"Benefícios do Treino Combinado em Doenças Cardiovasculares"
O exercício físico combinado (força e cardiorespiratório) diminui o risco de doenças cardiovasculares, segundo os resultados...

Segundo Marco António, colaborador do programa "O coração é a razão", que teve início em fevereiro, na Mealhada, os indivíduos que se sujeitam a treino combinado "esforçam menos o coração, o que diminui o risco de doença cardiovascular".

Além disso, acrescenta, a atividade física combinada apresenta resultados "muito favoráveis" em quem sofre da diabetes, glicemia alta, síndrome metabólico e diminui a percentagem de gordura corporal e perímetro abdominal.

Os "Benefícios do Treino Combinado em Doenças Cardiovasculares", que faz parte da tese de doutoramento de Marco António, vai ser uma das quatro comunicações livres a apresentar nas II Jornadas Científicas da Juventude, promovida pela Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

O trabalho de Marco António pretende aferir o benefício da atividade física para idosos e pessoas em grupos de risco, de modo a sensibilizar os médicos e professores de educação física a encaminhá-los para treinos combinados.

"Pretendemos sujeitar estas pessoas ao exercício combinado e saber a resposta que causa neles e, de um modo geral, as respostas têm sido positivas", frisou o jovem professor de educação física e doutorando em Ciências do Desporto, salientando também que estas pessoas têm "menos possibilidade de sofrer de angina de peito".

O programa o "Coração é a razão" é desenvolvido em parceria com a Misericórdia e município da Mealhada, Universidade de Coimbra e Delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

As II Jornadas Científicas da Juventude decorrem no auditório do Estádio Universitário de Coimbra sob o lema "STOP - Se Tás na Onda Previne!".

A iniciativa pretende dar oportunidade aos jovens universitários de apresentar os seus trabalhos e projetos na área da prevenção cardiovascular, proporcionando-lhes troca de conhecimentos com profissionais de outras áreas científicas.

A conferência de abertura, intitulada "O coração e a atividade física", vai ser proferida por Manuel Teixeira Veríssimo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e médico internista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

No último painel, dedicado ao Serviço Nacional de Saúde e atividade física, são oradores o advogado António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde, e os presidentes da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e da Administração Regional de Saúde do Centro, Carlos Cortes e José Tereso, respetivamente.

Estudo
Um relatório da indústria farmacêutica coordenado pelo antigo ministro Correia de Campos concluiu que falta ao SNS uma...

“Temos um programa bem desenhado que lentamente tenta disseminar-se, o Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, mas não existe um sentido de determinação nacional para um problema que continua a revelar dimensão assustadora”, lê-se no documento, que será hoje apresentado no Porto.

No relatório são recordados os dados da Infeção Associada a Cuidados de Saúde (IACS) em Portugal, onde a taxa de prevalência é superior a 10 por cento, “praticamente o dobro da média dos restantes países europeus”.

O primeiro estudo europeu, promovido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) em 2011 e 2012, concluiu que as infeções mais frequentes em Portugal eram as respiratórias (29,3%), as do trato urinário (21,1%) e as do local cirúrgico, com 18%.

As infeções da corrente sanguínea e as infeções gastrointestinais apresentam prevalências de 8,1% e 5,9%, respetivamente.

Para os autores do estudo “Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde: Contributo da Indústria de Meios de Diagnóstico in Vitro para o seu controlo”, “a estratégia de cooperação em vez da imposição é a correta”, mas “será insuficiente se não for acompanhada de um feixe de intervenções, não apenas informativas, mas também normativas” e “se não for apoiada pela inovação tecnológica” em redor, “de que são exemplo os testes de diagnóstico rápido”.

O estudo, coordenado pelo antigo ministro da Saúde António Correia de Campos para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), defende que “a mudança cultural deve ser persuasiva” e que “a relação desconfortável que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] tem com a inovação tem que ser ultrapassada”.

“O SNS receia a tecnologia, pelos custos acrescidos desta e por não ter a certeza de serem compensados por benefícios correspondentes. Tende a olhar a inovação sempre no curto prazo, no contexto das limitações orçamentais anuais. Dificilmente consegue ver à distância”, lê-se no documento.

Para o fazer, sugere, “teria que substituir a sua posição reativa por uma postura prospetiva que antecipasse o conhecimento e planeasse a disseminação controlada da tecnologia”.

Os autores do documento elaboraram um conjunto de recomendações, entre as quais o alargamento e aprofundamento do conhecimento de “tudo o que respeita à IACS: clínico, organizativo, social e económico, nomeadamente através de estudos que permitam melhor conhecer a dimensão do problema, os seus custos, as alternativas de ação, os riscos e resultados, na linha da proposta apresentada neste relatório”.

“Conduzir, dentro do SNS, uma visão estratégica e de médio-prazo sobre o investimento em inovação tecnológica nos meios de diagnóstico e terapêutica, o planeamento antecipado da tecnologia, a recolha constante de informação e a comparabilidade de resultados” são outras das recomendações.

Outras propostas passam por “aperfeiçoar a logística interna do hospital de modo a encurtar os períodos de tempo despendido entre a terapêutica empírica e a terapêutica dirigida” e uma “especial atenção sobre as unidades de cuidados continuados a idosos e cidadãos em situação de dependência”.

Para os autores, deve ser integrado “o setor privado de saúde na recolha de informação e cumprimento das orientações e boas práticas sobre a IACS, recomendadas pela DGS”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em cada 100 doentes internados, sete nos países desenvolvidos e 10 nos países em desenvolvimento adquirem infeções hospitalares.

Estudo
Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho concluiu que a proteína AP2gama consegue "estimular a produção de...

Em comunicado, a Universidade do Minho (UMinho) adianta que os investigadores do seu Instituto de Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde concluíram, "ao contrário do que se pensava", que o cérebro adulto tem a capacidade de "produzir continuamente" novos neurónios.

O estudo, publicado quarta-feira como tema de capa da revista internacional "Molecular Psychiatry", do grupo Nature, demonstrou ainda que em ratinhos sem a proteína AP2gama a "produção de novos neurónios ficou comprometida", provocando défices na produção e arquivo de novas memórias ou na capacidade de navegação espacial.

"Descobrimos que a AP2gama, inicialmente associada à proliferação de células malignas no cancro da mama, estava também presente no cérebro. Para percebermos a sua função, utilizámos ratinhos geneticamente manipulados para não produzirem esta proteína ou para a produzirem em excesso e estudámos os seus efeitos", explicam Luísa Pinto e Nuno Sousa, que coordenaram a investigação.

Segundo a academia minhota, "esta possibilidade poderá beneficiar terapias para doenças neurológicas e psiquiátricas como a doença de Alzheimer e a depressão".

O texto aponta que "ao contrário do que se pensava, sabe-se agora que o cérebro de um indivíduo adulto tem a capacidade de produzir continuamente novos neurónios", um processo designado por neurogénese e que "é fundamental no controlo de diversas funções cerebrais e tem sido estudado na perspetiva de tratamento de diversas doenças do sistema nervoso central".

A investigação, diz o comunicado, mostra como a "falta" da AP2gama "prejudica vários domínios do comportamento".

"Foi ainda surpreendente concluir que a proteína AP2gama comanda a produção de uma população de neurónios decisiva para várias regiões do cérebro comunicarem entre si", acrescentam os coautores da investigação António Mateus-Pinheiro e Nuno Dinis Alves.

A equipa procura agora perceber se a desregulação desta proteína estará também envolvida no desenvolvimento de doenças psiquiátricas, como a ansiedade ou depressão.

O estudo envolveu ainda Patrícia Patrício, Ana Machado-Santos, Eduardo Campos, Joana Silva, Vanessa Sardinha, Joana Reis, Hubert Schorle, João Oliveira e Jovica Ninkovic.

O estudo pode ser consultado na morada eletrónica www.nature.com/mp/journal/vaop/ncurrent/full/mp2016169a.html

Global Forest Biodiversity Initiative
Um professor português integrou um grupo de cerca de 80 investigadores que realizaram um estudo alargado sobre biodiversidade e...

Helder Viana, docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu, foi o único português a integrar o grupo de pesquisa internacional Global Forest Biodiversity Initiative, que desenvolveu o estudo que vem apresentar dados e conclusões sobre a relação entre a variedade de espécies de árvores num mesmo ecossistema e a produtividade desse ecossistema.

O estudo, publicado na edição de outubro da revista Science, "traz uma avaliação feita em parcelas de floresta de 44 países, que permitiu chegar à conclusão que a biodiversidade tem uma influência tremenda na produtividade", sublinhou o investigador português.

Com base em mais de 777 mil parcelas de inventário, em 44 países com mais de 30 milhões de árvores de 8.737 espécies, neste trabalho comparou-se a evolução da produtividade em volume das árvores, em função da riqueza em espécies.

"Os resultados mostram uma relação positiva consistente da biodiversidade na produtividade florestal em todo o mundo, mostrando que a perda de biodiversidade continua resultaria num declínio da produtividade florestal em todo o mundo", referiu.

Com este estudo, constata-se que a relação biodiversidade/produtividade apresenta uma variação geoespacial considerável em todo o mundo.

A mesma percentagem de perda de biodiversidade levaria a um maior (ou seja, percentual) declínio relativo da produtividade nas florestas boreais da América do Norte, Nordeste Europa, Sibéria Central, Leste da Ásia e regiões dispersas de Sul-África Central e do Sul-Ásia Central.

Na Amazónia, África Ocidental e Sudeste, Sul da China, Myanmar, Nepal e do arquipélago malaio, no entanto, o mesmo percentual de perda de biodiversidade levaria a uma maior declínio absoluto da produtividade.

Helder Viana, diretor do Departamento de Ecologia e Agricultura Sustentável da Escola Superior Agrária de Viseu, possui vários artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais e participa em inúmeros projetos em Portugal e em diversos países.

29 de outubro - Dia Mundial do AVC
Na comemoração do Dia Mundial do AVC em 2016, as Sociedades Portuguesas do AVC e de Neurorradiologia de Intervenção aderem à...

“Mas para que o tratamento tenha sucesso o respeito pelo tempo é fundamental – tempo é cérebro – pelo que o AVC tem que ser encarado como uma situação de Emergência”, alertam as sociedades.

A Via Verde do AVC (ativada através de chamada para o 112) está organizada em Portugal para encaminhar os doentes rapidamente para os hospitais capazes de fornecer os tratamentos adequados.

Os especialistas da Sociedade Portuguesa do AVC (SPAVC) e da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia de Intervenção (SPNI) explicam que “estes tratamentos incluem medicamentos que dissolvem o coágulo (trombólise farmacológica), e a remoção do obstáculo à circulação cerebral (trombectomia mecânica), que aumentam as taxas de sobrevivência e reduzem a incapacidade”. Acrescentam ainda que “o tratamento multi-modal do AVC, que integra a trombectomia além do tratamento habitual do AVC, está a decorrer 24/24 horas nos Hospitais Centrais dos grandes centros urbanos, o que implica a necessidade de coordenação eficaz e rápida entre as várias Unidades Hospitalares, para que os doentes que se verifique que necessitam destes tratamentos possam ser referenciados para esses hospitais em tempo útil”.

O AVC pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer idade, em qualquer momento e envolve todos: sobreviventes, familiares, amigos, profissionais de saúde, locais de trabalho e comunidade em geral. Responder rapidamente aos sinais de alerta pode fazer a diferença entre a recuperação e a incapacidade.

Basta o aparecimento de um dos chamados “3Fs”:

- Dificuldade em falar

- Desvio da face (Boca ao lado)

- Falta de força num braço

para suspeitar de um AVC e acionar de imediato o 112

Todos os anos, mais de 6,5 milhões de vidas são perdidas em todo o mundo e 1 uma em cada 6 pessoas vai ter um AVC. Em Portugal, o AVC é a primeira causa de morte e de incapacidade.

“Conheça os factos: o AVC, independentemente das importantes medidas preventivas de saúde publica, quando ocorre pode ser tratável e muitas vidas podem ser melhoradas com mais consciencialização e ação de todos os intervenientes – os decisores políticos, os profissionais da saúde, os media e a comunidade, e é sobretudo para a comunidade que chamamos particularmente a atenção neste dia”, apelam as Sociedade Portuguesas do AVC e de Neurorradiologia de Intervenção.

29 de Outubro
Em Portugal, cerca de 6 pessoas sofrem um Acidente Vascular Cerebral por hora, dos quais 3 culminam em óbito. No Dia Mundial do...

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquémico resulta da obstrução de uma artéria do cérebro, devido à formação ou embolização de um trombo (coágulo sanguíneo). Estes acidentes podem ser antecedidos por um AVC Isquémico Transitório (AIT), também designado por “princípio de AVC”. Os AIT ocorrem quando a obstrução da artéria cerebral é transitória e, consequentemente, os sintomas desaparecem espontaneamente em menos de 24 horas. Por esta razão, após um AIT, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta para importância da monitorização dos sintomas.

O AVC hemorrágico está relacionado com a rotura de uma artéria intracerebral. Tem manifestações clínicas semelhantes ao AVC isquémico: dormência na face ou nos membros, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, fala arrastada, visão subitamente nublada, confusão, ou dor de cabeça.

De acordo com as estatísticas, no seguimento de um primeiro evento a probabilidade de recorrência aumenta e, por esta razão, a prevenção destes incidentes assume um foco central.

Na prevenção do AVC a Sociedade Portuguesa de Cardiologia destaca:

- Manutenção de uma alimentação saudável – 5 a 6 refeições diárias, de menores proporções, redução do consumo de gorduras saturadas, açúcares e sal. Este condimento poderá ser substituído por outras ervas aromáticas;

- Prática de exercício físico – O sedentarismo é um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares;

- Monitorização do desempenho cardiovascular – Os níveis de colesterol total devem ser mantidos abaixo de 190mg/dL, e os valores da pressão arterial devem ser controlados com uma pressão sistólica (a máxima) inferior a 130 mmHg, e a pressão diastólica (a mínima) deve ser menor que 85mmHg;

- Deixar de Fumar - Um ex-fumador reduz em 50% o risco de sofrer uma doença cardiovascular;

- Limitação do consumo alcoólico;

Nas palavras do Dr. Miguel Mendes, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, "um acidente vascular cerebral, pela sua mortalidade e sequelas residuais pode ter consequências devastadoras para quem o sofre e para a sua família, Ninguém pode ficar insensível e não se envolver na sua prevenção."

Mais informações sobre o Acidente Vascular Cerebral podem ser consultadas no site www.euamoviver.com, desenvolvido com o patrocínio Científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Estudo
Os custos que as empresas têm com os seus planos de saúde para os colaboradores continuam a ultrapassar significativamente a...

O estudo, que avaliou os planos médicos que as empresas oferecem aos colaboradores, mostra ainda que este aumento dos custos é maioritariamente impulsionado pelas escolhas e pelo estilo de vida seguido pelas pessoas, como o tabaco, a falta de exercício físico e uma alimentação incorreta.

O estudo “Medical Trends Around the World”, que foi realizado junto de 171 seguradoras em 49 países, mostra que em 40 países, o aumento médio dos custos de saúde por pessoa corresponde praticamente ao triplo da taxa de inflação. Globalmente, em 2015 registou-se um aumento médio de 9,9% nos custos associados à saúde, sendo que a previsão para este ano aponta para uma percentagem de 9,8%. O aumento das despesas está a ser impulsionado por doenças não transmissíveis, ou seja, que não surgem por contágio mas sim por opções individuais e estilos de vida seguidos. A inflação média dos preços a nível global diminuiu de 3,9% para 3,5% durante o mesmo período.   

Para Paulo Fradinho, Business Leader da Mercer Marsh Benefits Portugal, os resultados apurados por este estudo sublinham a importância do papel que as empresas têm globalmente no controlo dos custos de saúde. “Os stakeholders necessitam de assumir esta disrupção nos cuidados de saúde. A janela de oportunidade para uma transformação dos cuidados de saúde liderada pelas empresas está agora aberta, onde a existência de um sistema de saúde económico e de qualidade é catalisador de um maior sucesso empresarial.” 

Paulo Fradinho acrescenta: “Acreditamos que uma taxa de inflação de despesas médicas que é praticamente três vezes superior à taxa de inflação global não é sustentável. Neste contexto, é essencial que as empresas percebam a importância de ter um programa de saúde a longo prazo. Esta abordagem requer, no entanto, algum investimento inicial, o suporte da equipa de gestão de topo e uma análise rigorosa do que pode, ou não, ser aplicado junto de uma força de trabalho específica.”

“Há uma coisa que as empresas devem ter sempre presente: a promoção de um estilo de vida saudável junto dos seus colaboradores, tem como consequência a melhoria da sua produtividade, a redução dos períodos de ausência e o aumento do nível de envolvimento com a empresa e o seu trabalho.”

O estudo apresenta também informações sobre o aumento do custo dos cuidados médicos, comparativamente à inflação em cada mercado, bem como sobre as diferentes condições de saúde que assolaram os colaboradores em 2015, os respetivos custos e a frequência registada.

Europa
A Europa é a região que deverá registar os valores mais baixos em termos de inflação dos custos médicos, de acordo com as previsões, com uma percentagem de 7,8% em 2016, valor que compara com uma taxa de inflação média regional de 2,5%. A Rússia, a Lituânia e a Ucrânia deverão registar o maior aumento das despesas de saúde, com aumentos de 17,8%, 17,3% e 15% respetivamente. Os níveis de inflação mais reduzidos na área da saúde surgem em França (1,8%), Holanda (2,5%) e Itália (2,9%). Para Portugal está estimado um aumento dos custos de 4%, valor que abaixo de países como Espanha, Irlanda, Noruega, Suécia e Reino Unido com valores acima dos 5%.

Na Europa, na lista dos principais problemas em 2015, com base no custo total, o cancro surge como a causa principal (53%), seguindo-se as doenças osteomusculares (43%) e as doenças do sistema circulatório (41%). Além destas, a lista contempla ainda as doenças gastrointestinais como as mais frequentes. O estudo destaca ainda que os problemas de saúde relacionados com o stress estão a aumentar na Europa.

Ásia
Em toda esta região, em 2016, as despesas de saúde deverão aumentar 11,5%, uma percentagem bastante superior à taxa média de inflação regional de 2,1%. O maior aumento de custos deverá registar-se no Vietname (19,3%), na Malásia (17,3%) e na Indonésia (11,8%). As doenças do sistema circulatório (59%), o cancro (52%), os problemas respiratórios (46%) e as doenças gastrointestinais (46%) foram os principais problemas de saúde registados em 2015. Vale a pena sublinhar que, na Ásia, o papel do governo em mercados específicos tem um impacto significativo nos custos. Por exemplo, o Vietname antecipou a aplicação de uma legislação para aumentar o custo de alguns serviços hospitalares públicos e produtos em até 30%.

Américas (excluindo EUA1)
As estimativas apontam para um aumento dos custos no Canadá de 6% em 2016, num contexto de uma taxa de inflação de 1,3%. Em toda a América Latina, a inflação média na área da saúde é de 12,8%, uma percentagem que compara com uma taxa de inflação média local de 8%. O maior aumento das despesas deverá acontecer na Argentina (33,3%), seguida pelo Brasil (18,6%) e pelo México (11%). Tal como acontece na Europa, o cancro revelou ser o mais problema em termos de custos (82%). Seguem-se as doenças do sistema circulatório (68%), os problemas respiratórios (27%) e de obstetrícia e gravidez (27%). Na América Latina, os empregadores e as seguradoras procuram endereçar os riscos para a saúde e as alterações demográficas que estão a ser impactadas pela contínua inflação geral e, mais recentemente, por grandes flutuações cambiais.

As seguradoras foram ainda desafiadas a identificar os principais riscos relativamente às despesas de saúde no futuro. De uma forma global, as seguradoras nomearam dois grandes riscos causados por fatores metabólicos (pressão arterial elevada, colesterol) e má alimentação (obesidade, falta de atividade física). O terceiro riscos mais citado varia de região para região. Na Ásia, os riscos ambientais foram considerados um fator relevante, o tabaco foi mais mencionado na América latina, no Médio Oriente e em África. Na Europa, os problemas de saúde emocionais e mentais foram destacados como o terreiro maior risco no contexto dos planos médicos. 

“Logótipo humano”
Mais de uma centena de crianças, famílias e voluntários da APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil juntaram...

O Dia Mundial da Maçã assinalou-se pela primeira vez a 21 de outubro de 1990 em Londres e desde então tem sido comemorado um pouco por todo o mundo como data simbólica para organizações que se dedicam à promoção da saúde.

O provérbio “uma maçã por dia mantém o médico afastado” pode aplicar-se a todas as frutas, assegura Mário Silva, presidente da APCOI "porque a maçã e todas as outras frutas contêm vitaminas e outros nutrientes únicos e insubstituíveis, sendo por isso que a Organização Mundial de Saúde recomenda a ingestão de três porções de fruta por dia. Contudo, a realidade nacional é bem diferente, 7 em cada 10 crianças portuguesas não comem essa quantidade por dia."

Para combater este problema de saúde pública a APCOI lançou em 2011 o projeto “Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável” que em cinco edições já beneficiou mais de 236 mil crianças em todas as regiões do país.

Estudo
Mais de metade dos doentes com psoríase são seguidos no setor privado por falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde,...

O estudo “Pessoa – viver com psoríase”, desenvolvido pela Faculdade de Farmácia de Lisboa e a Associação de doentes de psoríase, é o maior estudo epidemiológico alguma vez feito sobre a doença, pela dimensão da amostra (cerca de 600 doentes), pela abrangência geográfica (continente e ilhas) e pela abrangência dos domínios estudados – caracterização dos doentes, acesso aos cuidado de saúde, qualidade de vida dos doentes e os aspetos terapêuticos.

Segundo a investigadora que coordenou o estudo, Sofia Oliveira Martins, da Faculdade de Farmácia, este estudo surgiu da necessidade de se ter uma “fotografia desta população”, uma vez que havia muitos dados parciais sobre doentes de psoríase, mas não havia ainda dados globais.

E esta necessidade surgiu porque em 2016 a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a visão sobre a psoríase e emitiu um ‘report’ especial, focando o facto de que a psoríase devia deixar de ser vista como doença da pele e passar a ser vista como doença sistémica, em que as principais manifestações são da pele, mas com muitas outras comorbilidades, nomeadamente cardíaca e depressão.

Na opinião da investigadora, este estudo nacional tem ainda a mais-valia de transmitir uma visão que é a reportada pelo próprio doente.

Entre as principais conclusões do estudo, a que Sofia Oliveira Martins mais destaca pela sua gravidade é a de que apesar de haver uma boa referenciação para diagnóstico - os doentes com facilidade tiveram acesso ao dermatologista para fazer diagnóstico – depois para serem seguidos, mais de 50% da amostra é seguida no setor privado.

De acordo com os dados do estudo, 51,9% são seguidos no privado, 27,4% nos hospitais públicos e 20,8% nos centros de saúde.

Uma das razões para isto acontecer, invocada pelos doentes, é que o SNS não dá resposta de todo para o seguimento para os casos de psoríase.

“Em termos de custos para o doente isto é extremamente gravoso”, até porque os medicamentos usados no público são diferentes do privado.

“Alguns medicamentos são só de uso hospitalar ao nível do SNS e aos quais, porque são tão caros, o doente do privado não tem acesso”, afirmou.

Trata-se de medicamentos mais inovadores e que abordam a doença na sua globalidade, ao contrário dos que são usados pela maioria da população inquirida e que são os aplicados na pele.

Em termos de impacto financeiro, cerca de 34% referem que gastam mais de 50 euros por consulta e quase 70% gastam pelo menos 43 euros por mês em medicamentos.

A estes valores acrescem os custos com as deslocações, que podem ir dos 5 euros até mais de 20 euros.

Outra conclusão que saltou à vista foi que apesar de a maior parte dos doentes estarem tratados, mais de metade continua a ter sintomas quase todos os dias, ou seja o seguimento que é feito não permite ao doente deixar de lidar diariamente com os sintomas.

O impacto na qualidade de vida dos doentes é outro dos aspetos dominantes, sobretudo na componente dor e mau estar e ansiedade e depressão.

Com este estudo, que vai ser hoje apresentado na Assembleia da República, a investigadora pretende influenciar os decisores políticos no sentido de tentar mudar o acesso aos cuidados de saúde do SNS, alertando para que se trata de uma doença crónica que não tem cura, sendo pois “fundamental que os doentes possam ter acesso a este sistema para que possam ser tratados”.

O segundo passo a ser dado é o de sensibilizar os doentes e a população em geral para que “a psoríase não é uma doença de pele, é uma doença sistémica que tem que ser tratada como tal, uma doença do organismo todo, do sistema imune, autoimune, e que tem que ser tratada como um todo e não apenas como dermatológica”.

Na opinião de Sofia Oliveira Martins é importante também sensibilizar a própria comunidade clínica, não os dermatologistas que o sabem, mas os médicos de medicina geral e familiar, no sentido, por exemplo, das comorbilidades, em que “cerca de 30% da população tem depressão, outro tanto hipertensão, artrite psoriática”.

A investigadora diz querer mudar o paradigma, da mesma forma que a Organização Mundial da Saúde o fez, mas baseado em dados nacionais.

Estudo
Portugal apresenta as maiores discrepâncias entre as mulheres e os homens que reportam sintomas de depressão num estudo europeu...

São mais de 30% as mulheres portuguesas que reportam sintomas depressivos, a maior percentagem registada nos países avaliados, enquanto nos homens a percentagem é menor do que 16%.

“Em todos os países estudados, as mulheres reportaram mais sintomas de depressão do que os homens”, refere o estudo “European Social Survey”, mas as maiores diferenças foram registadas em Portugal, na Polónia, Espanha e Alemanha.

Este inquérito europeu sobre a saúde física e mental avaliou a perceção do estado da saúde em geral, onde também a percentagem de mulheres que consideram as suas condições de saúde como más e muito más é superior à dos homens.

As mulheres espanholas foram as que mais consideraram as suas condições de saúde como más e muito más, seguidas pelas mulheres húngaras. Os valores mais baixos correspondem aos homens irlandeses e aos homens suíços.

O estudo tentou ainda avaliar como são analisadas ou explicadas as desigualdades na saúde.

Em Portugal, as desigualdades são sobretudo explicadas por fatores referentes às condições de habitação, seguindo-se os fatores ocupacionais (como a situação laboral) e comportamentais (hábitos tabágicos, consumo de álcool ou atividade física).

Aliás, em todo o estudo se verificou que as desigualdades na saúde são menos explicadas por fatores comportamentais e mais por fatores ocupacionais e pelas condições de habitação.

O “European Social Survey” , feito com base em dados recolhidos em 2014 e 2015, conclui que a promoção de estilos de vida saudáveis por si só não é suficiente para reduzir problemas de saúde, devendo a estratégia passar por melhorar as condições físicas de trabalho e melhorar as políticas de distribuição do rendimento.

Estudo
Portugal tem a mais baixa percentagem de pessoas que praticam exercício físico frequentemente num conjunto de 21 países europeus.

O “European Social Survey”, que analisa as atitudes quanto à saúde física e mental em 21 países, mostra que apenas 13,1% dos homens portugueses e 11,5% das mulheres praticam exercício físico com frequência.

Portugal e a Hungria surgem como os países com menos praticantes regulares de atividade física frequente (realizada três a quatro vezes por semana). No caso da Hungria são quase 15% os homens que praticam exercício com frequência, percentagem que desce para 10,5% nas mulheres.

Os dados do estudo europeu, recolhidos em 2014 e 2015, exibem a Finlândia, a Noruega, a Suécia e a Irlanda como países com os melhores indicadores no exercício físico praticado por ambos os sexos.

Ainda na análise aos fatores comportamentais em Portugal, o país destaca-se pela elevada percentagem de homens (41,4%) que fumam mais do que 20 cigarros diários. Pelo contrário, apresenta também o mais baixo valor dos 21 países relativamente às mulheres fumadoras (14,7%).

Portugal mostra ainda a maior percentagem de homens que consomem álcool mais do que uma vez por semana (47,5%). Nas mulheres esse valor baixa para os 15,3%.

Já no consumo de fruta e vegetais pelo menos uma vez por semana Portugal surge destacado positivamente, com a maior percentagem de mulheres (82,7%) e de homens (76,2%) do conjunto dos 21 países analisados.

Em Portugal, o “European Social Survey” é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e é realizado por um consórcio constituído pelo Instituto de Ciências Sociais, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas e pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE).

Estudo
A gravidez em jovens entre os 12 e os 24 anos duplica o risco de AVC até seis semanas após o parto, em comparação com as da...

Segundo o estudo, publicado na revista médica JAMA Neurology, a gravidez entre os 35 e os 45 anos não parece aumentar o Acidente Vascular Cerebral (AVC) em comparação com as mulheres da mesma idade e o risco é reduzido para mulheres entre os 46 e os 55 anos.

Os autores analisaram os casos de 19.146 mulheres que foram hospitalizadas devido a um AVC entre 2003 e 2013 no estado de Nova Iorque, Estados Unidos, das quais 797 (4,2%) estavam grávida ou tinham dado à luza.

O estudo refere também que a taxa de mortalidade devido a AVC foi menor entre todas as mulheres grávidas em comparação com as que não esperavam crianças.

Formação
Profissionais de saúde de seis hospitais públicos vão receber 20 bolsas de formação avançada em cuidados paliativos pediátricos...

“Nós consideramos que é muito importante existir formação especializada nesta área” para apoiar as mais de 6.000 crianças e jovens com necessidades paliativas em Portugal, disse hoje à agência Lusa a presidente da associação Bibi Sattar.

Por outro lado, “é necessário” que os profissionais de saúde que decidem especializarem-se e criar equipas especializadas nessa área “adquiram conhecimentos para que possam desempenhar esse papel da melhor forma possível”, adiantou Bibi Sattar.

Foi nesse sentido que a associação decidiu atribuir bolsas de formação avançada na pós-graduação de cuidados paliativos pediátricos a profissionais de saúde dos seis hospitais, que foram selecionados “com base na sua experiência profissional, área de atuação e motivação”.

Para esse efeito, “fizemos um protocolo com a Universidade católica Portuguesa e assinámos um protocolo com seis hospitais de referência pediátrica para que em conjunto possamos contribuir para a constituição das equipas intra-hospitalares nesses hospitais”, que serão formadas por um pediatra, um psicólogo, um enfermeiro e um assistente social.

Os hospitais envolvidos são o Centro Hospitalar Lisboa Central (Hospital D. Estefânia), Centro Hospitalar Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria), Hospital Garcia de Orta, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Porto – Centro Materno-Infantil e o Centro Hospitalar S. João.

“Esta formação [que começa na sexta-feira] irá permitir o desenvolvimento da área dos cuidados paliativos pediátricos no nosso país, segundo os objetivos e os princípios consagrados na Lei de Base de Cuidados Paliativos”, como a promoção das competências técnicas dos profissionais que prestam cuidados a crianças com doenças limitantes e ameaçadoras de vida”, salientou Bibi Sattar.

Para a pediatra oncologista Ana Lacerda, a “falta de sensibilização e formação básica e especializada dos profissionais de saúde, a escassez de apoios domiciliários especializados e a heterogeneidade dos diagnósticos, são algumas das barreiras para a prestação destes cuidados em Portugal”.

Bibi Sattar lembra que Portugal é considerado “um dos países que apresenta menos desenvolvimentos na área dos cuidados paliativos pediátricos”.

“Felizmente começam a observar-se alguns avanços”, nomeadamente a inauguração este ano da primeira unidade de cuidados paliativos no norte do país, “mas ainda há muito trabalho por fazer”.

A atribuição das bolsas de formação enquadra-se no projeto da aTTitude “Vamos Cuidar - Cuidados Paliativos Pediátricos”, lançado em 2015 e pioneiro em Portugal, que teve como primeiro objetivo o desenvolvimento da plataforma online “Cuidando Juntos” – www.cuidandojuntos.org.pt.

Sindicato dos Enfermeiros
O reforço de verba inscrita no Orçamento do Estado para a Saúde é “extremamente insuficiente” e não prevê reposição do valor...

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) afirmou hoje à Lusa que o Orçamento do Estado para 2017 traz muito poucas novidades e medidas insuficientes, quer para a função pública em geral, quer, em particular, para os profissionais de saúde.

Este orçamento tem um “sentido positivo, que é o de repor rendimentos e direito sociais, contudo as medidas são extremamente insuficientes para a função pública, onde não há descongelamento de escalões e onde não há aumentos salariais”.

Na opinião do presidente do SEP, José Carlos Martins, o orçamento traz uma “novidade muito negativa” para os enfermeiros e para os outros profissionais de saúde, que é a “não reposição das horas de qualidade e das horas noturnas”, o valor das horas feitas durante as tardes, os fins-de-semana e as noites.

“Portanto, o que vamos exigir na próxima reunião do Ministério da Saúde, no dia 3 de novembro, é que sejam adotadas medidas que reponham o valor integral das horas de qualidade e que continuem a admitir os enfermeiros necessários”, adiantou o responsável.

José Carlos Martins garante que, caso isso não venha a acontecer, o sindicato vai “desenvolver um plano de exigência de pagamento maciço do trabalho extraordinário que está a ser realizado” e vai elaborar um plano nacional “de denúncia e exigência, pelas regiões”.

Contudo, o dirigente sindical mantém a esperança de que no debate da especialidade haja mais dinheiro adstrito ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Trezentos milhões é extremamente insuficiente, e esperemos que estes problemas dos enfermeiros sejam resolvidos com este orçamento”, afirma, considerando que o único aspeto “positivo” diz respeito a cerca de 2.500 enfermeiros e “tem a ver com o pagamento dos incentivos financeiros aos enfermeiros das USF modelo B”.

“Esta lei do orçamento traz uma norma que resolve este problema para o futuro, mas quanto ao pagamento dos incentivos de 2015, também teremos que ver com o Ministério da Saúde no dia 3 de novembro”, acrescentou.

O dirigente sindical recorda que houve “dois mil milhões cortados no tempo da troika”, pelo que considera que seria bom, no mínimo, repor “pelo menos mil milhões”, pois “300 milhões é muito pouco”.

 

Dentro de três anos
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse hoje, na Nazaré, que o país deverá atingir a cobertura plena em termos ...

“O número de médicos que saem, em média 400 e poucos por ano, é muito superior às aposentações e portanto começamos, pela primeira vez, a ter um saldo positivo”, afirmou o ministro da Saúde, admitindo a expetativa de que “nos próximos dois a três anos” o país tenha “a situação da cobertura resolvida”.

Para isso concorre, segundo Adalberto Campos Fernandes, “a melhoria das condições estruturais”, ou seja, “melhores centros de saúde e melhores equipamentos”, com que o Governo acredita conseguir “atrair mais jovens para fora grandes metrópoles”.

A par, disse o ministro aos jornalistas, o Governo está “a trabalhar também num programa de incentivos para que alguns médicos possam optar por ir para zonas mais interiores”, já que, sublinhou, mesmo com "um aumento total de médicos ou mesmo excedente há sempre pontos do país onde é difícil essa opção se colocar”.

Adalberto Campos Fernandes falava na Nazaré, à margem da assinatura do contrato programa com o município da Nazaré para construção de uma nova Unidade de Saúde que substituirá um pré-fabricado com 36 anos.

O novo centro de saúde representa um investimento global de 1,236 milhões de euros, suportados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) e com uma comparticipação comunitária de 85%.

De acordo com o presidente da autarquia, Walter Chicharro, na próxima sexta-feira o executivo deverá aprovar a abertura de procedimentos para o concurso público, prevendo-se que “até 31 de outubro seja feita a candidatura a fundos comunitários, visto que a obra está prevista no Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Comunidade Intermunicipal do Oeste”.

A obra, que só poderá arrancar após a obtenção do visto do Tribunal de Contas, será construída no mesmo local até aqui ocupado pelo pré-fabricado, ficando a câmara responsável pelos arruamentos e arranjos exteriores.

No novo centro de saúde ficarão instaladas as unidades de saúde Global e Nazareth, com um total de nove médicos e cerca de 20 utentes inscritos, que até à inauguração do novo edifício ficarão instaladas provisoriamente em dois edifícios da Confraria da Nazaré.

 

Investigação médica
Um grupo de cientistas criou um novo contracetivo masculino que impede que os espermatozóides consig

Investigadores da Universidade de Wolverhampton em parceria com cientistas portugueses criaram um composto peptídico de penetração celular, que se ‘infiltra’ no esperma e consegue impedir que os espermatozóides consigam nada, tornando-os assim incapazes de fertilizar os óvulos.

Como reporta o Mirror, esta substância poderá ser tomada de forma oral através de uma pílula, mas também poderá ser usada em spray nasal ou implante na pele.

Poderá ser tomada minutos antes da relação sexual e conseguirá tornar o homem ‘infértil’ durante vários dias, segundo destacam os cientistas.

"Os resultados são impressionantes - e quase instantâneos. Quando pega em esperma saudável e adiciona o nosso composto, em poucos minutos o esperma, basicamente, não se consegue mover", disse o professor John Howl, que está a dirigir o projeto.

A pílula masculina ainda está em fase de testes, mas se tudo correr conforme planeado poderá estar disponível em 2021.

Se funcionar, a pílula masculina poderia ter um efeito dramático, especialmente para casais em que as mulheres são incapazes de usar a pílula por razões de saúde.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença é rara e afeta cérebro
Quase 100 por cento dos doentes com esclerose tuberosa apresentam sinais da doença no cérebro, sendo as manifestações mais...

Especialistas reúnem-se em Portugal para debater a doença.

A esclerose tuberosa é um distúrbio genético raro mas grave, uma vez que é responsável pelo desenvolvimento de tumores benignos que comprometem a função de vários órgãos do nosso corpo, como coração, olhos, pulmões e pele.

"Temos ainda o caso dos tumores benignos cerebrais e renais que também são muito frequentes e graves, uma vez que colocam a vida dos doentes em risco", explica Micaela Rozenberg, presidente da Associação de Esclerose Tuberosa em Portugal (AETN), em comunicado.

"A esclerose tuberosa pode causar diversos tipos de lesões cerebrais como, por exemplo, massas anormais de tecido que se encontram na parte superficial do cérebro; nódulos subependimários, que são nódulos com, geralmente, menos de 1 centímetro; e astrocitomas de células gigantes, também conhecidos como tumores de células gigantes. Estes últimos desenvolvem-se em cerca de 15 por cento dos doentes e manifestam-se nos primeiros 20 anos de vida", indica ainda a presidente da AETN.

"Algumas pessoas apresentam todas as lesões, enquanto outras não apresentam envolvimento cerebral. No entanto, sabe-se que quase 100 por cento dos doentes apresentam sinais da doença no cérebro", conclui Micaela Rozenberg.

Entre os dias 3 e 5 de novembro, a AETN vai realizar a Conferência Internacional de Investigação em Esclerose Tuberosa.

O evento realiza-se pela primeira vez em Portugal, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, vai juntar especialistas mundiais na área da esclerose tuberosa e doentes de todo o mundo.

Durante o evento vão ser apresentados os resultados do esTUpt, um estudo epidemiológico sobre a esclerose tuberosa em Portugal, da responsabilidade da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa.

O que é a esclerose tuberosa?

É num distúrbio genético que se traduz no desenvolvimento de tumores benignos em órgãos vitais como o coração, olhos, cérebro, rins, pulmões e pele. O crescimento destes tumores revela um comportamento agressivo porque ameaça a função dos órgãos atingidos.

Dois terços dos diagnósticos são novos casos da doença sem antecedentes familiares e um terço são casos hereditários. Quando se manifesta pode provocar epilepsia, autismo ou défice cognitivo.

Apesar de ser uma doença rara para a qual ainda não se conhece cura, existem atualmente medicamentos disponíveis para o tratamento dos diferentes sintomas. As manifestações e prognóstico variam de caso para caso, em função dos órgãos envolvidos e da gravidade dos sintomas, sendo os mais comuns as alterações cutâneas e convulsões. Os tumores benignos cerebrais e renais são também frequentes e comportam risco de vida para os doentes.

No dia Mundial da Terceira idade
A esperança média de vida da população Portuguesa tem aumentado nos últimos anos, sendo a média atual de 81,1 anos. Este dado...

Numa população envelhecida é comum a manifestação de doenças cardiovasculares. Em 2012 estas doenças foram responsáveis pela morte de mais de 30 mil Portugueses, representando a primeira causa de morte no país.

Uma das patologias cardiovasculares mais prevalente na população idosa é a insuficiência cardíaca, que se desenvolve ao longo do tempo, correspondendo à fase terminal de outras doenças cardiovasculares.

Um coração com insuficiência cardíaca apresenta incapacidade de bombear o sangue com a eficiência necessária para satisfazer as necessidades do organismo. Os sintomas mais comuns desta patologia são:

 - Falta de ar, tosse/pieira, aumento de peso e tornozelos inchados, sintomas que resultam de acumulação de líquidos; - Cansaço, fadiga, tonturas e frequência cardíaca rápida, sintomas que advêm de um fluxo sanguíneo insuficiente.

No Dia Mundial da Terceira Idade, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança o repto relembrando que é necessário garantir a manutenção de hábitos de vida saudáveis de modo a evitar complicações cardiovasculares, no futuro.

Desta forma, poderemos garantir uma diminuição da prevalência de patologias terminais, como a insuficiência cardíaca, que todos os anos afetam milhões de Portugueses.

Na presença de algum dos sintomas referenciados, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia recomenda a consulta do seu médico de família ou do médico cardiologista.

Mais informações sobre a Insuficiência Cardíaca encontram-se disponíveis no site www.euamoviver.com, desenvolvido com o patrocínio Científico da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Estudo
Menos de cinco mil pessoas em Portugal estarão infetadas com VIH/sida sem saberem, representando menos de 10% do total de...

Esta nova análise foi feita por especialistas portugueses em articulação com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa) e foi baseada numa nova ferramenta de modelação feita especificamente para o VIH – vírus da imunodeficiência humana.

António Diniz, antigo diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida que apresenta hoje este novo estudo na conferência internacional de Glasgow sobre a infeção, considera que este trabalho permite uma radiografia mais real da situação do VIH em Portugal.

Os novos dados apontam para menos de 45 mil pessoas infetadas com VIH em Portugal, um número que é menos elevado do que as 65 a 70 mil pessoas que a própria ONU/sida apontava para o país.

Em declarações à agência Lusa, António Diniz explica que a nova análise permitiu estimar que menos de 40 mil das 44.176 mil pessoas estão diagnosticadas, o que dá uma fração de não diagnosticadas de cerca de 10%.

“A fração de não diagnosticadas é menor do que os 25 a 30% que julgávamos”, especificou um dos autores do estudo, que trabalhou em conjunto com outro antigo perito da Direção-geral da Saúde e com uma colega do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Assim, Portugal parece ter já cumprido o primeiro dos três objetivos traçados pelo Programa das Nações Unidas para o VIH para 2020: ter 90% das pessoas que vivem com VIH diagnosticadas.

Os outros dois elementos da tríade de 90/90/90 definidos pela ONU são atingir 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos que estão em tratamento atingirem carga viral indetetável (o que torna muito baixa a possibilidade de transmitir a infeção).

Perante os dados dos casos não diagnosticados, António Diniz considera que Portugal não deve abrandar o ritmo do diagnóstico precoce, mas tem de passar a incidir nos outros dois objetivos definidos pela ONU.

Vários são os fatores que podem contribuir para a ausência de diagnóstico, como a noção de risco ou até o acesso aos cuidados de saúde. Mais um motivo é o facto de a infeção por VIH ser uma doença que fica assintomática durante muito tempo.

Outro dado do estudo hoje apresentado mostra que o tempo médio para o diagnóstico após a pessoa ser infetada se situa nos quatro anos em Portugal.

Para se chegar a este valor através da modelação matemática são tidos em conta os níveis de carga viral da infeção e se o doente tem critérios de sida. A partir destes níveis é possível calcular quanto tempo antes terá ocorrido a infeção para se chegar aos níveis atuais.

“Ainda não é o tempo ideal, mas anda longe dos oito ou nove anos que tivemos [há duas ou três décadas] ”, comentou António Diniz.

Os quatro anos até ao diagnóstico são o tempo médio e há diferenças significativas entre os grupos. Por exemplo, os homens que têm sexo com homens demoram menos no diagnóstico (2,8 anos), o que é significativamente menos do que os heterossexuais (cerca de 4,5 anos).

A noção de risco entre os dois grupos parece ser um fator determinante para a diferença no tempo entre a infeção e o diagnóstico.

O estudo hoje apresentado em Galsgow, que reporta a valores de 2014, indica ainda que só nesse mesmo ano terão ocorrido mais de 500 infeções por VIH.

António Diniz considera que este estudo vem mostrar que pode ser possível chegar a 2030 apenas com casos isolados de VIH/sida, sendo que é imperioso que em 2020 se atinjam as metas definidas para 2020 pela ONU.

“Não me parece possível falar um dia em erradicação, acho que vai haver sempre casos isolados. Erradicação conseguir-se-ia eventualmente com uma vacina. Erradicação é o desaparecimento à escala mundial, isso parece complicado. Mas parece-me possível que a infeção deixe de ter caráter de epidemia e que o que exista sejam casos isolados”, projetou o perito português, especialista do Hospital Pulido Valente, que integra o Centro Hospitalar de Lisboa Norte.

Dia Mundial da Poliomielite
No dia em que se assinala mundialmente a Poliomielite, a pediatra da Isabel Castro Esteves descreve-

A poliomielite (polio) é uma doença viral grave e potencialmente fatal, que pode complicar-se de sequelas neurológicas permanentes (paralisia flácida). É altamente contagiosa e pode ser causada por um dos 3 serótipos do vírus da polio.

Não existe cura para a poliomielite. Apenas podemos apostar na prevenção, pois existem vacinas seguras e eficazes. A melhor estratégia para erradicar a polio é imunizar todas as crianças e assim parar a transmissão. Até que a poliomielite esteja completamente erradicada, todos os países permanecem em risco de importar o vírus selvagem, como aconteceu em várias zonas do globo.

Como está a incidência da poliomielite em Portugal e no mundo?

A primeira vacina para a polio foi desenvolvida em 1953 e foi um dos grandes passos dados no caminho para a erradicação desta doença. Com o arranque da iniciativa global de erradicação da polio (GPEI - Global Polio Eradication Initiative) em 1988, a incidência diminuiu 99% até aos dias de hoje. Esta importante conquista só foi possível graças às campanhas de imunização da Organização Mundial de Saúde (OMS) e ao esforço de outras organizações não governamentais.

Inúmeras áreas do globo são actualmente consideradas livres de polio (Europa, Américas, Pacífico e sudeste asiático). O último caso de polio endémico em Portugal foi declarado em 1986.

No entanto em 2015 registaram-se 74 casos em todo o mundo. A polio permanece endémica em 3 países: Afeganistão, Paquistão e Nigéria. Outros países apresentam surtos ou estão em áreas consideradas de risco elevado, dada a proximidade geográfica com países endémicos que favorece movimentos migratórios e relações comerciais, associada a fragilidades das políticas de saúde pública e serviços de imunização.

A OMS considera que apenas um caso confirmado de polio no mundo, coloca em risco as crianças de todos os países. Dada a grande infecciosidade do vírus, o número de casos pode aumentar de modo exponencial e condicionar milhares de infectados, em especial nas populações susceptíveis.

Como se transmite a poliomielite?

O homem é o único hospedeiro natural. O vírus transmite-se por via fecal-oral, por contacto directo com fezes de uma pessoa infectada, ou através de água e alimentos contaminados.

Quais são os sintomas da poliomielite?

O período de incubação é habitualmente de 7 a 14 dias. A maioria dos infectados permanece assintomático ou apresenta sintomas ligeiros (90-95% dos casos).

No entanto a infeção pode causar sintomatologia geral como febre associada a cansaço/prostração, diminuição do apetite, dores musculares, dor abdominal, náuseas, vómitos e obstipação ou diarreia.

Em menor número de casos cursa com um quadro sugestivo de meningite, manifestando-se com febre, cefaleias (dor de cabeça), dor no pescoço e rigidez da nuca. Raramente (0,1 a 1% dos casos), a doença condiciona paralisia flácida aguda por destruição dos neurónios motores. Pode afectar um ou vários músculos, com predominância dos membros inferiores e pode tornar-se uma sequela irreversível.

Como se trata e previne a poliomielite?

Não existe cura para a polio, o tratamento é dirigido ao alívio dos sintomas e complicações da doença. Apenas a prevenção é possível através da vacinação.

Existem actualmente diferentes tipos de vacina para esta doença. A vacina que é utilizada em Portugal é uma vacina inactivada, que protege contra o vírus da polio do serotipo 1, 2 e 3. No âmbito da Programa Nacional de Vacinação é administrada a todas as crianças de modo universal e gratuito, aos 2, 4 e 6 meses de vida (primovacinação) e aos 5 anos (dose de reforço).

Dada a persistência de países endémicos e a elevada infecciosidade do vírus, é fundamental manter uma imunidade populacional segura através de taxas de vacinação elevadas em todos os países. São também essenciais redes eficientes de vigilância epidemiológica. Só desta forma será possível parar a transmissão e prevenir os surtos, no caminho da erradicação global da doença.

REFERÊNCIAS:      

1- Países endémicos para a Poliomielite. Global Polio Erradication Initiative. [consultado em outubro de 2016] Disponível em:  http://polioeradication.org

2- Programa Nacional de Erradicação da Poliomielite - Plano de Ação Pós-Eliminação. Direcção Geral de Saúde. [consultado em outubro de 2016] Disponível em: http://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/norm...

3- Poliomielite. World Health Organization. [consultado em outubro de 2016] Disponível em: http://www.who.int/topics/poliomyelitis/en/

4- Garon JR, Cochi SL, Orenstein WA. The Challenge of Global Poliomyelitis Eradication. Infect Dis Clin North Am. 2015; 29:651-65. 

 

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