Relatores da ONU consideram
Relatores do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas defenderam, de forma independente da organização, que negar o...

"O sofrimento mental que mulheres e meninas podem enfrentar quando desejam interromper uma gravidez, incluindo o contexto do Zika, mas não têm acesso legal ao serviço, pode ser grave e pode atingir o nível de tortura e/ou tratamento cruel, desumano ou degradante", lê-se num parecer citado no diário brasileiro O Globo de hoje.

Para os relatores, a situação é mais crítica em mulheres "particularmente vulneráveis, em função de sua idade, ?status' de deficiência, ou as circunstâncias de sua gravidez".

Os relatores explicaram, com base na jurisprudência internacional, que a tortura não acontece apenas para obter uma confissão ou punir alguém, mas que a discriminação também é um fator motivador e pode estar baseado em género.

A manifestação foi incluída num parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil e deverá integrar a ação apresentada pela Associação Nacional de Defensores Públicos, que pede o direito de aborto para mulheres infetadas com o vírus, segundo o jornal.

O documento dos relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) é o conteúdo principal do pedido do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Género (ANIS), que quer ingressar no processo para apoiar o STF, de acordo com O Globo.

"Esse parecer é extremamente importante ao apontar que, quando a agressão ocorre no cenário de discriminação a um grupo, género ou raça específica, por exemplo, pode ser considerada tortura", disse Sinara Gumieri, pesquisadora e advogada do ANIS, citada pelo jornal.

Em fevereiro, a ONU defendeu o direito à interrupção voluntária da gravidez em caso de Zika.

No âmbito da ação que tramita no STF, o procurador-geral de Brasil, Rodrigo Janot, defendeu, em setembro, o direito das mulheres a abortar caso tenham contraído o vírus e perante a possibilidade de os bebés nascerem com microcefalia.

No mesmo mês, o Senado brasileiro manifestou-se contra, com o presidente do Senado, Renan Calheiros, a considerar, através da Advocacia da câmara alta do Congresso, que os fetos com microcefalia "são geralmente viáveis, embora possuam uma malformação que lhes causará transtornos na sua vida".

A Advocacia-Geral da União (AGU), que defende o Governo, também se mostrou contra o aborto nestas situações.

O Governo brasileiro declarou, em novembro, emergência sanitária nacional devido à rápida propagação do vírus no país, em particular pela relação direta e comprovada entre as mulheres que contraem o vírus nos primeiros meses de gravidez e os casos de microcefalia.

A microcefalia é uma malformação em que os bebés nascem com a cabeça menor do que o normal.

Estudo
O uso de métodos contracetivos modernos nos quatro países lusófonos mais pobres (Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste...

O estudo, realizado pela Family Planning 2020, iniciativa que envolve 36 países empenhados no apoio a programas de planeamento familiar, analisou o progresso no acesso e uso de métodos modernos de contraceção nos 69 países mais pobres do planeta.

Dos quatro países lusófonos incluídos, a Guiné Bissau e Timor-Leste são os que registam menor uso de métodos contracetivos, respetivamente 15,6 e 17,2 por cento das mulheres, cerca de metade do valor em Moçambique (30,6%) e São Tomé e Príncipe (31,5%).

Os países são divididos em quatro grupos, relativamente ao nível de uso, sendo que a Guiné-Bissau, Timor-Leste e Moçambique se encontram nos do grupo de países "a entrada num período onde poderá ocorrer rápido crescimento" de uso.

São Tomé e Príncipe está entre os países "no período onde o crescimento mais rápido normalmente ocorre".

Na Guiné-Bissau o estudo estima que haja 70 mil mulheres a usar métodos contracetivos (apenas 40% das que os procuram), que já evitaram 16 mil gravidezes indesejadas, cinco mil abortos de risco e a morte de 70 mulheres.

Em Timor-Leste há cerca de 40 mil utilizadoras (49,7% das que procuram), tendo sido evitadas 12 mil gravidezes, 4 mil abortos de risco e 10 mortes maternas.

Em STP há 10 mil utilizadoras (52,6% das que procuram), tendo sido evitadas 3.000 gravidezes, 800 abortos de risco e cinco mortes maternas, enquanto em Moçambique há 1,82 milhões de utilizadoras (51% das que procuram) e se podem ter evitado 490 mil gravidezes indesejadas, 146 mil abortos de risco e mil mortes maternas.

Em STP a pílula é o mais usado (39,6%), seguindo-se injeção (31%) e preservativo, enquanto na Guiné Bissau o IUD é o mais usado (24,1%), seguindo-se implantes (22,8%), o método LAM (lactação e amenorreia), usado por 16,6%, e preservativos (11,7%).

Em Timor-Leste, onde pressões religiosas travam muitos dos métodos, o mais usado é o da injeção (75%), a pílula (7,8%), o IUD (6,3%), e a esterilização e implantes (3,9% cada), com apenas 0,8% a usarem preservativo.

No caso de Moçambique o estudo indica que os métodos mais usados são a pílula e a injeção (35,5% cada) e o preservativo (24.8%).

Family Planning 2020 nasceu da cimeira sobre planeamento familiar de 2012 em Londres em que mais de 20 governos se comprometeram a lidar com políticas, financiamento, distribuição e barreiras culturais que impedem mulheres de ter acesso a métodos contracetivos modernos.

O grupo de apoiantes da iniciativa, que cresceu para 36 países, inclui ainda a Bill & Melinda Gates Foundation, o Department for International Development do Reino Unido, o Fundo de População das Nações Unidas e a USAID.

Os países empenhados neste programa contribuíram mais de 2,6 mil milhões de dólares em apoio financeiro bilateral para programas de planeamento familiar.

No estudo indica-se que nos 69 países mais pobres do planeta, incluindo alguns dos menos desenvolvidos, mais de 300 milhões de mulheres usaram este ano métodos contracetivos modernos.

Um "marco" que "demorou décadas aos setores de saúde e desenvolvimento a alcançar" e que permitiu, só este ano evitar quase 124 mil mortes maternas (mais 19 mil que em 2015), 26 milhões de abortos inseguros (mais 2,5 milhões), e 82 milhões de gravidezes indesejadas (mais oito milhões).

Apesar do aumento - hoje há mais 30 milhões de mulheres que em 2012, nestes 69 países com acesso a métodos modernos de contraceção - o relatório nota que ainda é necessário mais esforço internacional para chegar à meta de 120 milhões até 2020.

A nível regional, pela primeira vez mais de 30% das mulheres nos países do leste e sul de África utilizaram métodos contracetivos, tendo na África Ocidental o uso aumentado em mais de um milhão de mulheres entre 2011 e 2015.

Beth Schlachter, diretora executiva da FP2020, sublinhou que apesar de ainda não ter sido possível chegar a todas as mulheres que querem ou precisam de contraceção, é hoje possível "ter informação mais detalhada sobre cada país" e perceber melhor como atuar.

Em particular, sublinha-se no estudo, continua a faltar financiamento para programas de planeamento familiar, material incluindo preservativos e suficientes e adequados métodos de distribuição.

"Com renovado empenho temos a oportunidade e a obrigação de chegar aos locais onde é mais difícil chegar, incluindo os jovens, os mais pobres, os mais marginalizados e mais vulneráveis, garantindo que todos os programas e políticas se baseiam no principio de apoio, acesso, disponibilidade e qualidade de assistência", disse Schlachter.

Esquadrão Pneumonia adverte
Todos os dias são internadas 81 pessoas com Pneumonia. 16 acabam por morrer. Ou seja, a cada hora e meia, morre uma pessoa...

Conscientes do papel fundamental da prevenção, o Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Fundação Portuguesa do Pulmão, a Associação Respira e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia organizaram uma ação de sensibilização para a Pneumonia e para os problemas com ela relacionados. Chama-se Esquadrão Pneumonia e, pelo quarto ano consecutivo, vai percorrer o País no combate contra a doença.

A campanha “Esquadrão Pneumonia” chega amanhã às ruas. Entre as 10.00 e as 18.00, o Esquadrão vai estar na Praça da Figueira, em Lisboa, com o objetivo de sensibilizar a população para a Pneumonia e para os problemas com ela relacionados.

Depois de Lisboa, a ação prolongar-se-á por mais de uma semana, ao longo da qual passará por Évora, Leiria e Aveiro, terminando no Porto no dia 12, data em que se comemora o Dia Mundial da Pneumonia.

O apelo à prevenção é grande mensagem deste Esquadrão, que estará presente em algumas das mais emblemáticas praças do País com uma equipa de profissionais de saúde que vão realizar testes de espirometria e transmitir informação sobre a doença, explicar as principais formas de prevenção e esclarecer outras dúvidas.

A campanha Esquadrão Pneumonia dirige-se a toda a população, sobretudo, aos adultos a partir dos 50 anos. O seu principal objetivo é alertar a sociedade civil, a par da comunidade científica, para a importância de prevenir a doença. Com o Esquadrão Pneumonia, pretende-se impactar as pessoas na rua, dar-lhes a oportunidade de testarem a sua capacidade respiratória e de se aconselharem com profissionais de saúde qualificados.

São registados casos de Pneumonia ao longo de todo o ano mas é nesta época que se registam o maior número de casos. A vacinação antipneumocócica é a forma mais eficaz de se proteger e prevenir a Pneumonia.

Crianças e adultos a partir dos 65 anos, pessoas que, a partir dos 18 anos, sofram de co-morbilidades como Diabetes, Doença Cardíaca Crónica, Asma ou DPOC, fazem parte dos grupos de risco e por isso estão particularmente aconselhadas a fazer a prevenção.

Calendário Esquadrão Pneumonia
03 de novembro – Lisboa | Praça da Figueira | 10.00 – 18.00
05 de novembro – Évora | Praça 1º de Maio | 10.00 – 18.00
08 de novembro – Leiria | Praça Rodrigues Lobo | 10.00 – 18.00
10 de novembro – Aveiro | Praça do Mercado| 10.00 – 18.00
12 de novembro – Porto | Praça dos Leões | 10.00 – 18.00

Os adultos também devem vacinar-se
A imunização na idade adulta é uma das preocupações das entidades promotoras do Esquadrão Pneumonia, que apelam à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de Pneumonia.

O pneumococo é um dos agentes microbianos mais vezes identificados como causa de pneumonia. Sintomas como febre, tosse, expetoração, dificuldade respiratória, podem estar associados a pneumonia pelo, que quando presentes, devem ser convenientemente avaliados por um médico. A vacinação  antipneumocócica é uma das armas que atualmente possuímos. Dirigida contra o pneumococo é a forma de minimizar esta doença que afeta, sobretudo, crianças e adultos a partir dos 65 anos e pela sua fragilidade, pessoas acima dos 50 anos que sofram de co-morbilidades como Diabetes, Doença Cardíaca Crónica, Asma ou DPOC, também devem ter especial atenção à prevenção.

De 18 em 18 minutos, há um internamento por Pneumonia. A cada 90, morre uma dessas pessoas. O conhecimento dos sintomas da doença e o recurso atempado aos cuidados médicos, a vacinação anti-gripal, bem como, a vacinação anti-pneumocócica poderão melhorar significativamente esta situação.

Para além da Pneumonia, a vacinação antipneumocócica previne formas graves da infeção por pneumococos como a Meningite e a Septicémia, e outras menos graves como a Otite Média Aguda e a Sinusite.

O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.

Em Portugal, custa uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros apenas com tratamento e internamento. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.*

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

‘Comédia por uma causa séria’
Noite de casa cheia permite doar mais 11.000 euros naquela que foi a sétima edição da iniciativa que tem como missão...

Sétima edição contou com a presença do apresentador Jorge Gabriel, embaixador da iniciativa, e as atuações de Pedro Tochas e Mário Daniel

Sala completamente cheia foi o resultado da adesão do público a mais uma edição do ‘Comédia por uma Causa Séria’. Após esgotar os bilhetes em apenas um dia, no passado dia 31 de outubro, o teatro Tivoli BBVA encheu-se de humor, magia e espírito solidário com um espetáculo que, pela forte adesão do público, possibilitou à Pfizer Oncology fazer um donativo de 11.000 euros à Liga Portuguesa Contra o Cancro, acumulando assim uma quantia superior a 100.000 euros doados desde 2010, ano em que foi criada a iniciativa solidária. Pedro Tochas e Mário Daniel atuaram num palco partilhado com o agora embaixador ‘Comédia por uma Causa Séria’ Jorge Gabriel.

O ‘Comédia por uma Causa Séria’ é um projeto pioneiro da Pfizer Oncology, que viu no humor uma forma de envolver a sociedade civil, sensibilizando-a a contribuir para esta causa. Desde 2010 que o seu propósito é alertar e sensibilizar a opinião pública para as doenças oncológicas em todas as suas formas, continuando a reforçar a importância dos comportamentos preventivos e do diagnóstico precoce. Através de um evento gratuito aberto ao público, por cada presença, a Pfizer Oncology volta a oferecer um donativo no valor de 10 euros à Liga Portuguesa contra o Cancro, entidade que muito tem contribuído para o esclarecimento e apoio aos doentes oncológicos e familiares em Portugal.

Vitor Veloso, Presidente da Direção Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro destaca: “O Comédia por uma Causa Séria é uma iniciativa de grande importância para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Desde 2010 que nos ajuda não só a apelar à mobilização voluntária da sociedade civil, mas também a promover a consciencialização da opinião pública. Com estas doações, a Pfizer Oncology presta um apoio incondicional na concretização daquela que é a nossa missão: o apoio ao doente oncológico e sua família, a educação para a saúde através da prevenção primária, a prevenção secundária e ainda o apoio e formação à investigação na área da oncologia”.

O ‘Comédia por uma Causa Séria’ é uma iniciativa da Pfizer Oncology apoiada pela Associação Portuguesa de Urologia, Grupo Português Génito-Urinário, Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão, Grupo de Investigação do Cancro Digestivo, Grupo de Estudos de Tumores Neuroendócrinos, Intergrupo Português do Melanoma, Sociedade Portuguesa de Senologia e a Sociedade Portuguesa de Oncologia.

De salientar que por esta iniciativa já passaram nomes como: ‘Comédia a La Carte’, Aldo Lima, Nilton, Bruno Nogueira, Salvador Martinha, ‘The Boy with tape on his face’, Marco Horácio, Eduardo Madeira, Luís Franco Bastos e Luís Filipe Borges.

Apenas 50% dos doentes chega à idade adulta
Sensibilizar para a doença, para as incapacidades e problemas associados e incentivar os portugueses a valorizarem os pequenos...

Em Portugal estão registadas cerca de 370 pessoas com fibrose quística, uma doença crónica, hereditária, rara e ainda incurável, sendo a maioria crianças. De referir que apenas 50% destes doentes chega à idade adulta.

A fibrose quística é uma doença incapacitante, com um grande impacto no dia-a-dia dos doentes e familiares que deixam de poder fazer coisas tão simples como ir ao cinema, ao centro comercial, festas de aniversário e por vezes até ir à escola. Além das horas diárias despendidas em tratamentos e medicação, um simples contacto com uma pessoa com gripe pode resultar num internamento hospitalar prolongado.

Assim, a campanha #happynewdays pretende despertar consciências e apelar ao envolvimento dos portugueses em torno da fibrose quística de forma positiva e emocional com a celebração de cada momento como se fosse o último de felicidade. Esse momento será partilhado pelas pessoas com fibrose quística, seus familiares e por todos os portugueses num movimento colaborativo e celebrativo onde cada um partilha simbolicamente o seu momento/dia feliz em homenagem a quem luta todos os dias contra esta patologia.

A campanha é lançada hoje, 2 de novembro, com a divulgação de um filme emotivo protagonizado por uma criança com fibrose quística e respetiva família. Este marco inicial vai apelar à partilha de fotografias ou vídeos de dias felizes divulgados através da hashtag  #happynewdays nas redes sociais. A página de facebook da campanha terá ainda informação sobre a doença, notícias e eventos, além de agregar todos os #happynewdays deste movimento colaborativo.

A fibrose quística é causada pela ausência ou defeito de uma proteína denominada regulador de condutância transmembranar da fibrose quística (CFTR) resultado de mutações no gene CFTR. As crianças têm que herdar dois genes CFTR defeituosos - um de cada progenitor - para desenvolverem a FQ. Existem aproximadamente 2.000 mutações conhecidas do gene CFTR. Algumas destas mutações, as quais podem ser determinadas utilizando um teste genético ou de genotipagem, conduzem à FQ pela criação de proteínas CFTR não funcionais ou em quantidades demasiado pequenas na membrana das células. A deficiente função ou a ausência de proteínas CFTR em pessoas com FQ resulta numa alteração do movimento das trocas de água e sal das células epiteliais de alguns órgãos. No caso dos pulmões, este facto leva à acumulação de um muco anormalmente espesso e pegajoso que pode provocar infeções crónicas nos pulmões com danos progressivos que comprometem a função pulmonar.

Atualização da tabela
Tabela atual tem 18 anos. A nova, se for aprovada, implica um aumento médio de 12% do valor a cargo dos beneficiários.

A ADSE quer aumentar a tabela de preços dos tratamento de medicina dentária e propõe uma revisão que se traduzirá num acréscimo médio de 12% do valor pago pelos beneficiários. A proposta vai agora ser sujeita à apreciação dos sindicatos que, numa primeira análise, não só contestam o acréscimo dos encargos como do espaçamento de tempo possível entre tratamentos.

Na origem desta mudança está a desatualização da tabela atualmente em vigor (com cerca de 18 anos) em termos de preços e de nomenclatura e que, segundo o diretor-geral da ADSE, tem dificultado a manutenção das convenções existentes. "Em algumas áreas - como a tabela da prótese dentária - os preços praticados estão efetivamente abaixo do preço de custo e a ADSE com a atual tabela não consegue manter as poucas convenções existentes", precisou Carlos Liberato Baptista ao Diário de Notícias /Dinheiro Vivo, acrescentando que a proposta resulta de um trabalho realizado entre a ADSE e a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).

A proposta, a que o Diário de Notícias /Dinheiro Vivo teve acesso, não altera as percentagens de comparticipação dos beneficiários - que se mantêm na casa dos 20% -, mas revê em alta a generalidade dos preços de cada ato. A colocação de uma prótese de resina acrílica com dois dentes, por exemplo, que atualmente custa ao beneficiário 14,91 euros, irá passar a custar 22,5 euros. Nas próteses de cobalto a subida é de 29,83 euros, para 34,85 euros.

Em média, e segundo precisou ao Diário de Notícias /Dinheiro Vivo o diretor--geral da ADSE, o acréscimo da comparticipação a cargo dos beneficiários rondará os 12%. Já para a ADSE esta revisão das tabelas de preços traduzir-se-á "num esforço adicional que se estima na ordem dos 10% anuais". Porque aumentando o valor de cada ato também o subsistema de saúde terá de pagar mais para manter a sua comparticipação de 80%.

No ofício que seguiu para os sindicatos é referido que, tendo a nova tabela de medicina dentária "tido o despacho favorável" do secretário de Estado da Saúde, datado de 17 de outubro, "importa agora" que "a mesma seja aceite pelas estruturas representativa dos trabalhadores da administração pública" para que a ADSE possa ficar habilitada a adotá-la. Ao Diário de Notícias /Dinheiro Vivo, Carlos Liberato Baptista disse que a tabela "necessita do acordo dos sindicatos da administração pública para poder entrar em vigor", sendo por isso um "documento de trabalho" até "obter o eventual acordo dos sindicatos".

O documento prevê ainda uma harmonização entre o regime livre e o convencionado. Propõe-se que os beneficiários que usem um privado recebam o mesmo valor que é pedido a quem usa o convencionado. Atualmente, no regime livre é paga uma percentagem do tratamento ou prótese até um determinado valor-limite.

A proposta alarga o número de tratamentos e de próteses comparticipadas pela ADSE mas limita o espaçamento entre cada um. Exemplificando: atualmente é possível a um beneficiário colocar duas próteses em cada três anos, mas o que se pretende é que daqui em diante haja uma limitação para um máximo de dois tratamentos em cada seis anos.

Os representantes dos trabalhadores vão agora ter de se pronunciar sobre uma proposta que lhes merece já algumas reservas. "Vamos pagar mais e não faz sentido que peçam aos beneficiários da ADSE um aumento desta natureza numa altura em que, além do subsídio de almoço, não se prevê mais nenhum aumento de remuneração na função pública", referiu José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).

O momento para esta revisão de tabelas é ainda mais desajustado, acentua o mesmo sindicalista, tendo em conta que está ainda em discussão o novo modelo de gestão da ADSE que aponta para a sua transformação num instituto público. Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), sublinha, por seu lado, que a proposta é de "um enorme mau gosto", na medida em que lhes chega já com um despacho favorável da tutela e quando decorre o processo de negociação anual entre os sindicatos e o governo.

"Consideramos que esta é uma matéria de negociação geral anual e que esta não é a forma de fazer as coisas", afirma a dirigente sindical, defendendo que esta revisão da tabela de preços deveria ter sido primeiro negociada.

Helena Rodrigues ressalva ainda que, em média, os tratamentos dentários mais caros sofrem um aumento mais reduzido do que os mais baratos. É por isso que há tratamentos que aumentam mais de 30%, mas que a média aponta para os referidos 12%.

SNS
Despacho com tempos máximos vai estar concluído no final do ano. Bastonário afirma que é preciso mais investimento no SNS.

Até ao final do ano o Ministério da Saúde vai ter o despacho que estabelece os tempos máximos de resposta garantidos para a realização de exames, entre os quais as ressonâncias magnéticas (RM), concluído. Por isso, os contratos programa que serão assinados com os hospitais para 2017 vão incluir penalizações às unidades que não cumpram os tempos de espera que vierem a ser criados.

Atualmente existem doentes seguidos nas consultas externas dos hospitais a esperar mais de um ano por uma RM. É no Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), que inclui S. José - só três dos cinco maiores centros hospitalares questionados responderam -, que os tempos de espera são maiores para casos considerados não urgentes: 16 meses para RM feitas pela neurorradiologia (quatro para os exames feitos pela radiologia). No Centro Hospitalar do Porto a espera pode chegar até aos seis meses e no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra aos quatro meses.

Ao Diário de Notícias, o ministério adiantou que "o despacho que vai definir os tempos máximos de resposta garantidos para a realização de exames vai estar concluído até ao final do ano" e que "nos contratos programa para 2017 estarão previstas penalizações para os hospitais que violem os tempos máximos de resposta garantidos que venham a ser estabelecidos". O ministério prepara a criação de incentivos para a realização de mais exames e "nos próximos meses será feita a alteração da portaria do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) para que inclua estas áreas". Este mecanismo tem permitido pagar aos hospitais por produção adicional. Os Centros de Responsabilidade Integrada, previstos para janeiro, "terão de incluir centros integrados de diagnóstico e terapêutica, o que irá permitir um reforço na prestação deste tipo de cuidados".

Entre as causas apontadas para as dificuldades de resposta estão a crescente procura por RM, a falta de recursos humanos no SNS e equipamento obsoleto. Em resposta enviada ao Diário de Notícias, o CHLC acrescentou que "está em processo de substituição do equipamento de ressonância magnética mais antigo". Sobre a renovação de equipamento, o ministério diz que os hospitais "identificam as suas necessidades de investimento, as quais são avaliadas e ponderadas de acordo com a sua necessidade".

As RM não são comparticipadas e no privado o exame custa mais de 300 euros. Quanto à não comparticipação, o ministério explica que as RM "são prescritas no âmbito das especialidades hospitalares e nessa perspetiva são asseguradas pelos hospitais, através de meios próprios ou recorrendo à subcontratação casuística a terceiros".

O bastonário dos Médicos, José Manuel Silva, afirma que "a cada ano que passa a situação do SNS agrava-se". "O hospital de Beja espera desde 2004 por uma RM e o aparelho de TAC avaria recorrentemente. Beja já foi uma referencia em radiologia, hoje nem internos pode ter porque não têm aparelhos para fazer formação e exames. O Estado em vez de investir nos serviços contratualiza com o privado. É um ciclo vicioso que só acaba com a contratação de mais pessoal e equipamento. O SIGIC ajudará, mas sozinho não resolve. É preciso atualizar os equipamentos", salienta.

Armando Santos, presidente da Associação Nacional de Unidades de Diagnóstico pela Imagem, defende que "a solução para o problema das RM está em criar mecanismos de convencionados. Nesta rede não existem listas de espera para a generalidade dos exames. Na RM o SNS nunca usou a capacidade do sistema nacional de saúde. Hoje em dia a ADSE paga por este exame aos convencionados 150 euros (30 são pagos pelos utentes). Estou convencido que se os prestadores fazem este valor para a ADSE também poderiam fazê-lo para o SNS".

Segundo a Carta de Equipamentos Médicos Pesados de 2013 (são os dados mais recentes), o SNS tinha a funcionar nessa altura 30 equipamentos de RM, cujo tempo de vida útil é de 8 a 10 anos: 40% tinham seis ou mais anos. O número de RM por um milhão de habitantes era muito inferior ao rácio de referência. O grupo de trabalho concluía que todas as regiões "possuem larga margem para instalação de mais equipamentos".

Vitrificação dos óvulos
Em três anos, 89 mulheres “congelaram” a esperança de ser mãe.

O Estado financia a criopreservação de ovócitos nos casos em que a sobrevivência das células reprodutoras é posta em risco por razões de saúde, nomeadamente do foro oncológico. O médico Alberto Barros sustenta que, no plano dos princípios, o Estado não devia permitir que as pessoas fiquem dependentes da sua capacidade económica para recorrerem a esta técnica. Sendo os recursos limitados, porém, “é compreensível que a prioridade seja o tratamento das pessoas inférteis”.

Por outro lado, escreve o jornal Público, o especialista nota que é importante garantir que as pessoas não encontrem na vitrificação dos óvulos “um fator artificial de descanso e de tranquilização”. “É uma técnica importante mas que não deve ser banalizada, isto é, as mulheres não devem adiar desnecessariamente o seu projeto procriativo, porque, mesmo que congelem 10 ou 15 ovócitos, alguns degeneram na altura da descongelação. E aí a mulher pode não ter a possibilidade de tentar de novo porque a sua idade já não permite”.

Por temer que a criopreservação de ovócitos degenerasse na propagação de “mensagens demagógicas e perigosas”, capazes de levar as mulheres a adiar “tranquila mas perigosamente” a concretização de uma gravidez, o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, de que Alberto Barros é membro, recomendou em 2012 (antes de empresas como o Facebook e a Apple se terem predisposto a pagar a congelação de ovócitos às suas funcionárias) que os centros de PMA fornecessem aos potenciais interessados um “esclarecimento rigoroso e cabal" acerca dos limites da técnica.

Contribuição extraordinária iria render 35 milhões de euros em 2017
Era anunciada como uma das principais medidas com impacto orçamental para a descida da despesa no sector da saúde no próximo...

Confrontado com a omissão da medida, o gabinete do ministro da Saúde afirmou ao jornal Público que esta contribuição extraordinária afinal não vai avançar, sem adiantar quaisquer explicações ou detalhes.

Tratava-se da contribuição extraordinária das empresas que comercializam dispositivos médicos, à semelhança do que já acontece com o sector dos medicamentos – a indústria farmacêutica paga a chamada clawback, uma tributação sobre o volume das vendas imposta em 2015 pelo Governo PSD/CDS.

Representando uma despesa de cerca de 700 milhões de euros por ano, a área dos dispositivos médicos é muito vasta, incluindo produtos que vão desde simples seringas e pensos, pacemakers e próteses, até equipamentos pesados como o da tomografia axial computorizada (TAC) e o da ressonância magnética.

O alargamento da contribuição extraordinária às empresas de dispositivos médicos era a medida mais rentável, no conjunto das principais medidas com impacto orçamental adotadas no “âmbito do exercício de revisão da despesa” no sector da saúde, segundo o relatório de Orçamento do Estado (OE) apresentado no dia 14 de Outubro ao Parlamento.

Entre outras medidas figuravam a revisão do sistema dos preços de referência dos medicamentos (que serve para definir o valor de venda dos fármacos) e a reavaliação das condições de manutenção das comparticipações estatais (percebendo, por exemplo, se há alternativas aos medicamentos mais caros no mercado).

Neste capítulo constava ainda a desmaterialização do circuito da prescrição e dispensa em farmácia de ambulatório hospitalar e dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Com o combate à fraude no sector, o Governo espera obter uma poupança de 10 milhões de euros. No total, era esperado um encaixe de 134,3 milhões de euros, mas, agora, deverá ficar abaixo dos 100 milhões.

O jornal Público tentou obter uma reacção da Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (Apormed), sem sucesso. No site mda Apormed adianta-se que a dívida dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) às empresas do sector atingiu um pico em Setembro passado, totalizando 350 milhões de euros, dos quais 160 milhões eram dívida vencida (a mais de 90 dias).

Estudo
Uma das principais causas de morte no mundo todo, a tuberculose, deve o seu "êxito" a dois fatores: a distribuição...

Assim revela um grande estudo internacional publicado pela "Nature Genetics". Só em 2015, a tuberculose matou 1,8 milhões de pessoas e infetou outros 10,4 milhões, segundo o relatório global da doença da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O estudo analisa os diferentes tipos de tuberculose, classifica-os em linhagens (ou famílias) e descreve o mecanismo molecular que faz com que algumas estirpes se tenham espalhado pelo mundo e outras sejam raridades locais, escreve o Sapo, uma informação que permitirá desenvolver o diagnóstico e elaborar tratamentos específicos.

"O nosso objetivo era entender se há genótipos de tuberculose mais bem-sucedidos na transmissão, identificar quais são e entender que mecanismos moleculares permitem que a doença se propague", diz o cienstista Iñaki Comas, do Instituto de Biomedicina de Valência (IBV-CSIC).

Os cientistas já sabiam que a bactéria da tuberculose se dividia em sete grandes linhagens, algumas muito específicas e de regiões concretas e outras, as "generalistas", amplamente distribuídas pelo mundo.

Dos sete tipos, os investigadores queriam estudar a número 4 - a mais propagado - para saber o "que tinha de especial", diz Comas, citado pela agência de notícias EFE.

"Este grupo genético bem-sucedido teve origem na Europa e com a colonização europeia chegou aos diferentes continentes. Mas não só se dispersou, também se manteve em todos esses locais. Hoje em dia, é o vírus mais bem-sucedido", completou.

Médicos intrigados
Voltou a acontecer no Estados Unidos. Um norte-americano de 50 anos sofreu uma hepatite aguda provocada pelo consumo excessivo...

Este é o segundo caso de intoxicação do fígado por energéticos descoberto por médicos norte-americanos, depois de um outro caso identificado em 2011.

O paciente, um trabalhador da construção, passou a consumir bebidas energéticas em grandes quantidades - de uma marca não revelada - para poder "aguentar" o serviço.

Durante três semanas, bebeu entre quatro e cinco garrafas de energético por dia e cada uma tinha o dobro do limite máximo diário recomendado de vitamina B3 (niacina).

"A hepatite foi provocada provavelmente por um consumo excessivo de bebidas energéticas e, em particular, de vitamina B3", apontam os autores do artigo, membros do Colégio de Medicina da Universidade da Florida.

Quando o paciente se apresentou na emergência, já estava há duas semanas com dores de estômago e vómitos, com icterícia e urina escura, escreve o Sapo.

As análises revelaram uma elevada concentração de enzimas chamadas transaminases, sinal de que o fígado está afetado. Uma biópsia mostrou que o homem sofria de uma hepatite aguda severa, com necrose e redução da secreção biliar.

O paciente tinha o vírus da hepatite C (HCV), mas esta não foi a causa da hepatite aguda, disse à agência France Presse Jennifer Nicole Harb, uma das autoras do artigo.

Nos Estados Unidos, cerca da metade dos casos de insuficiência hepática aguda é provocada por medicamentos, plantas medicinais ou suplementos alimentícios, segundo os autores do artigo.

Consumo de antibióticos diminuiu cerca de 4% na região centro do país
Durante um estudo feito por investigadores de várias universidades de Portugal e Espanha, os cientistas conseguiram fazer com...

O trabalho decorreu ao longo de 3 anos e teve uma componente educativa e de sensibilização junto de médicos e farmacêuticos.

Os investigadores começaram por fazer inquéritos a cerca de 2500 médicos e farmacêuticos.

Avaliado o grau de conhecimento destes profissionais sobre a prescrição e dispensa de antibióticos, concluiu-se  que muitos receitavam antibióticos indevidamente e foi aí que avançaram as ações de sensibilização, escreve a TSF.

Uma intervenção educativa, assente em dados científicos diz a coordenadora do estudo Maria Teresa Herdeiro. Um ano depois desta intervenção, o consumo de antibióticos caiu 3,7% e o estudo permitiu concluir que médicos e farmacêuticos por vezes são complacentes com o doente.

A Organização Mundial de Saúde diz que o aumento da resistência aos antibióticos pode tornar mais difícil o tratamento de casos simples.

E, para combater o que chamam de problema de saúde publica os investigadores portugueses defendem que médicos devem ter mais informação e os doentes mais literacia.

O próximo objetivo da equipa é criar uma aplicação móvel com algoritmos de apoio à decisão médica e informação útil para os doentes.

O projeto venceu o Prémio Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa em Epidemiologia Clínica, no valor de 20 mil euros. O premio é entregue esta 5ª feira.

Estudo
O vírus Zika pode afetar a fertilidade masculina, indica um estudo publicado na revista científica Nature.

O estudo, realizado por investigadores dos Estados Unidos, revela que ratos machos foram infetados com o vírus apresentaram, ao fim de duas semanas, danos na estrutura interna dos testículos, incluindo baixos níveis hormonais e perda de tecido.

Os investigadores referem, no entanto, no artigo publicado na Nature, que são necessários estudos de longo prazo para saber se se confirma ou não a possibilidade de haver correspondência entre os danos causados pelo Zika nos ratos e problemas que poderiam afetar os serem humanos.

A maioria dos estudos sobre as sequelas da infeção com o Zika concentra-se nos efeitos em mulheres grávidas e fetos, mas investigadores já concluíram que o vírus permanece no sémen dos homens meses após a infeção.

Relatório revela
O cancro poderá matar 5,5 milhões de mulheres em cada ano até 2030, ou seja perto de 60 por cento mais em relação a 2012, de...

Esforços redobrados na educação e prevenção são necessários para travar este flagelo crescente que matou 3,5 milhões de mulheres em 2012 (de mais de oito milhões de mortes no total), sobretudo em países em desenvolvimento, segundo o Relatório da Sociedade Americana de Cancro divulgado durante o Congresso Mudial do Cancro, a decorrer em Paris até quinta-feira.

O peso do cancro aumenta em países com baixo e médio rendimento devido ao envelhecimento e ao crescimento da população", indicou Sally Cowal, da Sociedade Americana de Cancro que compilou o relatório com o apoio de um laboratório farmacêutico alemão.

O aumento de incidência de cancro também é atribuído ao "aumento da prevalência de fatores de risco de cancro associados à inatividade física, má alimentação, obesidade e fatores reprodutivos". Neste último caso estão as gravidezes tardias nas mulheres que poderão constituir um fator de risco para o cancro da mama.

Convento de São Francisco acolhe
Patente, até 20 de novembro, no novo espaço cultural e de espetáculos da cidade, a mostra pode ser visitada, todos os dias da...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organizou, com a curadoria de Cristina Nogueira (CulturAge), a exposição “135 anos de Ensino de Enfermagem em Coimbra”, que pode ser visitada, até ao próximo dia 20 de novembro, no Centro de Convenções do Convento de São Francisco, em Coimbra.

Através desta exposição, a ESEnfC pretende dar a conhecer a história e o desenvolvimento do ensino da Enfermagem registado ao longo dos anos, além do consequente impacto no aperfeiçoamento dos cuidados prestados aos utentes dos serviços de saúde.

Nesta mostra retrospetiva, o visitante pode dar-se conta da evolução das instalações, dos meios ao dispor do ensino e da profissão, da articulação com os estabelecimentos de saúde, da atividade científica e de investigação, dos serviços de extensão à comunidade, das cerimónias académicas e estudantis, das transformações políticas, sociais e legislativas que condicionaram o futuro da ESEnfC, das mudanças nos planos de estudos, das exigências e desafios progressivos aos professores e à sua formação.

Painéis informativos com pequenos textos, objetos ligados à profissão, documentos e fotografias pretendem levar o público visitante a conhecer o passado e o presente da Enfermagem e da ESEnfC.

“Olhar para os 135 anos de história do ensino da Enfermagem em Coimbra permite-nos fundamentar a convicção de que podemos ser parte, ou mesmo motor de um futuro melhor para a saúde e bem-estar das pessoas. Mais e melhor Enfermagem pode fazer a diferença num futuro que será, com certeza, desafiante em todos os domínios da vida, particularmente a nível ambiental, social e da saúde”, afirma a Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento.

Esta exposição encerra o programa comemorativo "10 anos pós-fusão, 135 anos em (trans)formação", iniciado em março deste ano e através do qual a ESEnfC pretendeu assinalar, além de uma década de união das escolas superiores de Enfermagem Dr. Ângelo da Fonseca e de Bissaya Barreto, uma história maior, que remonta a 1881, ano da criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, fundada por Augusto da Costa Simões, médico e administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

 

As comemorações dos 135 anos de história da ESEnfC no Centro de Convenções do Convento de São Francisco contam com a parceria da Câmara Municipal de Coimbra.

Orçamento de 2016/2017
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, advertiu que o orçamento da organização não pode ser completamente financiado sem novas...

Chan apontou “importantes défices” para o orçamento de 2016/2017, ao discursar numa conferência organizada pela OMS e na qual participam mais de cem representantes de Estados-membros e organizações.

“Sem financiamento adicional, o atual orçamento não pode ser plenamente financiado e implementado”, alertou, explicando que se por um lado os Estados-membros pedem mais à OMS, mas por outro não só não aumentam as contribuições, como nalguns casos as diminuíram.

O programa mais requisitado e simultaneamente menos financiado é o das emergências sanitárias, estando apenas assegurados 56% dos 485 milhões de dólares (441 milhões de euros) necessários.

Margaret Chan frisou que as lições aprendidas com a epidemia de ébola “sublinham a necessidade de a OMS ter uma capacidade [financeira] suficiente antes da próxima crise”.

Por outro lado, sustentou, numa altura em que o mundo está “tão perto” da erradicação da pólio, o investimento é decisivo, o que é válido para outras iniciativas, como a luta contra a resistência aos antibióticos ou a luta contra a sida.

A difícil situação financeira da Organização Mundial de Saúde vai ser um dos desafios a enfrentar pelo próximo diretor-geral, a escolher de entre seis candidatos – o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, a italiana Flavia Bustreo, o francês Philippe Douste-Blazy, o britânico David Nabarro, a paquistanesa Sania Nishtar e o húngaro Miklos Szocska.

O processo de escolha iniciou-se em abril, com a apresentação de candidaturas, e termina em maio de 2017 com uma votação na Assembleia-Geral da ONU.

Unicef
Cerca de 300 milhões de crianças em todo o mundo respiram um ar tão poluído que podem sofrer danos físicos, incluindo no...

Quase uma em cada sete crianças em todo o mundo respira um ar que é pelo menos seis vezes mais poluído do que as diretrizes internacionais, revela o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que considera mesmo a poluição atmosférica como um dos principais fatores da mortalidade infantil.

A Unicef publicou o novo estudo uma semana antes do início da conferência da ONU sobre o clima, a COP22, em Marraquexe, Marrocos, de 07 a 18 de novembro, que pretende aproveitar para renovar o apelo aos líderes mundiais para que ajam imediatamente para reduzir a poluição atmosférica.

“A poluição do ar contribui, de forma significativa, para a mortalidade de cerca de 600 mil crianças com idade inferior a cinco anos anualmente e ameaça a vida e o futuro de milhões de outras”, adverte o diretor-geral da Unicef, Anthony Lake.

“As substâncias poluentes não só danificam os pulmões das crianças como podem também atravessar a barreira de proteção do cérebro e danificar irreversivelmente o seu desenvolvimento cerebral, comprometendo o seu futuro”, indica, antes de sublinhar que “nenhuma sociedade pode dar-se ao luxo de ignorar a poluição”.

Com base em imagens de satélite, o estudo mostra que cerca de 2.000 milhões de crianças vivem em países onde a poluição atmosférica resultante das emissões dos tubos de escape dos automóveis, da utilização de combustíveis fósseis ou da incineração de resíduos ultrapassa os níveis mínimos de qualidade do ar estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde.

O sul da Ásia agrupa o maior número de crianças que respiram ar muito poluído (620 milhões), seguido por África (520 milhões) e leste da Ásia e Pacífico (450 milhões), de acordo com o relatório.

O estudo também se debruça sobre a poluição do ar em espaços interiores causada pela queima de carvão e madeira para cozinhar ou para aquecimento.

Juntas, a poluição exterior e interior, estão diretamente ligadas a pneumonia e outras doenças respiratórias responsáveis pela morte de quase uma em cada dez crianças com menos de cinco anos de idade, o que faz da poluição atmosférica um perigo para a saúde das crianças, sustenta a Unicef no mesmo documento.

A agência da ONU nota que as crianças são mais suscetíveis do que os adultos à poluição porque os seus pulmões, cérebro e sistema imunitário ainda estão em desenvolvimento e as suas vias respiratórias são mais permeáveis.

As crianças que vivem na pobreza, que normalmente têm pouco acesso a cuidados de saúde, são as mais vulneráveis às doenças causadas pela poluição do ar.

Entidade Reguladora da Saúde
A Entidade Reguladora da Saúde instaurou 20 processos contraordenacionais por violação ao regime jurídico das práticas de...

Desde 01 de novembro do ano passado que é proibida a publicidade enganosa em saúde, estando previstas coimas superiores a 44 mil euros em caso de incumprimento.

Neste primeiro ano da lei em vigor, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) investigou cerca de 90 campanhas publicitárias, das quais cerca de 30 deram origem a processos de avaliação e 20 a processos contraordenacionais, por violação ao regime jurídico das práticas de publicidade em saúde.

Segundo a ERS, a quem cabe fiscalizar, instruir processos e decidir da aplicação de coimas e sanções acessórias para os infratores, estes processos encontram-se, maioritariamente, ainda em instrução, tendo já sido verificada, em diversos casos, a correção voluntária da publicidade.

Com o novo diploma, passam a ser proibidas todas as práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, “com desconto” ou “promoção”, mas também aquelas que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

Ficam também proibidas as práticas de publicidade em saúde que sejam suscetíveis de induzir em erro o utente quanto às características principais do ato ou serviço, designadamente através de menções de natureza técnica e científica sem suporte de evidência.

É ainda passível de coima a publicitação de expressões de inovação ou de pioneirismo sem prévia avaliação das entidades com competência no sector, bem como as práticas que se refiram falsamente a garantias de cura ou de resultados sem efeitos adversos ou secundários.

A publicitação de atos e serviços de saúde como prémio, brinde ou condição de prémio, no âmbito de concursos, sorteios ou outras modalidades no género passam também a ser ilegais.

Médicos e nutricionistas alertam
A ingestão de sementes como a chia, girassol, sésamo ou quinoa está a preocupar médicos e nutricionistas que têm recebido...

“São produtos vendidos em supermercados, em casas comerciais sem controlo de qualidade nenhuma, induzindo nas pessoas a ideia de que podem consumir à vontade, que é muito saudável, e que não desencadeia qualquer tipo de situação ou sintomas colaterais, mas isso não corresponde à verdade, disse o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, José Cotter.

O médico adiantou que as sementes são utilizadas com o “objetivo principal de estimular o intestino”, havendo pessoas que as consomem “indiscriminadamente” e “excessivamente” para esse fim.

Este comportamento pode “originar sintomas de mal-estar”, como muita flatulência ou oclusão intestinal (nos casos mais graves) que levam as pessoas ao médico, quando “a solução do problema é reduzirem a sua ingestão”, advertiu.

E, segundo especialista, “é muito frequente” aparecerem nas consultas de gastroenterologia doentes com este tipo de sintomas.

Para evitar este risco, o consumo deve ser feito sob orientação médica, uma vez que estes alimentos estão contraindicados em doentes com determinadas patologias, como a doença de Crohn ou perturbações no tubo digestivo.

Para a bastonária da Ordem dos Nutricionista, Alexandra Bento, “o que pode ser verdadeiramente preocupante” é os consumidores acharem que “as sementes são a panaceia dos maus hábitos alimentares”.

As sementes sempre foram consumidas e fazem parte do “dia alimentar”, como a cevada, a aveia, o arroz ou o trigo, mas o que se está a verificar é que “há novas sementes”, como as de abóbora, quinoa, sésamo, trigo-sarraceno ou linhaça, que as pessoas acreditam terem “um valor nutricional acrescido” e consomem-nas em excesso, adiantou.

Alexandra Bento ressalvou que “as sementes são saudáveis” e “importantes para alimentação”, porque são ricas em fibras, vitaminas, minerais e outros fitoquímicos, mas não se pode é pensar que vão resolver os problemas alimentares.

“A alimentação saudável é aquela que se pauta pelo equilíbrio, pela variação e pela variedade de alimentos”, defendeu, alertando para os perigos das modas na alimentação.

O risco desta “nova moda” é a maneira como as sementes estão a ser ingeridas, disse Alexandra Bento, alertando: O consumo pode ser “perigoso e incorreto” se for feito “sem a diluição perfeita, sem a trituração necessária” e de forma exagerada”, só porque pensa que é “tremendamente saudável.

Por outro lado, defendeu, é preciso acautelar que sejam cumpridas as regras de controlo em termos da legislação.

Como normalmente “as sementes são consumidas cruas ou minimamente processadas”, é fundamental acautelar o processo industrial para “evitar a contaminação inicial ou durante o processo de armazenamento e distribuição das sementes”, um controlo “muito importante para que não haja risco de micotoxinas [substâncias químicas tóxicas produzidas por fungos].

Mas o consumidor também tem que ter cuidados em casa, como ver os prazos de validade, disse a bastonária, rematando: “as sementes podem estar no dia alimentar com conta peso e medida”.

Web Summit
Fazer o diagnóstico molecular de doenças através de um sistema "rápido e simples" de nanotecnologia é a função da...

Pedro Baptista, professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, explicou como fundou a empresa, conjuntamente com Alexandra Fernandes e Filipe Assoreira, e como o projeto se tornou numa empresa, constituída oficialmente só no final do ano passado.

"É uma empresa que visa transacionar a investigação feita ao longo dos últimos 12 anos na Faculdade, de utilizar nanotecnologia para diagnóstico molecular, diagnóstico de doenças humanas, para identificação de agentes patogénicos", explicou.

Depois de o trabalho académico ter atingido o seu "estado certo de maturação", os seus fundadores querem agora mais investimento e projeção internacional, fazendo valer o verdadeiro nome da empresa: Nano4 Global.

"O nosso objetivo é dar a conhecer a Nano4 e o seu potencial. Se tudo correr bem, gostaria de estar na Web Summit à procura de um nível mais avançado de investimento para a globalização", afirmou Pedro Baptista.

A Nano4 Global foi umas das 67 ‘startups' eleitas para representar Portugal na Web Summit, um dos maiores eventos tecnológicos mundiais que se realiza em novembro em Lisboa.

"Estamos à procura de mais investimento. Este ecossistema é muito frágil e são empresas que estão a dar os primeiros passos e a Web Summit é um excelente fórum, não só de apresentação, mas também de aprendizagem com outras empresas", sustentou Pedro Batista.

O responsável reconheceu que há um apoio grande do Estado em empresas desta área numa fase inicial, mas que depois acaba por não ser suficiente.

"É necessário um investimento inicial para arrancar com a investigação e provar que o projeto pode ir para o mercado. Depois mais tarde, quando o projeto já está amadurecido, é necessário outra injeção de capital para poder globalizar e exportar o projeto e é nessa fase que muitas empresas não aguentam", explicou.

Sobre a Nano4, Pedro Batista explicou que a empresa foca-se preferencialmente no diagnóstico.

"A ideia é ter um sistema rápido e simples que permita fazer, de uma forma muito próxima do doente, um diagnóstico da doença, seja ela qual for", adiantou o responsável, sublinhando que, em menos de 20 minutos, é possível ter um resultado para depois ser reportado para um laboratório central.

A empresa trabalha já com alguns hospitais, como o Hospital dos Capuchos, e outros associados à monitorização da tuberculose.

"Neste momento estamos também a trabalhar com o maior instituto de produção e fornecimento de material de diagnóstico e reagentes de diagnóstico da América Latina para a introdução da tecnologia que depois será distribuída para toda a América Latina e alguns estados do sul dos Estados Unidos", acrescentou.

A Web Summit é uma conferência global de tecnologia que decorrerá este ano em Lisboa (e nos dois anos seguintes, com possibilidade de mais dois anos), onde são aguardados mais de 50.000 participantes, de mais de 150 países, incluindo mais de 20.000 empresas, 7.000 presidentes executivos, 700 investidores e 2.000 jornalistas internacionais.

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