Comece já hoje a prevenir
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal.
Estetoscópio e coração a ilustrar a doença coronária

Em Portugal, 70% da população tem colesterol elevado, 20% é fumadora e obesa, 40% é hipertensa, a maioria é sedentária (somos o país da União Europeia com menos praticantes de atividade física), o número de diabéticos tem vindo a aumentar consideravelmente e estamos a adoptar uma dieta cada vez menos mediterrânica. Tudo isto contribuiu para que as doenças cardiovasculares representem a principal causa de morte em Portugal (cerca de um terço).

O coração é um músculo cuja função é impulsionar o sangue a todos os pontos do corpo através das artérias. As artérias coronárias estão situadas na superfície do coração para alimentar o músculo cardíaco (miocárdio). As duas principais são a artéria coronária direita e a artéria coronária esquerda. Esta última, por sua vez, compreende duas artérias secundárias muito importantes: a artéria descendente anterior e a artéria circunflexa. Cada uma destas artérias leva sangue a uma determinada zona do coração. As artérias coronárias saudáveis têm um interior liso flexível, que deixa passar livremente o sangue. Quando existem obstáculos à passagem de sangue no interior das artérias, existirão zonas do coração que não vão ser devidamente irrigadas. Esta disfunção é designada por doença coronária.

A doença coronária consiste no desenvolvimento de placas ateroscleróticas no interior das artérias coronárias. Estas placas são formadas por depósitos de gordura e de outras substâncias na parede das artérias coronárias, que estreitam a entrada dos vasos, impedindo a normal circulação sanguínea no seu interior e a correta irrigação dos tecidos do coração.

Fatores de risco da doença coronária

Para a formação de placas de aterosclerose nas artérias coronárias contribuem um conjunto de factores de risco, essencialmente relacionados com o estilo de vida. É possível influir e modificar alguns fatores de risco. Contudo, existem outros que não são modificáveis, mas, que também, podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da doença coronária.

Fatores de risco modificáveis

Tabagismo, sedentarismo, stress, obesidade e excesso de peso, hipertensão arterial, hipercolesterolémia, diabetes mellitus.

Fatores de risco não modificáveis

Idade avançada, género masculino, história familiar.

Nós deixamos alguns conselhos:

Por tudo o que dissemos, comece já hoje a prevenir.

Se fuma…deixe de fumar; caminhe pelo menos 30 minutos por dia (contribui para a diminuição da tensão arterial, alívio do stress e melhoria do sono), reduza o consumo de sal…use ervas aromáticas; coma menos gordura e mais verdura; reduza o consumo de álcool; tome os medicamentos segundo as instruções dos profissionais de saúde…não os pare de tomar sem eles terem tomado conhecimento; seja positivo em tudo o que faz…faça novos amigos e faça o favor de ser feliz!

Continue no Caminho Para Um Coração Saudável…

Bibliografia: Texto elaborado a partir de publicações da Sociedade Portuguesa de Hipertensão: “7 dias do coração” (2013) e “Dia Europeu do Doente Coronário” (2012).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
"Rationing - Missed care: An international and multidimensional problem"
Investigadores do Porto estão a participar num projeto de 31 países destinado a encontrar possíveis soluções para o...

Com o projeto "Rationing - Missed care: An international and multidimensional problem" (Racionamento - Cuidados perdidos: Um problema internacional e multidimensional), pretende-se perceber a dimensão do problema, quantificando-o, bem como determinar as principais causas e possíveis intervenções para o mitigar.

"Por diversos motivos, incluindo recursos humanos insuficientes, aumento da procura por cuidados de saúde, restrições financeiras, decisão clínica, entre outros, os cuidados de enfermagem são por vezes racionados", indicou o investigador do Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI) do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) Mário Amorim Lopes.

Este racionamento leva a que "não seja possível contratar mais gente", passando um enfermeiro que supervisione entre dez a 15 camas de internamento a ter que se ocupar de 20 ou 30, não conseguindo prestar "o mesmo nível e qualidade de serviço", explicou à Lusa o investigador.

"No limite, isto pode colocar a vida dos pacientes em risco, para além de conduzir ao burnout [distúrbio depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso] do profissional, o que pode ter repercussões na sua própria saúde", referiu.

Outro dos objetivos desta iniciativa é encontrar uma base metodológica para abordar o problema do racionamento, que tem implicações na prática clínica mas que também suscita considerações éticas e filosóficas, assim como questões económicas e sociais.

"Ao contrário do entendimento generalizado, os gastos em saúde não são uma despesa, mas um investimento", indicou Mário Amorim Lopes, acrescentando que "uma população doente tem um elevado custo económico, que excede em larga medida os custos de tratamento".

Para o investigador, não obstante o prejuízo pessoal, esta situação afeta também a produtividade do país, o consumo e, em última análise, o crescimento económico, tornando-se assim fundamental perceber que ganhos podem ser gerados com o aumento de determinada despesa em saúde e, em particular, nos cuidados de enfermagem.

Os quatro grupos de trabalho vão abordar diferentes áreas, voltando-se o primeiro para a conceptualização, a organização e as metodologias, enquanto o segundo vai estudar as intervenções e conceções com base em evidências.

As dimensões éticas do racionamento dos cuidados de enfermagem fica a cargo do grupo 3 e, finalmente, a quarta equipa vai focar o seu trabalho nas áreas da educação e da formação.

O projeto, que envolve cerca de 80 investigadores de 31 países, associações que representam os enfermeiros e a Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, é financiado pela agência europeia Cost - European Cooperation in Science and Technology.

Os envolvidos esperam que os resultados obtidos nestes estudos culminem na publicação de artigos científicos, na promoção de conferências, de seminários e de 'workshops', assim como na disseminação a decisores políticos, a instituições e à sociedade civil.

Ordem dos Médicos
Os atestados médicos eletrónicos para a carta de condução vão poder ser passados por todos os médicos e o processo entrará em...

Segundo um comunicado emitido pela Ordem dos Médicos, “a implementação do processo de desmaterialização da emissão de atestados para cartas de condução vai ser adiado para 1 de abril”.

“Pretende-se dar tempo suficiente para descomplexificar, preparar e testar todos os procedimentos de forma exaustiva, bem como permitir tempo suficiente para as necessárias avaliações e adaptações, assim como para a formação dos profissionais, evitando sobrecargas e tensões desnecessárias”, refere o comunicado.

Segundo a Ordem, o processo entrará em vigor em simultâneo no setor público e privado, já que os atestados eletrónicos para a carta de condução “podem ser emitidos por todos os médicos”.

Na semana passada, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos pedia ao Governo uma alteração legislativa para que os atestados médicos eletrónicos para a carta de condução deixem de ser obrigatoriamente passados por profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos manifestou-se preocupado com a “sobrecarga” de trabalho que os médicos de família passariam a ter a partir de janeiro devido à obrigatoriedade de atestados médicos eletrónicos para as cartas de condução serem passados pelos profissionais do SNS.

Direção-Geral da Saúde
Nem todas as unidades de saúde garantem descontaminação de materiais e equipamentos. Materiais como seringas continuam a ser...

A participação das unidades de saúde na campanha para prevenir infeções nos hospitais e outras unidades de saúde aumentou entre 2014 e 2015 e houve melhorias em praticamente todos os índices de precauções básicas de controlo de infeção. Mas os níveis alcançados em 2015 continuam muito abaixo dos objetivos, de acordo com o relatório de uma auditoria realizada e publicada no site da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O documento quantifica em 266 o universo de unidades de cuidados hospitalares, primários e continuados inscritas na plataforma da campanha. Mas nota que, dessas, apenas 237 inseriram os dados necessários — um número que equivale a apenas 27,7% do total de unidades de saúde existentes em Portugal. Assim se conclui que pouco mais de um quarto do total de hospitais públicos e privados, agrupamentos de centros de saúde e unidades de cuidados continuados (no continente e ilhas) aderiu à campanha. Em 2014, apenas 21,6% o tinham feito.

Muito acima da média estão os hospitais públicos, com uma adesão de mais de 96%, e os centros de saúde da Madeira, com uma adesão de 100% tanto em 2015 como no ano anterior. Os hospitais privados continuaram em 2015 abaixo da média de 27,7% (com 23,8%), sendo que em 2014 apenas 8,9% tinham participado na campanha.

Seringas e descontaminação
Este trabalho — da responsabilidade do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA) — refere, por exemplo, que 10% das unidades de saúde utilizavam medidas injetáveis de dose múltipla; e em 4,2% dessas unidades eram usadas seringas de uso múltiplo, para biópsias.

As unidades de saúde garantiram que o processo de descontaminação era adequado. O relatório recomenda formação na segurança de injetáveis e transfusões, já que, "para além dos problemas relacionados com a infeção [...], um dos eventos adversos mais frequentes são erros medicamentosos".

Por outro lado, em 6,3% das unidades de saúde continuavam em 2015 a ser reutilizados materiais que, à partida, eram de uso único. Nos restantes 93,7% não eram reutilizados em 2015 esses materiais (o que corresponde a um aumento relativamente aos 90,9% de 2014). Em síntese: o documento identifica melhorias em todos os critérios relativos à descontaminação, mas o indicador continua abaixo dos desejáveis 100%.

Também em 2015, existia em 84,5% das unidades de saúde um protocolo interno de descontaminação de materiais e equipamentos que o documento diz ser necessário em todas. A percentagem era ainda mais baixa (78,6%) em 2014.

Condições para isolamento
Por outro lado, os exemplos de evolução positiva são vários. Melhoraram, por exemplo, as condições para isolamento dos utentes e a avaliação individual do risco de infeção do doente desde a sua admissão até à alta hospitalar. Concretamente, em 2015, havia condições para isolamento dos utentes em 82,6% das unidades de saúde (e este dado inclui o isolamento através das precauções de contacto), quando essa percentagem era de 81,5% em 2014.

O documento salienta, por outro lado, o aumento de 10,3 pontos percentuais no critério da avaliação de risco individual de infeção: 72,6% das unidades de saúde tinham, em 2015, aplicado o sistema de acompanhamento desde a admissão do doente até à alta hospitalar, quando em 2014 essa percentagem era de apenas 59,7%.

Entre Janeiro e Novembro
Cada vez mais doentes sobrevivem através de medicamentos inovadores que o SNS não comparticipa. A maior parte é para...

Entre Janeiro e Novembro houve 1678 doentes que só puderam ser tratados com medicamentos inovadores nos hospitais portugueses mediante um mecanismo conhecido como “autorização de utilização excecional” (AUE). Esta autorização serve para dar resposta aos casos em que os fármacos estão no mercado, mas o Serviço Nacional de Saúde ainda não decidiu se os vai ou não comparticipar.

O problema é que em Portugal as autorizações acabam por ser utilizadas durante longos períodos, já que a decisão sobre as comparticipações chega a demorar dois anos. Como os hospitais não têm todos os mesmos critérios na hora de solicitar estas autorizações, o processo acaba por gerar desigualdades entre doentes e muita despesa para os hospitais. O exemplo mais mediático até agora foi o dos novos tratamentos para a hepatite C.

A demora na avaliação dos medicamentos e a chegada de cada vez mais fármacos ao mercado tem-se espelhado no aumento das AUE. Em 2015 foram concedidas um total de 1485 autorizações excecionais e neste ano, só até dia 17 de Novembro, o valor já estava próximo das 1700, indicam os dados enviados ao jornal Público pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

“Os utentes terão sempre acesso aos medicamentos de que necessitam e as AUE serão aprovadas enquanto as avaliações estiverem em curso. Estamos a fazer uma melhor gestão dos recursos e a aumentar a acessibilidade aos medicamentos inovadores”, garantiu ao jornal Público o organismo, em resposta escrita.

O Infarmed garante também que, com as avaliações que estão quase a terminar, será possível reduzir bastante estes valores. “Neste momento existem cerca de 40 novos medicamentos com financiamento aprovado ou em fase final de aprovação. Além destes 40 medicamentos espera-se a concretização de mais dez processos de medicamentos inovadores até ao final do ano”, esclarece a autoridade. Segundo a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), há pelo menos mais 15 inovadores para além dos processos que o Infarmed prevê terminar.

“Com estas aprovações concedidas, será possível uma redução de 34% nesse total, correspondente a 578 AUE”, reforça o regulador do medicamento, assegurando que, “relativamente aos prazos de conclusão dos processos dos medicamentos inovadores”, estão a “caminhar para a resolução dos atrasos, sendo uma das principais medidas a constituição da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde (CATS)”.

Fármacos de fim de linha
Esta comissão recentemente criada conta com 100 peritos e vai ter mais 20 profissionais para agilizar os processos — que, por lei, devem ser concluídos em 75 dias. A maior parte destes medicamentos utilizados através das AUE são para tratamentos na área da oncologia, que reúne o “maior número de aprovações”. Mas também há fármacos para áreas como o VIH, diabetes, hepatite C, hemofilia e doenças respiratórias. Ou seja, quase sempre são medicamentos de fim de linha, em que os doentes já tentaram todas as outras terapêuticas, sem sucesso, e resta-lhes uma última hipótese.

Há um mês, durante um congresso organizado pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, o presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues, anunciou que tem como objetivo terminar com as AUE que são dadas devido a atrasos nas aprovações das comparticipações. “Se os medicamentos forem aprovados atempadamente, as AUE não têm razão de ser”, frisou.

Um dos problemas das AUE é que acabam por gerar uma despesa sem controlo para os hospitais, que durante o período excecional têm de pagar os medicamentos de acordo com o preço imposto pela farmacêutica — que normalmente é superior àquele a que o Infarmed chega após a análise da comparticipação. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, avançou no Parlamento, no início de Novembro, que o valor das autorizações ascendia aos 60 milhões de euros anuais.

Por isso, a tutela já propôs um acordo com a indústria. Se o Infarmed começar a cumprir o prazo de 75 dias, os laboratórios estão disponíveis para ceder gratuitamente ao Estado os tratamentos que forem necessários durante estes dois meses e meio. A partir desse prazo, voltam a cobrar um preço tabelado e superior ao que se consegue após as negociações da comparticipação.

Glifosato
Diploma procede à primeira alteração à lei de 2013 que regula a distribuição, venda e aplicação de pesticidas que têm como...

Não chegou a haver maioria para aprovar o fim do uso do glifosato — nem entre os partidos da Assembleia da República nem entre os 28 Estados-membros da União Europeia. Agora, o Governo português avança com um projeto de decreto-lei para alterar a legislação existente desde 2013 que, na prática, passa a proibir este tipo de produtos, que contêm o glifosato, em locais públicos.

Se o diploma avançar tal como está, escreve o jornal Público, o uso de pesticidas com glifosato será proibido nos “jardins infantis, jardins e parques urbanos de proximidade e nos parques de campismo", mas também "nos hospitais e noutros locais de prestação de cuidados de saúde ou lares e residências para idosos", nas escolas e estabelecimentos de ensino, sendo a exceção os dedicados às ciências agrárias.

O diploma procede à primeira alteração à lei de 2013 que “regula a distribuição, venda e aplicação de pesticidas para uso profissional, e define os procedimentos de monitorização à utilização desses produtos”. E estabelece que “a aplicação” de herbicidas deste tipo apenas pode ser utilizada em circunstâncias especiais: quando não houver “meios e técnicas de controlo alternativos” ou “quando se esteja perante um risco para a agricultura, floresta ou ambientes naturais".

Nestes casos, estabelece o diploma, deve ser dada preferência aos produtos “cuja utilização é permitida em modo de produção biológico”, produtos “de baixo risco ou que apresentem baixa perigosidade” e que “não exijam medidas particulares de redução do risco para o homem ou o ambiente”.

Efeitos nocivos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências da ONU referiram, em Maio deste ano, ser pouco provável o glifosato — o ingrediente ativo da fórmula de alguns herbicidas — provocar cancro, como defendem organizações para a defesa do ambiente. Nas discussões deste ano no Parlamento sobre o uso do glifosato, não houve consenso acerca dos estudos científicos publicados sobre os eventuais efeitos nocivos do herbicida na saúde humana.

Em Maio, na discussão parlamentar de uma proposta do Bloco de Esquerda chumbada na Assembleia com os votos contra da direita e dos comunistas, para proibir a aplicação de produtos que contêm glifosato, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse estar globalmente de acordo com as medidas apresentadas pelos bloquistas e anunciou que o Governo preparava legislação que ia no sentido dessa proibição.

Nesse mesmo mês, a Comissão Europeia concluiu que "os Estados-Membros não estavam preparados para assumir a responsabilidade por uma decisão sobre esta substância ativa". E na véspera de expirar a licença para utilização deste herbicida, cuja utilização foi aprovada em 2002 na União Europeia, decidiu prolongar por ano e meio a licença de uso do glifosato até 31 de Dezembro de 2017.

Onicofagia afeta um terço dos humanos
Roer as unhas é "um problema comum" que ainda "não foi resolvido pela psiquiatria, psicologia e medicina"...

A onicofagia é altamente prejudicial para o ser humano. Para além de ser uma forma de abrir as portas do organismo à entrada de bactérias, pode causar problemas nas unhas, pele, dentes e sistema gastrointestinal.

O vício afeta 20 a 30% da população mundial independentemente da idade, "podendo levar a problemas psicossociais significativos e ter um impacto negativo na qualidade de vida", de acordo um estudo publicado em 2016 na revista PubMed.com.

O problema pode ser grave principalmente quando está associado a outras condições como transtorno por défice de atenção com hiperatividade (TDAH) ou transtorno de ansiedade por separação (TAS), escreve o Sapo.

A Associação Americana de Psquiatria incluiu a onicofagia na lista de transtornos obsessivos-compulsivos (TOC), escreve a BBC. Mas nem todos os psiquiatras concordam com esta classificação. Alguns argumentam que apesar de a onicofagia ser, como no caso do TOC, uma conduta natural levada ao excesso, as obsessões do TOC são motivadas por ansiedade, o que para alguns especialistas não ocorre no caso de roer as unhas.

Por outro lado, um estudo publicado em 2015 na revista Journal of Behaviour Therapy and Experimental Psychiatry indica que o que move a onicofagia não é a ansiedade, mas sim o perfecionismo. As conclusões do estudo mostraram que este hábito pode ajudar as pessoas a diminuir a irritação, tédio ou insatisfação.

Outra possibilidade é a predisposição genética. Alguns estudos mostram que um terço das pessoas que roem as unhas tem familiares com o mesmo hábito.

Mas o que existe debaixo das unhas?
Várias coisas com nomes feios: bactérias como a E. coli e a salmonela. As verrugas nas mãos, causadas pelo vírus do papiloma humano, também podem propagar-se pelos lábios e pela boca.

Roer as unhas pode causar paroníquia, uma infeção da pele dolorosa que em casos graves pode despoletar a necessidade de uma cirurgia. A deformação dos dentes, da oclusão dentária ou o desgaste prematuro destes é outro dos resultados do vício.

Na Holanda
Para combater a obesidade infantil, a indústria alimentar holandesa vai eliminar as personagens animadas das embalagens de...

Personagens animadas como o "Nemo" ou "a Dora exploradora" vão deixar de ser usadas nas embalagens de determinados alimentos que possam ser prejudiciais para a saúde dos mais novos.

De forma a desencorajar os hábitos alimentares menos saudáveis, a indústria alimentar holandesa afirma que pretende retirar determinados bonecos infantis das embalagens, já que estas têm um efeito apelativo nas crianças, escreve o The Guardian.

Desta forma, a indústria pretende colocar em prática um plano responsável para evitar, mais facilmente, a ingestão dos alimentos indesejáveis, como chocolates, gomas, bolachas e outros tipos de doces.

A medida, segundo o Sapo, será aplicada a produtos para crianças até aos 13 anos.

A decisão foi tomada após debates públicos sobre o impacto da publicidade dirigida a crianças, confirma a Federação Holandesa de Indústria Alimentar (FNLI).

A porta-voz do Ministério de Saúde holandês, Leonne Gartz, revela que as medidas envolvem a remoção de personagens do cinema, banda desenhada, desenhos animados e séries televisivas do mercado alimentar, mas não as imagens animadas associadas a marcas de produtos específicos.

Estudo
Pacientes diagnosticados com esquizofrenia ou transtorno bipolar podem estar a sofrer, na verdade, de um problema imunitário...

Um estudo publicado na revista Lancet Psychiatry sugere que um em cada 11 casos de psicose pode envolver anticorpos que atacam determinadas partes do cérebro.

Os cientistas analisaram amostras de sangue de 228 pessoas do Reino Unido e acreditam que a descoberta abre novos caminhos para o tratamento de várias doenças do foro mental, escreve a BBC.

Sarah Galloway, de 25 anos, vive em Gateshead, no nordeste da Inglaterra, e está a viver um período de recuperação, depois de sofrer um ataque provocado pelo próprio sistema imunitário. Sarah Galloway estava no último ano de Química quando começou a sentir alterações no seu rendimento. "Fiquei mal em poucos dias," conta.

"Comecei a ter alucinações. Achava que o meu corpo se tinha transformado e eu tinha patas de aranha ou orelhas de coelho. Cheguei a ver e a sentir essas mudanças", relata. "Tinha pensamentos estranhos como os de que alguém estava a tentar matar-me ou de que eu tinha que matar alguém. Isso fez com que eu me automutilasse", recorda a britânica.

Sarah foi logo diagnosticada com um transtorno bipolar e tratada com medicação antipsicótica, escreve o Sapo. No entanto, um exame de sangue revelou que havia algo incomum no seu sistema imunitário. Os anticorpos que deveriam proteger o organismo de Sarah estavam a atacar a superfície das células do cérebro, alterando as suas funções.

Isso mudou o tratamento da universitária, que recebeu drogas para reduzir a atividade do seu sistema imunitário, os chamados medicamentos imunossupressores. Os médicos chegaram a filtrar-lhe o sangue para retirar os anticorpos problemáticos.

Belinda Lennox, psiquiatra da Universidade de Oxford, teme que outros pacientes possam sofrer de doenças semelhantes. Esta médica comandou um grande estudo no Reino Unido: colheu sangue de 228 pessoas que pela primeira vez haviam apresentado uma crise psicótica.

A especialista concluiu que os anticorpos em causa atacaram o recetor NMDA, que ajuda as células do cérebro a comunicarem entre si. Estes anticorpos foram encontrados no sangue de Sarah e em 3% das outras amostras.

"Pacientes que estão atualmente a ser tratados nos serviços públicos de saúde mental podem ter esses anticorpos e, potencialmente, podem ser tratados de maneira diferente", disse Lennox à BBC.

Artigo de Opinião
O acesso à Saúde é um direito humano fundamental e foi a pensar no princípio básico de que os cuidad

Desde 2014 que existe um dia para relembrar a Saúde o “Universal Heatlh Coverage Day” (UHC) ou Dia da Cobertura Universal de Saúde que se celebra a 12 de Dezembro.

Esta organização universal baseia-se na constituição de 1948 da Organização Mundial de Saúde (OMS) e na declaração de Alma-Ata de 1978 que afirmam que a saúde é um direito humano fundamental e não um privilégio, sendo uma das metas mundiais para a melhoria social. Conta com mais de 840 organizações mundiais e mais de 350 economistas de 110 países.

A OMS define a saúde como o “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”.

Mas como é possível fazer com que todos consigam atingir esta plenitude, este direito básico que por vezes se torna tão complexo? Uma estratégia são as conferências para a promoção de saúde, que existem desde 1986.

Porém, é necessário chamar a atenção dos governos e grandes potências mundiais, porque todos devem de ter acesso a um serviço de saúde quer seja preventiva ou curativa, de reabilitação ou paliativa, com qualidade adequada e que não exponha o doente a dificuldades económicas.

A UHC tem então três grandes objectivos:

1)      Equidade no acesso aos Serviços de Saúde- a saúde como direito e não só para aqueles que o podem pagar;

2)      Serviços de Saúde de qualidade adequada;

3)      Proteger as pessoas de risco financeiro - só por terem necessidade de recorrer a estes serviços não devem ficar em risco.

Optimizar a política de financiamento de saúde é fundamental, por isso mais de 267 economistas de 44 países assinaram em Setembro de 2015 uma declaração que explicita porque faz economicamente sentido investir na saúde. Esta declaração foi publicada no The Lancet e no The New York Times.

E hoje é o dia! O dia em que todas estas organizações mundiais, incluindo a OMS se juntam e discutem formas de fazer chegar a todos, em qualquer local do mundo, um serviço de saúde eficaz e financeiramente acessível.

Este ano vão-se definir objectivos para 2030:

- Priorizar o pobre - colocar os marginalizados e mais necessitados em primeiro lugar;

- Exigir uma acção politica - não esperar que esta surja, exigi-la;

- Humanizar o sistema de saúde - que seja para todos, de fácil acesso e de qualidade;

- Redefinir a segurança em saúde - devemos de salvaguardar todos em qualquer lugar do mundo.

Este é um pilar fundamental para um desenvolvimento sustentável mundial e hoje é o dia!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Fundo para a Investigação em Saúde”
Dois projetos de investigação da Universidade de Coimbra, na área da Diabetes, foram distinguidos pelo Infarmed - Autoridade...

O projeto “Identificação de novos biomarcadores precoces das complicações da diabetes: do metabolismo à imagiologia multimodal de sistemas” é liderado por Miguel Castelo-Branco, docente da Faculdade de Medicina (FMUC) e Diretor do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da UC (ICNAS), e obteve 130 mil euros de financiamento.

Esta investigação “visa essencialmente o uso de tecnologias sofisticadas (neurofisiologia, imagiologia metabólica, estrutural e funcional de vários órgãos) para diagnosticar as complicações da diabetes da forma mais precoce possível. É um projeto de descoberta de biomarcadores para medicina preventiva”, explica o docente.

Já o projeto “Microbioma de feridas diabéticas: diagnóstico precoce, prognóstico e terapia”, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC), conquistou 100 mil euros para encontrar uma solução para a ferida crónica do pé diabético, que afeta mundialmente cerca de 70 milhões de pessoas e que pode levar a amputações.

O projeto, coordenado por Sónia Gonçalves Pereira, do grupo “Micobacteriologia Molecular e Microbioma” liderado por Nuno Empadinhas, resulta da colaboração com o grupo “Obesidade, Diabetes e Complicações” dirigido por Eugénia Carvalho, cuja investigação prévia abriu caminho à abordagem inovadora agora proposta para as feridas diabéticas crónicas.

A investigação, que tem a participação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), pretende caraterizar os microrganismos (microbiota) da pele e de feridas diabéticas, e identificar combinações microbianas indicativas da evolução das mesmas (prognóstico) para diagnóstico precoce.

Sónia Gonçalves Pereira sublinha que “atualmente desconhecem-se as razões pelas quais algumas feridas diabéticas cicatrizam e outras se tornam crónicas, embora estudos recentes apontem para desequilíbrios na composição da microbiota da pele como fator determinante”.

O Fundo para a Investigação em Saúde, de acordo com o Infarmed, financia atividades e projetos de investigação “dirigidos para a proteção, promoção e melhoria da saúde das pessoas, nomeadamente nas áreas de investigação clínica, investigação básica e translacional, com potencial interesse clínico ou em terapêutica e investigação em saúde pública e serviços de saúde”.

Centro Nacional de TeleSaúde
O acompanhamento de doentes em casa através de meios como a televisão está previsto num acordo quadro de telemedicina, que vem...

Denominado Centro Nacional de TeleSaúde (CNTS), este centro de telemedicina está formalmente criado, mas só agora poderá arrancar no terreno, uma vez que foi assinado na semana passada o Acordo Quadro de Telemedicina, entre os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e empresas fornecedoras de serviços de telemedicina.

Segundo Artur Mimoso, da SPMS, este acordo, que foi iniciado em 2014, pretendeu qualificar pequenas empresas já no terreno, através de consórcios com empresas grandes para fazerem trabalho de telemedicina.

Essas empresas no terreno desenvolveram projetos piloto de medicina à distância, tendo apresentado bons resultados, mas sem capacidade técnica e financeira para se estender.

No fundo, trata-se de aliar pequenas empresas que prestam os serviços a outras grandes empresas que vendem os equipamentos tecnológicos.

“Não fizemos nenhuma compra, mas a seleção de um grupo de serviços já existentes mas sem capacidade técnico-financeira para chegar a sítios mais distantes. O objetivo era precisamente dotar o SNS de capacidades de prestar serviços de telemedicina”, explicou.

Na senda deste acordo, será desenvolvido o CNTS, um projeto pioneiro a nível europeu, que “depois de equipado com pessoal e as tecnologias que o acordo vai permitir” vai fazer teleconsultas, acompanhamento de doentes em casa à distância.

“De futuro, o acompanhamento feito hoje nos hospitais pode chegar a casa das pessoas através da rede. Estamos a maximizar o que já existe. Tínhamos os projetos sustentados em pequenos mercados. Estamos a preparar o mercado para avançar com os projetos piloto que tão bons resultados deram, mas que foram com empresas sem capacidade de expansão”, afirmou Artur Trindade.

Os cinco projetos piloto, que decorreram em Viana do Castelo, Évora e Beja, foram na área da principal doença respiratória, a DPOC, ao longo de 7 meses de acompanhamento de centenas de doentes.

O resultado foi uma “significativa redução” nas idas às urgências, nas hospitalizações (menos 60%), no número de dias de internamento (que passou de uma média de 276 dias para 105 dias). Foi possível ainda atrasar o começo das complicações das doenças.

A forma de o doente passar a aceder às consultas a partir de casa vai depender da doença e dos equipamentos que de que possa dispor.

“O aparelho mais acessível é a televisão, mas o que pretendemos é poder usar as boxes de televisão para conseguir passar alguma informação e literacia em saúde”.

Segundo Artur Mimoso, o acordo previu usar esses aparelhos em casa de pessoas com menos meios e menos literacia e, numa segunda fase, a possibilidade de colocar as operadoras a funcionar não só com a box de televisão, mas incorporar componentes de medicina através da box e não introduzir mais aparelhos: maximizar aparelhos que já existem em casa mas dar-lhes novas funcionalidades.

Com esta tecnologia será possível tornar o SNS acessível a todos, mesmo quem vive em zonas rurais ou do interior, cabendo ao doente, por exemplo, inserir os seus dados para fazer a medição diária da tensão arterial, da oximetria (quantidade de oxigénio no sangue), da temperatura e do número de passos dados (pedómetro).

Os dados inseridos pelo doente seguem para o call center clínico, composto por uma equipa de técnicos de cardiopneumologia, enfermeiros e farmacêuticos, que fazem a gestão dos dados em tempo real e, em função do estado de saúde do doente, é emitido um alerta no sistema de monitorização e analisado o encaminhamento necessário.

O médico especialista faz a avaliação dos dados e, em casos graves, pode marcar consulta ou direcionar para as urgências.

Fenprof e Observatório da Deficiência
A Federação Nacional dos Professores e o Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos vão realizar um estudo para...

Em comunicado, as duas entidades referem que em Portugal há pouca informação em estudos científicos ou estatísticas públicas sobre números de docentes com deficiência nas escolas, pelo que se propõem realizar em 2017 "um estudo de caracterização dos docentes com deficiência em Portugal, bem como as representações e práticas da comunidade educativa em relação a estes professores”.

O estudo servirá também para “identificar obstáculos, facilitadores e boas práticas no que respeita à inclusão dos docentes com deficiência e a sua relação com a escola” e para propor medidas ao Governo e ao parlamento com vista a que os espaços educativos sejam inclusivos para todos, incluindo para os professores.

Atualmente, dizem ambas as organizações, há falta de adequação de condições para docentes com deficiências exercerem em pleno a sua atividade e só medidas pontuais adotadas por algumas escolas permitem ”atenuar as dificuldades acrescidas sentidas por estes docentes”.

A organização Internacional de Educação, que representa mais de 36 milhões de trabalhadores de Educação em todo o mundo, aprovou no seu último congresso a necessidade de haver mais atenção para com professores com deficiência, respondendo este estudo a esse apelo.

Na próxima semana, a 12 e 13 de dezembro, realiza-se o primeiro encontro do Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos para discutir os vários problemas com que se debatem as pessoas com deficiência.

Quando anunciou a realização deste encontro, o observatório que está integrado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa lembrou que União Europeia um em cada seis cidadãos da União Europeia tem uma deficiência, o que representa cerca de 80 milhões de pessoas.

Por outro lado, a taxa de pobreza entre as pessoas com deficiência é 70% superior à das pessoas sem deficiência, “em parte devido às limitações no acesso ao emprego”, sendo que a “taxa de emprego das pessoas com deficiência se situa nos 50%”.

Economista Daniel Bessa diz
O economista Daniel Bessa realçou, em Coimbra, que a saúde é a única área de atividade em Portugal que se afirma como...

Na área da investigação e desenvolvimento (I&D), “Portugal está muito aquém da média comunitária, com uma exceção, que é a saúde”, disse o antigo ministro da Economia, ao intervir numa sessão do 59.º Congresso Português de Oftalmologia, que terminou sábado, no Convento São Francisco.

Na sua opinião, importa que a inovação nas diferentes áreas da saúde “seja levada ao termo da cadeia de valor” e que se traduza “em resultados para os utentes”.

Insistindo no “potencial enorme” da saúde para criar emprego e rendimento, Daniel Bessa disse que “o país pode chegar facilmente à receita” apostando na inovação.

O economista participava numa sessão sobre o futuro da saúde em Portugal, em que o professor Joaquim Murta, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), apresentou o projeto do Subcluster em Oftalmologia, a criar no âmbito do Health Cluster Portugal (HCP).

Joaquim Murta, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia do CHUC, disse que a proposta, concebida sob a sua coordenação, visa “tornar a oftalmologia alavanca do reconhecimento global” da medicina portuguesa.

Ideia lançada há menos de um ano, o futuro Subcluster da Oftalmologia envolve diversos hospitais públicos e privados, empresas do setor, instituições científicas e de ensino e o Ministério da Educação.

Dos contactos efetuados com o ministro da Saúde, os promotores do projeto concluem que Adalberto Campos Fernandes “está particularmente interessado em envolver as estruturas” públicas que integram o Serviço Nacional de Saúde, sublinhou Joaquim Murta.

“Avaliar os resultados dos diferentes centros oftalmológicos nacionais, validando eficiências e racionalização de custos sem perda de qualidade, deslocando o foco da remuneração das unidades do volume para os resultados, criando valor para o doente, criando uma cultura de autoavaliação e melhoria”, é outro dos objetivos.

Frisando que “em oftalmologia é mais fácil quantificar”, Joaquim Murta afirmou que os pagadores (Estado, companhias privadas ou indústria) “beneficiarão significativamente através deste sistema de cuidados de saúde baseado no valor”.

A proposta de ‘cluster’ prevê a criação de uma rede de investigação clínica em Portugal, reconhecida na União Europeia, “em torno de projetos concretos de grande envergadura na área das doenças oftalmológicas”.

Essa rede, segundo o professor da Universidade de Coimbra, “possibilitará, paralelamente, um consistente relacionamento” com as empresas, ao nível dos ensaios clínicos, I&D da indústria farmacêutica e biotecnologia.

O Congresso Português de Oftalmologia foi organizado pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, presidido pela especialista de Coimbra Maria João Quadrado.

Ordem dos Médicos do Norte
A Ordem dos Médicos do Norte pediu hoje ao Governo uma alteração legislativa para que os atestados médicos eletrónicos para a...

Em comunicado, o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) considera “importante repor a criação dos Centros de Avaliação Médica e Psicológica como organismo vocacionado para a emissão e revalidação das cartas de condução e devidamente apetrechado em termos humanos e materiais".

O responsável diz estar preocupado com a “sobrecarga de trabalho” que os médicos de família vão ter a partir de janeiro, devido à obrigatoriedade de atestados médicos eletrónicos para a carta de condução serem passados por profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"O processo ficou muito mais complexo, mais burocrático e pode mesmo estar dependente de avaliações externas ao médico de família, como avaliações de cardiologia, oftalmologia ou endocrinologia só para citar três exemplos", alerta o presidente do CRNOM.

De acordo com Miguel Guimarães, "embora a nova legislação tenha sido apresentada como um processo simplificador na emissão ou revalidação das cartas de condução, a verdade é que ficou muito mais lento".

Tal representa um " claro prejuízo para o médico de família, que terá ainda de lidar com as potenciais situações conflituosas” relacionadas com a “morosidade do processo e até ao expectável aumento do número de atestados médicos com parecer negativo".

Por isso, Miguel Guimarães propõe que "o Governo proceda a uma alteração legislativa” do novo modelo de carta de condução em formato eletrónico, “no sentido de não serem os médicos de família a decidirem e comunicarem a inibição de conduzir".

"Tem sido entendimento do Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, já de há uns anos a esta parte, que a obtenção de licenças individuais como a carta de condução, a carta de caçador, a licença ou o reconhecimento de aptidão física para a prática desportiva não constituem uma obrigação para o médico que trabalha no SNS", lembra o responsável.

Miguel Guimarães recorda que, em 2009, o Governo adotou um caminho que considera “mais correto”, com um decreto-lei “que estabelecia a criação dos Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP)", mas que nunca chegou a avançar.

“Estes centros, que nunca chegaram a sair do papel, tinham como principal missão gerir de forma integrada a emissão e revalidação das cartas de condução, sendo responsáveis pela avaliação física, mental e psicológica dos candidatos”, descreve.

"A criação destes centros não só simplificava o processo, como permitia libertar os médicos de família de uma obrigatoriedade que em nada contribui para uma melhoria da prestação de cuidados de saúde à população por parte dos especialistas em Medicina Geral e Familiar", defende.

Para o responsável, “estes especialistas já estão sujeitos a uma elevada pressão diária, sendo de lamentar esta sobrecarga clínica e administrativa".

O desafio da década
Os hábitos dos consumidores estão a mudar e as doenças civilizacionais são o novo desafio da indústria seguradora. Como...

A indústria tem de antecipar situações e, nessa ótica, a grande questão é saber que doenças antecipa, num futuro próximo, e de que forma poderão vir a afetar a cobertura?
A perspetiva de futuro é o crescimento das doenças civilizacionais, por exemplo as que derivam da má qualidade do ar e da má alimentação tais como a obesidade, diabete, cancro e doenças cardíacas e doenças respiratórias. A cobertura da maior incidência destas doenças levará os seguradores a terem de ajustar o “pricing” por um lado, mas também a apostar mais na prevenção e deteção precoce evitando custos mais gravosos no futuro. Do lado dos seguros de vida estas doenças resultarão em mais doenças crónicas incapacitantes que poderão agravar o número de situações de invalidez.

O uso abusivo de antibióticos e a consequente resistência aos mesmos é uma preocupações?
Os seguros de saúde cobrem já as situações oncológicas, desde que não sejam situações preexistentes. A questão levanta-se é se os capitais seguros contratados na maioria dos seguros são suficientes. Muitas pessoas valorizam ainda no seguro de saúde, as coberturas que, na verdade, não são, na sua essência, seguro, tais como dentes, óculos e medicamentos, e nem sempre tem perceção que o importante é garantir proteção para as situações em que o orçamento familiar pode ser insuficiente ou gravemente afetado, como é o caso de doenças graves, que implicam custos muitos elevados com cirurgias, internamentos e tratamentos muito dispendiosos. undi simus mos ne ped quatur?

E a existência de sintomas que possam levar a doenças já podem ser cobertos? E do lado dos clientes, terão estes a perceção do que efetivamente está coberto e da suficiência ou não dos capitais seguros?
A grande maioria das pessoas seguras não tem realmente uma noção muito concreta do que está efetivamente seguro, por falta de informação e correto esclarecimento. Esta é uma área em que se tem de apostar fortemente na comunicação para que as decisões de contratação de um seguro e dos capitais a segurar estejam adequadas às necessidades e perspetivas de cada pessoa.

Como devem e podem ser segurados os riscos de doenças mais graves?
As doenças graves estão, de uma forma geral, cobertas pela maioria dos seguros. Existem, no entanto, hoje dia produtos mais vocacionados para a cobertura de patologias mais graves, sejam pelo reforço de capitais, sejam pela inclusão de meios de prevenção e acompanhamento especializado quando surgem estas situações.

E as alterações climáticas que estão a criar alergias persistentes têm coberturas?
As alergias não são uma exclusão das apólices de seguro. No entanto, alguns medicamentos de prevenção, como vacinas podem não estar contemplados na maioria dos Planos de Saúde.

Qual a perspetiva e em que condições poderão estar cobertas as doenças pré-existentes?
Já existem seguradores que cobrem doenças pré-existentes, nomeadamente as de cariz mutualista. Nos seguros de grupo de maior dimensão também é possível assegurar a sua cobertura pela dispersão do risco. Para as restantes situações, esta cobertura só será viável se os seguros passarem a ter uma característica de complementariedade semi-obrigatória (como se verifica em alguns países) permitindo dimensão e economias de escala que absorva a inclusão dos riscos preexistentes.

A existência das chamadas doenças do século, como os AVC, a diabetes tem cobertura nos seguros de saúde?
Sim, estas doenças têm cobertura nos seguros atuais para a maioria dos seus tratamentos. O que pode muitas vezes não estar ajustado são, mais uma vez, os capitais seguros. Por exemplo, o capital de internamento pode não ser suficiente para uma situação prolongada numa unidade de cuidados intensivos.

Que garantias é possível fazer nos dias de hoje para acautelar a generalidade desse tipo de sinistros?
Sim, estas doenças têm cobertura nos seguros atuais para a maioria dos seus tratamentos. O que pode muitas vezes não estar ajustado são, mais uma vez, os capitais seguros. Por exemplo, o capital de internamento pode não ser suficiente para uma situação prolongada numa unidade de cuidados intensivos.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde está a monitorizar os casos de gripe em Portugal, embora neste momento não exista qualquer epidemia,...

"Ainda estamos dentro da atividade basal da gripe, ainda não há epidemia, há casos esporádicos, no entanto, até agora, de facto, os vírus encontrados são H3N2, que são o tipo de vírus mais capaz de se propagar e que dá epidemias mais intensas", declarou aquela responsável, à margem de um seminário realizado na Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Segundo aquela responsável, o número de vírus que até agora foi identificado "ainda é muito pequeno" para que as autoridades possam ter a certeza de que o H3N2 venha a ser o vírus dominante nesta época, mas, caso seja, é um tipo de vírus "mais competente" e que se propaga "com muita facilidade", originando "epidemias grandes", alertou.

"Os que foram identificados até agora são [H3N2]. Pode acontecer que seja uma época gripal de grande intensidade", afirmou, sublinhando que este é um tipo de vírus que afeta muita gente e, como tal, "a percentagem de pessoas que tem uma doença grave, que é internada ou que morre acaba por ser proporcional a esse número de pessoas afetadas".

Recordando que, este ano, já foram registadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) quatro mortes causadas pela gripe, de um total de dez pessoas internadas em Cuidados Intensivos, Graça de Freitas ressalvou, contudo, que esse número está "dentro do padrão habitual", uma vez que se tratavam de pessoas de risco, idosas, com patologias ou que não tinham sido vacinadas.

A subdiretora-geral da Saúde esclareceu ainda que a época gripal dura entre oito a doze semanas, coincidindo, habitualmente, em Portugal, com o final de dezembro e o início de janeiro.

"Nós só sabemos que atingimos o pico [da gripe] quando começamos a descer, mas ainda não atingimos a atividade epidémica clara, ainda não iniciámos a subida", concluiu.

A taxa de incidência gripal entre 28 de novembro e 04 de dezembro foi de 30 por 100.000 habitantes, com tendência crescente, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica divulgado esta semana pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.

Segundo o boletim, na semana compreendida entre 28 de novembro e domingo passado (04 de dezembro) “foram analisados 10 casos de síndrome gripal, dos quais seis positivos para gripe A(H3).

No Reino Unido
A investigadora portuguesa Mariana Monteiro integra um consórcio europeu de desenvolvimento de novas terapêuticas para a...

Mariana Monteiro, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), do Porto, tem contribuído com os dados da investigação clínica realizada na Universidade do Porto para este estudo de larga escala que está a decorrer no Center for Obesity Research da University College of London (UCL), no Reino Unido.

O estudo pretende “identificar os marcadores genéticos que permitem prever o resultado de um determinado tratamento da diabetes associada à obesidade de modo a permitir que no futuro possa vir a ser aconselhada a terapêutica que melhor se adequa às características de cada doente, tornando-a assim mais eficaz e personalizada”, explica o ICBAS, em comunicado.

Um objetivo adicional desta investigação é “identificar a resposta hormonal que ocorre após a cirurgia da obesidade ou cirurgia bariátrica responsável pela melhoria e remissão prolongada da diabetes, para identificar potenciais alvos para desenvolvimento de novos medicamentos que dentro de alguns anos possam ser administrados aos doentes com diabetes (tipo2) com a mesma eficácia e dispensando a necessidade da cirurgia”.

Neste consórcio, sediado e coordenado no Reino Unido, estão integrados 14 investigadores de diferentes nacionalidades (Portugal, Inglaterra, França e Itália) e conta um financiamento a rondar os seis milhões de libras (6,7 milhões de euros) do National Institute for Health Research (NIHR)

O programa de investigação em curso na UCL combina técnicas de ciência básica com a investigação clínica em voluntários saudáveis e pacientes obesos com diabetes tipo 2.

Em Portugal, a prevalência da diabetes situa-se nos 12,9% da população, dos quais 5,6% não estarão diagnosticados.

Atualmente, para além desta investigação, Mariana Monteiro mantém as funções de Diretora da Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica do ICBAS (UMIB) e coordena uma equipa de investigação em Endocrinologia Clínica e Experimental na mesma unidade.

O Center for Obesity Research já tem produzido “avanços consideráveis” que têm sido publicados regularmente em periódicos de referencia mundial e assim como divulgados nos meios de comunicação britânica, tais como a BBC News.

Em Matosinhos
A plataforma terá informações destinadas a consumidores de estupefacientes e a todos os que tenham dúvidas sobre estas questões...

"A plataforma surgiu da perceção que tivemos de que era preciso chegar a um público mais jovem", de uma forma "mais atrativa" e com informações destinadas não só a consumidores de estupefacientes, mas também a todos os que tenham dúvidas sobre estas questões, explicou Lurdes Queirós, presidente da direção da ADEIMA.

A também vereadora da ação social da Câmara de Matosinhos referiu ainda ser esta plataforma uma "espécie de equipa de rua digital", que pode dar respostas em tempo real às questões colocadas por jovens, pais e educadores sobre questões ligadas aos comportamentos aditivos e à toxicodependência, escreve o jornal Público.

"A plataforma não deixa de ser uma rede social para tratar estas questões", realçou a responsável, indicando ainda que por detrás da plataforma estará sempre uma equipa de técnicos, pronta para dar as respostas através de salas de 'chat'.

Será ainda "um instrumento de proximidade onde os jovens poderão, de forma anónima e confidencial, usar de um espaço de atendimento não presencial e onde pais e professores poderão também contactar com técnicos especializados", refere a Câmara de Matosinhos em comunicado.

A plataforma "MC", com o nome inspirado no mestre-de-cerimónias da música rap, será também um espaço de debate e partilha de informações e experiências disponível para todos os que tenham acesso à Internet, quer por um computador, quer por um telemóvel.

Promovida pela ADEIMA, e co-financiado pelo SICAD -- Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências e pela Câmara Municipal de Matosinhos, a plataforma "MC" teve um custo de sete mil euros e surge como uma extensão da intervenção.

A "MC -- Metas Comunica" será oficialmente lançada na segunda-feira, pelas 11:00, na Câmara Municipal de Matosinhos.

Universidade do Minho
Projeto envolve 130 crianças e revelou que o recurso a umas lentes de contacto com um desenho especial pode ter 60% de eficácia...

Estas lentes de contacto não travam por completo a miopia, nem tão pouco a conseguem curar fazendo com que regrida. Isso será para um futuro melhor que ainda está por vir. O que estas lentes serão capazes de fazer – e já não é pouco – é conseguir que a normal progressão da miopia aconteça bem mais devagar. São lentes de contacto “especiais” porque têm “um desenho diferente”, explica José González Méijome, director do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) da Universidade do Minho, onde se realizam testes clínicos com um grupo de 25 crianças.

As crianças que durante dois anos experimentaram estas lentes de contacto com um desenho especial progrediram de uma dioptria para “2,5 ou menos do que isso”. No mesmo período, o grupo de controlo que usou as lentes de contacto convencionais aumentou de uma dioptria para quatro. O projeto no CEORLab começou em 2012, quando as crianças tinham entre oito e dez anos, e os bons resultados obtidos fizeram com se decidisse prolongá-lo por mais dois anos. Nesta segunda fase, as 25 crianças envolvidas nos ensaios vão usar as lentes especiais e beneficiar do efeito de retenção observado na primeira fase do projeto.

“O problema da miopia é que o olho cresce de mais. Se passar de uma bola redondinha a uma bola de râguebi que estica numa direção, a imagem vai ficando mais desfocada”, explica o investigador ao jornal Público.

O tamanho do olho importa e uma diferença de meio milímetro pode parecer insignificante, mas não é. “Um milímetro de crescimento de olho pode significar três dioptrias ou mais nas suas lentes de contacto”, nota José González Méijome. A miopia moderada e alta inicia-se geralmente entre os cinco e os dez anos e progride de forma significativa até aos 16, altura em que tende a desacelerar. Assim, é sobretudo para crianças e jovens que a inovação pode ser eficaz.

“No grupo das crianças que usavam as lentes o olho cresceu menos 60 %”, explica o diretor do CEORLab, que exemplifica: “No grupo de controlo que usou lentes de contacto convencionais um olho com 20 milímetros cresceu, passados dois anos, para 21.” No grupo que usou estas lentes especiais passou para 20,4, acrescenta.

Mas afinal o que é que estas lentes têm de especial? “O seu desenho ótico, o modo como as dioptrias da lente são distribuídas à frente do olho”, responde o investigador. “Se uma criança tem duas dioptrias de miopia, a lente ‘normal’ tem a correção de duas dioptrias em toda a sua área de visão para proporcionar uma visão nítida”, explica José González Méijome. Nestas lentes, contrapõe, “o que se faz é uma manipulação ótica da distribuição da potência das dioptrias”.

As novas lentes de contacto hidrofílicas estão a ser testadas por 130 crianças em quatro centros de investigação em todo o mundo, incluindo o CEORLab em Portugal, num projeto associado a uma empresa multinacional norte-americana e já são comercializadas. O projeto de investigação em curso e que só terminará no final de 2018 serve para demonstrar a segurança e eficácia das lentes e, se necessário, corrigir o seu desenho.

Os alertas para o aumento da miopia na população mundial são conhecidos e há especialistas que defendem que a doença está a assumir “proporções epidémicas”. Um artigo na revista Nature, de Março de 2015, referia que, até ao final desta década, cerca de 2500 milhões de pessoas de todo o mundo terão miopia – ou seja, mais de um terço da população mundial. Neste momento, na Europa e nos Estados Unidos, cerca de metade dos jovens têm este problema. É o dobro dos valores registados há 50 anos.

 

O que é que nos está a deixar míopes? Não há uma resposta simples. “Conseguimos identificar fatores que estarão a contribuir para isso, como hábitos de visão, a exigência educativa, a exposição a um trabalho visual a uma distância muito curta, a menor exposição à luz solar.” Depois há, claro, os fatores genéticos que aumentam a probabilidade de ser míope.

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