Estudo
As pessoas de classe social mais baixa, com menos escolaridade e com profissões manuais fumam mais e vivem em média menos dez...

O sociólogo e enfermeiro estudou ao longo de um ano dois mil óbitos e o percurso da vida inteira dessas pessoas e percebeu que as desigualdades sociais, mais do que as diferenças de género ou geográficas, são determinantes na saúde e no tempo de vida.

Em média, as pessoas de classes sociais mais elevadas, com maior escolaridade e com profissões técnico-científicas vivem em média mais dez anos do que os trabalhadores de profissões manuais, com menos estudos e de classes sociais mais desfavorecidas.

Para estes resultados de saúde contribui em grande parte o tabaco, uma vez que as pessoas com mais escolaridade deixaram maioritariamente de fumar antes dos 65 anos, ao passo que os mais pobres fumam mais e durante mais tempo, muitas vezes até ao fim da vida, sendo que morreram mais cedo do que os que deixaram de fumar.

De acordo com Ricardo Antunes, os comportamentos tabagistas estão frequentemente associados ao álcool e a profissões ligadas à indústria, à agricultura e à construção civil.

A baixa escolaridade destas pessoas leva a que acreditem que fumar e beber só faz mal aos outros, não a quem é forte, não a pessoas que têm profissões de risco e de força, explica.

Mais do que isso, é mesmo um comportamento de grupo, de aceitação, e até os jovens nessas profissões começam a fumar e a beber cedo, porque há todo um contexto que os conduz a esses comportamentos.

“Nas profissões relacionadas com o risco físico – como o trabalho em andaimes ou com tratores – o fumar e beber é quase um prolongamento do risco. É uma representação de força, é só para os fortes. Os consumos de risco têm esse paralelismo por isso: são pessoas que podem arriscar”, explicou o sociólogo.

Já as pessoas com maior escolaridade e pertencentes a classes sociais mais altas, que têm profissões técnico-científicas e mais ligadas a serviços - como médicos, advogados, professores, arquitetos -, tendem a deixar de fumar em determinada altura da vida, normalmente ainda antes dos 65 anos.

Excluindo o surgimento de doença, que é um fator que também se revelou determinante para a cessação tabágica, estas pessoas deixam de fumar porque “têm uma perceção mais profunda das coisas” e têm consciência do risco real desse tipo de consumo.

“A escolarização ajuda a destruir mitos”, explica o sociólogo, acrescentando que as pessoas mais informadas acabam por querer adotar, em determinada altura, um estilo de vida mais saudável.

São pessoas que deixam de fumar e esta cessação do tabaco vem associada a uma mudança mais vasta de comportamentos.

“As pessoas adotam outras representações. Mudam tudo. Deixam de fumar e reduzem o consumo de álcool, nos casos em que bebiam em excesso (este foi um padrão claro encontrado nos óbitos] e procuram fazer uma alimentação mais saudável”, disse o investigador.

Há a opção por uma “saúde mais preventiva, mais estratégica”, em que as pessoas tentam “antecipar-se ao surgimento da doença”.

Outro fator diferenciador entre as duas classes é a “autonomia”, pois são os mais escolarizados que têm vidas e profissões com mais liberdade e este revelou-se um aspeto associado também à escolha de deixar de fumar.

Os profissionais de trabalhos mais duros, não só os referidos, mas também outros de componente industrial – como caixas de supermercado ou trabalhadores de call-centers -, muito rotinizado, com as mesmas vestes, com níveis de liberdade reduzidos e autonomia quase nula, encontram-se igualmente entre os grandes fumadores, acrescentou.

Pulmonale
O consumo de tabaco diminuiu 5% desde a alteração da lei, e apesar de haver menos rapazes fumadores, continua a aumentar o...

Os dados foram revelados por António Araújo, presidente da Pulmonale (Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão), que se mostrou preocupado com este novo fenómeno, que terá consequências na próxima década.

“O consumo do tabaco, com a mudança da lei, diminuiu cerca de 5% e verifica-se neste momento que, em termos de juventude, os rapazes fumam menos e as raparigas mais e isto poderá ter impacto nos próximos anos em termos de incidência de cancro de pulmão”, afirmou.

Segundo o responsável, que falava na véspera do Dia Mundial do Não Fumador, atualmente os números de cancros de pulmão “continuam a aumentar, ligeiramente, mas a aumentar”, nesta fase “à custa do cancro do pulmão na mulher”, que começou a fumar mais tarde e, portanto, os cancros começam a aparecer mais tarde.

Além disso, os novos fumadores são menos rapazes e mais raparigas, o que vai ter impacto na próxima década em termos de incidência de cancro de pulmão: “no homem estaremos para atingir o platô nos próximos anos, mas vai continuar a subir na mulher”.

De acordo com os dados atuais, surgem todos os anos cerca de quatro mil novos casos de cancro do pulmão e morrem à volta de 3.700 pessoas por ano com a doença.

“Em termos globais, o cancro do pulmão é o quarto mais incidente (a seguir ao da mama, da próstata e do colo-rectal), mas é o que mais mata”, disse.

No entanto, salvaguardou que as terapêuticas hoje disponíveis e os avanços da medicina têm contribuído para uma ligeira diminuição da sua mortalidade, embora o prognóstico continue a ser “sombrio”.

António Araújo lembrou que a principal causa de cancro do pulmão ainda é o tabaco, em cerca de 85% dos casos, e lamentou que a Assembleia da República (AR) não tenha aprovado recentemente a proposta de lei de alteração à lei do tabaco, que incluía mais medidas de proteção aos não fumadores, nomeadamente face às novas formas de fumar, o cigarro eletrónico e o cigarro por aquecimento.

“Não aprovou mas, pior, ainda houve deputados na AR que consumiram cigarros eletrónicos dentro do hemiciclo durante a discussão do projeto de lei, mostrando não só falta de educação como iliteracia em saúde”, acusou.

Quanto à argumentação de que não está provado que os cigarros eletrónicos sem nicotina sejam prejudiciais, o presidente da Pulmonale considera que “só demonstra ignorância”, pois nem as tabaqueiras “têm sequer a veleidade de afirmar isso”.

Quanto aos cigarros por aquecimento, que só se vendem através da internet, o responsável sublinhou que a própria marca fabricante “assume que provoca ação deletéria no organismo, como os próprios cigarros eletrónicos têm compostos prejudiciais ao organismo”.

O responsável lembrou que o cigarro eletrónico mesmo sem nicotina continua a ter outros compostos químicos cancerígenos, enquanto o cigarro por aquecimento tem, em vez de recarga líquida, uma recarga de tabaco sólido que é aquecida a 300º.

“Estamos a brincar com a saúde das pessoas, são deputados que têm obstruído a passagem da lei do tabaco. Não se pretende proibir de fumar, mas sim proteger saúde de não fumadores e que se promova a educação das pessoas”, desabafou.

Em 2017
O preço dos medicamentos em 2017 não pode baixar mais do que 10 por cento em relação ao custo atual, de acordo com um ...

De acordo com uma portaria publicada ontem em Diário da República, que determina a revisão anual de preços, Espanha, França e Itália passam a ser os países a considerar para a aprovação dos novos preços em 2017.

Em 2016, os países de referência foram Espanha, França e Eslováquia.

O travão à descida do preço dos medicamentos visa “um certo equilíbrio na revisão dos preços, no que respeita a grandes reduções que possam vir a ocorrer, correspondendo assim aos compromissos assumidos pelo governo no acordo celebrado com a indústria farmacêutica para o ano de 2017”.

Além deste mecanismo excecional, em 2017 ficará igualmente suspensa a revisão anual do preço de venda ao público máximo de medicamentos genéricos, bem como a revisão anual dos preços máximos de aquisição dos medicamentos genéricos pelos estabelecimentos e serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Outra portaria também publicada ontem em Diário da República sobre a revisão de preços refere que, a partir de quinta-feira, “não podem ser colocados nos distribuidores por grosso, nem nas farmácias, medicamentos que apresentem preços diferentes dos resultantes da aplicação do regime”.

Os medicamentos abrangidos pela presente portaria, que se encontrem nos distribuidores por grosso e nas farmácias, marcados com o preço antigo no dia anterior ao da entrada em vigor dos novos preços poderão ser escoados com aquele preço pelo prazo de 30 dias (distribuidores por grosso) e 60 dias (no caso das farmácias).

“É permitida a remarcação de preços pela indústria nas instalações das farmácias ou dos distribuidores por grosso”, lê-se na portaria.

Bebés prematuros
Todos os dias, nascem em Portugal, 17 bebés prematuros o que nos coloca numa das mais altas taxas de

Acompanhar os bebés a crescer fora da barriga da mãe é o papel do neonatologista. Neste momento Portugal regista 8% de partos antes das 37 semanas de gestação.

Um bebé que nasce antes das 37 semanas é considerado um bebé prematuro. A idade gestacional e peso do bebé determinam a classificação do nível de prematuridade em causa: o prematuro pré-termo limiar, entre as 33 e as 36 semana  e o prematuro extremo com menos de 28 semanas. O peso varia entre 2,5 quilos e menos de um quilo.

A probabilidade de um parto pré-termo é maior em algumas situações, nomeadamente, história prévia de prematuridade, recurso a técnicas de procriação medicamente assistida, pré-eclâmpsia (disfunção dos vasos sanguíneos) descolamento da placenta, malformações fetais, gemelaridade, entre outros fatores.

Os bebés prematuros
Para além de muito pequeninos, há outros sinais de imaturidade que caraterizam um bebé prematuro e os pais têm de estar preparados para isso. Baixo peso, pele fina, brilhante e rosada, por vezes coberta por penugem, veias visíveis sob a pele, pouca gordura, cabelo escasso, orelhas finas e moles, cabeça grande e desproporcionada em relação ao resto do corpo, músculos fracos e atividade física reduzida (não conseguem elevar os braços e as pernas) reflexos de sucção fracos e inexistentes e respiração irregular.

A imaturidade de todos os sistemas torna os bebés prematuros muito mais vulneráveis. Conforme o grau, os bebés têm dificuldade em realizar as funções básicas em três áreas essenciais: controlo da temperatura corporal, respiração e alimentação.

Um recém-nascido com uma prematuridade extrema, perde água de tal ordem que temos de acautelar desde o primeiro minuto a desidratação que rapidamente colocará este bebé em risco de vida.

Os mecanismos de regulação térmica não estão suficientemente desenvolvidos. Por isso, são muito importantes todas as medidas que visem diminuir a perda de calor, bem como o aquecimento do ambiente e das superfícies que contactam com o bebé.

Em caso de risco de prematuridade ou parto programado para antes das 37 semanas, é habitual o recurso a corticoides para estimular o desenvolvimento pulmonar. 

A probabilidade da necessidade de ventilação invasiva e do desenvolvimento de sequelas, nomeadamente a displasia broncopulmonar, é muito superior nos recém -nascidos que não foram submetidos a maturação pulmonar in utero, particularmente naqueles com extremo baixo peso. Este procedimento deve ser feito entre as 24 e as 34 semanas, o mais perto possível da data do parto.

Pelo menos nas primeiras semanas de vida, todos os bebés prematuros são sujeitos a nutrição parentérica, ou seja, a uma nutrição artificial, criteriosamente elaborada, realizada por via endovenosa. Depois, à medida que cada recém-nascido, com a sua condição individual, começa a aceitar o leite (idealmente materno) por via oral, são oferecidas doses crescentes, de forma lenta e progressiva, até este se tornar o único alimento do bebé.

Os bebés prematuros são tratados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais por equipas diferenciadas e multidisciplinares.

Sabemos que um bebé que nasce às 25 ou 26 semanas vai estar provavelmente mais de três ou quatro meses internado e que a probabilidade de morte ou sequelas é maior. Embora muitos destes bebés evoluam muito bem e sem sequelas.

Depois, os bebé prematuros são orientados para a consulta de pediatria, onde é feito todo o acompanhamento do crescimento e dos marcos do neurodesenvolvimento. É muito importante envolver especialidades como a Medicina Física e de Reabilitação, o neurodesenvolvimento e a Psicologia, a Oftalmologia e a Nutrição, entre outras.

A presença dos pais é fundamental no acompanhamento do bebé. A investigação defende que essa proximidade pode contribuir não só para o bem estar do bebé, mas também para a sua recuperação. Todos os laços estabelecidos nesta altura da vida aumentam os resultados mais positivos.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em 30 unidades de saúde
Os doentes com várias patologias e que mais recorrem aos serviços de saúde vão ter um plano de cuidados individual que deve ser...

A ideia vai avançar primeiro como um projeto piloto em cerca de 30 unidades de saúde, segundo Constantino Sakellarides, consultor do ministro da Saúde.

O plano individual de saúde deve ser subscrito por todos os cuidadores do doente, envolvendo os vários níveis, desde os cuidados de saúde primários, aos hospitalares e aos continuados, se for o caso.

O objetivo é criar planos individuais para os doentes com diversas patologias e que são simultaneamente os que mais usam os serviços de saúde.

As unidades de saúde que apostem nestes planos individuais e direcionados terão benefícios financeiros a nível da contratualização com o Ministério da Saúde, como explicou Constantino Sakellarides, à margem de uma conferência em Lisboa sobre literacia em saúde.

Calcula-se que cerca de 10% da população se encaixe no perfil de utente com multi-patologia e que sobreutiliza os serviços de saúde.

Constantino Sakellarides considera que o sistema de saúde não pode continuar fragmentado nos vários níveis de cuidados e que tem de facilitar o percurso dos utentes por esses vários patamares.

O consultor do ministro na Saúde acredita que, no futuro, todos os utentes deverão ter um plano individual de saúde que integre os diferentes tipos de cuidados.

Dia Mundial da DPOC
No dia em se assinala mundialmente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, Teresa Mourato, especialist

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, conhecida por DPOC, é uma doença crónica, que resulta da inflamação dos brônquios (que corresponde à bronquite), podendo ser acompanhada de lesão das vias respiratórias e dos alvéolos pulmonares (correspondente ao enfisema pulmonar).

Estas duas entidades podem estar presentes isoladamente ou em conjunto. Quando coexistem ocorre uma obstrução das vias aéreas com acumulação de muco, levando ao aparecimento de expectoração e dificuldade em respirar (dispneia).

Trata-se de uma doença possível de prevenir e tratar e constitui a 4ª causa de morte em todo o mundo.

Afecta apenas os adultos, a partir dos 40 anos de idade, sendo mais frequente nos homens e sobretudo nos fumadores e ex-fumadores.

A principal causa da DPOC é o fumo do tabaco porque leva a inflamação e lesão nas vias respiratórias. Outras causas são a poluição atmosférica e os factores poluentes no domicílio (resultante da combustão de combustível para cozinhar em recintos fechados), no local de trabalho, fumos das fábricas e indústrias, bem como alguma predisposição genética como o déficit da alfa-1-antitripsina.

Os sintomas da doença são: tosse, expectoração, dispneia e episódios de exacerbações frequentes. Cerca de 30 % dos doentes com DPOC não apresentam qualquer sintoma.

A tosse é normalmente o primeiro sintoma a aparecer, podendo ser ocasional no início mas tornando-se cada vez mais persistente. Habitualmente vem acompanhada de expectoração, que traduz um aumento na produção de muco pelas vias respiratórias lesadas.

A dispneia de esforço é o sintoma mais frequente mas pode passar despercebido durante muito tempo por o doente não o valorizar.

As exacerbações caracterizam-se por aumento do volume e purulência da expectoração associadas a agravamento da dispneia e podem necessitar, nas de maior gravidade, de internamento hospitalar.

O diagnóstico da DPOC é feito pelos sintomas, exposição a factores de risco e confirmado pela espirometria, exame que indica a limitação de fluxo de ar através das vias respiratórias, a qual não é totalmente reversível após inalação de medicamento broncodilatador.

A gravidade da doença é estabelecida pelo número e intensidade dos sintomas, pelos valores da espirometria e pelo número de agudizações anuais e respectivos internamentos.

As medidas para evitar o agravamento da doença incluem:

- deixar de fumar, sendo esta a mais importante para evitar a progressão da doença e o impacto na vida do doente. Para isso é fundamental o aconselhamento médico, bem como o recurso  a medicamentos (gomas ou pastilhas, adesivos ou comprimidos);

- evitar o contacto com agentes poluentes, quer no local de trabalho mediante medidas de protecção, quer no domicílio, evitando fumos domésticos em casas mal ventiladas, quer ainda ao ar livre evitando sair em dias de maior contaminação do ar ou de altos níveis de polinização;

- praticar actividade física regular;

- manter o peso adequado já que a obesidade agrava os sintomas.

O tratamento principal da DPOC são os medicamentos que vão aliviar os sintomas, diminuir a frequência e a gravidade das exacerbações e melhorar a qualidade de vida e a tolerância ao exercício.

Os medicamentos são administrados sobretudo através de um dispositivo chamado inalador que permite uma melhor penetração do fármaco na via aérea, com uma acção mais eficaz. Têm uma acção broncodilatadora e anti-inflamatória.

Nas exacerbações pode ser necessário o internamento hospitalar do doente, aporte de oxigénio, corticóides por via inalada, oral ou injectável e antibióticos, se a causa daquelas for infecciosa.

Nestes doentes estão indicadas as vacinas sazonal da gripe e da pneumonia, importantes na prevenção das formas mais graves de infecção.

Em doentes com DPOC mais grave, já com insuficiência respiratória crónica, pode ser necessário o aporte de oxigénio domiciliário (num período superior a 15 horas/dia), isoladamente ou em combinação com a necessidade de um ventilador portátil, que permite um aumento da sobrevida e uma redução no risco de hospitalizações.

A cirurgia pulmonar está indicada apenas em doentes com enfisema predominante nos lobos superiores e com grande repercussão na capacidade de exercício.

O transplante pulmonar está indicado em doentes com DPOC muito grave e com critérios muito precisos.

Sendo a DPOC uma doença progressiva com degradação gradual do estado de saúde e da qualidade de vida, com sintomatologia crescente e maior frequência de exacerbações, os cuidados paliativos são um componente fundamental na sua fase terminal. 

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16 de Novembro - Dia Mundial da DPOC
“Respirar pela DPOC” é o mote da campanha que, no âmbito do Dia Mundial da DPOC, leva a Sociedade Portuguesa de Pneumologia,...

Ainda que se trate de uma doença altamente subdiagnosticada, estudos indicam que a DPOC afeta cerca de 14% na população portuguesa com mais de 40 anos, razão pela qual a SPP, através da sua Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC, assinala a data com um desafio que visa sensibilizar as pessoas para esta doença que afeta cerca de 800 mil portugueses.

“A DPOC é uma doença altamente incapacitante. Debilita quem a tem ao ponto de impedir de trabalhar, sair de casa porque causa uma constante sensação de falta de ar. Simples gestos do dia-a-dia, andar, subir umas escadas ou até ler em voz alta é algo que requer um esforço acrescido para quem sofre de DPOC. Neste sentido, a melhor forma que encontrámos para passar esta mensagem foi desafiar todas as pessoas a efetuar a leitura de um simples texto, com um só fôlego de ar. Trata-se de um texto que alerta para a importância do diagnóstico da DPOC ao mesmo tempo que, após a leitura das primeiras linhas, coloca dificuldades acrescidas aos doentes respiratórios”, explica Inês Gonçalves, Coordenadora da Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC.

Para Ana Sofia Oliveira, da Comissão de Trabalho de Fisiopatologia Respiratória e DPOC “é fundamental promover o diagnóstico precoce de modo a intervir atempadamente e abrandar o declínio mais acelerado da capacidade respiratória do doente. A DPOC é uma doença respiratória que se encontra subdiagnosticada nos seus vários estádios, verificando-se que muitos doentes não procuram o médico até terem perdido cerca de 50% da capacidade respiratória”.

O desafio está marcado para o dia 16 das 09h00 e as 18h00 na Gare do Oriente (junto à central de autocarros) e deixa o apelo ao diagnóstico desta doença que se prevê que venha a ser a terceira causa de morte mais comum em 2030.

18 e 19 de Novembro
A 3ª edição do Thoracic Aorta Lisbon Symposium (TALS 2016) realiza-se nos próximos dias 18 e 19 de Novembro e conta com a...

Organizado pelo cirurgião Álvaro Laranjeira Santos, a edição deste ano é subordinada ao tema “A interdisciplinariedade é uma das chaves para o futuro da medicina cardiovascular” e conta com a “apresentação, discussão e debate de diversos casos clínicos e indicações relevantes no quadro da gestão do risco cardiovascular da população portuguesa”.

O evento contará ainda, à margem, com um simpósio satélite dedicado a uma doença genética rara – Síndrome de Marfan – que afeta cerca de 1 em cada 5000 pessoas em Portugal.

Ainda pouco conhecida, a Síndrome de Marfan é uma doença do tecido conjuntivo, que apresenta um quadro clínico muito variável e por vezes de difícil diagnóstico.

No entanto, os problemas cardiovasculares estão presentes na maioria do casos, sendo a lesão da aorta a principal manifestação.

 

 

 

17 de Novembro - Dia Mundial do Não Fumador
O tabagismo diminui em 10 anos a esperança média de vida! Em cada 100 portugueses, 25 são fumadores, o que significa que um...

O hábito de fumar prejudica não só os que fumam mas também os fumadores passivos, nomeadamente as crianças. No Dia Mundial do Não Fumador, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia saúda aqueles que se abstêm da prática deste hábito e insta os fumadores a fazê-lo usando locais em que não prejudiquem os não fumadores.

Se não fuma então pode considerar-se em vantagem! Os não fumadores apresentam uma menor prevalência dos fatores de risco associados às doenças cardiovasculares, nomeadamente, hipertensão arterial, tolerância ao esforço reduzida, promoção da coagulação sanguínea, e redução dos níveis de colesterol HDL (vulgarmente designado por colesterol bom).

Os efeitos do tabaco no sistema cardiovascular são muito nocivos e promovem a perda de elasticidade das paredes arteriais, pela acumulação de placas de colesterol no interior das artérias. Esta obstrução resulta numa diminuição do volume da irrigação sanguínea. Este fenómeno está, também, associado a um aumento do risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Enfarte do Miocárdio (EM).

Assim, neste dia, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia relembra os benefícios de não fumar. Se não fumar o seu corpo agradece-lhe! Usufruirá de vários benefícios, como:

-Oxigenação adequada do seu organismo mesmo em situação de esforço físico;
-Maior tolerância ao esforço, com aparecimento mais tardio de cansaço ou de falta de ar;
-Maior energia e vitalidade;
-Menos sintomas respiratórios como tosse matinal, expetoração, pieira e infeções pulmonares;
-Cabelos e pele mais jovens.
-Menos cancro da mucosa da boca, lábios. laringe, pulmão e bexiga.

Atendendo aos estilos de vida vulgarmente praticados pelos portugueses, onde o contacto de jovens com tabaco é comum, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança o desafio de interromper ou não iniciar hábitos tabágicos. Os que nunca fumaram e os ex-fumadores devem fazer valer os seus direitos e protegerem-se para não serem fumadores passivos.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou 11 processos em restaurantes de 'fast food' e apreendeu...

A operação, em todo o país, aconteceu no fim do mês passado e resultou num processo-crime e dez de contraordenação, especificou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em comunicado.

Foram inspecionados 117 operadores económicos, estabelecimentos de restauração e bebidas, abertos após as 22 horas e, de preferência, com serviço de 'drive in'.

Entre o material apreendido, a ASAE destaca alimentos e material de rádio, tv e de reprodução de imagens.

No Avepark
Portugal vai ter um centro de investigação de "excelência europeu" na área de Medicina Regenerativa e Precisão, um...

O The Discoveries Centre, que terá sede no Avepark - Parque de Ciência e Tecnologia das Caldas das Taipas, em Guimarães, e campi no Porto, Aveiro e Lisboa e um campus de suporte no centro de Londres, "pretende focar-se em investigação multidisciplinar, que será traduzida em métodos inovadores a serem aplicados na prevenção e no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, neurodegenerativas e cardiovasculares", explica a Universidade do Minho (UMinho) em comunicado.

O novo centro, o único em Portugal selecionado pela Comissão Europeia que investirá 150 ME na criação de 10 projetos similares na Europa, resulta de uma parceria entre cinco universidades portuguesas (Minho, Porto, Aveiro, Lisboa e Nova de Lisboa) e a University College London (Reino Unido), "considerada uma das melhores da Europa e líder mundial em Ciências e Tecnologias da Saúde", explana o texto.

Segundo a UMinho, "a criação do The Discoveries Centre for Regenerative and Precision Medicine deverá ter um efeito estruturante na ciência portuguesa, podendo dar origem muito rapidamente ao maior e mais produtivo centro de investigação baseado em Portugal" sendo que "deverá também ter condições únicas para atrair talento científico internacional".

Além disso, aponta referido comunicado, o novo projeto "irá contribuir para o aumento da competitividade do setor da biomedicina e irá estimular, de forma geral, o emprego científico altamente qualificado e o crescimento económico a vários níveis".

O projeto conta, para além dos 15 milhões de euros de financiamento direto da Comissão Europeia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRs) do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, prevendo-se que o investimento total na instalação do novo centro possa aproximar-se, nos próximos sete anos, dos 100 milhões de euros, a que acrescerão as verbas próprias conseguidas em concursos e contratos pelos investigadores afetos ao novo centro.

A sede do centro, informa a instituição minhota, "será uma nova infraestrutura, que faz parte do Roteiro Nacional de Infraestruturas Científicas promovido pela FCT, denominado TERM Research Hub, que corresponde a um investimento adicional de cerca de 11 milhões de euros a ser assegurado pela CCDR-N e pela FCT".

A TERM Research Hub, lê-se, "será uma das maiores e mais produtivas Hubs de investigação da Europa em engenharia de tecidos humanos, medicina regenerativa, biomateriais e células estaminais" e compreenderá o edifício atual do grupo 3B's da UMinho, que também é sede do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, bem como um novo edifício denominado Instituto Cidade de Guimarães, a instalar numa parceria com a Câmara Municipal de Guimarães.

A proposta é coordenada cientificamente por Rui L. Reis, que é atualmente o presidente mundial da TERMIS - Tissue Engineering and Regenerative Medicine International Society e CEO do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, estando envolvidos na preparação do novo centro de excelência alguns dos principais centros de investigação portugueses e dezenas de cientistas de renome, destacando-se o grupo 3B's e o ICVS (membros do ICVS/3B's) da UMinho, o IBB da Universidade de Lisboa, o IMM da Universidade de Lisboa, o INESC-ID e INESC-MN da Universidade de Lisboa, o CEDOC e IBET da UNLisboa, o I3S da Universidade do Porto e o CICECO e iBiMED da Universidade de Aveiro.

Pela parte da UCL, estão envolvidos o Eastman Dental Institute and Hopsital, National Hospital for Neurology and Neurosurgery and Institute of Neurology, School of Pharmacy, School of Engineering, UCL Insitute of Biomedical Engineering, UCL Hospitals, UCL Enterprise, UCL Business e Translational Research Office.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde revelou hoje que, a partir do próximo ano, os gestores hospitalares que não cumpram os contratos programas...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da comissão parlamentar conjunta do Orçamento e da Saúde, que hoje debateu na especialidade o Orçamento do Estado para 2017.

Segundo o ministro, os gestores hospitalares são os primeiros a defenderem uma avaliação “independente e idónea” ao seu desempenho, a qual deverá arrancar no próximo ano.

Questionado sobre o que acontecerá se o trabalho do gestor hospitalar não for considerado correto, o ministro disse que este será afastado.

No final de um debate que demorou mais de cinco horas, o ministro pormenorizou sobre o programa de reequipamento hospitalar que avançará em 2017 e que deverá levar à substituição de dezenas de equipamentos, nomeadamente biomédicos e tecnológicos.

Para tal, deverão ser despendidos verbas de 70 a 80 milhões de euros por ano, durante os próximos três anos.

Sem este investimento, afirmou, não é possível um Serviço Nacional de Saúde (SNS) atrativo e moderno.

Em relação à proposta do Bloco de Esquerda de atribuir gratuitamente os medicamentos genéricos aos idosos que usufruem de complemento solidário para idosos, o ministro disse que a mesma terá de ser “ponderada”.

Bastonário diz
O bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses defendeu hoje que os profissionais que prestam declarações públicas têm que...

“Há uma responsabilidade muito grande dos psicólogos que prestam declarações públicas, que têm que ter consciência do significado das suas declarações e do impacto que podem ter até para o grande público”, disse Telmo Mourinho Baptista, a propósito das declarações da psicóloga Maria José Vilaça sobre a homossexualidade.

A presidente da Associação de Psicólogos Católicos, que acompanha famílias e pais, salientou que para se aceitar um filho homossexual não é preciso aceitar a homossexualidade: "Eu aceito o meu filho, amo-o se calhar até mais, porque sei que ele vive de uma forma que eu sei que não é natural e que o faz sofrer. É como ter um filho toxicodependente, não vou dizer que é bom".

As declarações de Maria José Vilaça levaram à apresentação de dezenas de queixas à Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), que participou os factos ao Conselho Jurisdicional da Ordem, para que seja aberto um inquérito.

“Aquilo que estamos a fazer é aquilo que faríamos em qualquer situação onde há queixas face a um psicólogo e, por isso, remetemos” a situação para o órgão competente, para “averiguar e ter a oportunidade de ouvir as partes, tanto a pessoa alvo de queixa, como os queixosos”, explicou o bastonário.

Telmo Mourinho Baptista reiterou que os profissionais têm que ter “uma grande consciência” e “uma grande preocupação” com as declarações que proferem publicamente.

“A passagem para os Media de uma posição, enquanto profissional, tem consequências”, que muitas vezes são amplificadas, advertiu.

Por isso, não devem fazer “generalizações abusivas”, nem comentar casos que muitas vezes desconhecem, uma prática proibida pelo Código Deontológico, disse o bastonário que falava a propósito da Casa dos Psicólogos, que será inaugurada na terça-feira.

Falando sobre a nova sede da OPP, na Avenida Fontes Pereira de Melo, Telmo Mourinho Baptista disse que é a realização de “um desejo de longa data”, de ter um espaço que permita “ter melhores condições de trabalho”.

A Casa dos Psicólogos conta com vários espaços para formação em permanência e um auditório com programação própria.

“Vamos ter salas para formação, salas de reunião”, o que permitirá aumentar a atividade da ordem e ter “uma oferta” de “mais serviços, mais qualidade e mais eventos” para os psicólogos, disse o bastonário.

A cerimónia de inauguração conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma presença, segundo o bastonário, de “grande significado”, porque é “o reconhecimento da importância que os psicólogos têm na sociedade portuguesa”.

Alimentação equilibrada
Hoje, dia 14 de Novembro, assinala-se o Dia Mundial da Diabetes, com o objetivo de sensibilizar a po

A Diabetes é uma doença crónica não transmissível que surge quando o corpo não consegue produzir insulina em quantidades suficientes ou quando não consegue utilizar a insulina adequadamente. A insulina é uma hormona produzida pelo pâncreas e é responsável por transportar o açúcar (ou glucose) que se encontra na corrente sanguínea para o interior das células, que vão transformar o açúcar em energia.

Quando a insulina não desempenha esta função, o açúcar permanece na corrente sanguínea, o que se traduz em níveis elevados de açúcar no sangue, ou seja, hiperglicemia.

A hiperglicemia e os picos e flutuações dos níveis de açúcar sanguíneo têm consequências negativas para a saúde e para o bom funcionamento do organismo, nomeadamente a nível cardiovascular, renal e oftalmológico.

Principais tipos de Diabetes:

·         Diabetes tipo 1 – o corpo não produz insulina em quantidades suficientes, por causas auto imunes

·         Diabetes tipo 2 –o corpo é capaz de produzir insulina, mas por mecanismos de resistência celular, a insulina não é eficaz.

·         Diabetes gestacional

A Diabetes é uma importante preocupação a nível de saúde, que afeta cerca de 415 milhões de adultos e estima-se que a prevalência desta patologia aumente para 642 milhões de adultos em 2040. Além disso, é o terceiro fator de risco de morte prematura.

Contudo, maioria dos casos de Diabetes está associada a fatores comportamentais e ao estilo de vida, o que quer dizer que pode se prevenida com um modo de vida saudável, ativo e caracterizado por escolhas alimentares saudáveis e equilibradas.

Prevenção

A nível individual, a Diabetes é passível de ser prevenida com a prática regular de atividade física e uma alimentação equilibrada:

- Polifracionada

- Rica em produtos frescos e de origem vegetal, como os hortícolas, as frutas, frutos secos e as leguminosas

- Moderada em alimentos de origem animal,

- Que privilegia a água como bebida de eleição,

- Que utiliza o azeite virgem extra como principal gordura,

- Pobre em alimentos processados

- Pobre em alimentos ricos em açúcar adicionado, sal e gorduras trans e saturadas

- Que elege métodos de confeção simples e que preservam os nutrientes

- A adoção de um estilo de vida e de comportamentos saudáveis pode prevenir ou atrasar o aparecimento de 70% dos casos de Diabetes.

Vigilância

O número de casos de pessoas com Diabetes é muito elevado e estima-se que este número continue a aumentar. Além da prevenção é essencial a vigilância de forma a identificar os casos de Diabetes e, consequentemente, com os devidos cuidados, modificar o curso desta doença reduzindo futuras complicações de saúde.

 1 em cada 2 pessoas com diabetes não está diagnosticada e, muitas pessoas que não sabem que têm Diabetes tipo 2, só são diagnosticadas quando já apresentam outros fatores de risco e complicações.

Em vários países, a Diabetes é a principal causa de cegueira, doenças cardiovasculares, falência renal e amputação dos membros inferiores.

Estima-se ainda que 1/3 dos diabéticos poderão desenvolver retinopatia diabética

Os números são alarmantes e são uma séria preocupação de saúde pública.

As boas notícias é que a Diabetes tipo 2 é passível de ser prevenida e o seu aparecimento atrasado através da adoção de um estilo de vida saudável. Além disso, e o curso da doença pode ser gerido e os seus riscos para a saúde minimizados.  

Vamos ficar de olho na Diabetes!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde garantiu hoje que, a partir de 2017, nenhum cidadão ficará sem um exame médico em tempo útil, dentro ou...

Adalberto Campos Fernandes falava em resposta aos deputados das comissões parlamentares do Orçamento e da Saúde, onde está a ser debatido na especialidade o Orçamento do Estado para 2017.

Segundo o ministro, até ao final deste ano deverá ser publicada a portaria que regula os Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) que deverá, pela primeira vez, contemplar os meios de diagnóstico e terapêutica.

Os hospitais ficarão responsabilizados pela realização dos exames e, no caso em que não os assegurem em tempo útil, deverão garantir que os mesmos se realizem, dento ou fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a custas do hospital do utente.

“Não poderá haver em Portugal uma pessoa que, tendo a indicação para fazer um exame, que pode ser determinante para o seu futuro, deixe de fazê-lo, dentro ou fora do SNS, ficando a cargo do hospital que gerou a lista de espera”, disse o ministro.

No próximo ano
Controlo apertado depois de terem sido detetados casos de tratamentos "excessivamente prolongados".

A partir do início do próximo ano, a ADSE (o subsistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado) vai impor limites às sessões de fisioterapia que cada beneficiário pode fazer anualmente e obrigar à apresentação de “informação clínica” antes da realização dos tratamentos que ultrapassarem determinado número, ainda não fixado.

A medida surge depois de os serviços da ADSE terem identificado situações de faturação de “tratamentos excessivamente prolongados” em Medicina Física e Reabilitação e detetado aparentes ilegalidades em entidades convencionadas, como foi anunciado na newsletter de Outubro do subsistema.

Assim, foi decidido “reformular a tabela e as regras aplicáveis” à valência de Medicina Física e Reabilitação, “obrigando à existência de uma informação clínica prévia à realização do tratamento proposto” e à definição de "limites máximos para o número de sessões realizadas anualmente” por cada beneficiário. Estes limites “só poderão ser ultrapassados mediante uma autorização prévia” da "médica especialista da direção clínica da ADSE", acrescenta-se.

São “novas regras (agregadas à tabela)” que vão ser introduzidas “a partir de Janeiro ou Fevereiro do próximo ano”, de forma a “permitir um maior controlo da utilização por parte dos nosso serviços”, explicou, em resposta enviada por mail ao jornal Público, o diretor-geral da ADSE, Carlos Liberato Baptista.“Os limites máximos a estabelecer ainda estão em estudo e portanto ainda não estão definidos”, precisou ainda o responsável.

Em 2015, os encargos da ADSE com tratamentos de Medicina física e Reabilitação dispararam, atingindo cerca de 22 milhões de euros, mais 9,7% do que no ano anterior. Foi no regime não convencionado que a despesa com as sessões de fisioterapia mais cresceu. O número de beneficiários utilizadores destes tratamentos aumentou também de forma significativa, ascendendo a mais de 90 mil pessoas.

As mudanças surgem numa altura em que está em discussão pública a alteração do regime jurídico da ADSE, que deverá passar a ser um instituto público.

Apifarma
Proposta foi apresentada pelos responsáveis da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica no Parlamento.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) quer que 10% da receita obtida com o imposto sobre o tabaco seja canalizada para financiar a inovação no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Um montante que rondaria os 150 milhões de euros já no próximo ano. 

Depois de ter sido apresentada na semana passada aos grupos com assento parlamentar e na Comissão da Saúde da Assembleia da República, a proposta vai ser dada a conhecer nesta segunda-feira no Conselho Estratégico da Saúde, o órgão consultivo da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) que reúne as principais federações e associações do sector. Os responsáveis da Apifarma querem que esta proposta seja ainda incluída na discussão na especialidade do Orçamento do Estado (OE) para 2017.

O que a Apifarma sugere é a consignação de 10% das receitas do imposto sobre o tabaco a um fundo para a inovação terapêutica no SNS, que funcionaria como uma “almofada financeira para a introdução de medicamentos inovadores”, explicou ao jornal Público o deputado do Bloco de Esquerda e vice-presidente da Comissão Parlamentar da Saúde, Moisés Ferreira. “É uma atitude proactiva nesta altura da discussão do Orçamento do Estado na especialidade”, disse.

O objetivo da proposta é reforçar a dotação do SNS que, este ano, “teve um orçamento inferior ao do ano anterior”, destacou o vice-presidente da bancada do PSD e também membro da Comissão da Saúde, Miguel Santos. Uma redução que, alega, se está a refletir no “aumento da dívida” do SNS e que está a ter igualmente impacto na introdução de fármacos inovadores nos hospitais públicos.

Este será também, acrescentou Miguel Santos, “um bom ponto de partida” para a criação de uma lei de bases que permita que o SNS possa ter uma gestão financeira plurianual, como se fez com a Segurança Social há alguns anos. Miguel Santos acentua que o ritmo de entrada de medicamentos inovadores em Portugal se encontra “no nível mais baixo” dos últimos anos e que há neste momento “uma pressão muito grande, sobretudo dos oncologistas”, para a introdução de novos fármacos.

Receitas de 1,5 mil milhões
Esta proposta surge numa altura em que a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defende que a indústria farmacêutica passe a suportar os custos dos medicamentos que não têm o sucesso terapêutico esperado. Mas, para isso, é preciso que os resultados dos tratamentos sejam devidamente monitorizados pelas unidades de saúde.

Este foi um dos temas discutidos no VII Fórum do Medicamento, que se realizou na sexta-feira em Lisboa. "Hoje em dia, não faz sentido que o doente não tenha informação sobre o sucesso de determinado tratamento em cada hospital", disse ao Jornal de Notícias o presidente da APAH, Alexandre Lourenço. Estes resultados, frisou, devem refletir não só a sobrevivência mas também a qualidade de vida proporcionada ao doente.

A receita dos impostos sobre o tabaco tem oscilado ao longo dos últimos anos, mas, se as previsões se confirmarem, em 2016 vai ultrapassar os 1,5 mil milhões de euros. Este ano, e como o OE apenas entrou em vigor no final de Abril, as tabaqueiras aguardaram pelo primeiro trimestre para introduzirem o novo tabaco, em vez de o fazerem no final do ano anterior, como é habitual. Consequência: no primeiro trimestre deste ano, a receita mais do que duplicou.

Para 2016, o Governo orçamentou uma receita de 1514 milhões de euros com os impostos sobre o tabaco. Até Agosto, já tinham sido encaixados 884,5 milhões de euros.

Criado em 2014, o Conselho Estratégico da Saúde da CIP assume-se como “parceiro na discussão e construção do futuro da saúde em Portugal”. As associações que integram este órgão consultivo da CIP representam mais de cinco mil empresas a operar em Portugal.

Estudo
Filhos de mães que fumaram durante a gravidez e crianças que não tomam o pequeno-almoço ou que dormem mal têm maior...

Já se sabia que filhos de mães obesas ou com excesso de peso são mais propensos a terem peso a mais, provavelmente por causa do estilo de vida, mas também pela predisposição genética para ganhar peso, explica professora Yvonne Kelly, líder do estudo em causa.

A investigação da Universidade College London mostra que padrões irregulares de sono e a supressão de refeições importantes podem influenciar o ganho de peso pelo aumento do apetite e pelo consumo de alimentos energéticos, escreve o Sapo.

O estudo, publicado no jornal científico “Pediatrics”, é o primeiro no Reino Unido a observar os padrões de desenvolvimento do índice de massa corporal (IMC) nos primeiros dez anos de vida. Os dados foram recolhidos quando as crianças tinham 3, 5, 7 e 11 anos.

A obesidade é um problema grave que afeta cada vez mais crianças e adolescentes, com impactos no bem-estar psicossocial e físico.

Um estudo sobre obesidade em crianças do primeiro ciclo concluiu que Portugal é um dos países com maior prevalência do problema, entre 17 países europeus, indica Ana Rito, investigadora do sistema de vigilância europeu da Organização Mundial de Saúde. A obesidade afeta 14,6% das crianças portuguesas com idades entre os 6 e os 9 anos e 21% apresentam sinais de pré-obesidade, indica o último estudo conhecido do Sistema de Vigilância Nutricional Infantil (COSI Portugal) realizado em 2010.

Um ano depois
Um ano após a entrada em vigor do decreto-lei que regulamenta a publicidade em saúde, há menos denúncias, mas continuam a...

As Ordens dos Nutricionistas e dos Médicos Dentistas dizem que continuam a receber queixas. Publicidade a suplementos alimentares, produtos dietéticos milagrosos, consultas médicas gratuitas, cartões de desconto ou promoções em serviços de saúde - continuam a ser as principais queixas de violações da lei.

O decreto que estabelece o regime jurídico a que deve obedecer a publicidade em saúde foi publicado a 1 de novembro e desde então a Entidade Reguladora da Saúde investigou cerca de 90 campanhas publicitárias. 30 deram origem a processos de avaliação e 20 a processos contraordenacionais. Sendo que destes 20, a maior parte ainda se encontram em instrução, escreve a TSF.

A bastonária da ordem dos Nutricionistas confirma que há melhorias, mas continuam a existir incumprimentos e Alexandra Bento dá alguns exemplos. "Continua a haver publicidade a serviços com promessas de emagrecimento. Há pessoas e empresas que investem em produtos que dizem ser milagrosos e na maioria são enganadores".

Uma ideia partilhada pelo Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

"Desde anúncios de efeitos miraculosos, medicamentos, promoções... Há várias situações que não têm tido a devida resposta por parte da ERS".

A Ordem dos Nutricionistas defende que a Entidade Reguladora da Saúde devia ter uma atitude mais pró-ativa. O bastonário dos Médicos Dentistas vai mais longe. "Pouco mudou, temos legislação mas não é aplicada por falta de regulamentação. A ERS tem-se revelado incompetente."

Orlando Monteiro da Silva acrescenta que o Conselho Consultivo da ERS aprovou há cerca de quatro meses um regulamento relativo à lei da publicidade enganosa, mas este ainda não saiu do papel.

De acordo com dados da ERS, entre as cerca de 90 campanhas investigadas, em muitos casos a publicidade foi corrigida de forma voluntária.

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes - International Diabetes Federation, até 70% dos casos de diabetes tipo 2...

Neste contexto e no âmbito do Dia Mundial da Diabetes que se comemora hoje, a International Diabetes Federation (IDF), em parceria com a International Sweeteners Association (ISA - Associação Internacional dos Edulcorantes) - acaba de lançar a campanha “Olhos na Diabetes” com o objetivo de aumentar a sensibilização e prevenção no diz respeito à diabetes através da ativação e preparação de materiais, que contam também com o valioso apoio cientifico da Rede Europeia dos Especialistas em Dietética e Nutrição para a diabetes da Federação Europeia das Associações de Dietistas.

Ao adotar este ano a temática “Olhos na Diabetes”1, que promove a importância do rastreio no diagnóstico precoce e tratamento da diabetes tipo 2, a fim de reduzir o risco de complicações graves, como a retinopatia, a ISA desenvolveu um programa integrado on-line que comunica a importância de uma alimentação equilibrada e de um estilo de vida saudável e os valores de como começar com pequenos passos pode contribuir para uma vida mais saudável para prevenir, ou controlar a diabetes tipo 2 e as suas complicações.

O âmago deste programa de atividade consiste numa infografia dinâmica e num vídeo, que sob o tema geral “É fácil começar com um simples passo!” explicam a importância de através de pequenas opções que fazemos na nossa vida quotidiana se pode contribuir para uma vida mais saudável com diabetes sem complicações. O objetivo principal desta campanha on-line da ISA é também abordar de forma criativa e informativa os principais fatores de saúde relacionados com o modo de vida e as orientações dietéticas para as pessoas com diabetes2, incluindo o papel que os edulcorantes sem ou de baixas calorias podem desempenhar para ajudar a gerir os níveis de glicose no sangue, enquanto opção segura para desfrutar de um sabor doce sem calorias e, mais importante, sem afetar a glicose no sangue e a insulina3.

De acordo com Aimilia Papakonstantinou, Professora de Nutrição e Metabolismo na Universidade Agrícola de Atenas, na Grécia, e Presidente da Rede Europeia dos Especialistas em Dietética e Nutrição para a diabetes da Federação Europeia das Associações de Dietistas, revelou: “Temos boas notícias para partilhar: a diabetes tipo 2 pode ser prevenida ou até mesma revertida se diagnosticada numa fase precoce e, se for adotado um estilo de vida saudável, incluindo alterações alimentares.

“Os dietistas têm um papel fundamental a desempenhar na educação das pessoas, de como seguir as orientações dietéticas e no desenvolvimento de um programa de terapia de nutrição individualizada para pessoas com diabetes.” , concluiu.

Cinco passos para uma vida saudável com diabetes

Tanto a infografia como o vídeo seguem a história dos 5 passos simples para uma vida mais saudável com diabetes e fornecem informações cientificamente comprovadas sobre recomendações dietéticas e a adoção de um estilo de vida saudável para pessoas com diabetes tipo 2. Mais especificamente, estes 5 passos incluem:

1. Hábitos alimentares mais saudáveis
2. Ser mais ativo
3. Monitorizar a ingestão de hidratos de carbonos e reduzir o consumo de açucares
4. Melhorar a gestão do peso
5. Monitorizar os níveis de glicose no sangue

1Dia Mundial da Diabetes 2016 “Olhos na Diabetes”. Mais informação disponível online: http://www.idf.org/wdd-index/index.php
2Evert AB, et al. Position statement of the American Diabetes Association: Nutrition therapy recommendations for the management of adults with diabetes. Diabetes Care, 2013; 36: 3821-3842
3EFSA NDA (Painel Científico dos Produtos Dietéticos,Nutrição e Alergias da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA). Parecer científico sobre a fundamentação das alegações de saúde associadas com os edulcorantes intensivos. EFSA 2011 Journal 9: 2229. Mais informação disponível online: https://www.efsa.europa.eu/en/efsajournal/pub/2229

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