“Logótipo humano”
Mais de uma centena de crianças, famílias e voluntários da APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil juntaram...

O Dia Mundial da Maçã assinalou-se pela primeira vez a 21 de outubro de 1990 em Londres e desde então tem sido comemorado um pouco por todo o mundo como data simbólica para organizações que se dedicam à promoção da saúde.

O provérbio “uma maçã por dia mantém o médico afastado” pode aplicar-se a todas as frutas, assegura Mário Silva, presidente da APCOI "porque a maçã e todas as outras frutas contêm vitaminas e outros nutrientes únicos e insubstituíveis, sendo por isso que a Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão de três porções de fruta por dia. Contudo, a realidade nacional é bem diferente, 7 em cada 10 crianças portuguesas não comem essa quantidade por dia."

Para combater este problema de saúde pública a APCOI lançou em 2011 o projeto “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável” que em cinco edições já beneficiou mais de 236 mil crianças em todas as regiões do país.

Estudo
Mais de metade dos doentes com psoríase são seguidos no setor privado por falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde,...

O estudo “Pessoa – viver com psoríase”, desenvolvido pela Faculdade de Farmácia de Lisboa e a Associação de doentes de psoríase, é o maior estudo epidemiológico alguma vez feito sobre a doença, pela dimensão da amostra (cerca de 600 doentes), pela abrangência geográfica (continente e ilhas) e pela abrangência dos domínios estudados – caracterização dos doentes, acesso aos cuidado de saúde, qualidade de vida dos doentes e os aspetos terapêuticos.

Segundo a investigadora que coordenou o estudo, Sofia Oliveira Martins, da Faculdade de Farmácia, este estudo surgiu da necessidade de se ter uma “fotografia desta população”, uma vez que havia muitos dados parciais sobre doentes de psoríase, mas não havia ainda dados globais.

E esta necessidade surgiu porque em 2016 a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a visão sobre a psoríase e emitiu um ‘report’ especial, focando o facto de que a psoríase devia deixar de ser vista como doença da pele e passar a ser vista como doença sistémica, em que as principais manifestações são da pele, mas com muitas outras comorbilidades, nomeadamente cardíaca e depressão.

Na opinião da investigadora, este estudo nacional tem ainda a mais-valia de transmitir uma visão que é a reportada pelo próprio doente.

Entre as principais conclusões do estudo, a que Sofia Oliveira Martins mais destaca pela sua gravidade é a de que apesar de haver uma boa referenciação para diagnóstico - os doentes com facilidade tiveram acesso ao dermatologista para fazer diagnóstico – depois para serem seguidos, mais de 50% da amostra é seguida no setor privado.

De acordo com os dados do estudo, 51,9% são seguidos no privado, 27,4% nos hospitais públicos e 20,8% nos centros de saúde.

Uma das razões para isto acontecer, invocada pelos doentes, é que o SNS não dá resposta de todo para o seguimento para os casos de psoríase.

“Em termos de custos para o doente isto é extremamente gravoso”, até porque os medicamentos usados no público são diferentes do privado.

“Alguns medicamentos são só de uso hospitalar ao nível do SNS e aos quais, porque são tão caros, o doente do privado não tem acesso”, afirmou.

Trata-se de medicamentos mais inovadores e que abordam a doença na sua globalidade, ao contrário dos que são usados pela maioria da população inquirida e que são os aplicados na pele.

Em termos de impacto financeiro, cerca de 34% referem que gastam mais de 50 euros por consulta e quase 70% gastam pelo menos 43 euros por mês em medicamentos.

A estes valores acrescem os custos com as deslocações, que podem ir dos 5 euros até mais de 20 euros.

Outra conclusão que saltou à vista foi que apesar de a maior parte dos doentes estarem tratados, mais de metade continua a ter sintomas quase todos os dias, ou seja o seguimento que é feito não permite ao doente deixar de lidar diariamente com os sintomas.

O impacto na qualidade de vida dos doentes é outro dos aspetos dominantes, sobretudo na componente dor e mau estar e ansiedade e depressão.

Com este estudo, que vai ser hoje apresentado na Assembleia da República, a investigadora pretende influenciar os decisores políticos no sentido de tentar mudar o acesso aos cuidados de saúde do SNS, alertando para que se trata de uma doença crónica que não tem cura, sendo pois “fundamental que os doentes possam ter acesso a este sistema para que possam ser tratados”.

O segundo passo a ser dado é o de sensibilizar os doentes e a população em geral para que “a psoríase não é uma doença de pele, é uma doença sistémica que tem que ser tratada como tal, uma doença do organismo todo, do sistema imune, autoimune, e que tem que ser tratada como um todo e não apenas como dermatológica”.

Na opinião de Sofia Oliveira Martins é importante também sensibilizar a própria comunidade clínica, não os dermatologistas que o sabem, mas os médicos de medicina geral e familiar, no sentido, por exemplo, das comorbilidades, em que “cerca de 30% da população tem depressão, outro tanto hipertensão, artrite psoriática”.

A investigadora diz querer mudar o paradigma, da mesma forma que a Organização Mundial da Saúde o fez, mas baseado em dados nacionais.

Estudo
Portugal apresenta as maiores discrepâncias entre as mulheres e os homens que reportam sintomas de depressão num estudo europeu...

São mais de 30% as mulheres portuguesas que reportam sintomas depressivos, a maior percentagem registada nos países avaliados, enquanto nos homens a percentagem é menor do que 16%.

“Em todos os países estudados, as mulheres reportaram mais sintomas de depressão do que os homens”, refere o estudo “European Social Survey”, mas as maiores diferenças foram registadas em Portugal, na Polónia, Espanha e Alemanha.

Este inquérito europeu sobre a saúde física e mental avaliou a perceção do estado da saúde em geral, onde também a percentagem de mulheres que consideram as suas condições de saúde como más e muito más é superior à dos homens.

As mulheres espanholas foram as que mais consideraram as suas condições de saúde como más e muito más, seguidas pelas mulheres húngaras. Os valores mais baixos correspondem aos homens irlandeses e aos homens suíços.

O estudo tentou ainda avaliar como são analisadas ou explicadas as desigualdades na saúde.

Em Portugal, as desigualdades são sobretudo explicadas por fatores referentes às condições de habitação, seguindo-se os fatores ocupacionais (como a situação laboral) e comportamentais (hábitos tabágicos, consumo de álcool ou atividade física).

Aliás, em todo o estudo se verificou que as desigualdades na saúde são menos explicadas por fatores comportamentais e mais por fatores ocupacionais e pelas condições de habitação.

O “European Social Survey” , feito com base em dados recolhidos em 2014 e 2015, conclui que a promoção de estilos de vida saudáveis por si só não é suficiente para reduzir problemas de saúde, devendo a estratégia passar por melhorar as condições físicas de trabalho e melhorar as políticas de distribuição do rendimento.

Estudo
Portugal tem a mais baixa percentagem de pessoas que praticam exercício físico frequentemente num conjunto de 21 países europeus.

O “European Social Survey”, que analisa as atitudes quanto à saúde física e mental em 21 países, mostra que apenas 13,1% dos homens portugueses e 11,5% das mulheres praticam exercício físico com frequência.

Portugal e a Hungria surgem como os países com menos praticantes regulares de atividade física frequente (realizada três a quatro vezes por semana). No caso da Hungria são quase 15% os homens que praticam exercício com frequência, percentagem que desce para 10,5% nas mulheres.

Os dados do estudo europeu, recolhidos em 2014 e 2015, exibem a Finlândia, a Noruega, a Suécia e a Irlanda como países com os melhores indicadores no exercício físico praticado por ambos os sexos.

Ainda na análise aos fatores comportamentais em Portugal, o país destaca-se pela elevada percentagem de homens (41,4%) que fumam mais do que 20 cigarros diários. Pelo contrário, apresenta também o mais baixo valor dos 21 países relativamente às mulheres fumadoras (14,7%).

Portugal mostra ainda a maior percentagem de homens que consomem álcool mais do que uma vez por semana (47,5%). Nas mulheres esse valor baixa para os 15,3%.

Já no consumo de fruta e vegetais pelo menos uma vez por semana Portugal surge destacado positivamente, com a maior percentagem de mulheres (82,7%) e de homens (76,2%) do conjunto dos 21 países analisados.

Em Portugal, o “European Social Survey” é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e é realizado por um consórcio constituído pelo Instituto de Ciências Sociais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE).

Estudo
A gravidez em jovens entre os 12 e os 24 anos duplica o risco de AVC até seis semanas após o parto, em comparação com as da...

Segundo o estudo, publicado na revista médica JAMA Neurology, a gravidez entre os 35 e os 45 anos não parece aumentar o Acidente Vascular Cerebral (AVC) em comparação com as mulheres da mesma idade e o risco é reduzido para mulheres entre os 46 e os 55 anos.

Os autores analisaram os casos de 19.146 mulheres que foram hospitalizadas devido a um AVC entre 2003 e 2013 no estado de Nova Iorque, Estados Unidos, das quais 797 (4,2%) estavam grávida ou tinham dado à luza.

O estudo refere também que a taxa de mortalidade devido a AVC foi menor entre todas as mulheres grávidas em comparação com as que não esperavam crianças.

Formação
Profissionais de saúde de seis hospitais públicos vão receber 20 bolsas de formação avançada em cuidados paliativos pediátricos...

“Nós consideramos que é muito importante existir formação especializada nesta área” para apoiar as mais de 6.000 crianças e jovens com necessidades paliativas em Portugal, disse hoje à agência Lusa a presidente da associação Bibi Sattar.

Por outro lado, “é necessário” que os profissionais de saúde que decidem especializarem-se e criar equipas especializadas nessa área “adquiram conhecimentos para que possam desempenhar esse papel da melhor forma possível”, adiantou Bibi Sattar.

Foi nesse sentido que a associação decidiu atribuir bolsas de formação avançada na pós-graduação de cuidados paliativos pediátricos a profissionais de saúde dos seis hospitais, que foram selecionados “com base na sua experiência profissional, área de atuação e motivação”.

Para esse efeito, “fizemos um protocolo com a Universidade católica Portuguesa e assinámos um protocolo com seis hospitais de referência pediátrica para que em conjunto possamos contribuir para a constituição das equipas intra-hospitalares nesses hospitais”, que serão formadas por um pediatra, um psicólogo, um enfermeiro e um assistente social.

Os hospitais envolvidos são o Centro Hospitalar Lisboa Central (Hospital D. Estefânia), Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria), Hospital Garcia de Orta, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Porto – Centro Materno-Infantil e o Centro Hospitalar S. João.

“Esta formação [que começa na sexta-feira] irá permitir o desenvolvimento da área dos cuidados paliativos pediátricos no nosso país, segundo os objetivos e os princípios consagrados na Lei de Base de Cuidados Paliativos”, como a promoção das competências técnicas dos profissionais que prestam cuidados a crianças com doenças limitantes e ameaçadoras de vida”, salientou Bibi Sattar.

Para a pediatra oncologista Ana Lacerda, a “falta de sensibilização e formação básica e especializada dos profissionais de saúde, a escassez de apoios domiciliários especializados e a heterogeneidade dos diagnósticos, são algumas das barreiras para a prestação destes cuidados em Portugal”.

Bibi Sattar lembra que Portugal é considerado “um dos países que apresenta menos desenvolvimentos na área dos cuidados paliativos pediátricos”.

“Felizmente começam a observar-se alguns avanços”, nomeadamente a inauguração este ano da primeira unidade de cuidados paliativos no norte do país, “mas ainda há muito trabalho por fazer”.

A atribuição das bolsas de formação enquadra-se no projeto da aTTitude “Vamos Cuidar - Cuidados Paliativos Pediátricos”, lançado em 2015 e pioneiro em Portugal, que teve como primeiro objetivo o desenvolvimento da plataforma online “Cuidando Juntos” – www.cuidandojuntos.org.pt.

Sindicato dos Enfermeiros
O reforço de verba inscrita no Orçamento do Estado para a Saúde é “extremamente insuficiente” e não prevê reposição do valor...

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) afirmou hoje à Lusa que o Orçamento do Estado para 2017 traz muito poucas novidades e medidas insuficientes, quer para a função pública em geral, quer, em particular, para os profissionais de saúde.

Este orçamento tem um “sentido positivo, que é o de repor rendimentos e direito sociais, contudo as medidas são extremamente insuficientes para a função pública, onde não há descongelamento de escalões e onde não há aumentos salariais”.

Na opinião do presidente do SEP, José Carlos Martins, o orçamento traz uma “novidade muito negativa” para os enfermeiros e para os outros profissionais de saúde, que é a “não reposição das horas de qualidade e das horas noturnas”, o valor das horas feitas durante as tardes, os fins-de-semana e as noites.

“Portanto, o que vamos exigir na próxima reunião do Ministério da Saúde, no dia 3 de novembro, é que sejam adotadas medidas que reponham o valor integral das horas de qualidade e que continuem a admitir os enfermeiros necessários”, adiantou o responsável.

José Carlos Martins garante que, caso isso não venha a acontecer, o sindicato vai “desenvolver um plano de exigência de pagamento maciço do trabalho extraordinário que está a ser realizado” e vai elaborar um plano nacional “de denúncia e exigência, pelas regiões”.

Contudo, o dirigente sindical mantém a esperança de que no debate da especialidade haja mais dinheiro adstrito ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Trezentos milhões é extremamente insuficiente, e esperemos que estes problemas dos enfermeiros sejam resolvidos com este orçamento”, afirma, considerando que o único aspeto “positivo” diz respeito a cerca de 2.500 enfermeiros e “tem a ver com o pagamento dos incentivos financeiros aos enfermeiros das USF modelo B”.

“Esta lei do orçamento traz uma norma que resolve este problema para o futuro, mas quanto ao pagamento dos incentivos de 2015, também teremos que ver com o Ministério da Saúde no dia 3 de novembro”, acrescentou.

O dirigente sindical recorda que houve “dois mil milhões cortados no tempo da troika”, pelo que considera que seria bom, no mínimo, repor “pelo menos mil milhões”, pois “300 milhões é muito pouco”.

 

Dentro de três anos
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje, na Nazaré, que o país deverá atingir a cobertura plena em termos ...

“O número de médicos que saem, em média 400 e poucos por ano, é muito superior às aposentações e portanto começamos, pela primeira vez, a ter um saldo positivo”, afirmou o ministro da Saúde, admitindo a expetativa de que “nos próximos dois a três anos” o país tenha “a situação da cobertura resolvida”.

Para isso concorre, segundo Adalberto Campos Fernandes, “a melhoria das condições estruturais”, ou seja, “melhores centros de saúde e melhores equipamentos”, com que o Governo acredita conseguir “atrair mais jovens para fora grandes metrópoles”.

A par, disse o ministro aos jornalistas, o Governo está “a trabalhar também num programa de incentivos para que alguns médicos possam optar por ir para zonas mais interiores”, já que, sublinhou, mesmo com "um aumento total de médicos ou mesmo excedente há sempre pontos do país onde é difícil essa opção se colocar”.

Adalberto Campos Fernandes falava na Nazaré, à margem da assinatura do contrato programa com o município da Nazaré para construção de uma nova Unidade de Saúde que substituirá um pré-fabricado com 36 anos.

O novo centro de saúde representa um investimento global de 1,236 milhões de euros, suportados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e com uma comparticipação comunitária de 85%.

De acordo com o presidente da autarquia, Walter Chicharro, na próxima sexta-feira o executivo deverá aprovar a abertura de procedimentos para o concurso público, prevendo-se que “até 31 de outubro seja feita a candidatura a fundos comunitários, visto que a obra está prevista no Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal do Oeste”.

A obra, que só poderá arrancar após a obtenção do visto do Tribunal de Contas, será construída no mesmo local até aqui ocupado pelo pré-fabricado, ficando a câmara responsável pelos arruamentos e arranjos exteriores.

No novo centro de saúde ficarão instaladas as unidades de saúde Global e Nazareth, com um total de nove médicos e cerca de 20 utentes inscritos, que até à inauguração do novo edifício ficarão instaladas provisoriamente em dois edifícios da Confraria da Nazaré.

 

Investigação médica
Um grupo de cientistas criou um novo contracetivo masculino que impede que os espermatozóides consig

Investigadores da Universidade de Wolverhampton em parceria com cientistas portugueses criaram um composto peptídico de penetração celular, que se ‘infiltra’ no esperma e consegue impedir que os espermatozóides consigam nada, tornando-os assim incapazes de fertilizar os óvulos.

Como reporta o Mirror, esta substância poderá ser tomada de forma oral através de uma pílula, mas também poderá ser usada em spray nasal ou implante na pele.

Poderá ser tomada minutos antes da relação sexual e conseguirá tornar o homem ‘infértil’ durante vários dias, segundo destacam os cientistas.

"Os resultados são impressionantes - e quase instantâneos. Quando pega em esperma saudável e adiciona o nosso composto, em poucos minutos o esperma, basicamente, não se consegue mover", disse o professor John Howl, que está a dirigir o projeto.

A pílula masculina ainda está em fase de testes, mas se tudo correr conforme planeado poderá estar disponível em 2021.

Se funcionar, a pílula masculina poderia ter um efeito dramático, especialmente para casais em que as mulheres são incapazes de usar a pílula por razões de saúde.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença é rara e afeta cérebro
Quase 100 por cento dos doentes com esclerose tuberosa apresentam sinais da doença no cérebro, sendo as manifestações mais...

Especialistas reúnem-se em Portugal para debater a doença.

A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro mas grave, uma vez que é responsável pelo desenvolvimento de tumores benignos que comprometem a função de vários órgãos do nosso corpo, como coração, olhos, pulmões e pele.

"Temos ainda o caso dos tumores benignos cerebrais e renais que também são muito frequentes e graves, uma vez que colocam a vida dos doentes em risco", explica Micaela Rozenberg, presidente da Associação de Esclerose Tuberosa em Portugal (AETN), em comunicado.

"A esclerose tuberosa pode causar diversos tipos de lesões cerebrais como, por exemplo, massas anormais de tecido que se encontram na parte superficial do cérebro; nódulos subependimários, que são nódulos com, geralmente, menos de 1 centímetro; e astrocitomas de células gigantes, também conhecidos como tumores de células gigantes. Estes últimos desenvolvem-se em cerca de 15 por cento dos doentes e manifestam-se nos primeiros 20 anos de vida", indica ainda a presidente da AETN.

"Algumas pessoas apresentam todas as lesões, enquanto outras não apresentam envolvimento cerebral. No entanto, sabe-se que quase 100 por cento dos doentes apresentam sinais da doença no cérebro", conclui Micaela Rozenberg.

Entre os dias 3 e 5 de novembro, a AETN vai realizar a Conferência Internacional de Investigação em Esclerose Tuberosa.

O evento realiza-se pela primeira vez em Portugal, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, vai juntar especialistas mundiais na área da esclerose tuberosa e doentes de todo o mundo.

Durante o evento vão ser apresentados os resultados do esTUpt, um estudo epidemiológico sobre a esclerose tuberosa em Portugal, da responsabilidade da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.

O que é a esclerose tuberosa?

É num distúrbio genético que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele. O crescimento destes tumores revela um comportamento agressivo porque ameaça a função dos órgãos atingidos.

Dois terços dos diagnósticos são novos casos da doença sem antecedentes familiares e um terço são casos hereditários. Quando se manifesta pode provocar epilepsia, autismo ou défice cognitivo.

Apesar de ser uma doença rara para a qual ainda não se conhece cura, existem atualmente medicamentos disponíveis para o tratamento dos diferentes sintomas. As manifestações e prognóstico variam de caso para caso, em função dos órgãos envolvidos e da gravidade dos sintomas, sendo os mais comuns as alterações cutâneas e convulsões. Os tumores benignos cerebrais e renais são também frequentes e comportam risco de vida para os doentes.

No dia Mundial da Terceira idade
A esperança média de vida da população Portuguesa tem aumentado nos últimos anos, sendo a média atual de 81,1 anos. Este dado...

Numa população envelhecida é comum a manifestação de doenças cardiovasculares. Em 2012 estas doenças foram responsáveis pela morte de mais de 30 mil Portugueses, representando a primeira causa de morte no país.

Uma das patologias cardiovasculares mais prevalente na população idosa é a insuficiência cardíaca, que se desenvolve ao longo do tempo, correspondendo à fase terminal de outras doenças cardiovasculares.

Um coração com insuficiência cardíaca apresenta incapacidade de bombear o sangue com a eficiência necessária para satisfazer as necessidades do organismo. Os sintomas mais comuns desta patologia são:

 - Falta de ar, tosse/pieira, aumento de peso e tornozelos inchados, sintomas que resultam de acumulação de líquidos; - Cansaço, fadiga, tonturas e frequência cardíaca rápida, sintomas que advêm de um fluxo sanguíneo insuficiente.

No Dia Mundial da Terceira Idade, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança o repto relembrando que é necessário garantir a manutenção de hábitos de vida saudáveis de modo a evitar complicações cardiovasculares, no futuro.

Desta forma, poderemos garantir uma diminuição da prevalência de patologias terminais, como a insuficiência cardíaca, que todos os anos afetam milhões de Portugueses.

Na presença de algum dos sintomas referenciados, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia recomenda a consulta do seu médico de família ou do médico cardiologista.

Mais informações sobre a Insuficiência Cardíaca encontram-se disponíveis no site www.euamoviver.com, desenvolvido com o patrocínio Científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Estudo
Menos de cinco mil pessoas em Portugal estarão infetadas com VIH/sida sem saberem, representando menos de 10% do total de...

Esta nova análise foi feita por especialistas portugueses em articulação com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) e foi baseada numa nova ferramenta de modelação feita especificamente para o VIH – vírus da imunodeficiência humana.

António Diniz, antigo diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida que apresenta hoje este novo estudo na conferência internacional de Glasgow sobre a infeção, considera que este trabalho permite uma radiografia mais real da situação do VIH em Portugal.

Os novos dados apontam para menos de 45 mil pessoas infetadas com VIH em Portugal, um número que é menos elevado do que as 65 a 70 mil pessoas que a própria ONU/sida apontava para o país.

Em declarações à agência Lusa, António Diniz explica que a nova análise permitiu estimar que menos de 40 mil das 44.176 mil pessoas estão diagnosticadas, o que dá uma fração de não diagnosticadas de cerca de 10%.

“A fração de não diagnosticadas é menor do que os 25 a 30% que julgávamos”, especificou um dos autores do estudo, que trabalhou em conjunto com outro antigo perito da Direção-geral da Saúde e com uma colega do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Assim, Portugal parece ter já cumprido o primeiro dos três objetivos traçados pelo Programa das Nações Unidas para o VIH para 2020: ter 90% das pessoas que vivem com VIH diagnosticadas.

Os outros dois elementos da tríade de 90/90/90 definidos pela ONU são atingir 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos que estão em tratamento atingirem carga viral indetetável (o que torna muito baixa a possibilidade de transmitir a infeção).

Perante os dados dos casos não diagnosticados, António Diniz considera que Portugal não deve abrandar o ritmo do diagnóstico precoce, mas tem de passar a incidir nos outros dois objetivos definidos pela ONU.

Vários são os fatores que podem contribuir para a ausência de diagnóstico, como a noção de risco ou até o acesso aos cuidados de saúde. Mais um motivo é o facto de a infeção por VIH ser uma doença que fica assintomática durante muito tempo.

Outro dado do estudo hoje apresentado mostra que o tempo médio para o diagnóstico após a pessoa ser infetada se situa nos quatro anos em Portugal.

Para se chegar a este valor através da modelação matemática são tidos em conta os níveis de carga viral da infeção e se o doente tem critérios de sida. A partir destes níveis é possível calcular quanto tempo antes terá ocorrido a infeção para se chegar aos níveis atuais.

“Ainda não é o tempo ideal, mas anda longe dos oito ou nove anos que tivemos [há duas ou três décadas] ”, comentou António Diniz.

Os quatro anos até ao diagnóstico são o tempo médio e há diferenças significativas entre os grupos. Por exemplo, os homens que têm sexo com homens demoram menos no diagnóstico (2,8 anos), o que é significativamente menos do que os heterossexuais (cerca de 4,5 anos).

A noção de risco entre os dois grupos parece ser um fator determinante para a diferença no tempo entre a infeção e o diagnóstico.

O estudo hoje apresentado em Galsgow, que reporta a valores de 2014, indica ainda que só nesse mesmo ano terão ocorrido mais de 500 infeções por VIH.

António Diniz considera que este estudo vem mostrar que pode ser possível chegar a 2030 apenas com casos isolados de VIH/sida, sendo que é imperioso que em 2020 se atinjam as metas definidas para 2020 pela ONU.

“Não me parece possível falar um dia em erradicação, acho que vai haver sempre casos isolados. Erradicação conseguir-se-ia eventualmente com uma vacina. Erradicação é o desaparecimento à escala mundial, isso parece complicado. Mas parece-me possível que a infeção deixe de ter caráter de epidemia e que o que exista sejam casos isolados”, projetou o perito português, especialista do Hospital Pulido Valente, que integra o Centro Hospitalar de Lisboa Norte.

Dia Mundial da Poliomielite
No dia em que se assinala mundialmente a Poliomielite, a pediatra da Isabel Castro Esteves descreve-

A poliomielite (polio) é uma doença viral grave e potencialmente fatal, que pode complicar-se de sequelas neurológicas permanentes (paralisia flácida). É altamente contagiosa e pode ser causada por um dos 3 serótipos do vírus da polio.

Não existe cura para a poliomielite. Apenas podemos apostar na prevenção, pois existem vacinas seguras e eficazes. A melhor estratégia para erradicar a polio é imunizar todas as crianças e assim parar a transmissão. Até que a poliomielite esteja completamente erradicada, todos os países permanecem em risco de importar o vírus selvagem, como aconteceu em várias zonas do globo.

Como está a incidência da poliomielite em Portugal e no mundo?

A primeira vacina para a polio foi desenvolvida em 1953 e foi um dos grandes passos dados no caminho para a erradicação desta doença. Com o arranque da iniciativa global de erradicação da polio (GPEI - Global Polio Eradication Initiative) em 1988, a incidência diminuiu 99% até aos dias de hoje. Esta importante conquista só foi possível graças às campanhas de imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao esforço de outras organizações não governamentais.

Inúmeras áreas do globo são actualmente consideradas livres de polio (Europa, Américas, Pacífico e sudeste asiático). O último caso de polio endémico em Portugal foi declarado em 1986.

No entanto em 2015 registaram-se 74 casos em todo o mundo. A polio permanece endémica em 3 países: Afeganistão, Paquistão e Nigéria. Outros países apresentam surtos ou estão em áreas consideradas de risco elevado, dada a proximidade geográfica com países endémicos que favorece movimentos migratórios e relações comerciais, associada a fragilidades das políticas de saúde pública e serviços de imunização.

A OMS considera que apenas um caso confirmado de polio no mundo, coloca em risco as crianças de todos os países. Dada a grande infecciosidade do vírus, o número de casos pode aumentar de modo exponencial e condicionar milhares de infectados, em especial nas populações susceptíveis.

Como se transmite a poliomielite?

O homem é o único hospedeiro natural. O vírus transmite-se por via fecal-oral, por contacto directo com fezes de uma pessoa infectada, ou através de água e alimentos contaminados.

Quais são os sintomas da poliomielite?

O período de incubação é habitualmente de 7 a 14 dias. A maioria dos infectados permanece assintomático ou apresenta sintomas ligeiros (90-95% dos casos).

No entanto a infeção pode causar sintomatologia geral como febre associada a cansaço/prostração, diminuição do apetite, dores musculares, dor abdominal, náuseas, vómitos e obstipação ou diarreia.

Em menor número de casos cursa com um quadro sugestivo de meningite, manifestando-se com febre, cefaleias (dor de cabeça), dor no pescoço e rigidez da nuca. Raramente (0,1 a 1% dos casos), a doença condiciona paralisia flácida aguda por destruição dos neurónios motores. Pode afectar um ou vários músculos, com predominância dos membros inferiores e pode tornar-se uma sequela irreversível.

Como se trata e previne a poliomielite?

Não existe cura para a polio, o tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas e complicações da doença. Apenas a prevenção é possível através da vacinação.

Existem actualmente diferentes tipos de vacina para esta doença. A vacina que é utilizada em Portugal é uma vacina inactivada, que protege contra o vírus da polio do serotipo 1, 2 e 3. No âmbito da Programa Nacional de Vacinação é administrada a todas as crianças de modo universal e gratuito, aos 2, 4 e 6 meses de vida (primovacinação) e aos 5 anos (dose de reforço).

Dada a persistência de países endémicos e a elevada infecciosidade do vírus, é fundamental manter uma imunidade populacional segura através de taxas de vacinação elevadas em todos os países. São também essenciais redes eficientes de vigilância epidemiológica. Só desta forma será possível parar a transmissão e prevenir os surtos, no caminho da erradicação global da doença.

REFERÊNCIAS:      

1- Países endémicos para a Poliomielite. Global Polio Erradication Initiative. [consultado em outubro de 2016] Disponível em:  http://polioeradication.org

2- Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite - Plano de Ação Pós-Eliminação. Direcção Geral de Saúde. [consultado em outubro de 2016] Disponível em: http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/norm...

3- Poliomielite. World Health Organization. [consultado em outubro de 2016] Disponível em: http://www.who.int/topics/poliomyelitis/en/

4- Garon JR, Cochi SL, Orenstein WA. The Challenge of Global Poliomyelitis Eradication. Infect Dis Clin North Am. 2015; 29:651-65. 

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
O maior Centro de Simulação Avançada português, que funcionará no Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), onde estudantes e...

O anúncio foi feito pelo presidente do CHLN (hospitais de Santa Maria e Pulido Valente), após conseguida uma verba, via fundos europeus, de metade da despesa com equipamentos, ou seja, 1,4 milhões de euros, dos cerca de três milhões necessários.

Ao todo, este centro custará cerca de quatro milhões de euros, mas Carlos Martins acredita que em três anos a estrutura deixará de ser uma despesa para passar a gerar receita.

Segundo o CHLN, este inovador Centro de Simulação “será um dos maiores e melhores da Europa, dado que a sua capacidade tecnológica e as suas áreas permitirão formar e treinar estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e profissionais de diversas áreas do CHLN, nomeadamente médicos especialistas, internos, enfermeiros e técnicos de saúde”.

Serão ainda desenvolvidos neste centro “cursos inovadores de formação por simulação avançada em alta fidelidade em áreas de saúde multidisciplinares, direcionados ainda a alunos externos à FMUL ou a profissionais externos ao CHLN e a investigadores, escolas, bombeiros, proteção civil, forças de segurança, prestadores de cuidados de saúde domiciliares, entre outros, ainda inexistentes, na região e no país”.

Para Carlos Martins, este centro de simulação irá “para além do normal”, disponibilizando outras áreas além dos blocos de partos e disponibilizando salas que variam consoante as áreas em uso.

“Não é apenas uma sala com manequins. É um centro multidisciplinar, com tecnologia avançada”, disse.

Segundo o CHLN, existe um potencial no mercado português de saúde que engloba 120 mil profissionais médicos e enfermeiros, mais de 58 mil estudantes do ensino superior em saúde e vários grupos profissionais conexos (bombeiros, proteção civil, militares).

 

Organizações de Saúde
As organizações de voluntários na área da saúde querem ser vistas como “parceiros verdadeiramente estratégicos a nível superior...

No final do 8.º Encontro Nacional do Voluntariado em Saúde, subordinado ao tema “Da Proximidade à Globalidade”, os organizadores elaboraram um conjunto de ideias que resultaram da reunião, entre as quais que é preciso “um olhar diferente, um melhor olhar” para estas organizações.

“É necessário que o voluntariado no campo da saúde seja visto como parceiro verdadeiramente estratégico a nível superior. Ele é mesmo um contributo indispensável para a realização dos objetivos das entidades e da obtenção de níveis superiores da qualidade dos serviços e cuidados que são prestados”, lê-se no documento que saiu no encontro.

Os cerca de 250 participantes concordaram que “a prática do voluntariado é um modo possível para a vivência ativa da cidadania e que, no campo da saúde, aquela tem papel insubstituível para a humanização, em regime de complementaridade”.

No documento final, as organizações declararam que “o voluntariado é um contributo inestimável na promoção do desenvolvimento pessoal, social e comunitário, com posturas de cooperação interpessoal e entre organizações”.

“As mais valias e os ganhos para todos os 'stakeholders' decorrentes da prática da proximidade e do encontro no âmbito do voluntariado em saúde são por demais evidentes e ineludíveis”.

Por esta razão, as organizações apelaram à “integração dos voluntários nas equipas de trabalho, com a necessária adaptação às diferentes realidades institucionais, comunitárias e de prestação de cuidados”.

 

Medicamentos
Um projeto de alunos universitários para a zona da Vitória, no Porto, garante medicamentos gratuitos a 40 famílias carenciadas...

Denominado "Porto com + Saúde", o projeto foi dinamizado pela Associação “Cura +”, envolvendo 17 alunos do Mestrado Integrado da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, que contam com a colaboração de 70 voluntários, oriundos das faculdades de Belas Artes e de Economia.

Teresa Couto, diretora da associação, explicou à Lusa que a ideia do projeto surgiu quando "uma das fundadoras, a Joana Carvalho, observou na farmácia onde fez o estágio extracurricular que as pessoas pediam fiado ou não tinham acesso aos medicamentos".

"A recetividade das farmácias foi muito boa, até porque já tínhamos algum ‘feedback' dos nossos professores na faculdade e de pessoas da área", disse.

Um protocolo com o Centro Social da Nossa Senhora da Vitória, que lhes permitiu ter acesso "à lista das pessoas com um rendimento ‘per capita' inferior a 100 euros/mês e uma rede de voluntários, que estão nas farmácias a sensibilizar as pessoas para que façam os seus donativos, fez o resto", acrescentou João Rosa, coordenador do projeto de intervenção social.

"Atualmente, estamos a ajudar 40 famílias e até ao primeiro ano do projeto queremos chegar às 60”. Por outro lado, o número de farmácias de apoio, todas na zona da Vitória, “subiu de três para seis e estamos a negociar com mais duas a sua adesão", revelou Teresa Couto.

Criado para intervir numa zona pobre da cidade, o projeto tem registado uma "boa" adesão, congratulou-se a diretora, que sublinhou até dos turistas têm surgido contribuições.

O passo seguinte passa por "parcerias com todas as sete faculdades de farmácia do país”. Passa ainda, acrescentou a fonte, por outra parceria com a Associação Dignitude, de Lisboa, “que fará com que os utentes tenham acesso a um cartão que estará ligado ao sistema informático das farmácias e onde figuram os medicamentos de que necessitam".

A desejada expansão a nível nacional do projeto passa, ao mesmo tempo, por "ter mais voluntários e outras Instituições Particulares de Segurança Social envolvidas", explicou Teresa Couto.

"Sabemos que o nosso projeto já salvou vidas. Não por contacto direto, mas pelo que nos foi dito pela Dra. Ana Pinto, do centro social e responsável pela referenciação dos utentes a quem permitimos ter um acesso regular a medicamentos que de outro modo não teriam", relatou.

A faixa etária que mais tem recebido ajuda "começa nos 45 anos, mas são as pessoas com mais de 50 anos as mais necessitadas", sublinhou a responsável para quem o projeto "tem implicações na política de saúde do país".

"Com a nossa ajuda melhorámos a qualidade de vida dos nossos utentes e poupámos ao país na questão dos internamentos, das consultas desnecessárias, do uso irresponsável dos medicamentos e proporcionamos às pessoas poder voltar a ter condições para, por exemplo, voltar a procurar emprego e a outros abandonar o seu isolamento", disse.

E se o projeto no Porto tem, ainda, uma escala reduzida Teresa Couto salientou que "um dia que atinja uma escala nacional a poupança para o Estado será ainda mais evidente".

Assistência prolongada
Cerca de 2.200 utentes, sete valências, uma clínica aberta à comunidade, 220 funcionários, entre 42 pessoas com deficiência,...

O Centro de Educação para o Cidadão com Deficiência (CECD) nasceu em 1976, pela mão de uma comissão de moradores de Mira-Sintra, e pela vontade de pais e profissionais, que começaram a unir esforços para criar respostas específicas para as pessoas com deficiência intelectual e multideficiência.

No início, e porque nasceu através de uma escola de ensino especial, a vocação principal era apoiar crianças e jovens, mas depois, com o evoluir do tempo, e por força da legislação, passou a dar resposta às necessidades dos adultos.

Em entrevista à agência Lusa, a diretora-geral, Carina Conduto, adiantou que atualmente apoiam 2.200 pessoas por ano, dentro de sete valências, atendendo em permanência cerca de 500 pessoas nas respostas socioprofissionais.

Valências que vão desde a educação especial ao Centro de Atividades Ocupacionais, ao Centro de Formação Profissional, Unidades Residenciais, Serviço de Apoio Domiciliário, Centro de Emprego Protegido e Clínica de Medicina e Reabilitação.

Por outro lado, prestam apoio a cerca de 600 crianças nas escolas, através dos Centros de Recursos para a Inclusão, além de mais 800 utentes que usufruem dos serviços da Clínica de Medicina e Reabilitação, aberta à comunidade, e outras 33 pessoas que vivem nas unidades residenciais.

Um dos serviços de destaque é a promoção da inclusão socioprofissional, através do Centro de Formação Profissional, existente há 30 anos e através do qual têm conseguido empregar 50% a 60% das pessoas que fazem a formação.

De acordo com os dados do CECD, têm, por ano, 132 pessoas com deficiência, jovens com mais de 18 anos e adultos, a ter formação profissional, apoiadas por 14 técnicos, através de parcerias com 65 entidades empregadoras e 14 escolas.

Os cursos têm a duração de dois anos, sendo o primeiro ano passado em contexto de sala de aula e o segundo em mercado de trabalho, havendo atualmente 13 jovens com deficiência a ter formação, quatro dos quais em ambiente profissional, seja numa oficina de mecânica, um hotel ou uma carpintaria.

A diretora-geral destacou, por exemplo, que a manutenção de muitos dos espaços verdes do concelho de Sintra é feita por pessoas daquela instituição, e que têm conseguido angariar empregadores como a Câmara Municipal de Sintra, a Fundação Montepio, o Grupo Auchan Portugal ou mesmo o Novo Banco.

O facto de trabalharem principalmente com jovens e adultos traz também outro desafio, o da maior esperança média de vida destas pessoas, o seu envelhecimento e as soluções que têm de ser encontradas especificamente para elas.

Na opinião de Carina Conduto, esse é um dos principais desafios, lembrando que, tal como acontece com todos, as pessoas com deficiência, à medida que vão envelhecendo, vão perdendo faculdades e é necessário continuar a estimulá-las, indo ao encontro do que elas gostam mais de fazer.

Como consequência do envelhecimento surgem também outros desafios, por exemplo o aparecimento de doenças mentais, como as demências, nas pessoas com deficiência intelectual.

“Aí tudo se complica porque quando se fala em doença mental falamos em perda de faculdades e de compensações que são necessárias”, salientou a responsável, acrescentando que a instituição tem procurado estar de “mãos dadas com a saúde” na busca pelas melhores soluções.

Por último, a diretora-geral apontou que “há uma grande falta de vagas em unidades residências”, salientando que “fazer nascer ou ajudar a fazer nascer novas respostas residenciais” é o maior desafio para o futuro.

O CECD tem vindo a assinalar os seus 40 anos com várias atividades, estando marcada para a próxima terça-feira, dia 25, a Gala Solidária.

Unidades de Saúde
O Governo prevê lançar no próximo ano o concurso para a construção do novo Hospital Central de Évora, após decidir o seu modelo...

“Há que estabilizar o modelo de financiamento” da construção da nova unidade hospitalar, uma decisão que “tem sido discutida no seio do Governo” e que “no primeiro semestre de 2017 estará resolvida”, afirmou.

O governante referiu que a discussão se centra entre dois modelos, um de “financiamento direto” e outro que “é feito através de um financiamento por parceria público-privada apenas infraestrutural”.

Questionado sobre a possibilidade de o lançamento do concurso internacional para a construção do novo Hospital Central de Évora ocorrer durante o próximo ano, Adalberto Campos Fernandes respondeu afirmativamente.

O titular da pasta da saúde falava aos jornalistas à margem de uma sessão de esclarecimento do PS sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2017, que decorreu no Palácio D. Manuel, em Évora.

No capítulo do documento dedicado à Saúde, é referido que, em articulação com o Ministério das Finanças, serão lançados os projetos dos hospitais de Évora, Lisboa Oriental e do Seixal.

Considerando que o futuro hospital é “um objetivo estratégico do país”, o ministro apontou a sua necessidade “porque a estrutura atual é muito disfuncional e envelhecida”.

Em abril de 2010, durante o segundo Governo de José Sócrates, foi assinado o contrato para a elaboração do projeto técnico do novo edifício entre a administração do hospital de Évora e o consórcio liderado pelo arquiteto Souto Moura.

Mas, em agosto de 2011, o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou, em declarações à Lusa, que a construção do novo hospital ia ser reavaliada pelo Governo, tendo em conta “a realidade do país”, voltando, em maio de 2015, a considerar avançar com o projeto, mas sem se comprometer com datas para o início da obra.

Quando foi lançada, em 2010, a nova unidade estava projetada para ter uma capacidade de 351 camas, extensível a 440, num investimento previsto na ordem dos 94 milhões de euros.

A área de influência de primeira linha do novo hospital abrangia 150 mil pessoas, dos 14 concelhos do distrito de Évora, enquanto numa segunda linha seriam servidas 440 mil pessoas dos restantes 33 concelhos do Alentejo (Portalegre, Beja e Alentejo Litoral).

 

                                                  

Centenas de médicos estrangeiros em Lisboa
De 21 a 23 de Outubro, Lisboa recebe centenas de especialistas estrangeiros para aquele que é considerado o mais importante...

De acordo com os dados disponíveis, sabe-se que as doenças da coluna representam 50 por cento das causas de incapacidade física, em idade laboral, e são o principal motivo para a ausência no trabalho em todo o mundo.

Entre a principais patologias associadas encontram-se a hérnia discal, a escoliose, a doença discal degenerativa ou a espondilartrose.

São, ainda, bastante comuns as lesões por traumatismo provocadas por acidentes de trânsito ou quedas de altura.

A coluna pode também ser afetada por tumores benignos ou malignos, necessitando de intervenção cirúrgica.

O responsável pelo congresso em Portugal, o médico anestesiologista Armando Barbosa, e especialista em terapêutica da dor, sublinha ainda que a dor da coluna é responsável por 80 por cento da dor crónica, estimando-se que esta seja a segunda causa, em Portugal, para as consultas da especialidade.

De acordo com o especialista, “a dor representa atualmente um dos maiores problemas de saúde pública atingindo cerca de 20 a 30 por cento da população. Os custos com este problema ultrapassam os 2 mil milhões de euros por ano e representam uma perda de 1,5 milhões de dias de trabalho anuais para quem sofre da doença”.

As modalidades de intervenção na dor são, por isso, fundamentais e permitem reduzir de forma substancial a dor e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

"Atualmente existem novas técnicas para o tratamento desta patologia que permitem a cura ou melhoria importante da dor, sem recurso a cirurgia", afirma o médico anestesiologista.

Estima-se que tanto homens como mulheres sofram de dores de costas, sendo a sua maior incidência entre os 25 e os 60 anos.

ONU
A Organização das Nações Unidas estima que 5.500 milhões de pessoas tem acesso limitado ou nenhum acesso a analgésicos opiáceos...

O último relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), difundido em Viena em 2014, indica que "três quartos da população mundial tem escasso ou nenhum acesso a tratamentos paliativos da dor" para doenças graves, terminais ou crónicas.

Isso significa que 92 por cento da morfina é consumida por 17% da população mundial, concentrada nos Estados Unidos, Canadá, Europa ocidental e Austrália, escreve o Sapo.

"Este problema foi agravado, no período examinado, pela ocorrência de desastres naturais e conflitos armados, que aumentaram a necessidade de substâncias fiscalizadas para tratar feridos e doentes", acrescenta no documento o presidente da JIFE, o sul-africano Lochan Naidoo.

O uso reduzido destes analgésicos opiáceos em muitos países deve-se a uma regulamentação inadequada, falta de preparação do pessoal de saúde, preconceitos culturais, fatores económicos e falta de acesso a estes medicamentos, indica o JIFE.

Sobre a situação das drogas no mundo, o JIPE pediu aos Estados que lutem contra os "aspetos socioeconómicos" que fomentam o consumo e o tráfico de drogas, como a pobreza, a desigualdade económicas, a exclusão social, a falta de perspetivas de emprego e a exposição à violência.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dor, no seu geral, é uma "experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só um componente sensorial, mas também um componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial ou é descrita em função dessa tal lesão".

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