estado muito mal nos últimos anos, mas desde o cerco, há três meses, e, sobretudo, nas últimas três semanas, com a intensificação dos bombardeamentos, a situação está a ficar dramática, catastrófica e insustentável para os habitantes da zona leste de Alepo”, afirmou o responsável da organização humanitária para a Síria, Carlos Francisco.

Para os cerca de 250 mil habitantes encurralados nos bairros da zona leste de Alepo, o cenário é “dantesco”, na descrição do médico espanhol.

“Há uma situação dantesca, com dezenas de feridos a chegarem todos os dias a uns hospitais com capacidades muito limitadas, porque estão há muitos anos a sofrer os bombardeamentos e os ataques da aviação síria”, afirmou.

“Os poucos médicos que ainda restam na zona, que serão uns trinta e cinco, aproximadamente, estão a trabalhar 24h por dia para tentar salvar a vida dos feridos que os bombardeamentos produzem todos os dias. Mas a isto juntam-se todos os outros problemas de saúde que não estão diretamente relacionados com os bombardeamentos", disse o médico.

"Sabemos que a saúde materno-infantil é um problema grave, assim como todas as doenças crónicas, as segundas operações de feridos que necessitam de algum tipo de reconstrução são impossíveis”, descreveu Carlos Francisco, que dirige a missão da Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Síria a partir de Gaziantep, uma cidade no sudeste da Turquia, situada junto à fronteira com a Síria, a menos de 120 quilómetros de Alepo.

Perante a “deterioração paulatina e muito acelerada” da situação médica da população da zona leste de Alepo, a organização humanitária reitera o que tem “vindo a exigir desde o início da guerra: que se respeite a vida dos civis. Exigimo-lo, tem que se cumprir a lei humanitária internacional”, sublinhou o médico.

“É uma exigência de todos os países e é extensível aos países que estão a participar no conflito, que são muitos. Exigimos à comunidade internacional e à sociedade civil que os civis sejam respeitados, que se deixe de bombardear áreas residenciais onde vivem, que se deixe de bombardear as infraestruturas básicas para a sua sobrevivência”, sublinhou o médico.

“Foram bombardeadas as estações de água potável, foram bombardeados os mercados, foram bombardeadas as padarias, foram bombardeadas as escolas e estações de autocarro, foram bombardeados e estão a ser bombardeados os hospitais”, acusou.

Durante o mês de julho último, “os oito hospitais que estavam a funcionar na altura receberam 23 ataques, numa média de três ataques por hospital”, denunciou Carlos Francisco.

“Isto tem que acabar. Não pode continuar-se a bombardear o pessoal médico e o pessoal de resgate que está a tentar salvar a vida de civis atingidos pelos bombardeamentos. Não pode continuar o bloqueio ao acesso da ajuda humanitária à zona leste de Alepo”, continuou o mesmo responsável.

“Isto é o que exigimos a todas as partes envolvidas neste conflito. Que se respeitem os civis e as organizações humanitárias. Sabemos que é o Governo sírio e a Rússia que estão a bombardear Alepo, mas as nossas exigências são dirigidas a todos os grupos armados e a todos os países que, de uma forma ou de outra, estão a participar neste conflito”, concluiu o médico da MSF.

Os Estados Unidos, a Rússia e os principais países da região envolvidos na guerra na Síria debateram no passado sábado, em Lausana, Suíça, “ideias novas” para relançar negociações para um cessar-fogo, nos termos do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

Da reunião de pouco mais de quatro horas, não obstante, e apesar da “grande troca de ideias”, as partes continuam incapazes de se entender acerca de uma iniciativa que permita parar os combates em Alepo, onde 250.000 pessoas estão sitiadas há vários meses na zona leste controlada pelos rebeldes.

Centenas de pessoas, na sua grande maioria civis, morreram em Alepo em bombardeamentos particularmente violentos desde o início a 22 de setembro de uma ofensiva do exército sírio, apoiado pelo seu aliado russo.

Alepo tornou-se um dos símbolos da guerra que devasta a Síria desde 2011 e que já matou mais de 300.000 pessoas, tendo obrigado mais de metade da população a abandonar as suas casas.

Estudo
Genes que controlam o sistema imunitário têm um papel fundamental para determinar se uma infeção pelo vírus do papiloma humano...

Fatores genéticos podem explicar por que razão as pessoas infetadas pelo vírus do papiloma humano (HPV, na sigla em inglês) desenvolvem cancros na boca e na garganta em vez de outros, conclui um estudo publicado na revista Nature Genetics.

Os cancros mais comuns causados pelo HPV são os do colo do útero, que afetam mais de 500 mil mulheres anualmente e que causaram cerca de 266 mil mortes em 2012 em todo o mundo, de acordo com a Agência Internacional de Investigação do Cancro (da Organização Mundial da Saúde), com sede na cidade francesa de Lyon, e que conduziu o referido estudo.

No entanto, as infeções pelo HPV estão também na origem de outros tipos de cancro, como os nos órgãos genitais do homem e da mulher e, cada vez mais, na boca e na faringe, escreve o jornal Público.

Ora, comparando o ADN de seis mil pessoas com cancro na boca ou na faringe com seis mil pessoas não tinham essas doenças e que serviram de grupo de controlo no estudo, os investigadores encontraram seis mutações genéticas associadas aos cancros orofaríngeos.

Numa região que regula o sistema imunitário, foi descoberta igualmente uma variante genética associada a um efeito protetor multiplicado por quatro contra este tipo de cancro. O mesmo tipo de variantes genéticas já tinha sido associado, no passado, ao aumento da proteção contra cancro do colo do útero.

“Estes resultados indicam que os genes que controlam o sistema imunitário desempenham um papel fundamental para determinar se uma infeção de HPV resultará, ou não, em cancro”, explica Paul Brennan, diretor da Secção de Genética da Agência Internacional de Investigação do Cancro, e um dos autores da investigação.

Brennan diz também que as conclusões deste trabalho oferecem uma melhor compreensão do fenómeno, o que poderia ajudar a “identificar novas maneiras para combater os cancros ligados ao HPV”.

Os cancros da boca e da garganta estão principalmente relacionados com o consumo de álcool e tabaco. Mas as infeções orais provocadas pelo HPV, na sua maioria ligadas a práticas sexuais, são cada vez mais comuns na Europa e nos Estados Unidos. Exemplo disso é o HPV 16, uma das estirpes do vírus que é das principais causas de cancros da boca e da faringe. De acordo com os dados citados pela Agência Internacional de Investigação do Cancro, a proporção destes cancros ligados ao HPV ascende aos 60% nos Estados Unidos e aos 30% na Europa.

Contrafação de medicamentos
Novos dispositivos de segurança pensados para evitar falsificação e adulteração de medicamentos.

As embalagens de medicamentos vão passar a ser seladas para impedir eventuais adulterações e terão um novo código de barras. São medidas pensadas para evitar um problema que assume uma dimensão cada vez mais preocupante a nível internacional – a contrafação de medicamentos – e que vão entrar em vigor a partir de Fevereiro de 2019.

Os novos dispositivos estão previstos no chamado Sistema de Verificação de Medicamentos que implicou a elaboração de um memorando de entendimento entre várias organizações do sector em Portugal. O documento foi esta segunda-feira assinado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, escreve o jornal Público.

Garantir a segurança, a eficácia e a integridade dos medicamentos e a sua rastreabilidade ao longo de todo o circuito é o objetivo deste sistema que tem por base um regulamento europeu e que vai implicar “avultados investimentos” em novos equipamentos e em sistemas informáticos mais complexos, como lembrou o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assegurou o "apoio técnico e político do Governo para a concretização deste projeto.

O regulamento, que resultou da diretiva europeia sobre medicamentos falsificados de 2011, prevê a criação de um identificador com um número de série único (código de barras bidimensional) e um novo dispositivo de prevenção de adulterações (selagem) de forma a garantir que as embalagens não foram abertas e os medicamentos não foram alterados.

Sistema contra fraudes
No documento especifica-se que este novo sistema, além de fornecer informações detalhadas sobre os produtos falsificados encontrados no mercado, poderá contribuir para reduzir o número de pedidos de comparticipação fraudulentos e para conseguir maior eficiência nos procedimentos de devolução de produtos.

A compra de medicamentos através da Internet é a que tem levantado mais problemas de segurança a nível internacional. A Organização Mundial de Saúde estima que os medicamentos ditos “falsificados” (todos os produtos fabricados, vendidos ou distribuídos fora dos canais autorizados) representem já cerca de 10% do total.

Na última operação internacional de combate a este fenómeno (Pangea IX), que decorreu entre Maio e Junho, foram apreendidas em Portugal mais de 24 mil unidades de medicamentos ilegais e falsificados. Em 2015, segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), tinham sido apreendidas 17.607 embalagens de fármacos falsificados ou ilegais, com os analgésicos e antipiréticos no topo da lista. 

Além da Apifarma, o memorando de entendimento foi subscrito pela Associação Nacional de Farmácias, pela Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, pela Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos e pela Associação de Farmácias de Portugal.

Estudo revela
A água dos efluentes das Estações de Tratamento de Águas Residuais tem níveis de concentração elevados de estrogénios, podendo...

De acordo com Paula Fonseca, docente da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra, quando estão presentes nos efluentes das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), os estrogénios naturais (excretados via urina e fezes) e sintéticos (de anticoncecionais ou terapias hormonais), "podem causar efeitos adversos na saúde humana e animal".

"Estes compostos estão incluídos na classe de disruptores endócrinos, ou seja, substâncias exógenas que agem como hormonas no sistema endócrino e causam alterações na função fisiológica das hormonas endógenas, influenciando o desenvolvimento, crescimento, reprodução e mesmo o comportamento dos humanos e animais", explica ao Sapo.

Por exemplo, há estudos que demonstraram que "a exposição a estrogénios pode causar a feminização de peixes, anomalias no desenvolvimento/crescimento, infertilidade, hermafroditismo, alterações morfológicas e comportamentais". No que respeita aos humanos, "é conhecida a relação destes compostos com alterações imunológicas e neurológicas", sendo que, no caso dos homens, se pode verificar "redução da fertilidade, redução da quantidade de esperma, cancro da próstata e dos testículos" e, no caso das mulheres, "cancro da mama e ovários policísticos", acrescenta.

Paula Fonseca defende que "a determinação dos níveis de estrogénios é fundamental para a avaliação de riscos sobre os efeitos de disrupção endócrina no ambiente, que constituem uma preocupante questão de saúde pública".

Tratamento mais adequado
A investigadora recomenda "um tratamento mais adequado nas ETAR que possa prevenir a presença destes micropoluentes, entre outros". Além da "urgência de implementação de um acompanhamento sistemático na quantificação de estrogénios em todas as ETAR (após tratamento) do país", aconselha "a não utilização de lamas provenientes do tratamento das águas residuais como fertilizantes na agricultura, a separação de águas domésticas, hospitalares e industriais e o controlo de aplicação de hormonas na pecuária e aquacultura".

Estes resultados - que integram a tese de doutoramento "Poluição estrogénica no ambiente: um problema de Saúde Pública" - foram publicados num livro que será lançado na terça-feira.

O estudo incidiu na análise de amostras de águas recolhidas à entrada e à saída de nove ETAR na Região Centro com o objetivo de identificar a presença de quatro tipos de estrogénios.

Foram também estudados anfíbios machos em quatro rios junto de ETAR e dois grupos de controlo de águas não contaminadas.

O estudo "fornece evidências sugerindo que a prolongada exposição aos efluentes das ETAR pode causar efeitos bioacumulativos de estrogénios nestes animais, devido à persistência destes compostos nas águas". "Há uma evidência da persistência destes compostos à saída das ETAR estudadas, indicando claramente uma ineficiência na remoção destes compostos durante o tratamento das águas residuais, que são sistematicamente lançadas nos rios, lagos e oceanos, afetando os ecossistemas e a água potável que serve as populações", acrescenta.

Saúde da Mulher
Assinalando o fim da fertilidade, a menopausa ainda é um bicho de sete cabeças para a maioria das mu
Valerá a pena vivê-la numa tristeza silenciosa e envergonhada, achando que os anos dourados da juventude terminaram, e por essa razão não são mais objeto de desejo?

Claro que não! Que tempo precioso desperdiçado com tontos pensamentos!

Lembrem-se de nomes que todas conhecem. Sandra Bulloch – 51 anos, Mónica Bellucci – 51 anos, Bruna Lombardi – 63 anos, Michelle Pfeiffer – 58 anos, Kim Bassinger – 62 anos, Sharon Stone – 58 anos e muitas outras…. Não são mulheres maravilhosas, lindas, cheias de projetos e de vida?

São pois! E sabem o segredo? Compreenderam que não podem simplesmente baixar os braços e, lentamente, sem se darem conta, perderem a qualidade de vida. Compreenderam que se podem intervir ativamente pela defesa da natureza, na eleição dos seus governantes, na evolução da ciência, no pensamento político do seu tempo, também podem percecionar a sua menopausa e aprender a atenuar as consequências da diminuição dos níveis hormonais.

As mulheres precisam compreender a menopausa e vencê-la enganando-a!

A menopausa é um evento único. Dá-se quando a mulher deixa de menstruar o que acontece, em média, entre os 48 e os 52 anos. Assinala o fim da fertilidade com diversas implicações biopsicossociais.

O alerta é dado pelas irregularidades menstruais e pelos sintomas vasomotores vulgarmente chamados de afrontamentos. Sentem-se vagas de calor ascendentes, que começam no peito e avançam em direcção à cabeça. O rosto fica avermelhado, como se escaldasse, o pescoço e a cabeça ficam suados. Duram apenas alguns segundos ou minutos, mas os afrontamentos constituem a face mais visível de que o relógio biológico anunciou a chegada da menopausa.

Esta pode constituir um estado mais ou menos perturbador na vida da mulher. Cada mulher vive a menopausa de uma forma diferente: algumas atravessam esta fase praticamente sem sintomas, enquanto outras a vivem de uma forma muito conturbada.

A estes sintomas juntam-se ainda suores nocturnos, dificuldade em adormecer e alterações no sono que poderão originar alterações de humor; sintomas suficientemente perturbadores associados às alterações emocionais relacionadas com a menopausa: a irritabilidade é a face mais notória desse estado de espírito num corpo a braços com a mudança.

Um pouco mais tarde surge a atrofia urogenital que se manifesta por secura vaginal e que se não for tratada leva à disfunção sexual, ao aparecimento de queixas urinárias de vários tipos assim como de infeções vaginais.

Os ovários passam a produzir menos estrogénio. O estrogénio é um vasodilatador, responsável pela irrigação sanguínea da vagina, por isso, quando os seus níveis começam a baixar, as paredes vaginais tornam-se mais finas, mais secas e menos flexíveis. Para além disso, verifica-se uma diminuição das secreções vaginais e, como consequência direta, uma menor lubrificação vaginal, irritação e até infeção.

Associado ainda a uma redução da libido, a secura vaginal pode afetar uma mulher fisicamente, mas também emocionalmente, uma vez que pode levá-la a sentir-se “velha” e “indesejada”.

Finalmente chegam as manifestações clínicas tardias e mais graves provenientes de alterações metabólicas, funcionais, psíquicas e cognitivas. Surgem os sintomas depressivos, a osteoporose, e a doença cardiovascular como a doença coronária e a HTA.

A doença cardiovascular é a principal causa de morte na mulher e a sua incidência aumenta mais rapidamente depois da menopausa devido à diminuição dos estrogénios circulantes e à falta dos efeitos favoráveis dos estrogénios sobre o metabolismo do colesterol. A diminuição de estrogénios provoca um aumento no chamado colesterol mau (lipoproteínas de baixa densidade – LDL) e uma diminuição do chamado colesterol bom (lipoproteínas de alta densidade – HDL).

Fatores concomitantes como a obesidade, a resistência à insulina e a dislipidemia, aumentam duas vezes o risco de enfarte do miocárdio e o risco de hipertensão arterial.

Então caras leitoras? Vão deixar a menopausa vencê-las?

Que tal começar hoje mesmo, no Dia Mundial da Menopausa, a apostar em medidas preventivas e no tratamento?

É preciso saber que os estrogénios são considerados potentes “ fatores de crescimento” ou seja, atuam nos tecidos orgânicos, estimulando o crescimento, a multiplicação celular e o metabolismo.

Alguns tecidos orgânicos como os que constituem o aparelho genital feminino, o osso, o músculo, o tecido vascular, o cérebro, a mama, o rim, a mucosa intestinal, o coração e outros, são muito ricos em recetores para estas hormonas ou seja, em linguagem vulgar, o seu normal funcionamento, depende da presença destas hormonas, que entretanto deixaram de existir em quantidades adequadas.

Quando falamos em tratamento, falamos em tratamento dos sintomas, mas o objetivo é restituir os níveis de estrogénios a números semelhantes aos da pré-menopausa.

Com a entrada na menopausa e com o intuito de prevenir a morbilidade, a doença e a incapacidade, é preciso proceder a adaptações quer de ordem física, quer psicológica e mesmo social.

Em conclusão, a abordagem da menopausa deve ser sempre multidisciplinar.

Qual o objetivo?

Manter nesta fase da vida o bem-estar físico, psíquico e emocional.

E de que forma?

Criando processos de adaptação através de:

1. Medicação (terapia hormonal de substituição)

2. Estilo de vida saudável com prática regular de exercício físico

3. Alimentação cuidada

Como última mensagem: SEJAM FELIZES!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“A Educação Terapêutica na Diabetes”
“A Educação Terapêutica na Diabetes” é um livro para os profissionais de saúde que pretendam conhecer melhor a pessoa com...

A Educação Terapêutica nas doenças crónicas é considerada uma prioridade nos cuidados de saúde atuais. A Organização Mundial de Saúde preconiza para o 3.º milénio a extrema relevância da educação terapêutica na motivação para a adesão ao tratamento nas doenças crónicas. A evidência científica confirma a importância da Educação Terapêutica na promoção da saúde e dos aspetos psicossociais nas pessoas com doenças crónicas.

“Sabemos que quase 100% dos cuidados de saúde são prestados pelas próprias pessoas e não pelos profissionais de saúde. A equipa de saúde proporciona a sua experiência, educação e apoio, mas não controla as decisões de mudança de comportamentos nem a gestão da doença crónica, são as próprias pessoas que realizam diariamente esses cuidados”, refere a enfermeira Lurdes Serrabulho, autora da recém-lançada obra, coordenadora de enfermagem e formação na Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).

As atitudes e competências a desenvolver pelos profissionais de saúde para otimização da prestação de cuidados na área da Educação Terapêutica estão relacionadas com a empatia, a escuta ativa e reflexiva, a congruência entre a comunicação verbal e não-verbal, a valorização da participação ativa das pessoas em todo o processo e encorajar e reforçar de forma positiva. Estes procedimentos vão facilitar o processo de mudança de comportamentos e de adesão ao tratamento.

“É muito importante trabalhar em equipa multidisciplinar e desenvolver a interdisciplinaridade entre todos, o que será muito benéfico para toda a equipa, incluindo, claro, as pessoas com diabetes e familiares com quem trabalhamos”, acrescenta.

Este documento foi elaborado com base na experiência da APDP, nos seus muitos anos de Educação Terapêutica, na sua prática diária no acompanhamento das pessoas com diabetes, nas suas ações de formação para pessoas com diabetes e profissionais de saúde, e na bibliografia de referência, que tem procurado dar um contributo fundamental para a compreensão da educação na doença crónica.

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
O projeto “Um quilo de ajuda”, de oferta de fruta a crianças carenciadas, vai este ano letivo duplicar o número de...

A “Missão um quilo de ajuda” é uma iniciativa da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), que há cinco anos lançou também a iniciativa “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável”, que até hoje já envolveu mais de 236 mil alunos, de acordo com o presidente da associação, Mário Silva.

Este projeto é um programa gratuito de educação para a saúde, centrado na reeducação alimentar infantil e que promove o consumo de fruta no lanche escolar, tendo segundo dados da APCOI aumentado em 42% o consumo de fruta.

A associação quer neste ano letivo a adesão de todas as escolas do 1.º ciclo e jardins-de-infância, para inverter números que segundo a APCOI indicam que 74% das crianças portuguesas não come fruta na quantidade recomendada.

Mário Silva explicou à Lusa que através do projeto “Heróis da Fruta” muitos professores alertaram para a necessidade de disponibilizar fruta gratuitamente, visto que há alunos carenciados que não levam lanche para a escola e que também não tomam pequeno-almoço.

Com a participação das escolas surgiu no ano passado a “Missão um quilo de ajuda”, um cabaz de fruta que é distribuído em determinadas turmas, que no ano passado chegou a a 207 alunos (dos 2.263 candidatos) e que este ano vai chegar a pelo menos 400 crianças.

Os cabazes de fruta, disse Mário Silva, começam a ser distribuídos a partir de fevereiro (até lá é o período de candidaturas e avaliação) e “cheios todas as semanas” com fruta da época e em várias variedades. Nas turmas apoiadas não há discriminação de alunos mas segundo o responsável as crianças com mais recursos são incentivadas a levar a sua própria fruta e até contribuir para o cabaz.

Na primeira edição a fruta foi distribuída por voluntários, ou por empresas em locais do país onde a APCOI não tem ninguém, o mesmo modelo que será seguido este ano.

Na sexta-feira a APCOI promove em Cascais (no casino do Estoril) um logotipo humano em forma de maçã e junta dezenas de figuras públicas e voluntários para a festa de lançamento da lancheira solidária “Heróis da Fruta - Missão um quilo de ajuda”, uma iniciativa para apoiar o projeto da distribuição semanal dos cabazes de fruta.

 

Segundo um estudo da APCOI uma em cada três crianças portuguesas, dos dois aos 12 anos, tem excesso de peso e destas 16,8% são obesas. No mundo há 155 milhões de crianças em idade escolar com excesso de peso ou obesas.

Em Portugal
Cinco entidades portuguesas do setor do medicamento assinaram ontem, em Lisboa, um memorando de entendimento para a criação, em...

O memorando foi assinado, na presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares, Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos, Associação Nacional de Farmácias e pela Associação de Farmácias de Portugal.

O sistema pretende "dar resposta ao aumento de fármacos falsificados na União Europeia", reforçando "a segurança e a eficácia" do processo de controlo do circuito do medicamento, desde o seu fabrico até à sua venda ao público, refere um comunicado da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), salientando que a medida enquadra-se na diretiva europeia relativa aos medicamentos falsificados.

Citado no comunicado, o presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, apelou a um maior envolvimento do Estado português neste "projeto ambicioso e financeiramente pesado".

O ministro da Saúde, citado na mesma nota, manifestou "apoio técnico e político do Governo" para a concretização do sistema, que os parceiros querem que comece a funcionar em 2019.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Organismo está a desenvolver investigação sobre competências dos estudantes finalistas de Enfermagem em países europeus.

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) acolhe, hoje e amanhã (17 e 18 de outubro), uma reunião da ENNA - European Network of Nursing Academies (Rede Europeia de Academias de Enfermagem), organismo que está a desenvolver uma investigação sobre as competências dos estudantes finalistas de Enfermagem, bem como um estudo comparativo sobre as capacidades e atribuições dos enfermeiros nos países que integram esta rede fundada em 2007.

Neste encontro, que está a decorrer nas instalações da ESEnfC no Polo B (S. Martinho do Bispo), participam representantes da Suécia, Noruega, Alemanha, Países Baixos, Portugal e Áustria.

A ENNA reúne Escolas e Faculdades de outros países europeus, tais como Itália e Suíça.

Por estes dias realiza-se também a Assembleia Geral da ENNA, com a eleição de novo diretório da rede.

Industria Farmacêutica
Thordis Berger acaba de assumir a direção do departamento médico e de assuntos regulamentares da Jaba Recordati, subsidiária...

Natural de Essen, na Alemanha, Thordis Berger licenciou-se em Medicina pela Faculdade de RWTH-Aachen no seu país natal. Iniciou a sua carreira médica na especialidade de Cuidados Intensivos no Hospital Universitário da mesma Faculdade onde se formou e completou parte do treino no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Acrescentou à sua experiência médica um conjunto de competências que adquiriu pela realização do Curso de Especialização em Saúde Pública e uma pós-graduação em Farmacoeconomia no ISCTE e em Medicina Farmacêutica, pela Ordem dos Médicos.

Entrou na Industria Farmacêutica (IF) na função de Medical Manager na Angelini Farmacêutica trabalhando em diversas áreas como Medical Marketing, Investigação Clínica, Regulamentar, Treino, Information Management, Business Development e com um vasto portefólio de medicamentos hospitalares, OTCs, derma-cosméticos e suplementos alimentares.

Posteriormente, assumiu a função de diretora médica da farmacêutica Novo Nordisk com foco na área da diabetes e obesidade onde trabalhou para uma maior consciencialização pela promoção de um estilo de vida saudável que veio a aprofundar mais tarde, fora da Indústria Farmacêutica, no cargo de Chief Medical Officier do Holmes Place.

Thordis Berger concluiu ainda um curso de liderança de grupos na Universidade Católica e vem juntar-se assim ao grupo Recordati para liderar o departamento médico e de assuntos regulamentares com o objetivo de desenvolver e implementar a qualidade e o rigor científico na monitorização da segurança do medicamento, assegurando estruturas, sistemas, competências e valores adequados.

Cancro Hereditário
Caracterizar a mutação fundadora portuguesa do gene BRCA2, associada ao desenvolvimento de vários tipos de cancro hereditário,...

A Associação Portuguesa de Investigação em Cancro (ASPIC), em colaboração com a Evita - Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário, organizaram uma reunião BRCA Network para estudar melhor uma mutação fundadora portuguesa no gene BRCA2 que aumenta o risco para cancro da mama e também para outros cancros.

Para investigar esta mutação, a ASPIC com o apoio da EVITA pretende lançar um projeto de cariz nacional “Estudo BRCA2-P: Caracterização nacional da mutação fundadora Portuguesa do gene BRCA2”. O projeto vai incluir todos os médicos e investigadores que têm participado na investigação, diagnóstico e avaliação clínica de doentes oncológicos com mutação BRCA2 inserção Alu (BRCA2-P).

A primeira tarefa do grupo promotor deste estudo será o levantamento do número de casos, caracterização fenotípica dos tumores e do seu comportamento clínico, nomeadamente o risco de recidiva após cirurgia e a resposta à terapêutica, com particular incidência na hormonoterapia nos casos de cancro da mama. Juntamente com esta tarefa de caracterização clínica que pode ser muito útil no seguimento destes doentes, os cientistas e médicos promotores desta iniciativa acordaram em promover um estudo de haplótipo genético que permitirá datar melhor a ancestralidade desta mutação. Foram também discutidas outras propostas de estudos científicos que melhorem a previsão do comportamento desta mutação (individualização do risco para cancro nos portadores da mutação sem doença oncológica).

Para além da presença de várias associações de doentes e de todos os investigadores nacionais envolvidos na investigação BRCA, esta iniciativa contou com o apoio e advisory de Steven Narod, do Women’s College Research Institute, de Toronto, Canadá, um dos maiores especialistas mundiais na investigação da genética do cancro da mama e ovários.

A reunião do BRCA Network em Coimbra teve lugar no seguimento do BRCA Network European Congress, que decorreu pela primeira vez em Portugal no ano passado e no qual participaram especialistas nacionais e internacionais. Na ocasião foram lançadas as bases para criação de um consórcio dedicado à cooperação e partilha de conhecimentos entre entidades que se dedicam à investigação sobre a mutação BRCA.

As mutações dos genes BRCA – BRCA1 e BRCA2 -, identificadas na década de 90 do século XX, aumentam substancialmente o risco de cancro da mama e, numa idade mais jovem, antes da menopausa, de cancro do ovário, entre outros tipos de tumores. Recorde-se que o fenómeno BRCA teve uma enorme divulgação após o caso da atriz Angelina Jolie, uma das célebres portadoras da mutação que causa a doença em homens e mulheres.

“Pela sua antiguidade, pensa-se que esta mutação exista em mais famílias portuguesas e em outros locais do mundo onde os marinheiros, comerciantes e emigrantes portugueses se estabeleceram ao longo dos anos. É de extrema importância entender melhor o comportamento da doença nesses portadores”, explica a Presidente da EVITA. Em Portugal, todos os anos morrem mais de 20 mil pessoas e surgem 40 mil novos casos de cancro, sendo que o cancro hereditário é responsável por 5 a 10% dos afetados pela doença.

Estudo
Uma equipa de investigadores, que inclui cientistas portugueses, verificou que mesmo quando os doentes sabiam que estavam a...

O efeito placebo é normalmente atribuído ao facto de as pessoas acreditarem que estão a ser realmente medicadas, quando na verdade estão a tomar um comprimido de açúcar. Agora, os cientistas demonstraram que, mesmo quando os doentes sabem que estão a tomar um medicamento falso (placebo), mostram melhorias na sua situação clínica. Os resultados foram publicados na revista científica Pain.

O placebo parece um medicamento (ou tratamento) real, mas não é, o que não quer dizer que a sua toma não tenha qualquer efeito. Já se sabia que o placebo teria algum efeito benéfico em quem o tomava, mais não fosse pela sugestão de estar a ser medicado – visto que as pessoas em teste não saberem se estavam a tomar um medicamento verdadeiro ou não. Mas no grupo agora em estudo, as pessoas que sabiam que estavam a tomar um placebo – cápsulas com microcristais de celulose – mostraram ter menos dores do que aqueles que não tomaram nenhuma medicação adicional, escreve o Observador.

“Este novo trabalho de investigação demonstra que o efeito placebo não é necessariamente suscitado pela expectativa consciente dos doentes de que estão a tomar um medicamento real, como se acreditou durante muito tempo”, disse Ted Kaptchuk, diretor do Programa para os Estudos Placebo e para os Encontros Terapêuticos no Beth Israel Deaconess Medical Center (Boston), em comunicado de imprensa. “Tomar um comprimido no contexto da relação médico-paciente, mesmo quando o doente sabe que é um placebo, é um ritual que muda os sintomas e que provavelmente ativa regiões do cérebro que modula os sintomas.”

O trabalho de investigação contou com a participação de 97 doentes com dores lombares crónicas, uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. A maior parte dos doentes envolvidos no estudo já tomava comprimidos para as dores e foi convidado a continuar a tomar a mesma medicação, sem alterar a quantidade nem acrescentar nenhum medicamento novo, e sem alterar o estilo de vida. O conceito de placebo foi explicado a todos os participantes e só depois foram divididos em dois grupos: os que continuaram a fazer exatamente o mesmo (grupo 1) e os que além da medicação normal também tomaram o placebo (grupo 2).

Ao fim de três semanas, o grupo 2 (a tomar placebo) reportou uma redução de 30% da dor normal e dor máxima, enquanto o grupo 1 apenas reportou uma redução de 9% e 16%, respetivamente. Mais, o grupo 2 reportou uma diminuição de 29% da incapacidade relacionada com as dores, enquanto os doentes que continuavam com o tratamento normal não tiveram melhorias neste sentido.

“Os nossos resultados demonstram que o efeito placebo pode ser conseguido sem enganar o doente”, disse Cláudia Carvalho, coordenador do estudo e investigadora no ISPA – Instituto Universitário (Lisboa). “Os doentes estavam interessados no que podia acontecer e gostaram desta nova abordagem à sua dor. Sentiram que tinham poder.”

Claro que os placebos não servem para tratar todo o tipo de patologias, alerta Ted Kaptchuk, dando como exemplo um tumor ou a obstrução das veias, “mas faz com que as pessoas se sintam melhor”. E, neste caso, os sintomas e queixas eram baseadas nas observações feitas pelos próprios doentes.

Fertagus registou
Quarenta e seis pessoas tiveram indisposições nos comboios da Fertagus (Lisboa-Setúbal) por falta de ingestão do pequeno-almoço...

O jornal Público avançou na sua edição de hoje que a Fertagus, empresa que detém a concessão do serviço suburbano entre Lisboa e Setúbal, iniciou hoje de manhã uma campanha destinada a tentar reduzir o número de episódios de doença súbita a bordo dos seus comboios entre pessoas que não tomaram o pequeno-almoço e que causam atrasos em cadeia e carruagens sobrelotadas.

A empresa contabilizou entre 2012 e outubro deste ano 372 casos de doença súbita, dos quais 82 no interior dos comboios. No primeiro semestre deste ano ocorreram 46 episódios, que prejudicaram a pontualidade de 51 comboios num total de 209 minutos.

Em declarações, Raquel Santos, da Fertagus, explicou que a situação de doença súbita ocorreu entre as 07:00 e as 10:00 (hora de ponta), causando paragens e atrasos nos comboios e por conseguinte prejudicando a vida dos passageiros.

“As nossas conclusões são baseadas em relatos transmitidos pelas pessoas que, num primeiro momento, são assistidas pelos nossos colaboradores. Algumas revelaram que não tinham tomado pequeno-almoço ou que não comiam há muitas horas”, disse.

Na sequência dos casos registados, a Fertagus decidiu avançar com uma campanha de sensibilização que pretende alertar as pessoas para a necessidade de tomarem o seu pequeno-almoço.

“Esta situação não é nova e já tivemos uma campanha mais genérica com várias mensagens, mas agora decidimos fazer esta mais focada na questão dos pequenos-almoços, nas boas práticas. A campanha passa por entregar folhetos às pessoas, cartazes e na próxima semana na distribuição de maçãs e em princípio iogurtes”, explicou.

Nos cartazes a distribuir pelas estações e comboios, a Fertagus aconselha as pessoas a tomar o pequeno-almoço, a viajar com uma garrafa de água, a não iniciar viagem se não se sentir bem e em caso de indisposição súbita sair na próxima estação e pedir ajuda.

Segundo investigadores
Investigadores da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto acreditam que o isolamento dos...

No Dia Mundial da Alimentação, que se assinalou ontem, o investigador da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP) Nuno Borges disse que, embora sejam necessários mais estudos para comprovar os efeitos do isolamento nesta população, os dados indicam que há risco de insuficiência e deficiência de vitamina D, o que acontece em cerca de nove em cada dez idosos.

Nuno Borges é um dos responsáveis pelo NutritionUP 65, um projeto desenvolvido na FCNAUP e coordenado pela professora Teresa Amaral, que visa determinar o estado nutricional dos portugueses com mais de 65 anos, numa amostra representativa de 1500 pessoas idosas, de acordo com o intervalo de idades, o género, o nível de ensino e a área regional do país.

Segundo os dados recolhidos no estudo, cerca de 44% dos idosos apresentam excesso de peso e 39% têm obesidade, situações que derivam de problemas no balanço energético, despoletados por um hábito de "comer mal e a mais e praticar atividade física a menos".

Esta condição está relacionada com a sarcopenia (perda de massa, força e função musculares em consequência do envelhecimento), "que compromete todas as atividades do dia-a-dia dos idosos", como andar, subir e descer escadas, ir às compras e cozinhar, indicou o investigador.

Os dados relativos à desnutrição, outro dos fatores estudados no NutritionUP 65, indicam que 15% dos idosos estão em situação de risco, o que, para Nuno Borges, "é espantoso visto que quase 90% de idosos têm excesso de peso ou obesidade".

Para além da questão do isolamento, a desnutrição pode ser causada pelo acesso limitado aos alimentos, à incapacidade de preparar as refeições, por problemas económicos e por uma locomoção reduzida.

As doenças crónicas também influenciam esse fator, sendo que "quanto mais velha for a pessoa, mais patologias pode ir acumulando, o que aumenta a probabilidade de terem problemas a nível alimentar, agravando o risco de desnutrição", acrescentou o investigador.

Quanto à hidratação, mais de um terço dos idosos estão desidratados. "Há a ideia que o mecanismo que nos defende da desidratação - a sede - perde progressivamente eficácia com a idade e, por outro lado, não se verifica muito, nesta faixa etária e em Portugal, o hábito de se beber água", o que pode levar à obstipação e problemas renais, explicou o docente.

O consumo excessivo de sal, que se verifica em mais de 85% dos idosos, pode estar ligado à hipertensão arterial e aos acidentes vasculares celebrais (AVC).

Para Nuno Borges, "todos estes indicadores agravam-se com o isolamento", o que, "a confirmar-se com mais estudos", configura uma ideia dos idosos em Portugal, "que estão nas suas casas ou apenas em centros de dia, com níveis excessivamente baixos de atividade física e altos de uma alimentação desadequada".

"Há um grande trabalho que deve ser feito ao nível das medidas governamentais, além das alimentares, no sentido de proporcionar aos nossos idosos condições e estímulos para que se mexam mais, venham mais para à rua e se exponham mais à luz", tornando-se em "elementos ativos na sociedade", concluiu.

O NutritionUP 65 conta com a participação da FCNAUP, do Departamento para a Pesquisa do Cancro e Medicina Molecular da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia e da Unidade Local de Saúde do Alto Minho, EPE, e foi financiado pelo EEAGrants - Programa Iniciativas de Saúde Pública - em 519 mil euros.

OE2017
As taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde em 2017 vão manter-se nos mesmos valores deste ano, disse fonte do gabinete...

A informação foi avançada após ser conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2017, entregue na Assembleia da República, na qual não consta qualquer referência as taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A fonte adiantou que os valores a praticar em 2017 serão os mesmos que estão atualmente em vigor.

O Governo apresentou a proposta de Orçamento do Estado de 2017 que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do PIB, uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.

Para este ano, o executivo liderado por António Costa piorou as estimativas, esperando agora um crescimento económico de 1,2% e um défice orçamental de 2,4% do PIB.

OE2017
As empresas que comercializam dispositivos médicos vão pagar uma contribuição extraordinária que deverá gerar uma receita de 35...

Trata-se de uma das medidas no setor da saúde com impacto orçamental, adotadas no âmbito do exercício de revisão de despesa, e que, no total das áreas, deverão totalizar 134,3 milhões de euros.

Outras medidas no setor da saúde são a revisão do sistema de preços de referência, que inclui o alargamento aos medicamentos biossimilares, a revisão da formação do preço de referência e alteração dos critérios de base à constituição de grupo homogéneo e a reavaliação das condições de manutenção de comparticipação.

Neste capítulo, consta ainda a desmaterialização do circuito da prescrição/dispensa em farmácia de ambulatório hospitalar e dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, entre outras medidas.

Com o combate à fraude no sector, o Governo espera obter um impacto de 10 milhões de euros.

OE2017
O Ministério da Saúde terá para gastar em 2017 mais 353 milhões de euros face ao orçamento ajustado para este ano, segundo a...

“A despesa total consolidada do Programa da Saúde prevista para 2017 é de 9.801 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 3,7% (353,3 milhões de euros) face ao orçamento ajustado para 2016”, refere o documento entregue pelo Governo.

No âmbito da despesa financiada por receitas consignadas, haverá um decréscimo de 2,8%, (menos 15,8 milhões de euros face a 2016), justificado essencialmente pela diminuição de outras despesas correntes da ADSE e da despesa financiada pelos jogos sociais afeta à Linha Saúde 24.

O universo das entidades públicas requalificadas - onde se incluem 39 entidades públicas empresariais como hospitais, centros hospitalares ou unidades locais de saúde – terá mais 3,5%, correspondendo a 171 milhões de euros.

O subsector dos Serviços e Fundos Autónomos apresenta, no total, um acréscimo de 25,2%, devido essencialmente ao aumento previsto das transferências da Administração Central do Sistema de Saúde para as Administrações Regionais de Saúde (ARS) para que paguem medicamentos e meios complementares de diagnóstico e terapêutica.

De acordo com o relatório da proposta do Orçamento do Estado, a maior parte da despesa do programa da saúde vai para a aquisição de bens e serviços, com um peso de 53,7% face à despesa consolidada (aqui incluem-se compras com medicamentos e exames, bem como os encargos com as parcerias público-privadas).

No subsector Estado, os encargos com pessoal atingem 26,5 milhões de euros e a aquisição de bens e serviços, com 535,5 milhões de euros, sendo que a ADSE representa um peso significativo neste subsector, com 508,6 milhões de euros.

OE2017
As entidades responsáveis por edifícios de serviços públicos, com materiais contendo amianto, têm de fazer ações de diagnóstico...

Do documento com a data de 13 de outubro, consta uma referência ao programa para a remoção de amianto, destinando-se às "entidades públicas responsáveis pelos edifícios, instalações ou equipamentos públicos, em que se prestam serviços públicos que apresentem materiais" contendo aquela substância.

Estas entidades devem, "durante o ano de 2017", proceder às "devidas iniciativas relacionadas com o diagnóstico, monitorização, substituição, remoção e destino final" do amianto, continua a versão do articulado do Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).

Estas ações devem decorrer, segundo o Governo, "nos termos a definir por resolução do Conselho de Ministros, com base nas propostas do Grupo de Trabalho relativo ao Amianto", coordenado pelo Ministério do Ambiente.

No final de setembro, o ministro do Ambiente disse que 252 edifícios, considerados prioritários, vão ter intervenções para remover amianto, as quais deveriam estar concluídas até final de 2018.

"Para 252 edifícios prioritários será realizada intervenção”, em processos que vão ter um investimento de 46 milhões de euros, afirmou o governante, durante uma audição na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, acrescentando que as obras deveriam começar “no início de 2017 e estar concluídas até final de 2018".

Segundo as contas do Ministério do Ambiente, existem 2.892 os edifícios com amianto e 252 são prioritários, dos quais 76 "são primeira prioridade", e 1.180 são tutelados pelo Ministério da Educação.

Já em junho, durante um Conselho de Ministros extraordinário dedicado ao ambiente, João Matos Fernandes tinha anunciado a intenção do Governo de dar prioridade à retirada do amianto dos edifícios públicos que apresentem projetos com garantia de aumento da eficiência energética.

"Existem 2.000 edifícios públicos ainda com amianto” e sem alocação de fundos para os trabalhos para a sua retirada, disse, na altura, o ministro do Ambiente, acrescentando que "a priorização dos investimentos está por fazer e cabe a cada ministério promover as obras para a eficiência".

As obras do amianto podem ser realizadas através do programa para a eficiência energética dos edifícios da Administração Pública, área que tem uma verba de 200 milhões de euros.

Fonte do Governo informou que as autarquias vão poder concorrer, até abril de 2017, ao financiamento pelo programa comunitário Portugal 2020 de projetos de eficiência energética nos municípios, no total de 162 milhões de euros.

Numa carta enviada na quinta-feira a todos os presidentes de câmara, o Governo alertou para a publicação, a 04 de outubro, "dos concursos dirigidos à ‘Eficiência Energética nas Infraestruturas Públicas da Administração Local', com uma dotação financeira de 162 milhões de euros".

Os apoios destinam-se a "intervenções ao nível do aumento da eficiência energética dos edifícios e equipamentos públicos", incluindo a "remoção de materiais que contenham amianto".

OE2017
Responsáveis da área alimentar da saúde aplaudem a taxação das bebidas açucaradas, previstas na proposta de Orçamento do Estado...

Uma versão do articulado da proposta de Orçamento do Estado de 2017, prevê taxar a 8,22 euros por hectolitro (100 litros) as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro, e a 16,46 euros por hectolitro, as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior a 80 gramas por litro.

Para Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral da Saúde, taxar alimentos com elevado teor de açúcar é uma das medidas eficazes para reduzir o seu consumo.

Baseado em documentos produzidos pela classe da nutrição e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), Pedro Graça afirma que existem "duas maneiras de modificar consumos de risco da população portuguesa” – nomeadamente o açúcar e o sal –, que são o aumento do seu preço e medidas de educação e capacitação para escolhas saudáveis.

“Não faz sentido consumir produtos mais saudáveis quando os menos saudáveis são os mais baratos. Tanto o sal como o açúcar embaratecem os produtos – porque os conservam mais tempo - ao contrário dos frescos, mas são produtos de risco. As taxas são uma das medidas que podem contribuir para que estes produtos fiquem mais inacessíveis, mais caros”, afirmou.

No entanto, salvaguarda que só faz sentido quando a taxação é aplicada a par de medidas de educação, quando “essas taxas permitam fazer investimento na prevenção, que o dinheiro recolhido na taxação reverta em medidas de prevenção”.

O responsável sublinha que, não só em Portugal, mas na Europa, o problema é que 97% do dinheiro vai para tratamento e 3% para prevenção.

“Se conseguirmos aumentar percentualmente, nem que seja um pouco, a prevenção, já pode fazer a diferença, até porque estamos a taxar produtos com pouco valor nutricional”, acrescentou.

Da mesma opinião é a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, que se manifesta “favorável, se o que reverte da taxa for para ser aplicado diretamente em medidas que se relacionem com a promoção da alimentação saudável”.

Para a nutricionistas, medidas destas não surtem os devidos efeitos se não forem enquadradas numa política nutricional.

“Se for só uma medida orçamental, a Ordem é contra”, porque “só pode apoiar uma posição baseada em boas práticas”.

Para Alexandra Bento, a taxa só por si não acarreta uma boa prática, nem tem efeito dissuasor: “Estudos feitos noutros países mostram que medidas puramente económicas não surtem efeito”.

A bastonária considera para já suficiente a taxação dos refrigerantes e bebidas não alcoólicas açucaradas, considerando que antes de se passar para outros alimentos com elevado teor de açúcar, seria mais importante passar para medidas redutoras do sal, já que “a OMS diz para não consumir mais de cinco gramas por dia e os estudos revelam que consumimos mais de 12 gramas”.

Pedro Graça partilha da mesma preocupação, lembrando que existem em Portugal mais de quatro milhões de adultos hipertensos, o que representa quase metade da população.

Quanto ao açúcar, Alexandra Bento sublinha que a OMS diz que o que o seu consumo não deve representar mais de 10% do valor energético total.

Isso significa que, numa alimentação de 2.000 calorias diárias, o açúcar total consumido deveria representar 200 calorias no máximo, o que se traduz em 50 gramas.

“O último relatório da OMS alerta para a necessidade de reduzir essa percentagem para 5%, ou seja para 25 gramas, mas, em termos de disponibilidade de açúcar, nos últimos 40 anos, estamos acima desta quantidade”.

Pedro Graça sublinha que o açúcar está muito relacionado com doenças graves da sociedade atual, como a pré-obesidade, que atinge mais de cinco milhões de pessoas, e a obesidade, que afeta um milhão de portugueses.

Dia Mundial da Alimentação
O dia mundial da alimentação celebra-se a 16 de Outubro, desde 1981.

Aquilo que comemos influencia diretamente, não só, a nossa saúde, mas também a “saúde” do meio ambiente e do planeta.

De forma a preservar os ecossistemas, a agricultura e os sistemas alimentares vão ser obrigados a adaptar-se ao aumento da população e tornar-se mais resistentes às alterações climáticas (que tendem a ser mais duras com os agricultores, pastores e pescadores mais pobres e com mais dificuldades. A FAO estima que em 2050 a produção agrícola terá que aumentar em cerca de 60% para fazer face ao significativo aumento populacional.

O desafio da sustentabilidade está em produzir maiores quantidades de alimentos com menos recursos, utilizando os recursos naturais da melhor forma possível.

O que podemos fazer para contribuir para um planeta sustentável e “mais saudável?

Opte por alimentos frescos e da época.

 Sempre que possível, escolha alimentos de produção biológica (atualmente já é possível encontrar estes alimentos com um preço semelhante ao convencional).

Escolha alimentos de produção e de produtores locais.

Além de promover a agricultura e a economia local, estes alimentos têm uma pegada ecológica mais pequena.

Reduza o consumo de carne…

Principalmente nos países desenvolvidos, o consumo de carne tem aumentado e parece que a tendência será continuar a aumentar.

A elevada procura gerou um aumento da produção rápida e intensiva, tornando o setor da criação de gado o maior utilizador de terras agrícolas. Estes fatores contribuem para a escassez e degradação dos terrenos agrícolas.

Do ponto de vista nutricional, o consumo de proteína está significativamente a cima do recomendado. Em Portugal, o consumo de proteína é três vezes superior ao desejado.

e de peixe….

Estima-se uma redução de 40% das principais espécies de peixe consumido, até 2050.

Uma alimentação saudável deve ser equilibrada e variada. Reduza as porções de carne e peixe e procure diversificar a sua alimentação, substituindo alguns pratos de carne e peixe por leguminosas e cereais integrais. Não se esqueça de enriquecer o prato com vegetais coloridos da época e de produção local.

Evite o desperdício alimentar.

Invista no planeamento das refeições e elabore uma lista de compras adequada, evitando comprar e cozinhar mais do que necessita.

Utilize a sua criatividade e aproveita as sobras para criar novos pratos e ajude a evitar que 1,3 biliões de toneladas de alimentos continuem a ser desperdiçados todos os anos.

Não rejeite as frutas mais pequenas e com aspeto mais tosco. Pode não ser a mais bonita do ponto de vista estético, mas o sabor é igualmente delicioso. Até pode ser surpreendido com um sabor mais doce, um aroma mais intenso e uma textura mais suculenta.

Não desperdice um bem precioso como a água.

A água é a bebida de eleição e um bem precioso que se está a tornar escasso.

Poupe água reduzindo o tempo dos banhos, fechando a torneira quando lava os dentes ou quando lava a loiça e reduza o consumo de alimentos que necessitam de utilizar muita água para a sua produção.

A pegada é hídrica é precisamente o volume de água necessário para a produzir determinados alimentos.

Para produzir um quilo de carne bovina é necessário gastar 15 400 litros de água, e para produzir um litro de um refrigerante engarrafado podem ser necessários cerca de 300 litros de água.

Além de não serem amigos do ambiente, devido ao seu elevadíssimo teor de açúcar, os refrigerantes são um veiculo de calorias vazias e sem interesse nutricional. Prefira a água, as tisanas ou as infusões caseiras.

Use menos plásticos.

Menos sacos de plásticos, menos produtos embalados, menos caixas de plástico.

Além de dar uma grande ajuda ao ambiente, vai estar a reduzir a escolha de alimentos embalados, ou seja, de alimentos processados e que por norma têm um elevado valor energético e um alto conteúdo em açúcar adicionado, gordura, sódio e conservantes.

Troque os sumos de fruta e a fruta em embalagens por fruta fresca e quando for às compras, verifique se o carrinho de compras tem mais alimentos frescos do que embalagens de plástico.

Recicle!

É um gesto tão fácil que pode incorporar na sua rotina.

Deite o óleo das frituras e dos enlatados, por exemplo do atum, num contentor próprio e separe as embalagens.

Aproveite os frascos de vidro em condições, por exemplo das compotas ou de alguns iogurtes, e reutilize-as para guardar frutos secos ou cereais comprados a granel.

Faça escolhas alimentares saudáveis, seguras, sustentáveis e conscientes.

O seu corpo agradece, e o planeta também!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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