Universidade do Minho
Investigadores da Universidade do Minho estão a fazer testes clínicos para validar a segurança e eficácia de lentes semi...

Chamam-se lentes esclerais porque ficam apoiadas na região escleral (a parte branca) do olho. São, por isso, maiores do que as lentes de contacto convencionais. Também não são gelatinosas, como as que são usadas para compensar a miopia ou astigmatismo, mas semi-rígidas. Cientistas do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) da Universidade do Minho estão a testar estas lentes de contacto em pessoas com problemas na córnea e registaram uma recuperação de visão de 30% em média, escreve o jornal Público.

Quando a córnea, a parte transparente e protetora do olho, sofre algum tipo de lesão, a visão é afetada. “A córnea é o principal elemento que vai contribuir para formar a imagem dentro do olho, na retina, se algo a afetar é como se tivéssemos uma janela arranhada ou distorcida e, por isso, vai distorcer tudo o que vemos à nossa volta”, explica José González Méijome, diretor do CEORLab. É como se mergulhássemos num mundo desfocado e os nossos olhos estivessem debaixo de água. Os óculos ou as lentes de contacto convencionais não conseguem compensar esta distorção e, se o fazem, essa reabilitação é muito tímida, diz o especialista.

Os ensaios clínicos no laboratório da Universidade do Minho estão a ser feitos com as lentes esclerais, um produto que já existe no mercado mas que, neste caso, está a ser adaptado e otimizado. “Estas lentes que estamos a testar estão aprovadas pela FDA [a agência norte-americana que regula os medicamentos e alimentos], mas ainda não estão a ser comercializadas. Há já outras lentes esclerais no mercado. Mas estas não existem”, diz o diretor do CEORLab, que está a validar a sua segurança e eficácia num projeto que une a ciência à indústria e que é realizado em parceria com uma empresa norte-americana que vai produzir estas lentes. “Temos a capacidade de redesenhar estas lentes e modificar os seus parâmetros, como o raio de curvatura, a potência, o diâmetro, a correção do astigmatismo, o grau de assimetria. São umas novas lentes”, sublinha José González Méijome.

No laboratório da Universidade do Minho os testes clínicos já decorrem há cerca de um ano. Atualmente, os investigadores estão avaliar um grupo de 50 pessoas com idades entre os 18 e 67 anos que estão a usar estas lentes. Cerca de 25 destes doentes já as usam há um ano. O projeto ainda está em curso e o processo de recrutamento só deverá terminar em Janeiro quando conseguirem juntar 60 doentes. “Já percebemos que as lentes conseguem aumentar a capacidade visual e, em muitos casos, duplicam-na”, refere José González Méijome. O ganho, especifica, é de três a cinco linhas de acuidade visual comparando com a visão que a pessoa tinha quando usava outro método de compensação, fossem outras lentes de contacto ou óculos.

Para usar uma linguagem pouco científica mas que as pessoas estão habituadas numa consulta com um especialista, “isto significa que em média as pessoas entram no consultório a ver qualquer coisa como 30 a 40% e saem a ver 80 a 90%”, explica o investigador. Cada linha de acuidade visual representa cerca de 10% de melhoria na visão. Em média, a melhoria observada pelos investigadores é na ordem dos 30%, mas pode ser superior. “Temos casos em que observámos pessoas que não tinham mais do que 20% da visão e conseguiram chegar a 80 %”, confirma. “Parece apenas um número mas esta diferença pode mudar vidas”, diz José González Méijome, lembrando que “uma pessoa que vê abaixo dos 50% pode nem sequer estar habilitada para a conduzir um carro”.

As lesões na córnea podem surgir na sequência de acidentes, complicações cirúrgicas ou patologias (uma das mais frequentes é o chamado “queratocone”, quando a córnea adota uma forma muito bicuda, que afetará 1 em cada 2 mil pessoas.). Existem também problemas que surgem na sequência de cirurgias usadas, por exemplo, para compensar a miopia, diz o especialista. “A cirurgia a laser é um método altamente eficaz mas, por vezes, a córnea sofre uma descompensação e começa a degenerar. Há uma perturbação da visão e o doente não consegue ver, nem com óculos nem com lentes de contacto normais.”

Além de quantificar a melhoria da visão com o uso destas lentes esclerais, o projeto do CEORLab também quer estudar a “reação da superfície ocular a estes dispositivos e se é possível utilizá-las durante longos períodos de tempo”, diz José González Méijome. “Na segunda parte do projeto, que agora se inicia, também iremos avaliar as diferentes propriedades biológicas da lágrima e dos tecidos oculares para perceber o impacto destes dispositivos.” A investigação é ainda o trabalho de doutoramento de Rute Araujo, uma aluna da Universidade do Minho que, atualmente, é a única instituição de ensino no país que garante desde a licenciatura ao grau de doutoramento na área da optometria.

Para explicar como funcionam estas lentes, o investigador usa a imagem de um acidente. “É como se tivéssemos um carro amolgado, enchêssemos com massa a parte da amolgadela e déssemos uma tinta por cima. Aparentemente, está novo mas por baixo a superfície está achatada, colocámos à sua frente um material rígido que, de alguma forma, disfarça a irregularidade”, diz. Assim, quando a luz chega ao nosso olho, em vez de encontrar uma superfície deformada, já encontra uma superfície regular com a qual já pode focar outra vez a imagem na retina. "São lentes de contacto terapêuticas. Elas não estão só a tirar os óculos da frente da cara por questões cosméticas, podem ser a única solução para recuperar a visão.”

Nos últimos anos, as lentes esclerais, um material rígido permeável aos gases, têm sido muito exploradas, beneficiando dos avanços tecnológicos nos materiais (polímeros) e no desenho e fabrico deste tipo de dispositivos. “Este projeto visa sistematizar as observações que se estão a fazer no terreno clínico. O que queremos é padronizar e demonstrar, com uma amostragem suficiente e estatisticamente representativa, que são seguras e eficazes. Por outras palavras, provar que não fazem mal à córnea e que conseguem reabilitar a visão do olho”, resume o diretor do CEORLab.

A culpa é dos genes
O estreitamento da pélvis da mulher é uma das principais razões que levam especialistas em ginecologia/obstetrícia a recomendar...

Contrariando mas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), as cesarianas são um procedimento cada vez mais comum nos hospitais e maternidades, quer por desejo da mãe, que por indicação médica.

Os casos dos bebés com dificuldades em passar pelo canal de parto são também cada vez mais e aumentaram de 30 para 36 em cada 1000 nascimentos desde 1960, escreve o Sapo.

Esta situação despertou o interesse de Philipp Mitteroecker, médico do Departamento de Biologia Teórica, na Universidade de Viena, que aponta para a necessidade de compreender a questão relativa à evolução humana. "Sem a intervenção médica moderna, estes problemas seriam frequentemente fatais, segundo uma perspetiva evolucionista", comenta o médico.

Sem a cirurgia, os genes destas mulheres não seriam passados à geração seguinte, já que tanto o bebé como a mãe morreriam no parto. Ao serem submetidas a cesarianas, estas mulheres passam às filhas genes que codificam uma pélvis igualmente estreita. E assim sucessivamente.

O médico sublinha que a intenção do estudo não é criticar a intervenção cirúrgica, mas compreender que existe um efeito evolutivo associado à mesma.

Em conclusão, os investigadores da Universidade de Viena, na Áustria, dizem que esta passagem de genes pode afetar o curso natural da evolução humana.

Em Portugal a taxa de cesarianas é elevada. Segundo dados de 2015, o setor público tem uma taxa de 28%, enquanto nos privados a taxa atinge os 66%.

Saúde Animal 24
A Saúde Animal 24 é a primeira linha telefónica de assistência em saúde veterinária, que nasce através de dois médicos...

São dez horas da noite e o cão decide roer as pilhas do comando da televisão. A família está de férias e o gato é picado por uma abelha. Há um bebé prestes a nascer e um “irmão” de quatro patas tão ou mais ansioso do que os pais. Uma viagem programada para breve e uma mala cheia de perguntas sobre as vacinas e burocracias necessárias para transportar o animal de estimação.

Estas são situações reais e bem familiares para quem um animal de companhia, escreve o Sapo. Imprevistos que surgem fora das consultas veterinárias e que por isso deixam os donos inseguros, com dúvidas e sem saberem o que fazer.

A partir de agora todas estas dúvidas podem ter uma resposta rápida e à distância de um simples telefonema: a Saúde Animal 24 acaba de se lançar no mercado e é a primeira linha telefónica de assistência em saúde veterinária, que nasce com o objetivo de esclarecer as questões que surgem fora de horas, ou que não se enquadram no âmbito das consultas veterinárias.

Disponível 24 horas por dia através do número 760 450 911, este serviço está preparado para responder a dúvidas dentro das áreas da nutrição, comportamento, intoxicações, viagens e ainda a questões de saúde pública encaminhando os clientes, sempre que se justifique, para uma clínica ou hospital veterinário da sua freguesia de residência. Inovadora e pioneira em Portugal e na Europa, a linha Saúde Animal 24 é a solução que faltava aos pet lovers e um apoio muito útil para os médicos veterinários.

Ao longo do nosso percurso profissional, apercebemo-nos que os donos dos animais têm muitas dúvidas e que na maioria das vezes estas não ficam devidamente esclarecidas”, explica Salvador Falcão, médico veterinário e cofundador da Saúde Animal 24.

“Por acharem que o problema em causa não justifica a marcação de uma consulta, por se sentirem inibidos em perguntar ao médico veterinário, ou porque até ligaram para a clínica, mas o feedback acabou por chegar através da assistente pois o médico estava ocupado, há situações que ficam sem uma resposta atempada e adequada, podendo comprometer a saúde do animal”, afirma Salvador Falcão.

"Sabemos que cerca de 70% dos gatos e entre 30 a 40% de cães nunca foram vistos por um veterinário ou que foram apenas a uma única consulta durante toda a vida do animal. Com este serviço acreditamos que vamos conseguir aproximar a população dos médicos veterinários: através do aconselhamento telefónico podemos alertar para os principais cuidados de saúde, incentivar a marcação de uma visita ao veterinário e demonstrar a gravidade e complexidade de uma situação que por vezes pode passar despercebida pelos donos”, conclui Carolina Rebelo, cofundadora do projeto, e médica veterinária.

A Saúde Animal 24 está disponível para todas as pessoas que têm, trabalham ou convivem com animais. As chamadas têm um custo de 0,60€ + IVA, independentemente da sua duração e são atendidas por uma equipa de enfermeiros veterinários devidamente formada para o efeito, apoiada por uma equipa técnica de médicos veterinários, responsáveis por supervisionar o serviço.

 

A Saúde Animal 24 conta ainda com um website que disponibiliza informação relativa às principais questões e dúvidas relacionadas com todas as áreas acima referidas: www.saudeanimal24.pt.

A culpa é das dietas pouco variadas
O escorbuto, uma doença historicamente associada à Época dos Descobrimentos, reapareceu na Austrália.

Causada pela deficiência de vitamina C, a condição era uma "maldição" comum - e muitas vezes fatal - para os marinheiros que passavam longos meses em alto-mar sem consumir frutas nem vegetais frescos.

Considerado atualmente uma doença rara, escreve o Sapo, o escorbuto ressurgiu na sequência de maus hábitos alimentares continuados, segundo Jenny Gunton, que dirige o Centro de Investigação sobre Diabetes, Obesidade e Endocrinologia do Instituto Westmead em Sydney. A médica e investigadora redescobriu a doença após observar feridas que não cicatrizavam em vários pacientes.

"Quando lhes perguntei sobre as suas dietas, uma pessoa disse que comia poucas frutas e vegetais frescos e o resto comia quantidades adequadas de vegetais, mas cozinhavam-nos demais, destruindo a vitamina C", disse a cientista. "Isso mostra que uma pessoa até pode ingerir muitas calorias e mesmo assim não receber os nutrientes suficientes", acrescentou.

O diagnóstico de escorbuto em 12 pacientes foi feito com base em exames de sangue e sintomas. Todos ficaram curados a partir da ingestão de boas quantidades de vitamina C.

A falta de vitamina C pode levar a uma formação deficiente de colagénio na organismo, causando hematomas, sangramento nas gengivas, manchas vermelhas na pele, dores nas articulações e dificuldades de cicatrização. Entre os alimentos que evitam o aparecimento do escorbuto estão as laranjas, morangos, brócolos, kiwis, pimentão e toranja, mas a sua cozedura excessiva pode destruir nutrientes essenciais.

Gunton, que publicou a investigação na revista Diabetic Medicine, informa que os doentes obesos ou com excesso de peso também podem vir a sofrer da patologia.

O artigo relata que não há nenhum padrão social na incidência da doença e que os pacientes com dietas pobres parecem ter origens socioeconómicas variadas.

"Esse resultado sugere que, apesar da grande quantidade de recomendações de dieta, ainda há muitas pessoas (...) que não estão a receber as mensagens", comenta Gunton. "O corpo humano não consegue sintetizar vitamina C, por isso temos de comer alimentos que a contenham", advertiu ainda.

Congresso Nacional de Oftalmologia
A diabetes é a temática principal do Congresso Nacional de Oftalmologia. Com os casos de retinopatia diabética a aumentar,...

Estão a aumentar os casos de diabetes ocular (retinopatia diabética) e de miopia. No fundo, Portugal segue uma tendência mundial. A retinopatia diabética afeta mais de 16% dos diabéticos e é mesmo a principal causa de cegueira neste grupo de pessoas. Por isso, a diabetes é a temática principal do Congresso Nacional de Oftalmologia, que arrancou ontem no Convento de São Francisco, em Coimbra.

Mais de 1400 médicos oftalmologistas juntam-se no Convento de São Francisco para tentar ver como será o futuro da oftalmologia em Portugal, escreve a TSF. Com os casos de retinopatia diabética a aumentar, importa discutir a temática. "A diabetes é uma epidemia a nível mundial, tem aumentado, e as repercussões a nível ocular são imensas".

Maria João Quadros é a presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Adverte que um dos problemas são os casos não identificados. "Cerca de 50% dos diabéticos não estão identificados e se a diabetes não for detetada a tempo, a retinopatia diabética também não o é".

É por isso possível que seja na consulta de oftalmologia que o doente fique a saber que é diabético.

Outro problema no centro das atenções, refere a presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, é o aumento mundial dos casos de miopia, muito devido à falta de exposição à luz solar. "É outra das epidemias do século XXI. Serão abordadas causas e formas de tratamento".

Ainda não está definida a causa do aumento da miopia, mas apontam-se alguns caminhos. "Cada vez mais estudamos mais horas e passamos tempo dentro de casa, as crianças não brincam na rua, e esta será uma das causas para o aumento da miopia".

A oftalmologia portuguesa está na linha da frente a nível mundial, defende Maria João Quadros, a Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

A responsável acrescenta que Portugal tem médicos oftalmologistas suficientes.

Joaquim Murta coordena um simpósio sobre o futuro da oftalmologia em Portugal, que pretende avaliar também o que se tem vindo a fazer em termos cirúrgicos e médicos.

O 59º Congresso de Oftalmologia decorre em Coimbra até ao próximo sábado.

Governo
Governo admite dificuldades, mas está a estudar uma hipótese reclamada por muitas mulheres que querem ser mães. Hoje, no...

A garantia foi dada numa resposta enviada por escrito ao grupo parlamentar do PCP que dizia, na questão enviada ao Governo, que muitas mulheres têm contestado o atual idade limite que se fica pelos 40 anos.

O assunto é, contudo, polémico e nem entre os especialistas reúne consenso. Na resposta, o Ministério da Saúde acrescenta que o tema está a ser analisado no plano assistencial e científico, apesar de admitir que o "aumento da idade limite implica uma eficácia menor destas técnicas", pelo que é "preciso ter em conta efeitos negativos nos tempos de espera".

O problema anterior é, aliás, uma das preocupações do presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, que tem contestado o aumento desta idade limite, escreve a TSF.

Eurico Reis admite que agora a questão é mais complicada porque há mulheres como as lésbicas ou as mulheres sem parceiro que, pela primeira vez, por lei, podem aceder a estas técnicas.

Contudo, o presidente deste conselho sublinha que, apesar da "compaixão" que sente por esta mulheres, "a verdade é esta: todo o tempo e meios concentrados em mulheres com idade acima de 40 anos vão ter uma eficácia marginal ou baixíssima, impedindo que mulheres mais novas tenham acesso a estes tratamentos".

Pior, defende Eurico Reis, é que "quando chegar a vez das mulheres mais novas a probabilidade de sucesso será menor, sendo que hoje já estão prejudicadas pelas listas de espera".

A posição anterior é contudo contestada pela Associação Portuguesa de Fertilidade que argumenta que não é inútil usar a procriação medicamente assistida em mulheres depois dos 40 anos.

Filomena Gonçalves acrescenta que "40 anos continua a ser muito limitativo pois há muitas mulheres que pensam nestes assuntos em cima dessa idade".

A associação tem ainda conhecimento de casos de mulheres que após dois ou mais anos em lista de espera chegam aos 40 anos e são afastadas pelo serviço público porque atingiram o limite de idade.

Recorde-se que, no privado, estes tratamentos custam milhares de euros, pelo que a Associação Portuguesa de Fertilidade aplaude a notícia de que o Governo está a estudar este eventual alargamento da idade máxima de acesso.

A TSF tem tentado obter um comentário do Ministério da Saúde sobre este tema, mas até ao momento não obteve resposta.

Pedido de apoios
O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida tem pedido apoios a vários ministérios para avançar com uma campanha...

O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida lamenta a falta de resposta dos vários ministérios a quem pediu financiamento para fazer uma campanha de sensibilização destinada aos jovens, incluindo a adolescentes no secundário, para os problemas da infertilidade.

Eurico Reis explica à TSF que o Conselho defende que é preciso "começar mais cedo" a alertar os futuros pais para estes temas e são precisas campanhas para os jovens: "As mulheres quando se apercebem destes problemas já estão nos trinta e tal anos".

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida defende que os problemas da fertilidade são cada vez mais comuns e não chega alertar os jovens para as gravidezes indesejadas, pelo que é uma "frustração" não conseguir financiamento para alertar as mulheres, desde novas, para estes problemas.

Artigo de Opinião
A alimentação não pode ser vista como uma arma isolada contra o cancro, porém, é fundamental para a

O acompanhamento nutricional do doente oncológico deve ser individualizado e personalizado de acordo com a sua situação específica: o tipo de tumor, a evolução da doença, outras doenças associadas e o tipo de tratamento são critérios fundamentais a considerar quando se estabelecem as necessidades nutricionais de cada doente, bem como o seu plano alimentar. A intervenção nutricional deve ser integrada numa equipa multidisciplinar, de modo a que todas as particularidades, necessidades e implicações dos tratamentos possam ser conhecidas por todos os profissionais de saúde que acompanham o doente.

Para além das particularidades referidas, é importante ter em conta uma série de outros fatores antes de estabelecer qualquer plano alimentar: alterações do apetite, sintomas gastrointestinais, alergias e/ou intolerâncias alimentares, análises bioquímicas, dificuldades de mastigação e/ou deglutição e hábitos e preferências alimentares do doente. Além destes, é fundamental compreender o seu contexto familiar e a autonomia, mobilidade e disponibilidade do doente para preparar, confecionar e realizar as refeições.

Deste modo, os desafios passam por prevenir ou minimizar o declínio do estado nutricional imposto pela doença, bem como desmistificar mitos criados pelos doentes em relação à alimentação, através de um acompanhamento individualizado. Não há nenhum elemento que tenha obrigatoriamente que estar presente em todos os planos alimentares, uma vez que cada caso deve ser acompanhado de forma individualizada, de acordo com as necessidades identificadas e estabelecidas. De facto, a disponibilidade de informação que existe atualmente e o fácil acesso à mesma geram nos doentes muitos mitos associados aos alimentos que podem resultar na adoção de dietas demasiado restritivas, que podem debilitar o estado nutricional.

O livro Receitas Deliciosas para Doentes Oncológicos em Tratamento da aTTitude IPSS, apresenta informação credível, atualizada e adaptada ao doente oncológico em tratamento, que pretende ser uma ferramenta útil na melhoria da qualidade de vida do doente, visando desmistificar crenças e apoiar com conselhos práticos e receitas adaptas a esta fase cujo desafio é, muitas vezes e tão simplesmente, alimentar o doente, adequadamente e com sabor!

São vários os testemunhos que diariamente são partilhados nas redes sociais da IPSS a reforçar a importância de uma alimentação adequada e adaptada às necessidades do organismo durante o tratamento de quimioterapia.

Clique nas imagens para ver as receitas

“Já confeciono as receitas do livro há pelo menos dois meses e de facto ajuda-me a ultrapassar alguns efeitos secundários da quimioterapia, como a falta de apetite e os enjoos. A alegria com que preparo as receitas são meio caminho para um dia mais bem disposto e positivo.” – Daniela Costa

 “Muitos PARABÉNS fiquei maravilhada com as receitas do livro, para as pessoas que precisam de muita atenção e carinho nada melhor que saborear essas delícias. Sou cozinheira e reconheço que é necessário adotar novas ideias na confecção dos pratos para ajudar os doentes oncológicos.” - Antônia Aparecida Rodrigues

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Cientistas do Centro Champalimaud identificaram circuitos de neurónios no cérebro dos ratinhos que modulam a estimativa do...

A investigação, publicada na revista Science, descobriu que "a manipulação da atividade de certos neurónios no cérebro do ratinho levava estes animais a subestimar ou sobrestimar a duração de um intervalo de tempo fixo", refere um comunicado divulgado pelo Centro Champalimaud.

"Os cientistas identificaram, pela primeira vez, circuitos neurais que modulam a estimação do tempo decorrido – pelo menos no cérebro do ratinho", acrescenta.

Os resultados deste trabalho, de Joe Paton, investigador principal do Learning Lab, de Sofia Soares, estudante de doutoramento, e de Bassam Atallah, pós-doutorado, dão uma resposta neurobiológica à antiga questão de perceber como o cérebro consegue produzir estimativas tão variáveis do tempo decorrido.

"O tempo voa, o tempo passa, o tempo para. Todas estas expressões mostram o quão variável pode ser a nossa perceção da passagem do tempo", refere a informação.

E este foi o ponto de partida da investigação que pretendia perceber como é que o cérebro humano constrói esta experiência tão subjetiva.

Os resultados obtidos "também poderão ajudar a explicar por que o tempo parece voar quando nos divertimos e ficar parado quando não temos nada para fazer", explica o Centro Champalimaud.

O grupo de neurocientistas estuda há vários anos as bases neurais da avaliação da passagem do tempo, no âmbito de um objetivo mais abrangente de perceber como o cérebro aprende a relacionar causas com efeitos, mesmo ao longo de grandes períodos de tempo.

Focaram-se num tipo de neurónios que libertam dopamina, um dos 'mensageiros' químicos, ou neurotransmissores, utilizados pelo cérebro, e que fazem parte de uma zona profunda, a 'substantia nigra pars compacta', que está envolvida no processamento temporal.

"Estes neurónios dopaminérgicos estão implicados em muitos dos fatores e perturbações psicológicos associados a alterações na estimativa do tempo", como motivação, mudanças sensoriais, atenção, novidade e emoções como medo ou alegria, escrevem os autores na Science.

Nos seres humanos, refere a informação, a destruição da 'substantia nigra' provoca a doença de Parkinson, que também é acompanhada de deficiências da perceção do tempo.

Quanto à possibilidade de extrapolar as conclusões do estudo para os seres humanos, segundo os autores, "é muito provável que um circuito semelhante exista no cérebro humano, mas o obstáculo que impede de tirar essa ilação é que o que agora mediram no ratinho não pode ser considerado uma perceção, porque os animais não conseguem dizer o que sentiram".

Para resolver problemas das urgências
O Colégio da Competência em Emergência Médica da Ordem dos Médicos alertou que só com a criação de uma especialidade de...

O alerta foi lançado a propósito da “já habitual discussão pública sobre as dificuldades sazonais na prestação de cuidados médicos nos Serviços de Urgência” (SU), que volta à ribalta em épocas como o Natal e quase sempre centrada na escassez e défices na diferenciação dos recursos humanos, como as principais causas dos constrangimentos.

Em comunicado, este colégio da Ordem dos Médicos lamenta que estas discussões e alertas, com maior ou menor impacto na opinião pública, não se tenham traduzido em alterações significativas no funcionamento das urgências, “pelo que todos os problemas identificados até à data se mantêm praticamente inalterados ou até agravados nos últimos anos”.

Entre os problemas sistematicamente identificados nos serviços de urgência contam-se a afluência excessiva de utentes, o crónico sub-dimensionamento dos recursos humanos, a falta de qualificação, “o papel preocupante de empresas de contratação de médicos associado a custos exorbitantes, bem como questões sobre a qualidade do serviço”.

Para o colégio da Competência em Emergência Médica (CCEM), a criação da Especialidade de Urgência e Emergência é “a única forma de dotar os Serviços do SNS, de forma uniforme, sustentada e não sujeita a constrangimentos sazonais ou outros, de recursos humanos próprios e tecnicamente qualificados nesta área”.

O CCEM considera urgente criar condições para a presença nos SU de equipas dedicadas contratualmente, adequadamente qualificadas, com formação e avaliações específicas, e com “possibilidade de progressão na Carreira Médica de forma a criar escola a longo prazo”.

“Só com a Especialidade de Urgência e Emergência, obviamente adaptada à nossa realidade num exercício multidisciplinar com todas as Especialidades existentes, se conseguirão atingir estes objetivos, eliminando os problemas conhecidos e repetidamente debatidos em público”, afirmam os profissionais.

O CCEM considera ainda que só desta forma se conseguirá também trabalhar em “soluções imediatas e de compromisso” para resolver problemas que indiretamente condicionam o congestionamento das urgências, como aumentar a capacidade de resposta dos cuidados primários, a capacidade de internamento hospitalar, encontrar soluções de prestação de cuidados fora do ambiente hospitalar, Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos.

O CCEM, criado em 2003, recorda que na Assembleia Geral de Maio de 2016 foi “novamente reforçada e aprovada a proposta da criação e implementação da Especialidade de Urgência e Emergência, por via deste Colégio da Ordem dos Médicos em parceria com a Sociedade Europeia de Medicina de Emergência (Urgência)”.

Os profissionais sublinham que a associação europeia tem “apoiado formalmente este objetivo do CCEM”, a que não será alheio o facto de a Especialidade em Medicina de Urgência e Emergência ser reconhecida como especialidade autónoma em 15 países da União Europeia e em 5 como Sub-Especialidade, enquanto em Portugal é uma área que ainda está por regulamentar, existindo apenas como “Competência”.

Não só na Europa, mas em todos os continentes multiplicam-se os países que desenvolvem esta área como especialidade própria, ao passo que Portugal se encontra “manifestamente na cauda dessa evolução”, lamentam.

Com tendência crescente
A taxa de incidência gripal entre 28 de novembro e 04 de dezembro foi de 30 por 100.000 habitantes, com tendência crescente,...

Segundo o boletim, na semana compreendida entre 28 de novembro e domingo passado (04 de dezembro) “foram analisados 10 casos de síndrome gripal, dos quais seis positivos para gripe A(H3).

Desde o início do ano, o Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios analisou 137 casos de síndrome gripal, dos quais 62 deram positivo para o vírus da gripe A(H3).

O boletim refere também que foram internadas nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) 10 pessoas com gripe.

“Em todos os doentes foi identificado o vírus influenza A, sendo três do subtipo A(H3), três não foram subtipados e quatro não são H1N1 o que significa que também poderão ser, com elevada probabilidade A(H3)”, refere o boletim.

Os doentes internados tinham idades compreendidas entre os 50 e 87 anos e quatro não tinham sido vacinados contra a gripe sazonal, sublinha.

“Medicamento: As Dimensões do Valor” - Pós-Graduação novamente na Católica
Com o propósito de expor, aprofundar e dar resposta aos desafios crescentes na área da identificação e da quantificação do...

O curso, que irá decorrer até junho de 2017, convida docentes nacionais e estrangeiros de renome na área da saúde, entre eles, o diretor geral da Saúde, Francisco George, o vogal do Conselho Diretivo do Infarmed, Hélder Mota Filipe, e o vice presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.

Ricardo Baptista Leite, um dos coordenadores desta pós graduação, refere que “o curso dá a cada formando a oportunidade de aprofundar o conhecimento no que respeita ao acesso dos medicamentos ao mercado, ao financiamento, à utilização e às relações institucionais, tanto na indústria farmacêutica como em organismos do Estado ou instituições do sistema de saúde”.

A pós-graduação destina-se a profissionais que exerçam a sua atividade no setor farmacêutico e noutras áreas da saúde, com particular interesse nas componentes mais relevantes do processo de avaliação e gestão do valor dos medicamentos no seio dos sistemas de saúde e da sociedade.

Pode consultar todas as informações em: http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=975&lang=1&artigoID=2116

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos e a Fundação Merck Sharp & Dohme voltam a juntar-se para atribuir, pela terceira vez, o Prémio Miller...

O Prémio Miller Guerra volta em 2017 com a finalidade de premiar a vertente humanista da medicina, homenageando também a memória do Prof. Miller Guerra. Na sua primeira edição, em 2013, dedicada à Carreira de Medicina Geral e Familiar, foi galardoado Mário Moura, médico da especialidade. Em 2015, numa distinção à Carreira Hospitalar, o prémio foi atribuído ao cirurgião pediátrico António Gentil Martins. Em 2017, respeitando a alternativa entre as duas carreiras médicas, o Prémio volta a distinguir a Medicina Geral e Familiar e pretende galardoar um médico de família (especialista de Medicina Geral e Familiar ou Clínico Geral) que se demarque por uma carreira exemplar dedicada ao serviço dos doentes e ao progresso da assistência médica em Portugal, com uma atitude humanista na prática clínica, como era apanágio do Prof. Miller Guerra.

As carreiras médicas dos candidatos deverão caracterizar-se pelo exemplo humanitário, sólidos conhecimentos técnicos e científicos, uma enorme dedicação aos princípios do juramento de Hipócrates, bem como por uma aptidão para a liderança. A capacidade de atração e formação de seguidores e um impacto positivo na instituição em que trabalham, na sociedade médica e na sociedade em geral serão também critérios a considerar. O Prémio destina-se a médicos em atividade ou reformados, não podendo ser atribuído a dois ou mais candidatos ou a título póstumo.

O Júri é composto por um Presidente, sendo este o Presidente da Ordem dos Médicos, por um Vice-Presidente - o Presidente da Fundação Merck Sharp & Dohme, os três Presidentes das Secções Regionais da Ordem dos Médicos, um representante da sociedade civil designado pela Fundação Merck Sharp & Dohme, um membro médico da comunidade académica a designar pelo Conselho de Reitores, o Presidente da Associação dos Médicos de Carreira Hospitalar, o Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e um Secretário a designar pela Ordem dos Médicos.

Com o valor pecuniário de 50 mil euros, o Prémio mantém a sua periodicidade, sendo atribuído de dois em dois anos. Os candidatos devem ter nacionalidade portuguesa e as propostas de candidatura poderão ser apresentadas por instituições de saúde públicas ou privadas, grupos de profissionais de saúde e grupos de cidadãos. A ficha de candidatura deve ser requerida na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, ou no site da Ordem dos Médicos (www.ordemdosmedicos.pt) e as propostas devem integrar ainda documentação relevante que ateste a excelência das carreiras dos candidatos.

João Pedro Miller Guerra (1912-1993) foi responsável pelo célebre Relatório das Carreiras Médicas, publicado em 1961, e que esteve na génese das atuais carreiras médicas tendo contribuído para um progresso decisivo na formação técnico-científica dos médicos e na qualidade dos cuidados de saúde em Portugal. 

Eurostat
Portugal apresentava, em 2014, a quarta mais baixa taxa de fumadores da União Europeia, de 20%, de acordo com dados sobre...

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, as proporções mais baixas de fumadores entre a população com 15 ou mais anos registaram-se na Suécia (16,7%), Reino Unido (17,2%), Finlândia (19,3%), Portugal (20,0%) e Luxemburgo (20,4%), enquanto os países com mais fumadores, em torno de um terço da população, eram a Bulgária (34,7%), Grécia (32,6%) e Áustria (30%).

Portugal apresenta também das taxas mais baixas de fumadores passivos – inalação involuntária de fumo de tabaco de outros -, de 8,6%, apenas atrás de Suécia (5,9%) e Finlândia (6,3%), enquanto os valores mais altos foram registados na Grécia, onde cerca de dois terços da população (64,2%) disse estar exposta quotidianamente ao fumo de tabaco em locais fechados, na Croácia (44,7%) e na Bulgária (40,5).

Com a média europeia de fumadores a situar-se perto dos 25%, o Eurostat assinala que em todos os Estados-membros da UE a proporção é mais elevada entre os homens (28,7%) do que entre as mulheres (19,5%).

 

Em Portugal a disparidade é ainda maior, já que a proporção de fumadores do sexo masculino era de 27,8%, contra apenas 13,2% do sexo feminino.

Distinguido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia
O projeto de investigação Therapeutics4DM pretende prevenir a morte das células responsáveis por sintetizar a insulina e aquilo...

O projeto de investigação “Therapeutics4DM”, desenvolvido em conjunto com o iBET, ITQB-NOVA, CEDOC,IMM e Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, foi distinguido este ano pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia com a Bolsa Nuno Castel Branco. O objetivo deste projeto é desenvolver estratégias que previnam a morte de células beta pancreáticas.

A morte das células beta do pâncreas, responsáveis por sintetizar a insulina, é um fenómeno associado à Diabetes Mellitus Tipo 1. A redução destas mesmas células acontece igualmente na Diabetes Tipo 2, assim como nos indivíduos sujeitos a transplante do pâncreas. Apesar deste conhecimento, as terapêuticas para a Diabetes têm-se focado na administração de insulina e pouco se tem feito para desenvolver soluções que previnam a morte das células beta.

Segundo Regina Menezes, investigadora do iBET e ITQB-NOVA e uma das responsáveis pelo projeto, “queremos desenvolver estratégias que previnam a morte de células beta pancreáticas, e é nisso que se baseia este projeto”.

A Diabetes Mellitus Tipo 1, autoimune, caracteriza-se pela morte das células beta do pâncreas, mais especificamente localizadas nos ilhéus pancreáticos, os produtores de insulina. Na Diabetes Mellitus Tipo 2 verifica-se a agregação do polipéptido amilóide dos ilhéus (IAPP - do inglês Islet Amyloid PoliPeptide) considerada como um processo patológico e crítico também associado à morte de células beta do pâncreas. A mesma situação verifica-se em pacientes sujeitos a transplante do pâncreas. Paralelamente, são encontrados níveis elevados de IAPP em pacientes recém-diagnosticados com Diabetes Tipo 1, sugerindo que a toxicidade do IAPP é também um fator que acelera a progressão inicial da doença.

A investigadora explica que o projeto ajudará a perceber de que forma a agregação do IAPP contribui para o processo inicial da Diabetes Tipo 1 e para o desenvolvimento da Diabetes Tipo 2, assim como para o insucesso dos transplantes pancreáticos nos diabéticos tipo 2.

Resultados animadores dos compostos polifenólicos
Da mesma forma, o “Therapeutics4DM” pretende elucidar quais as vias associadas à toxicidade do IAPP para, a partir deste conhecimento, identificar moléculas que poderão estar na base do desenvolvimento de terapêuticas alternativas.

“Temos vindo a investigar compostos polifenólicos, existentes por exemplo em amoras e framboesas, que depois de ingeridos geram metabólitos capazes de prevenir a formação de fibras amiloides de IAPP e a respetiva toxicidade” afirma Cláudia Santos, coordenadora dos laboratórios de Nutrição Molecular e Saúde do iBET e ITQB-NOVA, que considera estes resultados animadores.

A confirmar-se, este seria mais um passo para converter os resultados do projeto em novas estratégias terapêuticas e medicamentos inovadores, que poderão futuramente ajudar milhares de diabéticos em todo o mundo. Lembre-se que a Organização Mundial de Saúde estima que 6% da população do planeta viva com Diabetes. A prevalência da doença aumenta com a idade, para ambos os sexos, e o risco estimado de DM ao longo da vida é de 30 a 40%, estando associada ao desenvolvimento de lesões no pâncreas e, a longo prazo, a um risco acrescido de complicações oftalmológicas, renais, cardíacas, neuropáticas ou vasculares.

8ª Edição do Vacinómetro
Mais de 1,3 milhões de portugueses com mais de 65 anos vacinaram-se contra a gripe sazonal, de acordo com os resultados da 8ª...

O Vacinómetro indica que já foram vacinados contra a gripe sazonal 64,8% dos portugueses com 65 ou mais anos, 59,8% dos indivíduos portadores de doenças crónicas e 53,3% dos profissionais de saúde com contacto direto com doentes.

Com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos, foram vacinadas 33,9% das pessoas.

Pela primeira vez, foram vacinados 8,2% dos indivíduos pertencentes aos grupos prioritários para a vacinação. Cerca de 91,8% já teriam sido vacinados noutras épocas.

O Vacinómetro refere que, até ao momento, têm intenção de se vacinar 17,3% dos indivíduos pertencentes aos grupos prioritários para a vacinação e 21,7% dos das pessoas com mais de 65 anos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro monitoriza em tempo real a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos
De acordo com o relatório “Health at a Glance 2016” da OCDE, para o período 2008-2014, triplicou a proporção de Portugueses que...

No dia Internacional dos Direitos Humanos, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, alerta para a necessidade de o SNS se assumir como uma plataforma capaz de impedir que motivos financeiros impeçam o acesso e usufruto de cuidados de Saúde de qualidade a uma camada importante de Portugueses.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, a 10 de dezembro de 1948 com o intuito de estabelecer uma norma comum a ser alcançada por todas as nações. Em Portugal, esta declaração está vertida no artigo 64º da Constituição que indica que “todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover”.

A campanha “Eu Amo Viver” da Sociedade Portuguesa de Cardiologia foi desenvolvida com o intuito de dotar os Portugueses de informação segura e certificada sobre doenças cardiovasculares e de estratégias de prevenção. Através de iniciativas como esta, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia pretende promover o desenvolvimento da Cardiologia ao serviço da saúde da população Portuguesa.

O lançamento de campanhas de literacia em Saúde permite que os cidadãos tomem conhecimento da informação médica disponível e que integrem este conhecimento científico no seu quotidiano, independentemente do seu estrato social ou das suas capacidades económicas. Esta é, também, uma forma de responsabilizar cada cidadão individual pela conservação e melhoria do seu estado de Saúde.

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), Dr. Miguel Mendes, "devemos pugnar para que todos os Portugueses tenham acesso a cuidados de Saúde de qualidade dentro do seu SNS. Os Portugueses devem ter consciência de que a Saúde é um bem precioso e que devem adotar do boas práticas de Medicina Preventiva e aumentar a sua literacia em Saúde".

Administração de Saúde
O Algarve vai tornar-se na primeira região do país a distribuir metadona a turistas estrangeiros, uma forma de monitorizar o...

Ao abrigo do projeto, que deverá avançar já no próximo ano, os toxicodependentes que estejam de férias na região e referenciados pelos serviços de saúde dos seus países podem adquirir metadona nos centros de atendimento espalhados pelo Algarve, revelou o presidente daquele organismo (ARS).

"Trata-se de uma forma de monitorizar o tratamento dos toxicodependentes estrangeiros que vêm para cá e também de reduzir alguns riscos associados ao transporte de grandes quantidades de metadona, como a possibilidade de tráfico ou assaltos, por exemplo", referiu João Moura Reis.

O projeto da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos nas Dependências (DICAD) do Algarve implica que os toxicodependentes estejam referenciados pelos serviços de saúde dos seus países de origem, informação que deve ser partilhada com os serviços de saúde da região para que possam prosseguir o tratamento.

"O turista é referenciado no seu país para o Serviço Nacional de Saúde, que por sua vez o orienta para os locais mais próximos", acrescentou o presidente da ARS/Algarve, entidade que tutela a DICAD, observando que o projeto é pioneiro em Portugal.

Ainda no âmbito da relação entre turismo e saúde, a ARS/Algarve está a preparar um protocolo com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) no sentido de alertar os operadores turísticos da região para as condições mais favoráveis ao desenvolvimento e propagação de doenças como a dengue ou a febre do Nilo Ocidental.

"Os charcos dos campos de golfe e as piscinas, por exemplo, são potenciais viveiros para a proliferação de mosquitos e outro tipo de insetos que podem ser vetores de determinadas patologias", ilustrou João Moura Reis.

O plano envolverá também a Região de Turismo do Algarve (RTA), entidade com a qual a ARS quer ainda firmar outro protocolo, neste caso na área do Suporte Básico de Vida, que será desenvolvido em conjunto com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Segundo João Moura Reis, o objetivo é que a ARS/Algarve seja certificada para ministrar cursos de formação em Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa (DAE).

Ao tornar-se uma entidade credenciada para dar formação nesta área, o objetivo seria, depois, formar profissionais de hotelaria e funcionários de estabelecimentos comerciais, entre outros.

Suporte Saco de Colostomia
Uma mulher ostomizada de Amarante montou uma empresa para comercializar um modelo de saco de ostomia, "inovador em termos...

O produto, já patenteado, surgiu quando, com o auxílio da mãe, procurava criar um modelo mais confortável para o seu problema de saúde, após uma intervenção cirúrgica a que foi submetida.

Léa Pinheiro, de 41 anos de idade, explicou que o Suporte Saco de Colostomia (SSC), como designou o produto, permite fazer uma vida normal a qualquer doente ostomizado.

O projeto foi um dos premiados no concurso "Tâmega Sousa Empreendedor" e está a ser trabalhado no âmbito do Gabinete de Apoio ao Empreendedor (GAE), da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), em Felgueiras.

A empresa tem como objeto social a produção e comercialização de acessórios para ostomia.

Segundo a empreendedora, comparativamente com a tradicional bolsa ou saco coletor que recebe as fezes ou a urina, o Suporte de Saco de Colostomia constitui "um avanço notável e inovador na área da saúde".

O SSC tem em conta a proteção da pele da parede abdominal, reduzindo significativamente as alterações cutâneas circundantes do estoma. Assegura ainda uma distribuição uniforme do peso do saco e placa, pela cintura e dorso, eliminando a concentração no local do estoma.

"Promove, também, uma franca melhoria do aspeto estético, por esconder totalmente o conjunto saco/placa", acrescentou.

Carla Pereira, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Empreendedor da ESTG, explicou o apoio que está a ser prestado à empreendedora, nomeadamente nas parcerias estratégicas para otimizar o processo de fabricação, na facilitação de contactos e na criação de uma plataforma para comercialização dos produtos através da Internet.

Está também a ser trabalhada uma estratégia de captação de investimento baseado no programa de incentivos da União Europeia.

Durante este mês, o novo produto estará disponível para encomendas ‘online', enquanto se trabalha para que possa ser, no futuro, comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde.

Endometrial Receptivity Analysis
As alterações do endométrio estão entre as principais causas de insucesso dos tratamentos de fertili

São várias as causas para a infertilidade. No entanto, estima-se que em 20 por cento dos casos a causa seja desconhecida.

Deste modo, os tratamentos de Procriação Medicamente Assistida representam, muitas vezes, a única esperança para os casais que não conseguem engravidar.

Muito embora apresentem elevadas taxas de sucesso, a verdade é que para que as técnicas de PMA sejam, de facto, eficazes é necessário, também, que estejam reunidas determinadas condições.

Para além da qualidade dos espermatozóides e do óvulo, que determinará a viabilidade do embrião, é necessário que o útero materno esteja recetivo à implantação.

“Existem múltiplos fatores implicados na implantação embrionária, principalmente: embrião, endométrio e a correta comunicação entre ambos. Quer dizer, não é apenas necessário ter um embrião de boa qualidade e um endométrio recetivo. A sincronização entre eles é indispensável para que a implantação ocorra”, começa por explicar João Calheiros, ginecologista e especialista em Medicina da Reprodução do IVI Lisboa.

A recetividade endometrial é definida como o período durante o qual o epitélio do endométrio adquire função, embora transitória, para a aceitação do blastocisto e sua implantação. “Este estado, também conhecido como janela de implantação, tem uma duração determinada – normalmente entre um a dois dias – e começa num dia específico do ciclo menstrual, em cada paciente, em função da sua resposta à progesterona”, refere o especialista. A literatura refere que a recetividade endometrial ocorre entre os dias 19 e 21 do ciclo menstrual.

“A duração da janela da implantação pode variar de uma paciente para outra, tendo um alcance de 12 a 72 horas, sendo mais frequente entre as 24-48h. O blastocisto só poderá aderir e implantar no endométrio durante a janela de implantação”, acrescenta o médico.

O teste ERA (Endometrial Receptivity Analysis), desenvolvido pela Fundação IVI e várias das suas clínicas, é um método de diagnóstico que, baseando-se na análise de 238 genes no endométrio, permite conhecer a recetividade ou não do endométrio no momento da transferência embrionária.

Na realidade, esta análise, “permite identificar o dia do ciclo endometrial no qual a janela de implantação abre para casa paciente de forma específica”. De acordo com  João Calheiros, o Test ERA “permite, desta forma, detetar se uma paciente é recetiva depois de cinco dias exposta à progesterona, como ocorre na maioria dos casos, ou se apresenta uma janela de implantação dessincronizada, requerendo por isso uma transferência embrionária personalizada”.

“Graças à localização personalizada da janela de implantação, em cada paciente, é possível fazer a sincronização entre o blatocisto e o endométrio. Esta sincronização é necessária para que a implantação ocorra”, acrescenta referindo que com este método de diagnóstico há um aumento bastante significativo na taxa de sucesso do tratamento de Procriação Medicamente Assistida.

Um estudo da Fundação IVI, levado a cabo em 356 pacientes de cinco países, corrobora o êxito deste teste, demonstrando que a personalização e individualização do tratamento apresenta uma taxa de sucesso de 85%.

Por outro lado, este método de diagnóstico permite poupar tempo e evita a realização de exames dispendiosos, pelo que, tal como é referido em comunicado, “a personalização do fator endometrial do casal infértil deve ser considerado antes de começar o tratamento para aumentar o êxito reprodutivo”.

“Para determinar quando o endométrio está recetivo, é necessário realizar uma biópsia endometrial no dia do ciclo em que, por rotina, se realizaria a transferência do blatocisto”, explica o especialista em Medicina da Reprodução.

No caso de não estar recetivo, “o predictor ERA dá-nos uma indicação sobre o dia do ciclo em que estima que ocorra a janela de implantação da paciente, de acordo com o primeiro resultado obtido”. “Neste caso, poderia requerer-se uma segunda biópsia endometrial com o objetivo de validar o dia da recetividade endometrial”, determina.

Segundo o especialista, a primeira biópsia deve realizar-se no mesmo ciclo que se vai realizar a transferência embrionária – “sendo um ciclo natural ou terapia de substituição hormonal, nunca num ciclo estimulado”. “De acordo com o tipo de ciclo, a biópsia realizar-se-á sete dias depois do pico de LH (LH+7), no ciclo natural, ou depois de cinco dias completos de exposição à progesterona (P+5) na terapia de substituição hormonal”, explica.

Quanto à segurança deste metódo de diagnóstico, João Calheiros garante que não comporta nenhum risco para as pacientes. “As únicas implicações que podem ocorrer, são associadas ao processo de realizar uma biópsia endometrial, que geralmente é um ligeiro desconforto e/ou um ligeiro sangramento depois do procedimento”, afiança.

Apesar deste teste estar indicado para pacientes com falha de implantação recorrentes, “com embriões de boa qualidade”, apresentando uma janela de implantação dessincronizada, “está a ser feito um estudo randomizado em que realiza o test ERA na primeira consulta de PMA”.

“Os resultados preliminares mostram que, aproximadamente, 16% destas pacientes pode beneficiar de uma transferência personalizada, pelo que pode vir a ser possível que se converta num teste a aplicar a todas as pacientes”, revela o especialista.

O test ERA é, atualmente, a única ferramenta de diagnóstico molecular do estado endometrial que, para além de melhorar significativamente a taxa de gravidez, ofereceu, nos últimos quatro anos, a solução a mais de 10 mil pacientes.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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